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Revisão-Geral:
Ev. João Bosco de Lima
Autores/Comentaristas:
Bp. Antônio Tarcísio Barros
Ir. Atália da Costa Rebouças
Ir. Damiana Sheila Gurgel Praxedes
Pr. David Marroque Teixeira
Pb. Girnaldo Andrade Silva
Ir. Keila Siméia de Melo Teixeira Costa
Ir. Maria Helena de Melo Teixeira
Ir. Nicélia Lima Morais
Pb. Tiago de Lima Fernandes
A dona Gorete, minha amada mãe, que sempre vinha perguntar o que
eu fazia com a luz do quarto acesa até altas horas da noite [uma das formas
carinhosas dela demonstrar seu amor e preocupação comigo].
Por fim, agradeço aos irmãos Raimar Vale, Júlio César, Ítala Lima
e Annabel Mayara, os quais, em menor ou maior grau, contribuíram e/ou
apoiaram com esse Projeto.
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ESTIMULAR o surgimento de novos mestres e melhor capacitar os
existentes, para que possam ensinar a Palavra com fidelidade e
dedicação, seguindo a orientação que o Apóstolo Paulo deu a igreja em
Roma: “o que ensina esmere-se no fazê-lo” (Rm.12.7b).
ANIMAR os irmãos que forem discipulados a fazerem o mesmo, dando
continuidade a esse serviço para que, quando Aquele que distribuiu os
talentos vier prestar contas, nós possamos ter multiplicado aquilo que
recebemos (Mt.25.14-30). Afinal, “de graça recebestes, de graça dai”
(Mt.10.8).
Os autores
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IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
END. PRAÇA DA REDENÇÃO, Nº. 100. APODI-RN. CEP 59.700-000
www.igrejadecristoapodi.blogspot.com
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TEXTO-BASE:
“(...) a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1ª Timóteo 3.15).
INTRODUÇÃO
Todo crente, membro ou congregado na IGREJA DE CRISTO deve conhecer a história
de sua igreja. Ele precisa conhecê-la não só para sua segurança, mas também para ensinar a
quem lhe pedir essa informação. Algumas perguntas pertinentes ao tema desta lição são: Como
surgiu a ICB? Onde e quando nasceu? Quem foram os obreiros pioneiros? No que crê a
ICB? Esses e outros questionamentos merecem ser respondidos e são de fundamental
importância para toda membresia da igreja, pois cada discípulo pode e deve estar bem
informado a respeito desses assuntos.
1
Efésios 2.8,9 - Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras,
para que ninguém se glorie.
2
João 3.16 - Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
3
Romanos 5.8 - Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo
nós ainda pecadores.
4
João 5.24 - Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a
vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.
5
João 10.28 - Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.
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Além dos pastores das fotos acima, foram também pioneiros na organização da ICB o
PASTOR Gumercindo Medeiros; os PRESBÍTEROS Cândido Barreto e Tomaz Benvindo
e os EVANGELISTAS João Morais, Domingos Barreto e Francisco Alves, dos quais não
dispomos de imagens.
A partir de então, este corpo de obreiros continuou a trabalhar para o Senhor, mas sem
a cobertura de uma denominação, pregando o evangelho e ganhando almas para Jesus.
Todos os líderes citados neste tópico encontram-se atualmente na glória com o Senhor
Jesus Cristo. Destes pioneiros, o que permaneceu mais tempo entre nós foi o Pr. João Vicente
de Queiroz, que pastoreou a Igreja de Cristo em Fortaleza-CE por longos anos – de 1946 a 1997
– tendo passado a morar com o Senhor Jesus no dia 17 de agosto de 1997, com mais de 91
(noventa e um) anos de idade.
Todos os obreiros já citados, os quais se desligaram da AD pelos motivos já expostos,
passaram a sofrer perseguição e desdém por parte dessa igreja. A AD reagiu à saída do grupo
dissidente os perseguindo e procurando ridicularizá-los ao valer-se de apelidos que alguns
daqueles tinham: Manoel Higino era chamado de “manequim”, por isso os que o seguiram
ficaram conhecidos, jocosamente, por “manequistas”; Eustáquio era o “taquinho”, daí a
expressão os “crentes de taquinho”; João Queiroz era “João Cambé”, daí a expressão os
“crentes de Cambé”. Era uma maneira de humilhar e desprezar a nova igreja que dava sinais
de vida.
Depois de algum tempo, não se sabe precisamente quanto, ao meditarem em Mateus
16.18 , os pioneiros tiveram a inspiração que lhes revelou o nome “IGREJA DE CRISTO”,
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nome este que permanece até hoje e que haverá de permanecer até chegar ao céu. Jesus Cristo
foi quem disse: “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Logo, a Igreja é de Cristo. As
outras denominações tem o nome que têm somente aqui na Terra. A Igreja de Cristo não
precisará mudar de nome nem na glória, pois já tem o nome com qual permanecerá eternamente
no céu. Parabéns a você que é da IGREJA DE CRISTO e glória a DEUS pela obra deixada por
nossos amados irmãos pioneiros!
6
Mateus 16.18 - Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela.
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3) QUANDO E ONDE NASCEU A IGREJA DE CRISTO?
A Igreja de Cristo foi organizada no dia 13 de Dezembro de 1932. Foi a primeira
igreja brasileira que nasceu no Nordeste, uma região pobre, com escassos recursos
financeiros, o que tornou seu trabalho de implantação e consolidação ainda mais difícil. Foi
também a primeira igreja brasileira fundada por missionários brasileiros. A ICB não
nasceu numa capital e sim no interior, mais precisamente em Mossoró-RN, de onde se estendeu
para a região, depois para outros estados, e hoje está presente em quase todas as unidades da
federação. As demais denominações, historicamente, sempre vieram dos grandes centros para,
posteriormente, se expandirem para o interior: medida esta bem mais vantajosa
economicamente. Contrariando esta lógica, a IC partiu de Mossoró-RN com suas dificuldades,
alcançando paulatinamente outras cidades e enfrentando “predadores” que invadiam os
trabalhos iniciados e tomavam os crentes e até os templos da IC. Exemplo desse desserviço
prestado por outras denominações que, aproveitando-se do momento de implantação da IC
levaram muitos dos nossos membros, foi o que ocorreu na cidade de Mossoró, em Serrinha do
Canto e em Moreno (município de Caraúbas). Nesses locais, a IC sofreu perdas para os Batistas.
As dificuldades foram muitas, bem maiores do que as que hoje enfrentamos. Além disso, houve
também perseguições religiosas por parte do catolicismo que combatia vorazmente a igreja
evangélica que, se não é a graça de Deus que esteve e está ao nosso lado, teríamos sido
engolidos vivos; mas, o Senhor nos deu graça e aqui estamos nós.
4) DESENVOLVIMENTO DA ICB
Podemos dividir a história da ICB nos seguintes momentos:
1932-1960 (O Primeiro Amor): Neste período a igreja vive uma grande motivação
evangelizadora, o que provocou um expressivo crescimento. Abriram-se trabalhos em
diversas localidades, tais como em Melancias 7 (Apodi), Itaú, Tabuleiro Grande, Apanha
Peixe (Caraúbas) e Pau dos Ferros.
Décadas de 70 e 80 (O Grande Avivamento): Esse grande avivamento iniciou-se na
IC em Parque Araxá, Fortaleza-CE, na década de 70. Ele revolucionou a Igreja no Ceará
e isso se refletiu no Rio Grande do Norte, resultando em calorosas reuniões de oração,
curas, milagres, revestimento de poder e manifestação de dons espirituais, surgindo
vários trabalhos e novos obreiros sendo vocacionados a seara. Um dos grandes frutos
desse período foi a criação do Seminário da Igreja de Cristo na cidade de Fortaleza, que
contribuiu com a formação de diversos obreiros.
Década de 90 e seguintes (Melhoramentos e consolidação na Estrutura da ICB): A
Igreja tem vivido definições organizacionais internas, tais como projetos de apoio aos
obreiros, projetos de missões e nova estrutura organizacional em nível regional e
nacional.
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A casa de oração da IC em Melancias é a nossa congregação mais antiga entre as congregações da IC em Apodi.
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primeira e única na época a defender que o crente recebe o batismo com Espírito Santo no
momento da conversão (cf. Gl.3.5; Lc.24.49), o que é diferente de revestimento de poder (mais
informações sobre esse assunto na Lição 06: Doutrina do Espírito Santo).
A IC tem acesso as mais diversas denominações, desde as chamadas tradicionais até as
pentecostais. A IC sempre desenvolveu o espírito de unidade do corpo de Cristo, nos mais
diversos segmentos do protestantismo.
5) TEMPOS DIFÍCEIS
A região oeste também faz parte dessa história e temos aqui um pequeno esclarecimento
sobre ela. Podem surgir os seguintes questionamentos: Por que existem duas Igrejas de
Cristo em Apodi? E por que duas regiões Oeste?
Até o ano de 2000 havia uma região só, até se levantar um pequeno grupo de obreiros
que, semeando a discórdia, queriam tomar a igreja de Apodi para si. Inicialmente, esse grupo
tentou levantar a Igreja contra seu pastor, à época, o Pr. David Marroque. Usavam o púlpito da
Igreja para tecer acusações contra o pastor e conseguiram criar um clima insuportável entre a
membresia, a ponto de o pastor David resolver sair, achando que a igreja queria mesmo que ele
saísse. O Pr. David chegou a anunciar sua saída, convidou o obreiro que seria seu substituto,
marcou a data para a posse do mesmo e até arranjou o carro para fazer a mudança. Tudo estava
pronto: só faltava acontecer. Então a Igreja reagiu ao fazer o seguinte questionamento: “Por
que o pastor vai embora?”. Ao tomar conhecimento de toda a situação, a igreja manifestou-se
contrária ao grupo responsável por promover essa situação conflituosa. Felizmente, o pastor
David, apoiado por quase toda membresia da ICA (exceto os obreiros que estavam promovendo
essa situação e seus familiares) permaneceu e está à frente da ICA até o dia de hoje. Tal grupo,
composto de um pastor, três presbíteros e um evangelista com suas respectivas famílias, saíram
e organizaram de modo irregular uma segunda Igreja de Cristo, no bairro Lagoa Seca. Foi um
movimento traiçoeiro que teve o apoio do então presidente do Conselho Nacional da IC, o qual
também agiu traiçoeiramente, pois ele foi conivente e cooperou de maneira direta com a divisão
da igreja e da região. Mas, não para por aí. Os apoiadores dessa segunda igreja saíram na região
disseminando a semente do mal, acompanhados do grupo dissidente, e tomaram o domínio de
toda a região oeste, ficando o pastor David sozinho em Apodi, no que se refere a região. Em
razão disso, o Pr. David pretendeu criar um meio para proteger a ICA. Foi quando alguns
obreiros da região procuraram-no demonstrando apoio e pedindo–o para que fosse formada uma
região à qual eles se filiariam, pois também não concordavam com o que acabava de acontecer.
Daí surgiu a região oeste RN, PB, PE, BA, SP e MG, onde a nossa IC em Apodi tem trabalhado
com muita determinação.
É notório o crescimento que tem acontecido e, com a graça de Deus, dezenove 8 igrejas
novas fazem parte da nossa região, implantadas pela IC em Apodi [além de várias outras
congregações no município de Apodi e fora dele]. O nosso trabalho tem crescido e Deus tem
abençoado a obra das nossas mãos. Então podemos dizer com muita segurança: “Se Deus é por
nós, quem será contra nós?” (Rm.8.31). Há a possibilidade de um retorno para que sejam
unificadas as duas regiões e as duas igrejas que se separaram? Se houver, é muito remota.
As partes se tornaram antagônicas e a confiança, fator indispensável em qualquer relação, não
existe mais. Contudo, sempre pode ocorrer uma ação de Deus interferindo na questão, o que
pode mudar tudo isso.
O seu conhecimento dessa história, querido irmão, deve ajudá-lo a ser mais zeloso e
comprometido com a obra de Deus e com a IC em Apodi. Afinal, Jesus afirmou a seus
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São elas: Mossoró, Severiano Melo, Angicos, Caraúbas, Pau dos Ferros, Currais Novos, Ceará-mirim, Pilões,
Encanto, São Miguel, Coronel João Pessoa, Dr. Severiano, Água Nova, Petrolina (PE), Juazeiro (BA), Jacobina
(BA), Irecê (BA), Carapicuíba (SP) e Pouso Alegre (MG).
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discípulos: “É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm!”
(Lucas 17.1).
6) NO QUE CRÊ A IGREJA DE CRISTO?
O seu credo ajuda a definir quem você é. Como igreja que proclama o Evangelho do
Reino de Deus, em linhas gerais, cremos:
CONCLUSÃO
Esta lição teve o propósito de abordar a História da ICB sem a pretensão de esgotá-la.
Isto foi o básico. Esperamos que você tenha tido proveito ao lê-la e que tais ensinos possam lhe
ajudar no conhecimento da sua igreja, bem como também ajudar outros a conhecê-la melhor.
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IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
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TEXTOS-BASE:
• “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e
perfeitamente preparado para toda boa obra” (2ª Timóteo 3.16,17).
INTRODUÇÃO
Bibliologia – Disciplina da Teologia voltada para o estudo da Palavra de Deus – é
também conhecida como Isagoge (termo grego que significa conduzir para dentro), e tem como
objetivo introduzir o cristão nos mistérios revelados pelo Senhor Deus através das Sagradas
Escrituras. Dessa forma, Bibliologia é o estudo dos assuntos inerentes à Bíblia. Essa matéria
auxilia o crente a desvendar a Palavra de Deus, a obter compreensão sobre a Bíblia e é
indispensável a qualquer área da Teologia, elucidando inumeráveis fatos bíblicos. Um dos
pontos mais importantes da Bibliologia é o estudo do milagre bíblico, ou seja, a forma
impressionante com que os textos foram escritos, preservados e trazidos até os tempos atuais.
Na lição de hoje estudaremos sobre como a Bíblia é rica em detalhes referentes aos fatos
que nos revela. A compreensão da riqueza dos fatos registrados na Bíblia ajuda o crente a
compreender melhor a vontade de Deus revelada em Sua Palavra. Espero que a partir desse
estudo você possa ser beneficiado com o crescimento espiritual e sinta-se mais desejoso em
permanecer saciando sua sede na infindável fonte que é o Livro Santo.
Para melhor compreensão da Bíblia alguns auxílios podem ser utilizados: um dicionário
secular, um dicionário bíblico, livros escritos por comentarista cristãos, etc. A maioria das
Bíblias de Estudo já vem equipadas com chave e dicionário bíblico, além de notas de rodapé e
mapas que auxiliam no estudo do texto sagrado. Além dos auxílios acima citados, a Bíblia é o
livro que deve ser lido com reverência e em oração, para que o Espírito Santo, que é seu maior
intérprete, possa atuar sobre cada um dando a exata dimensão da vontade de Deus.
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1) A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS
A Bíblia é o único livro na história da humanidade que revela a Deus, ou ainda, que é a
palavra do próprio Deus. Todas as demais obras não conseguem provar por si próprio que tem
como autor o Senhor de todo o Universo. Somente a Bíblia conta a maior história de amor,
jamais revelada de outra forma, a não ser a do Senhor Jesus Cristo, para salvação da
humanidade. Somente a mensagem da Bíblia é capaz, na direção do Espírito Santo, de conduzir
o homem em todas as áreas de sua vida: “Bem-aventurado o varão que não anda segundo o
conselho dos ímpios... antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de
noite.” (Sl.1.1,2).
