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Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas


Departamento de Engenharia Elétrica

Análise de Sistemas Elétricos

Prof. Fabrício Augusto


E-mail: fabricio.moura@uftm.edu.br
AGENDA

1. Introdução
2. Grandezas por unidade
3. Modelagem monofásica dos equipamentos elétricos
4. Fluxo de potência nos sistemas elétricos
5. Cálculo de faltas simétricas
6. Transformações matemáticas e componentes simétricas
7. Cálculo de faltas assimétricas
2 - APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.1 - Introdução
2 - APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.1 - Introdução

As equações de fluxo de carga podem ser expressas de várias formas.


Isso dependerá do método numérico a ser utlilizado na solução das
mesmas.

Métodos numéricos
Mesma solução
Diferentes

Conduzem
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

Método de Gauss
Seja a equação não linear → f(x) = x2 – 5x + 4 = 0

x1 = 1
Cujas raízes são:
x2 = 4

1 2 4
Pode ser reescrita na forma: x= x +
5 5
5x − 4
Ou ainda: x=
x

Onde ambas são do tipo x = F(x)


Pode divergir
Pode convergir

Gráfico de f(x) e de F(X)


APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

Algoritmo do método de Gauss

Para uma equação x = F(x), o algoritmo será:

x(v+1) = F(x)v
Tomando – se:

1 2 4
x= x +
5 5

Iteração 0: Faz-se uma estimativa inicial arbitrária para a raiz


procurada x(0) = 3
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

Algorítimo do Método de Gauss

Iteração 1: x(1) = F(x0) = F(3) = (1/5) . 32 +(4/5) = 2,60

Iteração 2: x(2) = F(x1) = F(2,6) = (1/5) . (2,6)2 +(4/5) = 2,15

Prosseguindo as iterações, o processo terminará quando


|x(v+1)| - |x(v)| < 

OBS: O valor de  deve ser estipulado com antecedência.


APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Desvantagens do Método

A convergência é lenta, nas EEFC podem ser gastas até cerca de 100
iterações para se conseguir a convergência.
Dependendo da estimativa inicial, poderá até não ocorrer a
convergência!
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Exemplo:
Resolver o sistema de equações não lineares:
2X1 + X1X2 – 1 = 0
2X2 – X1X2 + 1 = 0

Reescrevendo-as na forma x = F(x) tem


se: X = 0,5 − X 1 . X 2 X 1.X 2
1 X 2 = −0,5 +
2 2
Iteração 0: x1(0) = 0 ; x2(0) = 0

Iteração 1: x1(1) = 0,5 – (x1(0) . x2(0))/2 = 0,5

x2(1) = -0,5 + (x1(0) . x2(0))/2 = -0,5


APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Exemplo:
Iteração 2: x1(2) = 0,5 – (x1(1) . x2(1))/2 = 0,5 – [(0,5) . (-0,5)]/2 = 0,625

x2(2) = -0,5 + (x1(1) . x2(1))/2 = -0,5 + [(0,5) . (-0,5)]/2 =-0,625

Iteração 3: x1(3) = 0,5 – (x1(2) . x2(2))/2 = 0,5 – [(0,625) . (-0,625)]/2 = 0,695

x2(3) = -0,5 + (x1(2) . x2(2))/2 = -0,5 + [(0,625) . (-0,625)]/2 = -0,695

..
.
Iteração n: x1(n) = 0,5 – (x1(n-1) . x2(n-1))/2 = 1,0

x2(n) = -0,5 + (x1(n-1) . x2(n-1))/2 = -1,0


APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
2.3 - Método de Gauss - Seidel
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
2.3 - Método de Gauss - Seidel

Este método possui convergência mais rápida do


que no Método de Gauss e se constitui em um
aperfeiçoamento do mesmo.

