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Batismo nas águas

O Cristianismo não é uma religião ritualista; a essência do Cristianismo é o contato direto do


homem com Deus, por meio do Espírito. Não obstante, há duas cerimônias que são essenciais, por
serem divinamente ordenadas. São elas: O BATISMO NAS ÁGUAS e a CEIA DO SENHOR.
São mencionadas como ordenanças porque são ordenadas pelo próprio Senhor.
Primeiramente trataremos do Batismo nas águas.

A. PARTICULARIDADES DO BATISMO NAS ÁGUAS

1. É o rito de ingresso na Igreja Cristã.


2. Simboliza o começo da vida espiritual.
3. Sugere a fé em Cristo.
4. É administrado somente uma vez porque pode haver somente um começo da vida espiritual.

B. FORMA OU MODO

1. A ordenança requer água. “... Eis aqui água, que impede que eu seja batizado?”
(At 8.36).

2. O batismo requer abundância de água. “Ora, João estava também batizando em Edom, perto
de Salim, porque ali havia muitas águas, e para lá concorria o povo e era batizado” (Jo 3.23).

3. O batismo requer que tanto o que batiza como o batizado desçam à água. “Então mandou
parar o carro, ambos desceram à água, e Felipe batizou o eunuco.” (At 8.38).

4. O batismo o sepultamento na água. “Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo”
(Rm 6.4). “Tendo sido sepultado juntamente com Ele no batismo” (Cl 2.12).

5. O batismo requer sair da água. “Batizado Jesus, saiu logo da água...” (Mt 3.16).

C. O SIMBOLISMO

Por seu simbolismo, o batismo na água é tão maravilhoso como belo. Simboliza a morte,
sepultamento e ressurreição de Cristo e do crente que está em comunhão com Ele. “Fomos pois,
sepultados com Ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os
mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque se fomos
unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também da semelhança da
sua ressurreição” (Rm 6.4,5).
“Tendo sido sepultados juntamente com Ele no batismo, no qual fostes ressuscitados mediante a
fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2.12).
A palavra “batizar”, usada na fórmula de Mt 28.19,20, significa literalmente mergulhar ou imergir.
Essa interpretação é confirmada por eruditos da língua grega e pelos historiadores da Igreja. Mesmo
eruditos pertencentes a Igrejas que batizam por aspersão admitem que a imersão era o modo
primitivo de batizar.

SIGNIFICADOS

I – Morte – Espiritualmente, o batismo simboliza morte. O homem converte-se ao Evangelho e


para demonstrar uma mudança radical de vida, tem de morrer para o mundo. Comentando este
importante assunto diz Paulo: “Pois quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado, mas
quanto a viver, vive para Deus”, Rm 6.10.
II – Sepultamento – “Sepultados com ele no batismo nele também ressuscitastes pela fé no poder
de Deus que o ressuscitou dos mortos”, Cl 2.12. aqui, está uma forte razão de o batismo ser por
imersão, pois ele simboliza sepultamento.

III – Ressurreição – Ao sair da água – ressuscitou uma nova criatura em Cristo. Por isso diz a
Escritura: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas se passaram,
eis que tudo se fez novo”, II Co 5.17.

A pessoa realmente convertida tem grande prazer em aceitar esse tríplice simbolismo da morte,
sepultamento e ressurreição de Jesus para a sua vida, deixando-se batizar (por imersão)
simbolizando assim, a sua morte para o mundo, o sepultamento e o ressurgir de uma nova criatura.
Simboliza ainda a lavagem pela regeneração. É, portanto, uma demonstração de que aceitou na
íntegra os ensinamentos que lhe foram ministrados na classe batismal e está pronta a praticá-los
para o seu bem.
Uma vez que a pessoa aceitou o batismo é a prova de que renunciou o mundo e quer o perdão de
Jesus, então passa pelo processo batismal como símbolo do perdão. Arrependimento – o batismo
simboliza a manifestação do arrependimento. Eis aí a razão pela qual não se deve efetuar o batismo
infantil. Do que pode uma criança se arrepender? De nada. O arrependimento é, por sua vez, o
conhecimento do erro e, conseqüentemente, a repulsa dele. É justamente isto ou esta capacidade que
o infantil não possui. Um texto referente a Jesus esclarece isto: “Manteiga e mel comerá até que ele
saiba escolher o bem e rejeitar o mal”, Is 7.15. para separar uma coisa da outra, isto é, o bem do
mal, precisa ter uma mente pensante, formada e capaz do discernimento como diz em aos Hebreus
5.14 “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais em razão do costume, têm os sentidos
exercitados para discernir tanto o bem como o mal.”
Sobretudo, temos de convir do seu grande valor expresso pelo Mestre Jesus. “Quem crer e for
batizado será salvo...” É, portanto, desde a sua instituição, uma exigência do homem que se
converta a Cristo. Por ele pode o crente ter os privilégios da Igreja, ligar-se à família de Deus na
terra e tornar-se apto para unir-se à família celestial.