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a) Conhecendo o seu autor - A Bíblia é o único livro cujo autor está presente quando alguém
o está lendo, independentemente do horário. Ninguém explica melhor um livro do que seu
próprio autor. Conhecendo e amando o autor da Bíblia, fica mais fácil compreender Sua
vontade.
b) Diariamente - Como alimento espiritual, a Bíblia só surte efeito desejável se for degustada
diariamente, como nossas principais refeições. Caso isso não aconteça, o crente será alvo da
destruição espiritual (Dt.17.19; Jo.16.12; Hb.5.12; Mc. 4.33).
d) Com oração - A melhor leitura bíblica é aquela feita vagarosamente, com meditação, a
exemplo dos servos de Deus no passado (Sl.119.12,18; Dn.9.21-23; Sl.73.16-17). A meditação
aprofunda a compreensão. Orar significa conversar com Deus. Meditar significa ler com
reflexão procurando, de fato, compreender o que se está lendo.
e) Completamente - Existem textos bíblicos que não recebem a devida atenção dos seus
leitores. Ler a Bíblia toda, em atitude de oração e meditação, ajuda a compreender melhor Sua
mensagem. Sendo a Palavra de Deus, a Bíblia é infinita em sua mensagem, mas nem por isso
devemos desistir de estar sempre buscando mais. O Espírito Santo nos ajuda nessa caminhada
de compreensão da vontade de Deus (Rm.11.33,34; 1ª Co.13.12; Dt.29.29).
5) BÍBLIA – O LIVRO
Não encontramos o vocábulo “Bíblia” no texto das Sagradas Escrituras. Esse nome
provém do grego, tendo como origem o termo “papiro”. A forma de escrita mais disseminada
na Antiguidade era com o uso do papiro. Por sua vez, os gregos chamavam o papiro de biblos,
um rolo de papiro era um bíblion e vários destes era uma “bíblia” ou livro. A palavra “bíblia”
significa, assim, “livros pequenos” ou “coleção de livros pequenos”.
O papiro foi um dos principais materiais usados para escrever os manuscritos
bíblicos. O centro da indústria do papiro era o Egito, onde teve início a sua utilização. Antes
do surgimento dos equipamentos gráficos os livros eram escritos à mão, em forma de rolos, em
materiais como o papiro ou pergaminho. O papiro era uma planta que crescia junto aos rios. A
entrecasca, depois de beneficiada, formava rolos de grande extensão, permitindo a escrita. A
Bíblia menciona o papiro diversas vezes: Ex.2.3; Jó.8.11; Is.18.2 sã exemplos disso. Em
15
algumas passagens, a Bíblia menciona o junco no lugar do papiro. Na verdade, o papiro era
extraído de uma espécie de junco gigante. A palavra papel também é derivada de papiro. O uso
desse material data do ano 3 mil antes de Cristo.
O pergaminho foi o outro material usado para escrever os manuscritos bíblicos.
Esse nome está relacionado com Pérgamo, cidade que ficou famosa pela fabricação de
pergaminhos, cuja matéria-prima era peles de animais, sendo um material bem mais durável e
resistente que o papiro para a escrita (2ª Tm.4.13). O pergaminho é um material de uso mais
recente, aplicado a partir do Novo Testamento.
Mais recentemente ainda, no final da Idade Média, foi inventada a imprensa. O
primeiro livro impresso foi a Bíblia, em 1452, em alemão. A partir de então, a difusão dos
ensinos bíblicos tornou-se mais rápida e eficiente. Hoje a Bíblia é divulgada de diversas formas,
inclusive por meio de gravação (áudio), vídeos, programas de computador, Internet e outros
meios.
Os estudiosos no assunto afirmam que a expressão "Bíblia” foi primeiramente adotada
por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no V século de nossa era.
Alguns outros nomes pelos quais a Bíblia é conhecida: Escrituras (Mt.21.42); Sagradas
Escrituras (Rm.1.2); Livro do Senhor (Is.34.16); A Palavra de Deus (Mc.7.13; Hb.4.12); Os
oráculos de Deus (Rm.3.2).
A Arqueologia moderna tem sido a maior fonte científica que comprova a infalibilidade
do Livro Sagrado. A história da Bíblia, como chegou até nós, é encontrada em seus manuscritos.
Manuscritos são livros da antiga literatura, escritos à mão.
6) A ESTRUTURA DA BÍBLIA
A Bíblia divide-se em duas partes principais: o Antigo e o Novo Testamento, tendo ao
todo 66 (sessenta e seis) livros, 39 (trinta e nove) no Antigo Testamento e 27 (vinte e sete) no
Novo. Esses livros foram escritos no período de 16 (dezesseis) séculos e tiveram cerca de 40
(quarenta) escritores. Foram pessoas de diversas épocas, línguas e profissões, mas revelando
uma mesma mensagem: que o Supremo Autor desejou passar. Aqui está o grande milagre da
Bíblia.
Testamento vem do grego “diatheke” e significa aliança ou concerto. Hoje, testamento
é um documento que contém a vontade de uma pessoa quanto à distribuição de seus bens após
a morte. Essa duplicidade de sentido ensina que a morte do testador (Cristo) ratificou ou selou
a Nova Aliança, o que nos garante toda a sua herança (Hb.9.15-17). O termo Antigo Testamento
foi usado pela primeira vez por Tertuliano e Orígenes.
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escolhida a expressão "testamento", já que na carta aos Hebreus estes pactos somente tiveram
valor em virtude de derramamento de sangue (Hb.9.1-8,16,17).
O Antigo Testamento foi produzido no ambiente histórico e cultural do Egito, da
Mesopotâmia e das nações historicamente relacionadas com essas terras. Ele foi escrito
originalmente em hebraico, com alguns trechos em aramaico e em persa. Divide-se
basicamente em quatro grupos de livros: Lei, História, Poesia e Profecia.
a) Lei - São 05 livros: Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio. Mais conhecidos
como Pentateuco, esses livros tratam da origem de todas as coisas, da lei e do estabelecimento
da nação israelita.
b) História - São 12 livros: de Josué a Ester. Ocupam-se da história de Israel em seus diversos
períodos, principalmente a Teocracia (governo de Deus sob os Juízes); a Monarquia (governo
de um único rei, sob Saul, Davi e Salomão); Divisão dos reinos de Judá e Israel, sendo Israel
levado cativo para a Assíria e Judá para a Babilônia; Pós-cativeiro (sob Zorobabel, Esdras e
Neemias, em conjunto com os profetas).
c) Poesia - São cinco livros: de Jó a Cantares de Salomão. O nome poesia deve-se ao gênero
de seu conteúdo, não significa que sejam fantasiosos e fictícios. São também chamados de
devocionais ou literatura de Sabedoria.
d) Profecia - São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Podem ser divididos em Profetas Maiores
(cinco livros, de Isaías a Daniel), sendo quatro autores, visto que o livro de Lamentações se
atribui a Jeremias e, Profetas Menores (12 livros, de Oséias a Malaquias). O nome Profeta
Maiores ou Menores não tem nada a ver com o mérito ou notoriedade do profeta, mas,
principalmente, com a extensão do livro ou do ministério profético.
A classificação dos livros bíblicos não obedecem ordem cronológica, pois estão
agrupados por assuntos. A forma como estão dispostos teve origem na Septuaginta 9, através da
Vulgata10.
a) Biográficos - São os quatro Evangelhos. Descrevem a vida terrena de Jesus e seu ministério.
Os três primeiros Evangelhos são chamados de Sinópticos devido ao paralelismo existente entre
9
Septuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica traduzida em etapas para o grego koiné, entre o século III
a.C. e o século I a.C., em Alexandria. Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da Bíblia hebraica para o
grego, língua franca do Mediterrâneo oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande. A tradução ficou conhecida
como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e
dois rabinos (seis de cada uma das doze tribos) trabalharam nela e, segundo a tradição, teriam completado a
tradução em setenta e dois dias. A Septuaginta, desde o século I, é a versão clássica da Bíblia hebraica para os
cristãos de língua grega e foi usada como base para diversas traduções da Bíblia.
10
No sentido corrente, Vulgata é a tradução da Bíblia para o latim, escrita no século IV e início do século V.
17
eles. Os Evangelhos são os livros mais importantes da Bíblia. Os demais livros são uma
preparação para a vinda de Cristo ou uma explicação sobre a doutrina de Cristo.
c) Epístolas - São 21 (vinte e uma) cartas e vão de Romanos a Judas. Elas contêm a doutrina
da Igreja. Podem ser divididas da seguinte forma: (I) Nove são dirigidas a igrejas (de Romanos
a 2ª Tessalonicenses); (II) Quatro são dirigidas a indivíduos (duas a Timóteo, uma a Tito e outra
a Filemon); (III) Uma é dirigida aos hebreus cristãos; (IV) Sete são dirigidas a todos
indistintamente (Tiago; 1ª e 2ª Pedro; 1ª, 2ª e 3ª João e Judas). Estas últimas são também
chamadas de universais, ou gerais, mesmo sendo duas delas serem dirigidas a pessoas (2ª e 3ª
João).
d) Profecia - Trata-se do livro de Apocalipse ou Revelação. Esse Livro aborda os eventos finais
referentes ao universo, a terra, a igreja e ao destino da humanidade.
7) O CÂNON DA BÍBLIA
Cânon ou Escrituras Canônicas é a coleção completa dos livros divinamente inspirados,
constituindo a Bíblia. Cânon é uma palavra grega que significa vara reta de medir, assim como
uma régua de carpinteiro. A palavra aparece no original em Ez.40.5. No sentido religioso, cânon
significa norma, regra. Com esse sentido, aparece no original em vários textos do Novo
Testamento (Gl.6.16; 2ª Co.10.13, 15; Fp.3.16).
A Bíblia é a nossa norma ou regra de fé e prática. O termo cânon foi empregado pela
primeira vez por Orígenes (185-254 d.C.). Antes de Orígenes, as verdades reconhecidas pela
Igreja eram chamadas cânon. Diz-se livros bíblicos canônicos para diferenciá-los dos
apócrifos. Por volta do ano 90 d.C., em Jâmnia, perto da atual Jafa, na Palestina, os rabinos
num concílio sob a presidência de Joanan Bem Zakai, que tinha como finalidade a
reestruturação do judaísmo após a destruição do templo de Jerusalém (70 d.C.), reconheceram
e fixaram o cânon do AT. Houve muitos debates acerca da aprovação de certos livros. Note-se,
porém, que o trabalho desse Concílio foi apenas ratificar aquilo que já era aceito por todos os
judeus através dos séculos. Jâmnia, após a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. tornou-se
sede do Sinédrio - o supremo tribunal dos judeus. O reconhecimento e fixação do cânon do
Novo Testamento ocorreram no III Concílio de Catargo, no ano 397 d.C. Nessa ocasião os
27 (vinte e sete) livros que compõem o Novo Testamento foram reconhecidos e aceitos
como canônicos. No entanto, durante esses 400 (quatrocentos) anos de história da Igreja, os
livros e cartas eram lidos pelos crentes primitivos em suas reuniões, como referência de fé e
doutrina.
8) OS LIVROS APÓCRIFOS
Além dos livros canônicos existem os chamados "livros deuterocanônicos", ou seja, os
livros do "segundo cânon", que foi o cânon aprovado pela Igreja Romana no Concílio de Trento
(1545-1563), até hoje seguido pelos católicos. Nas Bíblias de edição católico-romana o total de
livros é em número de 73 (setenta e três), tendo a mais 7 (sete) livros apócrifos, além de 04
(quatro) acréscimos ou apêndices a livros canônicos, em um total de 11 (onze) escritos
apócrifos. Há 14 (catorze) escritos apócrifos, sendo 10 (dez) livros e 4 (quatro) acréscimos.
a) Os sete livros apócrifos constantes na edição católico romana são: Tobias (depois de
Esdras); Judite (depois de Tobias); Sabedoria de Salomão (depois de Cantares); Eclesiásticos
(depois de Sabedoria); Baruque (depois de Jeremias); I e II Macabeus.
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b) Os quatro acréscimos a livros canônicos são: Ester (10.4-16.24); Cântico dos Três Santos
Filhos (Daniel 3.24-90); História de Suzana (Daniel 13); Bel e o Dragão (Daniel 14).
c) Os demais apócrifos ainda aceitos pela Igreja Ortodoxa Grega são: III e IV Esdras e A
Oração de Manassés. São assim chamados porque na Bíblia católico-romana os livros de Esdras
e Neemias são chamados de I e II Esdras.
A aprovação dos apócrifos pela Igreja Católica, em 18 de abril de 1546, foi uma
tentativa de combater a Reforma Protestante, recente a época. Os protestantes combatiam
violentamente as novas doutrinas romanistas do Purgatório, Oração pelos Mortos,
Salvação mediante Obras, dentre outras. Os romanistas viam nos apócrifos base para tais
doutrinas e apelaram para eles.
CONCLUSÃO
O estudo da Bibliologia vai muito mais além do que tratamos nesta lição. Temos aqui
apenas um esboço do assunto, para que você, aluno, sinta o desejo de estudar melhor a temática.
Se conseguirmos despertar seu interesse pelo estudo desta matéria teremos atingido nosso
objetivo principal.
Temos prazer em lembrar que o maior livro de Bibliologia é a própria Bíblia Sagrada,
que se auto explica, se auto interpreta e se auto justifica. Destaco, para concluir, que toda e
qualquer Bíblia de estudo precisa ser lida com a consciência de que o comentarista da mesma
tem suas visões particulares sobre o conteúdo da Palavra o que, nem sempre, significa um
comentário acertado. Somente a Bíblia, em seus originais, é a Palavra infalível de Deus.
Leia a Bíblia com amor, dedicação e submissão ao Espírito Santo. E que Deus esteja
sempre conosco. Amém.
TEXTOS-BASE:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o
seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo
por ele” (Jo.3.16,17)
“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc.19.10).
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de
Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef.2.8,9).
“Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que
me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida”
(Jo.5.24).
“Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres
que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se crê
para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm.10.9,10).
INTRODUÇÃO
No AT, o termo salvação, frequentemente, diz respeito à libertação da escravidão e à
preservação da vida. O principal verbo hebraico traduzido com salvar é yasha, que tem o sentido
de ajudar, libertar, livrar e salvar, e é utilizado cerca de 205 (duzentas e cinco) vezes na Bíblia.
Esse verbo ocorre em contextos de livramento de grandes perigos, com risco de morte
(Ex.2.17), sendo usado para indicar tanto o afastamento da ameaça de derrota (Js.10.6) como a
libertação do jugo opressor (Jz.12.2).
Segundo a Lei Mosaica, aquele que ouve o choro de alguém que precisa ser salvo dos
maus tratos tem a obrigação de fazer algo para livrá-lo (Dt.22.27; 28.29; 2º Sm.14.4). O verbo
yasha aparece em muitas súplicas em situações de guerra e questões judiciais (Sl.3.7; 20.9;
20
72.4; 86.2), com a ideia de preservação de uma ameaça iminente, ainda que o sofrimento seja
merecido (Gn.49.18; 1º Sm.14.45; Is.12.3).
O conceito de salvação no NT inclui a maioria dos elementos e aspectos aludidos no
AT, acrescentando-lhe dimensões espirituais. O Termo grego soteria11 compreende tanto a
salvação nacional como a pessoal. A nacional pode ser vislumbrada em Lucas 1.69. A salvação
pessoal pode ser vista em Atos 27.34, no episódio do naufrágio de Paulo; em Filipenses 1.19,
no livramento de Paulo da prisão. A libertação espiritual é especialmente aludida em Atos 4.12
e em Romanos 10.10. Ela se dá por meio do arrependimento e da fé em Jesus Cristo.
