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4º TRIMESTRE • 2015 • Nº 313

PROCLAMANDO
Copyright © 2015 – Igreja Adventista da Promessa
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha


Conselho Editorial José Lima de Farias Filho
Hermes Pereira Brito
Magno Batista da Silva
Osmar Pedro da Silva
Otoniel Alves de Oliveira
Gilberto Fernandes Coelho
João Leonardo Júnior

EXPEDIENTE

Redação
Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro
Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544
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Redação e preparação Alan Pereira Rocha


de originais Alexandro Jorge da Silva
Andrei Sampaio Soares
Eleilton William de Souza Freitas
Genésio Mendes Júnior
Jailton Sousa Silva
José Wilbert Magalhães
Kassio Passos Lopes
William Robson de Souza
Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo
Seleção de hinos Amadilson Soares de Paula
e ordem de culto Vilma Martins Bertulino da Silva
Leituras diárias Andrei Sampaio Soares
Projeto Gráfico Marcorélio Cordeiro Murta
Editoração e capa Roberta Bassanetto (Farol Editora)
Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima
Fone: (11) 2955-5141
Assinaturas Informações na página 116
Impressão Hawaii Gráfica e Editora – São Caetano do Sul, SP
SUMÁRIO

Apresentação .................................................... 7

1 Que livro é esse?...................................................9

2 O Cristo glorificado.............................................17

3 À igreja, com carinho..........................................24

4 Acima de todo poder ..........................................32

5 O princípio das dores ..........................................38

6 Toques de alerta .................................................44

7 Contra quem lutamos? .......................................53

8 Tempo esgotado! ...............................................67

9 O mal não prevalece ..........................................74

10 O triunfo final de Cristo ......................................82

11 O acerto de contas .............................................89

12 Novo céu e nova terra.........................................96

Projeto Proclamar – Sábado especial .......... 104

13 Ora vem, Senhor Jesus! ....................................105

Sugestão para programa de culto .............. 112


APOCALIPSE
O triunfo final de Cristo e da igreja
“... as coisas que hão de acontecer” (Ap 4-22)

Ascensão de Jesus – o filho


da mulher (Ap 12:5)
Eventos do início da
O dragão é expulso do céu e grande tribulação:
parte em direção à terra para O selamento da igreja (Ap 7)
perseguir igreja (Ap 12:6-13) O aparecimento do anticristo (Ap 11:7)

A igreja (as duas testemunhas) proclama o evangelho


– o livrinho (Ap 10:1-11:1-6)
O povo de Deus, mesmo perseguido, trouxe à luz

O povo de Deus (a mulher) é perseguido, mas guardado


por Deus do dragão (Ap 12:7-16)

As duas bestas agem – governos anticristãos e falsa


religião (Ap 13:1-6; 11-18)

A GRANDE TRIBULAÇÃO
o Messias (Ap 12:1-5)

Babilônia age – símbolo dos sistemas mundanos que


se opõem a Deus (Ap 17:1-14)

Os 5 primeiros selos: O princípio das dores (Ap 5:1-6:11)


• Pregação do evangelho
• Guerras
• Fomes e pestes
• Morte
• A perseguição aos cristãos e o clamor dos mártires

A IGREJA É PERSEGUIDA E ORA

1260 dias, 3 anos e meio, 42 meses, tempo, tempos e


meio tempo
(Tempo simbólico entre a primeira e segunda
vinda de Cristo)

Deus, do seu trono, governa


Segunda vinda de Cristo – fim da grande tribulação
(Ap 14:14-20; 19:1-14)
Efeitos sobre os ímpios Efeitos sobre os justos
• Fim da Babilônia (Ap 19:2) • Os justos mortos ressuscitam
• O anticristo e o falso profeta (Ap 20:4-6)
são destruídos (Ap 19:19-20) • Os justos vivos são transformados
• Todos os ímpios vivos (1 Co 15:50-52)
morrem (Ap 19:21) • Todos os justos são levados para
• Satanás é preso (Ap 20:1-3) o céu (Ap 11:12; Jo 14:1-2; Ts 4:17)
INICIA-SE O MILÊNIO

A cidade santa desce do céu com


Jesus e com os cristãos (Ap 21:2)

As duas testemunhas são silenciadas –


a igreja é humilhada (Ap 11:7-10)

O dragão ataca os demais filhos da


mulher (Ap 12:17)
• Satanás permanece preso, com a Terra vazia
• Os cristãos reinam com Cristo, no céu

A destruição de toda maldade (Ap 20:1-4-15, 10)


• Todos os ímpios permanecem mortos

A VIDA ETERNA AO LADO DO SENHOR


O anticristo ataca, prende e mata

Os céus e a terra são restaurados (Ap 21-22)


muitos cristãos (Ap 13:7-10)
O milênio (Ap 20:4-6)

A Babilônia inicia um processo de


A batalha final (Ap 20:7-9)
O juízo final (Ap 20:11-13)

queda e ruina (Ap 17:15-18:24)

O 6º selo (Ap 6:12-17)


Descrição geral da grande tribulação
O 7º selo = As 7 trombetas (Ap 8-9)
(1ª parte da grande tribulação)
A 7ª trombeta = As 7 taças (Ap 15-16)
(Parte final da grande tribulação)
DEUS RESPONDE À ORAÇÃO
DA IGREJA

3 dias e meio
(Tempo simbólico – um curto período,
se comparado aos 1260 dias)

toda a história (Ap 4)


ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO


Gênesis Gn Mateus Mt
Êxodo Ex Marcos Mc
Levítico Lv Lucas Lc
Números Nm João Jo
Deuteronômio Dt Atos At
Josué Js Romanos Rm
Juízes Jz 1 Coríntios 1 Co
Rute Rt 2 Coríntios 2 Co
1 Samuel 1 Sm Gálatas Gl
2 Samuel 2 Sm Efésios Ef
1 Reis 1 Rs Filipenses Fp
2 Reis 2 Rs Colossenses Cl
1 Crônicas 1 Cr 1 Tessalonicenses 1 Ts
2 Crônicas 2 Cr 2 Tessalonicenses 2 Ts
Esdras Ed 1 Timóteo 1 Tm
Neemias Ne 2 Timóteo 2 Tm
Ester Et Tito Tt
Jó Jó Filemon Fm
Salmos Sl Hebreus Hb
Provérbios Pv Tiago Tg
Eclesiastes Ec 1 Pedro 1 Pe
Cantares Ct 2 Pedro 2 Pe
Isaías Is 1 João 1 Jo
Jeremias Jr 2 João 2 Jo
Lamentações Lm 3 João 3 Jo
Ezequiel Ez Judas Jd
Daniel Dn Apocalipse Ap
Oséias Os
Joel Jl
ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES
Amós Am
E VERSÕES BÍBLICAS
Obadias Ob UTILIZADAS NAS LIÇÕES
Jonas Jn
Miquéias Mq AM A Mensagem
Naum Na ARA Almeida Revista e Atualizada
Habacuque Hc ARC Almeida Revista e Corrigida
Sofonias Sf AS21 Almeida Século 21
Ageu Ag ECA Edição Contemporânea de Almeida
NVI Nova Versão Internacional
Zacarias Zc
KJA Tradução King James Atualizada
Malaquias Ml
BV Bíblia Viva
NBV Nova Bíblia Viva
BJ Bíblia de Jerusalém
TEB Tradução Ecumênica da Bíblia
NTLH Nova Tradução na Ling. de Hoje

6 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


APRESENTAÇÃO

Pela a graça de Deus, temos a alegria de apresentar esta série de lições em


que estudaremos o livro do Apocalipse. As treze lições deste último trimes-
tre de 2015 serão todas baseadas no estudo sobre o livro, feito pela Igreja
Adventista da Promessa e, recentemente, publicado pela Editora A Voz do
Cenáculo. O Apocalipse é um livro incomparavelmente formoso: em seu es-
tilo, em seu propósito e em seu significado. Nele, vemos o triunfo de Jesus e
de sua igreja. Vemos, ainda, que Deus é o Senhor da história e a conduz para
um fim glorioso.
Quem escreveu o Apocalipse foi o apóstolo João, que, naquela ocasião,
era o único apóstolo ainda vivo. Ele estava exilado na ilha de Patmos, uma
espécie de prisão natural, onde os inimigos de Roma eram deixados para
morrer. A escrita do livro ocorreu no final do primeiro século, possivelmente,
entre os anos 90 e 96, durante o reinado do imperador Domiciano. Este to-
mou para si o título de “Senhor e Deus” e exigia que todos o adorassem. Por
isso, os cristãos estavam enfrentando uma terrível perseguição, por parte do
Império Romano, com ameaças, agressões, prisões e mortes.
O cenário era assustador. Além de todo o sofrimento, os cristãos tinham
de lidar com o fato de terem o seu principal líder exilado e condenado a mor-
rer numa ilha e verem os seus irmãos sendo mortos por causa da fé em Cristo.
Parecia o fim da igreja; parecia que o mal estava vencendo, que Deus tinha
perdido o controle sobre a história e que o diabo o havia assumido; parecia
que tudo estava perdido; mas apenas parecia.
A verdade era bem diferente. Na ilha de Patmos, Jesus Cristo mostrou a
João o que, de fato, estava acontecendo e o que ainda iria acontecer. Tudo
deveria ser registrado pelo apóstolo. Em Apocalipse 1:1, está escrito: Revela-
ção de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos. A palavra

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“revelação” é a tradução do termo grego apokalupsis, de onde vem o nome
do livro, e traz a ideia de que Jesus estava “tirando o véu” que cobria a per-
cepção da verdadeira história.
O Apocalipse trata sobre a vitória de Cristo e de sua igreja sobre Satanás
e seus seguidores. Seu propósito principal era transmitir uma mensagem de
esperança aos cristãos, de maneira que fossem motivados a perseverar na fé.
É uma exortação à perseverança; é, também, um convite a confiar. O livro
vem claramente mostrar que as coisas não são como parecem. A história está
sob o total controle de Deus. O mal não está vencendo. Na verdade, o dragão
e seus aliados logo perecerão, mas o Cordeiro e sua noiva triunfarão.
O Apocalipse foi escrito não apenas para os contemporâneos de João, mas
para os cristãos de todos os tempos. Contudo, é difícil compreendê-lo. Isso
acontece porque o livro tem um estilo literário diferente dos demais livros da
Bíblia, conhecido como “literatura apocalíptica”, e possui um código de escri-
ta peculiar. Embora seja estranho para nós, no século XXI, era bem conhecido
na Palestina do primeiro século. É por isso que o livro é cheio de símbolos:
candeeiros, selos, trombetas, taças, números etc.
É provável que o uso desses símbolos fosse justamente para que os perse-
guidores da igreja não compreendessem o conteúdo do livro. Mas os cristãos
decifravam facilmente a mensagem que Jesus lhes havia enviado. Hoje, para
nós, é um desafio entender o conteúdo do Apocalipse; porém, não é impos-
sível. A Bíblia interpreta a si mesma, e, se interpretarmos o Apocalipse à luz
de toda a Escritura, podemos, sim, decifrá-lo.
Portanto, nesta série de estudos, intitulada Apocalipse: o triunfo final
de Cristo e da igreja, você terá a oportunidade de conhecer e aplicar a sua
vida a poderosa e libertadora mensagem de Cristo a sua igreja, neste que é o
último livro da Palavra de Deus.
Àquele que é o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, que é, e que era, e que
há de vir, o Todo-Poderoso, sejam a honra e a glória eternamente!

Pr. Alan Pereira Rocha


Diretor do Departamento de Educação Cristã

8 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


1
3 DE OUTUBRO DE 2015
Que livro é esse?
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 290 / HBJ 90 • Final: BJ 369 / HBJ 89

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Ajudar o estudante Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe
da Palavra de Deus a
deu para mostrar aos seus servos as coisas
entender o contexto, o
propósito e a estrutura que em breve devem acontecer e que
do livro do Apocalipse e ele, enviando por intermédio do seu anjo,
mostrar-lhe o quanto é notificou ao seu servo João. (Ap 1:1)
bem-aventurado aquele
que lê, ouve e guarda as
palavras desse livro.
INTRODUÇÃO
O livro de Apocalipse é surpreendente
LEITURA DIÁRIA e enigmático. Será alvo dos estudos, nesta
D 27/09 Ap 1:1-3 nova série de lições bíblicas que você tem
S 28/09 Ap 1:4-8 em mãos. Estamos certos de que este será
T 29/09 Ap 1:9-20 um trimestre altamente encorajador e ins-
Q 30/09 Ap 2:1-7
trutivo, pois o conteúdo do livro é encoraja-
Q 01/10 Ap 2:8-17
dor e exala esperança. Tem como foco prin-
S 02/10 Ap 2:18-29
S 03/10 Ap 3:1-6 cipal não trazer medo, mas dar esperança
aos cristãos, ao narrar o desfecho final da
presente história e o estabelecimento final
do reino de Deus. Nele, a igreja aparece
como vítima de terrível perseguição, mas
também como detentora de inestimável
vitória. Em apocalipse, Cristo vence o mal,
definitivamente. Neste primeiro estudo,
trataremos algumas questões importantes
Acesse os
sobre o livro, presentes em suas primeiras
Comentários Adicionais palavras, que nos ajudarão nos estudos de
e os Podcasts
deste capítulo em
toda a série.
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I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

Apocalipse é um livro sobre Jesus Em segundo lugar, precisamos


e sua igreja. Sua mensagem não é considerar o autor do livro, que se
destinada somente aos cristãos de identifica como João (Ap 1:1,4,9).
antigamente, mas aos de todos os Entendemos tratar-se do apóstolo de
tempos. O livro é tão abrangente Jesus Cristo. Ele era tão bem conheci-
quanto Romanos, tão glorioso quan- do por seus leitores e sua autoridade
to Efésios, tão prático quanto Tiago espiritual era tão amplamente reco-
e tão relevante para nossa época nhecida que não precisou apresentar
quanto qualquer uma dessas cartas.1 suas credenciais apostólicas. Todos
Disponhamo-nos para estudá-lo! sabiam muito bem quem ele era. Por
Neste primeiro estudo, nós nos ate- isso, não é de estranhar que a antiga
remos, principalmente, a Apocalipse tradição eclesiástica tenha atribuído
1:1-8, e, para uma melhor compre- a autoria desse escrito sagrado ao
ensão do livro, veremos algumas in- apóstolo João. Foi a ele que Jesus, por
formações sobre o seu contexto, o intermédio de um anjo, revelou os
seu tema e a sua estrutura. momentos finais da história humana.
1. Os contextos do livro: Temos Em terceiro lugar, precisamos con-
quatro informações de contexto a siderar os destinatários do livro. Ori-
serem consideradas. Em primeiro ginalmente, o Apocalipse foi escrito
lugar, o nome do livro. As primei- para os servos de Deus das sete igre-
ras palavras do Apocalipse são: Re- jas da Ásia (Ap 1:1,4,11). Trata-se de
velação de Jesus Cristo (Ap 1:1a). O sete igrejas reais e históricas. Contu-
nome do livro tem a ver com a pa- do, sabemos que não existiam ape-
lavra “Revelação”. No grego, temos nas sete igrejas na Ásia. As igrejas de
apokalupsis, que diz respeito ao ato Colossos (Cl 1:2), Hierápolis (Cl 4:13)
de “tirar o véu”, expor algo ou tor- e Trôade (At 20:5) também se locali-
nar conhecidas coisas anteriormente zam lá, e não foram citadas. Foi assim
desconhecidas. No caso, são revela- para que as sete escolhidas servissem
ções da palavra de Deus e o testemu- de representantes da igreja toda.2
nho de Jesus Cristo sobre a história “Sete” é um número simbólico, que
humana e seu desfecho. A revelação se repete várias vezes no livro (mais
foi comunicada pela mediação de de cinquenta vezes). Representa per-
um anjo. feição, plenitude ou totalidade. Isso

1. Wilcock (2008:8). 2. Ladd (1980:21).

10 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


nos leva a entender que, apesar de gelho e testemunhar do senhorio de
os destinatários originais serem sete Cristo.5 Mas João não era um agita-
igrejas reais da Ásia, sua mensagem dor.
é para os cristãos de todas as épocas. Naquela época, o cristianismo
Em quarto lugar, precisamos con- tornou-se alvo de hostilidade. Tente
siderar a época do livro. João se iden- imaginar a situação daqueles cristãos.
tifica como um companheiro na “tri- Não bastasse todo o sofrimento, ao
bulação” (Ap 1:9), o que sugere que verem seus pares morrendo por cau-
não só ele, mas os cristãos que rece- sa da fé em Cristo, agora, tinham o
beram o livro não viviam dias fáceis. seu principal líder exilado, afastado
Mas que época era essa? A maioria do convívio deles e colocado numa
dos estudiosos entende tratar-se da ilha para morrer. Até o crente mais
perseguição infligida à igreja pelo im- maduro chegaria a duvidar, por um
perador romano Domiciano (81-96 instante, se Deus realmente estava
d.C.). Este foi o primeiro a arrogar com a igreja. Parecia não haver es-
para si o título de Senhor e Deus, en- perança para ela; parecia que o mal
quanto ainda estava vivo.3 Todos os estava vencendo, que o Senhor es-
súditos do império deveriam prostrar- quecera o seu povo e que Jesus não
se diante dele e prestar-lhe adoração. voltaria mais. Mas só parecia, pois, lá
Mas é claro que João e muitos outros na ilha de Patmos, Jesus mostrou a
cristãos recusaram-se a fazê-lo. João, através da revelação do Apoca-
Essa é a possível razão por que lipse, que controla a história.
João diz estar na ilha de Patmos (Ap 2. O propósito do livro: O livro
1:9). Para lá eram levados prisionei- de Apocalipse foi escrito num mo-
ros políticos. Ali, perdiam todos os mento em que as circunstâncias eram
seus direitos civis e toda possessão adversas à igreja de Cristo. Dentro
material. Além disso, eram obriga- desse contexto, o propósito principal
dos a trabalhar nas minas daquela do livro era dar esperança aos cristãos
ilha, vestindo-se de trapos.4 Essa era daquela época e aos cristãos de to-
a condição do apóstolo, por volta dos os tempos e lugares que sofrem
do ano 90 d.C. Ele preferiu a prisão perseguição por causa da sua fé, de
a negar sua fé em Cristo. João era maneira que fossem motivados a
servo de Cristo, não de Roma. Possi- perseverar na fé. Esse propósito está
velmente, foi acusado de subversão claro já nas primeiras palavras do li-
contra o Estado, por pregar o evan- vro, que trazem uma saudação e uma
certeza altamente encorajadoras.
3. Lopes (2005:39).
4. Ibidem, p. 45. 5. Idem.

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Em primeiro lugar, temos uma 1:5d) e nos constituiu reino e sacer-
saudação encorajadora. Os cristãos dotes (v.6a), tornando possível viver-
são saudados com a graça e a paz mos na esfera do domínio do Reino
(Ap 1:4a), uma saudação não de de Deus e permitindo-nos ter acesso
terror, mas de doçura e encoraja- a Deus, sem a necessidade de media-
mento a uma igreja que passa pelo dores humanos. Diante dessas infor-
vale do martírio.6 Essa saudação é mações, João termina o trecho com
encorajadora porque vem da parte uma glorificação a Cristo (v.6b). É ou
da trindade. É da parte daquele que não encorajadora essa saudação?
é, que era e que há de vir (v.4b). Essa Em segundo lugar, temos uma
expressão é mencionada em Êxodo certeza encorajadora. Diz o texto: Eis
3:14-15. Mostra que Deus está no que vem com as nuvens (Ap 1:7). A
controle de todas as coisas, agindo volta de Jesus é certa. Esta é a certe-
no palco da história humana.7 za apresentada por João nas palavras
Além disso, a saudação é da parte iniciais do livro. O grande tema do
dos sete espíritos (Ap 1:4c), uma alu- Apocalipse está relacionado com a
são ao Espírito Santo. O número sete segunda vinda de Cristo, quando ele
é um símbolo de perfeição e pleni- estabelecerá seu Reino, de modo ple-
tude; indica o Espírito, não como no, e vencerá todo inimigo. Domicia-
sete em número, mas como infinito no e todos os maus não reinarão para
e perfeito Espírito de Deus, em que sempre. Jesus está vindo! Sua vinda
há diversidade de dons e operações. será pessoal, pública, visível, vitorio-
Ele está agindo plenamente na igreja sa.8 Todos aqueles que se opuseram a
de Cristo (Is 11:2). Jesus, por sua vez, Cristo lamentarão, nesse dia (Ap 1:7).
é apresentado como o Primogênito Ficará evidente que, de fato, Jesus é
dos mortos (Ap 1:5a), o soberano o Senhor. Eles lamentarão, por causa
sobre os mortos, pois pode trazê-los do terrível destino que os aguarda,
à vida. É, também, o príncipe sobre uma vez que será tarde demais para
os reis da Terra. Ele é, também, a Fiél reconhecê-lo como Senhor.
Testemunha, cujas palavras são dig- No versículo 7, temos a expressão:
nas de crédito. “Aqueles que o transpassaram”. O
João diz que Jesus é aquele que texto diz que essas pessoas verão Je-
nos ama (Ap 1:5c). Sua morte é pro- sus em seu regresso. Pode tratar-se
va disso (Jo 3:16). Jesus, igualmente, de uma referência aos que o mataram
nos libertou dos nossos pecados (Ap e que terão de encará-lo novamente,
não na segunda vinda, mas quando
6. Ibidem, p.39.
7. Ladd, op. cit., idem. 8. Lopes, op. cit., p.43.

12 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


ele voltar, depois do milênio, com os não é um desafio impossível. Como
remidos, quando todos os ímpios vi- sabemos, a Bíblia interpreta a si mes-
vos ressuscitarão. Pode ser, também, ma, e, se o Apocalipse for interpre-
uma referência, não àqueles que cru- tado à luz de toda a Escritura, pode,
cificaram a Cristo fisicamente, mas a sim, ser desvendado mais uma vez.
todos, em todos os tempos, que lhe Estruturalmente, o Apocalipse é
são, da mesma forma, indiferentes e rico em qualidade. Lembra uma arqui-
hostis.9 Fato é que todos, não impor- tetura de finos seguimentos, dando a
ta se em adoração verdadeira ou em impressão de ser sistematicamente
reconhecimento pelos últimos acon- construído. Suas frases não parecem
tecimentos da história, reconhecerão ser irrefletidas nem suas expressões,
a Cristo (Fp 2:10-11). aleatórias.10 É dividido em sete blo-
3. A estrutura do livro: Vimos, até cos, sendo cada bloco composto por
aqui, o contexto e o propósito do livro sete elementos. O primeiro bloco vai
de Apocalipse. Estudaremos, agora, do capítulo 1 ao 3. Aqui, temos as
sobre a sua estrutura. Antes, precisa- sete cartas enviadas por Cristo a sua
mos enfatizar que esse livro tem um igreja, representada pelas sete igrejas
estilo chamado de “literatura apoca- da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Pér-
líptica”, bastante comum entre os ju- gamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Lao-
deus, no primeiro século da era cristã. diceia. As três primeiras lições desta
Era um tipo de literatura para épocas série têm como base esse bloco.
de perseguição, composta por meio de O segundo bloco vai do capítulo 4
símbolos, caso do Apocalipse de João, ao 8:1. Aqui, temos um livro selado
em que temos candeeiros, selos, trom- com sete selos. Inicia-se com uma vi-
betas, taças, bestas etc. Para que esses são de um trono no céu (Ap 4); de-
símbolos? Para que, se o livro chegasse pois, temos a descrição do livro selado
às mãos dos perseguidores, estes não com sete selos (Ap 5) e a abertura dos
soubessem o seu significado. dois seis primeiros selos (Ap 6). Nesse
Entretanto, para os cristãos desti- bloco, ainda temos a visão dos cen-
natários, a mensagem era conhecida. to e quarenta e quatro mil selados na
Para eles, esses códigos eram facil- Terra e da grande multidão no céu
mente compreensíveis. É desse tipo (Ap 7). O bloco termina com a abertu-
de literatura que estamos tratando. É ra do sétimo selo (Ap 8:1). As lições 4
um desafio para nós, cristãos do sécu- e 5 desta série tratarão desses temas.
lo XXI, compreender essa linguagem O terceiro bloco inicia-se no capítulo
apocalíptica do primeiro século; mas 8 e termina no capítulo 11. Nele, temos

9. Ladd, op. cit., p.24. 10. Pohl (2001:50).

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as sete trombetas em tela, que nos in- grande Babilônia, em contraste com
formam sobre os eventos que acon- a nova Jerusalém (Ap 21:1-27), que
tecerão na primeira parte da grande representa a igreja de Cristo, em sua
tribulação. A lição 6 trata desse bloco. exaltação. Essa seção é chamada de
O quarto bloco, que vai do capítulo “as sete cenas do julgamento”, pois se
12 ao 14, é chamado de “as sete vo- repete, por sete vezes, a expressão “vi”
zes celestes”. Nele, há uma descrição (Ap 17:3,6a,6b, 18:1, 19:11,17,19). Na
da tríade do mal, composta por Sa- lição 9, estudaremos sobre esse tema.
tanás (o dragão) e duas bestas a seu O sétimo e último bloco é composto
serviço, que pelejam contra a igreja. pelos capítulos 20 a 22. Essa sessão é
Esse bloco será estudado na lição 7. chamada de “as sete visões da consu-
O quinto bloco, que compreende mação” (Ap 20:1,4,11,12; 21:1,2,22).
os capítulos 15 e 16, trata das sete Esse trecho do livro narra a derrota de
taças da ira de Deus, que se referem Satanás e suas hostes e mostra a vitó-
aos momentos finais da grande tri- ria definitiva de Cristo e de sua igreja.
bulação. A lição 8 desta série foi es- As quatro últimas lições desta série
crita à luz desse bloco. tratarão desse último bloco.
O sexto bloco do livro inicia-se no Aqui terminamos a parte interpreta-
capítulo 17 e vai até o 19. Nesses três tiva deste estudo. A seguir, focaremos
capítulos, a maior ênfase é dada à na sua aplicação para a nossa vida.

01. Leia Ap 1:1-2,4,9; o item 1, e comente com a classe sobre os


contextos do livro de Apocalipse, tais como: nome do livro, autor,
destinatários e época.

02. Após ler Ap 1:4-6 e a primeira parte do item 2, responda: Por que
a saudação de João aos cristãos é altamente encorajadora? O que é
dito sobre o Pai, o Filho e o Espírito Santo?

03. Leia Ap 1:7-8; a segunda parte do item 2, e comente com a classe


sobre a certeza altamente encorajadora apresentada já nas primeiras
palavras do Apocalipse.

14 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


04. Em que tipo de literatura o livro de Apocalipse se enquadra?
Quais são suas características? Em quantos blocos é divido o livro?
Explique, resumidamente, cada um deles. Baseie-se no item 3.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Julgue-se bem-aventurado, É um privilégio termos essa re-


por poder conhecer a mensagem velação da parte de Cristo. Nem
do Apocalipse. sempre viveremos em meio à cal-
João diz que são “bem aventura- maria. Os dias de angústia podem
dos”, isto é, felizes, os que leem e os nos alcançar, hoje, e alcançarão de
que ouvem as palavras desta profe- maneira cruel e feroz a última ge-
cia (Ap 1:3a). É possível que o Apo- ração de cristãos, antes da volta de
calipse tenha sido lido em voz alta, Jesus. O Estado pode nos perseguir,
nas igrejas que o receberam original- tal como fez com os cristãos do
mente. Era isso que acontecia com primeiro século. Contudo, um dia,
o material que as igrejas recebiam Deus há de colocar um ponto final
dos apóstolos. Então, João diz que, na história do pecado, da morte e
tanto os que tivessem o privilégio de da maldade. Felizes são os que co-
ler quanto os que ouviriam o conteú- nhecem as cenas desse desfecho.
do do livro, eram bem-aventurados. Considere-se privilegiado, por ter o
Nós, também, podemos nos consi- livro do Apocalipse em mãos e po-
derar assim. der estudá-lo.

05. Por que podemos nos julgar privilegiados, por conhecermos


a mensagem do livro do Apocalipse? Apresente algumas razões.

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2. Julgue-se bem-aventurado, cendo às orientações do livro. O Apo-
por poder viver a mensagem do calipse “contém muitas exortações à
Apocalipse. fé, paciência, obediência, oração e
João diz que também são bem-a- vigilância”.11 Você está disposto a
venturados os que guardam as coisas fazer isso? Não esqueça que o Apo-
que nela estão escritas, porque o tempo calipse é Palavra de Deus. Obedecer
está próximo (Ap 1:3b – grifo nosso). às orientações do livro é obedecer ao
“Guardar” é a tradução para terountes, próprio Deus. Os que fazem isso são
que diz respeito a atender cuidadosa- bem-aventurados; os que, por sua
mente. A ação sugerida por esse verbo vez, a ignoram têm várias razões para
mostra que o alvo do Apocalipse não ficar preocupados. É o seu caso? Que
é somente tratar sobre eventos futuros, tal ficar do lado certo da história?
mas ajudar a igreja no presente.
Como devemos caminhar, en-
quanto aguardamos o fim? Obede- 11. Ladd, op. cit., p.20.

06. Por que podemos nos julgar privilegiados, por vivermos a mensa-
gem do livro do Apocalipse? Apresente algumas razões.

