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1º TRIMESTRE • 2017 • Nº 318

Estudos baseados
nos livros de
Levítico e Números
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Missão daEscolaBíblica
TRANSFORMAR
AS PESSOAS EM
DISCÍPULAS DE
CRISTO, ATRAVÉS
DO ENSINO
E DA PRÁTICA
DA PALAVRA
DE DEUS
Copyright © 2017 – Igreja Adventista da Promessa
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha


Conselho Editorial Hermes Pereira Brito
Magno Batista da Silva
José Lima de Farias Filho
Osmar Pedro da Silva
Otoniel Alves de Oliveira
Gilberto Fernandes Coelho
João Leonardo Júnior

EXPEDIENTE

Redação: Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro


Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544
www.portaliap.com.br • secretariaiap@terra.com.br

Redação e preparação Alan Pereira Rocha


de originais Andrei Sampaio Soares
Eleilton William de Souza Freitas
Jailton Sousa Silva
Kassio Passos Lopes
Luiz Eduardo Souza Nunes
Silvio Gonçalves
Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo
Seleção de hinos Amadilson Soares de Paula
Leituras diárias Andrei Sampaio Soares
Horário de pôr do sol Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da USP – http://goo.gl/lblYYG
Plano de leitura Sociedade Bíblica do Brasil
anual da Bíblia – http://goo.gl/cdKRSw
Projeto Gráfico Marcorélio Cordeiro Murta
Editoração e capa Farol Editora
Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima
Fone: (11) 2955-5141
Assinaturas vozdocenaculo.com.br
Impressão Hawaii Gráfica e Editora – São Caetano do Sul, SP
SUMÁRIO

Apresentação .................................................. 5
1 Adorando ao Deus santo .................................. 8
2 Um sacerdócio santo ....................................... 16
3 Mantendo a pureza ......................................... 23
4 Um povo que celebra...................................... 30
5 Um novo estilo de vida ................................... 37
6 Assumindo compromissos............................... 44
7 Preparados para a jornada .............................. 51
8 A falta de fé ..................................................... 59
9 O perigo da rebeldia....................................... 65
10 Nova geração, antigos pecados ..................... 72
11 Contando com a bênção de Deus .................. 79

Sábado Especial ..........................................86


12 Uma segunda chance ...................................... 87

Bibliografia .................................................... 94
ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO


Gênesis Gn Mateus Mt
Êxodo Ex Marcos Mc
Levítico Lv Lucas Lc
Números Nm João Jo
Deuteronômio Dt Atos At
Josué Js Romanos Rm
Juízes Jz 1 Coríntios 1 Co
Rute Rt 2 Coríntios 2 Co
1 Samuel 1 Sm Gálatas Gl
2 Samuel 2 Sm Efésios Ef
1 Reis 1 Rs Filipenses Fp
2 Reis 2 Rs Colossenses Cl
1 Crônicas 1 Cr 1 Tessalonicenses 1 Ts
2 Crônicas 2 Cr 2 Tessalonicenses 2 Ts
Esdras Ed 1 Timóteo 1 Tm
Neemias Ne 2 Timóteo 2 Tm
Ester Et Tito Tt
Jó Jó Filemon Fm
Salmos Sl Hebreus Hb
Provérbios Pv Tiago Tg
Eclesiastes Ec 1 Pedro 1 Pe
Cantares Ct 2 Pedro 2 Pe
Isaías Is 1 João 1 Jo
Jeremias Jr 2 João 2 Jo
Lamentações Lm 3 João 3 Jo
Ezequiel Ez Judas Jd
Daniel Dn Apocalipse Ap
Oséias Os
Joel Jl
Amós Am ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES
E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS
Obadias Ob
NAS LIÇÕES
Jonas Jn
Miquéias Mq AM A Mensagem
Naum Na ARA Almeida Revista e Atualizada
Habacuque Hc ARC Almeida Revista e Corrigida
Sofonias Sf AS21 Almeida Século 21
Ageu Ag ECA Edição Contemporânea de Almeida
NVI Nova Versão Internacional
Zacarias Zc
KJA King James Atualizada
Malaquias Ml
BV Bíblia Viva
NBV Nova Bíblia Viva
BJ Bíblia de Jerusalém
TEB Tradução Ecumênica da Bíblia
NTLH Nova Tradução na Ling. de Hoje

4 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2016


Apresentação
Pela a graça de Deus, estamos começan-
do um novo ano, e temos, diante de nós, uma
nova série de Lições Bíblicas. Os estudos des-
te trimestre terão como base dois livros do
Antigo Testamento. São dois livros do Penta-
teuco: Levítico e Números. O que eles têm em
comum? Ambos contam a saga do povo de Deus, no deserto, a caminho
da terra prometida. Em Êxodo, o povo sai do Egito e chega ao monte Sinai.
Em Deuteronômio, o povo está nas planícies de Moabe, e são os últimos
dias, antes de entrar em Canaã. Os livros de Levítico e Números preenchem
a lacuna entre esses livros citados e narram a história dos israelitas, desde o
acampamento, no Sinai, até os dias em que estavam em Moabe.
Os quarenta anos de peregrinação dos hebreus, no deserto, podem ser
resumidos assim: Durante o primeiro ano, após saírem do Egito, acam-
param-se na Península do Sinai e, ali, receberam as leis e orientações de
Deus para entrar em Canaã. Depois, passaram em torno de trinta e oito
anos “andando em círculos”, na região de Cades-Barneia. No último ano,
ficaram na Planície de Moabe, relembrando as instruções divinas para
possuir a terra. Todo esse período foi um tempo de bastante aprendizado,
indispensável para aquele povo.
É importante lembrar que, antes, os israelitas eram escravos; não ti-
nham direito a nada; não tinham liberdade para agir ou pensar, nem para
praticar sua fé; perderam a dignidade humana. Sua identidade, como
povo, quase foi perdida. Depois de viver, por séculos, nessa condição,
Israel era igual a um menino mal-educado, que precisava aprender a viver.
Aquele povo tinha de entender o que é ser livre; necessitava ser ensinado
a se organizar e a se tornar uma nação. Ele, de fato, estava na escola do
deserto, pois, lá, Deus lhe revelou seu caráter santo, ensinou-lhe a adorá-
-lo e a viver conforme sua vontade.
Levítico é o livro da preparação, e Números, o da caminhada. Do co-
meço ao fim de Levítico, o povo de Israel está acampado ao pé do monte

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Sinai. Ele havia chegado, com segurança, àquele local, depois de atraves-
sar o Mar Vermelho. Ficou ali, aproximadamente, um ano e fez um “curso
intensivo de preparação” para entrar em Canaã; recebeu os dez man-
damentos; foi instruído sobre o culto e o tabernáculo; teve orientações
divinas para ser uma nação organizada, e aprendeu regras básicas para
viver de modo que agrada a Deus. Em Levítico, encontramos a narrativa
que corresponde ao último mês daquele primeiro ano em que Israel ficou
acampado sendo instruído.
Já o livro de Números trata da caminhada propriamente dita, rumo à
Canaã. Se, em Levítico, é coberto apenas um mês da história de Israel, em
Números, entretanto, há uma história de, aproximadamente, quatro dé-
cadas. É neste livro que temos o relato de quando o povo levanta acam-
pamento, no Sinai, e começa a caminhar na direção da terra prometida. É
nele, também, que vemos que, no início da caminhada, o povo ganhou e
perdeu a primeira chance de entrar e possuir a terra que mana leite e mel,
após a maioria dos doze homens enviados para espionar o lugar voltar
com um relatório desanimador. Esse fato aconteceu em Cades-Barneia.
Foi uma trágica história de incredulidade e rebeldia do povo, que, como
castigo, ganhou mais trinta e nove anos de dura jornada.
Nessa longa caminhada narrada no livro de Números, o povo reclamou
e murmurou contra Deus e Moisés, várias vezes e em muitas ocasiões. A
cada passo, Israel mostrava que tinha muito a aprender e que ainda não
estava pronto para possuir Canaã. Igual a uma criança rebelde e mal-e-
ducada, aquele povo precisou ser disciplinado por Deus. Ao examinar
Números, sabemos que foi difícil tirar os israelitas do Egito; porém, vemos
que foi ainda mais difícil tirar o Egito de dentro deles. Não foi fácil tirá-los
da condição de escravos e pô-los em liberdade; contudo, foi mais desa-
fiador ensinar-lhes a ser livres e tirar deles a mentalidade de escravidão.
Por isso, o tema principal desse livro é peregrinação e falta de fé. Nele,
aprendemos que a incredulidade pode retardar as promessas de Deus em
nossa vida. No caso de Israel, Deus acabou adiando a entrada em Canaã.
Esperou surgir uma nova geração para cumprir sua promessa.
Nós, cristãos do século 21, também temos muitas coisas a aprender
com tudo que está registrado nesses dois livros do Antigo Testamento.
Embora alguns de seus aspectos não precisem mais ser observados por
nós, por causa da nova aliança, ainda assim, seus princípios espirituais
continuam válidos e aplicáveis as nossas vidas. É claro que há leis, nesses
livros, que apontavam para Cristo e já cumpriram o seu propósito; por

6 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


isso, não necessitam ser observadas hoje; mas entendê-las é fundamen-
tal para entender Cristo. Por isso, estudar Levítico e Números é impor-
tante para todo cristão.
Além desses, há outros motivos para estudar esses livros; um deles
é que a caminhada de Israel rumo a Canaã é uma bela ilustração para
a caminhada cristã rumo ao lar celestial. Outra razão para estudar esses
livros é que faziam parte da Bíblia que Jesus usava e foram base para
grande parte de seus ensinos e pregações, pois, na época, só o Antigo
Testamento estava escrito. Mais uma importante razão para estudar esses
livros é que também somos povo de Deus e precisamos saber que o Deus
santo, revelado em Levítico e Números, continua sendo o mesmo e exige
obediência e santidade de nós.
Diante desses motivos elencados, temos a grata satisfação de colocar
nas mãos de professores e estudantes da Palavra de Deus esta série de
Lições Bíblicas, intitulada Na escola do deserto, em que vamos refletir
sobre aquele importante período da história de Israel, narrado nos dois
livros que passaremos a examinar. Teremos seis lições com base em Le-
vítico e seis lições com base em Números. Neste primeiro trimestre de
2017, estaremos matriculados nessa “escola do deserto”, e, certamente,
iremos aprender um pouco mais sobre o evangelho e sobre aquilo que o
Senhor espera de nós.
Ao Deus que ensina seu povo na caminhada, sejam dados a honra, a
glória e o louvor, para todo o sempre. Amém!

Pr. Alan Pereira Rocha


Diretor do Departamento de Educação Cristã

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7 DE JANEIRO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 5 • Final: HBJ 44

1
Adorando ao
Deus santo
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar ao estudante Esta é a lei do holocausto, da oferta de cereais,
da Palavra as lições que
podemos aprender, ao da oferta pelo pecado, da oferta pela culpa, da
estudarmos os sacrifícios oferta da consagração e das ofertas pacíficas, que
estabelecidos por Deus, em
Levítico, por meio dos quais o Senhor entregou a Moisés. (Lv 7:37-38)
ele mostra como os filhos de
Israel deveriam cultuá-lo.

INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 01/01 Lv 1
Pela graça de Deus, estamos iniciando uma
S 02/01 Lv 2
nova série de lições que terá como base os livros
T 03/01 Lv 3
Q 04/01 Lv 4:1-12 de Levítico e Números. Na Escola do Deserto é o
Q 05/01 Lv 4:13-21 título da série. Em ambos os livros, o povo de Deus
S 06/01 Lv 4:22-26 está no deserto, depois da libertação da escravi-
S 07/01 Lv 4:27-35
dão no Egito, rumo à terra prometida.
Serão seis lições com base no livro de Levítico,
uma espécie de manual para o povo, mostrando-
lhe “como cultuar, servir e obedecer a um Deus
Santo”.1 Em Levítico, Deus está preparando o
PÔR DO SOL povo para possuir a terra. Serão, também, seis li-
Sexta-feira, 06/01 – 18h58
ções com base no livro de Números, em que te-
Sábado, 07/01 – 18h59
Baseado no horário de Brasília. Considere
mos narrada a história do povo de Israel, desde
o fuso horário e o horário de verão.
que levanta acampamento do pé do monte Sinai
e começa sua caminha rumo a Canaã, até quando
chega às planícies de Moabe, junto ao Jordão.
Nesses livros, veremos que Deus ensinou os
Escaneie o código abaixo israelitas a adorá-lo e viver em santidade, antes
para ouvir o podcast desta lição.
da caminhada rumo à terra prometida. Levítico é

1. Wilkinson; Boa (2000:23)

Ou acesse goo.gl/NCk7UR 8 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


o livro da preparação e Números, jornada, refletindo sobre como
o da caminhada. Iniciemos nossa adorar ao Deus Santo.

I. EXPLORANDO O TEMA

O foco do livro de Levítico está ção, o tabernáculo foi levantado (Ex


na forma de culto que os filhos de 40:17). O tabernáculo era a casa de
Israel deveriam prestar a Deus. O Deus na Terra, o local em que de-
Todo-Poderoso ensinou seu povo a veria ser adorado e celebrado.
adorá-lo e manter comunhão com Exatamente um mês depois de
ele por meio dos mais diferentes o tabernáculo ficar pronto, Deus
sacrifícios. Qual a razão de ter feito pediu para Moisés fazer uma conta-
isso? O que esses sacrifícios ensi- gem de toda a comunidade Israeli-
navam e ensinam? Vamos entender ta (Nm 1:1-2). É bem provável que
isso um pouco mais, nesta primeira todas as orientações e fatos relacio-
parte de nosso estudo. nados no livro de Levítico tenham
1. O contexto dos sacrifícios: acontecido nesse um mês, desde
Para entendermos corretamente as que o tabernáculo ficou pronto (fi-
circunstâncias em que os sacrifícios nal do livro de Êxodo), até o dia em
foram instituídos por Deus, faça- que Deus pediu para Moisés fazer o
mos uma recapitulação da história censo (início do livro de Números).
do povo. Examinando os livros de Sendo assim, o livro de Levítico co-
Êxodo e Números, podemos afir- meça onde Êxodo termina. O povo
mar que, quando o de Levítico foi está no deserto do Sinai, acampado
escrito, fazia um ano que os filhos defronte do monte Sinai.
de Israel haviam sido redimidos da Assim começa o livro de Levítico:
escravidão no Egito. O livro de Êxo- E chamou o Senhor a Moisés e fa-
do conta que, três meses depois de lou com ele da tenda da congrega-
terem sido libertos, eles chegaram ção (Lv 1:1). A tenda da congrega-
ao deserto do Sinai e acamparam ção, ou tabernáculo, estava pronta.
defronte do Monte Sinai (Ex 19:1-2). Deus passou mais instruções claras
Israel ficou acampado ao pé do aos adoradores e aos sacerdotes
Monte Sinai quase um ano (Nm que ali deveriam comparecer. A tô-
10:11). Ali, Deus fez uma aliança nica do livro está na santidade de
com o povo e lhe passou inúmeras Deus. Ele é santo e o seu povo deve
instruções para uma vida íntegra. ser santo (Lv 19:2). Temos noventa
No primeiro dia do primeiro mês ocorrências da palavra “santo” e
do segundo ano, desde a liberta- dezessete da palavra “santificar”.

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Podemos dividir o livro de Le- Em segundo lugar, havia a oferta
vítico em duas partes principais: de cereais (Lv 2:1-16, 6:14-18, 7:8-
a primeira trata de leis de acesso 10). Trata-se também é um sacrifí-
aceitável a Deus, por meio dos sa- cio voluntário. Poderia ser da me-
crifícios; a segunda, de leis da vida lhor farinha, misturada com azeite
aceitável com Deus, por meio da e incenso; bolos da melhor farinha
santificação (Lv 1:1-17:16, 18:1- sem fermento, misturado com azei-
27:34).2 Os sacrifícios eram a forma te, assados no forno, na assadeira
de o povo chegar diante de Deus ou cozidos na panela; grãos de es-
e a obediência as suas leis, a ma- pigas verdes moídas e tostadas no
neira de continuar em comunhão fogo com azeite. Todos deveriam
com ele, no dia-a-dia. Esta primei- ser temperados com sal. Indepen-
ra lição tratará com mais detalhes dentemente do tipo de sacrifício
da primeira parte, relacionada aos de cereal escolhido, o sacerdote
sacrifícios. Nos primeiros sete ca- ofereceria apenas uma porção sim-
bólica e poderia comer o restante,
pítulos do livro de Levítico, temos
pois se destinava a sua provisão.
descritos os sacrifícios e a forma
Em terceiro lugar, havia os sacrifí-
como deveriam ser praticados.
cios pacíficos (Lv 3:1-17, 7:11-21,28-
2. A descrição dos sacrifícios:
34). Estes também eram voluntá-
Eram seis os principais sacrifícios
rios. Podia-se oferecer gado bovino
que os israelitas ofereceriam a
(macho ou fêmea), ovino ou caprino
Deus. Em primeiro lugar, havia os
(macho ou fêmea). Diferentemente
holocaustos ou ofertas queimadas
do que acontecia no holocausto,
(Lv 1:3-17, 6:8-13). Trata-se de um
era queimada apenas a gordura dos
sacrifício voluntário, individual,
animais, e a sobra era partilhada en-
para expiar pecados. Dependen- tre o ofertante e o sacerdote. O pei-
do das posses do ofertante, pode- to e a coxa direita eram dados aos
ria ser oferecido do rebanho bovi- sacerdotes e o restante era devolvi-
no, ovino, caprino ou até mesmo do ao ofertante, para partilhar uma
de aves (para os mais pobres). refeição com sua família ou amigos.
Independentemente do tipo de As motivações para as ofertas pa-
sacrifício de holocausto escolhido, cíficas poderiam ser a gratidão por
ele deveria ser completamente alguma bênção, votos ou simples-
queimado sobre o altar (exceto o mente poderia tratar-se de um ato
couro – Lv 7:8). de homenagem a Deus.
Em quarto lugar, havia a oferta
2. ibidem, pp.26-29 pelo pecado (Lv 4:1-5:13). Tratava-

10 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


se de uma oferta obrigatória para do pecador. O ofertante participava
quem tivesse descoberto algum ativamente: colocava a mão sobre a
pecado seu, cometido por ignorân- cabeça do animal, reconhecendo-o
cia, negligência ou imprudência. como seu substituto (Lv 1:4). De-
O tipo de sacrifício era diferente, pois, o animal era completamente
dependendo de quem o comete- queimado, como sinal da completa
ra: sacerdote ou congregação (no- dedicação da pessoa a Deus.
vilho), príncipe (bode) ou pessoa Quanto à oferta de cereais, tra-
comum (cabra). Entre as pessoas ta-se de uma oferta de gratidão a
comuns, havia um destaque aos Deus, uma forma de o povo reco-
pobres ou aos que estavam em ex- nhecer que tudo pertence ao Se-
trema pobreza (Lv 5:7-13). nhor, que o seu alimento vem dele.
Em quinto lugar, havia a oferta Grãos de espigas verdes moídos e
pela culpa (Lv 5:14-6:7). Também tostados com azeite, por exemplo,
se tratava de uma oferta obrigató- faziam parte da alimentação diária
ria para quem tivesse descoberto da maioria das pessoas (Lv 2:14).3
algum pecado seu, cometido por Ao trazer uma oferta símbolo de
ignorância, negligência ou impru- sua alimentação diária, o povo es-
dência. A diferença básica em rela- tava reconhecendo Deus como seu
ção às ofertas pelo pecado é a exi- provedor. Todas essas ofertas de-
gência adicional de restituição. A veriam ter o “sal da aliança do seu
oferta deveria ser um carneiro sem Deus” (Lv 2:13 – NVI).
defeito, além da restituição. No Oriente, os vínculos de ami-
Em sexto lugar, havia a ofer- zade ou acordos eram estabeleci-
ta pela consagração (Lv 6:19-23). dos por meio de comer sal. Este
Toda vez que um sacerdote ou lembraria aos gratos ofertantes
mesmo um novo sumo-sacerdote que eles pertenciam ao povo de
fosse consagrado, deveria ofere- Deus. Assim, a oferta de cereais
cer, em favor de si mesmo, uma que os sacerdotes e sumo-sacer-
oferta de cereais: metade pela ma- dote deveriam apresentar, no dia
nhã e outra metade à tarde. Essa de sua consagração, a oferta pela
deveria ser totalmente queimada. consagração, serviria para lembrar-
3. O significado dos sacrifícios: -lhes, desde o início do exercício
Cada um dos sacrifícios apresenta- do ofício, que deveriam depender
dos tinha propósito e significado. sempre de Deus.
Em relação ao holocausto, seu pro-
pósito era expiar pecados. Um ani-
mal inocente morria em seu lugar 3. Bíblia de estudo aplicação pessoal (2004:142)

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No que diz respeito aos sacrifí- pecados cometidos de forma invo-
cios pacíficos, estes expressavam luntária, uma vez conhecidos, de-
a paz e a comunhão do ofertante veriam ser tratados. Os envolvidos
com Deus; terminavam com uma precisavam se arrepender e procu-
refeição comunitária – a carne dos rar restauração, procurar reatar seu
sacrifícios das ofertas pacíficas relacionamento com Deus. Além
deveria ser comida, parte pelo da confissão e do arrependimento
sacerdote e parte pelo ofertante sincero, a restauração passava pela
e sua família. A refeição era sím- morte de animais.
bolo de comunhão. A comunhão Deus utilizou o método de sa-
com Deus sempre redunda em crifício didaticamente. O pecado
comunhão com o próximo. Nos deveria ser encarado com serie-
sacrifícios pacíficos, o ofertante dade. Para evitar que os israelitas
também colocava a mão sobre cometessem qualquer tipo de ido-
a cabeça do animal, não com a latria, os sacrifícios de animais só
ideia de expiação de pecados, aconteciam diante do sacerdote (Lv
mas para mostrar que ele esta- 17:1-9). Além disso, para preservar
va ofertando algo de si mesmo a o simbolismo, o povo foi proibido
Deus, como gesto de gratidão. de comer o sangue (Lv 17:10-16). O
Quanto às ofertas pelo pecado sangue derramado era a evidência
e pela culpa, estas serviam para visível de que a vida do animal fora
mostrar aos filhos de Israel que o realmente oferecida no sacrifício,
pecado é coisa séria. Mesmo os no lugar da pessoa culpada.

01. Situe historicamente o livro de Levítico e fale sobre sua principal


temática. Tome por base o item 1 e Êx 40:17, Nm 1:1-2, Lv 1:1, 19:2.

02. Reflita com a classe sobre o sacrifício do holocausto ou oferta


queimada e os seus significados. Leia Lv 1:4 e 9.

03. Descreva a oferta de cereais e dos sacrifícios pacíficos e os seus


significados. Baseie-se em Lv 2:1, 3:1, 6:14-18, 7:11-17.

12 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


04. Dos seis sacrifícios apresentados nos sete primeiros capítulos de
Levítico, três eram compulsórios: a oferta pelo pecado, pela culpa e
pela consagração. Fale sobre cada um deles, com base em Lv 6:19-7:7.

II. APLICANDO O TEMA

1. Adoremos ao Deus santo com gratidão, pois nosso pecado foi


perdoado.

Todos os sacrifícios de animais, ros e bodes apague pecados (Lv


mencionados no livro de Levítico, ser- 10:4). Deus perdoou seus servos
viam como um meio temporário de da antiga aliança, quando lhe ofe-
lidar com o pecado. O povo foi ins- reciam sacrifícios de animais, por-
truído, ao longo do tempo, sobre a que estes apontavam para o que
necessidade de um inocente morrer Cristo faria. Ele ofereceu um único
pelos pecados do povo. Quando ofe- sacrifício pelos pecados, que foi
recia animais inocentes, o povo esta- aceito como oferta e sacrifício com
va antecipando, por meio de rituais, o aroma agradável (Ef 5:2). Adore-
que aconteceria com Cristo, o único mos a Deus com gratidão! Nós,
que pôde resolver o problema do pe- cristãos da nova aliança, não pre-
cado de modo definitivo. Ele ofere- cisamos mais oferecer sacrifícios
ceu a si mesmo a Deus, para perdoar de animais. Nossos pecados foram
os nossos pecados (Hb 9:14-15,28). perdoados definitivamente por
O autor de Hebreus diz que é Deus, em razão do que Cristo fez
impossível que o sangue de tou- por nós.