No NT, o termo soteria e o verbo sozo dizem respeito ao poder de Deus de libertar da
escravidão do pecado (Fp.2.12). São encontrados nos episódios que falam da futura libertação
dos que creem e esperam a volta de Cristo (Rm.13.11; 1ª Ts.5.8,9) e da libertação da nação de
Israel no segundo advento de Cristo (Lc.1.71; 2ª Ts.2.10; Ap.12.10).
A JUSTIFICAÇÃO aparece pela primeira vez na Bíblia num episódio com Abraão,
quando ele acreditou nas promessas que Deus lhe fez e sua fé foi-lhe imputada como
justiça (Gn.15.6; Rm.3.23-4.12; Gl.3.6). Se apenas o cumprimento pessoal da Lei fosse
necessário para a justificação do ser humano perante Deus, ninguém seria salvo. No
entanto, aqueles que creem no Senhor são justificados pela fé em Cristo, que foi o
sacrifício perfeito oferecido a Deus pelo perdão dos pecados e resgate da humanidade.
Esse sacrifício trouxe justificação e satisfez as justas exigências de Deus. Assim, para
aquele que confia em Cristo, a fé lhe é imputada como justiça. A lei é o meio pelo qual
Deus revelou Sua vontade ao povo da aliança no AT, visto que Ele estabelecera Sua
aliança pela graça. O NT demonstra que o papel da lei não é justificar, mas mostrar-nos
11
Do termo grego soteria deriva o nome Soteriologia, que é a disciplina da Teologia que se dedica ao estudo da
doutrina da salvação.
21
o que é o pecado (Gl.2.16). A lei nos serviu de aio 12, para nos conduzir a Cristo, para
que, pela fé, fôssemos justificados (Gl.3.24).
A REGENERAÇÃO diz respeito a mudança espiritual pela qual uma pessoa gerada
pelo Espírito Santo passa para ter uma nova vida. Esta transformação acaba com a morte
espiritual e traz vida espiritual. É uma modificação radical na essência de um indivíduo,
que faz com que este tenha comunhão com Deus. O NT explicitamente apresenta a
doutrina da regeneração (2ª Co.5.17; Ef.2.1; 1ª Jo.4.7, Jo.3.3,5), ao passo que o AT
apenas a deixa implícita. Moisés revelou aos israelitas que o Senhor circuncidaria o
coração deles e dos seus descendentes para o temerem (Dt.30.6). Isaías falou de
vivificação do espírito dos abatidos e do coração dos contritos (Is.57.15) [e Jeremias de
outro concerto, por meio do qual Deus escreveria Sua lei no coração do homem
(Jr.31.33,34)] – algo que se assemelha ao novo nascimento no NT.
2) JESUS, O SALVADOR
Com as boas-novas do nascimento do Salvador Jesus, dadas pelo anjo Gabriel a Maria,
veio a seguinte revelação: “E dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele
salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt.1.21)
O fato de Cristo ter a importante missão de salvar é muito nítido em sua declaração em
Marcos 10.45 – “o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar
a sua vida em resgate por muitos” –, e em João 12.27 – “agora, a minha alma está perturbada;
e que direi eu? ‘Pai, salva-me desta hora; mas para isso vim a esta hora”.
Posteriormente, a missão de Jesus como o Salvador do mundo é demonstrada em Sua
boa vontade em ir para a cruz, quando poderia ter invocado os poderes celestiais para virem
resgatá-lo (Mt.26.53,54). Entretanto, em vez disso, Jesus, de forma voluntária, deu a Sua vida,
como está registrado nos quatro Evangelhos. Ironicamente, os líderes religiosos judeus que
estavam perto do local da crucificação disseram algo verdadeiro: “Salvou os outros e não pode
salvar-se a sai mesmo” (Mc.15.31). [Contudo, Ele não precisava de salvação. Ele é a salvação].
12
A palavra "aio" ou "tutor" (NVI) vem de uma palavra grega que quer dizer, literalmente, "uma pessoa que conduz
uma criança". Os aios na época de Paulo foram servos responsáveis pela proteção dos filhos de seus senhores,
levando-os para a escola, corrigindo-os, etc. É claro que esta função foi temporária. Quando o filho chegou à
maioridade, não estava mais sujeito ao aio.
22
Seu amor infinito e sua graça inefável. Tal plano de salvação implica no reconhecimento do
homem de seus próprios pecados. Pecado é iniquidade, é tudo o que ofende a santidade de
Deus. O homem peca em ações, em pensamentos, até em um olhar. Nenhum ser humano está
isento de pecar. De fato, “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm.3.23).
Mas, felizmente, apesar dos nossos pecados Deus nos ama. Está escrito: “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.3.16). Por causa de tão grande amor, Jesus morreu na
cruz por nossos pecados (em nosso lugar): “Mas Deus dá prova do seu amor para conosco,
em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm.5.8). Sabendo de todas
essas verdades, qual será a melhor resposta ao plano de salvação de Deus? É crer e confessar
ao Senhor Jesus como único e suficiente salvador13.
Vejamos abaixo duas ilustrações que tratam sobre o processo de aceitação de Cristo
como Senhor e Salvador pessoal:
13
Único, porque não há outro. Está escrito: “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum
outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos” (At.4.12) e suficiente, porque em mais nenhum
outro há poder para perdoar pecados ou salvar, só Jesus faz isso: “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo:
Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra” (Mt.28.18).
23
4) ARMINIANISMO X CALVINISMO
O arminianismo, nome devido ao seu precursor Jacobus Arminius, é a crença
soteriológica comum a muitos grupos evangélicos, tais como a Igreja Metodista, a Assembleia
de Deus, parte da Igreja Batista e também da Igreja Anglicana. Ele pode ser representado pelo
acrônimo FACTS:
14
Esse tópico foi adaptado de um artigo gentilmente enviado pelo Bispo Ildo Marcos, da Igreja Metodista Livre.
Para outros estudos edificantes, recomendo uma visita ao seu blog: http://escatologiacrista.blogspot.com.br/
25
Tal argumento não somente peca contra os ensinos das Escrituras Sagradas como ofende
os princípios da Filosofia. Se Deus decretasse que os seres humanos praticassem ações
pecaminosas, ele seria o autor do pecado. E se Deus decretasse igualmente todas as ações
pecaminosas e todas as que são moralmente boas, as más ações também estariam em
conformidade com a vontade de Deus, e quem as praticasse estaria obedecendo ao Criador –
não mereceria, portanto, castigo, e sim recompensa!
Esse sistema, como se vê, destrói toda a distinção entre justiça e injustiça, pecado e
santidade, virtude e vício, atribuindo indiretamente todas as ações à determinação da vontade
divina. Ele torna o Deus justo no mais injusto dos seres, porque estaria obrigando alguém a
pecar, para depois condená-lo ao castigo eterno por algo que Ele mesmo decretou. Mas, essa
não é a doutrina da Bíblia: “Tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe,
pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente” (Dt.30.19; ver também Ez.33.13-19).
A verdade é que os decretos imutáveis de Deus, em vez de designarem e predestinarem
João e Pedro para a salvação e igualmente Judas para a perdição eterna, proveram recursos
suficientes para todos, decretando a salvação de todos os que empregarem esses recursos,
igualmente a condenação para todos os que desprezarem (ver João 3.16-21). Assim, os
caminhos de Deus são iguais e sem acepção de pessoas (ver Romanos 2.11; Atos 10.34),
demonstrando a grande bondade e justiça do Ser Supremo.
Queremos concluir esta primeira parte com uma conhecida ilustração que ajuda a
entender corretamente a doutrina da eleição. A eleição corporativa é como um navio (Igreja) a
caminho do seu destino final (a santificação e a Nova Jerusalém). Cristo é escolhido para ser o
piloto deste navio. Deus deseja que todos os seres humanos embarquem neste navio e faz
providências neste sentido. Todos são chamados, mas escolhidos são apenas aqueles que
confiam no Piloto. Estes tem o direito de embarcar. E estarão na condição de eleitos desde que
permaneçam firmes em sua fé. Mas, se abandonarem o navio por conta da incredulidade,
passaram a não constar mais entre os eleitos [significa dizer que nunca se converteram de
verdade]. A eleição só é experimentada na união com o Comandante deste navio. Predestinação
tem a ver com o porto de destino deste navio e com o destino final que Deus tem preparado
para aqueles que permanecem nele. Todos são convidados e ninguém precisa ficar de fora.
26
Não se trata aqui de salvação ou perdição pessoal ou dos descendentes. Mais tarde,
observamos que Esaú foi misericordioso para com o seu irmão. Seria isto um sinal da graça de
Deus sobre sua vida? Em todo caso, não podemos afirmar que tenha perdido a sua alma. Muitos
ou alguns de seus descendentes podem ter exercido fé em Deus a semelhança do Pai Abraão.
E, quanto a Israel, muitos de seus filhos se desviaram após outros deuses.
Notemos também que Jacó e Esaú representam Israel e Edom. Israel, e não Edom, foi
escolhido para ser o povo de Deus herdeiro da promessa feita a Abraão. Edom é descendente
de Abraão e Isaque tanto quanto seu irmão Israel.
O que Paulo quer demonstrar aqui é que a rejeição atual de boa parte dos descendentes
de Abraão não é apenas possível, como já havia ocorrido no passado, como se vê no caso de
Esaú e seus descendentes.
Através do profeta Obadias, Deus esclareceu o real motivo de sua ira contra os
Edomitas: "Por causa da violência feita a teu irmão Jacó, cobrir-te-á a vergonha, e serás
exterminado para sempre… tu não devias ter olhado com prazer para o dia de teu irmão, o dia
da sua calamidade; nem ter-te alegrado sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem ter
falado de boca cheia, no dia da sua angústia… não devias ter parado nas encruzilhadas, para
exterminares os que escapassem; nem ter entregado os que lhe restassem no dia da angústia."
(Ob.1.10-14). Precisamos sempre associar a presciência de Deus com a eleição e reprovação
divina, pois Deus é amoroso e justo!
E quando os calvinistas interpretam que a escolha de Jacó e a rejeição de Esaú como
algo arbitrário que nada tem ver com a presciência de Deus, acabam por tropeçar no próprio
ensino de Paulo que, no capítulo anterior de Romanos, escreveu "porquanto aos que de antemão
conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que
ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Rm.8.29) e também no texto de Pedro: “Eleitos
segundo a presciência de Deus Pai” (1ª Pe.1.2).
Não podemos confundir predestinação com presciência. O conhecimento prévio que
Deus tem das coisas não é o que as tornam assim existentes, antes, porque elas serão desta ou
daquela maneira, Deus as conhece antecipadamente. Deus conhece as pessoas mesmo antes
delas nascerem. Ele sabe como elas reagirão diante das variadas circunstâncias da vida. Deus
as escolhe baseado em sua presciência. Isto não nega o livre arbítrio do homem, pelo contrário,
o reafirma ainda mais. Pois uma eleição baseada na presciência divina leva em consideração a
autonomia dos seres humanos. Deus é soberano, e em sua soberania, determinou que o homem
fosse um ser dotado da capacidade de escolher, sendo, portanto, responsável por seus atos. Seria
completamente sem cabimento existir um dia de juízo final se as pessoas não tivessem tido a
mínima possibilidade de escolha, se cada um tivesse apenas cumprido o papel teatral que lhe
foi prescrito, como um fantoche nas mãos do inevitável destino sobre eles decretado.
Para reforçar a tese de que a promessa nada tem a ver com a descendência carnal de
Abraão, Paulo lembra que Esaú, foi rejeitado como povo herdeiro da promessa ainda que fosse
o preferido de seu pai, Isaque. Deus tem os seus motivos e enxerga bem melhor do que Isaque.
Deus é livre para escolher e decidir como e através de que povo ou povos se dará o cumprimento
de suas promessas.
Observe que o tema da eleição individual não está na mente de Paulo, mas, sim, o da
eleição dos judeus para ser o povo escolhido, a rejeição da nação de Israel, e a escolha dos
gentios em seu lugar. Esaú e Jacó são os representantes de dois povos: Israel e Edom. O
indivíduo Esaú jamais serviu ao indivíduo Jacó (9.12). Tal profecia se cumpriu posteriormente
na história dos dois povos que deles descenderam.
Portanto, o que Paulo quer deixar claro aqui é que o conceito de povo de Deus é algo
que transcende a etnia hebraica. Não basta ser descendente físico de Abraão, é preciso ser
descendente espiritual, como o foram Raabe e Rute! Não importa se você é judeu ou gentio,
27
pois os verdadeiros herdeiros da promessa de Abraão são os que exercem fé no Messias que é
sobre todos, Deus Bendito Eternamente!
28
que perecem, quando exortou aos cristãos de Roma, dizendo: “Não faças perecer por causa da
tua comida aquele por quem Cristo morreu” (Rm.14.15).
CONCLUSÃO
Ante ao exposto, a ICB entende que o plano de Salvação de Deus consistiu em ter
enviado Jesus Cristo ao mundo para que, tantos quantos Nele cressem, não pereçam, mas
tenham a vida eterna (Jo.3.16,17). Todos os homens herdaram o pecado de Adão e continuam
a pecar com seus pensamentos e ações e, portanto, precisam de um Salvador. Jesus Cristo é esse
Salvador, pois foi o Cordeiro que suportou a ira do Pai na cruz do calvário, oportunizando a
humanidade a reconciliação com Ele. A salvação é mediante arrependimento e confissão dos
pecados. Ela é possível pela graça de Deus, através da fé (Ef.2.8,9) e esta é conseguida ao se
tomar conhecimento da Palavra de Deus (Rm.10.17). A morte de Cristo é suficiente para a
salvação de todos, mas eficiente somente para os que Nele creem.
31
IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
END. PRAÇA DA REDENÇÃO, Nº. 100. APODI-RN. CEP 59.700-000
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TEXTOS-BASE:
“Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser:
O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome?
Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim
dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. E Deus disse mais a Moisés: Assim
dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus
de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é o meu nome eternamente, e este é
o meu memorial de geração em geração” (Ex.3.13-15).
INTRODUÇÃO
Uma das definições mais comuns acerca de Deus em teologia sistemática 16 é: “Deus é
Espírito, pessoal, infinito, eterno e imutável em seu ser, amor, sabedoria, poder, santidade,
justiça, bondade e verdade”. A incapacidade do ser humano de conhecer a Deus em todos os
Seus aspectos e manifestações é demonstrada na pergunta de Jó 11.7: “Porventura, alcançarás
os caminhos de Deus ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso?”. A teologia sistemática não
pretende, de maneira alguma, chegar à perfeição do Todo-poderoso. Sua pretensão é elaborar
uma doutrina de Deus baseada nas revelações que Ele próprio, graciosamente, faz de si mesmo
nas Escrituras.
Uma pessoa com muita sede e à beira do rio Amazonas não deixará de beber de sua
água, porém jamais beberá todo o conteúdo desse grande rio. Ela só conseguirá beber a
quantidade suficiente para saciar a sede. O mesmo ocorre com nosso estudo sobre Deus: não
podemos conhecê-lo totalmente, pois o Ser infinito não pode ser conhecido em Sua plenitude
15
A presente lição foi adaptada do capítulo intitulado Doutrina de Deus, do Manual de Educação Cristã (p.109-
120), 2012, cuja autoria é do Pastor Gilmar Vieira Chaves, publicado pela Editora Central Gospel.