DESAFIO DA SEMANA

O estudo de hoje chegou ao final. Aprendemos que o Apocalip-


se foi escrito num contexto em que a igreja era alvo de perseguição
e que, apesar disso, ela permaneceu fiel a Cristo. Vimos, também,
que o propósito do livro é dar esperança aos crentes, para que
perseverem na fé. Analisamos a estrutura do Apocalipse.
Mediante o que foi analisado, seu desafio será juntar-se a outro
cristão, nesta semana, para fazer uma leitura do livro do Apoca-
lipse, preferencialmente, em voz alta. Separe uma hora. Será sufi-
ciente. Além disso, aproveite para orar pelos cristãos deste tempo,
que sofrem perseguição. Peça ao Senhor que o ajude a perseverar
na fé e a confiar na sua soberania.

16 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


2
10 DE OUTUBRO DE 2015
O Cristo
glorificado
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 20 / HBJ 151 • Final: HBJ 154

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Mostrar ao estudante Voltei-me para ver quem falava comigo e,
da Bíblia a visão de João
voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no
do Cristo glorificado e
encorajá-lo a refletir sobre meio dos candeeiros, um semelhante a filho
a majestade de Jesus, sua de homem. (Ap 1:12-13a)
interação com a igreja e
seu poder.
INTRODUÇÃO

LEITURA DIÁRIA Era um sábado, na ilha de Patmos, que fun-


D 04/10 Ap 3:7-13
cionava como uma prisão natural do Império
S 05/10 Ap 3:14-22 Romano, quando o apóstolo João, preso por
T 06/10 Ap 4:1-7 causa da Palavra de Deus e do testemunho de
Q 07/10 Ap 4:8-11 Jesus Cristo (Ap 1:9-10), teve uma fantástica ex-
Q 08/10 Ap 5:1-5
periência que lhe revelaria o desfecho da histó-
S 09/10 Ap 5:6-14
S 10/10 Ap 6:1-8
ria humana. Nela, o velho apóstolo contempla
o divino Cristo. A prisão tornou-se o local onde
Jesus revelou sua palavra às sete igrejas da Ásia.
Contudo, o Cristo visto por João é diferente da-
quele que habitou entre nós. Embora com apa-
rência humana, está glorificado. Ele se apresenta
a João como o Senhor de todas as coisas.

I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

Acesse os
Comentários Adicionais O apóstolo João afirma ter recebido as re-
e os Podcasts velações do Apocalipse no dia do Senhor (Ap
deste capítulo em
www.portaliap.com.br 1:10a). Cremos tratar-se de um dia literal,
uma referência ao sábado (Gn 2:3; Ex 20:8;

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Mc 2:28). Nesse dia, ele se achou no calcanhar, usadas, naquela época,
Espírito (Ap 1:10b). Com a expressão por homens de autoridade e gran-
“no Espírito”, João está se referindo de posição. Essas vestes eram “um
tanto à fonte quanto à forma das dos sinais de dignidade pessoal, no
visões que recebeu por intermédio oriente”.1 Era a vestimenta do sumo
do Espírito Santo, em que os even- sacerdote (Ex 28:4).
tos do fim lhe são desvendados. O Por que Jesus está com “vestes
Apocalipse narra essa série de várias talares”? Elas destacam a dignidade
visões do apóstolo. Pelo que pode- de sua pessoa. Além disso, ele está
mos notar, João estava consciente, com uma cinta de ouro, na altura do
quando as recebeu. Em Apocalipse peito. Este também era um item da
1:10-11, uma voz lhe dá uma ordem roupa do sumo sacerdote. No Antigo
para anotar as visões e enviar às sete Testamento, cinto era um símbolo de
igrejas. Quando ele se volta para ver dignidade e retidão (Is 22:21, 11:5),
que voz era essa, tem a visão do Cris- e, no Apocalipse, aparece para refor-
to glorificado. Como ele o viu? çar a ideia da autoridade e da justiça
1. A majestade do Cristo glorifi- de Cristo.
cado: Assim João narra sua primeira Além das roupas, o apóstolo des-
visão: ... vi sete candeeiros de ouro e, creve também a fisionomia de Cristo:
no meio dos candeeiros, um seme- cabelos brancos; olhos como chama
lhante a filho de homem (Ap 1:12- de fogo (Ap 1:14); pés como latão
13a). “Filho do homem” é o título reluzente (v.15a); grande voz como
que o próprio Cristo mais aplicou para de muitas águas (v.15b); e rosto bri-
identificar a si mesmo e sua missão. lhante como o sol (v.16c). Essas ex-
A expressão retrata a humanidade pressões revelam alguns dos atributos
de Jesus, sua associação com os ho- de Jesus. Antes de analisá-las, é im-
mens (1 Tm 2:5). Além disso, “Filho portante que não nos esqueçamos de
do homem” também é um indicativo que João utiliza a expressão “como”,
de que Jesus é o Messias, o ungido algumas vezes, nesse trecho (no livro,
prometido em Daniel 7:13, em que a por mais de 70 vezes). Isso significa
expressão é um símbolo messiânico que as imagens são aproximadas, não
(Mt 16:16; 26:64). exatas.2 João utiliza imagens conheci-
João descreve as roupas com das para tentar descrever o que viu.
as quais o Filho do Homem estava Cabelos brancos como a neve
vestido: ... com vestes talares e cin- são um contraste com o Ancião de
gido, à altura do peito, com uma
cinta de ouro (Ap 1:13b). As vestes 1. Champlin (2002:381).
talares são vestes que descem até o 2. Miranda (2013:25).

18 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


Dias, de Daniel 7:9, uma referência blemas mencionados –, na verdade,
ao próprio Deus. A imagem ressalta são para todas as igrejas de todos os
a natureza divina de Cristo. Olhos tempos. Esses recados serão tratados
como chamas de fogo simbolizam a no próximo estudo. O que queremos
onisciência de Jesus, o seu profun- destacar é que o Senhor glorificado
do conhecimento; pés como latão deseja instruir sua igreja sobre como
reluzente referem-se à função de deve portar-se nos dias que antece-
juiz e à pureza de seu julgamento dem a sua volta.
(Ap 2:18-20), e voz como de mui- João diz que Jesus anda no meio
tas águas (Ap 1:15b) refere-se ao de sua igreja. Os versículos 12-13a
poder de sua voz.3 A afiada espada descrevem essa cena: ... ao voltar-
de dois gumes que sai de sua boca me, vi sete candeeiros de ouro, e
é uma referência à própria palavra no meio dos candeeiros um seme-
de Deus (Hb 4:12), o meio pelo qual, lhante a filho de homem. Os sete
em sua vinda, Jesus trará juízo (Ap candeeiros, aqui, são símbolos das
19:15). Rosto brilhante como o sol sete igrejas.
(Ap 1:16b), por sua vez, descreve a Lembremos que a função dos can-
glória do Cristo exaltado. deeiros é serem portadores de luz.
2. As ações do Cristo glorifica- Esta é a missão da igreja: ser a luz
do: No trecho do Apocalipse que es- do mundo (Mt 5:14). O mundo vê
tamos estudando, João deixa claro, à Cristo por meio de sua igreja, assim
luz de sua visão, que Jesus interage como João viu os candeeiros, antes
com sua igreja. Isso pode ser visto de ver o Cristo. A função da igreja é
pelo seu desejo de enviar recados revelar Jesus ao mundo.
para ela (Ap 1:11). A voz de Jesus Segundo a visão de João, ela não
ouvida por João direciona-o a escre- está sozinha cumprindo a sua mis-
ver sete cartas a sete igrejas da Ásia: são. A verdade é que “assim como
Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Cristo está no meio das sete lâmpa-
Sardes, Filadélfia e Laodiceia. das de ouro, ele está em união firme
Havia mais de sete igrejas na Ásia com as igrejas na terra”.4 E não só
menor (Colossos e Hierápolis, por isso. João também mostra que ele
exemplo, são igrejas dessa região – cuida dos líderes da igreja.
Cl 4:12-13). Como “sete”, no Apo- Em termos simbólicos, é dito: Ti-
calipse, significa “plenitude”, os nha em sua mão direita sete estrelas.
recados enviados a essas sete igre- Segundo Apocalipse 1:20, as sete
jas – reais, históricas e com os pro- estrelas são os anjos das sete igrejas.

3. Ladd (1980:28). 4. Ibidem, p.29.

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A palavra anjos (gr. angelos) tem o o Senhor sobre a vida: Eu sou (...)
sentido de mensageiro. Aqui, é uma aquele que vive; estive morto, mas
referência à liderança da igreja. Ela eis que estou vivo pelo século dos
está nas mãos do Senhor, protegida séculos (Ap 1:18). Jesus passou pela
e cuidada por ele. experiência da morte e a venceu; afi-
3. O poder do Cristo glorifica- nal, era impossível que o Senhor da
do: Diante da majestade de Cristo e vida ficasse morto (At 2:24-25). Exa-
de tudo que vê, João afirma: Quan- tamente por isso, Cristo pôde dizer
do o vi, caí a seus pés como morto que tem as chaves da morte e do in-
(Ap 1:17). Diante da glória do seu ferno (Ap 1:18b).
Senhor, o apóstolo cai aos seus pés, Vamos analisar três palavras desse
num gesto de reconhecimento de versículo. A primeira delas, “chaves”,
sua grandeza. Nesse momento, o é símbolo de “autoridade”. Quem
Cristo exaltado lhe diz: Não temas; tem a chave, tem autoridade. A se-
eu sou o primeiro e o último, e o que gunda palavra, “morte”, é a tradu-
vive; estive morto, mas eis aqui estou ção da palavra grega thanatos, com
vivo pelos séculos dos séculos; e te- o sentido de morte física ou literal.
nho as chaves da morte e do inferno Nesse texto de Apocalipse, a pala-
(vv. 17-18). vra está se referindo à cessação de
As expressões: “Primeiro e o Últi- vida, morte física. A terceira palavra
mo” são de importante significado, importante do texto, “inferno”, é a
pois descrevem nosso Senhor como tradução do grego hades, cujo sig-
tendo a divindade absoluta (Is 41:4, nificado é “sepultura ou sepulcro”,
44:6, 48:12);5 afinal, esses são ter- ou seja, o lugar para onde os mortos
mos dirigidos a Deus, na Bíblia, e, vão: o túmulo.
agora, são aplicados a Jesus. Ensi- Quando Jesus diz que tem as
nam que Deus é anterior a todas as “chaves da morte e do inferno”,
coisas (Sl 90:1), que criou todas as está dizendo que tem autoridade so-
coisas (Gn 1-2), que realiza todas bre a morte física e sobre o túmulo,
as coisas, de quem se origina tudo isto é, ele pode ressuscitar os que
de bom e que é o alvo de toda a foram para o inferno (sepulcro). A
história. Cristo é o Senhor, fonte e morte não pode mais infligir temor,
alvo da história, e, por isso, pode “porque Cristo está com as chaves,
desvendá-la (Ap 1:19). podendo abrir os túmulos e levar os
Além de ser o Senhor do tempo, mortos à vida eterna”.6
Jesus também se apresenta como Depois dessa apresentação, o

5. Reinecker; Rogers (1995:606). 6. Ladd, op. cit., p.28.

20 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


Cristo exaltado novamente dá a or- que hão de acontecer, ao desfecho
dem a João: Escreve, pois, as coisas da história humana, narrada no li-
que viste, e as que são, e as que vro (Ap 4-22).
hão de acontecer depois destas (Ap A abertura de Apocalipse nos apre-
1:19). Ele revelará o desfecho da sentou o Cristo glorificado. De certa
história. Esse versículo resume as forma, o trecho do livro em estudo
revelações do Apocalipse. As coisas mostrou-nos a majestade de Cristo,
que viste dizem respeito à visão do suas ações em relação a sua igreja e
Cristo exaltado (Ap 1); as que são, seu poder glorioso. É esse o Senhor
à descrição do estado das igrejas que servimos. Foi ele quem revelou a
da Ásia que receberiam o livro e João o desfecho da história humana.
os recados particulares (Ap 2-3); as E quem mais poderia fazê-lo?

01. Leia Ap 1:9-11 e comente com a classe sobre as circunstâncias em


que João recebeu as revelações do Apocalipse: Quando, onde, como
e para quem suas visões foram dadas?

02. Com base em Ap 1:13-16 e no item 1, fale sobre as características


de Cristo apresentadas nesse trecho. O que elas revelam?

03. Comente com a classe sobre “as ações do Cristo glorificado” em re-
lação a sua igreja, com base no item 2. Leia também Ap 1:11-13, 16, 20.

04. Leia Ap 1:17-19, o item 3 e comente sobre o poder do Cristo glo-


rificado, à luz das expressões desses versículos.

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II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Louvemos ao Cristo glorifi- que conhece todas as coisas; sem-


cado, pois ele é onipotente. pre existente; o que vive para todo
Na ilha de Patmos, o apóstolo João sempre. Diante de tantos atributos,
teve uma visão de todas as coisas que só nos resta louvar a esse Deus tão
iriam acontecer. Uma das primeiras poderoso a quem servimos. Mesmo
visões é do Cristo glorioso. O Deus com toda a perseguição à igreja,
-Homem apareceu para o apóstolo, a confiemos no poder do Cristo glori-
fim de lhe mostrar que o destino da ficado. Não nos esqueçamos de que
história está em suas mãos. nada pode nos separar de Deus, por
Cristo é todo-poderoso; é o jus- causa do seu amor em Cristo Jesus
to juiz; o messias esperado; aquele (Rm 8:38-39).

05. Por que conhecer os atributos de Cristo é importante para a nos-


sa caminhada?

2. Louvemos ao Cristo glorifi- lembremos que Jesus está no nos-


cado, pois ele é onipresente. so meio.
Nesse trecho do Apocalipse que Foi ele quem disse que estaria com
estudamos hoje, fica-nos garan- seus discípulos, todos os dias, até o
tido que Jesus está presente com fim dos tempos (Mt 28:20). Portan-
sua igreja. João estava preso, tal- to, não há o que temer. Por ser oni-
vez se sentido só, mas Jesus lhe presente, o Senhor está em todos os
mostrou que estava com ele, com lugares, ao mesmo tempo. Ele cami-
sua igreja e com os líderes dela. nha com os cristãos, edifica a igreja,
Portanto, diante de calamidades, mantém-na em sua caminhada, e as-
tristezas, injustiças contra a igreja, sim será, para todo sempre.

06. Fale sobre a necessidade e a importância de acreditarmos e reco-


nhecermos que Jesus está com sua igreja.

22 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


DESAFIO DA SEMANA

Cristo se revelou a João de uma forma que mostra sua divindade


e sua humanidade, seu poder e seu julgamento, seu controle sobre
tudo e todos e sua liderança sobre a igreja. Jesus aparece, do início
ao fim do livro de Apocalipse, como o centro de toda a revelação.
Nesta semana, precisamos verificar como anda a centralidade
de Cristo em nossa vida. Já que temos a certeza de que ele está
no meio da igreja e cuida dos seus líderes, quando estamos sozi-
nhos ou reunidos, temos nos lembrado disso? Temos louvado o
seu nome como ele merece? Temos vivido e sido luz do mundo,
como ele deseja? Pensemos sobre isso.

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3
17 DE OUTUBRO DE 2015
À igreja,
com carinho
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 286 / HBJ 391 • Final: BJ 188 / HBJ 392

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Estudar as cartas de Jesus O que vês escreve em livro e manda às sete
às sete igrejas da Ásia,
igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira,
presentes no Apocalipse,
mostrando como ele se Sardes, Filadélfia e Laodiceia. (Ap 1:11)
apresenta, seus elogios
e suas repreensões e
as implicações desse INTRODUÇÃO
conteúdo para a igreja
de hoje. Se Jesus fosse escrever uma carta para a
liderança da igreja em que você congrega
sobre o que ele espera, o que acha que ele
LEITURA DIÁRIA escreveria? Antes de responder a essa per-
D 11/10 Ap 6:9-17 gunta, vamos primeiro verificar as cartas que
S 12/10 Ap 7:1-8 ele enviou às sete igrejas da Ásia (Ap 1:11).
T 13/10 Ap 7:9-17
O Cristo glorificado mandou uma carta ende-
Q 14/10 Ap 8:1-6
Q 15/10 Ap 8:7-9 reçada aos líderes dessas congregações. Cada
S 16/10 Ap 8:10-12 carta é extremamente instrutiva para as igrejas
S 17/10 Ap 9:1-6 de hoje. Os elogios e as repreensões dão um
norte interessante para as igrejas de todas as
épocas, pois mostram o que Jesus espera de
seu povo. Estudar o conteúdo das cartas é a
proposta desta lição.

I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

Acesse os
Comentários Adicionais O Cristo glorificado enviou mensagens às
e os Podcasts sete igrejas da Ásia. Cada carta é autentica-
deste capítulo em
www.portaliap.com.br da pelo Espírito, aquele que fala às igrejas (Ap
2:7,11,17,29, 3:6,13,22). Elas não represen-

24 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


tam sete eras da igreja cristã: trata-se primeiramente, o Senhor direcio-
de sete igrejas reais e históricas, que na seu discurso de orientação. Eles
enfrentavam os problemas mencio- transmitiriam o recado de Jesus às
nados. E por que só elas receberam igrejas sob sua supervisão. Cristo se
cartas, se havia mais igrejas naquela apresenta a cada igreja de maneira a
região, também dignas de elogios e/ ressaltar um aspecto de sua pessoa.
ou censuras? A escolha de apenas Para a igreja de Éfeso, Jesus é
sete não foi casual. O número, sim- aquele que possui sete estrelas nas
bolicamente, comunica a ideia de mãos e anda no meio dos sete can-
completude.1 As sete igrejas, “con- deeiros de ouro (Ap 2:1). Isso des-
quanto comunidades históricas, re- creve seu poder sobre os líderes
presentam a totalidade das igrejas da igreja e sua presença nesta (Ap
em todos os tempos”.2 Os recados 1:20). Aos cristãos de Esmirna, ele se
para elas são recados para todas as apresenta como primeiro e último,
igrejas. São recados para as nossas o que foi morto, mas reviveu (Ap
igrejas! Vejamos: 2:8), mostrando, assim, sua sobera-
1. Cristo e as igrejas: A mensa- nia, seu controle sobre a história e o
gem deveria ser entregue ao anjo da seu poder sobre a morte. Aos irmãos
igreja (Ap 2:1,8,12,18, 3:1,7,14). de Pérgamo, Jesus diz que tem uma
A palavra traduzida por “anjo” é afiada espada de dois gumes (Ap
anggelos e significa “mensageiro”. 2:12). Temos, aqui, uma referência à
No Novo Testamento, ela é usada, Palavra de Deus (Hb 4:12; Ef 6:17).
na maioria das vezes, para referir- Jesus é aquele que vem para julgar,
se a seres angelicais; contudo, é com base na Palavra de Deus.
utilizada, algumas vezes, para de- Aos crentes de Tiatira, ele se apre-
signar mensageiros humanos3 (Mt senta como o Filho de Deus, que
11:10; Mc 1:2; Lc 7:24; Tg 2:25). tem olhos como chama de fogo, e
Cremos que ela esteja sendo utili- os pés, semelhante ao bronze poli-
zada com este último sentido, nes- do (Ap 2:17), o que aponta para a
ta parte do Apocalipse. sua divindade, seu olhar penetrante
Os sete mensageiros ou anjos que tudo conhece e a pureza de seu
referem-se à liderança humana das julgamento. À igreja de Sardes, Cris-
igrejas, composta, basicamente, de to diz ter os sete espíritos de Deus e
presbíteros e bispos. É a eles que, as sete estrelas (Ap 3:1). A primeira
expressão, “os sete espíritos”, diz
1. Kistemaker (2004:129). respeito à plenitude do Espírito San-
2. Azevedo (2011:16). to. Aquela igreja precisava de vida, e
3. Mayhue (2005:42). só Cristo lhe poderia dar, através do

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Espírito Santo. A segunda expressão, o seu conhecimento das obras das
“as sete estrelas”, diz respeito à lide- igrejas: Conheço as tuas obras (Ap
rança das igrejas. Jesus é aquele que 2:2,9,13,19, 3:1,8,15). “Conheço”
cuida da igreja. sugere conhecimento incontestável,
Para Filadélfia, Jesus é o Santo sempre que o sujeito é Jesus.5 Já a
e verdadeiro e que tem a chave de palavra “obras” é um termo abran-
Davi (Ap 3:7). Esta diz respeito ao gente e diz respeito a todo compor-
poder messiânico de Jesus, já que tamento e maneira de viver.6
“chave”, naquela época, significava O Cristo que conhece muito bem
poder e autoridade. Então, ter essa as igrejas elogiou os crentes de Éfeso
“chave” significa ter poder na casa quanto ao seu trabalho e a sua per-
de Davi, ou seja, ser o rei. Por isso, severança, bem como quanto à sua
Jesus diz que é aquele que “abre e intolerância a homens maus e falsos
fecha e que fecha e abre”. apóstolos, uma vez que, diante da
Para a igreja em Laodiceia, o Se- idolatria dos pagãos à deusa Diana,
nhor se apresenta como o Amém; a a igreja suportava forte oposição a
testemunha fiel e verdadeira; o prin- sua fé, na cidade.
cipio da criação de Deus (Ap 3:14). Quanto aos crentes de Esmirna, o
“Amém” expressa a ideia de veraci- Senhor ressaltou sua firmeza dian-
dade: Jesus é fiel e cumpre suas pro- te da tribulação: eles eram pobres,
messas. A expressão seguinte reforça materialmente – talvez porque seus
essa verdade: ele é a testemunha fiel bens haviam sido confiscados, na
e verdadeira, isto é, podemos confiar perseguição7 –, mas, aos olhos de Je-
no que ele está dizendo.4 Já a última sus, eram ricos espiritualmente. Eles
expressão, o principio da criação de são incentivados a continuar fiéis até
Deus, não significa que o Senhor foi o o fim (Ap 2:9-10).
primeiro criado, mas, sim, que é o nú- Aos crentes de Pérgamo, Jesus
mero um da criação, a fonte, a causa diz que se mantiveram firmes, mes-
primária desta. Esse é o Cristo que as mo diante da perseguição religiosa
igrejas de todas as épocas servem. e do martírio de um de seus fiéis,
2. Elogios às igrejas: Depois Antipas, que Jesus chamou de “fiel
de estudar sobre as maneiras como testemunha”. Pérgamo era o lugar
Jesus se apresentou às igrejas, va- onde estava “o trono de Satanás”,
mos meditar sobre os elogios que expressão cujo provável significado
lhes enviou. Em todas as cartas, o
Senhor faz questão de deixar claro
5. Osborne (2014:123).
6. Ladd, op. cit., p.31.
4. Ladd (1980:51). 7. Kistemaker, op. cit., p.166.

26 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


faz referência ao centro do culto ao gelho de Cristo.10 É possível que essa
imperador. Foi nessa cidade que a fosse a mais nova, entre todas as
igreja ouviu do Senhor: ... conservas igrejas. A ela, Jesus não apresentou
o meu nome e não negaste a minha nenhuma censura. Temos, aqui, um
fé (Ap 2:13). Os crentes são elogia- exemplo de igreja fiel em guardar e
dos porque preferem morrer a negar proclamar a Palavra.
a Cristo. 3. Repreensões às igrejas: Nem
Já a igreja de Tiatira ouviu o se- tudo era tão lindo assim, nas igrejas
guinte: Conheço as tuas obras, o teu apostólicas. Dentre estas, Jesus re-
amor, a tua fé, o teu serviço, a tua per- preendeu, pelo menos, cinco. Repre-
severança (Ap 2:19a). Jesus também endeu a igreja de Éfeso, quanto ao
indica o crescimento dessas obras: as abandono do primeiro amor (Ap 2:4).
últimas obras são maiores que as pri- Isso significa que a igreja fazia tudo
meiras. Cada vez mais esses cristãos para Deus, mas não tinha real inte-
cresciam, tanto em qualidade quanto resse por ele. A motivação de suas
em quantidade; suas boas obras im- ações não era mais o seu Senhor.11
pactavam cada vez mais.8 Os cristãos de Éfeso haviam per-
A igreja de Sardes, por sua vez, dido o fervor e tornado a vida cristã
também foi elogiada por suas boas uma rotina, algo mecânico. Seus co-
obras: umas poucas pessoas que não rações estavam frios para com Deus
contaminaram as suas vestiduras (Ap e o próximo.12 Éfeso fora uma igreja
3:4a). A expressão “umas poucas importante, que servira de base para
pessoas” equivale a “uns poucos no- a evangelização, no início de sua his-
mes” “e comunica a idéia de que o tória (At 19:1-10). O arrependimen-
Senhor conhece seus seguidores fiéis to e a prática das primeiras obras
individual e nominalmente”.9 Estes eram o caminho para não deixar de
crentes de Sardes estavam andando ser igreja (Ap 2:5).
em santidade; por isso, estariam na Já na igreja de Pérgamo, os cris-
eternidade com o Senhor (Ap 2:4b- tãos estavam sustentando a doutri-
5). Toda igreja possui crentes fiéis. na de Balaão e dos nicolaítas (Ap
À igreja de Filadélfia, Jesus disse: 2:14-15). Balaão fora um profeta de
... guardaste a minha palavra e não Israel, que ensinara comportamen-
negaste o meu nome (Ap 3:8b). Isso tos errados ao povo de Deus (Nm
significa que aqueles crentes faziam 22 e 23). No caso desta igreja, havia
conhecido, diante de todos, o evan-

10. Ibidem, p.213.


8. Osborne, op. cit., pp.171-172. 11. Azevedo, op. cit., p.39.
9. Kistemaker, op. cit., p.204. 12. Barro (2004:22).

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falsos mestres ensinando os cristãos ela quanto os seus seguidores deve-
a comerem carne sacrificada a ído- riam arrepender-se; do contrário so-
los. Ao que parece, os cristãos esta- freriam o juízo de Jesus (Ap 2:22-23).
vam sendo incentivados a participar Os discípulos de Sardes, por sua
das festas pagãs, feitas em honra vez, foram criticados por falta de
aos ídolos, como algo normal. Lá, integridade e vigilância. Eram como
eles comiam carnes sacrificadas mortos vivos (Ap 3:2-3). Jesus disse
e, com tal atitude, demonstravam claramente: Conheço as tuas obras,
adorar o deus em questão, prosti- que tens nome de que vives e estás
tuindo-se espiritualmente. morto (Ap 3:1b). Essa igreja “apenas
Sobre a doutrina dos nicolaítas, seguia uma rotina formal e enfado-
alguns historiadores sugerem que nha. Não transbordava de vida espi-
eram seguidores de Nicolau, um ritual”.14 Se não mudasse, perderia
falso mestre, que tentava adaptar a toda percepção espiritual e a capaci-
doutrina dos apóstolos às práticas li- dade de perceber a volta do Senhor.
bertinas pagãs, que incluíam a pros- À igreja em Laodiceia, só houve
tituição sagrada.13 A perseverança repreensões, quanto à mornidão ou
no erro faria que Jesus os julgasse, uma vida sem propósito e sem alvo e
com a espada de sua boca, ou seja, quanto à falsa riqueza. Aqueles cris-
sua palavra (Ap 2:12,16). tãos eram ricos materialmente, mas,
Quanto à igreja em Tiatira, havia para Jesus, eram pobres, cegos e nus.
lá certa profetiza que instigava os Jesus oferece suas riquezas, mostra
crentes a manterem relações sexuais seu amor disciplinador e demonstra
ilícitas e comerem carne sacrificada desejo de ter comunhão com eles.
aos ídolos (Ap 2:20-23). O Senhor Os que se arrependessem sentariam
chamou-a de Jezabel, numa refe- com ele em seu trono. Que as igrejas
rência à mulher do rei Acabe (1 Rs dos nossos dias levem a sério todas
16:31, 18:4, 19:2, 21:19,25). Tanto essas repreensões.

13. Ibidem, p.44. 14. MacDonald (2008:999).

01. Leia Ap 1:11, 20, 2:1 e responda: O que representam as sete


igrejas? Por que só sete delas receberam cartas, sendo que, na Ásia,
havia outras igrejas? Quem eram os anjos das igrejas?

28 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


02. Como Cristo se apresentou às sete igrejas da Ásia? Leia Ap
2:1,8,12,17, 3:1,7,14, e o item 1 para a resposta.

03. Qual o significado da expressão “conheço as tuas obras”, presen-


te em Ap 2:2, 19, 3:1? Utilizando o item 2, fale sobre os elogios de
Cristo às igrejas.

04. Com base em Ap 2:4-5, 14-15, 20; 3:1, 15-16, comente as repreen-
sões do Senhor às igrejas da Ásia. Baseie-se, também, no item 3.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Levemos a sério as advertên- alvo e sem propósito. O que fazer, se


cias de Jesus a sua igreja. identificarmos qualquer uma dessas
Acabamos de estudar sobre os marcas na igreja de hoje? Devemos
elogios e as repreensões de Jesus às abandoná-las!
sete igrejas da Ásia, que representam Com a identificação do problema,
a igreja de todos os tempos. Cinco sempre vem a advertência de Jesus.
delas foram repreendidas por Jesus, Ainda hoje, as advertências perma-
por abandonarem o primeiro amor, necem: Voltem ao seu precioso pri-
por se envolverem em práticas imo- meiro amor; mudem a sua mente e
rais, por tolerarem o falso ensino, as suas atitudes; apeguem-se a ver-
por transformarem as práticas cristãs dade que vocês conhecem, até que
em algo enfadonho e rotineiro, por eu venha; pensem na mensagem que
viverem um cristianismo morno, sem vocês ouviram e apeguem-se outra

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vez a ela; levantem-se, então! Façam Levemos a sério essas advertências!
meia volta! Busquem a Deus! Olhem Elas mostram que Jesus se preocupa
para mim! Estou batendo à porta. com as igrejas e quer o seu bem.

