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ARTIGO DE ATUALIZAÇÃO

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André Luiz Monezi


Andrade1 Desenvolvimento cerebral na
André Bedendo2
Sônia Regina Fiorim
Enumo3
adolescência: aspectos gerais e atualização
Denise de Micheli4
Brain development in adolescence: general aspects and update

> RESUMO
Objetivo: Realizar uma revisão integrativa com o objetivo de enfatizar os principais achados do desenvolvimento neural
durante a adolescência. Métodos: Foram enfatizados três aspectos neurais devido a sua importância no comportamento
humano: regiões corticais, regiões subcorticais e aspectos neurofuncionais, este último priorizando os sistemas de
neurotransmissão dopaminérgico e serotonérgico. Resultados: Dados recentes indicaram que existem modificações
significativas na estrutura de determinadas áreas corticais e subcorticais, especialmente naquelas relacionadas com o sistema
mesolímbico durante a adolescência. As implicações clínicas destas transformações no comportamento dos adolescentes
também são discutidas. Conclusão: O período da adolescência apresenta transformações críticas no desenvolvimento
neural mediadas por aspectos neuroquímicos e morfológicos.

> PALAVRAS-CHAVE
Adolescente, desenvolvimento infantil, córtex cerebral, neurotransmissores.

> ABSTRACT
Objective: Do an integrative review aimed to emphasize the main findings of neural development during adolescence.
Methods: Three neural aspects were emphasized due to their importance in human behavior: cortical regions, subcortical
regions and neurofunctional aspects, the latter focused on dopaminergic and serotonergic neurotransmission systems.
Results: Recent data pointed out that there are significant modifications in the structure of specific cortical and subcortical
areas, especially those related to the mesolimbic system during adolescence. The clinical implications of these findings on
adolescent behavior are also discussed. Conclusion: The period of adolescence shows critical transformations on the neural
development through neurochemical and morphological aspects.

> KEY WORDS


Adolescent, child development, cerebral cortex, neurotransmitter agents.

1
Doutorado e Pós-Doutorado em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, SP, Brasil. Docente Pesquisador
da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) - Centro de Ciências da Vida - Pontifícia Universidade Católica de
Campinas. Campinas, SP, Brasil.
2
Doutorado em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pós-Doutorando em Psicobiologia pela UNIFESP - (Bolsista
da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Saúde e Uso de Substâncias (NEPSIS)
e da Unidade de Dependência de Drogas (UDED) - Departamento de Psicobiologia - UNIFESP. São Paulo, SP, Brasil.
3
Doutorado em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). São Paulo, SP, Brasil. Pós-Doutorado em Avaliação Assistida pela
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas, SP, Brasil. Professora Emérita da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES). Vitória, ES, Brasil. Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas /
PUC-Campinas. Líder do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Saúde e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente - Programa de Pós-
Graduação em Psicologia / PUC-Campinas. Campinas, SP, Brasil.
4
Doutorado em Psicobiologia e Pós-Doutorado em Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Docente Adjunta do
Departamento de Psicobiologia da UNIFESP. Coordenadora do grupo de pesquisa CIENSEA (Centro Interdisciplinar De Estudos em
Neurociência, Saúde e Educação na Adolescência). Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e Saúde na Infância e
Adolescência da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil.

André Luiz Monezi Andrade (andre.andrade@puc-campinas.edu.br) - Centro de Ciências da Vida, Pontifícia Universidade Católica
de Campinas (PUC-Campinas). Av. John Boyd Dunlop, S/N - Jardim Ipajussara. Campinas, SP, Brasil. CEP: 13034-685.
Submetido em25/05/2018 - Aprovado em 26/06/2018

Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 15, supl. 1, p. 62-67, dezembro 2018 Adolescência & Saúde
Andrade et al. DESENVOLVIMENTO CEREBRAL NA ADOLESCÊNCIA: 63
ASPECTOS GERAIS E ATUALIZAÇÃO