Exemplo: Resolver o sistema de equações não lineares anterior pelo


Método de Gauss-Seidel

X 1.X 2 X 1.X 2
X 1 = 0,5 − X 2 = −0,5 +
2 2
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Gauss – Seidel : Exemplo

Iteração 0: x1(0) = 0 ; x2(0) = 0

Iteração 1: x1(1) = 0,5 – (x1(0) . x2(0))/2 = 0,5

x2(1) = -0,5 + (x1(1) . x2(0))/2 = -0,5

Iteração 2: x1(2) = 0,5 – (x1(1) . x2(1))/2 = 0,5 – [(0,5) . (-0,5)]/2 = 0,625

x2(2) = -0,5 – (x1(2) . x2(1))/2 = -0,5 + [(0,625) . (-0,5)]/2 = -0,656

Iteração 3: x1(3) = 0,5 – (x1(2) . x2(2))/2 = 0,5 – [(0,625) . (-0,656)]/2 = 0,705

x2(3) = -0,5 – (x1(3) . x2(2))/2 = -0,5 + [(0,705) . (-0,656)]/2 = -0,731


APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Gauss – Seidel : Exemplo
..
.
Iteração n: x1(n) = 0,5 – (x1(n-1) . x2(n-1))/2 = 1,0

x2(n) = -0,5 – (x1(n) . x2(n-1))/2 = -1,0

Comparando-se os dois métodos nota-se que a velocidade


de convergência aumentou.
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Aplicação do fator de aceleração ():
•introduzindo as variáveis

x1( v ) = x1( v ) − x1( v−1) x2( v ) = x2( v ) − x2( v−1)

As variáveis acima mostram a variação nos valores de x1


e x2 entre as iterações v-1 e v.

Multiplicando os valores de Δx1 e Δx2 por  ( > 1), os


próximos valores para x1 e x2 serão:

x1( v ) = x1( v −1) +  . x 1(v) x2( v ) = x2( v−1) +  . x (v)


2
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Aplicação do fator de aceleração ():
Observe que, anteriormente,  = 1

Efeito do fator de aceleração na convergência.


APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Exemplo:
Repetindo o exercício modelo para um valor de  = 1,5

As 1a e 2a iterações são iguais ao Método de Gauss-Seidel


sem fator de aceleração:

x1 . x 2 x1 . x 2
x1 = 0,5 − x 2 = −0,5 +
2 2

x1(1) = 0,5; 2 = −0,5


x (1)
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Exemplo:
Cálculo dos valores de x1 e x2 para serem usados na
iteração seguinte:
( v −1)
x (1)
1 =x (v)
1 −x1 = 0,5 − 0 = 0,5
( v −1)
x (1)
2 =x (v)
2 −x 2 = −0,5 − 0 = −0,5

x (1)
1,ac
( v −1)
=x
1 +  . x (v)
1 = 0 + 1,5 . 0,5 = 0,750

x (1)
2, ac =x ( v −1)
2 +  . x (v)
2 = 0 + 1,5 . (-0,5) = - 0,750
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Exemplo:
x2(2) = −0,5 + 0, 75 . ( -0,75 )  / 2 = −0, 781
3a Iteração:
x1( 2) = 0,5 − 0,75 . (- 0,75)/ 2 = 0,781

x1( 2) = x1( v) − x1( v−1) = 0,781 − 0,750 = 0,031


x (22) = x (2v) − x (2v−1) = −0,781 − (−0,750) = −0,031

x1,(2)ac = x1,( vac−1) +  . x1(v) = 0,75 + 1,5 . (0,031) = 0,7965

x2,(2)ac = x2,( vac−1) +  . x (v)


2
= −0,75 + 1,5 . (-0,031) = -0,7965
valores usuais de  ficam geralmente entre 1,5 e 1,7.
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.4. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE GAUSS NO ESTUDO DE FLUXO DE


POTÊNCIA
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.4. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE GAUSS NO ESTUDO DE FLUXO DE


POTÊNCIA

Na aplicação dos métodos de Gauss o ponto de partida


é a equação (2.1) abaixo:

( S G
−S )
C *
(2.1)

n
=
i i
Y Ek
k =1 ik
Ei*
onde: i = 1,
Assim a equação 2, ...pode
(2.1) , n e ser reescrita como:

SiG − SiC = Pi + jQ i é a potência injetada no nó i do sistema


P − jQ
(
n
dada por
Y E) =(
Pki G=1− P )
i
ikC +k j Q G − Q C*
i (2.2)

i E i i
i
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
2.4. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE GAUSS NO ESTUDO DE FLUXO DE
POTÊNCIA

A equação (2.2) será resolvida para todas as


tensões de barra exceto aquela da barra oscilante
(ou barra flutuante) onde especifica-se uma
tensão que permanece fixa durante os cálculos.