05. Se uma igreja local, seja ela qual for, entende que caminha nos
mesmos erros das igrejas do Apocalipse, qual deve ser sua postura?
Que advertências de Jesus permanecem para nós?

2. Levemos a sério as promes- 2:11), isto é, não serão aniquilados;


sas de Jesus a sua igreja. 3) receberão o maná escondido e
Apenas duas igrejas das sete, esta- uma pedrinha branca (Ap 3:17), isto
vam em melhor situação: Esmirna e é, serão sustentados por Deus e es-
Filadélfia. Somente essas duas igrejas tarão nas bodas do Cordeiro – usa-
não receberam repreensões de Jesus. vam-se pedras brancas como bilhete
Todas as outras foram chamadas ao de entrada em festivais públicos –; 4)
arrependimento. Mas apenas isso. reinarão com Cristo e terão a presen-
Jesus fez promessas aos vencedo- ça dele (Ap 2:26-28); 5) podem ter
res, em todas as igrejas. Elas são um a certeza de sua salvação (Ap 3:5);
incentivo tanto para os que estão 6) podem ter certeza da admissão e
abandonando o caminho quanto da permanência no reino futuro do
para os que permanecem firmes. Senhor (Ap 3:12); 7) participarão da
Anote aí estas sete promessas a to- glória do reino de Deus (Ap 3:21). Le-
dos que permanecem fiéis a Deus: 1) vemos a sério essas promessas! São
comerão da árvore da vida (Ap 2:7), válidas para as igrejas de hoje como
isto é, terão a vida eterna; 2) não so- foram para a igreja daquela época!
frerão o dano da segunda morte (Ap Vale a pena perseverar!

06. Comente com a classe, sobre as promessas de Jesus apresentadas


às sete igrejas da Ásia e a importância de a igreja de hoje conhecê-las.

30 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


DESAFIO DA SEMANA

Neste terceiro estudo desta série de lições sobre o Apocalipse,


aprendemos que Jesus enviou sete cartas a sete igrejas da Ásia
menor. Pudemos estudar a forma como nosso Senhor se apre-
sentou, os seus elogios e as suas repreensões. Fomos desafiados,
também, a levar a sério tanto as suas advertências quanto as suas
promessas. Para esta semana, sugerimos que haja uma reflexão
sobre como temos andado diante do Senhor.
À liderança da igreja, sugerimos que, se for possível, nesta se-
mana, se reúna para ler as setes cartas estudadas nesta lição e
meditar sobre a vontade de Jesus para a sua comunidade local.
A todos, líderes e membros, cabe a reflexão sobre como têm
cooperado para o bem ou mal de sua comunidade, se estão ca-
minhando em alguma das estradas proibidas nas cartas de Jesus
à sua igreja. Oremos a Deus, apresentando cada ponto dessas
reflexões e tomando atitudes que mostrem arrependimento.

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4
24 DE OUTUBRO DE 2015
Acima de
todo poder
Hinos sugeridos – Inicial: HBJ 85 • Final: HBJ 156

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Mostrar ao estudante Imediatamente, eu me achei em espírito, e
das Escrituras que Deus
eis armado no céu um trono, e, no trono,
está acima de todo
poder e desafiá-lo, com alguém sentado. (Ap 4:2)
base nessa verdade, a
descansar nele e glorificar
o seu glorioso nome. INTRODUÇÃO
Quem comanda a história da humanidade?
LEITURA DIÁRIA Há quem diga que são os poderosos deste
D 18/10 Ap 9:7-12
mundo, os donos de grandes multinacionais
S 19/10 Ap 9:13-19 ou mesmo os presidentes das superpotências
T 20/10 Ap 9:20-21 mundiais. Nesse sentido, os comandantes des-
Q 21/10 Ap 10:1-7 te planeta seriam aqueles que detêm o maior
Q 22/10 Ap 10:8-11
poder político, econômico, científico e militar.
S 23/10 Ap 11:1-2
S 24/10 Ap 11:3-8
Contudo, a Bíblia nos mostra que o governo
deste mundo não está nas mãos dos homens.
Quem governa o universo é Deus. É ele quem
conduz a história da humanidade, quem está
acima de todo poder econômico, politico e bé-
lico. É isso que aprenderemos nesta lição, com
base nos capítulos 4 e 5 do livro de Apocalip-
se. Então, vamos lá!

I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

Acesse os
Comentários Adicionais No capítulo 4 de Apocalipse, João se depa-
e os Podcasts ra com uma visão espetacular: um trono no céu
deste capítulo em
www.portaliap.com.br sob o qual estava assentado alguém (v.2). No
texto, quem estava assentado no trono era, na

32 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


aparência, semelhante à pedra de jas- 2. Os vinte e quatro anciãos: Re-
pe e de sardônica e o arco celeste esta- latando ainda a sua visão, João deixa
va ao redor do trono e era semelhante de tratar sobre quem está no trono e
à esmeralda (v.3). Diante desse trono, passa a mostrar o que existe ao redor
há um mar de vidro, claro como cris- deste: ... vinte e quatro tronos; e so-
tal (v.6). Quem está no trono é Deus bre os tronos (...) vinte e quatro anci-
e toda essa cena vista por João tem ãos, vestidos de branco, que tinham
como objetivo mostrar aos cristãos a nas suas cabeças coroas de ouro (Ap
sua soberania eterna. Mas como po- 4:4). Esses vinte e quatro anciãos
demos entender essa visão? Vejamos. são seres angelicais. Suas vestes são
1. O Soberano: As pedras pre- brancas, como normalmente os an-
ciosas, o arco de esmeralda e o mar jos são descritos na Bíblia (Mt 28:3;
de vidro resplandecente que vimos Mc 16:5; Jo 20:12; At 1:10).
não podem ser entendidos por nós Além disso, o Antigo Testamento,
literalmente. Essas figuras são utiliza- por vezes, mostra-nos Deus rodeado
das simbolicamente para descrever a por um conselho de seres celestiais,
resplandecente majestade e a glória da mesma forma como podemos ver
reluzente de Deus. O apóstolo está aqui, nos capítulos 4 e 5 de Apoca-
tentando descrever a majestade lím- lipse (1 Rs 22:19; Jó 15:8; Sl 89:7;
pida, reluzente e fulgurante de Deus. Is 24:23). Os tronos e as coroas de
Essa visão do trono de Deus tem ouro desses seres simbolizam a po-
um significado muito simples: mos- sição de nobreza e realeza que pos-
tra que Deus é o soberano do uni- suem, por fazerem parte da comitiva
verso. O trono significa poder, glória, do Rei do universo.
domínio e soberania. O texto está di- Mas o que fazem esses seres? Se-
zendo que Deus reina sobre todo o gundo João, eles se prostram diante
universo, sobre os céus e a terra. Os daquele que está assentado no trono
poderosos deste mundo não estão e adoram aquele que vive para todo o
com as rédeas da história humana. sempre. Lançam as suas coroas diante
Por trás da desordem aparente do do trono e dizem: Tu, Senhor e Deus
mundo e dos fatos históricos, existe nosso, és digno de receber a glória,
um Deus que dirige a humanidade, a honra e o poder, porque criaste to-
rumo a um desfecho seguro e feliz. A das as coisas, e por tua vontade elas
odisseia humana está em suas mãos, existem e foram criadas (Ap 4:10-11).
não nas dos homens. Esse texto está 3. Os quatro seres viventes:
dizendo que a história está escrita no João viu também quatro seres viven-
livro de Deus e ele a governa de seu tes cobertos de olhos, tanto na frente
poderoso trono. como atrás (Ap 4:6). O primeiro ser era

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semelhante a um leão; o segundo, se- lação e redenção. O fato de o livro
melhante a um touro; o terceiro tinha estar selado significa que, enquanto
rosto de homem e o quarto era seme- permanecesse assim, o propósito sal-
lhante a uma águia voando (v.7). Eles vífico de Deus para os homens não
são muito parecidos com os Serafins e poderia ser cumprido ou realizado.
os Querubins descritos no Antigo Tes- Contudo, a boa noticia é que exis-
tamento (Is 6:1-3; Ez 1:1-25, 10:14). te alguém capaz de abrir o livro: Je-
Por isso, devemos interpretá-los sus, o Leão da tribo de Judá, a Raiz
como seres angelicais de elevada de Davi, que venceu para abrir o livro
categoria, podendo ser os Serafins e os seus sete selos (Ap 5:5). Cristo
ou os Querubins. Por que são des- desceu à Terra para revelar e execu-
critos com características semelhan- tar o plano salvífico de Deus para o
tes às de um leão, de um boi, de um mundo. Se Jesus não viesse, o pro-
homem e de uma águia? A razão é pósito divino não seria cumprido de
que, no Antigo Testamento, são atri- forma alguma. A história teria um
buídas aos seres celestiais caracterís- desfecho nada feliz.
ticas como força, serviço, inteligência 5. A autoridade de Cristo: João
e rapidez (Sl 103:20, 21; Dn 9:21). vê, então, que Jesus está, agora, no
Em outras palavras, os quatro seres centro do trono e que o livro da his-
viventes são fortes como o leão, ser- tória está em sua mão (Ap 5:6-7). Isso
vos como o boi, inteligentes como o significa que ele compartilha de toda
homem e rápidos como a águia. a autoridade e soberania de Deus Pai,
4. O livro da história: João conti- no governo da história humana. Por
nua descrevendo, agora, no capítulo 5, concluir a redenção, Jesus foi exalta-
a visão que teve do trono de Deus: ... do à destra de Deus Pai, nos céus (At
no lado direito de quem estava assen- 1:9; 7:55-56; Fp 2:6-11; Ap 3:21).
tado no trono, vi um livro escrito por Nesse texto, Jesus é descrito como
dentro e por fora, bem selado com sete tendo 7 chifres e 7 olhos (Ap 5:6).
selos (v.1). De acordo com o apóstolo, Os sete chifres significam que ele
o autor desse livro é o próprio Deus, tem todo o poder (onipotência) e os
que o segura em sua mão direita. sete olhos, que ele vê tudo (onisciên-
Esse livro “revela o plano completo cia). Os sete olhos são identificados
de Deus e o propósito para o mundo com os sete espíritos enviados por
todo ao longo das eras, do começo toda a Terra. Não é a primeira vez
ao fim”.1 Ele contém o plano de Deus que os sete espíritos aparecem no
na história da humanidade, sua reve- Apocalipse (1:4, 3:1, 4:5). Eles dizem
respeito ao Espírito Santo, em toda a
1. Kistemaker (2004:265). sua sabedoria e plenitude. Jesus age

34 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


por meio dele, em toda a Terra (Jo (Ap 5:10 - NBV). Por isso, ele é digno
14:26; 15:26; 16;7), e nos lembra de de louvor. Cristo também é adorado
sua onipresença. Esse texto mostra o por sua grandeza. Os seres angelicais
perfeito relacionamento entre Cristo explodem em louvor, dizendo: Digno
e o Espírito Santo. é o Cordeiro, que foi morto, de rece-
Curiosamente, João diz que Jesus, ber o poder, e riqueza, e sabedoria,
o Cordeiro, estava em pé, como ha- e força, e honra, e glória, e louvor
vendo sido morto (v.6). O texto mos- (Ap 5:12).
trar-nos a importância fundamental Nos versículos 13 e 14, lemos que
da morte de Cristo. Foi na cruz que todas as criaturas reúnem-se para
o Cordeiro venceu e, portanto, con- adorar ao Cordeiro, pelos séculos
quistou o direito de abrir o livro e de dos séculos. Sim, ele merece toda a
quebrar seus selos, isto é, de reger glória e todo o louvor dos céus e da
o universo, em concordância com o terra, de homens e de anjos. Ele está
plano de Deus.2 Na cruz, Jesus não assentado no trono e governa o uni-
foi derrotado; pelo contrário, foi exa- verso, em toda majestade e poder.
tamente lá que ele triunfou (Cl 2:15). É isso que Jesus deseja que os
6. A adoração ao Cordeiro: De crentes saibam, por meio desses ca-
acordo com a visão do apóstolo, logo pítulos de Apocalipse. Ele quer que
que o Cordeiro tomou o livro da his- saibamos que a história da humani-
tória da mão do Pai, os seres ange- dade não está nas mãos dos gover-
licais prostraram-se diante dele, em nos da Terra, mas em suas poderosas
louvor e adoração, por sua morte: mãos, que o mundo, com todo o seu
... pois com o teu sangue compraste caos ambiental e social, ainda é con-
para Deus homens de toda tribo, e trolado por ele. Sim, o barco da hu-
língua, e povo e nação (Ap 5:9). manidade não está à deriva, largado
Jesus fez dos pecadores salvos um à própria sorte, no mar do destino e
reino e os fez sacerdotes do nosso do caos. Jesus comanda o universo e
Deus; e eles reinarão sobre a terra os fatos históricos. Veremos, agora,
dois princípios que nos ajudarão a vi-
2. Hendriksen (2001:126). ver o que aprendemos até aqui.

01. Leia o item 1; Ap 4:1-3,6 e responda: Quem está assentado no trono?


Como devemos interpretar as pedras preciosas, o arco de esmeralda e o
mar de vidro resplandecente? De forma literal ou simbólica?

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02. Leia os itens 2 e 3; Ap 4: 4-10, e responda: O que são os vinte e qua-
tro anciãos? E os quatro seres viventes? São seres celestiais ou humanos?

03. Com base nos itens 4 e 5 e Ap 5:1-8, responda: Qual o sentido


do livro selado por setes selos? O que significa dizer que Jesus tem,
agora, esse livro em sua mão?

04. Por que Jesus é glorificado e exaltado pelos seres angelicais e


humanos? Cite dois motivos. Para tanto, leia o item 6 e Ap 5:8-14.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Descanse em Deus, pois ele Contudo, os capítulos 4 e 5 do li-


está acima de todo poder. vro de Apocalipse são um poderoso
Vivemos num mundo de insegu- antidoto contra a doença do medo
rança e medo. As crises econômicas e da insegurança que nos aflige. Ne-
nos preocupam; as catástrofes natu- les, somos convidados a descansar
rais nos atemorizam; a insegurança em Deus, confiando, absolutamente,
da cidade nos intimida. Por vezes, que o comando da história humana
parece que vivemos em meio ao caos está em suas poderosas mãos. Não é
e à desordem social, politica, econô- preciso ter medo. Deus é soberano.
mica e climática. Descanse nele!

05. Converse com os alunos de sua classe sobre como a soberania de


Deus pode nos ajudar a lidar com o medo e a insegurança dos nossos dias.

36 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


2. Glorifique a Cristo, pois ele Jesus está no trono; o livro da
está acima de todo poder. história da humanidade está em
Há muitos cristãos que têm uma sua mão; ele comanda o universo; é
visão muito pequena de Jesus. Há onipotente, onisciente e onipresen-
alguns que valorizam tanto as obras te; morreu, mas ressuscitou; é gran-
de Satanás a ponto de falar mais dele de, poderoso e glorioso. Os céus e
do que do Senhor Jesus. Isso é um a terra o louvam; homens e anjos o
absurdo. Jesus Cristo é descrito de celebram. Por isso, não podemos ler
forma incrivelmente grandiosa, no os capítulos 4 e 5 de Apocalipse sem
Apocalipse. Ele é indescritivelmente louvar e adorar ao Cordeiro de Deus.
maior que o diabo e seus demônios, Glória a Cristo!
que os homens e os seres celestiais.

06. Já percebeu o quanto alguns cristãos dos nossos dias têm uma vi-
são pequena de Jesus? Dialogue em sala sobre como Jesus é descrito
no Apocalipse. Você não acha que precisamos glorificá-lo mais?

DESAFIO DA SEMANA

Dar aos poderes político, econômico e militar deste mundo as


rédeas do curso da história humana significa destronar Deus de sua
regência universal. A Bíblia é clara ao mostrar a soberania divina. É
exatamente isso que aprendemos em Apocalipse. O Pai e o Filho
estão no trono do universo, por meio do Espírito Santo, conduzin-
do sua amada igreja, com segurança, no decurso da história. Seu
desafio, nesta semana, será compartilhar este ensino com algum
amigo, vizinho ou familiar não-cristão. Conte-lhe sobre o Deus a
quem você serve, que está acima de todo poder, no céu e na terra.

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5
31 DE OUTUBRO DE 2015
O princípio
das dores
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 51 / HBJ 473 • Final: BJ 305 / HBJ 314

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Ensinar aos cristãos o Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos
significado dos setes selos
e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo,
descritos no Apocalipse,
para que, cientes como se fosse voz de trovão: Vem! (Ap 6:1)
disso, mantenham-
se perseverantes e
esperançosos. INTRODUÇÃO
Você liga a televisão e é bombardeado por
notícias: maremotos, terremotos, tornados, fu-
LEITURA DIÁRIA
racões e inúmeras catástrofes naturais aconte-
D 25/10 Ap 11:9-11
cendo. Você vê a fome assolando milhares; a
S 26/10 Ap 11:12-14
T 27/10 Ap 11:15-17
escassez dizimando vidas; guerras civis, tribais e
Q 28/10 Ap 11:18-19 internacionais matando centenas. Você vê a vio-
Q 29/10 Ap 12:1-6 lência; cristãos sendo perseguidos pelo mundo
S 30/10 Ap 12:7-12 a fora; o engano religioso propagando-se como
S 31/10 Ap 12:13-17 uma doença; o caos social e a corrupção moral da
civilização humana caminhando a passos largos.
Jesus já havia nos prevenido sobre esses dias, há
muito tempo. Aliás, ele os chamou de principio
das dores. É exatamente sobre isso que estudare-
mos nesta lição. Para tanto, abra a sua Bíblia em
Apocalipse capítulos 6 e 7, e vamos ao estudo!

I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

Acesse os
Comentários Adicionais Como vimos na lição anterior, o Leão da tri-
e os Podcasts bo de Judá, a Raiz de Davi, Jesus Cristo, ven-
deste capítulo em
www.portaliap.com.br ceu a morte e, por isso, é o único digno de
abrir o livro e os seus sete selos (Ap 5:3-10).

38 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


Aprendemos que esse livro selado diz De acordo com o próprio Jesus, os
respeito à história e ao destino final selos são o princípio das dores (Mc
da humanidade, ao plano eterno e 13:8), pois esses eventos nos levarão a
salvífico de Deus para o mundo. En- um período histórico ainda mais difícil,
quanto o livro permanecesse selado, de intenso sofrimento sobre o mundo,
esse propósito não seria cumprido. chamado por Cristo de a grande tribula-
Contudo, Jesus desceu a este mundo ção (Mc 13:14-23). Agora que sabemos
para revelar e executar o propósito o significado dos sete selos, vejamos o
salvífico de Deus. Ele fez isso espe- que acontece, quando são desatados.
cialmente por sua morte na cruz e 2. Os primeiros selos: No capítulo
possibilitou aos pecadores salvação 6 de Apocalipse, os selos são abertos.
imerecida e gratuita. Veremos, ago- Ao abrir os quatro primeiros selos, são
ra, o que significam esses sete selos. vistos quatro cavalos e seus cavaleiros.
1. O significado dos selos: No Eles são simbólicos. Acerca do primei-
final do capítulo 5 de Apocalipse, ro, João relata: Olhei, e eis um cavalo
vimos o louvor e a adoração uni- branco; e o que estava montado nele
versal prestada a Jesus, o Cordeiro, tinha um arco; e foi-lhe dada uma co-
que é digno de abrir os selos do livro roa, e saiu vencendo, e para vencer
(Ap 5:8-14). Mas qual o significado (Ap 6:2). Esse cavaleiro vitorioso mon-
destes? Os sete selos simbolizam tado em seu cavalo branco representa
eventos que já ocorreram, que estão Jesus Cristo (Ap 3:21, 5:5; Jo 16:33).
acontecendo em nossos dias e que Em Apocalipse, o branco é símbolo de
ainda acontecerão, até que Jesus re- Cristo ou de algo relacionado a ele (Ap
torne em poder e grande glória. 1:14, 2:17, 3:4, 5,18, 19:11,14).
Esses selos estão relacionados aos O segundo cavalo que aparece é
sinais que antecedem o retorno de vermelho e simboliza a guerra (Ap 6:3-
Cristo. Em Marcos 13, por exemplo, 4); o terceiro é preto (vv.5-6) e faz refe-
Jesus disse que, antes de sua volta, rência à fome e a escassez no mundo; o
aconteceriam guerras, maremotos, quarto é amarelo (vv.7-8) e simboliza a
perseguição, engano religioso, apos- morte de uma forma geral, promovida
tasia, fome etc. Os selos, portanto, por violência, fome, pestilências etc.
simbolizam esses eventos, que estão O primeiro cavaleiro é Jesus, pois
acontecendo desde os dias de Jesus “cavalga primeiro como o cabeça
até os nossos, mas que se intensifi- da cavalgada, decidido a ganhar as
carão muito, antes de sua segunda nações pelo evangelho”.1 A ideia é
vinda; mostram a igreja sendo perse- que, mesmo diante de poderes do
guida e clamando para que Deus tra-
ga juízo sobre os seus perseguidores. 1. Stott (2006:200-201).

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mal, perseguições religiosas, guerras ciência, a perseverarem, diante das
e catástrofes naturais, Cristo, por perseguições, e a terem esperança,
meio do seu evangelho, é vitorioso.2 pois Cristo logo julgará o mundo que
A guerra, a fome e a morte não po- os perseguiu.
derão detê-lo. 4. A grande tribulação: Quando
3. O quinto selo: Quando o quin- o Cordeiro abriu o sexto selo, João viu
to selo se abriu, João viu debaixo do fenômenos e acontecimentos catas-
altar as almas dos que tinham sido tróficos nunca antes vistos: ... houve
mortos por causa da palavra de Deus um grande terremoto; e o sol tornou-
e por causa do testemunho que de- se negro como saco de cilício, e a
ram (Ap 6:9). Elas pedem que Deus lua toda tornou-se como sangue (Ap
faça justiça na terra, julgando aque- 6:12). Esses eventos acontecerão num
les que os perseguiram. Não pode- curto período, antes da volta de Jesus.
mos entender esse texto literalmen- O sexto selo é muito importante,
te, como se os cristãos possuíssem pois narra fatos que nos levarão ao
uma “alma” incorpórea, que, depois limiar do retorno de Cristo, ao grande
da morte, vai para o céu e permane- dia da ira do Cordeiro sobre aqueles
ce lá, consciente, de alguma forma. que permaneceram rebeldes. Esse
Devemos entender esse texto de curto período que antecede a vinda
maneira figurada, não literal. Sim, de Jesus, a que o sexto selo faz refe-
João vê as almas dos mártires debaixo rência, é chamado de a grande tribu-
do altar, mas se trata tão somente de lação, que começa a ser descrita.
“uma maneira vívida de mostrar que Depois de todos esses aconteci-
eles foram martirizados pelo nome mentos da grande tribulação, narra-
do seu Deus”.3 A ideia, aqui, é que dos na abertura do sexto selo, João,
a “memória” desses mártires clama antes de passar a descrever a abertu-
diante de Deus (Hb 11:4; Ml 3:16). ra do sétimo selo, apresenta duas ce-
Esse quinto selo faz referência nas que trazem consolo aos crentes,
à perseguição que leva os cristãos frente aos terríveis sofrimentos pelos
ao martírio. Cada cristão é, em sua quais o mundo passará. Essas duas
essência, um mártir,4 pois deve es- cenas são: os cento e quarenta e qua-
tar disposto a morrer por Jesus (Mt tro mil selados e a grande multidão.
10:38). Esse texto, portanto, está 5. Os cento e quarenta e qua-
encorajando os cristãos a terem pa- tro mil selados: O capítulo 7 mos-
tra-nos uma pausa entre a abertura
2. Rocha (2014:57) do sexto e do sétimo selo. Essa pausa
3. Ibidem, p. 78. tem o objetivo de trazer segurança e
4. Ladd (1986:79). conforto aos crentes. Antes do fim,

40 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


haverá um período de grande tribu- Perceba que os cento e quarenta
lação: “o mar, a terra e a vegetação e quatro mil foram selados para pas-
sofrerão terríveis danos”5, mas, an- sar pela grande tribulação, e, agora,
tes disto, os servos de Deus serão se- o texto diz que essa grande multidão
lados (Ap 7:3). já passou pela grande tribulação. Isso
João diz: Então ouvi o número dos quer dizer que os cento e quarenta e
que foram selados: cento e quarenta e quatro mil selados e a grande multi-
quatro mil, de todas as tribos de Israel dão representam o mesmo povo. É
(Ap 7:4). Esses cento e quarenta e qua- como se João nos mostrasse a igreja
tro mil, de todas as tribos de Israel, sim- em dois momentos: antes e depois
bolizam a igreja. No Novo Testamento, da grande tribulação.
ela é chamada de o Israel de Deus (Gl Essas duas cenas têm o objetivo
6:16; 1 Pd 2:9 Fp 3:3; Rm 2:29). de trazer conforto e esperança a to-
Mas por que os cristãos que com- dos os cristãos que sofrem persegui-
põem a igreja de Cristo são selados? ção, ao dizer que serão protegidos
O selo tem o sentido de proteção. A da ira de Deus, na grande tribulação,
igreja, então, é protegida para pas- e que, depois de passarem por ela,
sar pela grande tribulação, em cujo desfrutarão das bênçãos da eterni-
período Deus derramará sua justa ira dade, quando Deus lhes enxugará
sobre a sociedade humana cruel e dos olhos toda a lágrima (Ap 7:16-
rebelde, com terríveis pragas, antes 17). Vale a pena sofrer por Cristo. Ele
do julgamento final (Ap 9:3-4). Mas recompensará seus servos.
a igreja estará selada, ou seja, prote- Talvez você se pergunte: E o sé-
gida da ira de Deus. timo selo? Se perceber, quando o
6. A grande multidão: Depois dis- sétimo selo é aberto, sete anjos com
so, João diz que olhou e, diante de si, sete trombetas são vistos por João
estava uma inumerável multidão, de (Ap 8:1-2). Os selos se referem à
todas as nações, tribos, povos e lín- igreja sendo perseguida pelo mun-
guas, de pé, diante do trono e do Cor- do; já as trombetas se referem ao
deiro, com vestes brancas e segurando juízo de Deus sobre o mundo que
palmas (Ap 7:9). João não sabe quem perseguiu a igreja. Essas trombe-
são os que fazem parte da grande mul- tas descrevem, detalhadamente, a
tidão, até que o ancião lhe diz: Estes grande tribulação que o sexto selo
são os que vieram da grande tribulação começou a descrever. Sobre elas,
e lavaram as suas vestes e as branquea- aprenderemos mais no próximo es-
ram no sangue do Cordeiro (v.14). tudo. Agora, temos dois princípios
que nos ajudarão a praticar o que
5. Rocha, op. cit., p.63. aprendemos até aqui.

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01. Qual o significado dos sete selos? Quando os quatro primeiros
são abertos, são vistos quatro cavaleiros. O que estes simbolizam?
Leia os itens 1 e 2 e Ap 6:1-8.

02. O que o quinto selo está ensinando aos cristãos? O que simboliza
o sexto selo? Qual período da história ele começa a descrever, especi-
ficamente? Leia os itens 3 e 4 e Ap 6:9-17.

03. Com base no item 5 e em Ap 7:1-8, responda: O que simbolizam


os cento e quarenta e quatro mil selados? Por que são selados?

04. A grande multidão e os cento e quarenta e quatro mil selados


simbolizam o mesmo povo. Que povo é esse? Quais são as duas ce-
nas que trazem esperança aos cristãos? Leia o item 6 e Ap 7: 9-17.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Esse é o princípio das dores: senciamos, hoje, em nosso mundo,


mantenha-se perseverante! serão intensificados, antes da volta
Jesus não escondeu que os dias de Jesus. É por essa razão que preci-
em que vivemos seriam difíceis. samos nos manter perseverantes.
Como vimos, ele já havia nos aler- O objetivo do livro de Apocalipse
tado, há muito tempo, sobre isso. é exortar os cristãos a manterem-se
Contudo, os dias que estão por vir perseverantes, mesmo diante das
serão ainda piores; a grande tribu- mais terríveis provas: a escassez, a
lação virá. Todos os sinais que pre- perseguição, as catástrofes naturais,

42 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


o engano religioso, as guerras, a vio- tir, pois somente aquele que perseve-
lência humana. Não podemos desis- rar até o fim será salvo.

05. Converse com os demais alunos sobre a importância de perseve-


rarmos, mesmo diante das aflições deste mundo.

