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2º TRIMESTRE • 2018 • Nº 323

O evangelho
Estudos baseados na
Carta de Paulo aos Gálatas
Missão daEscolaBíblica
TRANSFORMAR
AS PESSOAS EM
DISCÍPULAS DE
CRISTO, ATRAVÉS
DO ENSINO
E DA PRÁTICA
DA PALAVRA
DE DEUS
Copyright © 2018 – Igreja Adventista da Promessa
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha


Conselho Editorial Hermes Pereira Brito
Magno Batista da Silva
José Lima de Farias Filho
Osmar Pedro da Silva
Otoniel Alves de Oliveira
Gilberto Fernandes Coelho
João Leonardo Júnior

EXPEDIENTE

Redação Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro


Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544
www.portaliap.com.br • secretariaiap@terra.com.br

Redação e preparação Alan Pereira Rocha


de originais Andrei Sampaio Soares
Eleilton William de Souza Freitas
Eudoxiana Canto Melo
Jailton Sousa Silva
Kassio Passos Lopes
Luis Eduardo Nunes
Mateus Almeida
Silvio Gonçalves
Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo
Seleção de hinos Maristela Montanheiro de Paula
Leituras diárias Jailton Sousa Silva
Momentos Missionários José Lima de Farias Filho
Horário de pôr do sol Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da USP – http://goo.gl/lblYYG
Plano de leitura Sociedade Bíblica do Brasil
anual da Bíblia – http://goo.gl/cdKRSw
Projeto Gráfico Marcorélio Cordeiro Murta
Editoração e capa Farol Editora
Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima
Fone: (11) 2955-5141
Assinaturas Informações na página 112
Impressão Hawaii Gráfica e Editora – São Caetano do Sul, SP
O evangelho
Estudos baseados na
Carta de Paulo aos Gálatas

SUMÁRIO

Apresentação .................................................. 5
1 A essência do evangelho .................................. 8
2 A defesa do evangelho ................................... 15
3 A origem do evangelho .................................. 22
4 A justiça do evangelho .................................... 30
5 O desprezo ao evangelho ............................... 38
6 O papel da lei no evangelho........................... 45
7 O pastor e o evangelho .................................. 53
8 A liberdade do evangelho .............................. 61
9 O legalismo e o evangelho ............................. 69
10 O caráter do evangelho .................................. 77
11 O próximo e o evangelho ............................... 84
12 As marcas do evangelho ................................. 92

13º sábado – estudo especial .....................99


13 Intensificação de dons e milagres ................. 100

Bibliografia .................................................. 108


ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO


Gênesis Gn Mateus Mt
Êxodo Ex Marcos Mc
Levítico Lv Lucas Lc
Números Nm João Jo
Deuteronômio Dt Atos At
Josué Js Romanos Rm
Juízes Jz 1 Coríntios 1 Co
Rute Rt 2 Coríntios 2 Co
1 Samuel 1 Sm Gálatas Gl
2 Samuel 2 Sm Efésios Ef
1 Reis 1 Rs Filipenses Fp
2 Reis 2 Rs Colossenses Cl
1 Crônicas 1 Cr 1 Tessalonicenses 1 Ts
2 Crônicas 2 Cr 2 Tessalonicenses 2 Ts
Esdras Ed 1 Timóteo 1 Tm
Neemias Ne 2 Timóteo 2 Tm
Ester Et Tito Tt
Jó Jó Filemon Fm
Salmos Sl Hebreus Hb
Provérbios Pv Tiago Tg
Eclesiastes Ec 1 Pedro 1 Pe
Cantares Ct 2 Pedro 2 Pe
Isaías Is 1 João 1 Jo
Jeremias Jr 2 João 2 Jo
Lamentações Lm 3 João 3 Jo
Ezequiel Ez Judas Jd
Daniel Dn Apocalipse Ap
Oséias Os
Joel Jl
Amós Am ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES
E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS
Obadias Ob
NAS LIÇÕES
Jonas Jn
Miquéias Mq AM A Mensagem
Naum Na ARA Almeida Revista e Atualizada
Habacuque Hc ARC Almeida Revista e Corrigida
Sofonias Sf AS21 Almeida Século 21
Ageu Ag ECA Edição Contemporânea de Almeida
NVI Nova Versão Internacional
Zacarias Zc
KJA King James Atualizada
Malaquias Ml
BV Bíblia Viva
NBV Nova Bíblia Viva
BJ Bíblia de Jerusalém
TEB Tradução Ecumênica da Bíblia
NTLH Nova Tradução na Ling. de Hoje

4 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


Apresentação
Neste trimestre, vamos estudar a Carta aos
Gálatas. Esta não é uma carta qualquer. Para
que você tenha uma ideia, sua leitura e com-
preensão foram decisivas para que a Reforma
Protestante acontecesse. A carta ajudou Mar-
tinho Lutero a entender a doutrina da justifi-
cação pela fé e a salvação pela graça, que o fez romper com a Igreja Ca-
tólica Romana. O pai da Reforma a considerava o melhor livro da Bíblia.1
O autor de Gálatas foi o apóstolo Paulo (cf. Gl 1:1, 5:2). A carta “é uma
defesa breve e poderosa do evangelho como Paulo o pregava”.2 Era, na
verdade, uma carta circular, direcionada às igrejas da região da Galácia,
que foram plantadas por ele, nas cidades de Antioquia da Pisídia, Icônio,
Listra e Derbe. Essas igrejas, pouco tempo depois de serem plantadas,
haviam sido invadidas por falsos mestres, os judaizantes, que estavam pre-
gando “outro evangelho”, negando questões fundamentais da fé cristã.
Cremos que o mais provável é que Paulo tenha ecrito Gálatas após a
primeira viagem missionária, quando plantou as igrejas na Galácia (cf. At
13 e 14), e antes do Concílio de Jerusalém, descrito em Atos 15, quando
se refutou, definitivamente, a doutrina judaizante na igreja. Sendo assim,
foi escrita em 49 d.C., no intervalo entre as duas primeiras viagens missio-
nárias, enquanto Paulo esteve em Antioquia (cf. At 14:26-28).3
O propósito de Paulo, ao escrever Gálatas, foi combater a influência
judaizante nas igrejas da Galácia. Tudo indica que os judaizantes eram
judeus que, antes, haviam sido fariseus e que, depois de aceitar a fé,
queriam implantar na igreja um sistema legalista, semelhante à proposta
farisaica (cf. At 15:5). Eles negavam a suficiência da graça para a salvação.
Diziam que, para alguém ser considerado um cristão de verdade, não bas-

1. Hendriksen (2009:11)
2. Richards (2008:395)
3. Wilkinson (2000:425)

www.portaliap.org | 5
tava crer no sacrifício de Cristo: era também necessário obedecer toda a
Lei de Moisés, principalmente, o que se refere à prática da circuncisão e à
participação nas festas judaicas, incluindo os sacrifícios de animais.
Os primeiros cristãos não conseguiram enxergar, logo de cara, o perigo
do pensamento judaizante. De acordo com Gundry,4 muitos dos primei-
ros cristãos, por serem judeus, em grande medida, continuaram a viver
segundo os moldes judaicos, circuncidando seus filhos, frequentando a
sinagoga e o templo, oferecendo holocaustos, observando os rituais de
purificação e mantendo-se socialmente afastados dos gentios. Mas com o
passar dos dias, foram entendendo, mais claramente, que a Nova Aliança
em Cristo havia começado.
O que fez impulsionar essa mudança de entendimento foi a chegada dos
não judeus à igreja, especialmente, por intermédio do ministério de Paulo.
Contudo, os mestres judaizantes insistiam nas práticas da Antiga Aliança.
Diziam que, para os gentios serem “cristãos de verdade”, precisavam, an-
tes, tornar-se judeus. Insistiam na questão da circuncisão porque isso apon-
tava para uma identidade racial. Ao circuncidar-se, um homem tornava-se
um judeu prosélito, isto é, alguém convertido ao judaísmo. Assim, obriga-
va-se a cumprir todos os deveres cerimoniais e obrigações civis do povo
judeu. Em suma, para uma pessoa ser considerada justa e ser aceita diante
de Deus, precisava guardar a lei cerimonial e cumprir a lei civil de Israel.
Paulo via esses judeus legalistas como “falsos irmãos”, que estavam
pervertendo o evangelho e perturbando a igreja de Cristo (Gl 1:7). Por sua
vez, eles o viam como uma ameaça as suas intenções. Assim, para afirmar
suas teses, procuravam minimizar a autoridade apostólica de Paulo, dizen-
do que ele era inferior aos outros apóstolos, que o evangelho dele era in-
completo e diferente do que era pregado pelos apóstolos, em Jerusalém.
Diante disso, Paulo escreveu a carta para defender seu apostolado,
mas, sobretudo, para defender o evangelho de Cristo. Em Gálatas, Pau-
lo explica que os rituais da lei judaica e as tradições defendidas pelos
fariseus eram um jugo insuportável, comparado a uma escravidão. Os
cristãos gálatas haviam sido libertos pelo evangelho; contudo, estavam
voltando àquela servidão. É por isso que essa epístola paulina é chamada
de “A Carta Magna da Liberdade Cristã”. Por ser um manifesto de Paulo
a respeito da justificação pela fé e da liberdade que esta produz.5

4. (2008:430)
5. Wilkinson (2000:424)

6 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018

http://portaliap.org/wp-content/uploads/2018/03/LB323_13.mp3 https://goo.gl/w18KED
A justificação pela fé “é o ato pelo qual Deus declara justo em Jesus
Cristo o pecador que nele crê”.6 Em Gálatas, para acabar, de uma vez por
todas, com os argumentos judaizantes, Paulo explica que a justificação é
sempre pela fé, nunca pelas obras. Isso significa que ninguém pode gabar-
-se de seus próprios atos, diante de Deus, dizendo-se justo ou plenamente
fiel à lei. Dizer que alguém é salvo ou justificado pela lei, como diziam os
judaizantes, equivale a dizer que este seja capaz, por força própria, de
cumprir de forma plena as exigências da lei. Isso é impossível. Somos sal-
vos por causa dos méritos de Cristo, não por causa de nossas obras.
Claro que a questão levantada pelos judaizantes era a necessidade de
observar as leis cerimonial e civil, para obter a salvação. Todavia, ao tratar
sobre a justificação pela fé, Paulo vai além, mostrando que nem mesmo
os preceitos da lei moral são capazes de nos salvar. Pensar diferente disso
é perverter o sentido e o propósito real da lei. Ela nunca teve e nunca
terá o papel de nos justificar ou nos salvar, no sentido de sermos aceitos
diante de Deus. O que nos salva é o sangue de Jesus. Então, qual é papel
da lei? É mostrar nosso pecado e nos conduzir a Cristo.
Sabemos que as leis cerimonial e civil tiveram o seu fim na da cruz; porém, a
lei moral é eterna. Hoje, nós obedecemos a esta lei pelo poder do Espírito San-
to, não por nossa capacidade; não para sermos salvos, mas porque já somos
salvos. Paulo, ao escrever Gálatas, não é contra a lei de Deus, pois a justificação
pela fé não é uma liberação para o cristão viver em pecado (cf. Gl 2:17). O que
ele combate é o legalismo, ou seja, a crença de que é possível a pessoa ser
salva pelos próprios esforços, usando a lei como meio de justificação.
Estudar Gálatas, nesta série de Lições Bíblicas, nos ajudará a fortalecer e
aprofundar nossa compreensão sobre a justificação pela fé e o evangelho
da graça de Deus. Entenderemos melhor que não somos justificados pela
lei, ou seja, não somos aceitos diante de Deus por nossas obras, mas por
causa de Cristo. Os estudos nos servirão como antídoto contra o legalismo
e nos desafiarão a viver a nova vida em Cristo, pois a doutrina da salvação
pela graça não é uma abertura para a libertinagem ou para uma vida sem lei,
mas, sim, um convite à santidade por meio do Espírito Santo e seus frutos.

Pr. Alan Pereira Rocha


Diretor do Departamento de Educação Cristã

6. Wiersbe (2006:908)

www.portaliap.org | 7
7 DE ABRIL DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 82 | HBJ 74 • Final: BJ 194 | HBJ 76

1
A essência
do evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Refletir com o estudante Em obediência à vontade do nosso Deus e Pai,
das Escrituras sobre a
essência do evangelho Cristo se entregou para ser morto a fim de tirar os
de Cristo, à luz da nossos pecados e assim nos livrar deste mundo
Carta aos Gálatas,
especificamente os seus mau. A Deus seja a glória para todo o sempre!
versículos introdutórios. Amém! (Gl 1:4-5)

INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 01/04 At 13:13-15 Com a graça de Deus, estamos iniciando mais
S 02/04 At 13:16-41
uma série de lições bíblicas. Desta vez, a lição será
T 03/04 At 13:42-52
sobre a carta de Paulo aos Gálatas, um dos livros
Q 04/04 At 14:1-24
Q 05/04 1Co 1:17-18 mais impressionantes já escritos pelo apóstolo, por-
S 06/04 Gl 1:1-5 que mexe com toda a nossa compreensão sobre o
S 07/04 Ef 2:16-18 que é ser cristão. O título geral da série é: O evange-
lho que liberta: estudos baseados na carta de Paulo
aos Gálatas. Neste primeiro estudo, trataremos de
algumas informações introdutórias sobre a carta,
com base nos seus primeiros versículos (Gl 1:1-5).
PÔR DO SOL Neste pequeno trecho, Paulo já introduz sua visão
Sexta-feira, 06/04 – 18h01 sobre o evangelho que percorrerá toda a carta.
Sábado, 07/07 – 18h00

I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA


Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão.

Na carta aos Gálatas, Paulo escancara o evange-


lho diante de nós e mostra que não é uma mensa-
gem para não convertidos, tão somente, mas “é a
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. maneira pela qual se vive na condição de participan-
te do reino”.1 Os gálatas, já cristãos, são convocados

1. Keller (2015:9)

Ou acesse goo.gl/U5izdo 8 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


a viver as implicações do evangelho nação aparece para outros cristãos,
para as suas vidas, no decorrer de tem um sentido diferente, de missio-
toda a carta. Vejamos como o após- nários itinerantes, enviados para pre-
tolo inicia essa fantástica obra. gar o evangelho em vários lugares.
1. O autor da carta: Estas são as 2. Os destinatários da carta:
primeiras palavras da Carta aos Gála- Paulo escreve sua carta às igrejas
tas: Paulo, apóstolo, não da parte de da Galácia (Gl 1:2b). Observe que a
homens, nem por meio de homem palavra igreja está no plural. A car-
algum (Gl 1:1a). Não temos dúvidas ta é direcionada para um grupo de
de que o autor é Paulo, o apóstolo igrejas, não apenas para uma. Isso
aos gentios. Ele inicia a carta apre- porque o termo “Galácia” designa
sentando suas credenciais, talvez, uma região geográfica. As igrejas
porque sua autoridade estivesse em questão são aquelas que foram
sendo questionada por aqueles que plantadas pelo apóstolo durante
estavam pervertendo o evangelho sua primeira viagem missionária.
entre os seus destinatários. A descrição da primeira viagem
Paulo deixa claro que é “apósto- missionária de Paulo está em Atos
lo”. Ele usa esta palavra no sentido 13-14. Ele foi acompanhado por Bar-
oficial (para designar seu ofício) e nabé e João Marcos (durante um pe-
restrito ao grupo daqueles que fo- ríodo). A viagem começou por volta
ram chamados por Jesus, aos quais do ano 47 d.C., durou, aproximada-
ele “deu a autoridade e a missão mente, 18 meses e terminou por vol-
de lançar os fundamentos de igre- ta do ano 48 d.C. Durante esse tem-
ja cristã e de edificá-la”.2 Os após- po, eles plantaram igrejas e deixaram
tolos receberam seu chamado e lideranças estabelecidas (At 14:23).
comissão diretamente do próprio Após essa viagem missionária,
Jesus. Não foram ordenados por Paulo e Banabé voltaram para An-
meio de outros ministros humanos, tioquia da Síria, à igreja que os ti-
nem por meio da eleição na igreja. nha enviado ao campo missionário,
O apóstolo dos gentios afirma que para relatar tudo o que Deus havia
foi comissionado pelo próprio Jesus feito (At 14:26-27). É possível que,
Cristo e por Deus, o Pai. No Novo dali, perto do ano 50 a.C., antes do
Testamento, só os doze e o apósto- Concílio de Jerusalém (At 15), Pau-
lo Paulo faziam parte dessa categoria lo tenha escrito a carta aos Gálatas:
única de oficiais. Quando essa desig- a primeira de suas cartas. A Bíblia
diz que ele e Barnabé ficaram ali
muito tempo com os discípulos (At
2. Lopes (2016:20) 14:28). Durante o espaço de tempo

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que engloba a expressão “muito ele; nossos pecados foram perdoa-
tempo”, a carta foi produzida. dos e não precisamos temer a con-
3. A saudação da carta: Como denação. Podemos desfrutar da
de costume, e seguindo o padrão amizade com Deus, sem temor. Só
das cartas da época, Paulo faz uma quem recebeu o favor imerecido
saudação aos seus leitores: Graça de Deus pode desfrutar dessa paz.
a vós e paz da parte de Deus nos- As fontes dessa graça e dessa paz
so Pai e do Senhor Jesus Cristo (Gl não são as nossas obras.
1:3). Essa saudação cristã é carrega- 4. A essência da carta: Por que
da de significado e, principalmente, Paulo escreveu a carta? Conforme já
naquele contexto, era muitíssimo temos afirmado, alguns falsos mes-
importante, visto que falsos mestres tres estavam tentando desencami-
judaizantes3 haviam visitado aquelas nhar as igrejas da região da Galácia,
igrejas, pregando um evangelho di- pregando outro evangelho, negan-
ferente, portanto, falso. do a suficiência da graça para a sal-
O apóstolo deseja que a graça vação. Em síntese, defendiam que
seja sobre eles. A graça é o favor o sacrifício de Jesus era importante,
imerecido e espontâneo de Deus mas não suficiente para a salvação.
aos pecadores, que mereciam cas- Os cristãos precisavam obedecer à
tigo, por causa dos seus pecados. lei mosaica para serem salvos.
Ela mostra o que Deus fez e faz; as- Exatamente por causa dessa
sim, “elimina qualquer coisa que os pregação distorcida, Paulo diz que
homens possam fazer”.4 Os falsos eles pregavam “outro evangelho”.
mestres estavam ensinando que os É impossível modificarmos ou fa-
cristãos precisavam de algo a mais, zermos acréscimos à mensagem
além de Cristo, para serem salvos. do evangelho, “sem que altere-
Os falsos mestres não entendiam a
mos radicalmente o seu caráter”.5
mensagem do evangelho.
É exatamente por isso que, já em
Além da graça, Paulo menciona
suas palavras introdutórias, ele faz
a paz. A graça traz a paz verda-
um resumo da essência do evan-
deira, isto é, a reconciliação com
gelho, afirmando que Jesus Cristo
Deus. Agora, estamos em paz com
se entregou pelos nossos pecados
para nos livrar deste mundo mau,
3. Judeus cristãos que davam à lei mosaica
um peso maior do que ao evangelho. Tenta- segundo a vontade de nosso Deus
vam fazer com que os novos convertidos se e Pai (Gl 1:4).
submetessem às leis mosaicas para pode-
rem alcançar, de fato, a salvação.
4. Hunter at al (1996:25) 5. Stott (2007:24)

10 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


Nossos pecados precisavam de crifício na cruz. É a boa nova de
punição. Éramos governados pelo que, por meio de Jesus, Deus
mal, pelo pecado, pelo Diabo. Por está redimindo todas as coisas.
isso, Jesus se entregou por nós, O evangelho não é a mensagem
isto é, em nosso lugar, para quitar a sobre o que devemos fazer, mas
nossa dívida, pois nunca consegui- a boa nova sobre o que Deus fez
ríamos fazer isso por nós mesmos. por nós. Se isso é verdade mesmo,
Ele nos livrou porque éramos im- então, quem deve receber toda a
potentes e incapazes de fazer isso. glória pela salvação é Deus. Os
Estávamos perdidos. gálatas precisavam entender isso,
Em essência, o evangelho é a para não serem presas fáceis dos
mensagem sobre Jesus e seu sa- falsos mestres.

01. Quem é o autor da carta aos Gálatas? O que Paulo faz questão
de deixar claro sobre si mesmo, nas palavras introdutórias da carta?
Havia alguma razão para ele defender seu chamado? Leia Gl 1:1.

02. Após ler Gl 1:2, responda: Quem são os destinatários da carta


que estamos estudando? Quem plantou as igrejas que receberam a
carta? Quando ela foi escrita? Recorra também ao item 2.

03. O que podemos aprender com a saudação cristã, presente em Gl


1:3, que mostra quão equivocados estavam os falsos mestres? leia
também o item 3.

04. Em linhas gerais, defina o cerne da mensagem do evangelho,


à luz de Gl 1:4. Por que iniciar a carta dessa maneira? Que tipo de
ensino Paulo teria de combater, na carta aos Gálatas?

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II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Confiança em si mesmo é a essência do evangelho falso.


Se, por um lado, é importan- Nós, seres humanos, estamos
te desafiar os cristãos a buscarem em uma posição tão desespera-
cada dia mais santidade, por meio dora, por causa do pecado, que
da obediência à lei de Deus, como não podemos fazer nada para
expressão de seu amor a Deus, por nosso resgate. Exatamente por
outro, é importante alertá-los so- isso Jesus morreu por nós (Gl
bre o perigo de confiarem demais 2:21). Sendo assim, deixe de
em si mesmos para a salvação. Es- alimentar sentimentos de autos-
tejamos alertas! Nós “adoramos salvação. Deixe de confiar muito
ser nossos próprios salvadores”.6 em si mesmo. Junte-se ao após-
tolo Paulo para dar toda glória a
6. Keller, op. cit., p.17 Deus (Gl 1:5).

05. Em sua opinião, por que os cristãos possuem tanta dificuldade


em aceitar a mensagem da graça de Deus no evangelho?

2. Confiança na cruz de Cristo é a essência do evangelho real.


Os falsos mestres perversos mi- realizarmos outros sacrifícios para
nimizavam a obra de redenção, em nos redimirmos diante de Deus
razão de suas exigências. Entre- ou sermos aceitos por ele. Basta
tanto, Paulo a magnificava, dando o que Cristo fez! Se “ele morreu
glórias a Deus por todo o sempre. pelos nossos pecados, então Deus
Jesus levou o castigo merecido por está satisfeito”.7
nossos pecados. Se isso é verda-
de, então, não há necessidade de
7. Hunter et al, op. cit., p.26

12 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


Quando acrescentamos algo ao vrou do mundo mau (Gl 1:4). Fomos
que Cristo fez, estamos minimizando libertos, pelo evangelho, do sistema
o seu sacrifício. Nossa obediência mundano controlado por Satanás e
não é para sermos salvos, mas por- seus valores corrompidos. Somos li-
que fomos resgatados. Em resposta vres para servir a Deus. Fomos liber-
a essa boa nova do evangelho, de- tos pelo evangelho e devemos viver
vemos viver para Deus, que nos li- por ele, crendo no que Cristo fez.

06. Que atitudes podemos tomar que acabam minimizando o que


Cristo fez? Nosso esforço para obedecer a Deus deve ser encarado
como algo que fazemos para completar a salvação que Cristo iniciou?

DESAFIO DA SEMANA

Há quantos anos você é cristão? Qual a sua visão sobre o evangelho


de Cristo? Nosso desafio, nesta semana, será orar para que Deus nos
ajude a identificar se o nosso coração está confiando em alguma outra
coisa, se não na graça de Cristo para nossa salvação. Além disso, nesta
oração e em todas as suas orações, louve a Deus pelo evangelho, a
boa nova de que Jesus veio ao mundo morrer voluntariamente pelos
nossos pecados. Essa é a boa nova da redenção completa.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 01/04 Mt 25:31-46 Nm 32-34 Jó 2


Segunda-feira 02/04 Mt 26:1-25 Nm 35-36 Jó 3
Terça-feira 03/04 Mt 26:26-40 Dt 1-2 Jó 4
Quarta-feira 04/04 Mt 26:47-75 Dt 3-4 Jó 5
Quinta-feira 05/04 Mt 27:1-31 Dt 5-6 Jó 6
Sexta-feira 06/04 Mt 27:32-66 Dt 7-8 Jó 7
Sábado 07/04 Mt 28 Dt 9-10 Jó 8

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1

MOMENTO MISSIONÁRIO OS MISSIONÁRIOS DO CÉU E


DA TERRA

O propósito do livro de Atos, segundo o seu escritor, Lucas, é registrar não


somente tudo o que Jesus começou não só a fazer, mas a ensinar (At 1:1). Como
se sabe, Jesus é o missionário enviado do céu, por Deus Pai, para salvar os peca-
dores (Jo 17:18). Após ter ele morrido, ressuscitado, dado as últimas instruções a
seus discípulos e subido aos céus, enviou o outro missionário do céu, o Espírito
Santo (Jo 16:7-11). No livro de Atos, Lucas registra as ações desses dois missioná-
rios celestiais, a saber: os atos e ensinos de Jesus em carne e a continuidade dessa
missão salvadora, agora, pelo Espírito Santo, através dos missionários da Terra, os
apóstolos, com grande ênfase na ressurreição de Jesus, que se apresentou vivo,
com muitas e infalíveis provas (At 1:3).
A autêntica pregação do evangelho é feita em parceria entre os missionários
do céu e os missionários da Terra. Jesus, por meio do Espírito Santo, e a igreja são
os protagonistas do maior projeto de salvação do universo. Ele é a cabeça e ela é
o corpo. Juntos, formam um organismo espiritual suficientemente poderoso para L
vencer os principados e potestades da maldade deste mundo tenebroso. Satanás
e seus demônios atuam para a morte; Jesus e a igreja trabalham para a vida. E,
nesse embate espiritual titânico, os que vão sendo salvos, automaticamente, são
convocados para entrarem na batalha contra as forças do mal, tendo como alvo
arrebatar alguns do fogo destruidor (Jd 1:23). Se você, de fato, já creu em Jesus
e entregou a sua vida a ele, está convocado a pregar o evangelho aos não salvos.
Não se trata de um convite, mas de uma convocação! Portanto, não brinque com
coisa séria: Está na hora de você começar a cumprir a missão.

Seja um mantenedor dos projetos missionários:


Banco Bradesco | Agência 0099 | conta 281419-6
Convenção Geral das Igrejas Adventistas da Promessa Se
CNPJ: 62.678.412/0001-32 S
Basea
o

par

14 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


14 DE ABRIL DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 179 | HBJ 427 • Final: BJ 32 | HBJ 373

2
A defesa
do evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar ao estudante da Admira-me que estejais passando tão depressa
Bíblia a maneira utilizada
por Paulo para defender daquele que vos chamou na graça de Cristo para
o evangelho de Jesus, outro evangelho. (Gl 1:6)
distinguindo-o do falso
evangelho sustentado
pelos judaizantes.

INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 08/04 Rm 1:16-17 As coisas não estavam tranquilas nas igrejas da
S 09/04 Rm 2:12-17
Galácia. As notícias que o apóstolo recebera não
T 10/04 2Co 11:3-4
Q 11/04 Gl 1:6-10
eram animadoras. Paulo havia evangelizado os
Q 12/04 Ef 1:11-13 gálatas, que, alegremente, receberam a palavra
S 13/04 Fp 1:23-28 do evangelho. Depois que ele se foi, aparece-
S 14/04 2Pd 2:1-2 ram os mestres judaizantes,1 que contaminaram a
igreja com suas heresias. Aos poucos, o evange-
lho de Cristo estava perdendo espaço naquelas
comunidades e cabia ao apóstolo, com a ajuda
divina, tentar reverter esse quadro. Como fazer
PÔR DO SOL isso? Defendendo o evangelho verdadeiro e re-
Sexta-feira, 13/04 – 17h55 futando o falso.
Sábado, 14/04 – 17h54
Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão.
I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA

No texto de Gl 1:6-10, que será analisado neste


estudo, Paulo pretende esclarecer aos gálatas que
o evangelho que lhes fora pregado pelos mestres
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. judaizantes é falso. Ele o chama de outro evange-

1. Lopes (2011:11)

Ou acesse goo.gl/ssyXFk www.portaliap.org | 15


lho. Mas o que muito preocupa o diferente) e allos (outro da mesma
apóstolo é a adesão ao falso evan- substância). Com isso em mente, o
gelho por parte dos gálatas: Admi- apóstolo está afirmando que os fal-
ra-me que estejais passando tão sos mestres pregavam um evange-
depressa daquele que vos chamou lho heteros, de tipo diferente, não
na graça de Cristo para outro evan- um evangelho allos, do mesmo ti-
gelho (Gl 1:6). Logo, fez-se neces- po.3 Se não é da mesma substância
sária a distinção entre o verdadeiro do evangelho original, então, não
e o falso evangelho, como veremos serve para nos conduzir a Cristo;
a partir de agora. antes, tem o efeito contrário de nos
1. O evangelho falso: Esse ou- afastar dele.
tro evangelho, disseminado nas A terceira razão que comprova
igrejas da Gálacia é falso, inautênti- que o evangelho pregado pelos
co. Paulo apresenta algumas razões judaizantes é falso diz respeito aos
que comprovam isso aos gálatas. A agentes que o defendiam. Quais
as características desses ministros?
primeira refere-se à mensagem do
Paulo observa que eles perturba-
falso evangelho: estejais passando
vam a igreja (Gl 1:7). Era isso que
[...] para outro evangelho (Gl 1:6).
eles faziam, ao induzir os novos
Esse outro evangelho é o “das
crentes a deixarem o cristianismo
obras” anunciado pelos judaizan-
puro e simples para voltar ao ju-
tes,2 que negavam a necessidade
daísmo.4 Aqui, “perturbar” (gr. ta-
da fé em Jesus para a salvação. De
rasso) significa sacudir, agitar.
acordo com a mensagem desse
Esses agentes malignos causavam
evangelho, a salvação não ocorre
grande confusão nas congregações
por meio da fé em Jesus, mas por
gálatas, sacudindo-as e agitando-
meio das obras. Se não vos circun- -as em direção a um evangelho
cidardes segundo o costume de sem Cristo.
Moisés, não podeis ser salvos, di- Além de perturbar, os agentes
ziam os judaizantes. (At 15:1). do falso evangelho causavam per-
A segunda razão apresentada versão (Gl 1:7). Aqui, “perverter”
por Paulo é a natureza do falso (gr. metastrepsai) significa inverter.
evangelho: o qual não é outro (Gl Os judaizantes realmente estavam
1:7). Há duas palavras, na língua invertendo, virando o evangelho
grega, traduzidas por “outro”: he- de costas e de cabeça para bai-
teros (outro de outra substância,
3. ibidem, p.51
2. ibidem, p.50 4. Stott (2000:24)

16 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


xo.5 Mais do que isso, chamavam anjo vindo do céu vos pregue evan-
o verdadeiro evangelho de falso, gelho que vá além do que vos te-
substituindo-o por um destrutivo e mos pregado, seja anátema (Gl 1:8,
perigoso.6 Por isso, Paulo os cha- grifo nosso). Ninguém pode alterar
ma de anátema, malditos (Gl 1:9). o evangelho de Cristo. Os apósto-
Deus não aceita outro evangelho los não têm autoridade para tal.
e não faz vistas grossas aos que o O evangelho é imutável, pois
aceitam. Um dia, terão de prestar está acima dos exércitos angelicais:
contas perante o Senhor. ... ainda que (...) um anjo (Gl 1:8). É
2. O evangelho verdadeiro: Se certo que Deus jamais enviaria do
o evangelho disseminado pelos ju- céu um mensageiro com um segun-
daizantes é falso, qual é, então, o do evangelho. Tudo entre o céu e a
verdadeiro? O evangelho autêntico terra depende de que seja preser-
é o que os gálatas ouviram no início vado o evangelho único.7 Não há
de sua conversão e que lhes fora outro evangelho que seja poderoso
pregado pelo apóstolo Paulo. Ele para salvar quem crê (Rm 1:16).
é completamente o oposto do ou- O evangelho é imutável, pois está
tro evangelho. Sua autenticidade é acima dos falsos mestres: Assim,
comprovada por sua mensagem. como já dissemos, e agora repito,
O evangelho autêntico pregado se alguém vos prega evangelho que
por Paulo não diz que a salvação vá além daquele que recebestes,
é alcançada pelas obras, mas afir- seja anátema (Gl 1:9). Os gálatas
ma que é concedida pela graça, não deveriam aceitar os ensinos dos
mediante a fé na obra de Cristo judaizantes, pois todo aquele “que
consumada na cruz (Ef 2:8,9). Os distorcer o evangelho está debaixo
ritos cerimoniais são imperfeitos e da maldição divina”.8 Deus jamais
transitórios; o sacrifício de Jesus é abrirá mão de seus princípios.
perfeito e durável (cf. Cl 2:14; Hb A autenticidade do evangelho é
9:12). Não há caminho para Deus à comprovada por seus ministros. O
parte de Cristo (Jo 14:6). verdadeiro evangelho não é represen-
A autenticidade do evangelho é tado por qualquer um. Seus agentes
comprovada por sua natureza. Ele são honrados e fiéis e não são motiva-
não pode ser mudado, nem altera- dos por agradar os homens, mas por
do, porque está acima do pregador: servir a Cristo. Há credibilidade neles.
Mas, ainda que nós ou mesmo um De seus lábios, não saem perversão

5. idem 7. Pohl (1999 44)


6. Hendriksen (2009:56) 8. Lopes, op. cit., p.57

www.portaliap.org | 17
ou perturbação. Eles não bajulam. O possível seguir a ambos ao mes-
que lhes importa é manter a integri- mo tempo. Os gálatas precisavam
dade da Palavra de Cristo. fazer uma escolha, já que, agora,
No trecho de Gl 1:6-10, o após- haviam sido esclarecidos acerca da
tolo Paulo deixa nítida a distinção verdade. E não só eles: nós, cris-
entre o verdadeiro evangelho e o tãos da atualidade, não devemos
falso evangelho pregado pelos ju- nos afastar do evangelho verdadei-
daizantes. Eles são opostos em sua ro e inalterável, que nos conduz à
mensagem, em sua natureza e na graça salvadora de Jesus. Atente-
atuação de seus ministros. Não é mos para as aplicações a seguir.

01. Qual a mensagem do falso evangelho dos judaizantes?


Responda, com base em At 15:1 e no item 1.

02. Qual a natureza do falso evangelho e quais as características dos


seus agentes? Responda, após ler Gl 1:7 e o item 1.

03. Qual a mensagem do verdadeiro evangelho, pregado por Paulo?


Responda, com base em Ef 2:8,9 e no item 2.

04. Comente sobre a natureza e os ministros do verdadeiro


evangelho, com base em Gl 1:8-10 e no item 2.

18 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Para defender o evangelho, mantenha-se atento.


A surpresa do apóstolo Paulo é O cristão desatento pode ser fa-
nítida, em relação aos gálatas: Ad- cilmente enganado. Muitos foram os
mira-me que estejais passando tão que trocaram o evangelho da justifi-
depressa daquele que vos chamou cação pela fé por outro evangelho,
na graça de Cristo para outro evan- que sustenta a salvação pelas obras.
gelho (Gl 1:6). Ele percebeu que Cuidado! Jesus nos alerta: ... e nume-
os seus filhos na fé haviam dado rosos falsos profetas surgirão e en-
crédito aos falsos mestres, que os ganarão a muitos (Mt 24:11). Pedro
haviam convencido a seguir outro também avisa: ... surgirão entre você
evangelho; haviam se deixado levar falsos mestres. Estes introduzirão
pela perturbação e pela perversão secretamente heresias destruidoras,
dos judaizantes; não haviam ficado chegando a negar o Soberano que
atentos e vigilantes para combater os resgatou (2 Pd 2:1). Fique atento à
o falso evangelho e acabaram tor- verdadeira mensagem do evangelho
nando-se influenciados por ele. para combater os contradizentes.

05. Em sua opinião, que ações preventivas podem ser tomadas pela
igreja, no sentido de instigar e intensificar o cuidado contra o falso
evangelho? Comente com a classe.

2. Para defender o evangelho, mantenha-se fiel.


Em Gálatas, o evangelho de mas a Cristo. Pois, se agradasse
Jesus Cristo é brilhantemente de- ainda a homens, não seria servo de
fendido por um homem que não Cristo (Gl 1:10c). E porque era ser-
vende suas convicções. Paulo não vo de Cristo, Paulo repudiou o falso
é um caniço levado pelo vento; não evangelho dos judaizantes.
negocia a mensagem do Senhor. A Por ser fiel a Deus, Paulo de-
sua fidelidade não pertence aos fendeu e exaltou o evangelho
homens, mas a Deus. Ele não se verdadeiro. Mais do que isso, ele
curva aos inimigos do evangelho, o vivenciou até o fim de sua vida,

www.portaliap.org | 19
quando pôde afirmar: Combati o das boas novas instrumento de
bom combate, terminei a carreira, bajulação, mas de salvação. Hon-
guardei a fé (2 Tm 4:7). Deus nos remos o evangelho de Cristo com
chamou para sermos ministros de a seriedade de uma vida autêntica,
seu evangelho, mas precisamos procurando agradar aquele que
cultivar a fidelidade. Não façamos amorosamente deu a vida por nós.

06. Cite situações que podem estimular o abandono da fidelidade ao


evangelho. Como manter a integridade diante delas?

DESAFIO DA SEMANA

No estudo de hoje, vimos que o apóstolo Paulo se esmerou em


defender o evangelho de Cristo, combatendo o evangelho dos ju-
daizantes, mostrando que este é diferente do que ele havia prega-
do da parte de Cristo. Os gálatas haviam abandonado o evangelho
autêntico e estavam espiritualmente perdidos. Não muito diferente
deles, há muitos cristãos que começaram bem, mas se perderam
no meio do caminho e se afastaram do verdadeiro evangelho. O
nosso desafio, nesta semana, é orar por essas pessoas.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 08/04 At 1 Dt 11-12 Jó 9


Segunda-feira 09/04 At 2:1-13 Dt 13-14 Jó 10
Terça-feira 10/04 At 2:14-47 Dt 15-16 Jó 11
Quarta-feira 11/04 At 3 Dt 17-18 Jó 12
Quinta-feira 12/04 At 4:1-22 Dt 19-20 Jó 13
Sexta-feira 13/04 At 4:23-37 Dt 21-22 Jó 14
Sábado 14/04 At 5:1-16 Dt 23-24 Jó 15

20 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


MOMENTO MISSIONÁRIO O COMANDO DOS MISSIONÁRIOS
DO CÉU

O livro de Atos não começa com Jesus num túmulo. Não! Jesus aparece de
forma magnífica já ressuscitado, vivíssimo. O Senhor é visto várias vezes andando
pelo seu mundo e se reunindo com os seus discípulos, por um período de 40
dias. Depois, ao ascender ao céu, cumpre a promessa e envia o Espírito Santo,
enchendo os seus discípulos do poder de Deus, para que pudessem pregar e
fazer a missão. E foi exatamente isso que aconteceu: Sob o total comando dos
missionários do céu e com manifestações inequívocas do poder de Deus, a igre-
ja começou em Jerusalém (At 1:1–6:7), expandiu-se pela Palestina (At 6:8–9:31),
salvou milhares de pessoas, entre elas, uma de grande destaque: Saulo de Tarso,
que viria a tornar-se paradigmático apóstolo Paulo. O comando do céu fez a igre-
ja chegar a Antioquia da Síria (At 9:1–11:19); depois, já com Paulo, à Galácia (At
13:14–16:6), à Europa (At 16:8–18:18) e a Roma, a capital do Império da época, o
Romano (At 19:21–28:31).
Que trajetória gloriosa é a da igreja comandada por Jesus, por meio do Es-
pírito Santo! Em poucas décadas, a igreja alcançou os confins da Terra! Qual o
segredo? Ser comandada pelo céu. É triste e preocupante, muitas vezes, consta-
tar, em nossos dias, lideranças cristãs tentando alavancar a igreja de Cristo com
metodologias humanas; isso quando não se veem os próprios homens tentando
assumir o comando espiritual que pertence somente a Jesus, conforme o Pai lhe
outorgou. Atenção: Se queremos, de fato, ser instrumentos da missão vitoriosa de
Deus, deixemos Jesus comandar a igreja. Submetamo-nos à direção do Espírito
Santo. Curvemo-nos ao soberano comando do céu, com orações e jejuns, com
arrependimento, choro e lágrimas. Que você e a igreja onde congrega busquem,
urgentemente, o comando do céu, para verem que o mesmo Deus que agiu po-
derosamente no passado age no presente.

Seja um mantenedor dos projetos missionários:


Banco Bradesco | Agência 0099 | conta 281419-6
Convenção Geral das Igrejas Adventistas da Promessa
CNPJ: 62.678.412/0001-32

www.portaliap.org | 21
21 DE ABRIL DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 172 | HBJ 419 • Final: BJ 33 | HBJ 182

3
A origem
do evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar a defesa de Paulo Mas informo a vocês, irmãos, que o evangelho por
diante dos judaizantes
que questionavam o mim anunciado não é mensagem humana. (Gl 1:11)
evangelho que anunciava
e a legitimidade de
seu apostolado.
INTRODUÇÃO

Já notou como, em nossos dias, há uma grande


LEITURA DIÁRIA preocupação quanto à procedência de algo, por
D 15/04 At 4:16-24 exemplo, dos produtos e alimentos que compra-
S 16/04 Rm 16:25-27 mos? A razão é que a origem de algo é aquilo que
T 17/04 1Co 9:1-2
determina sua natureza e qualidade. Imaginou
Q 18/04 1Co 15:1-10
Q 19/04 Gl 1:11-17
comprar um alimento orgânico e descobrir que
S 20/04 Gl 1:18-24 procede de uma plantação onde foram utilizados
S 21/04 Fp 1:27-30 agrotóxicos? Sendo assim, a origem é realmente
importante. E quanto ao evangelho? Será que im-
porta sabermos a sua procedência? Vem da terra
ou do céu? Afinal, ele foi inventado pelos homens
ou transmitido pelo próprio Senhor Jesus? Hoje,
PÔR DO SOL trataremos exatamente da origem do evangelho
Sexta-feira, 20/04 – 17h49 que Paulo pregava. Vamos ao estudo.
Sábado, 21/04 – 17h48
Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão.
I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA

O trecho em pauta é Gálatas 1:11-24, e nos


mostra a ação de um grupo de judeus que, su-
postamente, haviam se convertido ao evangelho
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. de Cristo, mas que insistiam em que os cristãos
não judeus deveriam ser circuncidados e precisam
continuar praticando a lei cerimonial e os costu-
mes judaicos para serem salvos. Estes eram os

Ou acesse goo.gl/E6Uazj 22 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


falsos mestres, também chamados mesmo Cristo que ensinou aqui na
de judaizantes, infiltrados na igre- Terra, também ensinou, do céu, o
ja cristã da região da Galácia. Por apóstolo Paulo”.2 Ele argumenta:
verem na mensagem de Paulo uma Porque eu não o recebi de ser hu-
ameaça, lançavam várias acusações mano algum, nem me foi ensinado,
infundadas contra ele. Diziam que mas eu o recebi mediante revelação
o evangelho dele provinha de ho- de Jesus Cristo (Gl 1:12). Por isso,
mens e não de Deus e que ele não ele é o evangelho de Cristo (Gl 1:7).
era um apóstolo de verdade. Qual Paulo não recebera o evangelho
foi a resposta de Paulo a essas acu- por tradição de pai para filho. Ele o
sações? Vejamos. recebera “por uma revelação direta
1. A origem é divina: Paulo ini- de Jesus Cristo acerca de si mes-
cia sua defesa às acusações dos ju- mo”3 (Gl 1:15, 16; 1Co 9:1; 15:8).
daizantes mostrando a origem divi- Em Gálatas 1:15-20, Paulo, através
na do evangelho que pregava. Não de sua biografia, também mostra
era “coisa de sua cabeça”, nem que o evangelho que anunciava
provinha de homens, como diziam não lhe havia sido ensinado pelos
seus acusadores. Ele apresenta os apóstolos de Jerusalém. Isso não
argumentos. Primeiro, o evange- seria possível, porque, após sua
lho divino não foi inventado pelos conversão, ele não se dirigiu a esta
homens: Mas informo a vocês, ir- cidade (Gl 1:15-19).
mãos, que o evangelho por mim Sendo assim, quando começou
anunciado não é mensagem huma- a pregar o evangelho, nem ainda
na (Gl 1:11). Em outras palavras, o havia conhecido os apóstolos, o
evangelho “não é o resultado da que significa que sua pregação não
criatividade ou da engenhosidade poderia ter sido recebida deles.
humana”.1 Ele é uma mensagem Com isso, Paulo deseja provar a
dos céus para os homens. É o evan- procedência absolutamente divina
gelho de Deus (1 Ts 2:9). do evangelho que pregava. Não é
O segundo argumento de Paulo por menos que o apóstolo Pedro
é que o evangelho divino não foi re- considerasse as cartas de Paulo em
velado pelos homens. O mesmo Je- pé de igualdade com as Escrituras
sus que anunciou o evangelho aos do Antigo Testamento (2 Pd 3:15-
seus primeiros discípulos também 16). Ele sabia da procedência de
transmitiu o evangelho a Paulo. “O seu ensino.

2. Wiersbe (2006:901)
1. Hendriksen (1999:60-61) 3. Hendriksen, op. cit., p.61

www.portaliap.org | 23
Os judaizantes infiltrados na certamente não ajudariam em seu
igreja dos gálatas podiam apelar argumento, por isso não os cita.
para as tradições do seu povo. Po- Em sua argumentação, relembra os
diam reivindicar ter aprendido seu cristãos da região da Galácia sobre
evangelho com os mestres da igre- quem ele era.
ja de Jerusalém. Mas o apóstolo Ele testemunha: Porque vocês
Paulo havia recebido o seu do pró- ouviram qual foi, no passado, o
prio Senhor Jesus!4 Ainda hoje, po- meu modo de agir no judaísmo,
demos ter essa certeza indestrutí- como, de forma violenta, eu perse-
vel: O evangelho que chegou a nós guia a igreja de Deus e procurava
procede do próprio Senhor Jesus destruí-la (Gl 1:13). Em seu fana-
Cristo. Este evangelho é autêntico. tismo religioso, ele cometera atro-
Assim, a Escritura é confiável. cidades. Sua perseguição à igreja
2. O resultado é divino: Após envolvia prender cristãos, homens
mostrar que o evangelho que pre- e mulheres, acorrentá-los, colocá-
gava não era humano, comprovan- -los no cárcere, incitá-los a blasfe-
do sua procedência como sendo mar e, às vezes, matá-los (cf. At 8:3,
o próprio Cristo, Paulo prova que 9:1,13-14, 22:4-5, 26:10-11).6
o evangelho que anunciava era Era uma perseguição violenta,
divino demonstrando isso através pois ele acreditava estar sendo fiel
de seu exemplo pessoal. Sua vida à religião judaica de seus antepas-
era uma prova irrefutável de que o sados. Ele comenta: E, na minha
evangelho que anunciava era ver- nação, quanto ao judaísmo, levava
dadeiro, pois o transformara radi- vantagem sobre muitos da minha
calmente. Somente o verdadeiro idade, sendo extremamente zelo-
evangelho poderia trazer resulta- so das tradições dos meus pais (Gl
dos tão formidáveis. 1:14). Essa ramificação do judaís-
Paulo não expõe aqui, nesta car- mo que Paulo servia cegamente
ta, uma autobiografia completa, era aquela mesma “que sepultava
diga-se de passagem, mas esco- a santa lei de Deus sob o peso das
lhe apenas os fatos que sustentam tradições humanas”.7
seu argumento principal quanto à Essa era a religião dos fariseus ou a
origem de seu chamado para ser “tradição dos anciões”. A mesma es-
apóstolo e de sua mensagem.5 Os pécie de religião judaica que distor-
fatos de sua vida omitidos por ele cia o Antigo Testamento, conforme

4. Lawrence (2008:398) 6. ibidem, pp. 63-64.


5. Hendriksen, op. cit., pp.59-60 7. ibidem, p. 65

24 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


o próprio Jesus já havia denunciado recebeu essa graça extraordinária
(Mt 5:21-22, 15:3-6, 23:1-3). Fiel a (1 Co 9:1, 15:8). Viu Cristo ressuscita-
essa tradição, Paulo era religioso ex- do e foi chamado pessoalmente por
tremista que perseguiu a igreja. As- ele para pregar aos gentios (At 9:8-
sim, sua conversão “foi um milagre 18, 22:21, 26:15-18).
espiritual”.8 Foi o verdadeiro evan- Uma mensagem humana de au-
gelho de Cristo que o transformou. toajuda não é capaz de produzir
Por fim, o perseguidor transfor- mudança tão radical. Deste modo,
mou-se em apóstolo (Gl 1:15-16). Em sua vida era um testemunho de
nossos dias, há uma quantidade sur- que “sua mensagem e ministério
preendente de líderes que se autoin- eram provenientes de Deus”.9 A
titulam apóstolos. Contudo, somen- origem de seu evangelho era divi-
te aqueles que viram Jesus ressurre- na. A seguir, veremos como aplicar
to poderiam ser considerados assim, em nossas vidas o que aprende-
conforme a Bíblia (At 1:21-22). Paulo mos aqui.

8. Wiersbe, op. cit., p.898 9. ibidem, p. 898.

01. Quem eram os falsos mestres judaizantes, no que criam e o


que ensinavam? Quais eram as acusações que estavam levantando
contra Paulo?

02. Após ler Gálatas 1:11-12, responda: Por quais razões é possível
afirmar que o evangelho que Paulo pregava era divino? Baseie-se no
item 1.

03. Quem era Paulo, antes de se converter a Cristo? Por que ele
conta seu testemunho de vida? O que ele deseja provar sobre o
evangelho? Para responder, baseie-se no item 2 e em Gálatas 1:13-14.

www.portaliap.org | 25
04. Além de tornar-se cristão, Paulo também recebeu um chamado.
Que chamado foi esse? Por que isso é tão extraordinário? Baseie-se
no item 2 e em At 9:8-18, 22:21, 26:15–18; 1 Co 9:1, 15:8; Gl 1:15-16.

II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Precisamos ser convictos em relação à veracidade do evangelho


de Cristo.
Os falsos mestres instalados na Hoje, há muitos que duvidam
igreja da Galácia questionavam a do verdadeiro evangelho de Cris-
veracidade do evangelho pregado to pregado em suas igrejas locais
por Paulo. Muitos cristãos estavam para crerem em “evangelhos pira-
em dúvida acerca da autenticida- tas”, falsificados. São mensagens
de da mensagem anunciada pelo que não falam de salvação, nem
apóstolo de Cristo. Infelizmente, de transformação; são cheias de
muitos cristãos começam a duvi- regras de homens, de abuso espi-
dar do evangelho em que creram, ritual e de exploração comercial.
quando começam a dar ouvidos a Além disso, há muitos cristãos que
falsos mestres, bispos e apóstolos. se tornam céticos e dizem que o
Duvidamos do verdadeiro evange- evangelho não passa de palavras
lho de Cristo, quando não temos humanas. Contudo, como vimos,
segurança bíblica daquilo que cre- foi o próprio Senhor Jesus que
mos. Por isso, o estudo das Escritu- transmitiu o evangelho a Paulo.
ras é fundamental. Creiamos nisso com firmeza!

05. Comente com os demais alunos da Escola Bíblica sobre os


inúmeros evangelhos falsificados de nossos dias. Cite alguns destes
“evangelhos piratas”. Por que muitos cristãos se tornam céticos?

26 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


2. Precisamos ser convictos em relação aos resultados do evangelho
de Cristo.
Com tantos falsos evangelhos de lixo das vidas desperdiçadas e
sendo pregados em nossa socieda- descartadas”10 deste mundo e as
de atualmente, como reconhecer transforma para a glória de Deus.
aquele que é verdadeiro? Primei- Pessoas que, antes, desonravam a
ro, ele é bíblico, ou seja, está em Deus, agora o glorificam. Foi isso
conformidade com as Escrituras que aconteceu com o próprio Sau-
Sagradas. Segundo, ele transforma lo de Tarso. Como rabino fanático,
verdadeiramente as pessoas. Pau- “Paulo tinha toda a glória que um
lo usou seu exemplo pessoal para homem poderia desejar; mas seus
provar isso. De perseguidor ele se atos não glorificavam a Deus”.11
transformou em apóstolo de Jesus Estava distante de Deus; contudo,
Cristo. Sua conversão era tão for- o evangelho o transformou. É isso
midável aos olhos dos homens que que o verdadeiro evangelho faz.
fazia com que as pessoas rendes-
sem glórias a Deus (Gl 1:23-24).
O verdadeiro evangelho faz exa- 10. Stott (2004:16-17)
tamente isto: tira pessoas da “lata 11. Wiersbe, op. cit., p.899

06. Converse com os demais alunos sobre como o verdadeiro


evangelho transforma as pessoas. Se desejar, compartilhe seu
testemunho pessoal.

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DESAFIO DA SEMANA

Nos dias de Paulo, os hereges judaizantes acrescentavam ao


evangelho a obediência às regras da Lei Cerimonial e costumes
judaicos. Hoje, não é muito diferente. Líderes religiosos acrescen-
tam ao evangelho suas próprias ideias, autoridade e ensinos. Cui-
dado com esses evangelhos adulterados. Paulo disse: Se alguém
vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja
anátema (Gl 1:9). Sendo assim, seu desafio, nesta semana, é ajudar
alguém que esteja duvidando da veracidade do evangelho ou sen-
do enganado por uma pregação fraudulenta. Ensine o verdadeiro
evangelho de Jesus Cristo. Ajude essa pessoa.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 15/04 At 5:17-42 Dt 25-27 Jó 16


Segunda-feira 16/04 At 6 Dt 28 Jó 17
Terça-feira 17/04 At 7:1-22 Dt 29-30 Jó 18
Quarta-feira 18/04 At 7:23-8:1 Dt 31-32 Jó 19
Quinta-feira 19/04 At 8:1-25 Dt 33-34 Jó 20
Sexta-feira 20/04 At 8:26-40 Js 1-2 Jó 21
Sábado 21/04 At 9:1-25 Js 3:1-5:1 Jó 22

28 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


MOMENTO MISSIONÁRIO A PRODUÇÃO DO MISSIONÁRIO
DO CÉU

Sem o livro de Atos, não entenderíamos boa parte do conteúdo das epístolas
inspiradas pelo Espírito Santo e escritas pelo apóstolo Paulo e outros escritores
sagrados, nem teríamos a convicção de que a promessa desse maravilhoso Espíri-
to foi cumprida fielmente. Não saberíamos, também, como a obra missionária pri-
mitiva desenvolveu-se no mundo, nem como o Espírito Santo se relacionou com
os apóstolos, a fim de que liderassem a missão inicial da igreja. Seria um mistério,
ainda, a multiforme sabedoria dele, Espírito Santo, em agir por meio da igreja.
Os 28 capítulos do livro de Atos são imprescindíveis para que os salvos saibam,
geração após geração, como o Espírito Santo operou, agiu, produziu, trabalhou,
frutificou, missionou no mundo, por meio da igreja de Jesus Cristo. Uma obra
admirável do Deus Espírito Santo!
Numa sentença curta, Lucas apresenta o resultado do trabalho perfeito do Es-
pírito Santo: ... as igrejas em toda a Judeia, e Galileia e Samaria tinham paz, e
eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação
do Espírito Santo (At 9:31). O Espírito Santo está atuando fortemente na igreja
dos nossos dias, para levá-la a admitir que tem ouvido pouco e se submetido me-
nos ainda às diretrizes dele, razão por que reina uma incômoda demora no cum-
primento da missão eficaz, posto que muitos salvos estão entretidos em manter
formas de atuação ou de ser igreja que já não comunicam as verdades do evan-
gelho de maneira relevante aos pecadores pós-modernos e urbanos. É interesse
do Espírito Santo a produção de frutos dignos do reino de Deus, ou seja, salvação
de pecadores, e isso ele realiza por meio de irmãos e irmãs dispostos a serem
espiritualmente relevantes no seu tempo. Deixe o Espírito Santo ser produtivo
por meio de sua vida!

