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O Preparo do

Professor
de Escola Dominical

Subsídios Dominical
www.subsidiosdominical.com
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O Preparo do Professor de Escola


Dominical

Compilação e edição: Subsídios Dominical

Site: www.subsidiosdominical.com
2

SUMÁRIO

Introdução. ................................................................................... 3
I. O PREPARO DO PROFESSOR .................................................... 4
II. O PREPARO DA LIÇÃO BÍBLICA PELO PROFESSOR DA
ESCOLA DOMINICAL .................................................................... 6
III. O DESAFIO DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL ......... 10
IV. DESAFIOS À EDUCAÇÃO CRISTÃ NESTES ÚLTIMOS DIAS .. 18
V. ALERTAS AO MESTRE CRISTÃO ............................................ 21
VI. O EDUCADOR CRISTÃO DEVE SEGUIR OS PASSOS DE
JESUS TAMBÉM. ........................................................................ 23
VII. QUATRO PERGUNTAS PARA OS PROFESSORES DE ESCOLA
DOMINICAL ................................................................................ 25
VIII. CARACTERÍSTICAS QUE UM PROFESSOR DE EB DEVE TER
EM RELAÇÃO AOS SEUS ALUNOS ............................................. 31
Referências Bibliográficas ........................................................... 34
3

Introdução
Neste estudo, os professores de Escola Dominical
conhecerão princípios bíblicos e pedagógicos, a fim de
estarem preparados para desempenhar suas aulas com
qualidade.
Este estudo é uma verdadeira fonte informativa para
novos e veteranos professores de Escola Bíblica.
O professor aprenderá como melhor se preparar para
enfrentar os seus desafios na arte de ensinar a Palavra de
Deus.
4

I. O PREPARO DO PROFESSOR
1. O professor e sua vida
espiritual:
O amor do professor deve ser
devotado e irrestrito ao Senhor, a
quem serve (Dt 11.13).

"E siga-me" (Mt 16.24) disse Jesus


a Seus discípulos. Ele não disse
primeiramente "sirva-me", mas
"siga-me".

Em Lucas 15.29,30, o irmão do


filho pródigo, queixoso,
primeiramente disse a seu pai:
"Sirvo-te há tanto tempo". Ele não
disse primeiro "Amo-te há tanto
tempo".

Em 2 Timóteo 2, onde temos o perfil do bom obreiro sob


diversas e variadas figuras, ele é primeiramente chamado
"filho"(v. 1), e no final é chamado "servo" (V.24).

2. O professor e o Espírito Santo na sua vida:

Ele é habitado e possuído pelo Espírito Santo, a partir da


conversão (Jo 14.17). Idealmente, é batizado com Espírito
Santo (Lc 24.49; At 1.5; 2.4).

Ele deve permanecer cheio do Espírito Santo (1Co 2.4; Ef


5.18);
Ele deve buscar os dons do Espírito Santo, inclusive o de
ensinar(1 Co 12.28,29; Rm 12.6,7).
5

3. O professor e sua auto- disciplina:

a) A autodisciplina da devoção pessoal diária (SI 5.3;


55.17; Mc 1.35 [Jesus]; Lc 5.16 [Jesus]).

A oração (At 6.4; Ef 6.18) - Jesus não ensinou Seus


discípulos a pregar, mas ensinou-os a orar, mostrando
assim que é pela oração e intercessão perante Deus que a
autêntica mensagem da pregação e a do ensino são-nos
concedidas por Ele.

O jejum bíblico é um grande aliado da oração. Em


Mateus 6.16,17, Jesus disse "Quando jejuardes", e não
"se jejuardes".

Devemos também ler e estudar devocionalmente a


Palavra de Deus (Dt 4.6; SI 19.7; 2 Tm 3.16; Js 1.8) e
observarmos a autodisciplina do tempo (Ef 5.16; Cl 4.5; 1
Co 7.21b).

b) A autodisciplina do nosso "eu":


São os nossos sentido físicos; instintos; temperamento;
caráter; fala; pensamento; sentimentos; afetos; vontade;
apetites; escolhas; decisões etc (Pv 25.28; 16.32; Fp 4.8;
1 Co 2.16- "Mas nós temos a mente de Cristo" -; Gl 5.22 -
"temperança").

