Revista Pos Edicao 8

Propriedade do Centro Universitário Leonardo da Vinci
FICHA CATALOGRÁFICA
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Revista UNIASSELVI-PÓS: Ética Profissional - Centro Universitário

Leonardo da Vinci (Grupo UNIASSELVI). – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
46p. : il. col.

Periodicidade: Semestral.
ISSN: 2317-5966
1. Ensino superior. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI.

II. Programa de Pós-Graduação EAD.
CDD 378.005
Ética Profissional Indaial / SC Volume 8 Número I jul. 2018

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
ÉTICA
PROFISSIONAL
jul. 2018 Número I Volume 8 Indaial / SC Ética Profissional

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
APRESENTAÇÃO
A UNIASSELVI, por meio do seu Programa de Pós-Graduação
Lato Sensu, apresenta a 8ª edição da Revista Uniasselvi-Pós. Esta
edição propõe um debate a respeito da Ética Profissional, termo
que assume uma importância cada vez maior tanto no mercado de
EXPEDIENTE EDITORIAL trabalho quanto no campo de atividade acadêmica. A escolha por este
tema se deu, principalmente, por acreditarmos que esteja na ética a
base para uma sociedade justa e digna para todas as pessoas e em
Reitor do Centro Universitário todos os espaços.
Leonardo da Vinci
Prof. Hermínio Kloch Esta edição inicia com uma entrevista com Gabriel Guioto,
economista, gestor de Gente e Gestão na UNIASSELVI. Em seguida,
Diretor do Programa de Pós-
apresentamos sugestões de leitura que têm a Ética como tema central.
Graduação Lato Sensu:
Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Para encerrar esta 8ª edição da Revista Uniasselvi-Pós, publicamos
Presidente do Conselho editorial: os seis artigos que foram selecionados pelo Conselho Editorial.
Prof. Carlos Fabiano Fistarol
O primeiro artigo, intitulado A ética profissional do docente na
Membros do Conselho Editorial: formação cidadã do educando, analisa a postura ética do profissional
Profª. Ana Karoline dos Santos de educação como construtor e formador da cidadania do educando.
Profª. Cristiane Lisandra Danna
Profª. Edinéia Lúcia Duarte O segundo artigo, Ética em administração de pessoas na
Profª. Elys Regina Zils contemporaneidade: um estudo sobre os aspectos envolvidos
Prof. Fábio Devigilli no processo de gerenciamento de equipes, aborda conceitos
Prof. Fernando Luis Berndt
e conhecimentos acerca dos principais aspectos envolvidos no
Prof. Marcio Oliveira da Silva
gerenciamento de equipes, partindo de uma breve definição da ética
Profª. Marcia Andréia Leite Gonzaga
em geral e posteriormente direcionando para a ética empresarial.
Profª. Noemi Back Oliveira
Profª. Rosane Cristina Coelho Pisa
Profª. Tamires Vogel O trabalho pedagógico na capacitação de gestores e fomento da
ética no ambiente corporativo é o título do terceiro artigo, que aborda o
Revisão Editorial: atual cenário empresarial e o mercado altamente competitivo que exige
Profª. Elys Regina Zils constantemente adaptações e modificações nos modelos de gestão.
Profª. Evelise Paulis
Prof. José Roberto Rodrigues Refletir acerca da importância da ética na gestão escolar,
estendendo-se para as inter-relações entre todos os sujeitos
Diagramação: constituintes do contexto escolar é a proposta do quarto artigo, que
Equipe Produção de Materiais tem o título Ética na gestão escolar.
CENTRO UNIVERSITÁRIO
O quinto artigo, intitulado Ética! Temos ou não temos? E se não
LEONARDO DA VINCI
temos, quando teremos?, tem por objetivo explicar a ética e buscar
Rodovia BR 470, Km 71, diferenciar a ética da moral e outros termos correlatos que, embora
n. 1.040, Bairro Benedito estejam relacionados entre si, são conceitos distintos.
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/
SC Ética: dos primórdios filosóficos às corporações modernas, o
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 sexto artigo, encerra a 8ª edição da Revista Uniasselvi-Pós e se
e-mail: pedagogico-posead@unias- dedica ao estudo do tema ética nas corporações.
selvi.com.br
Desejamos a todos uma ótima leitura!

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
ÍNDICE
6 Entrevista Artigo
23
Gabriel Guioto O Trabalho Pedagógico na
Capacitação de Gestores e Fomento
da Ética no Ambiente Corporativo
Dicas de Leitura Sobre o
7
Autora: Jaqueline de Bairros
Tema Ética Profissional
29
Artigo
Ética na Gestão Escolar
Artigo
9
Autor: Jean Michel Kolcenti
A Ética Profissional do Docente na
Formação Cidadã do Educando
Autor: Antonio Jorge Silva de Abreu Artigo
34
Ética! Temos ou Não
Temos? e se Não Temos,
Artigo Quando Teremos?
Ética em Administração de Autor: Maurício Souza da Silva
17
Pessoas na Contemporaneidade:
Um Estudo Sobre os Aspectos
Envolvidos no Processo de Artigo
39
Gerenciamento de Equipes Ética: dos Primórdios
Autor: Bruno Henrique Marim Bolssone Filosóficos às Corporações
Modernas
Autor: Victor José Caglioni

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
ENTREVISTA
Entrevistado
Gabriel Guioto
Gabriel Guioto é gestor de Gente e Gestão na UNIASSELVI. Iniciou sua carreira na Arthur Andersen,
empresa multinacional de consultoria e auditoria. Antes de ingressar na UNIASSELVI, foi membro
do Conselho Executivo, diretor de Gente e Gestão da Brasil Pharma S.A. Entre 2007 e 2011, exerceu
funções de controller e gerente de Planejamento e Controle da PDG Realty S.A. Também atuou na área
de Controladoria do Banco Pactual. Possui graduação em Economia pela UFRRJ, onde também concluiu
uma pós-graduação em Finanças Corporativas.
PERGUNTAS 5 - A colheita de ações competentes e de

qualidade é automática quando investimos na
1 - Como o senhor define ética? formação profissional?
Entendo que é o conjunto de regras e valores que Não tenho dúvidas de que há no mínimo uma
conduzem um grupo ou uma sociedade. reflexão antes das ações quando investimos em
formação profissional. E posso afirmar que, em
2 - O que o senhor considera como ética na muitos casos, os efeitos são automáticos.
produção do conhecimento?
6 - O não saber é um sinal de inteligência.
Considero que se deva cumprir as regras e seguir Ele impulsiona a busca. Mas a dúvida, ela
os valores, sem esquecer que a pesquisa é parte estaria relacionada diretamente à inovação, ao
fundamental do conhecimento. reinventar. Por quê?
3 - Ética e conhecimento relacionam-se à Acredito que o não saber pode impulsionar a

integridade. A integridade da vida individual busca, a curiosidade, a formação da opinião e
e coletiva. Quanto à formação profissional, a necessidade de inovar. Entendo que a busca
nós temos a preocupação com a qualidade do contínua por inovação pode impulsionar novas
ensino e o compromisso com o conhecimento. tecnologias e trazer benefícios para a sociedade.
O que o senhor considera como qualidade na
formação profissional? 7 - Atualmente costuma-se afirmar que três
perguntas são essenciais para cuidarmos
Acredito que a qualidade na formação profissional da vida: Quero? Devo? Posso? Todavia a
está ligada diretamente à busca pela excelência, tanto resposta para essas perguntas são dilemas que
no âmbito acadêmico como administrativo. Sendo enfrentamos diariamente. Quando podemos
assim, um profissional que busca conhecimento dizer que somos antiéticos ao responder essas
continuamente, através de pesquisas, pode levar a perguntas? E quando podemos dizer que
área acadêmica a um outro patamar de qualidade. somos aéticos ao respondê-las?
4 - Ética, conhecimento, subjetividade, coletividade. Há coisas que eu quero, mas não devo. Há coisas
que eu devo, mas não posso. Há coisas que eu
Esses elementos se entrelaçam na formação
posso, mas não quero. Dessa forma, podemos
do indivíduo desde o nascimento. É possível
caracterizar a ética de uma sociedade, corporação
a Universidade interferir na formação ética do
ou grupo. Os valores morais são base determinante
indivíduo, sendo que a ética diz respeito à formação para concluir sobre um comportamento ético ou
educacional (desde criança) de um sujeito? antiético. Um comportamento antiético é aquele que
A formação do indivíduo é a soma de esforços transgride a ética e as regras, rompendo valores
promovidos desde a educação da família, da básica da sociedade. O aético é simplesmente aquele ou
aquilo ao qual não se aplica a questão da ética.
e fundamental até a universidade. Portanto, acredito
que, ainda que parcialmente, a universidade pode
8 - Atualmente, qual o principal quesito para ser
interferir na formação ética do indivíduo, seja através
um profissional de sucesso?
do conhecimento ou coletividade. Atualmente
as escolas e universidades estão cada vez mais Profissionais devem administrar recursos escassos
abordando o assunto. com inteligência, equilíbrio emocional e aderência
à cultura da empresa, com ética.

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
DICAS DE LEITURA SOBRE O

TEMA ÉTICA PROFISSIONAL
ÉTICA PROFISSIONAL
Autor: Paulo Roberto Barsano
Este livro aborda a origem e a evolução do homem, a diversidade cultural e as

culturas nacionais; trata de fundamentos de cidadania e da Declaração Universal
dos Direitos Humanos, além de aplicações da cidadania nas organizações,
absenteísmo e controle do tempo.
Editora Erica, 2014
ISBN 8536507950, 9788536507958
Número de páginas: 120.
ÉTICA NA GESTÃO EMPRESARIAL:

DA CONSCIENTIZAÇÃO À AÇÃO
Autor: Francisco Gomes de Matos
O livro proporciona não só os fundamentos e o modelo, mas o ferramental para

gestão da ética. A corrupção pensou destruir a Ética, mas não contava com a
rebelião das consciências.
Editora Saraiva, 2016
ISBN 8502065793, 9788502065796
FILOSOFIA E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO
Autor: João Augusto Máttar Neto
A obra tem como proposta explorar os pontos de comunicação entre os universos

da filosofia, da ética e da administração. Um de seus destaques é a aplicação da
filosofia e da ética na vida das organizações.
ISBN 8502042920, 9788502042926

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL NOS NEGÓCIOS
Autora: Patricia Ashley
Escrita por 12 pesquisadores sobre o assunto no Brasil, esta obra é totalmente

voltada à realidade brasileira. Procurando fugir da visão tradicionalista, mercantil
ou puramente filantrópica, o livro utiliza-se de abordagem inovadora para mostrar
o papel estratégico da responsabilidade social nos negócios.
Edição 2, reimpressão
ISBN 8502050672, 9788502050679
ÉTICA E CIDADANIA NA EDUCAÇÃO
Autor: Antônio Bonifácio Rodrigues de Sousa
Os capítulos iniciais deste livro tratam de temas teóricos, como os fundamentos

básicos da ética. Os seguintes abordam questões práticas e essenciais à
educação, como disciplina e cidadania. Questionários ao final dos capítulos
servem de subsídios, motivando a análise crítica de cada tema.
Coleção: Ethos - Editora: Paulus, 2010
ISBN: 9788534931939
A ÉTICA DA DISCUSSÃO E A QUESTÃO DA VERDADE
Autor: Jürgen Habermas
A obra é composta de duas partes: a primeira mostra as respostas concedidas

por Habermas num debate público ocorrido em 1º de fevereiro de 2001 no
anfiteatro Descartes da Universidade de Paris-Sorbonne (Paris IV). A segunda
parte apresenta conferência realizada em 31 de janeiro de 2001 a convite do
Centre Georges-Pompidou no quadro de suas "Revistas faladas". Nela, Habermas
apresenta os temas de que tratou em seu último livro (Verdade e Justificação),
numa síntese que fornece assim uma visão geral da concepção da verdade teórica
e prática apropriada à ética da discussão.
Editora: Wmf Martins Fontes, 2004
ISBN: 9788578277390

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UNIASSELVI-PÓS
ARTIGOS Antonio Jorge Silva de Abreu

Autor:
Graduado em Licenciatura
A ÉTICA PROFISSIONAL DO em História pela Universidade

Católica Dom Bosco (UCDB).
DOCENTE NA FORMAÇÃO Pós-graduando em Metodologia de Ensino

de Filosofia e Sociologia (UNIASSELVI).
CIDADÃ DO EDUCANDO E-mail: antoniusabreu@gmail.com
Resumo
O presente trabalho analisa a postura ética do profissional de educação como construtor e formador da cidadania
do educando. Discute-se aqui o conceito de ética e sua projeção na realidade do educador; a autonomia,
tarefa fundamental no ato de educar, como um princípio pedagógico para a formação dos professores e prática
ligada à construção da cidadania; os fundamentos éticos e políticos que determinam a atuação profissional do
educador e os valores e ações comprometidos com a construção da cidadania do aluno; a atuação do professor
ao proporcionar um ambiente propício ao diálogo e que implica uma educação libertadora.
Palavras-chave: Ética Profissional. Educação. Cidadania.
1 INTRODUÇÃO professor objetiva alcançar aquilo que representa e

define o seu desenvolvimento como sujeito histórico
A necessidade ética, na consideração do e livre. Estamos falando da autonomia, valorizada
respeito da pessoa humana, é uma das discussões na literatura freireana como tarefa fundamental no
mais vivas e polêmicas da atualidade. No exercício ato de educar, e uma postura ética no modo de
das relações sociais, a educação, atributo da aprender e ensinar em sala de aula. É exatamente
formação humana, é essencialmente uma prática neste ponto que residem importantes questões
de significado ético. Por isso que na formação da educação atual, como: quais as propostas e
docente, objeto de extensas pesquisas e estudos, intenções pedagógicas da legislação brasileira,
a ética profissional é uma qualidade que se prevê no contexto ético e profissional, para a construção
do professor. Neste sentido, é necessário que a escolar em um mundo globalizado? Como o
prática do educador, uma prática interventiva a incentivo a uma consciência crítica da realidade
partir da/e na realidade, dialogue com a realidade ajuda o educando a se aproximar do conhecimento
do educando em prol da formação da cidadania. e do agir eticamente? Qual a postura ética do
profissional de educação no cotidiano escolar?
O homem, dentro de uma perspectiva
histórico-social e guiado pela natureza de sua Este trabalho está dividido em três partes.
existência, atua e transforma a realidade em Na primeira é abordada a relação da ética com a
que vive por meio de seu modo de agir. Nessa educação, em que a ética é definida como uma
formação histórica e cultural repousam a incessante reflexão sobre a moral e o comportamento
sensibilidade e exigência de uma conduta ética de humano, tornando-se, assim, um importante fator na
características proeminentemente humanas. Esse formação do educando. Também são apresentados
caminhar direciona-se a uma reflexão crítica sobre a trajetória e o projeto de cidadania desempenhada
o comportamento moral e as particularidades dos pela legislação pedagógica brasileira, o que
seres humanos. demonstra o caráter ético e político da educação.
Dessa experiência surge o reconhecimento da
No decorrer da dinâmica política e social responsabilidade do professor em incentivar a
do país, o professor se adapta às estruturas criatividade e a reflexão nos alunos.
transformadoras e de mudanças para que, no
diálogo com o mundo real, possa desenvolver Na segunda parte discorre-se sobre a educação
um aprendizado criativo, crítico e democrático. O e a autonomia, tendo a ação docente como partícipe

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
na formação da cidadania. Dentro desse processo pedagógica em que a ação ética e política
crítico e educacional estão inseridos os princípios privilegie o questionamento e o diálogo. Nesse
pedagógicos que o educador deve considerar em sentido, “sempre caberá ao professor adaptar
sua prática educativa. Assim, discute-se a prática novas diretrizes à sua realidade concreta, aos
docente como formadora e ética, ligada ao respeito seus alunos, ao seu mundo” (PERISSÉ, 2004, p.
que o professor precisa ter para com a identidade 15), entendendo que, conforme Severino (2011, p.
e os direitos do aluno, em que, ao mesmo tempo, 131), “a exigência da eticidade assume dimensão
desperta no educando a curiosidade que o torna um de radicalidade na prática educativa”.
cidadão crítico e participativo.
Na medida em que o educador se compromete
Na terceira e última parte analisam-se a com essas diretrizes, ele terá parte na formação da
formação e os fundamentos éticos dos professores pessoa humana do educando. Esse valor humano
dentro de um comprometimento na construção está associado à esfera da ética, que aqui é entendida
da cidadania – o que envolve um projeto coletivo. como “doutrina do valor, do bem e da conduta
Nesse caso, a formação, atitude tipicamente humana”, sendo, ainda, “uma reflexão crítica sobre
educacional, é entendida como o processo a moralidade, sobre a dimensão do comportamento
de emancipação e autonomia do indivíduo. humano” (GRINSPUN, 2014, p. 73). “A ética coloca-
O educador se reconhece como agente que se numa perspectiva de universalidade”, afirma
atua sobre a realidade do mundo concreto, no Severino (2011, p. 139), “enquanto a moral fica
qual o conhecimento é o principal mecanismo sempre à particularidade dos grupos e mesmo
determinante da existência, e percebe, em sua dos indivíduos”. Paralelamente, Mora (2001, p.
sensibilidade ética, que esse conhecimento, 245) define a ética como “a ciência que se ocupa
alicerçado pela política das relações sociais, é o dos objetos morais em todas as suas formas”, e
que direciona o educando para a participação da também, conforme explica Droit (2012, p. 94), “uma
vida em sociedade. preocupação com os outros” que “nos chama a ser
responsáveis para com eles”. Essa reflexão, por sua
Neste estudo, optamos por pesquisar os vez, busca compreender, dentro de uma relação entre
planos da política educacional representados pela a ética e a educação, a emancipação do indivíduo e a
legislação que se direciona para a formação e formação de sua cidadania.
prática educacional. Tomamos como fonte de estudo
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional A ética contemporânea é o resultado do
(LDB), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) comportamento do sujeito humano sobre sua
e as orientações dos Conselhos Escolares. No realidade. A educação, regida por meio de
panorama da educação e da formação docente, os ferramentas simbólicas, é uma prática cultural
autores que dão sustentação teórica e metodológica que se revela como modalidade técnica e política
a este trabalho são: Paulo Freire, Antônio Severino, de expressão do ambiente histórico-social, “bem
Gabriel Perissé, Mírian Grinspun, Ana Freitas, Edgar como investimento formativo em todas as outras
Morin e Mary Warnock. Entre os estudos específicos modalidades de práticas” (SEVERINO, 2011, p. 134).
sobre o conceito de ética, destacam-se José Mora e A produção de conceitos e a vivência de valores,
Roger-Pol Droit. em seu caráter de prática cultural, representam os
recursos simbólicos que dão margem e referência
para o andamento da existência histórica do
2 ÉTICA E EDUCAÇÃO indivíduo. Por isso, a relação da ética, uma
referência valorativa, com a educação, constituída e
Não há dúvida de que, quando se trata da inserida no conjunto de um contexto histórico-social
formação da cidadania do indivíduo, a referência (SEVERINO, 2011, p. 135).
mais importante é o professor. O desenvolvimento
moral e a formação de valores do aluno se devem Foi pensando nesse projeto de cidadania,
à contribuição desempenhada pelo educador, e em uma reforma da legislação pedagógica
sem a qual o projeto pedagógico da escola não brasileira, histórica e socialmente determinada pela
seria possível. Isso se dá com uma postura consolidação democrática e a globalização, que a

