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o caminhoEU,

do artistacriativo?!
Julia Cameron
O Caminho do Artista
Julia Cameron
semana VII
RECUPERANDO
A SENSAÇÃO DE CONEXÃO

Nesta semana vamos nos voltar


para a prática de algumas
atitudes que estimulem a
nossa criatividade.
Vamos explorar áreas de
interesse criativo genuíno à
medida que entramos em
contato com nossos sonhos.
ESCUTAR
Sintonizando o rádio
trazendo para o chão

A ARTE ESTÁ PERTO

Fazer arte não é encontrar uma ideia nas nuvens e sim


trazer algo para o chão. Se estamos buscando a ideia lá
no alto, buscamos algo além do nosso alcance,
“onde vive a Arte superior”.

Trazer a arte para o chão não requer esforço exagerado.

ESCUTAR
água disponível

JOGANDO O BALDE NO POÇO


Quando um ator está presente no momento, ele está
disposto a escutar a próxima coisa certa para seu
personagem. Quando um pintor está pintando, seu
plano inicial pode se render ao plano da própria pintura.

A arte é o ato de sintonizar e jogar o balde dentro do


poço. Bebemos dessa água que flui. É como se todas as
histórias, pinturas, músicas e atuações no mundo

ESCUTAR
vivessem ali pertinho de nós.
trazendo para o mundo

A ARTE ESTÁ DISPONÍVEL


Podemos aprender a escutar com precisão cada vez
maior aquela voz inspirada e intuitiva que diz:
“Faça isso, tente isso, diga isso…”

Somos mais intermediários do que criadores. Somos


mais instrumento do que autores de nosso trabalho.

Pinturas, esculturas, sonatas, livros, peças e poemas


esperam por nós. Nosso trabalho é trazê-los ao mundo.

ESCUTAR
Para isso, precisamos jogar nosso baldinho no poço.
criar é natural

A inspiração é como ondas de rádio de todos os tipos,


que são transmitidas o tempo todo; passamos então a
aprender a escutar a frequência desejada.

Ao aceitarmos que é natural criar, aceitamos a


possibilidade de que o Universo está nos ajudando.
Quando aceitarmos essa ajuda, veremos ideias pipocando
por toda parte das nossas vidas.

Há uma segunda voz, de harmonia mais elevada,

ESCUTAR
somando-se e ampliando sua voz criativa interior. Ela se
concretiza em forma de sincronicidades.
perfeccionismo
Um ciclo vicioso
visão limitada

A PERFEIÇÃO CEGA
Você já se pegou falando: “ é preciso fazer a coisa certa”, “é que
eu tenho critério” ou “preciso arrumar isso antes de seguir em
frente”. O nome disso é perfeccionismo.

perfeccionismo
Perfeccionismo é a recusa em se permitir seguir adiante.

É um círculo vicioso - um sistema fechado, obsessivo,


debilitante, que leva você a se fixar nos detalhes do que está
fazendo e, assim, perder a visão do todo.
desprovidos de paixão

Em vez de criarmos livremente e permitir erros que poderiam


ser transformados em descobertas, com frequência nos
atolamos na tentativa de acertar os detalhes.

Corrigimos nossa originalidade até deixá-la uniforme e


desprovida de paixão e espontaneidade.

perfeccionismo
O perfeccionista conserta os verso de um poema mil vezes - até
que nenhum deles fique bom; escreve tantas vezes a cena 1
que nunca chega ao final da peça. Cria com o olho no público.
insaciáveis

Ao invés de curtir o processo, o perfeccionista fica


constantemente avaliando a qualidade dos resultados.

O perfeccionista se casou com o lado lógico do cérebro.


O crítico reina, supremo, no lar do perfeccionista.

perfeccionismo
Para ele, não há rascunhos ou esboços. Cada versão deve
ser final, perfeita, definitiva.

Ele carrega a falsa humildade de pensar que sempre pode


melhorar, mas é seu ego falando.
saber a hora de parar

Perfeccionismo não é uma busca pelo melhor. É uma


busca pelo pior em nós mesmos. É a parte que nos diz
que nada que iremos fazer será bom o bastante - e que
devemos tentar mais uma vez.

“Uma pintura nunca está acabada. Ela simplesmente para

perfeccionismo
em lugares interessantes”, disse Paul Garder.

Deixar as coisas como estão faz parte da criatividade.


Fazemos sempre o melhor possível a luz do que temos
naquele momento.
risco
Partindo para a ação
partindo pra ação

O que eu faria se não precisasse executar isso com


perfeição?

O sucesso de uma recuperação criativa depende de


nossa capacidade de deixar o plano das ideias e
partir para a ação.

Isso nos leva direto ao risco. A maioria de nós tem o


costume de evitar riscos. Calculamos muito as dores
que podem vir com a exposição.

risco
doce ilusão

“Vou fazer papel de idiota”, dizemos, enquanto nos


vem à cabeça imagens de nossa primeira aula de teatro,
do primeiro conto capenga ou os desenhos terríveis.

Nos comparamos com os mestres da arte, no auge de


suas carreiras, com nossos trabalhos de iniciante.

Para fazermos algo bom, precisamos estar dispostos


a fazer ruim. Mas optamos por estabelecer limites que
nos fazem sentir seguros...e também sufocados,
desesperados, entediados. A segurança é uma ilusão
muito cara.

risco
não dá pra saber tudo

Para correr riscos, precisamos abandonar o que


considerávamos como limites aceitáveis.

Quando dizemos que não conseguimos fazer algo, em


geral, significa que não iremos fazer aquilo a menos que
tenhamos a garantia de que haverá perfeição total.

Os artistas sabem que isso é tolice. “Eu sempre sei


exatamente como devo dirigir o filme, depois que termino”.

risco
produção x satisfação

Como artistas bloqueados, exigimos de nós sucesso e o


reconhecimento dele por outras pessoas.