16
Teologia Sistemática é o estudo das coisas de Deus de uma maneira sistemática e ordenada, onde não apenas
consideramos o que esse e aquele texto dizem, mas onde consideramos tudo o que a Palavra diz sobre a revelação,
depois tudo o que a Palavra nos diz sobre quem Deus é, depois tudo o que a Palavra nos diz sobre quem Jesus é, e
depois tudo o que ele fez por nós. Depois, a teologia sistemática prossegue para considerar a doutrina do homem,
do pecado, da santificação, dos sacramentos, da igreja e do fim dos tempos.
32
pelo ser finito. Entretanto, podemos conhecê-lo dentro dos limites de Sua revelação, o que será
suficiente para a nossa salvação e comunhão com Ele.
Basicamente, podemos conhecer a Deus de quatro maneiras:
Pelo registro bíblico de Sua natureza e Seus atributos. Estudando o texto
sagrado, teremos um conhecimento que será sempre parcial do Criador, contudo
poderá ser exato e satisfatório para nossa comunhão com Ele.
Pela revelação de Seu Filho, Jesus Cristo (Hb.1.1).
Por Sua revelação na natureza, pois as coisas criadas manifestam a glória de
Deus (Sl.19.1).
Pela experiência pessoal com o Senhor. Cremos que Deus sempre esteve
interessado em manifestar-se ao ser humano e ser conhecido deste.
1.1) Ateísmo
Essa concepção nega a existência de Deus e todos os ensinos que estejam
relacionados à existência de um Ser criador, autoexistente, onipotente, onipresente e
onisciente. No sentido mais geral, todas as concepções não cristãs são ateísticas. No sentido
mais estrito, o ateu é a pessoa que não aceita e/ou combate os ensinos sobre a existência de
Deus.
A descrição do parágrafo anterior, no entanto, é a de tempos recentes. Nos tempos
bíblicos, não se questionava a existência de Deus. Por essa razão, não encontramos nas
Escrituras argumentos para justificar essa realidade, que é afirmada tanto no AT como no NT.
Certas passagens do AT que parecem apontar a negação da existência de Deus na
verdade apontam ao estilo de vida que não leva Deus em consideração (Sl.10.4; 53.1; Jr.5.12).
No NT, o mais próximo que temos disso é a expressão sem Deus, em Ef.2.12, que, ainda
assim, indica um estado de desgraça espiritual. Aliás, nos primeiros séculos da história da
Igreja, os próprios cristãos eram considerados ateus, por negar adoração aos deuses do
paganismo.
Nos dias de hoje, a existência de Deus não só é negada, como o ateísmo cada vez mais
se destaca por sua militância, combatendo por vários meios, como campanhas publicitárias, as
doutrinas cristãs.
17
Esoterismo é o nome genérico que designa um conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas
e religiões que buscam desvendar seu sentido supostamente oculto. Segundo alguns, o esoterismo é o termo para
as doutrinas cujos princípios e conhecimentos não podem ou não devem ser "vulgarizados", sendo comunicados a
um restrito número de discípulos escolhidos. Um sentido popular do termo é de afirmação ou conhecimento
enigmático e impenetrável. Hoje em dia o termo é mais ligado ao misticismo, contudo, ligando ao mesmo tempo
o natural com o sobrenatural
33
existência de Deus, mas também não afirmar a crença Nele. Em resumo, os agnósticos
acreditam que é impossível saber se Deus existe ou não.
1.3) Politeísmo
É a crença na existência de muitos deuses. Faz parte das religiões politeístas a
adoração aos elementos da natureza – Sol, Lua, estrelas, mar, fogo, animais, e assim por diante.
A Bíblia, no entanto, ensina que há um único Deus: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o
único Senhor” (Dt.6.4).
Assim, herdamos a fé monoteísta, que não admite a existência de outro Deus. A ideia
de um só Deus é também expressa de maneira muito clara em Êx.15.11: “Ó Senhor, quem é
como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores,
operando maravilhas?” Além de afirmar a crença num único Deus, as Escrituras condenam a
fé politeísta: “Não terás outros deuses diante de mim (Êx.20.3; cf. Dt.6.14,15); Adorarás o
Senhor, teu Deus, e só a ele servirás (Lc.4.8).
1.4) Dualismo
É a crença na existência de dois princípios distintos, autoexistentes e eternos: o bem
e o mal. Para o dualista, o bem e o mal são iguais em poder e autoridade, vivem digladiando-
se desde o princípio e continuarão assim eternamente, sem que um triunfe sobre o outro.
1.5) Deísmo
Ensina que Deus existe e é o Criador de todas as coisas, mas não interfere na vida
humana, preferindo manter-se transcendentalmente a distância. Segundo esse ponto de
vista, o poder de Deus pode ser percebido na natureza, porém a Sua pessoa está distante.
Também podemos entender o deísmo como a convicção de que a verdadeira religião é a religião
natural fundamentada na razão, e não em alguma revelação especial detentora de autoridade,
como as Sagradas Escrituras.
1.6) Panteísmo
Esse termo deriva de duas palavras gregas: pan, que significa tudo, e theós, deus. O
panteísta considera todas as coisas finitas como partes de um ser eterno, imutável e
autoexistente, isto é, tudo é Deus e Deus é tudo. É uma filosofia presente em várias religiões,
como o budismo18, o hinduísmo19, o bramanismo20 e o movimento Nova Era21.
18
O budismo não é só uma religião, mas também um sistema ético e filosófico, originário da região da Índia. Foi
criado por Sidarta Gautama, também conhecido como Buda. Este criou o budismo por volta do século VI a.C. Ele
é considerado pelos seguidores da religião como sendo um guia espiritual e não um deus. Desta forma, os
seguidores podem seguir normalmente outras religiões e não apenas o budismo.
19
O Hinduísmo é uma das religiões mais antigas – alguns dos seus manuscritos sagrados são de 1400 a 1500 A.C.
Também é uma das religiões mais diversas e complexas, possuindo milhões de deuses. Os hindus possuem uma
grande variedade de crenças básicas e contêm muitas seitas diferentes. Apesar de ser a terceira maior religião do
mundo, o Hinduísmo existe primeiramente na Índia, Nepal e em menor escala em alguns países ao redor.
20
O bramanismo é a antiga filosofia religiosa indiana que formou a espinha dorsal da cultura daquela civilização
por milênios. Se estende de meados do segundo milênio a.C. até o início da era cristã. Persiste de forma modificada,
sendo atualmente chamada de hinduísmo, já comentada no item anterior.
21
As ideias e os objetivos da Nova Era recolhem elementos das religiões orientais, o espiritismo, as terapias
alternativas, a psicologia transpessoal, a ecologia profunda, a astrologia, o gnosticismo e outras correntes. Os
mistura e os comercializa de mil formas, proclamando o início de uma nova época para a humanidade. Mas, no
fundo, não parece ser mais que outra tentativa vã do homem de se salvar por si mesmo fazendo promessas que não
pode cumprir e atribuindo-se poderes que não possui. O movimento da Nova Era é uma falsa religião que apela
aos sentimentos dos indivíduos, levando-os a pensar que são Deus e que podem melhorar as suas vidas através de
si mesmos.
34
O panteísmo ressalta a imanência de Deus (o fato de Ele estar presente e envolvido em
Sua criação), em detrimento de Sua transcendência (o fato de Ele ser distinto de Sua criação).
Essa doutrina transforma tudo em divino: o finito e o infinito, o temporal e o eterno, o mutável
e o imutável.
1.7) Humanismo
Sistema filosófico cuja figura central é o próprio ser humano. Muitos teóricos e
filósofos do passado e do presente são humanistas. Protágoras dizia que “o homem é a medida
de todas as coisas”. O humanista afirma que todas as considerações éticas, morais ou práticas
dependem do homem, não de alguma intuição, força ou algum deus alheios ao próprio homem.
O humanismo possibilitou o surgimento do relativismo 22 e da descrença em valores
absolutos, tão em voga hoje.
2.1) Personalidade
A personalidade não depende dos órgãos de nosso corpo. Por isso, mesmo não
possuindo corpo físico, Deus possui personalidade. Os elementos constituintes dela são: razão,
sentimento e vontade. Um ser pessoal é capaz de pensar, sentir e tomar decisões, e tudo isso
pode ser percebido em Deus. Ele pensa (Is.55.8), comunica-se (Sl.25.14), é sensível ás nossas
atitudes (Is.1.14) e toma decisões (Gn.1.1,26,37).
2.2) Espiritualidade
No diálogo com a samaritana, Jesus declarou: “Deus é Espírito, e importa que os que o
adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo.4.24). Essa afirmativa implica que Deus é um
Ser espiritual, e isso corresponde a dizer que Ele é imaterial e incorpóreo.
Apesar de haver na Bíblia referências ás mãos (Is.65.2) e aos olhos (1ª Rs.8.29) de Deus,
não é teologicamente correto afirmar que Ele possui forma física. O uso do antropomorfismo,
ou seja, da atribuição de formas ou características humanas a Deus, é inevitável, porque Deus
está além de qualquer possibilidade de descrição.
Também se afirma o atributo da espiritualidade pelo fato de Deus ser invisível. Ele
nunca foi visto por alguém (Jo.1.18) e é chamado de Deus invisível (Cl.1.15). Deus é um ser
que nenhum dos homens viu nem pode ver (1ª Tm.6.16).
Assim como é verdade que a matéria não possui em si mesma o pensamento, a razão, a
ciência e o poder de movimento, também é verdade que existe o Autor, o Criador, o
Sustentáculo de todas as coisas. Reconhecemos que um Ser cuja natureza é puramente espiritual
é algo maravilhoso demais para nós. Mas quando pensamos na imensidão e na majestade de
22
O relativismo é a recusa de qualquer proposição filosófica ou ética de valor universal e absoluto. Tudo o que
se diga ou faça é relativo ao lugar, à época e demais circunstâncias nas quais o homem se encontra. No setor da
filosofia não se poderia falar da verdade ou erro-falsidade, como na área da Moral não se poderia apregoar o bem
a realizar e o mal a evitar. O homem (indivíduo) seria a medida de todas as coisas, como já dizia o filósofo grego
Protágoras. Em consequência o comportamento do homem ignora a lei natural, que é a lei de Deus incutida a todo
ser humano desde que ele dispõe do uso da razão; da mesma forma a sociedade só conhece e respeita as leis que
os seus governantes lhe propõem sem questionar a consonância dessas leis (ditas “positivas”) com a lei do Criador:
por conseguinte, se as leis dos governantes legalizam o aborto, a clonagem, o antissemitismo, etc. a população lhes
obedece, não levando em conta que, antes da palavra do legislador humano, existe a do Legislador Divino, que é
a mesma para todos.
35
Seu domínio, podemos somente concluir que Deus é um Espírito puro, infinito e sem origem.
Portanto, assim como é certo que Deus existe, certo é também que a espiritualidade é um de
Seus atributos essenciais.
2.3) Unicidade
A Bíblia nos legou um Deus único e incomparável, o verdadeiro. Não há outro Deus
além do nosso: “O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt.6.4); “Para nós há um só Deus,
o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos” (1ª Co.8.6).
2.4) Triunidade
A natureza divina é uma unidade de três pessoas. Mas como Deus pode ser uno e trino
ao mesmo tempo? A palavra trindade não se encontra no texto bíblico, no entanto, a doutrina
da Trindade está revelada de forma clara na Palavra de Deus. O nosso Deus é uno, mas também
trinitário, um único Deus que se manifesta em três pessoas diferentes: Pai, Filho e Espírito
Santo. Eles são iguais em substância, porém diferentes em funções que exercem.
H. Wayne House relaciona os elementos essenciais da Trindade:
Deus é um.
Cada uma das pessoas da Deidade é divina.
A unidade de Deus e a trindade de Deus não são contraditórias.
A Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) é eterna.
Cada uma das pessoas de Deus tem a mesma essência e não é inferior ou superior às
outras essências (House, 1999, p.56).
Segundo Boyce, em seu livro Fundamentos da Fé Cristã, o que está nas Escrituras a
respeito da Trindade podem ser resumidos em cinco proposições:
2.5) Eternidade
Quando Deus começou a existir? A resposta é: nunca. Ele sempre existiu, pois é
autoexistente. O conceito de eternidade se prende a dois polos. Primeiro: um ser é eterno porque
não teve início (Sl.90.2). Segundo: um ser é eterno porque a sua existência jamais findará
(Sl.102.27). A eternidade de Deus consiste em que Ele não teve princípio nem terá fim. Ele é a
Causa Primeira, o Ser Não Causado. Essa é a Sua natureza, expressa na declaração Dele próprio:
“Eu sou o que sou” (Ex.3.14).
36
2.6) Imutabilidade
O Universo está em constante transição, e o ser humano precisa estar sempre mudando.
Isso é uma necessidade, pois de outra forma não seria possível desenvolver o conhecimento
nem formar o caráter. Deus, no entanto, não precisa de complementos. Ele é perfeito, por isso
Nele “não há mudança, nem sombra de variação” (Tg.1.17).
J. Rodman Williams explica que “Deus é Rocha. Ele não flutua de um acontecimento
para o outro. Há constância e estabilidade em tudo o que Ele é e faz. Assim Ele não está
evoluindo de um estágio para outro. Não há movimento de alguma natureza ‘primordial’ para
uma natureza ‘resultante’ em nenhum aspecto de Seu ser. Deus não é um Deus em formação,
um Deus em crescimento” (WILLIAMS, 2011, p. 50). Ele não pode aprender porque é perfeito.
Por isso, Nele não há mudança nem sombra de variação. O fato de Deus ser imutável dá
segurança sobre Seus ensinos e Seus julgamentos.
2.7) Onipotência
A onipotência de Deus se define por Seu incomensurável poder: Ele pode tudo, e nada
pode limitá-lo (Is.14.27). É bem conhecido o questionamento filosófico: “Deus seria capaz de
criar uma rocha tão grande que Ele mesmo não pudesse carregar? Em qualquer situação, não
conseguindo criá-la ou carregá-la, ficaria demonstrado que Ele não é todo-poderoso”.
Podemos encontrar uma resposta em Eduardo Joiner, que define a onipotência como “o
poder de fazer tudo que Lhe apraz [a Deus] e que não seja contrário a Sua natureza” (JOINER,
2004, p.61). Isso significa que Deus pode fazer tudo que deseja (Sl.135.6), porém nenhum
de Seus atos pode contradizer Sua natureza. Longe de evidenciar uma limitação, esse fato
destaca a excelência da natureza divina.
2.8) Onipresença
O Deus onipresente está em todos os lugares ao mesmo tempo. Assim, não há lugar no
Universo que possa estar fora de Seu alcance. Esse atributo é expresso de maneira vívida nas
palavras do salmista: “Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua
presença? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás
também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, ainda ali a tua mão me
guiará e a tua destra me susterá” (Sl.139.7-10).
O texto destaca os dois extremos desse atributo divino: não há lugar no Universo para
onde se possa fugir de Deus, mas também não há lugar que esteja fora do alcance de Seu
cuidado.
2.9) Onisciência
É o conhecimento que Deus tem de todas as coisas: “Não há criatura alguma encoberta
diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos
de tratar” (Hb.4.13; Sl.139.1-4; Is.40.28).
Esse atributo implica também o conhecimento que Deus tem de si próprio, daí a
declaração de Jesus: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão
o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt.11.27). Mesmo que Deus revele algo
mais de si mesmo a alguém, esse conhecimento, naturalmente, será também limitado (1ª
Co.2.11).