c) A autodisciplina abrange o nosso corpo (1Co 9.27) -


Nosso corpo deve ser sempre nosso servo, mas nunca o
nosso patrão.

d) A autodisciplina no lazer - Leia Êxodo 24.11; 1


Crônicas 29.22; João 10.23 (Jesus); Marcos 6.31 (Jesus)
e Atos 17.23 (Paulo).
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II. O PREPARO DA LIÇÃO BÍBLICA PELO


PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL

1.
O professor necessita de conhecimento espiritual:
Quanto a conhecimento secular do professor, isso já está
implícito, subentendido. Vejamos o conhecimento
espiritual do professor.

a) O conhecimento de Deus (1Cr 28.9; Os 6.3; 2 Pe


3.18; Jo 14.23).
b) Conhecimento da matéria que o professor ensina -
A Bíblia (2Tm 2.15).
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Campos prioritários do professor da Escola Dominical no


conhecimento da Bíblia (Bibliologia), Doutrina,
Evangelização e Missões, Ministério, Hermenêutica e
Exegese, Apologética, Antropologia Bíblica, Tipologia
Bíblica, História, Geografia e Cronologia Bíblicas.

c) Também conhecimento do aluno pelo professor:


psicopedagogia.

d) Conhecimento de métodos e técnicas de ensino (Cf.


Is 30.4; At 18.25 [Apoio]; Mt 28.20 - "Ensinando-as", no
grego).
e) Conhecimento e manejo oral e escrito do
vernáculo.

f) Conhecimento de matérias e assuntos afins à


Bíblia (Cf. At 26.24; 17.18,38; Tt 1.12 [Paulo]).

2. O professor necessita de sabedoria espiritual:

a) Sabedoria pressupõe conhecimento, que é, em resumo,


um acúmulo de informações; um banco de dados; um
estoque de informações.
O verdadeiro conhecimento é a "matéria prima" da
sabedoria, que é a aplicação sensata, correta e judiciosa
do conhecimento, nos casos, situações e circunstâncias
da vida e suas atividades.

b) Sabedoria é discernimento acurado entre o bem e o


mal; entre o que é certo e o que é errado moralmente.
É tirocínio; é maturidade em tudo na vida; é prudência.
É equilíbrio; é bom-senso.
É escolher sempre o bem e rejeitar sempre o mal.

c) Onde e como podemos obter a sabedoria divina, a


"sabedoria do alto", como diz a Bíblia em Tiago 3.13-
17?
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• Pela Palavra de Deus ( Sl 19.7; 119.98).


• Pelo temor do Senhor (Sl 110.10; 1 Rs 3.12; Dn 2.21).
• Pelo Espírito Santo (Is 11.2; Êx 31.3; 35.31; Jo 14.26;
16.13; 1 Co 2.10,13; Ef 1.17).
• Pelos servos de Deus que ensinam a Palavra de Deus
(Ef 4.11-14; Rm 12.7; 1 Co 12.8,28,29; 2Tm 2.2).
• Pela companhia dos sábios; isto de várias maneiras (Pv
13.20).

O conhecimento e a sabedoria tão somente naturais,


seculares, humanos-, levam ao afastamento de Deus e ao
desvio espiritual (Is 47.10; Jr 4.22; Tg 3.13-15; veja os
exemplos dos coríntios e dos atenienses).

3. O estudo da lição semanal da EBD pelo professor:


Material de estudo da lição

a) A Bíblia - Leitura e estudo da Bíblia. E não somente o


texto bíblico da lição, mas também o de todo o seu
contexto. E tudo com muita oração.
b) A revista do aluno, e também a do professor.

c) O estudo da lição ministrado semanalmente na


reunião semanal de professores da EBD. Toda Escola
Dominical organizada deve semanalmente realizar esse
estudo, que é realizado quase sempre aos sábados.

d) Livros diversos, de consulta e referência sobre o


assunto da lição. Mas... Bons livros!

e) Apontamentos e notas do próprio professor, feitos


anteriormente.

f) Revistas anteriores da EBD sobre o assunto em


estudo.
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g) Ilustrações, desenhos, mapas, figuras, gráficos,


visuais etc, podem lançar muita luz sobre o assunto em
estudo.

h) Oração, oração e mais oração; antes, durante e após


o trabalho efetuado pelo professor (que não é somente o
preparo e o ensino da lição).
10

III. O DESAFIO DO PROFESSOR DA


ESCOLA DOMINICAL
Em 2 Timóteo 2.2,3,
estão vários desafios
relacionados ao trabalho
do Senhor: "E o que de
mim, entre muitas
testemunhas, ouviste,
confia-o a homens fiéis, que
sejam idôneos para também
ensinarem os outros."