Com essa exigência silenciosa, muitas coisas maravilhosas


permanecem fora da nossa esfera de possibilidades.

Alguns artistas que seguem produzindo podem aparentar


não estar bloqueados, mas se sentem incapazes de assumir
o risco de se dirigir a um território artístico novo e
gratificante.

risco
produção x satisfação

Vale a pena assumir um risco pela simples razão de


assumi-lo. Nós nos sentimos mais vivos ao expandir
nossa autodefinição, e é exatamente o que o risco faz.

Escolher um desafio e vencê-lo cria uma sensação de maior


poder pessoas que se torna a base para o sucesso em
desafios futuros.

Correr uma maratona, por exemplo, aumenta suas chances


de escrever uma peça de teatro inteira e vive e versa.

risco
SE EU NÃO TIVESSE QUE
FAZER ISSO PERFEITAMENTE,
EU TENTARIA...
- pintar o cabelo de loiro platinado
- um curso de corte e costura
- fazer curso de pintura em aquarela
- aprender alemão
- dança moderna
- ler minhas poesias em público

risco
inveja
Uma máscara para o medo
máscara para o medo

A inveja é um mapa e o de cada um é diferente. Ela é


sempre uma máscara para o medo de fazer o que
realmente gostaríamos de fazer, mas não temos coragem
para realizar.

A inveja é uma emoção avarenta. Ela não permite a


abundância e a multiplicação do Universo.

Ela nos diz que há lugar para apenas um - um poeta, um


pintor, um seja o que for que você sonhe ser.

inveja
visão estreita

A verdade é que há espaço para todos quando seguimos


nossos sonhos. Mas a inveja produz uma visão estreita e
não conseguimos ver em perspectiva. Não conseguimos
enxergar outras opções.

A maior mentira que ela nos diz é a de que não temos


escolha a não ser senti-la.

Perversamente, a inveja nos priva da vontade de agir,


quando a ação é a chave para a liberdade.

inveja
O mapa da inveja
Um exercício
SEMANA VII
RECUPERANDO A SENSAÇÃO DE CONEXÃO

ESCUTAR - Sintonizando o rádio

PERFECCIONISMO - Buscando o pior em si


RISCO - Partindo para a ação

INVEJA - Uma máscara para o medo


EXERCÍCIOS
semana VII
1. Faça desta frase um mantra: Cuidar de mim como se eu fosse um objeto precioso irá me
tornar mais forte. Escreva-a em aquarela, com lápis de cor ou caligrafia artística. Coloque em
um lugar que possa ver diariamente. Tendemos a pensar que ser duro com nós mesmos é o
que nos torna fortes. Mas o que mais nos fortalece é dar a nós o devido valor.

2. Dê a si mesmo tempo para ouvir um pouco de música, só por prazer. Você pode desenhar
ou rabiscar enquanto absorve a melodia. Permita-se desenhar formas, emoções e os
pensamentos. 20 minutos podem revigorá-lo. Aprenda a fazer esses mini encontros com o

exercícios semana VII


artista para reduzir o estresse e abrir o caminho para ideias novas e descobertas sobre si
mesmo.

3. Vá a um espaço sagrado - igreja, sinagoga, biblioteca, parque - permita-se saborear o


silêncio e a solidão reconfortantes. Cada um de nós tem uma ideia pessoal do que seja um
espaço sagrado. Pra mim, uma relojoaria ou uma grande loja de aquários podem engendrar a
fascinante sensação de suspensão do tempo. Experimente.

4. Crie um aroma maravilhoso em sua casa: com sabão, incenso, ramos de ervas, velas - o
que for.

5. Vista sua roupa favorita sem ser numa ocasião especial.


6. Compre um belo par de meias, de luvas ou de qualquer outro item que lhe dê a reconfortante
sensação de amor-próprio.

7. Colagem: Junte uma pilha de pelo menos dez revistas para recortar. Estabeleça o tempo
máximo de vinte minutos para (literalmente) - arrancar e guardar as imagens que refletem sua
vida ou seus interesses. Pense nessa colagem como uma espécie de autobiografia ilustrada.
Inclua seu passado, presente, futuro e seus sonhos. Também pode incluir imagens só porque
gostou delas. Continue arrancando páginas até separar um bom número de ilustrações. Pegue uma
folha de jornal e arrume as imagens como preferir, colando ou grampeando.

exercícios semana VII


8. Faça depressa uma lista com cinco de seus filmes favoritos. Você nota alguma coisa em comum
entre eles? São romances, aventuras, de época, dramas políticos, de suspense? Você percebe
vestígios desses temas cinematográficos na sua colagem?

9. Escreva uma lista com o assunto de suas leituras favoritas: religião, cinema, biografias,
esportes, descobertas científicas… Esses tópicos aparecem nas suas colagens?

10. Dê à sua colagem um lugar de honra. Serve até mesmo um lugar secreto de honra - dentro do
seu armário, uma gaveta, qualquer espaço que seja seu. Você talvez queira fazer novas colagens a
cada 3 meses ou, quem sabe, dedicar atenção especial a uma que represente um sonho que você
está tentando realizar.
CHECAGEM
1. Quantas vezes você fez suas páginas matinais esta semana? Você se permitiu
sonhar que assumia alguns riscos criativos? Está mimando sua criança artista com

exercícios semana III


coisas que amava fazer na infância?

2. Teve o seu encontro com o artista esta semana? Usou a oportunidade para correr
algum risco? O que você fez? Como você se sentiu?

3. Você viveu alguma sincronicidade essa semana? O que foi?

4. Aconteceu mais alguma coisa que você considerou significativa para sua
recuperação? Descreva-a(s).

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