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ESBOÇO SOBRE O SÁBADO

Pr. Edil Son Diaz (Teologia dogmática)

Dia em que suspendia o trabalho habitual, para ser dedicado especialmente ao Culto à Deus e ao
descanso. O nome hebraico é Shabbat, que passou ao grego como Sabbaton e ao latim como Sabatum,
de onde vem o português “Sábado”. A palavra hebraica se relaciona com o verbo da mesma raiz que
significa “Cessar” deixar de fazer algo, “Descansar” na grande maioria dos casos, o Shabbat era o
sétimo dia da semana e, portanto, equivale ao nosso Sábado: Exôdo 20: 8-11, 31: 13-16, Lucas 23:54-
56.
Nos dez mandamentos Êxodo 20:8-11 se ordena a sua observação em comemoração tanto ao
descanso divino ao terminar a criação (Gn. 2:1-3) como da libertação do povo Israelita da escravidão
(Dt. 5: 12-15) os Hebreus contavam o dia de repouso desde o pôr do Sol da Sexta-feira até o pôr do
Sol do Sábado e assim o fazem pelo seu significado da dia em que não se trabalha. Também havia os
outros sábados chamados de Cerimoniais que eram feriados religiosos para o povo Judeu e podiam cair
em qualquer dia da semana (Lv. 16: 29-31, 23: 24, 32, 39). O mesmo termo Sábado se aplicava a cada
sétimo ano em que se deixava descansar a Terra (Lv. 25:2-7), mas o Sábado que vamos estudar é o
Sábado do sétimo dia.

Referência geral sobre o sábado

1- Instituído por Deus. Gen. 2:1-3


2- A base de sua instituição. Gn. 2: 1-3, Ex. 20:8-11

Obs. O dia do Sábado: Ex 20:8 . A palavra hebraica correspondente (Shabbat) aparentemente


deriva-se do verbo que significa Cessar—sendo que o Sábado era o dia em que o trabalho regular
cessava. Êxodo cita a obra de Deus na criação como a base desse mandamento (V.11), em quanto que
Dt. Baseia a ordenança do Sábado no livramento de Israel do Egito (Dt. 5:12) a ordenança do Sábado
está arraigada na ordem da criação e na da redenção--- relembra tanto a boa criação de Deus (Gn.2:2-3)
como também prevê o descanso sabático final a redenção do povo de Deus (Hb.4;1-11). Tal como a
circuncisão era o sinal da aliança abraâmica (Gn.17), assim também o Sábado veio a tornar-se o sinal
da aliança entre Deus ( Ez. 20:12-20) relembrando o povo de Deus de seu lugar dentro dos propósitos
divinos para a criação e de sua salvação da servidão física no Egito. Em última análise, o Sábado indica
Cristo , nosso Criador e Redentor, que traz descanso para o povo de Deus (Mt 11:28).Portanto o
Sábado comemora a criação e a redenção

3- O sétimo dia foi designado como o Sábado Êx. 20:8-11.


4- O Sábado foi feito por causa do homem. Mc. 2:27

Obs.: O Sábado não foi feito só por causa do Judeu mas ele foi feito por causa de todos os
homens . Por tanto em quanto existir o homem o Sábado continuará existindo pois ele foi feito por
causa do homem Ec. 12:13-14.

1
O QUE FEZ DEUS NO SÁBADO PARA ESSE DIA SE TORNAR ESPECIAL

1-Abençoou-o
2-Santificou-o Gn. 2:1-3
3-Descansou
4-Consagrou-o
5-Ordenou que fosse santificado Ex. 20:8
6-Ordenou que nos lembrássemos do Sábado Ex 20:8-11

O QUE COMEMORAMOS NO SÁBADO

1- A criação Ex. 20:8-11


2- A bondade de Deus Dt. 5:15
3- O favor de Deus Ne. 9:14
4- Sua aliança conosco Ex.20:20

Obs.: O Sábado foi um sinal de aliança entre Deus e os Israelitas. Ex. 31:13-17, mas hoje a igreja é o
verdadeiro Israel de Deus. Gl. 6:16, e o Sábado continua sendo o seu dia de guarda.
5- O Sábado é um sinal entre Deus e o seu povo. Ez.20:20
6- O Sábado é um tipo de descanso celeste. Hb. 4:4-9

CRISTO E O SÁBADO

1- É o Senhor do Sábado Mc. 2:28


2- Guardou o Sábado Lc. 4:16,31, Jo 15:10
3- O Sábado é o dia do Senhor Ap. 1:10 compare com Is. 58:13 Mc. 2:28
Obs.: O Senhor Jesus estava no princípio criando todas as coisas junto com o pai Jo. 1:1-3. Ele também
criou o Sábado como o dia de descanso junto com o Pai e neste dia descansou, por issi que ele é Senhor
do Sábado.

