Humanos e Pecadores

4º TRIMESTRE • 2017 • Nº 321
Humanos
e pecadores
Reflexões bíblicas sobre os seres humanos e o pecado
Missão daEscolaBíblica
TRANSFORMAR
AS PESSOAS EM
DISCÍPULAS DE
CRISTO, ATRAVÉS
DO ENSINO
E DA PRÁTICA
DA PALAVRA
DE DEUS
Copyright © 2017 – Igreja Adventista da Promessa
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
Diretor Alan Pereira Rocha

Conselho Editorial Hermes Pereira Brito
Magno Batista da Silva
José Lima de Farias Filho
Osmar Pedro da Silva
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EXPEDIENTE
Redação: Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro

Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544
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Redação e preparação Adaelson Lopes de Souza

de originais Alan Pereira Rocha
Alexandro Jorge da Silva
Andrei Sampaio Soares
Eleilton William de Souza Freitas
Francinete Siqueira Rodrigues
Genésio Mendes Júnior
Jailton Sousa Silva
Kassio Passos Lopes
Luiz Eduardo Nunes
Silvio Gonçalves
Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo
Seleção de hinos Thamiris do Carmo Santos
Leituras diárias Andrei Sampaio Soares
Momentos Missionários Amadilson Soares de Paula
Horário de pôr do sol Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da USP – http://goo.gl/lblYYG
Plano de leitura Sociedade Bíblica do Brasil
anual da Bíblia – http://goo.gl/cdKRSw
Projeto Gráfico Marcorélio Cordeiro Murta
Editoração e capa Farol Editora
Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima
Fone: (11) 2955-5141
Assinaturas Informações na página 112
Impressão Hawaii Gráfica e Editora – São Caetano do Sul, SP
Reflexões bíblicas sobre os seres humanos e o pecado
SUMÁRIO
Apresentação................................................... 5
1 Criados por Deus............................................... 8
2 O propósito da vida......................................... 16
3 O DNA do Criador........................................... 23
4 Os gêneros na Bíblia........................................ 30
5 A composição humana..................................... 38
6 Quem é a serpente?......................................... 45
7 A história da queda.......................................... 53
8 Anatomia do pecado....................................... 60
9 Salvos pelo sangue.......................................... 68
10 Estamos em guerra.......................................... 77
11 Vida após a morte?.......................................... 84
12 Enfim, livres do pecado!................................... 92
13º sábado – estudo especial ......................99

13 Contrição sincera pelo pecado...................... 100
Bibliografia................................................... 108
ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO

Gênesis Gn Mateus Mt
Êxodo Ex Marcos Mc
Levítico Lv Lucas Lc
Números Nm João Jo
Deuteronômio Dt Atos At
Josué Js Romanos Rm
Juízes Jz 1 Coríntios 1 Co
Rute Rt 2 Coríntios 2 Co
1 Samuel 1 Sm Gálatas Gl
2 Samuel 2 Sm Efésios Ef
1 Reis 1 Rs Filipenses Fp
2 Reis 2 Rs Colossenses Cl
1 Crônicas 1 Cr 1 Tessalonicenses 1 Ts
2 Crônicas 2 Cr 2 Tessalonicenses 2 Ts
Esdras Ed 1 Timóteo 1 Tm
Neemias Ne 2 Timóteo 2 Tm
Ester Et Tito Tt
Jó Jó Filemon Fm
Salmos Sl Hebreus Hb
Provérbios Pv Tiago Tg
Eclesiastes Ec 1 Pedro 1 Pe
Cantares Ct 2 Pedro 2 Pe
Isaías Is 1 João 1 Jo
Jeremias Jr 2 João 2 Jo
Lamentações Lm 3 João 3 Jo
Ezequiel Ez Judas Jd
Daniel Dn Apocalipse Ap
Oséias Os
Joel Jl
Amós Am ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES
E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS
Obadias Ob
NAS LIÇÕES
Jonas Jn
Miquéias Mq AM A Mensagem
Naum Na ARA Almeida Revista e Atualizada
Habacuque Hc ARC Almeida Revista e Corrigida
Sofonias Sf AS21 Almeida Século 21
Ageu Ag ECA Edição Contemporânea de Almeida
NVI Nova Versão Internacional
Zacarias Zc
KJA King James Atualizada
Malaquias Ml
BV Bíblia Viva
NBV Nova Bíblia Viva
BJ Bíblia de Jerusalém
TEB Tradução Ecumênica da Bíblia
NTLH Nova Tradução na Ling. de Hoje
4 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

Apresentação
Pela graça e para glória de Deus, estamos
colocando em suas mãos esta série de Lições
Bíblicas, intitulada Humanos e pecadores: re-
flexões bíblicas sobre os seres humanos e o
pecado. Conforme o próprio título indica, va-
mos examinar o que a Palavra de Deus ensina
sobre o ser humano, o que, na teologia, chamamos de “antropologia bí-
blica”, que nada mais é do que o estudo sobre o homem, analisando sua
origem, sua composição, sua natureza e seu propósito. Também veremos
o que as Escrituras revelam a respeito do pecado, o que, tecnicamente,
chamamos de “hamartiologia”, palavra grega que significa “estudo do
pecado”, examinando suas origens e consequências.
Qual é a relevância de estudarmos, em nossos dias, sobre o homem e
o pecado? Esses temas estão intrinsicamente ligados, desvendam a ver-
dade daquilo que somos e mostram a realidade em que vivemos. No es-
tudo bíblico sobre o ser humano, encontramos as respostas para algumas
perguntas que sempre nos desassossegaram: De onde viemos? Quem
somos? Por que estamos aqui? Para onde estamos indo?
Na Bíblia, aprendemos que viemos de Deus, que fomos criados por ele e
que nele encontramos o sentido da vida. Há uma lógica linda por trás dessa
crença: Se fomos criados por Deus, não somos fruto do acaso, nem esta-
mos aqui sem razão ou propósito. Existem muitas coisas que o Senhor nos
revela em sua Palavra a esse respeito, que valem a pena serem estudadas.
Fomos criados à imagem e semelhança daquele que nos criou, e, nisso,
temos também lições sublimes. Empenhar-se neste estudo é o mesmo
que perguntar ao próprio Criador qual foi sua intenção, ao nos criar, e
o que ele deseja de nós, hoje; é conhecer a nossa identidade de filhos,
descobrir a verdadeira história e encontrar as respostas que trazem signi-
ficado a nossa existência.
Contudo, para entender o ser humano com profundidade, não pode-
mos ignorar a realidade do pecado em nossa experiência. A entrada do
www.portaliap.org | 5
pecado no mundo, através da queda do primeiro casal, foi, sem dúvida,
a maior tragédia que aconteceu à humanidade, e não pode ser encarada
de outra maneira. Ele afetou nossa natureza e transformou negativamente
a nossa realidade. Por isso, somos humanos e pecadores.
O pecado entrou em nossa história como vírus contagioso e letal. Por
causa dele, nós nos tornamos inimigos de Deus, escravos da maldade e
condenados à morte. Isso porque o ato de rebelião contra Deus, realiza-
do lá no jardim do Éden, por Adão e Eva, trouxe consequências terríveis
para toda a humanidade e é a causa de todas as nossas mazelas. Afetou
profundamente todas as nossas relações: distanciou-nos de Deus, do pró-
ximo e das coisas criadas.
Desde a queda, temos em nós uma natureza pecaminosa, isto é, uma
inclinação natural para pecar e fazer o que desagrada ao Pai. Assim, o
pecado atua em nós como um vício do qual não conseguimos nos libertar
por conta própria. A Bíblia sempre o trata com muita seriedade. Seu resul-
tado natural é sempre a morte. Tão sério e horrendo ele é que, para Deus
nos resgatar, teve de entregar o seu Filho, na cruz do Calvário.
O problema é que vivemos numa sociedade cada vez mais distante
de Deus, que é chamada pelos especialistas de pós-cristã. Esta, para
aliviar sua consciência, justificar seus erros e legalizar sua depravação,
procura negar a terrível realidade do pecado. A crença moderna é que
pecado simplesmente não existe; é uma invenção dos religiosos de
origem judaico-cristã.1
Essa falácia tem tido sucesso em nossos dias e contaminado diversas
esferas sociais: a universidade, a política, a família, e assim por diante.
Jerry Bridges comenta que o vocabulário severo que a Bíblia usa para
referir-se a atos pecaminosos foi banido do meio social. Assim, por exem-
plo: “Os executivos não roubam; eles cometem fraude”.2 Dessa maneira,
a moralidade tornou-se relativa e os valores e princípios cristãos passaram
a ser considerados retrógados e desprezíveis.
Infelizmente, de certa maneira, isso também tem afetado as igrejas.
Muitos pastores e membros de comunidades cristãs não têm tratado o
pecado com a seriedade devida e têm se descuidado da santidade. Sobre
isso, vale o alerta do escritor cristão John MacArthur Jr.: 3
1. Bridges (2012:17-22)
2. ibidem, p.19
3. (2010:7)

Afaste a realidade do pecado e você eliminará a possibilidade de arrependi-
mento. Anule a doutrina da corrupção humana e você invalidará o plano da sal-
vação. Apague a noção da culpa pessoal e você eliminará a necessidade de um
Salvador. Destrua a consciência humana, e você levantará uma geração amoral e
irremediável. A igreja não pode dar as mãos ao mundo em um empreendimento
completamente satânico. Agir assim é destruir o verdadeiro evangelho para o
qual fomos chamados a proclamar.
Por essas razões oferecidas, entendemos ser indispensável o estudo

desses dois temas propostos. Nosso desejo é que o Pai recompense cada
um dos escritores, que, através de pesquisa e dedicação, colaboraram
para a preparação desta série. Que o Espírito Santo motive as coordena-
dorias da Escola Bíblica, use os professores, na ministração das aulas, e
edifique os estudantes da Bíblia. Que o Senhor Jesus Cristo nos desperte
para entendermos que somos humanos e pecadores, porém, resgatados
pelo seu sangue, para vivermos em santidade.
Ao Deus trino, sejam dados a honra, a glória e o louvor, por meio de
sua igreja, pelos séculos dos séculos. Amém!
Pr. Alan Pereira Rocha

Diretor do Departamento de Educação Cristã
7 DE OUTUBRO DE 2017 Hinos – Inicial: HBJ 11 • Final: HBJ 182
1
Criados
por Deus
OBJETIVO TEXTO-BASE
Refletir com o estudante Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de
da Palavra de Deus sobre
a verdade incontestável de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gn 1:27)
que os seres humanos foram
criados por Deus e de que
esse fato lembra, ao mesmo
tempo, nossa insignificância INTRODUÇÃO
e nossa importância.
Estamos iniciando uma nova série de lições bíbli-

LEITURA DIÁRIA
cas, com o título: Humanos e pecadores: Reflexões
D 01/10 Gn 1:1-13
S 02/10 Gn 1:14-25
bíblicas sobre a doutrina do homem e do pecado.
T 03/10 Gn 1:26-31 Durante estes estudos, buscaremos responder algu-
Q 04/10 Gn 2:1-2 mas perguntas que inquietam o coração humano há
Q 05/10 Ex 20:11 tempos, tais como: De onde viemos? Quem somos?
S 06/10 Sl 33:6,9
Por que estamos aqui? Para onde estamos indo?
S 07/10 Cl 1:15-16
Nesta primeira lição, trataremos da questão bá-
sica relacionada a nossa origem: De onde viemos?
Eis uma pergunta vital! A resposta da Bíblia é clara:
Viemos de Deus; fomos criados por ele. O mundo
não é um acidente; o ser humano não é produto
PÔR DO SOL
de um desastre que deu certo; ambos fazem parte
Sexta-feira, 06/10 – 18h08
Sábado, 07/10 – 18h08 da criação de um Deus amoroso e bondoso.
Baseado no horário de Brasília. Considere
I. ENTENDENDO A DOUTRINA
o fuso horário e o horário de verão.
A Bíblia Sagrada não responde todas as questões

relacionadas às origens do ser humano e do mun-
Escaneie o código abaixo do onde ele vive, mas “o que ela revela deve ser
para ouvir o podcast desta lição.
reconhecido como verdade”.1 Reflitamos, então, a
1. Ryrie (2004:207)
Ou acesse goo.gl/ZXPw84 8 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

partir de agora, sobre o arquiteto, o No princípio de sua história,
processo e a descrição da criação. em rebeldia, o ser humano gri-
1. O arquiteto da criação: Assim tou independência em relação
começa o livro do Gênesis: No prin- a Deus, o seu criador, quando
cípio, Deus criou os céus e a terra pecou (Gn 3:4-7). Inclusive, esse
(Gn 1:1). De forma muito clara, esse assunto será discutido em outra
texto afirma que Deus é o criador lição desta série, com mais deta-
de tudo que existe. Pela fé, cremos lhes. Adão preferiu desobedecer
nessa verdade (Hb 11:3). Antes de a Deus e viver longe dele. Parece-
qualquer coisa ser criada, um cria- -nos que o ser humano moderno
dor não-criado, absoluto e supremo, e pós-moderno foi mais longe, ao
existia, desde toda a eternidade. querer explicar “a sua existência
Para o ser humano entender cor- sem precisar admitir que há um
retamente sua origem, precisa re- Deus por trás dela”.3
conhecer Deus como seu criador. A Bíblia, de modo claro, apre-
Deus é central, no primeiro capítulo senta Deus como criador (Ex 20:11;
da Bíblia, que trata da criação. Para Dt 4:32; Ne 9:6; Sl 124:8, 134:3;
ter ideia, a versão Almeida Século Is 42:5). O ser humano veio dele.
21 traz a palavra “Deus” vinte e oito Cremos no caráter histórico de Gê-
vezes, neste capítulo. Ele é o arqui- nesis e naquilo que apresenta so-
teto da criação. O Deus trino tra- bre nossas origens (Gn 1-2). Não
balhou para criar o universo e o ser se trata de uma obra de ficção.
humano (Gn 1:1-2,26; Cl 1:13-17). Não somos contra a ciência, mas
Principalmente, nos últimos qua- ficamos com o que a Bíblia diz e
tro séculos, a ideia de Deus como rejeitamos as teorias da evolução
criador tem sido duramente ataca- ateístas, ensinadas como verdade,
da por vários cientistas e estudio- em várias escolas e universidades.
sos, com o surgimento de teorias Não temos fé suficiente para crer
evolucionistas, que tentam explicar que o nada deu origem a algo que
a origem do universo e do próprio deu origem a tudo.
ser humano, através de meios na- 2. O processo da criação: Se-
turais, num processo evolutivo que gundo vimos, as teorias evolucio-
durou bilhões de anos. Quase todas nistas que excluem Deus como cria-
as teorias evolucionistas dispensam dor são claramente contrárias ao
a ideia de Deus ou sua atividade.2 relato bíblico. Mas o que dizer das
2. ibidem, p.196 3. Lima (2006:147)
teorias da evolução teístas?4 Caso de 24 horas, mas de longas eras,
você não saiba, elas existem. Acon- pois, em alguns contextos, a pa-
tece o seguinte: Muitos cientistas lavra hebraica yom (dia) pode ser
(e isso não significa que eles creiam traduzida por “eras”. Além disso,
em Deus ou sejam cristãos) têm se a descrição de Gênesis seria sim-
convencido de que o mundo possui plesmente uma descrição poética,
um design, um “projeto inteligen- não histórica ou literal. Aqui, te-
te”, e de que é difícil supor que um mos sérios problemas.
acaso impessoal estivesse por trás Cremos que a interpretação que
desse projeto.5 Na Bíblia, essa ideia faz mais justiça ao relato bíblico é
faz sentido, pois o mundo possui aquela segundo a qual o mundo foi
mesmo um projetista, que é Deus. criado em seis dias literais. Em rarís-
O problema é que, diante disso, simas exceções a palavra “dia”, que
o evolucionismo teísta é a crença aparece nesse texto, tem o sentido
proposta por teólogos e cientistas diferente de um dia de 24 horas, no
cristãos, que buscam harmonizar a Antigo Testamento. A menos que o
ciência e a Bíblia, afirmando que contexto exija, não faz sentido in-
Deus é o criador de todas as coisas, terpretá-la de outra maneira. Aliás,
mas que a sua maneira de criar, di- o fato de o sétimo dia ser o dia de
rigir e controlar todas as coisas foi o descanso reforça essa ideia, pois o
processo de evolução natural,6 que sábado precisa ser um dia literal (Ex
durou bilhões de anos. Essa é uma 20:11). Além disso, cada um dos
teoria que tenta conciliar o relato dias possui “tarde e manhã”. No
bíblico com a teoria da evolução Antigo Testamento, essa expressão
natural, mas que é muito questio- é usada para referir-se a uma ma-
nável e apresenta vários problemas. nhã e uma noite literais.
Um dos problemas consiste em Ademais, apelar para o caráter
conciliar uma evolução de bilhões poético de Gênesis, desconsideran-
de anos com os seis dias criativos do seu caráter histórico, é atacar a
de Deus, em Gênesis 1:1-2:3. Os Escritura em cheio. O próprio Jesus
defensores dessa teoria afirmam considerou o relato da criação histó-
que não se trata de dias literais rico (Mt 19:3-5). Adão e Eva são per-
sonagens históricos e reais, criados
4. Os teístas são aqueles que acreditam por Deus, no sexto dia da criação, e,
na existência de um único Deus, pessoal e portanto, os primeiros seres huma-
transcendente. Eles são diferentes dos ate-
ístas, que negam a existência de Deus. nos. O mais plausível, ao olhar para
5. Lima, op. cit. p.151 os primeiros capítulos de Gênesis, é
6. Ryrie, op. cit. p.196 que Deus tenha criado todas as coi-

sas em seis dias literais, de maneira No sexto dia, no ápice de sua
imediata, por meio de sua palavra. criação, Deus criou o ser humano.
3. A descrição da criação: Por Esta foi a mais singular e especial
criação, entendemos a obra de de suas criações. A deliberação
Deus ao trazer à existência, sem uso entre a Triunidade divina para criar
de nenhum material preexistente, o ser humano mostra que aquela
tudo que existe. Para a Escritura, criatura viria para coroar os atos
o mundo não foi criado pelo nada, criativos: Façamos o homem à nos-
mas do nada. É isso que diz o au- sa imagem, conforme nossa seme-
tor de Hebreus: ... o visível não foi lhança (Gn 1:26-27). A criação do
feito do que se vê (Hb 11:3). Paulo ser humano foi planejada e deseja-
diz que Deus chama à existência as da pela Triunidade!
coisas que não existem (Rm 4:17). O Apesar de seres humanos e ani-
salmista também afirma: ... os céus mais terem sido feitos do mesmo
foram feitos pela palavra do Senhor material, o pó da terra, somos os
(...); ele falou e tudo se fez (Sl 33:6,9). únicos seres que possuem a ima-
Quando Deus começou a criar gem e semelhança de Deus. Te-
o mundo, nada existia; então, ele mos capacidade de nos relacionar
formou a matéria. Os teólogos cha- de modo consciente com ele e ser
mam esse ato criador de Deus de seus representantes! Fomos cria-
Fiat (expressão latina que significa dos para dominar todas as coisas
“faça-se” ou “haja”). A matéria não criadas. No Salmo 8:6, essa ver-
é eterna. Quando Deus falou, ela dade é reforçada. Além disso, no
teve início. Deus criou tudo a partir capítulo 2 de Gênesis, em que os
do nada, por meio da sua palavra. detalhes da criação do homem e
Segundo Gênesis 1:3-13, nos três da mulher são apresentados, per-
primeiros dias, Deus criou a luz e a cebemos ainda mais a singularida-
separou das trevas, chamando uma de dos seres humanos.
de “dia” e a outra de “noite”; fez Gênesis 2:7 diz que o homem foi
separação das águas, criando o céu, “formado” por Deus. O verbo yat-
a terra e os mares, e fez surgir a flo- sar lembra o trabalho de um oleiro,
ra sobre a terra. Na sequência, em criando uma obra de arte. Da mes-
Gênesis 1:14-31, Deus continuou ma maneira, Deus também cons-
criando, agora para preencher os truiu e modelou a mulher, como um
espaços que havia criado. Nos três artífice habilidoso e cuidadoso (Gn
últimos dias, ele criou os luminares 2:2123). O corpo humano é uma
para o céu, aves, animais aquáticos, obra estupenda! Homem e mulher
répteis, quadrúpedes etc. foram criados diretamente por Deus.
01. Leia Gn 1:1 e Ne 9:6 e comente sobre o que esses textos dizem
a respeito do verdadeiro arquiteto da criação. A Bíblia deixa alguma
margem para cremos que o universo foi criado pelo nada?
02. O ser humano gritou independência em relação a Deus, o

seu criador, quando pecou (Gn 3:4-7). E o que fez o ser humano
moderno e pós-moderno, ao usar teorias da evolução naturalista
para explicar a sua própria origem e a do universo?
03. Leia Gn 1:5, 8,13,19,23,31; Ex 20:11, e responda: Faz jus ao

testemunho bíblico a ideia de que Deus criou todas as coisas, por meio
de um processo evolutivo de bilhões de anos? Baseie-se no item 2.
04. Após ler Hb 11:3; Sl 33:6, responda: Que característica da criação

esses textos ressaltam? Comente sobre como Deus criou todas as
coisas e sobre o clímax desse relato, com a criação do ser humano.
II. VIVENCIANDO A DOUTRINA
1. Admitamos nossa insignificância.

O ser humano foi criado por não é um acidente; não é fruto de
Deus. Ele não é obra do acaso; um processo natural e gradativo.

O autor do Salmo 8 lembra que por Deus. Além de reconhecer
o ser humano foi feito por Deus e sua insignificância, diante do uni-
admite sua insignificância. Quan- verso, o ser humano precisa fa-
do contempla o céu e a imensi- zê-lo diante da grandeza do seu
dão de todas as coisas criadas, o criador: Ó Senhor, nosso Senhor
salmista pergunta: Que é o ho- (...), como teu nome é magnífico
mem? (Sl 8:3-4). em toda a terra! (Sl 8:9). A mag-
O ser humano é muito peque- nífica criação possui um criador
no, diante das galáxias criadas ainda mais magnífico.
05. Em que sentido o ser humano deve admitir sua insignificância?

Leia Sl 8:1-4, 9.
2. Reconheçamos nossa importância!

Além de reconhecermos a nossa O Senhor nos deu, também, o
insignificância, no Salmo 8, tam- privilégio de dominar sobre to-
bém somos convidados a reconhe- das as suas obras. Esse domínio
cer nossa importância, como cria- diz respeito aos reinos animal e
turas de Deus. Ele nos coroou de vegetal. Ser criado por Deus e
glória e de honra, dando-nos o pri- ter a função de cuidar do mun-
vilégio de sermos feitos à sua ima- do criado por ele nos reveste de
gem e conforme a sua semelhança. grande dignidade. Nós, seres hu-
Isso não seria verdade, se fôssemos manos, somos muito importantes
parte de um processo evolutivo. para o criador!
06. Em que sentido o ser humano deve reconhecer sua importância?

Leia Sl 8:5-8.
DESAFIO DA SEMANA
Chegamos ao final do nosso primeiro estudo da nova série de

Lições Bíblicas sobre o ser humano e o pecado. Nesta lição inicial,
estudamos sobre a criação do homem e da mulher. A resposta que
buscamos responder foi: De onde viemos? Segundo vimos, nós,
seres humanos, viemos de Deus.
Por mais que a teoria evolucionista e naturalista seja ensinada
nas escolas e universidades como verdade, nós a rejeitamos, pois
exclui Deus. Continuemos crendo no relato bíblico da criação, que
mostra Deus como nosso criador! Continuemos crendo que ele nos
fez no sexto dia da criação, de modo especial e singular. Então,
durante esta semana, reflita sobre isso. Você não é fruto do acaso,
nem está aqui sem propósito.
PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA
Domingo 01/11 Ap 1 Ne 1-2 Sl 96

Segunda-feira 02/11 Ap 2 Ne 3 Sl 97
Terça-feira 03/11 Ap 3 Ne 4 Sl 98
Quarta-feira 04/11 Ap 4 Ne 5:1-7:3 Sl 99
Quinta-feira 05/11 Ap 5 Ne 7:4-8:12 Sl 100
Sexta-feira 06/11 Ap 6 Ne 8:13-9:37 Sl 101
Sábado 07/11 Ap 7 Ne 9:38-10:39 Sl 102

MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO SEGUNDO
AS ESCRITURAS
De tudo o que uma pessoa salva faz na vida, pregar o evangelho é a maior res-
ponsabilidade, porque o evangelho custou a vida de um inocente, Jesus Cristo. O
pecador perdido só pode ser salvo pelo poder do evangelho; logo seu conteúdo
não pode ser alterado. Portanto, quem prega ou evangeliza, precisa ser fiel e
entregar ao pecador o evangelho, não segundo a sua opinião, a tradição dos
homens ou o desejo do ouvinte, mas segundo o que está nas Escrituras Sagradas.
O apóstolo Paulo afirma: Porque primeiramente vos entreguei o que também
recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi
sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras (1 Co 15:3-4).
Portanto, só pode haver salvação real se o pecador compreender o evangelho
segundo as Escrituras. O apóstolo está se referindo ao Antigo Testamento, posto
que o Novo ainda estava sendo escrito.
Atenção: O Espírito Santo quer usar você para salvar muitos pecadores, mas
só vai fazê-lo se você estiver disposto a evangelizar com estrita fidelidade ao que
está nas Escrituras, nem mais nem menos. Você está disposto?
Seja um mantenedor dos projetos missionários:

Banco Bradesco | Agência 0099 | conta 281419-6
Convenção Geral das Igrejas Adventistas da Promessa
CNPJ: 62.678.412/0001-32
2
O propósito
da vida
OBJETIVO TEXTO-BASE
Conduzir o estudante a Tragam todos os que me reconhecem como seu
uma reflexão sobre os
propósitos de Deus ao Deus, pois eu os criei para minha glória; fui eu
criar os seres humanos. quem os formou. (Is 43:7)
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA O que é a vida, senão uma sucessão de fatos

D 08/10 Is 43:7 sem sentido? Foi a pergunta feita por uma jo-
S 09/10 1 Co 8:6 vem a seu pastor, depois de uma despretensiosa
T 10/10 Rm 11:36 reflexão em uma tarde de domingo.1 A questão
Q 11/10 1 Co 10:31
não é nova. Trata-se de um dos temas que mais
Q 12/10 Ap 4:11
S 13/10 Is 60:21; 61:3
intrigam os pensadores: Por que estamos aqui?
S 14/10 Jo 13:31,32 Qual o sentido da vida? Essas questões sobre a
existência humana também foram objeto de re-
flexão na Bíblia.
O sábio pregador, em Eclesiastes, dedica
grande parte de seu livro a analisar, refletir e
PÔR DO SOL responder a esta questão: Qual o sentido de vi-
Sexta-feira, 13/10 – 18h11 ver? Obter dinheiro? Trabalhar apenas? Buscar
Sábado, 14/10 – 18h11 sua própria felicidade? O sábio encontrou as
respostas (Ec 12). Mas o que dizer para esses,
cuja conclusão última sobre a vida é a de que
ela não tem sentido? Haveria algum propósito
sublime em nossa existência que enobreça as
simples tarefas da vida? É sobre isso que trata-
Escaneie o código abaixo
para ouvir o podcast desta lição. remos nesta lição.