2. Esse é o princípio das dores: que trazem esperança ao nosso cora-


mantenha-se esperançoso! ção são: os cento e quarenta e qua-
Além de perseverantes, precisa- tro mil selados e a grande multidão.
mos nos manter esperançosos. Não é Na primeira, a igreja é protegida para
possível perseverar sem uma firme e enfrentar a grande tribulação; na se-
sólida esperança. É por isso que, en- gunda, ela desfruta das bênçãos da
tre os sofrimentos descritos no Apo- eternidade, após ser provada. Esta é
calipse, há sempre uma cena que a nossa esperança: a eternidade sem
visa trazer aos cristãos a inabalável e morte, dor ou sofrimento, ao lado de
gloriosa esperança em Jesus Cristo. Cristo. Por isso, o conselho bíblico é:
Como estudamos, as duas cenas Mantenha-se esperançoso!

06. Dialogue com os alunos de sua classe sobre como a esperança é


capaz de nos ajudar a enfrentar os sofrimentos da vida, enquanto
aguardamos a vinda de Jesus Cristo e a consumação do seu reino.

DESAFIO DA SEMANA

O livro do Apocalipse não é somente para o passado (para os primei-


ros cristãos), nem somente para o futuro (para dias que ainda virão).
Como aprendemos neste estudo, o Apocalipse trata sobre o hoje, sobre
aquilo de que presenciamos, em nossa sociedade e em nosso mundo. Es-
tamos vivendo, agora, os dias que Jesus chamou de princípio das dores.
Para enfrentá-lo, precisamos de perseverança e esperança. Seu desafio
é compartilhar a esperança que tem em Cristo com aqueles que sofrem.
Para tanto, pode visitar um hospital, um orfanato, um asilo, um amigo
não-cristão ou mesmo alguém que esteja doente em sua própria igreja.

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7 DE NOVEMBRO DE 2015
Toques de alerta
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 61 / HBJ 87 • Final: BJ 358 / HBJ 97

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Contribuir para que Então, vi os sete anjos que se acham em
o estudante da Bíblia
pé diante de Deus, e lhes foram dadas
entenda o significado
e as implicações práticas sete trombetas. Então, os sete anjos (...)
das visões do livro do prepararam-se para tocar. (Ap 8:2,6)
Apocalipse relacionadas
ao toque das sete
trombetas, ao livrinho INTRODUÇÃO
aberto e às
duas testemunhas. Na última lição, estudamos sobre o “Prin-
cípio das dores”, relatados nos sete selos
(Ap 6-7). O estudo terminou quando o úl-
LEITURA DIÁRIA timo selo do livro foi aberto, sem analisar o
D 01/11 Ap 13:1-5 conteúdo deste. A abertura do sétimo selo
S 02/11 Ap 13:6-10 traz consigo um silêncio, uma atitude de te-
T 03/11 Ap 13:11-14
mor, por parte dos exércitos celestiais, ven-
Q 04/11 Ap 13:15-18
Q 05/11 Ap 14:1-5
do os julgamentos de Deus que se aproxi-
S 06/11 Ap 14:6-7 mam com a revelação do conteúdo do livro.
S 07/11 Ap 14:8-13 O sétimo selo não traz nenhuma cena ca-
tastrófica, não traz a descrição de nenhum
evento, o que nos leva a entender que o seu
conteúdo é a descrição das sete trombetas,
que vem na sequência. Como vimos, o sexto
selo descreveu, em linhas gerais, os eventos
da grande tribulação. As sete trombetas,
assunto deste estudo, apresentam alguns
Acesse os
desses eventos. As sete trombetas narram
Comentários Adicionais a primeira parte da grande tribulação, con-
e os Podcasts
deste capítulo em
forme veremos.
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44 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

João vê sete anjos que recebem Quando elas são tocadas, somente
sete trombetas. Nas Escrituras, as um terço de alguma coisa sobre a
trombetas são utilizadas para anun- terra é ferido. São eventos terríveis,
ciar intervenções de Deus. Aqui, ser- mas ainda parciais.
vem para anunciar o juízo de Deus O primeiro toque de trombeta
sobre os ímpios, no período inicial traz destruição para um terço da
da grande tribulação. Antes de es- terra, das florestas e de tudo que é
ses anjos se prepararem para tocar verde (Ap 8:7). É um desastre natural
as trombetas, somos informados de gigantesco. O espaço onde as pes-
que esses toques vêm como respos- soas vivem e seu alimento começa a
ta às orações dos santos (Ap 8:3-5). ser parcialmente atingido. O segun-
Como o texto menciona “todos” os do toque de trombeta traz calamida-
santos, podemos entender tratar-se des relacionadas ao mar (Ap 8:8-9):
da igreja como um todo, mas sem um terço do mar transforma-se em
perder de vista o clamor dos márti- sangue; um terço das criaturas do
res, apresentado no quinto selo (Ap mar e das embarcações é destruído;
6:9-11). Por causa das orações dos a terceira trombeta atinge um terço
santos, os anjos preparam-se para dos rios e as fontes das águas (Ap
tocar as trombetas (Ap 8:6). 8:10-11); uma estrela, com o nome
1. Os toques das trombetas: de uma planta amargosa, chamada
Os selos referem-se à perseguição Absinto, envenena as águas. O ab-
do mundo à igreja, já as trombetas sinto não é venenoso, mas, aqui, ele
referem-se ao juízo de Deus sobre o é usado como símbolo da morte.
mundo que perseguiu a igreja. Em Como imaginar um terço de todos os
Apocalipse 8:7-9:21, temos o toque rios e lagos do mundo envenenado?
das seis primeiras trombetas, que Quando o quarto anjo toca a sua
podem ser assim divididas: Em pri- trombeta, um terço do sol, da lua e
meiro lugar, temos as trombetas que das estrelas é ferido e se torna es-
tratam das catástrofes relacionadas curo (Ap 8:12). A terça parte dos
diretamente à natureza (Ap 8:7-12). luminares se apaga. Há um terço a
As quatro primeiras trombetas mos- menos de luz. Literalmente, os dias
tram o juízo severo sobre a natureza, ficam mais sombrios. Todas as catás-
no período inicial da grande tribu- trofes descritas até agora atingem os
lação. Contudo, ainda se trata de seres humanos indiretamente, mas
um juízo parcial, com misericórdia. estão ligadas à natureza.

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Em segundo lugar, temos catás- trombeta que solte os quatro anjos
trofes relacionadas diretamente aos preparados para, no dia, na hora, no
seres humanos (Ap 8:13-9:21). Estas mês e no ano determinados, matar a
últimas trombetas são chamadas de terça parte dos homens. Podem ser
ais (Ap 8:13). Os que habitam sobre os demônios mencionados na carta
a Terra são alertados: o juízo se in- de Judas. Aqui, eles serão usados por
tensificará ainda mais. Deus para exercer seu julgamento
O quinto anjo toca a sua trombe- sobre os ímpios.
ta: João vê a estrela que haviam caí- Esses quatro anjos liderarão um
do do céu para a terra (Ap 9:1) – pos- exército incontável de demônios (Ap
sível referência a Satanás (Is 14:12) 9:16). O poder desses anjos é descri-
–, que recebe a chave (símbolo de to em Apocalipse 9:17: são ferozes,
autoridade) do poço do abismo (sím- destrutivos, inspiram terror. De suas
bolo de um lugar de aprisionamento bocas, saem fogo, fumaça e enxofre,
das forças do mal). Do abismo, saem e, com isso, matam a terça parte da
gafanhotos com poder de escorpiões humanidade. Eles torturam e matam.
(Ap 9:3). Eles recebem uma ordem Todavia, o final do capítulo diz que,
incomum: não comerem a vegeta- mesmo diante de tanto sofrimento,
ção (gafanhotos comem tudo o que os dois terços da humanidade ímpia
é verde). Não se trata de meros ga- que permanece não se arrependem
fanhotos, mas de demônios, que de- dos seus maus caminhos. Ao que
veriam torturar os homens; mas não parece, ainda há chance de arrepen-
todos: só os que não forem selados dimento, mas ninguém o deseja. Os
com o selo de Deus (Ap 9:4, 7:3). A ímpios chegam a um ponto incrível
tortura deve durar um curto espaço de rebeldia.
de tempo. Vai ser tão terrível que os 2. O livrinho aberto: Diante de
homens desejarão a morte, mas esta tamanha insensibilidade por parte
fugirá deles. Esse é o primeiro “ai”. dos seres humanos, vista depois da
Quando o sexto anjo toca a sua sexta trombeta (Ap 9:20-21), João
trombeta, João ouve uma voz que tem uma visão em que a sétima
vem do altar de ouro, diante de Deus trombeta é anunciada e lhe é dito
(Ap 9:13-14). Esse altar já apareceu que o fim não tardará mais. É a vi-
no capítulo 8:3. É o altar de incenso são do “Livrinho aberto” (Ap 10:1-
com as orações dos santos, claman- 11). João vê um anjo forte, descri-
do a Deus por justiça. Novamente, to em termos bem majestosos (Ap
o juízo vem como resposta à oração 10:1). Alguns entendem tratar-se
dos santos. A voz que vem do altar do próprio Cristo. Mas Jesus nunca
solicita ao anjo que tocou a sexta é chamado assim no Apocalipse, e,

46 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


ademais, há uma distinção entre este (...) nos dias da voz do sétimo anjo,
anjo e Deus (v.6). É um anjo podero- quando ele estivesse para tocar a
so, mas um anjo somente. trombeta, o mistério de Deus se cum-
Ele tem um livrinho aberto na priria (Ap 10:6-7). O juramente do
mão. O livro está aberto porque anjo é uma resposta ao “até quan-
deve ser lido por todos; seu conte- do” dos mártires (Ap 6:9). O tempo
údo não é segredo para ninguém. de Deus cumprir seus propósitos e
Entendemos que se trata da Palavra agir de modo decisivo, triunfando
de Deus. O anjo coloca o pé direito sobre todos os seus opositores, es-
sobre o mar e o esquerdo sobre a tava próximo.2 Quando o anjo tocar
terra, para demonstrar que a mensa- a sétima trombeta, o juízo virá. Com
gem do livro é para todo o mundo, esta trombeta, a ira de Deus se con-
que é grandiosa. Ele brada em alta sumará. Logo o reino será trazido de
voz, como um leão, e, quando faz modo pleno, o povo de Deus estará
isso, “os sete trovões fizeram soar a a salvo e os ímpios serão castigados.
sua voz”. Esse é o mistério anunciado aos
Quem são “os sete trovões”? Uma profetas. Mistério, no Novo Testa-
possível menção à voz do Senhor. A mento, não é algo secreto, mas o
imagem tem origem no Salmo 29:3, plano divino revelado na Palavra de
em que a voz do Senhor é compara- Deus, que inclui o julgamento dos
da a um trovão, e em que aparece, ímpios e a salvação dos que creem
por sete vezes, a expressão “a voz do em Jesus. Depois da certeza de que
Senhor”. Parece-nos, pelo contexto, o plano de Deus se realizará, a voz
que a mensagem da voz está ligada do céu fala outra vez com o apósto-
ao juízo iminente. Mas, quando João lo: ele deve tomar o livrinho da mão
quer escrever o que ouviu das sete do anjo e comê-lo (Ap 10:8-9). O li-
vozes, ouve outra voz do céu que o vrinho era como mel na boca, mas
proíbe de fazê-lo. Há uma mensagem amargo no estomago. A imagem
clara nessa proibição: Deus é sobera- está ligada ao conteúdo da Palavra
no, está no controle, e os santos não de Deus: o evangelho contém uma
precisam conhecer todos os detalhes mensagem de misericórdia e juízo,
do seu plano.1 Há coisas que exce- de segurança e destruição.
dem a compreensão humana. Depois disso, João ouve sobre a
Na sequência, o anjo forte de necessidade de continuar profetizan-
Apocalipse 10:1 faz um juramente do a todo mundo. O fim está às por-
solene: ... não haverá mais demora, tas! A sétima trombeta está para ser

1. Osborne (2012:449). 2. Adeyemo (2010:1601).

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tocada. O apóstolo deve continuar perseguição. Esse sistema persegue
seu trabalho. Fora proibido de escre- e tenta seduzir a igreja, durante qua-
ver sobre o conteúdo das vozes dos renta e dois meses. Contudo, é nesse
sete trovões, mas ainda há outras tempo que as duas testemunhas da-
coisas que ele precisa escrever e re- rão seu testemunho: Concederei às
velar. Os capítulos restantes do livro minhas duas testemunhas que profe-
do Apocalipse “são o cumprimento tizem durante mil duzentos e sessen-
desta ordem”.3 ta dias (Ap 11:3). Elas proclamam o
3. As duas testemunhas: Nas vi- evangelho em um mundo perverso.
sões do capítulo 10 do Apocalipse, o Mil duzentos e sessenta dias e qua-
toque iminente da sétima trombeta renta e dois meses dizem respeito ao
e o conteúdo doce e amargo da Pa- mesmo período de três anos e meio,
lavra de Deus foram mostrados para utilizado na Bíblia como símbolo de
o apóstolo João. Já no capítulo 11, tribulação (Dn 7:25). Esse tempo, no
a história mais uma vez é recuada, e Apocalipse, aponta para todo o perío-
somos colocados diante de algumas do da igreja entre a primeira e a se-
verdades relacionadas à igreja, fren- gunda vindas de Cristo. Quem são as
te aos fatos do capítulo 10. A igreja duas testemunhas? Entendemos que
é lembrada de que está segura em dizem respeito à própria igreja e ao
Deus. João diz que recebeu um cani- seu testemunho. Mas por que duas?
ço para medir (com o sentido de pre- Pode ser porque a igreja é formada
servar) o santuário de Deus, o altar e por dois povos: judeus e gentios (Ef
os que nele adoram (uma referência 2:11-22), e também porque Jesus
à igreja – cf. 1 Co 3:16; 2 Co 6:16; Ef mandou seus discípulos pregarem o
2:21). É Deus quem protege e cuida evangelho em dupla (Lc 10:1).
do seu povo. Essas duas testemunhas são o
O pátio, fora do santuário, não de- povo de Deus, pregando o evange-
veria ser medido (Ap 11:2). A imagem lho, a palavra doce na boca e amar-
aqui é clara: diz respeito àqueles que ga no estômago. Os servos de Deus
não fazem parte da igreja. Os que são como profetas pregando o evan-
não adoram o Deus verdadeiro não gelho, e ninguém pode calá-los (Ap
são guardados e preservados por ele. 11:4-6). Terminada a sua missão, as
O texto diz que eles “pisam a cidade duas testemunhas tornam-se vítimas
santa”, que, neste capítulo, é símbolo da besta que surge do abismo, que
do sistema mundano, iníquo e opres- as ataca, vence e mata. Os seus cor-
sor, em sua perversão, escravidão e pos não serão sepultados, mas fica-
rão estendidos na praça da grande
3. MacDonald (2008:1007). cidade para todos contemplarem

48 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


(Ap 11:8-9). A igreja será perseguida cia perdido para a igreja, os cristãos
e silenciada. ressuscitarão e serão levados ao céu
O mundo ímpio vai fazer chaco- com Jesus. É inimaginável o terror
ta da igreja e festejar sua aparente que tomará conta dos ímpios, nessa
derrota. Ao que parece, a besta des- ocasião, ao descobrirem que a igreja
frutará de admiração mundial, por estava com a verdade. Mas será tar-
ter conseguido calar o povo de Deus. de demais para eles.
O tempo dessa perseguição será de Diante desses fatos, João volta a
três dias e meio. Não é um tempo mencionar a sexta trombeta, o se-
literal: diz respeito a um pequeno gundo “ai”, e afirma que o terceiro
espaço de tempo, se comparado aos “ai” está por vir. A sétima trombeta,
dias em que a igreja profetizou. É o enfim, é tocada (Ap 11:15). Contu-
“pequeno tempo” da grande tribu- do, contrariando o que seria natural,
lação, quando a igreja sofrerá terrível não temos uma descrição imediata
perseguição, por parte daqueles que do terceiro “ai”. Este, na verdade,
não adoram o Deus verdadeiro. consiste das sete taças (Ap 16:1-
Essa zombaria, entretanto, tem 21). Assim como as sete trombetas
dias contados. Nesse tempo, as são uma descrição do sétimo selo, as
trombetas serão tocadas. Os ímpios sete taças são uma descrição da séti-
perseguem a igreja, por um lado, e ma trombeta. Esse é o terceiro “ai”,
sofrem o castigo de Deus, por outro. que mostrará a vitória do Cordeiro
Quando acharem que venceram, a sobre todos os reinos que existiram
sétima trombeta será tocada e, com na história (Ap 11:15-17) e a consu-
ela, chegará a vitória da igreja e a mação da ira de Deus. Assim, o ciclo
consumação da ira de Deus. Apoca- das sete trombetas termina de forma
lipse 11 diz que, quando tudo pare- similar ao seu início.

01. Com base em Ap 8:1-12, responda: As sete trombetas vêm como


resposta a quê? O que acontece, quando as quatro primeiras trombe-
tas são tocadas? A que tempo o texto está se referindo?

02. Tendo lido Ap 9:1-6,13-16,18, em linhas gerais, comente com a clas-


se sobre a quinta e a sexta trombetas (o primeiro e o segundo “ais”). À
luz de Ap 9:20-21, ainda será possível o arrependimento aos homens?

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03. Em Apocalipse 10, João tem uma visão de um “livrinho aberto”.
Comente, de maneira resumida, sobre essa visão. Com o que pode-
mos relacionar esse livrinho? Baseie-se no item 2.

04. Em Apocalipse 11, João apresenta as duas testemunhas e o seu


ministério. Quem são e qual a sua função? São elas que anunciam o
conteúdo do livrinho? Faça uma correlação.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Oremos confiantemente e mortos, as catástrofes naturais


por justiça, pois as trombetas que fazem milhares de vítimas, as
serão tocadas. crianças que são abusadas; enfim, a
Quando ligamos a televisão, vi- lista é grande.
sitamos páginas da internet ou le- O mundo vai de mal a pior. É o
mos um jornal, é muito difícil não princípio das dores, retratado nos
sermos surpreendidos por más no- sete selos do Apocalipse. Contu-
tícias. Aliás, o que mais lemos são do, não podemos permitir que es-
más notícias: sobre a criminalidade ses eventos nos passem a sensação
que aumenta cada vez mais, a cor- de que o mal vai vencer. Eles estão
rupção que prospera em todos os nos encaminhando para o final dos
setores da sociedade, o ser humano tempos, para a grande tribulação,
humilhado e privado dos seus direi- quando as trombetas serão tocadas
tos, os cristãos que são perseguidos e Deus vai começar a punir, de ma-

50 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


neira mais categórica, os opositores traga, definitivamente, seu reino, te-
da sua vontade. Os santos, que estão rão suas orações, enfim, respondidas.
orando para que Deus faça justiça e Creiamos e continuemos orando!

05. Alguma vez você já teve a sensação de que parece que o mal vai
vencer? Qual deve ser a nossa postura, uma vez que acreditamos que
as sete trombetas serão tocadas?

2. Anunciemos corajosamen- Que mensagem temos anun-


te o juízo, pois as trombetas se- ciado? Ela causa, nem que seja de
rão tocadas. maneira mínima, algum tipo de in-
Vimos, em nosso estudo, que as cômodo? Não nos esqueçamos de
duas testemunhas dizem respeito à que o evangelho é doce ao paladar,
igreja e a sua missão proclamadora. mas amargo no estômago; é uma
Apocalipse 11:3 nos informa que mensagem de esperança, mas de
elas profetizam vestidas de “panos juízo. As trombetas serão tocadas;
de saco”. O que essa imagem suge- o juízo é iminente. Esse conteúdo
re? Panos de saco são símbolos de deve fazer parte da nossa pregação.
luto e arrependimento. A mensagem Conclamemos homens e mulheres
da igreja é urgente; é uma chama- ao arrependimento, enquanto ain-
da ao arrependimento, em vista do da podem se arrepender. O tempo
juízo de Deus. Observe que, quando é agora! Quando as trombetas fo-
a igreja cumpre sua missão e é cala- rem tocadas, o arrependimento ain-
da, na grande tribulação, os ímpios da será uma opção, mas as pessoas
dizem que a sua mensagem “ator- serão tão insensíveis que não o de-
mentava” a Terra. sejarão mais.

06. O que deve constar no conteúdo de nossas pregações, neste tem-


po que antecede o toque das trombetas? A mensagem que anuncia-
mos incomoda, em alguma medida, ou só acalenta?

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DESAFIO DA SEMANA

A igreja tem a sublime tarefa de proclamar o evangelho de


Cristo, quanto mais o fim se aproxima. É confortador lermos, no
Apocalipse, que ninguém pode parar a igreja no cumprimento de
sua missão. Jesus já havia anunciado isso (Mt 16:18-19). Satanás
não pode impedir o avanço da igreja. Cumprida a sua missão,
ela terá um tempo de dura perseguição: os moradores da Terra
pensarão que ela foi derrotada, mas não ficarão impunes. É nessa
mesma época que as sete trombetas serão tocadas e que aqueles
que não seguem o Deus verdadeiro começarão a experimentar a
ira divina e perceberão que a palavra da igreja era verdadeira. No
final, eles ficarão aterrorizados, ao verem a igreja subindo com
Cristo! Seu desafio para esta semana será fazer ao menos uma
oração específica, para que Deus traga o seu reino. Além disso,
que tal falar sobre as sete trombetas com alguém que ainda des-
conhece o assunto? Estes são os seus desafios.

52 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


7
14 DE NOVEMBRO DE 2015
Contra quem
lutamos?
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 312 / HBJ 378 • Final: BJ 196 / HBJ 387

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Ajudar o estudante a E quando o Dragão se viu lançado à terra,
compreender a realidade
perseguiu a mulher que dera à luz o menino.
da luta milenar do povo
de Deus contra o diabo (Ap 12:13 – AS21)
e seus agentes e mostrar
que pode confiar na
contínua proteção divina INTRODUÇÃO
nessa luta.
Vimos que os sete selos são o princípio das
dores, que estão levando a história para o fim,
LEITURA DIÁRIA e que as sete trombetas começam a descrever
D 08/11 Ap 14:14-16 o tempo do fim, porque, depois que a séti-
S 09/11 Ap 14:17-20 ma trombeta é tocada, inicia-se o período das
T 10/11 Ap 15:1-4
sete taças, que descreverão o período final e
Q 11/11 Ap 15:5-8
Q 12/11 Ap 16:1-2
terrível da grande tribulação, em que a ira de
S 13/11 Ap 16:3-7 Deus se consumará totalmente. Antes, porém,
S 14/11 Ap 16:8-9 de narrar esses eventos agonizantes, João faz
uma nova pausa para mostrar a razão desse
horrível desfecho: será o fim de uma luta mi-
lenar de Deus e do seu povo contra alguns
adversários do seu reino. É dessa pausa que
trataremos neste estudo, com base no tre-
cho que compreende os capítulos 12 a 14:20
de Apocalipse.

I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO


Acesse os
Comentários Adicionais
e os Podcasts De modo resumido, o capítulo 12 faz uma
deste capítulo em
www.portaliap.com.br descrição da luta milenar do dragão contra
Jesus, seus anjos e sua igreja. No que se re-

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fere à batalha desse dragão contra panharam em sua rebelião contra
a igreja, temos informações mais Deus. Eles sempre quiseram destruir
pormenorizadas no capítulo 13: há Cristo e seu povo.
uma descrição dos adversários de Mesmo com todas as investidas
Deus, pois, como veremos, o dragão do dragão, a mulher deu à luz um fi-
não vem sozinho. Mas temos algo lho, um homem que dominará todas
confortante para os cristãos, narra- as nações (Ap 12:5a). Essas palavras
do no capítulo 14. O texto traz uma reafirmam o que já fora dito sobre a
descrição do desfecho da luta: vitó- criança: trata-se do Ungido de Deus,
ria é o que os cristãos podem espe- que deveria reinar sobre a terra (Sl
rar. Analisemos essas informações 2:9).1 Ele cumpriu sua missão e as-
com mais detalhes. cendeu ao céu (Ap 12:5b). Hoje, está
1. Combates ferrenhos: Apo- assentado no trono, governando o
calipse 12 pode ser chamado de “o universo. A ascensão é um indicativo
capítulo dos combates”. Mostra o de sua vitória sobre o Dragão!
Dragão em suas tentativas fracas- João também nos conta que
sadas de frustrar os planos divinos. houve guerra no céu (Ap 12:7). Os
Como não consegue, este fica cada envolvidos na batalha eram Miguel
vez mais feroz e mais limitado em e os anjos bons contra o dragão e
sua área de atuação. Temos, ao me- seus anjos. Não se trata da batalha
nos, três combates descritos: a luta do início, quando a terça parte de
do Dragão contra Cristo (Ap 12:1-6), anjos se rebelou, mas de uma pele-
contra os anjos (vv.7-12) e contra a ja pós-ascensão de Jesus, depois de
igreja (vv.13-18). este já ter cumprido sua missão na
João diz ter visto um grande si- Terra. O resultado é que o dragão
nal no céu: uma mulher, descrita de foi derrotado, e não se achou mais
modo majestoso. Esta mulher está o seu lugar no céu. Ele foi expulso
grávida e sofre para dar à luz. Ela completamente, pois, ao que pare-
é uma representação do povo de ce, até então, tinha acesso àquele
Deus de todas as épocas, que sofreu ambiente. Qual a base da vitória? O
inúmeras perseguições e angústias sangue do cordeiro. Por causa dessa
para dar à luz a era messiânica e vitória, há garantias de que o reino
trazer o Messias (o filho da mulher). de Deus será estabelecido de modo
Quem a perseguiu? João vê outro pleno. Os céus podem se alegrar.
sinal no céu: um dragão vermelho Apocalipse 12:12 diz que o dia-
poderoso com a terça parte das es- bo ou dragão desceu à Terra com
trelas do céu. Trata-se do próprio
Satanás e dos anjos que o acom- 1. Ladd (1980:126).