COMO SE DEVE GUARDAR O SÁBADO

1- De um pôr do Sol a outro pôr do Sol


2- Nenhum trabalho serviu é permitido no Sábado Ex. 20:10
3- Nenhuma transação comercial é permitida no Sábado. Ne. 10:31, 13:15-17
4- Nenhum trabalho braçal é permitido no Sábado. Ne. 13:19, Jer. 17:21
5- Comportamento e palavras profanas é proíbida no mesmo. Is. 58:13

O QUE SE PODE FAZER NO SÁBADO

1- Adorar a Deus. At. 16:13


2- Ler e ensinar a palavra de Deus. At 13:27
3- Pregar a palavra de Deus. At. 17; 2
4- Obras ligadas ao culto permitidas no Sábado. Num. 28:9
5- Obras de misericórdia são legais no Sábado .Mt. 12:12 Lc. 13:16 Jo. 9:14
6- Necessidades urgentes podem ser supridas no Sábado . Mt. 12:1 Lc. 13:15, 14:1

2
COMO É CHAMADO O SÁBADO NA BÍBLIA

1- Sábado do Senhor. Ex. 20:8-11


2- Sábado de descanso. Ex. 31: 15
3- Santo Sábado. Ex. 16: 23
Obs. O Sábado já era conhecido e guardado antes do Sinai.
4- Santo dia de Deus. Is. 58: 13

OS SERVOS DE DEUS E O SÁBADO

1- Observam. Ne. 13: 22


2- Honram a Deus observando o Sábado. Is. 58: 13
3- Regozijam-se no Sábado. Sl. 118:18; Is. 58: 13
4- A benção de honrá-lo. Is. 58: 13-14
5- A benção de observá-lo Is. 56: 1-6
6- Os santos testificam contra os profanadores do Sábado. Ne. 13: 15, 20: 21

SERVOS DE DEUS QUE GUARDARAM O SÁBADO

1- Moisés. Nu. 15: 32-34


2- Os Israelitas antes do Sinai. Ex. 16
3- Neemias 13:15-21
4- As discípulas de Cristo. Lc. 23:56
5- Paulo. At. 16:13
6- Os discípulos. At. 16:13
7- João Ap. 1:10 compare com Is. 58:13

OS IMPIOS E O SÁBADO

1- Zombam do Sábado. Lam. 1:7


2- Profanam, Ez. 20:13-16
3- Cançam-se dele Am. 8:5
4- Ocultam os olhos dele. Ez. 20:26
5- Divertem-se nele. Is. 58:13
6- Carregam cargo nele. Ne. 13:15
7- Trabalham nele. Ne. 13:15
8- Negociam nele Ne. 10:31, 13:15-16
9- Figem zelo por ele. Lc. 13:14, Jo 9:16
10- Eram castigados por profanarem. Ne. 13:18, Jer. 17:17

OS PROFANADORES DO SÁBADO

1- Os juntadores do Maná Ex. 16:27


2- Os juntadores de lenha. Nm. 15:32
3- Homens de tiro Ne. 13:16
4- Os habitantes de Jerusalém. Jer. 17:21-22

Obs. O Sábado será guardado na nova Terra. Is. 66:22-23

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O sábado faz parte de um novo conserto. Hb. 8:10

FATOS SOBRE O SÁBADO

“JESUS SENHOR DO SÁBADO” - Mat. 12:8

Algumas pessoas acham que o fato de Jesus haver declarado ser Ele “senhor do sábado” (Mat.
12:8 ; Mar. 2:28 ; Luc. 6:5 ) implica na anulação do Sábado como dia de repouso. Mas uma análise
mais detida do assunto não sustenta tal posicionamento. Declarando-se “senhor do Sábado”, Cristo
estava simplesmente reivindicando sua legítima soberania sobre o Sábado, em face das tentativas dos
fariseus de ensinar a Cristo e como observar esse dia ( Mat. 12:12 ).