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UNIASSELVI-PÓS
Lei de Diretrizes e Bases de 1996 buscou romper aspectos do cotidiano da prática pedagógica”
com a ideia de um ensino compartimentado, (BRASIL, 1997, p. 10), como essenciais para a
descontextualizado ou preocupado apenas com o formação ética dos estudantes. É, sem dúvida,
acúmulo de conhecimento, para destacar, como a partir desse contexto que, em seu trabalho
objetivo da educação básica, o aprimoramento do escolar, o professor deve se afastar das tendências
educando, garantindo-lhe uma formação igualitária moralistas que instigam o espírito doutrinador e o
e concentrada no desenvolvimento da cidadania. discurso vazio.
É notória no texto a aproximação que é feita entre
dois objetivos existentes na Constituição de 1988: Deste modo, a experiência, tal como aparece
a preparação para o trabalho e para a cidadania. nos PCN, além de reflexão crítica, é também e
Porém, é no parágrafo III, do artigo 35, da LDB, fundamentalmente uma responsabilidade ética do
em relação às finalidades do Ensino Médio, que professor. Ela torna-se essencial ao educador, que
é estabelecido “o aprimoramento do educando ao invés de encobrir, descobre novas maneiras que
como pessoa humana, incluindo a formação ética “possibilitam que o aprendiz ensine os professores
e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do a ensinar-lhe” (PERISSÉ, 2004, p. 71). Nesse
pensamento crítico” (BRASIL, 2002, p. 17). O que caso, quando se direciona os alunos ao diálogo
é importante, portanto, é que se abriu caminho, ocorre uma ação dupla no modo de ensinar, em
pelo menos na legislação, para a organização de que o educador percebe “o seu ensinamento no
um projeto de formação ligado ao saber crítico e rosto do aluno que aprende” (PERISSÉ, 2004, p.
não mais apenas à profissionalização técnica. 71). Um dos problemas que envolvem o ensino na
sala de aula é a falta de experiência do professor
É nessa perspectiva de formação que os em lidar com o diálogo, em que estão em jogo a
Parâmetros Curriculares Nacionais, proposta de comunicação e o entendimento. Por isso:
orientação ética-profissional e de terminologia
educacional que integra conceitos extraídos de É responsabilidade do professor suscitar no aluno
discussões pedagógicas, inclusive e principalmente a responsabilidade de enriquecer-se para que as
próprias aulas do professor deixem de ser uma
da prática educativa, vertida como a realidade
experiência linear, baseada no unilateralismo, e
do cotidiano da escola, valorizam as intenções crie-se um âmbito de participação, em que, cada
pedagógicas da construção escolar como um cumprindo o seu papel, todos colaborem
dependentes do ambiente em que o aluno vive. para o mútuo crescimento humano das pessoas
envolvidas (PERISSÉ, 2004, p. 71).
O conhecimento não é visto como algo situado
fora do indivíduo, a ser adquirido por meio Essa experiência é, portanto, uma forma de
de cópia do real, tampouco como algo que dialogar com a realidade. A formação do professor,
o indivíduo constrói independentemente da
considerada como a preocupação da filosofia da
realidade exterior, dos demais indivíduos e de
suas próprias capacidades pessoais. É, antes educação, também depende da formação do aluno.
de mais nada, uma construção histórica e social, Tal preocupação converte-se concretamente em uma
na qual interferem fatores de ordem cultural e solicitação ao professor para que ele, na sua vida
psicológica (BRASIL, 1997, p. 36-37). profissional, estimule o aluno, baseado na realidade,
a desenvolver sua capacidade criadora. Em suma,
A partir dessa postura, os PCN tentaram quando professor e aluno criam uma relação criativa
inserir nos ensinos Fundamental e Médio novos com o mundo real, o aprendizado deixa de ser
parâmetros pedagógicos que visam à valorização apenas acumulação de informações, e o diálogo,
da autonomia do estudante, tendo o professor como condição humana modificadora do real,
como o principal agente. Como se pode supor, o desenvolve-se “automaticamente no momento em
documento destaca o ato de educar como formador que essas características são exercitadas na própria
de indivíduos questionadores dos valores e relação com a realidade” (PERISSÉ, 2004, p. 50).
comportamentos compreendidos como “corretos”.
E essa crítica pedagógica, ou esse incessante Enquanto mecanismo de formação humana,
exame ético, atribui importância à reflexão e à a educação é fundamentalmente uma ação de
experiência, em uma constante “discussão de dimensão ética. E o professor, ao levar em conta

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
essa preocupação de caráter político das relações criticidade como ferramenta para o conhecimento.
sociais, constrói em sua profissão um processo de E essa ação se concretiza na medida em que a
autonomia, trabalho essencial no ato de educar. curiosidade, criticizando-se, aproxima-se cada
Portanto, quando conclamado a essa postura ética, vez mais do conhecimento e “se torna curiosidade
que percorre a realidade de sua existência, não epistemológica” (FREIRE, 2016, p. 32-33).
pode ser pensada ou praticada de modo parcial
em relação ao coletivo, mas antes, nas palavras A curiosidade epistemológica, que Paulo Freire
de Mary Warnock (1994, p. 213), como “uma passa a considerar com mais clareza no processo
satisfação semelhante no reconhecimento de que o de formação dos educadores, caracterizando-a
progresso é possível para todos os alunos. Ter tais como produção do conhecimento, prioriza a ética
convicções e sentir tais prazeres é, evidentemente, e a experiência profissional do professor, que deve
adotar uma atitude moral”, prática “essencial à “promover o exercício sistemático da curiosidade no
educação, e no seu próprio cerne”. processo de pensar e de estudar a própria prática”
(FREITAS, 2016, p. 108). Freire acentua a educação
como um ato de conhecimento e denuncia o
3 EDUCAÇÃO E AUTONOMIA ensino “cujas certezas se revelam castradoras da
curiosidade dos educandos”. Para ele, a curiosidade
O objetivo principal da escola é a educação é uma espécie de “antídoto das certezas”, e é nessa
vinculada à ideia de autonomia. Esta última é curiosidade que reside o “agir sobre a realidade
situada em relação à participação social e política para transformá-la” (FREITAS, 2016, p. 107). Freitas
dos grupos, em que a escola se torna “um lugar enfatiza essa posição, quando diz que:
privilegiado para o exercício da democracia
participativa, para o exercício de uma cidadania A criação do termo curiosidade epistemológica
traduz, em síntese, o entendimento de Paulo
consciente e comprometida com os interesses da
Freire acerca da necessária postura para que
maioria socialmente excluída” (BRASIL, 2004, p. o ato de conhecer se efetive numa perspectiva
20). A autonomia é vista como um processo de crítica. A curiosidade epistemológica não é
inserção da comunidade na gestão democrática da qualquer curiosidade, mas é a que está ligada
escola. Em outras palavras, uma ação libertadora ao difícil, mas prazeroso, ato de estudar. É
que procura abandonar as práticas autoritárias própria da consciência crítica e se desenvolve
no processo de conscientização. A promoção da
vigentes na sociedade. Essa autonomia
curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica
educacional, além de ao professor e à escola, é requer o desenvolvimento da rigorosidade
voltada principalmente para o aluno, propondo a metódica e representa um desafio à formação
ação e a reflexão da/e na realidade. com educadores/as (FREITAS, 2016, p. 108).
Pensando a realidade não só como dado Desse modo, Freire, em Pedagogia da

objetivo, a verdade, senão, também, como a autonomia, caracteriza e reflete a autonomia, tarefa
percepção que o homem tem dela, Paulo Freire fundamental no ato de educar, como um princípio
vê um parentesco, uma semelhança, entre ela e pedagógico para a formação dos educadores.
a capacidade de aprender do indivíduo. Para ele, Por conseguinte, ele delimita sua reflexão em
“ensinar exige apreensão da realidade” (FREIRE, incursões que vai elaborando sobre “saberes
2016, p. 67) por parte do professor, para que, necessários à prática educativa” (FREIRE, 2016),
com clareza, possa se direcionar em sua prática em que, para isso, há que se pôr em crítica
de ensino. É essa concepção da realidade como permanentemente “à malvadez neoliberal, ao
ação transformadora ou, mais precisamente, como cinismo de sua ideologia fatalista e a sua recusa
percepção do mundo – leitura dos fatos como parte inflexível ao sonho e à utopia” (FREIRE, 2016, p.
de um todo que dialoga –, que permite a Freire (2011, 16). O que dá apoio ético à defesa e à necessidade
p. 31), para além de todo obstáculo, dizer que essa da “perspectiva crítica” em segmentos de formação
“leitura crítica da realidade” pode compor-se em um de educadores é a autonomia do ser humano. É,
“instrumento de ação contra-hegemônica”. Desta certamente, a partir desse contexto que Freire
forma, a educação e a formação, que se inserem defende a autonomia como um processo que vai
na ética profissional do professor, devem permitir a se construindo no desenvolvimento do sujeito

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
histórico, de democracia e liberdade: “o trabalho de autorrealização (GRINSPUN, 2014, p. 94). Debater

construção de autonomia é o trabalho do professor sobre essas questões é uma tarefa imprescindível
com os alunos e não do professor consigo mesmo” na trajetória pedagógica, pois a educação:
(FREIRE, 2016, p. 63).
[...] estando comprometida com os atos
É nesse sentido que a prática docente humanos, levará ao aluno – objeto e objetivo
dessas ações – o entendimento do que sejam os
também está ligada à construção da cidadania:
conhecimentos, os valores, as crenças, os mitos,
“A prática docente, especificamente humana, os desejos, os interesses e as necessidades.
é profundamente formadora, por isso, ética” A educação, acompanhando e interferindo na
(FREIRE, 2016, p. 64). Para Paulo Freire (1981, p. própria história e, por conseguinte, na história
45), a “condição de cidadão, quer dizer, com o uso que o aluno produz, poderá e deverá promovê-
dos direitos e o direito de ter deveres de cidadão” lo a ser um agente mais crítico e consciente na
transformação individual. Um ser que pensa, que
é o que define a cidadania. Para que a prática
age, que constrói, que se emociona e que, por
docente atinja seu objetivo formador é necessário certo, há de se juntar aos demais na busca de
que toda forma de apropriação de conhecimento uma sociedade mais justa, igualitária e humana
esteja diretamente ligada e em conformidade com (GRISPUN, 2014, p. 95).
a realidade do educando, assim, a cidadania será
efetivada a partir da/e na realidade em que ocorrem A educação é legitimada quando estabelece,
o debate e a reflexão. É por meio do exercício da em um contexto histórico, a prática humana, com
coletividade e das relações sociais que a cidadania sua proposta centrada na autonomia. O ambiente
se manifesta em benefício dos direitos e deveres escolar é repleto de situações que auxiliam o
do cidadão. Essa defesa dos direitos se concretiza aluno a pensar, refletir e agir a partir dos valores
no momento da prática docente como prática ética, considerados legítimos nas relações humanas.
coletiva e formadora. Não como algo externo da Cabe à educação investir, com base em seu próprio
atividade docente, “mas como algo que dela faz conceito de formação, na construção de uma
parte”, assim como “o respeito que o professor sociedade renovada. O ensino, mediando os alunos
deve ter à identidade do educando, à sua pessoa, e professores no universo do trabalho, das relações
a seu direito de ser” (FREIRE, 2016, p. 65). econômicas, da vida social, da formação de
identidade, da cultura, da política e do poder, deve
Ao analisar o papel ético do professor, que ser reconhecido como prática conjunta da técnica e
considera a identidade do educando, e para atentar da política que integra os sujeitos, consolidado pelo
à questão da prática docente, Grinspun (2014, p. valor ético (SEVERINO, 2011, p. 145).
83) destaca que essa reflexão, atitude formadora,
leva o educador a compreender a conduta do
indivíduo e o processo de cidadania. Em síntese, 4 FORMAÇÃO E FUNDAMENTOS
a prática docente está ligada ao papel do educador ÉTICOS DOS PROFESSORES
em estimular no educando a curiosidade que o
destaca como indivíduo crítico e participante das Para Severino (2011, p. 132), a ética ocupa
mudanças do mundo, “como indivíduo consciente, um papel importante no processo educativo. Para
histórico, no processo de transformação da ele, a formação constitui-se “uma situação de plena
sociedade”. É nesse sentido que se corroboram as humanidade”, que se caracteriza pela emancipação
palavras de Freire no que se refere ao respeito que e autonomia dos envolvidos. Nessa reflexão, a
o educador deve ter ao educando, ao “seu direito educação, identificada como um investimento de
de ser” (2016, p. 65). formação humana no âmbito da relação pedagógica
pessoal e social, tornou-se uma prática atuante no
Ao estimular esse indivíduo participativo, meio da sociedade, articulada por valores éticos
o educador estabelecerá as bases para o e políticos, graças à interação da convivência
desenvolvimento do educando, “favorecendo-lhe a humana. Desse modo, os grupos sociais, quanto
construção de conhecimentos, a conscientização mais se tornam complexos, mais criam “práticas
de seus sentimentos, de forma a torná-lo um formais de educação, institucionalizando-as
cidadão crítico”, direcionando-o para a sua sistematicamente” (SEVERINO, 2011, p. 133).

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Nas palavras de Severino (2011, p. 136), tecnologias e a abertura para o mercado externo,
“todos os homens dispõem de uma sensibilidade determinou as reformas na esfera educacional.
moral” determinante de suas ações e de modo a No entanto, Grinspun salienta que não se deve
correlacionar as atitudes “boas ou más, lícitas buscar apenas nos segmentos de novas técnicas
ou ilícitas, corretas ou incorretas”. O ambiente para assegurar a qualidade organizacional da
sociocultural impõe ao homem normas de educação. Na qualidade está também a prática
comportamento e de prática que são aderidas educacional que busca autonomia e liberdade para
e recebidas como sua individualidade, sua as escolas para que “a formação do aluno ocorra
subjetividade, em uma espécie de vivência em termos da formação do cidadão participativo,
da “força do valor que lhe é, então, imposto”, crítico e consciente de seu papel na sociedade”
demonstrando que a tendência para a ética, ou o (GRISPUN, 2014, p. 110).
dever ético, são ações comuns a todas as pessoas,
“embora se expressando de formas diferenciadas Nesse sentido, o homem não é um sujeito
nas diferentes coordenadas históricas dos grupos meramente dominado pela sociedade e pela
humanos” (SEVERINO, 2011, p. 136). natureza. Em uma perspectiva cultural e histórico-
cultural, ele “é uma entidade natural histórica,
Esse compromisso ético é expresso no determinada pelas condições objetivas de sua
momento em que a educação, envolvida com existência, ao mesmo tempo que atua sobre elas por
a pessoa humana, desenvolve suas atividades meio da sua práxis” (SEVERINO, 2011, p. 142), ou
direcionadas para a formação do aluno. A dimensão prática. Essa é a importância e a responsabilidade
ética, no vínculo do indivíduo com a sociedade, do educador em valorizar a dignidade da pessoa
advém de uma experiência histórico-cultural em humana, o que resultará em uma postura
que os indivíduos se colocam perante o outro, pedagógica livre da ética abstrata, alienada, mas
respeitando-se reciprocamente, como pessoas real e concreta em torno da existência (SEVERINO,
dispostas ao diálogo. Consequentemente, “o ato 2011, p. 142). Esse comportamento estabelece um
de orientar pressupõe um comportamento ético compromisso de aplicação do único instrumento
definido, com base numa responsabilidade moral para a orientação de nossas vidas:
precisa” (GRINSPUN, 2014, p. 75). A educação,
por ser uma atividade de ação e reflexão humana, [...] o conhecimento que precisa tornar-se,
está inserida no ambiente da normatividade ética, então, competente, criativo e crítico. A mais
radical exigência ética que se faz manifesta,
o que leva Mirian Grinspun a concluir que essas
neste quadrante de nossa história, para todos os
normas que orientam o comportamento humano, sujeitos envolvidos na e pela educação é, sem
também em toda a gama da educação, servirão nenhuma dúvida, o compromisso de aplicação
para propiciar ao aluno: do conhecimento na construção da cidadania.
(SEVERINO, 2011, p. 143)
[...] as posições a serem tomadas na sua conduta,
no seu processo de escolha, na sua postura Desse modo, cabe à educação a tarefa de
social. Com a clarificação dos valores emergentes construção da cidadania. Consequentemente,
de uma sociedade, com a reflexão dos princípios é importante que se assegure a comunicação
éticos que a dimensionam e a estruturam, o aluno e o diálogo nessa prática política e pedagógica
poderá ter melhores condições para refletir e assumida pelo professor e pela escola. É no
discutir os valores da verdade, da liberdade e da
exercício de sua profissão que o professor distingue
responsabilidade (GRINSPUN, 2014, p. 94).
e subtrai as barreiras existentes na realidade
escolar. E nesse caso, o docente, sensível
O processo de democratização brasileiro, aos valores éticos, é impelido a emitir valores
em todos os seus aspectos, esteve unido a uma comprometidos com o comportamento humano.
característica política da educação “entendida Aqui vale lembrar Freire (2016, p. 20) quando diz
como estratégia de formação e emancipação das que “é no domínio da decisão, da liberdade, da
novas gerações, de sujeitos sociais capazes de ruptura, da opção, que se instaura a necessidade
definir por si seu destino histórico” (GRISPUN, da ética e se impõe a responsabilidade”, assim,
2014, p. 110). Esse cenário político, em que “a ética se torna inevitável e sua transgressão
também está inserido o surgimento de novas possível é um desvalor, jamais uma virtude”.