54 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


grande ira, por ter perdido sua luta 13:1-10), uma referência a povos e
contra Cristo e os anjos e por saber nações (Ap 17:5). Além disso, diz
que pouco tempo lhe resta. Revolta- que essa besta é semelhante a um le-
do, concentrará seus ataques contra opardo: ... seus pés eram como os de
o povo de Deus. Apocalipse 12:6 diz um urso, e sua boca, como a de um
que a mulher, depois da ascensão leão. Ele também diz que o dragão
do filho, foi para o deserto, que é deu-lhe poder, seu trono e grande
um símbolo de provação. O povo de autoridade (Ap 13:2). Uma visão pa-
Deus será perseguido. O tempo des- recida é mencionada em Daniel 7:3-
sa perseguição será de mil duzentos 6. Esses elementos representam im-
e sessenta dias ou um tempo, tem- périos mundiais, no livro do profeta.
pos e meio tempo, o que equivale a Isso nos leva à seguinte conclusão:
três anos e meio. essa besta representa o poder políti-
Esse tempo, no Apocalipse, é co. Trata-se do sistema de governo
simbólico e usado em referência ao anticristão incorporado nos gover-
período da igreja, entre a ascensão nos e nas nações, durante a história,
e a volta de Cristo, quando, mesmo por meio do qual Satanás persegue
diante da perseguição, ela sairá vi- o povo de Deus. Esses impérios e
toriosa e cumprirá sua missão (Ap poderes políticos foram diferentes,
11:3-6). O diabo fará de tudo para ao longo da história: impérios mun-
tentar destruí-la, mas não conse- diais caem e se levantam (Ap 13:3).
guirá, porque ela tem a proteção Esse poder age por quarenta e dois
de Deus (Ap 11:1). É dito, ainda, meses, exatamente o mesmo tempo
que ela é alimentada, sustentada e em que a igreja é perseguida pelo
protegida por Deus; às vezes, não dragão e guardada por Deus, e em
da morte, mas na morte (Ap 12: que ela cumpre sua missão (Ap 11:3,
6,11,14,16). A igreja sofrerá perse- 12:6-14). Esse tempo compreende o
guições, mas deve confiar que Deus período entre a ascensão e a segun-
estará sempre ao seu lado. Mesmo da vinda de Cristo. Contudo, Apoca-
no período final da grande tribula- lipse 13:7 diz que haverá um período
ção, a vitória do dragão é apenas em que essa besta atacará e vencerá
aparente (Ap 12:17). os santos, com a permissão de Deus,
2. Adversários perigosos: Na se- e em que os habitantes da Terra a
quência do livro do Apocalipse, João adorarão, enquanto os cristãos serão
mostra que o diabo não está sozinho mortos e presos. Trata-se, possivel-
em suas investidas contra a igreja. mente, da grande tribulação.
Em primeiro lugar, o apóstolo apre- No período da grande tribulação,
senta a besta que subiu do mar (Ap essa besta ataca e, “aparentemen-

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te”, vence a igreja (Ap 11:7). Ela dias finais. Ela representa todos os
vence, não porque consegue fazer falsos profetas e a religião apósta-
os crentes se apostatarem, mas por- ta em cada nova época que a igre-
que os perseguirá terrivelmente.2 ja vive, e, no final, no período da
Por esse período, esse sistema de grande tribulação, será incorporada
governo anticristão se incorporará numa pessoa, o Falso Profeta. O
numa pessoa, chamada, na Bíblia, grande objetivo da segunda besta é
de “anticristo”. Este homem rece- fazer com que todos adorem a pri-
berá o poder do Dragão para gover- meira (Ap 13:12-15).
nar, por um breve tempo, no final A segunda besta usará a arma do
dos tempos. Na Bíblia, o anticristo controle para garantir adoração à
também é chamado de Iníquo, ho- primeira, através de uma “marca”
mem da iniquidade e Filho da Per- (Ap 13:16-17). Possuir tal marca sig-
dição (1 Jo 2:18; 2 Ts 2:3-4,9). Ele nifica pertencer à besta, ser seu ado-
“será uma espécie de personaliza- rador. A marca é colocada na mão
ção da besta na sua forma mais po- direita (símbolo de atividade física,
derosa e destrutiva”.3 trabalho) ou na testa (símbolo do in-
Em segundo lugar, João apresen- telecto). Cremos que esse sinal seja
ta a besta que subiu da terra (Ap simbólico. A ideia é que as pessoas
13:11-18). O dragão tem um se- que pertencem à besta irão trabalhar
gundo agente, uma segunda bes- e pensar para ela. E por que é dito
ta que vem, não para competir, que as pessoas que não têm o sinal
mas para ajudar a primeira. Essa “não podem comprar ou vender”?
segunda besta é uma imitação do Porque será cada vez mais difícil para
Cordeiro (Ap 13:11), o que nos faz um cristão viver de maneira honesta
crer que representa a falsa religião, no mundo. Quem não entra no es-
a serviço do dragão. Satanás usa a quema da besta é perseguido, em
política e a falsa religião para per- maior ou menor grau.
seguir a igreja. Na continuação do Ainda sobre essa marca, João a
Apocalipse, essa besta será chama- descreve como sendo o nome da
da de “falso profeta” (Ap 16:13, besta ou o número do seu nome (Ap
19:20, 20:10). Este surgirá no final 13:17b). Trata-se de número de ho-
dos tempos e será destruído por Je- mem: 666, por causa da criação do
sus (Ap 19:20). Contudo, a atuação ser humano no sexto dia. Mas não
dessa besta não está restrita aos tentemos identificar um homem es-
pecífico. Esse é um número simbólico
2. Ibidem, p.134. com uma mensagem: no Apocalipse,
3. Lima (2006:587). o número 7 é símbolo de perfeição e

56 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


o número 6, símbolo de algo que é seu nome na testa; o segundo pos-
errado. Nesse texto, este número se sui a marca de Deus na testa, com o
repete três vezes, como símbolo de nome do Cordeiro e de seu Pai (Ap
tudo errado e desprovido de Deus. 14:1). Apesar de serem perseguidos
Esta é a marca de todos os governos e terem sido vítimas da besta, os cris-
anticristãos (primeira besta) que se tãos têm sua vitória reafirmada nes-
afastam dos princípios do Cordeiro e se trecho. Eles são vistos no Monte
trabalham contra os valores cristãos: Sião, símbolo da Jerusalém celestial
são corrompidos. O anticristo, que (Ap 21:2; Hb 12:22), lugar da mo-
encarna esse poder, no final, será a rada eterna dos salvos. João os viu
maior encarnação possível do mal. lá, definitivamente salvos, adorando
Nele e nos governos anticristãos, ao a Deus (Ap 14:2-3), pois permanece-
longo dos tempos, o erro é dissemi- ram fiéis (Ap 14:4-5).
nado. Quem não os segue, não tem A segunda certeza apresentada
vida fácil. por João é a condenação dos inimi-
3. Certezas gloriosas: Até agora, gos (Ap 14:6-13). Ele vê três anjos
vimos, nos capítulos 12 e 13 do Apo- que proclamam progressivamente a
calipse, a luta ferrenha do Dragão e condenação dos adversários do povo
seus aliados contra a igreja. Agora, de Deus. O primeiro anjo proclama
no capítulo 14, João apresenta três em alta voz uma oportunidade final
certezas gloriosas para a igreja, fren- de arrependimento a todas as na-
te a essa luta. A primeira delas é a ções, tendo em vista o juízo iminente
vitória da igreja (Ap 14:1-5). O capí- (Ap 14:6-7). Os alvos desse convite
tulo inicia-se com uma nova visão so- são os que seguiram a besta e as suas
bre os cento e quarenta e quatro mil obras más (Ap 10:11, 11:9, 13:7).
selados. Lembra quem são eles? Se- O segundo anjo proclama a que-
gundo já estudamos, são os cristãos da da Babilônia (Ap 14:8). Esta é a
que foram selados, antes do início da primeira vez em que o Apocalipse a
grande tribulação, para serem prote- menciona. Por que ela é mencionada
gidos, durante esse período. aqui? Talvez, porque as nações que
A menção dos cento e quarenta e devem se arrepender, mencionadas
quatro mil, exatamente nesse ponto anteriormente, foram seduzidas por
do Apocalipse, é proposital e lógica. ela. É por sua causa que as nações
João estava escrevendo sobre a bes- não estão adorando a Deus. Enten-
ta e os seus adoradores, e passa a demos que a Babilônia, como o siste-
tratar sobre os servos de Deus (cento ma corrompido, secular e mundano,
e quarenta e quatro mil). O primei- estará a serviço da primeira besta e
ro grupo tem a marca da besta e o de Satanás, no mundo. Ela embria-

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gou e seduziu as nações, mas, agora, dos séculos. Temos paralelos, aqui,
cairá. Sua queda, anunciada aqui, é com a parábola que Jesus contou
tratada em detalhes em Apocalipse sobre o final dos tempos, também
17:1-18:24. o comparando a uma colheita (Mt
O terceiro anjo, por sua vez, anun- 13:24-30). Nesse trecho do Apo-
cia o castigo aos adoradores da bes- calipse, João vê um anjo com uma
ta, aqueles que não quiseram se ar- foice afiada na mão; na parábola
repender (Ap 14:9-11). Temos, aqui, contada por Jesus, no final dos tem-
uma referência ao período final da pos, os anjos são os ceifeiros, que
grande tribulação, quando a ira de colhem os justos e os ímpios. Por
Deus será consumada, através das duas vezes, o anjo do Apocalipse re-
taças. Além de tratar sobre o cálice cebe a ordem para realizar a colhei-
da ira de Deus, esse texto ainda diz ta (Ap 14:15,18). Acreditamos que a
que os ímpios serão atormentados primeira colheita é a dos justos e diz
com fogo e enxofre, uma alusão ao respeito à salvação destes. A segun-
lago de fogo (Ap 19:19, 20:10), sím- da colheita é a dos ímpios. Estes são
bolo da destruição final ou aniquila- jogados em um lagar, lugar onde
ção eterna do diabo e seus súditos. uvas são pisadas, chamado, aqui, de
O lago de fogo é o destino dos ad- “lagar da ira de Deus”.
versários do povo de Deus. Eles serão O juízo será terrível para os ím-
lançados ali para serem aniquilados pios. O texto diz que a altura do
de uma vez por todas: primeiro o an- sangue que sai do lagar é a de um
ticristo e o falso profeta (Ap 19:19); freio de cavalo (1,5m do chão), por
depois do milênio, o diabo e os ím- um espaço de 320 a 350 Km de san-
pios (Ap 20:10, 15). gue, a extensão da Palestina, de Dã
Na continuação do texto, os san- a Berseba. Trata-se de uma medida
tos são convocados a perseverar, exagerada, para dizer, simbolica-
mais uma vez (Ap 14:12). Como o mente, que o juízo será feito sem mi-
último assunto foi a grande tribula- sericórdia; é “um símbolo completo
ção, o apelo recorrente é necessá- e total do juízo de Deus que alcança
rio. Depois, há uma bem-aventuran- os ímpios plenamente e em todos
ça: os que morrerem neste período os lugares”.4 Esse lagar encontra-se
são bem-aventurados (Ap 14:13, fora da cidade, ou seja, os salvos não
12:17, 13:7,10). participarão dele. Esse terrível juízo
A terceira certeza apresenta- será estudado com mais detalhes na
da por João é a colheita final (Ap próxima lição.
14:14-20). Ele a vê no final do ca-
pítulo 14. Trata-se da consumação 4. Lopes (2005:290).

58 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


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Diárias e Valores (Assinale a opção desejada)

HOSPEDAGEM COLETIVA (Homens e mulheres separados)

4 diárias: R$ 500,00 – de 26 a 29/11 (Entrada dia 25/11, às 15h)


3 diárias: R$ 410,00 – de 27 a 29/11 (Entrada dia 26/11, às 15h)
2 diárias: R$ 290,00 – de 28 a 29/11 (Entrada dia 27/11, às 15h)
1 diária sem hospedagem: R$ 110,00 – Somente para o sábado

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2 diárias: R$ 790,00 2 diárias: R$ 440,00 (por pessoa)
3 diárias: R$ 1.090,00 3 diárias: R$ 620,00 (por pessoa)
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2 diárias: R$ 520,00 (por pessoa) 2 diárias: R$ 390,00 (por pessoa)
3 diárias: R$ 770,00 (por pessoa) 3 diárias: R$ 560,00 (por pessoa)
4 diárias: R$ 1.030,00 (por pessoa) 4 diárias: R$ 770,00 (por pessoa)

Entrada no hotel: a partir de 12h | Saída: às 15h.

Não serão vendidas refeições avulsas.

Os inscritos para hospedagem coletiva deverão levar roupa de cama, banho e


material de uso pessoal.

Crianças de 05 a 10 anos pagam 60% da inscrição. A partir de 11 anos o paga-


mento é integral.

Forma de Pagamento
Parcelados até 2 vezes

Vencimentos 10/10 e 10/11.

1. Preencha todos os campos da ficha de inscrição, assinalando a opção de paga-


mento, de acordo com a quantidade de diárias de sua participação.
2. Deposite o valor equivalente no banco BRADESCO AG. 99-00 – C/C. 295411-7.
3. Destaque a ficha de inscrição e anexe a cópia do comprovante de pagamento ou
cheques preenchidos nominal à CONVENÇÃO GERAL DAS IGREJAS ADVENTISTAS
DA PROMESSA e envie-os via correio para:
Secretaria Geral da IAP
Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A • Centro, São Paulo – SP • CEP 01014-000

Você também pode enviar o comprovante de depósito e a ficha de inscrição através


do e-mail: secretariaiap@terra.com.br.

Informações adicionais: entrar em contato via e-mail ou telefone (11) 3119-6457.

IMPORTANTE

Após o dia 10/11/2015, a inscrição será efetuada somente no local


com reajuste:

• 4 diárias: R$ 650,00
• 3 diárias: R$ 530,00
• 2 diárias: R$ 370,00
• 1 diária: R$ 140,00
Entenda a Diária
Inscrição para 4 diárias:
• Dias 26, 27, 28 e 29/11 - Quinta, sexta, sábado e domingo.
• Entrada na quarta-feira (dia 25) a partir das 15h, com jantar na quarta às 19h.
• Quinta, sexta e sábado: Café, almoço e jantar.
• Domingo: Café e almoço.

Inscrição para 3 diárias:


• Dias 27, 28 e 29/11 – Sexta, sábado e domingo.
• Entrada na quinta-feira (dia 26) a partir das 15h e jantar às 19h.
• Sexta e sábado: Café, almoço e jantar.
• Domingo: Café e almoço.

Inscrição para 2 diárias:


• Dias 28 e 29/11 – Sábado e domingo.
• Entrada na sexta-feira (dia 27) a partir das 15h e jantar às 19h.
• Sábado: Café, almoço e jantar.
• Domingo: Café e almoço.

Inscrição para 1 diária sem hospedagem: Dia 28/11 - Sábado


• Entrada no sábado pela manhã às 7h.
• Sábado: Café da manhã (às 7h), almoço e jantar.

Participe!

Secretaria Geral IAP


secretariaiap@terra.com.br
(11) 3119-6457

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01. Quem são a mulher e o Dragão de Apocalipse 12? Em linhas
gerais, fale sobre a luta do Dragão contra Cristo, contra Miguel e os
anjos bons e contra a igreja?

02. Em sua luta contra a igreja, o Dragão não está sozinho: Quem
são seus dois agentes descritos em Apocalipse 13:1-2, 11-12? Eles
estão atuando hoje e se incorporarão no final dos tempos? Explique.

03. Apocalipse 13:15-18 diz que a segunda besta usa a arma do


controle para garantir a adoração à primeira besta. Que arma é essa?
Com que podemos identificar sua marca? É literal ou simbólica?

04. Mesmo frente à realidade de sua luta contra o Dragão, a igreja


deve caminhar confiante. Existem três certezas, em Apocalipse 14,
que ela não pode esquecer. Que certezas são estas? Leia os versículos
1-3, 6-11,14-20.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. A igreja pode contar com a O trecho do livro de Apocalipse que


garantia da proteção de Deus, acabamos de estudar é claro: o diabo
frente aos seus adversários. está numa investida milenar contra

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o povo de Deus. Especificamente no filhos, nesses períodos. No período
tempo em que estamos vivendo, ele que estamos vivendo, a igreja está
ataca com mais fúria, pois sabe que sendo sustentada por Deus. O tex-
pouco tempo lhe resta. Não está so- to diz que ela está fora da vista da
zinho: junto com os governos anticris- serpente. Isso significa que a igreja
tãos e a religião corrompida, ele ataca é protegida das artimanhas enga-
a igreja. Atacará de modo mais intenso nosas do diabo. Ele usará mentiras,
a geração de cristãos que estiver viva, engano, perseguição, tudo que esti-
por ocasião da vinda de Cristo, perí- ver em seu poder; mas Deus sempre
odo conhecido como grande tribula- ajudará seu povo. Diante disso, per-
ção. Todas essas verdades são claras. severemos em manter o testemunho
Mais claras ainda são as verdades de Jesus. Não estamos e nunca esta-
sobre a proteção de Deus aos seus remos sozinhos.

05. A igreja é desafiada a perseverar, mesmo diante dos ataques do


Dragão e de seus agentes. Que razão ela tem para isso? Comente
sobre a proteção de Deus descrita nesse trecho de Apocalipse.

2. A igreja pode contar com a de medo, o livro do Apocalipse in-


garantia da vitória de Deus, fren- centiva-nos à santidade.
te aos seus adversários. Todos os inimigos da igreja cairão.
O objetivo do Apocalipse, ao nar- Enquanto aguardamos esse desfecho
rar a luta entre o Dragão e seus alia- da história, vivamos de modo exem-
dos contra o povo de Deus, não é plar. Agora e no período da grande
despertar medo nos crentes. A pro- tribulação, continuemos a desenvol-
posta do livro é prevenir-nos. Tanto ver a nossa santificação. Os cento e
é verdade isso que João faz questão quarenta e quatro mil, os cristãos da
de narrar, de maneira antecipada, a grande tribulação, mantêm-se puros
vitória do povo de Deus. Ele pede em sua condição espiritual (este é sen-
aos cristãos que perseverem e apre- tido de “não se contaminaram com
senta os redimidos vitoriosos, can- mulheres”). Eles seguem o Cordeiro
tando uma canção, diante do trono. por todos os lugares, são puros de
A vitória é certa! Por isso, em vez vida e de lábios; são os que guardam

64 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


os mandamentos e a fé em Jesus, e, muito mais no período da grande tri-
ainda que sejam mortos, suas obras os bulação, se o enfrentarmos, na certe-
acompanham. Vivamos assim, hoje, e za de que a vitória final é certa.

06. A que somos incentivados, em Ap 12-14, enquanto aguardamos


o desfecho da luta da igreja contra o Dragão e seus aliados?

DESAFIO DA SEMANA

Quanto mais o fim se aproximar, mais difícil será viver como


cristão, na Terra. Aquele que tomou a decisão de seguir os va-
lores do Reino de Deus será cada vez mais perseguido. Qual a
nossa esperança, diante dessas verdades? Deus está ao lado de
sua igreja, e nenhum cristão está sozinho nessa luta. Podemos ter
a certeza de que a vitória final é certa. Hoje e sempre, até o final
da história, nosso desafio é continuar vivendo em santidade e
para glória de Deus. Para esta semana, lembremo-nos de um dos
pedidos da oração do Pai Nosso: ... e não nos deixe cair em ten-
tação, mais livra-nos do mal (Mt 6:13). Lembremo-nos de fazer
esse pedido a Deus, durante esta semana, por todos os cristãos,
em todo o mundo.

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8
21 DE NOVEMBRO DE 2015
Tempo esgotado!
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 399 / HBJ 94 • Final: BJ 49 / HBJ 95

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Estudar sobre o cântico da Vi no céu outro sinal grande e admirável: sete
vitória dos salvos, sobre
anjos tendo os sete últimos flagelos, pois com
as sete taças da ira de
Deus e compreender que estes se consumou a cólera de Deus. (Ap 15:1)
os que perseverarem em
Cristo vencerão o sistema INTRODUÇÃO
maligno, ao passo que “Tempo esgotado!” é o título da presente li-
os ímpios serão punidos
ção que abrangerá os capítulos 15 e 16 do livro de
por Deus.
Apocalipse. Aprenderemos que chegará o tempo
em que Deus dará um basta ao sofrimento dos
LEITURA DIÁRIA fiéis e punirá o sistema maligno com seus súdi-
D 15/11 Ap 16:10-11 tos. As trombetas foram juízos parciais, alertas de
S 16/11 Ap 16:12-16 Deus, com misericórdia. Mas as taças tratam da
T 17/11 Ap 16:17-21 consumação da ira de Deus. As trombetas dizem
Q 18/11 Ap 17:1-5 respeito à primeira parte da grande tribulação e as
Q 19/11 Ap 17:6-11
taças, à parte final. As sete taças formam o con-
S 20/11 Ap 17:12-18
teúdo da sétima trombeta (Ap 11:15-19). Antes
S 21/11 Ap 18:1-3
de narrar o conteúdo destas, João recapitulou um
pouco a luta do bem contra o mal, como vimos
no estudo anterior (Ap 12-14). As taças mostram
a derrocada dos inimigos de Deus e dos seguido-
res destes. Enfim, chegou a hora de as últimas
pragas atingirem a Terra! A justiça de Deus será
feita e a oração dos mártires, atendida.

Acesse os
Comentários Adicionais
I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO
e os Podcasts
deste capítulo em
www.portaliap.com.br Nos capítulos 15 e 16 do Apocalipse, temos
a descrição feita de duas cenas: uma no céu e a

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outra na terra. A primeira é gloriosa; diante dele, os mártires cristãos atra-
a segunda, terrível. No entanto, tanto vessaram o mar de seus sofrimentos e
uma quanto a outra têm o propósito chegaram à margem do mar de vidro,
de encorajar a comunidade cristã per- diante do trono de Deus (Ap 15:2, 4:6).
seguida do final do primeiro século e Esta é a imagem do Israel espiritual, que
de todas as épocas. Os destinatários reproduz uma cena da história do Isra-
de João estavam enfrentando duras el étnico.2 É claro que se trata de uma
perseguições, por conta de sua fé em visão escatológica, em que o futuro é
Jesus, e tinham de ser encorajados visto como se fosse presente.
com a certeza de que, um dia, o pran- Essa visão era extremamente signi-
to daria lugar ao cântico da vitória e ficativa para os leitores de João: bál-
aqueles que os perseguiam e zomba- samo para as suas feridas; fonte de
vam de sua fé seriam julgados pelo água, no calor do deserto; abrigo se-
justo juiz. Estudemos com um pouco guro, na noite fria das incertezas. Te-
mais de detalhes ambas as cenas. riam a certeza de que, ao perderem
1. Uma visão maravilhosa: João a suas vidas por causa de Cristo, eles
afirma que viu, no céu, algo seme- a achariam. Mesmo frente às terríveis
lhante a um mar de vidro misturado taças que seriam derramadas sobre
com fogo, e, ao lado desse mar, em o mundo, poderiam confiar que já
pé, estavam os salvos vitoriosos, que eram vencedores, porque morreram
venceram a besta, a sua imagem e sem negar a fé no Filho de Deus.
o seu número. Os salvos seguravam João não descreve apenas a cena;
harpas em suas mãos e cantavam, também apresenta a letra da canção
diante do Senhor. A cena, inevitavel- que cantavam ao Senhor. Ele não
mente, traz-nos à memória o episódio só viu, mas também ouviu coisas
do êxodo israelita, na terra do Egito. maravilhosas. No livro do Êxodo, en-
Após atravessarem o Mar Verme- contramos o relato da travessia dos
lho e contemplarem o juízo de Deus filhos de Israel pelo mar e a letra da
sobre os seus inimigos egípcios, Moi- canção cantada por eles ao Deus que
sés e os israelitas entoaram um cânti- os salvara. João diz que ouviu o cân-
co ao Senhor, dedicando-lhe a vitória tico de Moisés, servo de Deus, e o
(Êx 15), que é um vislumbre da vitória cântico do Cordeiro (Ap 15:3).
de todos os redimidos de Deus sobre A canção exalta as obras de Deus.
a besta, sua imagem e seu número.1 Observe: Grandes e maravilhosas são
Assim como os filhos de Israel atra- as tuas obras, Senhor Deus todo
vessaram o Mar Vermelho e cantaram -poderoso. Justos e verdadeiros são

1. Hendriksen (2001:216). 2. Barclay (2004:352).

68 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


os teus caminhos, ó Rei das nações de modo que ninguém podia entrar,
(Ap 15:3 - grifo nosso). O interessan- enquanto os anjos não completassem
te é que toda a canção foi compos- a sua missão. Havia chegado a hora
ta a partir de citações das Escrituras final. O tempo havia se esgotado.
(Sl 92:5, 145:17, 86:9, 22:3, 98:2) e 2. Uma visão terrível: O primei-
não há nela nenhuma só palavra que ro cenário é celestial e apresentava
se refira a feitos humanos. o futuro dos salvos; o segundo é
A canção exalta a pessoa de Deus. terreno e apresenta o futuro dos ím-
Na canção, o Senhor é o Deus todo pios, diante do juízo do Deus todo
-poderoso; o Rei das nações (Ap 15:3); -poderoso. As sete taças da sua ira
o único santo; digno de ser temido e têm uma grande semelhança com as
glorificado. Os mártires cantam os dez pragas sobre o Egito, bem como
atributos de Deus e reconhecem que, uma profunda conexão com as sete
embora o dragão, a besta e o falso trombetas.3 A diferença é que as
profeta tenham autoridade e poder, trombetas são toques de alerta par-
somente Deus é todo-poderoso e rei ciais e as taças são a execução do juí-
sobre todas as nações. zo. Com a descrição destas, temos as
A canção exalta o triunfo final de últimas cenas da grande tribulação.
Deus: Todas as nações virão à tua As sete taças estão cheias da ira de
presença e te adorarão, pois os teus Deus para serem derramadas sobre o
atos de justiça se tornaram manifes- mundo e o seu sistema: os seres huma-
tos (Ap 15:4). Embora estivessem nos, o mar, os rios, os astros, o trono
vendo a maldade proliferando-se e da besta, o ar. Embora se pareçam com
o imperador romano agindo como catástrofes naturais, não o são; tam-
se fosse um deus, exigindo adoração bém não são os demônios afligindo os
para si, os leitores de João saberiam ímpios, mas o próprio Deus agindo. As
que o cântico do Cordeiro anunciava trombetas causam tribulações parciais;
o triunfo final de Deus. as taças mostram que o tempo se esgo-
Mas João não viu apenas os salvos tou. É importante dizer que os cristãos
nos céus; viu, também, sete anjos ainda estão na Terra, quando as taças
com as sete últimas pragas prepara- são derramadas. São os momentos fi-
dos para consolidar o justo juízo de nais da tribulação para a qual eles fo-
Deus. Eles saíram do santuário, o ram selados, isto é, as pragas descritas
tabernáculo da aliança, e receberam nas taças não caem diretamente nos
sete taças com a ira de Deus para se- cristãos. Eles sofrerão a perseguição
rem derramadas sobre a Terra. Assim dos ímpios revoltados, as inseguranças
que os anjos saíram, o santuário ficou
tomado da fumaça da glória de Deus, 3. Lopes (2005:319).

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e as tribulações de um mundo em de- deiro caráter se revela; são teimosos e
sordem. É por isso que a vitória já lhes resolutos seguidores da besta.
está assegurada (Ap 15), antes mesmo A quinta taça atingiu o trono da
da descrição das pragas. besta. Houve trevas tão intensas que
Na primeira taça, os homens, os homens ficaram em extema ago-
adoradores da besta, são punidos nia. Esse flagelo, especificamente, vem
com feridas horríveis e dolorosas (Ap acompanhado de dor aguda, a ponto
16:2). O homem foi o primeiro a ser de as pessoas morderem suas línguas
atingido pela ira de Deus. A segunda em agonia. O fato de o trono da besta
taça atinge os mares, de modo que ser lançado nas trevas fará surgir uma
todas as criaturas aquáticas perece- consequente anarquia, que trará todos
ram (Ap 16:3). Não se trata apenas esses sofrimentos aos seres humanos.6
de destruição ambiental parcial. To- Mesmo assim, os pecadores mostram-
das as criaturas marinhas morrem. se inflexíveis e continuam a blasfemar
A terceira taça atinge os rios e as contra o Deus do céu. Todo esse sofri-
fontes das águas, de modo que estas mento não é suficiente para levá-los ao
se transformam em sangue e os ho- arrependimento (Ap 16:10-11).
mens já não mais podem beber dela. A sexta taça, por sua vez, atinge,
Diante dessse fato, um anjo declara especificamente, o grande rio Eufrates,
que Deus, ao transformar as águas que veio a secar (Ap 16:12). A secura
em sangue, não comete injustiça, pois do rio Eufrates simboliza a remoção
os ímpios haviam derramado sangue de toda e qualquer barreira que im-
inocente. Trata-se de uma resposta à pedia os reis do Oriente de avançarem
oração dos mártires (Ap. 6:9-10). rumo à batalha final.7 Na antiguidade,
A quarta taça é derramada sobre esse grande rio funcionava como uma
o sol e este é aquecido para queimar barreira natural contra a invasão dos
os homens (Ap 16:8-9). No quarto fla- exércitos do leste, inimigos do Império
gelo, o sol é aquecido. Esse flagelo é, Romano.8 Na sequência, João descreve
então, “um calor excessivo, (...) uma a atuação da tríade do mal: o dragão,
insolação terrível”.4 Mesmo assim, ao a besta e o falso profeta. Na descrição
invés de arrependimento, há blasfê- feita pelo apóstolo, saíam de suas bo-
mia: os homens “tornar-se-ão mais vis cas três espíritos imundos asquerosos
e blasfemarão contra o Deus do céu (semelhantes a rãs), capazes de realizar
que tem poder sobre este flagelo”;5 o sinais miraculosos, em direção aos reis
seu coração se endurece e seu verda-
6. Stott (2006:224).
4. Ladd (1980:156). 7. Unger (2006:694).
5. Hendriksen, op. cit., p.219. 8. Stott, idem.

70 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


da Terra, a fim de reuní-los em batalha quilamento total do mal e da impie-
contra a igreja, no lugar chamado Ar- dade. Os seres humanos respiram o
magedom (Ap 16:13-14). ar afetado, sendo que, depois desta
Armagedom é um símbolo, mais do praga, os ímpios são mortos. O ce-
que um lugar. Trata-se da batalha final, nário descrito por João representa o
da vitória final, quando Cristo virá em colapso completo da civilização hu-
glória e triunfará sobre todos os seus mana: relâmpagos, trovões, um ter-
inimigos9 (Ap 19:11-21). A descrição remoto sem precedentes, destruição
feita por João é acompanhada de um das cidades, desaparecimento das
alerta de Cristo: Eis que venho como ilhas e das montanhas, e pedras enor-
ladrão! Feliz aquele que permanece mes (mais de trinta quilos), que caem
vigilante e conserva consigo as suas dos céus sobre os homens. Dentre os
vestes, para que não ande nu e não eventos, há mais uma menção à que-
seja vista a sua vergonha (Ap 16:15). da da grande Babilônia, assunto do
O reino Satânico se reunirá para a ba- próximo estudo.
talha, e, quando menos esperar, Cristo Os eventos narrados na sétima taça
aparecerá nos céus. Tão intensos serão sinalizam que já se trata da descrição
o engano e a escuridão que “as hor- da segunda vinda de Jesus, o cavalei-
das terrenas reunidas em Armagedom ro que vem para ferir as nações, exe-
serão subitamente surpreendidas pelo cutar o juízo, pisar o lagar do furor
glorioso advento de Cristo”.10 da ira do Todo-Poderoso (Ap 19:15,
A sétima e última taça é derrama- 14:19-20). Depois desses eventos, a
da no ar (Ap 16:17) e anuncia o ani- Terra ficará desolada e caótica, por
mil anos. Terminado esse período,
acontecerá o juízo final, uma nova
9. Lopes, op. cit., p.320. batalha e a aniquilação completa de
10. Unger, op. cit., p.695. toda a maldade (Ap 20).

01. Fale sobre a semelhança entre o episódio do êxodo israelita (Ex


15) e a cena dos salvos no céu, vista pelo apóstolo João (Ap 15:2-3).

02. João viu e ouviu os salvos cantando (Ap 15:3-4). Leia o texto
bíblico e, com base nas abordagens apresentadas na lição, fale sobre
as características do cântico entoado nos céus. Do que ele trata?

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03. Depois da visão dos salvos cantando o cântico da vitória, João
viu as taças da ira de Deus sendo derramadas. Leia o texto bíblico de
Ap 16:1-9 e, a partir das explicações apresentadas na lição, comente
sobre as quatro primeiras taças.

