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Introdução

Antes de mais, queria referir que, nesta tarefa, tentei ser o mais honesta
possível, esforçando-me sempre para mostrar o meu ponto de vista da forma
mais respeitosa que consegui.

(1) “Entry & Exit Ticket”


Visão global da aula de hoje
Antes da sessão, e atendendo ao título da mesma (“Literatura e Cultura em
Medicina”), pensei que fossemos abordar assuntos tais como a forma como os
médicos vêm a medicina e escrevem sobre ela, bem como a forma como os
mesmos a expressam, seja através da escrita, da poesia, da pintura, da música,
das palestras, dos congressos, etc.
Contudo, a aula de hoje foi bastante diferente do que eu imaginava. De facto,
falou-se da literatura, não por parte dos médicos já formados, mas sim por nós,
estudantes de medicina. Fomos encorajados a ler, pensar, sentir, ou seja, a
abraçar a literatura, pois, segundo os professores, é ela que nos vai ensinar a
ter empatia, simpatia e compaixão pelos doentes, entre muitas outras mais
valias.
Porém, não posso deixar de dizer que, de um certo modo, esta aula de PA
me deixou um pouco inquieta. Sim, no futuro, quero ser uma profissional que
respeita os seus doentes, comunica com eles e os faça sentir á vontade, para
que, desta forma, possam resolver os seus problemas de saúde (seja quais
forem) da forma mais confortável, indolor, e rápida possível. No entanto, sinto
que não é a literatura que me vai ensinar esses valores.
Pelo que eu percebi, os professores, de facto, sentem que a literatura e a
cultura os ajudou a desenvolver competências tais como a empatia, o saber
ouvir, o saber comunicar com o paciente, e até mesmo a estabelecer uma
conexão com o mesmo. Todavia, penso que cada pessoa deveria procurar
adquirir estes conhecimentos comportamentais da forma que se sentisse mais
confortável. Isto é, uns identificam-se mais com a escrita e a leitura, é certo, mas
outros identificam-se mais com o desporto, outros com as artes plásticas, e
outros até com filmes e/ou séries. E, do meu ponto de vista, nenhuma destas
maneiras é mais ou menos eficaz para aprender valores comportamentais, são
apenas formas distintas de diferentes pessoas aprenderam estes valores que
são tão importantes num profissional da área da saúde.
Isto tudo para dizer o quê? Eu, por exemplo, não me identifico muito com a
literatura, e tenho dúvidas que seja ela que me vai ensinar aquilo que os
professores pretendem, mas tentarei compreendê-la se assim as aulas de PA
mo exigirem. A meu ver, identifico-me muito mais com o desporto e, sendo ele
uma parte tão importante da minha vida, penso que será precisamente ele que
me permitirá compreender o comportamento adequado que deverei ter como
futura médica, devido a enumeras razões que não irei referir para não me alongar
muito neste texto.
Em suma, acho que sim, devemos ler e procurar ser cultos, mas também
procurar expressar-nos da maneira mais pessoal, individual e própria possível,
ou seja, não só através da literatura, como nos foi incentivado.

Características de um bom médico (que foram ditas durante a sessão de hoje) e


que me fizeram lembrar algumas pinturas
“Compaixão” “Ajudar o próximo”

(2) Ementas Literárias


“Borboletas” de Santiago Ribeiro, 2015

O extrato “Borboletas” da Ementa Literária “Coletânea Inverno 2023”


destacou-se, aos meus olhos, perante as enumeras obras que compõem as
Ementas Literárias da Cátedra, devido, desde já, às suas ofuscantes cores
quentes.
De facto, os tons avermelhados que predominam nesta pintura lembram-me,
num primeiro momento, sangue, calor, revolução, paixão, o que me faz pensar,
de imediato, no perigo, destruição e crueldade a que a natureza (associada às
borboletas) é sujeita por parte do ser humano. Neste sentido, este quadro faz-
me refletir acerca do quanto o homem é capaz de ser covarde e egoísta,
ignorando tudo e todos ao seu redor, pensando exclusivamente em si próprio e
desistindo de um bem tão precioso como a natureza que, para ele, não merece
ser cuidada nem preservada. Todos estas reflexões provocam em mim um
enorme sentimento de desconforto, inquietação e culpa, por pertencer a uma
espécie tão ingrata como a espécie humana consegue ser.
Já relacionando com a aula de hoje “Literatura e Cultura em Medicina”, as
borboletas que esvoaçam por entre os céus remetem, a meu ver, para a procura
do conhecimento e da cultura, sempre em movimento que nunca deve ser
abandonada por nós, seres humanos.

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