05. Ainda devemos realizar algum tipo de sacrifício para termos os


nossos pecados perdoados? Qual deve ser a nossa atitude, frente ao
que Cristo fez por nós?

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2. Adoremos ao Deus santo com entrega, pois nossa comunhão
foi reparada.

Conforme estudamos, os signifi- voluntárias deve ser praticada mais


cados dos três sacrifícios voluntários por nós. Contudo, o que represen-
apresentados em Levítico eram o tam continua sendo verdade. Ainda
seguinte: a oferta queimada (holo- precisamos nos entregar completa-
causto) era feita como símbolo da mente a Deus, e a diferença é que,
expiação do pecado e como sím- agora, devemos apresentar o nos-
bolo de dedicação completa da so corpo como sacrifício vivo, não
pessoa a Deus; as ofertas de cere- animais (Rm 12:1). Ainda devemos
ais eram apresentadas a Deus como continuar reconhecendo que tudo
um ato de gratidão e reconheci- vem de Deus; ainda devemos con-
mento de que tudo vem dele; e as tinuar louvando a Deus, pois, por
ofertas pacíficas expressavam a paz meio do sacrifício de Cristo, temos
e a comunhão entre o ofertante e paz e comunhão com ele. Nossa re-
Deus. Nenhuma dessas três ofertas lação com Deus foi reparada.

06. Existem verdades por trás das práticas de oferta queimada, de


cereais e do sacrifício pacífico, para nós, ainda hoje? Leia Rm 12:1.

O QUE APRENDEMOS HOJE?

Chegamos ao final deste primeiro estudo, dos seis que teremos


com base no livro de Levítico. Talvez, para muitos, esse livro con-
tenha apenas um registro de rituais sangrentos e meio repulsivos
para a mente moderna. Contudo, estes faziam todo o sentido para
o povo de Deus daquela época. O sacrifício de animais era comum
entre as outras nações, no Oriente Médio, que os faziam para agra-
dar seus vários deuses.
Em sua soberania, Deus resolveu utilizar esse método, e o fez
para mostrar ao povo a gravidade do pecado; afinal, um inocente
morreria para pagar seus pecados. Deus fez isso, também, já como

14 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


prenúncio do que Jesus Cristo faria na cruz. Nesta semana, que tal
reler os sete capítulos iniciais de Levítico, um por dia, e louvar pelo
que Deus fez por nós, em Cristo, para resolver o problema do nos-
so pecado? Esse é seu desafio.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 01/01 Lc 5:27-39 Gn 1-2 Sl 1


Segunda-feira 02/01 Lc 6:1-26 Gn 3-5 Sl 2
Terça-feira 03/01 Lc 6:27-49 Gn 6-7 Sl 3
Quarta-feira 04/01 Lc 7:1-17 Gn 8-10 Sl 4
Quinta-feira 05/01 Lc 7:18-50 Gn 11 Sl 5
Sexta-feira 06/01 Lc 8:1-25 Gn 12 Sl 6
Sábado 07/01 Lc 8:26-56 Gn 13-14 Sl 7

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14 DE JANEIRO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 371 • Final: HBJ 122

2
Um sacerdócio
santo
OBJETIVO TEXTO-BASE
Conduzir os estudantes Tomou Moisés também do óleo da unção e do
numa reflexão sobre o
sistema sacerdotal do povo sangue que estava sobre o altar (...) e consagrou
de Israel, além de destacar a Arão, e as suas vestes, e a seus filhos, e as
sua importância para os vestes de seus filhos. (Lv 8:30)
cristãos atuais.

LEITURA DIÁRIA INTRODUÇÃO


D 08/01 Lv 5:1-13
S 09/01 Lv 5:14-19 O sacerdócio, que será o assunto deste nos-
T 10/01 Lv 6:1-13 so estudo, constitui um elemento importante
Q 11/01 Lv 6:14-30 da vida e da estrutura social do povo de Israel.
Q 12/01 Lv 7:1-21
Um sacerdócio, basicamente, é um sistema de
S 13/01 Lv 7:22-38
intercessão, diante de Deus, em favor de se-
S 14/01 Lv 8:1-17
res humanos. Aqueles que exerciam o minis-
tério sacerdotal representavam o povo, diante
de Deus, 1 mas também representavam Deus,
diante do povo.
PÔR DO SOL Em Israel, eles realmente cumpriam esses obje-
tivos. O sacerdote (kohen, em hebraico) tinha uma
Sexta-feira, 13/01 – 18h59
Sábado, 14/01 – 18h59 função mediadora e intercessora. De acordo com
Baseado no horário de Brasília. Considere o Novo Testamento, apontava para Jesus Cristo,
o fuso horário e o horário de verão.
que seria o mediador e representante legal entre
Deus e os homens, razão pela qual conhecer um
pouco sobre este tema é imprescindível para todo
cristão (1 Tm 2:5).
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição.

1. Erickson (2011:173)

Ou acesse goo.gl/OUQhk5 16 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


I. EXPLORANDO O TEMA

Antes da morte de Jesus, havia como sacerdotes de Israel (Êx 28-


uma ruptura, um grande distancia- 29). A expressão “como o Senhor
mento entre Deus e as pessoas. ordenou”, que se repete várias
Por isso, no Antigo Testamento, os vezes no texto, indica que Moisés,
sacerdotes eram líderes espirituais como um líder fiel, cumpriu com
que serviam de “pontes” entre am- rigor os desígnios do Senhor (Lv
bos, como meio de acesso. Eles co- 8:4,5,9,13,17,21,29,34-36).
municavam as mensagens de Deus A instituição dos sacerdotes se
às pessoas; levavam suas orações deu numa cerimônia pública, em
a Deus e ofereciam os sacrifícios que Arão e seus filhos foram lava-
(Êx 28:12,21,29; Nm 4:5; Dt 10:8, dos, como símbolo de purificação,
33:8-10). Quando o sacerdote era vestidos com roupas especiais e
consultado, transmitia as respostas ungidos, isto é, consagrados para
de Deus; quando ensinava, minis- o serviço a Deus. Após esses ritos,
trava ao povo a vontade de Deus e, sacrifícios foram oferecidos: um no-
quando oferecia sacrifícios, minis- vilho para o perdão dos pecados,
trava o perdão de Deus às pessoas. um para o holocausto e outro para
O que mais a Bíblia nos ensina so- a consagração.
bre o sacerdócio? Vejamos. Os sacríficos, por si mesmos,
1. A instituição: O capítulo 8 de mostravam ao povo de Israel que
Levítico nos mostra a instituição do os sacerdotes também eram peca-
sacerdócio israelita. Das doze tribos, dores. Eram mediadores imperfei-
somente a tribo de Levi tinha esse tos que apontavam para o perfeito
privilégio. Conquanto todos os levi- mediador: Jesus Cristo, o único que
tas estivessem ligados estritamente jamais pecou (Hb 4:12-5:9, 7:27,10-
ao serviço do tabernáculo, nem to- 5-10). Ao contrário dos sacerdotes,
dos eram sacerdotes (Nm 3:21-37, “ele é o único sacrifício perfeito ‘que
4:21-29, 40-44). Deus escolheu es- tira o pecado do mundo’ (Jo 1:29)”.2
pecialmente Arão e sua descendên- 2. A inauguração: A cerimônia
cia para o desempenho do sacerdó- de consagração pública de Arão e
cio no meio do povo (Êx 28:1-2). seus filhos, na instituição do sacer-
Nesse capítulo de Levítico, ve- dócio, durou sete dias, durante os
mos Moisés cumprindo à risca as quais eles não poderiam ausentar-
determinações de Deus, quanto
à instituição de Arão e seus filhos 2. Wiersbe (2006:344)

www.portaliap.org | 17
se do santuário (Lv 8:33-36). O ca- be e Abiú foram disciplinados por
pítulo 9 de Levítico apresenta, em Deus. De acordo com o texto, eles
seguida, a inauguração do sistema tomaram cada um o seu incensário,
sacerdotal. Após os sete dias de e puseram neles fogo, e sobre este,
purificação, Arão, sumo sacerdo- incenso, e trouxeram fogo estranho
te, e seus filhos, como sacerdotes perante a face do SENHOR, o que
devidamente ordenados perante lhes não ordenara (Lv 10:1). Nadabe
o povo de Israel, ofereceram seus e Abiú, como sacerdotes, rebelaram-
primeiros sacrifícios. -se expressamente contra Deus. A
Devemos lembrar que, antes disciplina foi imediata.
de Arão e seus filhos assumirem Eles ofereceram “fogo estranho”,
o ministério sacerdotal, era Moi- talvez porque não tivessem retirado
sés quem oferecia os sacrifícios. do altar conforme estabelecido (Lv
Arão, que consentira na adoração 16:12). Além disso, foram atrevidos,
ao bezerro de ouro, no deserto, na pois eram as pessoas erradas para
ocasião em que o povo se rebelara manusear o incenso. Essa era tare-
contra Deus, agora oferecia um be- fa do Sumo Sacerdote (Êx 30:7-10,
zerro para perdão de seus pecados 40:9). Em suma, a ação deles foi
e de todo o povo (Lv 9:1-3). “uma desconsideração leviana”.3
O objetivo dessa cerimônia inau- Deus trouxe juízo a Nadabe e Abiú
gural do sistema sacerdotal era com o propósito de advertir o povo e
manifestar a glória de Deus entre o todos os sacerdotes. Assim, a serie-
povo de Israel: E disse Moisés: Esta dade do que significava ser sacerdo-
coisa que o SENHOR ordenou fareis; te diante de Deus tornou-se evidente
e a glória do SENHOR vos aparece- a todos. Se, de acordo com o Novo
rá (Lv 9:6). Isso, de fato, aconteceu Testamento, todos os crentes são sa-
naquele dia inaugural: ... a glória do cerdotes, Deus requer de nós pure-
Senhor apareceu a todo o povo (Lv za, obediência e temor, tanto quanto
9:23). Deus pretendia que seu povo esperava dos sacerdotes do Antigo
mostrasse a sua glória àqueles que Testamento (1 Pd 1:17, 2:9).
não o conheciam como Deus (Is 4. As exigências: Depois de apre-
43:7, 21; 49:3). Israel falhou nessa sentar a instituição, a inauguração e a
missão, de acordo com as Escrituras seriedade, o livro de Levítico mostra
(Is 48:18-19; Jr 4:2; Zc 8:13). também as exigências de Deus aos
3. A seriedade: No capítulo 10 sacerdotes (Lv 21 e 22). A expressão
de Levítico, lemos sobre a serieda-
de com que os sacerdotes deveriam
tratar seu sagrado ministério. Nada- 3. Carson (2009:213)

18 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


que se repete, nestes capítulos, é ser usado para inferiorizar qualquer
o categórico “não”. Essa repetição pessoa com deficiência física.5
mostra as inúmeras restrições impos- Havia, ainda, exigências profissio-
tas aos sacerdotes. Era o preço a ser nais (Lv 22). O trabalho dos sacerdo-
pago por ser líder de Israel. tes incluía oferecer sacrifícios todos
Os sacerdotes deveriam ser uma os dias. Eles lidavam diariamente
referência para o povo. Essa era a com o sagrado. Por isso, Deus aler-
razão das exigências. Havia exigên- tou: ... tratem com respeito as ofer-
cias comportamentais, restrições tas sagradas que os israelitas me
ligadas a cerimônias fúnebres de consagrarem, para que não profa-
parentes, casamento, família etc., nem meu santo nome. Eu sou o Se-
bem como exigências físicas (Lv nhor (Lv 22:2). Para não desonrarem
21:1-24). Deus não despreza quem a Deus, eles deveriam ter cuidado
tenha algum tipo de deficiência, com a impureza, com hóspedes não
mas os sacerdotes, em especial, qualificados e com sacrifícios inacei-
não poderiam ter nenhuma (Mt táveis a Deus (Lv 22:3-33).
4:23-25; Lc 14:21). A razão é que, O que podemos entender é que
no mundo simbólico do Antigo a gloriosa verdade do Novo Testa-
Oriente, a integridade moral e es- mento é que, agora, na nova alian-
piritual se expressava na inteireza ça, cada cristão é um sacerdote.
física de uma pessoa.4 Israel fracassou em ser uma nação
Os sacerdotes, tanto quanto os sacerdotal. Coube à igreja essa
animais que eram sacrificados, sim- função. No Antigo Testamento, o
bolizavam Cristo, que não tinha povo de Deus tinha um sacerdó-
defeito; por isso, não poderiam cio; no Novo Testamento, o povo
sofrer de alguma deficiência (1 Pd de Deus é sacerdotal (Ap 1:6). Ve-
1:19). Dito assim, deve ficar claro jamos algumas aplicações de tudo
que esse texto bíblico não deve que aprendemos até aqui.

4. ibidem, p.235 5. Wiersbe, op. cit., p.374

01. Por que Deus instituiu os sacerdotes em Israel? De que família


eles eram? O que faziam? O fato de os sacerdotes terem de
oferecer sacrifícios por si mesmos indicava o quê? Baseie-se em Lv 8
e no item 1.

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02. Com base em Lv 9 e no item 2, responda: Como aconteceu
a inauguração do sistema sacerdotal? Qual era o objetivo dessa
cerimônia inaugural?

03. Como base em Lv 10, qual foi o erro dos filhos de Arão? O
que aconteceu com eles? Com que propósito Deus trouxe juízo a
Nadabe e Abiú? Baseie-se também no item 3.

04. Quais eram as exigências de Deus aos sacerdotes em Israel? Por


que tinham de cumprir todas essas exigências? Baseie-se em Lv 21 e
22 e no item 4.

II. APLICANDO O TEMA

1. Sendo um sacerdote, desfrute de seus privilégios, pois


são extraordinários!

Os sacerdotes em Israel tinham Na nova aliança, contudo, de acor-


privilégios incríveis. Eles eram os do com o apóstolo Pedro, nós,
únicos que poderiam entrar no san- cristãos, somos casa espiritual e sa-
tuário, que era sagrado, e oferecer cerdócio santo, para oferecer sacri-
os sacrifícios de adoração a Deus. fícios espirituais agradáveis a Deus

20 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


por Jesus Cristo (1 Pd 2:5). Nós não consagrou, pelo véu, isto é, pela
precisamos mais de mediadores sua carne (Hb 10:19-20). Agora,
humanos em nossa adoração. por meio do sacrifico de Jesus, po-
O autor da carta aos Hebreus demos nos aproximar de Deus (Hb
diz, com veemência: Tendo, pois, 10:22). Você não precisa de um líder
irmãos, ousadia para entrar no San- humano para adorar ou ser ouvido
tuário, pelo sangue de Jesus, pelo por Deus. Você é um sacerdote.
novo e vivo caminho que ele nos Isso é um privilégio extraordinário!

05. Converse com os alunos da classe sobre o privilégio extraordinário


que cada cristão possui de não necessitar de intermediação de líderes
humanos para adorar, ser ouvido e se aproximar de Deus.

2. Sendo um sacerdote, assuma as suas responsabilidades, pois


são intransferíveis!

Quando Deus estabeleceu sua Como sabemos, Israel não cum-


aliança com Israel, no Sinai, logo priu essa missão (Is 48:18-19; Jr
após tê-lo libertado da escravidão, 4:2; Zc 8:13). Agora, no Novo Tes-
deixou muito claro qual a razão de tamento, a igreja é esse povo sa-
tê-lo chamado para si como na- cerdotal que tem o dever de pro-
ção: E vós me sereis um reino sa- clamar o evangelho de Cristo (1 Pd
cerdotal e o povo santo (Êx 19:6). 2:9). Ela, agora, deve levar as boas
Seu propósito era que Israel fosse novas de salvação até os confins
uma luz para os gentios e levasse da Terra e ser luz neste mundo (Mt
a salvação de Deus até os confins 5:13-16, 28:19-20; Mc 16:15-16; At
da Terra (Is 49:6). Como nação sa- 1:8; Fp 2.15,16). Você é um sacer-
cerdotal, seria um mediador entre dote. Essas são responsabilidades
Deus e os homens (Is 42:6). intransferíveis.

06. Você acredita que os cristãos de hoje entendem que são


sacerdotes e, por isso, precisam ser luz no mundo e levar a
mensagem de salvação aos perdidos? E você? Tem cumprido
essa responsabilidade?

www.portaliap.org | 21
21 D

O QUE APRENDEMOS HOJE?

Como aprendemos, o sistema sacerdotal, em Israel, apontava


para Cristo em seu ministério de interceder pelos pecadores diante
de Deus. Ele foi, na verdade, ao mesmo o tempo, o Sumo-sacer-
dote que ofereceu o holocausto e o próprio sacrifício pelo pecado
dos homens (Hb 10:1-18). Como Sumo-sacerdote puro e sacrifício
perfeito, ele nos libertou de todos os nossos pecados, e nos consti-
LE
tuiu reino e sacerdotes para servir a Deus, seu Pai (Ap 1:6).
Agora, temos privilégios extraordinários e responsabilidades in-
transferíveis. Alguns sacerdotes de Israel fizeram pouco caso des-
ses privilégios e conduziram as pessoas ao erro, não a Deus (Lm
4:13). Nós, como sacerdotes, não podemos cair no mesmo erro.
Precisamos viver em santidade, ter o coração purificado da má
consciência e cumprir a missão de levar aos perdidos a salvação
em Cristo. Reflita nisso!

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA Sex



Domingo 08/01 Lc 9:1-27 Gn 15 Sl 8 Basead
o fus
Segunda-feira 09/01 Lc 9:28-62 Gn 16 Sl 9
Terça-feira 10/01 Lc 10:1-20 Gn 17 Sl 10
Quarta-feira 11/01 Lc 10:21-42 Gn 18 Sl 11
Quinta-feira 12/01 Lc 11:1-28 Gn 19 Sl 12
Sexta-feira 13/01 Lc 11:29-54 Gn 20 Sl 13 Es
para
Sábado 14/01 Lc 12:1-31 Gn 21 Sl 14

22 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017 Ou


21 DE JANEIRO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 139 • Final: HBJ 143

3
Mantendo a
pureza
OBJETIVO TEXTO-BASE
Promover reflexão sobre Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do
algumas práticas didáticas
utilizadas pelos israelitas Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós
para se manterem puros sereis santos, porque eu sou santo. (Lv 11:45)
diante do Senhor.

INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 15/01 Lv 8:18-36
Não há impureza em Deus. Ele é santo em sua
S 16/01 Lv 9 essência. Não há falhas em seu caráter, nem dolo
T 17/01 Lv 10 em suas obras. Tiago afirma: Toda boa dádiva e
Q 18/01 Lv 11:1-23 todo dom perfeito são lá do alto, descendo do
Q 19/01 Lv 11:24-47
Pai das luzes, em quem não pode existir variação
S 20/01 Lv 12
S 21/01 Lv 13:1-23
ou sombra de mudança (Tg 1:17). De Deus, espe-
ramos boas dádivas! Nas Escrituras, ele é exem-
plo de pureza.
O ser humano, por sua vez, é pecador, cheio de
máculas. De que maneira o pecador pode se aproxi-
mar do Deus Santo? Vimos, nos estudos anteriores,
PÔR DO SOL que isso era possível, em Israel, por meio dos sacri-
Sexta-feira, 20/01 – 18h58 fícios e da mediação dos sacerdotes. Contudo, ao
Sábado, 21/01 – 18h58
Baseado no horário de Brasília. Considere
passar por esse processo de purificação, o povo pre-
o fuso horário e o horário de verão.
cisava manter a pureza. Isso é apresentado de forma
clara no livro de Levítico 11:1 até 15:33, base do estu-
do de hoje. Esse trecho mostra algumas práticas que
os israelitas deveriam ter para se manterem puros.
Escaneie o código abaixo

I. EXPLORANDO O TEMA
para ouvir o podcast desta lição.

Deus desejava ensinar seu povo. Por isso, nas or-


denanças dadas a Moisés, o Senhor sancionou uma

Ou acesse goo.gl/mvzQT6 www.portaliap.org | 23


antiga prática e indicou novas regras, de cadáveres; dentre os insetos, ser-
que fariam os israelitas se lembra- vem para alimentação aqueles com
rem, constantemente, de que eram asas, que andam sobre quatro pés e
um povo diferente. Ficou instituído têm pernas mais longas para saltar
que ficariam impuros, se não tives- sobre a terra (Lv 11:21). A dieta que
sem cuidado com o que comiam, estiver fora dessas normas é impró-
com o que tocavam e com as pes- pria para alimentação.
soas de quem se aproximavam, den- Sobre a distinção dos animais
tre outras questões. Qualquer falha limpos e imundos para consumo,
nesse sentido vetava, por certo tem- devemos considerar, primeiramen-
po, a participação no culto a Deus, te, o seu fundamento. A base dessa
no tabernáculo, pois, se uma dessas distinção é a soberania de Deus (Lv
regras fosse desrespeitada, o santuá- 11 e Dt 14). Ao povo de Deus, cabe
rio seria contaminado e a vida do in- aceitar e obedecer a tal distinção.
frator ficaria em perigo (Lv 15:31). A Também precisamos considerar a
manutenção da pureza dava-se por sua finalidade. O objetivo da dieta
meio de três aspectos. de Levítico 11 é preservar a santi-
1. Uma dieta necessária: Já havia dade do povo de Deus.
um princípio que estabelecia qual Em Levítico, fica claro que, de-
era a alimentação adequada (Gn pendendo do tipo de alimento que
1:29, 7:2). Este dizia que, na dieta de a pessoa consumia, ela poderia
origem animal, nem todos os tipos tornar-se imunda, ao invés de se
de carnes seriam próprios para o manter santificada. Isso nos ensina
consumo humano: só as carnes dos que todas as vezes em que toma-
animais puros, que também eram mos esses cuidados alimentares
utilizados nos sacrifícios. Em Levítico também lembramos que somos de
11, esse princípio é apenas formali- Deus. O ato de comer ou beber
zado e exposto mais claramente. deve ser feito no intuito de glorifi-
Nesse caso, as carnes permitidas car a Deus (1 Co 10:31).
por Deus para a dieta de seu povo É necessário, ainda, considerar a
são: dentre os quadrúpedes, os que validade das leis alimentares. A dis-
têm o casco fendido e que ruminam; tinção dos animais limpos e imundos
dentre os peixes, os que têm barba- ainda vigora. Cristo não a aboliu. Pe-
tanas e escamas. Dentre as aves, é dro sabia disso, a ponto de afirmar:
permitido comer as que não estive- ... jamais comi coisa alguma comum
rem na lista de Lv 11:13-19, muitas e imunda (At 10:14). Paulo, por sua
delas relacionadas com as aves de vez, estava se referindo aos alimen-
rapina e outras que se alimentam tos limpos, descritos em Lv 11 e Dt