A onisciência de Deus, do ponto de vista humano (porque todos os fatos são conhecidos
por Ele de forma simultânea), também inclui o conhecimento pleno do futuro como o próprio
Deus declara: “Anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda
não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Is.46.10).
37
3) ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
Os atributos morais de Deus, como o nome indica, são qualidades morais necessárias à
essência divina. Destacamos aqui quatro desses atributos.
3.1) Santidade
Esse é o principal atributo pelo qual Deus deseja ser conhecido (Lv.11.44,45; 1ª
Pe.1.15,16). Sua santidade é o que o distingue como absolutamente separado de Suas criaturas
e exaltado sobre elas, sendo igualmente separado da iniquidade moral e do pecado. Essa
qualidade do Senhor nos assegura a impossibilidade de que venha a cometer erros, pecados ou
equívocos (1ª Sm.2.2; Sl.5.4).
O atributo em comento quer trata da pureza perfeita e retidão absoluta da natureza de
Deus. Numerosas e bem explícitas são as passagens bíblicas a respeito desse assunto, por
exemplo Sl.22.3; Hc.1.13; Jó 25.5; Is.6.3; Sl.71.22; Ap.4.8, 15.4.
Essa santidade em Deus significa a posse, em grau absoluto, de todo o princípio da
excelência moral, e a exclusão de todo o mal. Ele é “a luz e não há nele treva alguma” (1ª
Jo.1.5). Santidade absoluta é inerente à natureza divina, tanto que Deus não pode sancionar,
aprovar ou olhar para o mal sem aversão, pois de outro modo deixaria de ser Deus. Deus só
pode querer ou aprovar o que está acordo com Suas próprias perfeições, com Sua retidão infinita
e Sua justiça imutável. Os princípios de retidão moral são tão eternos e imutáveis como são as
perfeições divinas. O fundamento de todas as suas perfeições é o próprio Deus. Elas não podem
ser tiradas Dele, nem podem pertencer a qualquer entidade criada no grande universo.
Não se deve considerar a santidade de Deus como um atributo entre outros, mas antes
como um termo geral representando a concepção de Sua perfeição absoluta e glória total. Sua
santidade é a Sua infinita perfeição moral coroando a Sua inteligência e poder infinitos.
Santidade é um atributo de Deus que se apresenta três vezes num mesmo versículo (Is.6,3;
Ap.4.8), para dar ênfase ao quão santo Deus é.
3.2) Amor
O amor é a essência de Deus, por isso João disse que Deus é amor (1ª Jo.4.8). Ele ama
a humanidade, e a maior prova disso foi o sacrifício de Seu Filho, descrito pelo apóstolo João:
“Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao
mundo, para vivermos por meio dele” (1ª Jo.4.9; Jo.3.16; 2ª Co.13.11; Ef.2.4,5).
O amor faz parte do fruto do Espírito (Gl.5.22), sendo o caminho que o cristão deve
trilhar (1ª Co.12.31-13.13). A vida cristã é alicerçada no amor, e o amor é o segredo da boa
convivência entre irmãos (Ef.17; 4.2).
3.3) Bondade
A natureza de Deus é benigna, como o salmista pôde comprovar: “Provai e vede que o
Senhor é bom” (Sl.34.8). O profeta Zacarias também estava ciente desse aspecto do caráter de
Deus: “Quão grande é a sua bondade!” (Zc.9.17).
Esse atributo está intimamente ligado à misericórdia de Deus, porque o Senhor é bom,
e eterna, a sua misericórdia (Sl.100.5; Sl.145.8,9). Só um Deus bondoso poderia demonstrar
misericórdia ao homem pecador.
3.4) Justiça
Os textos bíblicos referenciados a seguir são alguns dos que demonstram ser a justiça
um dos atributos de Deus: Jó 8.3; Sl.89.14; Is.45.21; Sf.3.5; Rm.3.26; Ap.15.3.
38
O atributo da justiça de Deus é a expressão da santidade em ação, ou a disposição para
dar a cada um segundo a sua obra. A justiça divina pode ser considerada como legislativa e
judicial.
Justiça legislativa, prescreve o que é bom e proíbe o que é mau, anunciando ao mesmo
tempo qual será a recompensa tanto de um como de outro.
Justiça judicial aplica-se à conduta de entes racionais: chama-se de recompensadora
quando refere-se ao galardão dos obedientes, e o vingativa quando refere-se ao castigo
aos desobedientes.
A justiça recompensadora ao justo não é por débito, mas por graça. Seremos
recompensados não por causa das nossas obras. Neste sentido diz o apóstolo: “Porque Deus
não é injusto para esquecer das vossas obras e do trabalho de caridade” (Hb.6.10). E o Senhor
Jesus acrescenta: “O meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo as suas obras”
(Ap.22.12). A justiça vingativa, como em toda administração divina, será administrada segundo
os princípios da justiça restrita, porque segundo a obra do homem, lhe será pago. “Deus não
procede impiamente; nem o Todo-poderoso perverte o juízo” (Jó.34.11,12).
Finalmente, a justiça de Deus é administrada com imparcialidade. É verdade que na
distribuição das bênçãos temporais, há muitas vezes desigualdade nos quinhões proporcionados
às diferentes nações e indivíduos pela providência divina. Mas realiza-se um ajustamento
completo neste assunto pela aplicação da máxima do Salvador: “E a qualquer que muito lhe
for dado, muito se lhe pedirá” (Lc.12.48). Muito antes foi dito por Abraão: “Não faria justiça
o juiz de toda terra?” (Gn.18.25). As recompensas do Grande Dia darão a resposta satisfatória
a esta questão diante dos povos reunidos.
CONCLUSÃO
Percebemos ao longo da presente lição que muitas são as concepções erradas sobre
Deus. Explanamos, de forma resumida, algumas dessas ideias erradas. Somadas a estas, existem
muitas seitas, que se autoproclamam igrejas, difundindo ventos de doutrina sobre a Pessoa de
Deus e Sua Palavra. Portanto, o verdadeiro discípulo de Cristo precisa dedicar tempo a
meditação nas Escrituras para não ser levado pelo engodo doutrinário apregoado por muitos.
Isto é possível com disciplina e, a medida que conhecemos o Criador e Seus atributos naturais
e morais, cada vez mais nos pareceremos com Ele.
PERGUNTAS PARA FIXAÇÃO DA LIÇÃO:
1) CITE E EXPLIQUE PELO MENOS 03 DAS CONCEPÇÕES ERRADAS SOBRE
DEUS QUE FORAM ABORDADAS NA LIÇÃO DE HOJE. Resposta pessoal.
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IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
END. PRAÇA DA REDENÇÃO, Nº. 100. APODI-RN. CEP 59.700-000
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TEXTOS-BASE:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava
no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada
do que foi feito se fez” (Jo.1.1-3).
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de
todas as coisas, e por quem fez também o mundo; sendo ele o resplendor da sua glória
e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu
poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da
Majestade nas alturas, feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais
excelente nome do que eles” (Hb.1.1-4).
INTRODUÇÃO
A Doutrina de Cristo ou Cristologia é o estudo da vida de Jesus com vistas a definir a
Sua Pessoa e Sua obra. Com relação a Sua pessoa, procura entender a Sua divindade no que diz
respeito ao papel que desempenhou desde a eternidade e o período do AT até encarnação. A
cristologia também estuda a obra de Jesus porque a nossa salvação ou perdição depende de
crermos ou não no Cristo crucificado (Jo.8.24; 1ª Co.2.2). A palavra Cristo vem do grego
“Christos” e significa “o ungido”. Este nome é geralmente aplicado a Jesus de Nazaré, o
Salvador do mundo e fundador do cristianismo.
Podemos resumir da seguinte maneira o ensino bíblico acerca da pessoa de Cristo:
“Jesus Cristo foi plenamente Deus, plenamente homem em uma só pessoa e assim o será para
sempre”.
1) A REVELAÇÃO DE DEUS
“As coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus, porém as reveladas são para nós
e para nossos filhos para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei” (Dt.29.29).
O que significa revelação? Por revelação queremos dizer que é o ato de Deus através
do qual Ele se descobre ou comunica a verdade a mente humana; a revelação é o modo pelo
40
qual Deus torna manifesto as Suas criaturas aquilo que não poderia ser conhecido de outro
modo.
Cristo é o centro da história e da revelação de Deus como demonstra o escritor sagrado
em Hb.1.1-3. Paulo o descreve como a imagem do Deus invisível (Cl.1.15) e afirma, inspirado
por Deus, que Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl.2.9). Outros textos
sobre o assunto estão em Mt.11.27 e Jo.1.18. João nos informou que o próprio Jesus disse:
“Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo.14.9). Consequentemente, a igreja desde o princípio vê em
Cristo a suprema revelação do Pai.
Em Cristo temos uma tríplice revelação de Deus: A revelação de Sua existência, de Sua
natureza e de Sua vontade. Ele é a melhor prova da existência de Deus, pois viveu a vida divina
entre os homens. Ele não tinha apenas a mera coincidência suprema da presença do Pai em sua
vida, Ele estava em comunhão constante com Ele (Jo.8.18, 28,29; 11.41; 12.28). Mas, mostrou
por Suas reivindicações (Jo.3.58; 17.5), Sua vida impecável (Jo.8.46), Seu ensino (Mt.7.28, 29;
Jo.7.46), Suas obras (Jo.5.36; 10.37,38; 15.24), Seus ofícios e prerrogativas (Mt.9.2-6; Jo.5.22,
25,28) e Suas relações com o Pai (Mt.28.19; Jo.10.38) que Ele mesmo era Deus.
Jesus revelou a santidade absoluta de Deus (Jo.17.11,25), o profundo amor de Deus
(Jo.3.14-16), a paternidade de Deus aos crentes verdadeiros (Mt.6.32; 7.11; Jo.8.41-44; 16.27)
e a natureza espiritual de Deus (Jo.4.19-26). Revelou também a vontade de Deus que todos
deveriam arrepender-se (Lc.13.1-5), crer Nele (Jo.6.28,29), tornar-se perfeitos como o Pai é
perfeito (Mt.5.48) e que os crentes devem levar o Evangelho a todo o mundo (Mt.28.19,20). A
revelação de Deus em Cristo é o mais profundo fato da história e merece a mais cuidadosa
consideração.
2) A ENCARNAÇÃO
A palavra encarnação não pode ser encontrada na Bíblia, por mais que a procuremos.
Entretanto, essa doutrina ocupa lugar significativo nas Escrituras, pois afirma a realidade de
Deus ter enviado seu único filho ao mundo para nascer e viver com homem e, no epílogo de
sua existência terrena, morrer na cruz. Tal fato, portanto, prefigura o sacrifício perfeito para
redenção da humanidade.
Jesus não poderia ter desenvolvido Sua missão se não tivesse nascido neste mundo, mas,
quais foram os motivos de sua encarnação? Aprendamos a seguir.
2.1) Demonstrar o amor divino pela humanidade caída (Rm.5.8; Jo.3.16; 4.9)
“Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda
pecadores” (Rm.5.8).
Deus não apenas provou e evidenciou o Seu amor, mas, o magnificou e o tornou ilustre.
Isso não só põe o Seu amor acima de qualquer discussão como o torna objeto da maior
maravilha e admiração.
Quando o Ap. Paulo diz “sendo nós ainda pecadores”, isso implica que não seremos
sempre pecadores, e que haverá uma mudança, porque Ele morreu para nos salvar, não em
nossos pecados, mas, de nossos pecados. Cristo morreu por nós: nem justos e nem bons. Éramos
culpados e detestáveis, não só de forma que não haveria qualquer perda se perecêssemos, mas,
de forma que tal destruição fosse grandemente redundar para glória da justiça de Deus, pois
éramos criminosos que merecíamos morrer.
41
Jesus declarou Deus para nós; nenhum homem o tinha visto em tempo algum. Ele é o
filho unigênito e quem melhor para conhecer o Pai do que o filho ou onde o Pai é mais bem
conhecido do que em seu filho?
Ele é o seio do Pai; está no seio do seu amor especial, querido e sob seu agrado. Não
havia ninguém mais apto para se fazer conhecer a Deus, pois ninguém conhecia sua mente como
ele.
2.3) Cumprir as promessas de Sua vinda como homem (Is.9.6; Gn.3.15; Mq.5.2;
Rm.15.8, 9)
“Um menino nos nasceu, um filho se nos Deus; e o principado está sobre os seus
ombros; e o seu nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe
da Paz” (Is.9.6).
Podemos contemplar Jesus de duas formas nesse versículo: em Sua humilhação, o
mesmo Deus poderoso é uma criança a nascer. Em sua exaltação: esta criança, este filho de
Deus, este filho do homem, recebe a maior honra e o maior poder. Ele será chamado
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Seu povo o
conhecerá e o adorará com esses nomes. Ele é a sabedoria do Pai, Ele é o Poderoso Deus. Como
Rei, Ele é a nossa paz!
42
2.7) Mostrar com sua própria vida o padrão de santidade a ser seguido por nós (1ª
Pe.2.21; 1ª Jo.2.6)
“Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para sigais as suas pisadas” (1ª
Pe.2.21).
Jesus Cristo sofreu por nós. Não foi o Pai quem sofreu, mas aquele a quem o Pai
santificou e enviou ao mundo para esse fim. Foi tanto o corpo quanto a alma de Cristo que
sofreram e Ele sofreu por nós, em nosso lugar, para o nosso bem.
3) A HUMANIDADE DE JESUS
Discutiremos a humanidade de Cristo, depois Sua divindade e, em seguida, tentaremos
mostrar como a divindade e a humanidade de Jesus unem-se na única pessoa de Cristo.
3.1.1) Mas, por que Jesus não herdou a natureza pecaminosa de Maria?
A Igreja Católica Romana responde a essa pergunta ao afirmar que Maria era isenta de
pecado, mas, as Escrituras não ensinam isso em parte alguma e, de qualquer maneira, isso ainda
não resolveria o problema. A melhor resposta é dizer que a obra do Espírito Santo em Maria
deve ter evitado não só a transmissão do pecado de José (pois Jesus não teve pai humano), mas
também, de maneira miraculosa a transmissão do pecado de Maria: “Descerá sobre ti o Espírito
Santo (...)”. Qualquer um que afirme que o nascimento virginal de Jesus é algo impossível só
está confessando a própria incredulidade no Deus da Bíblia. Para compreendermos de modo
correto o ensino bíblico sobre a pessoa de Cristo é essencial começarmos com a afirmação dessa
doutrina.
43
sede, pois quando estava na cruz disse “tenho sede” (Jo.19.28). Depois de jejuar por quarenta
dias no deserto, lemos que “teve fome” (Mt.4.2). Às vezes, Jesus ficava fisicamente fraco,
pois durante sua tentação no deserto jejuou quarenta dias. Naquele momento “vieram os anjos
e o serviram” (Mt.4.11) aparentemente para cuidar Dele e lhe fornecer alimento até que
recuperasse força suficiente para sair do deserto.
Quando Jesus estava caminhando para a crucificação, os soldados forçaram Simão
Cirineu a carregar Sua cruz (Lc.23.26), mais precisamente porque Jesus estava tão fraco depois
dos açoites que havia recebido, que não tinha forças suficientes para carrega-la por si só. O auge
das limitações de Jesus quanto ao seu corpo humano é visto quando ele morreu sobre a cruz
(Lc.23.46). Seu corpo humano deixou de portar Sua vida e parou de funcionar, tal qual ocorre
com o nosso corpo quando morremos.