1. Kivitz (2009:15)
Ou acesse goo.gl/CfwyFJ 16 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

Na lição anterior, vimos que não tido. O livro de Eclesiastes nos

somos resultado de um acidente mostra que o propósito da vida não
cósmico. Deus é o criador de todas pode ser encontrado nesta terra de
as coisas. Naturalmente, ele não pre- ilusões. Nada traz plena realização
cisava criar o mundo, como se dele neste mundo. Todos envelhecem e
dependesse. Todavia, não o fez por morrem (Ec 3:1-8, 8:12).
mero capricho, mas com propósitos O propósito da vida não está em
bem definidos. Tais propósitos dão conseguir um excelente emprego
rumo seguro a nossa vida e podem e ganhar muito dinheiro. A vida
ser conhecidos pela Escritura. não ganha sentido quando nos for-
1. O propósito não está aqui: mamos em uma boa faculdade ou
Após observar e experimentar a vida, quando compramos a tão sonhada
o escritor de Eclesiastes reconhece casa própria. O propósito de nossa
que Deus criou os seres humanos existência não é alcançado quando
para serem justos, mas eles buscaram nos casamos com a pessoa amada
todo o tipo de maldade (Ec 7:29). De ou mesmo quando temos filhos.
fato, o pecado cegou nosso entendi- Sem dúvida alguma, todas essas
mento, separou-nos de Deus e afetou coisas são excelentes e nos fazem
profundamente nossa capacidade de imensamente felizes. O Pregador
compreender a realidade com clareza. também reconhece o valor delas e
Desse modo, o Pregador obser- afirma que desfrutá-las é uma dá-
va a vida e conclui: Tudo é vaidade!. diva legitimamente divina (Ec 2:24,
Uma grande ilusão! Ele percebe a 6:9, 7:14). Entretanto, buscar o sig-
mesmice da vida, questiona o pro- nificado da vida apenas nas coisas
veito do trabalho duro, encontra temporais é uma ilusão. Nas pala-
o vazio dos prazeres e conquistas vras do sábio, é correr atrás do ven-
mundanas e afirma: Por isso, passei to (Ec 12:17). Certamente, há, para
a odiar a minha vida, pois tudo que nós, um propósito mais sublime.
é feito debaixo do sol é frustrante. 2. O propósito está em Deus: As
Nada faz sentido; é como correr percepções de Eclesiastes nos levam
atrás do vento (Ec 2:17). a entender que é inútil buscar signi-
Esta é a conclusão a que chega ficado existencial em coisas que não
a pessoa, ao enxergar a realidade se sustentam por si mesmas. O tra-
sem as lentes da eternidade: Tudo balho, o dinheiro, a família, os praze-
é uma grande ilusão; nada faz sen- res não oferecem base para significar
a vida, pois são apenas parte dela, A glória divina também foi o pro-
não sua causa primeira. Se você qui- pósito da manifestação redentora
ser saber por que foi colocado neste em Cristo, pois Deus, que disse:
planeta, deverá começar por Deus.2 “Haja luz na escuridão”, foi quem
Deus é a fonte de toda a vida e brilhou em nosso coração, para que
o sentido para todas as coisas (1 conhecêssemos a sua glória, na
Co 8:6). Segundo nosso texto bá- face de Jesus Cristo (2 Co 4:6). Fo-
sico, fomos criados para a sua gló- mos redimidos para contemplar a
ria. Esse é o principal propósito de glória de Deus e somente por Cris-
nossa existência e encontra amplo to podemos fazer isso (Jo 13:31,32;
respaldo no restante das Escrituras Hb 1:3). Portanto, todo bom propó-
(Is 43:7, 60:21, 61:3; Rm 11:36; 1 Co sito para nós repousa no Criador,
10:31; Ap 4:11). O supremo fim de até mesmo a obra da cruz tinha, na
Deus na criação não é nada fora de glória eterna, seu fim mais sublime.
si mesmo, mas é sua própria glória.3 3. Um propósito de amor: Ter
Por sua natureza exuberantemen- a sua própria glória como objetivo,
te perfeita, Deus reúne, em si mes- ao nos criar, pode soar como mero
mo, toda bondade, justiça, sabedo- egoísmo a um estudante menos
ria e felicidade, de modo que toda atento. Entretanto, não podemos es-
a criatura somente poderá encontrar quecer que o Criador é completo em
realização plena nele. Como afirmou sua eternidade triúna. Ele possui, em
Agostinho, em suas Confissões: “... si mesmo, toda a plenitude de bele-
porque nos fizeste para ti, e nosso za, majestade, amor e felicidade.
coração está inquieto, enquanto não É preciso esclarecer que egoís-
encontrar em ti descanso”. mo é uma atenção exclusiva e inde-
Os interesses do universo estão vida de uma pessoa a seu próprio
ligados aos interesses de Deus. conforto e a seus interesses, sem
Não há nenhuma santidade ou fe- consideração pelo bem-estar ou
licidade para as criaturas, a não ser pelos direitos dos outros. Ao criar,
na absoluta soberania de Deus.4 Deus não foi egoísta, mas promo-
Nós apenas temos o privilégio e a veu a felicidade de suas criaturas.6
obrigação de reconhecer sua gló- Ele decidiu compartilhar a riqueza e
ria5 (Sl 29:1,2; 96:1-8). a maravilha de sua glória conosco.
A criação é, portanto, um ato
de amor, pois Deus nos criou para
2. Warren (2003:17)
3. Strong (2007:688)
4. ibidem, p. 693
5. Culver (2012:409) 6. Severa (2014:100)

partilhar de seu relacionamento de Aprendemos, até aqui, que o
amor triunitário (Jo 17:1,10,22-26; 1 propósito da vida é encontrado so-
Pd 5:1; Hb 3:1). O propósito divino mente em Deus. Ele nos fez para a
é que desfrutemos de sua majesta- sua glória, como expressão de seu
de gloriosa por toda a eternidade. amor. Nosso privilégio é sermos par-
Não fomos criados para “passar ticipantes de sua majestade bendita.
umas férias” com Deus. Ele nos Após o primeiro bloco de perguntas,
chamou para passarmos a vida toda vamos refletir um pouco mais sobre
com ele. Isso não é maravilhoso? o propósito de nossa vida.
01. Com base nas experiências do autor do livro de Eclesiastes, é

possível encontrar o propósito da vida nas coisas deste mundo?
Explique. Baseie-se em Ec 2:17; 7:29; 8:12; 12:19.
02. Com o apoio do item 2 e Is 43:7, 60:21, 61:3; Rm 11:36; 1 Co

10:31; Ap 4:11, responda: Qual é a razão para termos sido criados?
03. Após ler 2 Co 4:6; Jo 13:31,32; Hb 1:3, responda: Qual o

principal propósito da missão redentora de Jesus?
04. Leia o item 3 e responda: Deus teria sido egoísta, ao nos criar
para a sua glória? Justifique sua resposta (Jo 17:1,10,
22-26; 1 Pd 5:1; Hb 3:1).
1. Glorifique a Deus, apreciando a existência.

A vida é um dom de Deus, e de- sideremos que vamos prestar con-
vemos apreciá-la pelo que é: um pre- tas sobre o modo como vivemos
sente de Deus. É o que aprendemos (Ec 9:7-10, 11:8,9, 12:14). Portan-
com Eclesiastes: ... a melhor coisa a to, viva conforme a recomendação
fazer é desfrutar a comida e a bebida bíblica! Aproveite a vida como um
e encontrar satisfação no trabalho. legítimo filho do Reino. Seja co-
Percebi, então, que esses prazeres mendo, bebendo ou fazendo qual-
vêm da mão de Deus (Ec 2:24-25). quer coisa, faça tudo para a glória
Podemos usufruir de tudo de de Deus (1 Co 10:31).
bom que Deus fez, desde que con-
5. Você tem apreciado de modo saudável as dádivas da vida, como

um presente de Deus? O que a Bíblia nos ensina a esse respeito? (Ec
2: 24,25, 5:19, 12:14)
2. Desfrute de Deus, exercitando a fidelidade.

Finalmente, o autor de Eclesias- Honramos a Deus quando vi-
tes sintetiza sua conclusão: Tema vemos em um relacionamento de
a Deus e obedeça a seus manda- amor com ele. Foi para isto que
mentos, pois esse é o dever de ele nos criou: Deleitar-nos na sua
todos (Ec 12:13). O propósito da presença e refletir sua majesta-
existência de toda pessoa é desfru- de. Viver para a glória de Deus é
tar da vida com Deus, com since- a maior realização que podemos
ra devoção e temor, e glorificá-lo. alcançar na vida. Por isso, nossos
Isso implica honrá-lo, por meio de corações, nossos atos de serviço e
uma vida de adoração e obediên- nossas palavras devem comunicar
cia a sua Palavra. a glória do Senhor.

6. Compartilhe com a classe como você tem desfrutado de sua vida
com Deus.
DESAFIO DA SEMANA
Por que estamos aqui? Qual o sentido da vida? Embora muitas pes-
soas insistam em buscar respostas nas efemeridades da vida, as Escritu-
ras Sagradas nos oferecem um caminho seguro contra o vácuo existen-
cial. Estamos aqui pela vontade graciosa e soberana de Deus. Ele nos
chamou à existência para expressarmos e provarmos sua santa glória.
Sem Deus, a vida não tem propósito, e, sem um propósito, a vida
não tem significado; sem um significado, a vida não tem relevância
ou esperança7 e se torna apenas uma sucessão de fatos sem senti-
do ou um correr atrás do vento. Felizmente, a fé cristã nos oferece
um porto seguro, em meio ao mar da crise existencial: Cristo em
nós, a esperança da glória! (Cl 1:27). Que tal falar sobre isso para
uma pessoa não-cristã? Fale para ela sobre o propósito da vida.
Não somos frutos do acaso, nem estamos aqui sem razão.
7. Williams (2011:29)
Domingo 08/10 Ap 8 Ne 11 Sl 103

Segunda-feira 09/10 Ap 9 Ne 12 Sl 104:1-23
Terça-feira 10/10 Ap 10 Ne 13 Sl 104:24-35
Quarta-feira 11/10 Ap 11 Et 1 Sl 105:1-25
Quinta-feira 12/10 Ap 12 Et 2 Sl 105:26-45
Sexta-feira 13/10 Ap 13 Et 3-4 Sl 106:1-23
Sábado 14/10 Ap 14 Et 5:1-6:13 Sl 106:24-48
MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO AOS EXILADOS
Por ter insistido na desobediência a Deus, Israel foi levado ao cativeiro e per-
deu a terra, as cidades, o templo, a esperança. Nunca precisara tanto de uma boa
notícia como agora, e foi exatamente isso que Deus enviou a seu povo, por meio
do profeta Isaías, nos capítulos 40 a 55. Uma ordem divina para levar boas novas
salvadoras aos exilados: Tu, ó Sião, que anuncias boas novas, sobe a um monte
alto. Tu, ó Jerusalém, que anuncias boas novas, levanta a tua voz fortemente; le-
vanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus (Is 40:9).
O Senhor Deus reforça a ordem, agora com um elogio: Quão formosos são,
sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do
que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!
(Is 52:7). A boa notícia era que os dias de cativeiro estavam chegando ao fim, o
tempo da desolação estava se esgotando. A mais esperada, aguardada, desejada
notícia chegara, e a alma israelita encheu-se de esperança.
Milhares de pessoas estão presas, exiladas, cativas, encarceradas por todo tipo
de pecado; Satanás as mantem acorrentadas em suas cadeias infernais. É só olhar
ao seu redor e verá uma multidão a perecer sem Deus no mundo. Quem se dispõe
a comunicar a boa nova tão esperada? Os cativos estão aguardando você ir até
eles e dizer-lhes: Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras
do diabo (1 Jo 3:8). Deus pode contar com você?

CNPJ: 62.678.412/0001-32

3
O DNA do
Criador
OBJETIVO TEXTO-BASE
Refletir sobre o significado Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de
de sermos criados à
imagem e semelhança Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gn 1:27)
de Deus e as implicações
disso em nossa vida cristã
INTRODUÇÃO
Certamente, você já deve ter ouvido falar sobre

LEITURA DIÁRIA
o DNA, não é mesmo? Nele, encontramos as ca-
D 15/10 Gn 1:27
S 16/10 1 Co 11:7
racterísticas genéticas que são transmitidas de pais
T 17/10 At 17:28-29 para filhos. No DNA, são registradas as cores do
Q 18/10 Tg 3:9 cabelo, da pele e dos olhos, por exemplo. Tudo é
Q 19/10 Sl 8:5-6; 115:16 transmitido por várias gerações, e, assim, herdamos
S 20/10 1 Jo 2:6; 2 Pd 2:21
características de nossos pais, avós, bisavós etc.
S 21/10 Rm 8:28-29
Mas e quanto ao nosso Criador? Será que herda-
mos algo dele? Será que temos algo como o DNA
do Criador em nós? De acordo com a Bíblia, é cer-
to que sim. Deus criou os seres humanos a sua ima-
gem e semelhança. Assim, do mesmo modo que
PÔR DO SOL temos os traços de nossos pais, temos os traços
Sexta-feira, 20/10 – 18h14 de nosso Criador. Vamos estudar isso mais afundo.
Sábado, 21/10 – 18h15
o fuso horário e o horário de verão. I. ENTENDENDO A DOUTRINA
Para muitos, o ser humano é fruto do acaso. A Bí-

blia, todavia, diz que ele foi criado por Deus, com toda
a criação. “Estudar a criação tão detalhadamente sig-
para ouvir o podcast desta lição. nifica entrar em contato com a obra do próprio Deus”.1
Contudo, a Escritura afirma que, diferentemente dos
1. McGrath (2008:50)
Ou acesse goo.gl/SLrFqU www.portaliap.org | 23

outros seres, os seres humanos foram os outros seres criados por Deus; ne-
criados de modo singular. nhum deles possui a imagem do Cria-
1. Imagem e semelhança: Em dor, e isso concede ao homem uma
diversas passagens da Bíblia, so- condição singular. Mas ainda é preciso
mos informados de que homem e entender em que sentido a Bíblia diz
mulher foram criados à imagem e que o ser humano é imagem de Deus.
semelhança de Deus, o que os di- Certamente, essa semelhança
ferencia de todos os demais seres ensinada nas Escrituras Sagradas
criados (Gn 1:26-27, 5:1; 1 Co 11:7). não diz respeito ao aspecto físi-
Após o pecado humano, essa ima- co dos seres humanos. Afinal, en-
gem de Deus em sua criatura foi quanto somos seres biológicos e
desfigurada e rasurada, mas não materiais, Deus é espírito, disse o
perdida plenamente (Gn 3:1-24). próprio Senhor Jesus; portanto,
Mesmo após a queda, a raça hu- não possui um corpo físico como o
mana permaneceu carregando em si nosso (Jo 4:24). Então, em que as-
a imagem de Deus. O relato de Gê- pectos somos semelhantes a Deus?
nesis 9:6 é uma prova disso. Nesse 2. Aspectos da semelhança:
texto, Deus condena o homicídio, em Para entender em que sentido so-
razão de o ser humano ter sido criado mos semelhantes a Deus, precisa-
a sua semelhança. Essa declaração mos analisar as duas palavras que
mostra que, mesmo após o pecado, aparecem no relato histórico do
o homem continuou possuindo a livro de Gênesis. Em Gênesis 1:26,
imagem de Deus. O Novo Testamen- imagem e semelhança são tradu-
to afirma a mesma verdade. ções das palavras hebraicas tselem
Paulo diz que o ser humano é e demuth, que significam “imagem
imagem e glória de Deus (1 Co moldada” e “similaridade”.
11:7). Ao pregar no Areópago, em A ideia de ambas as palavras é a
Atenas, declarou aos ouvintes que de algo parecido, mas não idêntico.
somos descendência de Deus (At Não somos iguais a Deus, é claro. En-
17:28-29). O apóstolo Tiago tam- tendemos, então, que o ser humano
bém afirma que os seres humanos herdou de seu Criador não qualquer
são feitos à semelhança de Deus tipo de aparência, mas, sim, aspectos
(Tg 3:9). Assim, encontramos, na ou qualidades como: personalidade,
Bíblia, a distinção dos seres huma- cognição, moralidade, arbítrio, criati-
nos em relação às demais criaturas. vidade e capacidade espiritual para
É essa imagem divina que nos co- conhecer a Deus e relacionar-se com
loca acima de toda a criação (Sl 8:5-6). ele (Gn 3:8,10). Esse é o DNA divino
Não importa quão magníficos sejam em cada ser humano.

Podemos dizer que Deus, ao fa- analisado, o ser humano foi criado
zer o ser humano a sua imagem, de- com o propósito de dominar sobre
sejava ter um reflexo do seu próprio a terra e sujeitá-la (Gn 1:26-28). En-
caráter, de sua glória (Is 43:21). Duas tretanto, é ilógico pensar que do-
analogias nos ajudam, enquanto minar e sujeitar signifique destruir
tentamos compreender essa impor- a natureza. Na realidade, significa
tante doutrina.2 A primeira é pensar administrá-la de maneira responsá-
em Deus como construtor. A geniali- vel; cultivá-la e desenvolvê-la.
dade e a sabedoria do arquiteto po- Na teologia, isso é chamado de
dem ser vistas no que ele construiu. “mandato cultural”, que nada mais é
A segunda analogia é a do artis- do que nossa responsabilidade para
ta. Imagine uma escultura ou um com o mundo criado. Sabemos que
quadro esplendoroso. Algo da per- Deus é o Senhor de todas as coisas,
sonalidade e da interioridade do ar- e, tendo todo o domínio, cedeu ao
tista pode ser visto em seu trabalho. homem autoridade sobre a criação
Assim também os seres humanos (Gn 1:26-28; Sl 8:5-6, 115:16).
refletem a genialidade, a sabedo- O homem tem a vice-gerência da
ria e a personalidade do seu Cria- criação. Ele foi inserido como um re-
dor, ainda que essa imagem divina presentante de Deus na Terra. Com
tenha sido rasurada pelo pecado, isso, tem o dever de cuidar e cultivar
após a queda (Gn 3:1-24; Ec 7:29). o mundo em que foi colocado (Gn
O glorioso propósito divino, 2:15). A responsabilidade ecológica
agora, só pode ser cumprido ple- de cuidar da natureza é, portanto, um
namente por meio de Jesus Cristo, encargo dado por Deus à raça huma-
porque a perfeita imagem de Deus na, que deve ser uma guardiã, não
foi-nos apresentada por meio dele. uma destruidora do mundo natural.
Paulo declara: Ele é a imagem do O direito de sujeitar a Terra,
Deus invisível (Cl 1:15). Deus nos dado por Deus à raça humana, não
redimiu para que possamos nos significa destruí-la, mas extrair dela
tornar semelhantes a seu filho (Rm o necessário para a sua subsistên-
8:29). Em Cristo, portanto, a ima- cia, de modo responsável. Também
gem de Deus será plenamente res- envolve organizar e desenvolver o
taurada nos seres humanos. mundo natural, por meio do seu
3. Para que estamos aqui?: De trabalho. Já no Éden, o ser humano
acordo com o relato que temos deveria cultivar o jardim.
Sendo assim, o trabalho não é um
castigo pelo pecado, mas um propó-
2. idem, pp.50-51 sito de Deus para os seres humanos,
desde a criação (Gn 2:15; Ef 4:28; 2 mar famílias e povos, construir
Ts 3:10). O trabalho humano sempre civilizações (At 17:26).
esteve no plano de Deus. As profis- O mandato cultural, então, re-
sões e ofícios não são ruins, a menos fere-se à responsabilidade dada
que subtraiam a dignidade humana aos homens de cuidar da criação,
ou pervertam o propósito divino. extraindo responsavelmente dela o
O mandato cultural também necessário, desenvolvê-la e admi-
abrange outra ordem importan- nistrá-la, pelo seu trabalho criativo,
te. O Criador ordenou aos seres e organizar o seu mundo social,
humanos: ... sejam férteis e mul- conforme os propósitos benéficos
tipliquem-se! (Gn 1:28). Os seres de seu Criador. Na segunda parte
humanos receberam a ordem de desta lição, veremos como aplicar
desenvolver o mundo social, for- o que estudamos até aqui.
01. Com base em Gn 1:26-27, 5:1; Sl 8:5-6; Tg 3:9, e no item 1,

responda: O que a Bíblia diz sobre os seres humanos? Por que a raça
humana difere de todos os demais seres criados?
02. O que aconteceu com a imagem e semelhança de Deus no ser

humano, após a queda? Ele a perdeu? Leia Gn 9:6 e Tg 3:9 e o item 1.
03. Explique o significado das palavras “imagem” e “semelhança”,

em Gn 1:26. Baseie-se no item 2.
04. A que se refere o mandato cultural? Quais responsabilidades o

envolvem? Baseie-se no item 3 e em Gn 1.26-28, 2:15; Sl 115:16.

1. Sejamos representantes de Deus na Terra.

Deus nos constituiu como sua ima- Devemos também ser moldados
gem e semelhança, aqui na Terra. Ele pelo Espírito Santo, a fim de que
desejava ter um reflexo do seu pró- a imagem de Cristo seja formada
prio caráter no mundo. Este propósito em nós (2 Co 3:18). Jesus é o único
não mudou. Precisamos nos dedicar que não foi manchado pelo peca-
a Deus, para que, por meio de nosso do (Hb 4:15). Por isso, somos insta-
compromisso, devoção, amor, lealda- dos a imitá-lo em tudo (1 Jo 2:6; 2
de, serviço, santidade, criatividade e Pd 2:21). Em todos os nossos rela-
inteligência reflitamos sua imagem no cionamentos, precisamos refletir o
mundo. Somos seus representantes! seu caráter.
05. Converse com a classe sobre como podemos manifestar Deus

neste mundo.
2. Sejamos obedientes ao mandato cultural.

O mandato cultural traz-nos Tudo na vida do cristão é para a
desafios quanto à ecologia, por glória de Deus, inclusive seu tra-
exemplo. “Somos chamados para balho, que é uma ordenança divi-
proteger a terra, para cuidar do na (Gn 2:15; 1 Co 10:31; 1 Ts 4:11).
que Deus criou e nos confiou”.3 Não importa se seu trabalho seja
Precisamos extrair da natureza o atender clientes, consertar auto-
que é necessário para a nossa sub- móveis, dar aula, administrar uma
sistência, mas com responsabilida- equipe ou fechar o balanço de
de e sem desperdício. uma loja. Sua vocação ou serviço
O mandato cultural também é uma ordenança, mas também é
nos faz pensar em nosso trabalho. uma bênção que revela o Criador
neste mundo.
3. ibidem, p. 51.
6. Você consegue perceber como a Bíblia trata sobre a proteção da

natureza? Você tem uma imagem correta do seu trabalho? Entende
que ele serve para a glória de Deus?
DESAFIO DA SEMANA
Chegamos ao final de mais um estudo. Tivemos a oportunida-

de de refletir sobre o ser humano feito à imagem e semelhança
de Deus, inigualável e incomparável entre os demais seres criados.
Aprendemos sobre os aspectos e qualidades presentes em Deus
e vistos em cada homem e mulher, o verdadeiro DNA do Criador
impresso em sua criação.
Analisamos também a razão de estarmos aqui, as responsabili-
dades que Deus conferiu aos seres humanos como mordomos de
sua criação: cuidar, trabalhar e organizar a vida social. Nosso de-
safio é agir de forma coerente com isso, procurando fazer tudo
conforme a vontade de nosso Senhor. Que Deus seja visto em nós!
Domingo 15/10 Ap 15 Et 6:14-8:17 Sl 107:1-22

Segunda-feira 16/10 Ap 16 Et 9-10 Sl 107:23-43
Terça-feira 17/10 Ap 17 Is 1-2 Sl 108
Quarta-feira 18/10 Ap 18 Is 3-4 Sl 109:1-19
Quinta-feira 19/10 Ap 19 Is 5-6 Sl 109:20-31
Sexta-feira 20/10 Ap 20 Is 7-8 Sl 110
Sábado 21/10 Ap 21-22 Is 9-10 Sl 111

MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO EM JESUS
O primeiro evangelho escrito no Novo Testamento, o de Marcos, começa as-

sim: Princípio do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus. É por isso que Je-
sus, quando começou a sua pregação pública, assumiu a função de “mensageiro
das boas novas”. Ele afirmou, categoricamente, que a boa notícia chegara: O
tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede
no evangelho (Mc 1:15). Noutras palavras, ele é o evangelho presente, o Reino
chegado.
O evangelho é Jesus e Jesus é o evangelho, o ungido das boas novas prome-
tidas. Ele mesmo declara: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu
para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, a
pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberda-
de os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor (Lc 4:18 e 19). As Escrituras
estavam se cumprindo ali, naquela sinagoga, naquele momento histórico. E como
fora esperado esse momento! Naquele dia, podemos crer, muitos tiveram a chan-
ce real de serem salvos.
Quanta gente aguardando uma solução! Quantos estão a esperar por uma saí-
da, uma chance, uma oportunidade para ver cumprida a promessa bíblica de que,
um dia, pelo poder de Jesus, a vida muda, a alma aprisionada é liberta, o desespe-
ro cede à esperança! A alma deles almeja: “Que venha logo o Senhor nos libertar”.
O evangelho de Jesus já se cumpriu em sua vida, a salvação já alcançou você;
mas, quanto aos perdidos, como ficam? Perecerão? Não! Faça a espera dos perdi-
dos terminar. Vá até eles, e, como Jesus na sinagoga, diga-lhes: Hoje se cumpriu
esta Escritura em vossos ouvidos (Lc 4:21).