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Em sua realidade escolar, o professor amparadas pelo aspecto ético: o domínio do conteúdo
encontra um ambiente múltiplo e dinâmico propício teórico, a habilidade técnica e o reconhecimento da
ao diálogo. Nesse contexto, conforme Morin (2000, representação política das relações sociais. Assim
p. 11), a educação “só pode ser viável se for uma sendo, a escola não pode servir como efetivação do
educação integral do ser humano. Uma educação monólogo, como imposição de valores e dominação.
que se dirige à totalidade aberta do ser humano Por isso mesmo,
e não apenas a um de seus componentes”. Em
outras palavras, trata-se de pensar no diálogo [...] em que pesem todas as limitações, a
como um projeto pedagógico crítico que pode mediação para a formação ética dos aprendizes
atingir todo o público escolar atual e que implique passa necessariamente pelo esclarecimento,
em uma educação libertadora. É na aproximação ou seja, embora não baste saber, é preciso
compreender. Compreender aqui significa
com a realidade que o professor desvia dos
vivenciar um saber que não apenas toca
obstáculos e elabora seu plano de ação.
o intelecto, mas também move a vontade,
desvelando um sentido valorativo, despertando
Entre essas barreiras encontradas pelo a sensibilidade ao nexo desse valor ao valor da
educador está, por exemplo, a questão das dignidade humana. (SEVERINO, 2011, p. 147)
diferenças. A formação de uma escola democrática
e plural é fortemente alcançada por meio do A prática ética que se espera do educador
diálogo em que estejam envolvidos gestores, em sua atuação profissional configura-se na
família e os professores. Estes últimos se veem preparação do educando para a cidadania. Essa
eticamente comprometidos em incentivar o respeito ética profissional deve se expressar na prática
às diferenças. Nesse sentido, Freire (2016, p. 118) cotidiana da escola. O envolvimento com a
pergunta: “como estar aberto às formas de ser, de educação e “a sensibilidade ética do educador
pensar, de valorar, consideradas por nós demasiado estão radicalmente vinculados a um compromisso
estranhas e exóticas, de outra cultura?” O saber com o destino dos homens” (SEVERINO, 2011, p.
lidar com as diferenças tem como base o diálogo 147). A formação cidadã acontece em um conjunto
que proporciona propostas de transformação social da prática docente com a responsabilidade técnica
e de educação. Para Freire, “aceitar e respeitar a e o comprometimento político. Daí a função
diferença é dessas virtudes sem o que a escuta não da responsabilidade ética como referência no
se pode dar” (FREIRE, 2016, p. 118). O respeito às processo de formação de uma sociedade justa,
diferenças exige humildade, uma exigência que não igualitária e democrática, constituída de cidadãos
é submissa à arrogância dos outros: “a humildade críticos que, dialogando entre si, percebem seus
exprime, pelo contrário, uma das raras certezas direitos e deveres conquistados e “disponíveis para
de que estou certo: a de que ninguém é superior a sociedade concreta em que vivem, e a que todos
a ninguém” (FREIRE, 2016, p. 119). A ausência de têm direito, em decorrência da dignidade humana
humildade exposta em atitudes arrogantes e de de cada um” (SEVERINO, 2011, p. 148).
falsa superioridade “de uma pessoa sobre outra, de
um gênero sobre outro, de uma classe ou de uma
cultura sobre outra, é uma transgressão da vocação
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
humana do ser mais” (FREIRE, 2016, p. 119).
A ética surge como uma reflexão crítica sobre

O professor não pode deixar de perceber que
o respeito às diferenças, promovido pelo diálogo, o comportamento humano, fixando-se em uma
é construído em meio a um ambiente de visões perspectiva de universalidade. A educação, uma
conflitantes e às vezes com imposições de valores. prática determinantemente inserida na ação política
É por isso que Severino (2011, p. 147) salienta a do homem, tornou-se um investimento de caráter
necessidade de uma escola sem “mecanismos formativo e político na trajetória histórico-social
opressores” de imposição de valores herdados pelas da sociedade. Essa reflexão compreende, dentro
morais históricas. Sem isso, os estudantes terão do vínculo de ética e educação, a emancipação
condições de vivenciar e construir sua autonomia do indivíduo e a formação de sua cidadania.
pessoal. Para ele, “toda imposição ideológica aliena, Daí a relação valorativa da ética com o contexto
submete, oprime” (SEVERINO, 2011, p. 147). Na consagrado pela natureza da educação.
escola atual, a identidade do educador e do educando
é formada sobre três bases, consolidadas e

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UNIASSELVI-PÓS
O projeto educacional que aparece inserido REFERÊNCIAS

na legislação pedagógica brasileira demonstra
a íntima ligação da reflexão crítica e ética com a BRASIL. Secretaria de Educação Básica.
responsabilidade profissional do professor. Ao levar Conselhos escolares: democratização da escola
em conta essa tendência política das relações e construção da cidadania. Brasília: MEC, 2004.
sociais, o professor constrói em sua profissão um
processo de autonomia, atitude essencial no ato ______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
de educar. A formação do educador, ocupação Nacional: Lei n. 9.394, de 1996. Brasília: Senado
da filosofia da educação, também depende da Federal, 2002.
formação do aluno. Por isso, o professor, com base
no diálogo e na realidade, deve estimular no aluno ______. Secretaria de Educação Fundamental.
o desenvolvimento da sua capacidade criadora. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução
Na medida em que o professor desenvolve aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília:
essa prática, o aprendizado deixa de ser apenas MEC/SEF, 1997.
acumulação de informações, e o diálogo, como
condição humana transformadora, desenvolve-se DROIT, Roger-Pol. Ética: uma primeira conversa.
em sua estreita relação com o mundo real. São Paulo: WMF Marins Fonte, 2012.
Refletir sobre a educação e cidadania requer um FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia:

conhecimento contínuo de educação e da capacidade saberes necessários à prática educativa. 53. ed.
para trabalhar com normas humanamente universais Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.
do respeito pela pessoa humana e com uma
______. A importância do ato de ler: em três artigos
interpretação histórico-social dos fatos. Nesse caso,
que se completam. 51. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
ensinar exige compreensão da realidade, o que
direciona o educador em sua prática de ensino,
______. Pedagogia do oprimido. 9. ed. Rio de
em que deve permitir a criticidade e a curiosidade
Janeiro: Paz e Terra, 1981.
como ferramenta para o conhecimento. Ao estimular
isso, o educador estabelecerá as bases para o
FREITAS, Ana Lúcia S. de. Curiosidade epistemológica.
desenvolvimento e autorrealização do educando,
In: STRECK, Danilo R. et al. Dicionário Paulo Freire.
resultando na construção de conhecimento e na
3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.
conscientização pessoal, de forma a torná-lo um
cidadão crítico e participativo. A prática docente é GRINSPUN, Mírian P. S. Zippin. Autonomia e
profundamente humana, coletiva, ética e, por isso, ética na escola: o novo mapa da educação. São
formadora da cidadania. Paulo: Cortez, 2014.
A responsabilidade ética é um MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. 4.

comprometimento da profissão do professor com a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
educação. Por isso, é importante que se assegure
a comunicação e o diálogo nessa prática política e MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à
pedagógica assumida pelo professor e pela escola. educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez;
Visar uma atitude ética, pessoal e profissional Brasília, DF: UNESCO, 2000.
significa construir uma realidade promissora para a
condição humana: é no exercício de sua profissão PERISSÉ, Gabriel. Filosofia, ética e literatura:
que o professor distingue e subtrai as barreiras uma proposta pedagógica. Barueri: Manole, 2004.
existentes na realidade escolar e emite valores
comprometidos com o comportamento humano. SEVERINO, Antônio J. Formação e atuação
Sem as condições criadas pelo exercício ético, não dos professores: dos seus fundamentos éticos.
há educação possível; sem a prática educacional In: SEVERINO, Francisca E. S. (Org.) et al.
do espírito crítico, não há ética duradoura. A Ética e formação de professores: política,
relação da educação com o sentimento ético do responsabilidade e autoridade em questão. São
educador está compromissada com o destino dos Paulo: Cortez, 2011.
homens, pois a cidadania surge pela união da
prática docente com a responsabilidade técnica e o WARNOCK, Mary. Os usos da filosofia.
comprometimento político. Campinas, SP: Papirus, 1994.

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ARTIGOS Autor:
Bruno Henrique Marim Bolssone
ÉTICA EM ADMINISTRAÇÃO MBA em Gestão Empresarial
(UNIASSELVI). Especialista em
DE PESSOAS NA Psicologia do Trânsito (UNILAGO).
Especialista em Metodologia de
CONTEMPORANEIDADE: Ensino de Filosofia e Sociologia
(UNIASSELVI). Especialista em
UM ESTUDO SOBRE OS ASPECTOS Formação de Professores para o
Ensino Superior (UNIP). Graduado em Pedagogia
ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE - Licenciatura (ULBRA). Graduado em Psicologia

- Licenciatura e Formação de Psicólogo (UNIP).
GERENCIAMENTO DE EQUIPES E-mail: brunohenrique.m.b@hotmail.com
Resumo
Este artigo tem sua temática voltada para conceitos e conhecimentos acerca dos principais aspectos envolvidos
no gerenciamento de equipes, partindo de uma breve definição da ética em geral e posteriormente direcionando
para a ética empresarial. Foi feita uma análise acerca dos principais métodos de recrutamento e seleção
utilizados na atualidade e de como os perfis psicológicos de cada um contribuem para a criação do clima dentro
das organizações. Por fim, discorreu-se sobre estratégias de gerenciamento de equipes e realizou-se um
levantamento sobre as principais tendências da contemporaneidade. Em relação à metodologia aplicada, trata-
se de um estudo exploratório, com a utilização de pesquisa bibliográfica. Como objetivos, buscou-se identificar
as principais barreiras e desafios encontrados pelos gestores no processo de administração de pessoas,
além de perceber superficialmente o papel da psicologia na administração de equipes, apontando as fases do
processo de seleção em empresas.
Palavras-chave: Ética. Administração de Pessoas. Gerenciamento de Equipes.
1 INTRODUÇÃO estabilidade e organização. Portanto, tenta-se de

alguma maneira criar um método de raciocínio que
O presente artigo é baseado em uma atinja também a conduta de todos os colaboradores
revisão bibliográfica acerca do tema “Ética em de uma determinada empresa, formando assim
administração de pessoas”, buscando reconhecer um objetivo geral que possa ser buscado
as principais barreiras e desafios encontrados constantemente por eles, na esperança de que
atualmente pelos gestores que atuam nesta com isso haja harmonia e constante padronização
área. Pretendeu-se neste estudo focar um campo no dia a dia dos trabalhadores.
particular de preocupação da ética, que é a ética
no local de trabalho.
2 COMPREENDENDO A ÉTICA
Ética refere-se a comportamentos previamente
pensados e adotados frente a situações específicas Partindo de uma formulação filosófica, a ética
e peculiares, em que o ser humano se vê obrigado a poderia muito justamente ser definida como a
lidar com momentos de conflito aparente ou mesmo prática de um bem comum a todos (VALLS, 2008).
que geram desconforto e confusão, tanto para os
emissores como para os receptores da mensagem. A A Ética também pode ser vista como um
ética empresarial é uma ramificação da ética voltada campo de conhecimento que tem por objetivo
especificamente para a criação de princípios que observar, definir e avaliar o comportamento das
possam prever e solucionar certas circunstâncias pessoas e das organizações (MAXIMIANO, 2011).
que ocorrem em locais de trabalho, englobando tão
somente a vida profissional do ser humano.
De acordo com Valls: “Logo no início de seu difícil
livro Minima Moralia, Theodor Adorno (1903-1969)
A chamada postura ética é muito apreciada
chama a atenção para o fato de que hoje a ética foi
na contemporaneidade, uma vez que leis e regras
reduzida a algo privado” (VALLS, 2008, p. 70).
regem a rotina do ser humano, visando gerar

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UNIASSELVI-PÓS
Assim sendo, pode-se perceber que hoje alguns questionamentos precisam ser feitos e
a ética apresenta interrogações pautadas nas respondidos, tais como as obrigações exatas que
principais esferas da vida em sociedade, que seriam a empresa possui para com seus funcionários, o
a família, a carreira profissional e a vida civil comum. quanto pode ser exigido de cada colaborador e
que tipo de participação os empregados podem
Francis Bacon defendia a ideia de que o ter durante as tomadas de decisões que envolvem
conhecimento trazia consigo poder ao detentor toda a empresa.
deste. Adorno e Horkheimer, pensadores da
atualidade, mostraram que tal visão foi deformada Quando se projeta um olhar mais profundo
pelas pessoas com o passar do tempo e que sobre os desafios enfrentados envolvendo
os próprios ideais iluministas foram traídos, questões éticas trabalhistas, nota-se que a
contribuindo este movimento da Idade Moderna gravidade das questões pode levar a processos
mais para o mal social em que vivemos hoje do e outras ações legais cabíveis. Dentre estes
que para o bem (VALLS, 2008). desafios encontrados, Bennett cita: “Falsificação
de currículos, plágio, sabotagem, assédio sexual,
Para Valls (2008, p. 10), um comportamento recebimento de subornos, violência no local de
ético adequado seria: trabalho” (BENNETT, 2009, p. 2).
Nada mais do que um comportamento adequado É possível perceber que existem dilemas
aos costumes vigentes, e, enquanto vigentes, éticos difíceis de serem resolvidos ou mediados
isto é, enquanto estes costumes tivessem força pelos gestores, pois ora há várias possíveis
para coagir moralmente, o que aqui quer dizer,
socialmente. Quem se comportasse de maneira
alternativas a serem seguidas e ora não há
discrepante, divergindo dos costumes aceitos escolha alguma. Como forçar uma pessoa a ser
e respeitados, estaria no erro, pelo menos sempre honesta? Como agir com total justiça?
enquanto a maioria da sociedade não adotasse o Como resolver os problemas de comunicação
comportamento ou o costume diferente.
entre colaboradores e administradores? Como
eliminar os possíveis conflitos de interesse? Os
A ética pode ser observada em vários níveis
dois primeiros questionamentos são difíceis de
de interação humana. No presente estudo focar-
solucionar, enquanto os dois últimos abrem um
se-á a ética no local de trabalho. Assim sendo,
leque enorme de possibilidades.
Bennett (2008) afirma que, dentre as maiores
preocupações das organizações de trabalho
Sobre este assunto, Cahen (2008) enfatiza
envolvendo aspectos éticos, estão os conflitos
que todas as profissões devem manter códigos
de interesse, a questão da honestidade e justiça
de ética específicos de suas áreas. Além
(tanto da parte dos empregadores como dos
disso, as empresas também deveriam possuir
empregados), necessidade de comunicação e os
códigos de ética, sendo que por motivos práticos
relacionamentos humanos em geral.
podem ser transformados em políticas internas,
diretrizes reguladoras e normas que venham a
reger comportamentos e atitudes, apresentando
3 ÉTICA EMPRESARIAL soluções para situações conflituosas, dúvidas e
NAS ORGANIZAÇÕES também punições em caso de descumprimento.
De acordo com Bennett (2008), somos
forçados diariamente a tomar decisões que
poderão transmitir uma imagem profissional de
4 A PRESENÇA DA ÉTICA DURANTE
pessoa honesta, desonesta, ética ou antiética.
O RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
Ainda segundo a autora, as maiores O processo de recrutamento e seleção inicia-

preocupações éticas no local de trabalho por parte se a partir do momento em que há a necessidade
dos executivos e gestores são situações ligadas a uso de suprir uma lacuna operacional na empresa.
de celular no local de trabalho, envolvimentos afetivos Cria-se então um cargo para preencher esta
com colegas, fofocas e mistura de itens pessoais com lacuna e oferta-se uma vaga para o mercado.
materiais da empresa (BENNETT, 2008). Esta vaga é divulgada ao público e neste
ponto inicia-se o processo de recrutamento de
Para Maximiano (2008), quando se trata da currículos. Os indivíduos interessados na vaga
ética a nível de políticas internas das empresas, em questão enviam seus currículos profissionais,

