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Flávio Dala Canhanga


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“ Todos nós somos poderosos actores da

mudança e consequentemente maquinas de

desenvolvimento.”
A
Mudança
Um conto épico

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SUMÁRIO

PREFÁCIO .................................................................................................................. 5
Capítulo 1 - O começo de muitas histórias .................................................................. 6
Capitulo 2 - A perseguição .......................................................................................... 7
Capítulo 3 - A emigração ............................................................................................ 8
Capítulo 4 - Perseguindo ela (Parte 1) ......................................................................... 9
Capítulo 5 - Perseguindo ela (Parte 2)........................................................................ 11
Capítulo 6 - Perseguindo ela (Parte 3)........................................................................12
Capítulo 7 - A jovem adormecida (Parte 1) ................................................................14
Capítulo 8 - A jovem adormecida (Parte 2) ...............................................................15
Capítulo 9 - O Vídeo: Eu decidi mudar ......................................................................16
Capítulo 10 - O sacrifício de um amigo ......................................................................18
Capítulo 11 - A ABASE ................................................................................................19
Capítulo 12 - Não o conhecia ....................................................................................21
Capítulo 13 - O regresso a casa ................................................................................. 22
Capítulo 14 - O capacitador das nossas decisões ........................................................ 24
Capítulo 15 - Um soldado renasce............................................................................. 26
Capítulo 16 - É ela!.................................................................................................... 28
Capítulo 17 - Não, é ele! ........................................................................................... 30
Capítulo 18 - A atitude de um verdadeiro amigo ...................................................... 33
Capítulo 19 - The Soccer Kid (Parte 1) ....................................................................... 35
Capítulo 20 - The Soccer Kid (Parte 2) ...................................................................... 37
Capítulo 21 - Subversão ............................................................................................ 39
Capítulo 22 - Regra é regra ........................................................................................41
Capítulo 23 - Novos pontos de vista ........................................................................ 44
Capítulo 24 - Consultoria de guerreiros .................................................................... 46
Capítulo 25 - Nada acontece por acaso (Parte 1) ...................................................... 50
Capítulo 26 - Nada acontece por acaso (Parte 2) ...................................................... 52
Capítulo 27 - O certo é o certo................................................................................. 56
Capítulo 28 - O apócrifo .......................................................................................... 59
Capítulo 29 - Não podes ser qualquer um (Parte 1) .................................................. 63
Capítulo 30 - Não podes ser qualquer um (Parte 2) .................................................. 66
Capítulo 31 - O tempo é relativo (Final – Parte 1) ..................................................... 68
Capítulo 32 - O tempo é relativo (Final – Parte 2) .................................................... 70

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PREFÁCIO

Q
uem é realmente o capacitador das nossas decisões? O que
faz com que alguém se torne alguém? Existem regras ou
fatores para alguém tornar-se alguém? Quais são os
resultados das escolhas de alguém? Como superar o passo em falso de
uma má escolha ou decisão?

São perguntas intrigantes, não são? As respostas para essas


perguntas baseiam-se em um único fenômeno que as pessoas dificilmente
fazem, "A mudança". Existem vários fatores, acontecimentos e contra
ocasiões inesperadas ou não que podem levar-nos a fazer ou não
mudanças.

Por vezes, quem ou o que precisamos está bem ao nosso lado, mas
mesmo assim, não fazemos mudanças. Talvez por negligência nossa, talvez
por não receber ou aceitar um conselho ou a situação. E ainda pode ser
de um alguém que se rejeite a oferecer algo para a nossa mudança.

Mas não é bem assim, não podemos culpar aos outros além do nosso
"eu" pela falta de mudanças em nossa vida, pois somos nós quem devemos
traçar, escolher e aceitar o nosso caminho. Mas independentemente de
haver mudanças ou não perante a uma situação ou escolha, sempre
haverá resultados, tanto positivos como negativos. E tais resultados
dependerão muito de que tipo de pessoas nós somos e fazer escolhas
previamente possíveis.

E ao longo desta narração, encontrarás personagens com vidas e


personalidade diferentes, mas com algo em comum, "A mudança",
também verás que muitos deles terão escolhas e resultados.

Esperemos que achem o conteúdo agradável e que cada pontos


que acharem interessante e proveitoso apliquem-os em tua vida, e não só,
partilhem-os afim de ajudar o além.

Boa Leitura e Bom Proveito!

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Capítulo 1 - O começo de muitas histórias

Hoje me encontro no topo de um mundo, do meu mundo. Um


mundo que posso resumir em uma única palavra e que hoje eu consigo
dizê-lo em muitos idiomas, a palavra é беспокойство (em russo), disturbo
(italiano), sorge (alemão), souci (francês), Dimene (kikongo)... Problema
(em português).

Vou começar por apresentar-me, meu nome é Teófilo Miranda


Michael, popularmente chamado por Teo, vivia com a minha querida e
linda mãe e o melancólico do meu pai. Tipo assim, o meu pai nem sempre
foi assim, mas não sei o que aconteceu entre ele e a minha mãe para se
tornar a pessoa que ele era, mas uma coisa eu podia dizer, ele era o
culpado por eu ser o tipo de pessoa que eu sou hoje...

E até os meus 10 anos a minha mãe se separou do meu pai e


desaparece.

Continuei vivendo com o meu pai e quando aos 17 anos comecei a


trabalhar em parte-time numa pequena empresa de entregas, com isso
tinha pouco tempo de descanso, saía de casa para o ponto de ônibus
atrasava sempre e da escola para o ponto de ônibus também atrasava,
daí também ia a pé para casa. Chegando em casa pegava a Olivia e ia
para o serviço, daí eu pegava as encomendas e levava para os
respectivos endereços, mas sempre com a minha Olivia, até o final do dia
ia para a casa. Mas alguns dias fazia horas extras, escapando um pouco
das aulas de artes marciais.

Num dos dias eu me toquei que havia um endereço em que


semanalmente levava para lá 5 à 7 encomendas e com o pesos variáveis,
mas o estranho era que quem abria a porta era um grandalhão de
moletom preto e com tatuagens. E aí eu me perguntei, “como é que um
cara assim recebe tantos encomendas? Será que a mãezinha dele o ama
muito? Ou será que tem muitas namoradas? (hahaha) seria mesmo hilário”
( disse eu para a Olivia). Mas deixamos para lá... Isto é, ele ficou para lá,
mas a Olivia e eu ficamos para cá. Mas num âmago de curiosidade, ainda
mais para a Olivia.

E aconteceu que num dos dias levando mais uma encomenda para
lá, a Olivia e eu escorregamos e caímos... e aí a caixa abriu-se!

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E a primeira regra dos transportadores de encomenda é "nunca abrir
uma encomenda". Mas a minha mãe sempre dizia, "Sê curioso, pois só
assim terás riquezas e conhecimentos, principalmente riquezas." Ela não
dizia exatamente isso, mas era algo similar a isso.

Enfim, eu tinha que fazer uma escolha para seguir em frente... foi
quando eu escolhi o que seria certo para mim...

Capitulo 2 - A perseguição

Li uma vez que, cada um tem a sua história, os seus planos, seus
sonhos e medos, por isso, não podemos sobe nenhuma circunstância fazer
escolhas com base nas opiniões de terceiros, por medo de ser julgado e
muito menos só para fugir da realidade. Mas sim, devemos escolher com
base na nossa fé e nos nossos objetivos e as escolhas, têm que trazer para
nós felicidade, a paz e acima de tudo, devem preservar a nossa sanidade.

Por isso, quando estiverem sob qualquer questão ou decisão que


pode alterar o curso da tua vida para o outro, lembra-te que quem deve
responder as questões é você, é você quem deve decidir que decisão
tomar. Pois és tu quem escolhe e aceita o melhor para ti, mas escolha fazer
o bem, para assim também receberes o bem.

Bem, eu acho que já notaram qual foi a decisão, sim, escolhi olhar o
que tinha dentro da caixa. E era algo que nem eu e nem a Olivia
imaginávamos, eram diamantes, muitos diamantes em pedras pequenas
mas diferentes pesos. Então saímos daí rápido e fomos para a casa!

[Passado o tempo da entrega]

O homem ligou para a empresa para fazer a reclamação e a


empresa ligou para o meu celular, mas não atendi, pois eu já sabia o que
diriam.

Aquele dia passou, mas mal amanheceu, a polícia ia bater a minha


porta, mas não abri, fingi não estar em casa, então foram-se.

Passou 1h e aparecera aquele de quem eu tinha mais medo, o


grandalhão de roupas pretas, com mais 4 caras. Eles chegaram rompendo
tudo pela frente, então saí pela traseira com a Olivia, mas tinham outros

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com armas, mas parece que não era intenção deles machucar a gente,
por isso conseguimos sair de casa e daí começa uma perseguição...

E eu nem acreditando que aquilo estava acontecendo, a


adrenalina, a euforia, o perigo, era como se eu estivesse num filme ou
mundo virtual San Andreas.

Mas de tanta euforia, escorregamos e caímos...

Capítulo 3 - A emigração

As pessoas não são viciadas em álcool, mulheres, drogas ou joias,


elas são viciadas em fugir da realidade. Sempre dizemos que a vida
arranja sempre uma forma de nos surpreender, mas por vezes, nós é quem
surpreendemos ela.

Depois da caída, eu raspei-me, mas a Olivia machucou-se muito, daí


levantei-me rapidamente e desnorteado corri!

Consegui esconder-me num esgoto durante o dia todo até ao


anoitecer. E quando saí, estava fedendo todo, por isso tive que assaltar
uma loja de roupas e acessórios, na verdade peguei emprestado pois
prometi aos manequins que devolveria.

Por conseguinte, com algum dinheiro que tinha no cartão comprei


um bilhete de avião, mas naquele momento eu tinha medo de já ser um
criminoso nacional, mas comprei e viajei normalmente para Brasil. Mas foi
uma viagem passageira, troquei algumas pedras por dinheiro vivo e viajei
para os E.U.A - Nova York - vivi por lá durante alguns anos.

Aluguei um apartamento de alta classe alugava carros top de


gama, em festas, clubes, bares eu estava. Em água, areia, mar, neve ou
terra eu estava, era diversão atrás de diversão. Mahantah, Nova Jersey eu
estava lá, só para diversão.

E em pouco tempo, fui ganhado amigos e conhecidos, eu via que


era o mundo que eu precisava, era o "MEU MUNDO", mas por não
conhecer muito bem as pessoas e por fazer mal julgamentos, relacionei-
me com membros de gangues. Um dos amigos de nome Mr. S pertencente
a Swift Gang, e durante a uma festa num bar, ele estava muito
embriagado e drogado, então roubou a carteira e o telefone de alguém,
mas foi apanhado, pois esqueceu-se de desligar o telefone. Ele prestes a

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levar uma surra, fui para lá ajudá-lo, eram membros de uma outra gangue,
deram-nos corrida, mas felizmente saímos daí vivos.

Tirei umas férias das férias, estava com uma necessidade de observar
um casamento aceitável entre a natureza e a modernidade, para isso
nada melhor do que as Cataratas do Niágara, uma beleza natural
engolida por hotéis e casinos. As Cataratas do Niágara ficam no rio que
lhe deu o nome, situada na fronteira entre o Estado norte-americano de
Nova Iorque e a província canadiana de Ontário. Até hoje lembro-me do
barulho ensurdecedor provocado pela queda das águas, também não é
à toa que o chamam trovoadas das águas né. Também lembro-me do
Mel, o nosso guia pelas belezas daquelas Cataratas, apesar de eu
entender quase nada de que falava, deu para perceber que era um cara
fixe, dentro da carrinha estavam mais seis professoras mexicanas
encantadoras, duas canadianas mãe e filha e um senhor aparentemente
brasileiro com ar de descobridor.

Mas para descobrir e entender aquele casamento aceitável, tinha


que se observar de um local perfeito, a Torre Skylon, ela dava uma das
vistas mais espetaculares sobre aquela envolvência das cataratas
preenchidas por edifícios, hotéis e casinos, uma autêntica beleza da
natureza. Ao final da manhã, deixamos as cataratas para trás, rumo a
povoação de Niagara-on-the-lake e as quintas vinícolas que produzem o
adocicado ice wine. Caminhávamos pela rua principal de Niagara-on-
the-lake, vi uma loja italiana de Gelato, entrei para comprar, mas estava
meio lotada, porém aguardava, nada me tiraria de lá sem provar aquele
gelato, até que na saída vi uma garota muito bonita... diferente de todas
que eu já encontrei, me transmitia algo, como se tivéssemos uma ligação,
então curiosamente eu decidi segui-la. Deixando o gelado e o grupo já há
alguns minutos...

Capítulo 4 - Perseguindo ela (Parte 1)

Ela saiu da loja, aí eu também saí, fui perseguindo ela pelas ruas de
Canadá, até que ela entrou numa boutique, eu também entrei, ela
comprou uma roupa e trocou-se logo na loja, eu apenas comprei uns
óculos escuros. Ela saiu da loja mas eu fui perseguindo ela, até ela dirigir-
se a um carro, subiu e arrancou... eu questionei-me, se ela tem um carro
andou tanto a pé por quê? E por que trocou-se na loja?

- Mulher misteriosa ãh, gosto disso! táxi!

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Taxista: para onde gostaria de ir?

Eu: siga aquele carro vermelho!

[Em Perseguição Do Carro Da Rapariga]

Taxista: quem é?
Eu: é confidencial!
Taxista: confidencial do governo ou da polícia?
Eu: Só podes saber que é de questão nacional.
Taxista: és um agente secreto?
Eu: [com a face amarrada] apenas conduza!

Taxista: eu percebi tudo quando te vi, eu tenho um sexto sentido para


coisas especiais.

Até que estacionou o carro, aí o taxista também estacionou, mas


um pouco mais afastado, ela desceu e entrou para uma cafeteria, eu
desci e aí o motorista disse...

Taxista - fique com o meu cartão, se precisar de mim, estou pronto para
colaborar numa missão nacional!

Eu recebi o cartão e fui até a cafeteria, encontrei ela sentada aí eu


ocupei também uma mesa. Minutos depois ela sai, sem fazer ou ter pedido
algo, mas eu noto que ela deixou a sacola dela, achando que ela voltaria
esperei, passado 10min, fui pegar a sacola para ir devolvê-la, mas
chegando fora não à vi e o carro já não estava lá, tentei andar um pouco
para ver se à visse, mas nada.

Foi aí que reparei que eu também estava a ser perseguido, eram


dois caras grandes e socialmente apresentável, iam gritando " Ei parado
aí!". Mas eu pus-me em fuga com a sacola.

Eles viam a minha atrás movimentados em grande massa, eu sem


rumo pelas ruas e me perguntando como é que me encontraram, foi neste
momento que eu vi a garota a entrar em um prédio, então tentei correr
até ela e foi aí que apareceram dois motoqueiros...

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Capítulo 5 - Perseguindo ela (Parte 2)

Os dois motoqueiros estacionaram as motos, desceram e


apontaram armas em minha direção, foi aí que alguém do alto de um
prédio abateu os dois, mas antes disso, um deles fez um disparo para mim,
rasou o braço fazendo uma ligeira ferida, mas eu estava bem o suficiente
para escapar. Totalmente assustado e sem mais hipóteses do que estava
acontecendo...

Corri imediatamente para o prédio por onde vi a garota e escondi-


me na casa de banho, fiquei alguns minutos, saí para ver se estava limpo
e não vi os homens que estavam me perseguindo, fui para sentar na
recepção, ali o recepcionista foi ao meu encontro:

Recepcionista: saudações caro senhor! Precisa de alguma coisa?


Eu: [respirando fundo] não, não preciso!
Recepcionista: então por que entrou daquele jeito?

Eu: [tinha que tentar disfarçar] é o seguinte, eu sou um agente especial,


estava numa perseguição, consegui livrar-me dos meus oponentes, mas
perdi o meu alvo quando o mesmo entrou neste prédio.

Recepcionista: está bem, podemos aluga-lo um quarto, se preferir


descansar.
Eu: não obrigado, eu tenho que ficar numa zona observadora.

Recepcionista: está bem Sr. Agente, se precisar de algo poderá localizar-


me bem lá no balcão.
Eu: ok, obrigado por cooperar com o governo!

Minutos depois, chega a polícia no local, mas eu procurei sair pelas


traseiras, foi aí que eu vi novamente os dois caras que estavam a perseguir-
me, voltei para dentro e direcionei-me a recepção, pedi um quarto
rapidamente (paguei com dinheiro vivo) e subi para lá com a sacola, foi
aí que vi a garota misteriosa a entrar para um quarto... ela olhou para mim,
eu fiquei preocupado, mas depois ela entrou para o quarto como se não
visse nada. Aí eu entrei no meu quarto e me atirei na cama para tentar
descansar, fechei os olhos e dormi.

[Passado Algumas Horas]

Acordei, mas não sozinho, aquela garota misteriosa estava por cima
de mim e apontando uma arma na minha cara...

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Eu: ferrou! ...

Capítulo 6 - Perseguindo ela (Parte 3)

Eu: ferrou!
Ela: [xiih] Quem és tu?

Eu: Ahhh sou um rapaz que está deitado na cama e quase a mijar-se de
medo!