CNPJ: 62.678.412/0001-32
4
Os gêneros
na Bíblia
OBJETIVO TEXTO-BASE
Reafirmar a distinção entre Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua
os gêneros masculino e
feminino, estabelecidos por mulher, tornando-se os dois uma só carne. (Gn 2:24)
Deus, na criação, analisando
as diferentes características
entre eles e a igualdade de
ambos em valor e posição,
INTRODUÇÃO
diante de Deus.
É possível que você já tenha ouvido alguém di-
LEITURA DIÁRIA zer: “Ninguém nasce homem ou mulher, mascu-
D 22/10 Gn 2:18-25 lino ou feminino”. Essa frase faz parte do que é
S 23/10 Lv 18:20,22,23
chamado, atualmente, de “ideologia de gêneros”.
T 24/10 Rm 1:21-27
Q 25/10 1 Co 6:9-11
Os que defendem tal ideologia afirmam que “gê-
Q 26/10 1 Ts 4:3-4 nero” é uma construção social; acreditam que não
S 27/10 Gl 3:28 é o fator biológico que define se somos homens
S 28/10 Cl 3:18-19 ou mulheres, mas, sim, a criação que recebemos.
O que a Bíblia tem a dizer sobre isso? O estudo
de hoje está fundamentado em Gênesis 2:18-25.
Neste texto, além da descrição detalhada sobre a
formação da mulher, distinguindo os dois gêneros,
PÔR DO SOL está também evidenciada a descrição da vontade
Sexta-feira, 27/10 – 18h18 de Deus sobre a composição da família, com pai
Sábado, 28/10 – 18h18
e mãe, e também do casamento, entre homem e
mulher. Vamos ao estudo!
A masculinidade e a feminilidade são caracterís-

para ouvir o podcast desta lição. ticas estabelecidas por Deus ao ser humano. São
claramente definidas na Bíblia e biologicamente in-
dicadas. Assim, os gêneros são distintos e as dife-
renças podem ser vistas, inclusive, em relação aos
Ou acesse goo.gl/5VJ8AQ 30 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

papéis de cada um, no contexto do diferentes em sua formação bioló-
casamento. Contudo, ao mesmo gica, cognitiva e social”2.
tempo, homem e mulher são iguais, Não há, no relato bíblico, espaço
em termos de valor e importância. para a ideia de um terceiro sexo ou
Analisaremos todos esses desdo- gênero. Nesse sentido, a convicção
bramentos, a seguir. bíblica está alinhada com a comprova-
1. A criação dos gêneros: “Não ção científica3 que atesta que “a partir
é bom que o homem esteja só”. de 12 semanas do feto, a genitália ex-
Essa foi uma constatação do próprio terna adquire as características pecu-
Deus (Gn 2:18). Para o Criador, a so- liares ao sexo genético do bebê”, isto
lidão não é boa; portanto, o homem é, nascemos com um gênero.
não deveria ficar sozinho. Deus sa- 2. O propósito dos gêneros:
bia exatamente o que fazer; porém, Após criar a mulher, Deus a apre-
fez todas as criaturas vivas passarem sentou ao homem (Gn 2:22). Dessa
diante do homem para ver como forma, Deus estabelece sua vonta-
este as chamaria (Gn 2:19-20). de, através de uma união heteros-
Adão viu que todos os animais es- sexual, instituindo o primeiro casa-
tavam em pares, mas ele mesmo es- mento, unindo homem e mulher.
tava sozinho (Gn 2:20). Fica claro que Este é um dos aspectos do propó-
“Deus quis que ele aprendesse por sito dos gêneros: a união. São dois
si mesmo que nenhuma auxiliadora diferentes que se completam.
tão adequada quanto a mulher seria É por essa razão, diz o texto, que
encontrada”1 entre outros seres. o homem deixará pai e mãe e se
Então, não sabemos exatamente unirá à sua mulher, e eles se torna-
como, mas Deus formou a mulher rão uma só carne (Gn 2:24). Essa
a partir da costela do homem (Gn instrução parece sem sentido, já
2:21,22). Moldou-a com suas pró- que o primeiro casal não poderia
prias mãos. O que sabemos é que imaginar o que seria “deixar pai e
Adão ficou boquiaberto com o que mãe”. Contudo, devemos enten-
viu (Gn 2:23). der isso como “uma palavra final,
De acordo com as Escrituras, resumida e orientadora de Deus
estes são os dois gêneros criados sobre o casamento”4 e a consti-
por Deus: o gênero masculino e o
gênero feminino. Deus criou um ca- 2. Braumer (2016:66)
sal: “dois seres da mesma espécie, 3. Embriologia. Disponível em <http://vi-
vianemarques.com.br/aulas/fissurados/EM-
BRIOLOGIA_FISSURADOS.pdf>. Acesso
em 30 out. 2014
1. Thompson (2015:154) 4. Braumer, op. cit., p.67
tuição da família: ambos formados 3. A ideologia de gêneros:
por um gênero masculino e outro Contrariando tudo que estudamos
feminino, podendo gerar vida. até aqui, nas últimas décadas, tem
A palavra “unir” (hb. Dabaq) “sig- ganhado força um conjunto de
nifica aderir, colar, está ligada a ideia ideias chamado de “ideologia de
de ‘soldagem’”,5 indicando que gêneros”. Entres seus defensores,
qualquer tentativa de rompimento estão membros de movimentos
teria sérias consequências. Portanto, feministas e pessoas que buscam
podemos afirmar que o casamento, filosoficamente justificar práticas
no plano de Deus, é uma união vi- homossexuais e comportamentos
talícia, monogâmica e indissolúvel, sexuais diversos.
entre um homem e uma mulher. Essa ideologia faz uma distinção
Ao instituir o casamento entre entre “sexo” e “gênero”. O sexo
um homem e uma mulher, Deus ga- refere-se, principalmente, à biologia
rante a complementariedade para sexual (macho e fêmea, biologica-
o casal. As diferenças complemen- mente), enquanto o gênero está li-
tares não são apenas de ordem gado à identidade sexual da pessoa,
biológica, mas envolvem elemen- a como ela se vê ou como decidiu
tos característicos da natureza do expressar a sua sexualidade. Desse
homem e da mulher, “para fortale- modo, os “sexos” são, basicamente,
cer a interdependência entre eles e dois, mas os “gêneros” são múlti-
refletir a glória de Deus”.6 plos, devido às possibilidades e ex-
Apesar disso, o homem e a mu- periências de sexualidade diversas.
lher são iguais em valor e posição Enquanto a Bíblia afirma exis-
diante de Deus;7 são iguais em sua tirem apenas dois gêneros, mas-
natureza essencial, criados ambos culino e feminino, aqueles que
à imagem e semelhança de Deus, acreditam nessa ideologia afirmam
com os mesmos privilégios. Mas não existir uma imensidão de opções:
são idênticos: têm sensibilidades e héteros, gays, lésbicas, travestis,
percepções diferentes; tem, ainda, transgêneros, bigêneros etc. Para
habilidades peculiares para desem- que você tenha uma ideia, o Face-
penhar papéis diferentes na família e book, atualmente, oferece 56 pos-
na sociedade, tanto por razões natu- sibilidades de gêneros para os seus
rais quanto por razões culturais. usuários. Porém, a lista de opções
é ainda maior. Tudo isso para legiti-
5. ibidem, p. 68
mar práticas que a Bíblia considera
6. Severa (2014:34) pecaminosas (Lv 18:20,22,23; Rm
7. idem 1:21-27; 1 Co 6:9-11; 1 Ts 4:3-4).

A principal afirmação dos que formação do homem e da mulher.
defendem a ideologia de gêneros Assim, define os gêneros masculi-
é que “ninguém nasce menino ou no e feminino, e isso é uma ques-
menina”. Todos nascem iguais. Di- tão ligada à natureza, à própria
zem que essa questão de ser mas- biologia, à fisiologia.
culino ou feminino é uma constru- A ideologia de gênero tenta
ção social e cultural, ou seja, é a anular a fórmula usada pelo pró-
sociedade que impõe às pessoas prio criador: homem e mulher os
a cultura da heterossexualidade criou. Ataca diretamente a ideia
como um padrão de comporta- da família tradicional criada por
mento. Eles lutam contra essa ideia, Deus; ignora os fatores biológicos,
que, na verdade, é bíblica. Para transformando fatos numa ques-
essa ideologia, não se deve dizer à tão de ideologia e construção so-
criança o que ela é (menino ou me- ciocultural.
nino), mas, sim, dar-lhe a chance de Acreditamos que a Palavra de
conhecer as opções, para que ela Deus é suficiente e taxativa, mas
mesma decida, no futuro. podemos recorrer aos estudos
Essa ideologia defende não ha- científicos, que indicam haver “di-
ver um vínculo essencial entre a ferenças biológicas entre os gêne-
forma sexual do corpo da pessoa ros, determinantes no papel, ca-
e os desejos sexuais presentes em racterísticas e interesses sociais e
sua mente, ficando o indivíduo culturais de homens e mulheres”.8
completamente livre para decidir Vimos, até aqui, que é de Deus
de que maneira deseja expres- a ideia e a criação dos gêneros:
sar a sua sexualidade. Assim, se masculino e feminino. Esses gêne-
uma pessoa que, biologicamente, ros nos acompanham desde nosso
nasceu com o sexo masculino, se nascimento, não sendo construí-
identifica com o papel feminino, dos ao longo da vida. Também
deve ser socialmente reconhecida é do próprio Deus a ideia de unir
como uma mulher. em casamento esses dois gêneros,
Em suma, o padrão bíblico dos para se complementarem na vida,
gêneros é renegado. Na ideologia constituírem família e, juntos, cum-
de gêneros, a ideia tradicional de prirem os propósitos de Deus para
família é retrógrada, opressiva e o ser humano.
deve ser abandonada. Contudo,
não há como negar o que está
escrito na Bíblia e inscrito na na- 8. O paradoxo da igualdade. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=G0J9K-
tureza humana. Deus deixa clara a ZVB9FM. Acessado em 22/07/2017.
01. De acordo com o item 1 e Gn 1:27, 2:21,22, quantos e quais são
os gêneros criados por Deus?
02. Com base em Gn 2:22-25, quais são os propósitos da criação da

mulher e a distinção dos dois gêneros? Fale sobre a instituição do
casamento pelo próprio Deus.
03. Com base nos últimos parágrafos do item 2 e em Gn 2:23, fale sobre
algumas diferenças complementares dos gêneros criados por Deus.
04. Leia o item 4 e fale o que você sabe sobre a “ideologia de

gênero”. Como ela tem afetado a sociedade? O que a Bíblia nos
ensina sobre isso? Baseie-se em Lv 18:22,23; Rm 1:21-27; 1 Co 6:9-
11; 1 Ts 4:3-4.
1. Deus fez os gêneros masculino e feminino distintos em atributos.

Ao ver que o homem estava só teja só; eu lhe farei uma ajudadora
e incompleto, Deus decidiu criar a que lhe seja adequada. A ideia de
mulher. Em Gênesis 2:18, ele dis- “apoio” ou “ajuda”, presente no
se: Não é bom que o homem es- texto, mostra que o sucesso está na

força conjunta.9 Embora a ideolo- Homem e mulher foram feitos
gia de gênero tente anular a figura distintos pelo Criador, para que se
do homem e da mulher, Deus deu completassem (Gn 2:23). Contudo,
a Adão aquela que lhe completava vivemos numa cultura contami-
ou a parte que lhe faltava.10 A mas- nada por pensamentos e atitudes
culinidade e a feminilidade são dis- machistas e feministas. Na verda-
tintas em atributos: caraterísticas de, enquanto homens e mulheres
físicas, biológicas e psicológicas. lutarem entre si, em busca da satis-
fação dos desejos de cada gênero,
9. Braumer, op. cit., p.64 em detrimento do outro, estarão
10. ibidem, p.66 distantes da vontade de Deus.
05. A sociedade na qual você vive é machista ou feminista? Cite

alguns exemplos práticos.
2. Deus fez os gêneros masculino e feminino iguais em importância.

Jesus reuniu em torno de si ho- Considerando as diferenças, em
mens e mulheres e envolveu-os em termos de características físicas, bio-
seu ministério. O apóstolo Paulo lógicas e psicológicas, homem e mu-
declarou que, em Cristo, não há ho- lher são iguais em valor e posição,
mem nem mulher, porque todos vós diante de Deus. Ambos têm direito
sois um em Cristo Jesus (Gl 3:28). O a espaço na sociedade, na igreja e
apóstolo Pedro afirma aos maridos na família, devendo ser valorizados
que as mulheres são herdeiras con- e respeitados como seres criados à
vosco da graça da vida (1 Pd 3:7). imagem e semelhança de Deus.
06. De que forma, mesmo considerando as diferenças de cada

gênero, você vê a igualdade de ambos, em termos de posição e
valor diante de Deus?
DESAFIO DA SEMANA
O desafio desta semana consiste em conversar com sua famí-

lia sobre a criação dos gêneros por Deus. Se você tem cônjuge,
conversem sobre como Deus planejou, em detalhes, a criação do
homem e da mulher para a parceria, o companheirismo e a comple-
mentação entre ambos.
Se você é pai ou mãe, seu desafio é chamar seus filhos para
essa conversa bíblica e esclarecedora. Converse com eles sobre
a tentativa dos defensores da ideologia de gênero de combater a
instituição criada por Deus e introduzir a homossexualidade na so-
ciedade e na família. Também você, que é solteiro, não deve deixar
de conversar com seus pais e amigos sobre esse assunto.
Não esqueçamos que, para nós, a Palavra de Deus sempre pre-
valecerá sobre quaisquer construções ideológicas do nosso tempo.
Não devemos nos conformar com o mundo.
Domingo 22/10 1Ts 1 Is 11-13 Sl 112

Segunda-feira 23/10 1Ts 2:1-16 Is 14-16 Sl 113
Terça-feira 24/10 1Ts 2:17-3:13 Is 17-19 Sl 114
Quarta-feira 25/10 1Ts 4 Is 20-22 Sl 115
Quinta-feira 26/10 1Ts 5 Is 23-24 Sl 116
Sexta-feira 27/10 2Ts 1 Is 25-26 Sl 117
Sábado 28/10 2Ts 2 Is 27-28 Sl 118

MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO DO RETORNO
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, Deus promete voltar para seu
povo, especialmente para as gerações pós-exílio, quando o templo e a adoração
seriam restaurados e a mais importante e poderosa promessa de Deus teria seu
cumprimento na história. Para tanto, Deus providenciou um mensageiro, que pre-
pararia o coração dos homens, a fim de que seu retorno glorioso fosse exitoso.
O mensageiro declarou: Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jeru-
salém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um
jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta (Zc 9:9).
A vinda de Jesus à Terra, pela primeira vez, em carne, foi plano de Deus Pai
para salvar os homens, que, por sua vez, o buscam e o desejam, uma vez que há
um vazio imenso em seus corações. É o próprio Deus quem afirma essa realidade
espiritual, por meio de seu mensageiro: Eis que eu envio o meu mensageiro, que
preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor,
a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele
vem, diz o SENHOR dos Exércitos (Ml 3:1).
O mensageiro era João, o Batista, conforme o próprio Jesus (Mt 11:12-14).
João fez seu trabalho perfeito, e Jesus pôde cumprir a sua missão de restaurar os
pecadores. Hoje, quem será o mensageiro de Jesus para o coração dos homens
que o buscam e o desejam, mas ainda não o encontraram? Aos pecadores que
ainda estão destituídos da glória de Deus, quem será o mensageiro do retorno do
Senhor aos seus corações? Jesus quer entrar no coração das pessoas e dar-lhes
paz, justiça e salvação. Para tanto, precisa de você como mensageiro. Ele pode
contar com você?

CNPJ: 62.678.412/0001-32
4 DE NOVEMBRO DE 2017 Hinos – Inicial: HBJ 275 • Final: HBJ 354
5
A composição
humana
OBJETIVO TEXTO-BASE
Estudar sobre a Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó
composição humana,
esclarecendo que da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida,
homem e mulher são e o homem passou a ser alma vivente. (Gn 2:7)
seres integrais, uma alma
vivente, e mostrando as
implicações disso para a
vida cristã. INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA Neste trimestre, estamos estudando as dou-

D 29/10 Gn 2:7 trinas da Bíblia ligadas à humanidade. Até aqui,
S 30/10 Jó 14:19; Gn 3:19
pudemos analisar algumas lições sobre a criação
T 31/10 At 17:25
do homem, seu propósito, sua identidade e seus
Q 01/11 Sl 146:4
Q 02/11 Ec 9:10, 12:7 gêneros. Hoje, estudaremos sobre a sua composi-
S 03/11 1 Ts 5:23 ção, um assunto fundamental para o nosso cresci-
S 04/11 Rm 6:19 mento espiritual.
Não é difícil nos depararmos com sucessos da
dramaturgia e do cinema, que trazem, em seu en-
redo, o ensino de que a alma é um ser imortal e dis-
tinto do corpo. Como se não bastasse, essa ideia
PÔR DO SOL é também alimentada por diversos pregadores, li-
Sexta-feira, 03/11 – 18h22 vros e vídeos cristãos. A lição de hoje nos ajudará
Sábado, 04/11 – 18h22
a entender o que a Bíblia diz sobre esse assunto.
O homem é um ser integral ou holístico. O que

isso quer dizer? O holismo é o campo do saber “que
para ouvir o podcast desta lição. prioriza o entendimento integral dos fenômenos”.1
Quando afirmamos que o ser humano é integral ou
1. Pequeno dicionário Houaiss da língua portuguesa (2015:512)
Ou acesse goo.gl/8DeTVa 38 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

holístico, estamos dizendo que ele de Deus. Fomos criados à imagem
não é dividido em partes, mas que e semelhança do Criador, mas o
é uma unidade. Ele é composto por material a partir do qual fomos for-
alguns elementos, e, na ausência de mados revela a nossa fragilidade. O
um destes, não é mais um ser huma- pó da terra é perecível; facilmente
no: desfaz-se e deixa de existir. Veja- se dissolve na água (Jó 14:19).
mos isso na Bíblia. Por que Deus formou a sua obra-
1. A constituição material do ser -prima justamente do pó da terra,
humano: O ser humano, dentre toda um elemento tão frágil? Talvez, para
a criação, foi criado de maneira pecu- que o ser humano não se entregue à
liar pelo Senhor. Ao criar o céu, a terra soberba e esqueça o propósito para
e tudo o que há neles, com exceção o qual foi criado: Eu os criei para a
do ser humano, Deus o fez simples- minha glória; eu os formei, sim, eu
mente por meio da sua palavra: ... os fiz (Is 43:7). Cientes da nossa fra-
haja luz; haja firmamento no meio das gilidade, devemos glorificar a Deus.
águas; apareça a porção seca; produ- Qualquer glória destinada a nós é vã.
za a terra relva, ervas que deem se- 2. A constituição imaterial do
mente e árvores frutíferas; produza a ser humano: Como vimos, o ser hu-
terra seres viventes (Gn 1:3,6,9,11,24). mano é constituído da parte material
Quanto à criação do ser humano, e física. Após ter cometido pecado,
o texto sagrado diz o seguinte: Então, Adão ouviu do Senhor as seguintes
formou o SENHOR Deus ao homem palavras: No suor do rosto comerás o
do pó da terra (Gn 2:7a). Diferente- teu pão, até que tornes à terra, pois
mente das demais coisas criadas, o dela foste formado; porque tu és pó
ser humano foi formado por Deus. O e ao pó tornarás (Gn 3:19).
termo formar (hb. yatsar), que apare- A nossa massa corpórea, entre-
ce no texto, tem o sentido de moldar, tanto, não é tudo o que constitui o
dar forma, como o oleiro faz um vaso. nosso ser. O texto de Gênesis 2:7
O texto mostra não somente o explica: Então, formou o SENHOR
modo como Deus criou o ser hu- Deus ao homem do pó da terra e lhe
mano, mas também o material que soprou nas narinas o fôlego de vida.
utilizou para isso: o pó da terra (hb. O corpo humano, moldado a partir
‘ãphãr). A ideia desse termo é de do pó da terra, não pode funcionar,
poeira, grãos finos e secos de terra. se não receber o fôlego de vida.
Foi esse o elemento utilizado por A expressão “fôlego de vida” (hb.
Deus para construir o corpo humano. nishimat) significa respiração e espí-
O modo como o ser humano foi rito. É sopro da vida; é o elemento
criado revela que ele é a obra-prima imaterial que constitui o nosso ser
(At 17:25). Devemos atentar para do filosófico grego, que vê o corpo
dois aspectos importantes acerca como uma prisão para ela.3 Em Ma-
desse elemento: o primeiro é a sua teus 10:28, por exemplo, a palavra
função. O fôlego de vida ou espíri- “alma” diz respeito à própria vida.
to foi-nos dado por Deus para ter- Não devemos temer quem pode ter-
mos vida; contudo, não é o agente minar com nossa vida terrestre, mas,
da vida, mas apenas o instrumento. sim, àquele que, diante da vida que
Deus é quem o sopra nas narinas levamos, pode nos condenar ao infer-
do ser humano. Deus é a razão da no, que é a morte eterna (Ap 20:13).
nossa existência. Muito mais do que A segunda teoria é a tricotomia (gr.
isso, é ele quem nos mantém vivos; tricha, “em três”; temnein, “cortar”),
não somente nós, mas todas as de- segundo a qual o ser humano é dividi-
mais coisas criadas (Cl 1:17). do em três partes distintas. De acordo
O segundo aspecto é a sua limita- com os tricotomistas, Paulo afirmou
ção. O espírito, fôlego de vida, é li- isso, em 1 Tessalonicenses 5:23a: O
mitado ao corpo; não existe por si só mesmo Deus da paz vos santifique
(Ec 9:10, 12:7). Separado do corpo, em tudo; e o vosso espírito, alma e
o espírito humano não tem o poder corpo. Porém, aqui, Paulo apenas su-
de vaguear no espaço, conversar gere que o ser humano é uma unida-
com pessoas ou dar notícias de ou- de e, assim, deve viver em obediência
tro mundo. Assim como o corpo não com todo o seu ser (1 Pd 1:15).
existe sem o fôlego de vida, este Se a composição humana não é
também não existe sem o corpo. dicotômica (corpo e alma), nem tri-
3. A constituição integral do ser cotômica (corpo, alma e espírito), o
humano: Quando se trata de com- que, de fato, ela é? A Bíblia mostra
posição humana, não há unanimida- que é holística ou integral. Com re-
de no meio cristão. A maioria crê em, lação a essa integralidade humana,
pelo menos, duas teorias. A primeira a água é uma boa ilustração. Como
delas é a dicotomia (gr. dicha, “em sabemos, a fórmula da água é H2O,
dois”; temnein, “cortar”).2 Segundo o que significa que sua molécula é
essa teoria, corpo e alma são elemen- composta por dois átomos de hi-
tos distintos, sendo que a alma pode drogênio e um de oxigênio. Se fal-
existir sem o corpo, pois é imortal. tar um destes elementos, ela deixa
Entretanto, na Bíblia “alma” (gr. de ser água. Do mesmo modo, o
psyche) nada tem a ver com o senti- ser humano é composto por alguns
2. Elwell (2009:465) 3. Allen (1986:177)

elementos, e, na ausência de um integralmente é uma alma. Logo,
destes, ele deixa de ser um ser hu- ela não é um “espírito”, no sentido
mano, simplesmente se desfaz. de ser “fantasma” que pode viver
O texto de Gênesis 2:7 clara- conscientemente separado do cor-
mente diz que o Criador formou po. Ela também não é imortal.
um corpo, a partir do pó da terra, Há, na Bíblia, diversos textos
e que, após soprar-lhe o fôlego de que se referem à alma como um
vida, ele se tornou alma vivente. ser integral. Eis alguns deles: Com
Então, esta é a fórmula da compo- setenta almas teus pais desceram
sição humana: corpo + espírito/fô- ao Egito (Dt 10:22a); ... a alma que
lego de vida = alma vivente. Assim, pecar, essa morrerá (Ez 18:4); Pois
a alma é a fusão entre o corpo e o que aproveita ao homem ganhar o
fôlego de vida. mundo inteiro e perder a sua alma?
Desse modo, é incorreto dizer (Mt 16:26a); ... naquele dia agre-
que o ser humano tem uma alma, garam-se quase três mil almas (At
pois, pela Escritura, a alma não é 2:41). A seguir, veremos algumas
uma entidade separada do corpo, lições práticas, a partir do estudo
mas é o nosso ser. O ser humano de hoje.
01. Leia Gn 2:7; o item 1, e responda: Como o ser humano foi

formado por Deus e que diferença há nisso, para os demais seres
vivos? Qual é o elemento material que compõe o ser humano?
02. Como Gn 2:7 explica a constituição imaterial do ser humano?

