Coqueria: Ocorre a coqueificação (Carvão Mineral + Calor → Gases voláteis + Coque). Obs.: O carvão mineral (queima incompleta da madeira) não precisa de tratamento especial. Sinterização/Pelotização: Baseia-se na ligação atômica entre superfícies de partículas vizinhas do minério de ferro. Ou seja, obtém-se um minério com uma granulometria grossa adequada ao processo. 2) Produção da gusa/ferro fundido (Alto Forno) Adiciona-se minério de ferro, coque e calcário no alto forno. A queima parcial do coque produz calor e monóxido de carbono (Coque → Calor + CO), que reduzem o minério de ferro a ferro liquefeito, chamado ferro gusa ou ferro fundido que apresenta excesso de carbono e impurezas (Calor + CO + Minério de Ferro → Ferro Gusa + CO2). O calcário converte o pó de coque e a ganga (minérios terrosos) em escória fundida (Calcário + Pó de coque + Ganga → Escória Fundida). 3) Produção da aço (Aciaria) Consiste em diminuir os teores de carbono e impurezas do ferro gusa até atingir a composição do aço desejado. Na aciaria, é realizado através de vasos conversores, se a gusa for líquida, ou elétrica, se for necessário utilizar a energia elétrica para fundir o ferro gusa sólido. Descarburação: Diminuir o teor de carbono (C + O → CO) e impurezas (Adiciona-se cal para formar mais escória). Três maneiras: Injeção de ar (Conversor Bessemer), Sopro de oxigênio puro (Conversor LD, reação muito exotérmica e produz aços mais puros), e Injeção de oxigênio com outros elementos (Conversor Siemens-Martin). Desoxidação: Eliminar o excesso de oxigênio resultante do processo de descarburação pela adição de alumínio e silício. Dessulfuração: Redução do teor de enxofre que é muito prejudicial ao aço, sendo 0,05% o teor máximo permitido. Desgaseificação: Eliminação de gases para não formar vazios. Três maneiras: vácuo, sucção e intenso movimento de massa. Também pode ser adicionado elementos de liga para melhorar alguma característica ou suprir uma deficiência do aço, visando a obtenção de propriedades diferenciadas ao aço. Ex:
Elemento Favorável Desfavorável
Resistência mecânica, auxilia a remoção do oxigênio e reduz os Mn efeitos o enxofre Soldabilidade
Si Resistência mecânica e á corrosão Soldabilidade
P Limite de resistência, dureza e resistência à corrosão Soldabilidade e Ductilidade
Resistência mecânica, dureza, durabilidade e resistência à
Ni corrosão Soldabilidade
Dureza, propriedades mecânicas e características de tratamento
Vn térmico -
Cu Resistência à corrosão (até 0,35%), resistência à fadiga Soldabilidade, Ductilidade e Tenacidade
Mb Dureza e Temperabilidade -
Resistência à corrosão, no endurecimento e desempenho em altas
Cr temperaturas -
Nb Resistência Mecânica e Soldabilidade Ductilidade
Limite de resistência, resistência à agrasão e desempenho em altas
Ti temperaturas -
Ductilidade e tenacidade, em excesso prejudica soldabilidade e
C Resistência mecânica e Limite de Escoamento resistência à corrosão Ligotamento: Processo de solidificação do aço. Duas maneiras: Convencional (Aço líquido despejado em ligoteiras/formas e solidificado em forma de lingotes e depois laminados em placas), e Contínuo (Os lingotes são moldados continuamente até a formação de placas e depois cortados). 4) Conformação Mecânica (Laminação) Processo que consiste em reduzir a seção transversal e, consequentemente, causando alongamento no metal. Essa deformação é obtida através da pressão de uma série de cilindros giratórios dispostos de forma a moldar progressivamente a seção desejada. Vantagens: Propriedades mecânicas são melhoradas e as descontinuidades eliminadas. Dois tipos de laminação: a quente e a frio. A primeira ocorre sob condições de temperatura que permitem que a recuperação e recristalização do aço ocorram simultaneamente com a deformação aplicada (não encruando o material), favorecendo grandes deformações, ao contrário do segundo, que também utiliza mais energia no processo. Produtos : Divididos em Laminados Planos e Não-Planos. O primeiro, originados de placas, é composto por chapas com larguras superiores dos lingotes de origem. Já o segundo, originados de placas, blocos ou tarugos, é composto pelos perfis, barras, trilhos e chapas. 