A soberania de Cristo sobre o Sábado deriva especialmente do fato de ser Ele tanto o Criador
quanto o Legislador do Sábado. Se o Sábado foi instituído na semana da criação (ver Gên. 2:1-3 ; Êx.
20:8-11 ; Heb. 4:4e10) e “todas as coisas foram feitas por intermédio” de Cristo, “e, sem Ele, nada do
que foi feito se fez” (Jo. 1:3), então o Sábado é parte das grandes atividades criadoras de Cristo.

Mas a Bíblia apresenta a Cristo também como o Legislador do Sábado. Em Atos. 7:38 é dito
que os oráculos sagrados foram dados a Moisés “no monte Sinai” pelo “anjo” do Senhor, identificado
anteriormente como o próprio Senhor, ou seja, Cristo (Atos 7:30-32 ;ver também Isaías 63:9 ; I Cor.
10:4 ). Se o Decálogo ( ver Êx. 20:3-17) , que inclui o mandamento do Sábado ( ver Êx. 20: 8-11), foi
proclamado no Sinai por Cristo, então o próprio Cristo é o verdadeiro Legislador do Sábado.

A controvérsia entre Cristo e os fariseus, registrada em Mateus 12, não diz respeito a qualquer
tentativa da parte de Cristo de substituir a observância do Sábado pelo Domingo. O assunto em
discussão é meramente a maneira como o Sábado deveria ser observado. De um lado estavam os
fariseus, tentando impor a Cristo e aos discípulos suas próprias tradições legalísticas sobre o Sábado
(Mat. 12:2) ; e, do outro, Cristo, procurando desobstruir o Sábado dessas tradições humanas, para
restaurar o seu propósito original descrito nas Escrituras ( Mat. 12:3-8 ; ver também Is. 58:13 e 14 ).
Como “Senhor do Sábado”, Cristo possuia autoridade superior à dos fariseus em definir como o
“deleitoso e santo dia do Senhor”(Is. 58:13) devia ser observado.

OS SÁBADOS CERIMONIAIS – Col. 2:16-17

Em Colossenses 2:14-17, Paulo está falando das “ordenanças” cerimoniais do Antigo


Testamento que cessaram com a morte de Cristo na cruz ( verso 14). O verso 17 descreve essas
ordenanças como “sombras” de um “corpo” que é Cristo, e Hebreus 8:5 fala do próprio sacerdócio que
as oficiava como “figura e sombra das coisas celestiais”. Qualificando esses “sábados” como sombras
“das coisas que haviam de vir” (versos 16-17) , Paulo os distingue do Sábado semanal, que é um
memorial da criação ( ver Gên. 2:1-3 ; Êx.20:8-ll ;31:16-17;Heb. 4:4 , 9-ll),para identificá-los com os
sábados anuais de Israel (ver Lev. 23:4-44), que prefiguravam a redenção em Cristo.(veja a distinção
que a Bíblia faz do Sábado do senhor com os sábados cerimoniais – Lev. 23:24,27,32,38 e 39 ; Os. 2-
ll ; Is. 58:13).

A declaração “ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua
nova, ou sábados” (Col. 2:16) é semelhante á de Oséias 2:ll : “Farei cessar todo o seu gozo, as suas
festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas solenidades.” As expressões “seus sábados” e
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“vossos sábados” (em contraste com “Meus sábados” e o “Sábado do Senhor”) referem-se nas
Escrituras geralmente ao ano sabático de descanso da terra ( Lev. 25:1-7 ; 26:34-35 ; 43 ; II Crôn.
36:21 ) ou às santas convocações anuais dos israelitas, também denominadas de sábados ( Lev. 23:27 e
32 ) . Esses sábados cerimoniais cessaram com a morte de Cristo (Col. 2:14-17), enquanto o Sábado
semanal continua vigente durante a “nova aliança” (Jer, 31: 31-33 ; Is. 56:1-7 ; Heb.4:9-11).