1. O desafio do ensino da Palavra: "O que (= aquilo


que)".

• O ensino formativo da palavra (Mt 28.19 - "Ide e fazei


discípulos").
• O ensino informativo da Palavra (Mt 28.20 -
"Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu v os
tenho mandado").
É o ensino didático, da doutrina, ao povo.
"Aquilo que de mim ouviste". Vemos aqui a total
convicção de Paulo quanto aquilo que ele ensinava. Tens
tu esta convicção quando ensinas na Casa de Deus?
• Se ensinarmos a Palavra de Deus, sem dúvida
colheremos os seus abençoados frutos ( Is 55.11;SI
126.6- "Sem dúvida").
• Se ensinarmos nossas próprias ideias, colheremos
somente palha oca e seca, e muita confusão, perturbação
e frustração.
• 1 Coríntios 4.6 - "Para que em nós aprendais ir além do
que está escrito".
11

• O professor de Escola Dominical deve ensinar tão bem a


lição bíblica do dia, como o professor secular ensina a
sua matéria: Português, Matemática, Física, Química,
Biologia, Informática etc.

2. O desafio do aprendizado contínuo do professor:


"De mim ouvistes" (2Tm 2.2)

• O aprendizado espiritual (e também o secular) do


mestre deve ser constante.
• Fontes de aprendizado das Sagradas Escrituras (ver
essas fontes nos assuntos anteriores).
• A Casa do Senhor é também uma fonte de
aprendizagem para o crente que a fielmente (SI 27.4 - "e
aprender no seu templo").
Infelizmente, em certas igrejas por aí, o crente em lugar
de aprender mais coisas de Deus, desaprende o que já
sabe de bom, devido ao desmando, a desordem, a
irreverência, o secularismo dentro do templo; enfim, a
falta de temor de Deus e da sua santa presença.

3 - O desafio da "transmissão" do ensino pelo


professor: "Confia-o a homens" (2 Tm 2.2).

• Ensinar na igreja não está confiado a anjos. Ver "At


10.1-6; 11.13,14."
Deus usa homens para falar a homens (e mulheres), mas
Ele não usa um qualquer.
• Ensinar na igreja. É um grande "privilégio" da parte de
Deus, e perante Ele.
É uma grande "responsabilidade" para com a Palavra de
Deus.
É uma grande "oportunidade", que deve ser sabiamente
aproveitada enquanto a tivermos.
12

4 - O desafio da "fidelidade" do professor: "Homens


fieis" (2 Tm 2.2)

• Homens e mulheres fiéis a Deus: Fiéis aos impulsos


do Espírito Santo; fiéis à doutrina bíblica à igreja; aos
dirigentes; aos companheiros de trabalho; aos
compromissos assumidos na obra do Senhor.

• Não é fácil permanecer fiel em tempos espiritual e


moralmente difíceis como os atuais, preditos em 2 Tm
3.1-5; 1 Tm4.1;Lc 17.26-30;32;18.8b.

5- O desafio "da capacidade do professor: "que sejam


idôneos" (2 Tm 2.2)

• Isto é qualificado; competentes; preparados;


experientes.
• Idôneos na vida espiritual; no procedimento; no
comportamento; nas dificuldades; na experiência
adquirida.

6 - O desafio de servir os outros, ensinando: "para


também" ensinarem os outros" (2 Tm 2.2).

• Servir na transmissão do ensino da Palavra.


"Que maneja bem a Palavra da verdade "(v. 15).
A transmissão da Palavra, de cabeça para cabeça,
alcança apenas a cabeça do ouvinte.
Transmissão, de coração preparado.
"Porque Esdras tinha preparado o seu coração para
buscar a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar
em Israel os seus estatutos e os seus direitos" (Ed7.10).
13

Transmissão para coração receptivo.


"E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de
púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos
ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse
atenta ao que Paulo dizia" (At 16.14).

7 - O desafio da pureza doutrinária do professor: "se


desviaram da verdade (v. 18).