5) Produtos Siderúrgicos Obtidos por laminação a quente através do ligotamento contínuo, onde blocos ou targos entram diretamente na linha de laminação de perfis. Planos: Chapas finas e grossas. Não-Planos: Perfis laminados. Designação Brasileira: Cógido Literal x Altura (mm) x massa (kg/m) H: função de pilar e viga onde há problemas de pé-direito. I: função de viga por suportar cargas verticais. T: montante, banzo inferior e superior de treliças. U: viga de acabamento, escadas e colunas. L: barras de treliça, contraventamentos e estruturas espaciais. Ex: IP 500 - perfil I, abas paralelas, altura 500 mm. HPM 400 - perfil H, abas paralelas, série média, altura 400 mm. Deseginação USA: Tipo x Altura Nominal (pol) x Peso Corrido (lb/pé) S: perfil I de abas inclinadas. W: perfil I de abas largas paralelas. HP: perfil H de abas paralelas. C: perfil canal C ou U. PL: chapa. Ex: W 40x328 - perfil W, altura 40", peso 328 lb/pé. 6) Produtos Metalúricos (Não Planos) Perfis Soldados (I e H): Obtidos pelo corte, composição e soldagem de chapas planas de aço, permitindo grande variabilidade de seções e levando a redução do peso da estrutura. Série Simétrica: Designação - Série x Altura (mm) x massa (kg/m) CS - tipo pilar, com d/bf=1 CVS - tipo viga-pilar, com 1<d/bf<1,5 VS - tipo viga, com 1,5<d/bf<4 OS - outros que não estão indicados na NBR Série Monossimétrica (em Y): Designação - Série x Altura (mm) x massa (kg/m) VSM - tipo viga, com 1<d/bf<4 e mesas c/ espessuras diferentes PSM - outros que não estão indicados na NBR Perfis Eletro-Soldados (I, H ou T): Obtidos pela união de chapas através da fusão gerada pelo calor causado pela resistência a passagem de uma corrente elétrica e pela aplicação simultânea de pressão. Série Simétrica: Designação: Série x Altura (mm) x massa (kg/m) CE - tipo pilar, com d/bf=1 CVE - tipo viga-pilar, com 1<d/bf<1,5 VE - tipo viga, com 1,5<d/bf<4 Série Monossimétrica (em Y): Designação: Série x Altura (mm) x massa (kg/m) VEM - tipo viga, com 1<d/bf<4 e mesas com mesma largura Perfis Tubulares com Costura: Obtido pela calandragem (3 rolos) ou pela prenssagem de chapas com soldagem, e pela conformação contínua com soldagem por eletrofusão. Perfis Tubulares sem Costura: Obtido a partir de barras de aço maciças laminadas a quente que sofrem conformação contínua. Perfis Formados a Frio: Obtidos pelo dobramento a frio de chapas de aço de até 12,5 mm de espessura usando dobradeiras ou perfiladeiras. Os produtos são usados em construções leves como barras de treliças, contraventamento e terças. Designação: Tipo x Altura x Aba x Dobra x Espessura Processo Contínuno: A chapa passa por uma série de roletes da linha de perfilação e depois é cortada no comprimento desejado. Processo Descontínuo: A chapa é dobrada por uma prensa dobradeira, tendo a limitação do comprimento do perfil à largura da prensa. Fios, Cordoalhas e Cabos Barras Propriedades do diagrama Tensão x Deformação Módulo de Elasticidade (E): Relação entre a tensão e a deformação linear específica que define o trecho linear do diagrama (Lei de Hooke). Limite de Escoamento (fy): Relação entre a carga máxima aplicada antes de começar a escoar e a área da seção inicial. Define o final do limite de proporcionalidade e o início da fase plástica. Limite de Resistência do aço (fu): Valor máximo da tensão definida no diagrama. Elasticidade: Capacidade do material voltar a sua forma original após transcorrer uma deformação devido a aplicação de uma carga. Plasticidade: Deformação permanente do material, ocasionando o seu encruamento e, por isso, diminuindo a ductilidade e elevando os valores de fy e fu. Ductilidade: Capacidade do material, ao sofrer tensões elevadas, de se deformar plasticamente redistribuindo as tensões sem se romper, podendo ser medido pela estricção. Fragilidade: Capacidade do material, ao sofrer tensões elevadas, de se romper sem aviso prévio, caracterizando uma ruptura brusca. Resiliência: Capacidade de absorver/redistribuir a energia mecânica no regime elástico (área do diagrama até o limite