O que acontece com o espírito ou fôlego, depois da morte? Leia
também Sl 146:4; Ec 9:10, 12:7; At 17:25, e o item 2.
03. Com base no item 3, explique as teorias da dicotomia e

tricotomia. Como podemos explicar Mt 10:28 e 1 Ts 5:23?
04. De acordo com Gn 2:7 e o item 3, o ser humano é um ser
holístico ou integral. O que isso significa? Em que sentido a água
ilustra a integralidade humana? Baseie-se também em Dt 11:22a;
Ez 18:4; At 2:41.
1. Santifique-se integralmente.
Saber que somos seres inte- Evitemos também utilizar nossos
grais fortalece a ideia de que membros para o pecado (glutonaria,
precisamos ter bastante cuidado prostituição, promiscuidade, homos-
com toda a nossa vida. Na área sexualidade, roubo, violência, cor-
da mente, devemos combater rupção, adultério etc. Nosso corpo é
os pensamentos pecaminosos e templo de Deus (1 Co 3:16). Devemos
ruins, que nos desestimulam a cuidar dele, tendo vida santificada,
santificar e desfrutar a vida. Ao atividades devocionais (jejum, oração,
invés de cultivar os pensamentos leituras da Bíblia), exercícios físicos e
pecaminosos, devemos cultivar boa alimentação. Enfim, vivendo para
os bons (Fp 4:8). a glória de Deus (1 Co 10:31).
05. Na sua opinião, qual seu maior desafio para viver em santidade,
no que diz respeito aos seus pensamentos e ao seu corpo?
2. Evangelize integralmente.
Pensar no ser humano de ma- agora, buscando atender as neces-

neira integral faz-nos pregar um sidades físicas dos que precisam;
evangelho integral, não somente afinal, o evangelho não é pregado
pensando na eternidade, do céu e apenas para a consciência humana,
da nova terra, onde todas as nos- mas para toda a sua existência.
sas necessidades serão supridas, Como Jesus, devemos levar a
mas também pensando no aqui e palavra do reino e o pão que ali-

menta o corpo (At 10:38). Assim todos quantos pudermos ajudar
como os apóstolos, devemos nos (At 6:1-6). Como disse Paulo: Por
preocupar com a palavra e a ora- isso, enquanto tivermos oportu-
ção, mas também com os neces- nidade, façamos o bem a todos,
sitados e fragilizados, da comuni- mas principalmente aos da família
dade cristã na qual vivemos e de da fé (Gl 6:10).
06. Fale sobre o desafio de pregar a Palavra de Deus e suprir as

necessidades das pessoas de maneira equilibrada.
DESAFIO DA SEMANA
Neste estudo, aprendemos que o ser humano é holístico, inte-

gral: uma alma vivente, isto é, a fusão do corpo com o fôlego de
vida. Diante disso, não vale o ditado: “Deus só quer o coração”.
Este provérbio popular é entendido de maneira equivocada, como
se Deus não levasse em conta o que praticamos com o corpo.
Nosso desafio é refletir sobre nossas práticas em relação ao corpo.
Reflita em momentos de oração. Além disso, podemos verificar se al-
guém, na igreja, perto de nós, fora dela, precisa de alguma ajuda ma-
terial. Certamente que sim. Após tal levantamento, mova ações para
ajudar os necessitados. Santifique-se e pregue de modo integral.
Domingo 29/10 2Ts 3 Is 29-30 Sl 119:1-32

Segunda-feira 30/10 1Tm 1 Is 31-33 Sl 119:33-64
Terça-feira 31/10 1Tm 2 Is 34-35 Sl 119:65-96
Quarta-feira 01/11 1Tm 3 Is 36-37 Sl 119:97-120
Quinta-feira 02/11 1Tm 4 Is 38-39 Sl 119:121-144
Sexta-feira 03/11 1Tm 5:1-20 Jr 1-2 Sl 119:145-176
Sábado 04/11 1Tm 5:21-6:21 Jr 3-4 Sl 120
MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO QUE REDIME
A palavra Jesus significa “Salvação” ou “Deus é salvação”. É em Jesus que está

toda a esperança de redenção, como declararam os discípulos: E nós esperáva-
mos que fosse ele o que remisse Israel (Lc 24:21). E Paulo garante que é somente
em Jesus que temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos peca-
dos (Cl 1:14). Todas as promessas de redenção descritas no Antigo Testamento
são cumpridas em Jesus, que se tornou o evangelho de Deus em carne.
O evangelho é, em essência, redenção, porque Jesus se deu a si mesmo por
nós para nos remir de toda a iniquidade (Tt 2:14). A redenção não está em nossas
boas obras ou nosso bom comportamento, tampouco em nossa devoção reli-
giosa; não está, também, em nossas conquistas materiais, nem em nosso valor
pessoal. A nossa redenção está em Jesus. E é uma redenção segundo as riquezas
da graça de Deus, isto é, uma redenção abrangente, completa e eterna (Hb 9:12).
Os sacerdotes apresentavam animais no altar; Deus apresentou o seu próprio
Filho como o Redentor. Agora, é a vez de os redimidos apresentarem o Redentor
aos não-redimidos; dizer-lhes que o sangue de Jesus até hoje redime, restaura,
cura; falar-lhes que o sangue de Jesus os torna justos, prósperos, abençoados;
proclamar que, por causa do sofrimento, das feridas de Jesus, tudo agora pode
ir bem, pois, através de Cristo Jesus, temos acesso ao céu! O acesso ao Pai está
livre! Vamos pregar a redenção?

CNPJ: 62.678.412/0001-32

6
Quem é a
serpente?
OBJETIVO TEXTO-BASE
Ajudar o estudante da Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais
Bíblia a entender sobre
o opositor do ser humano, selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse
por meio da análise à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis
bíblica acerca de sua de toda árvore do jardim? (Gn 3:1)
identidade, sua estratégia
e seu legado.
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 05/11 Gn 3:1-7 Não estamos sozinhos no mundo. Desde o
S 06/11 Is 14:12-15
início de sua existência, a humanidade usufruiu
T 07/11 Ez 28:12-16
Q 08/11 Jo 8:44; Mt 4: da companhia divina. De modo frequente, Deus
Q 09/11 1 Pd 5:8 se comunicava com o primeiro casal e o orienta-
S 10/11 Ap 12:7-9 va acerca de como proceder para ter uma vida
S 11/11 Ap 20:2,10 feliz (Gn 1:29, 3:3,8). Contudo, a essa altura, ha-
via também a presença e a atuação de Satanás
no mundo.
Adão e Eva tiveram de lidar com um opo-
nente extremamente sagaz e perigoso. Usando
PÔR DO SOL uma serpente, Satanás ludibriou o primeiro ca-
Sexta-feira, 10/11 – 18h26 sal (Gn 3:6). Se Deus nos fez humanos, Satanás
Sábado, 11/11 – 18h27
contribuiu para que nos tornássemos pecadores.
O nosso adversário atuou no Éden, e continua
agindo em nosso tempo. Quem é ele? É o que
veremos no estudo de hoje.
Escaneie o código abaixo I. ENTENDENDO A DOUTRINA

Um leitor iniciante da Bíblia pode ficar intrigado

ao ler o livro de Gênesis, ao ver aparecer, de repen-
te, no capítulo 3, aquela cobra falante, que induziu o
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ser humano ao pecado. Quem esta- Co 11:14). A Escritura o chama de
va por trás daquela serpente? Certa- “adversário”, o dragão, a antiga
mente, Satanás estava ali. O primei- serpente, que é o diabo, Satanás
ro casal não se deu conta da peri- (Ap 20:2 - grifo nosso). O nome
culosidade do ser maligno que usou “Satanás” significa: aquele que se
aquele animal. Saber quem é o ad- opõe ou adversário. Ele se finge de
versário e quais são suas artimanhas amigo, mas é nosso oponente. Ele
nos ajudará a resistir-lhe. Vejamos, a sorri pela frente, mas nos apunha-
seguir, a identidade, a estratégia e o la pelas costas. Satanás se opõe a
legado do nosso oponente. Deus e nos odeia, porque somos
1. A identidade do inimigo: O imagem e semelhança de Deus.
que a Bíblia diz a respeito do nos- Fazer o que ele quer é tornar-se ini-
so inimigo? Ele foi criado por Deus. migo do Criador.
No início, era bom e santo, mas se Outro nome pelo qual ele é co-
perdeu em sua soberba e se tornou nhecido é “diabo” (gr. diabolos),
maligno; rebelou-se contra o Cria- que significa acusador, difamador,
dor, pois, na vaidade de seu cora- maldizente.1 O diabo nos induz à
ção, tramava: Eu subirei ao céu; aci- queda, e, tendo conseguido esse
ma das estrelas de Deus exaltarei propósito, dispõe-se a acusar-nos.
o meu trono (Is 14:13). Por causa Ele é o acusador de nossos irmãos,
disso, foi expulso do céu, tornou-se o mesmo que os acusa de dia e de
enfurecido e inimigo de Deus. noite, diante do nosso Deus (Ap
Na Bíblia, ele não é chamado 12:10). Foi o acusador de Jó, e é
por nome próprio, mas por títulos pintado como se vagueasse pela
que se referem aos seus predica- face da Terra, espiando a fraqueza
dos. É chamado, por exemplo, de dos que buscam a Deus (Jó 1:6-11).
sedutor (Ap 20:10), por usar sua as- Ele é também chamado de “ten-
túcia para enganar as pessoas. Ele tador” (Mt 4:3; 1 Ts 3:5). É mestre
enganou Adão e Eva; porém, estes em criar situações que nos levam
não foram suas primeiras vítimas: a pecar e nos afastar de Deus. Por
muitos anjos se deixaram ludibriar isso, não devemos lhe dar brechas.
por sua sedução (Ap 12:4). Com A Bíblia o descreve como alguém
esse ser, todo cuidado é pouco. cheio de grande cólera, sabendo
Ele é o pai da mentira (Jo 8:44). que pouco tempo lhe resta (Ap
É preciso ter cuidado para não nos 12:12). Ele anda em derredor, ru-
iludirmos com a sua lábia. Por trás
de seu disfarce de luz, há um ser
maligno altamente destrutivo (2 1. Shedd (1995:87)

gindo como leão, procurando a 12:10). É seu intuito fazer que so-
quem possa tragar (1 Pd 5:8). framos condenação e não desfru-
2. A estratégia do inimigo: A es- temos dos benefícios que Cristo
tratégia tentadora usada por Sata- reservou para os santos. Suas acu-
nás, no intuito de fazer que os seres sações nos são lançadas com o
humanos pecassem contra Deus, propósito de nos destruir. O diabo
infelizmente, deu certo. O primeiro é acusador, mas não juiz. Ele pode
casal caiu facilmente na lábia dele. acusar, mas não condenar.
Para não cairmos também, analise- Outra estratégia que o nosso
mos a sua forma de atuar. Para nos oponente utiliza para nos afastar
afastar de Deus, Satanás lança mão de Deus é a perseguição. Não à
do engano. Com mentira, ele con- toa, o apóstolo João escreveu: ...
seguiu convencer Eva de que ela o diabo está para lançar em prisão
não morreria, caso comesse o fruto alguns dentre vós, para serdes pos-
proibido (Gn 3:4). Disse o que ela tos à prova (Ap 2:10). Quando esse
queria ouvir: ... como Deus, sereis apóstolo escreveu essas palavras,
conhecedores do bem e do mal estava preso na Ilha de Patmos. Sa-
(Gn 3:5). Tudo mentira! O pecado tanás sabe que, diante do horror da
não traz vida, mas morte. Ninguém prisão ou do medo da morte, mui-
pode ser como Deus; jamais o ser tas pessoas desistem de Deus. Se
humano alcançará essa proeza. não estivermos firmes e convictos,
Também faz parte da estraté- podemos fazer o mesmo.
gia do maligno a astúcia. Ele sabe 3. O legado do inimigo: A mal-
usar a comunicação em favor do dade é o legado que Satanás dei-
mal. Põe as “palavras certas” no xou no mundo. Ele induziu Adão e
momento certo. Assim, ele nos Eva ao pecado, que trouxe prejuí-
faz acreditar que o fruto proibido zos gravíssimos à humanidade e à
é bom e não faz mal; o adultério toda criação (Gn 3:14-19; Rm 5:12).
passa a ser visto como afirmação Sobre a origem da maldade no
de virilidade; a corrupção como mundo, algumas verdades devem
indicativo de sucesso; a rebeldia ser ditas neste estudo.
como sinônimo de independência; Em primeiro lugar, o inimigo trou-
a incredulidade como sinônimo de xe a maldade ao mundo por conta
inteligência, etc. da sua ambição pelo poder. Antes
Para nos separar de Deus, o de a maldade invadir a história hu-
diabo também lança mão da acu- mana, aquele que é, hoje, o nos-
sação. De fato, ele se porta como so adversário era um querubim da
o acusador de nossos irmãos (Ap guarda, ungido, perfeito em seus
caminhos (Ez 28:14-15); era uma suas posições de autoridade, mas
bela criatura, chamada de estrela da abandonaram sua própria morada
manhã, de acordo com Isaías 14:12. (Jd 6). Deus não os deixou impu-
Mas Deus encontrou, no cora- nes. Ele derrotou o príncipe das
ção desse querubim, iniquidade trevas, lançando-o por terra (Ez
(Ez 28:15). Ele passou a afirmar: ... 28:17). Aos anjos rebeldes, Deus
subirei acima das mais altas nuvens os entregou a abismos de trevas,
e serei semelhante ao Altíssimo (Is reservando-os para juízo (2 Pd 2:4).
14:14). Passou a desejar o trono de Deus não pode ser destituído do
Deus. Não se contentava em servir, seu trono. De fato, os seus inimi-
mas queria ser servido. Não queria gos se levantam para cair.
seguir ordens; queria dar ordens. Em terceiro lugar, Satanás trouxe
Assim começou o seu processo de a maldade ao mundo por conta de
queda. Ele se tornou um ser ma- suas palavras enganosas. Ele men-
ligno e faria a maldade alastrar-se tiu para Eva, dizendo-lhe que não
para outros seres. morreria, caso desobedecesse à
Em segundo lugar, o diabo trou- ordem de Deus e que se tornaria
xe a maldade ao mundo por conta como o Criador (Gn 3:4,5). Ela e
de sua atitude rebelde. Suas ações seu marido comeram do fruto que
são marcadas por um desejo de Deus proibira, e o pecado e a mal-
independência e autonomia com dade entraram no mundo.
relação ao Criador. É como se dis- Não é Deus o culpado das atro-
sesse: “Eu não preciso dele”. Essa cidades desta vida. Ele sempre
atitude está presente na essência quis o nosso bem e nos orientou
de todo ato pecaminoso. O peca- a agirmos de modo correto, para
do de Satanás foi como um vírus não sofrermos. Infelizmente, a hu-
contagioso. Esse ser tornou-se ga- manidade aprendeu com o diabo
nancioso e colocou em prática um a desobedecer, mentir, afrontar a
plano maligno, no intuito de desti- Deus, e, hoje, sofre a consequên-
tuir do trono o Criador. cia desse legado pecaminoso. A
Nisto enganou grande quantida- seguir, dois princípios nos ajudarão
de de anjos, que não conservaram a vivenciar a Palavra.
01. Com base no item 1 e em Ez 28:14; Ap 12:10, 20:2,10, responda:

O que a Bíblia diz sobre a identidade do nosso oponente?

02. Como age o nosso adversário, no intuito de nos afastar de Deus?
Responda, após ler o item 2 e os textos de Gn 3:4,5; Ap 2:10, 12:10.
03. Comente em classe sobre o legado terrível que Satanás deixou

no mundo. Fale ainda a respeito da ambição de poder dele. Recorra
ao item 3 e a Ez 28:14-15.
04. Para trazer a maldade ao mundo, o diabo também usou a

rebeldia e a mentira. Comente sobre esse legado pecaminoso que
ele deixou para humanidade. Leia Gn 3:4,5; 2 Pd 2:4; Jd 6.
1. A antiga serpente é mentirosa: não acredite em suas palavras!

O diabo não trabalha com a ver- o contrário: É certo que não mor-
dade. A Bíblia diz que ele é o “pai rereis (Gn 3:4).
da mentira” (Jo 8:44). Para conse- A mulher acreditou na serpente
guir o que quer, a antiga serpente e passou a imaginar que a árvore
manipula as pessoas com o vene- proibida era boa para se comer,
no do engano. Acerca do fruto, agradável aos olhos e árvore de-
Deus havia dito: ... no dia em que sejável para dar entendimento (Gn
dele comeres, certamente morre- 3:6). Com suas palavras de engano,
rás (Gn 2:17). Mas a serpente disse o diabo faz as pessoas crerem que o
pecado á algo bom. Muitos são os dos por Satanás. Desconfie de qual-
que ignoram a palavra do Senhor e quer ensino contrário aos princípios
se voltam para os enganos proferi- divinos. Não acredite na serpente.
05. Em algum momento da sua vida, alguém o convenceu a fazer

algo errado, prometendo-lhe benefícios? O que fazer para não cair
nesse tipo de engano?
2. A antiga serpente é traiçoeira: não caia em suas armadilhas!

A serpente, ardilosamente, indu- nada do que a serpente havia pro-
ziu Eva ao pecado. Ela lhe disse algo metido se cumprira. “A serpente
como: “Deixa de bobagem, Eva, me enganou”, disse Eva. Satanás
nada vai acontecer! Esse fruto não lhe não é nosso amigo e não quer nos-
fará mal! Se você o comer, jamais mor- so bem. Ele nos oferece dinheiro,
rerá! Deus sabe que, se você o ingerir, fama, drogas. Mas o fim de tudo
será como ele”. Eva deu um voto de isso é morte. Não caia em suas
confiança às palavras da serpente: to- armadilhas! Não pratique os seus
mou o fruto e comeu e deu também ensinos! Acredite: o diabo existe,
ao marido e ele comeu (Gn 3:6). e ele não está de brincadeira; quer
Após comer o fruto que Deus fazer você cair e afastá-lo de Deus.
proibira, o casal percebeu que Fique alerta!
06. Você tem consciência de qual seja o seu ponto fraco (sexo,
dinheiro, orgulho etc.), a partir do qual Satanás pode lançar uma
tentação e fazer você cair?

DESAFIO DA SEMANA
A lição de hoje chegou ao fim. Nela, vimos o que a Bíblia diz so-
bre o nosso oponente, Satanás, e sobre o que ele é capaz de fazer
para nos afastar de Deus. Por isso, estudamos sobre sua identida-
de, sua estratégia e seu legado. O que fazer, mediante tudo que
analisamos, até aqui, neste estudo? Simples: vivenciar a palavra!
Você, que é estudante da Bíblia, deve tomar o máximo de cui-
dado para não se deixar levar pelos os enganos de Satanás, nem
praticar os seus ensinos. Portanto, esteja em constante vigilância.
Não se deixe enganar. Esteja atento à voz de Deus, na Escritura Sa-
grada. Não ignorar a voz de Deus previne-nos contra as investidas
do maligno.
Domingo 05/11 2Tm 1 Jr 5-6 Sl 121

Segunda-feira 06/11 2Tm 2 Jr 7:1-8:17 Sl 122
Terça-feira 07/11 2Tm 3 Jr 8:18-10:25 Sl 123
Quarta-feira 08/11 2Tm 4 Jr 11-12 Sl 124
Quinta-feira 09/11 Tt 1 Jr 13-15 Sl 125
Sexta-feira 10/11 Tt 2 Jr 16 Sl 126
Sábado 11/11 Tt 3 Jr 17-18 Sl 127
MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO E A
NOVA HUMANIDADE
O apóstolo Paulo estava em Roma, coração do império, de onde as principais

nações do mundo eram governadas. E era desse lugar, onde o imperador romano
era venerado como deus, que o apóstolo ensinava sobre o “novo Rei” (At 17:7). Isso
porque a mensagem do evangelho não exclui impérios, nem imperadores, posto ser
a oferta de salvação para todos os povos. O plano de Deus, anunciado incialmente a
Abraão, era abençoar todas as famílias da Terra, por meio do povo de Israel.
O evangelho põe fim à alienação e à opressão em que as nações se encontram,
criando um novo governo, uma nova ordem espiritual, uma nova humanidade,
uma só família, chamada igreja, reunida no Filho de Deus, em um governo univer-
sal, por que agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue
de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos
fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne
desfez a inimizade (Ef. 2:13-15).
Somos, portanto, como igreja de Deus, portadores da única obra pacificadora
capaz de levar paz aos corações humanos, que os reconcilia com Deus: a men-
sagem da cruz de Jesus, que não é um subproduto do evangelho, mas o cerne
dele. Logo, jamais devemos nos envergonhar de pregar o evangelho, pois só ele
é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. A nova humanidade
criada em Cristo Jesus precisa ser completada, e o Senhor da cruz conta com seus
seguidores para proclamar a salvação a todos os indivíduos do mundo, a começar
pelas pessoas que estão perto deles. Faça a sua parte! Seja missional, no lugar
onde vive!

CNPJ: 62.678.412/0001-32

7
A história
da queda
OBJETIVO TEXTO-BASE
Recordar o relato da Quando a mulher viu que a árvore parecia
queda narrado na Bíblia
Sagrada, refletindo sobre agradável ao paladar, era atraente aos olhos
como e quando tudo e, além disso, desejável para dela se obter
ocorreu, além das terríveis discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o
consequências que isso
trouxe a toda humanidade. deu a seu marido, que comeu também. (Gn 3:6)
LEITURA DIÁRIA
INTRODUÇÃO
D 12/11 Gn 2:16-17
S 13/11 Pv 14:12
Você já seguiu por um caminho que parecia, aos
T 14/11 Gn 3:1-1
Q 15/11 Gn 3:14-24
seus olhos, ser o melhor a seguir, mas, ao chegar ao
Q 16/11 1 Jo 3:4 final, viu que estava errado e sofreu as consequências
S 17/11 Rm 5:12 ruins de sua decisão? A Bíblia diz que há caminho que,
S 18/11 Is 59:2 para o ser humano, parece ser direito, mas o fim dele
é morte (Pv 14:12). Foi o que sucedeu com Adão e
Eva, no Jardim do Éden. Vamos estudar, nesta lição, as
consequências desastrosas da desobediência a Deus.
Hoje, vamos relembrar o relato da queda, des-
PÔR DO SOL crito em Gênesis 3, e observar como o primeiro
Sexta-feira, 17/11 – 18h31 casal desviou-se do caminho certo; como chegou
Sábado, 18/11 – 18h32
até a árvore do conhecimento do bem e do mal
e escolheu, ali, declarar independência de Deus.
Refletiremos sobre as trágicas consequências que
essa decisão trouxe para toda a humanidade.
Escaneie o código abaixo I. ENTENDENDO A DOUTRINA

O ser humano foi submetido a uma espécie de

teste, no jardim do Éden. O Criador não queria se
relacionar-se com os seres humanos de forma me-
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cânica: queria que o servissem de (Gn 3:1). A isso, a mulher respondeu
livre e espontânea vontade. Assim, prontamente: “Não! É só de uma
permitiu que escolhessem andar ou árvore que não devemos comer e
não com ele, continuar ou não sendo se dela comermos morreremos”.
seus filhos e seus amigos. Para tanto, O maligno, com suas investidas,
deu-lhes uma ordem: De toda árvore colocou, na mente de Eva, dúvidas
do jardim comerás livremente, mas em relação à palavra de Deus. Ele
da árvore do conhecimento do bem disse: “É mentira!” (...). Vocês não
e do mal não comerás; porque, no morrem não! (Gn 3:4). Como disse
dia em que dela comeres, certamen- Jesus, ele é mentiroso e homicida,
te morrerás (Gn 2:16-17). Atendendo desde o princípio (Jo 8:44). Suas
a essa ordem, os humanos sinaliza- palavras, no relato de Gênesis, são
riam com um “sim” para Deus. Mas carregadas de engano e distorção.
não foi isso que ocorreu. Eles deso- A queda nos mostra a tragédia
bedeceram! Escolheram acreditar na de dar ouvidos ao diabo e não a
proposta do diabo. Vejamos. Deus. É um caminho perigoso ou-
1. A trajetória da queda: O pe- vir o pai da mentira. Isso é um erro
cado de Adão e Eva, também cha- fatal. Satanás planta a dúvida no
mado de “pecado original”, não coração humano, apresenta Deus
aconteceu de uma hora para outra: como alguém que não é tão bom
houve um processo na queda, que assim, que sonega o conhecimen-
começou com um diálogo com o to e não deseja que os homens lhe
mal (Gn 3:1-3). Estranhamente, ve- sejam iguais; por isso, estaria proi-
mos um animal conversando com a bindo comer daquele fruto.
mulher. Sabemos que a serpente foi 2. A concretização da queda:
usada pelo mal. Na lição da sema- Pareceu tentadora a proposta da ser-
na passada, vimos quem estava por pente ao casal: serem iguais a Deus
trás dela: ... o grande dragão, a anti- (Gn 3:5). Perceba que se trata do
ga serpente, que se chama diabo e mesmo desejo que encheu o cora-
Satanás, o sedutor de todo o mundo ção de Satanás, antes de sua expul-
(Ap 12:7). E foi a essa estranha voz são do céu (Is 14:13-15). Essa mesma
que Eva deu ouvidos (Gn 3:8-9). ambição toma conta do coração hu-
Todavia, a fala da serpente não mano. Assim, a rebelião, que come-
parece promover-lhe espanto, nem çou no céu, chegou à Terra.
mesmo sua pergunta, com certo A mulher começa a flertar com
tom de sarcasmo: ... foi isto mesmo pecado. Aquele fruto que, segun-
que Deus disse: Não comam de ne- do ela, nem podia ser tocado, toma
nhum fruto das árvores do jardim? outra dimensão. Não se tratava

apenas de comer o fruto em si, mas deliberado; claramente, um ato de
de desobedecer a Deus e deixar de rebelião e afronta ao Criador.
acreditar em suas palavras. 3. Os resultados da queda: Todas
Ficar olhando para o fruto trouxe as escolhas que fazemos na vida tra-
os primeiros desejos. Embora tivesse zem suas consequências. Com Adão
o coração puro, o ser humano deu e Eva não foi diferente. Eles foram in-
lugar à tentação e foi tomado por um duzidos, mas não obrigados a tomar
desejo de independência com rela- aquela decisão. Não tinham motivo,
ção ao Criador; passou a se sentir au- nem mesmo um coração inclinado
tossuficiente e começou a agir como para o mal que os levasse a tal esco-
se não precisasse de Deus para viver. lha. Mas cederam à tentação. Deus
Isso é uma grande tolice. É, por lhes oferecera a chance de viverem
exemplo, como se um peixe dis- para ele livremente; mas, infelizmen-
sesse para água: “Não preciso de te, eles escolheram abraçar o pecado.
você para viver” e, em seguida, Após comer o fruto da árvore da
saísse dela. O que aconteceria com ciência do bem e do mal, o ser huma-
o peixe? Poderia até viver por um no sofreu as terríveis consequências
tempo, mas certamente morreria. do pecado. A primeira foi o distan-
O que, de fato, o ser humano de- ciamento de Deus. Em Gênesis 3:8-9,
sejava – a sabedoria que aquele fru- vemos o casal fugindo, ao ouvir a voz
to poderia lhe dar –, poderia conse- de Deus. Como diz Isaias 59:2: ... as
guir seguindo a Deus, pois a base de suas maldades separaram vocês do
toda a sabedoria é a obediência e seu Deus; os seus pecados esconde-
o respeito ao Senhor (Pv 9:10). Con- ram de vocês o rosto dele. O homem
tudo, escolheu o caminho contrário, criou um abismo entre si e Deus,
o da autonomia: escolheu criar suas quando escolheu virar as costas para
próprias leis, seguir carreira-solo; de- o Criador e declarar sua independên-
cidiu, deliberadamente, pecar, trans- cia e autonomia. Pecado traz afasta-
gredir a lei de Deus (1 Jo 3:4). mento e distanciamento espirituais.
A cobiça falou mais alto. Além de A segunda consequência foi a
comer do fruto, Eva convidou seu ruptura dos relacionamentos hu-
marido para participar do pecado. manos. Ao ser questionado por
Perceba que Adão estava ali o tem- Deus sobre o que havia feito, o
po todo e assistiu a todo o diálogo homem prontamente buscou en-
de Eva com a serpente. Sem ne- contrar um culpado para seus atos:
nhuma resistência, também comeu Disse o homem: Foi a mulher que
do fruto, e ambos pecaram contra me deste por companheira que me
Deus. Esse foi um ato consciente e deu do fruto da árvore, e eu comi
(Gn 3:12-14). Passou a haver uma distanciar-se de Deus (1 Sm 2:6).
relação de conflitos entre eles, Essa escolha trouxe a morte com
além de outros problemas familia- toda a sua força e em todos os seus
res (Gn 3:16, 4:8-16). aspectos: físico e espiritual. Ele
A terceira consequência foram perdeu o direito de viver e trouxe
os prejuízos à natureza. A terra se sobre si e toda a criação a finitude
torna maldita por causa do homem e o sofrimento (Gn 3:19,22-24; Rm
(Gn 3:17-18), e, com sofrimentos, 6:23; Ef 2:1-3; 2 Ts 1:8-9). O pecado
ele passou a tirar dela o seu sus- nos faz voltar ao pó. A única forma
tento e a fazê-la sofrer. de mudar isso é aceitando o plano
A quarta consequência foi a escra- divino de salvação (Gn 3:15,21).
vidão do ser humano ao pecado. A Diante de tudo que foi exposto,
Bíblia mostra o pecado como um ví- vemos que a queda não deixou o
rus letal e contagiante que contami- ser humano apenas no chão, mas
nou todos os seres humanos. Nosso o levou a um profundo abismo,
coração tornou-se corrupto, por cau- que o distanciou de Deus, de seu
sa da natureza pecaminosa, isto é, a próximo e da natureza. Entretanto,
inclinação forte para praticar o mal. Gênesis 3:15 aponta para nossa
A quinta consequência foi a sen- esperança: Jesus Cristo. Vejamos,
tença de morte. Ao escolher comer a seguir, algumas lições práticas
do fruto, o ser humano escolheu extraídas da narrativa da queda.
01. Sobre a fala da serpente, o que o texto de Gn 3:1 expressa, em

relação ao desprezo do maligno pela Palavra de Deus?
02. Explique como Gn 3:4 mostra que Satanás tentou mostrar que
Deus enganara Adão e Eva. De que forma ele plantou desconfiança
no ser humano em relação a Deus?
03. Com base em Gn 3:5-6; 1 Jo 2:16, explique como se concretizou

a queda, embora não houvesse pecado no homem. Por que a
independência em relação a Deus é pecado?