> INTRODUÇÃO anos para as meninas e 11 anos para os meninos;


e nos lobos parietais 7,5 para as meninas e 9 anos
A adolescência é um período de grandes de idade para os meninos1. Além disso, essa ma-
mudanças físicas, cognitivas, de comportamen- turação ocorre primeiro em regiões primárias e
to e de valores pessoais e culturais. Tais trans- somente depois nas áreas terciárias1.
formações são experimentadas de maneira par- Comportamentos mais visíveis na adoles-
ticular pelos adolescentes, segundo seu gênero cência, como a maior reatividade emocional, a
e idade. Considerando o longo período dos 10 impulsividade e a sensibilidade à influência de
aos 19 anos, esta fase também é um fator de pares parecem ser reflexo do processo natural
risco para o desenvolvimento de vários transtor- de maturação cerebral, o qual ocorre de maneira
nos mentais, de modo que a compreensão dos hierarquizada2. Este processo de maturação se dá
aspectos neurobiológicos pode contribuir na a partir de estruturas mais internas (subcorticais)
etiologia de algumas dessas doenças. Nesse sen- para as mais externas (corticais) do cérebro. Este
tido, a proposta deste trabalho é oferecer uma processo se inicia ainda na infância, com a matu-
atualização das principais alterações neurobioló- ração subcortical-subcortical; avança durante a
gicas características da adolescência, a partir de adolescência, com a maturação subcortical-cor-
três eixos: sistema cortical, sistema subcortical tical e córtico-subcortical; e finaliza com a matu-
e aspectos neurofuncionais, este último consti- ração das conexões córtico-corticais no início da
tuído por diferentes sistemas de neurotransmis- vida adulta2. Durante a adolescência, a matura-
são. Por fim, discute-se as implicações desses ção de áreas corticais não está completa, o que
achados nas principais psicopatologias, como os reduz a capacidade de regulação top-down, a
transtornos do impulso, de humor e ansiedade. qual é associada, em particular, ao controle inibi-
tório do córtex pré-frontal ventromedial (CPFvm)
sobre a amígdala3. Por sua vez, a maturação de
> ESTRUTURAS CORTICAIS ordem córtico-cortical parece estar relacionada
à capacidade de autocontrole, ao redireciona-
Durante a adolescência, além das mudan- mento da atenção e reavaliação emocional, aos
ças corporais visualmente perceptíveis, ocorrem comportamentos associados às ações do CPFvm
diversas alterações neurobiológicas, e uma das e do córtex pré-frontal ventrolateral4.
regiões que sofre expressivas modificações é o É interessante notar que a maturação cor-
córtex cerebral. Esta área se refere à camada tical durante a adolescência não implica neces-
mais externa do cérebro (composto pelo telen- sariamente em aumento de volume cerebral.
céfalo e diencéfalo), e possui vários giros e sulcos, Assim, alguns autores indicam que à medida
que permitem um aumento da superfície sem que há um aumento progressivo da ação de
aumento do volume. Nesse sentido, o córtex hormônios gonadais e na mielinização dos neu-
cerebral tem seu processo de maturação ao lon- rônios5, ocorre uma acentuada redução no vo-
go do desenvolvimento infantil, passando pela lume e espessura dos córtices frontal, parietal e
adolescência e seguindo até por volta dos 20-22 temporal, processo que se estabiliza por volta
anos de idade. O volume da substância cinzenta dos 20 anos de idade6. Paralelamente, ocorre
atinge seu pico ao final da infância e início da uma intensa reorganização estrutural de regiões
pré-adolescência, variando em relação à região corticais, na qual dendritos e sinapses são refina-
e ao sexo. As meninas tendem a atingir maiores dos e se tornam mais estáveis, ocorre também a
volumes de substância cinzenta cerca de um a poda sináptica e eles se tornam mais estáveis7.
dois anos antes que os meninos. Nos lobos fron- Essas mudanças conferem ao cérebro adolescen-
tais, as meninas atingem o pico aos 9,5 anos e os te uma capacidade de neuroplasticidade como
meninos aos 10,5 anos; nos lobos temporais, 10 nunca mais ocorrerá na vida8.

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> ESTRUTURAS SUBCORTICAIS caudado e putâmen), os autores detectaram