04. Leia Ap 16:10-21 e, com base nas explicações apresentadas na li-


ção, comente sobre a quinta, a sexta e a sétima taças da ira de Deus.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Louvemos a Deus por suas Essa cena dá forças e consolo aos


fiéis promessas ao seu povo. santos aflitos de qualquer época. É
João viu, em pé, junto ao mar de possível vencer o sistema do mun-
vidro, com harpas nas mãos, aqueles do! Não é preciso sujeitar-se ao sinal
que venceram a besta, a sua imagem da besta.11 Portanto, se você estiver
e o seu número, cantando o cântico enfrentando dificuldades por ter de-
de Moisés, o servo de Deus, e cân- cidido seguir a Cristo, lembre que
tico do Cordeiro. Nos céus, não há aqueles que perseverarem em Cristo
lugar para queixas; todos louvam a vencerão o sistema maligno e can-
pessoa, as obras e os desígnios de tarão nos céus o cântico da vitória.
Deus. Agora, tente imaginar os nos- Suas promessas se cumprirão.
sos irmãos perseguidos recebendo
essa mensagem. 11. Wiersbe (2006:775).

05. Com base na primeira aplicação, comente sobre os desafios da


vida cristã e sobre o quanto é importante saber que é possível vencer
o sistema maligno.

72 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


2. Louvemos a Deus por seus jus- Eram taças contendo a justa ira de
tos juízos sobre os seus inimigos. Deus contra aqueles que tinham a mar-
João viu quando os sete anjos saí- ca da besta e adoraram a sua imagem;
ram do tabernáculo nos céus e rece- contra os que derramaram o sangue
beram das mãos de um dos quatro dos santos e dos profetas; contra os que
seres viventes sete taças cheias da ira se recusaram a arrepender-se de suas
de Deus. Ele também viu onde as ta- obras; contra o dragão, a besta e o falso
ças foram derramadas e o que provo- profeta. Não devemos nos enganar: de
caram. À medida que as taças foram Deus não se zomba. Os opositores do
sendo derramadas, João ouviu uma seu reino, no final dos tempos, experi-
voz que vinha do altar: ... verdadeiros mentarão as taças da sua ira. Louvemos
e justos são os teus juízos (Ap 16:7). o seu nome por seus justos juízos!

06. Algumas pessoas acham estranha a ideia de que Deus derramará


de sua irá sobre a Terra. Compartilhe com a classe a maneira como
você compreende esse assunto.

DESAFIO DA SEMANA

Chegamos ao final de mais um estudo que, em seu conteúdo,


revelou-nos duas cenas muito opostas. A primeira, maravilhosa, dos
santos diante do mar de vidro, louvando a Deus; a segunda, terrível,
de sete anjos com as sete taças da ira de Deus. Querendo nós ou não,
as realidades descritas nas duas cenas se concretizarão. O cântico de
vitória terá o seu lugar na história, assim como as terríveis calamida-
des das pragas das taças. Seu desafio para esta semana será o de reu-
nir-se com alguém para orar a Deus por todos os cristãos que estarão
vivos neste período final da história da humanidade, quando as taças
da ira de Deus estiverem sendo derramadas. Que Deus lhe dê forças!

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9
28 DE NOVEMBRO DE 2015
O mal não
prevalece
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 191 / HBJ 100 • Final: BJ 128 / HBJ 318

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Apresentar o significado Então, exclamou com potente voz, dizendo:
da grande Babilônia,
Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou
bem como mostrar a sua
derrota, em contraste morada de demônios. (Ap 18:2)
com a vitória da noiva do
Cordeiro, a igreja.
INTRODUÇÃO
Ao ver a igreja sendo perseguida e a iniqui-
LEITURA DIÁRIA
dade aumentando no mundo, alguém pode
D 22/11 Ap 18:4-8 até chegar à conclusão de que o mal está ven-
S 23/11 Ap 18:9-13
cendo. Mas quem lê o Apocalipse sabe que,
T 24/11 Ap 18:14-17
em breve, toda maldade terá fim. Hoje, inicia-
Q 25/11 Ap 18:18-20
Q 26/11 Ap 18:21-24 remos a análise do sexto e penúltimo bloco
S 27/11 Ap 19:1-3 do livro (Ap 17 a 19). Essa parte descreve a
S 28/11 Ap 19:4-5 derrota dos aliados do dragão e a vitória dos
seguidores do Cordeiro. São quatro os gran-
des inimigos de Jesus e sua igreja: o dragão,
o anticristo, o falso profeta, a grande meretriz
(Ap 12 a 14). João vai mostrando a ruína de
cada um deles, do menor até o maior. No pre-
sente estudo, vamos nos concentrar na ruína
da grande meretriz, a Babilônia.

I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

Acesse os
Comentários Adicionais Em Apocalipse 17:1 a 19:10, base do es-
e os Podcasts tudo desta semana, há uma ênfase dada à
deste capítulo em
www.portaliap.com.br grande Babilônia, que, claramente, está em
contraste com a nova Jerusalém (Ap 21:1-27).

74 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


Esta representa a igreja de Cristo, coberta de ouro, pedras preciosas e
que é a noiva em sua exaltação; a pérolas; carrega na mão uma taça
outra representa a grande prostitu- de ouro cheia de abominações, que
ta. A primeira surge montada numa são as imundícias de sua vida pro-
besta; a segunda aparece com o míscua. Os reis e os povos da Terra
Cordeiro. Sabemos quem é a noiva; se embriagam com sua bebida. Em
mas quem é a meretriz? Qual é o sig- sua testa, está escrito: Mistério: Ba-
nificado da grande Babilônia? Com bilônia, a grande; a mãe das prosti-
a Bíblia aberta, procuraremos buscar tutas e das práticas repugnantes da
essas respostas. terra (Ap 17:5).
1. A mulher e a besta: Segundo Mas a grande Babilônia é, lite-
Apocalipse 17:1, um dos sete anjos ralmente, uma cidade? Refere-se a
que tinham as sete taças aparece a Roma? O fato de a meretriz estar
João. Fala com o apóstolo de forma sentada sobre muitas águas é algo
amistosa e tranquila: Venha, eu lhe que merece atenção, pois fornece
mostrarei o julgamento da grande a chave para a interpretação.2 Essa
prostituta que está sentada sobre descrição não aponta diretamente à
muitas águas. Assim, João é condu- cidade de Roma, pois esta não fora
zido pelo anjo até o deserto, onde vê edificada sobre muitas águas. Apli-
a besta vermelha. Esta é aquela mes- ca-se mais à Babilônia histórica, que
fora construída numa região cheia
ma que emerge do mar, no capítulo
de rios e canais (Jr 51:13).
13, e representa o poder político do
A questão é que, nos dias de João,
mundo, isto é, o sistema de governo
a Babilônia não existia mais como ci-
anticristão incorporado nos gover-
dade. Era apenas um símbolo, pois,
nos e nas nações, durante a história,
embora não existisse mais, o seu es-
por meio do qual Satanás persegue o
tilo de vida estava muito bem vivo.3
povo de Deus. 1
Para melhor compreensão, é impor-
A besta não está sozinha: há
tante tratarmos um pouco sobre a
uma mulher sentada sobre ela. Esta
Babilônia histórica. Enquanto existiu,
é chamada de a grande prostituta.
era a cidade das maravilhas, que atin-
Surge com a imponência de uma rai-
giu seu ápice na época de Nabucodo-
nha, vestida de púrpura e escarlate,
nosor, mas que teve seu início com
a torre de Babel, resultado de uma
1. Este sistema político pernicioso do mun-
do é o que, no final, produzirá o pior de
rebelião contra Deus (Gn 11:1-9).
todos os seres humanos, o homem do
pecado: o anticristo. Por isso, algumas ve-
zes, no Apocalipse, a besta representa o 2. Ladd (1980:163).
próprio anticristo. 3. Alexander et al (2009:599).

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Tornou-se uma metrópole muito Esse cálice está cheio de coisas re-
bem estruturada e extremamente pugnantes e abomináveis (Ap 17:4c).
segura. Sua riqueza era imensurável. Isso quer dizer que tudo aquilo
Nela, estava o melhor da ciência e da que é usado pelo mundo para se-
sabedoria dos homens (Dn 1:1-4). duzir as pessoas e afastar os cris-
O maior problema é que a Babi- tãos de seu Deus está nesse cálice:
lônia era arrogante; “não precisava” a pornografia, a fama, o poder, os
de Deus. Por isso, era marcada pelo vícios, o dinheiro fácil, o sexo ilíci-
materialismo, pela idolatria e pela to, o consumismo desenfreado, a
promiscuidade. Essa cidade do peca- ilusória alegria das festas, as drogas
do e da luxúria, assim como Sodoma e as bebidas etc.4 Além disso, a in-
e Gomorra, recebeu o castigo divino fluência da Babilônia produz, na so-
(Is 13:19-22). Tornou-se símbolo de ciedade, uma inversão de valores. O
uma sociedade sem Deus, da rebe- pecado é visto como algo bom e a
lião humana contra o Criador; repre- santidade é considerada estupidez.
senta o esquema deste mundo, que As pessoas vivem uma mentira e a
se opõe a Cristo e que foi denuncia- defendem como se fosse a maior de
do pelos apóstolos (Rm 12:2; Tg 4:4; todas as verdades.
1 Jo 2:15-18, 5:19). Há três oposito- Na descrição da meretriz, em
res habituais de todo cristão: o mun- Apocalipse 17, há três aspectos que
do, a carne e o diabo. A Babilônia se destacam: o religioso, o econô-
refere-se ao primeiro: o mundo, com mico e o político. O aspecto religio-
suas ilusões, perversões e ideologias. so é notado quando vemos que as
2. A ascensão e a queda: Antes propostas dela colidem frontalmen-
de tratar da queda, João descreve te com os valores do evangelho. Ela
o esplendor daquela mulher: bela e persegue a igreja e se embriaga com
sedutora. Os reis e os habitantes da o sangue dos cristãos (Ap 17:6). O
Terra são atraídos pela sua tentado- aspecto econômico é visto no fato
ra presença e se embriagam com o de que o deus, na Babilônia, é o di-
vinho da sua prostituição (Ap 17:2). nheiro. Tudo que ela faz e o seu po-
Sobre isso, um detalhe deve chamar der estão baseados nele (Ap 17:4). Já
à atenção. O texto diz que ela segu- o aspecto político é visto no fato de
rava uma taça de ouro em suas mãos que a mulher vem montada na besta
(Ap 17:4b). O cálice de ouro induz que emerge do mar, que representa
as pessoas a beberem o que nele o sistema político do mundo, com-
está contido, por imaginarem que a posto pelos governantes da Terra,
bebida, em recipiente tão precioso,
também seja preciosa. Ledo engano. 4. Hendriksen (2001:227).

76 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


que estão comprometidos com os A cultura, a alegria e o esplendor
ideais e os conceitos babilônicos. do mundo são baseados em menti-
Todavia, a besta é também identi- ras e ilusões. O alicerce e o poder da
ficada como o próprio anticristo, por Babilônia são o dinheiro e as rique-
ser este o líder do sistema. O após- zas. Quando Deus derramar as taças
tolo a descreve como sendo verme- de sua ira, a calamidade assolará a
lha, com sete cabeças e dez chifres. Terra, e a Babilônia não resistirá. Em
A cor vermelha deve-se ao sangue Apocalipse 17:15-16, encontramos
dos santos, o sangue das testemu- uma multidão revoltada. Essa será a
nhas de Jesus (Ap 17:6); já as cabe- “deixa” para o anticristo apresentar-
ças e os chifres referem-se aos go- se como líder dos revoltados, numa
vernos e às nações, principalmente, batalha contra o Cordeiro, cujo
os grandes impérios do mundo, que desfecho marcará o fim do reinado
sempre perseguiram o povo de Deus desse maligno, pois Jesus aparecerá
(Ap 17:9-13). no céu, como vencedor, em sua se-
Observe que a prostituta e a bes- gunda vinda (Ap 17:14, 19:11-20).
ta andam juntas (Ap 17:3), até o re- Nessa ocasião, a Babilônia terá o que
lacionamento entre elas entrar em merece: o cálice do vinho do furor da
colapso. Quando isso acontecerá? ira de Deus (Ap 16:19, 14:19, 19:15).
O texto diz que todos os governos 3. O casamento e o funeral:
e autoridades que darão sustenta- Apocalipse 18 é, em essência, um
ção ao reinado do anticristo, de uma cântico fúnebre que celebra a queda
hora para outra, passarão a odiar a da Babilônia.5 O apóstolo João vê
prostituta, e a colocarão desolada e outro anjo descendo do céu. Este
nua (Ap 17: 12,16). Isso significa que vem com a missão de anunciar a
estavam enfeitiçados com a meretriz queda da Babilônia. Em grande voz,
(isto é, seduzidos pelo mundo, seus ele grita: Caiu! Caiu a grande Babi-
prazeres e ilusões, sua cultura e sua lônia! (...) todas as nações beberam
luxúria); contudo, perceberão a sua do vinho da fúria da sua prostituição,
inutilidade. Isso acontecerá porque (...) à custa do seu luxo excessivo os
as profecias do Apocalipse apontam negociantes da terra se enriquece-
para uma crise econômica e política, ram (Ap 18:2-3).
sem precedentes, que virá com os Em seguida, vem outra voz do
juízos de Deus. Essa crise, aparente- céu, dirigida aos crentes em Cristo:
mente, dará mais força ao reinado Saiam dela, vocês, povo meu, não
do anticristo, pois ele será a única participem dos seus pecados, para
esperança daqueles que não estão
do lado do Cordeiro e de sua noiva. 5. MacDonald (2008:1013).

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que as pragas que vão cair sobre ela fim, o Senhor julgou a Babilônia e se
não os atinjam! (Ap 18:4-5). Aqui, vingou dela, por ter maltratado os
somos alertados a não nos envolver- santos, os apóstolos e os profetas.7
mos com esse sistema iníquo e con- Essa celebração é o tema principal de
denado (Rm 12:2; 1 Jo 2:15-18). De- Apocalipse 19. O capítulo 18 trata
vemos separar-nos do mundo, para do funeral da grande meretriz, mas
não sermos cúmplices de seus peca- o capítulo 19 trata do casamento da
dos e não sermos destruídos com ele. noiva do Cordeiro.
O restante do capítulo 18 pode ser Depois de tantas cenas assombro-
resumido em duas reações distintas sas, o leitor do Apocalipse encontra
da plateia que assiste à queda da Ba- um cenário de paz, alegria e espe-
bilônia: lamentação e celebração.6 Em rança. João vê os céus em festa e os
primeiro lugar, vemos, nos versículos anjos cantando: Aleluia! A salvação,
9 a 19 a lamentação dos reis, dos mer- a glória e o poder pertencem ao nos-
cadores e dos marinheiros, ao verem a so Deus, pois verdadeiros e justos
derrocada da Babilônia e a futilidade são os seus juízos (Ap 19:1-2). Qual
de seus investimentos. Em segundo o motivo dessa festa? Além da que-
lugar, vemos, nos versículos 20 a 24, da da Babilônia, há um motivo ainda
a celebração dos céus e do povo de maior para festejar: Cristo está vin-
Deus, por causa da justiça divina. do, em glória, para buscar para si a
Diz assim a palavra: Celebrem o sua noiva. O céu está ansioso para
que se deu com ela, ó céus! Cele- receber a igreja de Cristo.
brem, ó santos, apóstolos e profetas! Essa é uma das cenas mais belas
Deus a julgou, retribuindo-lhe o que do livro. Observe o que está escrito:
ela fez a vocês (Ap 18:20). Aqueles Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos
que foram perseguidos e mortos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora
pelo mundo, cantarão nos céus. Não do casamento do Cordeiro, e a sua
podemos estranhar esse convite à noiva já se aprontou (Ap 19:7-8).
celebração feito aos mártires, pois a O texto informa, ainda, que o anjo
queda definitiva da Babilônia acon- disse a João: “Escreva: Bem-aven-
tecerá com a volta de Cristo, na res- turados aqueles que são chamados
surreição dos salvos. para o banquete do casamento do
O que fica claro, no texto, é o Cordeiro!” (Ap 19:9). Realmente, o
contraste: enquanto os ímpios cho- mal não prevalecerá. Cristo voltará
ram, na Terra, logo em seguida, há para buscar a sua noiva, a igreja, e
um grande júbilo nos céus, pois, en- este será o dia mais feliz da história.

6. Wiersbe (2006:783-784). 7. MacDonald, op. cit., p.1014.

78 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


01. Com base em Ap 17:1-5, responda: Quem é a mulher que João
viu montada numa besta? O que ela representa? Ao responder, co-
mente sobre a cidade da Babilônia histórica, que é símbolo da cultura
mundana. Leia também Rm 12:2; Tg 4:4; 1 Jo 2:15-18, 5:19.

02. Após ler Ap 17:2,4-14 e o item 2 fale sobre o esplendor da grande


Babilônia. Qual o significado do cálice cheio de imundice que está em
suas mãos? Quem é a besta em que ela está montada?

03. Leia Ap 16:19, 17:14-18, 18:1-24 e comente a respeito da ruína da


grande Babilônia. Como essa verdade se aplica às pessoas do mun-
do? Como o anticristo se aproveitará desse fato?

04. Enquanto o capítulo 18 do Apocalipse trata de uma espécie de


funeral, o capítulo 19 trata de um casamento. O que você pode dizer
sobre esses dois eventos?

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Perceba as atuações da Babi- soas estão seduzidas pelo mundo,


lônia. seus prazeres e ilusões, sua cultura e
Olhe e perceba o quanto as pes- sua permissividade. Pare e pense no

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mundanismo, veja-o nas ruas das ci- a homossexualidade é o assunto do
dades; perceba-o nos noticiários, nos momento. Estão querendo legitimar
conceitos e nos discursos das pessoas. o pecado e nos impor a cultura de
O mundanismo está em todo lugar! Sodoma e Gomorra. O pior é que,
Está presente nas casas de leis e nas nessa restruturação social, qualquer
mentes dos intelectuais. Muitos falam pessoa que discorde recebe reta-
da Bíblia como um livro ultrapassado liação; é rotulada de “retrógada” e
e debocham dos valores cristãos. “homofóbica”. Você tem percebido
As nações da Terra têm discutido essas coisas? Mas não se desespere.
e aprovado a legalização do aborto e Tudo isso logo terá um fim. Cristo
a liberação das drogas. Além disso, voltará. O mal não prevalecerá.

05. Você tem percebido o quanto a sociedade tem assimilado a cultu-


ra da Babilônia? Em que você tem visto a atuação da Babilônia?

2. Resista aos encantos da Ba- de valores, é facilmente vista como


bilônia. algo bom. Seus argumentos são
A grande meretriz é bela e sedu- sutis e sofisticados. Se você não fi-
tora. Isso significa que o mundo tem car atento, pode ser influenciado,
os seus encantos e pode nos atrair sem perceber; pode conformar-se
e nos prender com suas armadilhas, com o mundo, sem se dar conta.
tais como: a pornografia, a promis- Por isso, Paulo escreveu: ... não
cuidade, a fama, o poder, os vícios, o vos amoldeis ao esquema deste
dinheiro fácil, o consumismo desen- mundo (Rm 12:2). O livro do Apo-
freado, a ilusória alegria das drogas e calipse também alerta: Sai dela,
das bebidas etc. Ele oferece o que a povo meu, para que não sejas par-
natureza pecaminosa mais pede. ticipante dos seus pecados, e para
Além disso, a mentalidade da que não incorras nas suas pragas
Babilônia, que prega uma inversão (Ap 18:4).

06. Leia Rm 12:2; Ap 18:4 e responda: Por que o cristão precisa ficar
atento, diante da Babilônia? Por que a cultura mundana é tão atraente?

80 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


DESAFIO DA SEMANA

A história está sob o total controle de Jesus Cristo. O mal não


está vencendo. Na verdade, o diabo, a grande meretriz, o anti-
cristo, o falso profeta e todos os ímpios perecerão, mas o Cordei-
ro e sua noiva triunfarão. Quanto à grande Babilônia, sabemos
que, agora, ela está em seu auge; mas logo cairá. Hoje, as pes-
soas estão seduzidas e apaixonadas pelos devaneios mundanos.
Acreditam plenamente nas ilusões e nas mentiras desta cultura
anticristã, que está por todo lado. Assim, afrontam a Deus, com
seus pecados, e acham que não haverá consequência. É ai que
se enganam ainda mais! Logo, estarão desapontadas e terão de
enfrentar o juízo divino. Diante do quadro apresentado, o seu
desafio, como cristão, é manter-se alerta para perceber as arti-
manhas do mundo e não cair nos encantos da Babilônia.

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10
5 DE DEZEMBRO DE 2015
O triunfo final
de Cristo
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 164 / HBJ 102 • Final: HBJ 103

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Ensinar o estudante da Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O
Palavra de Deus que o
seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e
triunfo final de Cristo
sobre todos os seus julga e peleja com justiça. (Ap 19:11)
adversários é uma certeza
constatada em sua
supremacia e em INTRODUÇÃO
sua invencibilidade.
Conta-se que, certa vez, um professor per-
guntou a um adolescente se este seria capaz
LEITURA DIÁRIA de resumir o livro do Apocalipse numa só fra-
D 29/11 Ap 19:6-8 se, ao que ele respondeu: “Essa é mole!”. O
S 30/11 Ap 19:9-10 professor, em um misto de interesse e apre-
T 01/12 Ap 19:11-13 ensão, pediu-lhe a resposta. “Jesus vence!”,
Q 02/12 Ap 19:14-16 disse o adolescente.1 Ele estava certo. O fato
Q 03/12 Ap 19:17-18
de o Apocalipse descrever, dentre outras coi-
S 04/12 Ap 19:19-21
sas, o duro sofrimento pelo qual passou e pas-
S 05/12 Ap 20:1-3
sará a igreja e a perseguição intensa que lhe
será infligida por Satanás e seus agentes não
significa que o mal vencerá, pois o livro trata,
principalmente em suas páginas finais, sobre
o triunfo final de Jesus Cristo. A noiva de Cris-
to contemplará, no devido tempo, a ruína de
seus adversários e a vitória do seu Salvador.
Jesus vencerá!

Acesse os
Comentários Adicionais
e os Podcasts
deste capítulo em
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1. Mayhue (2005:30).

82 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

O trecho de Apocalipse 19:11 um cavalo branco. O seu cavaleiro se


a 20:10, que será analisado nesse chama Fiel e Verdadeiro e julga e pe-
estudo, traz à tona o momento da leja com justiça. Cristo é o cavaleiro;
aparição do Noivo, o Rei dos reis. mas não um cavaleiro qualquer: ele
João vê Jesus vindo vitoriosamente é valente e guerreiro, fiel e verdadei-
do céu, que se abre para ele e seus ro, ou seja, é fiel às suas promessas e
exércitos saírem.2 Esse é o tempo em verdadeiro quanto ao seu próprio ca-
que o período da grande tribulação ráter.4 Jesus cumpre o que promete.
chegará ao fim. Com o seu advento, Cristo prometeu retornar, e assim
Cristo, o cavaleiro montado no cava- o fará. Isso, porém, não é tudo. Esse
lo branco, interromperá, de uma vez retorno se constitui a vitória da justiça
por todas, os enganos do anticristo e sobre a injustiça. Na época em que o
do falso profeta, e a igreja, finalmen- livro de Apocalipse foi escrito, havia
te, deixará de ser afligida pela perse- muita injustiça nos tribunais5 e os cris-
guição dos maus. Esse evento atesta tãos eram duramente vitimados por
a sublimidade e a vitória de Jesus. ela. No período da grande tribulação,
1. O Cristo sublime: O versículo não será diferente: os fiéis sofrerão
11 de Apocalipse 19 inicia-se assim: duras e injustas perseguições; mas
Vi o céu aberto. Essa expressão in- Cristo aparecerá com justiça e cobra-
dica, de modo claro, o retorno de rá dos maus o sangue dos inocentes.
Cristo. É uma descrição de sua se- A justiça de Cristo será efetiva: Sai
gunda vinda, que ocorrerá de ma- da sua boca uma espada afiada, para
neira sublime e gloriosa. Cristo não com ela ferir as nações (Ap 19:15a).
aparecerá como servo sofredor, mas Essa espada é a palavra de Deus. Cris-
como o supremo conquistador, em to é essa Palavra, de acordo com Apo-
majestade e glória.3 calipse 19:13: ... e o seu nome se cha-
A partir do versículo 11, é possí- ma o Verbo de Deus. Cristo, portanto,
vel relacionar alguns aspectos que é quem julgará o mundo. Isaías pre-
atestam a sublimidade de Jesus em disse que o Senhor matará o perverso
seu retorno. Ela será atestada por sua com o sopro dos seus lábios (Is 11:4).
fidelidade e sua justiça. Na continua- O justo juiz regerá as nações com
ção do versículo 11, João narra: ... eis cetro de ferro e, pessoalmente pisa o

2. Lopes (2005:337). 4. MacDonald (2008:1015).


3. Ibidem, p.338. 5. Taylor (2006:488).

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lagar do vinho do furor da ira do Deus sua cabeça há muitos diademas (Ap
Todo-Poderoso (Ap 11:15). O seu ce- 19:12b). Diadema é sinônimo de co-
tro serve tanto para proteção do seu roa e de realeza. Certamente, Cristo
povo quanto para a destruição dos já é Rei. Ele é o Senhor exaltado (Fp
seus inimigos,6 de tal modo que estes, 2:9). Mas a sua volta será uma mani-
por mais influentes ou poderosos que festação pública e uma concretização
possam ser, jamais escaparão da justa universal da soberania que é sua.8
ira de Deus. Jesus é o que pisa o lagar Os muitos diademas representam
da ira de Deus. O Apocalipse já men- a supremacia de Cristo em extensão
cionou esse lugar (14:19-20), símbolo infinita.9 Os diademas sobre a sua ca-
do castigo divino contra os ímpios. É o beça são a sua coroa de Rei. É uma
cavaleiro quem efetua esse juízo. coroa do vencedor e conquistador.10
A sublimidade de Cristo é tam- Cristo está soberanamente à frente de
bém atestada por sua onisciência. seus inimigos. Ele tem o domínio da
Apocalipse 19:12a assegura-nos que história em suas mãos. Ele é o Rei dos
os seus olhos são chama de fogo. reis e Senhor dos senhores (Ap 19:14).
Essa expressão significa que o olhar 2. O Cristo vitorioso: A aparição
de Cristo perscruta tudo.7 Ninguém de Jesus será sublime e vitoriosa. En-
ficará imune ou invisível ao seu cam- quanto o anticristo e o falso profeta
po de visão. Os argumentos ludibrio- estarão seduzindo o mundo e per-
sos e falsos não poderão abafar os seguindo a igreja, Jesus aparecerá
feitos cruéis dos ímpios. Não haverá como o supremo conquistador.11
“jeitinho” para alguém escapar. Seu triunfo se estende a dois impor-
Por perscrutar todas as coisas, Je- tantes momentos da história: sua
sus jamais confundirá os ímpios como vinda (Ap 19:17-20:3) e o pós-milê-
se fossem fiéis, ou vice-versa. Ele son- nio (Ap 20:4-10). Em ambas as oca-
da os corações humanos e conhece siões, a Bíblia menciona uma batalha
os que lhe pertencem. Cristo está à entre Cristo e os exércitos do mal. A
frente de seus adversários, conhe- primeira batalha é a do Armagedon,
cendo suas estratégias. Os mais as- já mencionada na lição 8 (Ap 16:12-
tutos jamais conseguirão ludibriá-lo 16), e a segunda é chamada de ba-
ou surpreendê-lo. talha contra Gogue e Magogue (Ap
A sublimidade de Cristo é, ain- 20:7-10). Em todas, Jesus vence.
da, atestada por sua soberania. As-
sim declara o texto bíblico: ... na
8. Idem.
9. Kistemaker, op. cit., p.655.
6. Kistemaker (2004:659). 10. Lopes, op. cit., p.338.
7. Ladd (1980:188). 11. Idem.