A garota: bom saber que estás com medo, por que eu não estou de
brincadeira, por tanto começa a falar a verdade. Quem és e para quem
trabalhas?

Eu: eu sou apenas um indivíduo, um indivíduo atraído por uma química


incompreensível.
[Para mostrar que não estava de brincadeira deu-me com o cano da
arma na cabeça]
A garota: Responda!

Eu: seria eu a fazer as perguntas, quase fui baleado lá fora por causa da
tua sacola!

A garota: [já muito nervosa e impaciente] então levaste a sacola por quê!
Quem te mandou! Para quem trabalhas?

Eu: ninguém tá! Ninguém me mandou e não trabalho para ninguém,


ninguém!
A garota: onde é que está a sacola?
Eu: está dentro do banheiro!
A garota: abriste ela?
Eu: não, nem tive oportunidade!

A garota: que seja verdade para o teu bem, se estiver a faltar algo, eu vou
encontrar-te e matar-te-ei!

Em seguida deu-me com a arma da cabeça e perdi


completamente os sentidos. Quando acordei, ela já não estava lá, mas
tinha uma dor de cabeça terrível. Quando tentei sair do quarto, só
coloquei um pé para fora, vi um dos homens que estavam a perseguir-me,
tentei sair sem dar nas vistas, mas viram-me...

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Homem 1: Sr. por favor!

Mas eu não parei... logo coloquei-me em fuga.

Então ele começou a perseguir-me, corrida entre os corredores do


hotel...

Entrei num quarto e tranquei a porta, mas já não havia saída, e o


homem estava tentando arrombar a porta, eu saí pela janela e comecei
a andar entre as arestas aguçadas da parede do prédio, ele conseguiu
entrar e quando me viu, começou a fazer díspares, aí chegou o outro e
disse:

Homem 2: calma aí, nós precisamos dele vivo!

Apenas um começou a seguir-me, fiquei numa zona em que as


opções eram: subir para o telhado, render-me ou me atirar para a piscina
a baixo.

Homem 2: vem até aqui, prometemos não magoar-te!

Eu: ah! Segundo quem, você ou outro cara que tentou me fazer buracos
no corpo?

Então peguei no celular e fiz uma chamada, em seguida escolhi


uma opção mais viável, a primeira opção, de subir para o telhado,
chegando lá, tentei sair pela porta, mas apareceu o outro cara. Então aí
restava-me duas opções...

Homem 1: já não tens nenhuma saída, entrega-te!

Aí eu escolhi a 3ª opção, atirei-me do terraço do prédio até a


piscina.

Saí correndo da água e procurei ir imediatamente para fora do


recinto, mas o outro homem apareceu logo, deu-me corrida até fora,
pensei que já não me safaria, mas quando cheguei lá fora, encontrei o
homem a quem liguei, o taxista.

Arrancou rapidamente o carro.

Taxista: eu disse que poderia contar comigo!

Eu: realmente, estavas totalmente certo, a agência agradece!

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Mas não demorou muito, percebemos que estávamos novamente a
ser perseguidos, parece que aquele era o dia oficial das perseguições...!

Eu: meu amigo, estamos sendo perseguidos, mostre o seu valor.

Taxista: está bem chef, modo GTA ativado...

Capítulo 7 - A jovem adormecida (Parte 1)

Eram os dois caras! Como tinham um carro mais potente,


conseguiram alcançar-nos, quase embatiam o carro, mas o taxista
esquiva de imediato, mas esquivar não foi suficiente, fazem as mesmas
tentativas vez após vez, mas o taxista mostrou que sabia conduzir,
esquecendo as regras da prioridade, entramos em uma rotunda, os dois
homens ficaram presos antes da rotunda e por fim, conseguimos fugir.

Cheguei no hotel, arrumei as coisas rumo a um outro território,


quando desci do avião, paranoicamente, vi novamente dois homens com
um perfil suspeito, pensei que estava a ser perseguido de novo, aí decidi
fazer os possíveis para escapar dos seus campos de observação... Entrei
para uma loja, pensado que eles entrariam, mas não entraram, foi aí que
percebi que entendi mal.

Chegando a casa, decidi ligar ao Mr. S para irmos à discoteca, eu


precisava desanuviar um pouco, chegando lá encontramos o Drug, um
cara russo cético de poucas palavras e o Hermínio o mexicano ousado
que tem uma história de vida meio engraçada, enfim, bebemos e nos
divertimos.

Depois de lá, estávamos a caminho de casa para descansar,


quando pelo caminho encontramos uma jovem aparentemente muito
bêbada e chorando, daí o Hermínio decidiu ir ajudá-la, mas o Mr. S
aconselhou a não ir para lá, mas mesmo assim foi, logo, o S, o Drug e eu
ficamos distante, até eu perceber que ele tentava se aproveitar dela, fui
rapidamente para impedir o ato, empurrei logo ele para o outro lado, ele
disse:

Hermínio: tonto, has visto lo hermosa que es?! (Traduzindo para português seu boelo,
já viste quão bonita ela é!?)
Eu: e agora?
Mr. S: calma aí, peguem leve...

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Hermínio: Ãh seu espertalhão... queres ela só para ti hein! Sem estresse, era
só falares, então estou a bazar, nos vemos por aí hhermano!
Mr. S: Drug vamos, temos que resolver uma parada...
Eu: ok, está-se mano!

Depois deles irem, eu a tentar ajudá-la, aí ela desmaiou...!

Eu: isso é meu azar...

Capítulo 8 - A jovem adormecida (Parte 2)

Levei-a para à minha casa, deitei ela na cama e fui dormir no sofá.

[NO DIA SEGUINTE...]

Acordei, fui ver como ela estava, mas parecia que ainda estava
dormindo.

Dei um banho e saí para comprar o pequeno almoço, fui a cafeteria,


tomei o café estava voltando para à casa, depois lembrei-me que não
comprei o dela, aí eu voltei para a cafeteria, mas já estava meio lotada,
aí eu tive que esperar por uns 15 minutinhos...

Voltei para a casa, mas ela ainda estava dormindo, já parecia


estranho, pois ela já devia ter acordado...

Fui vê-la, estava aparentemente seca, medi-lhe a pulsação, mas


nem senti nada... estava morta!

- O que vou fazer!?

Fiquei inquieto, sem ação, como se estivesse sem pensamento e sem


reação por uns minutos... Daí eu liguei para o Mr. S....

Eu: alô! Alô! Estás a ouvir S ?!


Mr. S: sim, estou. Qual é broh?
Eu: tens que me ajudar S, estou numa cagada...
Mr. S: Calma aí man, o que estás por aí a falar?
Eu: a rapariga, vem agora de ontem... vem em minha casa, agora!
Mr. S: calma aí vou já!

[Minutos depois...]

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(Pu!pu!pu!) Batiam a porta.
Eu: Quem é?
Mr. S: Aí meu irmão, é o Mr. S!
Eu: entra, entra!
Mr. S: o que aconteceu?
Eu: vamos até ao quarto...
Mr. S: o quê? Ela morreu ou está dormindo?!
Eu: morreu S! Morreu!
Mr. S: como é que ela morreu?

Eu: eu saí para comprar o café, mas quando voltei ela já estava assim
morta...

Mr. S: ok, sem stress, pois não foi e nem é culpa sua. Vamos fazer o seguinte,
vai ver se a área está livre e eu vou enrolar o corpo no lençol.
Eu: e para onde vamos levar, não vão encontrar o corpo?!
Mr. S: fica calmo, eu conheço um sítio...
Eu: ok, vou ver....

Depois de averiguar e estava limpo, levamos o corpo até o local, era


uma casa grande e distante da cidade, enterramos ela e saímos.

Separei-me do Mr. S e fui para a casa, chegando lá... encontrei a


casa de pernas para o ar, muitas das coisas destruídas...

Capítulo 9 - O Vídeo: Eu decidi mudar

Encontrei a casa de pernas para o ar, muitas das coisas destruídas...


Aí eu pensei

- quem seria!?

Arrumei e limpei tudo, por fim deitei-me na cama para tentar


descansar, foi quando senti uma picada no corpo, era como se estivesse
algo entre os lençóis, procurei entre eles até encontrar o objeto, afinal era
um pen-drive...

- De quem é o pen-drive? Será que era da garota? (Questionei-me).

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Como eu queria saber quem era a garota, fui logo ver se tinha algo
que a identificasse... Coloquei no aparelho, no interior dela havia um vídeo
com o título "Eu decidi mudar". Aí eu botei ele a reproduzir...

[EM REPRODUÇÃO DO VIDEO <<

Olá, eu sou à Zenda Keze, popularmente chamada de Zen. Eu era


uma mãe solteira, tenho ou melhor, tinha uma filha linda de 4 anos, que
tinha uma doença rara, ela tinha alergia à água e uma mínima falta de
atenção sobre ela, poderia levá-la a morte, por isso eu fazia o máximo
para que não lhe faltasse nada...

Mas há uns 6 meses, eu perdi o emprego, tentei arranjar um outro


mas não conseguia, a medicação havia acabado, a dispensa vazia e eu
sem poupanças nenhuma... Então estava disposta a fazer qualquer coisa
para ajudar a minha filha, até vender a minha vida se fosse necessário, eu
sei que era uma opção muito drástica a tomar e que trariam mudanças
em nossas vidas, mas já não havia outra opção...

Foi aí que fui a um prostíbulo, cheguei na recepção, e disse que


precisava falar com o chefe do local, ele disse que não tinha como ajudar-
me, mas disse para eu deixar o meu terminar para o caso de aparecer
uma oportunidade e eu deixei. 2h depois ele ligou para mim, deu-me um
endereço e as diretrizes, era para deitar-me com um senhor em um motel...

Eu pensei em não ir, mas as minhas necessidades eram às


prioridades, aí eu fui. Quando cheguei na porta do quarto do motel, pensei
99 vezes, mas lembrei-me da existência de 1 pensamento maior, o amor
pela minha querida filha... Por fim entrei e deitei-me com ele, depois de
terminar ele disse que gostou muito de mim e se eu tivesse qualquer
preocupação, eu poderia expor a ele, eu disse está bem.

Eu saí daí com um pouco de dinheiro, mas servia para alguma coisa,
mas não era suficiente, no táxi recebi a ligação do meu antigo emprego
e disseram-me para passar lá no dia seguinte, eu tinha a esperança que
aquela era uma outra vaga, lacrimejei e chorei muito... Quase ao entrar
para casa, apareceu um carro e levou-me, desmaiei e quando acordei
eu estava amarrada num sítio desconhecido... E a minha frente estava a
roupa da minha filha cheia de sangue, parece que eles haviam matado
a minha filha... Por quê!!! Disse eu... Aí apareceu um jovem com a cara
coberta e disse-me, “se não cumprires o que te mandaremos morrerás
como a tua filha, nós implantamos um veneno no teu corpo e nós somos
os únicos que temos o antídoto para este veneno, basta que tu obedeças

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ao que te mandarmos fazer”. Eu disse vocês tiraram tudo de mim! A minha
filha não...! Daí eu pensei, já se perdeu a vida da minha filha, não vou
deixar mais ninguém inocente morrer sobre minha responsabilidade, logo
aceitei.

Era para deitar-me contigo e depois ao dormires aplicar-te-ia uma


injeção que estaria entre o meu cabelo. Eu sempre acreditei que todas as
pessoas são boas, mas as circunstancias obrigam elas a serem o contrário,
por isso, quando vi-te pela foto, algo me dizia que independentemente de
fazeres o que fizeste a aqueles homens, tu eras uma boa pessoa e tal como
eu, você não merecia aquilo, então eu decidi que me colocaria no teu
caminho para ajudar-te. Aliás, eu não sei o que fizeste para eles, mas
deixa-me dizer-te que essas pessoas não são nada boas, livra-te delas o
mais rápido possível antes que seja tarde. Portanto, sendo que já não tinha
nenhuma razão para viver, preferi morrer...� Boa sorte meu querido jovem!

>> FIM DA REPRODUÇÃO]

Depois de ouvir a história e o conselho daquela mulher, em lágrimas


eu raciocinava sobre o rumo da minha vida...

Capítulo 10 - O sacrifício de um amigo

O sacrificio daquela mulher, mostrou-me uma visão única, ela


apesar de não me conhecer foi generosa comigo de uma forma
impagavel. Toquei-me que o valor fundamental da vida, depende da
percepção e do poder de contemplação ao invés da mera sobreviência,
eu sobrevivia num mundo criado por mim e que só existia para mim, fiz uma
escolha e finge ingnorar as consequencias, mas não resulta, ninguém
pode fugir dos resultados das suas escolhas, ao invés disso, podemos fazer
o certo, enfrentar de cabeça erguida. Por isso, eu decidi voltar para a
casa, apesar de não estar preparado para ir a prisão ou sei lá o que
aconteceria, mas era um preço que eu não só merecia como devia pagar
pelo.

Convivi com os amigos por um bom tempo, foi tão descontraído,


que não dei conta do anoitecer, então saí de lá, liguei para o Mr. S e fomos
para o Clube Seu Boteco, por acaso encontramos lá o Drug, com uns
drinques porradinha festejamos como se fosse a minha despedida de
solteiro, enfim, ao sair do Clube com o Mr. S, apareceram duas vans, aí o S
pensou logo e começamos a correr, saíram quatro caras armados das
vans, nós entramos por uma rua que dava acesso a traseira de um Clube,

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começaram a fazer tiros, rapidamente nos escondemos entre os caixotes
de lixo, aí o S tirou a sua arma e começou a disparar também... eram balas
para todos os lados, o Mr. S disse:

Mr S: vai, é a mim que eles querem...

Eu: não S! Você não entende, não é a ti que eles querem...

Mr. S: não tenta salvar-me mano, eu é quem pertenço a uma gangue e


não tu, por tanto vai e salva-te, eu dou conta destes sacos de cocós, já
caguei muitos destes nessa vida...

Eu: não faça isso S, vamos sair daqui juntos...

Mr. S: vai seu idiota!

Eu: está bem, prometa que vais ligar-me depois de sair desta?

Mr. S: não te preocupes, até vou ir visitar-te!

Eu saí de lá correndo desesperadamente, depois de ficar a uma


distância, vi o S levando um tiro do peito e depois caiu ao chão, ele fez um
fixe até a sua mão arrear, então deduzi que estivesse morto, fugi rápido,
foi fácil pois por causa do sacrifício do Mr. S eu consegui escapar...

Mas o Mr. S morreu...

Mas por que eu não viajei logo! E o pior de tudo é que o S nunca
soube quem eu sou realmente (pensava eu de forma angustiante e
culposa).

Capítulo 11 - A ABASE

Fui direito para casa, tentando fugir daquela cidade rápido!

Encontrei os vizinhos todos de pé na rua como se estivesse a


acontecer algo fora do normal. Prestes a entrar em casa, percebi que a
porta havia sido arrombada... recuei e queria sair de lá, mas o dinheiro
estava lá, então arrisquei entrar, tudo estava desarrumado. Mas felizmente
não encontraram o dinheiro, também só o encontrariam se destruíssem a
casa...

[NO LOCAL DA MORTE DO MR. S]

Homem 1: ei ele ainda está em vida!


Homem 2: avisem ao chef e perguntem o que faremos com ele...

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Homem 1: está bem 2.
Homem 2: rápido 1!
Homem 1 em conexão com o Alfa.
Homem 1: chef o alvo principal escapou, mas vamos encontra-lo!
Homem Alfa: Traga o alvo secundário para ABASE para um interrogatório.
Homem 1: qual base?
Homem Alfa: ABASE seu idiota!
Homem 1: qual, a base com no nome de ABASE ou a base chef?

Homem Alfa: seu inútil, não sei como é que te suporto, mas ok, traga-o
para a primeira opção!

Homem 1: sim chef, desculpa pela minha incapacidade de pensamento


lógico!
Homem Alfa: seu incompetente…!
Homem 1: desculpe chef, mas é incompetência relativa ou absoluta?
Homem Alfa: apenas vai!

[NA BASE - INTERROGANDO O MR. S]


Homem 3: ei seu gangsterzinho da merda, acorda!
Mr. S: ...
Homem 3: aié! eu estou sendo passivo para contigo, por isso acorde!
Mr. S: (suspira fundo) aaaaah!
Homem 3: até que enfim, foste obediente!
Mr. S: onde estou!?
Homem 3: Estás na ABASE!
Mr. S: suponhamos que seja mesmo uma base, mas qual é o nome?
Homem 3: o nome do local é ABASE!
Mr. S: calma aí vocês têm uma base com no de Base?
Homem 3: quase isso, parece que gostas de ser engraçadinho né, mas o
nome é ABASE!
Mr. S: que idiotas!
Homem 3: já chega! Onde é que está o teu amigo de nome Teo?

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Mr. S: não sei!

Homem 3: eu sabia que poderias dizer isso, então para não perdermos
mais tempo, preparei-te algo, ou melhor alguém. Leinadel pode entrar!
Apresento-te o Leinadel, mais conhecido por O Açougueiro!

Capítulo 12 - Não o conhecia

Mr. S: Oh não!
Homem 3: vou deixar-vos a sós, licencinha!
O açougueiro: Olá meu caro amigo!