uma redução do volume ao longo da idade em
Alguns autores têm proposto que a subs- ambos os sexos. E quanto ao hipocampo, um
tância cinzenta do cérebro apresenta um desen- aumento do volume em ambos os sexos.
volvimento a partir de uma curva em U invertido, Este desenvolvimento heterogêneo em
havendo durante a adolescência, uma redução adolescentes do sexo masculino e feminino
do volume em diversas regiões corticais9. Quan- pode estar condicionado à influência de de-
to à substância branca, esta relação parece ser terminados hormônios que são produzidos em
diretamente proporcional à idade em indivíduos quantidades diferentes ao longo da adolescên-
saudáveis10. Contudo, a maioria desses trabalhos cia. Um dos principais hormônios estudados é
foram realizados a partir de regiões corticais, de a testosterona, que tem sido associada ao de-
modo que existe uma quantidade menor de es- senvolvimento neural. Similarmente ao trabalho
tudos avaliando a trajetória de desenvolvimento anterior, Wierenga et al.12 também detectaram
neural a partir das regiões subcorticais11. diferenças no desenvolvimento subcortical nos
O sistema subcortical é altamente complexo adolescentes, com base na idade e sexo. Con-
e possui circuitarias neurais importantes que são tudo, um dos diferenciais desse trabalho foi a
mediadoras de uma grande quantidade de res- avaliação dos níveis de testosterona nos partici-
postas psicofisiológicas, dentre elas as emoções. pantes, sendo que os adolescentes com maiores
Um dos sistemas subcorticais mais conhecidos é níveis de testosterona apresentaram maiores
chamado de “sistema límbico”, e foi inicialmente volumes de substância cinzenta em diversas
descrito pelo médico francês Paul Pierre Broca. áreas subcorticais.
Ainda no século XIX, Broca propôs um sistema
constituído por cinco estruturas principais, com
enfoque no corpo caloso. No século seguinte, ASPECTOS NEUROFUNCIONAIS
>
o neuroanatomista James Papez incluiu novas
estruturas neste sistema, dentre elas, o tálamo, Além dos aspectos neuroanatômicos, al-
a amigdala e o hipocampo. Atualmente sabe-se guns autores têm investigado a influência da
que estas áreas são importantes por serem me- adolescência na produção e liberação de neu-
diadoras de várias respostas emocionais. rotransmissores, bem como o padrão de respos-
Em um recente estudo, Herting et al.11 ana- tas fisiológicas de seus respectivos receptores13.
lisaram a trajetória de desenvolvimento de vá- A compreensão dos mecanismos farmacodinâ-
rias áreas subcorticais em indivíduos com idade micos nesse período pode ajudar a esclarecer
entre 8 e 22 anos. Este estudo concluiu que as alguns dos principais aspectos envolvidos com
meninas apresentaram menor volume de subs- os transtornos comportamentais mais comuns
tância cinzenta nas regiões do tálamo, hipocam- durante a adolescência, como os transtornos de
po e amigdala, em comparação aos meninos. ansiedade por uso de substância e de humor.
Em quatro das sete áreas estudadas, os autores Embora existam dezenas de neurotrans-
detectaram uma trajetória ascendente no volu- missores, um dos mais estudados durante a
me da substância cinzenta, indicando o desen- adolescência é a dopamina (DA), devido às suas
volvimento de novas sinapses. Quando somente implicações no uso e abuso de substâncias, cuja
aquelas áreas relacionadas ao sistema mesolím- principal característica é promover um efeito re-
bico foram avaliadas, não se observou altera- forçador a partir da liberação de DA no Nac14. A
ção no volume do Núcleo Accumbens (Nac) ao DA é um dos principais neurotransmissores as-
longo da idade dos meninos. No entanto, nas sociados ao sistema mesolimbocortical, também
meninas, o volume de Nac reduziu ao longo do conhecido como “sistema de recompensa”. Sua
tempo. Em relação ao estriado dorsal (núcleo liberação no Nac, a partir da Área Tegmental