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28 DE ABRIL DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 254 • Final: HBJ 231

4
A justiça
do evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Apresentar a doutrina ... nós também cremos em Cristo Jesus para
bíblica da justificação pela
fé, explicada e defendida sermos justificados pela fé em Cristo, e não pela
por Paulo, no capítulo 2 prática da lei, porque pela prática da lei ninguém
de Gálatas, mostrando que será justificado. (Gl 2:16)
o cristão deve conhecê-la
e vivenciá-la.

LEITURA DIÁRIA
INTRODUÇÃO
D 22/04 Gl 2:1:-3
S 23/04 Gl 2:4-8
Os primeiros cristãos, sobretudo, aqueles que
T 24/04 Gl 2:9-10
Q 25/04 Gl 2:11-1
eram, por origem, judeus, tiveram algumas dificul-
Q 26/04 Gl 2:14-16 dades no processo de desvencilhar o cristianismo
S 27/04 Gl 2:17-19 do judaísmo. Muitos ainda não entendiam clara-
S 28/04 Gl 2:20-21 mente a diferença entre a Antiga e a Nova Aliança
em Cristo. A igreja deveria ou não continuar pra-
ticando todos os preceitos do Antigo Testamen-
to, incluindo as festas, os sacrifícios de animais e
a circuncisão? Ou ainda: O que o pecador precisa
PÔR DO SOL fazer para ser considerado “justo” e ser aceito,
Sexta-feira, 27/04 – 17h43 diante de Deus? Falsos cristãos, infiltrados na igre-
Sábado, 28/04 – 17h43
Baseado no horário de Brasília. Considere
ja, davam a entender que a obra de Jesus não era
o fuso horário e o horário de verão.
suficiente para justificar os pecadores. Mas Paulo,
defensor da verdadeira fé cristã, deixou claro que
a justificação é pela fé em Jesus e não pelas obras
da lei. O que isso significa? Vejamos.
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição.
I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA

A justificação pela fé “é o ato pelo qual Deus


declara justo em Jesus Cristo o pecador que nele

Ou acesse goo.gl/Jg5xJG 30 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


crê”.1 Paulo foi o maior defensor dito, pois era o que também prega-
dessa doutrina, e não lhe faltaram vam. Paulo recebeu deles um aper-
opositores. O capítulo 2, de Gála- to de mão, em sinal de comunhão e
tas mostra que, desde muito cedo, teve seu ministério com os gentios
ele foi perseguido pelos legalistas, confirmado. Apenas recomendaram
mas nunca deixou de se posicionar que lembrasse dos pobres.
em defesa do evangelho. Posicio- Caiu por terra a tese dos oposi-
nar-se sobre isso, diante de cristãos tores. Nessa viagem a Jerusalém,
judeus, naquele contexto, tinha um Paulo levou consigo Barnabé e
custo, mas Paulo nunca se negou Tito. O primeiro era um judeu le-
a isso. Esse trecho da carta aponta gítimo e circuncidado; o outro era
posturas dele que valem a pena ser grego que não havia sido circunci-
observadas e imitadas por nós. dado. Paulo os levou para ilustrar
1. A suficiência do evangelho: a verdade do evangelho de que
O texto começa dizendo que, ca- “judeus e gentios são aceitos por
torze anos depois da última viagem Deus nos mesmos termos”.3 Tito
a Jerusalém, Paulo voltou lá e se era a prova cabal de que é possível
encontrou com os apóstolos (Gl ser salvo por Cristo sem a necessi-
2:1-2). Ali, relatou-lhes a sua difi- dade de se tornar um judeu.4
culdade no trabalho missionário, Em Gálatas 2:3-5, vemos a pres-
por conta de judeus, oriundos de são sofrida por Paulo, por parte dos
Jerusalém, que estavam ensinando judaizantes. Eles se infiltraram nas
aos novos cristãos não judeus que igrejas para espionar e constran-
precisavam ser circuncidados e pra- ger as pessoas a adotarem práticas
ticar as leis cerimoniais e os costu- judaicas, dando a entender que
mes judaicos para serem salvos. a cruz de Cristo não era suficiente
Esses acusavam Paulo de pregar para a salvação. Mas Paulo nunca
um evangelho incompleto e dife- deixou de se posicionar. Faça como
rente do que os demais apóstolos ele fez: Defenda a suficiência do
pregavam.2 Por isso, diante de Tia- evangelho! Hoje, não falta quem
go, Pedro e João, Paulo expôs a queira acrescentar ideias novas ao
mensagem que anunciava. Após evangelho. Posicione-se!
ouvirem sua exposição, os que eram 2. A coerência com o evange-
considerados “as colunas” não pu- lho: Os judeus não são melhores
deram acrescentar nada ao que fora que os não judeus. Todos precisam

1. Wiersbe (2006:908) 3. ibidem, p.42


2. Stott (2007:46-47) 4. Wiersbe, op. cit., p.904

www.portaliap.org | 31
de Jesus e são iguais, diante de judeus também se uniram a ele
Deus. Porém, os cristãos de origem nessa hipocrisia, de modo que até
judaica, por tradição e orgulho Barnabé se deixou levar (Gl 2:13).
racial, não conseguiam entender A palavra “hipocrisia” indica dissi-
assim. Enxergavam os não judeus mulação e falta de sinceridade por
como “imundos”, sendo que as- parte deles.6
sociar-se a eles ou comer com um Paulo viu que não estavam an-
deles era abominação (At 10:28). dando de acordo com a verdade
Deus precisou confrontar e tratar do evangelho (Gl 2:14), e não he-
Pedro referente a isso, fazendo-o sitou em repreender Pedro. Fez
mudar de pensamento (At 10:34). isso para que todos vissem. Disse
Paulo defendia essa igualdade a Pedro que nem ele mesmo anda-
entre os povos. Por conta disso, va mais como judeu. Portanto, se
teve de lidar com situações difíceis, já não seguia todos os costumes
como é o caso narrado em Gálatas judaicos, como poderia exigir que
2:11-14, em que teve de repreender os gentios se tornassem judeus? O
o apóstolo Pedro em público, por pedido foi: Viva em coerência com
agir de forma hipócrita, pois, ao visi- o evangelho que você prega!
tar a igreja em Antioquia, sentou-se 3. A justificação no evangelho:
à mesa com os não judeus e comia Na sequência do texto, Paulo dá
normalmente com eles, mas, quan- uma aula de “justificação pela fé”.
do chegaram alguns judeus, ele es- Essa expressão bíblica evoca a ideia
tranhamente se afastou dos gentios. de um ato jurídico. Imagine que
Todos perceberem a situação, inclu- estivéssemos diante do trono de
sive Paulo. Seguramente, os cristãos Deus, para sermos julgados pelos
não judeus ficaram bem chateados.5 nossos pecados, sendo o critério
O texto diz que Pedro fez isso do julgamento a perfeição de sua
por temer os que eram da circun- lei. O que aconteceria conosco?
cisão (Gl 2:12). Tudo indica que ele Todos nós seríamos condenados,
se sentiu vigiado e ficou constran- por conta de nossa incapacidade
gido. Fez isso por vergonha, como de obedecer-lhe de forma plena.
se estivesse fazendo algo errado, Contudo, imagine que, no mo-
ao juntar-se aos não judeus. O pro- mento em que vai ser dado o vere-
blema maior é que outros seguiram dito, Jesus entra em cena, mostran-
seu péssimo exemplo: Os demais do que cumpriu toda a lei e que já

5. Lopes (2011:100) 6. Stott, op. cit., p.50

32 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


pagou a pena em nosso lugar. As- é categórico: ... pela prática da lei
sim, somos declarados “inocentes” ninguém será justificado (Gl 2:16b).
ou “justificados” pelo Santo Juiz. Dizer que alguém é justificado
Essa é a justiça do evangelho para pela lei equivale a dizer que este
aquele que crê em Jesus e o recebe seja capaz, por força própria, de
como Senhor de sua vida. A justifi- cumprir plenamente a exigência
cação é o ato pelo qual Deus decla- dela. Isso é impossível. É óbvio que
ra justos em Jesus Cristo os peca- a questão dos judaizantes era a ne-
dores que colocam sua fé nele. cessidade de observar as leis ceri-
Em Gálatas 2:15-21, o apóstolo monial e civil, para obter a salvação.
explica que a justificação é pela Todavia, Paulo vai além, mostrando
fé e não pelas obras. Isso significa que nem mesmo os preceitos da
que ninguém pode gabar-se de lei moral são capazes de nos salvar.
seus próprios atos, diante de Deus, Sabemos que as leis cerimonial e
dizendo-se santo, justo ou prati- civil tiveram o seu fim na da cruz;
cante fiel da lei. Como diz o pro- porém, a lei moral é eterna. Hoje,
feta Isaías, por termos um coração nós obedecemos a esta lei pelo po-
corrompido, o melhor de nós não der do Espírito, não por nossa ca-
passa de trapo de imundice, diante pacidade; não para sermos salvos,
da santidade de Deus (Is 64:6). mas porque já somos salvos.
Seguindo essa linha, Paulo diz a Em suma, Paulo não é contra a
Pedro: Nós, judeus de nascimen- lei, pois a justificação pela fé não é
to (...) sabemos que o ninguém é uma liberação para o cristão viver
justificado pela prática da lei, mas pecando (Gl 2:17). Ao contrário,
mediante a fé em Jesus Cristo (Gl ao ser salvo pela graça, o cristão é
2:15-16a). Em outras palavras, está chamado a viver uma nova vida em
dizendo: “Não somos salvos ou Cristo (Gl 2:19-20; Ef 2:8-10). O que
aceitos diante de Deus por sermos ele combate é a crença de que é
judeus ou por nos julgarmos prati- possível sermos salvos pelos nossos
cantes da lei, mas, sim, pela fé no próprios esforços em obedecer à lei.
sacrifício da cruz”. Esse é o único Ele conclui: Não anulo a graça de
meio para sermos reconciliados Deus; pois, se a justiça vem pela lei,
com o Pai (cf. Rm 5:1-2). Nisso, ele Cristo morreu inutilmente! (Gl 2:21).

01. Leia Gl 2:1-10; o item 1, e comente a viagem que Paulo fez à


cidade e sua conversa com os apóstolos. Quais eram as dificuldades
enfrentados com os judaizantes? De que forma ele defendeu a
suficiência do evangelho?

www.portaliap.org | 33
02. Após ler Gl 2:11-14; At 10:28,34, e o item 2, responda: Por que
era tão difícil para aos judeus relacionar-se com os gentios? Por que
Paulo precisou repreender Pedro? O que podemos aprender com
esse episódio?

03. Com base no item 3 do comentário, responda: O que é


justificação pela fé? Qual a diferença entre justificação pela fé e
justificação pelas obras?

04. Por que Paulo é categórico em dizer que pela prática da lei
ninguém será justificado? Isso significa que Paulo era contra a lei de
Deus? Baseie-se em Gl 2:15-21; Ef 2:8-10, e no item 3.

II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Você é justificado pela fé: Entenda essa verdade.


Você sabia que foi o redescobri- trina. A expressão “justificados
mento da doutrina da justificação pela fé” é um conceito fundamen-
pela fé que fez surgir a Reforma tal para fé cristã, pois é assim que,
Protestante? Hoje, somos cristãos em poucas palavras, Paulo resume
evangélicos por causa dessa dou- o evangelho. Costumamos presu-

34 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


mir que entendemos o que isso ele teve dificuldade sobre o que
significa e o impacto dessa verdade significa ser justificado pela fé, é
em nossa vida. Porém, não é algo bem provável que também tenha-
tão simples assim. Compreender a mos. Paulo declara: Tendo sido,
graça e o amor de Deus é sempre pois, justificados pela fé, temos
um desafio para nós. paz com Deus, por nosso Senhor
Pedro teve dificuldade em as- Jesus Cristo (Rm 5:1). Que pos-
similar e aplicar alguns aspectos samos abraçar essa verdade e
dessa doutrina, a ponto de ser entender as suas implicações em
repreendido (cf. Gl 2:11-21). Se nossas vidas.

05. Você reconhece a importância da doutrina da justificação pela


fé? Você é capaz de explicar essa doutrina? Pode fazer isso agora?

2. Você é justificado pela fé: Vivencie essa verdade.


Vimos que a justificação pela fé é A justiça do evangelho não
o ato pelo qual Deus declara justo é sinônimo de impunidade. Al-
em Jesus Cristo o pecador que nele guém precisou assumir nosso
crê.7 Isso significa que, ao receber- lugar de condenado, pagando
mos Jesus como Senhor e Salvador o preço. A gratidão é nossa me-
da nossa vida, Deus nos perdoa lhor resposta. Isso é expresso por
e somos declarados justos diante meio da obediência. A graça não
dele. Isso quer dizer que éramos é uma liberação para o cristão vi-
“ficha suja” e condenados, mas, ver pecando. Não! Ele é convo-
pela a graça Deus, Cristo pagou cado a viver em novidade de vida
a pena em nosso lugar, e somos (Gl 2:17-19). Paulo afirma: Fui
declarados “ficha limpa”. Diante crucificado com Cristo. Assim, já
disso, como devemos viver, a par- não sou eu quem vive, mas Cristo
tir dessa nova realidade? Devemos vive em mim. A vida que agora
viver como justificados. É nosso de- vivo no corpo, vivo-a pela fé no
ver viver como “ficha limpa”. filho de Deus, que me amou e se
entregou por mim (Gl 2:20).
7. Wiersbe, op. cit., p.908

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06. Você concorda que gratidão e obediência são a melhor resposta
a Deus, por parte de quem foi justificado? Justifique sua resposta.

DESAFIO DA SEMANA

Este estudo oferece a você três bons desafios. Em primeiro lugar,


sempre que tiver oportunidade, defenda a suficiência do evange-
lho. Não deixe de se posicionar, quando alguém estiver deturpan-
do a mensagem da cruz. Em segundo lugar, procure viver de forma
coerente com o evangelho. Os justificados precisam ser humildes
e agradecidos. Em terceiro lugar, busque compreender cada vez
mais o que significa a justificação pela fé e peça que o Senhor o
ajude a vivenciar essa, que é, sem dúvida, uma das mais importan-
tes doutrinas bíblicas.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 22/04 At 9:26-43 Js 5:2-6:27 Jó 23


Segunda-feira 23/04 At 10:1-33 Js 7-8 Jó 24
Terça-feira 24/04 At 10:34-48 Js 9-10 Jó 25
Quarta-feira 25/04 At 11:1-18 Js 11-12 Jó 26
Quinta-feira 26/04 At 11:19-30 Js 13-14 Jó 27
Sexta-feira 27/04 At 12 Js 15-17 Jó 28
Sábado 28/04 At 13:1-25 Js 18-19 Jó 29

36 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


MOMENTO MISSIONÁRIO OS MISSIONÁRIOS EM MOVIMENTO

O missionário celestial, o Espírito Santo, separou dois missionários na Terra,


Paulo e Barnabé, e ambos partiram da cidade de Antioquia. Começaram a primeira
viagem missionária (entre 46 e 48 d.C.) pela ilha de Chipre e, logo, entraram no
continente, passando por Perge e Panfília, seguindo, imediatamente, para Antio-
quia da Pisídia, cidade onde Paulo e Barnabé começaram a pregar o evangelho
de Cristo numa sinagoga (At 13:14). O Espírito Santo agia de forma poderosa, por
meio de Paulo e Barnabé, falando por suas mentes e bocas. Algumas pessoas cre-
ram e receberam a palavra de Deus; gostaram tanto que insistiram em que Paulo
retornasse no sábado seguinte, a fim de continuar expondo o evangelho. Foi o que
o apóstolo fez. A quantidade de pessoas presentes aumentou consideravelmente,
e esse fato causou inveja e alvoroço nos judeus, que deflagraram forte perseguição
a Paulo e Barnabé, a ponto de os expulsarem da cidade (At 13:42-46).
A igreja de Jesus é, por natureza, formada por um “povo em movimento”.
O Espírito Santo chamou a Paulo e Barnabé, com eles, pôs-se em movimento
missional. O mesmo Espírito, por ser Deus onipresente, ficou em Antioquia, a mo-
vimentar os membros nativos da igreja para pregarem às pessoas dos bairros da
cidade. A teimosia de algumas igrejas cristãs dos nossos dias, de ficarem paradas
durante anos, voltadas para si mesmas, desfrutando egoisticamente da salvação,
que, por graça, receberam, sem compartilhar o evangelho com os não salvos, che-
ga a ser grave afronta ao Espírito Santo, posto que a Bíblia Sagrada admoesta os
santos a não resistirem a ele. Que tal esta igreja voltar a ser sensível aos movimen-
tos do missionário do céu? Ele tem poder para separar pessoas desta igreja para
missões distantes, ao mesmo tempo que agita os que ficam a pregar nos bairros
da cidade. É bem melhor fazer a vontade de Deus, ainda que com perseguições
(como Paulo e Barnabé), do que estar em “vida tranquila” em desobediência ao
Senhor e de forma incoerente ao evangelho que conhecemos.

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5 DE MAIO DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 197 | HBJ 255 • Final: BJ 280 | HBJ 351

5
O desprezo
ao evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar ao estudante da E é evidente que, pela lei, ninguém é
Escritura a maneira pela
qual o evangelho de Jesus justificado diante de Deus, porque o justo
Cristo foi desprezado viverá pela fé. (Gl 3:11)
pelos cristãos da Galácia,
orientando-o a não
acrescentar, nem diminuir
os ensinos nele contidos. INTRODUÇÃO

LEITURA DIÁRIA O evangelho de Jesus é poder de Deus para a


D 29/04 At 15:5-11 salvação de todo aquele que crê (Rm 1:16). Por isso,
S 30/04 Gl 3:1-5
merece ser anunciado a todo o mundo (Mt 24:14). O
T 01/04 Gl 3:6-9
Q 02/05 Gl 3:10-12
verdadeiro evangelho é puro e incorruptível em sua
Q 03/05 Gl 3:13-14 essência; não pode ser mudado, nem alterado, pois,
S 04/05 Ef 2:1-7 de acordo com o apóstolo Paulo, se alguém vos anun-
S 05/05 Ef 2:8-10 ciar outro evangelho além do que já recebestes, seja
anátema (Gl 1:9b). Todavia, parece que os cristãos da
Galácia ignoraram essa orientação, visto que passa-
ram a adotar práticas do judaísmo, como a circunci-
são, considerando-as determinantes para a salvação.
PÔR DO SOL
Sexta-feira, 04/05 – 17h38 I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA
Sábado, 05/05 – 17h38
Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão. A atitude dos gálatas em acrescentar ao evange-
lho as práticas judaizantes demonstrava grande des-
prezo ao evangelho pregado pelos apóstolos. A si-
tuação era grave. Como veremos no estudo do texto
de Gálatas 3:1-14, colocar os rituais da lei acima do
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. sacrifício de Jesus é um grave erro. Por isso, o após-
tolo Paulo se preocupa em evidenciar o desprezo
dos gálatas pelo evangelho, denunciar os que estão
por trás do falso ensino e combater com firmeza as

Ou acesse goo.gl/kTq1Cs 38 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


heresias que visam macular o evan- rituais e não o sacrifício de Jesus,
gelho de Cristo. como meio para justificação.3.
1. O desprezo é evidenciado: O O retrocesso dos cristãos gálatas
apóstolo constata que os gálatas ha- se estendeu ao seu legado: Terá sido
viam passado por mudanças drásti- em vão que tantas coisas sofrestes?
cas. O evangelho por eles defendido (Gl 3:4a). Como tantos outros, os
já não era mais o que lhes fora pre- cristãos da Galácia sofreram no co-
gado, quando se converteram. Eles meço da vida cristã nas mãos dos
desprezaram o evangelho de Jesus, inimigos do evangelho (At 13:45,50,
por meio de um retrocesso na con- 14:2-6, 19,22). O seu exemplo no
vicção: Ó gálatas insensatos! (Gl 3:1). sofrimento era o seu legado para os
A palavra “insensato” significa cristãos de outros tempos. Porém,
tolo, espiritualmente néscio, e des- para que serviram os sofrimentos, se
creve uma ação sem sabedoria.1 agora desprezavam o evangelho?
Que atitude insensata tomaram os
2. O desprezo é promovido: Os
gálatas? Estavam voltando às prá-
gálatas não se rebelaram contra o
ticas cerimoniais prescritas na lei.
evangelho genuíno à toa. Houve uma
Não mais eram convictos de que o
ação orquestrada de Satanás, no in-
sacrifício de Jesus era suficiente para
tuito de promover seus enganos. Para
justificá-los. Isso os levou a um retro-
tanto, ele usou mestres enganosos:
cesso na escolha: ... tendo começa-
Quem vos fascinou a vós outros? (Gl
do no Espírito, estejais, agora, vos
3:1). Os judaizantes possuíam conhe-
aperfeiçoando na carne? (Gl 3:3).
cimento e habilidade para convencer,
Os gálatas começaram bem, mas
logo recuaram. Escolheram a carne, mas usavam suas técnicas de retórica
ao invés do Espírito. Nesse contex- a serviço do reino das trevas.
to, a “carne” indica tudo aquilo em Os judaizantes utilizavam o conhe-
que, à parte de Cristo, uma pessoa cimento não para salvar, mas para
quer basear sua esperança de sal- enganar. Suas intenções consistiam
vação. Eles estavam renunciando a em desvirtuar os cristãos do caminho
Cristo como seu único e suficiente de Cristo. Para promover o engano,
Salvador e confiando nos ensinos Satanás também disseminou ensinos
dos judaizantes, que defendiam maliciosos. A palavra “fascinou” (gr.
a observância de cerimônias, da abaskanen) carrega a ideia de um fei-
circuncisão, etc.2 Adotaram esses
3. Segundo Erickson (1997:408), a justificação
é o ato de Deus declarar que, aos seus olhos,
1. Lopes (2011:130) os pecadores são justos. Ele nos declara ino-
2. Hendriksen (2009:139) centes e cumpridores daquilo que a lei exige.

www.portaliap.org | 39
tiço, de prejuízo a alguém, mediante ele fez, utilizando dois importantes
ação espiritual ou palavras malignas.4 argumentos. O primeiro deles diz
Tais palavras foram usadas pelos ju- respeito ao meio da justificação. Ao
daizantes para convencer os gálatas. contrário do que afirmavam os ju-
Era sedutora a ideia que esses daizantes, a justificação não ocorre
mestres pregavam de que deveriam pelas obras, mas pela fé (Gl 3:11).
ser acrescentados à fé em Cristo os Para reforçar esse argumento, Pau-
rituais mosaicos.5 É como se o evan- lo lembra que Abraão foi justificado
gelho puro e simples não bastasse. pela fé. As obras não o justificaram,
Era preciso enfeitá-lo. Hoje em dia, pois a sua circuncisão aconteceu so-
essa prática ainda persiste. Na ten- mente uma década mais tarde a esta
tativa de suplementar o evangelho, declaração:6 Ele creu no SENHOR,
muitos lhe adicionam práticas estra- e isso lhe foi imputado para justiça
nhas: o uso de sal grosso, de ganho (Gn 15:6). Ora, se o pai dos crentes
de arruda, de copo com água, rituais foi justificado pela fé, por que seus
evangélicos de quebra de maldição, filhos seriam justificados pelas obras
a exigência aos membros de “sacri- da lei? Isso seria ilógico.
fícios” para serem abençoados etc. Paulo usa a figura de Abraão
Para promover seus enganos, também para lembrar que os gen-
Satanás ludibriou ouvintes incau- tios são justificados pela fé: Em ti
tos: Ó gálatas insensatos! Faltou [Abraão], serão abençoados todos
aos gálatas prudência, cautela. Não os povos (Gl 3:8b). Foi pela fé, não
deveriam ter aceitado de pronto os pelos rituais judaicos de cerimônias,
ensinos dos judaizantes. Seus argu- tais como circuncisão e sacrifícios
mentos mentirosos, mas bem ar- de animais, que os gentios gálatas
quitetados, foram o bastante para haviam sido justificados. Voltar a
ludibriar os incautos gálatas. Infe- tais práticas significava desmerecer
lizmente, eles aceitaram a mentira o sacrifício salvífico de Jesus.
como verdade. O segundo argumento refere-se
3. O desprezo é combatido: ao mérito da justificação: Cristo nos
Uma vez que o desprezo ao evan- resgatou da maldição da lei, fazendo-
gelho havia sido evidenciado e pro- -se ele próprio maldição em nosso lu-
movido, cabia ao apóstolo Paulo gar (Gl 3:13). Não somos justificados
preparar uma defesa clara e convin- por nossos próprios méritos, mas pela
cente do evangelho de Cristo. E isso morte de Jesus. Com o seu sacrifício

4. Lopes, op. cit., p.131


5. Hendriksen, op. cit., p.137 6. Pohl (1999:105)

40 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


na cruz, ele pagou o preço que a nós É imprescindível que os cris-
era impossível pagar (1 Tm 2:5,6). Sa- tãos da atualidade não incorram
bemos que a lei moral deve ser obser- no mesmo erro dos gálatas e
vada, hoje, por todo cristão, por ser que sejam cautelosos, diante de
eterna. Contudo, não a guardamos qualquer ensino que sugira a sal-
para sermos salvos, mas guardamos vação pelas obras em detrimen-
porque já somos salvos em Cristo. A to do sacrifício de Jesus. Querer
lei moral aponta nosso pecado; por depender de si mesmo para che-
isso, é necessária. Ela nos condena, gar à condição de justo diante de
mas Cristo nos salva e nos ajuda a Deus, é um grave equívoco, que
obedecer-lhe. Jesus nos resgatou da deve ser, o quanto antes, comba-
“maldição da lei”, através do perdão. tido e abandonado.

01. Com base no item 1, responda: Que atitude insensata tomaram


os gálatas? Leia também Gl 3:1,3.

02. De que maneira o desprezo ao evangelho foi promovido?


Responda, com base no item 2 do comentário.

03. De acordo com a argumentação de Paulo, qual é o meio da


justificação? Ela ocorre pelas obras? Responda, com base em Gl 3:11
e no item 3 do comentário.

04. O que afirmou Paulo sobre o mérito para a justificação?


Responda, com base em Gl 3:13 e no item 3 do comentário.

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II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Para evitar o desprezo ao evangelho, não tente acrescentá-lo.


Em sua astúcia, os judaizantes Mas ninguém pode acrescen-
convenceram os cristãos da Galácia tar nenhum ensino ao evangelho.
a acrescentarem, em sua vida cris- Este é completo e não necessita
tã, a prática dos rituais cerimoniais de complemento algum em sua
do judaísmo, como sendo neces- essência. O verdadeiro evangelho
sários e determinantes para a sal- de Jesus é puro e simples e be-
vação, que, na visão deles, ocorre neficia o pecador com o perdão,
pelas obras, não pela graça. No en- não por méritos humanos, mas por
tanto, o Espírito Santo inspira Paulo graça divina. Não caiamos no erro
a escrever que pela lei, ninguém é de acrescentar às boas novas prá-
justificado diante de Deus, porque ticas estranhas aos seus princípios.
o justo viverá pela fé (Gl 3:11). Os Se quisermos servir a Deus, não
mestres do engano haviam tentado podemos agir como aqueles que
acrescentar ao evangelho a doutri- trabalham no intuito de perverter o
na da salvação pelas obras. evangelho de Cristo (Gl 1:7).