04. Conforme o item 3 e Gn 3:8-9,12-14,16, 4:8-18,22-24; Is 59:2,
fale sobre as consequências da queda. Qual a chance disso mudar?
1. A história da queda mostra o perigo de flertar com o pecado.

Se Adão e Eva tivessem fugido do Ouvimos muitas pessoas duvida-
pecado, a história seria outra; mas, rem se, de fato, foi assim que Deus
infelizmente, não foi assim, e todos disse ou se é dessa forma que a Pala-
seguimos o seu mal exemplo. Toda- vra de Deus deve ser interpretada. As
via, podemos olhar para essa história, pessoas duvidam das consequências
observar os passos que antecederam do pecado. Cuidado! Não flerte com
a queda e tentar fugir desse caminho. o pecado! Não brinque com a tenta-
Esteja alerta; não ceda a diálogos ção! O coração é enganoso. Conhe-
que você sabe que irão fazer você ça a Palavra de Deus e não duvide de
cair (1 Co 15:33). Além disso, observe que ela é verdadeira! A Bíblia tem de
quando a Palavra de Deus deixar de falar mais alto em seu coração e ter
ser tão relevante em sua vida. mais relevância em sua vida.
05. Comente em classe sobre o perigo de flertar com o pecado e duvidar

da Palavra de Deus. Por que não se deve brincar com a tentação?
2. A história da queda mostra o quanto o pecado é desastroso.

Olhe para o exemplo de Adão e sa história, antes de ceder às ten-
Eva. Passo a passo, foram ceden- tações. Quem sabe onde as suas
do às tentações e não imaginavam escolhas o podem levar? Às vezes,
aonde iriam chegar. Lembre-se des- parece uma conversa boba e sem
maldade; entretanto, pode levar ao dar mais valor às coisas criadas que a
fim do casamento, à destruição de ele. Suas escolhas podem trazer sofri-
uma família, à destruição de sonhos. mento a muitas pessoas. Seja grato;
As suas escolhas podem custar sua não ceda aos desejos do seu coração,
vida. Você pode destruir o seu rela- nem às tentações malignas (Tg 4:7).
cionamento com Deus, por decidir Mas, se caiu, peça ajuda do Salvador!
06. A exemplo da história da queda, quanto pode custar uma

escolha errada que fazemos em direção ao pecado?
DESAFIO DA SEMANA
Chegamos ao final de mais uma lição, e esperamos que o relato de

Gênesis 3 tenha colocado seu coração em alerta. Que, ao observar as
terríveis consequências que as escolhas de Adão e Eva trouxeram à
humanidade, você reflita sobre suas escolhas. Declarar independên-
cia e autonomia em relação a Deus não é a melhor escolha a ser feita.
Como desafio, mantenha-se alerta: observe seus diálogos; veja
qual teor de suas conversas nas redes sociais e na vida real; refli-
ta sobre dúvidas que precisam ser sanadas, desejos que precisam
ser evitados, para que não o conduzam ao erro. Ore, pedindo ao
Espírito Santo que lhe dê força e sabedoria para não ceder às ten-
tações. Conheça mais a Deus e sua Palavra.
Domingo 12/11 Fm Jr 19-20 Sl 128

Segunda-feira 13/11 Tg 1 Jr 21-22 Sl 129
Terça-feira 14/11 Tg 2 Jr 23-24 Sl 130
Quarta-feira 15/11 Tg 3 Jr 25-26 Sl 131
Quinta-feira 16/11 Tg 4 Jr 27-28 Sl 132
Sexta-feira 17/11 Tg 5 Jr 29-30 Sl 133
Sábado 18/11 1Pe 1 Jr 31-32 Sl 134

MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO E A
TRANSFORMAÇÃO ÉTICA
Jesus começou a pregar com estas palavras: Arrependei-vos e crede no evan-

gelho (Mc 1:15). Quem recebe a salvação, experimenta uma mudança radical e
profunda, que vai acompanhar a fé e as obras a vida inteira, porque o arrependi-
mento e a fé não podem ser separados. A fé em Cristo é essencialmente prática,
vivencial, experiencial. João Batista declara: Produzi, pois, frutos dignos de ar-
rependimento (Lc 3:8). Que frutos? Estes: Quem tiver duas túnicas, reparta com
o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira (Lc 3:11). Bem
prático, não?
As boas obras são frutos de uma profunda mudança ética no interior da pessoa
alcançada pelo poderoso evangelho de Jesus, como afirma Paulo: ... quanto ao
trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupis-
cências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do
novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade (Ef
4:22-24). Em seguida, o apóstolo dá um exemplo prático dessa mudança ética
interior: Por isso, deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo;
porque somos membros uns dos outros (Ef 4:25).
Atenção: o evangelho que a igreja prega é ético; é o único conteúdo que tem
poder para transformar os pecadores, de dentro para fora, tornando-os pessoas
melhores e habilitadas para toda boa obra. Consequentemente, elas se transfor-
mam em luz do mundo e sal da terra; passam a ser referência para uma sociedade
em decadência moral e espiritual.
Se você, de fato, já foi alcançado por esse evangelho que muda a mente e
o comportamento, Jesus quer usá-lo. Deixe o Espírito Santo impulsionar você a
viver e a pregar esse evangelho transformador.

CNPJ: 62.678.412/0001-32
8
Anatomia
do pecado
OBJETIVO TEXTO-BASE
Estudar sobre a definição Todo aquele que pratica o pecado também
de pecado, sobre suas
variações e como ele nos transgride a lei, porque o pecado é a
atingiu, para combatê-lo transgressão da lei. (1 Jo 3:4)
com o poder de Deus.
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
Infelizmente, a palavra “pecado” tem sumido
D 19/11 1 Jo 3:3-6
de muitos sermões, na atualidade. Isso é proble-
S 20/11 Sl 58:3
T 21/11 2 Co 5:17 mático, porque salvação, segundo as Escrituras, “é
Q 22/11 Gl 5:16-17 o livramento do pecado e seus efeitos, mediante
Q 23/11 Dt 4:1-4 ação graciosa de Deus em Cristo” (grifo nosso).1
S 24/11 Pv 6:16-18
Para ser salva, a pessoa precisa conscientizar-se do
S 25/11 1 Jo 1:5-10
pecado, e, depois de salva, deve lutar contra ele.
Veja a seriedade desta questão: Negue a exis-
tência do pecado e você destruirá toda a chance
de arrependimento; anule a doutrina da corrupção
humana e você invalidará o plano da salvação.
PÔR DO SOL
“Destrua a noção da culpa pessoal e você elimina-
Sexta-feira, 24/11 – 18h36
Sábado, 25/11 – 18h36 rá a necessidade de um Salvador”.2 Não devemos
Baseado no horário de Brasília. Considere negligenciar esse tema só porque não “cai bem”
aos ouvidos dos ouvintes contemporâneos. A lição
de hoje se propõe a desmarcar esse que é o gran-
de vilão da história humana.

1. Lições Bíblicas: Revista para estudos nas escolas bíblicas, n.

301, ano 2012, p. 33
2. MacArtur Jr. (2010:7)
Ou acesse goo.gl/LwJi67 60 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

Na lição passada, estudamos so- nós, contaminando todas as nossas

bre como se deu a queda de Adão intenções e atitudes. Não fazemos
e Eva e, consequentemente, de o mal, meramente: de fato, nós so-
toda raça humana. Vimos a origem mos maus em nosso íntimo.3 Nesse
de nossos pecados e de nossa con- sentido, pecado está ligado tanto a
dição de pecadores. O estudo de um ato como a uma natureza.
hoje pretende mostrar, com mais Segundo César:4 “As palavras
profundidade, o que é o pecado pecado, iniquidade e transgressão
e quais as suas consequências. O aparecem 1.120 vezes nos origi-
objetivo é refletir sobre a sua es- nais hebraico e grego”. Ele ainda
sência, para entendê-lo e nos afas- acrescenta: “... mais no Antigo
tarmos cada vez mais dele. Nossa Testamento (917 vezes) do que no
intenção é fazer uma “anatomia” Novo (203)”. Gasta-se muito mais
do pecado. tinta com o vocábulo “pecado”
1. O que é pecado?: Vamos (766 vezes) do que com os vocábu-
começar pela definição. Na Bíblia, los “iniquidade” e “transgressão”.
pecado é desobedecer a Deus, Vamos destacar, então, alguns ter-
desrespeitar sua Palavra (Gn 2:16- mos que aparecem nas Escrituras.
17, 3:6). É algo que cometemos No Antigo Testamento, encon-
contra seu caráter santo (Rm 3:23). tramos o termo hebraico hattã’t,
Pecado é fugirmos do padrão de que é traduzido como “pecado” e
Deus estabelecido em sua lei: significa “pecado premeditado e
Quem comente pecado viola a lei: consciente”, no sentido de “errar
o pecado é a rebeldia contra a lei o caminho ou alvo” (Gn 4:7). A ex-
(1 Jo 3:4). Assim, podemos deixar pressão aparece cerca de 300 ve-
de nos conformar com a vonta- zes, nas Escrituras.
de de Deus (expressa em sua lei), Outro vocábulo que aparece
por meio de atos individuais, tais cerca de 238 vezes é hãtã, traduzi-
como: roubar, matar, mentir, adul- do como “pecar” e sempre deno-
terar, cobiçar etc. tando a ideia de que deixamos de
Além disso, transgredimos a lei seguir o padrão de Deus (Jz 20:16;
de Deus em nossa natureza, pois Dt 4:1-4). As expressões gregas
somos, por natureza, filhos da ira que destacamos do Novo Testa-
(Ef 2:3). A corrupção está presente
em nosso ser, pois o pecado é se- 3. Grudem (1999:405)
melhante a um vírus letal, dentro de 4. (2011:68)
mento são: hamartia, que aparece da queda, estudada na semana
227 vezes, traduzida como “pe- passada. Ampliemos, agora, um
cado”, no sentido de ato ou con- pouco mais, as maneiras pelas
dição, e anomia, traduzida como quais o pecado de Adão e Eva nos
transgressão da lei, no sentido de afeta e nos faz pecadores.
ilegalidade, ação fora da lei de A “culpa herdada”: Sobre isso, a
Deus (Mt 1:21; 1 Jo 3:4).5 Bíblia diz: ... por um homem entrou
De forma resumida, podemos o pecado no mundo, e pelo peca-
definir que pecado é toda inten- do, a morte, assim também a morte
ção, todo ato ou atitude contrá- passou a todos os homens, por isso
rios à vontade e ao propósito do que todos pecaram (Rm 5:12). No
Criador para o ser humano. Vimos, texto, Paulo explica que, através de
no estudo anterior, que todo pe- Adão, todos pecamos, por sermos
cado traz consigo, em essência, seus descendentes. Quando ele
a ideia de independência e auto- pecou, Deus considerou que todos
nomia com relação a Deus. Inde- nós pecamos. Isso porque, para
pendência no sentido de rebeldia Deus, Adão foi uma espécie de “re-
e autossuficiência, como se o ser presentante da raça humana”. Sua
humano dissesse: “Não preciso culpa é transmitida a todos.6
de Deus para viver”, e autonomia A “corrupção herdada”: Além
no sentido de arrogância, como se da culpa, herdamos uma natureza
dissesse: “Eu faço minhas próprias corrupta. Por causa dessa natu-
regras” ou “Não preciso de Deus reza, temos uma inclinação para
para dizer o que eu deva fazer”. fazer o que Deus detesta. Como
Assim, todo pecado afronta a Deus disse o salmista: Gente pecadora,
e é rebelião contra ele. que desde o nascimento se afas-
2. Efeitos do pecado original: ta de Deus! Desde o berço vocês
É possível perceber a gravidade vêm seguindo um caminho errado
deste assunto. Já vimos que o ser (Sl 58:3 - BV).7
humano peca, ao não se confor- Nascemos, então, endividados
mar à vontade de Deus, expressa com Deus, sentenciados (culpa
em sua lei, tanto em atos indivi- herdada). Além disso, nascemos
duais específicos quanto nas in- com uma constante inclinação para
tenções e atitudes. O pecado só fazer o que é mal (corrupção herda-
entrou em nossa história em razão da). A solução para ambos os pro-
6. ibidem, p.46
5. Freitas (2017:37, 38 e 39) 7. idem

blemas é crer no segundo Adão, ce o SENHOR, e a sétima a sua
que é Cristo (Rm 5:17). Assim, se, alma abomina (Pv 6:16).
em Adão, todos fomos conside- No Novo Testamento, Jesus
rados culpados, em Cristo, somos também fez essa diferenciação. Ele
libertos da culpa. Nenhuma conde- classificou o pecado dos religiosos
nação há para quem está em Cris- como maior do que o dos não-re-
to, o segundo Adão (Rm 8:1). ligiosos (Jo 19:11). Disse a Pilatos
Além disso, quando cremos em que seu pecado era “menor” do
Cristo, nossa natureza pecamino- que o daqueles que o entregaram.
sa sofre um abalo, porque nasce- Jesus também disse que a blas-
mos de novo e recebemos uma fêmia contra o Espírito Santo é o
natureza espiritual (2 Co 5:17). “pecado imperdoável”, nitidamen-
A regeneração nos oferece uma te um pecado maior (Mt 12:22-32).
nova natureza, que vai fazer guer- No contexto de Mateus, Jesus
ra contra a antiga (Gl 5:16-17). havia anunciado que um dos sinais
Durante a nossa caminhada cristã, de que ele era o Messias e de que
com a ajuda do Espírito, vamos o reino havia chegado era o fato
nos livrando, cada dia mais, do de expulsar demônios por meio do
poder da velha natureza. Espírito (Mt 12:28). Logo, dizer que
3. Pecados e pecadinhos: Todo ele expulsava demônios por meio
pecado é odioso para Deus, e por de Satanás significava rejeitá-lo e
ele é tratado com justiça e muita desprezar a obra do Espírito (Mt
seriedade. Mas a Bíblia mostra cer- 12:24). Os líderes religiosos esta-
ta diferença entre alguns. Parece- vam rejeitando Jesus, de modo cla-
-nos que alguns pecados causam ro e consciente.
mais desagrado em Deus. Na an- A esse pecado, chamamos de
tiga aliança, percebemos isso. Exis- “apostasia”. Encontramos referên-
tia, por exemplo, uma diferença cias a ele em Hebreus 6:4-6, 10:26-
entre pecado intencional e pecado 27. O apóstolo João o chama de
cometido por ignorância, sendo “pecado para morte” (1 Jo 5:16-
que as penalidades e o desagrado 17). Sendo assim, temos o caso de
de Deus, no caso dos pecados por um pecado nitidamente conside-
ignorância, eram menores (Lv 4:2, rado “maior” do que todos os ou-
5:17; Nm 15:27-30). tros, visto que quem o comete não
No livro de Provérbios, Salo- pode receber mais o perdão. Mes-
mão escreve que existem pe- mo assim, convém ressaltar que
cados que desagradam mais a Deus não se agrada de nenhum
Deus: ... estas seis coisas aborre- tipo de pecado, maior ou menor.
Chegamos ao final da primeira muito sério. Deus não brinca com
parte de nossa lição. Nela, temos isso e nós não podemos brincar. É
refletido sobre a anatomia do peca- tão sério que custou a vida de Jesus.
do, isto é, seu conceito, sua conse- Na próxima parte desta lição, vamos
quência e seus graus. Continuemos propor algumas questões práticas
a tratar sobre o pecado, pois é algo para lidarmos com o pecado.
01. Com base em Gn 2:16-17 e 1 Jo 3:4, fale sobre a definição

de pecado. Como os termos, tanto do Antigo quanto no Novo
Testamento, ajudam você nessa definição?
02. Explique o conceito de bíblico de “culpa herdada”. O que precisa

acontecer conosco para nos livrarmos da culpa? Leia Rm 5:12, 8:1.
03. Utilizando Sl 58:3, reflita em classe sobre a “corrupção herdada”.

Fale sobre como temos a chance de mudar essa condição. Leia
também 2 Co 5:17.
04. Segundo Mt 12:22-32, Jesus fala sobre o “pecado imperdoável”.

Explique o que é e como isso se relaciona com a ideia bíblica de
“pecados e pecadinhos”. Baseie-se em Lv 5:15-16; Nm 15:30-31;
Pv 6:16-18; Jo 19:11.

1. Lutemos contra nossos pecados internos.

Certamente, é mais fácil julgar poder, raiva, a falta de perdão,
pecados externos do que pecados pensamentos impuros, imaginan-
que não apareçam tanto. Por isso, do serem coisas inofensivas. O
Jesus combatia tanto os desejos grande perigo desses pecados é
da mente (Mt 15:19). Infelizmente, que são facilmente camuflados e
“ignoramos nossos pecados de or- podem tornar-se habituais. Temos
gulho, inveja, amargura, luxúria, ou de, constantemente, confessar as
até nossa falta de qualidade amá- nossas culpas. Tiago nos dá um
veis que Paulo chama de fruto do mandamento: Confessai as vossas
Espírito (Gl 5.22, 23)”.8 culpas uns aos outros e orai uns
Não descuidemos de tratar nos- pelos outros (Tg 5:16). Identificar
sos pecados internos. Não temos esses pecados internos em nós e
de cultivar as cobiças, sede por confessá-los é fundamental para
sermos curados e libertos (1 Jo 1:8-
8. Bridges (2012:19) 10). Não descuidemos!
05. Diante da abordagem sobre os “pecados internos”, você

reconhece, dentro de você, alguns desejos, sentimentos ou
pensamentos contrários à lei de Deus? O que fazer para mudar isso?
Leia Gl 5:16-17; Tg 5:16; 1 Jo 1:8-10.
2. Lutemos contra nossos pecados externos.

Não podemos deixar de lutar tira, a idolatria, a desobediência
contra os pecados mais visíveis que quanto ao descanso no sábado, a
praticamos. Sem dúvida, quando desobediência aos pais etc., nenhu-
cobiçamos e caímos nesses peca- ma dessas práticas deve fazer parte
dos, precisamos nos arrepender e da vida dos santos (2 Co 6:16).
deixar sua prática. Seja o adultério, Com a ajuda de Deus, devemos
a homossexualidade, o aborto, a tanto fugir de tais práticas como
promiscuidade, a pedofilia, a men- ajudar nossos irmãos e irmãs a
abandoná-las. Temos de vigiar, orar carne vivo-a na fé do Filho de Deus,
e fugir de nossa natureza corrupta, o qual me amou e se entregou a si
lembrando sempre as palavras de mesmo por mim (Gl 2:20). Lutemos
Paulo: ... a vida que agora vivo na contra nossos pecados externos!
06. Em sua experiência, como você tem lidado com esses pecados
externos? Tem conseguido ajudar seus irmãos na fé, também?
DESAFIO DA SEMANA
A lição de hoje nos mostrou que o pecado é o grande vilão

da vida humana. Ele nos gerou profundas consequências, que nos
afastaram de Deus e provocaram vários distúrbios em nossa rela-
ção com nossos semelhantes e o restante da criação. Só a fé no
sacrifício de Cristo muda isso. Diante dessas verdades, temos nosso
desafio a cumprir, pelo poder do Espírito.
Nesta semana, tire um momento para, em oração e confissão
a Deus, falar de pecados interiores não confessados. Coloque-os
diante de Deus, pedindo que limpe seu interior. Fale também de
outros pecados externos. Abandone-os, o quanto antes. Se precisar,
peça ajuda de um cristão maduro na fé. E não esqueça: um dia, na
vinda do Senhor, seremos livres da presença do pecado (Rm 5:9).
Domingo 19/11 1Pe 2 Jr 33-34 Sl 135

Segunda-feira 20/11 1Pe 3 Jr 35-36 Sl 136
Terça-feira 21/11 1Pe 4 Jr 37-38 Sl 137
Quarta-feira 22/11 1Pe 5 Jr 39-40 Sl 138
Quinta-feira 23/11 2Pe 1 Jr 41-42 Sl 139
Sexta-feira 24/11 2Pe 2 Jr 43-44 Sl 140
Sábado 25/11 2Pe 3 Jr 45-46 Sl 141

MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO É PARA
SER DEFENDIDO
O evangelho é a palavra de Deus e a verdade de Deus; é a solução para quem

quer ser salvo, mas pode ser um problema para quem tem seus interesses egoístas
ameaçados por ele. Por causa disso, a Bíblia mostra que há uma batalha a ser trava-
da para garantir que a verdade seja preservada, pois só ela, intacta, incontaminada,
opera a verdadeira libertação do poder do pecado. Para tanto, ela precisa ser de-
fendida, esclarecida, explicada e afirmada contra negações, distorções e traições.
E por que o evangelho precisa ser defendido? Porque tem gente que não
concorda que o evangelho é para todos, mas, sim, apenas para um “certo povo”;
porque tem gente que não concorda que o evangelho é um dom da graça divina
e “tem orgulho de suas obras”; porque tem gente que tem vergonha de Jesus
ter sido uma pessoa humilde, que morreu numa cruz, e gostaria de ser salvo por
alguém “mais sofisticado”; porque o fato de o evangelho ser um convite ao arre-
pendimento e à mudança radical de vida irrita aqueles que querem os benefícios
do evangelho, mas rejeitam as suas exigências.
É por essas e outras razões que o evangelho precisa ser defendido, até para
que a verdade do evangelho permanecesse entre vós, como bem afirmou Paulo
(Gl 2:5). Evangelizar, portanto, também é cuidar para que a verdade seja pre-
servada entre os já salvos, uma vez que há quem não ande bem e direitamente
conforme a verdade do evangelho (Gl 2:14).
Atenção: O Espírito Santo deseja levantar e preparar pessoas para o ensino da
verdade, para edificar os que são alcançados pela pregação da graça de Cristo e
confirmá-los no evangelho (Fp 2:7). Você se dispõe?