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os quais serão posteriormente selecionados pela A carreira e estabilidade em cargos anteriores

equipe competente da empresa, geralmente o são aspectos amplamente observados durante
departamento de recursos humanos, composto a fase de seleção de pessoas. Aqui se busca
de um psicólogo. Quando ocorre a seleção dos identificar a experiência prévia do candidato no
currículos mais adequados para a vaga, parte- mercado de trabalho e em quais áreas ele atuou.
se para a fase em que o recrutador deixa de olhar A estabilidade refere-se ao tempo de permanência
para as qualificações profissionais que estão no em cada cargo. Um tempo de estabilidade curto
papel e passa a analisar o perfil comportamental pode indicar um candidato que não consegue se
do candidato em si, através de dinâmicas de adaptar ou atingir as metas da empresa. Por outro
grupo ou mesmo da entrevista direta, buscando lado, um vínculo longo também pode ser indicativo
identificar traços de personalidade requeridos para o de acomodação (FAISSAL, 2009, p. 83).
desempenho daquele papel dentro da empresa. Por
fim, ocorre a contratação do candidato que melhor
cumpriu com os requisitos exigidos para o cargo. 5 CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL:
PERFIS COMPORTAMENTAIS
Uma organização cercada de profissionais de NO LOCAL DE TRABALHO
alto nível pode vir a desmoronar caso não possua
um líder competente capaz de unir este grupo ao De acordo com Souza, as principais mudanças
redor de um objetivo em comum. O mesmo fracasso a serem implantadas nas empresas brasileiras que
pode ocorrer em organizações com objetivos venham a elevar a excelência na qualidade dos
claros e bem definidos, mas dotadas de equipes produtos fabricados e na prestação de serviços
pouco capacitadas e adequadas. Por este motivo é são as seguintes:
extremamente importante administrar com destreza
a “porta de entrada” da empresa, por onde passarão Construção de uma cultura de alto desempenho;
colaboradores em potencial (FIORELLI, 2009). Abertura para o aprendizado contínuo; Adoção
de uma filosofia de sustentação do negócio que
estimule a transformação de valores em ações
Segundo Faissal: “Cada candidato é agregadoras de valor; Empreendimento de esforços
comparado com o perfil de competências da visando o crescimento empresarial sustentado;
posição em aberto e com os demais candidatos. Investimentos para a construção de uma força
Essas comparações levam à escolha de um deles” humana mais ágil no tocante à absorção das
mudanças organizacionais (SOUZA, 2009, p. 32).
(FAISSAL, 2009, p. 83).
É comum que haja insegurança por parte Segundo Maximiano (2011), todo grupo
do candidato no momento da entrevista ou possui dois dilemas em comum, a convivência
mesmo da triagem, porém este deve também e a adaptação ao meio em que está situado.
estar consciente da possibilidade de vir a ser Estudando-se a cultura, pode-se compreender
chamado em decorrência de suas habilidades e melhor as organizações, já que toda organização
experiências anteriores, portanto faz-se importante acaba desenvolvendo naturalmente uma cultura de
que o candidato seja honesto quanto às suas trabalho específica e única.
qualificações profissionais e também confie no
processo de seleção, respeitando a escolha que o Fiorelli (2009) afirma que cada profissional
recrutador irá lhe apresentar (CARVALHO, 2012). contribui para a criação do clima organizacional,
ao levar para seu local de trabalho aspectos da
A triagem, uma das primeiras etapas que vida pessoal, além de outros fatores ambientais. O
ocorrem no processo de recrutamento e seleção, autor chama atenção para o fato de que quando se
trata de uma confirmação dos dados fornecidos pretende obter determinados comportamentos das
previamente pelos candidatos, assim, caso a pessoas, é necessário neutralizar os inadequados e
empresa necessite de mais alguma informação fortalecer os mais adequados, para que se acentuem.
que não conste no currículo, poderá obtê-la neste
momento (FAISSAL, 2009). Bennett afirma que é dever do gestor questionar
e verificar pessoalmente quaisquer ações que
A análise curricular trata de um olhar mais possam ser consideradas contrárias à política da
atento e voltado para o currículo em si, nesta etapa empresa, imediatamente, pois permitir que isso
ainda não se observa o candidato, mas as suas continue reforçará tais comportamentos e poderá
qualificações técnicas (FAISSAL, 2009). afetar as relações de trabalho (BENNETT, 2008).

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Sobre isso, Bennett sugere: “Sempre que uma A estratégia eficiente une capacidade de
situação pareça incorreta, pare e considere as liderança e uma visão ambiciosa por parte dos
frases-chave que pode usar; e, depois, pense no administradores, a qual se mostra como um desafio
modo mais ético de abordar a questão” (BENNETT, que pode ser vencido por toda a equipe, servindo
2008, p. 95). como inspiração para os colaboradores. É preciso
aproveitar ao máximo as competências e qualidades
Para a autora, é necessário reunir fatos concretos de cada participante, atraindo a cada dia talentos
somados a uma observação informal da situação que promovam um crescimento empresarial com
antes de qualquer decisão racional, pois grande parte diferencial de mercado (LIMA, 2008).
dos conflitos entre pessoas da mesma organização
pode surgir de uma mera falha de comunicação ou Para gerenciar o desempenho da empresa
percepção inadequada (BENNETT, 2008). e dos colaboradores que a integram, faz-se
necessário ir além do controle de regras e
Lima define dois perfis comportamentais exigências internas, desenvolvendo vínculos
básicos de pessoas que participam de uma gestão interpessoais fortes baseados principalmente na
estratégica dentro das organizações, são elas os transparência entre líder e equipe. Souza acredita
estrategistas e os mobilizadores. Enquanto um que um esforço sincronizado é a base de uma
foca suas habilidades de estratégia em definir gestão de desempenho adequada, substituindo
metas e planos de ação, o outro busca meios posturas tradicionais por outras que tenham como
para executar os planos mobilizando seguidores chave o diálogo (SOUZA, 2009).
e motivando-os a seguir os novos rumos definidos
pela organização (LIMA, 2008). Por trás disso, faz-se necessário existir
dentro da organização um bom gestor de recursos
Segundo a autora: “São as pessoas que humanos, o qual possa, com seus próprios
promovem os ciclos de gestão estratégica nas talentos, identificar e alocar as pessoas certas em
organizações. Assim, além da aplicação do funções nas quais seus potenciais possam ser
MÉTODO de trabalho, a seleção da EQUIPE explorados e aproveitados.
adequada é fator crítico para o sucesso do
processo” (LIMA, 2008, p. 69). Pode-se testar a eficácia da estratégia
utilizada pelos gestores comparando os resultados
De acordo com Cahen (2008), o indivíduo obtidos com outras empresas conhecidas e de
culturalmente profissional é aquele que está sempre referência no mercado nacional (LIMA, 2008).
atento a mudanças e novidades no mercado
nacional que afetem diretamente sua profissão A autora acrescenta que: “Há dois tipos de
e/ou sua empresa. Tal personagem já atuou em processo de Gestão Estratégica – os mais restritos
outras empresas do ramo e possui experiência e os mais participativos. Quanto maior o grau de
de campo suficiente para comparações, com o restrição, menor o número de pessoas envolvidas
intuito de construir um bom plano de comunicação no processo” (LIMA, 2008, p. 141).
empresarial. Ele também participa ativamente de
simpósios, palestras, seminários e congressos Neste ponto do trabalho, faz-se um parêntese
que o atualizam e aumentam seus conhecimentos para abordar um assunto específico da gestão de
sobre seu campo de atuação. pessoas, que é a “terceirização”. Araújo e Garcia
(2010) afirmam que a terceirização sempre foi
utilizada em serviços básicos como limpeza,
6 A ARTE DO GERENCIAMENTO segurança e alimentação. No entanto, o autor
ESTRATÉGICO DE PESSOAS percebe uma mudança brusca na dinâmica das
contratações e menciona que muitas atividades
Devido a um mercado globalizado começaram a ser repassadas a terceiros,
extremamente competitivo e flexível, o qual provocando certa polêmica entre os envolvidos,
sofre mudanças constantes, são exigidas dos sendo que tal discussão chegou a ponto de
gestores e administradores estratégias cada vez se transformar em objeto específico de estudo
mais ousadas, que acompanhem as mudanças e pesquisa, com a intenção de entender se a
e possam maximizar os resultados, com menos terceirização hoje ainda é geradora de melhor
custos e mão de obra (SOUZA, 2009). qualidade nos produtos e serviços, ou se está

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UNIASSELVI-PÓS
sendo utilizada somente com a intenção de Sem planejamento, empresas podem perder
contenção de gastos. funcionários valiosos sem critérios precisos, sendo
forçadas a recontratá-los futuramente, inclusive
Pode-se perceber, portanto, que todas as por salários maiores do que os anteriormente
decisões que envolvam alterações na carreira oferecidos, por não encontrarem substitutos à
profissional e mesmo na rotina dos colaboradores altura em tempo hábil (FAISSAL, 2009).
geram enorme desconforto para eles. É preciso,
pois, entender que todas as mudanças devem ser Segundo Souza (2009), um assunto que vem
muito bem estudadas antes de sua implantação ganhando importância atualmente é a utilização
e que as decisões sejam comunicadas com o da gestão por desempenho no lugar da tradicional
acompanhamento de uma boa explicação, clara e gestão por avaliação. A autora acredita que na
precisa, que apresente justificativas plausíveis e contemporaneidade as empresas estão buscando
visíveis ao menos pela maioria. reconhecer mais precisamente os limites de cada
um de seus funcionários, sendo que enquanto
Quando os colaboradores têm que lidar
na avaliação estima-se a possibilidade de um
com a implantação de mudanças que não foram
desempenho futuro, se for levado em conta o
abertamente discutidas ou explicadas de maneira
desempenho, então haverá uma confirmação
clara, salientando as razões pelas quais isso
desta estimativa.
ou aquilo foi decidido, é preciso entender que
tal situação gera um desconforto para todos os
envolvidos, dado o fato de que toda uma rotina no A utilização de processos de seleção refinados
trabalho será afetada, e isso requer flexibilidade e não garante em si a escolha certa, pois antes
tempo para adaptações (LIMA, 2008). disso é necessário que a empresa defina bem
que tipo de candidato quer e que tipo de função
Cahen (2008) faz uso de um termo chamado desempenhará. Infelizmente é comum encontrar
Análise de Problemas Potenciais. Segundo o autor, em certas empresas funcionários desempenhando
durante o planejamento ocorrem vários imprevistos, tarefas para as quais não foram contratados ou
sendo que os problemas não aparecem de forma então realizando funções que não são, de longe,
isolada, mas todos interligados e ao mesmo tempo, as mais adequadas para eles (FAISSAL, 2009).
daí a importância de se tentar prever o que pode
dar errado e como lidar com isso. Sabe-se que o departamento de Recursos
Humanos se fixou e ganhou espaço ao longo dos
anos, sendo uma área que se dedica exclusivamente
7 PANORAMA E TENDÊNCIAS ATUAIS às pessoas, atuando diretamente com a gestão
de equipes. Porém, Carvalho acredita que isso irá
Sempre existiu uma preocupação em se criar mudar futuramente, pois “A nova filosofia de RH
um conjunto de regras que pudessem nortear deve ser centrada na ‘análise da organização’ e não
as ações humanas. Tal pensamento está sendo na de indivíduos” (CARVALHO, 2012, p. 9).
retomado atualmente com mais afinco, dado o fato
de que as leis da sociedade estão distanciando cada Desse modo, deverá este departamento
vez mais as pessoas, ao invés de as aproximarem. preocupar-se com a gestão de pessoas integradas
Tal consequência tem levado a raça humana a se com a organização, como se fosse um todo e não
confundir e não saber exatamente qual postura uma parte desmembrada, levando em conta toda a
adotar frente à realidade. Valls afirma que: “O questão ética envolvida nessa relação.
que a ética agora desenvolve, principalmente, é a
preocupação com a autonomia moral do indivíduo.
Este indivíduo procura agir de acordo com a sua CONCLUSÃO
razão natural” (VALLS, 2008, p. 63).
Foi possível concluir que atualmente a ética
Atualmente pode-se afirmar que o colaborador está envolvida principalmente com a vida privada
tem seu foco voltado para sua carreira profissional, do sujeito e sua carreira profissional, sendo que
não mais para a empresa onde está empregado. ambas estão interligadas, contribuindo para a
Assim sendo, caso a empresa não corresponda as criação de uma cultura no ambiente de trabalho
suas expectativas, a concorrência poderá seduzi- deste mesmo sujeito.
lo com melhores ofertas e condições de trabalho,
absorvendo-o para si (FAISSAL, 2009).

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Especificamente dentro das organizações CAHEN, Roger. Tudo que seus gurus não lhe
existem dilemas éticos que são reconhecidos, contaram sobre comunicação empresarial: a
mas de difícil abordagem para com os envolvidos, imagem como patrimônio da empresa e ferramenta
pois podem causar constrangimento e, ao mesmo do marketing. Prefácio de Vera Giangrande. 12. ed.
tempo, se deixados intocados, tornar-se-ão mais Rio de Janeiro: BestSeller, 2008.
graves, ferindo inclusive a imagem da empresa.
CARVALHO, A. V.; NASCIMENTO, L. P.; SERAFIM,
Pôde-se concluir que o meio mais eficiente O. C. G. Administração de recursos humanos.
para formar uma equipe produtiva e eticamente 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
correta é gerenciar o colaborador que está prestes
a ingressar na empresa. Para isso, o processo FAISSAL, Reinaldo. Atração e seleção de
de recrutamento e seleção é a chave, devendo pessoas. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.
ser realizado com a máxima precisão e métodos 154p.
adequados. Posteriormente, é preciso treinar o
colaborador, deixando claro seu papel dentro da FIORELLI, José Osmir. Psicologia para
organização, o que é esperado dele e o que ele administradores: integrando teoria e prática. 6.
pode esperar da empresa. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Percebeu-se que o gerenciamento de equipes
é uma arte refinada que envolve uma mediação LIMA, Paula Viviane Laudares. Gestão
em amplo aspecto. É preciso unir a equipe, estratégica: o caminho para a transformação.
motivá-la, explicar muito bem as atividades a Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços Ltda.,
serem desempenhadas e tentar prever possíveis 2008. 156p.
erros e acidentes que venham a ocorrer durante a
execução delas. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral
da administração. 10. reimpressão. São Paulo:
Foi possível notar que a carreira profissional é Atlas, 2011.
o segundo, senão o primeiro ponto mais importante
da vida do indivíduo contemporâneo, vindo somente SOUZA, Vera Lúcia et al. Gestão de desempenho.
atrás da família, numa escala decrescente. Logo, 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009. 144 p.
comprova-se aqui a necessidade de um olhar
mais atento para as pessoas envolvidas nos VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. São Paulo:
processos empresariais, como forma de garantir Brasiliense, 2008. (Coleção Primeiros Passos;
sua permanência na empresa, a eficiência de seu 177).
trabalho e preservar a motivação nas rotinas diárias.
Por fim, espera-se que o presente artigo tenha

contribuído com o desenvolvimento da área de
gestão de pessoas, bem como servido de estímulo
a outros pesquisadores interessados nos assuntos
abordados.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, L. C. G.; GARCIA, A. A. Teoria Geral

da Administração: orientação para escolha de um
caminho profissional. São Paulo: Atlas, 2010.
BENNETT, Carole. Ética profissional. Tradução

Martha Malvezzi Leal. São Paulo: Cengage
Learning, 2008. (Série Profissional).

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UNIASSELVI-PÓS
ARTIGOS
Autora:
Jaqueline de Bairros
O TRABALHO PEDAGÓGICO NA Formação em Pedagogia pela
CAPACITAÇÃO DE GESTORES UNICRUZ, especialista em Pedagogia

Empresarial e Educação Corporativa
E FOMENTO DA ÉTICA NO
pela UNINTER e pós-graduanda no
MBA em Coaching da UNIASSELVI.
AMBIENTE CORPORATIVO E-mail: b_jaque@hotmail.com
Resumo
O atual cenário empresarial caracteriza-se por um mercado altamente competitivo e que exige constantemente
adaptações e modificações nos modelos de gestão, para que acompanhem esta evolução de mercado. Desta
forma, os gestores acabam por ocupar uma posição estratégica nas organizações, em que suas competências
gerenciais irão influenciar e motivar o empenho pela produtividade e qualidade dos processos, através da busca
constante pela qualificação e aperfeiçoamento de suas habilidades e incentivo à formação continuada de seus
liderados, atuando de forma ética e humanizada. Em decorrência dessa nova necessidade, faz-se essencial a
participação de um profissional que trate especialmente da educação dentro do ambiente corporativo: o pedagogo.
Com base nessas informações, o presente artigo objetiva fundamentar os alicerces que sustentam a excelência
da gestão de pessoas, tecendo relações desde os conceitos primários de liderança à capacitação de gestores
através da educação corporativa, e fazer uma breve análise acerca das relações éticas e da ética empresarial.
Palavras-chave: Gestão. Liderança. Educação. Desenvolvimento. Ética.
1 INTRODUÇÃO E esse em si vem sendo o maior desafio

de gestores e líderes em geral, na maioria das
Todo negócio nasce de um sonho, de organizações, no sentido de valorizar o trabalho
um ideal empreendedor. Nasce da ideia de de cada um como sendo parte essencial para que
alcançar determinado espaço, promover uma o todo se concretize. Ademais de garantir que
marca, desenvolver um segmento, um produto todos vivam a experiência de sentir-se parte da
específico, tornar-se referência. Parte-se, então, conquista, respeitando a individualidade de cada
do pressuposto de que entre os recursos que sujeito, a fim de criar um ambiente onde todos se
ali deverão ser empregados, destacam-se os sintam acolhidos, vistos, lembrados e valorizados,
financeiros, materiais, legais e, principalmente, os além de – ainda que soe utópico em muitos casos
recursos humanos. Ainda que tenhamos todas as – bem remunerados.
demais ferramentas de trabalho disponíveis, são
as pessoas que irão operá-las que farão toda a Ao abrir uma vaga em uma empresa, o primeiro
diferença na busca pelos resultados aos quais a critério a ser analisado normalmente é a qualificação
empresa, de modo geral, se dedica. do profissional, quais atributos o candidato possui
que o tornarão apto a ocupar determinado cargo.
Todo ser humano tem em si um sonho, Porém, pouco se fala em continuar investindo na
um objeto de desejo, um objetivo de vida a ser formação desse profissional, em rever suas práticas
conquistado através do seu trabalho. A diferença ao longo do desenvolvimento de suas atividades
está entre ele realizar o seu trabalho apenas pela e especialmente na reflexão de cada profissional
recompensa financeira e fazer do seu trabalho sua acerca de sua própria prática. Poucas são as
realização pessoal, seu ideal de vida. É fazer com empresas que incentivam a profissionalização
que todos vistam a mesma camisa, joguem no de seus funcionários ou suas especializações
mesmo time, sonhem o mesmo sonho, cada um a e menos ainda são aquelas que as financiam.
seu modo e ao seu tempo. Há que se compreender que em decorrência de