05. Como podemos evitar acrescentar ao evangelho práticas


estranhas aos seus princípios? Cite, pelo menos, um exemplo.

2. Para evitar o desprezo ao evangelho, não tente diminuí-lo.


Em sua astúcia, os judaizantes Então, voltaram-se à prática de ri-
convenceram os cristãos da Galácia tos cerimoniais, como a circuncisão,
a diminuírem a importância do sa- acreditando que, por meio deles,
crifício de Jesus em sua vida cristã. alcançariam a perfeição.
Mesmo tendo aprendido sobre a A nossa justificação não ocorre
morte expiatória de Cristo na cruz, por meio das nossas obras. Não
os gálatas deixaram de dar a esse possuímos mérito algum, dian-
episódio a devida importância. Eles te de Deus, que nos faça salvar a
foram ludibriados pela falsa ideia nós mesmos. Aliás, Paulo afirmou
de que a morte de Cristo não era aos efésios: ... pela graça sois sal-
suficientemente capaz de salvá-los. vos mediante a fé; e isto não vem

42 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


de vós; é dom de Deus (Ef 2:8). Foi decendo sob a ira de Deus (Rm 5:9).
Cristo quem nos resgatou e tomou Ignorar a importância de tamanho
o nosso lugar na cruz (Gl 3:13). Não sacrifício é diminuir o evangelho.
fosse o seu sacrifício, estaríamos pa- Evitemos cair em tal insensatez.

06. Como podemos evitar subtrair do evangelho os princípios


fundamentais que o norteiam? Cite, pelo menos, um exemplo.

DESAFIO DA SEMANA

A lição de hoje mostrou que a preocupação de Paulo se concen-


trava no fato de que os gálatas estavam desprezando o evangelho
de Cristo, por meio da adesão à prática dos rituais cerimoniais do
judaísmo. O apóstolo sugeriu que tal atitude é insensata, consi-
derando que, por meio da fé em Jesus, não das obras, os gálatas
haviam recebido tantos benefícios (Gl 3:1-5). Será que não temos
incorrido no mesmo erro de acreditar que é por meio das obras,
não da fé em Jesus, que obteremos benefícios espirituais? Reflita-
mos a respeito. Esse é nosso desafio para esta semana.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 29/04 At 13:26-52 Js 20-21 Jó 30


Segunda-feira 30/04 At 14 Js 22 Jó 31
Terça-feira 01/05 At 15:1-21 Js 23-24 Jó 32
Quarta-feira 02/05 At 15:22-41 Jz 1 Jó 33
Quinta-feira 03/05 At 16:1-15 Jz 2-3 Jó 34
Sexta-feira 04/05 At 16:16-40 Jz 4-5 Jó 35
Sábado 05/05 At 17:1-15 Jz 6 Jó 36

www.portaliap.org | 43
1

MOMENTO MISSIONÁRIO AÇÃO SOBRENATURAL DO


MISSIONÁRIO DO CÉU

Diz o escritor do livro de Atos, Lucas, que Paulo e Barnabé chegaram a Listra,
em seguida, a Icônio e Derbe. Foi na primeira destas três cidades que os após-
tolos, por meio do poder do Espírito Santo, realizaram uma cura espetacular: um
coxo passou a andar! Jamais os habitantes de Listra tinham visto tal façanha; por
isso, pensaram que Paulo e seus cooperadores eram deuses. Essa cura escanca-
rou as portas para a pregação do evangelho a seus habitantes (At 14:8-10). Em
seguida, Paulo e Barnabé seguiram para Derbe (At 14:20); depois, retornaram
para o seu ponto de partida, visitando as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da
Pisídia (At 14:22), e, então, estruturaram melhor a igreja de Jesus, estabelecendo
obreiros nativos, frutos do seu próprio trabalho, encerrando, assim, a primeira
viagem missionária.
Uma das ações do Espírito Santo é curar enfermidades (Mt 10:1; Lc 4:18 e 19;
At 8:7; 1 Co 12:9). E isso o Espírito de Deus faz para que as pessoas creiam em Je-
sus e sejam salvas (Lc 4:14-19; Jo 11:1-45, 20:30-31). O mesmo Espírito Santo de L
ontem é o de hoje e de amanhã. Como no passado usou os apóstolos para curar
e salvar os curados, o missionário do céu quer usar você, no presente, para curar
enfermidades, a fim de despertar a fé dos não salvos, e, desta forma, levá-los a
crerem no Filho de Deus e receberem a remissão dos pecados. Noutras palavras,
o Deus Espírito Santo usa a cura sobrenatural de enfermidades físicas, emocionais
e espirituais como estratégia evangelística para atrair os pecadores a Cristo Jesus.
E um dos dons que ele concede à igreja é o de curar. Sabendo disso, que tal você
pedir a ele esse maravilhoso dom, para evangelizar as pessoas?

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Basea
o

par

44 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


12 DE MAIO DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 296 | HBJ 361 • Final: BJ 299 | HBJ 363

6
O papel da lei
no evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar ao estudante Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada
da Palavra que a lei, no
evangelho, tem a função por causa das transgressões, até que viesse o
de revelar o pecado e descendente a quem se fez a promessa. (Gl 3:19)
conduzir ao Salvador, que
nos leva a nos tornarmos
filhos de Deus.
INTRODUÇÃO

LEITURA DIÁRIA Até aqui, já estudamos: a essência, a defesa, a


D 06/05 Gl 3:15-17 origem, a justiça e o desprezo ao evangelho. Nes-
S 07/05 Gl 3:18-20
ta lição, nosso foco estará na relação entre a lei e
T 08/05 Gl 3:21-22
Q 09/05 Gl 3:23-26 as boas novas. Paulo enfatiza que somos incapazes
Q 10/05 Gl 3:27-29 de salvar a nós mesmos e que a salvação chegou
S 11/05 Gl 4:1-5 até nós por causa da promessa de Deus a Abraão
S 12/05 Gl 4:6-7 de abençoar graciosamente a todos e não por
causa de nossas obras de obediência. Foi isto que
aconteceu com o patriarca: ao depositar sua fé em
Deus, foi justificado e aceito por ele, pela graça.
É através desse exemplo que o apóstolo deseja
PÔR DO SOL demonstrar, em aspectos práticos, como a nossa
Sexta-feira, 11/05 – 17h34 redenção se concretizou e como a lei se encaixa
Sábado, 12/05 – 17h34
Baseado no horário de Brasília. Considere
nesse processo salvífico.
o fuso horário e o horário de verão.

I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA

Em Gálatas 3:15-4:7, fica clara a função da lei em


nossa salvação. Seu papel não é o de nos justificar,
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. diz Paulo. Os gálatas estavam sendo confundidos
pelos judaizantes, que diziam ser necessário o cum-
primento de todos os preceitos do Antigo Testa-
mento, para que fossem aceitos por Deus e justifi-

Ou acesse goo.gl/hbLRBa www.portaliap.org | 45


cados. Por tal ensinamento, perver- bém os aspectos transitórios dela
teram o sentido e o propósito real (cerimonial e civil), é que o pecador
da lei. Diante disso, Paulo precisou poderia ser perdoado, justificado e
especificar a função da lei. Vejamos. aceito por Deus.
1. As funções da lei: A palavra Contra esse uso incorreto, o
“lei”, que aparece neste texto de apóstolo mostra que a lei não tem
Gálatas 3, é a tradução da palavra como função salvar, mas conven-
grega nomos. De acordo com Mar- cer os pecadores da necessidade
shall,1 tudo indica que o apóstolo da salvação.3 De acordo com ele,
esteja usando, aqui, a palavra de a função da lei é revelar o pecado:
maneira generalizada, ou seja, a lei Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi
e seus aspectos moral, cerimonial e adicionada por causa das transgres-
civil. Os judaizantes tentavam impor sões (Gl 3:19a). Ela não provoca o
sobre aos cristãos a ideia de que, pecado, mas mostra a condição
para serem salvos, precisavam ser humana, revelando nosso real esta-
circuncidados (Gl 5:6). Não devemos do. Como está escrito, em Rm 7:7c:
deduzir, porém, que a lei não tenha ... não teria eu conhecido a cobiça,
mais qualquer função para Paulo, se a lei não dissera: Não cobiçarás.
“pois ele trata aqui da lei apenas Sem a lei, o ser humano não saberia
como método de alcançar a justifi- de seu estado pecaminoso e não
cação”.2 Isso precisa estar claro. poderia se arrepender. A lei não ti-
Na Nova Aliança, dos três as- nha o propósito de perdoar o peca-
pectos da lei citados anteriormen- dor, mas de condená-lo.
te, apenas o moral (os dez man- De acordo com o ensino de Pau-
damentos) permanece em vigor lo, a função da lei também é con-
para o crente em Jesus (Jo 14:15; duzir a Cristo: De maneira que a lei
Rm 7:12; Tg 1:25). Ainda assim, a nos serviu de aio para nos conduzir
obediência à lei moral serve para a Cristo (Gl 3:24a). “Aio”, aqui, é a
a santificação do crente, não para tradução da palavra grega paida-
a sua justificação. Tal justificação é gogos. Na sociedade grega, trata-
somente pela fé, mediante a graça va-se de uma pessoa encarregada
(Rm 3:28). Os judaizantes faziam de levar e buscar a criança na esco-
uso errado da lei, dizendo que la e, sobretudo, discipliná-la.4 A lei
apenas ao obedecer, não somente revelou nosso pecado, mas não po-
o aspecto moral da lei, mas tam- dia nos transformar. Ela, então, ser-

1. (1984:134) 3. Sttot (2007:83)


2. ibidem, p. 137 4. Marshall, op. cit., p.137

46 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


viu para nos conduzir a Cristo, a fim cendente de Abraão, Jesus Cristo,
de que fôssemos justificados por fé todas as pessoas de todo o mundo
(Gl 3:24b). Assim, a lei convence as poderiam ser justificadas pela gra-
pessoas de seu pecado. Estas, por ça (Gl 3:21-22).
sua vez, vão a Cristo com fé e, en- Essa promessa feita a Abraão se
tão, são justificadas pela graça (Rm concretizou com a vinda de Jesus
3:21-26). Aí, sim, uma vez salvas, ao mundo: vindo, porém, a pleni-
elas são santificadas, pois recebem tude do tempo, Deus enviou seu
do Espírito Santo a capacitação Filho, nascido de mulher, nascido
para obedecer à lei (1 Tm 1:8). A lei sob a lei para resgatar os que es-
não salva: conduz ao salvador. tavam sob a lei, a fim de que re-
2. A bênção da promessa: Uma cebêssemos a adoção de filhos (Gl
vez que os judaizantes afirmavam 4:4-5). Os gálatas, infelizmente,
que somos justificados por Deus ex- estavam invalidando a promessa
clusivamente pela obediência irres- de salvação por meio de Jesus, o
trita de toda a lei, Paulo argumenta, descendente de Abraão, ao dizer
com base na história de Abraão e que a lei era a base pela qual Deus
do povo de Israel, que isso não faz aceita um pecador. Por isso, Paulo
o menor sentido. O apóstolo os faz disse que a lei não poderia invali-
lembrar que Deus fez uma promes- dar a promessa (Gl 3:17).
sa a Abraão de que todas as nações Sim, foi por causa da encarna-
da Terra seriam abençoadas por ção e da obra salvadora de Jesus
sua descendência, que, neste caso, que não estamos mais condenados
é Jesus (Gn 12:1-3; Gl 3:15-16), o pela lei. Ele levou nossa condena-
filho de Abraão, como disse o evan- ção na cruz (1 Pd 2:24). Agora, nós
gelista Mateus (Mt 1:1). nos vestimos de Cristo, mostrando
Os judeus foram salvos do Egi- isso publicamente pelo nosso batis-
to por causa dessa promessa, para mo (Gl 3:27). Não há mais diferença
que o Messias, um dia, viesse sal- entre judeus e gentios, porque a fé
var a humanidade. Eles não foram nos torna irmãos (Gl 3:28). A pro-
salvos do Egito pela lei, mas pela messa feita a Abraão se cumpriu.
promessa feita a Abraão. A lei Paulo conclui, então: ... se sois de
veio somente depois, diz Paulo (Gl Cristo, também sois descendentes
3:17). A lógica é esta: Nós também de Abraão e herdeiros segundo a
fomos aceitos por Deus, não por- promessa (Gl 3:29).
que obedecíamos à lei ou éramos 3. Os filhos de Deus: Diante da
bondosos, mas porque ele já havia concretização da promessa de sal-
prometido que, por meio do des- vação por meio de Cristo, nós nos

www.portaliap.org | 47
tornarmos filhos de Deus. Paulo timidade com Deus, por causa do
nos dá essa certeza, dizendo que Espírito Santo. Ele nos faz chamar
estamos livres da sentença da lei: Deus de Pai, o nosso Aba. Deus
.... tendo vindo a fé, já não per- chegou tão perto, a ponto de estar
manecemos subordinados ao aio por meio do Consolador em nosso
(Gl 3:25). Como já vimos, o fato de próprio coração.
crermos em Jesus nos trouxe justifi- Não há mais medo de Deus; não
cação: o perdão de Deus e a justiça existem mais barreiras que possam
de Cristo em nossa vida, nos deu interromper nossa comunhão. Em
um novo “eu” (Rm 5:1; 2 Co 5:17). Cristo, voltamos ao nosso lar; te-
Somos filhos de Deus, porque mos novamente o aconchego do
ele nos adotou em Cristo. Deus Pai; podemos estar em sua santa
julgou nossa sentença, punindo presença (Hb 10:19). Libertos da
Jesus com o castigo que nós mere- escravidão do pecado, podemos
cíamos (2 Co 5:21). Porém, mais do viver uma vida de conformidade
que nos declarar inocentes (o que com a lei: De sorte que já não és
já é algo grandioso e imerecido), escravo, porém filho; e, sendo filho,
Deus nos leva para a sua casa, nos também herdeiro por Deus (Gl 4:7).
torna seus filhos, por adoção (Gl Aprendemos um pouco mais do
4:5). Quando cremos no Filho, nós trecho de Gl 3:15-4:7. Nele, Paulo
nos tornamos filhos do Pai celestial explica a função da lei, que fora
(Jo 1:14). pervertida pelos judaizantes: ela
Paulo nos dá a certeza de nos- não salva, mas mostra nossa situa-
sa filiação divina também dizen- ção e a solução para que sejamos
do que nos tornamos morada do libertos. Por meio da vinda de Je-
Espírito Santo: ... porque vós sois sus, a promessa a Abraão se cum-
filhos, enviou Deus ao nosso co- priu e nos tornamos filhos de Deus,
ração o Espírito de seu Filho, que pela fé. Vejamos as implicações
clama: Aba, Pai! (Gl 4:6). Temos in- práticas desse ensino.

01. Se o papel da lei não é o de nos justificar, como disse Paulo,


então, quais são as suas funções? Explique, com base em Gl 3:19, 24
e Rm 7:7, e no item 1.

48 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


02. Utilizando o item 2, fale sobre a importância da concretização da
promessa feita a Abraão. Por que Paulo disse que somos salvos por
causa da promessa? Leia: Gn 12:1-3; Gl 3:16-18, 27-29.

03. Em que sentido não estamos subordinados à lei? Qual o


significado da palavra “aio”, aplicada à lei? Leia Gl 3:25.

04. De que maneira nos tornamos filhos de Deus? O que o Espírito


Santo tem a ver como isso? Como os filhos de Deus se relacionam
com a lei? Baseie-se em Gl 4:5-6 e no item 3.

II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Celebre o fato de ser livre da maldição da lei.


Estudamos, nesta lição, que a tão gracioso conosco: salvando-
lei teve duas funções extraordiná- -nos da sentença que era justa, por
rias para a humanidade: mostrou a termos desobedecido a sua lei.
seriedade do pecado e conduziu Essa celebração de vida pode
ao Salvador. A lei mostra que so- ser manifestada em nossa gratidão,
mos pecadores e nos aponta quem nossas orações e louvores, por tão
pode nos salvar. A lei escancara grande salvação (Sl 103:1-5); tam-
nossa situação diante de Deus: bém no ato de compartilharmos
pecadores condenados, e nos leva com as pessoas o que Deus fez por
àquele que nos liberta de sua mal- nós. Não devemos nos esquecer
dição. Temos, então, de celebrar, do que Jesus fez por nós, de como
durante nossa vida, como Deus foi veio a este mundo, para nos fazer

www.portaliap.org | 49
novas criaturas. É de encher o pei- resolveu nos salvar. Nossa vida
to de alegria saber que, apesar de deve festejar a manifestação do
nossa condição pecaminosa, Deus amor do Pai para conosco.

05. Fale a classe sobre como a salvação em Cristo trouxe alegria


para a sua vida.

2. Viva como um verdadeiro filho de Deus.


É certo que o grande problema Agora, justificados pela graça,
do uso da lei pelos judaizantes era como filhos de Deus, podemos
que queriam fazer dela um meio deixar de pensar e fazer o que é er-
de justificação. Porém, isso é con- rado, o que a carne deseja, e deixar
trário à promessa de Deus, que diz de andar por onde nossos pés an-
sermos salvos pela fé em Jesus. davam, equivocadamente, no pas-
Porém, não podemos, enganosa- sado. Agora, em Cristo, a tirania da
mente, deixar de nos guiar pelos carne acabou: temos um novo Se-
mandamentos do Senhor. Eles nos nhor, um Pai amoroso e santo e o
garantem uma jornada cristã como Consolador, que produzem em nós
o Pai deseja. Quando obedecemos o desejo de fazer a sua vontade (Fp
aos dez mandamentos, expressa- 2:13). Resta-nos, então, dispor-nos
mos a certeza de que fomos liber- e submeter-nos à vontade divina:
tos de sua condenação (Êx 20:1- Sede, pois, imitadores de Deus,
17; Rm 3:31; Tg 2:10). como filhos amados (Ef 5:1).

06. Anote algumas atitudes que demonstram que você é filho ou


filha de Deus.

50 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


DESAFIO DA SEMANA

Diante do conteúdo aprendido, somos chamados a confiar que


Deus nos libertou da maldição da lei, cumprindo a promessa a
Abraão: a salvação por meio de Jesus. Uma vez salvos, somos livres
para escolher a vontade de Deus e capacitados pelo Espírito santo
a cumpri-la, para crescermos na santificação. Nosso desafio, para
esta semana, é levar a seguinte palavra a nossos amigos e amigas
cristãos: Deus nos salva somente através de Jesus, para que, sal-
vos, sejamos transformados à imagem do seu Filho, pela obra san-
tificadora do Espírito. É ele quem nos mostra a vontade de Deus,
expressa na lei, e nos conduz à obediência.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 06/05 At 17:16-34 Jz 7-8 Jó 37


Segunda-feira 07/05 At 18 Jz 9 Jó 38
Terça-feira 08/05 At 19:1-20 Jz 10:1-11:33 Jó 39
Quarta-feira 09/05 At 19:21-41 Jz 11:34-12:15 Jó 40
Quinta-feira 10/05 At 20:1-16 Jz 13 Jó 41
Sexta-feira 11/05 At 20:17-38 Jz 14-15 Jó 42
Sábado 12/05 At 21:1-36 Jz 16 Sl 42

www.portaliap.org | 51
1

MOMENTO MISSIONÁRIO O REVITALIZADOR E PLANTADOR DE


NOVAS IGREJAS

Em sua segunda viagem missionária, Paulo trocou de parceiro humano, mas


não de parceiro divino. Em vez de Barnabé, Silas o acompanhou. O Espírito Santo,
porém, companheiro inseparável e indispensável do apóstolo, estava lá o tempo
inteiro. O objetivo deles era duplo: revisitar as igrejas da Galácia do Sul, que Paulo
fundara com Barnabé, na primeira viagem (At 15:36, 16:1-6; Gl 1:2), e abrir novas
frentes de trabalho, ou seja, revitalizar e plantar igrejas locais (At 15:36). Eles não
pretendiam ir à Europa: sua intenção era ir para Ásia, mas foram impedidos pelo
Espírito Santo de anunciar a Palavra na Ásia (At 16:6). Depois, Paulo intentou ir
para a Bitínia, mas, novamente, o Espírito Santo o impediu (At 16:7) e o impulsio-
nou, em seguida, a ir no rumo da cidade de Trôade, na grande região da Galácia.
Como se viu, por duas vezes, o Espírito Santo impediu Paulo de ir para onde
ele queria. Quando a igreja é, de fato, espiritual, a direção das ações missionárias
não vem da vontade ou dos planos humanos, mas de Deus. Não será por isso que
se vê, em todo o livro de Atos, a igreja se expandindo pelo mundo? Vencendo
L
inimigos, derrubando barreiras, ultrapassando fronteiras, abrindo novas portas,
seguindo sempre em frente? A igreja que tem o Espírito Santo como seu guia
e mentor estará sempre viva, atuante e relevante no bairro, na cidade, no país e
no mundo. O Espírito Santo na direção é garantia de igrejas revitalizadas e novas
comunidades cristãs plantadas. Quando a igreja é guiada pelo Espírito Santo,
sai para levar alegria e glória a um mundo triste e condenado (At 13:48). Como
resultado disso, ao invés de apatia, comodismo e mesmice, a igreja se enche de
alegria e se torna festiva (At 15:3). Vamos, na direção do Espírito Santo, revitalizar
e plantar novas igrejas?

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o

par

52 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


19 DE MAIO DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 249 | HBJ 350 • Final: HBJ 376

7
O pastor
e o evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Lembrar ao estudante Ó meus filhos queridos, sinto como se estivesse
da Escola Bíblica a
preocupação e o cuidado passando outra vez pelas dores de parto por
pastoral de Paulo com os sua causa, e elas continuarão até que Cristo seja
gálatas e despertá-lo para o plenamente desenvolvido em vocês. (Gl 4:19)
crescimento do evangelho,
através do ensino claro e
da obediência integral a
sua mensagem.
LEITURA DIÁRIA INTRODUÇÃO
D 13/05 2Co 6:1-10
S 14/05 Gl 4:8-11 O pastor Will Graham afirmou, em um artigo
T 15/05 Gl 4:12-15 para revista Evangelical Focus, que o evangelho
Q 16/05 Gl 4:16-20
não é apenas dizer “Deus te ama”, nem é dizer
Q 17/05 Fp 3:1-6
S 18/05 1Tm 3:1-7
que Deus o livrou das drogas, restaurou sua fa-
S 19/05 1Tm 6:13-21 mília, deu-lhe muita paz e alegria, ou seja, “seu
testemunho pessoal não é o evangelho. (…). O
evangelho é sobre Cristo, não sobre nós”. 1 Esse
artigo é oportuno, pois vivemos uma crise entre os
pastores das igrejas evangélicas do nosso tempo:
PÔR DO SOL muitos não ensinam o evangelho corretamente;
Sexta-feira, 18/05 – 17h31 antes, pregam o que agrada os ouvintes, de forma
Sábado, 19/05 – 17h31
Baseado no horário de Brasília. Considere
conveniente. Mas o ensino de Paulo, como vere-
o fuso horário e o horário de verão.
mos, estava centrado na verdadeira mensagem da
cruz, que, realmente, promove desenvolvimento
espiritual nas ovelhas.

Escaneie o código abaixo


para ouvir o podcast desta lição.

1. GRAHAM, William Franklin. Dizer, “Deus te ama” não é o


evangelho. Disponível em: <http://evangelicalfocus.com/ma-
gazine/3032/Saying_God_Loves_You_is_Not_the_Gospel>.
Acesso em 21 de dezembro de 2017.

Ou acesse goo.gl/H7NpRf www.portaliap.org | 53


I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA

Há quem enxergue o evangelho lo os confronta severamente por


como sendo apenas a “papinha” isso (Gl 4:8-9).
que a criança come, até seja capaz Segundo Paulo, com esse pro-
de ingerir um alimento mais forte. cedimento, eles estavam regredin-
Paulo não entendia assim. Para ele, do na fé, e isso, em certo sentido,
o evangelho da cruz era o tema equivalia a voltar a servir ídolos,
mais importante, por ser o funda- como os pagãos faziam. Eles in-
mento da fé cristã; é o alimento sistiam em guardar certos dias,
para o cristão, por toda a sua vida, meses, estações ou anos (Gl 4:10).
e, à medida que o vai conhecendo, Mas o maior problema dos gálatas
também vai crescendo espiritual- não consistia em realizar os ritos e
mente.2 Observe a preocupação e festas judaicas, mas, sim, em fazer
o cuidado pastoral de Paulo, que, deles a forma de alcançar a salva-
em Gálatas 4:8-20, texto que estu- ção. Obviamente, o versículo 10 é
daremos nesta lição, mostra que, uma menção clara à lei cerimonial,
como filhos de Deus, os gálatas de- mas isso se aplica também às dou-
veriam avançar e não regredir, pelo trinas que não foram abolidas na
conhecimento da obra de Cristo. cruz. Nada pode assumir o papel
Nessa parte, Paulo se dirige a seus de Cristo e do evangelho em nossa
leitores como pastor. salvação, pois isso seria uma forma
1. A idolatria: A maioria dos de idolatria.
gálatas adorava ídolos, antes da fé. 2. A súplica: Os judaizantes es-
Agora, estava regredindo à idola- tavam ensinando aos gálatas que,
tria outra vez. Mas havia uma dife- para serem salvos, eles tinham de
rença: no passado, como pagãos, tornar-se judeus. Eles começaram
eles ignoravam a lei; aqui, estavam a acreditar nisso. Imagine, então,
sendo encorajados por falsos mes- que alguns deles estavam se cir-
tres a colocar a lei cerimonial e os cuncidando, começando a falar
costumes judaicos acima de Cristo, em hebraico, frequentando a si-
pois criam que tinham de fazer isso nagoga, usando talit e kipá (vesti-
para serem justificados e aceitos mentas judaicas), querendo viajar
por Deus (Gl 2:14-16).3 Então, Pau- para Jerusalém para realizar os sa-
crifícios e participar das festas, e o
2. Keller (2015:9) que é pior: estavam começando a
3. ibidem, p. 109 negar a Cristo. Imagine, agora, a

54 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


preocupação de Paulo, como pas- bra aos irmãos que foi por causa
tor, com essas ovelhas. Ele temia de uma doença que lhes pregou
que seu trabalho árduo em favor o evangelho pela primeira vez (Gl
daquelas igrejas tivesse sido inútil 4:13). Paulo ficou doente e foi aco-
(Gl 4:11). Então, com muito amor, lhido por eles.
suplica: ... irmãos, que se tornem Paulo era um líder a serviço do
como eu, pois eu me tornei como evangelho, e um ministro do evan-
vocês (Gl 4:12). gelho procura oportunidades até
Ele também tinha sido escravo, mesmo nas adversidades. Ele não
por causa da tradição de seus an- planejava pregar o evangelho aos
tepassados, mas compreendeu a gálatas, mas a enfermidade fez
salvação pela graça. Nesse sentido, com que isso acontecesse.6 Apesar
aqueles cristãos deveriam tornar-se de fazer planos com maestria, em
como seu pastor, que permanecia suas viagens missionárias, o após-
livre em Cristo. Mas em que sen- tolo era regido pelo propósito so-
tido Paulo se tornou como eles? berano de Deus, que sempre pre-
Certamente, quando lhes pregou o valecia (Pv 19:21).
evangelho, no início, colocou-se no 4. A recepção: Como pastor,
lugar deles. Embora fosse judeu, Paulo era um pai espiritual extraor-
tornou-se um gentio; identificou-se dinário: sabia exatamente como
com eles (1 Co 9:20-22).4 Fez isto equilibrar a repreensão e o amor.7
por causa do evangelho, para ser Com sabedoria, reconhece o cui-
participante dele (1 Co 9:23). Infe- dado e o amor com que fora trata-
lizmente, os gálatas caminhavam do, quando estivera com os crentes
no sentido contrário. da Galácia pela primeira vez. Ele
3. A oportunidade: Paulo é diz: ... vocês não me trataram com
considerado o maior teólogo, o desprezo ou desdém; ao contrário,
maior evangelista, o maior pastor receberam-me como se fosse um
e o maior plantador de igrejas do anjo de Deus, como o próprio Cris-
cristianismo.5 Apesar de ser sem- to Jesus (Gl 4:14).
pre muito estratégico nas escolhas Stott8 diz que eles tinham ra-
de cidades importantes para as zão em recebê-lo como “anjo de
suas ações missionárias, plantar Deus”, já que era um dos mensa-
igrejas na Gálacia não estava no geiros de Deus e “como o próprio
itinerário de sua missão. Ele lem-
6. Keller, op. cit., p.116
4. Lopes (2011:185) 7. Wiersbe (2006:925)
5. ibidem, p. 186 8. (2007:107)

www.portaliap.org | 55
Cristo Jesus”, uma vez que lhes de parto. Ele diz: ... sinto como se
fora com a autoridade e a men- estivesse passando outra vez pe-
sagem de Cristo. O próprio Jesus las dores de parto por sua causa,
previu isso: Quem recebe vocês e elas continuarão até que Cristo
recebe a mim, e quem me recebe seja plenamente desenvolvido em
também recebe aquele que me en- vocês (Gl 4:19). Essa é a verdadeira
viou (Mt 10:40). O que houve com razão pela qual Paulo estava no mi-
aquela alegria? (Gl 4:15a). nistério e sofria com Cristo.
5. A rejeição: A alegria e a Ele pediu ao gálatas que seguis-
satisfação deles pela mensagem sem seu exemplo, a fim de que
trazida por Paulo pareciam ter fossem transformados à imagem
acabado. Os gálatas o trataram de Cristo (Gl 4:12). Este era o ob-
como um adversário. Então, o jetivo de Paulo: fazer seus discí-
apóstolo questiona o motivo da pulos parecidos com Cristo, não
rejeição: Acaso me tornei inimi- consigo mesmo. Mas desenvolver
go de vocês porque lhes digo a Cristo nas pessoas dá trabalho (Gl
verdade? (Gl 4:16 – grifo nosso). 4:11,19; Mt 28:19-20). Por isso, se-
Essa pergunta enfatiza o compro- gundo Paulo, o que deve importar
misso de Paulo com o evangelho. ao povo não é a aparência do pas-
Ele preferia dizer a verdade, mes- tor, mas as ações e as palavras de
mo que ela não fosse popular, Cristo através dele.9
nem lhe atraísse elogios. Nessa parte importante da Car-
Os gálatas foram repreendidos ta aos Gálatas, vemos a preocupa-
por estarem abandonando o evan- ção e o cuidado pastoral de Paulo
gelho, por influência dos falsos com aqueles cristãos. Embora os
mestres, que os bajulavam para gálatas tivessem fracassado em re-
também serem bajulados (Gl 4:17). lação a Paulo, o amor que este nu-
Paulo disse: eles querem afastá-los tria por eles nunca deixou de exis-
de mim para que dependam deles. tir, pois o amor é sofredor e benig-
Falsos pastores negam a verdade no, e, mesmo na agonia, tudo es-
e manipulam a fé de membros in- pera.10 Diante disso, cremos que o
constantes, para terem quem pre- ensino do pastor à igreja deve ser
cise deles. Mas, para Paulo, melhor centrado no evangelho. Para tan-
ser rejeitado do que ser infiel. to, veremos, a seguir, duas atitu-
6. A agonia: Depois de tratar des para desenvolvermos.
os crentes da Galácia como ir-
mãos e filhos, Paulo se apresenta 9. ibidem, p.111
a eles como uma mãe em agonia 10. Hendriksen (2009:212)

56 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


01. Qual era a idolatria dos gálatas? Qual foi a súplica de Paulo a
eles e o que significa? Leia os itens 1 e 2 (Gl 4:8-12).