Mr: S: eu nunca gostei de açougueiros, vocês dão muito medo as crianças


sabias?!
Açougueiro: vou considerar isso como um elogio...
Mr. S: assim, o que vais fazer comigo?!

Açougueiro: o que qualquer açougueiro faz com um animal...� Mas eu sou


mais flexível, pois levo em conta os desejos dos meus clientes e o
sentimento dos animais.
Mr. S: então posso me considerar salvo!
Açougueiro: és um animal muito falante, vamos ao interrogatório!
Mr. S: calma aí, o que vais fazer...?!

Açougueiro: há uns anos eu recebi um conselho, tens que ter a ferramenta


certa para o serviço certo, recebi esse conselho do meu avô, ele era um
açougueiro talentoso, ao invés de matérias eléctricos usava facas e cerras
manuais, era como observar Van Gogh repintando A Vinha Encarnada.
Mr. S: que merda é essa que estás por aí a falar...

O açougueiro: vamos ao seguinte, vou começar nos dedos dos pés, por
cada resposta negativa, bato com o martelo num dedo, depois eu corto...
Primeira questão, onde está o teu amigo?
Mr. S: não sei...
Açougueiro: oh meu amigo, aqui vai a primeira martelada!

Mr. S: AH! como é que posso saber, se a última vez que o vi fui baleado e
perdi os sentidos!?
Açougueiro: aqui vai o corte!
Mr. S: aaaaah! Não! Não!

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Açougueiro: para onde é que ele fugiu?
Mr. S: não sei cara, eu já te disse!

Açougueiro: aqui vai a martelada para mais um dedo! Mas acho que vou
dar duas, ...
Mr. S: aaaaah! Ah! Ai!
Açougueiro: parece que você conhece pouco o seu amigo.
Mr. S: pensando bem... eu acho que sim...
Açougueiro: e os diamantes onde é que estão?
Mr. S: diamantes! Quais diamantes?

Açougueiro: que o seu amigo levou há uns 5 anos atrás da sua cidade
natal...
Mr. S: espera aí, o Teo roubou? Ainda mais diamantes?
Açougueiro: sim, parece que eu estou a triturar a carne errada...
Mr. S: não acredito, ele mentiu para mim o tempo todo!
Açougueiro: então, já estás disposto a cooperar?

Mr. S: ele apenas disse para mim que faria uma viagem longa e visitaria
velhas pessoas...
Açougueiro: já volto...!

Açougueiro: senhor, já obtive uma informação necessária, o que farei com


o corpo?
Homem 3: põe ele inconsciente, talvez poderá ser útil futuramente...
desligando!
Açougueiro: parece que és um animal precioso!
Mr. S: você é doente cara, muito doente. O que você faz é doentio...

Açougueiro: eu sou doente?! Hahaha... todo mundo é doente, preocupa-


te com os normais.

Mr. S desmaiou e perdeu os sentidos....

Capítulo 13 - O regresso a casa

[TEO EM VIAGEM...]

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Depois de tudo que ocorreu, pensei bastante, por tanto decidi que
vou voltar para a minha terra, preciso da ajuda de alguém especial nisso,
embora não gostasse...

Cheguei e fui para a casa, com toda minha vergonha entrei e


encontrei a pessoa a quem necessitava...
Eu: pai!
Sr. Horácio: Teo, meu filho!
Eu: pai, me desculpa!
Sr. Horácio: pelo que filho, por teres ido embora?
Eu: só por isso! Ir embora?

Sr. Horácio: sim, eu sei que em parte tenho a culpa... Eu até fui a polícia
para tentar resolver o teu desaparecimento.
Eu: polícia! O que eles disseram?

Sr. Horácio: calma filho, era só para te localizar, pensamos que aconteceu
alguma coisa contigo, por causa do assalto que houve aqui em casa...
Eu: na verdade pai, aconteceu...
Sr. Horácio: o que aconteceu? Quem te fez mal filho?

Eu: pai, o mais preocupante não é o que aconteceu, mas com quem e
por quê aconteceu...

Sr. Horácio: calma filho, tu deves estar cansado, descansa e depois


explicas-me tudo, ok?
Eu: está bem pai!

Enquanto eu fui para o quarto, meu pai entrou para o escritório e fez
uma ligação...

Sr. Horácio: Alô! Naidila, o Teófilo já voltou para casa, parece que as nossas
consequencias voltaram…

[Passado um tempinho]

Eu dormindo estava a ouvir um barulhos, mas achei que eram


sonhos, por isso continuei dormindo. Até que ouvi uma voz grave de um
homem grande, acorda!

Eu acordei, para a minha surpresa era o homem grande e com


roupas pratas, sim, era mesmo ele, o cara que recebia-me sempre quando
eu ia levar as encomendas das caixas misteriosas.

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Amarraram-me na sala e pronto a me levarem... foi aí que ouvimos
um barulho, era o meu pai, estava a dar cabo dos bandidos que cercaram
a casa. Sim, isso mesmo, eu não contei-vos a história toda sobre o meu
pai... Ele chegou na sala com uma arma apontada para o homem
grande...

Sr. Horácio: larga o meu filho!


Homem Grande: oh então esse magricelas é seu filho!?
Sr. Horácio: por acaso tens algo contra isso?

Homem Grande: então se quiseres ver ele com vida e tu sentires o teu
coração a bater, larga essa arma e deixa-nos passar, já!
Teo: pai deixa, não perca a sua vida por mim, eu mereço isso!
Sr. Horácio: mereces como, isso deve ser um engano...
Teo: não é pai, não é!

Sr. Horácio: então se é assim, tudo bem, vão, mas vamos encontrar-nos
ainda.

Colocaram-me no carro e fomos...

Capítulo 14 - O capacitador das nossas decisões

[Alguns anos atrás...]

<<Eu diretor interino da Unidade das Forças Especiais deste


batalhão, queremos com grande honra e prazer dizer que está de
parabéns o nosso estimado agente especial e antes fuzileiro naval, Horácio
Michel pelos trabalhos prestados em cada missão e não só, também
desejamos que tenha uma confortável aposentadoria. >>

[Em casa do Sr. Horácio - dias atuais]

Aqueles caras haviam escolhido o magricela errado para sequestrar.


O meu pai, aquele cara que era das forças especiais lembras, equipou-se
e decidiu ir resgatar-me, apesar de estar enferrujado, foi ligando a muitos
dos seus contatos para me localizar...

[Local do sequestro do Teo - a ACASA]

Acorrentaram-me numa cadeira de ferro e colocaram num quarto


totalmente escuro por 4h, depois apareceram 4 homens armados e

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cercaram-me, eu sobre a questão o que vai acontecer comigo, depois
apareceu um cara vestido a rigor disse que seu nome era Sr. Jila...

Sr. Jila: então você é o miúdo que roubou os meus diamantes não é!
Teo: bem, não foi bem roubar, é mais um empréstimo a longo prazo.

Sr. Jila: (hahaha) parece que o rapaz também é engraçado para além de
ladrão, gostei de ti…
Teo: eu gosto que as pessoas sejam felizes ao meu lado...

Sr. Jila: vamos lá ver como é que o teu pai vai ficar quando souber o que
fizeste, ou ainda, a tua querida mãezinha!
Teo: mãe! O que sabes tu sobre a minha mãe?!?

Sr. Jila: há muitas coisas sobre ela que não sabes, mas o teu pai escondeu-
te a verdade sobre a tua mãe...
Teo: então conta-me tu!
Sr. Jila: e por quê eu contaria?
Teo: eu vou dar tudo o que quiseres!

Sr. Jila: mas tu já não tens o que é meu, que na verdade era algo que era
valioso para mim.
Teo: tens razão, mas por favor conta-me!

Sr. Jila: não sou obrigado a fazê-lo, mas posso fazer algo a ti, chamem o
Açougueiro, eu já não preciso deste tipo!
Teo: por favor!!!...

Os 4 homens foram-se com o Sr. Jila, aí entrou o tal Açougueiro...


Açougueiro: olá meu caro Teo, até que enfim nos conhecemos, parece
que tu és o tipo de pessoa que decepciona os seus ideais.
Teo: e quem te disse!
Açougueiro: eu ouvi a conversa e conversei com o seu amigo.
Teo: qual meu amigo?
Açougueiro: o tal Mr. S....
Teo: Mr. S! Onde é que você se conheceu com ele?

Açougueiro: é que eu tratei do interrogatório dele, é essa a minha


especialidade.
Teo: calma aí, ele está vivo?! Mas como, se eu vi-lhe a morrer!?
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Açougueiro: bom eu não disse que ele está vivo e nem que ele está morto,
eu vou dizer-te uma coisa meu rapaz, perdeste um amigo e agora
perderás a tua vida. E como já não tens valor ao Sr. Jila, de nada vale a
tua vida para ele. Tens 5 min antes que eu arreie esse martelo até os teus
neurónios e te faça carne picada para um bom hambúrguer.

Ele cobriu a minha cabeça para enfim matar-me... aí eu pensei, eu


já desapontei muitos dos que me amavam e me consideravam importante
em suas vidas. Bem naquele momento percebi que a vida é tudo aquilo
que acontece quando você está planejando o futuro, mas eu não tinha
nenhum plano para a minha vida, apenas vivia aleatoriamente e nem
sabia qual futuro tinha. Aprendi que o mundo é dos espertos, mas a vida,
a vida é dos escolhidos e ninguém para além de nós mesmos poderá nos
fazer um escolhido. Logo, é importante e necessário fazermos escolhas
significativas, escolhas que possam sustentar e proporcionar mudanças,
que por sua vez as mudanças tragam bons resultados, não estes em que
na qual estou.

E eu queria encontrar o meu pai e saber a verdade sobre a minha


mãe... Aí eu gritei...

- Pare! Diga ao Sr. Jila que eu posso dar os seus diamantes...!

Capítulo 15 - Um soldado renasce

Depois de eu ter dito isso, ele chamou logo o Sr. Jila...

Sr. Jila: então miúdo, disseste que ainda tens os meus diamantes?

Teo: posso dizer que sim...

Sr. Jila: podes!? Tens ou não?

Teo: sim, pelo menos a metade sim.

Sr. Jila: mas como é que ainda tens eles, se você esbanjou-os como se
fossem seus?

Teo: eu estou a dizer a verdade, ainda mais, eu posso dá-los ao senhor...

Sr. Jila: ok, mas o que tu ganhas com isso? E qual garantia posso ter de que
voltarás?

Teo: primeiro, eu peço apenas duas coisas: que soltem o Mr. S e contem-
me tudo o que sabem sobre a minha mãe. Segundo, eu vou ir pegar as
pedras acompanhado de alguns dos teus homens. Que tal?

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Sr. Jila: é uma boa proposta, aceito, mas com as minhas regras.

Teo: está bem, o que for.

Sr. Jila: regra 1, não se afaste dos meus homens; regra 2, virás entregar
pessoalmente os diamantes; regra 3, vou cumprir os teus pedidos, mas
depois de tudo eu vou matar por outra metade das pedras; regra 4, se não
voltares nós visitaremos o teu. Copiado?

Teo: tá, está combinado, eu acho que a minha vida já não vale para
ninguém...

Sr. Jila: enquanto não eu não tiver os diamantes, és a tua vida a mim vale...

De repente ouvimos uma explosão (BOOOOM!!), ouvi pelo rádio dos


homens do Sr. Jila que um homem altamente treinado estava dando cabo
de toda a segurança daquela base, eu estava curioso para saber quem
era, achei que fosse o meu pai, mas ele não tinha como saber onde
encontrar-me. Daí saímos rapidamente pelos fundos, usamos as escadas
pá subir até o terraço, eu perguntava "se estamos em perigo não devíamos
fugir, ao invés de ir para o terraço?" Mas quando chegamos, havia um
helicóptero esperando, nós subindo, aparece o homem, estava
mascarado e muito bem equipado, deu tiros para três dos homens do Jila,
depois tirou a máscara e gritou...

Sr. Horácio: larguem já o meu filho!

Teo: pai! É você!

Sr. Horácio: sim filho, estou aqui para levar-te à casa.

Teo: obrigado e desculpa por desapontar-te pai.

Sr. Horácio: sem problemas filho, nem há problema nenhum nisso. Todos
nós cometemos erros, até eu cometi!

Teo: obrigado por isso pai, mas eu preciso fazer isso!

Sr. Horácio: se assim o desejas filho, vai mas vou esperar por ti.

Teo: está bem pai, hei de voltar, faz um favor para mim?

Sr. Horácio: sim filho!

Teo: eu vi a Olivia na garagem, será que poderias consertá-la para mim?

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Sr. Horácio: está bem filho... Hei, senhor! Eu não te conheço, mas se eu não
ter o meu filho de volta, tu terás a mim de revolta, podes crer!

Teo: até mais pai!

Depois disso nós entramos no helicóptero e fomos, o Sr. Jila desceu


em uma estrada e foi de carro... Então, continuamos a viagem até a
cidade do Mr. S.

[NOVA YORK - CIDADE DO MR. S E ANTERIOR MORADA DO TEO]

Chegamos, daí eu pensei, em arranjar uma forma de escapar dos


seguranças. Então, decidi andar de ônibus e os homens do Sr. Jila,
controlavam- me constantemente, até que chegamos numa paragem e
entraram alguns passageiros, entre eles tinham quem eu não queria
encontrar, era "a garota mistério"...

Capítulo 16 - É ela!

Mas olhando com outra visão sobre a situação, ela como tem
algumas habilidades, eu poderia muito bem usá-la para escapar da
situação. Mas como poderia fazer isso...?!

Aí eu comecei a fazer uma análise sobre a situação. Estou com três


homens do Sr. Jila, com uma garota misteriosamente habilidosa, um monte
de gente no ônibus e ele está em movimento. Sem ideia nenhuma, pensei
em desistir, até que reparei bem na cara de dois dos homens do Sr. Jila e
eram os caras que perseguiam-me quando estive em Canadá e vi pela
primeira vez a garota mistério (��), aí eu comecei a entrar em ação...

- Ei caras, lembram-se de mim?

[���] Os homens aparentemente não deram a atenção que eu


merecia...

- Eu sou o cara que vocês deram corrida em Canadá (disse eu)

Homem 1- cale a boca seu minorca! �

Teo - poderia calar, mas é de extrema importância para o vosso chefe e


que agora passou a ser também o meu chefe...

Homem 2: então comece a falar antes que nos aborreçamos e darmos


cabo de ti.

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Teo: ok, é o seguinte, quando vocês estavam a perseguir-me eu também
estava perseguindo alguém, esse alguém tinha um negócio comigo em
que na qual envolvia os diamantes, mas foi-se e deixou-me para trás. Mas
felizmente o destino está a nosso favor.

Homem2: como assim?

Teo: é o seguinte, essa pessoa está aqui no ônibus...

Homem1: quem é? Fale logo!

Teo: calma, se aperceber-se poderá escapar! Eu vou apontar e vocês têm


que ir pegá-la rapidamente! Na contagem de 1, 2...

Homem 2: por quê a contagem?

Teo: vais entender. E 3, é ela!!!

Homem 1: que cena ela deu conta!!!

Depois de eu ter gritado euforicamente, ela olhou para mim, sorriu e


começou logo a correr pelo ônibus...�� E dois dos homens do Sr. Jila foram
atrás dela, quando tentei ir, o terceiro homem agarrou-me no ombro e
disse "Aonde vais? Senta!!" Colocou-me uma cara, aí eu esperava pelo
momento certo...

A garota e os dois homens continuavam em corridas, até que ela,


não sei como, saiu pela janela e foi para cima do ônibus, aí os homens
admiraram, ela era muito boa no que fazia, então os homens mandaram
parar o ônibus, o motorista parou e eles subiram para pegá-la, mas ela
saltou para o chão de seguida deu uma cambalhota, mais uma vez os
homens ficaram espantados, eles desceram, aí foram perseguindo ela
entre as ruas de Nova Iorque...

Para a minha ajuda, as pessoas no ônibus só olhavam, menos o cara


que estava na minha cola, aí eu gritei " Por favor, ajudem-me este cara a
minha traz está tentando me assaltar, por favor ajudem a livrar-me dele".
Aí todos no ônibus gritavam “solte o homem antes que nós chamemos a
polícia."

Aí surgiu o meu momento, eu saí daí rápido e peguei um táxi, mas o


terceiro homem (��) do Sr. Jila ficou no ônibus... Mas por que a garota
apareceu logo naquele ônibus? E porque ela sorriu para mim depois de
acusá-la?

29
Capítulo 17 - Não, é ele!

Quando peguei o táxi, o objetivo era chegar até o local do


esconderijo, depois contratar algumas pessoas que poderiam ajudar-me a
localizar o Mr. S tirá-lo dessa, pois sinto-me culpado pelo que ele está a
passar...��

[EM PERSEGUIÇÃO DA GAROTA...]

Ela realmente, era boa no que fazia, mas também os homens do Sr.
Jila não desistiam fácil, faziam valer a sua posição.

A garota entrou para uma rua e ficou sem saber para onde ir e os
homens já estavam quase a apanha-la, até que ouviu um som:

[ �"tintim� tintini, tin, �tim tim tintini, timh Tintin, tim...!�]

Era o som de marcha nupcial, em seguida o barulho de um sino [N'


bem. N'bem. N'bem.].

Aí ela deduziu que havia casamento em uma igreja ali próximo.