24 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


14, ao dizer: Deus criou para serem completarem os dias da sua purifi-
recebidos, com ações de graças, cação (33 a 66 dias), dependendo
pelos fiéis e por quantos conhecem do sexo da criança.
plenamente a verdade (1 Tm 4:3). Em terceiro lugar, destaca-se a
2. Uma distinção clara: Além lepra (Lv 13:45). O sacerdote era
da dieta bíblica, para manter a pu- responsável por examinar se uma
reza do seu povo, Deus designou pessoa tinha lepra. Caso a doença
aos sacerdotes a responsabilidade fosse detectada, o leproso era de-
de ensinar Israel a separar o limpo clarado imundo e passaria a viver
do imundo, para poupá-lo de con- isolado, longe do arraial. Em ou-
sequências graves. Eles tinham a tras palavras, viveria à margem da
obrigação de repassar o que apren- sociedade, da família e da congre-
deram a seus filhos, advertindo-os gação, até que morresse ou fosse
sobre as coisas imundas (Dt 6:1-9). curado.2 A distinção entre o limpo e
O claro discernimento entre o o imundo envolvia ainda a lei acer-
limpo e o imundo envolvia não so- ca do mofo e dos fluxos corporais.
mente a alimentação, mas também Todos esses casos levavam o
outros aspectos importantes, den- povo ao conhecimento de que a
tre os quais destaca-se, em primei- manutenção da pureza podia apro-
ro lugar, o contato com um cadáver ximar a pessoa de Deus e a impu-
(Lv 11:39,40). Qualquer carcaça, reza a incapacitava para o culto ou
mesmo a de um animal limpo, era a excluía dele;3 e não apenas isso:
contaminada, e quem a tocasse ou demonstravam também que a san-
comesse, ficava imundo até a tarde. tidade deveria governar todos os
Em segundo lugar, destaca-se aspectos da vida, incluindo o ali-
o pós-parto (Lv 12:2,5). Após dar mento, a bebida e as atividades
à luz, a mulher ficava imunda, du- diárias. O povo de Deus deveria
rante sete dias, caso a criança fos- proteger o corpo, a mente e o co-
se um menino; caso fosse menina, ração daquilo que pudesse conta-
o tempo de sua impureza era de miná-lo.4 Eis a vontade de Deus.
duas semanas. Durante esse perío- 3. Uma restauração providen-
do, tudo que a mãe tocasse ficaria cial: A manutenção da pureza do
imundo. Por isso, ela “não podia povo de Deus ocorria por meio de
tocar em coisas santas, nem entrar uma dieta necessária e de uma dis-
na tenda da congregação”,1 até se
2. Wiersbe (2006:356)
3. Hoff (2007:173)
1. Adeyemo (2010:151) 4. ibidem, p.174

www.portaliap.org | 25
tinção clara. Por isso, os israelitas to, e um pombinho ou uma rolinha,
precisavam tomar certos cuidados como sacrifício pelos pecados (Lv
para manter a sua santidade em dia, 12:6-7). Se não tivesse condições
evitando contaminar-se moral e ce- de levar um cordeiro, a mulher
rimonialmente, a fim de estar aptos poderia oferecer duas rolinhas ou
a participar do culto no tabernáculo. dois pombinhos. A restauração di-
E se, apesar de todos os cuida- vina beneficiava tanto a ricos quan-
dos, uma pessoa fosse contamina- to a pobres.
da por alguma das impurezas lista- No caso da contaminação por
das, como, por exemplo, tocar num lepra, o leproso era considerado
cadáver de um animal? Estaria ela limpo, após o sacerdote constatar
condenada a não mais participar da a sua cura e aspergir sobre ele o
adoração ao Senhor na congrega- sangue da ave sacrificada (Lv 14:6-
ção? Não, obviamente, pois Deus 7). Oito dias depois, a pessoa cura-
provia purificação e restauração. da da lepra oferecia dois cordeiros
Todos podiam ser restaurados. e uma cordeira, e o sacerdote fa-
Como ocorria a purificação? zia o rito de purificação. Assim, a
Dependendo do caso, o método pessoa podia voltar novamente a
variava. No caso de uma contami- cultuar na tenda da congregação e
nação por contato com cadáver, a conviver em sociedade.
pessoa deveria lavar-se e lavar as Em todas essas situações, Deus
roupas e, após o pôr-do-sol, podia propiciava ao povo condições de
entrar no acampamento (Lv 11:39- restaurar a sua espiritualidade para
40). Isso evitava a contaminação e retornar ao privilégio de cultuá-lo,
era uma maneira de resguardar a sem impedimentos. Tais sacrifí-
saúde das outras pessoas. cios apontavam para algo maior: a
No caso da contaminação do morte vicária de Jesus em favor da
pós-parto, o pai e a mãe deveriam humanidade, reconciliando-a com
ir ao santuário e oferecer sacrifícios Deus. O estudo de hoje pode e
para a purificação da mãe: um cor- deve ser aplicado de duas manei-
deiro de um ano, como holocaus- ras, conforme veremos a seguir.

01. Que dieta Deus estabeleceu para o seu povo? Responda, com
base no item 1. Leia também Gn 7:2 e Lv 11:1-38.

26 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


02. Qual é o fundamento, a finalidade e a validade da dieta
estabelecida por Deus ao seu povo? Responda, com base em Lv
11:44-45; Dt 14:2; At 10:14, e no item 1.

03. O claro discernimento entre o limpo e o imundo envolvia


aspectos importantes. Quais? Responda, com base no item 2. Leia
também Lv 11:39-40, 12:2,5, 13:45,47-59, 15:1-33.

04. Com base no item 3, comente sobre os métodos utilizados para


a purificação dos israelitas, frente às impurezas cerimoniais. Para
que importante evento eles apontavam?

II. APLICANDO O TEMA

1. Para manter a pureza, afaste-se do pecado.

Comer carnes de animais imun- Isso lhes garantia comunhão com


dos, tocar num cadáver, ser infectado Deus e com o próximo. Pecado é
por lepra etc., tornavam uma pessoa coisa séria! Não o subestime, nem
imunda (Lv 11:40, 13:13). Ela estaria simpatize com ele, pois nos afasta
em pecado e inapta a participar dos do Criador (Is 59:2). Evite-o e afaste-
rituais de adoração, no tabernáculo, -se dele. Portanto, fuja dos relaciona-
e, dependendo do caso, obrigada a mentos pecaminosos, das palavras
viver fora do arraial, longe da presen- torpes, dos pensamentos maliciosos,
ça das pessoas (Lv 14:3). dos sentimentos adoecidos e dos
Para se manterem puros, os israe- pecados ocultos. Enfim, fuja da apa-
litas deveriam evitar a contaminação. rência do mal. Mantenha a pureza!

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05. Por que é tão importante que nos afastemos do pecado? O que
você tem feito nesse sentido?

2. Para manter a pureza, aproxime-se de Deus.


O povo de Deus deveria afastar-se temos o dever de nos manter puros.
das contaminações e buscar santi- Ao contrário do que muitos ve-
dade, diariamente. O Senhor o ins- nham a imaginar, a santidade não
tiga a isso: Eu sou o Senhor, vosso está ultrapassada. Não foi sugerida
Deus; portanto, vós vos consagra- apenas aos hebreus. Ela continua
reis e sereis santos, porque eu sou vigente e deve prevalecer em nos-
santo (Lv 11:44a). Não há como se sa vida. Seja santo! Busque um viver
aproximar de Deus, sem uma vida santo em sua alimentação, em suas
de santidade. Para tanto, podemos finanças, em seus relacionamentos,
contar com a graça de Cristo, que em seu matrimônio, em sua vida pro-
nos perdoa e nos purifica. Contudo, fissional. Glorifique a Deus em tudo!

06. Você tem buscado viver em santidade? De que maneira?

O QUE APRENDEMOS HOJE?

O estudo de hoje tratou sobre a necessidade e a importância da


pureza. As contaminações que impediam o povo de Deus de se
aproximar do tabernáculo para adorar deveriam ser evitadas. Todos
precisavam levar a sério a dieta estabelecida por Deus, a distinção
clara entre aquilo que era imundo e o que era puro, e a restauração
divina por meio dos rituais de expiação e de purificação.
Deus continua sendo santo. Certamente, com a morte de Jesus,
algumas dessas práticas não valem mais para hoje; porém, ainda
é necessário que o adorador tenha uma vida de santidade para

28 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


se achegar a Deus. Então, afaste-se do pecado e busque cada vez
mais viver dignamente. Se você tiver dificuldade de santificar a sua
vida em alguma área, peça a ajuda de Deus. Mantenha a pureza!

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 15/01 Lc 12:32-59 Gn 22 Sl 15


Segunda-feira 16/01 Lc 13:1-17 Gn 23 Sl 16
Terça-feira 17/01 Lc 13:18-24 Gn 24 Sl 17
Quarta-feira 18/01 Lc 14:1-24 Gn 25 Sl 18
Quinta-feira 19/01 Lc 14:25-35 Gn 26 Sl 19
Sexta-feira 20/01 Lc 15 Gn 27:1-45 Sl 20
Sábado 21/01 Lc 16 Gn 27:46-28:22 Sl 21

www.portaliap.org | 29
28 DE JANEIRO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 184 • Final: HBJ 331

4
Um povo
que celebra
OBJETIVO TEXTO-BASE
Estudar sobre as festas Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As festas
anuais de Israel e seus
significados no Antigo fixas do Senhor, que proclamareis, serão santas
e no Novo Testamento, convocações; são estas as minhas festas. (Lv 23:2)
destacando a importância
de celebrar a Deus por sua
provisão e redenção.
INTRODUÇÃO

LEITURA DIÁRIA Na escola do deserto, entre outros ensinos, Israel


D 22/01 Lv 13:24-59 aprendeu que deveria adorar a Deus por sua graça,
S 23/01 Lv 14:1-32
redenção e provisão. As inúmeras festas israelitas
T 24/01 Lv 14:33-57
Q 25/01 Lv 15:1-12
contidas em seu calendário anual eram a forma pela
Q 26/01 Lv 15:13-33 qual o povo poderia celebrar a Deus com alegria
S 27/01 Lv 16:1-14 por tais razões. As festas eram feriados nacionais de
S 28/01 Lv 16:15-34 cunho histórico e religioso, nos quais não se traba-
lhava. Eram também chamados de sábados; con-
tudo estes podiam cair em qualquer dia, durante a
semana, e eram distintos do sábado do Senhor.
Essas festas serviam tanto para marcar as esta-
PÔR DO SOL ções agrícolas do ano quanto para comemorar a
Sexta-feira, 27/01 – 18h57 história da redenção do povo. Israel deveria ser
Sábado, 28/01 – 18h56
Baseado no horário de Brasília. Considere
uma nação vibrante, alegre e festiva; deveria cele-
o fuso horário e o horário de verão.
brar a Deus por tudo que ele fez. Tais celebrações,
segundo o Novo Testamento, possuem significa-
dos para a fé cristã; ensinam que os salvos são um
povo que celebra a Deus.
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição.
I. EXPLORANDO O TEMA

Como já vimos, Deus deu a Israel um calendário


cheio de festas. Essas não incluíam, essencialmen-

Ou acesse goo.gl/fS94UI 30 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


te, comida e diversão,1 mas uma sangue de um cordeiro sacrificado
atitude de adoração, celebração havia sido posto nos umbrais das
e dedicação a Deus. Eram “santas portas. Tais eventos históricos eram
convocações” (Lv 23:1-2). Dentre comemorados na Páscoa israelita.
essas festas, o sábado, o sétimo A palavra Páscoa é Pessach, em
dia da semana, era a principal e a hebraico, e significa passagem.
primeira da lista. Este dia é dife- Precisamos notar que esse
rente das demais datas, pois é um evento também é central no cris-
preceito da lei moral e ainda válido tianismo. Não por menos, Jesus é
para os cristãos, hoje, que aponta chamado pelo apóstolo Paulo de
para o princípio espiritual da “de- Cordeiro Pascal (1 Co 5:7). Em ou-
dicação do tempo e do trabalho a tras palavras, a Páscoa judaica es-
Deus”2 (Lv 23:3). Mas quais eram as tabelecida no Antigo Testamento
outras festas? Qual o seu significa- apontava para o sacrifício de Jesus
do? É o que analisaremos a seguir, e a libertação resultante deste (Is
em Levítico 23. 53:5,6; Jo 1:29; Hb 9:26).
1. A Páscoa e a Festa dos Pães A Páscoa era celebrada no dia
Asmos: Páscoa e Festa dos Pães quatorze do primeiro mês judaico
Asmos eram duas comemorações (abibe, em hebraico), e, no dia se-
distintas em Israel. Mas, por ocor- guinte, o dia quinze, celebrava-se a
rerem em sequência, fundiam-se festa dos Pães Asmos. Durante sete
em uma só celebração (Lv 23:4-8). dias, os judeus alimentavam-se de
Eram festas “gêmeas”.3 Seu esta- pães asmos e removiam todo fer-
belecimento está descrito em Le- mento de suas casas (Êx 12:15-20).
vítico 23:5-6: ... no mês primeiro, Era uma lembrança do que havia
aos catorze do mês, no crepúsculo acontecido no Egito, quando, por
da tarde, é a Páscoa do Senhor. E ocasião de sua libertação, o povo
aos quinze dias deste mês é a Festa israelita havia comido pão não-fer-
dos Pães Asmos do Senhor. mentado (Êx 12:39).
Deus havia libertado seu povo Paulo, em sua Primeira Carta aos
da escravidão, no Egito (Êx 12). Os Coríntios, usou a festa com um sig-
primogênitos dos egípcios haviam nificado espiritual para os cristãos.
morrido, enquanto os dos israelitas Na Bíblia, o fermento, por vezes,
haviam sido poupados, porque o é usado como símbolo do pecado
(Mt 16:6; Mc 8:15; Lc 12:1; 1 Co
1. Wiersbe (2006:378)
5:7; Ef 4:31, 32). Ele, então, insistiu
2. Carson (2009:236) em que, assim como os judeus ti-
3. idem nham de remover o fermento velho

www.portaliap.org | 31
de suas casas e comer pão sem fer- Co 15:20). A ideia é de que, assim
mento por uma semana, assim os como Israel celebrava os primeiros
coríntios e todos os cristãos deve- frutos da colheita, a igreja celebra
riam retirar de suas vidas e da igreja a Cristo, o primeiro a ser ressuscita-
todo o tipo de pecado (1 Co 5:8). do. O ensino é que, na “colheita da
2. A celebração das Primícias ressurreição”,5 os salvos serão como
e a Festa das Semanas: Além das ele, pois também ressuscitarão (1
festas da Páscoa e dos Pães As- Co 15:49; Fp 3:20, 21; 1 Jo 3:1-3).
mos, Deus também estabeleceu De acordo com Levítico, quaren-
para a Israel a celebração das Pri- ta e nove dias depois da oferta das
mícias e das Semanas (Lv 23:9-25). Primícias, no quinquagésimo, cele-
As Primícias eram uma celebração brava-se a Festa das Semanas, que
a Deus em gratidão pelos primei- recebe esse nome por acontecer
ros frutos do campo. Deus disse: sete semanas após os primeiros fru-
Quando vocês entrarem na terra tos do campo (Lv 23:16). A Festa das
que eu lhes estou dando e fizerem Semanas também era chamada de
a primeira colheita de trigo, levem Pentecostes (quinquagésimo, em
ao sacerdote um feixe do que co- grego) e “acontecia com a alegre
lherem (Lv 23:10). conclusão da colheita de cereais”.6
O sacerdote ofereceria em ofer- A festa das Semanas era uma
ta a Deus esse primeiro feixe. Era celebração de um dia apenas, no
uma maneira de Israel entender qual não se deveria trabalhar (era
que toda a provisão material era, um sábado), mas somente des-
na verdade, dádiva de Deus. Isso cansar em Deus e se alegrar dian-
deveria ser reconhecido numa ati- te dele, oferecendo-lhe uma ofer-
tude de gratidão. Com essa oferta, ta proporcional à colheita que ele
o povo também aprendia que as havia dado. Precisamos lembrar
primeiras e melhores coisas per- que foi exatamente nessa festa
tenciam a Deus, uma vez que esse que o Espírito Santo desceu sobre
ritual era realizado antes de Israel a igreja (At 2).
fazer a colheita para si (Êx 23:19; 3. O Dia da Expiação e a Festa
Ne 10:34-37; Pv 3:9).4 dos Tabernáculos: Dentre as da-
Paulo usou essa cerimônia meta- tas de celebração de Israel, estava
foricamente para dizer que Jesus é também o Dia da Expiação (yôm
“as primícias dos que dormem” (1 kippurîm, em hebraico). Este é des-

5. idem
4. Wiersbe, op. cit., p.380 6. Carson, op. cit., p.237

32 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


crito detalhadamente em Levítico de Cristo cumpriu o Dia da Expiação
16. Tal ritual oferecia uma oportuni- (Mt 26:28; 2 Co 5:19,21; Hb 9-10).
dade anual de recomeço, pela pu- Além do Dia da Expiação, havia
rificação do santuário e do povo de ainda, em Israel, a Festa dos Taber-
todas as contaminações.7 náculos (Lv 23:34-41). Essa era uma
O Dia da Expiação acontecia comemoração de sete dias, que
seis meses depois da Páscoa, no acontecia ao término das colheitas
sétimo mês lunar, que caía no final de azeitonas e de uvas e marcava o
de setembro e início de outubro.8 fim do período agrícola anual.10
Nesse dia, Arão, o sumo-sacerdo- O povo deveria fazer cabanas
te, era o único autorizado a entrar temporárias, com ramos – daí o
no lugar santíssimo, além do véu, nome “tabernáculos” ou “tendas” –,
onde ficava a arca da aliança. Ali, e viver nelas durante os sete dias.
diante da tampa da arca (chama- Tal celebração servia para que Is-
da de propiciatório), por meio do rael recordasse o período em que
sangue do sacrífico, era propicia- viveu como nômade no deserto,
do e perdoado o pecado do povo habitando em tendas, e pudesse,
(Lv 16:15-34). com alegria, agradecer a Deus por
Em razão de seu significado, tê-lo conduzido à terra prometida e
esse deveria ser um dia em que os dado sempre a provisão necessária
israelitas afligiriam seus corações (Dt 6:10,11, 8:10-18, 26:1-11).
em arrependimento e confissão de A ordem era clara: ... por sete
pecados (Lv 23:27). Em Levítico 16, dias, vos alegrareis perante o Se-
a palavra hebraica kapar, traduzida nhor, vosso Deus (Lv 23:40). Em
por “expiação”, é usada dezesseis suma, todas as festas tinham o mes-
vezes, e significa “resgatar, remo- mo propósito. O povo deveria cele-
ver ao pagar um preço”.9 brar a Deus, com alegria e gratidão,
O Novo Testamento afirma que pela provisão material, pela liberta-
somente Jesus Cristo, em seu sa- ção da escravidão e pela redenção
crifício, foi capaz de oferecer aos de seus pecados. De acordo com o
homens tal perdão (Lc 24:46-47; At Novo Testamento, a igreja também
4:12). Ele pagou o preço pelos peca- deve celebrar sua redenção em
dos humanos de uma só vez, através Cristo. A seguir, veremos algumas
de sua morte e seu sangue. A cruz lições sobre como fazer isso.

7. ibidem, p.224
8. ibidem, p.226
9. idem. 10. ibidem, p.237

www.portaliap.org | 33
01. Converse com os alunos sobre o calendário anual de Israel. O
que você aprende com ele? Quais são os princípios que extraímos
desses feriados nacionais? Use os parágrafos introdutórios da lição.

02. Com base no item 1 e em Lv 23:4-8, responda: Quando eram


comemoradas as festas da Páscoa e dos Pães Asmos? Quais os
significados dessas festas, de acordo com o Novo Testamento?

03. Como eram celebradas e com quais objetivos foram dadas as festas
das Primícias e das Semanas? Baseie-se em Lv 23:9-25 e no item 2.

04. Comente com os alunos da classe sobre o Dia da Expiação e a


Festa dos Tabernáculos, baseando-se no comentário do item 3 e em
Lv 23:26-44. O que você aprende com essas festas? Quais são as
lições espirituais?

II. APLICANDO O TEMA

1. Sejamos um povo que celebra a Deus pela provisão.


Deus alertou o povo de Israel de ele era doador de tais bênçãos (Dt
que, ao desfrutar dos deleites de 8:17). O povo de Deus não vive de
Canaã, não deveria esquecer que conquistas pessoais, mas de dádi-

34 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


vas do Senhor. Israel deveria, en- que se reúnem coletivamente para
tão, com gratidão, celebrar a Deus a adorar a Deus devem celebrá-lo
por sua constante provisão. com gratidão por sua provisão. As
A festa das Primícias, do Pente- canções cristãs devem agradecer
coste e dos Tabernáculos serviam a mais e pedir menos. Em nossos cul-
este propósito: adorar a Deus cole- tos, devemos adorar a Deus pelos
tivamente por suas dádivas. Esse é seus feitos. A igreja de Cristo deve
um princípio atemporal. Os cristãos ser um povo que celebra.

05. Converse com os alunos da sala sobre a ênfase do culto coletivo


a Deus, conforme o princípio extraído das festas de Israel. A igreja
corre o risco de se esquecer de adorar a Deus por seus feito e suas
bênçãos?

2. Sejamos um povo que celebra a Deus pela redenção.

Se, por um lado, algumas fes- Tudo isso apontava para Cristo,
tas, em Israel, levavam o povo que, com sua morte sangrenta, na
a celebrar a Deus pela provisão cruz, libertou aqueles que eram es-
material, outras conduziam o cravos e lhes proporcionou o perdão
povo a adorá-lo por sua reden- de seus pecados. O princípio extraí-
ção. Esse era o caso de datas do é claro: devemos celebrar a Cristo
como: a Páscoa, a Festa dos Pães pela redenção. Nossas canções, nos-
Asmos e o Dia da Expiação. Elas sas orações e nossos cultos coletivos
lembravam ao povo que havia devem sempre ser adoração a Cristo,
sido liberto da escravidão, do por seu sacrífico redentor. Devemos
pecado e da morte. ser um povo que celebra a redenção.

06. Faça uma análise com os alunos da classe a respeito do culto


coletivo da igreja. Perguntem-se: O foco de nossas canções, orações
e do culto, de modo geral, é celebrar a Cristo pela redenção?

www.portaliap.org | 35
4 DE

O QUE APRENDEMOS HOJE?

Por vezes, na sociedade não-cristã, cria-se uma caricatura com-


pletamente equivocada dos cristãos, como sendo pessoas sem ale-
gria. Desde o Antigo Testamento, Deus espera de seu povo festa,
alegria e celebração. O calendário anual de Israel ilustra muito bem
isso, pois era repleto de festas e feriados nacionais, nos quais o
povo se alegrava em celebração.
A igreja de Cristo deve ser um povo caracterizado por uma vibran-
te e contagiante vida de celebração, pela provisão e pela redenção.
Dito isso, olhe para si mesmo e para a sua vida. Tanto em seu dia-
-a-dia quanto nos cultos coletivos, você tem celebrado a Deus pela
provisão e pela redenção? Você se alegra por essas gloriosas bên-
çãos e dádivas ou vive reclamando? Pense nessas questões.

LE

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 22/01 Lc 17 Gn.29:1-30 Sl 22


Segunda-feira 23/01 Lc 18:1-17 Gn 29:31-30:43 Sl 23
Terça-feira 24/01 Lc 18:18-43 Gn 31 Sl 24
Quarta-feira 25/01 Lc 19:1-27 Gn 32-33 Sl 25
Quinta-feira 26/01 Lc 19:28-48 Gn 34 Sl 26
Sexta-feira 27/01 Lc 20:1-26 Gn 35-36 Sl 27
Sábado 28/01 Lc 20:27-47 Gn 37 Sl 28

Sex

Basead
o fus

Es
para

36 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017 Ou


4 DE FEVEREIRO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 321 • Final: HBJ 33

5
Um novo
estilo de vida
OBJETIVO TEXTO-BASE
Elucidar ao estudante da Pratiquem as minhas ordenanças, obedeçam aos
Bíblia Sagrada as palavras
de Deus ao povo de Israel meus decretos e sigam-nos. Eu sou o Senhor, o
sobre a necessidade de ter Deus de vocês. (Lv 18:4)
um estilo de vida santo, de
modo que possa reconhecer
essa mesma necessidade.
INTRODUÇÃO

LEITURA DIÁRIA Você já se perguntou no que Jesus se basea-


D 29/01 Lv 17 va para proferir suas belas palavras e seus ensinos,
S 30/01 Lv 18:1-18
presentes nos quatro evangelhos? Sua base eram
T 31/01 Lv 18:19-30
Q 01/02 Lv 19:1-18
as Escrituras. Frequentemente, ele as citava em suas
Q 02/02 Lv 19:19-37 pregações. Na época, o Novo Testamento ainda não
S 03/02 Lv 20 havia sido escrito; só o Antigo Testamento existia. Por
S 04/02 Lv 21 isso, quando o lemos, nós nos deparamos com os
mesmos ensinos que Jesus aprendera em seu tempo.
Frases como: “Amarás ao próximo como a si mes-
mo” foram claramente extraídas das Escrituras pelo
Mestre. Basta conferir Levítico 19:18, que é parte do
PÔR DO SOL trecho que estudaremos hoje, os capítulos 18 ao 20.
Sexta-feira, 03/02 – 18h54 Nesse trecho, Deus apresenta princípios e manda-
Sábado, 04/02 – 18h53
Baseado no horário de Brasília. Considere
mentos que deveriam nortear a maneira de viver de
o fuso horário e o horário de verão.
seu povo e que o tornariam diferente dos demais
povos. Deus quer que seu povo viva em santidade.
Como isso é possível? É o que veremos.