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2 DE DEZEMBRO DE 2017 Hinos – Inicial: HBJ 192 • Final: HBJ 215
9
Salvos pelo
sangue
OBJETIVO TEXTO-BASE
Refletir a respeito da
obra de Cristo na cruz,
Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação
de modo a reconhecer mediante a fé, pelo seu sangue demonstrando a
o grande amor divino sua justiça. (Rm 3:25a)
pelos pecadores.
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA No mundo antigo, quando um réu era acusado

D 26/11 Rm 3:23-26 de um crime, as acusações impostas a ele eram
S 27/11 Rm 6:23; 8:1-17
apresentadas de forma escrita e, quando suas dí-
T 28/11 Hb 9:22; Cl 2:14
vidas eram saldadas, alguém afixava um aviso, em
Q 29/11 Jo 3:10; Rm 5:8
Q 30/11 Ef 2:1-10 lugar público, para todos verem.1 De forma seme-
S 01/12 1 Pd 1:18-23 lhante, Cristo foi exposto na cruz, anunciando, vi-
S 02/12 2 Co 5:18 toriosamente, a nossa salvação. Como diz Paulo,
em Colossenses 2:14, o escrito de dívida que era
contra nós foi cancelado, perdoado, apagado.
Agora é o momento de meditarmos nesse glo-
rioso ato salvífico. Ao subir à cruz, o Redentor des-
PÔR DO SOL ceu ao ponto mais baixo do universo, para que o ho-
Sexta-feira, 01/12 – 18h41 mem novamente pudesse alcançar o céu. O sangue
Sábado, 02/12 – 18h41
de Cristo é a tônica de nossa salvação. Estudemos,
o fuso horário e o horário de verão. pois, com alegria e gratidão, esse tão sublime tema.
A Bíblia diz que, com a queda, toda a humani-

para ouvir o podcast desta lição. dade tornou-se escrava do pecado e condenada
à morte, tanto física, como espiritual e eterna (Rm
1. Sproul (2006:80-81)
Ou acesse goo.gl/CZHG12 68 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

5:12). Claramente afirma que o sa- Aqueles sacrifícios tinham caráter
lário pecado é a morte (Rm 6:23) e, transitório; Cristo, porém, tornou-
do mesmo modo, declara que, sem -se a solução definitiva para a cri-
derramamento de sangue, não há se humana. Ele nos substituiu, de
remissão (Hb 9:22). Pelo princípio uma vez por todas.
justo de merecimento e retribui- O segundo ensino é que a dívi-
ção, o ser humano pecou e merece da é liquidada porque Jesus pagou
morrer. O que Deus fez para resol- o preço necessário pelo resgate. A
ver esse problema? isso, chamamos de “expiação”. Al-
1. Pelo sangue de Jesus, a dívi- gumas passagens bíblicas nos dão
da é liquidada: Os textos apresen- uma pista do que se trata (Cl 1:13-
tados anteriormente mostram que, 14; Hb 9:27-28, 10:3-4). Em Gálatas
por uma escolha infeliz, lá no Éden, 4:5, por exemplo, vemos a palavra
a humanidade, representada por “resgatar”, que significa “libertar
Adão e Eva, contraiu uma dívida de mediante o pagamento de um pre-
morte. O pecado entrou em nossa ço”.3 O perdão para nós é gratui-
história como vírus letal, em decor- to, mas custou muito para Deus. O
rência dessa escolha. Merecidamen- preço pago foi o sangue. Assim, a
te, deveríamos morrer; contudo, dívida foi cancelada, e, por meio
Deus enviou Jesus para enfrentar a desse sangue, Deus nos purifica de
morte em nosso lugar. Ele derramou todo pecado (At 20:28; Cl 2:14; 1
seu sangue para nos salvar e pagou Pd 1:19; 1 Jo 1:7).
nossa dívida (Jo 3:16; Rm 5:8; 8:32). Com sua morte Jesus extirpou,
Temos três ensinos bíblicos que aniquilou a nossa culpa, dando-nos
se destacam sobre isso. O primei- pleno perdão. Muitos, mesmo após
ro é que a dívida é liquidada por- se converterem, passam anos mar-
que Jesus nos substituiu na cruz. tirizando-se pelos erros do passa-
Chamamos isso de morte vicária, do. O que essa gente não entende
isto é, em lugar de outro. Assim é que, quando Deus olha para nós,
como os sacrifícios do Antigo Tes- realmente não nos vê mais como
tamento tinham um caráter substi- culpados; não vê mais o alcoólatra,
tutivo, Cristo, que cumpriu e subs- o imoral, o orgulhoso etc. Para ele,
tituiu aqueles sacrifícios antigos, esses pecados deixaram de existir;
ofereceu-se como o “Cordeiro de foram apagados por Jesus. Acredi-
Deus”, no lugar dos pecadores.2 te: Cristo já o perdoou!
2. Severa (2014:204) 3. Wiersbe (2010:923)
O terceiro ensino é que a dívida Dá para imaginar? Assim como
é liquidada porque Jesus aplacou nossa maldade foi transferida para
a ira de Deus. A Bíblia chama isso Cristo, sua bondade foi transferi-
de “propiciação” dos pecados (Rm da para nós. Em outras palavras,
3:23-26). Essa palavra indica a mu- não é apenas a inocência que nos
dança da atitude de Deus em rela- permite entrar no Reino de Deus,
ção a nós.4 Pela cruz, o Criador fez as mas também a justiça,6 a suprema
pazes conosco. Entenda que, com os justiça, advinda de Cristo. Quando
nossos pecados, ofendemos a Deus, Deus olha para aquele que, um dia,
que é justo e santíssimo. Essa ofensa fora adúltero, ladrão, mentiroso,
causou inimizade entre nós e ele e assassino, rebelde, não vê mais os
atraiu o seu castigo e a sua ira sobre seus pecados. Tudo foi para a “con-
nós (Is 59:1-2; Rm 1:18). Mas Cristo ta” de Cristo, através de sua morte.
recebeu o castigo em nosso lugar e Assim, quando Deus olha para
aplacou a ira divina. Hoje, podemos nós, hoje, ele vê Jesus e sua vida
ser amigos de Deus; fomos reconci- de retidão com a qual andou en-
liados com ele (2 Co 5:18). tre os mortais. Ao olhar para cruz,
2. Pelo sangue de Jesus, o cré- Deus vê o nosso pecado; ao olhar
dito é transferido: Não podemos para nós, ele vê seu santo Filho.
esquecer que, em nossa salvação, As consequências são formidáveis.
ocorre uma dupla “transação”.5 Romanos 8:1-17 é uma das passa-
Quando nos convertemos e so- gens que mais enumera bênçãos
mos declarados justos, diante do da nova aliança: justificação, obe-
Senhor, ele não apenas está can- diência, habitação do Espírito, res-
celando a dívida, isto é, dando- surreição, adoção e herança.7
-nos perdão: o crédito de Cristo Quando temos essas certezas
é transferido para nós. Jesus obe- dentro de nós, isso muda drastica-
deceu toda a lei e cumpriu toda a mente a forma como encaramos a
justiça. Por esse princípio justo de vida. Uma pergunta antiga acaba por
merecimento e retribuição, Jesus, ser respondida: A salvação é pela fé
que não pecou, merecia viver. Lá ou pelas obras? De fato, somos sal-
na cruz, então, houve uma troca. vos pela graça, por meio da fé, não
Jesus morreu a nossa morte, para por causa de nossas obras, para não
que vivêssemos a vida que era dele nos gloriarmos (Ef 2:8,9). Nossa sal-
por direito. vação é baseada nas obras de Cristo.
4. Sproul, op. cit., p.65 6. ibidem, p.90

5. ibidem, p.88 7. Pate (2015:166)

Não são as nossas obras, a nos- A Bíblia diz que, dentro de nós,
sa vida, nem a nossa justiça que há uma guerra contra nossos dese-
Deus aceita para sermos salvos. jos pecaminosos. Sem conhecer-
Ele aceita as obras de Cristo, a mos a Cristo, sempre éramos venci-
vida de Cristo, a justiça de Cristo, dos por esses desejos; mas porque
aquele que, na sua morte, levou a o Espírito Santo passou a habitar
maldição do pecado. Sua justiça foi em nós, agora podemos vencê-los.
imputada em nós e seu crédito nos Paulo diz a carne deseja o que é
foi transferido (2 Co 5:21). contrário ao Espírito; e o Espírito,
3. Pelo sangue de Jesus, a car- o que é contrário à carne. Eles es-
ne é subjugada: A partir da queda, tão em conflito um com o outro (Gl
tornamo-nos escravos do pecado. 5:17). Nossa parte, nessa guerra, é
Isso quer dizer que, desde lá, os deixar que o Espírito nos guie e não
humanos trazem dentro de si uma alimentar a carne (Gl 5:16).
“natureza pecaminosa”. Todavia, O Espírito Santo cumpre um pa-
ao enviar seu Filho ao mundo, pel vital, no plano na salvação. Ele
como homem, para vencer o peca- age, por ocasião de nossa conver-
do e cumprir toda a justiça, Deus são, convencendo-nos e aplicando
resolveu o dilema de como capa- a obra de Cristo em nossa vida. Ele
citar os seres humanos para obe- é quem opera em nós a justifica-
decer-lhe.8 Pelo Espírito Santo, é ção e a regeneração, que é o novo
possível vencer a carne. nascimento. Ele é quem nos inclui
Essa natureza, chamada por na família de Deus e torna todo
Paulo de carne, é uma inclinação cristão um participante da herança
para o pecado, uma atração irre- celestial.9 Por sua ação, retomamos
sistível pelo lixo do mundo. Sem nossa posição de filhos. Porém,
Cristo e dominado por essa inclina- uma das ações mais evidentes
ção, o ser humano não consegue acontece em nossa santificação,
deixar de pecar, nem tem alegria pois nos ajuda a obedecer ao Pai e
em obedecer a Deus. Por isso, é nos ensina a viver como filhos.
escravo do pecado. Contudo, após O propósito inicial de Deus,
a justificação do pecador, o poder visto em Gênesis, era sua sermos
da natureza pecaminosa começa a imagem e semelhança (Gn 1:26).
ser desfeito, por causa da habita- É isso que está sendo restaurado,
ção do Espírito Santo (Rm 8:1-17). paulatinamente, por ação do Es-
8. ibidem, p.167 9. ibidem, p.169
pírito Santo, até a volta de Cris- bora sejamos salvos pelo sangue,
to. Assim, a força da carne ou da ainda cometemos erros (1 Jo 1:8-
natureza pecaminosa está se des- 10), porque a natureza pecamino-
fazendo. Estamos, cada vez mais, sa continua em nós. Porém, não
nos parecendo com o Criador. Isso somos mais escravos do pecado
porque Deus nos predestinou para (Rm 6:6-12). O Espírito Santo nos
sermos conformes à imagem de dá condição de resistir à tentação
seu Filho (Rm 8:29). e dizer “não” aos desejos pecami-
A imperfeição está com os dias nosos. Isso é possível por causa do
contados. Um dia, Cristo voltará, sangue de Cristo, que permitiu que
e seremos incorruptíveis. Mas isso este santo habitante fizesse em nós
ainda não aconteceu. Hoje, em- sua morada.
01. O salário ou a consequência do pecado é a morte. Sendo assim,

pelo princípio justo de merecimento e de retribuição, o ser humano
que pecou e virou as costas para Deus, merece o quê? Leia Rm 5:12;
6:23; Hb 9:22.
02. Por causa do pecado, adquirimos uma dívida de morte. O que

Deus fez para resolver esse problema? De que forma a dívida foi
paga? Fale sobre os ensinos bíblicos do item 1. Leia Jo 3:16; Rm 5:1,
8, 3:23-26; Cl 2:14.
03. Após ler o item 2; Ef 2:8; 2 Co 5:21, responda: O que queremos

dizer, ao afirmar que, pelo sangue de Jesus, o crédito dele é
transferido para nós?

04. O que significa dizer que alguém é escravo do pecado? O que
é a natureza pecaminosa ou a carne? Como o sangue de Jesus e o
Espírito Santo agem em relação a isso? Leia Rm 6:6,12, 8:1-17; Gl
5:16-17, e o item 3.
1. Você é salvo pelo sangue; então, descanse o seu coração!

Há muita gente tentando ser ba que ele já o perdoou em Cristo.
santa para ser aceita por Deus. O Aquiete o coração.
que essas pessoas precisam saber O perdão divino é mais que um
é que são aceitas por Deus, pela abraço apertado de um amigo. É a
fé em Jesus, e, por isso, devem ser obra mais magnífica feita por Deus.
santas. Muita gente corre aqui e Acredite e desfrute dessa bênção.
ali para obter perdão do céu, mas Seja grato, adore a Deus por isso,
nunca confiando na pessoa de Je- renda-se ao amor de Cristo. Não
sus completamente, para remissão tente comprar o perdão de Deus
de seus pecados. Se sua memória com os seus acertos. Apenas aceite
guarda uma lista de pecados do que ele o ama, sem que haja mérito
passado dos quais ainda se sente algum em você (Rm 5:8). Descanse
culpado, confesse-os a Deus e sai- seu coração e confie na graça!
05. Em sua opinião, existem pessoas amarguradas com seus

pecados, tentando recompensar seus erros com boas ações, por
falta de compreensão do evangelho? Comente sobre isso.
2. Você é salvo pelo sangue; então, desenvolva a sua salvação!

Sossegar a alma em Deus não está sendo desfeita e estamos cada
é sinônimo de relaxo espiritual. vez mais radiantes com a imagem
Vimos que a natureza pecaminosa do Senhor em nós. Precisamos nos
cuidar e nos santificar. Precisamos ja, a equilibrar família e trabalho, a
lutar nessa guerra espiritual, que não revidar o mal que lhe fazem, a
Gálatas 5:17-21 bem descreve. É resolver conflitos com o próximo, a
no poder do Espírito Santo que sofrer sem perder o equilíbrio e a
vencemos a carne. Caso não aten- fé, a ajudar os necessitados, a ven-
temos para isso, nossa busca por cer o orgulho e reconhecer o valor
santidade pode tornar-se um cor- do outro, a ser fiel nos compromis-
rer inútil. sos, a honrar os pais etc. Desenvol-
Portanto, consagre-se e cres- va a salvação (Fl 2:12). Ainda que
ça na fé; aprenda a perdoar, a ter a velha natureza e a nova natureza
uma vida devocional com Deus, a travem uma batalha violenta, aque-
desenvolver um ministério na igre- les que persistirem obterão vitória.
06. Seguindo o exemplo do segundo parágrafo da aplicação, faça

com a classe uma lista de outras áreas da vida em que podemos
espiritualmente nos cuidar mais.
DESAFIO DA SEMANA
Como estudamos nesta lição, Cristo perdoou nossos pecados,

isto é, nos salvou da morte merecida.10 Essa é a mensagem que faz
toda a diferença para o povo que se denomina cristão. É possível
dizer como Paulo: Portanto, se alguém está em Cristo, é nova cria-
tura. As coisas velhas já passaram; eis que surgiram coisas novas!
Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo
por meio de Cristo (2 Co 5:17-18).
10. Smith (2001:290)

Nesta semana, reflita com mais atenção nestas três expressões
que o estudo apresentou como resultado do sangue de Jesus em
sua vida: “a dívida é liquidada”, “o crédito é transferido” e “a carne
é subjugada”. Reflita a respeito de sua vida cristã e veja se essas
expressões são reais em sua vida. Você acredita na graça e no per-
dão de Deus? Você entende que o sangue de Jesus é o suficiente
para você ser aceito diante do Pai ou tem confiado em suas pró-
prias obras? Você tem dado lugar ao Espírito Santo e tem vencido
a carne? Pense nisso!
Domingo 26/11 Gl 1 Jr 47-48 Sl 142

Segunda-feira 27/11 Gl 2 Jr 49-50 Sl 143
Terça-feira 28/11 Gl 3:1-20 Jr 51-52 Sl 144
Quarta-feira 29/11 Gl 3:21-4:20 Lm 1-2 Sl 145
Quinta-feira 30/11 Gl 4:21-31 Lm 3-4 Sl 146
Sexta-feira 01/12 Gl 5:1-15 Lm 5 Sl 147
Sábado 02/12 Gl 5:16-26 Ez 1 Sl 148
MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO QUE
TRANSFORMA O UNIVERSO
O evangelho não é apenas o poder de Deus para transformar a vida de uma

pessoa, mas é o poder de Deus para transformar a história e todas as coisas cria-
das. O evangelho é um agente vivo, poderoso, ativo, que se espalha por toda par-
te, dando frutos em todos os espaços do universo criado. Falando do evangelho
aos irmãos de Colossos, Paulo garante que já chegou a vós, como também está
em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em
que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade (Cl 1:6).
Este é o grande paradoxo da cruz: aquilo que era vergonha e absurdo para os
judeus e gregos, não era algo de que o cristão devesse se envergonhar, uma vez
que é o poder salvador de Deus, capaz de transformar a história e redimir a cria-
ção (Rm 1:16). Noutras palavras, como é que alguém vai ter vergonha de algo que
tem poder de afetar positivamente o cosmos? Como ter vergonha do evangelho,
se ele engloba todas as coisas, da criação à nova criação?
Tudo é feito e sustentado por Cristo; tudo é amplo em Cristo; tudo é reconci-
liado com Deus, por meio da cruz e do sangue de Cristo, que é a “abrangência
infinita” do reino de Deus (Cl 1:15-23). E isso tudo se chama evangelho! Ele está
sendo pregado a toda criatura que há debaixo do céu (Cl 1:23).
Que privilégio poder pregar esse evangelho, levar as boas novas às pessoas
mais improváveis! Que honra poder contribuir para a transformação de todas as
coisas! Que alegria! É com você que o Espírito Santo está falando.

CNPJ: 62.678.412/0001-32

10
Estamos
em guerra
OBJETIVO TEXTO-BASE
Refletir sobre a guerra Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito;
contra o pecado,
mostrando que não e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão
podemos subestimar os em conflito um com o outro, de modo que vocês
aliados desse inimigo, mas não fazem o que desejam. (Gl 5:17)
precisamos reconhecer o
nosso forte aliado.
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 03/12 Rm 7:20 Viver em guerra não é fácil. O campo de batalha
S 04/12 1 Jo 2:15
é traiçoeiro e não poupa ninguém. Nele, há inimigos
T 05/12 Rm 12:1-2
Q 06/12 Tg 4:7; 1 Pd 5:8
por toda parte; o chão é minado e o cuidado deve
Q 07/12 Fl 2:12; 2 Co 3:18 ser constante. Quem se alista para a guerra, precisa
S 08/12 Gl 5:16-21 estar ciente dos riscos; não pode vacilar, pois qual-
S 09/12 Gl 5:22-25 quer vacilo pode custar a vida de um combatente.
Todo cristão está em guerra. Certamente, a nos-
sa luta não é contra pessoas, mas contra inimigos
extremamente perigosos: o pecado e seus aliados
(Ef 6:12). Essa luta é diária e constante; não há
PÔR DO SOL trégua, nem acordo de paz. Como devemos lidar
Sexta-feira, 08/12 – 18h45 com o pecado, no dia-a-dia? É o que veremos no
Sábado, 09/12 – 18h46
estudo de hoje.
A luta contra o pecado é necessária. Isso porque

esse inimigo possui a capacidade de nos separar de
para ouvir o podcast desta lição. Deus. Como bem alertou o profeta Isaías: ... as vos-
sas iniquidades fazem separação entre vós e o vos-
so Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto
de vós, para que vos não ouça (Is 59:2). Para sermos
Ou acesse goo.gl/716vG4 www.portaliap.org | 77

vitoriosos nessa guerra, precisamos a todos quantos o receberam, deu-
considerar algumas situações. -lhes o poder de serem feitos filhos
1. Nossa situação na guerra: Na de Deus, a saber, aos que creem no
guerra contra o pecado, precisamos seu nome (Jo 1:12).
entender a nossa situação, ou seja, É verdade que o pecado afeta o
quem realmente somos. Para isso, nosso relacionamento com Deus,
devemos analisar nossa condição: so- mas não a filiação divina. Mesmo
mos salvos por Jesus; porém, ainda pecadores, somos filhos de Deus!
somos pecadores. Antes de nos ren- Como filhos, temos direito a sua he-
dermos a ele, estávamos mortos em rança! Se pecarmos, o nosso Pai nos
nossos pecados, andando segundo o perdoa (1 Jo 1:9). Por sermos filhos,
curso deste mundo (Ef 2:1-2). não somos escravos, mas obedece-
Éramos escravos do pecado e mos ao Pai porque o amamos (Rm
vivíamos para alimentar os dese- 8:15). Por isso, não podemos baixar
jos da nossa carne. Mas Cristo, por a guarda. Resistamos ao pecado.
meio de sua morte, nos libertou do 2. Nossos oponentes na guer-
domínio do pecado. Este não mais ra: Na guerra contra o pecado, pre-
dita as regras em nossa vida. Con- cisamos ficar atentos aos seus alia-
tudo, mesmo libertos de seu domí- dos: o mundo, a carne e o diabo.
nio, ainda temos de conviver com Esses três elementos agem direta
a sua presença. Somos pecadores, e indiretamente para fazer que os
e, se negarmos isso, nós nos torna- filhos de Deus caiam em pecado. O
mos mentirosos (1 Jo 1:10). que devemos saber a respeito de-
Mesmo salvos, temos, em nós, les? Quem são e como atuam? É o
uma inclinação interior que nos ins- que veremos, a partir de agora.
tiga ao pecado (Rm 7:20). A isso, O mundo é um sistema de valo-
chamamos de natureza pecamino- res, pensamentos e atitudes contrá-
sa. A guerra contra o pecado é uma rios à vontade de Deus. Nesse sis-
luta interna. Por isso, não devemos tema maligno, bens materiais, posi-
imaginar que podemos derrotá-lo ção de prestígio e reconhecimento
sem a ajuda divina. social valem mais que pessoas e
Analisemos, também, nossa filia- relacionamentos saudáveis; as pes-
ção: Se o pecado cometido por nos- soas relacionam-se entre si como ri-
sos pais, Adão e Eva, nos separou de vais, não como parceiras, pois cada
Deus, o sacrifício de Jesus nos uniu a uma tem seu ego absoluto; o valor
ele novamente. Quando nos rende- humano é medido pelo poder de
mos a Cristo, nós nos tornamos filhos consumo e capacidade de produ-
de Deus, pois, como está escrito: ... ção. Por isso, a Bíblia nos ensina:

Não amem o mundo, nem assumam nossos aliados são o Espírito Santo,
a sua forma (1 Jo 2:15; Rm 12:12). o evangelho e a fé.3 Com relação ao
A carne é a natureza caída dos se- Espírito Santo, sabemos que, sem a
res humanos.1 Essa natureza é que sua ajuda, é impossível vencer peca-
nos faz praticar o que é contrário ao do. A Bíblia diz que ele passou a ha-
Espírito Santo: ... a carne milita contra bitar em nós, e seu objetivo é atuar
o Espírito, e o Espírito contra a carne, em nossa santificação (Rm 8:9-12).
porque são opostos entre si (Gl 5:17). A santificação é o processo no
Essa luta ocorre no interior do ser hu- qual entramos, após nos render-
mano. Assim, por meio da cobiça, a mos a Cristo, para nos tornarmos
carne pode nos fazer pecar. cada vez mais livres do pecado e
A carne ou natureza pecaminosa cada vez mais parecidos com Je-
leva o ser humano a praticar prosti- sus. E essa é uma obra que o Es-
tuição, impureza, lascívia, idolatria, pírito Santo desenvolve em nós,
feitiçarias (...) e coisas semelhantes dia-a-dia, para nos aproximarmos
a estas (Gl 5:19-21). Para vencê-la, cada vez mais do caráter santo de
devemos buscar ajuda do Espírito, Deus4 (2 Co 3:18; Fp 1:6).
evitando alimentar a cobiça (Rm Ele atua em nós, numa mudança
13:14; Gl 5:16). de hábitos, gerando em nós o cará-
O diabo, por sua vez, é o grande ter de Cristo (Gl 5:22-25). Produz a
enganador e sedutor (Jo 8:44; Ap tristeza segundo Deus e nos ajuda
20:10). Ele usou o engano e a sedu- a obedecer (2 Co 7:10; 1 Jo 3:24).
ção, no intuito de fazer Adão e Eva Com a atuação dele, podemos
pecarem. Com palavras mentirosas, vencer a carne, também chamada
convenceu-os a desobedecerem de “natureza pecaminosa”, que é
ao Senhor (Gn 3:1-6). Ele age da uma inclinação natural para pecar
mesma maneira, nos dias de hoje. (Gl 5:16-21). Antes de conhecer-
Por isso, a Bíblia nos recomenda: ... mos a Cristo, perdíamos todas as
resisti ao diabo, e ele fugirá de vós batalhas contra a carne; contudo,
(Tg 4:7). Resistir significa “postar- o Espírito Santo veio morar dentro
-se contra”.2 Não podemos dar-lhe de nós, e, agora, podemos dizer
brecha alguma. “não” ao pecado.
3. Nossos aliados na guerra: O evangelho também é um gran-
Se somos atacados pelo o mundo, de aliado, quando nos aproximamos
a carne e o diabo, por outro lado, de suas verdades. Afinal, conhecê-lo
1. Shedd (1995:50) 3. DeYoung (2003:113)

2. Sproul (2006:45) 4. Grudem (1999:622)
enche-nos de gratidão por aquilo formos glorificados. A fé nos leva a
que Cristo fez pela humanidade, e crer nas verdades de Deus e rejeitar
um coração grato tende à humilda- as mentiras do diabo.6
de e à felicidade,5 dois bons antí- Assim, o Espírito, o evangelho e a
dotos contra o mal e a vulgaridade. fé são poderosos aliados para vencer-
Além disso, o evangelho nos revela mos as batalhas contra o pecado, até
que somos especiais, amados de que a guerra esteja terminada, quan-
Deus, não mais escravos do pecado. do nos encontrarmos com Cristo.
A fé é outro aliado que nos abas- Vimos que todo cristão está em
tece para a caminhada e as batalhas guerra contra o pecado e seus alia-
diárias, pois confiamos naquilo que dos, que nos querem derrubar, mas
Jesus fez por nós, na cruz, naquilo vimos também que temos grandes
que realizou por nós, em nossa con- aliados, que fazem nossa a vitória
versão, e naquilo que fará, quando ser totalmente possível.
5. DeYoung, op. cit., p.119 6. ibidem, p.124
01. Após ler o item 1; Rm 7:20; Jo 1:12, comente sobre nossa situação
na guerra, explicando a condição e a filiação de todo cristão.
02. Comente sobre o mundo, aliado do pecado, com base no item 2

e em 1 Jo 2:15; Rm 12:12.
03. Fale sobre a carne e o diabo. Que conselho a Bíblia nos fornece,
em relação a esses aliados do pecado? Leia Gl 5:17; Tg 4:7, e o item 2.
04. Por que precisamos da ajuda do Espírito Santo, em nossa

luta contra o pecado? Como o evangelho e a fé nos ajudam nesta
batalha. Responda, com base no item 3 e Rm 8:9-12; 2 Co 3:18;
Fp 1:6; Gl 5:22-25.
1. Para vencer o pecado, reconheça sua fraqueza.

Não adianta negar: somos peca- O pecado não nos domina, mas
dores. João atesta esse fato com as ainda está presente, tentando nos
seguintes palavras: Se dissermos que afastar de Deus. Só podemos
não temos pecado, enganamo-nos a vencê-lo com ajuda do Espírito
nós mesmos, e não há verdade em (Rm 13:14; Gl 5:16). Não somos
nós (1 Jo 1:8). Como salvos em Je- tão fortes, a ponto de conseguir-
sus, fomos convencidos a aceitar o mos derrotar o pecado por conta
chamado de Cristo; fomos regenera- própria. Por isso, precisamos to-
dos pelo Espírito e entramos no pro- mar cuidado para não cairmos em
cesso de santificação. Contudo, ain- suas presas. O pecado é perigo-
da há, em nós, uma inclinação para o so. Fique atento! Não vacile! Não
pecado, a natureza pecaminosa. o subestime!
05. Por que é importante reconhecer nossa fraqueza, na luta contra

o pecado?
2. Para vencer o pecado, mantenha sua resistência.