elástico). Tenacidade: Energia total que o material pode absorver por unidade de volume até a sua ruptura (área total do diagrama). Propriedades Gerais Dureza: Resistência ao risco ou abrasão. Efeito de Temperatura Elevada: Reduzem fy, fu e E. Acima de 250°C provoca fluência. Fadiga: Tendência de ruptura do material em um carregamento inferior ao limite nominal de resistência devido a ação de ciclos repetitivos de tensões. Corrosão: Reação do aço com elementos presentes no ambiente em que se encontra exposto, promovendo a sua deterioração/perda de seção. Pode ser combatido por: Galvanização: proteção do aço com um revestimento de zinco que atua como ânodo por ter um potencial de oxidação maior que o do aço, se comportando como um metal de sacrifício. Pintura (tintas, esmaltes ou vernizes): Adição de uma camada impermeável que inibe o contato do aço com os agentes agressivos do meio. Etapas: limpeza, primer (adesão e proteção), camada intermediária (proteção e espessura), e acabamento (aparência e proteção). Aços resistentes à corrosão: aços que apresentam cobre e outros elementos que aumentam a resistência à corrosão atmosférica. Os aços patináveis, quando expostos à atmosfera, formam uma camada de óxido avermelhada, pátina, na superfície que funcionam como uma barreira contra corrosão. Detalhes no projeto: evitar a formação de regiões que possam acumular detritos e líquidos, prever acessos para manutenção, vedar frestas que ocorrem ligações, evitar sobreposição de materiais diferentes. Encruamento: Modificação da estrutura cristalina do metal provocado por uma deformação plástica em temperatura inferior a de recristalização, ocasionando o aumento da fy e fu, e redução da ductilidade. Tensões Residuais: Surgem devido ao resfriamento desigual após a laminação ou soldagem. Ex: chapas apresentam tensão residual de tração no centro e de compressão nas bordas. Conformabilidade: Facilidade de o material ser dobrado, prensado ou forjado, sem prejudicar as suas propriedades mecânicas. Usinabilidade: Facilidade de o material ser cortado ou furado, sem prejudicar as suas propriedades mecânicas. Definições Ferro Gusa: Liga ferrosa com 4% de carbono e outros residuos (Mn, Si, P, S). Ferro Fundido: Liga ferrosa frágil com mais de 2% de carbono e silício. Ferro Puro: Liga ferrosa com traços de carbono. Aço: Liga ferrosa dúctil com teor de carbono entre 0,008% e 2% podendo apresentar elementos de liga. Classificação quanto ao Limite de Escoamento
Tipo Limite de Escoamento (MPa)
Aço carbono de média 195 a 259 resistência
Aço de alta resistência e
290 a 345 baixa liga
Aços ligados tratados
630 a 700 termicamente Classificação dos Aços pela Composição Química 1) Aços Carbonos São aços que apresentam teores residuais de elementos de liga e teores de Mn e Si máximos de 1,65% e 0,60%, respectivamente. Adição de elementos (Mn, P ou S) para aumentar a usinabilidade não o descaracteriza como aço carbono. O aumento do teor de carbono aumenta a resistência, porém diminui características de ductilidade, conformabilidade e soldabilidade. Limite Usual de ResisTência Aço Carbono Teor de Carbono Características Aplicações (Mpa) Boa tenacidade, Aço Baixo Pontes, edifícios, navios, Menos de 0,15% Menos de 440 conformabilidade e Carbono estruturas mecânicas soldabilidade Aço Carbono 0,15% a 0,29% - - - Moderado Estruturas parafusadas Aço Médio Médias conformabilidade 0,30% a 0,59% 440 a 590 de navios e vagões, Carbono e soldabilidade implementos agrícolas Más conformabildiade e Peças mecânicas, Aço Alto Carbono 0,60% a 1,70% 590 a 780 soldabilidade. Alta implementos agrícolas, resistência ao desgaste trilhos e rodas p/ trens
2) Aço ligado ou microligado
São os aços que apresentam a adição de elementos de liga para melhorar alguma característica ou suprir uma deficiência do aço, visando à obtenção de propriedades diferenciadas ao aço. Teor de Aço Ligado Teor de Elemento de Liga Carbono Aço baixa liga Menos de 5% -
Aço média liga 5% a 12% -
Aço alta liga Mais de 12% -
Aço baixa liga e