Escaneie o código abaixo I. EXPLORANDO O TEMA


para ouvir o podcast desta lição.

Nos três capítulos que analisaremos nesta lição,


Deus tanto nos convence a termos um novo estilo
de vida quanto nos explica como isso funciona. A

Ou acesse goo.gl/mVtpDq www.portaliap.org | 37


vontade do Deus de Israel é que seu rá (Lv 18:5). Os preceitos do Senhor
povo seja santo (kadosh, em hebrai- preservam a nossa vida.
co). Ser santo significa, em primeiro O quarto motivo para um viver
lugar, ser separado, consagrado, de- santo pode ser encontrado no fato
dicado a Deus; em segundo lugar, de que o pecado tem suas con-
diz respeito a ser puro do pecado e sequências. O texto diz que Deus
limpo espiritualmente. Na escola do expulsaria os povos de Canaã, por
deserto, aprendemos os passos que causa dos pecados deles, e Israel
devemos dar nessa direção. Sem também sofreria, se repetisse a his-
demoras, vamos ao estudo. tória (Lv 18:28, 20:23,24).
1. Motivos para viver em santi- Quem é de Deus, tem formidáveis
dade: A expressão-chave do texto motivos para viver o estilo de vida
em estudo é: “Eu sou o Senhor”. que ele propõe. Ele deseja que seus
Só no capítulo dezenove, ela se re- filhos sejam felizes e tenham vida em
pete dezesseis vezes.1 Portanto, o abundância; não quer que seu povo
primeiro motivo para um viver san- sofra, sendo escravo do pecado. Para
to é que Deus exige isso, e a sua tanto, o Deus santo entrega uma lista
autoridade é a suprema razão para de instruções para a vida diária. Ao
lhe obedecermos. Deus é Senhor e apresentar as corretas motivações
nós somos seu povo (Lv 20:26). para experimentar esse novo esti-
O segundo motivo para um viver lo de vida, está fazendo um apelo à
santo é que Deus é santo. O Se- obediência e um convite à santidade.
nhor requer um estilo de vida ins- 2. Uma sexualidade saudável e
pirado em sua própria santidade: santa: É inconcebível que o povo
Sede santos porque eu, o Senhor de Deus imite as atitudes conde-
vosso Deus, sou santo (Lv 19:2). náveis dos ímpios, no que diz res-
Acrescente-se a isso o fato de Deus peito à sexualidade. No Egito, era
contrastar sua santidade com a po- comum os faraós se envolverem
dridão do pecado, chamando-o em atos promíscuos2 (Lv 18:3). Fora
de abominação e perversidade (Lv isso, os próprios cananeus, cuja
18:26, 20:14). terra seria possuída por Israel, co-
O terceiro motivo para um viver metiam todo tipo de aberrações
santo está nos benefícios da obe- sexuais. Por isso, em Levítico 18:6-
diência aos mandamentos: ... o ho- 23, Deus estabelece, com bastante
mem que os cumprir, por eles vive- destreza, os principais limites da

1. Hoff (2007:180) 2. Bruce (2009:282)

38 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


sexualidade para o estilo de vida para seu povo. Ele sabia muito bem
dos seus servos. o que propunha aos israelitas.
O primeiro limite traçado diz res- 3. Mandamentos do novo estilo
peito ao incesto. O casamento com de vida: Os preceitos do capítulo 19
membros da família estendida é vão ao encontro das questões mais
proibido, com base na consangui- práticas da atualidade. Nesse capítu-
nidade e afins. Parentes próximos lo, encontramos a versão mais antiga
estão taxativamente proibidos de do “Sermão da Montanha”, profe-
se relacionar sexualmente. No Novo rido por Jesus. Aqui, os dez man-
Testamento, vemos João Batista damentos são aplicados a diversas
condenando Herodes, justamente áreas da vida.4 Vejamos as principais.
por um desses pecados: casar com Em primeiro lugar, os mandamen-
a esposa de seu irmão (Mt 14:3-4). tos se aplicam ao relacionamento do
Os princípios do Pai são duradouros. povo com Deus (Lv 19:3-8). Destaca-
Além do incesto, Deus proíbe mos, neste particular, que a adora-
o adultério e a prostituição, pois ção deve ser feita à pessoa correta,
uma das traduções possíveis, no Deus, e da forma correta.
versículo 21, para “sacrificar” (hb. Em segundo lugar, os mandamen-
ìabar), referindo-se a Moloque, é tos se aplicam aos relacionamentos
“dedicar-se” a ele. Talvez a prática interpessoais: deve-se respeitar os
envolvesse algum tipo de perver- pais e os mais velhos; não abusar dos
são sexual,3 não apenas idolatria. A indefesos, como pobres, portadores
homossexualidade também sempre de necessidades especiais e estran-
foi reprovada por Deus. Como últi- geiros; ser justo com os trabalhado-
mo item dessa lista, temos a bestia- res e com as pessoas de diferentes
lidade, que é a relação sexual entre classes sociais, sem favoritismo.
homem e animal. Alguns pecados se destacam: fur-
Após apresentar os limites, Deus to, mentira e engano, fofoca e cons-
adverte Israel de que julgaria o piração, rancor e vingança e, nova-
povo de Canaã por pecados como mente, imoralidade sexual. Temos,
os citados anteriormente (Lv 18:24- também, outras orientações bem
30). Cabe ainda dizer que a ideia da específicas e culturais, como a proi-
contaminação (hb. tame’), aparece bição de cortar o cabelo redondo,
várias vezes no capítulo 18. Deus por se tratar de um antigo costume
desejava e ainda deseja pureza árabe religioso, bem como a de cor-

3. ibidem, p.283 4. Wiersbe (2006:368)

www.portaliap.org | 39
tar o corpo, que era uma marca da até ficar incandescente, e, então,
adoração a Melqart (ou Baal).5 Não crianças pequenas eram coloca-
fazendo isso, os israelitas se distin- das em seus braços, onde morriam
guiriam dos demais povos e não se queimadas (2 Re 23:10; 2 Cr 33:6;
envolveriam com seus pecados. Jr 32:35).7 Era o tipo de atrocidade
Em terceiro lugar, os manda- que ocuparia as maiores manchetes
mentos se aplicam ao relaciona- dos jornais da atualidade.
mento com a natureza, o que inclui Quem buscasse a médiuns e
cuidados com a fauna e a flora. Tra- feiticeiros ou quem, de fato, fosse
ta-se, também, de uma forma de um deles, deveria ser punido (Lv
dedicação a Deus. 20:6,27). Também vemos, em Leví-
Sendo assim, quando o ser hu- tico 20:9-21, que, embora nem to-
mano busca obedecer à lei de Deus, dos os pecados fossem considera-
toda a sua vida recebe a influência dos crimes capitais, os pecados de
da presença divina e seus relaciona- amaldiçoar pai e mãe, bem como
mentos passam por transformação. o adultério, o incesto, a homosse-
4. Duras punições aos desobe- xualidade e a bestialidade eram
dientes: Sabemos da gravidade do passíveis de pena de morte. Quem
pecado, quando o encaramos da cometesse tais pecados, estaria as-
forma correta. Se o pecado não é sinando seu atestado de óbito.
enterrado com a pá da disciplina, Não são poucos os que se es-
seu mal cheiro se espalha no am- candalizam com a severidade de
biente e afeta a todos em volta. Por Deus, no Antigo Testamento, pois
isso, o mesmo Senhor que declarou parece não combinar com o evan-
as ordens, declarou também as pe- gelho. Contudo, naquele contex-
nalidades para quem as desobede- to, para uma nação governada por
cesse.6 Tais medidas preveniam o Deus, essas eram punições neces-
povo de se corromper. Analisemos sárias. Deus concedeu leis e puni-
juntos os principais casos. ções para refrear o pecado. Assim,
O Senhor puniria com a morte Israel não seria expelido da terra
os israelitas que adorassem a Mo- prometida (Lv 18:28, 20:22).
loque (Lv 20:2-3). Sua ênfase nes- Caro estudante, muitas coisas que
se tipo de pecado não era à toa. estudamos até aqui são vinculadas a
Moloque era o deus dos amonitas. problemas e dificuldades reais que
Sua imagem de metal era aquecida encontramos atualmente. Na nova

5. Bruce (2009:284)
6. Wiersbe, op. cit., p.370 7. ibidem, p.371

40 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


aliança em Cristo, alguns aspectos se tante. É vital entendermos o quanto
alteram, mas os princípios continuam Deus quer que seus princípios dados
os mesmos e aplicáveis a nossa vida. àquele povo antigo façam sentido
O pecado continua sendo algo gra- em nossa vida, hoje. Sendo assim,
víssimo; a santidade continua sen- avancemos um pouco mais em nosso
do uma exigência. É por isso que a estudo, através das perguntas, e, de-
segunda parte desta lição é impor- pois, vamos à prática.

01. Leia o item 1 e responda: Quais são os quatro principais motivos


que Deus deu ao povo de Israel para obedecer aos seus preceitos?
Baseie-se também em Lv 18:5, 18, 19:2, 20:14,26.

02. Pautado no item 2 e no capítulo 18 de Levítico, comente sobre os


principais limites da sexualidade que Deus estabeleceu para o estilo de
vida dos seus servos: incesto, adultério, prostituição, homossexualidade
e bestialidade. O que isso tem a ver com o nosso tempo?

03. Analise o item 3 e cite as três áreas principais em que os dez


mandamentos foram aplicados por Deus, em Levítico 19.

04. Comente com a classe sobre as penalidades impostas sobre quem


desobedecesse às ordens de Deus. Por que há tanta ênfase na punição
aos que adorassem ao deus Moloque? Baseie-se no item 4 e em Lv 20.

II. APLICANDO O TEMA

1. Como novo estilo de vida, leve a sério a vontade de Deus.


Às vezes, nós nos prendemos a é desobedecida em questões como:
uma visão tão limitada da lei do Se- fofocar, tirar vantagem do indefeso
nhor que nem percebermos que ela etc. Em Levítico, aprendemos que

www.portaliap.org | 41
Deus se importa com o casamento a sério as suas promessas? Esta
e a família; que, quando temos um talvez seja uma pergunta que va-
impasse com nosso irmão, em vez lha a pena ser lida novamente. Se
de guardar rancor, podemos colo- prestarmos atenção, veremos que
car tudo em pratos limpos, em uma muitas coisas a nossa volta podem
conversa franca (Lv 19:17). mudar, mediante uma simples ati-
São muitos conselhos. Mais do tude. Que façamos como o salmis-
que isso: são mandamentos! A per- ta, dizendo: Ensina-me, Senhor, o
gunta que fica é: Temos levado a caminho dos teus decretos, e os
sério a lei de Deus como levamos seguirei até o fim (Sl 119:33).

05. Comente sobre a seguinte pergunta: “Temos levado a sério a lei


de Deus como levamos a sério as suas promessas?”

2. Como novo estilo de vida, leve a sério a gravidade do pecado.


Alguns questionam a bondade em vez de refletir a imagem do Se-
do Criador, no Antigo Testamento. nhor, faz dele uma caricatura. Isso é
Mas pare e pense: a grande per- mais sério do que imaginamos.
gunta não é por que Deus punia O Deus que advertiu o povo is-
com a morte certos pecados dos raelita continua a nos advertir hoje.
Israelitas; a pergunta é: Por que ele Portanto, sem máscaras ou maquia-
não pune toda a humanidade com gens, confessemos as nossas falhas
sua ira, visto que todos pecaram e e deslizes. Tratemos aqueles erros
que o salário do pecado é a morte? ocultos que tanto fazem o corpo de
(Rm 3:23, 6:23). Talvez, devamos Cristo ficar febril. Mostremos que
pensar com mais seriedade sobre pecado é coisa séria, que Deus é
a gravidade de nossos pecados, re- sobremodo tremendo na assem-
conhecendo a grande misericórdia bleia dos santos e temível sobre
de Deus. Quando o cristão peca, todos os que o rodeiam (Sl 89:7).

06. Com base na segunda aplicação, discuta com a classe sobre o


quanto a igreja atual tem levado a sério o pecado. Temos entendido
que o cristão reflete a imagem de Deus no mundo?

42 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


O QUE APRENDEMOS HOJE?

O Deus que nos chama pela sua infinita graça chama-nos a um


novo e melhor estilo de vida. Como ficou bem claro, este não é um
chamado a mudarmos os cabides de nossos guarda-roupas, nem
a mudarmos o nosso gosto musical. É na forma como pensamos,
sentimos e agimos que Cristo quer atuar. Abramos o coração ao
seu trabalhar sobrenatural, pois, com toda a certeza, ele sabe o
que é melhor para nós.
Que tal um autoexame? A lista já está em suas mãos: Levítico
18 a 20. Seu desafio, para esta semana, é ler esse texto da Bíblia
Sagrada, meditando cuidadosamente em cada questão, para ver
se há algo que Deus deseja transformar em seu estilo de vida.
Caso encontre algo a ser mudado, a atitude seguinte é levar a
Deus em oração suas deficiências, pedindo que o Senhor lhe con-
ceda, cada vez mais, a capacidade de viver do jeito que ele espe-
ra que você viva.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 29/01 Lc 21 Gn 38 Sl 29
Segunda-feira 30/01 Lc 22:1-38 Gn 39 Sl 30
Terça-feira 31/01 Lc 22:39-71 Gn 40 Sl 31
Quarta-feira 01/02 Lc 23:1-25 Gn 41 Sl 32
Quinta-feira 02/02 Lc 23:26-56 Gn 42 Sl 33
Sexta-feira 03/02 Lc 24:1-12 Gn 43 Sl 34
Sábado 04/02 Lc 24:13-53 Gn 44 Sl 35

www.portaliap.org | 43
11 DE FEVEREIRO DE 2017 Hinos – Inicial: HBJ 120 • Final: HBJ 137

6
Assumindo
compromissos
OBJETIVO TEXTO-BASE
Ajudar o estudante da Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando
Bíblia a entender os
desafios que os israelitas alguém fizer voto com respeito a pessoas, estas
deveriam assumir, ao se serão do Senhor, segundo a tua avaliação. (Lv 27:2)
comprometerem com Deus.

INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA Os israelitas tinham sido escravos no Egito,
D 05/02 Lv 22
mas, agora, estavam livres, aprendendo a ser
S 06/02 Lv 23
T 07/02 Lv 24
uma nação. Na verdade, precisavam aprender
Q 08/02 Lv 25:1-24 a viver. Isso tinha a ver com assumir responsa-
Q 09/02 Lv 25:25-55 bilidades. A parte final do livro de Levítico, ca-
S 10/02 Lv 26 pítulos 24 a 27, é um chamado divino ao com-
S 11/02 Lv 27
promisso. Em muitas ocasiões e de diversas
maneiras, Deus se mostrou comprometido em
libertar, proteger e manter o seu povo, e fez isso
com propriedade, ainda que Israel nenhum mé-
rito tivesse para tantos privilégios (Êx 16:20; Dt
PÔR DO SOL
32:9-10; Sl 106:43).
Sexta-feira, 10/02 – 18h50
Sábado, 11/02 – 18h49
Por outro lado, Deus também exigia de seu
Baseado no horário de Brasília. Considere
povo comprometimento em fazer sua vontade.
o fuso horário e o horário de verão.
Nada de prometer uma coisa e fazer outra; nada
de voltar atrás com a palavra. O povo de Deus
deveria demonstrar responsabilidade e lealda-
de ao Senhor. Nesse trecho do livro que exa-
Escaneie o código abaixo minaremos hoje, o povo é orientado a levar a
para ouvir o podcast desta lição.
sério várias questões importantes, que veremos
a seguir.

Ou acesse goo.gl/Eh2Bn7 44 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


I. EXPLORANDO O TEMA

Para viver bem na terra prometi- diçoou o nome de Deus, e foi pe-
da que logo possuiria, Israel preci- nalizado por isso (Lv 24:10-14). To-
sava seguir as normas divinas sobre dos deveriam respeitar o nome do
os trabalhos no templo, o respeito Senhor. O terceiro mandamento do
ao nome de Deus, o cuidado com decálogo ordenava que não se to-
a natureza, a solidariedade com os masse o nome dele em vão (Êx 20:7).
pobres e com os escravos, a manu- A punição para quem blasfemasse
tenção da aliança, a lealdade com contra esse nome era a morte, pena
o voto e a fidelidade no dízimo. aplicada àquele blasfemo (Lv 24:14).
Eram responsabilidades espirituais, Os Israelitas foram orientados
ecológicas, pessoais e sociais. O a se comprometerem com Deus,
povo deveria assumir esses com- pois “respeitar um nome é respei-
promissos diante de Deus. tar a pessoa a quem ele se refere”.1
1. O compromisso com o ta- Deus merece nossa honra e nosso
bernáculo: De certa forma, todos respeito, pois é o único soberano,
tinham o compromisso de zelar Reis dos reis e Senhor dos senhores
pelo tabernáculo. Cabia ao sacer- (1 Tm 6:15). Ele tem esse direito.
dote, a cada manhã e ao final do 3. O compromisso com a natu-
dia, queimar incenso no altar, cui- reza: Deus demonstra preocupação
dar das luzes do candelabro, man- com o bem-estar da natureza e insti-
tendo-as acesas, trocar e enfileirar ga seu povo a cuidar dela. Duas im-
os doze pães perante o Senhor, a portantes datas expressam esse zelo
cada sábado (Lv 24:2-8). de Deus, com o qual o povo deveria
Porém, cabia ao povo providen- se comprometer. A primeira data era
ciar azeite puro de oliva para manter o ano de descanso. O sétimo ano
aceso o candelabro. O melhor azeite era um ano de descanso para a ter-
era para Deus. O povo também for- ra, para o povo e para seus animais.2
necia flor de farinha, com a qual o sa- Nada de trabalhar nos campos ou
cerdote fazia os pães. O compromis- fazer colheitas; nada de explorar a
so, portanto, não era apenas do sa- natureza. Esta deveria ter o seu des-
cerdote, mas de todo o povo. Todos canso respeitado (Lv 25:1-7).
estavam engajados no propósito de A segunda data era o ano do Ju-
servir ao Senhor da melhor maneira. bileu. Durante todo quinquagési-
2. O compromisso com o nome
de Deus: Durante uma briga, um 1. Wiersbe (2006:386)
hebreu-egípcio blasfemou e amal- 2. ibidem, p.390

www.portaliap.org | 45
mo ano, as pessoas eram proibidas públicas e bases para a ação so-
de realizar suas atividades agríco- cial da igreja.
las, passando a viver daquilo que 5. O compromisso com os es-
a terra produzisse.3 Mais uma vez, cravos: O ano do Jubileu contem-
Deus estava propiciando à terra, plava também o bem-estar dos
descanso para recuperar suas ener- escravos. Quando alguém contraía
gias. Da mesma forma, os animais dívida, a ponto de não poder pa-
que serviam às lavouras também gá-la, vendia a si mesmo como
descansariam. Nisso vemos clara- escravo (Lv 25:39). Contudo, a or-
mente, na Bíblia, uma preocupação dem de Deus é que, mesmo em
ecológica. Como mordomos, deve- condição de escravo, o israelita
mos zelar pela criação do Senhor. não deveria ser tratado com rigor:
4. O compromisso com os po- ... não te assenhorearás dele com
bres: O ano do Jubileu contem- tirania (Lv 25:43).
plava não somente o bem-estar da O israelita ficava na condição de
natureza. Os pobres eram também escravo somente até o ano do ju-
beneficiados. Deus não se esque- bileu. Nessa época, era posto em
ceu destes, mas “proveu leis que liberdade, livre de qualquer dé-
aliviassem os males dos hebreus bito. Deus permitia, ainda, outra
pobres e deserdados”4 (Lv 25:35- alternativa para o escravo: ele po-
55). Os israelitas sustentavam deria ser resgatado, em qualquer
aqueles que não tinham condições época, por um parente próximo
de se manter. que tivesse condições de pagar a
Se, para sobreviver, o pobre sua dívida. Assim, todos deveriam
precisasse de dinheiro empresta- comprometer-se, por lei, a bene-
do, não lhe poderiam ser cobra- ficiar endividados que se haviam
dos juros. Ao credor, não era per- tornado escravos.
mitido enriquecer à custa da po- 6. O compromisso com a alian-
breza de um irmão.5 Se o pobre ça: Deus chama o povo à atenção
não tivesse onde morar, os seus para o comprometimento com a
conterrâneos lhe dariam abrigo. sua aliança. No Sinai, o povo ha-
Deus ama a todos e se preocupa via jurado fidelidade a ela: ... fare-
com os desfavorecidos. Podemos mos tudo o que o Senhor ordenou
ver, aqui, princípios para políticas (Êx 24:3). Uma vez quebradas as
“cláusulas” desse contrato, pena-
3. ibidem, p.392
lidades advinham sobre o infrator.
4. Hoff (2007:189) A lista de punições é enorme: pa-
5. Adeyemo (2010:168) vor, doenças, derrotas, estiagem,

46 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


fome, canibalismo, dentre outros necessário cuidado com a precipi-
(Lv 26:14-39,44). tação (Ec 5:2); isso porque o voto
O cumprimento dos decretos, deveria ser cumprido. É um com-
das ordenanças e das leis que promisso santo.
o Senhor estabelecera no mon- 8. O compromisso com o dí-
te Sinai faria que o destino do zimo: O povo deveria assumir o
povo fosse diferente: ... não os compromisso de devolver o dízi-
desprezarei, nem os rejeitarei (Lv mo, que pertence ao Senhor: To-
26:43). A desobediência sempre dos os dízimos da terra, seja dos
gera prejuízos. Pode até trazer cereais, seja das frutas, pertencem
um prazer momentâneo ao infra- ao Senhor (Lv 27:30). Os israelitas
tor, mas lhe cobrará caro por isso. devolviam três dízimos: um para
A obediência, por sua vez, custa os levitas; outro para ser levado
sacrifício, mas conduz à bem-a- ao santuário e consumido perante
venturança. o Senhor, e um para ser destinado
7. O compromisso com os vo- aos pobres, a cada três anos (Nm
tos: No capítulo 27 de Levítico, 18:21-32; Dt 14:22-29).
há instruções sobre os votos ofe- A devolução do dízimo era en-
recidos a Deus. As pessoas ofe- carada como um ato espiritual. O
reciam seus votos motivadas por dízimo ainda é sagrado, pois per-
gratidão, por bênçãos recebidas tence a Deus. Retê-lo é apossar-
ou por se verem libertas de al- nos daquilo que não nos pertence
gum mal; faziam ainda promessas (Ml 3:8). Devolver o dízimo é um
a Deus, esperando por suas bên- ato espiritual, com fins espirituais;
çãos. Assim, elas se consagravam é um ato de fé e adoração.
ou consagravam seus filhos ao Assim Israel precisava ser: com-
serviço divino, ou ofereciam um prometido com a vontade de Deus.
animal como oferta. Zelar pelo tabernáculo, respeitar
Tudo o que se oferecia a Deus o nome de Deus, cuidar da natu-
pertencia a ele, a menos que fos- reza, ajudar os pobres e escravos,
se redimido, mediante um preço obedecer às cláusulas da aliança,
equivalente ao prometido.6 Os cumprir os votos e devolver o dízi-
votos e promessas feitos a Deus mo eram compromissos que Deus
deveriam ser levados a sério. Po- exigia de seus filhos. Nada de te-
rém, antes de fazer um voto, era oria sem prática, nem de promes-
sas sem engajamento. O que fazer
mediante o que aprendemos até
6. Hoff, op. cit., p.190 aqui? É o que veremos adiante.

www.portaliap.org | 47
01. Como o povo de Deus demonstrava comprometimento com o
tabernáculo e com o nome de Deus? Responda, com base em Lv
24:2-8,14 e nos itens 1 e 2.