Jesus também ressuscitou dos mortos num corpo humano, físico, ainda que aperfeiçoado
e já não sujeito a fraqueza, enfermidade ou morte. Ele demonstrou várias vezes aos discípulos
que possuía, de fato, um corpo real. Ele disse: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou
eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne e ossos como vede que eu
tenho” (Lc.24.39). Outro indício desse fato é que “lhe apresentaram um pedaço de peixe
assado e Ele comeu na presença deles” (Lc.24.42; Jo.20.17; 21.9,13).
3.3) A Impecabilidade.
Ainda que o NT seja claro em afirmar que Jesus era plenamente humano, o mesmo
também afirma que Jesus era diferente em um aspecto muito importante: Ele nasceu isento de
pecado e jamais cometeu qualquer iniquidade durante sua vida. Alguns dizem que se Jesus não
pecou então não era verdadeiramente humano, pois todos os humanos pecam. Mas, os que
fazem tal objeção não percebem que os seres humanos estão agora numa situação anormal.
Deus não nos criou pecaminosos, mas santos e justos.
44
3.3.1) Jesus poderia ter pecado?
Alguns defendem a impecabilidade de Cristo entendendo por impecável “não sujeito a
pecar”. Outros objetam que se Jesus não fosse capaz de pecar, Suas tentações não teriam sido
reais, pois como uma tentação seria real, se a pessoa que estivesse sendo tentada não fosse
mesmo capaz de pecar? Para responder a essa pergunta precisamos distinguir, por um lado, o
que as Escrituras afirmar claramente e, por outro, o que é mais uma dedução da nossa parte.
Vejamos algumas ponderações a respeito desta temática:
As Escrituras afirmam claramente que Cristo, de fato, jamais pecou. Não deve haver
nenhuma dúvida em nossa mente a esse respeito.
As Escrituras também afirmam que Jesus foi tentado e que as tentações foram reais
(Lc.4.2). Se cremos na Bíblia, precisamos insistir que Cristo foi “tentado em todas as
coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb.4.15). Se nossa especulação sobre
essa questão de Cristo poder ou não ter pecado leva-nos a dizer que Ele não foi
verdadeiramente tentado, então chegamos a uma conclusão errada, a uma conclusão que
contradiz a própria Escritura.
Também precisamos reafirmar tal qual registra as Escrituras que “Deus não pode ser
tentado pelo mal” (Tg.1.13). Se Jesus como pessoa tivesse pecado, implicando tanto a
natureza humana como a divina no pecado, então o próprio Deus teria pecado e teria
deixado de ser Deus. Mas, é claro que isso é impossível por causa da santidade infinita
da natureza de Deus. Assim, se perguntarmos se de fato era possível Jesus pecar,
precisamos concluir que isso não era possível. A união de sua natureza humana e divina
em uma pessoa a impediu de pecar.
3.4) Por que era necessário que Jesus fosse plenamente humano?
Quando João escreveu sua primeira epístola, circulava na igreja um ensino herético,
segundo o qual Jesus não era homem. Esta heresia tornou-se conhecida como docentismo 23.
Essa negação da verdade acerca de Cristo era tão séria que João podia dizer que se
tratava de uma doutrina do anticristo: “Nisto reconhecereis o Espírito de Deus: todo espírito
que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a
Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo” (1ª Jo.4.2,3). O
apóstolo João entendia que negar a verdadeira humanidade de Jesus era negar um fato bem
central do Cristianismo, de modo que ninguém que negasse que Jesus veio em carne era enviado
por Deus.
Quando examinamos o NT, vemos vários motivos pelos quais Jesus tinha de ser
plenamente humano para ser o Messias e obter nossa salvação. Vamos listar aqui sete razões:
23
Docentismo é uma antiga heresia que permeou o mundo cristão, surgida no século I, que negava a completa
natureza humana de Jesus e, por conseguinte, a realidade dos Seus sofrimentos e morte. Em outras palavras, Jesus
apenas “parecia” ser Deus totalmente encarnado. Para os docentistas Jesus era como se fosse um fantasma. Um
bom exemplo de tentativa para combater esta heresia está em 1ª João 1.1-4; 4.1-3.
45
3) Para ser o único mediador entre Deus e os homens: Estávamos apartados de Deus
por causa do pecado. Necessitávamos de alguém que se colocasse entre Deus e nós,
para nos reconciliarmos com Ele. Precisávamos de um mediador que pudesse nos
representar diante de Deus e que, ao mesmo tempo, representasse Deus para nós. Só
uma pessoa preencheu esse requisito: “Porquanto há um só Deus e um só mediador
entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1ª Tm.2.5). Para cumprir essa
função de mediador, Jesus tinha de ser plenamente homem e plenamente Deus.
4) Para cumprir o propósito original do homem de dominar a criação: Deus
colocou o ser humano sobre a terra, enquanto representante divino, para subjugá-la
e dominá-la. Contudo, o homem não cumpriu esse propósito, pois caiu em pecado.
5) Para ser nosso exemplo e padrão de vida: João afirma que “aquele que diz que
permanece Nele, esse deve andar assim com Ele andou” (1ª Jo.2.6), e nos lembra
de que “quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele”. Essa esperança de
futura conformidade com o caráter de Cristo confere mesmo agora a pureza moral
cada vez maior à nossa vida (1ª Jo.3.2,3). Paulo nos diz que estamos continuamente
sendo “transformados na sua própria imagem” (2ª Co.3.18), avançando, assim,
para o alvo para o qual Deus nos salvou: sermos “conformes à imagem de seu filho”
(Rm.8.29). Pedro nos diz que, especialmente no sofrimento, temos de considerar o
exemplo de Cristo: “Pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos
exemplo para seguirdes os seus passos” (1ª Pe.2.21). Em toda nossa vida cristã
devemos correr a carreira colocada diante de nós, “olhando firmemente para o autor
e consumador da fé, Jesus” (Hb.12.2).
6) Para ser o padrão de nosso corpo redimido: Paulo nos diz que quando Jesus
ressuscitou dos mortos, Ele o fez num novo corpo (1ª Co.15.42-44). Esse novo corpo
ressurreto de Jesus é o padrão/modelo do que teremos quando também
ressuscitarmos, pois Cristo é “as primícias 24” (1ª Co.15.23). Temos agora um corpo
físico como o de Adão depois da desobediência, mas teremos um corpo como o de
Cristo: “(...) assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos também
trazer a imagem do celestial” (1ª Co.15.49). Jesus tinha de ser ressuscitado como
homem para ser o “primogênito de entre os mortos” (Cl.1.18), o padrão para o corpo
que teremos no futuro.
7) Para compadecer-se como Sumo Sacerdote: O autor de Hebreus nos lembra de
que “naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer
os que são tentados” (Hb.2.18; 4.15,16). Se Jesus não tivesse existido na condição
de homem, não teria sido capaz de conhecer por experiência própria o que sofremos
em nossas tentações e lutas nesta vida. Mas, por ter vivido como homem, Ele é capaz
de compadecer-se mais plenamente de nós em nossas experiências.
4) A DIVINDADE DE JESUS
Temos provado pelas Escrituras Sagradas que Jesus Cristo é verdadeiramente homem.
Agora veremos que Ele também é verdadeiramente Deus. Trata-se de uma doutrina totalmente
bíblica, como veremos a seguir.
Embora a palavra não ocorra de maneira explícita na Bíblia, a Igreja tem empregado o
termo “encarnação” para referir-se ao fato de que Jesus era Deus em carne humana. A
encarnação foi o ato pelo qual Deus Filho assumiu a natureza humana.
A comparação bíblica da divindade de Cristo é bem ampla no NT. Vamos examiná-la
sob algumas categorias.
24
Neste caso, “primícias” é uma metáfora utilizada por Paulo para comparar Cristo a primeira amostra da colheita,
o que demonstra como será o fruto daquela colheita.
46
4.1) Alegações bíblicas diretas
Examinaremos declarações diretas da Bíblia de que Jesus é Deus ou de que é divino.
Ele tinha uma natureza humana completa, isto é, um corpo real e uma alma racional.
Tem uma natureza divina verdadeira. É Deus.
Essas naturezas coexistiam inteiras e distintas, sem mistura ou confusão.
Ele é uma só pessoa.
Embora tenha duas naturezas e uma única personalidade, é a mesma pessoa divina
que existe desde toda a eternidade, que se fez carne, a qual é Cristo: verdadeiro Deus e
verdadeiro homem. Ele efetivamente sofreu, foi crucificado, morto e sepultado para nos
reconciliar com Seu Pai. Este Cristo ressuscitou dos mortos, tomando outra vez Seu corpo
(agora glorioso) e subiu aos céus. Ali está assentado no trono, até voltar para julgar os vivos e
os mortos no dia do Juízo Final.
Cristo veio ao mundo não apenas para exercer um ministério de poder e anunciar a
chegada do Reino de Deus. Ele veio também para morrer. Na verdade, pode-se dizer que Sua
morte se constitui no ensino mais importante da Bíblia. Os reformadores diziam: “quem
compreende a cruz compreende Cristo e a Bíblia”. A importância dessa doutrina é indiscutível
por várias razões: 1) Foi uma morte anunciada; 2) Foi um sacrifício representativo de toda
a humanidade; 3) Foi a razão principal de Ele ter nascido; e 4) Foi o sacrifício único e
definitivo pela nossa salvação. A crucificação de Cristo teve poder suficiente para abolir todos
os sacrifícios que até então se podiam oferecer para cobrir os pecados. Jesus veio trazer o perdão
definitivo, tornando-se o único e suficiente caminho para a salvação.
26
Pessoa ou agrupamento de pessoas que duvidam de tudo.
27
Expiação, no sentido bíblico, significa pagar uma pena por meio de sofrimento.
48
A morte de cruz era a mais vil e a mais dolorosa maneira de se castigar uma pessoa. Era
um suplício infame que os romanos reservavam aos escravos e aos maiores criminosos.
Jesus suportou contra si toda sorte de sofrimento em nosso lugar. Vejamos:
Castigos e açoites: Além dos golpes já sofridos pelos judeus (Mt.26.67; Mc.14.65),
Jesus também foi castigado pelas soldados romanos, pois, de acordo com as leis do
império, uma pessoa condenada à morte de cruz deveria antes ser açoitada (Jo.19.1). Os
primeiros açoites rasgavam a carne e os seguintes aprofundavam os ferimentos. Eram
usados chicotes feitos de couro e, na extremidade, eram colocados pedaços de ossos,
ferro ou chumbo. Depois dos intensos maus tratos, se iniciou o cortejo que conduziu
Jesus ao Calvário. Era preciso oferecer aos criminosos [a caminho da execução] uma
bebida feita de vinho misturado com um pouco de incenso, para entorpecê-los e
amenizar a sede e a dor (Jo.19.28,29).
Repartiram as Suas vestes: No ato da crucificação, a vítima era desposada de suas
vestes, as quais eram, às vezes, cortadas e divididas entre os soldados (Jo.19.23). Quanto
à túnica de Jesus, não rasgaram, mas lançaram sorte sobre ela, para que se cumprisse a
profecia (Sl.22.18).
Está consumado: O Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap.13.8),
naquela tarde sombria, no Gólgota, consumou o plano redentor: as profecias foram
cumpridas; os tipos sacrificiais foram abolidos e a cabeça da serpente foi esmagada
(Gn.3.15). Mesmo padecendo horrendas dores, Jesus pronunciou Suas últimas palavras:
“Está consumado; Pai nas tuas mãos entrego o meu espírito. E havendo dito isso,
expirou” (Jo.19.30; Lc.23.46).
49
7) O SEPULTAMENTO DE JESUS
Um dos discípulos secretos de Jesus, José de Arimatéia (Jo.19.38), encarregou-se de
retirar o corpo do Mestre da cruz e levá-lo para o sepulcro. Para isso, pediu consentimento ao
governador. Como era membro do Sinédrio 28 não teve dificuldades em ser atendido (Mc.15.43-
45). Neste ato cumpriu-se a profecia de Isaías 53.9.
José de Arimatéia foi com Nicodemos, outro discípulo de Cristo, para o calvário.
Aqueles homens colocaram-lhe substância aromáticas, envolveram-no em um lençol de linho
branco e colocaram-no no sepulcro (Jo.19.38-42).
Em nome do Sinédrio, uma comissão de sacerdotes dirigiu-se a Pilatos para lhe pedir
que liberasse uma guarda para vigiar o sepulcro de Jesus. Eles alegavam que, em vida, Cristo
havido dito que ressuscitaria (Mc.9.31); portanto, poderia acontecer de seus discípulos
roubarem o corpo e, mentindo, dizer que Ele havia ressuscitado. O procurador atendeu ao
pedido e colocou alguns soldados à disposição. Assim, certificaram-se de que o sepulcro estava
bem guardado (Mt.27.61-66).
8) A RESSUREIÇÃO
O Messias não ficaria prisioneiro da morte, pois é o príncipe da vida, conforme
proclamou o apóstolo Pedro (At.2.26,27). Toda a obra realizada por Cristo se fundamenta nesta
dimensão de Seu ministério, a ressureição de entre os mortos (Mc.9.31).
28
Assembleia judia de anciãos da classe dominante à qual diversas funções políticas, religiosas, legislativas,
jurisdicionais e educacionais foram atribuídas. A palavra aparentemente foi aplicada a diversos corpos diferentes,
mas designa especialmente a suprema corte judia legislativa e judicial de Jerusalém.
50
9) A ASCENSÃO
Depois de ressuscitar, Jesus ministrou a Seus discípulos por mais quarenta dias, quando,
enfim, ascendeu aos céus (At.1.1-9).
A ascensão põe fim ao ministério terreno de nosso Senhor Jesus Cristo. Da mesma forma
sobrenatural como entrou no mundo, o filho de Deus subiu ao céu e, um dia, voltará para buscar
os Seus (Mt.16.27; Mc.13.23,27; Jo.14.2-4).
Na história do cristianismo tem havido grande interesse pela segunda vinda de Cristo e
pelos acontecimentos que ocorrerão nos fins dos tempos. No centro dessa preocupação se
encontra a seguinte pergunta: Como podemos estar preparados para um acontecimento se não
sabemos quando ele ocorrerá?
A preocupação com o fim dos tempos pode nos trazer inquietações desnecessárias ou,
ao contrário, pode fazer-nos crer que esse dia se encontra em um futuro distante – esta última
ideia, algumas vezes, leva-nos a negligenciar a vida cristã. Paulo, no entanto, nos convida a
vivermos diariamente na esperança da segunda vinda de Jesus, a fim de que, independente da
hora, sejamos encontrados prontos para esse dia glorioso (1ª Ts.4.17). Pois se esperamos em
Cristo somente nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (1ª Co.15.19).
Esse assunto ocupa um lugar de centralidade e de grande destaque em toda a Bíblia. Por
muitas vezes, este tema aprece tanto no AT quanto no NT. Nos evangelhos, encontramos várias
alusões do próprio Jesus a respeito de Sua volta ao mundo.
Não nos é possível viver a fé cristã de maneira coerente se, ao mesmo tempo,
negligenciarmos esta dimensão do ministério de Cristo. O Senhor retornará à terra para cumprir
Suas promessas de arrebatamento dos remidos e de estabelecimento do Seu Reino.
A vida do homem não termina aqui. O Senhor não retarda a Sua promessa. Ele não quer
a perdição de ninguém, mas, que todos cheguem ao arrependimento. O cristão, no entanto,
precisa esperar novos céus e nova terra, vivendo em santo procedimento e piedade (2ªPe.3.9-
13).