02. O que levou Paulo a pregar o evangelho aos gálatas? Comente


sobre as adversidades serem uma oportunidade para o cumprimento
do propósito divino. Leia o item 3; Pv 19:21; Gl 4:12.

03. Como Paulo foi recebido pelos gálatas, na primeira vez em que lhes
pregou o evangelho, e o que mudou? Leia Gl 4:14-18 e os itens 4 e 5.

04. Com base no item 6, explique a agonia de Paulo e por que


estava sofrendo. Qual o objetivo do seu trabalho árduo em favor
dos gálatas. Leia Mt 28:19-20 e Gl 4:19-20.

II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Ensinemos o evangelho com clareza.


Os gálatas já eram crentes; mesmo jas não crescem espiritualmente, por-
assim, Paulo pregou-lhes o evange- que o evangelho não é compreendi-
lho outra vez, para que, entendendo do. Paulo explicava com detalhes
a mensagem com clareza, cresces- as boas novas de Cristo, e as igrejas
sem. Mas, hoje em dia, muitas igre- cresciam em toda parte (At 13:38-

www.portaliap.org | 57
44). Quando entendemos a obra de Isso acontece a partir de um ensi-
Cristo, este evangelho vai frutifican- no claro do evangelho. Se você é
do e crescendo por todo mundo (Cl pastor, não tenha medo de ensinar
1:6). O evangelho, por sua própria o evangelho a quem já é crente.
natureza, produz crescimento. Mas Costumamos supor que, uma vez
qual é o papel do pastor nisso? convertidos, não precisamos mais
O pastor é chamado por Deus ouvir, estudar ou entender o evan-
para ser um mentor em seu minis- gelho,12 como se ele fosse “algo
tério, e seu principal papel é mo- básico”. Mas estamos errados
tivar e equipar as pessoas à ma- pensando assim, pois o evangelho
turidade cristã e ao engajamento sempre transformará pessoas, igre-
na missão de Deus no mundo.11 jas, cidades etc.

11. Silva (2007:121) 12. Keller, op. cit., p.9

05. Como ensinamos o evangelho com clareza? Qual o principal


papel de um pastor em seu ministério?

2. Obedeçamos ao evangelho com integridade.


Paulo ficou perplexo com a in- como crentes em Cristo deixam a
constância dos gálatas (Gl 4:20). verdade para abraçar a mentira.
Realmente, não dá para entender Temos de obedecer ao evangelho
como é possível viver livre de uma com integridade!
escravidão e prender-se a outra, Não adicione ao evangelho
como no caso do legalismo bíbli- de Jesus Cristo nenhuma obra.
co, que ainda é pregado por mui- Se o pastor local está ensinado a
tos cristãos contemporâneos. Al- verdade do evangelho, não seja
guns até acreditam na mensagem insensato como os gálatas: obe-
libertadora do evangelho, mas não deça e propague esta mensagem
conseguem conceber que, por si de forma integral. Tem gente
só, o evangelho é suficiente para a abandonando seus pastores por
justificação. Não dá para entender bajulações de falsos mentores.

58 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


Isso é idolatria. Procuremos dis- integridade, lembrando que vive-
cernir a pregação dos pastores à mos por fé, e não pelo que vemos
luz do evangelho. Se é legítima, (2 Co 5:7). Mediador entre nós e
obedeçamos ao evangelho com Deus, apenas Jesus!

06. Como obedecemos ao evangelho com integridade? Como


podemos discernir se a pregação de um pastor é legítima?

DESAFIO DA SEMANA

Diante do que aprendemos hoje, estamos certos de que não po-


demos dar ouvidos a pastores que falsificam a mensagem do evan-
gelho. Seu desafio para esta semana é identificar se existe algum
ídolo em seu coração. Caso exista, abandone-o pela misericórdia
de Deus. Se você ainda tiver dificuldade de entender o evangelho,
procure seu pastor ou alguém com maturidade bíblica para explicá-
-lo a você. Se já entendeu o evangelho de Jesus, explique-o a um
cristão ou não cristão que ainda não o tenha compreendido.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 13/05 At 21:37-22:29 Jz 17-18 Sl 43


Segunda-feira 14/05 At 22:30-23:22 Jz 19 Sl 44
Terça-feira 15/05 At 23:23-24:9 Jz 20 Sl 45
Quarta-feira 16/05 At 24:10-27 Jz 21 Sl 46
Quinta-feira 17/05 At 25 Rt 1-2 Sl 47
Sexta-feira 18/05 At 26:1-18 Rt 3-4 Sl 48
Sábado 19/05 At 26:19-32 1Sm 1:1-2:11 Sl 49

www.portaliap.org | 59
2

MOMENTO MISSIONÁRIO O MISSIONÁRIO DO CÉU NA EUROPA

Durante sua segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo esteve em muitas


cidades europeias do mundo grego. Vamos destacar, aqui, as cidades em que
igrejas foram fundadas pelo apóstolo. Em Filipos, por exemplo, Paulo plantou a
igreja, a começar pela casa de Lídia (At 16:14,15,40); já em Tessalônica, ele co-
meçou pregando numa sinagoga, assim como o fez em Bereia (At 17:1-2,10-12).
Na capital da Grécia, Atenas, Paulo iniciou a plantação numa sinagoga e, depois,
continuou nas praças e no centro acadêmico da cidade, chamado de areópago
(At 17:17-19). Essa mesma estratégia foi usada em Corinto: começou a pregação
na sinagoga e teve continuidade na casa de Tito Justo, recebendo apoio do irmão
Crispo, o principal da sinagoga, que creu no Senhor Jesus (At 18:4-8). Essa segun-
da viagem missionária durou cerca de três anos (entre 49 e 52 d.C.).
Quanto trabalho, quanto tempo, quanto investimento do Espírito Santo e dos
apóstolos na Europa! É lindo ver que o missionário do céu e seus cooperadores da
Terra não têm preconceito de cor, raça, povos. É maravilhoso perceber que o Es- L
pírito Santo usa a igreja para salvar pessoas de todos os continentes. É animador
ver o Espírito Santo e seus companheiros de missão, a começar por Jerusalém,
chegarem à Europa. Por essa razão, é triste percebermos que, em geral, ainda há
irmãos que se alegram ao saberem que a igreja está se desenvolvendo na África
e na Ásia, mas não demonstram a mesma empolgação quanto à igreja em alguns
países das Américas e, sobretudo, da Europa. Mas o Espírito Santo quer usar to-
dos os santos, incluindo esses “irmãos seletivos”, para o grande projeto final de
pregar o evangelho a todas as gentes. Depois disso, virá o fim de todas as coisas
e o início da eternidade.

Seja um mantenedor dos projetos missionários:


Banco Bradesco | Agência 0099 | conta 281419-6 Se
Convenção Geral das Igrejas Adventistas da Promessa S
CNPJ: 62.678.412/0001-32 Basea
o

par

60 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


26 DE MAIO DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 102 | HBJ 210 • Final: BJ 87 | HBJ 304

8
A liberdade
do evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar ao estudante da Digam-me vocês, os que querem estar debaixo
Escritura, com base em
Gálatas 4:21-5:1, que da lei: Acaso vocês não ouvem a lei? Pois está
devemos fugir de tentar escrito que Abraão teve dois filhos, um da
alcançar a salvação por meio escrava e outro da livre. (Gl 4:21-22)
da obediência à lei, pois este
é um tipo de escravidão.

INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 20/05 Gn 16:1-5 A carta de Paulo aos Gálatas pode ser dividida
S 21/05 Gn 21:1-3 em três partes: Na primeira, o evangelho da gra-
T 22/05 2Co 3:1-6
ça é defendido (Gl 1:1-2:11); na segunda parte, o
Q 23/05 Gl 4:21-23
Q 24/05 Gl 4:24-27 evangelho da graça é explicado (Gl 3:1-4:31); já na
S 25/05 Gl 4:28-5:1 última parte, o evangelho da graça é aplicado (Gl
S 26/05 Hb 8:1-7 5:1-6:18).1 O trecho a ser analisado nesta lição en-
contra-se exatamente no final da segunda divisão
e pode ser considerado sua conclusão (Gl 4:21-
5:1). Paulo conclui suas explicações a respeito da
superioridade do evangelho com um argumento
PÔR DO SOL inesperado por seus opositores. Ele faz uma ilus-
Sexta-feira, 25/05 – 17h29 tração com base numa história do Antigo Testa-
Sábado, 26/05 – 17h29
mento. Os gálatas devem ter ficado surpresos! Va-
Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão. mos ao ensino deste trecho da carta.

I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA

No trecho da carta aos Gálatas que estudare-


Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. mos, o tema principal é a liberdade que o verdadei-
ro evangelho nos proporciona. Paulo se dirige de

1.Manual Bíblico de Mapas e Gráficos (2003:318)

Ou acesse goo.gl/ozz3Kk www.portaliap.org | 61


modo claro e contundente àqueles de modo natural, mas o que era
que haviam resolvido ficar “debaixo da livre, mediante uma promessa
da lei”, isto é, os que estavam acei- (Gl 4:23). Um dos filhos de Abraão
tando o argumento dos judaizantes: nasceu de “modo natural”; já o ou-
a necessidade de acrescentar seu tro “mediante a promessa”. O que
próprio esforço ao de Cristo para isso significa? A resposta a essa
serem aceitos por Deus. A estes, o pergunta é crucial para entender o
apóstolo diz: Digam-me vocês, os argumento paulino.
que querem estar debaixo da lei: Deus prometeu que Abraão seria
Acaso não ouvem a lei? (Gl 4:21 - pai (Gn 12:1-2; 15:1-6), mas ele era
NVI). Paulo vai mostrar o quanto os velho e sua esposa, Sara, era estéril.
gálatas estavam equivocados, usan- Por isso, resolveram agir por conta
do uma história bem conhecida dos própria. Sara sugeriu que Abraão ti-
seus leitores. vesse um filho com Agar, sua serva
1. Uma história instrutiva: Pau- egípcia (Gn 16:1-2). Ela se valeu de
lo constrói um argumento usando a um costume dos povos do Oriente
história de Sara e Agar e seus filhos Médio daquele tempo: “... a se-
com Abraão: Porque está escrito nhora da casa que não pudesse ter
que Abraão teve dois filhos, um da filhos considerava seus os nascidos
escrava e outro da livre (Gl 4:22).2 de suas servas com o seu marido”.3
Os judeus orgulhavam-se de serem Abraão aceitou, e Ismael nasceu (Gn
filhos de Abraão, e, talvez, os judai- 16:3-4). Contudo, aquele não era o
zantes tivessem ensinado aos irmãos filho da promessa (Gn 17:15-22).
daquelas igrejas que eles só pode- Quatorze anos mais tarde, quan-
riam ser filhos de Abraão e herdeiros do Abraão estava com cem anos de
das promessas de Deus se, de fato, idade, e sua esposa, que era esté-
obedecessem a todos os regula- ril, com noventa, nasceu o filho da
mentos e estatutos da lei de Moisés. promessa (Gn 21:1-5). Isaque nasceu
Paulo combate o pensamento por causa de um ato extraordinário
judaizante, que tentava colocar os de Deus, um ato sobrenatural e mi-
cristãos da Galácia debaixo da lei, raculoso, pois, humanamente, era
relembrando um detalhe na história impossível Sara conceber. Ismael, di-
do nascimento de seus dois filhos: ferentemente, nascera por um pro-
O que era filho da escrava nasceu cesso natural; fruto de uma tentativa
humana de ajudar Deus a cumprir

2. Abraão teve outros filhos (Gn 25:1-2),


mas Paulo focou seu argumento nos dois
mais conhecidos. 3. Lopes (2016:212)

62 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


seus soberanos propósitos. Por cau- mam em meio de justificação tor-
sa da impaciência, Sara e Abraão nam-se seus escravos. Era isso que
deram um “jeitinho” para que a os judaizantes faziam. A sede deste
promessa de Deus se cumprisse. E o tipo de religião era a Jerusalém da-
que Paulo deseja com essa história? quele tempo.
2. Uma ilustração adequada: Sara, por sua vez, representa a
Paulo se vale da história do nasci- Nova Aliança em Cristo, baseada
mento dos filhos de Agar e Sara para na promessa. Representa aque-
ensinar verdades espirituais: Pois les que confiam em Deus para a
bem, isso é uma alegoria: essas mu- sua salvação. Estes são filhos da
lheres simbolizam duas alianças (Gl Jerusalém do alto, que é livre. Os
4:24a). A palavra “alegoria”, aqui, cristãos esperavam viver na Jeru-
não está sendo utilizada para referir- salém celestial, e Paulo mostra que
-se a sentidos ocultos extraídos alea- a Jerusalém celestial dos últimos
toriamente de textos bíblicos.4 Ele dias já existia, de alguma forma
não está endossando esse método (Hb 11:10,16; 12:22; Ap 3:12, 21:2,
de interpretação da Escritura. Paulo 9-22:5). Ela é a mãe dos cristãos (Gl
utiliza a história como ilustração das 4:26b). Os cristãos já são cidadãos
verdades que já vem ensinando ao da Jerusalém celestial. E quem é
longo da carta. E não faz uma esco- cidadão do céu deve viver como
lha aleatória. A história escolhida tem gente livre.
a ver com todo o contexto da carta. Em Gálatas 4:27, os cidadãos da
Sara e Agar simbolizam duas Jerusalém do alto são convidados a
alianças, segundo Paulo. Ele co- celebrar. Paulo cita Isaías 54:1. No
meça dizendo sobre Agar: Uma contexto original, essa profecia re-
aliança procede do monte Sinai e fere-se à cidade de Jerusalém, du-
gera filhos para a escravidão (Gl rante o exílio. Quem olhasse para
4:24). Agar é usada para represen- ela poderia compará-la a uma mu-
tar a busca da salvação por obras; a lher abandonada e sem filhos: esta-
tentativa de alcançar a justificação va em ruínas, pois fora despovoa-
diante de Deus por própria conta. da e destruída, em 586 a.C. Além
Segundo Paulo, a aliança do Sinai disso, seus filhos (cidadãos) haviam
gera filhos para a escravidão, por- sido levados cativos. Contudo, este
que a lei não foi dada para salvar. não seria o seu fim, pois “Deus res-
Portanto, todos os que a transfor- tauraria seu povo à sua terra, para

4. ibidem, p, 218)

www.portaliap.org | 63
uma glória maior do que nunca”.5 os filhos da promessa devem espe-
De alguma forma, o cumprimento rar perseguições: ... assim também
pleno dessa profecia se dará no acontece agora (Gl 4:29b). Assim
final dos tempos (Is 54:11-12; Ap como Ismael perseguiu Isaque, os
21:2, 10-11), quando todo o povo que buscam a salvação pelas obras
de Deus, liberto por ele, poderá vi- sempre vão perseguir os que des-
ver na Nova Jerusalém. frutam a salvação pela graça; afinal
3. Uma aplicação necessária: de contas, a mensagem de que
Paulo conclui sua linha de argumen- nossos atos não contam para ser-
tação deste trecho da carta fazendo mos justos diante de Deus os in-
uma aplicação necessária. Para o comoda. Eles são hostis e querem
apóstolo, os verdadeiros filhos de destruir a liberdade do evangelho.
Abraão são os cristãos, os filhos da O apóstolo Paulo pede aos cris-
promessa, aqueles que nasceram tãos que sejam rigorosos com aque-
segundo o Espírito (Gl 4:28-29). Os les que estão espalhando o falso
cristãos, judeus e gentios, foram sal- ensino da salvação pelas obras. Os
vos por causa de uma ação sobrena- gálatas, que estavam aceitando o
tural do Espírito Santo, não em razão argumento dos judaizantes e dese-
do que fizeram ou deveriam fazer. Os jando ficar novamente debaixo da
judaizantes estavam errados em seus lei, deveriam romper urgentemen-
ensinos. Filhos de Abraão, de verda- te com esse falso ensino; deveriam
de, são os que dependem da graça. romper com os mestres do engano
Para concluir seu ensino, Paulo e não lhes dar ouvido.
lembra mais um acontecimento da O trecho termina assim: Para a
história de Sara e Agar, que servia liberdade foi que Cristo nos liber-
como boa ilustração. Na ocasião tou. Portanto, permanecei firmes e
em que Isaque foi desmamado, não vos sujeites novamente a um
Abraão deu um grande banquete. jugo de escravidão (Gl 5:1). Já que
Nessa festa, Sara viu Ismael zom- os cristãos são filhos da promes-
bando de Isaque. Por essa razão, sa, são livres e assim devem viver.
pediu a Abraão, seu esposo, que Como viver como gente livre? O
mandasse embora Agar e Ismael. restante da carta aos Gálatas mos-
Ele assim o fez (Gn 21:8-14). trará como isso pode ser feito. Esse
Com esses fatos, o apóstolo versículo resume tudo o que Paulo
quer ensinar aos cristãos que todos acabou de dizer e conecta seu en-
sino à parte prática da carta, que
será alvo das próximas quatro li-
5.Allen (1985:141) ções da série.

64 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


01. Leia Gn 12:1-2, 15:1-6, 16:1-4, 17:15-22, 21:1-5 e resuma para a
classe as circunstâncias do nascimento de Ismael e Isaque.

02. Com base em Gl 4:21-23, responda: Por que Paulo disse que o
filho de Agar nascera “segundo a carne” e o de Sara, “segundo a
promessa”?

03. Após ler Gl 4:24-27 e o item 2, explique a ilustração que Paulo


apresenta nesse trecho da Carta aos Gálatas.

04. De acordo com Gl 4:28-31, para que os filhos da promessa


devem estar preparados e como devem agir, diante dos falsos
doutrinadores? Leia também o item 3.

II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Fujamos da escravidão produzida pelo falso evangelho!


O falso evangelho que estava o suficiente para Deus. Geralmen-
sendo pregado pelos falsos mes- te, aqueles que vivem este tipo de
tres judaizantes produz escravos, evangelho são extremamente inse-
que estarão sempre aflitos, porque guros, pois sempre terão dúvida so-
nunca sabem se estão sendo bons bre sua aceitação diante de Deus.

www.portaliap.org | 65
Não deixe que ninguém o escra- religioso do nosso tempo, que en-
vize novamente! Você foi liberto do sina que a salvação é conquistada
pecado e da maldição da lei. Não por nossos esforços! Somos filhos
se coloque debaixo do jugo de es- da promessa; nascemos do Espírito
cravidão de nenhum falso mestre ou (Gl 4:29-30). Cristo nos libertou!

05. Em que sentido o falso evangelho, de algum modo, produz


escravidão? Em nosso tempo, é possível encontrar pessoas religiosas
que confiam mais em seus méritos do que nos méritos de Cristo?

2. Vivamos a liberdade proporcionada pelo verdadeiro evangelho!


Isaque nasceu mediante uma membro e cidadão, em contraste
promessa, segundo o Espírito. com estrangeiros, não cidadãos
Seus pais dependeram de uma e populações não conquistadas.6
obra poderosa do Espírito (Gl 4:22, Como pessoas libertas, os cris-
29). Nós também somos filhos da tãos possuem os privilégios da
promessa. Somos filhos de Deus, cidadania celestial, da Jerusalém
não por causa de nossas obras: do alto. Vivamos como gente li-
Cristo nos libertou (Gl 5:1). Cristo vre! Nossa única esperança de
veio com a missão de nos libertar. perdão e aceitação diante de
Sua ação foi única e definitiva. Deus é Cristo!
No mundo grego uma pessoa
livre tinha todos os direitos de 6.Lyons (2016:367)

06. Quem é o autor da liberdade que o verdadeiro evangelho


produz? Leia Gl 5:1.

66 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


DESAFIO DA SEMANA

Como você tem vivido: como alguém que foi liberto poderosa-
mente por Cristo, que teve seus pecados perdoados e foi aceito
por Deus ou como alguém que vive o tempo todo se esforçando
para ser seu próprio salvador? Alguém que confia na lei para a sua
própria salvação, ao invés de obedecer a lei por amor, em resposta
à libertação efetuada por Cristo? Reflita sobre isso nesta semana.
Somos livres! Não deixe ninguém o convencer da necessidade de
acrescentar o próprio desempenho ao de Cristo para ser salvo.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 20/05 At 27:1-12 1Sm 2:12-2:36 Sl 50


Segunda-feira 21/05 At 27:13-44 1Sm 3 Sl 51
Terça-feira 22/05 At 28:1-15 1Sm 4-5 Sl 52
Quarta-feira 23/05 At 28:16-31 1Sm 6-7 Sl 53
Quinta-feira 24/05 Rm 1:1-15 1Sm 8 Sl 54
Sexta-feira 25/05 Rm 1:16-32 1Sm 9:1-10:16 Sl 55
Sábado 26/05 Rm 2:1-3:8 1Sm 10:17-11:15 Sl 56

www.portaliap.org | 67
2

MOMENTO MISSIONÁRIO OS MISSIONÁRIOS QUE PREGAM


E ENSINAM

O Espírito Santo impulsionou os apóstolos primitivos à terceira viagem missio-


nária. Desta vez, o propósito era visitar as igrejas para consolidá-las e fortalecer os
discípulos na fé (At 18.22,23). O Espírito Santo e os apóstolos fizeram o mesmo ca-
minho da segunda viagem: passaram pela Galácia do Sul, pela região frígio-gálata
até chegarem a Éfeso, cidade onde haviam estado no fim de sua segunda viagem,
por apenas três dias (At 18:19-21). Nesta terceira viagem, eles encontraram um gru-
po de doze novos convertidos, que disseram conhecer apenas o batismo de João
(At 19:1-7). Por essa localidade o Espírito Santo já havia acompanhado o missionário
Apolo, que fora instruído por Áquila, por ação do mesmo Espírito (At 18:24,26). Em
vez de três dias, desta vez, o Espírito Santo deixou Paulo por três anos em Éfeso (At
20.31), perfazendo quatro anos a viagem toda (entre 53 e 57 d.C.).
O que Paulo ficou fazendo, por três anos, em Éfeso? Pela narrativa de Atos 19,
ele passou a maior parte desse tempo ensinando a Palavra de Deus. O versículo
8 diz que Paulo “persuadia” os discípulos, ou seja, o apóstolo convencia-os a mu- L
darem a forma de pensar, muito influenciada pelos filósofos gregos, e se conver-
terem aos ensinos de Cristo Jesus. Quando a igreja é guiada pelo Espírito Santo,
sabe quando a ênfase deve ser dada na pregação e quando é a vez do ensino.
Na missão de Deus, pregação e ensino andam juntos. Por isso, a igreja de Jesus
deve estar apta para pregar a salvação em Cristo, e, em seguida, discipular os
novos convertidos em todos os desígnios de Deus. Para manter os santos firmes
na fé, a missão da igreja também é destruir os conselhos, e toda a altivez que se
levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento
à obediência de Cristo (2 Co 10:5). Que, além de pregar, ensinar seja a missão
desta igreja local!

Seja um mantenedor dos projetos missionários: Se


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68 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


2 DE JUNHO DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 130 | HBJ 263 • Final: BJ 68 | HBJ 258

9
O legalismo
e o evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar ao estudante os
prejuízos do legalismo à
De Cristo vos desligastes, vós que procurais
vida cristã e a necessidade justificar-vos na lei, da graça decaístes. Porque
de abraçar o evangelho nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da
da liberdade e da fé na
suficiência de Cristo e no justiça que procede da fé. Porque em Cristo Jesus,
poder transformador do nem a circuncisão, nem a incircuncisão, tem valor
Espírito Santo.
algum, mas a fé que atua pelo amor. (Gl 5:4-6)
LEITURA DIÁRIA
D 27/05 2Co 3:13-18
S 28/05 Gl 5:2-4
INTRODUÇÃO
T 29/05 Gl 5:5-8
Q 30/05 Gl 5:9-12 Como já vimos, em outros estudos desta série, os
Q 31/05 Gl 5:13-15 cristãos da Galácia estavam aderindo aos ensinos de
S 01/06 1Pd 2:13-19 mestres judaizantes e deixando-se circuncidar, por
S 02/06 Jd 1:1-4 entenderem que precisavam tornar-se judeus para
serem aceitos por Deus. Nesta lição, baseada em
Gálatas 5:2-15, vamos estudar sobre o esforço de
Paulo em mostrar os prejuízos e a gravidade desse
falso evangelho, que também atende pelo nome de
PÔR DO SOL “legalismo” e significa confiar na obediência à lei
Sexta-feira, 01/06 – 17h28 divina e a outras normas religiosas para obter a acei-
Sábado, 02/06 – 17h28
Baseado no horário de Brasília. Considere
tação de Deus e o perdão dos pecados; também
o fuso horário e o horário de verão.
vamos estudar o que ele ensina sobre o verdadeiro
evangelho e o nosso chamado à liberdade.