"E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas"


2 Tm 4.4).
• Falsas doutrinas; falsos ensinos, como se fossem
verdadeiros.
• Os atuais "Movimentos" e "Igrejas" heterodoxos quanto
a fé e a doutrina cristã.

8 - O desafio: da santificação de vida do professor


"santificado e idôneo" (v.21).

• A santificação do crente é hoje nas igrejas modernistas


um assunto evitado, ultrapassado, antipático, antiquado,
esquecido.
Mas a mensagem de Deus não muda: "Segui a paz com
todos, e a santificação, sem qual ninguém verá o Senhor"
(Hb 12.14); "E o mesmo Deus de paz vos santifique em
tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5.23).
"É muito instrutivo e edificante que este múltiplo desafio
ao mestre na Palavra situe-se entre os versículos 1 e 3,
de 2 Timóteo cap. 2".
14

É que no v.1, o obreiro é retratado como "filho", e no v.3,


é retratado como "soldado". '

No trabalho do Senhor, o obreiro deve sempre reunir


as duas coisas.

a) Os objetivos da Educação Cristã na Igreja.

Nesta vida, qualquer empreendimento sem objetivos


definidos a atingir, virá ia enfrentar desânimo, encalhe,
recuo, estagnação, paralisação e por fim, fracasso.
Na obra de Deus, objetivo é a meta planejada traçada e
definida que se pretende alcançar pela fé em Deus, pela
oração perseverante, e por uma ação coordenada e posta
em pratica pelos obreiros responsáveis.
São três os objetivos "gerais da educação" cristã na
Escola Dominical:
- Objetivos bíblicos permanentes
- Objetivos da lição bíblica semanal
- Objetivos permanentes do professor da classe

b) Objetivos bíblicos permanentes

1) Conhecimento da Bíblia como a Palavra de Deus


" E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" Jo
8.32; (Sl 119.105; 2Pe 3.18;1.19).
2) Salvação do aluno: "Pelo que, rejeitando toda
imundícia e acúmulo de malícia, recebi com mansidão a
palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa
alma"(Tg 1.21; 1Pe 1.23; Sl 51.13; 2Tm 2.15 as Sagradas
Escrituras que podem fazer-te sábio para a salvação, pela
fé que há Cristo Jesus").
15

3) Crescimento espiritual do aluno

4) Mt 28.19. Crescimento pelo discipulado cristão.


"E, estando ele assentado no tribunal, sua mulher
mandou-lhe dizer: Não entres na questão desse justo,
porque num sonho muito sofri por causa dele"

1Pe 2.2,5 "vades crescendo"; "dois edificados"


"Desejai afetuosamente, como meninos novamente
nascido, o leite racional, não falsificado, para que, por
ele, vades crescendo," "Vós também, como pedras vivas,
sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para
oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por
Jesus Cristo.

Ef 4.15.16. "... cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,


Cristo" Do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo
auxilio de todas as juntas, segundo a justa operação de
cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação
em amor".

Crescendo também socialmente (1 Sm 2.26). "E o


jovem Samuel ia crescendo e fazia-se agradável, assim
para com o Senhor como também os homens".

c) Vida consagrada
(Mc 12.30; 1 Ts 5.23,24; Rm 12.1,2; Mt 16.24; Lc 5.11,28
"deixaram tudo e o seguiram".
Preparação do crente para o serviço do Senhor (2Tm
2.15; 3.16,17; 1Tm 3.8).
16

O preparo dos obreiros do A.T. (levitas, sacerdotes,


profetas; bem como o preparo dos discípulos e apóstolos
de Jesus, no A.T.

Renovação espiritual constantes (2 Co 4.16; Ef 5.18; Tt


3.5; Sl 92.10; 103.5; 119.25.) 2 Tm 1.6 " que despertes".

d) Objetivos da lição bíblica semanal


• Esses objetivos da lição bíblica semanal visam o aluno
da ED.
Em cada lição semanal da revista da ED, esses objetivos
são propostos com destaque ao aluno.
3. Objetivos permanentes do professor da classe

São objetivos permanentes do professor para


com seus alunos.
Esses objetivos são:
1) Que os alunos pela ação do Espírito Santo, aprendam
intelectivamente a lição bíblica ensinada na classe.
Este objetivo visa o poder intelectivo do aluno; a sua
cognição.