Satanás só atua no mundo, hoje, porque lhe foi dada permissão relativa para que, por
intermédio do pecado, ele desenvolvesse seus propósitos de destruição. Porém, em uma
sequência de acontecimentos, que tem como ponto de partida a volta de Cristo a terra, ele será
definitivamente preso e lançado junto com seus anjos no lago de fogo eterno (Ap.20.10).
51
Aprendemos com este fato que só Deus é soberano e que o diabo segue debaixo do Seu
controle absoluto. Um dia, satanás será lançado em cadeias eternas pelo Altíssimo e estará
impedido de agir. Os objetivos da volta de Cristo a terra são:
Para cumprir Suas promessas: Cristo, por diversas vezes, prometeu que voltaria um
dia. As promessas que Ele fez não voltam vazias (Is.55.11); dessa forma, devemos
abrigá-las em nosso coração e aguardar sua concretização, porque Ele é fiel e justo
(Dt.7.9).
Para buscar os salvos: A morte de Jesus foi validada por Sua ressureição ao terceiro
dia. Da mesma forma, o plano que Deus arquitetou para resgatar o homem do poder do
pecado será validado quando Cristo, em glória, voltar no fim dos tempos (Jo.14.3).
Neste dia, enfim, Ele tomará para Si os Seus escolhidos.
52
IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
END. PRAÇA DA REDENÇÃO, Nº. 100. APODI-RN. CEP 59.700-000
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TEXTOS-BASE:
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, para que fique convosco para
sempre” (Lc.14.16).
“Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a
bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei”
(Gl.5.22.23).
“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai porém, na cidade, até que do
alto sejais revestidos de poder” (Lc.24.49).
“Mas procurai com zelo os maiores dons. Ademais, eu vos mostrarei um caminho
sobremodo excelente” (1ª Co.12.31).
INTRODUÇÃO
O termo Espírito Santo é citado muitas vezes nas Sagradas Escrituras, tornando-o de
interesse vital para o nosso entendimento da Revelação de Deus. Os eruditos dizem que espírito
vem do hebraico ruach, passando pelo grego pneuma, e significa “respiração” ou “vento”.
Dessa forma, a etimologia da palavra não pode nos fornecer muito auxílio na investigação desse
tema, como apresentado nas Escrituras.
O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. Essa afirmação contém dois elementos
que devem ser conhecidos por todo cristão: a divindade e a personalidade do Espírito Santo.
Ele não é uma energia, uma força, tampouco um atributo de Deus: é uma pessoa divina. Ele
passa a fazer parte do cristão no ato da sua genuína conversão a Cristo e é derramado sobre ele,
53
quando este é revestido com poder, quando lhe concede os dons espirituais. O fruto produzido
por Ele é o que caracteriza o cristão verdadeiramente espiritual.
29
Mateus 1.18 e Lucas 1.35 (sobre a concepção de Jesus); Marcos 12.36 (mencionando a Sua ação no AT); João
14.26 (quando Jesus prometeu o Consolador).
54
Deus: Os apóstolos não tinham dúvidas de que Ele era uma pessoa divina (At.5.3,4).
Espírito de Jesus: Título que talvez remeta ao fato de Jesus tê-lo enviado (At.16.7;
Jo.16.7).
Espírito da glória: Ele nos capacita a glorificar a Deus no sofrimento (1ª Pe.4.14).
Espírito de Deus: Comprovação de Sua divindade (1ª Jo.4.2).
Espírito da graça: Ele pode conceder graça (Hb.10.29).
Espírito da verdade: Ele é fonte de verdade e também é a verdade (Jo.14.17; 1ª
Jo.5.6).
Espírito de sabedoria e de revelação: Ao mesmo tempo em que nos concede
sabedoria, Ele revela as verdades divinas (Ef.1.17).
Espírito de santificação: Somos santificados por Ele (Rm.1.4).
Espírito de vida: Ele nos concede vida em Cristo Jesus (Rm.8.2).
Espírito Santo: A santidade é uma atributo divino (Ef.4.30).
Espírito Santo da promessa: Além de ser prometido a nós, Ele cumpre as promessas
de Cristo (Ef.1.13).
55
“Mas o fruto do Espírito é: Amor, Paz, Longanimidade, Benignidade, Bondade,
Fidelidade, Mansidão e Domínio Próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gl.5.22,23).
O fruto do Espírito é implantado naqueles que nascem de Deus e são cultivados pelo
próprio Espírito Santo, fazendo com que o novo homem ande em novidade de vida e não mais
esteja sujeito a carne. Todavia “a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne,
porque são opostos entre si” (Gl.5.17). Esse conflito é inevitável, a vitória, no entanto, também
não pode ser evitada, pois quem vence é maior e o apóstolo João diz quem é o maior:
“Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que
está em vós do que aquele que está no mundo” (1ª Jo.4.4). E, se o que está nos verdadeiros
crentes é maior, temos, portanto, a certeza da vitória sobre a carne, o mundo e o diabo. Essa
vitória, apesar de já ter sido conquistada por Jesus na cruz do calvário, vem sendo consolidada
na vida de cada crente através do amadurecimento dos frutos do Espírito que acontece
gradativamente. Afinal de contas, o apóstolo Paulo diz em sua carta aos Romanos, que “fomos
predestinados para sermos conforme a imagem de Jesus Cristo” (Ef.1.4-6).
Os frutos do Espírito são qualidades morais cuja origem é divina, todavia não há aqui
pretensão de se fazer uma lista completa de virtudes. O que o apóstolo Paulo selecionou foram
características essenciais, antes corrompidas pelo pecado que começam a serem restauradas,
após a regeneração, pelo Espírito Santo. Veremos então com detalhes cada uma dessas
qualidades:
3.3) A Paz
No hebraico Paz é SHALOM: “Então Gideão edificou ali um altar ao Senhor e lhe
chamou de ‘O Senhor é Paz’” (Jz.6.24). Todos os que andam na presença de Deus desfrutam
dessa paz. Os israelitas perderam a paz porque não andaram nos caminhos do Senhor (Jz.6.1).
Na “Nova Aliança”, Cristo é a nossa Paz (Ef.2.14), uma paz que excede todo entendimento
(Fp.4.7); porque, como a alegria, a paz não depende das circunstâncias e nem pode ser
56
arrebatada por satanás. Foi o Príncipe da Paz que nos deu: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos
dou: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize”
(Jo.14.27). Essa paz não significa que seremos tirados da luta e da tribulação que cai sobre toda
a humanidade. Mas, seremos guardados nessa hora (Ap.3.10). Quem tem essa paz é aprovado
no dia da tribulação. Ao contrário do mundo que vive uma angustia eterna. Este fruto
representa o bem-estar interior que nos permite não nos desesperarmos por mais difícil
que seja a situação (Fp.4.6,7).
3.4) Longanimidade
Longanimidade é a paciência com que Deus segura sua ira diante da iniquidade do
homem: “Que diremos pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder,
suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição” (Rm.9.22).
Portanto, longanimidade é a capacidade gerada pelo Espírito Santo, no cerne do Espírito
humano que ele passa a suportar determinadas afrontas sem se irar. O apóstolo Paulo
exorta os Colossenses a procederem como eleitos de Deus, cultivando os frutos do Espírito
Santo. A longanimidade também se evidencia na capacidade de esperar: “Eis que temos por
felizes os que perseveram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor
lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo” (Tg.5.11).
3.5) Benignidade
“Celebrai as benignidades do Senhor e os seus atos gloriosos, segundo tudo o que o
Senhor nos concedeu e segundo a grande bondade para com a casa de Israel, bondade que
usou para com eles, segundo as suas misericórdias e segundo a multidão das suas
benignidades” (Is.63.7). Este fruto do Espírito, segundo muitos comentadores, é o que de
maneira maravilhosa reflete mais o Amor de Deus para com os outros sem interesses paralelos.
A benignidade evidencia-se na misericórdia que exercemos para com o nosso próximo. O
mundo age na base do interesse, visando algo em troca, principalmente a glória deste mundo,
enquanto aqueles que nasceram de Deus e foram transformados pelo Seu poder, já não pensam
em amar por algo em troca, como os elogios ou os benefícios que possam vir de tais atitudes.
O maior ato de benignidade do Senhor foi manifesto em Cristo Jesus para salvar pessoas que
não mereciam, mas Ele prova o seu amor para conosco tendo Cristo Jesus morrido na cruz,
sendo nós ainda pecadores. Vejamos a carta do apóstolo Paulo endereçada a Tito: “Quando,
porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos,
não por obras de Justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia, Ele nos salvou
mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou sobre nós
ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos
tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tt.3.4-7). Como filhos de
Deus, devemos nos interessar até pelos nossos inimigos, em todos os sentidos, principalmente
no que concerne em lhes dar o que há de melhor, de mais essencial. O que uma pessoa pode
querer que seja maior do que a vida eterna que Cristo nos deu? Devemos, portanto, pregar o
Evangelho da Salvação para elas. Isso não significa que o lado social deve ser negligenciado.
O mundo tem sua maior fome do pão que veio do céu: Jesus Cristo. Se há algo de bom que se
possa fazer por alguém é dar-lhe desse pão que verdadeiramente sacia a fome. CRISTO foi
quem melhor expressou esta qualidade. Na medida que estamos sendo transformados na
imagem do Filho de Deus, passaremos a agir, cada vez mais, como o nosso Salvador Jesus.
3.6) Bondade
Bondade é generosidade em ação para com os outros. Em outras palavras, bondade é a
prática da benignidade. Uma pessoa é bondosa quando ajuda os necessitados, como no caso do
bom samaritano (Lc.10.26-37). Somos verdadeiros adoradores de Deus quando quebramos as
57
muralhas das diferenças, e só assim, passaremos a ser conhecidos como verdadeiros cristãos.
Esse fruto do Espírito, atualmente, está sendo pouco cultivado, ou melhor, está sendo
negligenciado. Na verdade, sem o conhecimento da palavra de Deus os frutos permanecerão
verdes ou levarão muito tempo para amadurecerem. A Igreja de Roma é um bom exemplo desse
conhecimento, pois o apóstolo diz que eles eram instruídos: “Meus irmãos, eu mesmo estou
convencido de que vocês estão cheios de bondade e plenamente instruídos, sendo capazes de
aconselhar-se uns aos outros” (Rm.15.14). Vejamos o que Tiago fala a esse respeito: “De que
adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo?
Se um irmão ou irmã estiver necessitado de roupas ou alimento de cada dia e um de vocês lhe
dizer: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se, sem, porém, lhe dar nada, de que
adianta isso? (Tg.2.14-16). Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas,
e a fé foi aperfeiçoada pelas obras. Como vimos, aí está a bondade de Deus que foi derramada
em nossos corações pelo Seu infinito amor. Portanto, não podemos ser crentes egocêntricos,
voltados exclusivamente para nossos próprios interesses. Devemos, pois, nos preocupar com o
próximo pois quando agimos dessa forma estamos buscando primeiro o Reino de Deus e a Sua
justiça, e com toda certeza, todas as outras coisas nos serão acrescentadas. Se agirmos de outra
forma, não estaremos evidenciando através das nossas obras a ação do Espírito Santo em nosso
viver. Como crentes, raquíticos na fé, estaremos desestruturados, vulneráveis as intempéries da
vida. É importante salientar que toda boa obra, feita com o objetivo de obter mérito diante de
Deus, surge de um desejo egoísta daqueles que querem ser elogiados pelos outros. No entanto,
as obras do fruto do Espírito é um desejo gerado pelo Espírito Santo, por isso, podemos dizer
que as obras não somos nós que fazemos, mas Deus quem as faz. Somos apenas instrumentos
nas Suas mãos, a fim de abençoarmos os outros. Somos guiados pelo Espírito a fazer a vontade
de Deus.
3.7) Fé (Fidelidade)
Esse fruto do Espírito foi dado aos Santos (Jd.1.3) para que eles perseverem no dia mal
que há de vir sobre todo o mundo, para pôr a prova os que habitam na terra (Ap.3.10). O
apóstolo Paulo disse que o que vence o mundo é a nossa fé. A fé impulsiona o crente a vitória;
ela crê que, para Deus, tudo é possível. Por isso marcha em frente, permanece firme, continua
leal, mesmo em meio a reverses e decepções. Essa fé é estável, mesmo em face de experiências
abaladoras, pois seu olhar está fixado Naquele que é fiel, e não no caos e confusão das
circunstâncias que nos cercam. No mundo secular, se você crer em algo significa que você
acredita naquilo. E quando se acredita em alguma coisa as pessoas começam a agir
harmoniosamente com a fé naquilo que acreditam. Assim como acontece no mundo econômico-
financeiro, se uma pessoa acredita que determinado investimento irá dar certo, ele com toda a
convicção investirá seus recursos porque acredita, tem fé naquilo que está fazendo. Assim é
também com as coisas espirituais, ou se tem fé ou não se tem. Por isso, algumas pessoas ouvem
a Palavra e não acreditam, porque não têm fé no que ouviram. Elas permanecem incrédulas
porque o diabo cegou as suas consciências para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho
da Graça de Deus. E com toda certeza, ninguém quer vir a Ele para ter vida, a não ser que Ele
dê vida aquele que está morto nos seus delitos e pecados. Tudo isso pela ótica bíblica de que a
fé é um dom de Deus e que o homem só é salvo por ela. O apóstolo Paulo diz: “Porque pela
graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós é dom de Deus; não de obras, para que
ninguém se glorie” (Ef.2.8,9). FÉ também significa fidelidade. Somos convidados a ser fiéis
até a morte (Ap.2.10). Isso não significa pensar que podemos perder a Salvação caso haja
infidelidade, pois trata-se, sem sombra de dúvida, de exortação para o crente manter o
testemunho fiel da palavra de Deus nesse mundo estruturado na injustiça que se levanta contra
o Senhor do céu e da terra.
58
3.8) Mansidão
Mansidão no hebraico significa gentileza, humildade, suavidade, brandura. No grego
ela tem o mesmo significado. Na medida em que somos transformados de glória em glória na
imagem de Cristo, tornamo-nos cada vez mais mansos e humildes de coração. Jesus é o grande
exemplo: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt.11.29). Os mansos não são covardes;
ao contrário do que se pensa, eles são pacificadores. Onde há discórdia eles levam paz e agem
dessa forma porque são cheios do Espírito Santo e procuram, assim como a corsa anseia por
água, encherem-se do Espírito de Deus: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há
dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef.5.18). O mundo precisa de pessoas mansas, que
deem testemunho com suas vidas da vitória que Cristo conquistou na cruz. Agindo assim, Deus
é glorificado e exaltado entre as nações. Quem procede dessa forma são os verdadeiros
adoradores. O mundo é diferente. A arrogância, a prepotência, o individualismo e a auto
exaltação são as marcas características do líder mercenário que denigre o Evangelho para
adquirir o que o vazio do seu Espírito almeja incansavelmente. Uma grande característica dos
verdadeiros mansos é que eles não se conformam com esse mundo mal e procuram transformá-
lo, não pela violência, mas através da paz e do amor de Deus. A transformação acontece pelo
testemunho fiel.
30
A outra ordenança é a Ceia do Senhor. Para maiores informações a respeito, tanto sobre Batismo nas Águas
quanto sobre Ceia do Senhor, ver lição 07 do presente estudo.
59
Batismo com/no Espírito Santo é o selo que Deus concede ao salvo no momento da
sua conversão. A ICB entende que, tão logo o pecador se converta genuinamente a Cristo, o
Espírito Santo passa a fazer morada nele. Portanto, todo aquele que verdadeiramente foi salvo
por Jesus é batizado com o Espírito Santo, isto é, nasceu de novo.