Não existe nenhum problema no fato desta tensão


permanecer fixa pois o nó escolhido para barra oscilante é
sempre um nó de geração e é tecnicamente possível manter-
se a tensão constante, controlando-a através do controle da
excitação dos geradores conectados nesta barra.
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
2.4. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE GAUSS NO ESTUDO DE FLUXO DE
POTÊNCIA

Para se calcular a tensão na barra genérica i, a


equação (2.2) poderá ser arranjada da seguinte forma:

Pi − jQ i
k =1;k i Yik E k
n
+ Yii E i = *
(2.3)

Ei
i = 1, 2, ..., n. Ei na equação (2.3) é a tensão a ser calculada.
Explicitando-se Ei tem-se a seguinte expressão:

1  Pi − jQ i 
E i( v +1) =  ( v )* − k =1;k i Yik E k 
n (v)
Yii  E i 
para i = 1, 2, ..., n
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.4.1. A Solução Iterativa


APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

 Pi − jQ i 
2.4.1. A Solução Iterativa E i( v +1) =
1
 ( v )* − k =1;k i Yik E k 
n (v)
Yii  E i 
A iteração inicial necessita de valores pré-
especificados para as tensões Ek e Ei no lado direito da
igualdade da equação (2.4), permitindo assim o cálculo
de novos valores para Ei no lado esquerdo da igualdade
desta mesma equação. Repete-se o processo para todas
as barras do sistema, exceto para a barra oscilante onde
a tensão é controlada.

( v +1) 1  Pi − jQ i 
Ei =  ( v )* − k =1;k i Yik E k 
n (v)
Yii  E i 

Pré-especificados
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.4.1. A Solução Iterativa


Nas demais iterações uma vez obtidos todos
os valores para as tensões de barra, a rotina
inicial é repetida, apenas atualizando-se as
tensões de barra. O processo repete-se até que
seja obtida convergência.

NOTAS:

1. Em geral a barra oscilante, também conhecida como


barra de referência, é assumida como aquela de número
1.
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.4.1. A Solução Iterativa

2. Nas barras em que a carga é especificada (barra P-


Q), a equação (2.4) será dada por:

( v +1)

1 Pi − jQ i
esp esp 
Ei =  ( v )*
−  n
k =1; k  i Yik E (v)
k 
Yii  Ei 
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.4.1. A Solução Iterativa


Para as P-V, onde o módulo da tensão de barra e a
potência ativa gerada são conhecidas, as incógnitas
serão: ângulo de fase e a potência reativa gerada.
Neste caso a equação (2.5) não serve e a equação
adequada deve ser obtida da seguinte forma:

Qi =  *
I m E i . Ii = 
−I m E i
*
. Ii  sendo ainda que:

I i = nk =1 Yik E k

Qi = calc
Qi = −I m E i
*
 . k =1 Yik
n
Ek 
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.4.1. A Solução Iterativa


Qi = calc
Qi = 
−I m E i
*
. nk =1 Yik E k 
Substituindo Q icalc na equação (2.4) tem-se:

( v +1)

1 Pi − jQ i
esp calc 
Ei =  ( v )*
− k =1;k i Yik E k 
n (v) (2.7)
Yii  Ei 

O valor de E i( v+1) calculado na equação (2.7) não satisfaz

necessariamente à restrição E i = Viesp


APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

2.4.1. A Solução Iterativa


Nestes casos, faz-se a racionalização do valor de E i( v+1)

rac
Ei = Viesp
i

( v+1)
onde i é o ângulo de fase de Ei
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

Algorítmo para solução genérica do fluxo de carga:

1. Estima-se valores iniciais para o vetor das tensões de


nó EN. Normalmente para os nós do tipo P-Q tem-se que
E i0 = 1,0 + j 0 , para os nós do tipo P-V tem-se que
E i0 = Viesp + j0

2. Monta-se a matriz Y (admitância de barras).

3. Para todos os nós (com exceção do nó de referência)


testa-se se o nó é do tipo P-V. Se for salta-se para o item
5. Se for do tipo P-Q continua-se.
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS
EQUAÇÕES ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA
Algorítmo para solução genérica do fluxo de carga:
4. Calcula-se Ei usando a equação (2.5), onde as tensões
do segundo membro são aquelas obtidas da iteração
anterior (ou de acordo com o item 1 para a primeira
iteração). Segue-se, agora, diretamente para o item 6.