2) Que os alunos sintam da parte de Deus, algo em suas


aulas a mas, quanto ao que aprenderam da lição e que
tomem atitudes pondo em prática os ensinos da lição.

Este objetivo visa o poder afetivo do aluno; sua


afetividade.

3) Que os alunos pratiquem, pelo poder de Deus, o que


aprenderam da lição bíblica semanal.
17

Este objetivo visa o poder volitivo do aluno; a sua


vontade. Visa a mudança de conduta do aluno para
melhor, segundo a Palavra de Deus.
18

IV. DESAFIOS À EDUCAÇÃO CRISTÃ


NESTES ÚLTIMOS DIAS

Avisos da Palavra de Deus sobre a precaução da Igreja


ante os males dos últimos dias contra ela: "E também
houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá
falsos doutores, que introduzirão encobertamente
heresias de perdição e negarão as suas dissoluções, pelos
quais será blasfemado o caminho da verdade" (2Pe 2.1,2);
2Tm 3.1-5; At 20.20; e "mas o Espírito expressamente diz
que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé,
dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de
demônios" (1Tm 4.1).

1. O desafio a derrocada dos alicerces espirituais,


morais e sociais por toda parte.
SM 1.3 " verdade, que já os fundamentos se
transformam; que pode fazer o justo?
Alguns desses alicerces ou fundamentos:

• O alicerce da fé em Cristo (Lc 18.8).


19

"Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando,


porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na
terra"?

• O alicerce da doutrina cristã segundo a Bíblia (Tt 2.7).


"Porque convém que o bispo seja irrepreensível como
despenseiro da casa de Deus" Cuidemos primeiro da fé
(Rm 1. 17b)", mas igualmente da doutrina, como está
revelado em 1 Timóteo 4.6. "Propondo estas coisas aos
irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo criado com
as palavras de fé e boa doutrina que tens seguido.

• O alicerce da santidade; da retidão; da justiça; do


direito; da integridade; da honestidade (Hb 12.14; 2 Co
7.1).
"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor".

• O alicerce da preservação das convicções bíblicas e


cristãs, primeiro quando ao Senhor Jesus Cristo. "Por
cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho,
porque eu sei em quem tenho e estou certo de que é
poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia" (2
Tm 1.12 "porque eu sei em quem tenho crido"; não em
que tenho crido.

2. O desafio da ortodoxia bíblica e cristã do próprio


ensinador.
1 Co 4.6 " aprendais a não ir além do que está escrito".
"E eu, irmãos, apliquei essas coisas por semelhança, a
mim e a Apoio, por amor de vós, para que, em nós,
aprendais a não ir além do que está escrito, não vos
ensoberbecendo a favor de um contra outro".
20

3. O desafio do relativismo moral, humanista e


filosófico, hoje presente por toda parte, sem ser
notado, nem contestado.
O relativismo infiltra-se hoje no lar, na escola, na igreja,
nas profissões, no Governo em geral, na administração
pública e privada, e na vida relacional do indivíduo.
Relativismo é uma teoria moral filosófica afirmando:
(1) Que tudo na vida é contextuai;
(2) Que tudo é relativo e variável;
(3) Que tudo depende dos fins em vista;
(4) Que nada nesta vida é absoluto.
(Isto é, as realidades morais, éticas) cristãs científicas
etc., variam conforme a época, o lugar, a finalidade e o
povo.)'
3. O desafio do constante surgimento de movimentos
religiosos heterodoxos quanto a fé e a doutrinas
cristãs, segundo a Bíblia.
É o secularismo dentro da igreja, que na linguagem
prática é o mundanismo no viver diário dos membros da
igreja.
Não estamos falando de contextualização no sentido de
adequação da igreja aos recursos da moderna tecnologia;
a modernidade. Não. Estamos falando da absorção pela
igreja, da filosofia de vida do mundo incrédulo, sem
Deus.
21

V. ALERTAS AO MESTRE CRISTÃO

Mestres, doutores, teólogos, escritores, professores e


filósofos da Igreja têm causado quase todas as
divergências, cisões, lutas e diversões na Igreja, desde os
primeiros séculos.

O Educador cristão precisa tomar cuidado com isso, para


ele não ser mais desses.