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condições financeiras não favoráveis, e, na pior chefia, que é quem decide as tarefas, como
das hipóteses, uma gestão despreparada para serão desenvolvidas e exige obediência de seus
evoluir seus negócios. E pensar em uma formação liderados. Na liderança democrática, a chefia
constante, continuada, não deve ser algo apenas discute as ideias, estimula a participação da equipe
com relação aos funcionários operacionais ou em e a ênfase se dá concomitantemente ao líder e
crescimento dentro da empresa. Refere-se, especial aos subordinados. Já sobre a liderança liberal,
e essencialmente, a investir na capacitação dos conhecida como Laissez-faire, a ênfase incide
gestores, pois é o modo de condução dos processos sobre os subordinados, a chefia incita iniciativa e
desenvolvidos dentro da organização que poderá criatividade do grupo, com o mínimo de controle
definir o sucesso – ou não – desta. sobre as atividades (KNAPIK, 2012).
Desta forma, seguem algumas características O ser líder nos remete, necessariamente,
essenciais a serem desenvolvidas em gestores a conhecer não apenas o seu trabalho, mas ter
de empresas, que podem e inclusive devem conhecimento de tudo aquilo que envolve a sua
transformar-se em um programa interno de equipe e como cada colaborador desenvolve suas
capacitação de gestores nas organizações, a fim tarefas, além de, essencialmente, ver cada pessoa
de zelar e buscar a excelência nos processos a que trabalha na empresa como colaborador. Gerir
serem desenvolvidos na empresa ou organização. uma equipe de trabalho, muitas vezes, é uma
tarefa um tanto quanto complexa, tendo em vista a
diversidade de formas de pensamento, expressão,
2 O PAPEL DO PEDAGOGO NO ritmo e articulação de cada funcionário. O líder
AMBIENTE CORPORATIVO precisa ser a pessoa que realiza as conexões
entre o grupo de trabalho, que fomenta as ideias e
que, ao mesmo tempo em que trabalha ao lado da
2.1 CONCEITO DE LIDERANÇA equipe, saiba conduzi-la.
O gestor de uma organização deve, Quando se assume a tarefa de gestor, é

importantíssimo passar para as pessoas que
necessariamente, ser líder de sua equipe. Para que trabalham com você – e com muita clareza – qual
sua gestão seja satisfatória, precisa conduzir seus é o papel que elas desempenham na equipe de
liderados de forma a alcançar os objetivos delineados trabalho, na empresa e na sociedade em geral
para a empresa de um modo bastante amplo, bem (ALENCASTRO, 2012, p. 114).
como saber administrar as necessidades para cada

Há quem defenda que certas pessoas nascem
momento da organização. “Líder é todo indivíduo
líderes, outras se tornam, e há ainda aquelas que
que, graças à sua personalidade, dirige um grupo
não conseguem. O que determina um indivíduo
social, com a participação espontânea dos seus
ser líder ou não é sua capacidade de articulação
membros” (WEIL, 1992, p. 63). diante das situações a serem desenvolvidas e qual
sua melhor forma de atuação junto de sua equipe.
A psicóloga e especialista em gestão Janete “Junto”, pois o líder deve, acima de qualquer coisa,
Knapik traz em sua obra Gestão de Pessoas e ser parte integrante de sua equipe de trabalho, não
Talentos uma abordagem bastante completa e ser quem manda fazer, mas quem orienta como fazer
específica sobre liderança, na qual define que: e trabalha junto. O tipo de liderança a ser adotado
deve ser algo flexível e muito bem estudado pelo
Liderança é a influência interpessoal exercida em gestor, pois vai depender do quanto de conhecimento
um determinado contexto. Trata-se de um fenômeno possui a respeito de sua equipe de trabalho.
social, uma capacidade de influenciar as pessoas
por meio de ideias, exemplos e ações e fazer com
que atinjam metas propostas ou passem a acreditar Para exercer uma liderança democrática, o
em crenças ou conceitos (KNAPIK, 2012, p. 83). gestor precisa de colaboradores que dominem
significativamente os conhecimentos e habilidades
Knapik também descreve três tipos básicos de seu trabalho. Do contrário, ouvir as sugestões
de liderança: autocrática, democrática e liberal. dos colaboradores resultará no fracasso de suas
atividades.
Na liderança autocrática, a ênfase é dada à

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Ao exercer liderança liberal, o gestor precisa desenvolvidas. É neste momento que se define a
de total confiança a respeito de seus liderados, suma importância de um trabalho essencialmente
precisa de uma equipe unida, que trabalhe em pedagógico que saiba fazer esta análise, onde o
total sinergia. Do contrário, sendo pessoas sem pedagogo pode — e deve — vir a atuar de modo a
conhecimento, com dificuldade de trabalho em observar, dialogar, através de todas as técnicas que
equipe, o modelo de liderança mais eficiente será deverão ser de domínio, favorecendo o traçado de
o autocrático, no qual o líder irá definir o trabalho
um programa de qualificação dos gestores. Neste
de cada um e assim tentar alcançar o êxito em
contexto, Moscovici (1998, p. 47) aponta que:
suas atividades. “Líder que não eleva a equipe,
que só pensa no próprio crescimento, não é um
Vale enfatizar, reiteradamente, que as relações
líder, é um chefe, no sentido hierárquico do termo” interpessoais no grupo são tão ou mais
(CORTELLA, 2009, p. 101). importantes do que a qualificação individual
para as tarefas. Se os membros relacionam-se
de maneira harmoniosa, com simpatia e afeto,
Desta maneira, podemos compreender que: as probabilidades de colaboração aumentam
muito, a sinergia pode ser atingida e resultados
A liderança é necessária em todos os tipos de produtivos surgem de modo consistente.
organização humana, principalmente nas empresas
e em cada um de seus departamentos. Ela é
igualmente essencial em todas as demais funções da O mercado de trabalho cada vez mais exigente
administração: planejamento, organização, direção quanto à qualificação dos profissionais resulta em
e controle. Porém, a liderança é mais relevante na maiores garantias de que, tecnicamente, as equipes
função de direção – aquela que toca mais perto as
pessoas (CHIAVENATO, 2000, p. 314).
serão cada mais enriquecidas. Porém, em termos de
gestão, estas habilidades técnicas não são suficientes:
Em outras palavras, além de ser um engenheiro,

2.2 IMPORTÂNCIA DO advogado, economista ou qualquer outro
TRABALHO PEDAGÓGICO NA profissional com a formação necessária para
FORMAÇÃO CONTINUADA E lidar com os aspectos técnicos de seu trabalho, o
gestor atual precisa incorporar as características
CAPACITAÇÃO DE GESTORES apontadas na lista anterior (comunicação, clareza,
objetividade, condução de diálogos e reuniões,
Com a grande demanda de características, vontade de aprender, disciplina, responsabilidade,
das quais o gestor necessita de domínio para ética, honestidade, respeito, confiança, ousadia,
criatividade, pensamento crítico e criativo,
exercer sua liderança com êxito, torna-se essencial cooperação, visão sistêmica, etc.). O problema é
que ele esteja em constante processo de formação, que, provavelmente, ele não foi preparado para
atualização e busca por conhecimentos que desenvolver muitos aspectos constantes nesses
itens (O’DONNELL, 2012, p. 71).
venham a melhorar seu desempenho nesta função
essencial para o desenvolvimento da organização
Neste sentido, faz-se necessário pensar em um
em que trabalha.
profissional que possibilite o desenvolvimento destas
características, que possua habilidades para realizar
Atualmente, são várias as organizações que as devidas intervenções nas organizações, indo além
investem em programas de desenvolvimento de do aperfeiçoamento técnico a que muitas vezes o
lideranças, especialmente aquelas que adotam RH se propõe. Por conseguinte, se torna de grande
os planos de carreira para a constituição de seu importância a atuação do pedagogo empresarial.
quadro de colaboradores, o que possibilita uma
constituição hierárquica esclarecida a todos, O principal objetivo dos trabalhos de
melhor distribuição do trabalho e facilidade ao capacitação das lideranças é favorecer o
executar promoções, entre outras vantagens. relacionamento entre os indivíduos. Não se objetiva
aqui descartar a grande valia dos aprimoramentos
A partir do momento em que há a identificação técnicos necessários à execução das atividades
da área de atuação e o grupo que o gestor da organização, mas ressaltar os elementos
que constituem a excelência na formação de
irá administrar, tornam-se mais evidentes as
lideranças, na qual as relações interpessoais é que
qualificações necessárias e as habilidades a serem
irão caracterizar êxito das organizações.

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Nesta perspectiva pedagógica, percebe- aperfeiçoar processos, dar maior autonomia à

se que os processos engessados de um RH equipe e demais modificações necessárias.
despreparado para tal tarefa abrem espaço cada
vez maior para a inserção de pedagogos no Atualmente a empresa começa a abrir espaço
ambiente empresarial, fazendo-se compreender para que este profissional possa, de maneira
que é a forma de interação o ponto-chave dos consciente e competente, proporcionar um
processos que envolvem quaisquer tipos de ambiente em que se esteja solucionando
relações humanas. problemas, elaborando projetos, formulando
hipóteses visando à melhoria dos processos,
instituindo na empresa, garantindo a qualidade
O treinamento nas empresas passou a abranger
do atendimento, contribuindo para a instalação
aspectos psicossociais do indivíduo. Assim, os
da cultura institucional da formação continuada
programas de treinamento, além de visarem
dos empregados. O pedagogo poderá atuar na
capacitar os trabalhadores para o desempenho
empresa produzindo e difundindo conhecimento,
das tarefas, passaram a incluir também objetivos
assim, exercendo seu papel de educador
voltados para o relacionamento interpessoal e sua
(GONÇALVES, 2009, s.p.).
interação com a organização (GIL, 1994, p. 63).
Identificar o ambiente empresarial também

Desta forma, o trabalho pedagógico
como espaço de aprendizagem é essencial para o
com ênfase na figura do gestor, ao defender
desenvolvimento destas atividades de otimização,
a importância das relações, deve considerar
bem como favorecer o desenvolvimento de cada
que, para alcançar o sucesso neste quesito e,
indivíduo. É essencial o reconhecimento de que a
consequentemente, ser uma equipe de sucesso,
organização se constitui deste capital humano e que
o líder precisa fazer com que as pessoas o
o relacionamento entre os indivíduos da organização
compreendam.
deve ser humanizador, rompendo a visão deturpada
acerca do profissional somente executor de tarefas
Além de destacar o processo de capacitação
mecanizadas, para encarar todos como parte
em si, é importante tratar acerca de questões
constituinte e essencial do meio organizacional.
pertinentes às funções de liderança, que hão de
ser compreendidas, conhecidas e profundamente
analisadas para que o trabalho pedagógico seja de
2.3 ÉTICA ENQUANTO
efeitos positivos e eficazes aos processos.
FUNDAMENTO DA GESTÃO
Shel Leanne (2012), em sua obra sobre o modelo
A ética deve ser considerada parte essencial
de liderança de Barack Obama, reconhece e descreve
de qualquer atividade em sociedade, desde o
suas características de líder no decorrer de sua
âmbito familiar aos espaços empresariais, públicos,
carreira política. Conhecer modelos como este pode
enfim, todas aqueles que envolvem as relações e
vir a contribuir de forma grandiosa aos procedimentos
interações sociais.
pedagógicos, tendo em vista as inúmeras experiências
que podem ser analisadas, reestruturadas e adotadas.
Em meio à grave crise de valores em que
Leanne (2012, p. 26) diz que:
nossa sociedade se encontra, onde o país se
inunda de fatos relacionados à corrupção, fraudes
[...] não é suficiente formar uma visão e acreditar
profundamente nela. Para conseguir uma visão, e tantos outros escândalos, desde as mais
líderes de sucesso devem comunicar essa visão sutis atitudes éticas devem ser reconhecidas e
para outros de forma eficiente, compreensível e incentivadas, principalmente quando falamos da
convincente, permitindo que outros entendam essa atitude de um gestor com relação a sua equipe e à
visão e, finalmente, sejam inspirados para abraçá-la. organização para a qual presta seus serviços.
A atuação do pedagogo pode ser de Infelizmente, ainda são muitas as empresas que
estruturação ou reestruturação do trabalho de buscam o lucro a qualquer custo, sem pensar nos
líderes e liderados, pois, ao analisar a organização possíveis prejuízos que possam estar gerando, seja ao
“de fora”, poderá identificar situações-problema, meio ambiente, à concorrência, a seus colaboradores,
fazendo com que as considerações éticas sejam
ou até mesmo oportunidades não percebidas
praticamente descartadas de qualquer ação.
pelos indivíduos que compõem a equipe. Neste
sentido, poderá orientar a liderança para a análise,

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No entanto, uma nova tendência vem crescendo identificam-se com os interesses da organização
a cada ano e hoje é quase que uma realidade. à medida que ela se identifica com os seus
Estamos falando das exigências do cidadão, interesses. “A empresa cria uma rede de relações
que recaem na procura por produtos ou serviços com esses stakeholders, que exerceriam uma
de qualidade. O cidadão também exige que as
espécie de vigilância sobre seu comportamento”
empresas que fornecem os produtos sejam éticas
(ALENCASTRO, 2012, p. 117).
e atuem com responsabilidade social e ambiental.
Em outras palavras, na hora da compra, além da
relação custo/benefício, o consumidor também Cabe ao gestor, ao líder, portanto, zelar
presta atenção se a empresa tem uma atuação para que sua equipe de trabalho, sua empresa,
positiva na comunidade em que está inserida esteja agindo de acordo com aquilo que é correto,
(ALENCASTRO, 2012, p. 21). que segue as normas e legislações vigentes,
preservando a imagem da organização.
A partir desta visão, pode-se afirmar que ter
conhecimento sobre a identidade moral e ética da Além desta preocupação externa, o líder
organização é essencial para a gestão do líder, precisa agir, principalmente, com ética no ambiente
seja para mantê-la, seja para modificá-la. Tansey interno, com sua equipe de trabalho e com as
(1995, p. 100) explica que: atividades que desempenha.
A empresa é considerada ética se cumprir com A ética no ambiente de trabalho traz à rotina
todos os compromissos éticos que tiver. Ou seja, do gestor um exercício diário e prazeroso de
agir de forma honesta com todos que têm algum honestidade, empenho, confiabilidade, entre tantos
tipo de relacionamento com ela. Estão envolvidos outros, que o norteiam em momentos de tomada de
neste grupo os clientes, os fornecedores, decisões. Ao final de cada processo, a recompensa
os sócios, os funcionários, o governo e a
é ser reconhecido, não só pelo seu trabalho, mas
comunidade como um todo.
por ser exemplo de conduta ética e de valores.
Partindo do pressuposto de que são também

os colaboradores que constituem a identidade da
empresa, especialmente daqueles em posição
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
de liderança, sabemos que a identidade moral da
empresa também é constituída pela atuação destes Tratar de gestão e liderança sem falar
sujeitos. A ética empresarial é parte essencial ainda dos processos e relações interpessoais é algo
para a definição da reputação de uma organização, impossível dentro de uma organização. É neste
algo essencial para a sua imagem. cenário que o profissional da pedagogia passa a
expandir sua área de atuação para além do espaço
Um aspecto ético altamente importante, escolar, trazendo a visão educacional também para
especialmente na atualidade, é a questão ambiental, dentro das empresas.
sobretudo para aquelas organizações que exercem
atividades com grande impacto ambiental. Boff Não se pode interpretar que o pedagogo
(2009, p. 29) atenta para a necessidade deste olhar tenha uma fórmula infalível no que diz respeito à
ético para a questão ambiental: capacitação de gestores, mas pode intervir de
maneira muito positiva acerca da reorganização
Hoje, as relações são extremamente complexas. de atividades, indo muito além dos processos
Postula-se uma referência para a totalidade dos seres burocráticos de um RH, propondo atuações
humanos, habitantes do mesmo planeta, que agora dirigidas ao conhecimento sobre as ações
se descobrem como espécie, interdependentes, dos sujeitos e elaborando um possível plano
vivendo numa mesma casa e com um mesmo de formação continuada, que estará voltado
destino comum. Se não criarem um acordo quanto às especialmente às necessidades da organização.
exigências éticas e morais mínimas, como poderão
coexistir pacificamente, preservar o lar comum e O olhar pedagógico, através de uma maior
garantir um futuro para todos?
sensibilidade, pode vir a desenvolver nos gestores
uma maior capacidade de interação, socialização,
Alencastro (2012) discorre sobre ética e colaboração entre a equipe, criando um ambiente
liderança, em que sintetiza que os stakeholders favorecedor da aprendizagem e oportuno para o
(empregados, consumidores, comunidade etc.) trabalho flexível e atento às necessidades do mercado.