Então ela pensou, qual seria o local certo para fugir de dois caras vestidos
a rigor? Um casamento claro! Então ela disfarçou-se de um homem, mas
pela forma como havia vestido, parecia que ela era um homem prestes a
casar, ela foi até a igreja, aí ela percebeu que ainda não havia começado
o casamento, aliás, era o casamento mais estranho, em que a noiva
chegou mais cedo que o noivo, pensaram que o noivo já estava lá, aí
todos ficaram esperando o noivo... Até que a garota muito bem
disfarçada de homem entrou e ficou parada na porta da igreja
procurando um local para sentar, imagine como foi vista, todos pensando
que fosse o noivo, aplaudiram com gritos e assobios, ela, isto é, ele estava
muito bem naquele disfarce, logo ela entendeu o momento, e atrás dela
viam os 2 homens, então não tinha muitas escolhas, foi marchando até o
altar, tinha o receio de que a noiva acusasse o seu disfarce, a noiva
agarrou a sua mão e apenas olhou em direção a ele (a garota) com a
cara coberta pelo véu transparente e sorriu. Logo a garota estranhou "que
tipo de casamento é esse?"

Os homens do Sr. Jila entraram, e procuravam a garota, e


dispensaram olhar para o altar, apenas olhavam ao redor dele e nos
acentos, mas a garota não estava lá. “Eu tenho a certeza que ela entraria
aqui” disse um dos homens, um ficou na porta e outro fora da igreja... A
cerimônia prosseguia...

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Até que o homem que estava fora da igreja foi encontrado por um
homem aparentemente cansado e com uma roupa estranha, era o noivo
que havia chegado, perguntando:

Noivo: como é, o casamento já acabou?

Homem 2: "negativo senhor."

Noivo: sim ou não rapaz?

Homem 2: não terminou senhor!

Noivo: ainda bem, é que eu sou o noivo e fui atacado por uma espécie
de garota secreta ou quê, quando eu estava na loja apertando o fato,
atacou-me pelas costas e pôs-me a dormir.

Homem 2: oh, afinal! Vamos lá!

Subiram logo as escadas, aí homem 2 gritou para o homem 1

Homem 2: Ele é ela!

Homem1: como assim?!

Dentro da igreja o padre ia dizendo...

Padre: quem for contra a união deste matrimónio que fale agora ou cale-
se para sempre!

[Os homens chegavam e gritavam "Parem!"]

Todos os convidados olharam (com o semblante assustados)


questionando-se...

- O que foi?!

- O que se passa!?

- Quem são estes homens?

Os homens acompanhados pelo noivo aproximaram-se e disseram:

Homens: parem o casamento!

- por quê? (Perguntou um convidado)

Homem 2: por que ele, não é ele...

Padre: meu filho, queira se explicar por favor?

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Homem 2: isto é, ele na verdade é ela!

- Como assim, não percebemos, é este o noivo ou ele é gay? - questionou


um outro convidado

Homem 1: este que vocês veem vestido de noivo, é uma garota


disfarçada, o noivo é este ao meu lado.

- como assim? - Perguntou outro convidado

- Aquilo ao teu lado é o noivo?! (Questionou uma senhora desdenhando).

Homem 2: ele que vocês estão a ver, é ela!

Convidados: não, é ele!

Homens: é ela!

O noivo: mas eu é que sou o noivo verdadeiro!

- Aquilo não pode ser o noivo! – falou novamente a senhora desdenhosa.

Homens: este é o noivo, e ele aí no altar é ela!

Convidados: não, não e não, é ele!

A confusão dominava o caos. A garota admirada com a situação,


a noiva olhou para ela e disse:

Noiva: eu já sabia que tu na verdade és ela, isto é, uma garota, só não


falei porque há uns dois meses eu perdi o sentimento que eu tinha pelo
meu noivo, por isso aceitei este momento, para me desfazer dele, por
medo da sua reação aceitei o casamento, mas o seu atraso fez-me refletir
muito, por isso fuja antes que te apanhem!

Garota: obrigada, não deixe que uma escolha estrague a sua vida, nem
sempre temos que deixar ou abandonar a nossa felicidade para deixar
outros felizes, devemos nos lembrar que também temos uma vida e ela
possui desejos que também devem ser sustentados. Eu vou fugir daqui, mas
com uma condição...

A noiva: qual?!

A garota: que também fujas desta vida amarga para uma melhor.

Depois disso, começou uma grande confusão, mas a garota


conseguiu fugir.

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Capítulo 18 - A atitude de um verdadeiro amigo

[NO ESCONDERIJO DOS DIAMANTES]

Talvez fosse difícil acreditarem quando eu disse que ainda tinha os


diamantes, mas sim, ainda os tenho, pelo menos alguns deles.

Depois de alguns meses nesta cidade, pensava muito no que fiz e no


que possivelmente aconteceria, então decidi guardar eles. Mas pensei em
guardar no local que seria mais seguro, construí uma campa em um
cemitério e lá guardei-os. Mas hoje eu vou tirar, pois chegou o momento e
há necessidade de o fazer.

A ideia era usar os diamantes para contratar duas equipes, uma de


reconhecimento e outra de resgate, que ajudar-me-iam a salvar o Mr. S.

A primeira equipe, que é de reconhecimento, descobriu por meio


de um cara que conhece um cara, que por sua vez também conhece um
outro que ouviu de outro cara a falar que dois caras que estavam a
conversar num bar ouviram um outro cara a contar num outro cara que
viu um homem a ser levado, após um tiroteio, por um grupo desconhecido
há algumas semanas. E segundo um outro cara, o grupo levou o homem
a um local quase desértico, uma espécie de base com nome de ABASE

Depois de receber estas informações da primeira equipe, liguei para


o Drug e com a segunda equipe, que é a de resgate, fomos para cumprir
com a parte final da missão, que é de salvar o Mr. S.

Entramos lá totalmente equipados para toda a obra que faríamos,


eu já não tinha tanto medo da morte tal como antes, eu estava a ser
movido por uma força além da aceleração e da gravitacional, era a força
vinda da vontade de salvar um amigo que tornou-se um irmão para mim,
além disso, ele deu a sua vida por mim, por tanto é o mínimo que posso
fazer por ele.

Logo depois de derrubarmos os guardas que estavam na saída


externa, estávamos nos corredores daquela base, mas estava muito
estranho, para uma base estava muito insegura e estava fácil demais.
Começamos a vasculhar os quartos daquela base que serviam como
prisões, haviam muitas pessoas aí, nós deixamos elas saírem, até que entrei
e vi um cara deitado no chão e com o corpo muito maltratado...

Fui para lá, e era o Mr. S fiquei chocado, ele olhou para mim e disse:

Mr. S: por quê demoraste muito puto, eu já estava prestes a morrer...

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Teo: eu sei que sim, me desculpa...!

Mr. S: eu não sei ao exato o que você fez broa, mas se o fizeste, é por que
tinhas motivos para tal, por isso eu peço-te desculpa por te dedurar, é que
fiquei com muita raiva e frustrado com o que fizeste, por isso eu falei tudo
o que sabia sobre ti, me desculpa irmão...(lacrimejando)

Teo: eu sei, eu te entendo, aliás, eu é quem devo pedir desculpas por


colocar-te nesta furada, aliás, se não fosse por ti eu nem seria a pessoa
que sou neste momento, eu estaria morto, mas tu deste a tua vida por mim.
Obrigado bro! Vamos sair daqui...

Mr. S: ok! Mas como é que conseguiste chegar até aqui meu?

Teo: é uma longa história mano, mas vou contá-la pelo caminho...

Mr. S: já estou ouvindo... mano, sabias que o nome desta base é ABASE?!

Teo: nem me diz, nem me diz...

Ao sair, o Mr. S admirou com o número de seguranças derrubados,


pois segundo ele, quando levaram ele para lá, havia muitos deles. Então a
pergunta era, para onde foram o resto dos guardas?

Mas não demorou, em minutos tivemos uma resposta, toda ABASE


foi cercada, a única saída era subir no telhado e depois pular para o outro
lado onde havia um rio.

Estávamos subindo para lá, até que apareceram alguns homens a


nossa trás e começaram a fazer tiros, mas nós também respondíamos ao
mesmo tempo que fugíamos, quase ao fim do telhado para pular o Drug
parou...

Mr. S: o que estás a fazer seu russo maluco?

Teo: Temos que ir Drug!

Drug: Vão! Drug aguentar eles por algum tempo...

Teo: temos que sair daqui todos nós...

Drug: se Drug não ficar ninguém vai sair...

Mr. S: nos veremos por aí velho amigo...

Nós saltamos para o rio, ouvíamos o tiroteio entre Drug e os homens,


mas minutos depois, já não ouvíamos nada, parece que um dos lados

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havia cedido coercivamente, logo poderia ser a do Drug, visto que ele
estava com pouca munição e em menor número, por tanto, as
probabilidades dele sobreviver eram muitíssima reduzida.

Capítulo 19 - The Soccer Kid (Parte 1) 1

Ao sair de lá, eu queria levar o Mr. S a um hospital, mas a questão


era a nossa segurança, daí ele pediu que lhe levasse para a casa de
alguém, mas numa outra cidade, segundo ele lá estaríamos um pouco
mais seguros, pelo menos até o tempo necessário.

Ao longo do caminho, o Mr. S contou que era a cidade em que ele


cresceu, e lá encontraríamos à sua mãe e à sua irmã. Com admiração
perguntei ao S:

Teo: Oh tu tens uma mãe e uma irmã meu!"

Mr. S: sim mano, tenho...

Teo: e como foste parar na outra?

Mr. S: eu vivia lá e depois mudei para outra cidade, por ter mais
oportunidades de trabalho... mas parece que encontrei uma outra coisa...

Teo: que coisa? Aliás, eu acho que não foste para lá para ser o tipo de
pessoa que és hoje, certo mano?

Com o semblante triste, mudou a direção do olhar e disse "curva à


direita e pare em direção à 4º casa...

Daí esperamos, até que alguém apareceu no telhado, era uma


jovem bonita aparentemente com 24 anos, aí o Mr. S aproximou-se da
casa, direcionado ao telhado ele disse "algo" para a jovem, aí ela
admirada foi ver se realmente era a pessoa que ela pensou, era o seu
irmão mais velho... Ele fez sinal para ela não fazer barulho e descer para
fora, ela desceu, tentou abraça-lo....

Mr. S: não mana, não podes me abraçar, não estou bem, ainda tens aí o
teu kit de primeiros socorros?

Ela: sim, tenho e mais algumas coisas. O que aconteceu contigo?

Me. S: vou contar mais tarde, preciso que me encontres no meu antigo
esconderijo, mas não diga nada à mamã...

1
Palavras do inglês, que traduzido para o português brasileiro “O Moleque do futebol”.

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Fomos para o esconderijo dele, era uma espécie de caverna,
acendemos as luzes aparentemente parecia que por muito anos não
havia entrado ninguém, 30min depois chegou a irmã dele com o kit de
primeiros socorros e fê-lo atendimento de emergência até que tudo ficou
em ordem, na medida do possível, depois do atendimento, o Mr. S
apresentou-me à sua irmã...

Mr. S: olha Ecineu, ele é o meu amigo, do tipo irmão...

Teo: Olá, eu sou o Teófilo, Mas podes tratar-me por Teo!

Ecineu: prazer Teo, eu sou a Ecineu!

Mr. S: agora diz lá, como está a mamã?

Ecineu: ela está indo, com uns apertos da vida, mas fazer o quê né...

Mr. S: e coração dela, já não incomoda mana?

Ecineu: já não maninho, desde a operação que quase tudo ficou


tranquilo.

Mr. S: quase tudo por quê?

Ecineu: quase por quê?!

Ecineu: por causa de ti, ela ainda preocupa-se contigo e as vezes causa-
lhe ansiedades.

Mr. S: [caindo lágrimas] me desculpa mana, não devia ter vos


abandonado...!

Ecineu: eu sei que não, mas quem devias realizar pedir desculpas é a
mamã K.S.

Mr. S: está bem... nunca mais me ouvi este nome...

Teo: desculpa me intrometer na conversa, mas fiquei curioso, o que


significa K.S.?

[Os dois irmãos olharam-se e falaram ao mesmo tempo, "Kid Soccer!"

Teo: por quê Kid Soccer?

Mr. S: a história é muito longa meu...

Ecineu: nem imaginas!

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Daí a Ecineu foi para a casa, pois já estava muito tarde e ficamos de
ir à casa do S no dia seguinte.

Capítulo 20 - The Soccer Kid (Parte 2)

[Durante a noite...]

E bem naquela noite eu sonhei..."- Meu filho querido, eu te amo...; ' -


eu também te amo mãe;' -Sempre vou te proteger mesmo estando longe;
' -eu sei que sempre estarás ao meu lado mãe;' - Quem me dera filho;"

Espantei-me do sono... Que até acordei o Mr. S.

Mr. S: o que foi, um pesadelo?

Teo: acho que sim...

Mr. S: isso por vezes acontece por causa dos nossos medos...

Teo: curioso! ... S conta-me lá a tua história longa...

Mr. S: eu antes era muito bom com a bola e corria muito, tão bom
que até o pessoal daqui passou a chamar-me de Kid Soccer (O rapaz do
futebol. pt), meu sonho era ser um jogador profissional e com o dinheiro
que ganharia, eu poderia ajudar a minha mãe a fazer uma operação. Até
que um dia chegou um senhor até a nossa casa e disse que tinha uma
oferta para mim que poderia tornar o meu maior sonho realidade, aí eu
aceitei logo sem pensar, mesmo que deixasse de jogar futebol, mas o
sacrifício valia a pena...

Teo: como assim deixar, o que terias que fazer?

Mr. S: só teria que correr...

Teo: mas correr para quê?!

Mr. S: haviam alguns carros que passavam na cidade, eu apenas tinha que
correr até eles deixar uma caixa no carro e sair logo de lá sem demora.

Teo: mas o que continha na caixa?

Mr. S: nunca soube. Mas naquele serviço eu tinha tudo, até demais.
Consegui com que a minha mãe fosse operada e mandava sempre

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alguma coisinha para lá, passei a frequentar sítios que me faziam ser
alguém que importa sabes.

Teo: e a tua mãe, o que achava disso?

Mr. S: ela nunca foi de acordo a minha decisão e passou a se culpar por
aquilo. Mas eu nunca vou me arrepender do que fiz, ela merecia viver
mais, nós não estávamos prontos para perdê-la.

Teo: compreendo, se fosse por mim, também faria isso...

Mr. S: obrigado!

Teo: depois daquilo, não poderias ter parado?

Mr. S: não dava, deixaria de ajudar a minha família e tinha medo que eles
resolvessem fazer algo contra elas, além disso, eu tinha vergonha de voltar
para lá e lembrar de quem eu era...

Teo: parece que as crianças quem nós fomos, não teriam orgulho dos
adultos que nos tornamos (com um sorriso no rosto).

Mr. S: realmente!

Teo: mas quando nos conhecemos, ainda fazias isso?

Mr. S: não, felizmente há alguns anos aconteceu algo com o destino de


algumas das caixas, por desconfiança, então adotou-se um novo método
de enviar caixas e fui dispensado. Só não voltei por que tinha medo do
passado...

Teo: parece que a gente não é tão diferente...

Fiquei surpreso quando ele me falou sobre as caixas e que pararam


de ser entregues por algo que aconteceu no seu destino há alguns anos,
mas não poderia ser o que eu estava a pensar, seria muita coincidência...

Por fim amanheceu... Fomos para casa da sua mãe. Batemos a


porta e foi a Ecineu quem abriu a porta...

Ecineu: Olá, que bom ver-vos novamente! Mãe temos visitas...

Entramos, a mãe saiu do quarto dela e foi para sala, viu o filho e com
muita alegria foi logo abraçá-lo....

Mãe do S: meu filho, você voltou!

Mr. S: sim mãe, me desculpe...

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Mãe do S: e quem é esse rapaz adorável meu filho?

Mr. S: ele é o Teo mãe, é um irmão...

Teo: muito prazer minha senhora, o S falou muito de si... Mas, será que eu
poderia usar o seu telefone?

Mãe do S: claro meu filho, temos um lá no final do corredor.

Eu tinha que resolver ainda outra tarefa da lista, então liguei para o
meu pai...

Teo: Alô pai! Temos que conversar sobre a mamãe...

Capítulo 21 - Subversão

Em plena viagem numa estrada isolada, só você e o seu carro, o


motor trabalhando a todo vapor e em perfeita sincronia dos seus órgãos
mecânicos como se nada o parasse, até que fure um dos seus pneus. Aí
você pensa, que cena dessincronizada. Mas poderia facilmente superar-
se com um pneu de socorro, porém, quando vais a busca dele percebes
que ele não está. Tentas correr para uma recauchutagem, mas percebes
que ainda estás naquela maldita estrada isolada, talvez devias ter
verificado o carro antes sair, mas aí tu lembras que ninguém ao roubar um
carro verifica se há um pneu de socorro ou não, ou ainda talvez culpar o
dono do carro por não ter preparado o seu carro para um acontecimento
como este, mas ele preparou o carro para ele, não para um ladrão que
roubaria o seu carro e o levaria para uma estrada isolada. Então tu paras
bem lá naquela estrada isolada e com um carro com a chaparia e motor
perfeitos, mas uma única e ínfima coisa te coloca no centro da maior
pergunta de todo mito, quem nós somos?