1. A Palavra de Deus adverte aos que sabem: "a


ciência incha"
Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos,
sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o
amor edifica (1 Co 8.1).1 A ciência significando o
conhecimento, o saber.

O mestre cristão, bem como outras pessoas da igreja,


dotadas de conhecimento sistemático têm uma forte
22

tendência para o orgulho, a presunção, a auto- -


suficiência e a autodependência.
O educador cristão precisa sempre tomar cuidado com
isso.

2. O mestre cristão precisa sempre lembrar-se que


ciência (=conhecimento) não é exatamente o mesmo
que sabedoria.
• Moisés, no princípio, era "instruído em toda a ciência
dos egípcios" (At 7.22), conteúdo segundo o relato Êx
18.12-27, fa1tou-1he sabedoria para liderar e cuidar do
povo de Deus junto ao Monte Sinai.
Essa sua falta de sabedoria abrangia: local, modo, e
horário de atendimento ao povo, e também sabedoria
quanto a auxiliares necessários ao atendimento ao povo.
• O mestre cristão precisa saber que, conforme a profecia
de Daniel neste “tempo do fim" haverá multiplicação da
ciência, e da tecnologia, mas não multiplicação da
sabedoria.

"E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao
fim do tempo; muitos correrão de uma parte para a
outra, e a ciência se multiplicará" (Dn12.4)”.

3. O educador cristão, não deve jamais prescindir do


poder de Deus na sua vida e no seu ministério
Nesse sentido, o exemplo de Jesus ao ensinar: Lc 5.17;
Mt 7.29; Lc 6.6-10. Jesus estava ensinando nos casos
aqui mencionados, mas o poder de Deus estava bem
presente para operar entre os ouvintes.
23

VI. O EDUCADOR CRISTÃO DEVE


SEGUIR OS PASSOS DE JESUS TAMBÉM.
1. O mestre refletir
devidamente no que afirmou
Jesus em João 8.

Não é o conhecimento da verdade


divina que liberta, e sim a própria
verdade, que é Jesus. "Disse-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida. Ninguém vem
ao Pai senão por mim (Jo 14.6).
O conhecimento da verdade divina e um meio de
conduzir-nos a ela. Ha muitos que conhecem a verdade
bíblica, mas vivem confusos dominados pelo mal.

Jesus mesmo é que é a Verdade que liberta.


"O Mestre Cristão não deve perder de vista este fato".

2. O mestre cristão, certamente já observou que em


muitas igrejas da atualidade, quase tudo é "light".
Evite entrar: por este caminho de falsa liberdade (2 Pe
2.19). "Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos
servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido,
do tal faz-se também servo"
Trata-se dei modernismo religioso; modernismo
espiritual.
É doutrina Light"; vida cristã "light"; ora ç ao "light";
porte pessoal "light"; pastor "light"; templo "light"; música
"light" etc.
24

O Mestre Cristão deve precaver-se para também não ser á


"light".
25

VII. QUATRO PERGUNTAS PARA OS


PROFESSORES DE ESCOLA DOMINICAL

As
respostas das quatro perguntas devem servir de
conscientização e motivação, para que o professor de
Escola Dominical se prepare bem, a fim de dar o seu
melhor diante de sua classe.

1. Por que eu Ensino?


Essa é uma pergunta que todo professor da Escola
Dominical, ou que aspira sê-lo, precisa fazer. Ela leva à
26

uma reflexão, a uma autoanálise esclarecedora, pois, com


toda a certeza, desencadeará outras.

"Ensino eu, por que há falta de professores?"; "Ensino,


por que o pastor me nomeou professor e eu não quis
desagradá-lo?"; "Ensino, por que é minha obrigação?";
"Ensino por que desejo ocupar um cargo na igreja?"

"Ou será que ensino, por que desejo repartir os talentos


que o Senhor me confiou, e por que ardem em meu
coração as palavras do Senhor Jesus: "Portanto, ide,
ensinai...!" (Mt 28.19)?

A motivação existente no coração do professor está


diretamente associada ao seu comportamento perante
seus alunos, ao modo como prepara suas lições, ao seu
relacionamento com os colegas, à fidelidade de sua
missão e ao êxito que possa ter no exercício de seu
ministério.