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Ventral (ATV), é um dos mecanismos mais co- ma, e esta fragilidade do controle inibitório pode
nhecidos envolvidos com as sensações de prazer. aumentar as chances de exposição ao risco, dada
Trabalhos recentes utilizando modelos a maior sensibilidade a estímulos reforçadores e
pré-clínicos indicaram maior quantidade de maior risco de comportamentos de uso e abu-
receptores dopaminérgicos (up regulation) no so de drogas. No estudo de Zamudio-Bulcock
Nac em animais adolescentes em comparação et al.19, os animais expostos à administração de
aos adultos15. Além disso, os receptores dopami- etanol apresentaram alterações neurofuncionais
nérgicos de ratos adolescentes parecem possuir permanentes, como a hipersensibilidade e up-re-
uma hipersensibilidade no Nac, em comparação gulation dos receptores NMDA, sendo este um
aos de ratos adultos16. Por outro lado, os ani- dos principais receptores do sistema glutamatér-
mais adolescentes parecem possuir uma menor gico. Nesse sentido, o glutamato é o principal
quantidade de sinapses dopaminérgicas no Nac, neurotransmissor excitatório no sistema nervoso,
significando que menos DA é comumente libe- principalmente nas áreas corticais. Sua hiperati-
rada nesta região durante a adolescência17. Estes vação poderia agravar ainda mais os comporta-
achados possuem implicações importantes na mentos compulsivos e quadros de ansiedade na
compreensão dos comportamentos motivados. adolescência, haja vista que o sistema 5-HT que
Pode-se considerar que, embora o sistema de re- exerce função inibitória, estaria hipoativado.
compensa esteja continuamente menos ativado
durante a adolescência, as respostas fisiológicas
oriundas desta ativação possuem uma intensi- IMPLICAÇÕES DO
>
dade maior do que em adultos. Em outras pa- DESENVOLVIMENTO NEURAL NO
lavras, embora o adolescente experencie menos COMPORTAMENTO DO ADOLESCENTE
sensações de prazer que os adultos, essas sensa-
ções são muito mais intensas. Este mecanismo Este período de desenvolvimento neural
é chamado de “sensibilização comportamental” representa para o adolescente, tanto uma fase
e ajuda a compreender porquê os adolescentes de oportunidades para o desenvolvimento de
tendem a se engajarem em situações de risco novas habilidades, quanto um período de vul-
potencialmente reforçadoras para essa idade. É nerabilidades. Neste último caso, os comporta-
com base neste mecanismo que alguns autores mentos mais comuns nesse período são a im-
acreditam que a adolescência é um período de pulsividade cognitiva, a labilidade emocional e a
risco para a experimentação de substâncias de busca pelo perigo20. Além disso, a adolescência
abuso porque, como o efeito reforçador dessas é um período em que aparecem os primeiros
drogas é mais intenso nesse período da vida, os sinais de doenças mentais. Nesse sentido, a pes-
adolescentes são mais vulneráveis ao uso abusi- quisadora Monique Ernst20 propôs um modelo
vo e a dependência de drogas18. (Modelo Triádico) para explicar diversos com-
Outro neurotransmissor associado aos portamentos de risco durante a adolescência.
transtornos comportamentais mais comuns du- Este modelo é baseado em diversos estudos de
rante a adolescência é a serotonina (5-HT). Esta neuroimagem e em modelos pré-clínicos. O mo-
substância possui vias extremamente complexas delo fundamenta-se em três principais áreas: o
e atua em pelo menos sete famílias de receptores CPF, responsável pela regulação e controle dos
de 5-HT. Uma das funções da 5-HT é atuar como comportamentos; a amígdala, responsável pela
regulador na tomada de decisões, por meio de labilidade emocional; e o estriado, responsável
um complexo sistema inibitório que envolve pelo sistema de recompensa. A ideia central des-
regiões do estriado, tálamo, córtex pré-frontal ta teoria é que o cérebro busca um equilíbrio
(CPF) e os núcleos dorsais da rafe. Durante a ado- nesta tríade neural a partir de fatores transitórios
lescência, existe uma hipoativação desse siste- e inerentes. Os fatores transitórios dizem respei-

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to a mudanças bruscas de estímulo, como a CONCLUSÃO


>
ação de uma droga, mudança de um ambiente
para outro (escola para casa), estado de humor As diversas transformações psicossociais du-
etc. No caso dos fatores inerentes, eles incluem rante a adolescência estão associadas a alterações
as características permanentes do indivíduo neurobiológicas específicas, especialmente no
(temperamento, transtorno mental, experiên- sistema cortical, com destaque para o CPF e no
cias de vida, genética, idade etc.). Segundo a sistema subcortical, a partir da amigdala e do es-
autora, existe um desequilíbrio natural entre os triado. Os sistemas de neurotransmissão também
fatores transitórios e inerentes durante a adoles-
possuem papel crítico nesse processo, principal-
cência, e este processo impactaria diretamente
mente a partir do neurotransmissor DA regulan-
no sistema triádico, causando o aumento da ati-
do o sistema de recompensa e a 5-HT regulando
vação de neurônios das estruturas subcorticais
(emoção) em detrimento do CPF (cognição). É o sistema inibitório nas áreas corticais. O dese-
por esta razão que os adolescentes se engaja- quilíbrio na integração das estruturas corticais e
riam com mais facilidade em comportamentos subcorticais, a partir do modelo triádico, é uma
de risco, que podem levar ao desenvolvimento das principais hipóteses para explicar a busca por
ou agravar os transtornos mentais. comportamentos de risco nos adolescentes.

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