02. De que maneira os israelitas deveriam mostrar comprometimento


com a natureza e com os pobres? Comente, com base em Lv 25:1-
7,35-36 e nos itens 3 e 4.

03. Como os escravos deveriam ser tratados e que benefícios


adquiriam aqueles que respeitassem as cláusulas da aliança?
Responda, com base em Lv 25:39, 26:43 e nos itens 5 e 6.

04. Como as pessoas deveriam agir em relação ao voto que faziam


para Deus? De que maneira deveriam encarar a devolução do
dízimo? Responda, com base nos itens 7 e 8.

II. APLICANDO O TEMA

1. Leve a sério o compromisso com o Senhor.


Ao levar Deus a sério, os isra- o nome do Senhor; preservavam
elitas zelavam pelo tabernáculo, a natureza; mantinham a aliança;
lugar de adoração; respeitavam cumpriam os votos, e devolviam

48 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


o dízimo. A pessoa de Deus e a de Deus; não zelam por ela, não
sua vontade eram priorizadas. congregam; outros banalizam o
Quem almeja seguir ao Senhor, nome de Deus; há os que exploram
deve colocá-lo em primeiro lugar indevidamente a natureza, que não
na vida (Lc 14:26). cumprem o que prometem para
Há muitos cristãos sem compro- Deus e retêm o dízimo. Levemos a
misso com a manutenção da obra sério as coisas de Deus!

05. Você se vê descomprometido com Deus em alguma área de sua


vida? Como pretende reverter esse quadro?

2. Leve a sério o compromisso com o próximo.


Os Israelitas precisavam com- Um ser humano é mais impor-
prometer-se com o próximo; preci- tante para Deus do que fortunas.
savam estender a mão aos pobres, O Senhor se importa com os des-
dar abrigo aos sem-teto e jamais favorecidos. Por isso, precisamos
explorá-los; não deveriam ser indi- amá-los e ajudá-los em suas ne-
ferentes às necessidades dos ou- cessidades. Tal como o bom sa-
tros. Os desfavorecidos deveriam maritano da parábola contada por
ser tratados com dignidade e bon- Jesus, devemos investir tempo e
dade. A eles, a compaixão; jamais a recursos no bem-estar do outro
acepção e a exploração. (Lc 10:33-35).

06. Você tem se preocupado em ajudar os desfavorecidos?


De que maneira?

www.portaliap.org | 49
18 D

O QUE APRENDEMOS HOJE?

Chegamos ao final do estudo de hoje. Vimos que assumir com-


promissos com Deus é essencial; priorizar a sua vontade é um de-
ver de todo cristão. Por isso, os israelitas estavam com suas aten-
ções voltadas ao compromisso com o tabernáculo, com o nome
de Deus, com a natureza, com a aliança, com o cumprimento dos
votos e com a devolução dos dízimos. Não havia como se compro-
meterem com Deus, sem levar todas essas questões a sério.
Neste estudo, vimos também que assumir compromissos com o
próximo é fundamental a todo aquele que crê no Deus da Bíblia.
Ajudar as pessoas em suas necessidades é também priorizar a von-
tade de Deus e um dever de todo cristão. Por isso, os israelitas se
comprometeram com os pobres e com os escravos. Sejamos, por-
tanto, comprometidos com a vontade do Pai.
LE

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 05/02 Hb 1 Gn 45:1-46:27 Sl 36


Segunda-feira 06/02 Hb 2 Gn 46:28-47:31 Sl 37
Terça-feira 07/02 Hb 3:1-4:13 Gn 48 Sl 38
Quarta-feira 08/02 Hb 4:14-6:12 Gn 49-50 Sl 39
Quinta-feira 09/02 Hb 6:13-20 Ex 1-2 Sl 40
Sexta-feira 10/02 Hb 7 Ex 3-4 Sl 41
Sábado 11/02 Hb 8 Ex 5:1-6:27 Pv 1

Sex

Basead
o fus

Es
para

50 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017 O


18 DE FEVEREIRO DE 2017 Hinos – Inicial: HBJ 194 • Final: HBJ 273

7
Preparados
para a jornada
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar ao estudante O Senhor falou a Moisés no deserto do Sinai, na
da Palavra como Deus
preparou os filhos de Israel tenda da revelação (...): Fazei uma contagem de
para a sua jornada rumo toda a comunidade dos israelitas, segundo as suas
à terra prometida e as famílias, segundo a casa dos seus pais. (Nm 1:1-2)
lições que podemos extrair
desses preparativos para a
nossa jornada cristã.

LEITURA DIÁRIA INTRODUÇÃO


D 12/02 Nm 1:1-30
S 13/02 Nm 1:31-54 Chegamos à metade da nossa série de lições bí-
T 14/02 Nm 2 blicas, intitulada “Na escola do deserto”, com base
Q 15/02 Nm 3:1-26
nos livros de Levítico e Números. As seis primeiras
Q 16/02 Nm 3:27-51
lições exploraram alguns temas de Levítico. É bem
S 17/02 Nm 4:1-28
S 18/02 Nm 4:29-49 possível que todos os registros e fatos do livro te-
nham acontecido depois que o tabernáculo fora le-
vantado, até o momento em que Deus pediu para
Moisés fazer uma contagem da comunidade dos
israelitas (Ex 40:17; Nm 1:1-2). O espaço de tempo
PÔR DO SOL entre esses dois acontecimentos foi de um mês.
Sexta-feira, 17/02 – 18h45 Durante esse mês, o povo ainda continuava
Sábado, 18/02 – 18h45 acampado no deserto do Sinai. Deus estava pre-
Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão.
parando o povo para possuir a terra. Pois bem,
a partir desta lição, iniciaremos nosso estudo
com base no livro de Números, em que temos
narrada a história de Israel, desde que levanta
acampamento do deserto do Sinai e começa sua
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. caminha rumo a Canaã, até quando chega às pla-
nícies de Moabe, junto ao Jordão. Continuemos,
então, essa emocionante história dos filhos de
Israel no deserto!

Ou acesse goo.gl/lvpTKy www.portaliap.org | 51


I. EXPLORANDO O TEMA

O livro de Levítico cobriu apenas O serviço militar não era voluntá-


um mês de história do povo de Is- rio. Esperava-se que todo homem
rael; o livro de Número, entretanto, participasse e estivesse pronto para ir
contém uma história de 39 anos. à guerra. Um representante de cada
Em sua maior parte, descreve as tribo auxiliava Moisés e Arão nessa
experiências de Israel durante a pe- tarefa. No final do censo, todos os
regrinação pelos desertos.1 Núme- contados, com vinte anos para cima,
ros 1:1-10:10 narra os últimos vinte todos os de Israel que podiam sair
dias do povo acampado defronte o à guerra, somaram seiscentos e três
Monte Sinai. Foi um tempo de in- mil quinhentos e cinquenta.
tensa preparação para a viagem. Só não tomaram parte na conta-
1. A organização estrutural gem os levitas, que foram dispen-
do povo para herdar a terra: Há sados do serviço militar. Eles eram
quase um ano Deus preparava seu encarregados de cuidar do taber-
povo para caminhar rumo à terra náculo, de todos os seus utensílios
prometida, defronte do Monte Si- e de tudo o que lhe pertencia; ad-
nai. Mais de dois milhões de israe- ministravam o tabernáculo e acam-
litas esperavam entrar em Canaã, pavam-se ao redor deste.
conquistar seus habitantes, possuir Em segundo lugar, o acampa-
a terra e desfrutar sua herança. Se- mento foi organizado (Nm 2:1-34).
ria um desafio e tanto para Moisés Depois do censo, o livro de Núme-
transformar aqueles ex-escravos em ros narra como o Senhor ordenou
guerreiros prontos para conquistar. a Moisés e a Arão que as tribos
Três atitudes foram tomadas. deveriam estar agrupadas ao re-
Em primeiro lugar, os guerreiros dor do tabernáculo, em formação
foram contados (Nm 1:1-54). Antes quadrangular, e assim deveriam
de sair para a guerra, seria importan- marchar rumo a Canaã. O taberná-
te saber quantos eram os soldados. culo estava no centro, para mostrar
O Senhor falou a Moisés, na tenda que a adoração e o serviço a Deus
da revelação: ... fazei uma conta- devem estar no centro.2 Se Deus
gem (Nm 1:1-2). Ele deveria contar estivesse no centro do coração do
todos os homens de vinte anos para povo e a adoração no centro da
cima, isto é, todos os de Israel que vida do povo, as vitórias nas guer-
poderiam sair para a guerra. ras, com certeza, viriam.

1. Wilkinson; Boa (2000:31) 2. Unger (2006:103)

52 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


O tabernáculo estava no centro; trinta e cinquenta anos, idade em
as tribos de Judá, Issacar e Zebulom que podiam servir no tabernáculo)
no lado do oriente; as tribos de Ru- e organizados ao redor do taberná-
ben, Simeão e Gade, no lado sul; as culo. Levi teve três filhos: Gérson,
tribos de Efraim, Manassés e Benja- Coate e Merari. Os levitas des-
mim, no lado do ocidente; as tribos centes de Gérson ficaram no lado
de Dã, Aser e Naftali, do lado norte. ocidental do tabernáculo; os des-
O acampamento do povo de Deus cendentes de Coate, no lado sul;
deve ter sido um dos maiores da os de Merari, para o lado norte, e,
história. Foram necessários, aproxi- no lado do oriente, ficaram Moisés,
madamente, cerca de dezenove mil Arão e seus filhos.
metros quadrados para armar tendas 2. A preparação espiritual do
para os seiscentos mil soldados, sem povo para herdar a terra: Além
contar as mulheres e as crianças.3 da preparação organizacional, Deus
Em terceiro lugar, as tarefas foram também preparou o povo espiri-
distribuídas (Nm 3:1-4:49). Depois tualmente para iniciar sua jornada
de contados e organizados os sol- rumo à conquista da terra de Canaã.
dados, o Senhor deu instruções a Em primeiro lugar, algumas leis im-
Moisés e Arão sobre os sacerdotes portantes foram apresentadas (Nm
e os Levitas. O trecho começa tra- 5:1-6:27). Essas leis estavam rela-
tando de Arão e seus filhos (Nm 3:1- cionadas, entre outras coisas, com a
4). Eles eram levitas também, mas, pureza e a santidade necessárias no
como sacerdotes, possuíam condi- acampamento dos filhos de Israel.
ção superior aos demais da tribo. O Senhor disse a Moisés que
Por exemplo, só eles podiam entrar todos que tivessem algum tipo de
no tabernáculo; eram os mediado- doença contagiosa ou houvessem
res oficiais entre Deus e Israel. tocado algum cadáver deveriam ser
Os demais levitas estavam a ser- colocados para fora do acampamen-
viço de Arão, para auxiliá-lo, diante to, para não o contaminar. Além dis-
da tenda da revelação, fazendo o so, se os israelitas pecassem contra
serviço do tabernáculo. Os levitas o seu próximo, deveriam confessar
também foram contados (havia vin- o seu pecado e restituir ao que fora
te e dois mil do sexo masculino, ofendido. Essa lei era importante,
com um mês ou mais de idade, e pois o povo tinha de se manter uni-
oito mil quinhentos e oitenta, entre do; teria várias batalhas pela frente.
Qualquer problema deveria ser re-
solvido. Há, ainda, uma preocupa-
3. Bíblia de estudo aplicação pessoal (2004:
180). ção com a santidade do casamento

www.portaliap.org | 53
(Nm 5:11-31). Lares com problemas paração, o pleno funcionamento
poderiam arruinar a nação. do tabernáculo. Deus organizou
No capítulo 6 de Números, há a vida religiosa do povo, antes
algumas leis relacionadas ao nazi- de este partir para Canaã. Entre
reado. A nação estava se organi- os fatos recordados, estava a de-
zando para ser um povo santo. Os monstração de generosidade do
nazireus eram aquelas pessoas que povo, quando o tabernáculo fora
faziam votos de dedicar-se exclu- construído. Cada tribo ofertou,
sivamente ao serviço do Senhor, voluntariamente e de modo signi-
por algum tempo. Eles deveriam ficativo, para a manutenção deste.
proceder de acordo com essas leis Relacionada ao tabernáculo, está
apresentadas. O trecho termina a regulamentação sobre as lâmpa-
com Deus mostrando a Moisés as das do candelabro e a consagra-
palavras que os sacerdotes deve- ção dos levitas.
riam utilizar para abençoar o povo. Em terceiro lugar, a páscoa foi
Essas palavras eram uma espécie celebrada (Nm 9:1-14). No décimo
de invocação a Deus, que prome- quarto dia do primeiro mês, do se-
te: Assim eles invocarão o meu gundo ano, os israelitas celebraram
nome sobre os israelitas, e eu os a páscoa, no deserto do Sinai. Era
abençoarei (Nm 5:27). a segunda páscoa da história do
Em segundo lugar, o tabernácu- povo de Deus. A festa era uma co-
lo foi concluído. Números 7:1 diz: memoração por terem sido libertos
No dia em que acabou de levan- da Escravidão no Egito. Ao olhar
tar o tabernáculo, Moisés o ungiu para trás, o povo podia apreciar o
e o santificou com todos os seus que Deus lhe havia feito e ensinar a
utensílios. O tabernáculo termi- seus filhos o significado do “dia da
nou de ser construído no primeiro independência” de Israel.4
dia, do primeiro mês, do segundo Em quarto lugar, foi dada a
ano. Isso significa que, nesse pon- orientação divina para a jornada
to da narrativa, o autor de Núme- (Nm 9:15-10:10). Uma coluna de
ros retrocede a história que vem nuvem cobria o tabernáculo, du-
contando para narrar fatos impor- rante o dia, e algo parecido com o
tantes. Todos se deram antes de fogo o cobria, durante a noite. Es-
Deus pedir a Moisés que contasse ses dois elementos não podem ser
os guerreiros. explicados como fenômenos natu-
Antes mesmo de pedir o cen-
so, Deus já vinha preparando seu
povo. Estava incluso, nessa pre- 4. Wiersbe, op. cit., p.410

54 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


rais; eram evidências da presença e vocação, e, durante as festas, eram
do cuidado de Deus. Os israelitas sinal da proteção de Deus.
se deslocavam e acampavam se- Deus cuidou da preparação dos
guindo a orientação de Deus, por últimos detalhes para que o seu
meio da nuvem (Nm 9:17-23). povo herdasse a terra prometida.
Além de terem de prestar aten- Os guerreiros foram contados e
ção na movimentação da nuvem, organizados. Várias leis importan-
eles deveriam manter os ouvidos tes foram relembradas, até que,
sempre atentos. O Senhor ordenou no segundo ano, no dia vinte do
que Moisés fizesse duas trombetas segundo mês, a nuvem, enfim, se
de prata, para convocar a comuni- levantou de cima do tabernáculo,
dade e os líderes e ordenar a par- e os israelitas partiram. O que po-
tida dos acampamentos. Durante demos aprender dessa narrativa? É
a guerra, essas mesmas trombetas o que veremos na segunda parte
serviam como como um sinal de in- de nossa lição bíblica.

01. Leia Nm 1:1-3 e comente com a classe qual foi a primeira medida
tomada por Deus, a fim de preparar o povo para jornada que teria
pela frente. Como os israelitas cumpriram esse mandamento de
Deus? Quais foram os resultados?

02. Na preparação do seu povo para a jornada rumo à terra


prometida, Deus também se preocupou em organizar as tribos
no acampamento e distribuir tarefas. Comente sobre isso. A
organização das tribos ensina algo? Leia Nm 2:1-2.

03. Além da preparação estrutural, Deus também preparou seu povo


espiritualmente. Existem diversas leis que estabelecidas, em Números
5-6. Comente sobre a importância de, ao menos, uma delas.

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04. Na preparação para a jornada rumo à terra de Canaã, Deus
pediu para o seu povo celebrar a páscoa (Nm 9:1-4). Por que isso
era importante? Comente, também, sobre a orientação de Deus
durante a caminhada (Nm 9:23, 10:1).

II. APLICANDO O TEMA

1. Siga as orientações de Deus, para ser bem-sucedido em sua jornada.

Os filhos de Israel, acampados no didos em nossa jornada, devemos


deserto do Sinai teriam inúmeros de- fazer o mesmo. Quantos desafios
safios pela frente. Depois de quase se apresentam pela frente? Quais
um ano de preparação, eles, enfim, são os nossos projetos ministeriais,
iriam partir rumo à terra prometida. familiares, profissionais? As respos-
Se quisessem ser bem-sucedidos e tas para essas perguntas são dife-
lograr êxito em sua jornada, o que rentes de pessoa para pessoa, mas
deveriam fazer? Seguir à risca as o segredo para levá-las a efeito é
orientações do Senhor. Há um refrão o mesmo: sensibilidade à orienta-
que se repete nos primeiros capítu- ção de Deus para a caminhada. As
los de Números: ... fizeram conforme orientações de Deus estão disponí-
tudo o que o Senhor havia ordenado. veis em sua Palavra! Só com a bên-
Não é muito diferente para nós, ção do Senhor nossa caminhada
hoje. Se quisermos ser bem-suce- será segura e teremos paz.

05. Comente com a classe sobre a importância de seguirmos as


orientações de Deus em nossa caminhada cristã. Onde podemos
encontrar essas orientações?

2. Valorize a adoração a Deus, para ser bem-sucedido em sua jornada.


Uma coisa fica clara, em todas as e três mil quinhentos e cinquenta
orientações do Senhor, nesses capí- soldados aptos para guerra, com
tulos iniciais do livro de Números. A as suas famílias e os sacerdotes e
adoração a Deus deveria ser central levitas, desejassem ser bem-suce-
na vida do povo. Se os seiscentos didos, não poderiam negligenciar

56 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


a adoração a Deus. Ele habitava no centos e três mil quinhentos e cin-
meio do povo e deveria ser sempre quenta soldados com mais de vinte
adorado e reverenciado. anos herdaram a terra e as promes-
Até a organização do acampa- sas de Deus. A maioria se rebelou,
mento, com o tabernáculo no cen- deixou de confiar em Deus e dar-lhe
tro, era para mostrar ao povo que o lugar central. Fuja desse caminho!
Deus deveria ser central em suas Não deixe que os problemas e en-
vidas. Infelizmente, como veremos cantos da jornada façam que você
no decorrer das lições que virão deixe de confiar em Deus e render
pela frente, somente dois dos seis- a adoração que ele merece!

06. Por que, às vezes, alguns servos de Deus acabam deixando de


confiar nele e dar-lhe lugar central em sua jornada cristã? Como
fugir dessa atitude?

O QUE APRENDEMOS HOJE?

Chegamos ao final de nossa primeira lição bíblica sobre o livro


de Números. Ainda teremos mais ensinamentos com base nesse
importante livro. Nesta lição, podemos estudar sobre os dias fi-
nais de Israel, enquanto acampado defronte o monte Sinai. Deus
permitiu que o seu povo ficasse acampado ali quase um ano. Foi
um tempo muito importante para os israelitas. Durante aquele ano,
eles receberam as leis, fizeram uma aliança com Deus, construíram
o tabernáculo e se organizaram como nação.
Mas, agora, estava chegando a hora de a nuvem se levantar de
sobre o acampamento e o povo partir, rumo à terra prometida. Se
seguisse as orientações do Senhor, não teria o que temer. Você
tem conseguido perceber como Deus o tem preparado para a sua
jornada na vida cristã? Reflita sobre o seu último ano e veja se con-
segue anotar, ao menos, três lições importantes que o Senhor lhe
ensinou, e continue firme!

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25 D

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 12/02 Hb 9:1-22 Ex 6:28-8:32 Pv 2


Segunda-feira 13/02 Hb 9:23-10:18 Ex 9-10 Pv 3
Terça-feira 14/02 Hb 10:19-39 Ex 11-12 Pv 4
Quarta-feira 15/02 Hb 11:1-21 Ex 13-14 Pv 5
Quinta-feira 16/02 Hb 11:22-40 Ex 15 Pv 6:1-7:5
Sexta-feira 17/02 Hb 12 Ex 16-17 Pv 7:6-27
Sábado 18/02 Hb 13 Ex 18-19 Pv 8

LE

Sex

Basead
o fus

Es
para

58 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017 Ou


25 DE FEVEREIRO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 15 • Final: HBJ 390

8 A falta de fé

OBJETIVO TEXTO-BASE
Alertar o estudante Disse o Senhor a Moisés: Até quando me
da Bíblia sobre os
efeitos negativos que a provocará este povo e até quando não crerá em
incredulidade propiciou mim, a despeito de todos os sinais que fiz no
aos israelitas e como deve meio dele? (Nm 14:11)
agir, a fim de não incorrer
no mesmo erro.

INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 19/02 Nm 5 A Bíblia diz: ... sem fé é impossível agradar a
S 20/02 Nm 6
Deus, porquanto é necessário que aquele que se
T 21/02 Nm 7:1-35
Q 22/02 Nm 7:36-59
aproxima de Deus creia que ele existe e que se tor-
Q 23/02 Nm 7:60-89 na galardoador dos que o buscam (Hb 11:6). Fé era
S 24/02 Nm 8 um item escasso no coração de muitos israelitas, no
S 25/02 Nm 9 deserto. Por falta de fé, eles murmuraram, se rebe-
laram contra Deus e atraíram juízo sobre si mesmos.
O trecho do livro de Números 10:11 a 14:45 nar-
ra uma fase crítica da história do povo de Deus.
Aqui, Israel tem motivos para agradecer, mas se
PÔR DO SOL recusa a tal; é sustentado por Deus, mas não se
Sexta-feira, 24/02 – 18h40 contenta; é protegido pelo Senhor, mas se entre-
Sábado, 25/02 – 18h39
Baseado no horário de Brasília. Considere
ga ao medo; tem promessas do alto, mas duvida
o fuso horário e o horário de verão.
de seu cumprimento. Como veremos, os israelitas
não creram no galardoador celestial.