I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA


Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. Já de início, é preciso dizer que entender a di-
ferença abissal entre o legalismo e o evangelho é
fundamental para nós, cristãos de hoje. O primeiro
está baseado no mérito humano, na suposta ca-

Ou acesse goo.gl/SS65Wq www.portaliap.org | 69


pacidade humana de conquistar a os gálatas teriam de se mostrar tão
aceitação divina e o perdão dos pe- perfeitos e eficientes em sua obe-
cados pela obediência à lei e pelo diência quanto o próprio Cristo.
cumprimento de ritos; o segundo O legalismo ainda traz como
está baseado na fé, na aceitação prejuízo o retorno ao estado de cul-
graciosa de Deus pelos méritos de pa, medo e escravidão: De Cristo
Jesus e no poder do Espírito Santo vos desligastes, vós, que procurais
de nos tonar livres para servirmos justificar-vos na lei, da graça de-
a Deus e ao próximo por amor. Va- caístes (Gl 5:4). Se o crente decide
mos, então, à exposição de Paulo manter-se diante de Deus por sua
sobre esse tema importante. obediência à lei, está se desligando
1. O legalismo é a religião do de Cristo, o que implica o retorno
mérito e da escravidão: Os ver- a sua condição anterior de culpa-
sículos 2 a 4 de Gálatas 5 alertam do e a tarefa impossível de se livrar
sobre os prejuízos do legalismo à da culpa do pecado e do medo da
fé cristã, sendo o primeiro destes condenação eterna.
a perda dos benefícios da obra re- O grande problema de abraçar o
dentora de Cristo: ... se vos deixar- legalismo é que confiar na própria
des circuncidar, Cristo de nada vos capacidade de obedecer a Deus é
aproveitará (Gl 5:2). Isso significa negar os méritos de Cristo ou, no
que, ao aderir à prática da circunci- mínimo, considerá-los insuficien-
são, os gálatas estavam admitindo tes para garantir aceitação peran-
que a obra de Cristo não fora sufi- te Deus. Quem escolhe a religião
ciente para redimi-los e que seriam do mérito espera pagar o favor de
capazes de garantir a si mesmos Deus, ter recompensas pelo seu
esse benefício, pela prática de uma esforço em obedecer. Mas, como
lei que o sacrifício de Cristo já havia vimos, Paulo explica que, na ver-
satisfeito plenamente. dade, essa escolha implica graves
Outro prejuízo do legalismo à fé prejuízos ao cristão.
consiste no peso da obrigação de Hoje, muitos ainda não conse-
guardar toda a lei que Jesus já ha- guem entender a gravidade da
via cumprido e encerrado na cruz: postura legalista e da confiança
De novo testifico a todo homem humana nos próprios méritos; os
que se deixa circuncidar, que está crentes da Galácia também não
obrigado a guardar toda a lei (Gl conseguiam. Por isso, Paulo teve
5:3). Em outras palavras, uma vez de confrontá-los e dizer-lhes clara-
que queriam renunciar os benefí- mente que, ao se justificarem na lei,
cios da obra redentora de Cristo, aceitando a circuncisão, haviam es-

70 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


colhido um caminho oposto àquele é pelo Espírito que aguardamos a
para o qual foram chamados e que esperança da justiça que provém
sua escolha implicava rompimento da fé, então temos liberdade de
com Cristo e rebaixamento da con- consciência para viver na vontade
dição espiritual em que estavam, de Deus. Desse modo, os salvos
quando aceitaram o evangelho. submetem-se à intervenção do Es-
O legalismo, portanto, mesmo que pírito por livre vontade, porque já
pareça uma postura inofensiva, de foram convencidos por ele de que
pessoas com fervor religioso, que se pertencem a Deus e de que sua
esforçam por fazer tudo que devem vontade é o melhor para eles.
para serem abençoadas por Deus e Paulo diz que a justiça do cristão
aceitas por ele, é extremamente da- transformado pelo Espírito provém
noso à vida cristã, pois, ao confiar em da fé. Isso reforça ainda mais a opo-
sua capacidade de cumprir a lei, o le- sição entre o evangelho e a postura
galista rejeita a graça de Deus e nega legalista, pois, se a justiça, isto é,
a suficiência de Jesus. Assim, lá no a obediência do cristão provém da
seu íntimo, ele está dizendo a Deus: fé, não é fruto de seus méritos ou
“Eu não preciso do teu favor!”. de sua boa vontade, mas é dom de
2. O evangelho é o caminho da Deus. O cristão transformado pelo
fé e da liberdade: No outro extre- Espírito quer a vontade de Deus e
mo da religião do mérito, está o tem prazer em cumpri-la porque
evangelho, o caminho da fé. Paulo recebeu a fé para isso, não porque
começa a tratar sobre ele no ver- seja capaz de se manter fiel.
sículo 5, quando diz: Porque nós, Assim, se o legalismo traz em si o
pelo Espírito, aguardamos a espe- peso da obrigação de cumprir a lei
rança da justiça que provém da fé. para conquistar méritos, o evange-
O verdadeiro evangelho consiste na lho é a boa notícia de que os salvos
atuação poderosa do Espírito Santo estão livres dessa obrigação, porque
nos crentes, que os capacita a con- o sacrifício de Jesus pôs fim à vali-
fiar plenamente na eficácia do sa- dade da lei que consistia de ritos e
crifício de Jesus para remissão dos cerimônias prescritos para o povo
pecados e na sua suficiência para judeu e porque eles têm o Espírito
cumprir todas as exigências da lei. Santo para os conduzir a toda verda-
A expressão pelo Espírito é de de, corrigir em amor e santificar, até
fundamental importância para o que se tornem semelhantes a Cristo.
entendimento do evangelho, pois A fé gerada pelo Espírito nos
mostra a clara oposição que existe salvos os conduz à liberdade de
entre este e a postura legalista. Se obedecerem a Deus por amor, não

www.portaliap.org | 71
mais por medo da condenação. É do castigo divino, mas porque, em
isso que Paulo chama de fé que sua consciência, o Espírito Santo
atua pelo amor, no versículo 6. Só lhe diz que essa é a boa, agradável
é livre, portanto, quem obedece e perfeita vontade de Deus.
por amor, quem não precisa mere- Diante da exposição de um as-
cer. Logo, o evangelho é um cha- sunto tão sério, entendemos que
mado à liberdade, não uma licença abraçar o legalismo é deixar o jugo
para se viver irresponsavelmente: suave e o fardo leve de Jesus para
... fostes chamados à liberdade não nos curvar novamente sob um peso
useis da liberdade para dar ocasião que não temos como suportar e
à carne; sede, antes, servos uns não precisamos mais carregar; é en-
dos outros pelo amor (Gl 5:13). tregarmos nossa consciência, nos-
Nesse sentido, o amor a Deus e sas mãos e nossos pés para serem
ao próximo é o que determina os acorrentados novamente. Porém, se
limites da liberdade cristã. O cris- queremos seguir a Jesus, só temos
tão é livre, em sua consciência e em uma escolha a fazer: abraçar o evan-
suas ações, para tudo que o amor a gelho da liberdade, da graça e da fé
Deus e ao próximo lhe permite e é na suficiência do sacrifício de Cristo
capacitado pelo Espírito Santo a re- e no poder transformador do Espíri-
sistir a tudo que o amor a Deus e ao to Santo, que, em lugar da obriga-
próximo não lhe permite. Ele pode ção, nos dá a liberdade de servir a
socorrer, perdoar, dizer a verdade Deus e ao próximo por amor. Veja-
a seu próximo, não porque deseja mos, a seguir, duas importantes apli-
parecer bom ou porque tem medo cações para a nossa vida.

01. Leia o item 1 e Gl 5:2-4 e comente sobre os prejuízos do


legalismo à vida cristã.

02. O legalismo “é extremamente danoso à vida cristã, pois, ao


confiar em seus próprios méritos e em sua capacidade de cumprir a
lei, o legalista rejeita a graça de Deus e nega a suficiência de Jesus”.
O que você tem a dizer sobre essa afirmação, com base no que
aprendeu sobre Gl 5:2-15?

72 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


03. Após ler o item 2 e Gl 5:5-6, explique a afirmação de Paulo:
Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que
provém da fé. Comente também com a classe sobre o significado da
fé que atua pelo amor.

04. A liberdade do evangelho é permissão para o cristão viver de


qualquer maneira? Leia novamente o item 2 e Gl 5:13-15.

II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Entenda a gravidade do legalismo.


Depois de estudar esta lição so- oferta generosa na igreja, não fizer
bre Gálatas 5:2-15, você pode se aquela campanha espiritual etc.,
perguntar: O que tudo isso tem a você não é um bom cristão, não
ver comigo, se não sou um cristão receberá a bênção tão esperada e
do primeiro século e sei que não Deus não atenderá suas orações.
preciso me circuncidar para alcan- Assim como era para os gálatas,
çar o favor de Deus? O fato é que, o legalismo também é extremamen-
hoje, talvez não haja alguém, na te prejudicial para você, porque não
sua igreja, tentando convencê-lo permite que sua consciência e seu
a tornar-se judeu, mas há um sem- caráter sejam transformados pelo
-número de líderes religiosos por Espírito e o faz considerar rituais e
aí ensinando que, se não fizer de- obediência rigorosa à lei mais im-
terminada peregrinação a determi- portantes do que a misericórdia e o
nado lugar sagrado, não der uma amor. Não se deixe enganar! Toda

www.portaliap.org | 73
prática religiosa que procede do manipuladores. Aceitá-las como
medo do castigo divino e de inte- normais ao cristianismo e praticá-las
resses egoístas só serve para manter é pecado; é rejeição à graça e à mi-
as pessoas escravas de sua soberba sericórdia divina. Afaste-se disso, se
e de sua culpa e reféns de líderes quer seguir a Jesus de verdade.

05. Por que você não deve abraçar o legalismo e aceitá-lo como
normal à vida cristã?

2. Entenda a sublimidade do evangelho.


Paulo diz que a fé atua pelo amor. o amor de Deus, agradecer-lhe e
Aqui, temos a chave para entender a viver a liberdade de escolher ser-
sublimidade do evangelho, cujo fun- vi-lo por amor e andar como Je-
damento é essa fé, que não procede sus andou, pois é impossível que
de nós, mas é dádiva de Deus para alguém alcançado pelo amor de
crermos que ele é tudo que diz ser, Deus queira viver de outro jeito.
em sua Palavra. E, nela, está escrito: Você não precisa mais carregar o
Deus é amor (1 Jo 4:8). A fé gera- peso de ter que merecer a aceita-
da em nós pelo Espírito procede ção de Deus, não precisa obede-
do amor e nos faz amar a Deus e ao cer-lhe por medo de que o casti-
nosso próximo. Quem conhece esse gue, pois, se ele já o libertou, você
amor sabe que não precisa merecer é verdadeiramente livre (Jo 8:36; 1
a aceitação e as bênçãos divinas, Jo 4:18). Esse é o poderoso e su-
sabe que, quando erra e quando blime evangelho de Jesus, infinita-
acerta, o amor do Pai não muda, mente superior a tudo que possa
porque é incondicional. prometer a você alívio de sua culpa
Diante dessa sublimidade do e recompensas divinas com base
evangelho, você só precisa aceitar em seus próprios esforços.

06. Você tem medo de ser castigado por Deus ou de perder as


bênçãos dele, caso não faça tudo que deve fazer para ser um bom
cristão? O que o evangelho da fé que atua pelo amor lhe diz sobre
isso? Por que ele é infinitamente superior ao legalismo?

74 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


DESAFIO DA SEMANA

O legalismo rouba nosso bem mais precioso: a liberdade de ser-


vir a Deus e ao próximo por amor e de nos deixarmos transformar
pelo Espírito à imagem de Jesus. Já que você agora conhece os
prejuízos do legalismo e a sublimidade do evangelho, seu desafio
é examinar suas intenções e perceber se você tem ofertado, devol-
vido o dízimo, guardado o sábado, praticado atos de misericórdia
etc. para conseguir a aceitação divina e parecer bom. Se reconhe-
cer essa postura em você, peça perdão ao Senhor e deixe que ele
o liberte, para que você conheça o amor de Deus e tenha a alegria
de obedecer pela graça.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 27/05 Rm 3:9-31 1Sm 12 Sl 57


Segunda-feira 28/05 Rm 4 1Sm 13 Sl 58
Terça-feira 29/05 Rm 5 1Sm 14 Sl 59
Quarta-feira 30/05 Rm 6 1Sm 15 Sl 60
Quinta-feira 31/05 Rm 7 1Sm 16 Sl 61
Sexta-feira 01/06 Rm 8 1Sm 17:1-54 Sl 62
Sábado 02/06 Rm 9:1-29 1Sm 17:55-18:30 Sl 63

www.portaliap.org | 75
9

1
MOMENTO MISSIONÁRIO OS MISSIONÁRIOS E AS POTESTADES

Éfeso era a capital da província romana da Ásia, a cidade mais importante da


região e uma fortíssima rota comercial. Lá estava plantado o famoso e concorrido
templo da deusa Diana (At 19:35), ídolo adorado por milhares de pessoas de toda
a Ásia e chamada pelos romanos de Ártemis. Como se vê, Diana, chamada de ma-
jestade, era potestade que exercia imenso domínio na mente e nos corações dos
efésios e asiáticos. O Espírito Santo encheu Paulo de poder, e este enfrentou Dia-
na, arrancando-a da mente de muitos, como registra Lucas: Paulo tem convencido
e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem
com as mãos (At 19:26), a ponto de o próprio templo da grande deusa Diana seja
estimado em nada, vindo a ser destruída a majestade daquela que toda a Ásia e
o mundo veneram (At 19:27). Porém, com a chegada dos missionários cheios do
Espírito Santo, aquela potestade maligna estava na eminência de virar pó.
A igreja que verdadeiramente é dirigida pelo Espírito Santo está em constante
missão e, não raro, experimenta enfrentamentos com principados e potestades. L
Ela sabe que, por trás dos ídolos, estão os demônios (1 Co 10:19-21). Se, de
fato a igreja é obediente a Jesus e cumpre a missão no poder do Espírito Santo,
inevitavelmente, se vê em terríveis embates contra Satanás e as forças das trevas.
Conquanto saiba que não deve ignorar os ardis de Satanás (2 Co 2:11), a igreja
autêntica não o teme, porque sabe que maior é o que está nela do que o que está
no mundo (1 Jo 4:4). Por essa razão, não tem medo de despachos na esquina, no
mar, nas cachoeiras; não teme duendes, pé de coelho, galho de arruda, sal gros-
so; não treme diante de orixás, de deuses feitos de barro, palha, madeira, pedra,
prata e ouro; não se acovarda diante dos desafios que os representantes das Dia-
nas modernas lhe fazem. A igreja que faz a missão de Deus enfrena Satanás e seus
demônios e os vence, no nome poderoso de Jesus (Mc 16:17-18).

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76 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


9 DE JUNHO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 393 • Final: BJ 12 | HBJ 334

10
O caráter
do evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Expor o caráter Se vivemos no Espírito, andemos também no
santificador do evangelho,
quando vivido pelo Espírito. (Gl 5:25)
Espírito, para que, assim,
livremente, o cristão possa
obedecer à lei de Deus e
rejeitar as obras da carne.
INTRODUÇÃO

“A doutrina da graça que Paulo prega é perigo-


LEITURA DIÁRIA sa!”, diziam os judaizantes. Diziam também: “Ele
D 03/06 Rm 6:1-5 substituiu a lei pela permissividade e o que ele
S 04/06 Rm 6:6-10
chama de liberdade é, na verdade, libertinagem”.
T 05/06 Rm 6:11-14
Q 06/06 Rm 6:15-23
Ainda hoje, ouvimos ideias parecidas. De fato, essa
Q 07/06 Gl 5:16-18 é uma dificuldade que muitos enfrentam por não
S 08/06 Gl 5:19-21 entenderam corretamente a graça e sua relação
S 09/06 Gl 5:22-25 com a lei de Deus. Na lição desta semana, vamos
estudar Gálatas 5:16-25, em que Paulo mostra que
o evangelho, embora não seja legalista, nunca será
libertino, nem uma liberação para o pecado; ao
contrario, é um convite à santidade, própria de uma
PÔR DO SOL vida guiada pelo Espírito. Se você deseja andar sob
Sexta-feira, 08/06 – 17h28 a direção do Espírito, aproveite este estudo!
Sábado, 09/06 – 17h28
Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão.
I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA

Ao que parece, o ensino dos judaizantes entre


os gálatas não trouxe apenas confusão teológica,
mas também relacional . Os versículos que ante-
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. cedem o trecho que estamos estudando mostram
o apelo de Paulo para que os crentes usassem a
nova liberdade em Cristo para praticar a lei do
amor, servindo uns aos outros, não para se des-

Ou acesse goo.gl/Kpscbr www.portaliap.org | 77


truírem mutuamente (Gl 5:13-15). tureza antiga e pecaminosa. O pró-
Na sequência, ele contrasta as prio Paulo provou e descreveu esse
obras da carne com o fruto do Es- drama: o desejo de obedecer à lei
pírito, evidenciando que o caráter de Deus, em oposição à lei do pe-
do evangelho é vivido plenamente cado, que reside no velho homem
através do próprio Espírito. Veja- (Rm 7:7-25). Até que nosso corpo
mos isso com mais detalhes. mortal seja vivificado pelo Espírito,
1. Uma guerra permanente: Há na consumação do reino, estamos
uma luta constante, dentro de nós, sujeitos a este conflito (Rm 8:11).
pela santidade. No versículo 16, em Entretanto, há uma maneira de
tom enfático (é o que sugere a ex- prevalecer nessa guerra: ... se sois
pressão “digo, porém”), Paulo apre- guiados pelo Espírito, não estais
senta a tese que defende no trecho: sob a lei (Gl 5:18). Sob a condução
... andai no Espírito e jamais satisfa- do Espírito, o crente sincero sabe
reis os desejos da carne (Gl 5:16b). que não pode ser aceito diante
Ele estabelece que o viver cristão de Deus ou justificar-se por meio
bem sucedido requer, necessaria- da obediência à lei; sabe também
mente, a atuação do Espírito Santo, que não pode cumpri-la fielmente
ou seja, a vida santa exigida pelo por seus próprios esforços. Ele en-
evangelho somente pode ser experi- contra, no Consolador, um compa-
mentada sob a condução do Espírito nheiro pessoal de caminhada, que
de Deus (Rm 6:1-2, 8:5-8; Ef 2:8-10). o auxilia na guerra contra a carne e
A relação entre a carne e o Espírito o ajuda a ser obediente.
está clara aqui: eles são opostos en- 2. Pecados evidentes: Após
tre si. O cenário de uma guerra está apresentar os dois lados opostos,
em foco. O verbo andar, que apare- o apóstolo qualifica cada um deles.
ce no versículo 16, remete à marcha Primeiro, descreve como a carne se
organizada e firme dos soldados em manifesta em nós e quais as suas
formação de combate. Desse modo, consequências. O apóstolo diz que
podemos dizer que o andar no Espí- tais obras são evidentes (Gl 5:19).
rito é uma postura firme e decidida Os gálatas, certamente, estavam
do crente de permanecer sob o co- familiarizados com elas. Eles ha-
mando do Consolador. viam praticado essas obras, antes
Essa guerra não parece ser op- de serem alcançados pelo evange-
cional: é uma batalha travada por lho da fé em Jesus Cristo.1
todo crente regenerado, um confli-
to permanente entre a nova natu-
reza santificada do cristão e sua na- 1. Lopes (2016:251)

78 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


Essa lista de pecados pode ser or- obra do Espírito, como se fosse uma
ganizada em quatro áreas: 1) peca- laranja com nove gomos: amor, ale-
dos sexuais: prostituição, impureza gria, paz, longanimidade, benigni-
e lascívia, e abrangem todo tipo de dade, bondade, fidelidade, mansi-
desvio pecaminoso na sexualidade; dão e domínio próprio (Gl 5:22,23a).
2) pecados religiosos, como idolatria Essas nove virtudes que formam
e feitiçaria, que implicam no desvio o fruto do Espírito estão inteira-
do culto ao Deus verdadeiro; 3) pe- mente alinhadas com a lei de Deus
cados interpessoais, que implicam (Gl 5:23b). Desse modo, podemos
inimizades, rivalidades, ciúmes, ira, afirmar que o fruto do Espírito é o
ambição egoísta, discórdia, partida- reflexo da Lei Moral que o Espírito
rismo e inveja; 4) pecados coletivos, Santo escreveu em nosso coração.
como bebedices e glutonarias, rela- Sendo assim, é o Espírito quem dá
cionados às farras e orgias públicas. ao crente condições de obedecer
Observe que não se trata apenas legitimamente ao preceito da lei de
de atos, mas também de pensamen- Deus (Rm 8:4). A vida no Espírito é
tos e sentimentos pecaminosos. Pau- a única alternativa vitoriosa contra
lo já advertira os gálatas sobre esses o legalismo e a carnalidade.2
e outros pecados semelhantes, bem O contraste entre as obras e o fru-
como sobre suas consequências. O to é importante. O trabalho de um
resultado dessas obras é desastroso: equipamento industrial pode gerar
... não herdarão o reino de Deus os um produto, mas não há máquina
que tais coisas praticam (Gl 5:21). no mundo capaz de produzir um
Aqui, porém, no uso do verbo “prati- fruto.3 Eis um precioso mistério de
car”, o apóstolo não está se referindo Deus: qualquer pessoa pode produ-
a um ato pecaminoso isolado, mas, zir obras carnais, mas somente Deus
sim, ao hábito de pecar. Aqueles que pode gerar o seu fruto em nós. Ape-
vivem na prática constante do peca- nas ele, através do seu Santo Espíri-
do e não se deleitam na santidade to, é capaz de regenerar, transformar
não herdarão o Reino de Deus. e controlar corações corrompidos
3. Virtudes contundentes: Em em delitos e pecados (Ef 2:1).
oposição às obras da carne, Paulo Para os que são de Cristo, todos os
expõe a eficácia do evangelho por desejos humanos pecaminosos foram
meio do fruto do Espírito. Normal- crucificados (Gl 5:24). Portanto, Pau-
mente, observa-se que ele não diz lo conclama os irmãos gálatas a uma
“frutos”, mas, sim, “fruto”, no sin-
gular. É como se estivesse pensan- 2. idem
do em uma única e multifacetada 3. Wiersbe (2006:940)

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vida coerente com o caráter do evan- nosas. A razão é simples: Porque, se
gelho: Se vivemos no Espírito, ande- viverdes segundo a carne, caminhais
mos também no Espírito (Gl 5:25). para a morte; mas, se, pelo Espírito,
De fato, não podemos dar ocasião à mortificardes os feitos do corpo, cer-
carne, voltando às práticas pecami- tamente, vivereis (Rm 8:13).

01. Leia Gl 5:16-18; Rm 6:1-2, 8:5-8, e, com o auxílio do item 1, fale


sobre a tese defendida por Paulo nesses textos. Qual é a relação entre
a carne e o Espírito? A graça nos isenta de obedecermos à lei de Deus?

02. Fale sobre as quatro áreas nas quais se manifestam as obras da


carne, na lista de Paulo, em Gl 5:19-21. Que resultados elas geram?
Leia também o item 2.

03. Após ler Gl 5:22-23; Rm 8:4, e o item 3, responda: Você entende


que o padrão de santidade e de caráter foi estabelecido na lei de
Deus e confirmado no exemplo de Cristo? Qual a relação entre o
fruto do Espírito e a lei de Deus?

04. Como deve ser o caráter daqueles que conhecem a Cristo? Leia
Gl 5:24,25; Rm 6:1-6, 8:13.

80 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Viva no Espírito para obedecer à lei de Deus.

O ensino bíblico é claro e enfáti- de consciência, liberdade para obe-


co: Mas, se sois guiados pelo Espíri- decer. O cristão salvo pelo sangue
to, não estais sob a lei (Gl 5:18). Foi de Cristo é livre para viver em san-
também o mesmo apóstolo Paulo tidade.4 Portanto, caro estudante,
quem ensinou que a lei é espiritual, ande no Espírito e deleite-se nos pre-
santa, justa e boa (Rm 7:12,14). Isso ceitos de Deus. Confie no auxílio di-
significa que, quando somos dirigi- vino para obedecer. O Espírito não é
dos pelo Espírito Santo, andamos apenas um vendedor de mapas para
conforme a lei de Deus, temos pra- o destino da liberdade; é o próprio
zer nos seus mandamentos e, por- guia que nos toma pela mão, nos
tanto, podemos desfrutar da liberda- conduz pelo caminho, até a glória fi-
de com que Cristo nos libertou, pois nal. O Espírito é visto como um guia,
não vivemos debaixo de acusação a quem se espera que o cristão siga.5
por causa da escravidão do pecado.
A liberdade cristã, porém, não é 4. Lopes (2011:234)
liberdade para pecar, mas liberdade 5. ibidem, p.241

05. Você tem percebido a ajuda do Espírito Santo para obedecer à


lei do Senhor?

2. Ande no Espírito para rejeitar as obras da carne.


Nossa natureza humana é peri- desejos de nossa natureza caída.
gosa e inclinada ao erro. De acor- A vinda do Senhor é iminente e
do com as Escrituras, os que estão não podemos nos distrair com a se-
na carne não podem agradar a dução do pecado. Ande no Espírito,
Deus (Rm 8:8). Praticar as obras da para viver como Cristo viveu. Lem-
carne nos afasta da vida de pleni- bre-se do alerta paulino: A noite é
tude que Deus quer que vivamos. passada, e o dia é chegado. Rejeite-
Portanto, precisamos assumir uma mos, pois, as obras das trevas, e vista-
postura firme e corajosa contra os mo-nos das armas da luz (Rm 13:12).

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06. Compartilhe com a classe exemplos de como o Espírito Santo
nos ajuda a rejeitar as obras da carne.