84 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


A primeira batalha acontecerá A batalha não chega a ser literal-
por ocasião da vinda de Cristo. Os mente travada. Ainda que o termo
exércitos do mal parecem ser lide- guerra apareça, no versículo 19, nada
rados pela besta (o anticristo) e pelo é registrado sobre o conflito propria-
falso profeta (Ap 19:19-20). Nessa mente dito.13 De fato, os inimigos não
ocasião, a vitória contra o anticris- são páreos para o poder de Cristo. A
to e o falso profeta será definitiva. concretização da batalha é, portanto,
Satanás e os ímpios, por sua vez, só desnecessária. Nem os reis da Terra,
serão aniquilados na batalha que nem o falso profeta, nem o anticris-
ocorrerá após o milênio. A primeira to, nem Satanás poderão quebrar a
batalha é assim descrita: E vi a besta invencibilidade de Cristo.
e os reis da terra, com os seus exér- A vitória de Cristo é justa, autên-
citos, congregados para pelejarem tica e merecida; estende-se sobre a
contra aquele que estava montado besta e o falso profeta: Mas a bes-
no cavalo e contra o seu exército ta foi aprisionada, e com ela o falso
(Ap 19:19). profeta (Ap 19:20). Num primeiro
Apocalipse 19 não menciona o momento, ambos serão presos. Cris-
porquê de os reis da Terra e seus to porá limites as suas ações e inten-
exércitos estarem reunidos para ções malignas. Após prendê-los, ele
atacar o Cordeiro e seu exército. os destruirá por completo. É o que
Esse motivo aparece em Apocalip- sugere o final do versículo 20: Os
se 16:14-16. São espíritos imundos dois foram lançados vivos dentro do
que operam sinais, que conseguirão lago de fogo que arde com enxofre.
reunir esse exército para uma última O lago de fogo e enxofre é um si-
perseguição contra os cristãos e o nônimo para a segunda morte (Ap
seu Cristo. Porém, tal exército não 20:14, 21:8), a aniquilação completa.
sairá vitorioso. Antes de mencionar Em seguida, a vitória de Cristo se
a batalha, o anjo já prediz a vitória manifesta sobre os ímpios: Os res-
de Cristo: Vinde, reuni-vos para a tantes foram mortos com a espada
grande ceia de Deus (Ap 19:17b). que saía da boca daquele que estava
Enquanto os remidos são convidados montado no cavalo (Ap 19:21). Essa
a entrar no banquete das bodas do espada simboliza a Palavra de Deus.
Cordeiro, as aves são convidadas a Cristo é a Palavra. Ele julgará o mun-
se banquetearem com as carnes dos do. Sua presença trará ruína aos ím-
reis, poderosos, comandantes, cava- pios, de modo que não suportarão
los e cavaleiros.12 vê-lo em sua total pureza e santidade

12. Ibidem, p. 339. 13. Kistemaker, op. cit., p.663.

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e se desfarão, diante de sua glória (2 nações que se rebelaram contra Deus
Pd 3:10). Mortos ficarão, até o final e são hostis ao seu povo (Ez 38).14
do milênio para, depois, receberem O desfecho dessa batalha é pare-
seu castigo final. cido com a batalha do Armagedon,
A vitória de Cristo também se pois, mais uma vez, antes de a batalha
revela sobre satanás: Ele segurou ser travada, enfatiza o texto: desceu,
o dragão, a antiga serpente, que é porém, fogo do céu e os consumiu
o diabo, Satanás, e o prendeu por (Ap 20:9b). Assim como a besta e o
mil anos (Ap 20:2). Após a volta de falso profeta foram presos e destruí-
Jesus, o período milenar se inicia- dos no final da primeira batalha (Ap
rá. Os ímpios estarão mortos e Sa- 19:21), Satanás também, depois de
tanás, preso (Ap 20:3). Sua prisão, ter sido preso por mil anos, será ani-
portanto, será a própria Terra, que quilado após a batalha, irá para o
estará vazia e inóspita. Os ímpios “lago de fogo”, onde já haviam sido
estarão mortos e a grande serpente lançados a besta e o falso profeta.
não mais terá a quem ludibriar. As- Sobre a frase “serão atormentados
sim, nessa batalha, Cristo vence com dia e noite, pelos séculos dos séculos”,
maestria a todos os seus inimigos. trata-se apenas de uma figura de lin-
Enquanto isso, os salvos estarão no guagem para descrever a destruição
céu, onde reinarão por mil anos com final e eterna das forças do mal. Não
o Salvador (Ap 19:4). podemos entendê-la literalmente.
Após o Milênio, ocorrerá a segun- Como o fogo pode queimar seres es-
da e última batalha, contra Gogue e pirituais, como o diabo e seus anjos?
Magogue. Esta diferente da primeira: Assim como a corrente de Apocalipse
será liderada pelo próprio Satanás. 19:1 é simbólica, pois não se pren-
Os ímpios, mortos por ocasião da vol- dem com corrente seres espirituais, o
ta de Cristo, ressuscitarão (Ap 19:5) lago de fogo e enxofre também o é.
e enfrentarão o “grande trono bran- Assim, com a aniquilação completa de
co”. Satanás, por sua vez, será solto Satanás, o triunfo de Jesus se tornará
de sua prisão. A partir desse ponto, completo. A igreja, tão perseguida no
formará e encabeçará o exército que decorrer dos séculos, contemplará a vi-
fará oposição a Cristo e a sua igreja. tória definitiva do seu Senhor. A seguir,
Ele enganará nações dos quatro can- analisaremos duas importantes lições.
tos da Terra, chamadas de Gogue e
Magogue. Estes nomes representam 14. Ladd, op. cit., p.200.

01. Quem é o cavaleiro, de Ap 19:11? De que maneira a sua aparição


ocorrerá? Baseie a sua resposta no texto bíblico mencionado e no item 1.

86 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


02. Com base em Ap 19:11-12 e no item 1, responda: Que fatores
atestam a sublimidade de Cristo, em sua vinda?

03. O triunfo final de Jesus se estende a dois importantes momentos da


história. Fale sobre o primeiro desses momentos. À luz de Apocalipse
19:17-20, quando acontecerá? Como a vitória de Cristo é descrita?

04. O Apocalipse narra uma segunda batalha, contra Gogue e Ma-


gogue, depois do milênio. Quem a lidera? Qual o seu enredo e o seu
desfecho? Leia Ap 20:7-10.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Estejamos certos da supre- Portanto, estejamos certos de


macia de Cristo. que Cristo é soberano sobre to-
Em sua visão, João não pode dei- dos. Por mais que seus inimigos
xar de notar claramente a supremacia – o anticristo, o falso profeta, os
de Jesus: ... na sua cabeça, há muitos ímpios e o diabo – se proponham a
diademas (Ap 19:12b). Somente ele perseguir e fazer mal a sua igreja,
tem a coroa de vencedor e conquis- jamais conseguirão derrotá-la ou
tador. Cristo reinará com justiça. Por extingui-la, porque ele não per-
ser supremo, ninguém poderá impe- mitirá. Ninguém poderá ir além
di-lo de reger as nações com cetro de de sua ação permissiva. Somente
ferro. Ele virá com autoridade para Cristo tem todo o poder no céu e
salvar os fiéis e julgar os maus. na terra (Mt 28:18).

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05. Por que podemos ter certeza da supremacia de Cristo? Comente,
com base na primeira aplicação.

2. Estejamos certos da invenci- Podemos ter certeza de que


bilidade de Cristo. Cristo é invencível. Quem, no uni-
Em sua visão, João contempla as verso ou além deste, está qualifi-
forças do mal a hostilizar e a declarar cado a derrotá-lo? Ninguém, ob-
guerra contra Jesus. O texto é claro: viamente. Por ser invencível, humi-
os inimigos estavam congregados lhou os principados e as potesta-
para pelejarem contra Cristo e seu des, na sua morte vicária (Cl 2:15),
exército de anjos (Ap 19:19). Porém, e, um dia, ele os aniquilará. Além
o apóstolo também vê a besta e o disso, podemos estar certos de que
falso profeta serem aprisionados e os salvos serão também vitoriosos
lançados no lago de fogo e Satanás com Cristo, no estabelecimento de
e seus súditos serem definitivamente seu reino futuro.
abatidos (Ap 20:10, 14-15).

06. Por que devemos estar certos da invencibilidade de Jesus? Co-


mente, com base na segunda aplicação.

DESAFIO DA SEMANA

Analisamos, no estudo de hoje, o triunfo final de Jesus. Ele apa-


recerá de maneira sublime. Ao mesmo tempo, o seu retorno ates-
tará a sua vitória. Sim, Cristo, o cavaleiro, exerce sua hegemonia
sobre seus adversários. Sua vinda retrata a derrota dos maus. Com
base nessas certezas, o nosso desafio para esta semana é estudar
sobre a vinda de Jesus. Procuremos, na Escritura, textos que tra-
tem sobre isso e, com base neles, reflitamos sobre a nossa certeza
na supremacia e na invencibilidade de nosso Senhor e Salvador.

88 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


11
12 DE DEZEMBRO DE 2015
O acerto
de contas
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 156 / HBJ 214 • Final: HBJ 92

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Ajudar o estudante a Vi um grande trono branco e aquele que nele
entender o que a Bíblia
se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o
diz acerca do juízo final,
para que viva em regozijo, céu, e não se achou lugar para eles. (Ap 20:11)
na certeza de que este
efetivará o predomínio
da justiça e garantirá a INTRODUÇÃO
extinção da maldade.
Em nossa época, a ideia do retorno de Jesus,
em poder e grande glória, conforme narram as
LEITURA DIÁRIA Escrituras (Mc 13:26), parece não chamar tanto
a atenção. Do mesmo modo, parece ser difícil
D 06/12 Ap 20:4-6
S 07/12 Ap 20:7-8 aceitar a ideia de que haverá um dia em que
T 08/12 Ap 20:9-10 as pessoas terão de participar de um acerto de
Q 09/12 Ap 20:11-12 contas diante de Deus. A banalização da impu-
Q 10/12 Ap 20:13-14 nidade contribui para isso. No entanto, de acor-
S 11/12 Ap 21:1-2 do com as Escrituras, ambos os eventos ocorre-
S 12/12 Ap 21:3-4
rão. Engana-se quem pensa que suas más obras
são imunes ao julgamento divino. Querendo ou
não, todos hão de comparecer perante o tribu-
nal de Cristo (2 Co 5:10; Rm 14:10).

I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

O dia do último juízo dispensado por Deus


aos seus inimigos é contemplado e descrito nas
Acesse os
Comentários Adicionais páginas finais do livro de Apocalipse. O apósto-
e os Podcasts lo narra a visão de um grande trono branco (Ap
deste capítulo em
www.portaliap.com.br 20:11). Trata-se de uma visão do dia do acerto
de contas, o juízo final. Temos, em apenas cin-

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co versículos (vv. 11-15), uma visão João finaliza o versículo dizendo
impressionante do julgamento justo que, diante do trono e da presença
de Deus em relação aos incrédulos e do que nele está assentado, fogem
de como ele colocará um ponto final a terra e o céu (Ap 20:11b). Em lin-
em toda a desarmonia do universo. guagem simbólica, o apóstolo mos-
Como será o juízo final? Para o com- tra que a criação se esconde da pre-
preendermos melhor, precisamos sença de Deus. Diante do juízo final,
responder algumas perguntas-chave que dará fim a toda maldade, temos,
a respeito do assunto. também, um tipo de anúncio anteci-
1. Quem comandará o juízo pado da própria restauração de toda
final? João afirma: Vi um grande a criação, que, hoje, sofre pela mal-
trono branco e aquele que nele se dição do pecado. Cristo está prestes
assenta, de cuja presença fugiram a a dar um ponto final em toda a his-
terra e o céu (Ap 20:11a). Quem está tória do pecado.
assentado no grande trono branco? 2. Quem serão os réus, no juízo
Apesar de o texto não dizer, é possí- final? João continua a sua descrição
vel, por causa do testemunho de ou- do grande trono branco afirmando:
tros textos do Novo Testamento, que Vi os mortos, grandes e pequenos,
se trate do próprio Cristo (2 Co 5:10; em pé diante do trono (Ap 20:12).
2 Tm 4:1; Jo 5:22-30; At 17:31). Esses mortos, possivelmente, são os
Hoje, Jesus é nosso advogado, mas, “outros” mortos que não reviveram
no futuro, atuará como juiz. até o final do milênio. Trata-se dos
O trono em que Cristo está assen- incrédulos, pessoas que rejeitaram
tado é chamado de “grande trono”, o a Cristo, não o reconhecendo como
que evidencia sua elevação e sua ma- Senhor. Todas estarão ali, indepen-
jestade. Além disso, o grande trono dentemente do seu status social.
é “branco”, cor que, no Apocalipse, É bem possível que os justos es-
é símbolo de pureza. O grande trono tejam presentes no juízo final (2 Co
branco representa a perfeita justiça e 5:10; Rm 10:14), não como réus,
santidade de Deus. Seu trono é im- mas como expectadores, pois já fo-
parcial; os veredictos ali pronunciados ram julgados e inocentados, por oca-
são perfeitos e puros. Cristo não está sião da vinda de Cristo, em razão de
e nunca estará comprometido com os terem crido nele, antes deste even-
interesses dos poderosos. Ninguém o to (2 Tm 4:8; Jo 3:18). Além disso,
poderá acusar “de favorecer um em João já os mostrou no céu, reinan-
detrimento do outro”.1 do durante o milênio (Ap 20:4). Os
justos estarão no julgamento final,
1. Lima (2006:627). não para verificar sua condição, mas

90 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


apenas para demonstrá-la. Não há sendo condenados e sofrerão a pena
mais condenação para quem está do fogo. Digno de nota, contudo, é
em Cristo Jesus (Rm 8:1). que o texto não informa nada sobre
Quanto aos ímpios, no dia do Juízo alguém ser salvo com base nas boas
final, não haverá mais uma segunda obras que praticou. O texto sequer
chance para se redimirem. Estarão ali apresenta tal possibilidade.
apenas para conhecerem a sua sen- A possibilidade de salvação para
tença, por não terem crido no nome todas as pessoas tem base em outro
do Filho de Deus e por terem vivido fato: o nome escrito no livro da vida
em rebeldia. Mesmo o período da (Ap 20:12), em que estão os nomes
grande tribulação não será suficiente de todos os que receberam a Cristo.
para que se arrependam (Ap 9:20-21, Esses são os salvos de todas as épo-
16:11). Até quando a última taça da cas (Dn 12:1; Fp 4:3). Crer em Deus
ira de Deus estiver sendo derramada, e em seu Filho é a única maneira de
eles ainda blasfemarão (Ap 16:21). ter o nome nesse livro. Aqueles cujos
Mas toda essa rebeldia um dia cessará. nomes não constam lá é que estão
3. Qual será a base do juízo fi- sendo julgados com base em suas
nal? João diz que viu todos os incré- obras, e, obviamente, serão conde-
dulos diante do grande trono branco nados com base nestas (Ap 20:15).
e diante do Cordeiro, os poderosos e Não há possibilidade de salvação
os mais simples. Afirmou, também, sem Cristo.
ter visto “alguns livros” (Ap 20:12a). 4. Quando ocorrerá o juízo fi-
Os mortos foram julgados com base nal? É oportuno pontuar que existe
nas coisas que estavam escritas nos um juízo, logo após a morte física de
livros (v.12b). Não temos muitas in- toda pessoa (Hb 9:27). Tão logo mor-
formações sobre estes. O que fica re, a pessoa já é, de imediato, julgada
claro, entretanto, é que, neles, estão inocente ou culpada. Se morrer com
registradas as ações de todas as pes- Cristo, é inocentada; se morrer sem
soas, as boas e as más. Cristo, é condenada (Jo 3:18). Tanto
O trecho afirma, por duas vezes, inocentes quanto condenados, en-
que, uma vez que os livros são aber- tretanto, conhecerão tal julgamento
tos, as pessoas são julgadas, cada uma em momentos diferentes. Os justos,
segundo as suas obras (Ap 20:12-13). tanto os ressuscitados quanto os
A mensagem por trás dessa descrição transformados, saberão do veredito
é que o julgamento será justo. O juiz a seu respeito na vinda de Cristo (2
não está julgando com arbitrarieda- Tm 4:8). Este evento marcará o início
de, mas com base em fatos. Todos do milênio, tempo em que os justos
saberão as razões pelas quais estão reinarão com o Senhor (Ap 20:4).

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Os ímpios, por sua vez, conhe- diz que o lago de fogo é a segun-
cerão seu veredicto depois do milê- da morte. Grave isto: lago de fogo
nio, quando serão postos diante do e segunda morte dizem respeito à
grande trono branco (Ap 20:11). mesma coisa. A segunda morte diz
Em Apocalipse 20:5, lemos sobre os respeito à destruição ou aniquilação
restantes dos mortos que não revi- completa e definitiva dos ímpios.
veram, até que os mil anos se com- Estes não vão ficar queimando por
pletassem. Estes são os mortos que toda a eternidade em determina-
João viu em pé, diante do grande do local, mas serão completamente
trono branco (Ap 20:12). Eles serão aniquilados e deixarão de existir por
ressuscitados, depois do milênio, todo o sempre.
para conhecerem a sua sentença e Essa aniquilação não se dará
a razão desta, mediante a abertura imediatamente após a sentença
dos livros. ser pronunciada, mas depois de
Nessa ocasião, os oceanos entre- outro evento motivado por essa
garão os corpos neles sepultados. sentença. Observe que o trecho
Os túmulos também devolverão sobre o grande trono branco vem
seus mortos. A morte entregará to- depois da descrição de uma gran-
das as suas vítimas (Ap 20:13). O de batalha liderada por Satanás,
que este texto quer ensinar é que que enganará as pessoas por toda
não importa onde, como ou quando a Terra (Ap 20:7-10). Trata-se dos
a pessoa morreu: ela será achada. ímpios, que ressuscitarão, depois
Todos os ímpios serão ressuscitados do milênio, e terão acabado de
para estar diante de Cristo para o passar pelo julgamento do grande
julgamento final. trono branco. Uma das razões pe-
5. Como será executada a sen- las quais Satanás conseguirá êxito
tença do juízo final? Já vimos que em enganá-los está ligada ao fato
o juízo final ocorrerá após o milê- de que todos estarão revoltados
nio. Os ímpios serão ressuscitados pela sentença. Por isso, pela úl-
e colocados diante do grande trono tima vez, os rebeldes se juntarão
branco. Uma vez que seus nomes para lutar contra Deus e seu povo.
não estão escritos no livro da vida do Contudo, descerá fogo do céu e os
Cordeiro, suas obras, por melhores devorará (Ap 20:9). Aqui, temos a
que tenham sido, não os salvarão da execução da sentença, a segunda
sua sentença, que é o lago de fogo morte, definitiva.
(Ap 20:15). 6. Qual será o resultado do
A ideia de lago de fogo não é lite- juízo final? Após a execução do
ral, mas simbólica. Apocalipse 20:14 juízo final, não mais haverá malda-

92 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


de no universo criado por Deus. O Temos a informação de que a
acerto de contas final trará a mani- morte e o túmulo também serão
festação completa do reino divino, destruídos (Ap 20:14); também irão
com os novos céus e a nova terra; para o lago de fogo. Ninguém mais
afinal, todos os opositores de Deus morrerá, no novo céu e na nova
e do seu reino serão destruídos de terra apresentados na sequência
uma vez por todas. Reinará a justi- do Apocalipse (Ap 21-22). A morte
ça de modo pleno e perfeito, por era o último inimigo a ser destruído
todas as partes. (1 Co 15:26). Assim, definitivamen-
Antes de iniciar o milênio, com a te, todas as coisas estarão sujeitas
volta de Cristo, a besta (o anticris- a Deus.
to) e o falso profeta serão lançados Até aqui, procuramos apresentar
no lago de fogo, isto é, destruídos algumas respostas fundamentais re-
completamente (Ap 19:20). Depois ferentes ao juízo final: o seu propó-
do milênio, será a vez dos ímpios (Ap sito é manifestar a justiça de Deus,
20:15). Na sequência, temos a in- de modo pleno; ocorrerá após o mi-
formação de que o próprio diabo, o lênio; os réus serão os ímpios; Cristo
inimigo de Deus e do seu povo, tam- é o juiz, e a consequência do juízo
bém será lançado no lago de fogo será a extinção completa da mal-
e aniquilado definitivamente (Ap dade. A seguir, analisaremos duas
20:10). Com eles, serão destruídos importantes aplicações a serem le-
todos os anjos maus. vadas a sério.

01. Comente com a classe sobre o significado do grande trono bran-


co. O que representa? Quem comandará o juízo final? Responda com
base em Ap 20:11. 2 Co 5:10; 2 Tm 4:1; At 17:31.

02. Com base em Ap 20:5,12, 15; Rm 10:14; 2 Co 5:10, e nos itens 2 e


3 do comentário, responda: Quem serão os réus e qual será a base do
juízo final? Alguém se salvará com base em suas obras?

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03. Quando ocorrerá o juízo final e como será executada a sua sen-
tença? Recorra aos itens 4 e 5 e a Ap 20: 7-9,12-13.

04. Após ler Ap 19:20, 20:9-10,14-15; 1 Co 15:26 e o item 6, responda:


Qual será a consequência do juízo final?

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. O juízo final efetivará o pre- saúde adequada são desviados para


domínio da justiça. paraísos fiscais, no exterior. É possí-
A injustiça é um problema grave vel crer que um dia tudo será dife-
em todo o mundo. Pode ser vista em rente? Sim!
todos os níveis. Diferentemente do De acordo com a Palavra de Deus,
final feliz das novelas e dos filmes, no final de tudo, a injustiça será su-
na vida real, muitos assassinos ficam plantada pela justiça. No juízo final, a
fora da cadeia; traficantes moram justiça predominará, de uma vez por
em mansões; golpistas roubam o todas, pois Deus não permitirá que a
dinheiro público e ficam impunes; injustiça fique impune. Os justos, por
pessoas boas são atingidas por balas sua vez, receberão a recompensa por
perdidas; crianças morrem à míngua, sua fidelidade ao Senhor (1 Pd 1:17).
nas filas de hospitais, enquanto os Alegremo-nos, pois a injustiça está
recursos que lhes garantiriam uma com os dias contados.

05. De que maneira a justiça predominará, a partir da execução do


juízo final? Responda, com base na primeira aplicação.

94 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


2. O juízo final garantirá a ex- que todos pecaram (Rm 5:12).
tinção da maldade. Mas, consumada a execução do
A convivência com a maldade é juízo final comandado por Deus, a
desconfortável. Dificilmente ficare- maldade terá fim. Satanás, aquele
mos em paz com ela por perto. O que enganou os nossos pais, no prin-
pecado é o seu causador. Quando cípio, e os induziu ao pecado, será
Adão e Eva pecaram, escancararam aniquilado. Todos os opositores de
a porta de sua história para que a Deus e do seu reino perecerão. Não
maldade entrasse. Assim, o pecado haverá maldade, nem morte, nem
espalhou a morte pelo mundo todo, tristeza, nem choro, nem dor (Ap
de modo que todas as coisas come- 21:4). Portanto, regozijemo-nos com
çaram a envelhecer e a morrer, por- essa esperança!

06. Com base na segunda aplicação, responda: O que o juízo final


garantirá definitivamente?

DESAFIO DA SEMANA

Chegamos ao final do estudo de hoje. Aprendemos que o juízo


final culminará na aniquilação total de Satanás e de seus súditos.
Com receio de fazerem parte deste grupo, muitos temem esse mo-
mento. Por isso, é desafiador falar sobre o assunto. Você conhece
alguma pessoa que tem medo ou dúvidas acerca do juízo final?
Então, aproveite a oportunidade para estudar com ela. Mostre-lhe
que, por meio de Cristo, é possível eximir-se, ainda no presente, da
condição de réu, no dia do juízo. É por meio da fé em sua morte sal-
vadora na cruz que somos justificados por ele e absolvidos da culpa.

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12
19 DE DEZEMBRO DE 2015
Novo céu e
nova terra
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 16 / HBJ 452 • Final: BJ 418 / HBJ 466

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Desafiar o estudante As doze portas eram doze pérolas, cada
da Palavra de Deus a
porta feita de uma única pérola. A rua
viver com confiança e
lealdade, na expectativa principal da cidade era de ouro puro, como
de receber a recompensa vidro transparente. (Ap 21:21)
daqueles que foram fiéis
ao Cordeiro: o novo céu e
a nova terra. INTRODUÇÃO
As condições do universo que conhecemos
LEITURA DIÁRIA
não são as que Deus planejou para nós. No
princípio, no paraíso criado por Deus, tudo era
D 13/12 Ap 21:5-6
diferente: Havia ordem ambiental nas coisas
S 14/12 Ap 21:7-8
T 15/12 Ap 21:9-11 criadas, ordem pessoal, relacional e social para
Q 16/12 Ap 21:12-14 os seres humanos; sobretudo, havia ordem es-
Q 17/12 Ap 21:15-18 piritual, pois o homem era inclinado para Deus
S 18/12 Ap 21:19-23 e vivia para a sua glória. Tudo era perfeito.
S 19/12 Ap 21:24-27
Mas o pecado trouxe desordem a tudo que
Deus criou. Desde então, vivemos à espera do
dia em que as coisas voltarão a ser como an-
tes, em que Deus colocará tudo novamente
em seu devido lugar. No penúltimo estudo
desta série, pensaremos em como será o novo
lar e a vida na eternidade com Deus.

I O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO


Acesse os
Comentários Adicionais
e os Podcasts Na maioria das versões bíblicas, o capitu-
deste capítulo em
www.portaliap.com.br lo 21 de Apocalipse inicia-se com a palavra
“Então”. Dessa forma, João está nos fazendo

96 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


olhar para todos os eventos ante- habitarmos. A terra na qual vivemos
riormente ocorridos. É após o último não será destruída, mas redimida.1
deles, o juízo final, que ele vê como Quando João a chama de “nova
será a vida na eternidade com Deus. terra”, usa para a palavra “nova” a
O apóstolo nos apresenta, em sua tradução do termo kainós, que traz
visão, a chegada do novo céu e da consigo a ideia daquilo que é novo
nova terra. Parece-nos que sua visão quanto à sua qualidade, e em com-
está dividida em dois grandes blocos: paração com aquilo que já existia an-
no primeiro, João descreve a vida na teriormente. Toda a natureza experi-
nova terra, que será o endereço dos mentará a tão aguardada redenção
salvos, e, no segundo, vê a cidade (Rm 8:19-23).
santa, Jerusalém, a capital da nova Em segundo lugar, o sistema iní-
terra, e nos conta sobre suas carac- quo não mais existirá. João afirma: ...
terísticas. Vejamos esses dois blocos o mar já não existe (Ap 21:2). O que
com mais detalhes. isso significa? O mar não existirá na
1. A vida na nova terra: Discor- nova terra? Entendemos que existirá!
remos mais sobre a vida nesta terra Essa expressão não deve ser enten-
do que sobre a vida no novo céu e dida de modo literal. No Apocalipse,
na nova terra. Este capítulo do Apo- “mar” possui um sentido simbólico,
calipse nos desafia a tirar um pou- sendo “uma representação do siste-
co nosso olhar desta vida efêmera e ma iníquo”.2 É do mar que se origi-
olhar para a promessa de Deus de na o mal e se levantam as nações a
novos céus e nova terra (2 Pd 3:13), perseguir os santos (Ap 12:18, 13:1,
entendendo que esta vida não é 17:1-6).3 Portanto, João está se refe-
tudo que nos resta. Nossa esperan- rindo à extinção de todos os oposito-
ça não deve estar apenas aqui (1 Co res de Deus, na nova terra!
15:19). Vejamos o que João nos diz Em terceiro lugar, a nova terra terá
sobre a vida no novo céu e na nova uma capital. Depois de tratar sobre a
terra, em Apocalipse 21:1-8. restauração de todas as coisas e do
Em primeiro lugar, a terra e o desaparecimento do governo iníquo,
céu serão renovados. O texto diz: João apresenta a visão da cidade
... vi um novo céu e uma nova ter- santa, a nova Jerusalém, que des-
ra (v.1). O que está no trono diz: Eis ce do céu da parte de Deus, como
que faço novas todas as coisas! (v.5). uma noiva preparada para o noivo
Tudo será renovado. Com isso, não
estamos afirmando que Deus iniciará 1. Rocha (2014:163).
uma nova criação a partir do nada. 2. Ibidem, p.164.
Deus não criará outro mundo para 3. Osborne (2014:821).