I. EXPLORANDO O TEMA
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. Pouco mais de um ano havia se passado, desde
que os israelitas saíram do Egito. (Nm 10:11). Nes-
se interim, Deus os fez atravessar o Mar Vermelho
em terra seca, deu-lhes maná, guiou-os com uma

Ou acesse goo.gl/bOZGo5 www.portaliap.org | 59


nuvem, durante o dia, e com uma protegê-los de seus inimigos.
coluna de fogo, durante a noite. Em segundo lugar, a incredulida-
Mas nada disso foi suficiente para de na proteção divina se expressou
evitar a incredulidade desse povo na por meio de uma subestimação
proteção, na promessa e no juízo de inoportuna em relação a si mesmos.
Deus. Calebe tentou transmitir segurança
1. Israel desconfiou da pro- ao povo, mas seus compatriotas es-
teção de Deus: Após dois anos tavam incrédulos demais para acei-
peregrinando no deserto, havia tar seu argumento: Não podemos
chegado o tempo de os israelitas atacar aquele povo; é mais forte do
conquistarem Canaã, a terra pro- que nós (Nm 13:31).
metida. Espias foram enviados em Eles ainda afirmaram: Vimos
missão de reconhecimento do ter- também os gigantes, os descen-
ritório (Nm 13:16). Quarenta dias dentes de Enaque, diante de quem
depois, retornaram e deram seu parecíamos gafanhotos, a nós e a
relatório acerca do que viram. eles (Nm 13:33). Suas palavras su-
Com exceção do relato de Josué bestimavam não só a si próprios,
e Calebe, o dos demais expressou pois admitiram a derrota, antes de
sua incredulidade na proteção divina a guerra começar, como também
de duas maneiras. Em primeiro lugar, subestimavam a capacidade de
por meio de uma superestima exa- Deus de entregar-lhes o inimigo.
gerada em relação aos adversários. A falta de fé nos faz esquecer de
O relatório dos espias foi extrema- quem Deus é.
mente pessimista: Mas o povo que lá 2. Israel duvidou da promessa
vive é poderoso, e as cidades são for- de Deus: A incredulidade dos is-
tificadas e muito grandes (Nm 13:28). raelitas manifestou-se não somente
Aos olhos dos espias, os cana- no que se refere à proteção; eles
neus eram mais hábeis, mais fortes também não creram no cumpri-
e maiores; seria impossível derro- mento da promessa de Deus. Isso
tá-los, pois estavam em vantagem fica explícito por meio de uma acu-
por conta de suas cidades protegi- sação impertinente: E por que nos
das. Os líderes das tribos de Israel traz o Senhor a esta terra, para cair-
estavam com medo e com falta de mos à espada e para que nossas
fé. Não se vê menção do nome de mulheres e nossas crianças sejam
Deus no relato deles, mas uma su- por presa? (Nm 14:3).
perestima exagerada em relação Deus havia prometido a terra de
aos adversários. Eles não creram Canaã aos descendentes de Abraão,
que Deus, o Todo-Poderoso, podia Isaque e Jacó (Gn 17:8, 35:12). No

60 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


deserto, o Senhor reafirmou essa 3. Israel desdenhou do juízo de
promessa, por meio de seu servo Deus: Os israelitas demonstraram
Moisés, em vários momentos (Êx falta de fé no juízo de Deus. Por con-
3:8,17, 6:4,8, 13:5,33:3). Mas, ao ta de sua incredulidade e rebeldia, o
invés de confiarem na promessa di- Senhor prometeu puni-los, mesmo
vina, os israelitas acusaram a Deus, manifestando-lhes graça, ao perdoá-
dizendo que ele havia usado de má los (Nm 14:20-22). O perdão de
fé, a ponto de levá-los ao deserto Deus, às vezes, não nos exime das
com a intenção de deixá-los perecer. consequências dos nossos pecados.
Que acusação descabida! Deus Os israelitas teriam de prestar con-
jamais faria isso, pois havia cuidado tas por suas transgressões.
deles o tempo todo! É fácil acusar Por se recusarem a crer em Deus
a Deus, quando as coisas não vão e por se rebelarem contra a sua
bem; é fácil culpá-lo por nossos vontade, optando por não entrar
pecados; é fácil duvidar dele nas em Canaã, os israelitas sofreriam
circunstâncias difíceis. Tenha o cui- algumas punições. Em primeiro
dado para não cair nesse erro. lugar, não entrariam na terra pro-
A incredulidade no cumprimento metida (Nm 14:22). Isso não torna
da promessa de Deus fica eviden- Deus infiel a sua promessa, pois ele
te, por meio de uma desistência ainda levaria a Canaã somente a
insensata: E diziam uns aos outros: geração mais jovem de Israel, com
Levantemos um capitão e voltemos Josué e Calebe.
para o Egito (Nm 14:4). É impres- Em segundo lugar, a nação vaga-
sionante a insensatez do povo. Ele ria no deserto por quarenta anos:
se propõe a voltar ao Egito; queria Vossos filhos serão pastores neste
correr o risco de se tornar escravo deserto quarenta anos (Nm 14:33).
outra vez, depois de todo esforço Por mais que tivesse a garantia de
divino para libertá-lo! que entraria na terra, a geração mais
Trocar a liberdade pela escravi- jovem dos israelitas amargaria longo
dão, o leite e o mel de Canaã pelas tempo de espera, até a conquista.
cebolas e alhos do Egito, o cuidado Mesmo sabendo dessas pu-
de Deus pela opressão de Faraó é nições e tendo consciência de
insensatez, ingratidão e falta de fé. que Deus lhes havia dito que não
Israel não creu na promessa e não entrariam na terra, os israelitas
a recebeu; não conquistou a terra decidiram pagar para ver. Resol-
porque não conseguiu confiar em veram tentar conquistá-la. Moi-
Deus. A nossa falta de fé em Deus sés, por sua vez, alertou-os: Não
nos faz regredir na vida. subais, pois o Senhor não estará

www.portaliap.org | 61
no meio de vós (Nm 14:41). Deus Vimos, até aqui, que os israe-
não tinha qualquer interesse em litas, testemunhas e beneficiários
compactuar com a atitude deso- das grandes maravilhas de Deus no
bediente do povo. deserto, perderam o foco de sua
Os israelitas, porém, não ouvi- missão por conta de sua incredu-
ram a voz de Deus, muito menos lidade na proteção, na promessa
a de Moisés, e investiram contra e no juízo de Deus. Perceba que
os amalequitas e cananeus. Essa eles poderiam ter entrado na ter-
atitude comprova a sua falta de fé ra prometida, já no segundo ano,
no juízo de Deus. Pensaram que mas, por falta de fé, tiveram de
sairiam vitoriosos, mas foram der- peregrinar quarenta anos. Como
rotados pelos inimigos. Ninguém povo do Senhor da atual geração,
pode reverter a decisão do Su- não podemos ter uma fé vacilante.
premo Juiz, a não ser ele mesmo. A nossa confiança em Deus precisa
Quem poderá fugir do justo juízo ser firme. A seguir, duas lições apli-
de Deus? Reflitamos a respeito. cativas nos ajudarão nesse sentido.

01. Leia Nm 13:28, 30, 33, o item 1 e responda: De que maneira os


israelitas superestimaram os cananeus e subestimaram a Deus? Por
que agiram dessa forma?

02. Leia o item 2 e responda: De que maneira fica explícita e falta de


fé dos israelitas na promessa de Deus? Leia também Gn 17:8, 35:12;
Nm 14:3.

03. Após ler Nm 14:22,32-34 e o item 3, responda: Que punições


Deus trouxe aos israelitas, por terem se recusado a crer nele e por
se rebelarem?

62 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


04. Mesmo sabendo das punições divinas, que atitude tomaram
os israelitas em relação à terra prometida? Qual foi o resultado?
Comente, com base em Nm 14: 40,45 e no item 3.

II. APLICANDO O TEMA

1. Fuja da incredulidade: não subestime a Deus.


O povo de Israel exaltou a for- Não subestimemos o Senhor.
ça dos cananeus, dizendo que eles Ele tem inteiras condições de
eram mais fortes, poderosos e que cumprir suas promessas. Seus ini-
suas cidades eram grandes e forti- migos nada podem fazer contra
ficadas (Nm 13:28). Por outro lado, ele. Deus os rebaixa a escabelo
subestimou a capacidade de Deus, de seus pés (Sl 110:1). Confiemos
frente a seus adversários, ao ad- em suas promessas e em sua pro-
mitir: Não podemos atacar aquele teção. Há verdade em suas pala-
povo; é mais forte do que nós (Nm vras e poder em suas ações. Não
13:31). Estava equivocado, pois temamos as circunstâncias difí-
tanto podia atacar como teria ven- ceis. Deus age também em tem-
cido a guerra. Deus lhe daria a vitó- pos de crise. Ele dá vitória ao seu
ria, não fosse a sua falta de fé. povo (Pv 21:31).

05. De que maneira podemos evitar subestimar a capacidade de


Deus, frente aos nossos problemas?

2. Fuja da incredulidade: não desista de Deus.


A incredulidade, a rebeldia e o esse diálogo? Voltar ao Egito impli-
medo do povo israelita levaram-no cava regredir em sua fé, desistir de
a tomar a seguinte decisão: E di- Deus e de suas promessas.
ziam uns aos outros: Levantemos Muitos desistem de Deus,
um capitão e voltemos para o Egito quando as coisas fogem ao con-
(Nm 14:4). Entendeu do que trata trole. Em muitos casos, uma en-

www.portaliap.org | 63
4D
fermidade é suficiente para aba- correta. Quanto mais difíceis as
lar a fé em Deus. Muitos deixam coisas se tornam, mais perto de
de crer nele por causa de uma Deus devemos ficar. Mais do que
tragédia familiar; outros se de- isso, podemos nos alegrar no
sesperam com a perda do empre- Deus da nossa salvação, em todo
go. Contudo, essa atitude não é o tempo (Hc 3:17,18).

06. Você já pensou em desistir de Deus em algum momento difícil da


vida? O que você pensa a respeito?

O QUE APRENDEMOS HOJE?


LE
Vimos, na lição de hoje, que o povo de Deus, no segundo ano
de sua peregrinação no deserto, teve a grande oportunidade de
conquistar Canaã. Para isso havia sido liberto do cativeiro egípcio.
Porém, não teve fé em Deus; pensou que ele não lhe daria seguran-
ça, não cumpriria a sua promessa e não o julgaria por seus pecados.
Aquela geração dos israelitas errou feio! Mas nós não precisamos
errar também. Aliás, devemos aprender com os erros deles e fugir
da incredulidade, para não subestimar Deus, nem desistir dele. Está
você disposto a nutrir fé em Deus nas diversas e adversas circuns-
tâncias? Peça ao Senhor que o ajude a crer nele cada vez mais.

Sex

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA Basead
o fus

Domingo 19/02 Mt 1 Ex 20-21 Pv 9


Segunda-feira 20/02 Mt 2 Ex 22-23 Pv 10
Terça-feira 21/02 Mt 3 Ex 24 Pv 11
Quarta-feira 22/02 Mt 4 Ex 25-27 Pv 12 Es
para
Quinta-feira 23/02 Mt 5:1-20 Ex 28-29 Pv 13
Sexta-feira 24/02 Mt 5:21-48 Ex 30-32 Pv 14
Sábado 25/02 Mt 6:1-18 Ex 33-34 Pv 15

64 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017 O


4 DE MARÇO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 344 • Final: HBJ 387

9
O perigo
da rebeldia
OBJETIVO TEXTO-BASE
Refletir sobre o ... para que vos lembreis de todos os meus
perigo de se rebelar
contra a lei de Deus mandamentos, e os cumprais, e santos sereis a
e contra as lideranças vosso Deus. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que
que ele estabeleceu. vos tirei da terra do Egito, para vos ser por Deus.
Eu sou o Senhor, vosso Deus. (Nm 15:40-41)

LEITURA DIÁRIA
INTRODUÇÃO
D 26/02 Nm 10
S 27/02 Nm 11
Para Deus, a rebelião é como o pecado de fei-
T 28/02 Nm 12
Q 01/03 Nm 13 tiçaria (1 Sm 15:23a). O termo “rebelião” tem cin-
Q 02/03 Nm 14 quenta ocorrências em todo Antigo Testamento e
S 03/03 Nm 15 “significa oposição a alguém motivado por orgu-
S 04/03 Nm 16
lho”.1 A primeira rebelião foi feita por Satanás, no
céu, seguida por Adão e Eva, no Éden. Esse ato
sempre traz terríveis consequências.
A Bíblia diz que Deus não tolera rebeldia (1 Sm
15:23b, Hb10:26-31), pois quem se rebela, quer
PÔR DO SOL mostrar, com sua atitude, que Deus está errado
Sexta-feira, 03/03 – 18h34
ou que não precisa dele. Assim sendo, o rebelde
Sábado, 04/03 – 18h33
Baseado no horário de Brasília. Considere
é soberbo, teimoso, insubmisso e desobediente;
o fuso horário e o horário de verão.
é alguém revoltado contra a ordem estabelecida.
No caso do estudo de hoje, é aquele que, em sua
impiedade, levanta-se contra a lei de Deus ou con-
tra os líderes escolhidos por Deus.
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição.

1. Vine et al (2009:254)

Ou acesse goo.gl/SdVfjA www.portaliap.org | 65


I. EXPLORANDO O TEMA

Nesta lição, vamos estudar o a intenção de cometer os pecados;


texto de Números 15 e 16, que nos outra é a lei dos pecados proposi-
mostra o quanto a rebeldia é pe- tais, que diz respeito àqueles peca-
rigosa. A lei do Senhor, em todos dos praticados de forma deliberada
os seus aspectos, foi dada para que e consciente. Números 15:30 mostra
seu povo se alinhasse a sua vonta- que fazer isso é desprezar a Palavra
de. De igual modo, líderes foram de Deus. Nesse texto, aparece a ex-
levantados por Deus para condu- pressão atrevidamente, que “tem a
zir o povo em conformidade com ideia de ‘mão elevada’, o punho er-
sua vontade. Na escola do deserto, guido, desafiadoramente”.2 Trata-se
Israel deveria ser submisso nestes de alguém que está afrontando ou
dois quesitos: a lei e a liderança, e desafiando o próprio Deus.
falhou em ambas. Vejamos: Chama-nos à atenção, em Nú-
1. Rebeldia aos ensinos da lei meros 15:31, a palavra violou, que
de Deus: No capítulo 15, por meio aparece, em outra tradução, como
de algumas leis, o Senhor tenta anulou, e mostra que tal atitude é
alertar Israel de que não deveria a mesma de “quebrar” o manda-
desviar-se de seus propósitos. O mento de Deus, para que preva-
povo precisava de normas para não leça a vontade do pecador. Esses
se afastar do Senhor, numa terra pecados intencionais eram punidos
em que havia vários deuses. com a morte do infrator.
No início e no fim de Números Para exemplificar esses pecados
15, são apresentadas duas leis, de deliberados, o texto cita o exemplo
aspectos cerimoniais e transitórios. de um israelita que, mesmo após
São elas: a lei de ofertas (animais, todos os avisos, foi pego apanhan-
bebidas etc.) para pagamento de do lenha no sábado. Até aquele
promessas, voluntárias ou em festas momento, não se sabia o que fazer
ao Senhor, e a lei que dizia que um com alguém que fosse flagrado que-
pingente deveria ser colocado na brando o quarto mandamento (Nm
barra das vestes dos filhos de Israel, 15:32-34). A atitude daquele homem
para se lembrarem dos mandamen- revelou um pecado de soberba –
tos de Deus (Nm 15:1-21,37-41). desobediência resoluta a um man-
Esse capítulo ainda nos apresenta damento claro e positivo de Deus.3
outras leis que detalharemos a se-
guir. Uma delas é a lei dos pecados 2. Champlin (2000:663)
por ignorância, quando não se tinha 3. Mackintosh (2003:214)

66 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


A lei determinava a morte por contra Moisés, com duzentos e cin-
apedrejamento de quem quebrava quenta homens dos filhos de Israel,
o mandamento do sábado. Hoje, é príncipes da congregação, eleitos
difícil compreendermos tal senten- por ela, varões de renome (Nm 16:2).
ça, pois o sacrifício de Cristo mudou Esses homens eram líderes cons-
isso. No Novo Testamento, somos cientes de seus trabalhos, mas in-
chamados a não viver uma vida pe- satisfeitos com a liderança vigente.
caminosa e a continuar guardando Pareciam falar em nome de Deus.
o sábado do Senhor, não mais sob Com uma argumentação que res-
o medo da pena de morte. saltava a relevância de todas as pes-
A morte de Cristo nos libertou da soas em Israel, começaram a ques-
condenação da lei e nos livrou da tionar a autoridade exercida por
penalidade de morte, mas isso não Moisés e Arão. Acusaram Moisés
significa que o Senhor não se preo- de “sede de poder” e de querer ser
cupa mais com o nosso jeito de viver. príncipe sobre eles (Nm 16:3,13).
Pecar deliberadamente continua sen- Com relação a Arão, o principal
do afronta e rebeldia contra Deus. O motivo da revolta deles era que,
que acontece é que a graça de Cristo por inveja, discordavam que ape-
transforma nosso coração e nos capa- nas Arão e seus filhos fossem au-
cita à obediência a Deus (Rm 6:23). torizados a queimar incenso no ta-
Assim, não mais obedecemos por bernáculo. Esses rebeldes estavam
medo, mas por amor, por termos sido instigando o povo contra seus dois
transformados pelo Espírito Santo. líderes principais e causando de-
2. Rebeldia aos líderes do povo sordem, com suas falsas acusações.
de Deus: A partir de Números 16, Então, Moisés, com humildade,
temos os relatos de que, além de se procurou mostrar-lhes que tal ati-
rebelarem contra a Palavra de Deus, tude era rebelião contra a vonta-
os israelitas se rebelaram contra as de Deus (Nm 16:4-11). Mas nada
lideranças estabelecidas por ele, es- adiantou. Depois, ele chamou Datã
pecialmente contra Moisés e Arão. e Abirão para uma audiência. Estes,
Veremos, a partir de agora, quem fo- porém, disseram: Nós não iremos!
ram os rebeldes, as suas motivações (Nm 16:12-14). Além disso, eles o
e os resultados dessa desobediência. afrontaram com duras palavras.
Em Números 16:1-3, são apre- Moisés nada fez, naquele mo-
sentados os rebeldes: Corá, filho de mento, senão orar. Mas Deus
Jizar, neto de Levi e líder de um clã provou que Moisés e Arão eram
na sua tribo; Abirão e Datã, filhos de líderes autênticos (Nm 16:28-30).
Eliabe. Juntos, eles se levantaram Dados os rebeldes e suas mo-

www.portaliap.org | 67
tivações, quais foram as conse- tigo, o fogo consumiu os líderes
quências da rebelião? O Senhor e os 250 homens que apoiaram a
anunciou que destruiria todos os rebelião (Nm 16:35).
rebeldes (Nm 16:21-24). A puni- Apesar de tudo isso, aconteceu
ção era tão terrível que Moisés e uma nova rebelião contra Moisés
Arão ficaram com medo de o Se- e Arão. O povo deveria ficar cheio
nhor destruir toda a comunidade, de temor, mas não foi o que acon-
e intercederam pelo povo, a fim teceu. Diante de tantas mortes,
de que só os apoiadores da trama vários israelitas tomaram as dores
fossem punidos (Nm 16:22-23). dos rebeldes e acusaram Moisés
Vale ressaltar que Deus foi ex- e Arão de “matarem o povo do
tremamente específico na punição Senhor” (Nm 16:41). A resultado
dos que praticaram a rebelião. Ele disso foi uma praga permitida por
não é injusto, e seus julgamentos Deus, culminando na morte de 14
estão atrelados a sua santidade, o mil e 700 pessoas (Nm 16:42-50).
que tira toda suspeita de erro (Gn O povo de Israel estava insistindo
18:25; Sl 145:17). O castigo caiu na rebeldia. Por isso, o Senhor pre-
sobre aqueles que se levantaram cisou corrigi-lo.
contra os líderes de Deus. Vejamos A rebeldia é uma prática errada.
as duas formas com que o Senhor Que possamos dizer “não” à deso-
castigou os rebeldes. bediência a Lei de Deus. Os tipos
Na primeira forma de castigo, de penalidades da Antiga Aliança
a terra se abriu e “engoliu” os de se findaram, mas a obediência à
Corá (Nm 16:31-64). Não foi um Palavra de Deus é uma exigência
terremoto natural, pois “o mo- eterna. Devemos dizer “não” à re-
mento preciso de sua ocorrência belião e à murmuração; devemos
e a maneira seletiva das suas ví- respeitar as autoridades que estão
timas” provou que Deus os casti- de acordo com a Palavra de Deus e
gou.4 Na segunda forma de cas- que cuidam do seu povo com fide-
lidade (1 Tm 5:17-20; Hb 13:7,17;
4. Champlin (2000:669) 2 Pd 2:10).

01. Com base no item 1, fale sobre a importância das leis dadas a
Israel. Baseie-se em Nm 15:37-41.

68 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


02. Após ler Nm 15:22-29,30-31, explique o que eram os “pecados
por ignorância” e os “pecados propositais”, que também são
descritos no item 1. O que isso nos ensina?

03. Utilizando os comentários do item 2 e os textos de Nm 16:3,13-


14, fale sobre a rebelião encabeçada por Corá, Abirão e Datã. Que
ensinos esses relatos nos trazem?

04. Recapitule com a classe quais foram os castigos aplicados por


Deus aos rebeldes (Nm 16:31,35,41,43-50). Por que Deus agiu dessa
forma? Utilize a parte final do item 2.

II. APLICANDO O TEMA

1. A rebelião à lei de Deus é uma ameaça à vida cristã.

Temos de levar a sério a exor- mos a pecar de propósito, depois


tação para não pecarmos de ne- de conhecer a verdade, já não há
nhuma forma. O fato de Jesus mais sacrifício que possa tirar os
ser nosso advogado, no céu, para nossos pecados (Hb 10:26). Essas
interceder por nós, não deve nos palavras foram ditas a respeito de
estimular a viver uma vida pecami- alguns que estavam deixando de
nosa (1 Jo 2:1, 3:9). crer na obra de Cristo e voltando a
Ao tratar sobre o pecado de sacrificar animais; estavam despre-
abandonar a Cristo, isto é, a apos- zando o sacrifício de Jesus, e isso é
tasia, a Bíblia diz: ... se continuar- algo muito sério.

www.portaliap.org | 69
05. Após ler 1 Jo 2:1, 3:9; Hb 10:26, fale sobre a importância
de vencer seus “pontos fracos”, para que estes não se tornem
“pecados de estimação” e o levem ao abandono total da fé.

2. A submissão aos líderes é uma bênção na vida cristã.


A questão da submissão à lide- submissos, obedecemos a Deus,
rança eclesiástica não significa co- uma vez que o respeito às autori-
nivência com todas as decisões do dades é mandamento (Rm 13:1,7;
líder ou obediência cega. Seja a au- 1 Pd 2:13-16). Em segundo lugar,
toridade eclesiástica ou civil, temos porque isso tem a ver com grati-
o direito de discordar dela, quando dão e respeito. A Bíblia diz: Lem-
estiver em desacordo com a Pala- brem-se dos seus líderes (Hb 13:7).
vra de Deus (At 5:29). Em terceiro lugar, porque, quando
Contudo, se a autoridade ecle- agimos assim, colaboramos com a
siástica é exercida segundo a obra de Deus. Na igreja, quando
vontade de Deus, obedecer-lhe submissos, facilitamos o trabalho
torna-se uma bênção. Em primei- do pastor (Hb 13:17). Sejamos sub-
ro lugar, porque, quando somos missos! (Ef 5:21).

06. Comente com toda classe sobre a importância de sermos


submissos aos nossos pastores e líderes. Qual é o limite dessa
submissão? Por que essa prática é uma bênção na vida cristã?
Leia os textos já sugeridos.

70 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


O QUE APRENDEMOS HOJE?

Quem serve a Deus, deve atentar seriamente para não praticar


a rebeldia. Nos exemplos que vimos, o pecado do povo de Deus
teve várias consequências. Seguir a lei do Senhor é o melhor cami-
nho. Obedecer às autoridades designadas por Deus, que estão de
acordo com a Palavra de Deus, é mandamento.
Se você tem falhado nisso, confesse sua rebelião a Deus. Não
abra mão de viver em obediência à lei do Senhor e em submissão
aos líderes cristãos, de acordo com a Palavra. Seu desafio é mudar
sua prática incorreta, abandonar o pecado, enquanto há tempo, e
voltar-se para Deus. Lembre-se de que o melhor caminho é a obe-
diência e a submissão.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 26/02 Mt 6:19-34 Ex 35-36 Pv 16


Segunda-feira 27/02 Mt 7 Ex 37-38 Pv 17
Terça-feira 28/02 Mt 8:1-13 Ex 39-40 Pv 18
Quarta-feira 01/03 Mt 8:14-34 Lv 1-2 Pv 19
Quinta-feira 02/03 Mt 9:1-17 Lv 3-4 Pv 20
Sexta-feira 03/03 Mt 9:18-38 Lv 5-6 Pv 21
Sábado 04/03 Mt 10:1-25 Lv 7-8 Pv 22

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11 DE MARÇO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 309 • Final: HBJ 384

10
Nova geração,
antigos pecados
OBJETIVO TEXTO-BASE
Estudar sobre os pecados O povo ficou impaciente no caminho e falou contra
antigos que ainda faziam
parte da nova geração Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que vocês
que estava no deserto, nos tiraram do Egito para morrermos no deserto?
prestes a entrar na Não há pão! Não há água! E nós detestamos esta
terra prometida.
comida miserável!” (Nm 21:4b-5 - NVI).