DESAFIO DA SEMANA

A lição que acabamos de estudar trata de questões comuns a


todo o cristão. Invariavelmente, embora não da mesma forma, todo
discípulo de Jesus enfrenta batalhas contra a carne e precisa da aju-
da do Espírito para vencê-las e para obedecer aos mandamentos
do Senhor. Para esta semana, que tal encontrar-se com outro irmão
em Cristo para, juntos, terem um momento na presença de Deus?
Como sugestão, reservem entre 15 a 30 minutos para lerem a Bí-
blia, trocarem experiências sobre a luta contra o pecado e orarem
juntos. Que o Espírito os guie.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 03/06 Rm 9:30-10:21 1Sm 19 Sl 64


Segunda-feira 04/06 Rm 11:1-24 1Sm 20 Sl 65
Terça-feira 05/06 Rm 11:25-36 1Sm 21-22 Sl 66
Quarta-feira 06/06 Rm 12 1Sm 23-24 Sl 67
Quinta-feira 07/06 Rm 13 1Sm 25 Sl 68
Sexta-feira 08/06 Rm 14 1Sm 26 Sl 69
Sábado 09/06 Rm 15:1-13 1Sm 27-28 Sl 70

82 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


MOMENTO MISSIONÁRIO OS MISSIONÁRIOS NA ILHA DE MALTA

Sob o comando do Espírito Santo, Paulo partiu de Cesareia Marítima como


um prisioneiro que havia apelado para César (At 25:11, 26:32). Viagem de navio
dura, conturbada, atribulada, difícil. O tempo estava péssimo, com ventos fortes e
ondas imensas. Com o navio em perigo de afundar e as pessoas em eminencia de
morte, o Espírito Santo encorajou seu missionário a não perder a oportunidade:
Paulo evangelizou os prisioneiros e toda a tripulação. O navio afundou na ilha de
Malta, o prejuízo material foi imenso, mas, apesar dos danos materiais, nenhum
ser humano morreu. Na ilha de Malta, o apóstolo Paulo fundou uma igreja. Que
maravilhoso! A igreja de Jesus Cristo em Malta! Logo o missionário do Espírito
Santo embarcou para Roma, aonde chegaria, no ano 62 d.C. A viagem está regis-
trada nos capítulos 27 e 28 do livro de Atos.
A igreja mentoriada pelo Espírito Santo está sempre “navegando” em mares
bravios. Ela está em constante movimento, e é movimentada pelos eventos do
mundo que a odeia. A igreja missional não ama o mundo, nem as coisas que nele
há, mas ama os pecadores mundanos e não quer que sejam destruídos. Por isso,
mesmo em meio às maiores turbulências e perigos, crises e desesperanças, ela tem
uma voz, uma palavra, uma mensagem de esperança e vida, a boa notícia que todo
ser humano precisa ouvir: Jesus Cristo, sua cruz dolorosa, seu sague remidor e seu
sacrifício de amor. A igreja verdadeiramente guiada pelo Espírito Santo não vive
como uma ilha, isolada, afastada do mundo: ela vai até as pessoas “ilhadas” pela
ignorância do pecado. A igreja missional não dá desculpas de que o tempo está
ruim, de que a crise é insuperável, de que não poderá pregar em razão das amea-
ças de morte; ao contrário, ela aproveita os momentos mais críticos da sociedade
para semear a semente da esperança: Jesus Cristo, Senhor dos vivos e dos mortos.

Seja um mantenedor dos projetos missionários:


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16 DE JUNHO DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 298 | HBJ 435 • Final: HBJ 437

11
O próximo
e o evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Ajudar o aluno entender Portanto, enquanto temos oportunidade,
a importância do
compartilhamento, para façamos o bem a todos, especialmente aos da
que, assim, aja prontamente família da fé. (Gl 6:10)
em benefício do próximo,
seja dividindo os fardos que
carrega, seja transmitindo
as bênçãos que recebe. INTRODUÇÃO

LEITURA DIÁRIA Que diferença o evangelho faz em seus relacio-


D 10/06 Jo 3:14-18 namentos? De que maneira afeta o modo como
S 11/06 Rm 3:21-26
você se vê em relação àqueles que o cercam? E
T 12/06 Rm 5:8-10
Q 13/06 Rm 5:11-12
como você vê os outros em relação a si mesmo?
Q 14/06 Fp 2:1-5 Será que você tem agido com sabedoria, quando
S 15/06 Gl 5:26-6:1-5 um irmão cai em pecado? Será que tem transmi-
S 16/06 Gl 6:6-10 tido as bênçãos que recebeu de Deus a cristãos e
não cristãos? O trecho de Gálatas 5:26 até 6:10,
que estudaremos nesta lição, ajuda-nos a refletir
sobre essas questões. A carta nos ensina que a
graça de Cristo nos ajuda a olhar com mais com-
PÔR DO SOL paixão e simpatia os nossos semelhantes e, certa-
Sexta-feira, 15/06 – 17h28 mente, afeta nossos relacionamentos.
Sábado, 16/06 – 17h28
Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão.
I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA

No capítulo 5, Paulo tratou da vida no Espírito.


Agora, ele trata sobre a ética do Espírito, ou seja,
aplica os princípios à vida. Paulo enfatiza o amor
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. ao próximo. É a isso que almejamos nos ater aqui.
De alguma forma, o compartilhar é ponto-chave
no texto que estudaremos. Em Gálatas 5:26-6:5,
Paulo ensina os crentes a compartilhar os fardos;

Ou acesse goo.gl/RFH2sr 84 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


em Gálatas 6:6-10, ele os ensina em relação ao próximo: olhá-lo de
a compartilhar as bênçãos. Trata- cima para baixo, desprezando-o
-se de um jeito ótimo de o cristão (prokaleo), ou olhá-lo de baixo para
constatar que tem o fruto do Espíri- cima, invejando-o (phthoneo).
to. Vamos ao estudo! O texto segue com uma aplica-
1. Cristãos que compartilham ção muito certeira desse ensina-
fardos: Ao ministrar esse pensa- mento sobre a maneira como lida-
mento inicial, Paulo faz desmoronar mos com o pecado de um irmão.
o orgulho humano, um muro que Tal pecado (gr. paraptoma) designa
nos impede de compartilhar fardos. o ato isolado, em contraposição ao
Não sejamos presunçosos, disse poder universal do pecado,3 um fato
ele (Gl 5:26a). A palavra usada é ke- específico em que o pecador é “sur-
nodoxoi, que significa, literalmen- preendido”, isto é, provavelmente,
te, “vangloriosos” ou “vazios de não premedita errar. Paulo parece
honra”.1 Revela uma pessoa inse- fazer questão de supor um caso com
gura; alguém que possui um vácuo pouca gravidade.
de glória interior e que precisa se Em Gálatas 6:1, a expressão vo-
autoafirmar. O texto não para por cês que são os espirituais é enfáti-
aí. Paulo continua: ... provocando ca.4 Para Paulo, o mais preocupante
uns aos outros e tendo inveja uns não é quem, hipoteticamente, pe-
dos outros (Gl 5:26b – grifo nosso). cou, mas quem, tratará o pecado:
Consideremos as palavras “pro- não devem ser os orgulhosos, mas,
vocando” e “inveja”, grifadas no sim, os verdadeiramente espirituais,
texto. A primeira é a tradução para que têm o fruto do Espírito: amor,
prokaleo; dá ideia de competitivi- paciência, mansidão, etc. Além dis-
dade. A segunda é a tradução para so, eles precisavam estar ali, não
phthoneo e tem a ver com “que- para apedrejar, mas para “restau-
rer algo que pertence por direito rar”, que, em Gálatas 6:1, significa
a outra pessoa ou querer que essa pôr no lugar um osso deslocado ou
pessoa não tenha tal coisa”.2 A ad- restaurar um osso fraturado.5
vertência, então, é para aqueles O princípio é simples e contun-
orgulhosos que têm uma carência dente: ... levai os fardos uns dos
inglória de status ou poder e que outros (Gl 6:2). Embora a expressão
acabam por assumir, pelo menos, “levar os fardos” pudesse ser apli-
uma de duas posições vangloriosas
3. Pohl (1999:190)
1. Keller (2015:168) 4. Lyons (2016:448)
2. idem 5. Keller, op. cit., p.175

www.portaliap.org | 85
cada de maneiras distintas, Paulo a Hb 13:16). Se o amor, a paciência e a
aplicou estritamente ao caso de um mansidão foram os gomos do fruto
irmão que tenha cometido um pe- do Espírito no item anterior do co-
cado. Em primeira instância, quer mentário, doravante, a ênfase está
dizer que devemos nos ajudar em na “bondade”, outra prova de que
nossas fraquezas e não ter um olhar andamos no Espírito. São desenvol-
altivo, de julgamento, e insensível, vidas três perguntas instigantes.
pois quem acha que é alguma coi- Em primeiro lugar, com quem de-
sa, por assim dizer, um “santarrão”, vemos compartilhar gestos de bon-
está bastante enganado (Gl 6:3). dade? Com os irmãos em Cristo,
Nos versículos 4 e 5, a palavra especialmente, e com todos os de-
“fardo” aparece novamente; porém, mais. Paulo diz que aquele que é ins-
com um sentido diferente daquele truído deve compartilhar boas coisas
do versículo 2. Não se trata de uma com aquele que instrui (Gl 6:6). Ele
contradição. Na verdade, há dois está se referindo a mestres cristãos
termos gregos diferentes traduzidos (presbíteros que se dedicavam ao
por “fardo”: “uma carga pesada” ensino, 1 Tm 5:17), que precisavam
(v. 2) e “a mochila de um soldado” de ajuda, para que não tivessem seu
(v. 5).6 Paulo está dizendo que, não ministério comprometido.7
obstante devamos compartilhar Não sabemos se os falsos mestres
nossas fraquezas, temos responsa- infiltrados entre os gálatas levaram
bilidade individual, diante de Deus, parte da igreja a deixar de contribuir
pelo que somos e fazemos, respon- com os verdadeiros mestres, legiti-
sabilidade essa que não pode ser mamente instituídos. De qualquer
medida em comparação com a vida forma, Paulo faz questão de enfati-
do próximo, numa tentativa de nos zar a importância de corresponder
acharmos melhores. ao empenho sincero dos homens
2. Cristãos que compartilham de Deus. Tal companheirismo não
bênçãos: Paulo, que continua a tra- existia da parte dos falsos mestres
tar sobre a ética do Espírito, agora (Gl 4:17). Era preciso compartilhar
cita a necessidade de compartilhar das bênçãos materiais com aqueles
bênçãos, mais especificamente que compartilhavam da Palavra.
as bênçãos materiais, um princí- Em Gálatas 6:10, o apóstolo
pio bem conhecido na teologia do amplia a visão: ... façamos o bem
Novo Testamento (At 2:45; 2 Co 8:4; (talvez se referindo não apenas a

6. Wiersbe (2006:944) 7. Pohl, op. cit., p.198

86 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


ações financeiras) a todos, mas mos cada vez mais da vida de Deus
principalmente aos da família da em nós (Gl 6:7). O oposto também é
fé. Se, na ocasião, a família da fé verdadeiro: se zombarmos de Deus,
poderia ser representada pelos vivendo na carne, colheremos a cor-
mestres da igreja, “todos” esten- rupção, isto é, vai haver um proces-
de-se a cristãos e não cristãos, sem so de decadência moral.10
reservas. Portanto, o próximo, aqui, Enfim, em terceiro lugar, quan-
estende-se aos que não pertencem do devemos fazer o bem? A Bíblia
à família da fé, a igreja. responde com um inequívoco en-
Em segundo lugar, por que deve- quanto temos ocasião, ou seja, não
mos demonstrar tais gestos de bon- quando a situação nos for favorável
dade? Por conta da lei da semea- ou quando encontrarmos alguém
dura e da colheita. Não se deixem que julguemos “merecedor” do
enganar (Gl 6:7). A frase era usada nosso favor, mas agora, na nossa
como uma “fórmula introdutória”, realidade presente, na oportunida-
antes de advertências solenes.8 de e dentro das possibilidades que
Segundo Paulo, colhemos o que Deus nos dá hoje.
plantamos. E, aqui, ele não está nos Em suma, devemos compartilhar
ensinando a barganhar com Deus das bênçãos com os irmãos e fa-
para termos bênçãos materiais. Ele zer o bem a todos; devemos com-
está tratando de coisas espirituais: partilhar, lembrando que tudo que
semear na carne e no Espírito. plantarmos, colheremos; devemos
Semear na carne é deixar a velha ainda fazer o bem, de forma ge-
natureza seguir seu livre curso, ao ral, sempre que for possível; afinal,
passo que semear no Espírito sig- trata-se não apenas de uma obri-
nifica deixar o Espírito Santo seguir gação, mas de uma oportunidade.
seu livre curso.9 Quem semeia no É uma dádiva para nós. Devemos
Espírito, colherá a vida eterna que agir assim, como resultado da sal-
o Espírito Santo lhe dá, isto é, tere- vação que recebemos em Cristo.
Dito isso, vamos às perguntas.
8. Lyons, op. cit., p.464
9. Hendriksen (2009:282) 10. Stott (2007:155)

01. Com base no primeiro e no segundo parágrafos do item 1,


que “muro” pode impedir-nos de compartilhar fardos? Qual o
sentido de “não sejamos presunçosos” e quais são as duas posições
vangloriosas que podemos assumir em relação ao próximo? Leia
também Gl 5:26.

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02. Ainda considerando o item 1 e seus parágrafos restantes, o que
o texto diz sobre a maneira como lidamos com o pecado de um
irmão? Há alguma contradição em “levar os fardos uns dos outros” e
“levar o próprio fardo” (Gl 6:2,4-5)?

03. Leia Gl 6:6,10; os versículos citados no item 2, parágrafos dois,


três e quatro, e responda: A quem devemos exercer a bondade, por
meio da ação social? Somente aos irmãos de fé?

04. Discorrendo sobre o exercício da bondade, Paulo ainda nos


mostra “por que” levar isso a sério e “quando” colocar isso em
prática. Comente tais pontos, conferindo Gl 6:7-10 e o item 2.

II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Viva o evangelho valorizando o próximo.


Há muita gente que anda con- de pessoa, pare de tentar mos-
vencida de si mesma ou que trar sua superioridade. A quem
anda invejando os outros. Essa deseja convencer? Os outros ou a
é uma forma contrária ao “andar si mesmo? Não pense de si mais
no Espírito”. Se você é esse tipo do que convém, mas considere

88 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


os outros superiores a si mesmo humildade. Seja espiritual: visite,
(Rm 12:3; Fp 2:3). console, abrace, cuide, restaure o
Viva a ética do Espírito: valori- caído, valorize-o, demonstrando
ze o próximo! Não é uma opção; a mansidão que só aquele que
é um dever. Ajude aqueles que tem o fruto do Espírito é capaz de
foram vencidos por algum pe- expressar. Não esqueça: o amor
cado a voltar ao caminho, com cristão é cruciforme.

05. Discuta com a classe, de maneira bem prática, o que podemos


fazer para expressarmos uma vida cristã sem orgulho e como
podemos valorizar o próximo, especialmente os nossos irmãos que,
eventualmente, caem em pecado?

2. Viva o evangelho ajudando o próximo.


Podemos ser cristãos que não se Para conseguirmos praticar essas
importam com o outro? É eviden- coisas, precisamos nos desvencilhar
te que não. A igreja não pode ser de certas pedras no sapato. Às ve-
uma panelinha exclusivista, com zes, não ajudamos o próximo por-
membros isolados do mundo ao que estamos muito ocupados “fa-
redor, sem fazer coisa alguma para zendo a vida” e realizando sonhos
ajudar os perdidos.11 Dê roupa e particulares, muitos deles destoan-
alimento, dê oportunidades, dê tes do evangelho. Será que estamos
palavras e ações; enfim, não negue atarefados demais, ganhando di-
o maior dos bens: a pregação do nheiro desenfreadamente? É preci-
evangelho, é claro. Vida cristã tem so lembrar que o que fazemos com
muito mais a ver com estender a as coisas materiais evidencia quanto
mão do que com cruzar os braços. valorizamos as coisas espirituais.12

11. Wiersbe, op. cit., p.947 12. p.945

06. Comente a frase: “Vida cristã tem muito mais a ver com
estender a mão do que com cruzar os braços”. É possível expressar
solidariedade em um mundo individualista?

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DESAFIO DA SEMANA

Aprendemos que fomos salvos pela graça e que esta consciên-


cia deve afetar nossos relacionamentos. Perseverar na prática das
boas obras como produto da graça é a ênfase constante de Paulo.
O evangelho que liberta do poder do pecado é o evangelho que
liberta para a prática das boas obras. Portanto, é hora de engolir o
orgulho e abrir o coração. Para não ficar só nas palavras, desafie a
si mesmo: Procure um irmão que carece de ajuda espiritual e envol-
va-se na sua restauração. Escolha também uma pessoa da família
da fé ou de fora dela e exerça a ajuda cristã que lhe vier à mente.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 10/06 Rm 15:14-33 1Sm 29-31 Sl 71


Segunda-feira 11/06 Rm 16 2Sm 1 Sl 72
Terça-feira 12/06 Mc 1:1-20 2Sm 2:1-3:1 Dn 1
Quarta-feira 13/06 Mc 1:21-45 2Sm 3:2-39 Dn 2:1-23
Quinta-feira 14/06 Mc 2 2Sm 4-5 Dn 2:24-49
Sexta-feira 15/06 Mc 3:1-19 2Sm 6 Dn 3
Sábado 16/06 Mc 3:20-35 2Sm 7-8 Dn 4

90 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


MOMENTO MISSIONÁRIO OS MISSIONÁRIOS NA
GRANDE CAPITAL

O Espírito Santo conduziu seu missionário até a grande capital do império da


época: Roma. Ali, o missionário de Deus seria julgado, condenado e morto (há
quem diga que Paulo tenha sido absolvido e teria chegado até a Espanha, o que
é improvável). Ele mesmo descreveu seu fim: Porque eu já estou sendo oferecido
por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé (2 Tm 4:6-7). Com efeito, declara
que ninguém foi a seu favor, no julgamento (2 Tm 4:16). Porém, enquanto aguar-
dava a audiência com Nero, o missionário guiado pelo Espírito Santo, morando
de aluguel, pregava o evangelho de Cristo aos que o visitavam (At 28.30). E mais:
... o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pre-
gação, e todos os gentios a ouvissem (2 Tm 4:17; Fp 1:13). Preso fisicamente,
Paulo pregou o evangelho eterno a pessoas fisicamente livres, libertando-as da
prisão espiritual em que jaziam cativas.
As maiores capitais do planeta são lugares de oportunidades para que as pes-
soas desenvolvam-se de forma integral e tenham uma melhor qualidade de vida.
Mas, também, são lugares extremamente hostis à vida humana, onde reinam as
drogas, a prostituição, a violência, as torpezas, a devassidão, o hedonismo, o con-
sumismo, o secularismo, o existencialismo, o satanismo e toda sorte de doenças
físicas, emocionais e espirituais. E no meio desse turbilhão em que a vida humana
se desenvolve, está a igreja de Jesus Cristo, com a altaneira missão de ser sal da
terra e luz do mundo, mundo que a julga e a condena à morte o dia todo e todos
os dias. Mas, por causa de Jesus, ela é mais do que vencedora em todas essas
coisas (Rm 8:31-39). Se você mora numa grande cidade, o Espírito Santo está a lhe
falar: quer usar a sua vida para salvar pessoas perdidas em seus apartamentos e
casas, em praças, ruas e viadutos. Mas saiba de uma coisa: enquanto Deus estiver
usando a sua vida, a ira do mundo atingirá você, a ponto de o machucar. Porém,
esteja seguro: você só morrerá quando Deus quiser! Antes, muita gente será salva
nas grandes cidades.

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23 DE JUNHO DE 2018 Hinos – Inicial: HBJ 347 • Final: BJ 280 | HBJ 351

12
As marcas
do evangelho
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar ao estudante da Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu
Carta aos Gálatas que as
marcas do evangelho estão trago no corpo as marcas de Jesus. (Gl 6:17)
ligadas a ser perseguido
pela fé, gloriar-se na obra
de Cristo e viver uma nova
vida, consequência da
salvação pela graça.
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 17/06 1Co 1:18-21 Hoje, chegamos à última lição desta série em
S 18/06 2Co 4:8-13
que estamos estudando a Carta aos Gálatas. Sem
T 19/06 2Co 5:17-21
Q 20/06 Gl 6:11-13
dúvida, foi um trimestre bastante proveitoso. Nes-
Q 21/06 Gl 6:14-18 ta lição, estudaremos Gálatas 6:11-18, em que o
S 22/06 Ef 2:13-22 apóstolo Paulo deixa as últimas orientações para
S 23/06 Cl 2:8-13 os cristãos da região da Galácia. Ele se despede
com palavras duras, não porque não amasse aque-
les irmãos, mas exatamente porque queria que a
graça e misericórdia de Deus estivessem sempre
com eles (Gl 6:18). Ao terminar a carta, ainda dian-
PÔR DO SOL te da controvérsia da “marca da circuncisão” exi-
Sexta-feira, 22/06 – 17h29 gida pelos falsos cristãos, Paulo mostra quais as
Sábado, 23/06 – 17h30
Baseado no horário de Brasília. Considere
marcas que realmente os gálatas precisavam ter
o fuso horário e o horário de verão.
em suas vidas.

I. ESTUDANDO O ENSINO DA CARTA

Vede com que letras grandes vos escrevi de meu


Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. próprio punho... (Gl 6:11). É assim que Paulo come-
ça a despedida de sua carta. Aqui, ele não necessa-
riamente afirma que escreveu toda carta, mas que,
muito provável, estava escrevendo com sua letra ape-

Ou acesse goo.gl/fZWMVe 92 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


nas a saudação final.1 E essas “letras Portanto, não havia meio termo:
grandes” serviam “na Antiguidade ou se cria na salvação somente pela
à mesma intenção como (...) [hoje] fé em Cristo ou se vivia dependen-
o sublinhado, ou (...) o tipo itálico te da Antiga Aliança, cravejada por
ou negrito”.2 De igual modo, vamos Jesus na cruz. E crer na salvação
destacar as marcas de Gálatas 6:11- pela graça de Deus era trazer so-
18, que é trecho do estudo de hoje. bre si o juízo dos judeus. Naquele
1. A marca da perseguição: Pau- contexto, o judaísmo era, perante
lo começa seu discurso dizendo que o governo romano, uma religião
os que desejavam circuncidar-se não lícita, com privilégios.3 Não seguir
o faziam para Deus, mas apenas para seus preceitos significava não só
fugirem de qualquer perseguição re- perseguição religiosa, mas desvan-
ligiosa. Eles buscavam um compor- tagens sociais.
tamento que os deixasse quites com Não à toa, Paulo disse: ... eu tra-
os judeus (circuncidando-se) e com go no corpo as marcas de Jesus (Gl
Paulo (crendo em Cristo): ... esses vos 6:17), ou seja, a sua postura e seus
constrangem a vos circuncidardes, so- ensinos centravam-se na obra de
mente para não serem perseguidos Cristo, excluindo qualquer acrés-
por causa da cruz de Cristo (Gl 6:12b). cimo à conquista da salvação que
Porém, para o apóstolo, a perse- não fosse a fé no Salvador. Isso fa-
guição era uma marca para quem zia que o apóstolo fosse marcado
desejava uma vida de verdadeira fisicamente, por perseguição, de-
confiança na obra de Cristo. Con- vido sua mensagem ter o tom da
fiar na obra da cruz e dela depen- graça. Por isso, sua vida teve a per-
der para salvação era uma afronta seguição como marca cristã.
para os judaizantes, assim como, 2. A marca da glória: Em Gála-
para Paulo, tentar acrescentar algo tas 6:14a, Paulo diz o seguinte: Mas
à obra de Jesus representava negar longe esteja de mim gloriar-me, se-
a verdadeira fé. não na cruz de nosso Senhor Jesus
Cristo. Aqui, ele associa glória a
cruz, sofrimento a vitória. Paulo não
1. As cartas eram escritas por secretários, dependia de preceitos religiosos e
chamados de amanuenses, como o caso
de Técio, que escreveu a Carta aos Roma- rituais judaicos para ser salvo, mas
nos (Rm 16:22), ditada por Paulo. O final da confiava plenamente na obra do
carta, algumas vezes, era escrito de próprio
punho pelo autor, como afirma Hendriksen Senhor, como explicou em toda a
(2009:288). Trata-se de dar autenticidade e
maior ênfase ao assunto final (cf. 2 Ts 3:17; 1
Co 16:21; Cl 3:18).
2. Pohl (1999:204) 3. ibidem, 205.

www.portaliap.org | 93
Carta aos Gálatas. Evangelho que Jesus disse: Se alguém quer vir após
se preze tem cruz. O evangelho mim, a si mesmo se negue, tome a
verdadeiro exalta essa obra. sua cruz e siga-me (Mt 16:24).
A ideia da palavra “gloriar-se” 3. A marca da nova vida: Além
lembra a pose de vencedor. Pense, das marcas da perseguição e da
por exemplo, no político que vence glória na obra de Cristo, outra mar-
uma eleição ou do atleta que ganha ca que vemos no texto em estudo é
uma competição e que faz aquele a da nova vida, como concluiu o ser-
tradicional sinal de vitória com as vo de Deus: Pois nem a circuncisão
mãos: “Paulo faz seu gesto significa- é coisa alguma, nem a incircuncisão,
tivo de triunfo: Coloca a mão sobre mas o ser nova criatura (Gl 6:15). A
a cruz de Cristo”.4 Com isso, o tex- circuncisão era uma marca da An-
to mostra que a total confiança do tiga Aliança, feita no órgão genital
apóstolo não repousava em mérito masculino, símbolo do antigo pacto.
próprio, mas na obra de Jesus. Era esse ritual ultrapassado que os
judaizantes, que misturavam práticas
A cruz de Cristo faz que o apósto-
judaicas com a fé cristã, queriam exigir
lo se considere da seguinte forma: ...
dos cristãos para a salvação. Paulo os
o mundo está crucificado para mim,
combate, dizendo que isso era ape-
e eu, para o mundo (Gl 6:14b). O
nas superficialidade, sem obediência
“mundo” é todo o sistema de valores
(Gl 6:14). Agora, na Nova Aliança, a
filosóficos, políticos, religiosos e tudo
circuncisão é feita no coração de ho-
aquilo que se opõe ao evangelho bí-
mens e mulheres, pelo Espírito Santo
blico, este “mundo” está morto para
(Rm 2:29). Essa nova vida é gerada
o apóstolo. Ele também se encontra
pelo ouvir a Palavra e arrepender-se
“morto” para esse sistema. Desde
dos pecados, e operada pelo Espírito
que conheceu a Cristo, sua vida pas- (Jo 3:6-7; Tt 3:5; 1 Pd 1:23).
sou a girar em torno do Mestre. Sobre esses que vivem essa nova
E é esse efeito que a graça produz: vida dada por Cristo, segundo o
não uma vida liberta para se viver de apóstolo, há paz e misericórdia (Gl
maneira mundana, mas de maneira 6:17b). A paz de Deus nos foi dada
crucificada. Seria uma vida em forma por meio da cruz, pois voltamos a
de cruz, em que se morre para os va- ser amigos de Deus; a misericórdia
lores do mundo e se vive os valores foi o fato de, mesmo diante da mi-
de Deus. Uma marca forte do evan- séria de nosso pecado, Deus enviar
gelho é a glória da cruz; é fazer o que seu Filho para nos salvar (Rm 5:8).
Quem anda no padrão da cruz tem
4. ibidem, 206. essas bênçãos divinas sobre si.

94 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


O Israel de Deus, para a maioria O final da carta de Paulo é uma
dos intérpretes, é toda a igreja de espécie de recapitulação do que
Deus, formada por judeus e gen- ele disse em todo seu conteúdo.
tios, de todos os povos, unidos pela Ele frisou com letras garrafais
cruz do Senhor (Ef 2:13-16; Gl 3:28). que a obra de Cristo na cruz é o
Por meio dela, não existe barreira centro da fé, e daí extraímos as
racial, étnica, social ou cultural que marcas do evangelho: persegui-
impeça a aproximação de todos. ção, glória e nova vida. Assim,
No passado, Israel não viveu seu se queremos viver a mensagem
chamado de ser luz, e as nações aos Gálatas de maneira autênti-
andaram na escuridão; agora, a ca, devemos ter em nossa vida
própria luz do mundo veio salvar os esses sinais. Sendo assim, vamos
que nele creem (Jo 8:12; At 26:23). então, à prática.

01. Sobre o item 1 do comentário, baseado em Gl 6:12 e 16, fale por


que assim como o apóstolo foi perseguido, os cristãos seriam?

02. Gálatas 6:14 refere-se a gloriar-se na cruz. Explique para a classe


qual o significado dessa expressão.

03. O que significa a frase: “... o mundo está crucificado para mim, e
eu, para o mundo”, em Gl 6:14b? Como apoio, utilize o item 2.