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(Ap 21:2). Ela será a capital da nova pranto: ... não haverá mais morte,
terra, de onde Deus e o Cordeiro nem pranto e nem lamento (Ap 21:4).
governarão (Ap 22:3). Desce do céu Em sexto lugar, não haverá mais
para ficar, definitivamente, na terra. doenças. Quando João menciona
Todos os salvos, levados para céu, “cura dos povos” (Ap 22:6), não
por ocasião da volta de Jesus, ago- está se referindo a povos que pre-
ra voltam para a terra restaurada, na cisão ser curados de dor, doença e
nova Jerusalém, e ficarão definitiva- morte.5 Está apenas contrastando
mente aqui, por toda a eternidade. esse mundo cheio de dor e lágrimas
O Apocalipse trata com detalhes so- com o lugar perfeito onde habitare-
bre a Nova Jerusalém, em outra visão mos. Nosso corpo será perfeito, livre
(Ap 9-22:5). das dores, do estresse, das infecções,
Em quarto lugar, haverá comu- das inflamações, das doenças dege-
nhão plena com Deus. Em Apoca- nerativas, das paradas cardíacas, dos
lipse 21:3, fica clara a evidência da acidentes vasculares do cérebro e do
comunhão entre Deus e seu povo. temível câncer. Sejam físicas ou emo-
Aquele que se fez carne e habitou cionais, as dores não mais existirão.
entre nós “não mais habitará nas al- Em sétimo lugar, haverá harmonia
turas, bem acima de seu povo, mas entre as pessoas. Na nova terra, não
morará no meio deles”.4 A sequên- haverá quem faça o mal (Ap 21:8);
cia do versículo confirma essa ideia: não haverá nenhum tipo de crise
Deus habitará com eles. Eles serão entre as pessoas. Todos conviverão
povos de Deus, e Deus mesmo es- harmoniosamente uns com os ou-
tará com eles. Como será glorioso tros. Esqueça as brigas, confusões,
desfrutar de uma nova realidade de fofocas, desentendimentos, traições,
comunhão com Deus! falsidade e bajulações. Essas e outras
Em quinto lugar, as lágrimas serão coisas do mesmo tipo pertencem a
enxugadas. Por causa da comunhão esta era. Na era futura, os relacio-
plena com Deus e de sua presença na namentos serão restaurados. Lá,
nova terra, nunca mais serão derra- será impossível qualquer espécie de
madas lágrimas causadas pelo sofri- segregação, preconceito ou divisão
mento ou pela tristeza. Mesmo a re- racial; todos os povos viverão como
alidade mais terrível para nós, a mor- um só povo; não haverá espaço para
te, não será mais capaz de nos fazer injustiças sociais, desigualdade, mi-
chorar, pois ela já não existirá. Nunca séria, pessoas marginalizadas, crian-
mais viveremos tristes, em luto ou e ças jogadas pelas ruas ou mulheres

4. Idem. 5. Ladd (1980:214).

98 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


agredidas. Haverá plena paz e har- idolatria, feitiçaria, adultérios; tudo
monia entre todos. isso deixou de existir com aqueles
Que descrição maravilhosa! Que que tinham tais práticas (Ap 21:8).
mundo maravilhoso! Diante disso, Em segundo lugar, a nova Jerusa-
João ouve uma voz, que diz: ... estas lém é uma cidade divina. Fica claro que
palavras são fiéis e verdadeiras (Ap essa santa cidade não é igual à Jerusa-
21:5). O que está sendo prometido lém terrena. Embora esta fosse a capi-
será cumprido! É o próprio Deus quem tal de Judá, a cidade mais importante
está prometendo. Além disso, a voz do reino sul, o centro da adoração em
novamente diz: Está cumprido (v.6). A Israel, como qualquer outra cidade, ti-
promessa de Deus é tão certa que ele já nha suas deficiências, em questões so-
a pronuncia como se já tivesse aconte- ciais, políticas e de segurança. O que
cido. O futuro do povo de Deus é certo. diferencia a Jerusalém terrena da nova
2. A capital da nova terra: Após é que esta desce do céu; portanto, é
ter alguns vislumbres sobre como será celestial, não terrena; é a cidade da
a vida no novo céu e na nova terra, parte de Deus (Ap 21:10).
João apresenta uma visão detalhada Em terceiro lugar, a nova Jerusalém
sobre a nova Jerusalém, da parte de é uma cidade bela. Essa santa cidade
Deus (Ap 21:10). Ela será “a capital da celestial possui um aspecto indescrití-
nova terra, o centro de adoração de to- vel. Por isso, João “aponta tanto para
dos os salvos”.6 Como será essa cida- a “luz” da cidade quanto para seu
de? Quais suas características e os seus “resplendor” e “brilho”,7 para nos
aspectos? É o que veremos a seguir. fazer imaginar um pouco como ela
Em primeiro lugar, a nova Jerusa- será. Em sua dificuldade de descrever
lém é uma cidade santa. A primeira em termos humanos o que vê, João
ênfase dada por João em sua visão, é só consegue comparar a beleza da ci-
que não trata-se de qualquer cidade, dade a joias preciosas e ao brilho dos
ele vê a “santa cidade” (Ap 21:10). A cristais (Ap 21:11-14, 18-21).
pureza e a santidade são caracterís- Em quarto lugar, a nova Jerusalém
ticas da nova Jerusalém. Nela, nunca é uma cidade perfeita. João diz que o
jamais entrará nada que seja impuro anjo que falava com ele recebeu uma
nem ninguém que fala coisas vergo- haste para medir a cidade (Ap 21:15).
nhosas ou que conte mentiras (Ap Ela era quadrangular; seu compri-
21:27); não haverá propaganda da mento, igual a sua largura (v.16). A
imoralidade; não haverá corrupção, cidade tinha doze mil estádios de
mentira, injustiça, pobreza, vaidade, comprimento, largura e altura. Isso

6. Rocha, op. cit., p.165. 7. Osborne, op. cit., p.837.

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dá dois mil e duzentos quilômetros ram, de uma vez por todas, arranca-
– a distância aproximada entre São dos da historia. Não haverá mais pos-
Paulo e Aracajú. As medidas da ci- sibilidade para assaltos, sequestros ou
dade são diferentes de todas as que qualquer tipo de violência.
nós conhecemos! Contudo, esses nú- Em sexto lugar, a nova Jerusalém
meros não são literais: representam a é uma cidade eterna. Lá, reinare-
“simetria, perfeição, vastidão e a to- mos eternamente com Deus. É isso
talidade ideais da nova Jerusalém”.8 que indica tudo que João vê. O rio
Em quarto lugar, a nova Jerusalém da água da vida, que sai do trono
é uma cidade gloriosa. Apesar de de Deus e corre no meio da rua (Ap
toda a beleza, não são os aspectos 22:1-2) “é uma maneira simbólica
arquitetônicos ou estéticos que se de descrever que Deus é a origem de
destacam nessa cidade: o seu maior toda a vida e o reinado da vida eter-
brilho é o próprio Jesus. Sua “ca- na na época futura”.11
racterística mais impressionante é a A menção à árvore da vida também
própria glória de Deus”,9 que, assim mostra que Deus restaurou todas as
como os aspectos da cidade, tam- coisas ao seu estado original (Gn 2:9).
bém é indescritível. Por conta dessa Todos os que conseguirem chegar à
presença inigualável de Deus, a cida- nova terra terão acesso a essa árvore
de não precisa de sol, nem de lua, e “acharão completo alívio de tudo
nem de templo (Ap 21:23; Is 60:19), que os afligia”.12 Esse será um lugar
pois a glória de Deus a ilumina, o de vida eterna, pois nunca mais ha-
cordeiro é a sua lâmpada (Ap 21:23). verá qualquer maldição (Ap 22:3).
Em quinto lugar, a nova Jerusalém Nessa nova época, teremos a visão
é uma cidade segura. Ao contrário da de Deus, contemplaremos sua face,
Jerusalém terrena, ela tem muros, mas adoraremos com alegria ao Cordeiro,
suas portas não se fecham (Ap 21:25); pelos séculos dos séculos (Ap 22:4,5).
é aberta e segura. Parece-nos que o Como será maravilhoso viver no novo
único propósito dos muros “é irra- céu e nova terra, criados por Deus!
diar a glória de Deus”,10 uma vez que Como vimos, o novo endereço
não há inimigos. Na nova Jerusalém, dos salvos será um lugar de carac-
não haverá sensação de insegurança, terísticas singulares. A seguir, vere-
porque não existirá mais maldade; os mos que essa bênção está garantida
homens ímpios, maus, assassinos, fo- apenas para aqueles que confiam no
Senhor e em sua Palavra.

8. Ibidem, p. 210.
9. Ibidem, p. 209. 11. Ladd, op. cit., p. 213.
10. Osborne, op. cit., p.838. 12. Ibidem, p.214.

100 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


01. Com base no estudo e em apocalipse 21:1, responda: Como de-
vemos entender as expressões “vi novo céu e nova terra” e “o mar já
não existe”?

02. Com base no primeiro tópico, e em Ap 21:3-7, responda: Como


será a vida na nova terra vista por João?

03. Leia Ap 21:9-11, 16, 27 e com base nos primeiros parágrafos do


item 2, comente a afirmação de que a nova Jerusalém será uma cida-
de santa, divina, bela e perfeita.

04. Ainda com base no item 2 do comentário anterior, o que


significa dizer que a nova Jerusalém será uma cidade glo-
riosa, segura e eterna? Leia, também, Ap 21:23, 25, 22:1-5.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Estejamos convictos da pro- cho de Ap 21:5-8, João registra uma


messa de novo céu e nova terra. mensagem direta aos leitores do li-
Em meio à descrição das bênçãos vro. O que está assentado no trono,
do novo céu e da nova terra, no tre- o próprio Deus, lhe diz: ... estas pala-

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vras são fiéis e verdadeiras (v.5). Deus deiro nos prometeu. Confiemos na
está garantindo que todas aquelas “grande voz vinda do trono”, que
coisas descritas acontecerão. confirma e apresenta essa nova reali-
Confiemos nessa promessa e nessa dade (Ap 21:3,5). O futuro para aque-
garantia! O novo céu e a nova terra, les que estão ao lado de Deus não é
verdadeiramente, estão garantidos nebuloso, incerto ou indefinido. Sabe-
para nós, porque o Deus fiel e verda- mos para onde estamos caminhando.

05. Você confia na garantia do novo céu e da nova terra? Qual o


fundamento de sua confiança?

2. Estejamos prontos para viver Somente os sedentos, “os que se


no novo céu e na nova terra. voltam para Cristo e não para o mun-
Além da promessa e da garantia do”.13 O texto é claro em dizer que
do novo céu e da nova terra, a voz esse caminho está aberto a todos
vinda do trono apresenta a condição (v.6). Todos os que sentirem a neces-
para desfrutar de tal bênção. O texto sidade e se voltarem para Deus serão
é claro em dizer que só os que tive- satisfeitos14 e receberão da água da
rem sede receberão de graça da fon- vida (Ap 21:6). Louvemos a Deus se
te da água da vida (v.6). Só os que estivermos entre os tais, pois tal bên-
vencerem herdarão todas as coisas, ção é dada a nós pela graça. Além de
terão Deus como seu e serão filhos louvarmos a Deus, sejamos leais a ele
de Deus (v.7). Mas quem são essas até o final.
pessoas? O texto está se referindo a
todos que creram em Cristo e depo- 13. Osborne, op. cit., p. 825.
sitaram nele a sua confiança. 14. Ladd, op., cit., p.207.

06. Tendo a garantia do novo céu e da nova terra, como você pode
afirmar, diariamente, sua lealdade a Cristo?

102 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


DESAFIO DA SEMANA

A Bíblia não responde a todas as nossas perguntas acerca de


como será a vida no novo céu e na nova terra. Contudo, as infor-
mações que nos são reveladas já são o bastante para encher nosso
coração de alegria e expectativa. Embora, não tenhamos todos os
detalhes dessa vida na eternidade, podemos ter uma certeza: tudo
será absolutamente “novo”. Seu desafio é estar lá e descobrir to-
das as maravilhas da eternidade. Para vencer esse desafio, é neces-
sário satisfazer sua sede junto à fonte da água da vida. Peça a Jesus
Cristo força para vencer, pois “o vencedor herdará essas coisas”.

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SÁBADO
ESPECIAL
Escola Bíblica e
Programa de Culto

104 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


13
26 DE DEZEMBRO DE 2015
Ora vem,
Senhor Jesus!
Hinos sugeridos – Inicial: BJ 209 / HBJ 470 • Final: BJ 210 / HBJ 472

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Mostrar o contexto bíblico E eis que venho sem demora, e comigo está o
em que está inserida a
galardão que tenho para retribuir a cada um
expressão “Ora vem,
Senhor Jesus!” e tornar segundo as suas obras. (Ap 22:12)
clara a necessidade de
ansiar a volta de Jesus com
prudência, integridade, INTRODUÇÃO
fé na obra de Cristo
Chegamos ao último estudo desta série
na cruz e proclamação
da mensagem. sobre o Apocalipse. Depois da visão do novo
céu, da nova terra e da nova Jerusalém, a pro-
fecia está completa. O desfecho da história
LEITURA DIÁRIA humana fora revelado com detalhes, por Je-
D 20/12 Ap 22:1-5 sus, aos seus servos. Os cristãos perseguidos
S 21/12 Ap 22:6-7 do primeiro século e os de todas as épocas
T 22/12 Ap 22:8-9 não precisam desesperar-se: Jesus e a sua
Q 23/12 Ap 22:10-12
igreja vencerão. Diante disso, João escreve as
Q 24/12 Ap 22:13-15
palavras finais do livro. O principal propósito
S 25/12 Ap 22:16-19
S 26/12 Ap 22:20-21 do trecho de Apocalipse 22:6-21 é afirmar a
autoridade do livro.1 Nele, temos apresentado
o grande anseio da igreja de todas as épocas:
Ora vem, Senhor Jesus! (Ap 22:20). Alguns
hinos da igreja cristã primitiva incluíram essa
expressão. João a conhecia bem, e colocou-a
na conclusão do seu livro. Meditemos nesse
trecho final.

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1. Ladd (1980:215).

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II O TEXTO BÍBLICO EXPLICADO

Qual foi a atitude do apóstolo se. Aquele que usou Moisés, Samuel,
João, assim que acabou de ouvir e Isaías, Jeremias, Ezequiel ou Zacarias
ver todo o conteúdo do Apocalipse? agora revela a verdade a João, e cada
Prostrar-se aos pés do anjo, inter- leitor, no decorrer dos tempos, deve
mediário das revelações presentes aproximar-se com a mesma certeza:
no livro, para adorá-lo (Ap 22:8). Ele a Palavra de Deus é fiel e verdadeira,
estava tão dominado pela admiração digna de confiança.
e pelo temor, diante das revelações, Por isso, Apocalipse 22:7 traz a
que não conseguiu segurar-se diante certeza: Venho em breve!. Além dis-
do emissário angélico. As revelações so, o versículo registra a penúltima
foram por demais surpreendentes. bem-aventurança da Bíblia: ... feliz o
Por causa dessa reação, foi advertido que guarda as palavras deste livro.
pelo anjo a adorar somente a Deus Guardar significa aceitar como legí-
(Ap 22:9), o único digno de adora- timo; também é expressão de obe-
ção. É sob este forte impacto que diência e prática.2 A fé depositada
João escreve os conselhos e as pala- em Deus produz certeza, que deve
vras finais do Apocalipse. produzir, por sua vez, uma vida de-
1. Tenha certeza! Assim começa dicada, com a esperança renovada
o trecho final: Estas palavras são dig- no retorno de Jesus. Para quem crê,
nas de confiança e verdadeiras (Ap o advento é certo e produz felici-
22:6). Fidelidade e verdade são a pró- dade interior, mesmo diante de um
pria expressão de Deus e de Cristo, mundo mau, dominado pelo medo e
no livro (Ap 3:14, 19:11). João ouve pela intolerância.
do anjo a confirmação final de que 2. Proclame com urgência! No
o que ele recebeu veio do próprio versículo 10, João é instruído a não
Deus; é palavra revelada, com autori- selar as palavras do livro. Quando
dade sobre a igreja. O livro desvela a os profetas recebiam revelações que
própria conclusão da história. não diziam respeito ao seu tempo,
Toda a tradição profética é evoca- mas a alguma época futura, rece-
da: ... o Deus que inspira os profetas, biam a ordem de selar o livro de sua
enviou o seu anjo para mostrar aos profecia (Is 8:16; Dn 8:26, 12:4). No
seus servos o que deve acontecer livro de Daniel, é dada esta instru-
muito em breve (Ap 22:6b). O Es- ção: ... sele as palavras deste livro até
pírito que se manifestou em tantos
profetas está presente no Apocalip- 2. Lopes (2005:380).

106 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


o tempo do fim (Dn 12:9). A João, injustiça (...); e quem é santo, conti-
é dito o contrário. Essa é uma ca- nue se santificando (Ap 22:11). Esse
racterística singular do Apocalipse e texto, porém, não é um apelo para
demonstra uma verdade importante: que se continue pecando.
o tempo do fim é o tempo em que João conta-nos sobre uma épo-
vivemos. ca em que as pessoas não mudarão
A profecia do Apocalipse não era mais suas decisões, em que não ha-
e não é para uma geração de cristãos verá arrependimento, nem aposta-
distantes: é para a igreja cristã de to- sia, em que a posição que as pesso-
das as épocas, desde a época de João as tomarão a favor de Cristo ou do
até a nossa. A igreja primitiva “vivia na anticristo será determinante, final e
expectativa da volta iminente do Se- irrevogável. É possível que o texto
nhor; mas esta é a obrigação de cada trate da época da grande tribulação
geração de crentes”. Por isso, o livro (Ap 9:20-21, 16:9,11), quando o
deve estar aberto e disponível a todos. coração dos homens se endurecerá
Cristo logo virá! Sua vinda já era bre- tanto que Deus os entregará ao seu
ve para a primeira geração de leitores, próprio estado.
muito mais breve é para esta geração Se isso é verdade em relação aos
de cristãos do início do século XXI . ímpios, é, também, em relação aos
Essa verdade precisa ser anunciada. santos. Estes hão de perseverar cada
As palavras do livro não estão se- vez mais em fazer a vontade de Deus.
ladas, isto é, não devem ser segre- Na época da grande tribulação, os sal-
do para ninguém. A mensagem do vos estarão tão certos de sua decisão
evangelho, a vitória de Cristo e de que ficarão ao lado de Cristo até o fim,
sua igreja precisa ser prontamente custe o que custar. Eles têm suas ves-
anunciada por toda e qualquer gera- tes lavadas (Ap 22:14), em contraste
ção que ainda tiver acesso ao texto. com os perversos, que não estarão na
A oportunidade da vida eterna ainda nova Jerusalém (v.15). Estejamos cer-
está aberta, e só é possível pelo la- tos de que estamos entre dos salvos.
var regenerador de Cristo Jesus. Esta 4. Alegre-se! João deixou claro
é uma grande responsabilidade de que haverá uma época em que as
cada crente: anunciar a salvação e o pessoas serão tão perversas que não
juízo de Deus por meio de Cristo. desejarão mais Deus (Ap 22:11) e que
3. Prepare-se! Depois de anun- Cristo vem julgá-las, segundo as suas
ciar que a volta de Cristo está próxi- obras (v.12). Se o Apocalipse termi-
ma, parece-nos que João transporta nasse aqui, poderíamos ficar com a
sua mente para o fim dos tempos. impressão de que os santos e justos
Ele diz: Quem é injusto, continue na estão nessa condição por suas boas

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obras. Contudo, temos uma verdade água da vida (Ap 22:17). Como já foi
que não pode passar despercebida, dito, virá a hora em que será tarde
a última bem-aventurança do crente demais para arrepender-se e voltar-
registrada na Bíblia: ... felizes os que se para Cristo. Contudo, essa hora
lavam as suas vestes (v.14). e esse dia ainda não chegaram. Por
Somente com as obras, sem as isso, em nosso tempo, o Espírito e a
vestes lavadas, você seria o mais igreja continuam ansiando, desespe-
infeliz dos homens. O que é ter as radamente, pela presença do noivo,
vestes lavadas? É ser perdoado, ter e continuam convidando os seden-
seu pecado purificado por Jesus, tos a fazerem o mesmo.
experimentar os benefícios da obra Temos um claro convite a quem se
expiatória de Cristo. Os santos são aproxima do livro a juntar-se à noi-
justos por causa de Jesus. Por cau- va de Cristo, a igreja, em seu clamor
sa dele, podem ter acesso à árvore pelo noivo. Ela conclama os sedentos
da vida, isto é, viver eternamente a conhecerem o seu amado, Jesus,
(v.15b); podem, também, entrar na aquele que satisfaz. Só ele tem a
cidade pelas portas e ser reconheci- água da vida.
dos, definitivamente, como cidadãos Mais uma vez se estabelece a clara
do Reino (v.15c). necessidade da proclamação do evan-
Quando isso acontecer, será su- gelho para aqueles que estão distan-
prema a felicidade. Não haverá mais tes da mensagem. A igreja que espe-
choro, pranto, ataques do maligno, ra Cristo voltar é comprometida em
da natureza ou de outros homens: anunciar o evangelho, pois somente
somente um estado geral e eterno dessa forma a ação do Espírito pode
de feliz comunhão entre homens, ser eficaz nos sedentos (Rm 10:14-15).
Deus. Não há felicidade que possa se A proclamação é elemento funda-
comparar a essa! Desfrutar da árvo- mental do despertamento espiritual.
re da vida e entrar na cidade santa 6. Seja íntegro! João está para
pelas portas são bênçãos reservadas fechar o livro. Por isso, nos versículos
àqueles que lavaram as suas vestes 18 e 19, apresenta algumas adver-
em Cristo (Ap 7:14). Agradeça, seja tências para que ninguém acrescen-
feliz e viva de modo digno do pre- te ou subtraia algo da verdade reve-
sente recebido. lada na profecia. Essa contraposição
5. Junte-se aos salvos! No final apresenta um chamado à integrida-
do livro, temos o convite: O Espírito de. João está conclamando seus lei-
e a noiva dizem: Vem. E quem ouve tores a aceitarem a autoridade divina
diga: vem. Que tem sede, venha; da profecia que ele acaba de escre-
e quem quiser, receba de graça da ver, sem a adulterarem.

108 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


Não nos esqueçamos de que o li- dada por Deus.5 Por isso mesmo, de
vro de Apocalipse foi enviado às sete todos que a distorcem, Deus tirará a
igrejas da Ásia (Ap 1:11) e que seria parte na árvore da vida e na cidade
lido em voz alta nessas igrejas (1:3). santa (Ap 22:19). Só depois dessa
Essa sua exortação é para aqueles dura advertência, João fecha o livro,
que “ouvem” as palavras do livro (Ap com o clamor: Ora vem, Senhor Jesus!
22:18). O apóstolo está preocupado (v.20) e com a saudação final (v.21).
com distorções e perversões delibe- Chegamos ao fim desta primeira
radas da mensagem do livro.3 Pode parte de nosso estudo. Dizer: Ora
ser que, aqui, ele tenha em mente, vem, Senhor Jesus! Maranata! im-
principalmente, os falsos mestres, plica ansiedade, responsabilidade e
que acrescentam ou omitem a ver- consciência do justo juízo de Deus.
dade de Deus.4 Não é prudente fazer esse pedido
Em Apocalipse 22:19, João mostra sem a compreensão de todo o con-
o quanto é sério falsificar a palavra texto em que está inserido, em Apo-
de Deus, que não é uma descoberta calipse 22. Agora que já analisamos
ou invenção humana, mas a verdade esse contexto, meditemos em duas
aplicações práticas.
3. Ladd, op. cit., p.220.
4. Osborne (2014:889). 5. Ladd, op. cit., idem.

01. Leia Ap 22:6-7 e comente com a classe sobre a grande certeza


apresentada por João, nas palavras finais do Apocalipse.

02. Aponte a necessidade da proclamação e da vida que espera com


perseverança, com base em Ap 22:8-12, 15-17.

03. Por que é feliz quem lava as suas vestes no sangue do Cordeiro?
O que isso significa? Leia Ap 7:14, 22:14.

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04. Após ler Ap 22:18-21, explique a postura de integridade exigida
de quem aguarda a segunda vinda do Senhor Jesus.

II O TEXTO BÍBLICO APLICADO

1. Espere a volta de Cristo com vestes (Ap 22:15a), isto é, perdoou


ansiedade e gratidão. nossos pecados.
O clamor do apóstolo João, em Todos que passam por essa pu-
Apocalipse 22:20, deve ser o cla- rificação de suas vestes ganham o
mor e o desejo de todo cristão. direito à árvore da vida, e podem
Contudo, na mesma medida em adentrar na Cidade através de seus
que o nosso desejo pelo regresso portais (Ap 22:15b). Essa não é uma
de Jesus aumenta, também deve promessa maravilhosa? Aguarde an-
aumentar o nosso desejo por fazer siosamente a volta de Cristo, e, en-
a sua vontade. Esse desejo deve quanto aguarda, viva para fazer a
ser em gratidão em razão do que vontade de Deus, com base no que
Cristo fez por nós: lavou nossas ele já fez por você.

05. O que significa dizer que devemos esperar a volta de Cristo com
ansiedade e gratidão? Baseie-se na primeira aplicação.

2. Espere a volta de Cristo com Todo aquele que estuda esse livro,
integridade e testemunho. hoje, ou qualquer outra parte da Bí-
Enquanto aguardamos a volta de blia, deve fugir da tentação de mudar
Cristo, devemos tratar a mensagem o seu conteúdo intencionalmente. É
da Escritura, como um todo, com muito sério brincar com o conteúdo
cuidado e respeito, sem a distorcer. da palavra de Deus!
Essa foi a última das advertências de Se, por um lado, a distorção
João, no Apocalipse (Ap 22:18-19). das palavras do Apocalipse é con-

110 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


denada, por outro, a obediência a as palavras proféticas deste livro
estas e o seu anúncio são incenti- (v.10). Aceitemos as palavras do
vados: Feliz aquele que guarda as livro como legítimas! Obedeçamos
palavras proféticas deste livro (Ap as suas exortações! Proclamemos o
22:7); Não guardes em segredo seu conteúdo!

06. O que significa dizer que devemos esperar a volta de Cristo com
integridade e testemunho? Baseie-se na segunda aplicação.

DESAFIO DA SEMANA

Depois de tantos estudos sobre o Apocalipse, é hora de es-


perar mais convicção de que vivemos os últimos dias. Você está
preparado para o encontro final? Se essa é a pergunta, o desafio
é um só: Prepare-se! Não se deixe enganar pela ilusória sedu-
ção do seu coração, nem pelas armadilhas do inimigo. Estamos
prestes a iniciar um novo ano. Seu desafio será incluir o clamor
final do apóstolo João, em sua lista de oração, na virada no ano:
Maranata! Não ore, apenas, mas proclame ainda mais essa men-
sagem aos sedentos. Que o Espírito esteja sobre sua vida; que a
Palavra de Cristo seja a sua espada; a salvação e a esperança, o
que ocupe a sua mente e o seu coração.

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SÁBADO ESPECIAL
Sugestão para programa de culto

Abertura Louvores:

Hino: Em nada ponho a minha fé


169 HBJ – “Mais de Cristo” HBJ 260 / BJ 121
Em nada ponho a minha fé,
Leitura bíblica: 1 Coríntios 9:16-18 Senão na graça de Jesus;
No sacrifício remidor,
Se anuncio o evangelho, não tenho No sangue do bom Redentor.
de que me gloriar, pois sobre mim
pesa essa obrigação; porque ai de A minha fé e o meu amor
mim se não pregar o Evangelho. E Estão firmados no Senhor,
por isso, se o faço de boa mente, te- Estão firmados no Senhor.
rei prêmio; mas, se de má vontade,
apenas uma dispensação me é con- Se lhe não posso a face ver,
fiada. Logo, que prêmio tenho? Que, Na sua graça vou viver;
evangelizando, proponha de graça o Em cada transe, sem falhar,
evangelho de Cristo para não abusar Sempre hei de nele confiar.
do meu poder no evangelho.
Seu juramento e mui leal,
Oração Abriga-me no temporal;
Ao vir cercar-me a tentação,
Palavra pastoral É Cristo a minha salvação.

112 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


Assim que o seu clarim soar, Numa rude cruz me salvaste,
Irei com ele me encontrar; Derramaste ali teu amor;
E gozarei da redenção Minh’alma cantará: Aleluia!
Com todos que no céu estão. Glória e honra a ti, Senhor!

Dedicação de dízimos e ofertas Quando a pedra se moveu e nada se


(Música instrumental ou cântico) encontrou,
Aleluia! Glória a Deus! Jesus ressus-
Cordeiro que sofreu citou!
Hillsong Brasil: https://www.youtube.com/watch?-
v=5U6_iqcQJPo Numa rude cruz me salvaste,
O Cordeiro que sofreu, traído pelos Derramaste ali teu amor;
seus, Minh’alma cantará: Aleluia!
Ele carregou por mim todo o pecado Glória e honra a ti, Senhor!
meu.
Em silêncio suportou açoite, escárnio Jesus é o centro
e dor Davi Sacer: http://www.cifraclub.com.br/davi-sacer/
E, em obediência ao Pai, na cruz se jesus-e-o-centro/
entregou. Jesus é o centro de tudo que há,
Jesus é o centro de tudo que há,
Numa rude cruz me salvaste, O início e o fim, desde a eternidade,
Derramaste ali teu amor; Tudo é sobre Jesus (Jesus)
Minh’alma cantará: Aleluia!
Glória e honra a ti, Senhor! Nada mais importa, nada se compa-
ra a ti!
Unigênito de Deus, vieste redimir Jesus, tu és o centro e tudo aponta
E perdoar a todo que se entregar a ti. para ti Jesus!

Numa rude cruz me salvaste, Jesus é o centro de todo o meu ser,


Derramaste ali teu amor; Jesus é o centro de todo o meu ser,
Minh’alma cantará: Aleluia! Meu início, meio e fim.
Glória e honra a ti, Senhor! Que eu viva sempre para ti, meu
Jesus!
Tudo pago está, nada devo mais,
Pelo sangue que derramou na cruz. Nada mais importa, nada se compara
O pecado já não me prende mais! a ti
Quem Jesus livrar, livre viverá! Jesus tu és o centro e tudo aponta
para ti Jesus

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Que, em meu coração, Cristo seja o Mensagem bíblica: “Nada pode
centro nos calar”
e todo o meu ser mostre quem tu és!
Apelo e oração
Jesus é o centro de sua igreja,
Jesus é o centro de sua igreja. Hino: 377 HBJ / 242 BJ – “Cristo co-
Um dia ele virá! mandante”
Com a igreja, eu vou me encontrar
com Jesus. Bênção apostólica
Jesus, Jesus, Jesus.

Que, em meu coração, Cristo seja o


centro
E todo o meu ser mostre quem tu és!

114 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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118 Lições Bíblicas – 4º Trimestre de 2015


Lição 11

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LADD, George Eldon. Apocalipse: introdução e comentário. Tradução de


Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1980.

Lição 12

LADD, George Eldon. Apocalipse: introdução e comentário. São Paulo: Mun-


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as presentes como as que estão por vir. São Paulo: GEVC, 2014.

Lição 13

KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. Tradução de Valter Martins. São Paulo:


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