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REFERÊNCIAS
Além de um novo pensar acerca das
relações de liderança, o pedagogo vem fomentar ALENCASTRO, Mario Sergio Cunha.
que a relação entre gestores e colaboradores Ética empresarial na prática.
proporcione o desempenho eficiente da equipe e Curitiba: InterSaberes, 2012.
da organização e o desenvolvimento pessoal de ANDRIANI, Carlos Sebastiani. Como implantar
ambas as partes. um sistema de qualidade para a redução
de custos e o aumento das vendas.
Com base nessas considerações, ressalta-se São Paulo: Editora Tama Ltda, 1991.
ainda a importância da consciência ética referida
no presente artigo. Diante da situação caótica em BOFF, Leonardo. Ethos mundial: um
que se encontra nossa sociedade, na qual vale consenso mínimo entre os humanos.
tudo para obter lucro e todos são capazes de tudo Record: Rio de Janeiro, 2009.
para conquistar o cargo tão almejado, para ter uma
CHIAVENATO, Idalberto. Administração:
melhor posição social, para ter o melhor salário, o
teoria, processo e prática. 3. ed. São
líder que atua de forma coerente com a ética e a
Paulo: Makron Books, 2000.
moral da sociedade em geral e da organização é
que pode ser considerado um gestor de sucesso.
CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra?
Inquietações positivas sobre gestão, liderança
A partir do momento que temos o gestor como e ética. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
exemplo e como incentivador de boas atitudes e
também de práticas operacionais coerentes de GONÇALVES, Roseli. A Pedagogia
acordo com os melhores padrões, seja de qualidade empresarial e as práticas pedagógicas
do produto, seja pelos impactos ambientais que a dentro da empresa. Disponível em: <http://
atividade exerce, seja pelo relacionamento em si www.webartigos.com./artigos/a-pedagogia-
da equipe, esta cultura de “retidão” acaba por se empresarial-e-as-praticas-dentro-da-
disseminar e contagiar a todos os seus liderados, empresa/14896/>. Acesso em: 15 out. 2012.
alcançando o tão almejado sucesso da equipe.
GIL, A. C. Administração de recursos humanos:
Diante dessas afirmações, o trabalho um enfoque profissional. São Paulo: Atlas, 1994.
pedagógico e educacional tende a abrir cada
vez mais espaços e oportunidades dentro das MOSCOVICI, F. Equipes dão certo: a
organizações. As pessoas acabam por dar-se conta multiplicação do talento humano. 4. ed.
da necessidade de se buscar o fortalecimento das Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
relações para o pleno êxito daquilo que ambicionam.
KNAPIK, Janete. Gestão de pessoas e
Quando se acredita que o maior capital que talentos. Curitiba: InterSaberes, 2012.
uma organização pode vir a possuir são as pessoas
LEANNE, Shel. Liderança segundo Barack
que a constituem, antes mesmo deste olhar
Obama. Rio de Janeiro: Leya, 2012.
sobre os profissionais que são, as relações entre
os indivíduos dentro da organização melhoram
O’DONNELL, Ken. Valores Humanos em
significativamente, torna-se real a possibilidade
Programas de Treinamento. In: Inovação em
de constituir uma verdadeira equipe de trabalho e,
ambientes educacionais: teorias, reflexões
juntos, na busca do mesmo objetivo comum, todos e práticas. Curitiba: InterSaberes, 2012.
conseguem alcançar o sucesso de seu trabalho.
TANSEY, Lori. (entrevistada por Clayton Netz)
O gestor, sendo a peça-chave deste processo, Exame Entrevista. Dezembro, 1995.
deve estar muito bem preparado e orientado para
conduzir as mudanças necessárias e o desempenho WEIL, Pierre. Relações humanas na família e
almejado dentro das organizações. Juntamente a no trabalho. 44. ed. Petrópolis: Vozes, 1992.
um trabalho pedagógico bem delineado, suprindo as
necessidades organizacionais, há de se acreditar que
nada além do sucesso tem chance de vir a acontecer.

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
ARTIGOS
Autor:
Jean Michel Kolcenti
Graduado em Pedagogia (UNIASSELVI)
ÉTICA NA Pós-graduado em Alfabetização

e Letramento (UNIASSELVI)
GESTÃO ESCOLAR E-mail: jeankolcenti@gmail.com
Resumo
O presente artigo tem como objetivo propor reflexões acerca da importância da ética na gestão escolar,
estendendo-se para as inter-relações entre todos os sujeitos constituintes do contexto escolar. Tem como
base a pesquisa bibliográfica de teóricos renomados no Brasil e no exterior, como Edgar Morin e Jacques
Delors, visando a um novo modelo de educação para o século XXI, com o intuito de quebrar paradigmas e
reformular conceitos, a fim de que a prática seja mais condizente com a teoria, quando falamos em dignidade
humana, nas relações que permeiam o cotidiano escolar. Estudando os textos desses teóricos, podemos
perceber que a realidade da educação brasileira, com relação à legislação e às propostas formuladas por
grandes especialistas, ainda está muito distante do que poderia se chamar de ideal. As propostas em geral
são excelentes e poderiam nos conduzir a uma educação de ponta, mas talvez por falta de interesse das
pessoas diretamente envolvidas no meio educacional e também pela falta de apoio e interesse político, as
ideias muitas vezes tornam-se utopias.
Palavras-chave: Democracia. Ética. Gestão Escolar.
1 INTRODUÇÃO conduta perante o outro, assim como a postura

profissional, de onde partem inclusive os códigos
A gestão escolar compreende, dentre outros, os de “ética profissional”.
processos de articular recursos materiais e humanos
necessários para o bom êxito do processo educativo No parágrafo único do artigo 1º da Constituição
nas unidades escolares do país. Em seu âmbito mais Federal, podemos extrair o conceito da democracia
restrito, ela abrange o papel do diretor da escola, participativa: “Todo o poder emana do povo, que
vice-diretor/diretor adjunto, coordenador pedagógico, o exerce por meio de representantes eleitos ou
orientador educacional, supervisor escolar etc. diretamente, nos termos desta Constituição”
(BRASIL, 1988).
A legislação vigente no Brasil estabelece
em suas diretrizes que a gestão escolar deve Partindo dessa premissa, realizou-se esta
orientar-se a partir dos princípios da democracia. pesquisa tendo em vista associar as ideias de ética
Conceitualmente temos tudo para fazer uma profissional com as responsabilidades inerentes
educação de primeiro mundo, porém a prática aos gestores na educação, não só da área
ainda está muito distante do ideal proposto pelas administrativa, mas também da área pedagógica
leis que regem a educação nacional. – os professores –, pois, em comum acordo com
Chalita (2004, p. 161), são eles os grandes agentes
O conceito de democracia foi evoluindo ao do processo educacional: “A alma de qualquer
longo do tempo e hoje, através de seus princípios, instituição de ensino é o professor”.
protege os direitos humanos fundamentais,
garantindo a liberdade de expressão do povo,
bem como o exercício da cidadania, e acolhendo a
pluralidade de ideias. 2 GESTÃO DEMOCRÁTICA
Podemos dizer que o conceito de democracia, A Lei de Diretrizes e Bases da Educação

com todos os seus princípios, é indissociável da Nacional (LDB) aborda a gestão democrática do
questão ética, sendo que essa compreende os ensino público em seu artigo 14, defendendo a sua
assuntos morais e especificamente o caráter, a normatização pelos sistemas de ensino, de acordo

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
com as suas peculiaridades. Em seu artigo 15, a fundamental, para que os conflitos, que são muito
LDB cita a autonomia pedagógica, administrativa e naturais em uma gestão democrática, não a façam
financeira das unidades escolares públicas, porém arruinar-se, destruindo sua essência.
refere-se a uma autonomia gradativa assegurada
pelos sistemas de ensino (BRASIL, 1996). A escola é um espaço privilegiado para que
as pessoas aprendam a ter uma participação
Na última década muito se tem falado sobre mais ativa na vida política do país, ampliando seu
a gestão democrática da escola, porém, na conceito de democracia e exercendo sua cidadania.
prática, o que se percebe é que o enfoque tem Luckesi (2016) sugere que os envolvidos aprendam
sido na participação de professores, alunos, pais e a “compartilhar responsabilidades” de forma direta
comunidade escolar na vida administrativa da escola. na escola, estendendo-se para a vida pública em
geral. Dessa forma, é preciso que se estimule mais
Um exemplo disso são as eleições para os membros da comunidade escolar a expressarem
diretores de escola, que acontecem na maioria das suas ideias, mas é preciso também abrir-se para
escolas públicas do nosso país, regulamentadas isso, oferecendo espaço e oportunidade para todos.
por legislações específicas, com critérios peculiares De acordo com Morin (2005, p. 22):
a cada sistema de ensino. Em geral, essas
eleições acontecem a cada dois ou três anos, Nossos sistemas de ideias (teorias, doutrinas,
sendo criadas as comissões eleitorais constituídas ideologias) estão não apenas sujeitos ao erro,
mas também protegem os erros e ilusões neles
por representantes de todos os segmentos da
inscritos. Está na lógica organizadora de qualquer
comunidade escolar. sistema de ideias resistir à informação que não
lhe convém ou que não pode assimilar.
Além disso, há as comissões e os conselhos
que deliberam juntamente com os gestores sobre É essa resistência de que nos fala Morin que
os recursos econômicos da unidade escolar, bem deve ser rompida: resistência às ideias que não
como assuntos alusivos aos problemas mais nos convêm. Uma gestão democrática consegue
graves que surgem no decorrer do ano letivo lidar bem com as críticas e argumentos contrários,
(Conselho Escolar, Círculo de Pais e Mestres etc.). pois mantém uma visão mais ampla e menos
Esses grupos geralmente são constituídos por egocêntrica das situações que a envolvem, tendo
professores, funcionários, pais e alunos. consciência de que elas são transitórias (pois as
gestões são transitórias, ou ao menos deveriam
Todas essas situações que envolvem a ser) e de que um bom trabalho geralmente
participação da comunidade escolar nas tomadas se constrói a partir da experiência erro/acerto
de decisões têm seu lado positivo, “[...] mas essa (consciência do erro): “Não seria necessário tomar
é uma compreensão e um uso limitados do que consciência de nossas possessões para poder
se pode entender e vivenciar sob esse slogan da dialogar com nossas ideias, controlá-las tanto
‘gestão democrática da escola’” (LUCKESI, 2016). quanto nos controlam e aplicar-lhes testes de
Limitado porque o conceito de democracia vai muito verdade e de erro?” (MORIN, 2005, p. 29).
além de participar em decisões, pois muitas vezes
essa participação não se torna efetiva no sentido de A obrigação de todo gestor é sempre atuar
que é preciso questionar, argumentar e defender. como um líder democrático, dando a oportunidade
para que cada pessoa sob sua responsabilidade
Para Edgar Morin, “[...] a essência da possa oferecer o que há de melhor em si,
democracia é se nutrir de opiniões diversas e propiciando um espaço de convivência agradável,
antagônicas” (MORIN, 2005, p. 102). Por isso, onde todos possam sentir-se felizes, motivados e
uma vivência democrática, em qualquer grupo, acolhidos, podendo sentir-se realizados em suas
sustenta-se e renova-se constantemente a partir atividades: o aluno, o funcionário, o professor
da acolhida e respeito à livre expressão de ideias e todas as pessoas envolvidas com a escola
contrárias. É preciso, portanto, que sempre haja (CHALITA, 2004).
um olhar sensível para a flexibilidade necessária e

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
2.1 ELEIÇÕES PARA DIRETORES gestão de uma escola: alguns com ideais nobres,
outros nem tanto. É preciso considerar que, para
Com relação às eleições para diretores de ser um bom gestor, em primeiro lugar é preciso
escolas, o que chama a atenção é que estas, que ser um bom professor, pois a “matéria-prima” da
deveriam contribuir para que haja efetivamente escola são os alunos e só poderá conduzir bem
uma gestão escolar democrática – e quando se essa “máquina” quem realmente for apaixonado
fala em democracia, pensa-se em igualdade, pela educação e fizer dela o seu ideal.
justiça, transparência e ética –, produzem um efeito
incrivelmente contrário. O fato é que em muitas escolas do nosso
país o cargo de diretor torna-se quase “vitalício”,
Nesses períodos podemos identificar nas por razões talvez semelhantes às citadas
escolas brasileiras (ou em boa parte delas) uma anteriormente, os professores não querem voltar
reprodução do cenário político do nosso país, com à sua posição inicial – sala de aula –, sendo que
todos os seus gravames e mazelas: acontecem realizaram um concurso público para o cargo de
campanhas eleitorais, disputas, manipulação “professor” e não de “diretor”.
de informações, ataques emocionais e verbais,
situações de assédio moral etc. Inclusive muitos De acordo com Luckesi (2016, s.p.), “Ao invés
casos, não resolvidos na unidade escolar e nem no da educação ensinar para uma prática política
sistema de ensino, acabam sendo levados para o mais adequada, importa para dentro da escola as
Poder Judiciário. mazelas daquilo que ocorre na sociedade fora dos
muros escolares”.
As disputas, muitas vezes, são bem acirradas,
pois pode haver vários candidatos ou, em escolas
menores, há uma certa “intimidação” para que não 3 ÉTICA
haja oposição. Além disso, há as indicações para
os “cargos de confiança”: coordenação, orientação, Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
supervisão etc. Tudo isso acaba gerando muitos elegem a “ética” como um dos temas transversais,
conflitos quando se coloca a disputa pelo poder devendo perpassar por todas as disciplinas
acima das ideologias, por uma educação melhor. do currículo e também pelos demais temas
transversais:
A doutora Terezinha Azerêdo Rios conta que
fez parte da banca de uma tese de doutorado A Ética diz respeito às reflexões sobre as
condutas humanas. A pergunta ética por
onde o pesquisador realizou entrevistas com excelência é: “Como agir perante os outros?” [...]
professores de escolas públicas que assumiram A questão central das preocupações éticas é a da
o cargo de diretor escolar. Ela relata que eles justiça entendida como inspirada por valores de
igualdade e equidade (BRASIL, 1997, p. 31-32).
foram questionados quanto às razões que os
motivaram a deixar a sala de aula para assumir a
O estudo sobre as condutas humanas deve
responsabilidade de gestor:
ser um dos maiores objetivos da escola, propondo
[...] alguns afirmaram que o fizeram para “se que ela realize um trabalho visando desenvolver a
ver livre do trabalho pedagógico”. E, ao falar “autonomia moral” como condição para a “reflexão
das características das funções no novo cargo, ética”. Para tanto, foram eleitos quatro blocos de
mencionaram que “o posto é mais valorizado que conteúdo – Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo e
o de professor”, além de “não sofrerem com as
Solidariedade – envolvendo valores relacionados ao
dificuldades de sala de aula”, com problemas
“princípio da dignidade do ser humano”, que consta
relacionados, principalmente, ao comportamento
dos jovens. “Quero distância de alunos e pais”, na Constituição Brasileira (BRASIL, 1997, p. 32).
afirmou um deles (RIOS, 2017).
A LDB, em seu artigo 27, trata de algumas
A partir dos relatos apresentados, podemos diretrizes a serem observadas nos conteúdos
perceber que muitos são os motivos que levam um curriculares da Educação Básica. A primeira delas
professor a deixar a sala de aula para assumir a diz respeito à “difusão de valores fundamentais

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
ao interesse social, aos direitos e deveres dos o conceito de gestão da sala de aula, de forma que
cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem tudo o que se tenta construir em termos de ética
democrática” (BRASIL, 1996). possa ser de fato vivenciado por todos.
Dessa forma, observamos que há uma Pestalozzi, teórico do século XVIII, já

preocupação/movimentação das instâncias propunha mudanças de perspectivas no objetivo
superiores quanto à abordagem do tema “ética” nas da educação, nas quais ainda nos digladiamos
escolas, em todos os seus aspectos, despertando atualmente: projetar a educação na formação do
as novas gerações para a vivência de valores homem moral e autônomo, constituindo assim
relacionados à dignidade humana, bem como o uma educação integral onde o ser humano é
exercício da cidadania e o espírito democrático. contemplado em todas as suas dimensões.
“Para ele, a educação não se limita à existência:
“Na Escola, o tema Ética encontra-se, em deve agir sobre a essência, visando à autonomia
primeiro lugar, nas próprias relações entre os moral e à transcendência espiritual do homem”
agentes que constituem essa instituição” (BRASIL, (INCONTRI, 1997, p. 95).
1997, p. 32). Partindo desse princípio, antes de ser
abordado no currículo escolar, é primordial que o Para construirmos uma educação que
tema seja vivenciado e exemplificado nas inter- seja capaz de evitar conflitos, ou de mediá-
relações existentes entre todos os segmentos los pacificamente, faz-se necessária urgente
que constituem a escola. É importante lembrar intervenção nas causas desses conflitos, pois o
também que na Educação Básica isso assume que geralmente acontece é que se tenta remediar
uma importância muito maior, levando em os efeitos. Estas causas poderiam ser os diversos
consideração que crianças e jovens observam preconceitos, o egocentrismo e principalmente a
muito e geralmente espelham-se na postura de competitividade, que tem sido a grande causa de
seus educadores, sejam eles pais, professores tensão humana nos dias atuais, e infelizmente
ou toda e qualquer pessoa que de alguma forma a educação, da forma como ainda é concebida,
contribui com a sua formação. alimenta isso no sentido de rivalidade, através da
concepção que se tem de “mundo competitivo”.
Com relação à gestão escolar, a doutora
Terezinha Azerêdo Rios nos explica a etimologia A educação integral do ser, contemplando o
da palavra administração, que vem do latim ad- ser humano em todas as suas dimensões, contribui
ministrare e significou, primeiramente, “ministrar para uma vivência mais pacífica, justa e digna.
junto” (RIOS, 2017). Na área da Educação, nas Para tanto, como disse Paulo Freire (2002, p. 38),
unidades escolares, deveria manter-se esse “As qualidades ou virtudes são construídas por
sentido original, pelo profundo valor ético que nós no esforço que nos impomos para diminuir a
ele presume: ministrar junto, fazer juntos, enfim, distância entre o que dizemos e o que fazemos”.
aprender a conviver, como foi proposto por Delors
(1998, p. 96) nos quatro pilares da educação para
o século XXI, caracterizando esta aprendizagem 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
como um dos maiores desafios da educação.
No ano de 2012, no início do processo de
Delors (1998, p. 96-97) nos deixa uma eleições para diretores, a Secretaria da Educação
situação-problema: “Poderemos conceber uma do Estado do Rio Grande do Sul publicou uma
educação capaz de evitar conflitos, ou de os Carta às Comunidades Escolares, emitida pelo
resolver de maneira pacífica, desenvolvendo o secretário prof. dr. José Clovis de Azevedo (2012),
conhecimento dos outros, das suas culturas, da onde ele dizia o seguinte:
sua espiritualidade?” Na verdade, essa situação
é crucial para a educação das novas gerações, [...] a escola deve afirmar-se como um
porém até então as escolas pouco conseguiram laboratório de experiência democrática. Um
modelo de postura ética e de moralidade. Uma
avançar nesse sentido. Para tanto, é preciso
referência pedagógica de prática democrática,
repensar o conceito de gestão escolar e até mesmo