Cremos, portanto, que os autores batistas Jamieson, Fauset e Brown estão corretos ao
interpretarem
Col. 2:16 nos seguintes termos: “Sábados (não “os sábados”) do Dia da Expiação e da Festa dos
Tabernáculos chegaram ao fim com os serviços judaicos aos quais pertenciam (Lev. 23:32, 37-39). O
Sábado semanal repousa sobre um fundamento mais permanente, havendo sido instituído no Paraíso
para comemorar o término da criação em seis dias. Levíticos 23:38 distingue claramente ‘o Sábado do
Senhor’ dos demais sábados”. Em Lev. 16 e 23, e em Num. 28 e 29 estão enumerados vários dias de
festas para os Israelitas que são:

1) A Páscoa - Num. 28:16


2) A Festa dos Pães Asmos - Num. 28:17
3) A Festa da Colheita ou Pentecostes - Êx.23:16 ; 32:22 ; Num. 28:26 ; At. 2:1
4) A Festa das Trombetas - Num.29:1
5) O Dia da Espiação - Num. 29:7
6) 1º Dia da Festa dos Tabernáculos - Lev. 23:34
7) Último da Festa dos Tabernáculos

A MUDANÇA DO SÁBADO PARA O DOMINGO

Quem mudou o dia do Senhor do Sábado para o Domingo?

Uma das teorias mais usadas para justificar a mudança do Sábado para o Domingo é a de que o
Sábado foi abolido na cruz e o Domingo instituído em seu lugar através da ressurreição de Cristo. Por
mais popular que seja, esta teoria carece de fundamentação bíblica e de comprovação histórica. O texto
de João 20:19, normalmente usado para apoiar a teoria, simplesmente declara que os discípulos
estavam reunidos, com “as portas da casa” trancadas, por “medo dos judeus”, sem qualquer alusão ao
Domingo como um novo dia de guarda. Além disso, a primeira evidência histórica concreta sobre a
existência de cristãos observadores do Domingo é encontrada somente na metade do segundo século de
nossa era cristã.

A tese doutoral de Samuele Bacchiocchi, intitulada From Sabbath to Sunday: A Historical


Investigation of the Rise of Sunday Observance in Early Christianity(Roma:Pontifical Gregorian
University Press, l977), demonstra “que a adoção do Domingo em lugar do Sábado não ocorreu na
primitiva Igreja de Jerusalém, por virtude de autoridade apostólica, mas aproximadamente um século
depois na Igreja de Roma”.

Sob a influência cultural paganizadora do Império Romano, o cristianismo dos primeiros


séculos acabou absorvendo vários elementos de origem pagã, dentre os quais se destaca o culto ao sol
de origem persa (mitraísmo). Os mitraístas romanos veneravam o Sol Invictus cada Domingo e
celebravam anualmente o seu nascimento no dia 25 de dezembro. Tentando harmonizar alegoricamente
o Sol Invictus com o “sol da justiça” do cristianismo ( Malaquias 4:2 ; João 8:12), muitos cristãos
começaram a adorar a Cristo no Domingo como “dia do sol” (Sunday em Inglês e Sonntag em alemão),
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com o duplo propósito de se distanciarem do judaísmo perseguido pelos romanos e de se tornarem
mais aceitos dentro do próprio Império Romano.

Mas o que parecia inicialmente apenas um sincretismo religioso começou a assumir um caráter
institucional. A 7 de março de 321 d. C., o imperador Constantino, um devoto adorador de Mitra,
decretou “que todos os juizes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artifíces
descansem no venerável dia do Sol.” Esse decreto foi seguido por várias medidas eclesiásticas para
legalizar a observância do Domingo como dia de guarda para os cristãos. O próprio Catecismo
Romano, 2ª ed. ( Petrópolis, RJ : Vozes, 1962), pág. 376 , reconhece a atuação da Igreja Católica nesse
processo, ao declarar: “A Igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o Domingo a solene
celebração do Sábado.”

Por mais atraentes e populares que sejam algumas teorias sobre a origem da observância do
Domingo, não podemos impor ao texto bíblico interpretações artificiais e desenvolvimentos históricos
que só ocorreram após o período bíblico. Para sermos honestos com a Palavra de Deus, precisamos
permitir que ela mesma nos diga qual o verdadeiro dia de guarda do cristão ( ver Gálatas 1:8 ; Apoc.
22:18 e 19).

Vejamos agora depoimento de algumas igrejas, em relação a este assunto:

1) A Igreja Católica

“O Domingo é uma instituição católica, e sua observância só pode ser definida por princípios
católicos. Do princípio ao fim das Escrituras não é possível encontrar uma única passagem que autorize
a mudança do culto público semanal, do último para o primeiro dia da semana.” – Catholic Press –
Sidney, Austrália. 25 de Agosto de l900 – grifos meus.