Eu estava no centro de uma certa disputa mental, entre quem eu fui


e quem eu serei, essas duas questões giravam em torno de muitas outras...
Por exemplo, porque afinal de contas a minha mãe foi-se embora e como
o Sr. Jila a conhece? Qual é a relação dele com a minha família? E onde
é que entra o meu pai nesta história toda?

Enfim, alguns dias depois, conversei com o Mr. S e despedi-me dele,


a princípio ele não queria que eu fosse sozinho, mas eu expliquei-lhe a
situação, entendeu e finalmente disse...

Mr. S: por vezes, a ausência de algumas pessoas pode causar menos dor,
do que a permanência delas em nossas vidas...

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Teo: realmente! O grande Mr. S dando uma de Sensei Wu... (hahaha)

Mr. S: (risos), na verdade, aprendi em uma página do Facebook.

Teo: (risos), palavras sabias!

Mr. S: mas, a vida dá sempre um jeito para a gente aprender coisas do


gênero e por vezes das formas mais duras, só cabe a nós tirar lições dela.
Pra qualquer coisa, já sabes como me contatar...

Teo: está bem irmão, vou lembrar-me destas palavras...

[Cidade natal do Teo e localidade do seu pai]

A caminho de casa, pensei que seria inseguro eu voltar para a casa


do meu pai, então pensei logo num local que as chances do Sr. Jila me
encontrar seriam reduzidas. Cheguei na cidade, enviem a localização do
local para o meu pai, era uma casa abandonada dentro de um quintalão,
eu lembro de frequentar aquele local como se fosse ontem, aos olhos da
saudade como o mundo é pequeno.

Enfim, estava no local esperando pelo meu pai, até que que ele
chegou...

Sr. Horácio: olá filho, como estás?

Teo: olá pai, talvez imagines como estou, mas não...

Sr. Horácio: calma filho, vamos falar sobre isso...

Neste exato momento, ouvimos barulho de carros chegando, eram


dois carros de vidros fumados... perguntei ao meu pai a quem ele contou
sobre nossa localização, ele apenas disse para esperar e que não seria
problema.

Desceram homens armados dos carros e tomaram posições de


defesa, até que desceu uma senhora de um dos carros... A senhora me
parecia familiar...

Teo: pai, quem é àquela mulher e quem são aqueles homes?

Sr. Horácio: calma filho, já vais entender...

Ela entrou...

Sr. Horácio: olá Naidila!

Teo: mã... mãe!?

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Naidila: olá meu filho...

A vida nunca dava um fim as surpresas. Nelson Mandela, disse uma


vez que o que importa na vida, não é o simples facto de ter vivido. É a
diferença que fizemos na vida dos outros. Sobre aquela situação, eu
questionava isso, que diferenças boas aqueles dois haviam trago para a
minha vida.

Novamente, me confrontei com a questão central de todo mito,


aliás, a questão sobre quem nós somos poderá ajudar-nos a obter uma
localização, a nossa localização. Nenhum pensamento sobre mudanças
fará sentido, se a gente não procurar saber a localização da terra em que
as nossas decisões tomadas nos levaram ou onde a gente caiu depois de
uma briga de interesses, tal ação de mudanças será que nem a ideia de
tentar colocar o ar naquele pneu furado na estrada isolada, de nada
valerá o esforço.

Capítulo 22 - Regra é regra

A ideia de reencontros, é que deviam deixar as pessoas felizes, com


questões que fortaleceriam as relações sociais no reencontro e não com
questões que fariam o contrário, que trariam conversas com palavras em
forma de lança e ambientes pesados de se levar na memória e que
inconvergiriam para os mesmos pontos de alegria.

Enfim...

Teo: o pai recuperado da melancolia, a mãe prodígio e desaparecida da


face da terra e o filho literalmente perdido. Agora parece que a reunião
familiar está completa...

Naidila: Teófilo, meu filho, tens todo o direito de ficar furioso por
escondermos segredos de ti...

Sr. Horácio: realmente tu tens, mas algo que nunca faltou de nós para
contigo é o respeito, por isso se quiseres resposta ouça!

Teo: segredos versus respeito, que pessoas mais indicadas para falar sobre
eles.

Naidila: comecemos pelos segredos... Antes de nós termos você e eu


conhecer o seu pai, eu trabalhava para uma agência em Angola, a

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Agência de Base Externa 2 , ela era responsável por uns 70% dos mais
pesados crimes deste pais, inclusive o controle de países a volta do mundo,
nela estão incluídas pessoas que nem imaginas, com o passar dos anos
espalhou-se pelo continente Africano, subindo de 70% do país para 70%
do continente, incluindo alguns países a nível mundial. Uma elite
desconhecida havia enviado soldados de vários países treinados para
acabar com a tal Agência, um dos soldados estava trabalhando como
espião, até que foi surpreendido por alguém, uma mulher, que segundo
ele despertava algo nele nunca antes sentido e a jovem apaixonou-se
pela força e pela proteção que sentia ao lado do jovem soldado. Em
secreto namoraram mesmo sem saber das missões de cada um, até que
num belo dia, a jovem descobriu que estava gravida, mas aguardava ao
anoitecer para contar a surpresa ao seu amado...

Sr. Horácio: enquanto isso, no mesmo dia, ela havia decidido afastar-se da
agência, por isso, redigiu uma carta de afastamento temporário com
intenção de férias, no exato momento que ela recebeu a aprovação do
afastamento, a agência estava sendo atacada pelo grupo de soldados
desconhecidos, a missão deles era eliminar o local e não deixar
testemunhas.

Naidila: eu escondi-me para não correr o risco de magoarem o nosso


bebê, até que um dos soldados me encontrou, estava meio escuro, por
isso eu não conseguia enxergar muito bem, mas para não ser magoada,
eu gritei logo em suplicas para o soldado que poupasse a minha vida por
que eu estava gravida, o soldado reconheceu a voz, perplexo encostou
até mim e chamou pelo meu nome, também reconheci logo a sua voz e
respondi. Sem pensar demais, ele tirou-me de lá em segurança, mas
arriscando o seu status naquela elite. Seu pai foi expulso daquele
esquadrão, mas a seu pedido, foi de forma sigilosa e eu aparentemente
estava morta...

Sr. Horácio: 3 anos depois, viemos viver nesta cidade como uma família
feliz, como se nenhum dos pilares daquela família não havia saído de uma
desfragmentação impensável de ser superada.

Teo: mas o que aconteceu depois?

2
A existência desta Agência e a sigla da mesma, são criações e fruto da imaginação do autor.

42
Sr. Horácio: há 9 anos depois, um agente da Agência encontrou sua mãe,
estava sendo obrigada a ceder tudo o que havíamos construído, inclusive
você, Teófilo.

Teo: mas, porque não negaste mãe?

Naidila: tentei, aliás, tentamos mas isso só resultou na tentativa da extinção


da nossa família. Se há uma regra que vigora nesta agência, é que regra
é regra, todos ao entrar nela juram lealdade até a morte para com ela.
Independentemente do que aconteceria em nossa vida, uma vez estando
dentro da agência, regra é regra. Por isso, tive que fazer dois dos maiores
sacrifícios da minha vida, largar vocês dois, para sempre.

Teo: pai, por que não deste um jeito a moda antiga?

Sr. Horácio: tentei meu filho, tentei com tudo o que podia, mas estava além
de mim, aquele agente estava sempre a um passo de nós. Por isso, por não
conseguir salva-la, me culpava todos os dias. Essa culpa cegou-me, que
levou-me a uma dor profunda, que fez-me esquecer da promessa que fiz
a sua mãe, de cuidar de ti. Ainda mais, me esqueci de mostrar valor ao
sacrifício da tua mãe.

Teo: mas quem era esse agente?

Naidila: aquele é o homem mais repugnante, frio e calculista que já vi em


toda minha vida, e o mais repugnante, é que ele esconde-se por trás de
roupas caras que cobre a sua repugnância.

Teo: espera aí mãe, o nome desse homem é Jila?

Naidila: sim é, creio que já tiveste um encontro com ele, o seu pai contou-
me tudo, sobre ele, a Agência e os diamantes, e as minhas fontes
confirmam isso.

Teo: Wou! Como o mundo dá voltas... E sobre isso, mãe e pai, peço-vos
muitas desculpas, faltei-vos ao respeito, desonrei a vocês e a vossa boa
educação.

Sr. Horácio: Teófilo nosso filho, nós entendemos a tua ação, aliás, penso
que em parte nós temos a culpa, mas sobre os diamantes, você é quem
deve se perdoar, por que no fundo desonraste a ti mesmo e falhaste
contigo mesmo, por tentares fugir da tua realidade e dos teus medos ao
invés de enfrentá-los quando podias.

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Teo: já me esquecia de quão bom és com palavras, obrigado pai...
(lacrimejando)

Naidila: por mais que eu queira ficar neste momento para sempre, filho
temos um outro assunto para tratar...

Realmente é triste quando reencontros tornam-se confrontos.


Quando saudades convertem-se em terceira idade, esquecendo-se dos
seus feitos passados. Quando segredos são desvendados que nem gemas
revestidas que perdendo o revestimento perdem o seu valor, valorizando-
se mais a gema reconstituída.

Mas nada melhor, quando em reencontros esperados momentos


sombrios, recupera-se a essência dos motivos que um dia fizeram a gente
sorrir.

Capítulo 23 - Novos pontos de vista

Por vivermos numa geração de pessoas emocionalmente fracas, as


pessoas pensam e repensam, recuam e desistem só para abafar algo por
ser ofensivo ou rotulada como destrutivo para a outra pessoa, inclusive
abafam a verdade. Ironicamente, por vivermos nesta geração, não
devíamos ter tal atitude, por ser a geração das descobertas e das saídas
dos mitos da caverna.

Mas parece que ainda estamos presos nas cavernas das emoções,
eis a luta desta geração.

Eu pensei que depois do momento feliz da família naquele instante,


seria um final feliz para aquela resiliente família, mas como diz um velho
ditado popular, a alegria do pobre dura pouco.

Mas antes, vamos paulatinamente pelo que sucedeu...

Naidila: por mais que eu queira ficar neste momento para sempre, filho
temos um outro assunto para tratar.

Teo: qual mãe, por acaso não está tudo resolvido?

Sr. Horácio: ah (suspirando agonizantemente), quem dera que assim


estivesse Teófilo...

Naidila: é o seguinte filho, há alguns meses a Agência tem vindo a registar


algumas lacunas dentro dela...

Teo: como assim lacunas, mãe?

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Naidila: refiro-me a desvios de mercadorias, assassinatos de agentes em
zonas secretas e protegidas e de civis, que têm vindo a trazer questões, ou
tal como é dito, dores nos pés.

Teo: mas o que a gente tem a ver com isso?

Naidila: se bem conheço o Jila, ele pode aproveitar a brecha do assunto


dos diamantes, para pôr a culpa dos últimos acontecimentos em ti.

Teo: mas por que faria isso?

Sr. Horácio: por muitos motivos Teo, quem tem andado a causar as dores
nos pés da Agência é ele: ele não ficou feliz com a decisão da Agência
quando ao invés de matarem a gente deixaram-nos vivos e ainda
voltaram a confiar na tua mãe; por teres levados os diamantes dele; e
acima de tudo, por ele ser ele.

Naidila: é por aí filho!

Teo: mas não podemos fugir para longe daqui ou algo assim!?

Naidila: eles têm olhos em tudo que é canto, então fugir seria uma questão
de tempo até vos acharem.

Teo: mas porque que a mãe não vai lá e conta tudo?!

Naidila: por que com o prestigio e os feitos dele listados pela agência, não
facilitam essa ideia.

Sr. Horácio: mas só que desta vez tens a mim como recurso, eu posso ajudar
e temos conosco a versão sofisticada do Teófilo...

Risos... risos...

Naidila: mas como? Se para mim que trabalho nas sombras tem sido um
desafio incalculável?

Sr. Horácio: com certeza tem sido difícil por que têm dificultado os teus
passos propositalmente.

Naidila: conhecendo o Jila não me surpreende, parece que me esqueci


deste facto.

Teo: então qual será o plano?

Naidila: é o seguinte, para a Agência, não se trata de quem é bom na sua


cara, mas de quem é leal pelas suas costas.

Sr. Horácio: resumindo vamos provar para a Agência como o lendário


agente Jila é leal nas suas costas. Será uma prazer!

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Teo: deixa ver se percebi, enfrentaremos a força física com a nossa força
moral, é isso?

Sr. Horácio: sim, essa é a versão muito mais simplificada do plano.


Confrontaremos ele com o Martin Luther King.

Naidila: levem esse telefone seguro convosco, têm que ter muito
cuidado...

Sr. Horácio: teremos, por que tu cuidarás da gente como sempre o fizeste.

Naidila: mandarei alguém de muita confiança para vos ajudar...

Neste exato momento apareceram dois carros, a minha mandou-


nos sair de lá rapidamente pelas traseiras e disse que cuidaria daquilo.
Deles desceram homens armados que vendo os seguranças da minha
mãe em posição de defesa, tomaram posição de ataque. Aí a minha mãe
saiu...

Naidila: baixem as armas todos, estamos entre nós, pela ABASE! (gritou ela
em forma de exaltação e identificação).

Os homens baixaram as armas, em seguida apareceu um homem...

Naidila: Oh, Akila como vai?

Akila: olá Senhora Naidila...!

Naidila: o que se passa aqui?

Akila: recebemos uma informação de causar dores nos pés Senhora...

Naidila: então podes regressar para o teu buraquinho, como vês, foi
alarme falso de conspiração...

Capítulo 24 - Consultoria de guerreiros

Nas aulas de educação financeira, aprendi que uma consultoria, é


a atividade que visa um diagnóstico e formulação de soluções sobre um
determinado assunto ou setor, elas são diferenciadas segundo a área que
necessita de apoio, e o serviço pode ser tanto externo quanto interno. Mas,
quando é hora de procurar uma consultoria?

A hora de procurar uma consultaria, é quando urge a necessidade


de novas estratégias e adaptação às novas realidades do mercado. Por
isso, a busca pelo apoio nas áreas que precisam suporte, permite a
mudança e melhoria dentro das organizações.

46
Sobre o plano de expor o Sr. Jila à ABASE, a gente precisava de uma
equipe, por que seria muito trabalho só para três pessoas, talvez um suicídio
altruísta. O meu pai, disse que havia cortado os laços com seus ex-
parceiros por segurança e por fazer muito tempo não tinha como localizá-
los, menos um, o seu fiel amigo de guerra Tenente Aurelio, o especialista
em extração, que sempre mantinham contato.

Porém, não era suficiente, eu teria uma equipe completa se o Mr. S


não estivesse em recuperação, se o Drug não estivesse morto. Apenas
restando o Hermínio, só que ele nunca inspirou muita confiança, mas
quando há dinheiro, tem-se a confiança dele. Por tanto, erámos quatro,
mas o Tenente Aurelio só ajudaria em extrações. Faltava-nos alguém perito
de informação automatica.

Enquanto o Herminio vinha de viajem e o Tenente Aurelio preparava


os meios de extração, o meu pai e eu, procuravamos quem ajudaria como
quinto elemento, até que…

Sr. Horácio: lembrei-me de alguém Teo!

Teo: quem pai?!

Sr. Horácio: lembras da rapariga da casa ao lado?

Teo: quem, a Siavone?

Sr. Horácio: ela mesmo! Há dois anos, ela foi responsavel pela criação de
uma startup, que colocou ela no auge do mundo tecnologico, mas se
mudou para um outro país para espandir a tal startup.

Teo: mas não sei pai, tu sabes que ela…

Sr. Horácio: (risinhos) sei que tu tinhas uma caída por ela desde a infância…

Teo: Eu, pai…!? (sorrindo timidamente)

Sr. Horácio: eu te conheço filho, aliás, sempre que me encontrava com ela,
perguntava por ti…

Teo: sério pai?!

Sr. Horácio: (hahaha) mentira, te peguei! Agora tens que entrar em


contato com ela…

Teo: está bem pai… mas como vou convencê-la a ajudar-nos?

Sr. Horácio: é fácil, seja verdadeiro…

47
[Algures na fronteira entre Kongo Democrático e Angola]

Enquanto nós procurávamos uma equipe, o Sr. Jila recebeu a


informação por meio de Akila, O Conspirador, um dos seus homens leais
dentro da Agência, que a minha mãe, Naidila, estava tramando alguma
coisa contra ele. Por isso decidiu recrutar soldados militares fornecidos por
um general Congolês, de nome Nfumu3, de sua elite revolucionária para
trabalharem a seu favor.

O pelotão de soldados todos em forma, o Sr. Jila dirigiu-se a eles...

Sr. Jila: sawabona4 irmãos guerreiros e filhos da mãe África, o berço da


humanidade! eu acredito que o nosso continente é maior que nós, mas a
nossa sociedade depende do controle dos eventos mundiais, eventos
esses que levam a mãe África a uma pobreza melancólica. As elites no
poder a nível mundial têm trago para o mundo mais desigualdades do que
igualdade, mas nós podemos ainda fazer um mundo melhor, traremos
uma revolução mundial, mostraremos que a mãe África tem um coração
enorme. Estão ouvindo irmãos?