LEITURA DIÁRIA INTRODUÇÃO


D 05/03 Nm 17
S 06/03 Nm 18 Haviam se passado quase quarenta anos, des-
T 07/03 Nm 19 de que o povo de Israel saíra do Egito, e ainda
Q 08/03 Nm 20 estava em Cades (Nm 20:1). Este é o local em
Q 09/03 Nm 21
que, décadas antes, os espias haviam apresenta-
S 10/03 Nm 22
S 11/03 Nm 23
do relatórios negativos sobre a terra prometida
(Nm 13:25-33). O livro de Números não entra em
detalhes nas peregrinações dos quarenta anos.
O que se sabe é que o povo ficou andando em
círculos e que a geração que saíra do Egito esta-
PÔR DO SOL va quase toda morta.
Sexta-feira, 10/03 – 18h27
Em Números 20:1, temos o episódio da mor-
Sábado, 11/03 – 18h26 te de Miriã. No versículo 12 desse capítulo, foi
Baseado no horário de Brasília. Considere
o fuso horário e o horário de verão.
anunciado que Moisés não conduziria o povo
até Canaã. Já nos versículos 22-29, é relatada a
morte de Arão. Estamos diante de uma mudança
de gerações. Trata-se de um trecho de transição.
Como estava a nova geração, pouco tempo an-
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. tes de entrar na “terra que mana leite e mel”? É
o que veremos.

Ou acesse goo.gl/oFXNCF 72 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


I. O EXPLORANDO O TEMA

Após muito tempo de peregri- cereais, figos, uvas, romãs e muita


nação, uma geração mais jovem água (Nm 20:5).
estava caminhando para a nova Segue-se o relato, e nos é apre-
terra. Porém, algo ainda não havia sentada a solução do problema.
mudado: os pecados que esses jo- Moisés e Arão buscam ao Senhor
vens praticavam faziam que fossem (Nm 20:6-8). Foram diante do povo
parecidos com seus pais. O estudo para a porta da tenda da congre-
de hoje, em Números 20 e 21, mos- gação e se lançaram sobre o seu
tra que, apesar de todo esse tempo rosto (Nm 20:6). Precisavam, mais
na “escola do deserto”, Israel não uma vez, da direção de Deus. Nos
tinha aprendido a lição. quase quarenta anos de peregrina-
1. O pecado da murmuração: ção, esses líderes sempre pediram
Em Números 20, destacamos uma ao Senhor que os socorresse.
famosa história. Vejamos o proble- A direção veio do céu. Então, a
ma: Em Meribá, o povo reclamou da glória de Deus (kabod) se manifes-
falta de água. Apesar de ter presen- tou e o Senhor os orientou a utili-
ciado tantos milagres, não parecia zar o bordão para guiar o povo e
possível que mais um acontecesse, apenas falar à rocha (Nm 20:7-9).
e o povo contendeu com Moisés, e Veja que Deus apresentou ordens
disseram: Antes tivéssemos pereci- simples e claras. Se assim fizessem,
do quando expiraram nossos irmãos a rocha verteria água.
perante o Senhor! (Nm 20:3). Na execução das ordens dadas
A expressão contendeu tem al- por Deus, Moisés fez um procedi-
guns significados: “agarrar, dispu- mento diferente. Em vez de falar,
tar, lutar”.1 A Bíblia A Mensagem bateu na rocha duas vezes com a
traduz o texto assim: Não havia vara. Então, saíram muitas águas;
água ali para a comunidade, de e bebeu a congregação e os seus
modo que o povo queria agredir animais (Nm 20:11). Sabe-se que as
Moisés e Arão (Nm 20:2). Sem água rochas possuem certos bolsões de
e no deserto, morrer teria sido me- águas; porém, a quantidade que
lhor! Além disso, a falta de varieda- naquele dia brotou delas supera o
de na dieta do deserto fazia o povo provimento normal.2 Eles estavam
sentir saudade da comida do Egito: diante de um milagre.

1. Bíblia de estudo palavras-chave hebraico


e grego (2011:7379) 2. Walton (2003:160)

www.portaliap.org | 73
Moisés se deixou influenciar 2. O pecado da impaciência:
pela rebeldia e pela reclamação do Não bastasse o episódio de Meri-
povo, a ponto de perder a paciên- bá, nos arredores de Edom, somos
cia e a compostura. Ficou muito colocados diante de uma manifes-
aborrecido e foi levado pela emo- tação de impaciência do povo (Nm
ção. Sua desobediência à orienta- 21:4). Os israelitas estavam cansa-
ção de Deus resultou em que não dos das peregrinações, o que era
foi mais o condutor do povo à terra normal. O problema é que sempre
da promessa (Nm 20:11). Aque- se lembravam do Egito e despreza-
le lugar passou a ser chamado de vam o plano de Deus.
“Meribá”, que significa “conten- Foi difícil tirar os israelitas do
da”, referindo-se às queixas e mur- Egito. Porém, mais difícil ainda
murações de Israel. foi tirar o Egito do coração deles.
Em Salmo 95:7-11, Meribá é ci- Eles mostravam sua insatisfação
tado como exemplo daquilo que da seguinte forma: E o povo falou
não devemos fazer. Não devemos contra Deus e contra Moisés: Por
participar de contendas e murmu- que nos fizestes subir do Egito,
rações, como as que o povo de para que morramos neste deserto,
Israel promoveu. Os israelitas fi- onde não há pão nem água? (Nm
zeram o contrário do que haviam 21:5). Sua extrema crítica à alimen-
aprendido; esqueceram que o tação mostra a sua indignação: Já
mesmo Deus que já lhes havia pro- estamos cansados desta comida
vido água, no passado, era pode- horrível! (NTLH).
roso para saciar sua sede mais uma Deus se sentiu afrontado pelos
vez. A Bíblia condena, com vee- israelitas. Nada do que lhes fizera,
mência, o pecado da murmuração naqueles quarenta anos, lhes agra-
(1 Co 10:10). Isso é colocar Deus dara! Para eles, não havia sentido
à prova. Tal atitude é evidência de na comida dada por Deus, muito
ingratidão e falta de fé. menos naquele caminho. Aquela
Mas, apesar de tudo isso, Deus geração nascera no deserto por-
foi santificado no meio do povo que seus pais não acreditaram que
(Nm 20:13). Mostrou sua bonda- Deus lhes daria a terra que estavam
de, apesar da rebeldia do povo; pestes a conquistar (Nm 32:13). Os
mostrou sua graça a Moisés, ape- filhos estavam indo na mesma dire-
sar de este ter tomado a atitude ção dos pais.
errada. Contudo, o povo ainda Mas eles estavam na escola do
continuava rebelde. deserto e precisavam a aprender

74 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


a lição. Deus decidiu corrigi-los. Mais tarde, na nova aliança, essa
Mandou serpentes abrasadoras figura simbólica da serpente de
(Nm 21:6). Segundo estudiosos, a metal, no poste, feita por Moisés,
palavra “abrasadoras” vem do ter- por ordem de Deus, foi associada à
mo hebraico sarap, que significa crucificação de nosso Senhor, que
“queimar ou arder”.3 Seu veneno traz salvação ao que olha para ele
deixava “uma forte ardência no e crê (Jo 3:14-15). Os israelitas não
local das picadas, conforme faz o foram curados por tocar na serpen-
escorpião amarelo”.4 O resultado te de metal, mas por olhar para ela.
foi que morreram muitos do povo Assim, como o pecador não toca o
de Israel (Nm 21:6). corpo do Jesus ressuscitado, mas
Em decorrência disso, o povo crê nele e o confessa pela fé.7
confessou seu pecado; reconheceu Apesar de serem uma nova
que desrespeitou Deus e Moisés. geração, aqueles israelitas que
Os israelitas pediram a intercessão quase estavam chegando à terra
de Moisés, pois sabiam que so- prometida não haviam largado os
mente com a intervenção de Deus pecados antigos de seus pais, mas
teriam o problema resolvido. Deus, viviam a promover contendas e a
então, mandou fazer uma serpen- ser impacientes, durante sua jor-
te de metal – de cobre, conforme nada no deserto; demonstravam,
o significado da palavra na língua nos momentos de aperto, uma to-
original (Nm 21:9). tal ausência de fé.
Talvez a escolha desse metal Sabemos que o povo, no de-
tenha a ver com a sua cor ver- serto, estava sofrendo por causa
melha, que era um símbolo de de seus erros, mas não estava sem
purificação no Antigo Testamen- Deus. O Senhor nunca abandonou
to. 5 Seja como for, trata-se de um seu povo. Ele fez de tudo para lhe
símbolo que aponta para a cura ensinar a viver. Porém, os israelitas
que vem do Senhor. 6 A serpente preferiram repetir os pecados de
fora colocada numa haste, uma seus pais: foram murmuradores e
espécie de poste, para onde impacientes. Nós precisamos fugir
olhavam os que eram picados desses pecados, se desejamos fazer
pelas cobras. uma boa peregrinação, rumo a nos-
sa pátria celestial. A seguir, temos as
orientações que nos ajudarão nisso.
3. Wenhan (1985:164)
4. Champlin (2000:684)
5. Wenhan, op. cit., p.165
6. Champlin, op. cit., p.685 7. Wenhan, op. cit., p.166

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01. Após ler Nm 20:1-13 e o item 1, responda: Que grave pecado
Israel continuava a praticar? Comente sobre a atitude do povo e a
de Moisés, naquela situação. Qual foi a solução de Deus?

02. Leia Sl 95:7-11; 1 Co 10:10, e responda: O que significa a palavra


“Meribá” e por que é exemplo daquilo que não se pode fazer? Por
que a murmuração é um pecado combatido com veemência na Bíblia?

03. Falando sobre o item 2, comente em classe sobre as reclamações


do povo a Moisés. Leia também Nm 21:4-5.

04. A partir da leitura de Nm 21:6-9, explique a solução para os


problemas com as serpentes abrasadoras. Utilize a explicação do
item 2 sobre o assunto.

II. APLICANDO O TEMA

1. Em nossa geração, tenhamos confiança no cuidado de Deus.

Diante do teste de Deus, aquela rebeldia e à murmuração do povo,


nova geração fracassou; deixou que foi “infectado” e ficou irado. Apesar
a incredulidade tomasse conta do dos quarenta anos de peregrinação,
seu coração. Até Moisés, devido à a maioria daqueles israelitas carre-

76 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


gava, dentro de si, os pecados que deserto. Ele proveu água e cura ao
levaram seus pais a morrerem. povo cheio de incredulidade, mos-
É certo que, durante nossa jorna- trando sua misericórdia. Nós pre-
da cristã, somos colocados diante cisamos confiar no cuidado do Se-
de desafios que nos fazem desani- nhor (Hb 13:5). Nas dificuldades da
mar e até mesmo duvidar. Porém, vida, não podemos murmurar, por-
não devemos deixar de crer no que isso é sinal de ingratidão pelo
cuidado de Deus. O Senhor cuida que Deus já fez por nós e é indício
de seu povo, mesmo em meio ao de desconfiança no cuidado divino.

05. Quais são as situações da vida que nos podem levar a desconfiar
do cuidado de Deus? Você tem murmurado diante dessas situações?
O que o estudo de hoje lhe ensinou sobre isso?

2. Em nossa geração, sejamos perseverantes no caminho de Deus.


Todas as vezes em que o povo tinuar o caminho. Deus, apesar de
de Deus, no deserto, se encontrava castigá-los, sempre procurou mos-
diante de um obstáculo, descan- trar-lhes a alternativa da vida. Mui-
sava em Deus e continuava firme. tos deles pereceram, por não serem
Certo? Errado! Como temos estu- perseverantes.
dado neste trimestre e vimos neste Na jornada cristã quantas prova-
estudo, diante das crises, os israeli- ções, lutas e crises não temos? En-
tas desanimavam com facilidade e tretanto, devemos agir diferente-
sempre se lembravam do Egito, dos mente do povo no deserto. Temos
benefícios de estar lá, e pensavam de continuar vivendo o evangelho,
em voltar. Algumas vezes, chega- obedecendo à lei de Deus e sem-
vam até a pensar que a morte era pre perseverando no caminho que
uma alternativa melhor do que con- Deus nos propôs!

06. Você tem perseverado, diante dos obstáculos da vida, ou tem


pensado em retroceder para a vida que levava antes de Cristo?

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18

O QUE APRENDEMOS HOJE?

Aprendemos, neste estudo, que, embora Israel já estivesse


numa nova geração, continuava cometendo velhos pecados pra-
ticados pela geração anterior. Os israelitas permaneciam murmu-
radores e impacientes. Isso revelava ingratidão, falta de confiança
em Deus e de perseverança na fé. Contudo, Deus não desistiu
1
do seu povo e usava cada situação para lhe ensinar. Infelizmente,
também há, em nós, uma tendência natural de repetirmos os mes-
mos erros dos nossos pais. Pior ainda é quando vemos presentes
em nossas vidas aqueles mesmos pecados praticados por Israel:
a murmuração e a impaciência. Nosso desafio, nesta semana, é
verificar se essas falhas ainda permanecem em nós. Se ainda mur-
muramos ou se somos impacientes e ingratos, precisamos confes-
sar esses pecados e mudar de atitude.
LE

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 05/03 Mt 10:26-42 Lv 9-10 Pv 23


Segunda-feira 06/03 Mt 11:1-19 Lv 11-12 Pv 24
Terça-feira 07/03 Mt 11:20-30 Lv 13 Pv 25
Quarta-feira 08/03 Mt 12:1-21 Lv 14 Pv 26
Quinta-feira 09/03 Mt 12:22-50 Lv 15-16 Pv 27
Sexta-feira 10/03 Mt 13:1-23 Lv 17-18 Pv 28
Sábado 11/03 Mt 13:24-58 Lv 19 Pv 29
Sex

Basead
o fus

Es
para

78 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017 O


18 DE MARÇO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 26 • Final: HBJ 227

11
Contando com a
bênção de Deus
OBJETIVO TEXTO-BASE
Mostrar que o povo de Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles,
Deus tem a bênção e a
proteção dele; por isso, nem amaldiçoarás o povo; porque é povo
não deve temer palavras abençoado. (Nm 22:12)
de maldição, mandingas e
encantamentos, mas precisa
ficar atento para não cair INTRODUÇÃO
nas armadilhas do pecado.
Sabemos que os israelitas eram os filhos da
LEITURA DIÁRIA
promessa (Gn 12:1-3). Eram povo eleito e proprie-
D 12/03 Nm 24
dade exclusiva de Deus. Por isso, desfrutavam do
S 13/03 Nm 25
T 14/03 Nm 26:1-34 cuidado e da proteção daquele que é Todo-Pode-
Q 15/03 Nm 26:35-65 roso. Assim, ninguém podia amaldiçoá-lo e nenhu-
Q 16/03 Nm 27 ma feitiçaria ou magia era capaz de atingi-lo. Israel
S 17/03 Nm 28 era povo abençoado, por pertencer a Deus, e o
S 18/03 Nm 29
maligno não o podia atingir.
Nisso, vemos um princípio válido para nós ain-
da hoje e exposto no Novo Testamento, que diz:
Sabemos que os filhos de Deus não continuam
pecando, porque o Filho de Deus os guarda, e o
PÔR DO SOL Maligno não pode tocar neles (1 Jo 5:18 - NTLH).
Sexta-feira, 17/03 – 18h20
Mas, embora não possa nos tocar, o tentador
Sábado, 18/03 – 18h19
Baseado no horário de Brasília. Considere
pode colocar tropeços e tentações em nosso ca-
o fuso horário e o horário de verão.
minho, como foi feito com Israel. Os capítulos 22
a 25 de Números têm muito a nos ensinar sobre
essas questões. Vamos ao estudo.

Escaneie o código abaixo I. EXPLORANDO O TEMA


para ouvir o podcast desta lição.

Quarenta anos haviam se passado e a nova gera-


ção de israelitas estava acampada nas planícies de
Moabe, na fronteira da terra prometida. Antes de tra-

Ou acesse goo.gl/4rJup0 www.portaliap.org | 79


tar dos preparativos para a conquis- Inconformado, de novo, enviou
ta e a continuação da caminhada, o Balaque príncipes, em maior núme-
livro de Números faz uma pausa para ro e mais honrados do que os pri-
contar uma história bem interessan- meiros (Nm 22:15). Seduzido pelo
te. As notícias dos poderosos feitos preço da injustiça, Balaão torna a
de Deus na vida de seu povo corriam consultar o Senhor, provavelmen-
por toda parte. Assim, com muito te na expectativa de que mudasse
medo, Balaque, rei moabita, contra- de ideia, quanto à primeira ordem.
tou Balaão, que era um agoureiro, Desta vez, tem a permissão divina
vidente e feiticeiro, para amaldiçoar sob a condição de dizer apenas o
Israel. Vejamos o que aconteceu. que Deus lhe permitisse.
1. Planos malignos: Seguindo o No versículo 12, temos o desejo
costume oriental, o rei moabita dese- mais sublime de Deus para Balaão,
jou usar a maldição como uma arma isto é, que ele não tivesse nada a
contra seu suposto inimigo, antes de ver com os mensageiros de Ba-
entrar em batalha. Os mensageiros laque.2 Contudo, a insensatez do
de Balaque percorreram, aproxima- adivinho precisava ser refreada.
damente, seiscentos e trinta quilô- Para isso, Deus permitiu sua parti-
metros para encontrar o adivinho. da, pois, assim, poderia manifestar
Balaão devia ser bem conhecido por seu soberano poder.
sua prática das artes ocultas, pois, de Para sinalizar a ira de Deus, o
outro modo, Balaque não teria igno- anjo do Senhor pôs-se no caminho
rado a distância e o preço, quando de Balaão como seu adversário.
mandou chamá-lo1 (Nm 22:6). A jumenta em que montava viu o
Duas equipes de mensageiros mensageiro divino e recusou-se a
foram enviadas. A primeira não seguir seu caminho. O Senhor fez o
obteve sucesso no negócio. Ad- animal falar e, em seguida, fez que
vertido por Deus, Balaão recusou Balaão visse o anjo e, mais uma vez,
a proposta, sem maiores explica- o advertiu: ... somente aquilo que
ções. Ele ouviu: Não irás com eles, eu te disser, isso falarás (Nm 22:35).
nem amaldiçoarás o povo; porque 2. Propósitos divinos: À dispo-
é povo abençoado (Nm 22:12). Foi sição de Balaque, Balaão foi levado
essa a proibição expressa do Se- a lugares estratégicos, para avistar
nhor contra a participação de Ba- Israel e lançar suas pragas sobre o
laão no pernicioso intento. povo escolhido. A forma de Balaão

1. Wiersbe (2006:461) 2. Bruce (2009:336)

80 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


agir, nessas várias tentativas de amal- mau-olhado ou praga lançada po-
diçoar Israel, mostra que ele, sem dem atingir o povo de Deus.
dúvida, era um mercenário interes- No terceiro pronunciamento, Ba-
sado, antes de tudo, no dinheiro (2 laão percebeu os propósitos divinos
Pd 2:15). Contudo, mesmo tentando e desistiu de seus agouros. Diante
lançar seus agouros e encantamen- de Israel, veio sobre ele o Espírito
tos, o adivinho forasteiro foi incapaz de Deus e proclamou a prosperida-
causar dano ao povo. As intenções de daquele povo. Então, Balaque
do rei foram frustradas nos quatro irou-se, por ver seus planos malignos
oráculos pronunciados por Balaão. se frustrarem e por ver o adivinho
Se Deus abrira a boca de uma pronunciar a mesma bênção dada a
jumenta para falar, também poderia Abraão, séculos antes: Benditos os
fazer o mesmo com aquele profe- que te abençoarem e malditos os
ta pagão. Cada maldição que ele que te amaldiçoarem (Nm 24:9b).
tentava lançar era transformada em Insatisfeito, Balaque desfez o ne-
bênção em sua boca. As palavras gócio com Balaão. Entretanto, este
que Balaão falava vinham da parte fez um último pronunciamento. Desta
do Senhor (Nm 23:5,12). Só a graça vez, previu juízo contra as nações pa-
de Deus explica isso. O Senhor usou gãs em redor, através de um rei iden-
aquele adivinho para transmitir uma tificado como uma estrela e um cetro
mensagem especial a Israel.3 procedendo de Israel. A maioria dos
Assim, em seu primeiro pronuncia- estudiosos concorda com que essa
mento, ele declarou não ser possível mensagem tem duplo cumprimento.
amaldiçoar a quem Deus não amal- Parcialmente, ela se cumpriu com o
diçoou (Nm 23:8). No segundo pro- rei Davi, que venceu Edom e Moabe
nunciamento, Balaão proclamou a fi- (2 Sm 8:14; 1 Re 11:15). Contudo, o
delidade do Senhor. Deus não deixa cumprimento total dessas profecias
de cumprir sua palavra. Ele abençoou aguardou a vinda do Messias, que
seu povo, e o profeta não tem pode- destruiria todos os seus inimigos4 (Gn
res para revogar a bênção. O Senhor 49:10; Nm 24:17; Ap 22:16).
estava com Israel e não contemplava 3. Ciladas diabólicas: Balaão foi
iniquidade em seu povo. Deus disse: incapaz de amaldiçoar os israelitas,
Pois contra Jacó não vale encanta- mas conseguiu tentá-los à condes-
mento, nem adivinhação contra Israel cendência com a idolatria. Antes de
(Nm 23:23). Nem feitiço, macumba, ir embora, ficou com Balaque tempo

3. Wiersbe, op. cit., p.463 4. Adeyemo (2010:198)

www.portaliap.org | 81
suficiente para tramar um banquete sinar. É difícil entender como Deus
sedutor que levaria Israel a se con- pode ter dado visões e profecias a
taminar.5 Além disso, sugeriu que as um adivinho gentio ganancioso, ao
mulheres moabitas e midianitas se- invés de colocar as palavras nos lá-
duzissem os israelitas, envolvendo-os bios de um profeta consagrado de
em prostituição e adoração de seus Israel.6 Contudo, o Senhor é sobe-
deuses (Nm 31:16; Ap 2:14). rano em todos os seus caminhos, e
Os rituais de fertilidade cananeus seus caminhos são mais elevados
envolviam prostituição cultual e todo que os nossos (Is 55:8-11).
tipo de imoralidade sexual. Aqueles Graciosamente, o bondoso Se-
povos pagãos fizeram ardilosamente nhor se revelou a Balaão. Este não
a “política da boa vizinhança”, e os aproveitou a oportunidade. Por
israelitas caíram facilmente na em- isso, é citado três vezes no Novo
boscada. Esse episódio provocou a Testamento, como exemplo daqui-
ira de Deus, que os disciplinou com lo que não devemos ser, nem fa-
uma terrível praga. Moisés ordenou zer (2 Pd 2:15,16; Jd 11; Ap 2:14).
pena de morte aos infratores e espe- Contudo, o ponto essencial desse
rava que a ira de Deus se retirasse. relato é mostrar que Israel desfru-
Mas isso não aconteceu. tava da bênção do Senhor e tinha,
Enquanto todos lamentavam as nele, cuidado e proteção.
mortes causadas pela praga, um O maligno não podia tocar na-
israelita afrontou a Deus, levando quele povo. Contra ele, maldição
para a sua tenda uma mulher da não funcionava; não havia praga
elite midianita, perante os olhos de ou mandinga que o pudesse atin-
Moisés e de todo o povo. Vendo gir. Israel não precisava temer.
isso, Fineias, um líder da classe sa- Balaão não podia prejudicar, de
cerdotal, pôs fim ao insulto, ferindo forma direta, os israelitas. Somen-
de morte o casal. A atitude extrema te os próprios israelitas podiam
de Fineias foi aprovada por Deus e prejudicar a si mesmos, pecando
fez cessar a praga sobre Israel. contra seu Deus. As ciladas diabó-
Toda essa história é realmente licas os fizeram cair, mas poderiam
impactante e tem muito a nos en- ser vencidas.