“A Igreja de Deus porém, achou conveniente transferir para o Domingo a solene celebração do
Sábado... em virtude da ressurreição de nosso Salvador.” – Catecismo Romano, edição l566, pág. 440,
parág. 5:18.

“Observamos o Domingo em vez do Sábado, porque a Igreja Católica no Concílio de Laodicéia (364
a. D) tranferiu a solenidade do Sábado para o Domingo.” – The Convert’s Catechism of Catholic
Doctrine, Ver. Peter Geierman , C.S.S.R.) pág. 50 - terceira edição, l913, obra que recebeu a benção
apostólica do Papa Pio X, em 25 de Janeiro de l9l0, grifos meus.

“Podereis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse e não encontrareis uma única linha que autorize a
santificação do Domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do Sábado, dia que nós nunca
santificamos.” – Cardeal Gibbons em the Faith of Ours Fathers, edição de l892.

“A Bíblia manda santificar o Sábado, não o Domingo; Jesus e os apóstolos guardaram o Sábado. Foi
a tradição católica que, honrando a ressurreição do Redentor, ocorrida no Domingo, aboliu a
observância do Sábado.” – O Biblismo, pág. 106, Padre Dubois – Belém.

2) A Igreja Congregacional

“Não existe na Bíblia mandamento que requeira de nós a observância do primeiro dia da semana
como sendo o Sábado cristão.” – Mode and Subjects of Baptism, por Fowler.
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3) A Igreja Metodista

“É certo não haver mandamento positivo para o batismo infantil... Tampouco o há para santificar o
primeiro dia da semana.” – Theological Compend (l902), Ver. Amós Binneyas, 180 e 181.

4) A Igreja Luterana

“A observância do Domingo não se baseia em nenhum mandamento de Deus, mas sim na autoridade
da igreja.” – Augsburg Confession of Faith citado em Cox’s Sabbath Manual, pág. 287.

5) A Igreja Presbiteriana

“Deus instituiu o Sábado na criação do mundo separando para este fim o sétimo dia, e impôs sua
observância como obrigação universal, moral e perpétua.”- Dr. Archibaldo A. Hodge, da Comissão
Presbiteriana de Publicidade.

6) A Igreja Batista

“Cremos que a Lei de Deus é a base eterna e imutável do Seu governo moral ( Rom. 3:31; Mat.5:17;
Luc.16:17;Rom. 3:20); que essa Lei é santa, justa e boa (Rom. 7:12; Sal. 119); que a incapacidade dos
homens decaídos, da qual falam as Escrituras, para cumprirem os seus preceitos, provém unicamente
do seu amor ao pecado (Rom. 8:7-8 ; Jos.24:19 ; Jer.13:23 ; João 6:44 ); que um dos principais
objetivos do evangelho é o de libertar os homens do pecado e restaurá-los em Cristo a uma obediência
sincera dessa santa lei, concorrendo para isso os meios da Graça proporcionados em conexão com a
igreja visível (Rom.8:2-4; Heb.8:10 ; Heb. 12:22-25.” – Manual das Igrejas Batista, por Willian Carey
Taylor, 4ª Edição, 1949, pág, 178, Artigo XII – Casa Publicadora Batista.

Quem Destingue entre dia e dia para o senhor o faz. Rom. 14:5 e 6

Segundo comentaristas abalizados, em Romanos 14 discutem-se questões não essenciais, pontos


que não constituíam exatamente uma transgressão da lei de Deus caso fossem negligenciados, nem sua
prática exigida. Os “dias” que poderiam ou não ser guardados referiam-se àqueles dias tradicionais dos
judeus, ligados a sua história nacional que alguns crentes de origem judaica observavam
escrupulosamente (como a páscoa, pentecostes, etc.) enquanto outros julgavam não dever levar em
conta tais festas nacionais, vinculadas à religião judaica da qual se haviam desligado ao abraçarem o
cristianismo.

Há os que apontam o exemplo dos essênios, que eram escrupulosos quanto à abstenção de carne e
vinho e que acrescentavam certos dias de festa ao calendário judaico regular. Diz Raoul Dederen, do
Seminário Teológico da Universidade Andrews, dos E.U.A., após referir-se a esses costumes essênios:
“O debate sobre exatamente esta questão existia no judaísmo antes do advento do cristianismo. Não se
teria dado o caso de essa controvérsia ter sido transferida à igreja cristã, achando-se refletida em
Romanos 14? Nesse caso a atitude do fraco pode ser comparada com a do costume dos cristãos
primitivos, indicada no Didaquê sobre jejuar duas vezes por semana. Não é significativo e relevante ao
mesmo tempo que tenhamos aqui uma questão de regime alimentar e observância de dias, conjugados
num tema controverso?” – On Esteeming One Day Better Than Another? R. Dederen (Suplemento de
The Ministry, agosto de 1971), p.18.