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
cuja coerência harmonize-se com a expressão da educação nacional. Disponível em:

“educa-se pelo exemplo”. Cabe a nós educadores <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
ensinar democracia e ética pela nobreza do
L9394.htm>. Acesso em: 2 jan. 2017.
exemplo. Temos que ser referência positiva à
sociedade e aos educandos.
______. Constituição Federal de 1988.
Promulgada em 5 de outubro de 1988.
Muitos fatores ainda precisam ser repensados
Disponível em: <http://www.planalto.gov.
para que a escola possa ser de fato uma referência
br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
pedagógica de prática democrática. É preciso
htm>. Acesso em: 3 set. 2017.
abolir certas práticas, muito comuns ainda, apesar
de se apresentarem sempre de forma muito velada,
CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está
como oferecer vantagens a uns em detrimento
no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2004.
de outros, perseguição, intimidação, chantagem
emocional, muitas vezes caracterizando situações
DELORS, Jacques. Educação, um tesouro a
de assédio moral, onde as pessoas são impelidas
descobrir. Brasília: UNESCO e Cortez, 1998.
ou coagidas a tomar posições que não condizem
com a sua vontade.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia.
Disponível em: <http://educadores.educacao.
Para promovermos uma educação mais
ba.gov.br/system/files/private/midiateca/
ética, é de suma importância que as relações no
documentos/2016/pdf-pedagogiadaautonomia-
ambiente escolar sejam efetivamente horizontais,
paulofreire.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2017.
ou seja, aprender a fazer juntos, a fazer com os
outros, sem centralizar o poder ou monopolizar as
INCONTRI, Dora. Pestalozzi: educação
ideias. E pensando em uma relação mais horizontal
e ética. São Paulo: Scipione, 1997.
nas escolas, é necessário abortar as transferências
compulsórias de professores ou alunos para
LUCKESI, Cipriano Carlos. Gestão democrática
outras unidades escolares. Esse fato geralmente
da escola, ética e sala de aula. Disponível
acontece em função do antagonismo de ideias
em: <http://www.luckesi.com.br/artigos_abc_
ou posturas de outrem e encontra respaldo nos
educatio.htm>. Acesso em: 17 dez. 2016.
sistemas de ensino para se consolidar. Enquanto
alimentarmos esse tipo de situação, a democracia
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à
nas escolas continua ruindo: “As democracias são
educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2005.
frágeis, vivem conflitos, e estes podem fazê-las
submergir” (MORIN, 2005, p. 109).
RIOS, Terezinha Azerêdo. A importância
de ouvir antes das decisões. Disponível
em: <http://gestaoescolar.org.br/
REFERÊNCIAS
conteudo/736/a-importancia-de-ouvir-antes-
das-decisoes>. Acesso em: 2 jan. 2017.
AZEVEDO, José Clovis de. Educar pelo exemplo:
compromisso com a ética e a moralidade na
eleição de diretores. Disponível em: <http://
www.educacao.rs.gov.br/pse/html/noticias_det.
jsp?PAG=1&ID=10033>. Acesso em: 2 jan. 2017.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais:
apresentação dos temas transversais,
ética. Brasília: MEC/SEF, 1997.
______. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro

de 1996. Estabelece as diretrizes e bases

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
ARTIGOS Maurício Souza da Silva

Autor:
Graduado em Tecnologia do Comércio

Exterior pelo Centro Universitário
ÉTICA! TEMOS OU NÃO Leonardo da Vinci – UNIASSELVI (2015),
cursando o curso de especialização
TEMOS? E SE NÃO TEMOS, em Docência do Ensino Superior na
Uniasselvi-pós e MBA – Gerenciamento
QUANDO TEREMOS? de projetos pela IERGS-Pós
Resumo
Este artigo tem por objetivo explicar a ética e buscar diferenciá-la da moral e outros termos correlatos, que
embora estejam relacionados entre si, são conceitos distintos. Em um contexto filosófico, ética e moral se
complementam, mas possuem significados diferentes. Podemos considerar a ética como uma postura ou
um modo de ser, uma maneira de lidar com as situações de vida e do modo como estabelecemos relações
com outras pessoas, e em como entendemos nossas responsabilidades em relação aos outros, bem como
lidamos com as pessoas em sociedade. Neste contexto, podemos dizer que conduta ética é um tipo de
comportamento mediado por princípios e valores morais. A ética também pode ser uma reflexão sobre a
moral, uma vez que reflete e questiona muitas vezes sobre as regras morais, ou seja, aquilo que se consolidou
como sendo verdadeiro do ponto de vista da ação, que norteia o julgamento de cada indivíduo sobre o que é
certo ou errado, fruto de um padrão cultural vigente e que engloba as regras consideradas como necessárias
para a boa convivência entre membros de uma determinada sociedade. No sentido prático, os objetivos da
ética e da moral são muito semelhantes, causando a confusão, pois ambas são responsáveis pela construção
das bases comportamentais que guiarão o homem, determinando seu caráter.
Palavras-chave: Ética e Moral. Ética Profissional. Cidadania.
1 INTRODUÇÃO 2 A DICOTOMIA ENTRE ÉTICA E MORAL
A confusão que se estabelece em relação às Em geral procuramos pautar o nosso

palavras ética e moral já existe há muito tempo e comportamento acreditando que devemos,
começa na definição da própria etimologia desses sempre que possível, sermos éticos e morais
dois termos. A palavra ética vem do grego “ethos”, ao mesmo tempo, mas devemos ter em mente
que significa modo de ser ou, mais específico, o também ser perfeitamente possível sermos
caráter. Já a palavra moral tem a sua origem no éticos e imorais ao mesmo tempo, e isto ocorre
latim, que vem de “mores”, significando costumes. quando desobedecemos a uma determinada
Moral é um conjunto de normas que regulam o regra moral porque, refletindo eticamente sobre
comportamento do homem em sociedade e estas ela, percebemo-la equivocada, ultrapassada ou
normas são obtidas através da educação, pela simplesmente errada. Entende-se que seguir esta
tradição e pelo cotidiano, desta forma podemos premissa exige certo grau de coragem pessoal.
dizer que a moral é a “ciência dos costumes”.
Um exemplo famoso é o de Rosa Parks,
A ética, segundo Motta (1984, p. 41), define- uma costureira negra que, em 1955, na cidade
se como um “conjunto de valores que orientam o de Montgomery, Alabama, nos Estados Unidos,
comportamento do homem em relação aos outros desobedeceu à regra existente de que a maioria
homens na sociedade em que vive, garantindo, dos lugares dos ônibus era reservada para
outrossim, o bem-estar social”, e desta forma pessoas brancas. Já com certa idade, farta
podemos resumir esta definição como a forma daquela humilhação moralmente oficial, Rosa se
pela qual o homem deve se comportar no seu recusou a levantar para uma pessoa branca sentar.
meio social. O motorista chamou a polícia, que a prendeu e a
multou em dez dólares. O acontecimento provocou

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REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
um movimento nacional de boicote aos ônibus e, acordo com Rui (2011, p. 6): “Ética empresarial diz
a partir deste evento, o jovem pastor Martin Luther respeito a regras, padrões e princípios morais sobre
King foi determinante como líder na luta pela o que é certo ou errado em situações específicas
igualdade dos direitos civis nos Estados Unidos. no campo dos negócios”. A partir dessa definição,
podemos concluir que não se trata de um padrão
No ponto de vista dos brancos racistas, Rosa moral separado, mas da busca do entendimento de
foi imoral, e eles estavam certos quanto a isso. Na como o contexto dos negócios cria seus problemas
verdade, a regra moral vigente é que estava errada, próprios e exclusivos à pessoa moral que atua
uma vez que a moral é que era estúpida. A partir da como um gerente desse sistema.
sua reflexão ética a respeito, Rosa pôde deliberada
e publicamente desobedecer àquela regra moral. Rui (2011, p. 6) ainda explica: “[...] A postura
ética constrói ou destrói a reputação de uma
Entretanto, é comum confundir ética e moral, empresa. A adoção de um comportamento
como se fossem a mesma coisa. Muitas vezes se consagra valor à imagem da empresa [...] A atuação
confunde ética com espírito de corpo, que tem tudo baseada em princípios éticos é uma manifestação
a ver com moral, mas nada com a ética. Um médico da responsabilidade social da empresa”. Essa
seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, responsabilidade social citada por Rui é uma
não “dedurasse” um colega que cometesse um erro exigência básica à atitude ao comportamento
grave e assim matasse um paciente. Nesse caso, ético, demonstrando a “alma” da empresa,
especificamente, o tal do espírito de corpo nada cuja preservação implica em solidariedade e
tem a ver com ética e tudo a ver com cumplicidade compromisso social.
no erro ou no crime.
Qualquer atividade profissional fica
impossibilitada de ser exercida sem ética, porque
3 A ÉTICA PROFISSIONAL a ética é base de toda atividade econômica,
sendo fundamental para o desenvolvimento do
Qualquer atividade profissional possui um homem e das organizações. Podemos relacionar
conjunto de normas que servem como base uma série de fatores ou valores que determinará
para a conduta dos profissionais. O código de se você ou outro é ou será um bom profissional.
ética profissional é elaborado pelos conselhos Ter bons conhecimentos técnicos, dons, talentos,
representativos de cada profissão, sendo este habilidades e capacidades bem desenvolvidas são
código um conjunto de normas que se propõe a fatores que possibilitam a uma pessoa ter uma
guiar os profissionais no exercício da sua atividade. carreira de sucesso. Relacionar-se bem com os
Não podemos deixar de salientar que o código de colegas, valorizar o trabalho em equipe, possuir
ética profissional tem algumas diferenciações, boa comunicação e flexibilidade são aspectos
variando de acordo com os campos de atuação, altamente valorizados em muitas organizações.
porém alguns itens da ética profissional são
universais, independentemente da área de atuação, Mas para que se alcance a excelência
como: respeito à vida, cooperação, seriedade, profissional, deve-se ter uma conduta ética para
competência, respeito à hierarquia e sentido de a conquista da credibilidade profissional. Essa
responsabilidade podem ser enumerados como conduta nos permite ganhar a confiança e o
aspectos universais. respeito de superiores na hierarquia corporativa,
colegas de trabalho e outros colaboradores.
A ética profissional não é pautada apenas Ser íntegro, neste caso, é ter transparência nas
através de um conjunto de normas estabelecidas atividades executadas, sendo honesto com o
por um conselho representativo ao qual o gestor direto e outros profissionais, garantindo
profissional está vinculado, mas também pelas assim que todos sejam influenciados positivamente
normas e regras dentro de uma empresa e que com o seu trabalho. Não podemos esquecer a
devem ser seguidas objetivando a construção de humildade, pois, a despeito do meio corporativo,
um ambiente saudável, amigável e produtivo. De para buscar fazer com que os erros não ocorram,

35
REVISTA
UNIASSELVI-PÓS
temos que considerar que as empresas são feitas auditório, algumas pessoas fumariam e outras não.
por pessoas, e assim os erros se fazem presentes Há 10 anos, haveria uma placa com os dizeres:
uma vez ou outra. Se isso ocorrer, devemos ser “É proibido fumar”. E hoje não é mais necessário,
humildes para reconhecer a falha e corrigi-la. pois as pessoas incorporaram este comportamento
E, por fim, o comprometimento, que é quando social. Às vezes surge como norma, por exemplo,
o profissional se compromete com o próprio o uso do cinto de segurança quando passou a
desenvolvimento e a fazer deste desenvolvimento ser obrigatório no Brasil, e muitas pessoas foram
ato contínuo, agindo para alcançar metas e multadas porque não tínhamos o hábito de usar
objetivos em conformidade com a ética, que diz o cinto. Hoje você entra no carro e coloca o cinto
respeito a cada indivíduo, a cada grupo profissional sem se lembrar da multa. Como foi a construção
e a sociedade em geral. da ética neste caso? Creio que foi a atitude do
poder público, que não se limitou a criar a norma,
mas utilizou a sua autoridade para fiscalizar o
4 ÉTICA E CIDADANIA cumprimento da lei.
A ética e a cidadania estão relacionadas A relação entre ética e cidadania é bastante

às atitudes dos indivíduos e a sua forma de próxima, pois a ética costuma ser uma forma de
interatividade em sociedade. guiar a cidadania presente e, ainda, uma forma de
nortear a luta pelos direitos e condições que ainda
Definindo somente cidadania, podemos dizer precisam ser conquistados. A ética e a moral são
que se refere ao conjunto de direitos e deveres ao a base para o desenvolvimento de uma cidadania
qual o cidadão está sujeito no seu relacionamento consciente e justa, e um país com fortes bases
com a sociedade na qual está inserido. Um dos éticas e morais apresenta uma forte cidadania.
pressupostos da cidadania é a nacionalidade,
ou seja, o fato de pertencer a uma determinada Conforme relatório Índice de percepção de
nação, que também pode ser denominada como Corrupção 2016, da Transparency International,
cidadania formal. Mas temos também a definição divulgado em janeiro de 2017, países como
de cidadania substantiva, que possui um caráter Dinamarca, Nova Zelândia, Finlândia, Suécia, Suíça
muito mais amplo, pois está relacionada a direitos e Noruega foram classificados como campeões
sociais, políticos e civis. em transparência, com uma classe política com
uma postura ética que revela o grande respeito
A ética e a moral têm uma grande influência que o Estado tem e deve ter pela sociedade que
na cidadania. Via de regra, a cidadania na ele representa. Nestes países, por exemplo, todos
grande maioria dos países tende a se modificar têm acesso às informações públicas, verificando
para melhor, de acordo com os direitos políticos de que forma o governo está utilizando os recursos
conquistados, com aperfeiçoamento no tratamento públicos e acompanhando as atividades dos seus
social entre cidadãos e maior consciência civil. políticos. Mas como isso é possível? Tentando
Muitos acreditam que a cidadania somente estará dar uma possível resposta brevemente, podemos
em uma forma definitiva quando não houver mais destacar que o arcabouço jurídico desses países
desigualdades e todas as pessoas puderem viver não contempla um conjunto de leis tão duras, mas
em harmonia. Isto pode parecer ser um desejo eles possuem um mecanismo de punição onde a
utópico, e que, portanto, seria mais razoável o tolerância à ilegalidade é baixíssima, além de manter
conceito do professor e filósofo Mário Sérgio um empenho constante contra a corrupção e, por
Cortella, que em uma entrevista no programa do isso, destaca-se na população um nível de confiança
Jô Soares disse: “Tem coisa que eu quero, mas bem elevado, e isto é chave da autorregulação social.
não devo, tem coisas que eu devo, mas não posso O Brasil ocupa a posição 79a neste ranking, o que
e tem coisas que eu posso, mas não quero”. demonstra que há muito ainda a ser feito.
Mas quem define isso? Isto é definido através
do exemplar, define-se através dos princípios No Brasil, segundo estudo global da Edelman
da sociedade sendo religiosos ou não, define-se Trust Barometer, divulgado no portal Globo.com em
através das normatizações. Há 20 anos, em um matéria tendo como autora a jornalista Thais Herédia

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UNIASSELVI-PÓS
em 8/3/2017, bem como no blog da Edelman, a mudar o nosso país? Com certeza não, mas muda
confiança dos brasileiros nas instituições do país o seu próprio mundo, e se cada um de nós mudar o
revela que apenas 24% das pessoas acreditam no próprio mundo, talvez esta ação no conjunto possa
governo e 62% dos pesquisados acreditam que o efetivamente transformar o nosso país e o mundo
sistema nacional não é mais capaz de atender às em que vivemos.
demandas da sociedade.
Esta afirmação pode parecer utópica.
Tudo isso nos faz refletir: existe sociedade Contudo, a raça humana sempre buscou a utopia
ética com classe política ou representantes – não porque sempre almejou o inatingível, mas
do Estado não éticos? Ou o contrário: classe porque a utopia não define se há um paraíso
política ética com a sociedade não ética? Estes desejado, pois isso não existe, mas nos dá como
países demonstram que a sua classe política tem realidade evitar um inferno.
uma postura ética porque a sociedade que eles
representam também tem esse comportamento, Entretanto, a pergunta mais importante é:
na qual a educação possui uma grande influência temos ética ou não temos? E se não temos, quando
na construção de um comportamento social e teremos? Em muitos aspectos temos, em outros
onde a ética e a moral são fortes bases para o não, pois ser ético é difícil, e esta dificuldade ocorre
desenvolvimento de cidadania. toda vez que você tem que superar a tentação
de imitar aqueles que procuram se beneficiar de
forma incorreta, por aqueles que acreditam ter a
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS sociedade a seu serviço, quando, por exemplo, em
um engarrafamento alguns trafegam na faixa de
A ética é uma das questões essenciais para acostamento ou quando alguém estaciona o veículo
qualquer sociedade, tanto na esfera pública quanto na vaga de idoso e muitos, apesar de reprovar,
em nossas vidas privadas. Somos éticos quando nada fazem. Hoje criticamos os desvios de conduta
refletimos sobre o que estamos fazendo e como cometidos por nossa classe política, desvios estes
estamos fazendo, quando medimos e qualificamos que caracterizam um comportamento corrupto.
nossas ações buscando refletir o que somos e o Estamos ficando cada vez mais intolerantes com
que podemos ser. Ao contrário, sem ética, nos a corrupção, porém somos complacentes com a
tornamos alienados e até mesmo brutalizados, sem sonegação e justificamos este comportamento
conexão com o significado da vida em sociedade. porque consideramos o Estado injusto e indigno de
confiança. Somos éticos ao não tolerar a corrupção
No Brasil de hoje, refletir sobre ética se torna e antiéticos em nos permitir a sonegação. Aprende-
fundamental como forma de pensar e fomentar se com os nossos genitores o quanto é errado
nossas ações. Devemos refletir sobre o que é roubar e, no entanto, alguns aprovam levar para
ética hoje e como ela vem sendo entendida, pois casa clipes, borrachas, canetas e bloquinhos
o que estamos vendo atualmente no nosso país é da empresa ou, então, no ambiente corporativo,
justamente a falta desta, em muitas organizações permitem-se desviar a nossa atenção do nosso
privadas e muito mais ainda na esfera pública. Esta tempo remunerado acessando o nosso Facebook
realidade compromete a sociedade, que perde os e estabelecendo bate-papos intermináveis e sem
seus valores morais e torna cada vez mais difícil grande relevância com amigos no Whatsapp.
lutar contra um mercado cheio de imoralidades,
corrupção e vícios. Ética é acima de tudo uma postura e,
consequentemente, ação mediada em princípios,
Qualquer indivíduo que considerar os tais como o respeito à subjetividade, à dignidade,
princípios éticos fundamentais em todas as à diversidade, ao próximo. É uma relação entre
suas escolhas, ações e decisões terá como pensamento e ação, desmistificando a teoria
consequência uma vida com mais qualidade, seja da prática. É saber que podemos ser parte do
no âmbito profissional, seja no aspecto humano. problema, mas também ter a percepção de ser parte
Mas balizar o seu cotidiano desta forma vai mudar da solução. Ser ético é ter a capacidade de pensar
o mundo? Ou se formos menos ambiciosos, iremos e fazer a partir de uma determinação pessoal ao sair

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UNIASSELVI-PÓS
da zona de conforto, em questionar, pois quem não HEREDIA, Thais. 62% dos brasileiros não
pensa por conta própria é levado a pensar o que os acreditam nas instituições do país, diz
outros para ele definiram como verdade. pesquisa. Mar. 2017. Disponível em: </g1.globo.
com/economia/blog/thais-heredia/post/ 62--dos-
brasileiros-nao-acreditam-nas-instituicoes-do-
Sejam éticos. Por mais difícil que seja, procurem
pais-diz-pesquisa.html/>. Acesso: 23 ago. 2017.
ser éticos. Esforcem-se e valorizem esse esforço.
MOTTA, Nair de Souza. Ética e vida profissional.
Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 1984.
REFERÊNCIAS
RUI, Maria Cecília. A fundamentação na ética
BLOG EDELMAN. Conheça os e explicitação de princípios e valores. 2011.
resultados brasileiros do Edelman Disponível em: <www.webartigos.com/artigos/a-
trustbarometer, 2017. Disponível em: fundamentacao-na-etica-e-explicitacao-de-
<https://edelman.com.br/propriedades/trust- principios-e-valores/79302>. Acesso: 27 out. 2017.
barometer-2017/>. Acesso: 25 nov. 2017.
TRANSPARENCY INTERNATIONAL, Corruption
CORTELLA, Mario S. Qual é a tua obra? perceptions index 2016. Disponível em: <https://
6. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2007. www.transparency.org/news/feature/corruption_
perceptions_index_2016/>. Acesso: 25 nov. 2017.