O mundo, a carne e o diabo ao diabo, e ele fugirá de vós (Tg
são aliados do pecado. Atuam 4:7). Resistir ao diabo é escolher
no propósito de nos afastar de ouvir a voz do Espírito em nos-
Deus. Através da cobiça, podem sa consciência. Se o Espírito lhe
nos levar a pensar e agir de ma- pede para abandonar um vício ou
neira perversa. Muitos não re- um mau hábito, então, abandone!
sistem às poderosas investidas Se ele lhe pede para abraçar, ao
desses inimigos e acabam se ren- invés de julgar, abrace! Se ele lhe
dendo ao pecado. diz que é hora de dar atenção às
Portanto, precisamos seguir a pessoas que você ama, ao invés de
recomendação da Palavra: ... resisti correr atrás de grandes realizações,
atenda a sua voz, pois essa é a voz “não” ao pecado e “sim” à obra
que o encaminha para a vida. Diga do Espírito em sua vida.
06. Como podemos manter a nossa resistência, na luta contra o pecado?
DESAFIO DA SEMANA
Estamos em guerra! Todos os dias, os discípulos de Jesus preci-

sam vestir suas armaduras espirituais e, corajosamente, ocupar as
trincheiras, na ofensiva contra o pecado. Nessa guerra, temos de
usar armas espirituais. Devemos lidar com o pecado com sabedoria.
Sábio é quem reconhece que não tem forças em si mesmo para ven-
cer um inimigo tão forte; por isso, precisa da ajuda do Espírito Santo.
Como desafio, nesta semana, pare um momento para pensar o
quanto essa guerra é real em sua vida. Pegue um papel e escreva os
pecados que você já conseguiu superar. Escreva também os peca-
dos que você ainda precisa vencer. Em seguida, ore a respeito disso,
agradeça a Deus pelas áreas em que você avançou e clame, para que
ele o ajude nas áreas em que você precisa melhorar. Ore também por
pessoas que você conhece que estão sucumbindo a essa guerra.
Domingo 03/12 Gl 6 Ez 2-3 Sl 149

Segunda-feira 04/12 Ef 1 Ez 4-5 Sl 150
Terça-feira 05/12 Ef 2 Ez 6-7 Is 40
Quarta-feira 06/12 Ef 3 Ez 8-9 Is 41
Quinta-feira 07/12 Ef 4:1-17 Ez 10-11 Is 42
Sexta-feira 08/12 Ef 4:17-32 Ez 12-13 Is 43
Sábado 09/12 Ef 5:1-20 Ez 14-15 Is 44

MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO É PRIORIDADE
A pregação do evangelho é de importância crucial. Simplesmente os apóstolos

não podiam deixar de pregar o que tinham visto e ouvido (At 4:20). Sua deter-
minação era tão grande que sobreviveu a terríveis ameaças, proibições, prisões,
martírios e perseguições cruéis (At 4:18 e 21, 5:17-42, 6:8-8:4). Que mais impor-
tante poderia mover aqueles homens, a ponto de morrerem e prol da causa?
Nada! A missão de proclamar o evangelho de Jesus Cristo era a prioridade máxi-
ma, ainda que outras tarefas fossem realizadas no reino.
Quando a igreja cresceu e precisou organizar-se melhor , tudo foi planejado,
de forma que os apóstolos preservassem a sua principal responsabilidade de tes-
temunhar de Cristo Jesus e sua cruz salvadora (At 6:1-7). Por mais importantes
que sejam as tarefas de inclusão social e o socorro aos necessitados, nada é mais
essencial do que pregar o evangelho aos não-salvos. Tal consciência demonstra
sabedoria espiritual e humildade dos apóstolos em reconhecer que foram cha-
mados e enviados por Cristo Jesus para proclamar a salvação, enquanto outros
irmãos piedosos cuidariam de outras tarefas edificadoras.
Atenção: Primeiro vem a tarefa de pregar o evangelho; depois, a tarefa de
“cuidar das mesas”. Não se pode inverter essa ordem. Não é que um ministério
seja superior ao outro, posto que ambos são maneiras espirituais de servir a Deus
e ao próximo e requerem pessoas espirituais para exercê-los; mas ambos são di-
ferentes “na forma”, porque um leva à salvação e ou outro à edificação; um vem
primeiro e o outro é continuidade. Portanto, que os evangelistas ou pregadores
evangelizem, preguem e ensinem, e os doadores de amor e cuidado amem, cui-
dem e edifiquem. Em que ministério você está frutificando para Jesus?

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11
Vida após
a morte?
OBJETIVO TEXTO-BASE
Ajudar o estudante da Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão,
Bíblia a conhecer o que
diz a Escritura sobre o até que volte à terra, visto que dela foi tirado;
destino e a condição dos porque você é pó, e ao pó voltará. (Gn 3:19)
mortos, bem como sobre
a derrota da morte, para
que viva íntegra
e esperançosamente. INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA Por mais que a vida seja difícil e tenha suas
D 10/12 Gn 3:19 mazelas e por mais que, no mundo, tenhamos de
S 11/12 Sl 30:9
conviver com as catástrofes naturais, com dificul-
T 12/12 Sl 146:4
Q 13/12 Ec 9:5-10
dades de saúde, com o desrespeito aos direitos
Q 14/12 Dn 12:2 humanos, com enfermidades consideradas incurá-
S 15/12 Ec 12:7 veis, com a injustiça social, com crises emocionais
S 16/12 1 Ts 4:13 e financeiras, poucos de nós preferem a morte.
Não gostamos de pensar na possibilidade da
morte, não nos conformamos com ela e, comu-
mente, não nos preparamos para a sua chegada.
Além disso, para a maioria das pessoas, a morte é
PÔR DO SOL um assunto misterioso e desconhecido, que gera
Sexta-feira, 15/12 – 18h50 muitas dúvidas e perguntas difíceis de responder.
Sábado, 16/12 – 18h50
Esse estudo propõe-se a tratar biblicamente de al-
gumas dessas questões.
Nesta série de estudos que tratam a respeito

para ouvir o podcast desta lição. do ser humano e o pecado, não há como ignorar
o tema de hoje. O ser humano era imortal, até o
dia em que pecou. A partir de então, a morte pas-
sou a fazer parte de sua história (Rm 5:12). Mas
Ou acesse goo.gl/6m3DAh 84 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

o que acontece depois da morte? morte, os não-salvos irão imedia-
Para onde vai o ser humano? Ele tamente para o inferno (hb. Sheol),
entra num estado intermediário onde ficam sofrendo continuamen-
consciente? Pode ter uma segunda te. Acreditam que esse é o lugar
chance após morrer? Para respon- onde o diabo mora e que, ali, os
der a essas perguntas, analisare- mortos são atormentados.4 Será
mos o assunto sob três aspectos. que esses são os destinos das pes-
1. Um destino iminente: Para soas após a morte? O que a Bíblia
onde vai o ser humano após a mor- diz a respeito desse importante as-
te? Antes de responder a essa ques- sunto? Deixemos que ela nos res-
tão, é válido dizer que há, no meio ponda por si mesma.
cristão, muitas especulações em O Salmo 30:9 sugere: Que pro-
torno desse assunto. Há os que afir- veito obterás no meu sangue,
mam que, após a morte, o destino quando baixo à cova? Louvar-te-á,
de muitas pessoas será o purgató- porventura, o pó? Declarará ele a
rio, um lugar onde a alma do cristão tua verdade? Perceba que o desti-
seria purificada do pecado, até que no de todos os mortos, segundo a
estivesse pronta para ser aceita no Bíblia, é a sepultura, a cova, onde
céu.1 Essa ideia baseia-se no texto nos tornamos aquilo que éramos
apócrifo2 de 2 Macabeus 12:39-46. no início: pó. Esse é o destino dos
De acordo com os defenso- justos e dos injustos; dos bons e
res dessa ideia, no purgatório, os dos maus.
cristãos que tiverem morrido com Esse conceito é confirmado por
pecados não-perdoados ou imper- Gênesis 3:19, que diz: No suor do
feições, terão de passar por um pe- rosto comerás o teu pão, até que
ríodo de sofrimento e julgamento, tornes à terra, pois dela foste for-
a fim de serem purificados e apri- mado; porque tu és pó e ao pó tor-
morados.3 Mas há também os que narás. Até a vinda de Cristo, é na
acreditam que, após a morte, o sepultura que todos os mortos per-
cristão salvo por Cristo vai imedia- manecerão, pois, de acordo com
tamente para o céu. a profecia de Daniel 12:2: Muitos
Nesse mesmo sentido, há os que dos que dormem no pó da terra
defendem a ideia de que, após a ressuscitarão, uns para a vida eter-
1. Grudem (1999:686)
4. Este não é o conceito bíblico sobre o in-
2. Os textos apócrifos são aqueles conside- ferno, pois, quando essa palavra aparece, na
rados não-inspirados pelo Espírito Santo. maioria das vezes, tem o sentido de sepultura
3. Champlin (2001:71) ou lugar dos mortos (Mt 10:28; Mc 9:43-48).
na, e outros para vergonha e horror quando morre. A Bíblia diz: A se-
eterno (grifo nosso). pultura não te pode louvar, nem a
2. Um estado inconsciente: morte glorificar-te; não esperam
Qual é o estado do ser humano, em tua fidelidade os que descem
após a morte? Será que ele fica à cova (Is 38:18).
num estado intermediário, cons- O texto de 1 Pedro 3:19 não diz
ciente, no período entre sua morte que Jesus desceu ao inferno para
e sua ressurreição? Os que acre- pregar aos mortos, como se estes
ditam que o purgatório, o céu e o estivessem conscientes. Nesse tex-
inferno são o destino imediato dos to, nem aparece a palavra “infer-
mortos defendem tal ideia. Tanto no”. O que essa passagem, possi-
é que sugerem que, nesse estado velmente, quer dizer é que Cristo
intermediário, os mortos não-remi- pregou, por intermédio de Noé, às
dos podem obter outra chance de pessoas daquela geração, que, na
se salvarem. época de Pedro, já estavam mor-
Assim, acredita-se que, após tas. Nesse sentido, essas pessoas
passar pelo sofrimento do purgató- estavam vivas, quando Cristo pre-
rio, a pessoa estará apta a entrar no gou a elas.7 O Espírito de Cristo
céu, pois recebeu sua justa puni- atuou por meio dos profetas do
ção.5 A mesma ideia é sugerida por Antigo Testamento e por meio de
quem diz que Jesus foi ao inferno Noé, o pregador da justiça (1 Pd
pregar aos mortos, com base em 1:11; 2 Pd 2:5).
1 Pedro 3:19. De acordo com esse Após a morte, portanto, não há
entendimento, a oportunidade de uma segunda chance para o ser hu-
salvação não termina com a morte mano reaver as suas obras e se sal-
de uma pessoa.6 Será isso mesmo? var, pois os mortos não sabem coi-
É preciso entender que, após sa nenhuma (Ec 9:5). Todos os seus
a morte, o ser humano fica em desígnios desaparecem (Sl 146:4).
estado de inconsciência. A mor- Até a volta de Cristo, permanece-
te é comparada a um sono, em rão inconscientes, na sepultura. Por
que se cessam as atividades (1 Ts isso, é sábio seguir o conselho: O
4:13). Não há um estado interme- que as suas mãos tiverem que fazer,
diário em que a pessoa vai para que o façam com toda a sua força,
o purgatório, para o céu ou para pois na sepultura, para onde você
o inferno, de forma consciente, vai, não há atividade nem planeja-
5. Grudem, op. cit., p.686

6. Champlin, op. cit., p.374 7. Grudem (2016:158)

mento, não há conhecimento nem mortal se tornará imortal e incor-
sabedoria (Ec 9:10 - NVI). ruptível. Isso se dará por ocasião
3. Uma vilã derrotada: Apesar da volta de Jesus.
de ser uma vilã terrível, a morte Nessa ocasião, a morte ficará
não é invencível. Aliás, ela já foi sem perspectivas: Onde está, ó
derrotada por Cristo. Por isso, não morte, a sua vitória? (1 Co 15:55a).
devemos temê-la. Três importan- Mais do que isso, ela será de-
tes fatos confirmam essa maravi- sarmada e se tornará inofensiva:
lhosa verdade. Em primeiro lugar, Onde está, ó morte, o seu agui-
a ressurreição de Jesus atesta a lhão? (1 Co 15:55b). Por meio de
derrota da morte. Em sua prega- Jesus, nós também a venceremos
ção, após a descida do Espírito (1 Co 15:57). A derrota definitiva
Santo, no dia de Pentecostes, Pe- da morte é uma certeza que logo
dro afirmou, com convicção: Mas se concretizará.
Deus o ressuscitou dos mortos, Em terceiro lugar, a aniquilação
rompendo os laços da morte, por- dos poderes malignos atesta a der-
que era impossível que a morte o rota da morte. Satanás e suas hos-
retivesse (At 2:24). tes malignas atuam para levar o ser
A Bíblia admite que Jesus so- humano à morte. Famílias inteiras
freu a dor dos açoites, a humi- são devastadas pela maldade des-
lhação da coroa de espinhos e o ses seres. Após o milênio, porém,
infortúnio da morte; mas também esses agentes da maldade serão
afirma que, ao terceiro dia, ele abatidos de uma vez por todas (Ap
ressurgiu dentre os mortos e, com 20:10), de modo que a morte é o
a sua ressurreição, venceu a mor- último inimigo a ser destruído (1
te, que não tem mais domínio so- Co 15:24-26).
bre ele (Lc 24:46; Rm 6:9). Vimos, até aqui, que não há
Em segundo lugar, a nossa vida após a morte. O destino do
glorificação atesta a derrota da ser humano, quando morre, é a
morte. Em breve, Cristo voltará, sepultura, e o seu estado é de
e receberemos dele um corpo inconsciência. É nessas condi-
glorioso. Assim, a morte não mais ções que os mortos aguardam a
terá poder sobre nós. Na realida- ressurreição. Aprendemos tam-
de em que vivemos, a morte se bém que a morte não é invencí-
faz presente; causa pranto, an- vel, pois Cristo a derrotou com a
gústia e nos separa das pessoas sua ressurreição. A seguir, vere-
que amamos. Um dia, porém, se- mos duas importantes aplicações
remos glorificados, e nosso corpo acerca do assunto.
01. Para onde irão os mortos, de acordo com aqueles que acreditam
em vida após a morte? Responda, com base no item 1.
02. Para onde irão os mortos, de acordo com Gn 3:19; Sl 30:9, e Dn

12:2? Baseie-se também no item 1.
03. Os mortos estão num lugar intermediário, conscientes? Eles têm

uma segunda chance, de acordo com 1 Pd 3:19? Responda, com
base no item 2 e em Sl 146:4.
04. Que provas temos de que a morte foi derrotada por Cristo?
Baseie sua resposta em At 2:24; 1 Co 15:54; Ap 20:10, e no item 3.
1. Se a morte é certa, viva com integridade!

Para lamento e decepção de muita destino dos mortos é a sepultura,
gente, não há, segundo a Bíblia, vida onde permanecem inconscientes
após a morte. Quem morre, não tem (Ec 9:5,10; Is 38:18). Sabendo disso,
uma segunda chance de se redimir como devemos proceder nesta vida?
no purgatório ou no inferno. Também Nesses poucos dias que o Se-
não irá imediatamente para o céu. O nhor nos permite viver, devemos

tomar as decisões corretas. Isso o dia chamado hoje, em vida, não
implica servir a Deus em santidade, o amanhã, após a morte. Por isso,
tornar-se discípulo de Cristo e dei- a Bíblia alerta: Hoje, se ouvirdes
xar-se alcançar e transformar por a sua voz, não endureçais o vosso
sua graça. O tempo da salvação é coração (Hb 3:15 - grifo nosso).
05. Há sentido em fazer o bem, nesta vida, sabendo que não há vida
após a morte? Por quê?
2. Se a morte é certa, preserve a esperança!
Para regozijo e felicidade de Nesses poucos dias que o Se-

muitos cristãos, haverá, segundo a nhor nos permite viver, devemos
Bíblia, ressurreição, após a morte. nos manter esperançosos nas pro-
Quem morrer, ressuscitará. Os jus- messas de Jesus. Ele virá e trans-
tos ressurgirão, na primeira ressur- formará os que estiverem vivos e
reição, e subirão ao céu; os ímpios ressuscitará os que estiverem mor-
ressuscitarão, na segunda ressur- tos. Para os salvos, a morte não é o
reição, que ocorrerá após o milê- fim e a ressurreição é uma certeza
nio, e serão julgados e destruídos maravilhosa. A ressurreição de Je-
(Jo 5:29). Sabendo disso, como de- sus é a garantia de que ressuscita-
vemos proceder nesta vida? remos (1 Co 15:20,21).
06. Por que a ressurreição nos motiva a conservar a esperança?
DESAFIO DA SEMANA
Pela graça de Deus, chegamos ao final de mais um estudo. Hoje,

aprendemos que não há vida após a morte, por duas razões: o
destino dos mortos é a sepultara e o seu estado é de inconsciência.
Concluímos também que a morte não é invencível, já que foi derro-
tada por Jesus Cristo, em sua ressurreição.
Enquanto vivermos, devemos fazer o bem, viver para glória de
Deus, seguir a Jesus com integridade, pois não haverá segunda
chance, após a morte. Precisamos também manter a esperança,
pois, um dia, Cristo nos ressuscitará para uma nova vida. Seu de-
safio, diante deste ensino, é viver uma vida maiúscula, superlativa,
viver de forma abundante, como Cristo nos propõe.
Domingo 10/12 Ef 5:21-33 Ez 16 Is 45

Segunda-feira 11/12 Ef 6 Ez 17 Is 46
Terça-feira 12/12 Fp 1:1-11 Ez 18 Is 47
Quarta-feira 13/12 Fp 1:12-30 Ez 19 Is 48
Quinta-feira 14/12 Fp 2:1-11 Ez 20 Is 49
Sexta-feira 15/12 Fp 2:12-30 Ez 21-22 Is 50
Sábado 16/12 Fp 3 Ez 23 Is 51

MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO E O ENVIO
Ir pregar o evangelho é a missão mais desafiadora que um ser humano pode

receber. Mas enviar não é menos importante. Ambas são ações estritamente espi-
rituais. Porém, enviar é muito mais do que se despedir de alguém. Em 3 João 1:6,
está escrito: ... aos quais, se os encaminhares na sua viagem de um modo digno
de Deus, bem farás. Neste texto, a palavra grega propempo significa tomar todas
as providências necessárias, em termos de provisão para a jornada, ou seja, quem
envia acompanha e ajuda, durante a missão, como se vê em Atos 15:3 e 21:5.
Quem envia precisa providenciar documentação legal, alimento, dinheiro, hos-
pedagem, segurança, carta de recomendação e tudo o mais que for necessário
para que a missão tenha êxito. Tudo precisa ser feito de modo digno do reino
ético de Deus, e como prova de amor aos enviados e aos que serão salvos pelo
trabalho dos enviados. Quem envia um missionário ao campo precisa fazê-lo com
todo o temor, como se estivesse enviando o próprio Jesus. Nesse sentido, o que
faríamos se tivéssemos de enviar Jesus? Faríamos ou não o melhor?
Atenção: Como igreja de Jesus, temos o dever de aperfeiçoar, a cada dia, a
maneira de fazermos as provisões para o envio dos mensageiros das boas novas,
seja como igreja local, junta de missões, agências missionárias ou quaisquer gru-
pos de cristãos que se propõem à missão tão importante.
Que você se inclua entre os que ajudam a enviar ao mundo os mensageiros da
verdade, participando direta ou indiretamente. Saiba que você é parte integrante
desse envio santo.

CNPJ: 62.678.412/0001-32
12
Enfim, livres
do pecado!
OBJETIVO TEXTO-BASE
Ajudar o estudante da Bíblia Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos
a refletir sobre a glorificação
dos seres humanos e o semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo
que vai acontecer com eles como ele é. (1 Jo 3:2)
e com as coisas criadas,
quando a presença do
pecado for extinta.
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA O pecado trouxe dores físicas e emocionais, rup-

D 17/12 1 Jo 3:2 turas nos relacionamentos, desordem à natureza e,
S 18/12 1 Co 15:50-57
sobretudo, nos apresentou à morte. O pecado é
T 19/12 Rm 8:18-30
Q 20/12 Fp 1:10,11
a razão primordial de tantas desgraças ocorridas
Q 21/12 Sl 18:30 na história humana. Sem ele, os seres humanos vi-
S 22/12 2 Pd 3:13 veriam em paz com Deus e com o próximo e não
S 23/12 Ap 21:1-4 estariam fadados às mazelas desta vida.
Contudo, podemos ter esperança de viver sem a
presença do pecado. Isso ocorrerá quando o reino de
Deus se estabelecer de maneira plena. É certo que
Cristo, por meio de seu sacrifício, na cruz, nos libertou
PÔR DO SOL do domínio do pecado e, um dia, nos livrará, de uma
Sexta-feira, 22/12 – 18h53 vez por todas, de sua presença. O que acontecerá
Sábado, 23/12 – 18h54
com o ser humano e com as coisas criadas, quando
isso acontecer? É o que estudaremos na lição de hoje
A Bíblia afirma que os salvos receber corpos glo-

para ouvir o podcast desta lição. riosos por ocasião da volta de Cristo (1 Co 15:54).
Glorificação é o nome dado ao último estágio da
nossa salvação e abrange não apenas o aperfei-
çoamento do corpo de todos os crentes, que ocor-
Ou acesse goo.gl/a5xF8j 92 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

rerá no momento da ressurreição, face a face. Agora, conheço em par-
mas também a transformação de te; então, conhecerei como também
toda a criação (Rm 8:18-30).1 Livres sou conhecido (1 Co 13:12). O nos-
da presença do pecado, teremos so conhecimento de Deus aumenta-
quatro resultados que se destacam. rá, porque viveremos com ele.
1. Humanos sem corrupção: Sem a presença do pecado, sere-
João, em sua primeira carta, expres- mos aperfeiçoados corporalmente.
sa sua esperança quanto à glorifica- O nosso corpo de humilhação será
ção: Sabemos que, quando ele se transformado num corpo de glória
manifestar, seremos semelhantes (Fp 3:20,21). Será imune às enfermi-
a ele, porque haveremos de vê-lo dades, à velhice e, principalmente, à
como ele é (1 Jo 3:2). O apóstolo morte. O nosso corpo glorificado não
acredita que o cristão será aperfei- será fraco, nem perecível, mas eterno
çoado na glorificação, a ponto de (1 Co 15:54). Não será usado para o
tornar-se parecido com Cristo. A mal, mas para honrar ao Senhor.
imagem e a semelhança de Deus se- 2. Mundo sem defeito: O pecado
rão totalmente restauradas em nós. humano afetou a criação. As conse-
Sem a presença do pecado, se- quências do erro de Adão e Eva não
remos aperfeiçoados moralmente. recaíram somente sobre eles, mas
Seremos plenamente inculpáveis, também sobre todo o mundo criado.
quando passarmos pela transforma- Tudo que Deus criou foi bom. A sua
ção ou pela ressurreição (Fp 1:10,11). criação era admirável (Gn 1:31), mas
Não mais seremos propensos ao o pecado a danificou e colocou tudo
mal. O nosso desejo será glorificar em desordem. A terra tornou-se mal-
a Deus em tudo. Não correremos o dita e passou a produzir espinhos e
risco de cair em tentação, pois os ervas daninhas (3:18).
agentes da maldade não mais po- A presença do pecado no mun-
derão nos atingir (Ap 20:7-10). do obriga a criação a gemer de an-
Sem a presença do pecado, se- gústia: Porque sabemos que toda
remos aperfeiçoados intelectual- a criação, a um só tempo, geme
mente. Ainda não conhecemos a e suporta angústias até agora (Rm
Deus como ele é, pois a presença 8:22). Sem a presença do pecado,
do pecado nos impede disso. Mas, porém, as coisas serão diferentes.
quando formos glorificados, ocorre- O ser humano será glorificado; céu
rá o que Paulo diz: ... então veremos e terra serão renovados: Vi novo
céu e nova terra, pois o primeiro
céu e a primeira terra passaram, e
1. Erickson (1997:430) o mar já não existe (Ap 21:1).
Deus não voltará a criar céu e ter- tas circunstâncias. A vida é sofrível.
ra a partir do nada, mas apenas irá Contudo, livres da presença do peca-
renová-los. Assim, Deus fará novas do, todo o sofrimento cessará: E lhes
todas as coisas. Nesse mundo re- enxugará dos olhos toda lágrima, e
dimido, não haverá injustiça, a cor- a morte já não existirá, já não haverá
rupção jamais triunfará; não mais luto, nem pranto, nem dor, porque as
haverá rebelião (2 Pd 3:13). Por isso, primeiras coisas passaram (Ap 21:4).
devemos aguardar novo céu e nova Na vida sem pecado, não sofre-
terra com grande expectativa. remos a dor da violência, que asso-
O novo céu será a nova habitação la grandes e pequenas cidades; as
dos salvos, durante um período de mil mães não lamentarão a perda dos
anos. Após esse tempo, a nova Terra seus filhos e estes não se entristece-
passará a ser o nosso lar. Imagine vi- rão por causa do abandono dos pais.
ver num lugar assim, uma habitação Havendo sido glorificados, seremos
em que há plena felicidade! O melhor imortais. Não haverá enterro, cemi-
está por vir, de modo que nem olhos tério, despedida, separação, aciden-
viram, nem ouvidos ouviram, nem ja- te, morte, hospitais.2 Nunca mais!
mais penetrou em coração humano o Nunca mais haverá pais sofrendo a
que Deus tem preparado para aque- dor de ver um filho ser consumido pe-
les que o amam (1 Co 2:9). las drogas e morto pelo tráfico; nunca
3. Vida sem sofrimento: A prá- mais se ouvirá notícia de que alguém
tica do pecado trouxe aos seres se jogou de um prédio, por causa
humanos uma vida de intenso sofri- da depressão; nunca mais o câncer
mento. Eva ouviu de Deus: Multipli- minará nossas energias e nossa vida;
carei sobremodo os sofrimentos da nunca mais o cônjuge sofrerá traumas
tua gravidez; em meio de dores da- por conta de uma traição; nunca mais
rás luz à filhos (Gn 3:16). Não gosta- haverá pecado, nem sofrimento.
mos da dor, mas temos de conviver 4. Relacionamentos sem crise:
com ela. A Adão, Deus disse: ... em Ao pecar, os seres humanos passa-
fadigas obterás dela o sustento, du- ram a vivenciar tensões relacionais. O
rante os dias de tua vida (Gn 3:17). pecado afetou a nossa relação com
O trabalho, que, antes, era agradá- Deus e nos afastou de sua presença.
vel, passou a tornar-se um fardo. Veja a reação de Adão e Eva, após
Nesta vida, sofremos, não importa terem comido do fruto que Deus
se somos ricos ou pobres. O sofri- proibira: ... esconderam-se da pre-
mento bate à porta do solteiro e do sença do SENHOR Deus, o homem
casado, do incrédulo e do cristão. So-
fremos de muitas maneiras e em mui- 2. Lopes (2005:365)

e sua mulher, por entre as árvores do com os homens. Deus habitará com
jardim (Gn 3:8). Mais do que isso, o eles. Eles serão povos de Deus, e
pecado trouxe a ira de Deus sobre Deus mesmo estará com eles (Ap
nós, que foi aplacada por meio do 21:3). Assim, todos os relaciona-
sacrifício de Cristo (Rm 5:9). mentos serão restaurados: Não ha-
O pecado também afetou a nossa verá mais conflitos entre os povos,
relação com o próximo. Depois de brigas na família, conflitos entre
comer o fruto proibido, Adão acusa a cristãos. A amizade e comunhão
sua mulher: ... ela me deu da árvore, triunfarão. Seremos um só povo: o
e eu comi (Gn 3:12). Esse foi o primei- povo de Deus! Até mesmo a rela-
ro atrito conjugal. E a crise relacional ção do homem com a natureza será
entre as pessoas só piorou, depois corrigida. Haverá plena harmonia.
disso. Algum tempo depois, Caim as- Conforme estudamos até aqui, a
sassinou o seu irmão (Gn 4:8). ausência do pecado no mundo e o
Hoje, esse tipo de tensão persiste corpo glorioso que receberemos fa-
nas relações de muitas pessoas. O rão de nós seres humanos sem cor-
pecado contribui para que isso ocor- rupção; do mundo, um lugar sem
ra. Porém, sem a presença dele, as defeito, de felicidade plena; da vida,
crises relacionais cessarão. Não mais um estado sem sofrimento e angús-
haverá quem se separe de Deus ou tia; dos relacionamentos, uma verda-
quem tenha atrito com o próximo. deira comunhão, sem crise. Vejamos,
A união persistirá entre Deus e os a seguir, duas lições importantes, que
homens: Eis o tabernáculo de Deus nos ajudarão a crescer na vida cristã.
01. Em que aspectos seremos aperfeiçoados, por ocasião da

glorificação? Explique, com base em Fp 1:10,11; 1 Co 13:12, e no item 1.
02. Como será o mundo, sem a presença do pecado? Comente, com

base em 2 Pd 3:13; Ap 21:1, e no item 2.
03. Uma vez glorificados, não mais conviveremos com o sofrimento.