5. Wiersbe, op. cit., p.466 6. ibidem, p. 467

01. Após ler 2 Pe 2:15,1; Nm 22:1-20, o parágrafo introdutório e o item


1, responda: Por que Balaque resolver contratar Balaão? Quais eram as
reais intenções de Balaão e quais as intenções de Deus para com ele?

82 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


02. Leia Nm 22:21-35 e comente sobre o episódio em que a jumenta
de Balaão falou. O que você pode dizer sobre esse relato bíblico?

03. Com base no item 2; Nm 22:39-41, 23:1-30, 24:1-25, responda:


O que aconteceu, quando Balaão tentou amaldiçoar os israelitas?
Fale sobre os seus quatro pronunciamentos. Leia também Gn 12:1-3
e Nm 23:23.

04. Leia o item 3; Nm 31:16, 25:1-18, e Ap 2:14 para responder:


Não conseguindo atingir os israelitas, por meio de encantamentos e
maldições, o que Balaão decidiu fazer para obter sucesso?

II. APLICANDO O TEMA

1. Não temamos as maldições!


Infelizmente, ainda há cristãos sando em supostas maldições
sinceros que, por desinformação, hereditárias; outros temem ser
ficam alarmados, imaginando o vítimas de atos ocultistas ou pos-
que o diabo pode lhes causar. É sessão demoníaca.
gente que tem medo de macum- Os salvos não precisam temer
ba, mandinga, encantamento, agouros ou feitiços. As razões são
palavra de maldição e pragas. poderosas. A primeira razão é que
Há até quem perca o sono, pen- a bênção pronunciada a Abraão

www.portaliap.org | 83
nos alcançou em Cristo (Gn 12:1- é que o maligno não pode tocar
3). A segunda é que maior é o que naqueles que são de Deus (1 Jo
está em nós do que o que está no 5:18). A quinta razão é que o Es-
mundo (1 Jo 4:4). A terceira é que pírito Santo habita em nós, o que
somos propriedades exclusivas de impossibilita ao diabo apossar-se
Deus (1 Pd 2:9-10). A quarta razão de nós (Ef 1:13). Então, creia!

05. É certo um cristão verdadeiro ficar com medo de macumba,


mandinga, feitiço? Essas coisas atingem os servos de Deus?

2. Não percamos a vigilância!


Vimos, neste estudo, que o ma- go de vocês, anda ao redor como
ligno não pode fazer nada contra leão, rugindo e procurando a quem
nós, sem a permissão de Deus. possa devorar (1 Pd 5:8). O diabo é
Ele não pode nos tocar. Contudo, sedutor. É o tentador dos cristãos.
ele fará o que puder para arruinar Porém, a Palavra nos diz que Deus
nosso relacionamento com Deus. não permitirá que sejamos tenta-
Como não pode nos atingir dire- dos além do que podemos supor-
tamente, vai tentar nos atingir in- tar e que ele sempre providenciará
diretamente, colocando tropeços um escape para nós (1 Co 10:13).
diante de nós, para nos fazer cair É possível vencer a tentação! Está
em tentação e nos fazer pecar. escrito: Resistam ao diabo, e ele fu-
A Bíblia nos alerta: Sejam só- girá de vocês (Tg 4:7b); e ainda: ...
brios e vigiem. O diabo, o inimi- não dêem lugar ao diabo (Ef 4:27).

06. Sabendo que o diabo não pode tocar na vida do cristão, sem a
permissão de Deus, por que precisamos ficar vigilantes?

84 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


O QUE APRENDEMOS HOJE?

Não há registros de preocupação ou medo, no arraial israelita,


enquanto Balaão e Balaque faziam seus feitiços e se desgastavam,
subindo montes para lançar agouros contra o povo de Deus. É mui-
to provável que o povo sequer imaginasse o que se passava. Adorar
o seu Deus e aclamá-lo como Rei, era, com certeza, uma ocupação
muito mais prazerosa (Nm 23:21). Devemos viver como povo do Se-
nhor. Estamos certos de que a bênção do Altíssimo nos alcançou e
sobre nós permanece. Os feitiços não nos assombram e não podem
nos derrubar, mas devemos ficar atentos a nossa conduta. Sejamos
zelosos em obedecer.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 12/03 Mt 14:1-21 Lv 20-21 Pv 30


Segunda-feira 13/03 Mt 14:22-36 Lv 22-23 Pv 31
Terça-feira 14/03 Mt 15:1-20 Lv 24-25 Ec 1:1-11
Quarta-feira 15/03 Mt 15:21-39 Lv 26-27 Ec 1:12-2:26
Quinta-feira 16/03 Mt 16 Nm 1-2 Ec 3:1-15
Sexta-feira 17/03 Mt 17 Nm 3-4 Ec 3:16-4:16
Sábado 18/03 Mt 18:1-17 Nm 5-6 Ec 5

www.portaliap.org | 85
25

12º 1
Sábado

LE

Programação
especial
25/03/2017
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Basead
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para

86 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017 O


25 DE MARÇO DE 2017 Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 250 • Final: HBJ 356

12
Uma segunda
chance
OBJETIVO TEXTO-BASE
Refletir sobre a segunda Tomareis a terra em possessão e nela
chance dada por Deus
para os israelitas entrarem habitareis, porque esta terra, eu vo-la dei para a
na terra da promessa. possuirdes. (Nm 33:53)

INTRODUÇÃO

LEITURA DIÁRIA Se você pudesse voltar no tempo e fosse capaz


D 19/03 Nm 30 de mudar algo em seu passado, o que mudaria?
S 20/03 Nm 31
Pense em oportunidades que foram perdidas, er-
T 21/03 Nm 32
Q 22/03 Nm 33
ros cometidos e pessoas feridas. O que você fa-
Q 23/03 Nm 34 ria diferente? Pois bem, na lição de hoje, veremos
S 24/03 Nm 35 que os israelitas, na escola do deserto, puderam
S 25/03 Nm 36 experimentar isso. É claro que não puderam vol-
tar no tempo, mas Deus lhes concedeu uma nova
chance para acertar.
Em que sentido Israel teve uma nova chance?
Muito tempo antes, o povo tinha se rebelado contra
PÔR DO SOL Deus, em Cades-Barneia, após os doze espias volta-
Sexta-feira, 24/03 – 18h14 rem de Canaã. Naquela ocasião, o povo teve a pri-
Sábado, 25/03 – 18h13
Baseado no horário de Brasília. Considere
meira chance de entrar na terra prometida, mas não
o fuso horário e o horário de verão.
a aproveitou. Sua rebeldia lhe rendeu, como castigo,
vários anos de peregrinação. Agora, cerca de quaren-
ta anos depois, por pura graça de Deus, esta gente
está novamente prestes a entrar naquela terra.
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição.
I. EXPLORANDO O TEMA

Os quarenta anos de peregrinação podem ser


resumidos assim: Durante o primeiro ano, os israe-

Ou acesse goo.gl/I4qrFo www.portaliap.org | 87


litas ficaram na península do Sinai O fato é que Moisés já estava
recebendo as leis e orientações de mostrando sinais de esgotamen-
Deus para entrar em Canaã. De- to. O homem mais manso que já
pois, ficaram em torno de trinta e existiu estava começando a perder
oito anos “andando em círculos”, a paciência. Um novo líder precisa-
na região de Cades. No último va surgir. Ao saber de sua própria
ano, ficaram na planície de Moabe, morte, Moisés poderia, quem sabe,
repassando as instruções divinas abandonar a liderança. No en-
para possuir a terra prometida. O tanto, mostrou sua mansidão “ao
presente estudo trata desse último submeter-se à disciplina de Deus
ano, com base em Números 26 a e ao continuar a liderar o povo”.1
36. Canaã estava as portas! Qual foi, então, o pedido de Moi-
1. Nova liderança para novos sés, diante do que Deus falou? Ele
tempos: No capítulo 26 de Núme- pediu um líder para o povo de Is-
ros, temos um recenseamento reali- rael (Nm 27:15-17). E o Senhor lhe
zado com os Israelitas. Nisto temos anunciou Josué, filho de Num.
um fato curioso. Mesmo depois de Vejamos algumas informações so-
tanto tempo, o número deles não bre esse novo líder. Primeiro: Ele tinha
era muito diferente do número dos capacidade divina. A Bíblia diz que
que haviam saído do Egito (Êx 12:37; ele era homem em quem há o Espí-
Nm 1:1-2,46, 26:51). É como se Israel rito (Nm 27:18). Segundo: Ele tinha
tivesse voltado à “estaca zero”. Mui- autoridade transmitida. Moisés impôs
tos foram sepultados pelo caminho as mãos sobre ele (Nm 27:18). Era
e uma nova geração havia surgido. seu sucessor legítimo! Terceiro: Ele ti-
Em Números 27:12-17, é relata- nha assessoramento espiritual. Josué
da, inclusive, da morte de Moisés. contava com o auxílio do sacerdote,
Ele era um dos últimos vivos da ge- como seu instrutor na direção divi-
ração que saíra do Egito. Deus lhe na (Êx 28:30; 1 Sm 14:41).2 Quarto:
disse: Sobe a este monte Abarim e Ele tinha o reconhecimento público.
vê a terra que dei aos filhos de Is- O povo respeitava a sua liderança.
rael (Nm 27:12). A terra da promes- Quinto: Ele tinha uma missão estabe-
sa seria uma realidade para a gera- lecida. Recebera as ordens de Moisés
ção do deserto, não para Moisés, para liderar a nação (Nm 27:19-23).
que morreria antes de entrar nela Josué tinha experiência: liderara
(Nm 27:13). Qual a razão para ele a batalha vitoriosa contra os amale-
não conduzir o povo até Canaã?
Não entraria, por ter ferido a rocha, 1. Wiersbe (2006:452)
em Meribá (Nm 27:14; Dt 3:23-27). 2. Wenhan (1985:203)

88 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


quitas; fora assistente de Moisés e Ele sabia que, da última vez, a in-
um dos espias de Canaã (Êx 17:8- credulidade da nação havia levado
13; Nm 11:8, 13:8, 14:6).3 Era o lí- a sua quase extinção, no deserto;
der ideal para levar a cabo o proje- desta vez, todo o povo poderia ser
to de entrada e posse da terra pro- eliminado (Nm 32:15). Ao que pa-
metida. O povo de Israel tinha um rece, diante dessa segunda opor-
líder aprovado por Deus e capaci- tunidade dada por Deus, a nova
tado a desempenhar a grande obra geração de israelitas não poderia
que tinha pela frente. Entretanto, o falhar, pois não haveria chance de
povo também precisava empenhar- retroceder. Se voltasse atrás e não
se nessa empreitada. perseverasse em seguir o Senhor,
2. Nova atitude para novas ba- certamente pereceria.
talhas: Em Números 32, as tribos de Os únicos bons exemplos da-
Ruben e Gade desejavam ficar em quela antiga geração, entre os
Gileade para criar o seu gado, por doze espias que verificaram Canaã
ser este um lugar bom para criá-los e deram um relatório, foram Cale-
(Nm 32:1). Eles não queriam atra- be e Josué. Eles perseveraram em
vessar o Jordão, e pediram a Moisés seguir ao Senhor (Nm 32:12b).
o direito de ficar ali com seus fami- Refletindo a respeito do que
liares (Nm 32:2-5). Moisés os ques- aconteceu aos seus pais, no passa-
tionou e os alertou sobre o perigo do, os gaditas e rubenitas decidiram
de não quererem pelejar com as de- que deveriam ir à guerra, mas pe-
mais tribos, na conquista de Canaã. diram ao Senhor aquela terra (Nm
Moisés não queria que o pedido 32:16-19). Assim, Moisés os alertou:
das duas tribos gerasse increduli- ... se não fizerdes assim, eis que pe-
dade e desânimo no povo. Foi por castes contra o Senhor; e sabei que
isso que haviam perambulado qua- o vosso pecado vos há de achar
renta anos no deserto. Sobre aque- (Nm 32:23). O caminho era perseve-
la geração do passado, o Senhor rar nos planos do Senhor; do contrá-
disse: ... não perseveraram em se- rio, a segunda chance seria perdida.
guir-me (Nm 32:11). Era exatamen- 3. Novas instruções para novas
te esse comportamento no povo etapas: Após estudarmos sobre
que Moisés queria evitar. Era fun- o líder Josué e a necessidade de
damental uma atitude firme, diante perseverança, verificaremos algu-
das novas batalhas. mas instruções que foram dadas a
Israel. Nos capítulos 28 a 30 Núme-
ros, leis e preceitos antigos foram
3. idem relembrados. Contudo, nos capítu-

www.portaliap.org | 89
los seguintes, vemos novas ordens habitavam; do contrário, eles lhe
dadas para a entrada em Canaã. seriam focos de resistência (Nm
Vejamos quais são. 34:55-56). Em nossos dias, é difí-
Quanto à questão da guerra, a cil entendermos essa destruição.
ordem era: ... desapossareis de dian- Contudo, a Bíblia nos informa que
te de vós todos os moradores da havia uma sentença de juízo divino
terra (Nm 33:52a). O censo em Israel sobre os moradores daquele lugar,
mostrou que havia 601 mil e 730 ho- por causa de sua maldade, promis-
mens de vinte anos para cima, ap- cuidade e idolatria (Lv 18:20-28;
tos para a guerra (Nm 26:51). Estes Dt 9:1-4, 20:17-18). Em Gênesis
deveriam sair à batalha e conquistar 15:16, lemos: Na quarta geração,
Canaã, eliminando seus morado- tornarão para aqui; porque não se
res. Quanto à questão espiritual, encheu ainda a medida da iniqui-
a ordem era: ... destruireis todas as dade dos amorreus.
pedras com figura (...), suas ima- Os cananeus eram chamados, ge-
gens fundidas e (...) seus ídolos (Nm nericamente, de amorreus, e, depois
33:52b). Toda forma de culto deveria de mais de quatrocentos anos de to-
ser banida, a fim de que Israel não se lerância, continuaram em seus peca-
desviasse da lei de Deus. Não à toa, dos, que incluíam até o sacrifício de
várias leis foram dadas à nação para crianças aos demônios (Dt 12:31). É
serem seguidas (Nm 28,29,30). bom lembrar que os cananeus tam-
Quanto à questão da terra, a or- bém eram descendentes de Noé e
dem era: ... tomareis a terra em pos- tiveram conhecimento do Senhor,
sessão e nela habitareis (Nm 33:53a). mas se rebelaram contra ele. O juízo
Por isso, Deus já havia dividido a ter- de Deus seria executado.5
ra por tribos, os limites da terra da Diante do novo líder, Josué, da
promessa e os que iriam distribui-las necessidade de perseverança no ca-
(Nm 26-35, 34:1-29). Essa ocupação minho à terra prometida e de obe-
estaria localizada, hoje, num territó- diência às novas ordens, Israel deve-
rio que abrangeria o atual Estado de ria perceber que estava mais perto
Israel, a Palestina, a Cisjordânia e par- da conquista. Deus estava a cumprir
tes da Jordânia, da Síria e do Líbano.4 sua promessa. O povo deveria apro-
A conquista só viria se, de fato, veitar essa segunda chance. Esse
Israel eliminasse os povos que ali sinal de graça nos traz muitas refle-
xões, como veremos a seguir.

4. Terra prometida. Disponível em: <https://


pt.wikipedia.org/wiki/Terra_prometida>.
Acesso em: 04 de outubro de 2016. 5. César (2001:195).

90 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


01. Em que sentido Israel estava diante de uma nova chance? Josué
era um novo líder, para novos tempos. Fale com a classe sobre isso,
citando também as informações que temos sobre esse líder. Utilize o
item 1 e Nm 27:18-23.

02. Qual foi o pedido das tribos de Ruben e Gade e por que Moisés
se preocupou com isso? Por que eles precisavam ter uma nova atitude
para as novas batalhas? Baseie-se em Nm 32:1-5,11-23 e no item 2.

03. Leia Nm 33:50-56; o item 3, e responda: Quais foram as novas


instruções dadas a Israel para a entrada em Canaã?

04. Após ler Gn 15:16; Lv 18:20-28; Dt 9:1-4, 12:31, 20:17-18, e nos


três últimos parágrafos do item 3, responda: Por que Deus ordenou
a expulsão dos povos que habitavam em Canaã?

II. APLICANDO O TEMA

1. Considere a ação de Deus, no caminho à pátria celestial.


Deus sempre se mostrou ao lado Sem que o povo merecesse, instruiu-
de Israel; cuidou de todos os deta- -o em todos os sentidos, para mos-
lhes; fez o povo sair das mãos tiranas trar o caminho que deveria andar.
de Faraó; realizou diversos milagres, Deus sempre se mostrou bondoso e
durante a caminhada no deserto. misericordioso para com os israelitas.

www.portaliap.org | 91
Na vida cristã, acontece da mes- decer e nos auxilia (Fp 1:6, 2:13;
ma forma. Deus nos tira do pecado Cl 1:13; Hb 12:2). Nesse caminho,
e domínio do diabo para o reino Deus sempre nos mostra a sua gra-
do Filho. Ele nos coloca na corrida ça e, assim como fez com Israel,
da fé, cria em nós o desejo de obe- também nos dá uma nova chance.

05. Como você percebe que Deus o tem ajudado na jornada cristã?

2. Fortaleça sua fé em Deus, no caminho à pátria celestial.


Um ditado nos ajuda a entender Para que a incredulidade não
a segunda chance que Israel estava tome conta de nosso coração, não
recebendo: “Quatro coisas não vol- devemos nos afastar da esperan-
tam: a palavra dita; a flecha atirada; ça para qual fomos chamados (Cl
o tempo passado; a oportunidade 1:23). Por isso, não perca a fé! Dian-
perdida”.6 Como alertou Moisés, te das crises ao seu redor, da perse-
as tribos de Ruben e Gade, se não guição aos cristãos, dos problemas
fossem à guerra, desanimariam o pessoais, lembre que nenhuma cri-
restante da nação e gerariam incre- se nos pode afastar da nossa jorna-
dulidade no coração do povo. da à pátria celestial (Rm 8:38-39).

6. Champlin (2000:726)

06. Você tem conseguido se manter firme na caminhada, rumo à


pátria celestial?

92 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


O QUE APRENDEMOS HOJE?

Nosso último estuda da série “Na escola do deserto” tratou


sobre a segunda chance que Israel teve de se apossar de Canaã.
Podemos ver como Deus trabalhou, providenciando-lhe um novo
líder, Josué. O povo também foi advertido por Moisés a perseve-
rar, para se apossar da terra prometida, e recebeu novas instruções
para novas etapas.
A oportunidade que temos, hoje, existe por causa da cruz. A
Bíblia diz: ... como escaparemos nós, se negligenciarmos tão gran-
de salvação? (Hb 2:3). Na graça de Cristo, tivemos a chance de
recomeçar. Por isso, não devemos abandonar nossa fé nele. O seu
desafio, nesta semana, é refletir sobre sua caminhada rumo à Ca-
naã celestial: Você está animado ou não? Seja como for, ore a Deus,
peça ajuda dele e prossiga na jornada. Se você falhou, não se de-
sespere! O Senhor da cruz pode lhe conceder uma nova chance.

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 19/03 Mt 18:18-35 Nm 7-8 Ec 6


Segunda-feira 20/03 Mt 19:1-14 Nm 9-10 Ec 7
Terça-feira 21/03 Mt 19:16-30 Nm 11-12 Ec 8
Quarta-feira 22/03 Mt 20:1-16 Nm 13-14 Ec 9:1-12
Quinta-feira 23/03 Mt 20:17-34 Nm 15-16 Ec 9:13-10:20
Sexta-feira 24/03 Mt 21:1-27 Nm 17-18 Ec 11:1-8
Sábado 25/03 Mt 21:28-46 Nm 19-20 Ec 11:9-12:14

www.portaliap.org | 93
BIBLIOGRAFIA

Lição 1
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
HARRISON, Roland K. Levítico: introdução e comentário. Tradução de Gordon
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ciano Martins. São Paulo: Candeia, 2000.

Lição 2
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al. São Paulo: Vida Nova, 2009.
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WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento: vol. 1.
Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

Lição 5
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Valdemar Kroker. São Paulo: Vida, 2009.

94 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


HOFF, Paul. O Pentateuco. Tradução de Luiz Caruso. São Paulo: Vida, 2007.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento: volume
1. Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.
YANCEY, Philip. A Bíblia que Jesus lia. Tradução de Valdemar Kroker. São Paulo:
Vida, 2000.

Lição 6
ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. Tradução de Heloisa
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HOFF, Paul. O Pentateuco. Tradução de Luiz Caruso. São Paulo: Vida, 2007.
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Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

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UNGER, Merrill. Manual bíblico Unger. Tradução de Eduardo Pereira e Ferreira e
Lucy Yamakami. São Paulo: Vida Nova, 2006.
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Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.
WILKINSON, Bruce; BOA, Kenneth. Descobrindo a Bíblia. Tradução de Valter Gra-
ciano Martins. São Paulo: Candeia, 2000.
WEENHAN, Gordon J. Números: introdução e comentário. Tradução de Adiel
Almeida de Oliveira. São Paulo: Vida Nova, 1985.

Lição 8
MACDONALD, James. Senhor, transforma minha atitude, antes que seja tarde
demais. Tradução de Jurandy Bravo. São Paulo: Vida Nova, 2015.
WIERSBE, Warren. W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento. Vol. 1.
Pentateuco. Tradução de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

Lição 9
BÍBLIA de estudo palavras-chave hebraico e grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo:
vol.1. São Paulo: Candeia, 2000.
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia. Tradução de Josué Ribeiro. São Paulo:
Vida, 2007.
MACKINTOSH, C. H. Estudos sobre o livro de Números. 2 ed. Diadema: Depósito
de Literatura Cristã, 2003.

www.portaliap.org | 95
VINE, E. W. et al (Org.). Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das
palavras do Antigo e de Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
WIERSBE, W. W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento: vol. 1. Tradu-
ção de Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

Lição 10
BÍBLIA de estudo palavras-chave hebraico e grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento interpretado: versículo por versículo: vol.
1. São Paulo: Candeia, 2000.
WALTON, John H. et al. Comentário bíblico Atos: Antigo Testamento. Tradução
de Noemi Valéria Altoé. Belo Horizonte: Atos, 2003.
WENHAN, Gordon J. Números: introdução e comentário. Tradução de Adiel Al-
meida de Oliveira. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1985.
WIERSBE, W. W. Comentário bíblico expositivo: Pentateuco. Santo André: Geo-
gráfica, 2008.

Lição 11
ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. Tradução de Heloísa
Martins et al. São Paulo: Mundo Cristão, 2010.
BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Tradução de
Valdemar Kroker. São Paulo: Vida, 2009.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento: volume 1.
Tradução de Susana E. Klassen. Santo André, SP: Geográfica, 2006.

Lição 12
CÉSAR, Elben M. Lenz. História e geografia bíblica. São Paulo: Candeia, 2001.
CHAMPLIN, R. N. Antigo Testamento interpretado: versículo por versículo. São
Paulo: Candeia, 2000, vol. 01.
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia. Tradução de Josué Ribeiro. São Paulo:
Vida, 1999.
Terra prometida. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra_prometi-
da>. Acesso em: 04 de outubro de 2016.
WENHAN, Gordon J. Números: introdução e comentário. Tradução de Adiel Al-
meida de Oliveira. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1985.
WIERSBE, W. W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento: vol. 1. Tradu-
ção de Susana Klassen. Santo André: Geográfica, 2008.

96 | Lições Bíblicas – 1º Trimestre de 2017


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