Menos de 2% Menos de 0,25% alta resistência Aços de baixa liga e alta resistência costumam apresentar Ni, Vn e Ti, apresentando boa resistência à corrosão (aço patinável). São utilizados quando se deseja utilizar perfis com seções com dimensões menores e mais leves, e quando há a necessidade de se usar aços com boa resistência à corrosão e ao choque, com maior limite de fadiga e escoamento sem a perda da ductilidade. 3) Aços resistentes à corrosão atmosférica Aço Inoxidável: Obtido pela adição de cromo, principalmente, e níquel em sua composição, apresentando uso restrito por causa do seu alto valor comercial. Aço patinável/aclimável/Corten: São aços que, quando expostos à atmosfera, formam uma camada de óxido avermelhada, pátina, na superfície que funcionam como uma barreira contra corrosão. Os principais elementos de liga são o cobre e o cromo. Aços com Tratamento Térmico O tratamento térmico é um ciclo de aquecimento e resfriamento do metal com objetivo de alterar suas propriedades físicas e mecânicas, sem alterar a sua forma. Como: remoção de tensões internas, aumento da resistência mecânica, da ductilidade, da usinabilidade e resistência ao desgaste. Porém, prejudica a soldagem, tornando o seu emprego restrito em estruturas. Aços de médio carbono sujeito a tratamento térmico são utilizados na fabricação de parafusos de alta resistência. Aços de baixa liga são empregados na fabricação de parafusos de alta resistência e barras de aço para protensão. Tipos de Tratamento Térmico: Recozimento: remove tensões pela fundição e conformação mecânica, com resfriamento lento. Normalização: semelhante ao resfriamento, porém, com resfriamento mais rápido e grãos menores. Têmpera: resfriamento rápido em banho de óleo, conferindo aumento na dureza, resistência ao desgaste e à tração. Revenido: processo posterior da têmpera, em temperatura inferior á zona crítica, melhorando a ductilidade, diminui a resistência à tração e alivia tensões internas. Endurecimento por precipitação: Comentação – tratada com carbono Nitretação – tratada com nitrogênio Classificação do Aço pela Aplicação Aço para construção mecânica: Aço carbono ou aço ligado destinado para produção de peças e componentes mecânicos. Aço para beneficiamento: Aço para construção mecânico adequado à têmpera e ao revenimento. Aço para comentação: Aço com baixo teor de carbono destinado ao processo de carbonetação superficial. Aço de corte fácil: Aço com elementos de liga (S, Pb, P) que melhoram a usinabilidade. Aço inoxidável: Aço resistente à corrosão atmosférica devido à adição de cromo (%Cr>10%), e níquel. Aço ferramenta: Aço adequado para a fabricação de ferramentas de corte ou conformação. Aços para trabalho a frio: Aço adequado para fabricação de ferramentas para trabalho a frio. Aços para trabalho a quente: Aço adequado para fabricação de ferramentas para trabalho a quente. Aço rápido: Aço capaz de suportar altas temperaturas resultantes da usinagem (corte) sem perder a dureza. Aço para mola: Aço adequado para fabricação de molas devido ao elevado limite elástico e resistência a fadiga. Aço resistente ao calor: Aço capaz de resistir a altas temperaturas, química e mecanicamente. Aço resistente á corrosão: Aço capaz de resistir, química e mecanicamente, a ação de agentes agressivos que dão origem a corrosão. ABNT – NBR 8800:2008 Perfis, barras e chapas: Resistência ao escoamento (fy) máximo: 450 MPa Relação entre resistência à ruptura e ao escoamento (fu/fy) mínimo: 1,18 Parafusos fabricados com aço temperado não podem ser soldados nem aquecidos. Nomenclatura SAE Aços que não apresentam função estrutural, aplicados na construção civil como componentes de telhas, caixilhos, chapas xadrez, etc. Se baseia em quatro dígitos: AÇO SAE _ _ _ _. O primeiro representa o elemento de liga característico, os dois últimos representam a porcentagem de carbono em 0,01%, e o intermediário representa o elemento de liga predominante. 1. Aço-carbono 6. Aço-cromo-vanádio 2. Aço-níquel 7. Aço-tungstênio 3. Aço-cromo-níquel 8. Aço-níquel-manganês 4. Aço-molibdênio 9. Aço-sílico-manganês 5. Aço-cromo Ex: Aço SAE 1020 (Aço-carbono, com 0,20% de carbono) Aço SAE 2320 (Aço-níquel, com 3% de níquel e 0,20% de carbono)