Por quê? Responda, com base em Ap 21:4 e no item 3.
04. Com a entrada do pecado no mundo, os relacionamentos do
homem com Deus e com o próximo foram afetados e entraram em
crise. Comente sobre o que ocorrerá na vida futura, sem a presença
do pecado. Leia Ap 21:3 e o item 4.
1. À espera da glorificação, admita a limitação humana.

Um dia, seremos glorificados e a nossa limitação. Sim, reconheça-
teremos um corpo incorruptível e mos que o nosso caótico estado se
imortal (1 Co 15:54). Conhecere- deve a nossa atitude pecaminosa.
mos a Deus, de modo mais pro- O pecado tornou-nos limitados
fundo, e teremos com ele um re- em muitas coisas: limitou o nosso
lacionamento sem crise (1 Jo 3:2; relacionamento com Deus e com o
Ap 21:3). Não mais viveremos num próximo, os nossos dias e o nosso
mundo injusto, nem sucumbiremos conhecimento de Deus. Por isso,
ao sofrimento. Tudo isso acontece- busquemos do Senhor ajuda, para
rá, quando Jesus voltar. que, em santidade, aguardemos o
Mas, até lá, devemos reconhecer tempo de nossa glorificação.
05. De que maneira podemos agir em reconhecimento da nossa

limitação? Dê exemplos práticos.
2. À espera da glorificação, exalte a perfeição divina.

Deus certamente quer o melhor terra e nova comunhão, mas, antes,
para nós. É do seu agrado que vi- extirpará de nossa história o pecado,
vamos eternamente. Mas jamais ele por causa de sua perfeição (Sl 18:30).
permitiria que tivéssemos vida eter- Deus é perfeito em tudo e repu-
na estando a natureza pecaminosa dia o pecado. Ele foi perfeito, ao
presente em nós (Gn 3:22). Ele nos criar todas as coisas, e assim será,
dará novo corpo, novo céu, nova ao renová-las (Ap 21:5). Portanto,

adoremos ao Senhor por sua per- céu redimidos; uma vida sem dor e
feição. Louvemos a ele, por nos tristeza; uma comunhão sem atritos.
presentear, na glorificação, com um Enquanto aguardamos esse dia che-
corpo sem mácula; uma terra e um gar, exaltemos o perfeito Criador.
06. Por que devemos exaltar a Deus por sua perfeição? Explique,
com base em Ap 21:5.
DESAFIO DA SEMANA
Chegamos ao final do estudo de hoje. Nele, aprendemos que

Deus nos aperfeiçoará, por meio da glorificação. Quando isso ocor-
rer, não mais se encontrará corrupção em nós; o mundo será ideal
para se viver; a vida não será marcada pelos traumas do sofrimento,
e os relacionamentos não serão rompidos. Todas essas coisas nos
são prometidas por Deus. Mas precisamos perseverar, na luta diária
contra o pecado e na busca pela santificação.
Se você conhece alguém que está desanimado, por causa dos pro-
blemas desta vida, anime-o, com o ensino que lhe foi passado hoje.
Nosso desafio é nos alimentarmos desta esperança: Cristo voltará, o
pecado será extinto da nossa história, de uma vez por todas, e para
sempre, nós nos deleitaremos em Deus. Tenha plena certeza disso.
Domingo 17/12 Fp 4 Ez 24 Is 52
Segunda-feira 18/12 Cl 1:1-23 Ez 25-26 Is 53
Terça-feira 19/12 Cl 1:24-2:19 Ez 27-28 Is 54
Quarta-feira 20/12 Cl 2:20-3:17 Ez 29-30 Is 55
Quinta-feira 21/12 Cl 3:18-4:18 Ez 31-32 Is 56
Sexta-feira 22/12 Lc 1:1-25 Ez 33 Is 57
Sábado 23/12 Lc 1:26-56 Ez 34 Is 58
MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO E O IR
Se há os que enviam, há os que vão. Estes que vão não são aventureiros, nem
turistas; não vão em honra a si mesmos, tampouco em seu próprio nome. Eles
saem ao mundo por um Nome maior, um nome com “N” maiúsculo: ... porque por
amor do Nome saíram, sem nada aceitar dos gentios (3 Jo 1:7). É evidente que
eles saem em nome do Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sabem que só Jesus tem
autoridade em todo o universo; por isso, não temem sair ao mundo em nome dele.
Ir em nome de Jesus significa ter a sua presença, seu poder e sua autoridade
de forma constante. Todo missionário fiel tem a presença e o poder de Jesus, em
todo o lugar e em todo tempo. Aonde o missionário fiel vai, Jesus é glorificado
em sua vida. É assim, porque os missionários fiéis não são mercadores da fé; não
vivem da mensagem porque não a vendem. Eles podem dizer como Paulo: Por-
que nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como tantos outros; mas
é com sinceridade, é da parte de Deus e na presença do próprio Deus que, em
Cristo, falamos (2 Co 2:17).
Os missionários fiéis são sustentados por Jesus, por meio de seu povo, a igreja
que os envia. Atenção: O missionário de Deus não tem sustento secular! Ele vai ao
campo confiando em Jesus e na lealdade que a igreja tem ao Senhor.
Que você seja um enviado de Deus! Mesmo que não atravesse fronteiras nacio-
nais ou internacionais, seja um missionário em seu bairro, cidade, ambiente de tra-
balho! Onde estiver ou aonde for, seja um enviado de Deus a fazer a missão dele!

CNPJ: 62.678.412/0001-32

13º
Sábado
Estudo especial
30/12/2017
13
Contrição sincera
pelo pecado
OBJETIVO TEXTO-BASE
Relembrar que uma das Levantando-se no seu lugar, leram no Livro da Lei
marcas de um verdadeiro
avivamento é a contrição do SENHOR, seu Deus, uma quarta parte do dia;
pelo pecado. em outra quarta parte dele fizeram confissão e
adoraram o SENHOR, seu Deus. (Ne 9:3)
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
D 24/12 Ne 9:3 Podemos dizer que a contrição sincera pelo pe-
S 25/12 Jl 2:12-13
cado é uma consciência clara a respeito de nosso
T 26/12 2 Tm 3:16-17
Q 27/12 At 2:37-40
real estado diante de Deus, que é santo. Pecadores
Q 28/12 Hb 4:12-13 contristados são aqueles que, diante da exposição
S 29/12 Mt 6:16-18; 1 Tm 4:8 da Palavra do Senhor, e através da ação do Espirito
S 30/12 At 19:18-20 Santo, percebem quão distantes estão da santida-
de e o quanto são desobedientes à lei de Deus.
O estudo de hoje, escrito especialmente para este
13º sábado, poderia ter uma temática diferente da sé-
rie que estamos concluindo, mas aprouve ao Senhor
PÔR DO SOL que o tema tivesse tudo a ver com ela. Com base
Sexta-feira, 29/12 – 18h56 Neemias 9:3 e Joel 2:12-13, veremos como o aviva-
Sábado, 30/12 – 18h57
mento muda a nossa forma de encarar o pecado.
I – EXEMPLO NA HISTÓRIA
“... nos últimos cinco ou mais anos, tive a opor-

tunidade de ministrar em diversas das nações que
para ouvir o podcast desta lição. costumávamos chamar de ‘cortina de ferro’. Nelas,
encontrei uma igreja evangélica surpreendente-
mente vigorosa – solidamente bíblica, doutrinaria-
mente ortodoxa e viva.
Ou acesse goo.gl/fU3oHz 100 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

As pessoas são sérias em seu (...) Quando alguém vem a Cris-
compromisso com Cristo, de um to, os irmãos crentes dizem que
modo que é raro entre os cristãos o novo cristão ‘arrependeu-se’.
ocidentais (...). Os cultos deles são Usualmente, dá-se aos novos cren-
(...) intensamente cheios de paixão. tes a oportunidade de ficar de pé,
Choros espontâneos são tão co- diante da igreja, e falar sobre o seu
muns quanto risos. Oração pelos arrependimento. Em quase todos
perdidos e evangelismo pessoal os cultos que participei na antiga
estão no coração e na mente de- União Soviética, pelo menos um
les, mais do que atividades sociais convertido fez uma confissão públi-
e esportivas. O foco da mensagem ca de arrependimento”.1
deles para o mundo é um chamado
claro ao arrependimento. 1. MacArthur Jr. (2011:92)
01. Faça uma comparação entre a situação apresentada no relato

de John MacArthur Jr. e a situação do cristianismo atual, em outras
partes do mundo. Você tem percebido essa contrição pelo pecado e
essa chamada ao arrependimento em sua igreja local?
II – O QUE A BÍBLIA DIZ
Avivamentos extraordinários são e em Joel. Vejamos os meios que

momentos especiais vividos pela Deus usa para mudar nossa atitude
igreja. São temporadas intensas e consciência em relação ao pecado.
de ações do Espírito Santo sobre 1. Contrição através do ouvir
ela, trazendo de volta o primeiro a Palavra de Deus: A Bíblia relata
amor, renovando e despertando os que contrição acontece quando a
crentes. Uma das marcas dessa po- palavra de Deus é exposta. Nee-
derosa experiência é a “contrição mias mostra que, depois de um pe-
pelo pecado”. Isso é visto na Bíblia ríodo intenso de indiferença quan-
e confirmado na história. Há dois to às Escrituras, o povo voltava a
textos bíblicos marcantes sobre essa ter contato com ela: Levantando-se
questão, que estão em Neemias no seu lugar, leram no Livro da Lei
do SENHOR, seu Deus, uma quarta contrição sincera, que leva à con-
parte do dia (Ne 9:3a). fissão e à mudança de rumo, é ge-
Primeiro detalhe: O povo é co- rada pela pregação ou exposição
locado diante da verdade do texto; bíblica. Este é um instrumento que
é lembrado das palavras de Deus. o Espírito Santo usa para o aviva-
Atento à mensagem do Senhor, mento. A pregação da igreja pri-
passa alguns momentos ouvindo a mitiva é exemplo disso, pois um
Palavra e meditando na Lei. Foram dos principais assuntos da mensa-
mais de três horas de atenção à Pa- gem apostólica era o chamado ao
lavra, a uma leitura “pontuada com arrependimento e à santidade de
comentários explicativos e aplica- vida (Atos 5:31, 11:18, 13:24, 19:4,
ções à situação presente”.2 20:21, 26:21).
Segundo detalhe: Neemias rela- A pregação da Palavra resgata a
ta a consequência da pregação fiel: vontade pela santidade. Só a Bíblia
em outra quarta parte dele [dia] fi- é proveitosa para ensinar, para re-
zeram confissão e adoraram o SE- darguir, para corrigir, para instruir
NHOR, seu Deus (Ne 9:3a). Foram em justiça, para que o homem de
três horas de confissão e adoração. Deus seja perfeito e perfeitamente
Os efeitos da pregação foram vis- instruído para toda boa obra (2 Tm
tos entre Israel: uma nova postura 3:16-17). Por isso, diante de uma
diante de Deus foi tomada. pregação bíblica e ungida pelo Es-
A contrição acontece quando pírito, os corações são transforma-
as pessoas estão sensíveis à Pala- dos diante do Pai.
vra de Deus. Essa sensibilidade só 2. Contrição através do prati-
pode acontecer por meio de uma car ações de busca: Sem dúvida
ação direta do Espírito Santo. As- alguma, temos visto, tanto na Bíblia
sim, pessoas quebrantadas ouvem quanto na história, que o Espírito é
a pregação bíblica, meditam em quem manda o avivamento. Nós
seu conteúdo e a vivenciam. Neste não o fabricamos! Porém, “pode-
caso, Israel confessou e adorou ao mos nos preparar (...) confessando-
Senhor, ou seja, o culto a Deus foi -nos ao Senhor da glória”.3
renovado, bem como os corações Em Joel, o Senhor pede isto
dos israelitas foram restaurados. ao povo: Convertei-vos a mim de
Ninguém deseja arrepender-se todo o vosso coração; e isso com
de seus pecados “do nada”. A jejuns, e com choro, e com pranto
2. Kidner (1985:121) 3. Ferreira (2015:120)

(Jl 2:12). Ao invés de formalismo sensíveis aos exercícios espirituais,
religioso, Deus pede uma conver- como o jejum e a oração; temos
são de coração (Jl 2:13a). Ele não prazer na vida piedosa (1 Tm 4:8).
quer aparência de piedade: deseja Sempre em avivamentos, o povo
ver a verdade na mente (Sl 51:6). de Deus volta-se a ele com pieda-
Mais que rituais, ele pede um culto de e obediência. Aqui, em Joel,
verdadeiro (Rm 12:1). temos confissão e arrependimento
Entretanto, o culto de coração de pecados. No Novo Testamento,
não se reserva a uma fé intimista. encontramos, como exemplo de
Mais que santidade interior, Deus igreja avivada, os cristãos de Éfe-
deseja atitudes ou ações concretas so: Muitos dos que creram vieram
que demonstrem interesse e busca confessando e denunciando publi-
por ele. Por isso, pediu aos israeli- camente as suas próprias obras. (At
tas “jejuns, choro e pranto”. Quan- 19:18). A mensagem foi tão cho-
do jejuamos, nós nos dedicamos cante que eles se desfizeram de
ao Senhor, abrindo mão do que tudo que era contra Deus.
nos é permitido (alimento) para A idolatria dos efésios fora
nos “alimentarmos” de sua presen- abandonada, mediante a prega-
ça (Mt 6:16-18). ção do evangelho (At 19:19-20).
Diante dessa atitude de devo- A presença de Deus é perceptí-
ção, o povo estaria demonstrando vel, em tempos de avivamento, e
o desejo pelo perdão de Deus: gera temor ao Senhor, que leva ao
... porque ele é misericordioso, e abandono do pecado (At 2:43). É
compassivo, e tardio em irar-se, e urgente a contrição sincera pelo
grande em beneficência e se arre- pecado, em nossos dias. Diante
pende do mal (Jl 2:13b). Portanto, disso, a seguir, aplicaremos esse
quando estamos contritos, somos conteúdo a nossas vidas.
02. Fale a respeito dos dois detalhes apresentados no item 1, que

tratam a respeito da exposição da Palavra e do que isso gerou nos
Israelitas (Ne 9:3).
03. Comente em classe sobre a frase: “A contrição acontece quando

as pessoas estão sensíveis à Palavra de Deus”.
04. Explique esta convocação: Convertei-vos a mim de todo o vosso
coração. Que atitudes devem ser tomadas, após a consciência do
pecado? Leia Sl 51:6; Jl 2:12-13; Mt 6:16-18; Rm 12:1.
05. Com base no que aconteceu aos efésios, que confessaram

publicamente seus pecados, explique por que isso é um forte indício
do verdadeiro avivamento. Leia At 2:43, 19:18-20.
III – O QUE DEVO FAZER?
1. Escute atentamente a Palavra de Deus.

Diante da atenção à Escritura, Há quanto tempo você não
Israel mudou de vida, tomando um ouve a voz do Senhor, nas Escri-
rumo que agrada ao Senhor. Pas- turas? Volte a ler sua Bíblia; dedi-
sou por um período de negligencia que tempo para saber a vontade
à voz de Deus, mas foi chamado, do Senhor na sua Palavra. Talvez
pela liderança de Neemias, a refle- o pecado o tenha dominado, de-
tir sobre a vida que estava levan- vido ao seu afastamento do livro
do, por meio da meditação na Lei do Senhor. Se desejar ter um co-
de Deus. A partir disso, mudou de ração quebrantado, volte a se ali-
rota: houve confissão pública de mentar do pão do céu.
pecados e adoração ao Criador.
06. Você tem conseguido manter um tempo hábil de leitura da

Bíblia? Leia o Salmo 1 e fale sobre a importância de ser regular, na
prática da leitura bíblica.

2. Vivencie fortemente a Palavra de Deus.
Estudamos que, nos grandes pediu que fizessem de coração

avivamentos, há um forte apelo (Jl 2:12-13).
à mudança de vida; há confissão Precisamos abandonar nossos pe-
de pecados e arrependimentos. cados: indiferença quanto à obra de
Aos israelitas do tempo de Joel, Deus; falso culto, em que a preocu-
Deus pediu que se entristeces- pação com a formalidade está acima
sem por pecarem e jejuassem, e, da busca pela presença do Espírito;
assim, estariam sinalizando que falta de uma vida santificada ao Se-
desejavam mudar de vida. Não nhor. Confesse a Deus seus pecados.
era mero ritual, pois Deus lhes Por sua graça, mude de vida!
07. Reflita em classe sobre a dificuldade que esta geração tem de

vivenciar a Palavra de Deus e abandonar seus pecados. Você precisa
de um avivamento em sua vida?
DESAFIO DA SEMANA
A lição de hoje explicou como a contrição sincera pelo pecado

acontece, em tempos de avivamentos extraordinários. Atenção à
Palavra de Deus e mudanças concretas de vida mostram se esta-
mos verdadeiramente arrependidos. Diante disso, propomos um
desafio a você: Procure ler os livros de Neemias e Joel, para enten-
der melhor o assunto de hoje. Se possível, faça um jejum, pedindo
que o Espírito mostre o que é preciso ser mudado em sua vida.
Que ele coloque em você essa contrição em seu coração.
Domingo 24/12 Lc 1:57-80 Ez 35-36 Is 59

Segunda-feira 25/12 Lc 2:1-20 Ez 37 Is 60
Terça-feira 26/12 Lc 2:21-52 Ez 38-39 Is 61
Quarta-feira 27/12 Lc 3:1-20 Ez 40-41 Is 62
Quinta-feira 28/12 Lc 3:21-38 Ez 42-43 Is 63
Sexta-feira 29/12 Lc 4:1-30 Ez 44-45 Is 64
Sábado 30/12 Lc 4:31-44 Ez 46-47 Is 65

MOMENTO MISSIONÁRIO O EVANGELHO E O SUSTENTO
Há quem envia, quem vai e quem sustenta. As três ações são espirituais e não
podem ser separadas; precisam coexistir para o bem da missão. É o que se vê na
conclusão de João 3:8, que diz: Portanto aos tais devemos acolher, para que se-
jamos cooperadores da verdade. Aqui, “devemos” significa “somos obrigados a”
ou “temos essa dívida com eles”. Noutras palavras, quem envia tem a obrigação
moral e espiritual, diante de Jesus, de prover o sustento digno do enviado.
É dever da igreja sustentar todos os mensageiros da verdade que ela envia
ao mundo. É precisamente isto que Paulo diz à igreja de Corinto: Porque a mi-
nistração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também
transborda em muitas ações de graças a Deus. E continua: ... visto como, na prova
desta ministração, eles glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto
ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade da vossa contribuição para eles, e para
todos. E conclui: ... eles, pela oração por vós, demonstram o ardente afeto que vos
têm, por causa da superabundante graça de Deus que há em vós (2 Co 9:12-14).
Atenção: A sustentação financeira dos missionários enviados não é uma ques-
tão de opção ou de gosto pessoal, mas, sim, uma condição de obediência ao
evangelho, pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo como
declarado anteriormente.
Que você seja cada vez mais generoso em dar, pois é ato inerente à missão do
povo de Deus. Quando você doa, está cooperando com o progresso do evange-
lho. Quando você doa, não é um “pagador de despesas do missionário”, mas um
“cooperador da verdade”, pois tanto os que enviam quanto os enviados e os que
doam trabalham juntos pela salvação dos perdidos, arrancando-os das garras de
Satanás para os poderosos braços de Jesus.

CNPJ: 62.678.412/0001-32
BIBLIOGRAFIA
APRESENTAÇÃO
BRIDGES, Jerry. Pecados intocáveis. Tradução de Eulália Pacheco Kregness. São
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LIÇÃO 11
CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia: vols. 2 e
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Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 2016.
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ERICKSON, Millard J. Introdução à teologia sistemática. Tradução de Lucy
Yamakami. São Paulo: Vida Nova, 1997.
LOPES, Hernandes Dias. Apocalipse: o futuro chegou: as coisas que em breve
devem acontecer. São Paulo: Hagnos, 2005.
LIÇÃO 13
FERREIRA, Franklin. Avivamento para a igreja: o papel do Espírito Santo e da
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KIDNER, Derek. Esdras e Neemias: introdução e comentário. São Paulo:
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MACARTHUR, John. O evangelho segundo os apóstolos. Tradução de Ana Paula
Eusébio Pereira. São José dos Campos: Fiel, 2011.
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4º TRIMESTRE • 2017 • Nº 321

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha

Redação: Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro

Redação e preparação Adaelson Lopes de Souza

13º sábado – estudo especial ......................99

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO

4 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

6 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

Por essas razões oferecidas, entendemos ser indispensável o estudo

Pr. Alan Pereira Rocha

Estamos iniciando uma nova série de lições bíbli-

A Bíblia Sagrada não responde todas as questões

Ou acesse goo.gl/ZXPw84 8 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

2. ibidem, p.196 3. Lima (2006:147)

10 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

02. O ser humano gritou independência em relação a Deus, o

03. Leia Gn 1:5, 8,13,19,23,31; Ex 20:11, e responda: Faz jus ao

04. Após ler Hb 11:3; Sl 33:6, responda: Que característica da criação

II. VIVENCIANDO A DOUTRINA

1. Admitamos nossa insignificância.

12 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

05. Em que sentido o ser humano deve admitir sua insignificância?

2. Reconheçamos nossa importância!

06. Em que sentido o ser humano deve reconhecer sua importância?

Chegamos ao final do nosso primeiro estudo da nova série de

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 01/11 Ap 1 Ne 1-2 Sl 96

14 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

Seja um mantenedor dos projetos missionários:

LEITURA DIÁRIA O que é a vida, senão uma sucessão de fatos

Ou acesse goo.gl/CfwyFJ 16 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

Na lição anterior, vimos que não tido. O livro de Eclesiastes nos

18 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

01. Com base nas experiências do autor do livro de Eclesiastes, é

02. Com o apoio do item 2 e Is 43:7, 60:21, 61:3; Rm 11:36; 1 Co

03. Após ler 2 Co 4:6; Jo 13:31,32; Hb 1:3, responda: Qual o

1. Glorifique a Deus, apreciando a existência.

5. Você tem apreciado de modo saudável as dádivas da vida, como

2. Desfrute de Deus, exercitando a fidelidade.

20 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 08/10 Ap 8 Ne 11 Sl 103

Seja um mantenedor dos projetos missionários:

22 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

Certamente, você já deve ter ouvido falar sobre

Para muitos, o ser humano é fruto do acaso. A Bí-

Ou acesse goo.gl/SLrFqU www.portaliap.org | 23

24 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

01. Com base em Gn 1:26-27, 5:1; Sl 8:5-6; Tg 3:9, e no item 1,

02. O que aconteceu com a imagem e semelhança de Deus no ser

03. Explique o significado das palavras “imagem” e “semelhança”,

04. A que se refere o mandato cultural? Quais responsabilidades o

26 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

1. Sejamos representantes de Deus na Terra.

05. Converse com a classe sobre como podemos manifestar Deus

2. Sejamos obedientes ao mandato cultural.

6. Você consegue perceber como a Bíblia trata sobre a proteção da

Chegamos ao final de mais um estudo. Tivemos a oportunida-

PLANO DE LEITURA ANUAL DA BÍBLIA

Domingo 15/10 Ap 15 Et 6:14-8:17 Sl 107:1-22

28 | Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2017

O primeiro evangelho escrito no Novo Testamento, o de Marcos, começa as-