- Sim senhor! (responderam todos os soldados com vozes cheia de


coragem).

Sr. Jila: muito bem irmão! Nós homens da liderança e com o vosso espirito
de guerreiro, traremos não a desigualdade, algo melhor que a igualdade,
traremos a equidade mundial. Mas as vezes, o preço da liberdade é pago
com sangue, e é verdade. Mas não será um derramamento vão... Certo
irmãos?

- Sim senhor! O senhor está certo senhor! (gritaram todos os soldados num
senso de respeito).

Sr. Jila: umoja5 guerreiros da liberdade!

- Umoja senhor! Umoja senhor! (gritavam todos os guerreiros do berço da


humanidade).

3
Palavra da língua kikongo, para o português ganha o significado de Rei ou Chef;
4
Palavra que contem um significado especial para todo apoiante de Áfrika, para todo aquele que
ama o seu continente. Significando assim “Eu te respeito, eu te valorizo, você é importante para
mim”;
5
Tal palavra, possui a mesma essência da palavra antes citada. Por conseguinte, vindo a significar
Unidade entre os afrikanos;

48
Com sua persuasão de um líder revolucionário nato, usando até
palavras que carregam consigo o semblante Africano e que o seu uso em
diferentes lugares do continente ou na presença de conhecedores de tais
palavras, serão uma exaltação do continente berço.

Parece que, segundo o seu discurso para com os soldados, Sr. Jila
queria ser um revolucionário para um mundo melhor, elevando a mãe
África no centro. Mais adiante, vamos entender essa lacuna da história.

[De volta a localização do Teo e seu pai]

Como já não tinha o contato da Siavone, pesquisei na internet e não


é que apareceu tudo o que eu precisava sobre ela! Mas segundo a sua
localização, eu teria que fazer uma viagem, mas só que não seria
apropriado naquele momento.

Daí, fui ter com o meu pai para conversar sobre aquilo…

Teo: pai tenho duas noticias, uma má e outra boa…

Sr. Horácio: comece pela boa…

Teo: sei a localização da Siavone…

Sr. Horácio: suponho que essa seja a boa, porém, qual seria a má?

Teo: teremos que viajar…

Neste mesmo instante, o telefone seguro toca…

Sr. Horácio: aló Naidila!

Naidila: consegui a localização dos movimentos constantes do Jila…

Sr. Horácio: onde é?

Naidila: em Angola, Luanda…

Depois de desligar o telefone, o meu pai olhou para mim e


questinou…

Sr. Horácio: então Teófilo, teremos que viajar para onde para conversar
com a tua paixonite?

Teo: em Angola, pai…

49
Capítulo 25 - Nada acontece por acaso (Parte 1)

O hungaro Ignaz Semmelweis6, formado em medicina em 1844 pela


Universidade de Viena, dois anos depois, ele começou a trabalhar como
assistente de um professor na Primeira Maternidade do Hospital Geral de
Viena. Ele ficou chocado com o que acontecia ali. De cada 100 mulheres
que davam à luz, mais de 13 morriam de uma doença chamada febre
puerperal, ou febre do pós-parto.

Havia muitas teorias a respeito da causa da doença, mas ninguém


conseguia descobrir o mistério. Eles tentavam de tudo para diminuir o
número de mortes, só que nada funcionava. Ver tantas mães sofrendo e
morrendo lentamente incomodava Ignaz. Por isso, ele decidiu descobrir a
causa da doença e como preveni-la.

O hospital em que Ignaz trabalhava tinha duas maternidades. Por


alguma razão misteriosa, o número de mães que morriam na primeira
maternidade era muito maior do que na segunda. Havia apenas uma
diferença entre as maternidades. Na primeira, trabalhavam os que
estudavam medicina. Na segunda, trabalhavam os que faziam um curso
só para realizar partos. Mas por que o número de mortes em cada
maternidade era tão diferente? Ignaz pesquisou as possíveis causas da
doença, mas não encontrou uma resposta. O mistério continuava.

No início de 1847, um amigo e colega de trabalho de Ignaz,


chamado Jakob Kolletschka, morreu por causa de uma infecção
generalizada. Ele se machucou enquanto examinava um cadáver e foi
contaminado. Ignaz leu o relatório da causa da morte do seu amigo.
Alguns dos resultados eram idênticos aos das mulheres que morriam de
febre do pós-parto. Assim, Ignaz percebeu que talvez fosse algum tipo de
contaminação que vinha dos cadáveres que causava aquela doença. Os
médicos e estudantes de medicina muitas vezes mexiam com cadáveres
antes de examinar as mulheres grávidas ou de auxiliar as que estavam em
trabalho de parto. Sem saber, eles estavam transmitindo a doença
àquelas mulheres. O número de mães que morria na segunda
maternidade era menor porque os alunos do curso de partos não mexiam
com cadáveres.

Ignaz imediatamente deu instruções a todos. Médicos e estudantes


deviam lavar as mãos com uma solução de hipoclorito de cálcio antes de

6
Para mais informações sobre Semmelweis, leia a fonte de extraíção da matéria na Despertai!
03/2016, pág. 8. Publicada pelas Testemunhas de Jeová;

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examinar as mulheres grávidas. Os resultados foram incríveis. O número de
mortes caiu muito. Em abril, de cada 100 mulheres que davam à luz, umas
18 morriam. No fim do ano, esse número caiu para menos de 1.

Sempre existirão coisas em nossas vidas que hão de acontecer por


acaso, só cabe a nós saber lidar com tais casualidades. Mas tal como
naquele hospital, nenhuma mulher gestada morria por acaso, pois sim,
existia um mistério por detras daqueles acontecimentos, elevando assim a
ideia de que nada acontece por acaso.
E foi exactamente isso, o que eu descobri…

[Localização: Angola - Luanda - Viana]

Com os contatos da minha mãe, conseguimos entrar com o


helicóptero no território nacional angolano sem nenhum problema.
Aterramos na comuna do Calumbo em Viana, daí a gente foi de carro, já
encontrados no local, até ao nosso local de repouso no distrito urbano da
Estalagem.

Passamos três dias, tentando montar o nosso quebra cabeças, sobre


como exatamente poderíamos confrontar e derrotar o Sr. Jila, mas faltava
um elemento preponderante do nosso sistema de ataque, a nossa perita
em tecnologia de localização.

No dia seguinte aos três dias, decidi ir procurá-la, segundo a


localização dela, eu poderia encontra-la em casa, mas seria facilmente
localizada no seu local de trabalho, na grande Cidade Comercial da
China.
Peguei num dos carros rumo ao seu encontro. Chegando lá na
entrada, com as questões certas, cheguei ao local certo. Era uma loja de
serviços diversos, mas no ramo da computação, prestando serviços de
segurança tecnológica (de carros e casas), localização por GPS, o
rastreamento de comunicação, criação de programas informáticos para
empresas, entre outros serviços.
Entrei na loja e encontrei apenas o atendente na recepção…
Teo: como está mano?
Atendente: muito bem obrigado. No que podemos ajuda-lo?

Teo: ok, é o seguinte, estou procurando uma jovem especialista em


programação.
Atendente: tens hora marcada ou vieste em nome de alguém?
Teo: Teófilo, Teófilo Miranda Michael…

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Atendente: está bem vou chama-la…
Aguardei por uns 15minutos… até que ela chegou…
Siavone: olá, como está senhor…? (estranhado o rosto e o nome)
Teo: muito bem… já não lembras de mim Sia?!

Siavone: por acaso não, lembro-me do nome, mas o rosto acho que
não…
Teo: sou eu, o Teófilo Miranda Michael…!
Siavone: oh Teo! Como estás diferente!
Teo: o que posso dizer, o tempo muda as pessoas…
Siavone: realmente! Deixa lembrar, agora estás com 24 anos?

Teo: sempre com uma ótima memória! E já estás muito mais crescida em
relação à menina que chorava por tudo e por nada… (risos)
Siavone: (risos) eu cresci há muito tempo…

Teo: e como cresceste! Mas como você evoluiu até à rapariga prodígio
na programação?

Siavone: tal como dizia o meu colega Altamente Carneiro, um


programador de verdade não evolui, faz upgrade7 (risos).
Teo: (hahaha) gostei dessa!
Siavone: (risos) então desaparecido, o que tens feito da vida?
Teo: sobre isso, preciso da tua ajuda…

Capítulo 26 - Nada acontece por acaso (Parte 2)

Durante a conversa, contei-lhe como meti-me na situação em que


estou, onde eu vim parar e até onde possivelmente poderei parar se não
resolver logo. Ela estupefata com a história toda, olhou concentrada para
os meus olhos e disse...

Siavone: não te julgo pelas escolhas que fizeste, mas se me fosse dada o
poder de julgar, eu estaria cravada com mil punhados nas costas por
autojulgamento. Teo, todos fizemos escolhas em nossas vidas que

7
Liguagem técnica em imformática, que ganha o sentido de substituição de um equipamento,
serviço ou sofware por uma versão com mais recursos, mais acual;

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arrastam-nos para mudanças extremas, elogio-te por enfrentares as
consequências de cara...

Teo: obrigado Sia... poucos são os que admitem as suas lutas internas.

Siavone: poucos mesmo! Mas, com olhos filhos na tela verde não se perde
nenhum episódio. Aprendi isso contigo!

Teo: parece que todos podemos motivar... (risos)

Siavone: (risos...) então, tu precisas da minha ajuda para que eu seja a


vossa olheira, é isso?

Teo: mais do que isso, queremos que tu sejas o nosso olho de Deus.

Siavone: tu queres que eu tenha o olho posto a vocês dentro e fora do


terreno?

Teo: exacto! Existem surpresas que a gente não pode apreciar…

Siavone: mas Teo, por mais que a gente seja amigos, tu terás que cobrir
alguns custos para os equipamentos em falta.

Teo: sem estresse Sia, depois disponibilizaremos algumas verbas para tal e
enviarei todas informações que necessitarás...

Enfim, o ambiente estava calmo sob total harmonia entre as ideias,


quase que nem demos conta do tempo passando. O relógio marcara a
hora em 17:45 do horário local, havia chegado a hora de voltar para o
local protegido.

Até que o telefone chamou...

Teo: alô pai?

Sr. Horácio: filho, temos uma preocupação...

Teo: o que foi pai?

Sr. Horácio: o Hermínio saiu há duas horas, disse que precisava respirar um
pouco, e ainda não voltou...

Teo: para onde ele foi afinal, já tentaram ligar para ele?

Sr. Horácio: já tentamos ligar, mas o rapaz não atende...

Teo: vou dar um jeito pai, não sai, preciso que fiques aí caso ele volte...

Sr. Horácio: está bem filho, cuidado aí... (Fim da ligação)

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Procurei ao redor do esconderijo, isto é, no distrito da Estalagem, mas
não o encontrei, até que decido avançar um pouco até a Vila de Viana.
Quanto mais procurava, mais me lembrava dos locais há anos
frequentado, desde o super mercado Alimenta Angola em diante,
infelizmente, não era um bom dia para aproveitar e procurar por gatilhos
de recordações pela cidade de Luanda. Até que ao entrar pela estrada
que leva a paragem do Zango, noto o Hermínio, não sendo permitido
inverter o sentido de marcha, procurei um local para encostar o carro e fui
logo atrás dele correndo...

Como estacionei distante, quando cheguei no local onde avistara-


o, não encontrei o mexicano, corri mais rápido que pude para poder
alcança-lo, mas aquando enfim, decido voltar percebo que deixei o carro
com a chave na ignição, saí voando de lá até o carro, mas alguns agentes
da ordem, me interpelaram pelo caminho por levantar suspeitas, parei
rapidamente. Era compreensível tal interpelação, devido ao registros de
crimes em torno daquela área e não só, também já eram 22horas.
Questionaram o porquê da pressa, expliquei-lhes a situação em que
coloquei-me, mas para certificação e segurança decidiram acompanhar-
me até o viatura.

Chegamos lá, felizmente não se verificou nada anormal, subi no


viatura e num espirito de camaradagem agradeci aos agentes pelo
trabalho, arranquei rumo ao local seguro, visto que o Hermínio tivera
entrado em seu modo de vida normal. Mas na expetativa possível de
encontrar o Hermínio fiz a manobra pela Vila de forma a sair em direção a
idônea e enferrujada monte amarela, quando cheguei em direção ao
Banco Atlântico lá alocado, percebi que de repente o transito de veículos
a minha traseira muda, dois carros de marca GMC de cores pretas e com
vidros fumados viam, eu decidi diminuir a velocidade e transitava muito
mais próximo das bermas, lancis e passeio de forma a dar prioridade.

Um dos carros avança e outro ficou a trás, olhando o carro da traz


pelos retrovisores, percebi que ele me perseguia, quando mudei a visão
para frente vi logo o outro veículo ocupando a faixa inteira de rodagem
como se tivesse a intensão de bloquear a passagem de qualquer veículo
que tentasse passar, imediatamente acionei o travão e logo o outro
veículo também parou na mesma posição que o outro, percebi que um
terceiro estava a uns 15 metros atrás barrando o transito dos outros
veículos.

Homens armados aparentemente treinados, desceram dos dois


veículos mas próximos ao meu e vinham em minha direção, o mínimo de

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pessoas ao redor corriam apavoradas e outras corajosamente paravam
para observar o episódio fora do normal, parece que não era o meu dia,
fiquei no carro, procurando um ponto de fuga, até que chegou uma moto
em minha direção e fez logo um sinal para que eu fosse subir rapidamente
na moto...

Recebi uma mensagem da minha mãe dizendo “sobe logo na


moto!”

Sem mais de longas, subi logo na moto, indo em direção a um


pequeno caminho que dá acesso ao caminho já passado por mim há
minutos, mas os homens fizeram alguns disparos de tiros em nossa direção
subindo assim para as viaturas, em instantes havia começado uma
perseguição.

Os três carros vinham sobe extrema velocidade, já por volta do


horário 23, as estradas estavam quase que ausentes de veículos, mas
quem conduzia a motorizada fazia-lhe como se tivesse uma percepção
além do perigo, como se já fizesse do perigo um modo de vida. Um dos
carros ao tentar se aproximar fez uma manobra que levou-lhe a perder o
controle da viatura batendo assim numa guarda na estrada e capota
descontroladamente, mas a segunda viatura aproxima-se ficando lado a
lado conosco, o motociclista faz um aceno como sinal de despedida, que
hilário, como alguém que está em perigo chega ser hilário, a viatura
tentando embater a moto, o motociclista acelerou logo e a viatura bateu
no lancil da faixa de rodagem e inclinou-se bruscamente ficando com a
lateral esquerda sobre o passeio.

O terceiro carro também vinha, mas por causa da longa distância,


conseguimos despistá-lo e enfim chegando ao local seguro. Descemos da
moto e o motociclista tirou o capacete, afinal era a garota misteriosa que
aparecia sempre quando eu estava sobe situação de perigo, desde o
Canadá até ao autocarro em New York.

Teo: eu te conheço, você é aquela garota misteriosa!

Luana: olá Teo, eu sou a Luana...!

Teo: prazer, parece que tu também já me conheces. Então tu trabalhas


para a minha mãe?

Luana: sim, aliás, sou protegida dela.

Teo: mas como vocês sabiam onde eu estava?

Luana: fácil, sempre soubemos...

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Teo: como assim sempre souberam?

Luana: lembras dos dois motoqueiros que apareceram no Canadá e um


deles fez um disparo pouco antes de morrer?

Teo: sim, mas passou de raspão...

Luana: não passou, era um localizador, desde aquele dia sabemos


exatamente onde você está...

Teo: agora tudo se encaixa...!

Luana: a tua mãe nunca te deixou só Teo, sempre cuidou de você.

Teo: parece que mais uma vez comprovei isso. Pensava que tudo aquilo
era fruto do acaso...

Luana: Teo, não existe acaso, tudo o que acontece tem uma razão de ser,
seja uma explicação óbvia seja uma explicação cósmica ou subjetiva.

Em ínfimos detalhes aconteceram coisas enormes, tal como no caso


da maternidade, só se precisava a lavagem das mão. Enfim, as indicações
de acasos aparecem em pequenos detalhes. Basta ficar atento para
entender os motivos que causam determinadas ocorrências em nossas
vidas.

Tal como dizia Voltaire, “Aquilo a que chamamos acaso não é, não
pode deixar de ser, senão a causa ignorada de um efeito conhecido.”

Capítulo 27 - O certo é o certo

Para ti, qual seria o conceito da palavra certo? Obviamente, cada


um é cada um e ninguém é igual a ninguém. Por isso, talvez o certo para
você, é o errado para outra pessoa. Mas não pode ser por isso, que as
pessoas têm que desentender-se e romper os laços sociais.

Duas pessoas a discutirem e não chegarem a uma conclusão igual,


é a melhor prova de que cada ser humano tem seu valor e identidade
própria. E são esses valores e identidades que tornam as pessoas diferente,
inclusive a forma como elas observam as coisas ao seu redor.

Mas existem coisas, que nunca podem deixar de ser o que são.

Depois das revelações dos supostos acasos, fomos ao encontro do


meu pai...