5. Este item aplica-se somente às barras do tipo P-V.


a) Calcula-se usando-se a equação(2.6). os valores das tensões são
obtidos da iteração anterior (ou conforme item 1 para v = 0).
b) A seguir calcula-se Ei usando-se a equação 2.7.
c) Calcula-se o valor de adotando-se o valor do ângulo de fase de Ei no sub-
item 5b.
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES
ALGÉBRICAS EM FLUXO DE POTÊNCIA

Algorítmo para solução genérica do fluxo de carga:

6. Neste ponto todos os nós já foram processados (exceção para o nó


de referência) chegando-se ao final desta iteração. Testa-se então se
houve convergência, se houve convergência o processo é terminado. Os
valores de tensão obtidos nesta iteração constituem a solução. Se
não houve convergência retorna-se ao item 3.

No método de Gauss, todos os valores de tensão de uma iteração são


introduzidos na próxima iteração, é a chamada Substituição Simultânea.
No Método de Gauss-Seidel, apenas os valores de tensão ainda não
calculados na presente iteração são os da iteração interior, ou seja assim, que
um valor de tensão de uma barra é calculado ele substitui o da
iteração anterior. É é a chamada Substituição Sucessiva.
MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON
Se uma aproximação xj é conhecida para uma das raízes da equação f(x) = 0
então uma melhor aproximação pode ser obtida calculando-se:

Onde:

f (x j )
tan  =
x j
Explicitando :
j
f (x ) f (xj )
x j = = ` j
tan  f (x )
EXEMPLO NUMÉRICO:

Suponha que as equações não lineares sejam:


f1 ( x1 , x2 ) = x12 + x2 2 − 5 = 0
f 2 ( x1 , x2 ) = x12 − x2 2 + 3 = 0 x1 = 1
As raízes serão:
x2 = 2
O 6º Passo consiste na determinação de x2: x j +1 = x j + x

0,5 0, 75 1, 25 


x = +
2
 = 
  
1,5 0,58   2, 08 
As equações podem ser reescritas da seguinte forma:

P = Gi = −( Pi − Pi ) + Vi [ kni Vk (Gi k .cos ik + Bik .senik )] = 0


P G C n

Q = Gi = −(Qi − Qi ) + Vi [ kni Vk (Gi k .senik − Bik .cos ik )] = 0


q G C n

P = − Pi esp + PiT
Q = −Qi esp + QiT
 P j   H N      j   H N .V     j 
         
 ......  = − ...... ...... 
. ...... =
 ...... ......  
. ...... 
Q j   J L    V   J L .V  (V / V )j 
         
Com estas modificações, teremos:

 j +1   j    j 
     
.......... = ........ + ........ 
V j +1  V j   ( V / V ) j 
     
onde
  j   P j 
−1
  H N  
........  = −J  
. ....... 
 ( V / V ) j   L
 Q j 
   
Detalhamento da matriz Jacobina
Os elementos da submatriz H são dados por:

 Gi P
H ik =
 k
onde
H ik = U i .U k .[Gik .sen(ik ) − Bik .cos(ik )]
H ii = −U i 2 .Bii − QiT
Os elementos da submatriz N são dados por:

 Gi P
N ik =
U k
assim,
N ik = U i .[Gik .cos(ik ) + Bik .sen(ik )]
PiT
N ii = U i .Gii +
Ui
Os elementos da submatriz J são dados por:

 Gi q
J ik =
 k
assim,
J ik = −U i .U k .[Gik .cos(ik ) + Bik .sen(ik )]
J ii = −U i 2 .Gii + PiT
Os elementos da submatriz L são dados por:

 Gi q
Lik =
U k
assim,
Lik = U i .[Gik .sen(ik ) − Bik .cos(ik )]
QiT
Lii = −U i .Bii +
Ui
Exercícios
Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Fluxo de potência pelo método de Newton Desacoplado

Este método é baseado no forte acoplamento entre as variáveis P e QU ,


ou seja, P  P e Q  Q .
 U U 
P Q
Por este motivo as matrizes N = e J = são desprezadas. O sistema
U 
ficará da seguinte forma:

 P  H 0    
(i) (i ) (i )

 Q  = −  0  *
L   U 
  
Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Fluxo de potência pelo método de Newton Desacoplado

Ficam então definidos dois sistemas de equações, que são:

 P  = −[ H ] .[ ]
(i)
(i) (i)

 Q  = −[ L] .[U ]
(i)
(i) (i)

Ao conjunto de equações acima batizou-se de método de Newton


Desacoplado, onde:

✓H é a matriz Jacobiana associada ao problema P ;

✓L é a matriz Jacobiana associada ao problema QU .


Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Fluxo de potência pelo método de Newton Desacoplado

As matrizes H e L, genericamente, foram calculadas como:

H = U .U .(G .sen − B .cos ), se


ik i k ik ik ik ik
k i

H = −U .B − Q
ii i
2

ii i
T

L = U .(G .sen − B .cos ), se k  i


ik i ik ik ik ik

T
Q
L = −U .B +
ii i ii
i

U i
Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Considerações sobre as matrizes H e L do método de Newton


Desacoplado

Estas considerações visam transformar as matrizes H e L, em matrizes


constantes.

As equações de resíduo são divididas pelo respectivo módulo da tensão com a


finalidade de acelerar a convergência.

P − P + P esp T

= i i i , i=1, n-1 (a barra flutuante é excluída).


U i
U i

Q −Q + Q esp T

= i i i
, i=1, l (barras PQ).
U U i i
Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Considerações sobre as matrizes H e L do método de Newton


Desacoplado

O sistema será representado por:

 P 
(i)

 U  = −[ H '] .[  ]
(i) (i)

 Q 
(i)

 U  = −[ L '] .[ U ]
(i) (i)
Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Considerações sobre as matrizes H e L do método de Newton


Desacoplado

Hipóteses para o cálculo do elementos das matrizes H’ e L’:

✓Sistema pouco carregado. Com esta consideração assume-se  pequeno e em


consequência cos  1;
ik
ik

B
✓Em linhas de EAT e UAT a relação é alta, de 5 a 20, logo B >> G .sen
ik
ik ik ik
Gik

ou seja, despreza-se o termo G .sen ;


ik ik

✓ As reatâncias transversais nas barras (reatores, capacitores, cargas) são muito


maiores do que a reatância série, logo B .U  Q ;
2

ik i i

✓ As tensões Ui e Uk estão sempre próximas de 1,0pu.


Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Considerações sobre as matrizes H e L do método de Newton


Desacoplado

Aplicando-se as considerações anteriores no cálculo dos elementos


das matrizes H´e L´, chega-se a:

H´  −B ik ik

H´  −B ii ii

L´  − B
ik ik

L´  − B
ii ii
Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Considerações sobre as matrizes H e L do método de Newton


Desacoplado

As matrizes de coeficientes tornam-se, desta forma, constantes


durante todo o processo iterativo, passando a ser chamadas de:

H ´→ B´
L´→ B´´

Obs: Melhorias no desempenho do método são obtidas desprezando-se as


resistências série e as reatâncias shunt na montagem de B´.
Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Formulação final do método Desacoplado Rápido

Os elementos de B´e B´´ são definidos como:

−1
B´ =
ik
x ik

1
B´ = 
ii
x kni
ik

B´´ = − B
ik ik

B´´ = − B
ii ii
Fluxo de Potência pelo Método Desacoplado Rápido

Formulação final do método Desacoplado Rápido

Onde Bik e Bii correspondem a parte imaginária dos elementos ik e


ii respectivamente da matriz Ybarra.

O Método Desacoplado Rápido é formulado como:

 P 
 U  = −[ B '].[  ] , de dimensão n-1, a barra flutuante é excluída.

 Q 
 U  = −[ B´´].[U ], de dimensão l, número de barras PQ.
Exercício

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