A tarefa do professor da Escola Dominical, muito mais do


que aquela que é desenvolvida pelos que trabalham nas
escolas seculares, está ligada à educação. O professor da
Escola Dominical é mais um educador do que
propriamente um professor. A diferença entre os dois é
que o educador sabe que tem uma missão a cumprir.

Evidentemente que, como também acontece no ensino


secular, existem muitos professores que são também
educadores. Entretanto, tal fato na Escola Dominical não
deve ser uma possibilidade. Deve ser uma condição.
27

Para cumprir sua missão, cada professor precisa


conscientizar-se de que sua tarefa é bem mais ampla do
que possa imaginar. Deve saber que estará ensinando
durante sete dias da semana, através de seu exemplo
pessoal. Aquilo que disser aos seus alunos no sétimo dia
deve condizer com o que viveu durante os seis primeiros.

De outra forma, sua aula correrá o risco de se


assemelhar ao movimento de uma máquina de moer café,
sem o referido grão. Fará muito barulho, mas não haverá
pó algum saindo pelo tubo, pois não há produto para ser
triturado.

A missão de ensinar exige abnegação, carinho, cuidado,


preparo e, principalmente, amor. Que cada professor,
com a ajuda do Senhor, possa cuidar para não ser
apenas "como o metal que soa ou como o címbalo que
retine" (1 Co 13.1).

2. O que ensinarei?
Para o professor da Escola Dominical não pode haver
outra resposta senão: "Ensinarei a Bíblia, a Palavra de
Deus". Naturalmente que a aula deverá ser enriquecida
com exemplos, ilustrações, comparações, etc., que a
tornem dinâmica e interessante.
O professor deverá também estar familiarizado com a
história, a geografia e os costumes dos tempos bíblicos;
mas a essência, o resultado último visado, deve ser o
ensino da Palavra de Deus pois é Ela o rio cristalino que
irriga as mentes adormecidas na ignorância
transformando a vida do ser humano em correntes de
28

águas fluidas, aptas também a levar a semente do


Evangelho ao mundo.

"Não é a minha palavra como fogo, diz o Senhor, e como


um martelo que esmiúça a pedra?" (Jr 23.29).

O professor da Escola Dominical deve estar consciente de


que a matéria que ministra é a mais sublime que existe.
Enquanto as matérias seculares, conquanto importantes
e necessárias para o desenvolvimento intelectual, estão
restritas à existência neste mundo, a Bíblia Sagrada
transcende esta vida e desvenda, para o homem, o plano
da salvação e o destino eterno de sua alma.

Ensinar a Bíblia constitui, portanto, mais do que um


dever; é um privilégio confiado, de maneira toda especial,
ao professor da Escola Dominical.

3. Como Ensinarei?
Eis aqui uma pergunta que merece toda a atenção por
parte do professor da Escola Dominical.
Já vimos que, para ocorrer o aprendizado, é necessário
que a mente do aluno esteja predisposta a aprender. O
ser humano é dotado de cinco sentidos naturais: visão,
audição, tato, olfato e paladar. O professor deve perceber
quais desses sentidos recebem e retêm melhor (em
função das circunstâncias) as verdades ensinadas, e
como fazer para atingi-los, em benefício da aprendizagem.

Há professores que não ensinam, mas, virtualmente,


apenas falam em frente a grupo de alunos. Suas classes,
como consequência, ao invés de crescer, diminuem.
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É de importância fundamental estar consciente de que,


no "COMO ENSINAR", se incluem, antes de mais nada, a
oração, o preparo cuidadoso da lição e o cultivo de uma
íntima comunhão com Deus, através de sua Palavra.

Todavia, o professor precisa conhecer as diversas


maneiras de ensinar e como fazer uso delas, levando em
conta os diversos fatores ligados ao processo de
comunicação humana.

No "COMO ENSINAR", é de relevância também considerar


qual a postura ou o papel que se assume perante os
alunos. Uma postura arrogante influirá negativamente no
ensino; uma postura amigável influirá positivamente, e
assim por diante.

Relevantes também, são fatores tais como: eloquência,


entusiasmo, desprendimento e outros, alguns dos quais
estudaremos em capítulos subsequentes.

4. A quem ensinarei?
Em Deuteronômio 31.12 encontramos estas palavras:
"Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos, e os
estrangeiros que estão dentro de vossas portas, para que
ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e
tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei".