04. Explique o que é a “marca uma nova vida”. Baseie-se em Gl 6:15


e o item 3.

www.portaliap.org | 95
II. APLICANDO O ENSINO DA CARTA

1. Temos as marcas do evangelho: Não esqueçamos a obra de Cristo!


Para os judaizantes, o ritual da cruz, mesmo que isso resulte
era o que os salvava. A confian- em ameaças e perseguições.
ça deles estava não nos méritos A salvação pela fé é algo ine-
de Jesus, mas também em suas gociável (At 15:11). Não podemos
boas ações. Eles eram religiosos nos esquecer do que o Senhor fez
e acreditavam que, por sua bon- (cf. 2 Tm 2:8). Não é por sua bon-
dade, estariam salvos do pecado. dade que você é salvo; não é por ir
Essa era a tragédia deles. Paulo ao culto ou pertencer à igreja que
chamou isso de “cair da graça” você é salvo. Você é salvo pela obra
e alertou os cristãos da Galácia da cruz. Hora ou outra, somos ten-
a não cometerem o mesmo erro. tados a confiar em nós mesmos e a
Por isso, à semelhança de Paulo achar que somos bons e merecedo-
e dos gálatas, naquela época, a res. Contudo, não esqueçamos que
igreja de hoje não pode deixar de tudo de bom que temos ou somos
crer e compartilhar a mensagem é por causa a obra de Cristo.

05. Faça uma análise da sua vida cristã: Você tem posto a sua
confiança de maneira integral na obra de Cristo ou pensa que
contribuiu com algo para ser salvo?

2. Temos as marcas do evangelho: Vivamos em obediência a Deus!


Paulo chocou os judaizantes com lutando ainda contra o pecado,
a verdade, quando concluiu que o temos a possibilidade de andar-
ritual da circuncisão não vale mais: mos como filhos de Deus. Com a
o que vale é ser uma nova criatu- presença do Espírito Santo em nós,
ra (Gl 6:15). Como já estudamos, podemos andar na lei do Senhor.
o apóstolo estava ensinado que Estranhe se, depois de ter sido
um coração transformado praticará encontrado pelo Senhor, você não
novas atitudes. Se somos verdadei- deseja obedecer aos seus manda-
ramente salvos pela graça, mesmo mentos, pois, se somos nova cria-

96 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


ção, devemos viver em novidade coração, guardar o dia do Senhor,
de vida (Rm 6:4; 2 Co 5:17). Isso o sábado, ser bondosos para com
não significa perfeição, mas sig- todos, perseverar em seguir no ca-
nifica que, separados do mundo, minho da salvação, sabendo que é
temos de cuidar dos nossos pen- o poder de Deus que nos dá o de-
samentos, cultuar a Deus de todo sejo de fazer sua vontade (Fp 2:13).

06. Converse com a classe sobre a importância de andar em


obediência a Deus, como consequência da salvação pela graça.

DESAFIO DA SEMANA

Estudar as marcas do evangelho nos fazem refletir sobre o tipo


de cristianismo que temos levado. Paulo, apesar da perseguição,
estava disposto a se gloriar na obra de Cristo na Cruz e viver uma
nova vida. Como desafio, chame um amigo cristão de sua confiança,
conversem entre si e verifiquem se, na vida de vocês, essas marcas
são encontradas. Vocês têm vivido e pregado o evangelho, apesar
das perseguições? Têm se gloriado na obra da cruz? Pensem nisso,
e que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vocês. Amém!

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 17/06 Mc 4:1-20 2Sm 9-10 Dn 5


Segunda-feira 18/06 Mc 4:21-41 2Sm 11-12 Dn 6
Terça-feira 19/06 Mc 5:1-20 2Sm 13 Dn 7
Quarta-feira 20/06 Mc 5:21-43 2Sm 14 Dn 8
Quinta-feira 21/06 Mc 6:1-29 2Sm 15 Dn 9
Sexta-feira 22/06 Mc 6:30-56 2Sm 16 Dn 10:1-11:2
Sábado 23/06 Mc 7:1-13 2Sm 17 Dn 11:2-20

www.portaliap.org | 97
MOMENTO MISSIONÁRIO OS MISSIONÁRIOS E O
GRANDE CAMPO

Qual o lugar onde a igreja verdadeiramente guiada pelo Espírito Santo deve
estar? Resposta: no campo missionário! Onde é o campo? Jesus responde: ...
o campo é o mundo (Mt 13:38). O Salvador do mundo não disse que o cam-
po é exclusivamente Jerusalém, nem a Judeia, nem Roma, nem a cidade onde
você mora. O Espírito Santo ainda há de ter muito trabalho para convencer muita
gente apinhada nas igrejas locais, cuja visão missionária é restrita a sua cidade.
Tal visão leva essas pessoas a verem as ações missionárias mais alargadas com
desconfiança e pouco interesse. É verdade que há pessoas que não são contra,
mas, também, não fazem movimento algum a favor, seja orando ou contribuído
com recursos financeiros. Mas, infelizmente há os que agem de forma mais ne-
gativa: posicionam-se contra as missões entre povos e nações. Talvez a maioria
dos irmãos que têm essa visão esquece que eles só foram alcançados porque os
irmãos das igrejas locais do Novo Testamento apoiaram integralmente Paulo e
seus companheiros a fazer missões no mundo.
Todavia, o Espírito de Deus tem arregimentado uma multidão cada vez maior
de amantes de missões. A cada dia, irmãos e irmãs são biblicamente convencidos
de que uma das grandes razões da existência da igreja de Cristo é pregar o evan-
gelho a toda criatura. Aumenta cada vez mais o número de corações quebran-
tados com a ordem de Jesus Cristo: ... ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28:19-20). Deixe o Espírito Santo
quebrantar o seu coração e convencê-lo de que uma das melhores coisas da cami-
nhada com Cristo é ser usado para salvar pessoas das garras mortais de Satanás.
Seja missional: pregue o evangelho na sua vizinhança, entre as suas amizades,
seu bairro, sua cidade, em todos os lugares e oportunidades. Esse é o seu grande
campo, o seu mundo missionário.

Seja um mantenedor dos projetos missionários:


Banco Bradesco | Agência 0099 | conta 281419-6
Convenção Geral das Igrejas Adventistas da Promessa
CNPJ: 62.678.412/0001-32

98 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


13º
Sábado

Estudo especial
30/06/2018

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www.
30 DE JUNHO DE 2018 Hinos – Inicial: BJ 107 | HBJ 282 • Final: BJ 307 | HBJ 171

13
Intensificação de
dons e milagres

OBJETIVO TEXTO-BASE
Conduzir o estudante da E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o
Escola Bíblia numa reflexão
sobre como, em períodos povo pelas mãos dos apóstolos. (At 5:12)
de avivamento, ocorre
uma intensificação de dons
e milagres.
INTRODUÇÃO

A Igreja Adventista da Promessa não é cessacio-


LEITURA DIÁRIA nista. Nós, promessistas, não acreditamos, como
D 24/06 Jl 2:28-29 alguns cristãos da atualidade, que, em nossos dias,
S 25/06 At 2:1-4
não existam mais os dons do Espírito e milagres
T 26/06 At 6:1-8
Q 27/06 At 8:1-13
extraordinários. A Bíblia ensina que esses feitos do
Q 28/06 At 19:11-12 Espírito Santo são para os nossos dias. Os dons e
S 29/06 Rm 12:1-8 os milagres fazem parte da nossa experiência comu-
S 30/06 Ef 5:9-13 nitária. Especialmente num avivamento, vemos a in-
tensificação desses dons e milagres na vida da igreja.
Essa é uma das marcas do avivamento. A lição de
hoje tratará exatamente disso. Vamos ao estudo.

PÔR DO SOL I. EXEMPLO NA HISTÓRIA


Sexta-feira, 29/06 – 17h31
Sábado, 30/06 – 17h32
Em chamas para Deus é um livro que trata sobre
Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão. a necessidade de buscar o poder de Deus em nos-
sas vidas. Foi escrito por Wesley Duewel, que con-
ta a experiência de um homem que vivenciou um
verdadeiro avivamento em seus dias: Samuel Cha-
dwick. Dizem que, certa vez, ele teria dito sobre
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. a igreja: “Há uma superabundância de máquinas;
o que falta é poder”. Em nossos dias, também há
tecnologia à disposição da igreja, mas carecemos
de mais poder.

Ou acesse goo.gl/w18KED 100 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


Sobre esse homem, Wesley Francis W. Dixon conta como ‘o
Duewel testemunha, em seu li- poder da sua pregação e a influên-
vro, dizendo: “Samuel Chadwick, cia moral dos membros da sua igre-
ex-presidente do Cliff College ja eram tão grandes que o Chefe
na Grã Bretanha, foi chamado de de Polícia local expressou publica-
‘sarça ardente’, desde a época mente a sua gratidão pela maneira
em que, cheio do Espírito, mila- como a cidade inteira fora purifica-
gres de graça foram operados por da pela influência de homens e mu-
intermédio da influência de uma lheres que haviam sido incendiados
vida que estava agora inflamada com o amor de Deus’”.1
por Deus.
1. Duewel (1996:20)

1. Comente com os alunos sobre o que pode acontecer, quando


milagres são operados através de servos de Deus. Quais os
resultados de um milagre? Você vê isso como fruto de avivamento?

II. O QUE A BÍBLIA DIZ

O que significa intensificar algo? 1. Intensificação dos dons: A ex-


Basicamente, significa exacerbar, pressão “dons” é a tradução da pa-
tornar algo mais forte, vívido, mais lavra grega charisma, ou charismata,
frequente e intenso. Pois bem, as no plural, cuja raiz é o substantivo
Escrituras ensinam que, em tempos charis, que significa “graça”. Já que
de avivamento, em decorrência da “graça” é algo recebido imerecida-
ação do Espírito Santo na vida da mente, um charisma ou um dom é
igreja, os dons e os milagres do um presente recebido gratuitamente
Senhor se tornam mais recorren- de Deus. Tais dons são capacitações
tes, poderosos em seus resultados espirituais distribuídas pelo Espírito
e mais vívidos aos que vivem tais Santo a todos os crentes, visando
períodos. Vejamos o que a Bíblia à edificação da igreja (1 Co 12:7,
diz nesse sentido. 14:5,12,26; Ef 4:11-12; 1 Pd 4:10).

www.portaliap.org | 101
O avivamento, que é o agir ex- A era em que o Espírito Santo se-
traordinário do Espírito Santo sobre ria derramado sobre todos os cren-
a vida da igreja, com o objetivo de tes, trazendo consigo manifestações
renová-la, impulsioná-la e revita- espirituais, havia chegado (Jl 2:28;
lizá-la espiritualmente, intensifica At 2:14-21). Essas capacitações es-
tais dons de modo formidável. É pirituais edificavam a igreja, traziam
o que nos ensina o livro de Atos temor de Deus a todos e alegria es-
dos Apóstolos. Com o avivamento piritual (At 2:42-47). Sendo assim, o
que se iniciou no dia de Pentecos- que vemos no avivamento espiritual
tes, a igreja primitiva passou a ex- da igreja primitiva é intensificação
perimentar a intensificação desses dos dons espirituais, que já fazem
dons espirituais. parte da experiencia cotidiana da
Lucas, o autor de Atos, descreve igreja de Jesus Cristo na Terra.
a igreja desfrutando dessas capaci- Em outras palavras, todos os
tações espirituais de forma abun- cristãos, sem exceção, e, portanto,
dante. No livro, são descritos tanto toda a igreja, recebem os dons do
os dons de caráter ministerial, que Espírito. Contudo, num avivamento,
capacitam os crentes a servir no mi- esses dons são experimentados in-
nistério cristão, quanto os dons ma- tensamente: com mais ocorrência,
nifestacionais, através dos quais o de forma ainda mais extraordinária,
cristão é usado pelo Espírito Santo, com resultados ainda mais impac-
quando e do modo que ele deseja, tantes. Assim, a experiência da igre-
conforme 1 Co 12:7-10. ja primitiva continua válida para to-
Atos dos Apóstolos mostra-nos, das as igrejas de todos os tempos.
então, que os discípulos de Jesus, 2. Intensificação dos milagres:
pela ação do Espírito Santo, fala- Como o avivamento renova a vida da
ram em línguas estranhas (At 2:4, igreja, através da intensificação dos
10:34-38,46, 19:6), profetizaram dons espirituais, uma consequência
(At 11:27, 13:1, 15:32, 19:6), en- natural é a maior ocorrência de mi-
sinaram como mestres (At 13:1), lagres extraordinários, no meio do
contribuíram generosamente ( At povo de Deus e através dele, já que
2:45, 4:34-35), evangelizaram (At o Espírito Santo concede mais inten-
8.4-13, 21:8), discerniram espíri- samente dons, como o de cura e rea-
tos (At 16:16-18), curaram e foram lização de milagres (1 Co 12:9-10).
usados por Deus para que milagres É exatamente isso que o livro de
acontecessem (At 2:43, 3:7, 5:12- Atos descreve: Prodígios ocorriam na
16, 6:8, 8:6,7,13; 9:34,40, 14:13, igreja de Jerusalém; paralíticos eram
20:10-12, 28:8-9). curados; o lugar onde a igreja orava

102 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


tremia; muitas maravilhas eram efe- exaltados e recebem louvor. Mila-
tuadas; sinais aconteceram em Sa- gres glorificam a Deus.
maria; Pedro foi libertado da prisão Em segundo lugar, os milagres
por um anjo; um terremoto aconte- aconteciam para testemunhar de
ceu em Filipos; mortos ressuscitaram; Cristo (At 3:12-16, 4:30, 8:6, 14:3,
Deus fez muitos milagres através de 19:17). Os prodígios realizados num
Paulo, na Licaônia, em Éfeso e na avivamento espiritual testemunham
ilha de Malta (At 2:43, 3:1-8, 4:31, acerca de Jesus, e, por isso, muitos
5:12,15, 6:8, 8:6, 9:36-41, 12:8-11, pecadores passam a crer e são sal-
13:8-10, 16:26;19:11, 28:8-9). vos pela graça de Deus. Em terceiro
A igreja primitiva estava expe- lugar, os milagres aconteciam para
rimentando um avivamento espi- edificar os crentes (At 2:43; 4:30-
ritual formidável, naqueles dias, 32). Tais prodígios traziam temor ao
segundo a descrição de Atos dos coração dos crentes, firmeza na fé e
Apóstolos. Milagres e prodígios alegria espiritual.
aconteciam, como sinal da presen- Quando a igreja experimenta
ça poderosa do Espírito Santo na um avivamento espiritual, milagres
vida daqueles crentes em Cristo ocorrem com mais intensidade, a
Jesus. Lucas diz: ... muitos sinais e fim de glorificar a Deus, testemu-
prodígios eram feitos entre o povo nhar de Cristo e edificar os salvos.
pelas mãos dos apóstolos (At 5:12); “Hoje há dois extremos na igreja:
e não apenas pelos apóstolos, mas aqueles que negam os milagres e
por cristãos como Estevão, Felipe aqueles que os inventam”.2 Não
e Barnabé (At 6:8, 8:6, 15:12). podemos estar nessas categorias.
Com qual propósito o Espíri- Precisamos buscar um avivamen-
to Santo realizava esses milagres? to, e, com ele, a intensificação dos
Em primeiro lugar, para glorificar a dons e dos milagres certamen-
Deus (At 2:47; 3:8-9). Os milagres te acontecerá. A seguir, veremos
não trazem louvor aos homens, como aplicar isso as nossas vidas.
mas a Deus. Desconfie de supostos
avivamentos, quando homens são 2. Lopes (2012:69)

02. O que são dons espirituais? Eles são dados pelo Espírito Santo
visando a quê? Baseie-se no item 1 e leia 1 Co 12:7, 14:5,12,26; Ef
4:11-12; 1 Pd 4:10.

www.portaliap.org | 103
03. É possível ver, no livro de Atos dos Apóstolos, a intensificação
dos dons do Espírito Santo no período de avivamento? Leia At 2:4,
11:27, 13:1 8.4-13 28:8-9. Baseie-se também no item 1.

04. Existem dons espirituais relacionados a cura e milagres? É


possível perceber, em Atos, a intensificação de milagres, como
resultado de um avivamento espiritual? Leia At 3:1-8, 4:31, 5:12,15,
6:8, 8:6, 16:26, 19:11. Leia também o item 2.

05. Com qual propósito o Espírito Santo realiza milagres? Leia At 2:43,
47, 3:8-9, 4:30, 32, 8:6, 14:3, 19:17. Baseie-se também no item 2.

III. O QUE DEVO FAZER?

1. Precisamos desejar um avivamento, para que os milagres


extraordinários aconteçam ainda mais em nossa igreja.
Há muitos cristãos céticos, que da igreja de nossos dias. Enquanto
perderam a fé num Deus que faz estivermos nesta era, os dons não
milagres. Seus corações estão en- cessarão e, consequentemente, os
durecidos para os relatos bíblicos milagres também não (1 Co 13.10).
que nos mostram que tais prodígios Os cristãos precisam desejar an-
não estão retidos no passado, mas siosamente viver um avivamento es-
que podem ser uma experiência piritual em suas igrejas. Os primeiros

104 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


crentes oraram pedindo: ... concede para que se façam sinais e prodígios
aos teus servos que falem com toda pelo nome de teu santo Filho Jesus
a ousadia a tua palavra; enquanto (At 4:29,30). Precisamos desejar mi-
estendes a tua mão para curar, e lagres que honrem a Jesus.

06. Você já viveu momentos em que viu os dons espirituais sendo


intensificados na igreja? Se não viveu, pense em como essa
experiência é importante para a igreja dos nossos dias.

2. Precisamos orar por um avivamento, para que os dons espirituais


sejam intensificados em nossa igreja.
Cada um de nós possui um Qual o nosso papel, para que isso
dom (1 Co 12:7; 1 Pd 4:10). Há seja uma realidade em nossas vidas,
crentes que não sabem qual dom como igreja do Senhor Jesus? Preci-
espiritual receberam, mas não há samos orar. No dia de Pentecostes,
crentes sem dom. Contudo, como a igreja estava fazendo exatamente
vimos, em tempos de avivamento, isso (At 2:1). Segundo Lucas: Todos
acontece uma intensificação des- estes perseveravam unânimes em
ses dons na igreja de Cristo. Foi oração (At 1:14). Assim, nosso pa-
isso que aprendemos, em Atos pel é orar para que Deus renove seu
dos Apóstolos. povo pelo Espírito.

07. O que podemos aprender com os primeiros cristãos sobre sua


busca por sinais e prodígios? O que eles pretendiam com esses sinais?

www.portaliap.org | 105
DESAFIO DA SEMANA

Aprendemos que a intensificação de dons e milagres ocorrem


por ocasião de um avivamento espiritual. Desejar viver isso é o pri-
meiro passo; o segundo é orar por isso. Seu desafio é perseve-
rar em orar pedindo esse avivamento para a igreja em que você
congrega. Comente sobre isso, nos cultos nos lares, nos Pequeno
Grupos e nas reuniões de oração. Incentive sua igreja nessa busca.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 24/06 Mc 7:14-37 2 Sm 18 Dn 11:21-45


Segunda-feira 25/06 Mc 8:1-21 2 Sm 19 Dn 12
Terça-feira 26/06 Mc 8:22-9:1 2 Sm 20-21 Os 1:1-2:1
Quarta-feira 27/06 Mc 9:2-50 2 Sm 22 Os 2:2-23
Quinta-feira 28/06 Mc 10:1-31 2 Sm 23 Os 3
Sexta-feira 29/06 Mc 10:32-52 2 Sm 24 Os 4:1-10
Sábado 30/06 Mc 11:1-14 1 Rs 1 Os 4:11-5:3

106 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


MOMENTO MISSIONÁRIO OS MISSIONÁRIOS SIMULTÂNEOS

Vejam que visão maravilhosa é a de Jesus! Ele mandou a igreja pregar tanto
em Jerusalém como em toda a Judéia (At 1:8). O dono da igreja não disse que ela
deveria, primeiro, pregar em Jerusalém; depois, na Judeia; depois, em Samaria,
e só então poderia testemunhar até os confins da terra. Seu ensino não é esse.
Ele mandou a sua igreja pregar tanto em Jerusalém como em toda Judeia, Sa-
maria e até os confins da terra. Tudo ao mesmo tempo. Trata-se de uma missão
plena, completa, integral. Isso fala de ação simultânea, sincrônica, conjunta. Do
contrário, como alguém já disse, o evangelho estaria ainda em Israel, confinado
entre os judeus, pois Jesus mesmo disse: ... porque em verdade vos digo que não
acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem (Mt
10:23). No início, a igreja desobedeceu a esse ensino, mas o Espírito Santo permi-
tiu grave perseguição, e a igreja teve de sair de Jerusalém a pregar o evangelho
no mundo, simultaneamente (At 8).
É hora, é tempo de a igreja se comprometer. Como diz certa música: É hora
de arregaçar as mangas, por as mãos no arado, não olhar para trás, vestir a ca-
misa; é hora de parar de lamentar e resgatar o tempo perdido, deixar as teorias
e estratégias de lado, e, no poder do Espírito Santo, ser verdadeiro instrumento
pelo qual o reino de Deus chegará aos que estão caminhando para a perdição.
É tempo de, todos juntos, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, se
unirem e, simultaneamente, pregarem o evangelho em todos os lugares do mun-
do aonde possam chegar. É a igreja missional simultânea que rega no bairro, na
cidade, no estado, no país e nos países, que não escolhe o campo missionário,
mas prega para brancos e negros, pobres e ricos, casados e divorciados, heteros
e homos, regrados e depravados, éticos e corruptos, honestos e ladrões, pacíficos
e violentos. É tempo de pregar, semear, salvar os irmãos, a família, os amigos e os
inimigos. Vamos, simultaneamente, pregar o evangelho?

Seja um mantenedor dos projetos missionários:


Banco Bradesco | Agência 0099 | conta 281419-6
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www.portaliap.org | 107
BIBLIOGRAFIA

APRESENTAÇÃO
GUNDRY, Robert Horton. Panorama do Novo Testamento. Tradução de João Mar-
ques Bentes. São Paulo: Vida Nova, 2008.
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Gálatas. Tradução de
Valter G. Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário histórico-cultural do Novo Testamento. Tra-
dução de Degmar Ribas Junior. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento: vol. 1.
Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.
WILKINSON, Bruce. Descobrindo a Bíblia. Tradução de Valter Graciano Martins.
São Paulo: Candeia, 2000.

LIÇÃO 1
HUNTER, J. et al. Comentário Ritchie do Novo Testamento. Tradução de J. E.
Gebara et al. Ourinhos: Edições Cristãs; Pirassununga: Shalom Publicações, 1996.
KELLER, Timothy. Gálatas para você. Tradução de Jurandy Bravo. São Paulo: Vida
Nova, 2015.
LOPES, Augustus Nicodemus. Livres em Cristo: a mensagem de Gálatas para a
igreja de hoje. São Paulo: Vida Nova, 2016.
STOTT, John. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. Tradução de Yolan-
da Mirdsa Krievin. São Paulo: ABU, 2007.

LIÇÃO 2
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Gálatas. Tradução de
Valter G. Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: a carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2011.
POHL, Adolf. Comentário Esperança: Carta aos Gálatas. Tradução de Werner Fu-
chs. Curitiba: Esperança, 1999.
STOTT, John. A mensagem de Gálatas. Tradução de Yolanda Mirdsa Krievin. São
Paulo: ABU, 2000.

LIÇÃO 3
RICHARDS, Lawrence O. Comentário histórico-cultural do Novo Testamento. Tra-
dução de Degmar Ribas Junior. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
STOTT, John. Por que sou cristão. Tradução de Jorge Camargo. Viçosa: Ultimato, 2004.

108 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Gálatas. São Paulo:
Cultura Cristã, 1999.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento: vol. 1.
Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

LIÇÃO 4
KELLER, Timothy. Gálatas para você. Tradução de Jurandy Bravo. São Paulo: Vida
Nova, 2015.
LOPES, Augustus Nicodemus. Livres em Cristo: a mensagem de Gálatas para a
igreja de hoje. São Paulo: Vida Nova, 2016.
STOTT, John. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. Tradução de Yolan-
da Mirdsa Krievin. São Paulo: ABU, 2007.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento: vol. 1.
Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

LIÇÃO 5
ERICKSON, Millard J. Introdução à teologia sistemática. Tradução de Lucy Yama-
kami. São Paulo: Vida Nova, 1997.
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Gálatas. Tradução de
Valter G. Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: a carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos 2011.
POHL, Adolf. Carta aos Gálatas: Comentário Esperança. Tradução de Walter Fu-
chs. Curitiba: Esperança, 1999.

LIÇÃO 6
MARSHALL, Morgan. Gálatas: introdução e comentário. Tradução de Gordon
Chown. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1984.
STOTT, John R. W. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. Tradução de
Yolanda Mirdsa Krievin. São Paulo: ABU, 2007.

LIÇÃO 7
GRAHAM, William Franklin. Dizer, “Deus te ama” não é o evangelho. Disponível
em: <http://evangelicalfocus.com/magazine/3032/Saying_God_Loves_You_is_
Not_the_Gospel>. Acesso em 21 de dezembro de 2017.
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Gálatas. Tradução de
Valter G. Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
KELLER, Timothy. Gálatas para você. Tradução de Jurandy Bravo. São Paulo: Vida
Nova, 2015.
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POHL, Adolf. Comentário bíblico Esperança: Carta aos Gálatas. Tradução de Wer-
ner Fuchs. Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 1999.
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STOTT, John R. W. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. Tradução de
Yolanda Mirdsa Krievin. São Paulo: ABU, 2007.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento: vol. 1.
Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

LIÇÃO 8
ALLEN, Clifton J. (Ed.). Comentário bíblico Broadman: Novo Testamento. Tradu-
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HUNTER, J. et al. Comentário Ritchie do Novo Testamento. Tradução de J. E.
Gebara et al. Ourinhos: Edições Cristãs; Pirassununga: Shalom Publicações, 1996.
KELLER, Timothy. Gálatas para você. Tradução de Jurandy Bravo. São Paulo: Vida
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LOPES, Augustus Nicodemus. Livres em Cristo: a mensagem de Gálatas para a
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Bethania Fonseca da Silva. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
STOTT, John. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. Tradução de Yolan-
da Mirdsa Krievin. São Paulo: ABU editora, 2007.

LIÇÃO 9
BORTOLLETO FILHO, Fernando (Org.). Dicionário brasileiro de Teologia. São
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STOTT, John. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. Tradução de Yolan-
da Mirdsa Krievin. São Paulo: ABU, 2007.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo testamento: vol. 1.
Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

LIÇÃO 10
LOPES, Augustus Nicodemus. Livres em Cristo: a mensagem de Gálatas para a
igreja de hoje. São Paulo: Vida Nova, 2016.
______, Hernandes Dias. Gálatas: a carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2011.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento: vol. 1.
Santo André: Geográfica, 2006.

110 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2018


LIÇÃO 11
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado: versículo por ver-
sículo: vol. 4. São Paulo: Hagnos, 2014
HENDRIKSEN, Willian. Comentário do Novo Testamento: Gálatas. Tradução de
Valter G. Martins. 2 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
KELLER, Timothy. Gálatas para você. Tradução de Jurandy Bravo. São Paulo: Vida
Nova, 2015.
LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: a carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2011.
LYONS, George. Novo Comentário bíblico Beacon: Gálatas. Tradução de Elon
Canto. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2016.
POHL, Adolf. Carta aos Gálatas: Comentário Esperança. Tradução de Werner Fu-
chs. Curitiba: Esperança, 1999.
STOTT, John. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. Tradução de Yolan-
da Mirdsa Krievin. São Paulo: ABU, 2007.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento: vol. V.
Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

LIÇÃO 12
POHL, Adolf. Carta aos Gálatas: Comentário Esperança. Tradução de Werner Fu-
chs. Curitiba: Esperança, 1999.
HENDRIKSEN, Willian. Comentário do Novo Testamento: Gálatas. Tradução de
Valter G. Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.

LIÇÃO 13
DUEWEL, Wesley L. Em chamas para Deus. 3 ed. Tradução de Neyd Siqueira. São
Paulo: Candeia, 1996.
LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São
Paulo: Hagnos, 2012.

www.portaliap.org | 111
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