D. A FÓRMULA

O Senhor mesmo deu a seus apóstolos a fórmula em Mt 28.19, onde disse o seguinte: “Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo”.
Como vamos reconciliar isso com o mandamento de Pedro: “...cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo” (At 2.38)? Vejamos o que diz o teólogo Myer Pearlman: “Estas últimas
palavras não representam uma fórmula batismal, porém uma simples declaração afirmando que
recebiam o batismo as pessoas que reconheciam a Jesus como Senhor e Cristo... ser batizado em
nome de Jesus, significa encomendar-se inteira e eternamente a Ele como salvador enviado do céu,
e a aceitação de sua direção impõe a aceitação da fórmula dada por Jesus no capítulo 28 de
Mateus”.
Vamos analisar também a declaração do pastor Ezequias Soares sobre esta questão: Como explicar
as quatro passagens no livro de Atos que fazem menção do batismo em nome de Jesus? Eles (os que
são contrários ao batismo em nome da trindade) se valem dessas passagens para consubstanciar sua
prática. A inconsistência dessa doutrina unicista é que as passagens bíblicas não estão nos dando a
fórmula batismal. Estão mostrando que essas pessoas foram batizadas na autoridade do nome de
Jesus, pela fé em seu nome. A prova disso é que em Atos 2.38 diz: “Em nome de Jesus Cristo”;
8.16: “Em nome do Senhor Jesus”; 10.48: “Em nome de Jesus Cristo”; 19.5: “Em nome do Senhor
Jesus”.
Apenas Atos 8.16 e 19.5 usam exatamente a mesma expressão. As versões que seguiram o texto
grego de Erasmo de Rotterdã, Textus Receptus, trazem Atos 10.48: “Em nome do Senhor”, como a
Versão Almeida Corrigida. Dessas quatro passagens três são diferentes, ou duas, dependendo da
versão. Se elas revelassem a fórmula batismal, seriam iguais, pois a fórmula é padronizada. Isso
mostra que não se trata de uma fórmula batismal. Essa prática unicista foge à ortodoxia, é um
desvio da Palavra de Deus. A fórmula determinada por Jesus foi em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo” (Mt 28.19).

E. QUEM ESTÁ APTO PARA RECEBER O BATISMO?

Vamos analisar agora a opinião de alguns teólogos avalizados no assunto: a) Pearlman: Todos os
que sinceramente se arrependem dos seus pecados e exercitam uma fé viva no Senhor Jesus, são
elegíveis ao batismo. b) P.C.Nelson: A ordem divina é muito simples: o pecador deve arrepender-
se e crer (Mc 1.15; 16.16). c) Pearlman: Visto que as crianças recém-nascidas não têm pecados de
que se arrepender e não podem exercer a fé, logicamente estão excluídas do batismo nas águas. d)
P.C.Nelson: Com isso não estamos impedindo que venham a Cristo (Mt 19.13.14), pois elas podem
ser consagradas em culto público. Nossa igreja decidiu em Convenção Nacional batizar crianças a
partir dos 14 anos de idade com o consentimento dos seus pais. Alguns afirmam que o batismo no
ESPÍRITO SANTO exime o crente da necessidade de submeter-se à ordenança do batismo nas
águas. Esta atitude está em conflito com a declaração de Pedro em Atos 10.47,48.

F. EFICÁCIA

O batismo nas águas, em si, não tem poder para salvar. As pessoas são batizadas não para serem
salvas, mas porque já são salvas. Não podemos dizer que o rito seja absolutamente essencial para a
salvação, mas podemos insistir em que seja essencial para a integral obediência a Cristo
(Pearlman).

CONCLUSÃO: O batismo é um mandamento dado pelo Senhor Jesus à sua Igreja, o qual deve ser
obedecido em todos os sentidos. (Mt 28.18-20)

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