O professor deve ter em mente QUEM será o alvo de seus


ensinamentos. A responsabilidade de Deus, dada aos
israelitas, envolvia ensinar homens, mulheres,
pequeninos e estrangeiros. A responsabilidade do
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professor da Escola Dominical envolve também conhecer


QUEM são seus alunos.

São crianças? São adultos? São jovens? Cada grupo tem


suas características e interesses particulares e quem os
ensina deve estar adestrado para a sua situação
específica. Isso será de enorme valia no êxito de seus
ensinamentos.
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VIII. CARACTERÍSTICAS QUE UM


PROFESSOR DE EB DEVE TER EM
RELAÇÃO AOS SEUS ALUNOS

Bom, a princípio, a característica que mais aprecio não


só em relação a professores, mas também a todos, é a
sabedoria. Se lermos o livro de provérbios, veremos que a
sabedoria é o que nos dá respostas para qualquer
situação da vida, seja você professor, líder, pai ou mãe,
filho, amigo, ou simplesmente alguém que quer andar de
acordo com o que Deus quer. A sabedoria pode se abrir
em alguns leques.

1. AS CARACTERÍSTICAS QUE PODEMOS REQUERER


DE UM PROFESSOR SÃO:

1.1. Percepção clara.


O professor deve perceber e aprender todo dia, captar as
coisas com inteligência e perspicácia, compreender mais
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sobre o que ensina e sobre tudo o que está ligado ao


ambiente da sala de aula. Através da percepção, as
capacidades analíticas do professor se desenvolvem.

1.2. Boa harmonia com os alunos.


Não adianta ter percepção se não souber usá-la e manter
um ambiente dentro do controle. O professor deve a cada
dia aprimorar mais sua inteligência intrapessoal e
emocional. Grande parte dos problemas da educação hoje
em dia surgiu lá atrás por falta desse importante fator.

1.3. Conhecimento estratégico, juntamente com


planejamento a longo prazo.
O professor deve se preparar para qualquer
eventualidade em toda situação, tanto sobre como vai dar
a aula e fazer o aluno entender quanto a qualquer
problema que houver em sala de aula. Ele deve ser
proativo, prudente, minucioso, estar passos a frente dos
problemas. Tem que estudar e analisar minuciosamente
as situações, o aluno e o ambiente de sala de aula, aí sim
cumprir seu papel, sem nunca perder de vista a sua
posição no lugar onde exerce sua função. Lembre-se:
estratégia é analisar claramente uma situação difícil e
formular o melhor plano.

1. 4. Informação sobre o rendimento dos alunos.


O professor tem que saber quais os resultados obtidos de
suas aulas, se o aluno entendeu, de fato, o que lhe foi
passado, se sua linguagem está clara o suficiente para o
aluno ter entendido e colocar em prática os
ensinamentos. Essa característica é importante para o
próprio professor aprender com seus erros e não mais
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cometê-los. Lembrando que não aprendemos para saber


mais, e sim para errar menos.

1. 5. Capacidade de análise dos fatores humanos.


O professor deve usar de sinceridade para que seus
alunos aprendam com seus resultados, sejam eles
positivos ou negativos. Para isso, também deve agir com
benevolência, desejando o melhor e orando por eles,
simpatizando com eles e sabendo apreciar o engenho, o
dom dado por Deus e o esforço dos mesmos.

O professor sábio deve saber avaliar suas capacidades,


ser conveniente e flexível, para diante da oportunidade,
aproveitá-la sem atropelos e hesitações, sem ansiedade e
seguindo sempre um plano. Isso faz para evitar aceitar
qualquer informação como boa, evitando acreditar ora
nisso, ora naquilo, não permitindo assustar-se nem ao
entrar nem ao sair. Isso evitará que os alunos se
dispersem por qualquer caminho.

Conclusão
Essas são algumas virtudes do professor sábio. É devido
a elas que o aluno o considera respeitável e amado.
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Referências Bibliográficas
- Ayres, Antonio Tadeu, Como Tornar o Ensino Eficaz. 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1994.
- Rev. Ensinador Cristão, N° 64, 65,66 – CPAD
- Miquéias L. Nascimento – Revista Ensinador Cristão – N° 68, CPAD

Para mais estudos e auxílios para


professores da Escola Dominical:
Acesse:
www.sub-ebd.blogspot.com
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