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Pelo raciocínio desse autor, Paulo, em Romanos 14, está se referindo à prática de abstinência e
jejum em datas fixas regulares. O Didaquê 8:11 admoesta os cristãos a não jejuarem com os hipócritas
no segundo e quinto dias da semana, mas no quarto e sexto dias. Pela maneira amena de Paulo tratar a
questão em Romanos 14 chega-se à conclusão de que o problema ali se referia à questão não essencial,
diferentemente do que se dava mais instruções aos gálatas quanto ao apego deles a certos “dias, e
meses, e tempos, e anos”(Gálatas 4:10).

Uma coisa nisso tudo, porém, é certa: Paulo não está se referindo ao que é claramente enunciado na
lei de Deus quanto à observância do dia bíblico de repouso. Mesmo aos observadores do Domingo
repugna a idéia de que em Romanos 14 Paulo esteja deixando a critério das conveniências dos crentes o
observar este ou aquele dia como memorial da ressurreição de Cristo ( o que, para dizer o mínimo, seria
totalmente ilógico) ou simplesmente não guardar dia nenhum, fazendo isso especificamente “para o
Senhor” (ver Romanos 14:6) . Como acrescenta Dederen “o próprio Paulo, que evidentemente não
pode ser alistado entre os ‘fracos’, observava o Sábado como era ‘seu costume’ (Atos 17:2, cf. S.
Lucas 4:16), não havendo qualquer evidência em contrário disso.”

Que há um dia específico para a observância do Dia do Senhor está claro em Lucas 23:54-56 e Ap.
l:10; Is. 58:13 ; Mc. 2:28.

Por tudo que vimos até agora, ficou bem patente aos nossos olhos que o Sábado é o dia do Senhor e
deve ser observado.

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A OBSERVÂNCIA DA LEI

Êx. 20:1-17

“Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que
servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Rm 7.6)

A lei de Deus, compreendida nos Dez Mandamentos, comumente chamada Lei Moral, tem alguma
relevância para hoje?
Tendo em vista a graça apresentada no evangelho, há necessidade de se observar a lei?
No capítulo 19, parágrafo 5º da Confissão de Fé de Westminster, consta o seguinte: “A lei moral obriga
a todos a prestar-lhe obedi6encia para sempre, tanto as pessoas justificadas quanto as demais, e isto
não somente por causa da matéria nela contida, mas também pelo respeito à autoridade de Deus, o
Criador, que a deu. Cristo, no Evangelho, de modo algum desfaz esta obrigação, antes a reveste de
maior vigor”.
Sendo assim, é oportuno perguntar: Por que e de que maneira devemos observar a lei? É o que veremos
a seguir.

1. A OBSERVÂNCIA DA LEI NO CONTEXTO DO EVANGELHO

No que tange à observância da lei na era da graça é preciso que se entenda antes de tudo o seguinte:

 A lei não produz justificação


Ao evangelizar os judeus, Paulo procura mostrar que a justificação é impossível fora de Cristo (Rm
10.1-4). A justificação é um ato da livre graça de Deus e é alcançada mediante a fé em Cristo ( Rm
5.1). É inútil, pois , qualquer esforço do homem no sentido de buscar a justificação através do
cumprimento da lei (Rm 3.10-28; Gl 5.4).

 A lei expõe o nosso pecado e comprova que só é possível virar pela fé

Paulo afirma: “eu não teria conhecido o pecado senão por intermédio da lei; pois não teria
conhecido a cobiça, se a lei não dissesse: Não cobiçarás” (Rm 7.7). Segundo J.J. Von Allmen “o papel
da lei consiste, doravante, em dar simultaneamente o conhecimento do pecado e a certeza de que o
homem não pode justificar-se a si mesmo. Ela lembra o crente de que é impossível viver senão pela
fé”(Gl 3.11). É por esta fé que observamos a Lei de Deus – Rom. 3: 31

 A lei não é condição para a salvação, mas é observada como sua conseqüência

A experiência da salvação não nos isenta do cumprimento da lei, porém, na condição de salvos “
servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” ( Rm 7:6 ). O fato de não estarmos
mais debaixo da lei não nos autoriza a pecar; pelo contrário, nos desafia a uma nova vida que evidencia
e comprova que fomos alcançados pela graça redentora de Cristo ( Gl 5:25; I Jo 2: 3-6; Rm 6:12-18 ).
A observância da lei não visa a salvação, mas deve ser a sua comprovação e consequência. Mt. 19: 16-
19.