Sr. Horácio: então filho, tudo bem?

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Teo: tudo pai. O Hermínio?

Sr. Horácio: ele está lá no seu quarto. Mas quem é essa rapariga?

Teo: ela está conosco, é protegida da mãe. Vou falar com ele.

Fui até o quarto do Hermínio...

Hermínio: então mi hermano, que rosto é esse?

Teo: que rosto é esse?! Tu sabes que a gente não pode ficar andando por
aí dando nas vistas...

Hermínio: aí, não esquenta Teo, carpe dien8...

Teo: não esquenta dizes tu, temos que ser sérios com isso. Mas uma dessas,
e vais aproveitar a vida lá no México ou onde quiseres...

Hermínio: foi mal hermano, tengo la culpa, mas já não vai acontecer...

Teo: espero que sim mano, espero que sim. Se prepare, teremos uma
missão em breve…

[Duas semanas depois... Localização: Camarões - Yaoundé]

Enquanto a gente se preparava para a missão tão esperada, a


minha mãe foi ao encontro de um dos cabeças da ABASE, de modo a
tentar chamar a atenção da Agência para o Sr. Jila, puxando assim a
brasa para o nosso lado.

Naidila: saúdo Twecla, o representante da Agência!

Twecla: kalifa9 Naidila, o que te traz de tão longe?

Naidila: obrigado, Twecla! Tenho informações que interessam a Agência…

Twecla: que tipo de informações?

Naidila: informações que têm vindo a trazer dores nos pés da Agência…

Twecla: Naidila, conte tudo o que sabes…

Twecla o representante, ouviu pacientemente tudo o que tinha para ser


contando, até que questionou…

8
Locução latina, que significa aproveitar o dia. Mas não um dia específico, mas sim no sentido
de aproveitar o agora, sem se preocupar muito com o que o futuro reserva.
9
Do Suailí (Quênia) que signidica brilhante;

57
Twecla: ouvi tudo o que tinhas a dizer, obviamente, se o contaste é por
que tens algum interesse com isso, mas são acusações sérias…!

Naidila: reconheço a seriedade da Agência quanto a esses assuntos, mas


peço que a ABASE faça o que for certo para com tal informação…

Twecla: e o que seria certo para ti Naidila?

Naidila: o certo, é o certo!

Twecla: nihil factum dabo tibi ius10.

Naidila: dá-los-ei…

Nada melhor quando conseguimos a brasa certa para assar a nossa


sardinha, só restava a gente colocar a sardinha no seu devido lugar…

[Localização: Angola - Luanda - Viana]

Chegara o dia da missão, a primeira missão, que era recolher provas


contra o Sr. Jila, a missão era roubar informações de uma das bases
operacionais do Sr. Jila, localizada nos arredores do Capolo 2. Sob controlo
comunicacional da Siavone, chegamos no local, segundo a Siavone
naquela base só havia sinais de calor de pelo menos 7 pessoas, duas
protegendo a entrada principal, quatro na zona operacional e um na
saída traseira. Mas era tão pouca gente protegendo um local
importante…

Entramos em ação, o meu pai foi para a porta traseira, o Hermínio


ficou no carro de fuga, a Luana e eu fomos pela porta da frente. Em
poucos minutos derrubamos os homens do Sr. Jila.

Sr. Horácio: está limpo aqui do meu lado pessoal...

Teo: também está limpo aqui do nosso lado, e já estamos recolhendo o


pacote.

Siavone: aí pessoal, terão companhia daqui à 15minutos...

Teo: Hermínio, vai com o carro no ponto de extração...

Siavone: 10 minutos...

10
Frase jurídica do latin que traduzindo ganha o sentido de “Dá-me os factos que te darei o
direito”.

58
Enfim, estávamos saindo do local, mas havia um carro nos
perseguindo, porém depois de termos pegado a estrada principal, ele
abrandou e voltou...

Teo: Siavone, o que aconteceu com a nossa companhia de há 20


minutos?

Siavone: reagruparam e estão se movimentando para distante de vocês...

Pareceu muito fácil, o homens do Sr. Jila não desistem tão fácil, mas
cumpriu-se a missão. Voltamos para o local seguro.

Inserimos o disco rígido no computador, para verificarmos as


informações contidas nele, mas tinha senha protegida. Enviamos o disco
para a Siavone, mas ela disse que levaria um tempinho até a
descodificação.

No dia anterior, ela ligou para gente...

Siavone: Teo, consegui descodificar o disco, tive que usar um ataque de


força bruta e criptografia...

Teo: eu sabia que eras capaz! Mas tinha as informações?

Siavone: não Teo, depois que desbloqueei ele, estava escrito “Erga
omnes11. Vocês têm que ser mais espertos!”

Por um lado, o Sr. Jila havia utilizado aquelas expressões latinas para
dizer que as implicações de alguma coisa são validas para todos, assim
fica entendido que todos devem cumprir uma determinada decisão. Mas
que coisa é essa que vale para todos e que determinada decisão deve se
cumprir? E por outro lado, como ele sabia da nossa invasão?

Capítulo 28 - O apócrifo

Todos nós, apesar de estarmos no mesmo estrato social, nascemos e


somos criados por pais e em ambientes socialmente diferentes, inclusive
alguns que auto criam-se, talvez por ausência de tutores para o seu

11
Expressão jurídica latina, que seu significado é “Para todos”. Ou seja, é utilizada em decisões
nas quais o efeito vale para todas as partes envolvidas;

59
cuidado. Tais pessoas são mais propensas em cair na margem da
sociedade, e no pior dos resultados, tornam-se nas pestes da sociedade.

Diferenças, distinções e igualdade, são denominadores comuns de


todos nós que torna-nos igualmente únicos. Mas o triste, é ver que essas
diferenças podem chegar a corromper as pessoas, tudo por que elas
acham que a sua natureza é imutável...

Tínhamos uma pulga por detrás da orelha, sobre como fomos


descobertos.

Por isso, fizemos uma reunião de emergência...

Teo: é o seguinte pessoal, temos um problema. Temos que descobrir como


fomos descobertos, por que a próxima missão já não pode falhar...

Hermínio: e o que sugeres?

Teo: acho que temos alguém ou alguma coisa que colocou-nos nesta
enrascada...

Luana: então, provavelmente temos um traidor entre nós!

Sr. Horácio: é mais provável que seja garota...

Teo: vamos lá ver, eu já estou fora das hipóteses, o meu pai e a minha
obviamente...

Sr. Horácio: então, resta o Hermínio e à Luana...

Hermínio: e a hacker, não conta?

Teo: não, eu sempre conheci ela e sei que não seria capaz disso, aliás o
que ganharia...?

Luana: talvez mais prestigio ou investimento para os seus brinquedos


tecnológicos...

Teo: eu já disse que ela está fora de questão...

Hermínio: mas e tu, rapariga misteriosa?

Luana: eu entendo que apareci assim quase que do nada, mas eu nem
sabia dessa vossa missão de ontem...

Hermínio: vocês que trabalham nas sombras sabem sempre das coisas, eu
até desconfio que você sabe quem matou o Sr. Bigodes...

Luana: que droga você está falando, e quem é o Sr. Bigodes?

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Sr. Horácio: calma aí, não vamos nos precipitar e nem atribuir culpas da
morte de um gato mexicano...

Hermínio: era um furão...

Sr. Horácio: está bem... Mas por que não seria você o contato do Jila?

Hermínio: por que não eu?! Eu sou amigo do Teo, por que faria isso?

Luana: a Siavone também é amiga, aliás, há mais tempo que você, mas
também é uma suspeita...

Hermínio: eu não sou o falso entre vocês, eu sairia a perder...

Sr. Horácio: perderias dinheiro que a gente te prometeu, mas o Jila poderia
muito facilmente multiplicar tal dinheiro para você...

Teo: vamos ter calma pessoal...

Hermínio: eu acho que estou no lugar errado...

Depois de dizer tais palavras, Hermínio saiu da sala furioso e fechou


a porta atrás de si. Parece que na tentativa de descobrir o falso entre nós,
estragamos a recente irmandade entre a gente.

Uma hora depois fui para o quarto dele, encontrei a sua roupa
arrumada na pasta de viagem...

Teo: o que se passa Hermínio?

Hermínio: hhermano, não posso ficar num sitio em que não sou confiado...

Teo: calma aí, a Luana também foi acusada, mas vai ficar. Eu sei que não
foi você, é o suficiente...

Hermínio: vou ficar só por você, mi hhermano. Mas digo-te olhando nos
olhos eu não sou o apócrifo!

Teo: tu não és o falso, ok. Então descanse, por que amanhã teremos outra
missão...

A gente terminou de conversar, saí do quarto dele fechando a porta


atrás de mim. Em seguida, a Siavone liga para mim euforicamente, e disse
que tinha um comboio de viaturas a caminho do nosso esconderijo...

Pareceu que não era o momento de descanso, acordei o pessoal


para se preparar para a surpresa, mas a Luana disse “certo sábio disse uma
vez, não lutes enquanto puderes fugir “. Segundo o meu pai, era o correto
a fazer, por que não sabíamos quantos homens estavam vindo, então um

61
enfrentamento seria um provável suicídio. Logo, subimos no carro, à Luana
na sua moto, e pronto a partir.

Enfim, estávamos há uns 15 minutos do local seguro, quando vimos


uma motorizado preta vindo em alta velocidade, aceleramos mais, mas
ele ainda assim estava nos perseguindo. A Luana sentiu-se capaz de travá-
lo, então abrandou sua moto, tirou uma arma e começou a fazer disparos
para o motoqueiro inimigo, rapidamente ele tirou aparentemente um ferro
da cintura em forma de vara e agilmente manuseou ela em forma de
aceno, defendendo-se das balas...

Foi um movimento pouco comum, mas não parou por aí, em


seguida lançou um objeto prateado para os pneus da moto da Luana,
imediatamente estouraram e ela caiu com a moto e ficou aparentemente
desmaiada. Mas o perseguidor não parou por aí, continuou nos
perseguindo, até que paramos o carro e com a retaguarda íamos
voltando para pegar a Luana, deixando o motoqueiro a nossa frente,
chegamos perto dela e o meu pai tentou descer para ir pegá-la, mas foi
atingido no braço esquerdo por um outro objeto prateado, ele
imediatamente voltou para o carro, e o Hermínio arrancou, mas o
motoqueiro vinha com a sua moto, aparentemente para um
afrontamento.

Obviamente, seria um suicídio para ele, em função do tamanho e


força do carro em relação a sua moto, Hermínio decidido em passa-lo por
cima avançava, mas quase o embate o motoqueiro tirou novamente a
vara de sua cintura, mas desta vez ela refletia a luz dos faróis, rapidamente
esquivou-se do carro e com a vara, passou sobre os pneus, eles furaram,
mas felizmente o carro por ser blindado, estava equipado para esses tipos
de situações, então acionou-se automaticamente os pneus reservas...

Teo: o que foi isso?

Sr. Horácio: aquilo era uma espada?!

Hermínio: sim, era uma espada...!

Teo: como é que alguém ainda usa espadas em pleno século XXI!?

Nos distanciando da motorizada, vimos que ele estava levando a


Luana consigo, quando olhamos para o braço do meu pai, vimos uma
estrela de prata, similar à que os ninjas usam...

Por tanto, fomos atacados por uma espécie de ninja, perdemos a


Luana para o Sr. Jila, o nosso local seguro, que depois daquele dia deixou

62
de ser o local seguro. Parece que o Sr. Jila está mostrando até onde é
capaz, está sempre um passo a nossa frente.

Capítulo 29 - Não podes ser qualquer um (Parte 1)

Quando em uma queda dura ou situação difícil, levanta-se a


questão sobre quem nós somos, é necessário que a gente seja humilde o
suficiente para aceitar as possíveis respostas, estas que levantarão
hipóteses que nos levarão a saber e aceitar quem nós seremos.

A única forma de sair da queda, é regredirmos, perdermos tudo. Nos


tornar menos do que éramos, se queremos realmente sair daquela
situação dura e de cabaça erguido como quem não perdeu nada, temos
que nascer de novo, do nada.

Mas como regredir e enfim nascer de novo do nada?

Saímos da estrada e fomos para um outro local seguro. Chegando


lá, encontramo-nos com a minha mãe, para atualizá-la do último episódio.

Estávamos a contar tudo para ela...

Naidila: mas como era o motoqueiro que atacou-vos?

Teo: ele estava de roupas pretas, usava uma espada e estrelas de prata,
como aquelas usadas pelos ninjas...

Naidila: não pode ser! Têm a certeza disso?

Sr. Horácio: sim, temos. Conheces ele?

Naidila: sim, vocês escaparam por um triz...

Hermínio: mas quem é ele afinal de contas?

Naidila: O seu nome é Ching12, ele é chinês...

Sr. Horácio: mas como é que um chinês foi parar no elo do Jila?

Naidila: Tenho uma teoria. Ching era um jovem único e com habilidades
únicas. Ele conseguia entender as pessoas mesmo mostrando o seu pior
lado. Infelizmente para Ching, ele nasceu na China. E como sabem, eles
preservam com unhas e dentes a sua cultura, faz parte deles, é identidade

12
Pronuncia para xīn (心), do chinês, que em português significa: coração, mente, sentimento,
intenção, intuito ou meta.

63
para eles. Mas a família dele presava a filosofia antiga de Mao Tsé13, e tal
como Mao, ele também possuía uma mente revolucionária. Mao tsé,
acreditava que quanto mais pequeno for o pé da mulher mais linda ela
será, e só as mulheres cujo os pés coubessem nos saltos que ele havia feito
poderiam contrair o matrimónio.

Teo: mas o que aconteceria as mulheres que os pés não coubessem?

Naidila: por consequência as mulheres com os pés grandes faziam uma


cirurgia com o objetivo de diminuir o tamanho dos pés. Infelizmente,
algumas acabavam por morrer.

Sr. Horácio: ainda não entendi a conexão com o Jila...

Naidila: calma, enEcineus. Bem, já adulto, ele conhece uma jovem de


nacionalidade angolana que respondia pelo nome de Mossoxi 14 , eles
amavam-se muito, mas quando apresentou a sua família, infelizmente os
pés dela não couberam nos sapatos.

Hermínio: então se deixaram e ele ficou furioso?

Naidila: pior ainda, por amor, ela aceitou fazer a cirurgia para diminuir o
tamanho dos pés, mas para o pesar do Ching, ela morreu...

Teo: que triste... Mas o que ele fez?

Naidila: culpando a sua família desapareceu, depois de algum tempo


reapareceu e de forma sangrenta obrigou todos a deixarem tal pratica. E
desde há alguns anos, tem se ouvido rumores de alguém que quer
revolucionar o mundo, através da ABASE.

Sr. Horácio: este alguém só pode ser o Jila?!

Naidila: acho que sim, e persuadido pelo Jila, o Ching deve ter apoiado
tal revolução. Mas deve ter dado uma excelente razão para ele ter
aceitado e trair a Agência.

Teo: mas o Jila tendo um elemento como ele, dificulta mais a nossa missão!

Naidila: eu vou dar um jeito, mas por agora pensem em como recuperar a
Luana, ela é muito importante para mim. E quando chegar o momento eu

13
Mao Tsé Zedong (1893-1976), foi um importante revolucionário chinês, além disso, era lider
munista, politico e também teórico. Criador da Republica Popular da China e lider da Revolução
Chinesa, Governou seu país desde 1949 até a sua morte.

14
Do kimbundu que significa lágrimas.

64
vou enviar alguns homens para ajudar-vos. Por enquanto, está a caminho
de vocês um velho amigo. (fim da ligação)

Depois da longa conversa com a minha mãe, sem pensar em


descansar e sem ter a localização exata dela, estávamos construindo um
plano para salvar a Luana, foi quando ouvimos barulhos de carros
chegando. Achamos que fosse o homem enviado pela minha mãe, mas
era só um, logo não havia a necessidade de vir com 5 carros e uma moto,
e por sinal era idêntica a moto do Ching.

Sem chances de pegar o carro, saímos correndo


desesperadamente pelas traseiras. Corríamos quase que sem rumo, até
que o meu pai achou melhor a gente se separar, por chamar menos a
atenção, logo, cada um corria para lados diferentes, na tentativa de fugir
dos homens do Sr. Jila, mas eles também separaram-se para perseguiam-
nos.

O meu pai entrou numa rua quase isolada, até que no final dela viu
uma lojinha de conveniência, achou que um local público o protegeria
dos perseguidores, entrou nela. Mas em poucos minutos, tal hipótese foi
provada impossível, eles ficaram frente à loja.

Akila: agente Horácio, por favor termine de fazer as compras e venha ter
conosco...!

Passou-se minutos e ele não saia...

Akila: se não sair imediatamente, iremos buscá-lo e levaremos o seu


atendente ao ministério dos pés juntos mais cedo...

Em frações de segundo, fizeram tiros a volta da loja, atingindo um


dos compradores. Para evitar mais estragos, o meu pai saiu
imediatamente.

Akila: eu esperava mais do agente que destruiu metade da Agência...!

Sr. Horácio: tornar o mundo melhor era minha escolha, mas isso é a minha
única opção.

O meu pai foi levado pelo Akila, o Conspirador.