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UNIASSELVI-PÓS
ARTIGOS Autor:
Victor José Caglioni
Formação: Pós-graduado em Gestão e tutoria
em Educação a Distância da UNIASSELVI.
ÉTICA: DOS PRIMÓRDIOS Mestre em Sociologia pela Universidad
Nacional General San Martín, pós-graduado
FILOSÓFICOS ÀS em Pedagogia pela Facultad Latinoamericana
de Ciencias Sociales –FLACSO-UNESCO
CORPORAÇÕES MODERNAS e graduado em Ciências Sociais pela
Universidade Regional de Blumenau.
E-mail: victorcaglioni@gmail.com.br
Resumo
O presente artigo dedica-se ao tema da ética nas corporações. Esse tema pujante ganha cada vez mais
importância no mercado junto aos consumidores. E apesar de ser muito antigo, sua evidência tem ganhado
maiores projeções recentemente. Para possibilitar um entendimento mais adequado do tema, tem-se como
ponto de partida as ideias sobre ética de alguns dos mais influentes pensadores e filósofos da história, como
Kant, Kierkegaard, Sartre e Pierce, para chegarmos ao dia a dia das empresas na contemporaneidade. Ou
seja, com o objetivo de discutirmos as mudanças de paradigmas éticos com a chegada da modernidade, do
pragmatismo, da estética e pensarmos não só a ética, mas a moral no ambiente laboral das corporações atuais.
Palavras-chave: Ética. Moral. Corporações.
1 INTRODUÇÃO ética e moral – que no idioma alemão é nomeado

de Zeitgeist (espírito do tempo ou clima cultural)
Quando damos início à reflexão sobre ética, – para termos embasamento de reflexão sobre a
vêm à nossa mente vários tipos de pensamentos ética no mundo corporativo contemporâneo e suas
referentes a comportamentos, sejam eles nossos relações com o progresso coletivo.
ou de outros. Especialmente ao nos referirmos
à política, pensar e falar sobre ética é bastante
recorrente, porém esquecemos que ela se faz 2 A MODERNIDADE E SUA ÉTICA
presente nas nossas ações do dia a dia. Com o
intuito de fornecermos melhores subsídios para Durante a Idade Média prevaleceu entre
nossa reflexão, entendemos ser preciso encontrar os pensadores, religiosos e grande parte da
um ponto comum para, a partir dele, compreender população – e de forma subentendida – uma
as várias posições sobre o alcance e a função da ética teocêntrica, remetendo à ideia de um Deus
como centro de tudo. Essa ideia nunca deixou de
ética em períodos históricos, para chegarmos ao
coexistir com outras.
nosso tema central: “Ética no trabalho”.
Entre os séculos XVI e início do século XIX,

A Ética clareia a consciência humana e dá rumo
período identificado pela maioria dos historiadores
à moral, ou seja, a conduta individual e social das
como início da Modernidade, o mundo passou por
pessoas. Partimos dessa premissa considerando-a transformações materiais e de valores que propiciaram
uma criação histórico-cultural, existindo, portanto, o que Immanuel Kant nomeou como “Metafísica dos
variações de conceito de virtude, de bem e mal, costumes” (apud GALLO, 1997). Por conseguinte,
certo e errado, consentido e proibido, por exemplo, surge uma nova formulação dos princípios éticos,
em determinadas culturas e sociedades, e seus com base no antropocentrismo – visão na qual o ser
aspectos sociais, políticos e econômicos. humano passa a ser o centro do mundo.
A seguir trataremos de identificar algumas das Nesse movimento, o homem passou a afirmar
principais mudanças no entendimento social sobre um valor próprio às coisas que produzia, sejam

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UNIASSELVI-PÓS
mercadorias, legislação e/ou demais exercícios outras palavras, equivale a dizer: uma vez que os
intelectuais. Dessa forma, surge – ou ressurge, meios resultam em algo bom, em um êxito, então
assim como o fora na Renascença – um homem estão de acordo com a ética. Princípios, valores
corpóreo, sensível, dotado de razão e vontades, e normas nesse sentido podem variar conforme a
com a “luz” da ciência para resolver suas situação vivenciada pelo indivíduo, considerando
necessidades humanas e da natureza e como que o bom será útil e, portanto, ético.
meio para produzir tais soluções.
Com todas essas vertentes indicadoras das
Nesse contexto, o mundo ocidental, mudanças temporais daquilo que grande parte de
especialmente, passou a aceitar uma ética baseada nossas sociedades entende como ética, chegamos
no homem como um ser ativo, produtor e criador de à era pós-moderna, onde enfrentamos dia a dia
comportamentos morais. Trataremos da moral de incertezas de mercado e existenciais.
forma mais aprofundada em parágrafos adiante.
De tal forma que a ética nesse contexto se
Outros dois movimentos importantes para a mistura à moral vigente, especialmente no ambiente
reflexão sobre ética são o Existencialismo, que tem de trabalho competitivo, e exige um posicionamento
como principais pensadores Kierkegaard e Sartre; e o profissional visando à melhoria dos resultados e,
Pragmatismo, de Pierce, James, Schiller, entre outros. consequentemente, de nossa materialidade.
Segundo os argumentos apresentados pelo A partir de agora, com uma base conceitual
autor Christoph Helferich (2006), o Existencialismo mais abrangente, trataremos desse tema em nosso
promulgava que o humano tem três estágios de próximo capítulo.
existência, estético, ético e religioso em graus de
superioridade, prevalecendo no topo o religioso,
consistido de uma relação subjetiva e individual 3 ÉTICA NAS CORPORAÇÕES
com o Criador. Estágio seguido do ético, que dava
conta do comportamento regido por normas sociais A ética de um período de tempo e espaço visa
e gerais sem necessariamente ter autenticidade ser universal, pode estar evidente via normativas.
individual; e o estético, relativo à relação corpórea Segundo o filósofo da administração Edward
e material de seu mundo. Freedman, ela pode ser considerada “O estudo
dos direitos e obrigações das pessoas, as normas
Já Sartre (apud HELFERICH, 2006), de forma morais que aplicamos na hora de tomar decisões,
mais argumentativa e polêmica, afirma que o homem e a natureza das relações humanas” (FREDMAN
é liberdade, e, portanto, é criador de seu valor e apud HOELLER TORRES, 2013, p. 83).
sua própria fonte de decisão. Desse modo, o valor
moral de cada indivíduo não está em sua submissão Chegamos à questão moral, atrelada ao
às normas e/ou valores estabelecidos, mas pelo comportamento, e nesse ponto temos que ela está
uso de sua própria liberdade, como valor supremo atrelada à prática de uma ética (de um princípio ético).
da existência, do livre agir. No entanto, cabe aqui
lembrarmos que esse conceito, de ser livre para A moral é relativa, e a ética, como vimos, visa
escolher, meramente ignora o fator coletivo, ou seja, ser universal. A moral nesse cenário está atrelada
as circunstâncias no momento de escolha. a um esforço feito por nós, para escolher o melhor
caminho para as decisões de nossa vida. Quando
A posteriori surge o Pragmatismo, que há liberdade de escolha, dentro dos conceitos
consiste na ideia da necessidade de o indivíduo coletivos, temporais, culturais, normativos de
moderno identificar a verdade como forma de uma comunidade/sociedade, isso inclui a cultura
melhor contribuir com o viver e conviver em organizacional das empresas.
sociedade. Exalta-se uma ética pragmática, em

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UNIASSELVI-PÓS
Nós humanos, na vida familiar e no de limites e regras previamente estabelecidos,

trabalho, manifestamos uma conduta através de caso contrário estaremos à mercê de cometermos
determinadas atuações, que de acordo com a injustiças e erros estratégicos, além de uma série
moral social, podem ser consideradas corretas ou de outros problemas de gestão em recursos
não, ações regulamentadas ou não pela moral. humanos.
Estudar, questionar e fomentar essa moral são as
funções da “ética”. O tratamento diferenciado, privilegiado e não
reconhecedor pode resultar em táticas e tomada
No exercício profissional, em termos gerais, de decisões não baseadas em princípios éticos
significa estabelecer relacionamentos de tipo de esforço, resultados e postura mantida pelos
interpessoal, enquanto as normas éticas referem- profissionais.
se à confidencialidade, fidelidade e veracidade das
ações no dia a dia. Há cada vez menos espaço para empresas
que não pensem em ações com base na ética,
Cabe-nos pensar quais parâmetros devemos especialmente relacionado a temas, como combate
seguir num cenário competitivo que nos exige à discriminação, responsabilidade ambiental,
profissionalismo em um país como o Brasil, importantes especialmente porque os clientes
no qual as esferas públicas e privadas estão internos e/ou externos estão cada vez mais
intrinsecamente misturadas nas relações sociais. exigentes e conscientes sobre a responsabilidade
das instituições para com a sociedade, sejam elas
Não é novidade que somos conhecidos, privadas ou públicas.
especialmente entre executivos estrangeiros, por
nossas relações de aproximação rápida de nossas A moral que dita nossa conduta exige de nós
vidas privadas com companheiros de trabalho. ações responsáveis, com certa reflexão sobre os
Se esse é um fato social, há uma necessidade de impactos. Essa nova situação requer empenho
cuidado redobrado para considerarmos nossas de cada setor da empresa, para que as condutas
ações e decisões no âmbito laboral, num nível tenham uma relação direta com a “filosofia da
cabível à função que cada um de nós mantém. instituição”. Neste cenário, já foi identificada em
várias empresas, pelos setores de marketing e
Isso não significa dizer que eticamente não publicidade, a necessidade de tal conduta, pelo
possamos unir as relações de trabalho com outras menos um esforço para praticá-la, passando a
relações, esta moral é comumente permitida no fazer parte das estratégias organizacionais ligadas
Brasil. Faz-se necessário, uma vez dadas essas à gestão de marca e recursos humanos.
relações, pensarmos nelas atreladas a formas de
mantermos níveis de justiça e reconhecimento Isso significa que o marketing e a publicidade
profissional para todos os colaboradores, podem demonstrar através de meios de
independentemente das relações pessoais que comunicação a prática da cultura organizacional
estão estabelecidas. Uma vez que é necessário da empresa, valorizando a marca. Em parceria
o cuidado para que as relações pessoais não com o setor de recursos humanos, trabalham nos
ultrapassem as relações de trabalho, pois esse bastidores para aplicabilidade dessa cultura.
fato facilmente poderia causar injustiças de vários
aspectos relacionados às carreiras das pessoas, Essa “união de forças”, seguramente, tem
especialmente as que não são tão próximas uma importância qualitativa e de funcionalidade
daqueles com o poder de decisão. essencial para a formação de uma gestão mais
ética, preservar e propagar a filosofia da empresa,
Desse modo, é fundamental discernimento segundo Hoeller Torres (2013).
entre as possibilidades de avanço e habilidades
progressistas dos profissionais, tratando-os dentro

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UNIASSELVI-PÓS
Para Almeida Santos (2014), os responsáveis ser uma salvaguarda em termos de publicidade e
pela gestão da cultura empresarial estão atrelados marketing para elas.
às responsabilidades de pensar em processos
que visam a condutas comportamentais (de A saber, não raro vemos como companhias
moral) mais adequadas e comprometidas com envolvidas em “fraudes” têm sua desmoralização
a filosofia da empresa, como fomento para pública e consequentemente a perda substancial
fortalecer a inovação na gestão material, de de mercado, quando não sua extinção, devido
reciclagem, de discernimento da diversidade social a procedimentos não éticos. Embora injustiças
e das possibilidades de crescimento mútuo da relacionadas ao poder possam ocorrer, poucas
organização e seus colaboradores. são as chances – mesmo com elevados
investimentos em marketing – de recuperação,
Partimos do pressuposto de que a tomada acelerando o processo de desgaste de seus
de decisões baseadas em uma ética normalizada produtos e serviços ou o avanço de concorrentes.
em empresas resulta numa melhora significativa Segundo o autor Almeida Santos (2014),
da motivação do grupo de colaboradores e, inclusive, existe a prática de grandes empresas
consequentemente, nos resultados possíveis, serem obrigadas a mudarem de marca, devido à
ainda em tempos de instabilidade econômica. imagem manchada publicamente.
Se analisarmos as empresas com maiores Agir dentro de princípios éticos nas relações de
níveis de produtividade, perceberemos nitidamente trabalho exige de cada colaborador um sentimento
que elas possuem mecanismos de reconhecimento de responsabilidade colaborativa, possível de ser
laboral – sejam eles benefícios sociais, econômicos criado/gerado pelos gestores, com ações morais
e de carreira – baseados em princípios éticos institucionalizadas, tendo ou não departamentos
costumeiramente denominados “Filosofia da de recursos humanos.
empresa” e “Plano de carreira”.
Isso não significa ser possível afirmar que 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

todas as empresas que denominam e coloquem
em um cartaz as suas filosofias as seguem à risca, Os princípios éticos, independentemente
porém estabelecidas as filosofias, elas podem ser de quais são seus critérios entre indivíduos
mais facilmente seguidas no dia a dia de trabalho. e sociedade, como os descritos no início
do artigo, obedecem a uma universalidade
Há casos muito interessantes de companhias temporal e cultural, que no mundo ocidental está
dos setores de informática e saúde, por exemplo, necessariamente atrelada aos direitos humanos
que adotam critérios éticos de contratação e a e da humanização das relações sociais. Portanto,
manutenção de relações sociais visando à não conclui-se então estarem presentes nas atividades
distinção por gênero (igualdades salariais entre econômicas laborais.
os gêneros e possibilidades de ascensão), por
religião, tom de pele, orientação sexual etc. Todos, Quanto mais próximas as ações morais
em sua maioria, baseados na observação da estiverem dos ideais éticos de seu tempo, maiores
conduta, resultados e capacidade expansiva dos são as possibilidades de progresso social e
colaboradores. econômico das companhias e do próprio Estado.
Em virtude do estabelecimento e cumprimento Mesmo se as condições estabelecidas

de critérios éticos internos, resultam maiores as externamente às empresas pressionem nossas
possibilidades de melhora e de êxito dentro das decisões internas, elas não devem necessariamente
organizações, independentemente do tipo de servir de base para os critérios estabelecidos nas
atividade e negócio gerado nas empresas. Além de relações internamente, ou seja, as ações internas

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devem ser estabelecidas por critérios internos,

amenizando as pressões externas. BARROS FILHO, C. Ética e comunicação
verbal. São Paulo: Editora Paulus, 2007.
As relações no mundo do trabalho podem
resultar em um progresso para um conjunto grande GALLO, S. Ética e cidadania: Caminhos da
de pessoas e disso resultar no crescimento das filosofia. São Paulo: Papirus Editora, 1997.
companhias, em produtividade, inovação e seu
poder junto aos mercados. HELFERICH, C. História da filosofia. Tradução
Luiz S. Repa, Maria E. H. Cavaleiro, Rodnei do
Concluímos que as ações éticas estão muito Nascimento. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
mais comprometidas com o sucesso progressivo
de pessoas e de companhias do que costumamos HOELLER TORRES, L. Teoria do stakeholder:
equivocadamente imaginar. um estudo da aplicação do princípio de equidade
stakeholder. Porto Alegre: UFRGS, 2013.
REFERÊNCIAS
SEVERINO, Joaquim A. Filosofia.
ALMEIDA SANTOS, F. Ética empresarial. São Paulo: Editora Cortez, 1993.
São Paulo: Atlas Editora, 2014.
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