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• A lei não pode ser desprezada

O cristão está sob o Pacto da graça, e não das obras. Porém, ele não despreza a lei. Ele a observa
porque ela se constitui numa regra de vida , informando a vontyade de Deus, bem como os nossos
deveres. A lei é também um fator regulador e orientador: proíbe o pecado e adverte quanto as terríveis
consequências da transgressão. A lei encerra, ainda, promessas de bênçãos decorrentes da obediência
e, por isso, desafia e estimula o cristão a uma vida de retidão e fidelidade. Rm 2:12-16 Tia 2:8-12.
Em Romanos 7:7-25 Paulo discorre acerca da lei e do pecado e conclui que a lei é boa: “Porque, no
tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus”( v. 22 ). A lei não pode, pois, ser desprezada.

2 A observância da lei como expressão da liberdade e do amor

O capítulo 19 parágrafo 7o da Confissão de Fé de Westminster declara o seguinte: “ O s supracitados


usos da lei não são contrários a graça do evangelho, mas suavemente se harmonizam com ela, pois o
Espírito de Cristo submete e habita à vontade do homem a fazer livre e alegremente aquilo que a
vontade, de Deus revelada na lei, requer que se faça. “ A observância da lei por parte do cristão não é
algo imposto de fora para dentro. Mas é algo que brota do coração como resultado da ação do Espírito
Santo, que aponta a vontade de Deus e convence do pecado. Por conseguinte a observância da lei torna-
se uma experiência voluntária, prazerosa e sincera em resposta a direção do Espírito. Não é a lei que
obriga o cristão a obedecer, mas é o Espírito que dispõe o seu coração para fazer o que Deus deseja
como apresentando na lei. Essa atitude expressa a liberdade do crente, o qual obedece não contra a sua
vontade, mas livremente com alegria ( Jo 15:14 ; I Jo 2: 4,5 ).

Segundo J..J. von Allmen “ o crente é livre em relação as prescrições literais da lei { Rm 7.1-6; Gl
5.1 ). A plenitude do amor atualizará- ou, em caso contrário, suspenderá – para ele a validade das
disposições concretas da lei ( I Co 7.18-24; 9.19-23 ). Assim se explica a liberdade de Paulo em
relação as prescrições rituais, que a seus olhos – e ainda de conformidade com o ensino de Jesus – não
poderiam servir o pretexto para romper a unidade dos cristãos no amor ( Gl 2.11-14 ). Em
compensação, todas as vezes em que as prescrições concretas são compatíveis com o amor, elas devem
ser estritamente observadas. A salvação do homem depende disto, pois sua inobservância mostraria que
o transgressor já não está em Cristo ( I Co 6.9ss; Gl 5.19ss ). Portanto, Paulo está afastando tanto da
anarquia espiritual como do legalismo.”

Na observância da lei precisamos, pois, tomar todo o cuidado para não adotarmos uma postura relapsa
ou legalista. Tal observância deve ser uma expressão de liberdade harmonizada com amor (Rm 13.8-
10; Gl 5.13-14;Tg 1.25; 2.8-12).

A obediência que o cristão presta a lei é fruto da liberdade. Uma liberdade responsável que o leva a
buscar fazer sempre a vontade de Deus. Está liberdade é determinada pelo amor, pois não adianta
cumprir a lei apenas para satisfazer à letra, se deixarmos de amar. É por isto que a bíblia ensina que o
cumprimento da lei é o amor. Aquele que em suas palavras e atos demonstra amor a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como a si mesmo, está cumprindo a lei, indo além de seu mero aspecto literal.
Como já vimos, Jesus não revogou a Lei – Mt. 5:17-20 . Na realidade ele reafirmou a importância dos
mandamentos de Deus para os seus servos – João l4:21 ; João l5:10 , semelhantemente o apostolo João
reafirma a importância da observância da Lei de Deus – I João 2:3-4 ; 5:2-3. Por estes textos fica
provado que devemos observar a Lei de Deus.

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