Porém, eu continuava a correr desesperadamente, refleti que a


vida, é como uma onda do mar, ou você está sobre ela ou ela te levará.
Então percebi, que era hora de eu ser levado para tal mar. Com uma
exaustão imensurável, eu fui obrigado a parar e ajoelhei-me.

65
Neste exato momento, apareceu um outro carro, era o homem
enviado pela minha mãe, o tal velho amigo. Nem imaginamos que o velho
era nosso. Era o cara que a gente pensou estar morto, o Drug, o russo
cético de poucas palavras.

Mais uma vez o acaso, provou ser o maior romancista do mundo.


Basta estudá-lo, para ser fecundo.

Capítulo 30 - Não podes ser qualquer um (Parte 2)

A regressão, é que nem um trauma que é resultado das suas ações,


uma consequência não intencional, uma verdade descoberta, a morte de
alguém, um plano ou um sonho que ao ser realizado se torna o nosso
pesadelo. Esse trauma choca e conduz-nos aos mesmos medos anteriores,
mas esses medos agora são amplificados, ficamos mais poderosos ou mais
vulneráveis. Mas com atitude, podemos usar esse poder para nascer de
novo, deixando quem nós erámos, erguendo assim uma versão melhor de
ti.

Ou por outro lado, podes usar todo aquele poder para acabar com
a tua vida, escapando da situação de uma vez por todas. Só tu decides,
só tu escolhes, só tu aceitas!

Eu estava mergulhado em desespero. Há algum tempo, eu usaria


todo aquele poder para fugir, simplesmente cairia fora para uma outra
realidade. Porém, fugir da realidade levar-me-ia para um ciclo vicioso de
mentiras, de uma vida utópica que em questão de tempo, me atiraria
para fora.

Por isso, já não dava para fugir, em virtude de que com grandes
poderes vêm grandes responsabilidades, então eu não poderia ser
qualquer um.

O meu pai e à Luana foram apanhados e certamente que o


Hermínio também, mas graças ao localizador implantado em meu corpo
pela minha mãe, lá no Canadá, fui salvado pelo Drug. Aliás, com toda
aquela pressão nem chegamos de saber ao certo como fomos achados
no local seguro, ainda mais tão rápido. Mas não era tempo para hipóteses,
era tempo para salvar os nossos.

A minha mãe foi ao nosso encontro para Angola, ela achou que
com a presença dela, seria muito mais fácil para acha-los, mas depois de
três incansáveis dias para a procura, a minha mãe recebeu a informação

66
por parte da Agência de que um grupo de militares estava tentando
dominar a central secreta da ABASE em Luanda.

[Localização: Luanda, Zona Econômica Especial, Central Secreta da


ABASE]

Os militares ao comando do Sr. Jila, atacavam cerradamente com


determinação para dominar uma das frações da ABASE, era um paço
para o seu plano grandioso de fazer do mundo um lugar melhor,
colocando assim a África no centro do mesmo.

Em duas horas, ele dominou àquela central, uns morreram e outros


foram prendidos dentro daquela base. Até que ele se dirigiu aos homens
presos...

Sr. Jila: sawabona irmãos lutadores! A priori, pedimos desculpas pelo


ataque. Mas, foi um ataque necessário para um bem maior, um bem que
é para mim, para você, é para nós. Por isso, peço a vocês que nos
apoiem...

- Mas o... o que a gente ganharia? Questionou corajosamente um dos


presos.

Sr. Jila: por favor, não tenham medo! Vocês ganhariam a verdadeira
liberdade para os vossos filhos e netos. Sem descriminações ou
preconceitos sociais e raciais, todos num mundo em que nós seremos
iguais...
- Mas como vos apoiaríamos? Questionou outro preso.

Sr. Jila: apenas deixem de lutar por bens supérfluos e abracem um bem
ideológico.
- Mas como sabemos que essa ideologia não é apenas uma utopia?

Sr. Jila: você já vive numa sociedade utópica, gerada e guiada pelos
vossos governantes egoístas, quando estiverem dentro desta, a realidade
testemunhar-vos-á.

A maioria daqueles homens que estavam presos foram persuadidos


a abraçar a ideologia do Sr. Jila, mas outros por não aceitarem,
continuaram presos. Só não foram mortos imediatamente, por que tal ato
levantaria questões sobre tal ideologia.

Enfim, chegamos, mas tivemos que ficar numa distância segura. Não
dava para a gente atacar, por que éramos poucos e outros homens
enviados pela Agência estavam à 4 horas daquele local, mas a minha
mãe havia recebido a informação dos de cima de que os computadores
daquela Central guardavam segredos que nem cabiam ao Sr. Jila saber,

67
por isso, eles enviaram drones15 de combate para explodir toda aquela
central e eles chegariam em 1 hora.

Mas, 10 minutos depois de recebermos a informação, vimos duas


pessoas encapuzadas a serem levadas para dentro dela. Pelas roupas,
conseguimos identificar que eram o meu pai e a Luana, mas sem o
Hermínio. Sendo assim, os planos haviam mudado, tínhamos 50 minutos
para resgatar eles.

Para a nossa vantagem, tínhamos dois elementos que seriam


astuciosos para entrar e tirar o nosso pessoal de lá. Tínhamos a minha a
minha mãe que conhecia aquela base como a palma da sua mão e o
nosso olho de Deus, a Siavone, que poderia levar-nos e tirar-nos em
segurança de lá.
Aparentemente, o tempo não era nosso aliado naquele plano.
mas felizmente, a sua contagem não é absoluta.

Capítulo 31 - O tempo é relativo (Final – Parte 1)

E se a diferença entre os tempos passado, presente e futuro fosse


apenas uma persistente ilusão? E se as pessoas vivessem tempos distintos,
de modo que, o que é passado para um pode ser o futuro para o outro?
Quão poderosos seriamos, se tivéssemos o controle desta ilusão do
espaço-tempo!
Teoricamente, tais questões são verdades, fundamentadas pela
Teoria da relatividade16. Para provar isso, basta enxergar o tempo como
uma espécie de caminho que a gente é obrigado a trilhar. Mesmo que
agora você esteja parado lendo um livro, você ainda está se movendo no
tempo. Por que os segundos estão passando, como um trem que corre
para o futuro em um ritmo constante.
Mas o que Einstein constatou de surreal é que esse trem do tempo
pode ser acelerado ou travado, isto é, passar mais rápido para uns e mais
devagar para outros. E para fazê-lo andar mais devagar, basta se
movimentar.

Foi o que fizemos, estávamos nos movimentando rumo ao resgate.


A 100 metros da Central, estava uma pequena loja, sobre ela havia uma
passagem secreta subterrânea, que levava até uma outra sala da Central.
Estávamos indo pela passagem – ela era escura, árida, empoeirada e com

15
Pequena nave espacial destripulada e guiada por controle para combate ou sondagem.
16
A teoria da relatividade, é uma teoria do físico Albert Eintein sobre a relação do espaço-
tempo.

68
muitas teias de aranhas, era sinal de que ninguém passava por lá há um
longo tempo – até que chegamos na sala.

Pelas assinaturas de calor, a Siavone viu que o outro lado da sala


tinha quatro soldados do Sr. Jila de guarda, não dava para a gente fazer
um ataque em massa porque alertaria todos outros soldados e aí o nosso
plano não resultaria, ainda lembro-me das palavras do Drug “Um ceticismo
prudente é o primeiro atributo de um bom crítico”. Poucas palavras saiam
de sua boca, mas quando saíam eram sábias, apesar de que, por vezes
eram difíceis de entender no momento.

Por conseguinte, eu saí primeiro e apresentei-me aos dois primeiros


soldados mais próximos e pedi que me levassem ao Sr. Jila, aceitaram e
me levaram pelo caminho que era contrário ao da área dos detentos. A
ideia era que o Drug viesse por trás e acabaríamos com os dois sem
levantar suspeitas. Mas quando o Drug saiu da sala já não encontrou-nos
e ao tentar procurar-nos levou uma cacetada da cabeça, perdeu os
sentido e estava a ser levado para a área de detenção.

Como o corredor estava completamente livre, a minha mãe e os


seus dois homens iam também à área de detenção afim de salvarem
todos que lá estavam.

Enquanto isso, os dois soldados levaram-me ao Sr. Jila que dirigiu-se


a mim suavemente...

Sr. Jila: olhem olhem, quem temos aqui! O filho marginal de duas lendas
opostas, o pai justiceiro e a mãe princesa do crime...
Teo: parece que tinhas saudades minhas!
Sr. Jila: hahaha, eu gosto desse teu senso de humor incondicional...

Teo: e eu não sabia que eras tão fã do Lorde Garmadon, até o ponto de
assumir o papel dele na vida real.

Sr. Jila: hahaha... era disto que eu estava falando! Então, onde é que está
a mamãe?
Teo: por que não me dizes tu o que pretendes com essa paranoia toda?

Sr. Jila: paranoia!? Eu achei que tu já havias entendido o quão dividido o


mundo está e que estamos à beira de uma perdição, em que todos serão
obrigados a pagar o preço dos egoístas. Por isso, nós temos um desejo mais
profundo, um anseio por um mundo melhor. E por causa disto, temos uma
vontade verdadeira de fazer melhor, para todos.

Teo: e tu achaste que a melhor forma de chegar até lá seria culpar e matar
pessoas inocentes?

69
Sr. Jila: o sacrifício é uma questão de perspectiva meu rapaz.

Teo: estás a ouvir a tamanha barbaridade que estás a dizer?!


Sr. Jila: as pessoas têm uma necessidade psicológica de achar um vilão,
mas pela minha experiência, a realidade é muito mais complicada.
Teo: se não és o vilão desta história, então por que a falta de moralidade?
Sr. Jila: a moralidade é complicada para a gente na nossa posição. A tua
mãe que te diga!
Teo: não coloque a minha mãe nessa questão, não é ela quem está
tentado acabar com a vida de pessoas aqui dentro. Sabias que daqui a
uns 30 minutos essa base será bombardeada?
Sr. Jila: o quê?! Prendam-no, temos que checar isso...
Pela primeira vez, vi a cara de imprudência do Sr. Jila, parece que
ficar enterrado sobre paredes e ferros não fazia parte do seu plano.

Capítulo 32 - O tempo é relativo (Final – Parte 2)

O tempo, é uma das maiores preciosidades do universo, dê mais


valor a cada partição dele. Saiba observá-lo como uma arma
inprecindivel para a mudança, ao invés de mais um inimigo para o
alcance dos teus objectivos.

Eu estava algemado numa cadeira daquele salão principal, que era


onde tinham os aparelos de comando para toda aquela central.
Observava os homens do Sr. Jila a tentarem hackear os drones que
estevam a instantes daquele local.

Enquanto isso, a minha mãe conseguiu libertar todos os que estavam


presos na sala, incluindo o meu pai e a Luana. Estavam andando pelos
corredores rumo a saída para fora daqule local, até que, quase ao
passarem por um entrocamento de corredores, encontraram-se com uma
fração de 6 soldados e em companhia deles estava o Ching, o tradicional
nija chinês. Imediatamente, pararam a travessia por proteção.

- Saiam ou nós vamos atirar! – disse imperativamente um dos soldado.

A suspenção era imensa, por um lado, o Ching e os seus homens


estavam totalmente armados e em menor número, mas a minha mãe
estavam em maior número, só que menos armados. Por tanto, a minha
mãe tentou usar a maior de todas as armas em guerra, as palavras, mas
não quaisquer palavras, palavras dotadas de poder persuasivo.

70
Ching: senhora Naidila, está na hora do melhor para o mundo, e nada
daria esse melhor que o Berço da Humanidade, que sabe o valor da vida
humana…

Naidila: Ching, antes ele tem que ter orgulho em ser quem é. Almejar a
excelência, mas não desta forma sacrificial.

Ching: a revolução não é o convite para um jantar, a composição de uma


obra literária, a pintura de um quadro ou a confecção de um bordado,
ela não pode ser assim tão refinada, calma e delicada, tão branda, tão
afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é
um ato de violência pelo qual uma classe derruba a outra.

Naidila: o criador desta frase cometeu erros imperdoaveis, que pessoas


inocentes como a Mossoxi sofreram, nós não estamos no vosso caminho…

Ching: eu sou diferente dele, provarei isso dando a vocês 5 minutos de


avanço antes de irmos atrás de vocês.

Apesar de ser em pouco tempo, Ching foi persuadido a deixá-los


sairem. Eles atravessavam os corredores, até que um dos homens que
estava com ele começou a fazer disparos descontrolados, matando um
dos soldados que estava no grupo da minha mãe, imediatamente Ching
tirou a espada e decepou a cabeça do homem. Apesar da triste maneira,
Ching provou a sua honra.

Quando os 5 minutos terminaram, eles ao tentar ir atrás deles, o


primeiro drone chegou no local e deixou cair o primeiro míssil. Foi uma
explosão em tanto, que o Sr. Jila, pelos rádios, ordenou a evaquação
imediata daquele local.

Eles param de perseguí-los, e iam para as saídas. A minha mãe


quando viu eles a recuarem, começou a voltar para me salvar. O meu pai
também queria ir com ela, mas por estar muito mal-trado, a minha mãe
insistiu-lhe para não ir.

Eu ainda estava preso naquela sala, todos estavam saindo, menos o


Sr. Jila e um dos homens dele que aparentemente, estava extraindo
alguma coisa dos computadores para uma pendrive. Até que o Sr. Jila
mandou ele sair de lá, apenas ficara ele e eu na sala, ele aguardava o fim
da extração dos ficheiros. Até que chegou a minha mãe.

Naidila: Jila, solte o meu filho imediatamente!

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Sr. Jila: não vou soltá-lo, a menos que fiques no lugar dele…

Naida: isso não está certo Jila…

Sr. Jila: o certo é certo, e o errado é cobrado…

Naidila: está bem, eu fico…

Teo: não mãe, saia daqui! Eu fico bem.

Naidila: meu querido filho, infinitamente, eu perderia a minha vida pela tua
existência. Apenas confie em mim, saia imediatamente.

Ao dizer aquelas ternurantes palavras, ela olhou para mim com


semblante confiante, como se tivesse um plano para todos sairem vivos de
lá. Assim sendo, eu saí de lá imediatamente. A caminho do lado de fora,
até que caiu o segundo, o terceiro e o quarto míssil… Eu conseguí sair e
estava numa distância segura, até que cairam mais mísseis
continuamente. O local ficou totalmente devastado, e sem sinal da minha
mãe ou do Sr. Jila…

Era de concluir que… eles já estavam mortos sobre aquela


devassidão…

Junto do meu pai e da Luana, choravamos a perda dela, parece


que vencemos num lado e perdemos no outro. Sacrifício não deviam ser
necessários para que houvesse mudanças. Ainda mais, quando perdemos
o que é impossível de recuperar.

Abatidos saímos de lá, por que os homens da ABASE estavam a


caminho e já não conseguíriamos lidar com eles. Como sabiamos que à
ABASE provavelmente nos procuraria, saímos de Luanda, o Drug voltou
para a Rússia, o meu e eu viajamos para a província Benguela, a Luana
achou que ficaria melhor conosco. Naquela confusão toda nem
conseguimos ter contato com o Herminio, provavelmente, também sofreu
o efeito colateral do plano.

[Lubito, Benguela - Angola]

Dois meses depois, a Luana e eu fomos para o supermercado fazer


compras. Nós iamos para o estacionamento com as compras, quando
apareceram dois homens e nos apontaram armas…

Mas o que acontece depois, é uma outra história…!

72
Por agora, aproveite a mudança. Não estás sozinho no mundo,
muitos precisão de ti.

Por fim, saiba que, o número de mudanças definem o tempo em


relação ao antes e depois. Mas agora, quem eras e quem serás?

FIM.

73
INFORMAÇÕES IMPORTANTES

Saudações caro leitor!

Elogiamos e agradecemos por ter chegado até o final deste


conto épico, e esperamos que tenhas achado o conto A mundança
proveito para si.

Ademais, gostaríamos de fazer uma breve sondagem sobre a


sua experiência quanto a leitura do livro, afim de melhorias e
qualidade nas proximas edições e artigos. Abaixo estão algumas
questões que gostaríamos que o caro leitor respondesse.

1. O que o caro leitor achou do conteúdo do livro?


2. Qual é o capítulo que chamou-lhe mais atenção e
porquê?
3. Qual o personagem que chamou-lhe mais atenção e
porquê?
4. Se pudesses escolher um personagem no conto, qual
escolherias e porquê?
5. O que aprendeste neste conto de interessante e gostarias
que outras pessoas também aprendesssem?
6. O que achas da idéia de um segundo volume do conto?
7. Se tivesses a oportunidade de criar um personagem a tua
escolha para o segundo volume do conto, como ela
seria?
8. Qual mensagem deixas para o autor do livro?

Pedimos e esperamos que o estimado leitor responda quantas


questões possiveis. Por conseguinte enviar as respostas para os
endereços indicados abaixo.

992 133 181 - 934 964 024


Flávio Hunter Spark Dala
934 964 024 _ Flávio O Ka-Hunter
flaviodalacanhaga50@gmail.com
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75
Quando a gente muda a mente, o
mundo muda com a gente, a
gente muda o mundo com a
mudança do mente.

- Kenedi Manuel

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