Já o Revestimento de Poder é uma experiência distinta e subsequente à experiência do
novo nascimento (leia-se, “posterior ao batismo com Espírito Santo”). Atos dos apóstolos 8.12-
17; 10.44-46; 11.14-16; 15.7-9 corroboram com essa verdade bíblica. Tal enchimento de poder
nos permite experimentar uma plenitude espiritual (Jo.7.37-39; At.4.8), uma reverência mais
profunda por Deus (At.2.43; Hb.12.28), uma intensa consagração a Ele e dedicação à Sua obra
(At.2.42), e um amor mais ativo por Cristo, por Sua palavra e pelos perdidos (Mc.16.20). Todos
os crentes tem direito à essa promessa do Pai, a qual deveriam esperar ardente e intensamente
o revestimento com poder e com fogo, de acordo com o mandamento do nosso Senhor Jesus
Cristo. É tarefa de cada salvo buscar os dons, preferencialmente, os que Paulo chamou de os
mais excelentes.
De fato, todos os dons já passam a estar com o crente a partir do momento em que ele
genuinamente se converte a Cristo [isso é de fácil dedução, pois ao ser salvo o crente passa a
ter o Espírito Santo de Deus em sua vida]. Contudo, a manifestação desses dons é uma ação
soberana do Espírito na vida do crente para aquilo que for útil. Cabe, pois, ao crente buscar o
revestimento de poder para se manifestarem os dons do Espírito que está dentro dele.
5.6) Profecia
Profecias são mensagens que as pessoas agraciadas com esse dom entregam à igreja por
inspiração do Espírito Santo. A profecia serve para edificação, exortação e consolação (1ª
Co.14.3; At.15.32).
Paulo insiste em que os ouvintes julguem o que o profeta fala a igreja. Isso indica que a
profecia não é o mesmo que Palavra infalível de Deus, pois então não haveria necessidade de
julgamento. Não precisamos julgar a Bíblia nem o que dela ouvimos diretamente de Deus.
Entretanto, as profecias devem ser examinadas à luz das Escrituras.
61
perseguição. Paulo, no entanto, identificou a procedência daquelas declarações e expulsou o
demônio que estava na moça.
Os dons são concedidos pelo Espírito Santo; os frutos são desenvolvidos pelo cristão.
Os dons são concedidos prontos e acabados; os frutos devem ser aperfeiçoados.
Os dons vêm de fora para dentro; os frutos, de dentro para fora.
Os dons enfatizam os tipos de operação realizados por meio do cristão; os frutos
destacam o caráter do cristão.
Alguns dons só são concedidos após o revestimento de poder; as manifestações dos
frutos estão ao dispor de todos os salvos.
Os dons terminam com a cessação da vida; os frutos permanecem para sempre.
Em resumo, o que define a espiritualidade do cristão são os frutos do Espírito que ele
produz, não os dons espirituais que ele manifesta. Isto é dito não para diminuir a importância
dos dons, pois eles são essenciais ao avanço da Igreja, mas para fazer justiça entre eles e a
produção dos frutos do Espírito, que é um fator determinante na formação do caráter cristão e
na preservação da Igreja como legítima representante do Reino de Deus na terra.
7) QUESTÕES CONTROVERSAS
7.1) Os dons cessaram após a era apostólica ou continuam até hoje?
Essa é uma discussão que jamais se encerrará aqui na Terra. Contudo, de forma
resumida, podemos afirmar que existem pelo menos duas correntes doutrinárias que se propõem
62
a tratar dessa temática levantada no presente subtópico: os cessacionistas e os continuístas. Os
primeiros, representam a visão de teólogos reformados (calvinistas) e batistas fundamentalistas,
geralmente de origem puritana. Eles formulam que alguns dons do Espírito Santo foram úteis apenas
para os primórdios da igreja cristã, tendo cessado essa manifestação no período da Igreja Primitiva.
Segundo eles, os dons chamados de revelacionais e também os de milagres e curas teriam
desaparecido. Já os continuístas advogam que todos os dons são contemporâneos, assim o
Espírito queira manifestá-los ao crente para o que for útil. A posição da ICB e de outras
denominações pentecostais, como a Assembleia de Deus, Deus é amor, Igreja Metodista,
etc. é alinhada com o pensamento dos continuístas. O cessacionistas afirmam, erroneamente,
que os dons espirituais cessaram após a era apostólica, pois o Evangelho, de acordo com a
geografia daqueles dias, já havia chegado aos confins da terra. A Bíblia anula esse falso ensino.
Interpretando equivocadamente as Escrituras, eles citam, por exemplo, 1ª Coríntios 13.8: "mas,
havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão (...)". Eles se esquecem do
versículo 10 que afirma: "Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será
aniquilado". Todavia, essa "era perfeita" ainda não começou; quando chegar, "então, veremos
face a face" (v.12). De conformidade com a profecia de Joel, o derramamento do Espírito Santo
e a distribuição dos dons espirituais, seriam mais intensos nos últimos tempos (Jl.2.28,29). Em
Jerusalém, no Dia de Pentecostes, esta profecia cumpriu-se parcialmente (At.2.16-18). Desde
então continua a cumprir-se onde quer que o evangelho seja ouvido e crido.
Lembremo-nos, tão somente, do conselho do Apóstolo Paulo sobre os dons: procurai
com zelo os maiores dons (1ª Co.12.31).
CONCLUSÃO
A guisa de conclusão, reafirmamos ao término desta lição que o Espírito Santo é Deus,
uma Pessoa da Trindade, e possui a mesma essência e atributos do Pai e do Filho.
Os frutos do Espírito são qualidades morais e essenciais cultivadas no crente pelo
Espírito Santo para o crescimento da igreja. É através dos frutos do Espírito que a imagem de
Deus no homem, corrompida pelo pecado, começa a ser restaurada. Todos que nascerem de
Deus entrarão nesse processo de santificação. É uma obra do Espírito na vida dos salvos. Sem
santificação ninguém verá o reino de Deus, é óbvio; ninguém pode dizer que é salvo e não é
potencialmente santo. Os que foram chamados segundo a presciência de Deus, crescem em
santificação.
Os dons são manifestações sobrenaturais do Espírito na vida do crente, concedidos
soberanamente por Ele para aquilo que é útil a Igreja e ao Reino. Os dons são atuais, estando
ao alcance de qualquer cristão, assim o Espírito Santo queira os manifestarem na vida dos seus.
TEXTOS-BASE:
• “Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por
ele” (Mt.3.13).
• “Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome
de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito
Santo” (At.2.38).
• “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer
e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc.16.15,16).
• “E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu
corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois da
ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é
derramado por vós” (Lc.22.19,20).
31
O termo “batismo” vem do grego baptzõ, que significa “mergulhar”, “submergir”.
32
A outra ordenança é justamente a Ceia do Senhor, assunto este que também será abordado na presente lição.
64
confissão pública de fé em Cristo, por intermédio de atos e palavras, onde o batizando mostra
ter aceitado plenamente as verdades da Bíblia Sagrada.
Pretendemos, na presente lição, orientar e ajudar os amados irmãos a respeito desse tão
relevante assunto. Todos que acabam de chegar à igreja precisam dessas orientações a fim de
se conduzir de forma apropriada à nova vida na Igreja do Senhor Jesus.
33
Para maiores informações sobre o assunto Revestimento de Poder ver a lição de número 06 do presente estudo.
34
Atualmente, o Secretário da Igreja de Cristo em Apodi é o Presbítero Tiago de Lima Fernandes.
65
determinado e em local previamente escolhido – espaço este que, certamente, disponha de
piscina, lagoa, rio ou outro reservatório d’água - se realizará a cerimônia. Assim, descerão as
águas muitos irmãos e irmãs que publicizarão sua confissão de fé, simbolizando sua morte para
o mundo (quando imergirem nas águas) e seu renascimento para Cristo (quando emergirem das
águas).
A ICB entende que somente os membros que já foram batizados poderão
participar da Ceia do Senhor. A razão disto é porque somente após o batismo que o crente,
de fato, cumpriu a ordenança que o próprio Cristo cumpriu pelas mãos de João Batista e agora,
cabalmente, o crente é partícipe da morte e ressureição de Cristo e está apto a vida na igreja.
3) SÍMBOLOS DO BATISMO
Em Romanos 6.2,3 o apóstolo Paulo afirma que somos agora mortos para o pecado. De
fato, se não houver morte também não haverá nova vida. Nada obstante isso, Jesus afirmou:
“Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus” (Jo.3.3). E, se não aconteceu a mortificação para o mundo, o batismo não terá valor
algum. Sendo assim, vejamos a seguir quais símbolos estão ligados ao batismo:
3.1) A Sepultura
O ato de mergulhar ou imergir o convertido nas águas simboliza seu “sepultamento”.
Paulo defende que “fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como
Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em
novidade de vida” (Rm.6.4). Não podemos mais voltar ao mundo, pois já morremos e fomos
sepultados.
REFUTAÇÃO BÍBLICA:
Jesus considerou as crianças como sendo pertencentes ao Reino dos Céus
(Mt.19.13-15).
O episódio da criança morta de Davi – Quando a criança de Davi morreu, ele
ficou em paz e declarou que a criança não podia voltar para ele, mas ele um dia
iria para onde ela estava, isto é, ele se encontraria com ela outra vez. Se Davi
tinha a esperança imarcescível de usufruir a ressurreição após esta vida (o que é
um fato – Veja Salmo 16.9-11), é na presença de Deus que sua criança iria
aguardá-lo. Veja também 2º Samuel 12.21-23.
REFUTAÇÃO BÍBLICA:
Entre a Igreja e Israel existem muitas semelhanças. As lições espirituais para
Israel servem para a Igreja de Cristo, na Dispensação da Graça. Porém, não
podemos afirmar, de acordo com o ensino das epístolas paulinas, que ambos tem
a mesma natureza e, portanto, igual colocação. Nesse sentido, Gálatas 6.16; 1ª
Coríntios 10.32.
O batismo não é um sinal da Dispensação da Graça. Isto não pode ser
comprovado dentro do NT, e se esse fosse o caso, tampouco poderia ser aplicado
35
O Art. 2º da Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) aduz que: Considera-se
criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze
e dezoito anos de idade.
67
às crianças. Não se observa de modo claro, indícios palatáveis de tal prática e
compreensão no NT.
Portanto, a ICA entende que em hipótese alguma se deve batizar e nem tampouco
validar o batismo de crianças, pois é necessário crer primeiro e então se batizar. Obedecemos
ao princípio bíblico de consagrar os filhos ao Senhor, mas só os batizamos depois que puderem
crer e professar sua fé. Entendemos que ninguém pode nem deve especular sobre a idade da
consciência de alguém, pois varia de pessoa para pessoa e somente Deus é que pode determinar
tal coisa. Contudo, a ICA entende, de forma sóbria, razoável e pelas razões até aqui expostas,
que a partir de 12 (doze) anos o jovem pode ser batizado. Enquanto for criança, não.
4.3) A questão do convertido que morreu e não teve como ser batizado: ele foi salvo?
O batismo nas águas, em si, não salva ninguém. Jesus disse que quem crer (e for
batizado porque creu) seria salvo e quem não cresse seria condenado. Note que Ele não disse
“quem não for batizado será condenado”, mas sim “quem não crer”.
O batismo segue a fé que nos leva à salvação, mas ele em si não é um meio de salvação.
Que o diga aquele ladrão que foi crucificado com Cristo e a quem Jesus disse que estaria com
Ele ainda aquele dia no paraíso (Lc.23.39-43); ele somente creu e nem pôde ser batizado (pois
morreu pouco tempo depois), mas não deixou de ser salvo por isto. O batismo, portanto, não
salva, mas nem por isso deixa de ser importante e necessário. Aquele ladrão que se
converteu pouco antes de sua morte não teve condições de passar pelo batismo, mas alguém
que creu e tem condições (físicas e mentais) deve obedecer à ordenança de Cristo e ser batizado,
caso contrário estará em deliberada desobediência a Deus, o que poderá impedir-lhe de entrar
para a vida eterna com Cristo.
No ato do batismo, o convertido mostra ter morrido para o mundo e renascido para
Cristo, vivendo agora em novidade de vida. Portanto, repita-se que o batismo nas águas, em si,
não tem nenhum poder de salvar uma pessoa. Alguém que se converteu genuinamente a
Cristo, ainda que seja segundos antes de sua morte, verdadeiramente é salvo e estará com
o Senhor no Paraíso. Como arremate, podemos afirmar que não se batiza alguém para ele ser
salvo, e sim, porque já é salvo.
36
Modus operandi = Expressão em latim que significa "modo de operação". Utilizada para designar uma maneira
de agir, operar ou executar uma atividade seguindo sempre os mesmos procedimentos.
37
Batismo por aspersão ou efusão, que é praticado pela Igreja Católica, significa "submergir em água por salpicar
água na cabeça da pessoa". Portanto, batismo por aspersão é um paradoxo, algo que se contradiz.
68
4.4) A questão do “rebatismo”.
O batismo nas águas deve ser ministrado uma única vez. É nesse sentido que Paulo
escreveu aos Efésios: “[…] uma só fé; um só batismo” (Ef.4.5). Assim sendo, é evidente que a
Bíblia é contra o denominado rebatismo, isto é, batizar novamente quem já fora batizado.
Quando um irmão de outra denominação deseja se congregar na ICB e o mesmo já foi
participante de batismo válido, ele não será batizado novamente. Entendemos por batismo
válido aquele que fora celebrado por qualquer Igreja Evangélica que entenda tal ordenança
como dever a ser observado pela Igreja de Jesus, que seja cônscio da sua importância, de sua
simbologia e do seu modus operandi. Importa, ainda, que tal cerimônia tenha sido celebrada
por obreiro/dirigente consagrado ao serviço do Senhor. O irmão que já é batizado nesses moldes
poderá participar normalmente de todas as atividades da igreja, inclusive, da Ceia do Senhor.
4.5) A questão do estado civil para os batizandos e suas implicações na vida na Igreja
O batismo é uma cerimônia onde podem participar pessoas nos seguintes estados civis 38:
solteiras, casadas, divorciadas ou viúvas. O caso de pessoa separada, isto é, que não vive
mais com o cônjuge, porém ainda não está divorciado(a) dele(a) bem como os casos dos
que estão em união estável – situação onde pessoas moram juntas, de forma pública e
notória, coabitam maritalmente, mas, sem serem casadas civilmente – precisam ser
regularizados.
O obreiro de cada localidade é a pessoa indicada para tratar do assunto com os
envolvidos, a fim de serem realizados os esclarecimentos devidos e a necessária regularização,
para, feito isto, então batizar. As pessoas que se encontram nas situações de separados ou em
união estável, além de não poderem ser batizadas, também não receberão oportunidade na igreja
de desenvolverem um serviço na casa do Senhor. Essa proibição se justifica em razão de
servimos a um Deus que não é apenas santo: Ele é santo, santo, santo (Is.6.3). Sem santificação
ninguém verá a Deus (Hb.12.7,14). Logo, não se pode admitir que uma pessoa que vive,
voluntariamente, de forma desobediente aos preceitos bíblicos tenha oportunidade de ministrar
qualquer serviço no Reino: eis a importância do bom testemunho do crente. Vale salientar
ainda que a ICA, em comum acordo com o casal, celebra o casamento religioso com efeitos
civis sem maiores dificuldades, bem como sem custos financeiros para os envolvidos. Logo,
não há desculpa para qualquer membro que viva de forma irregular no tocante ao seu estado
civil permanecer no erro. Vale salientar que, ao sabor do caso concreto, podem aparecer
situações onde o obreiro que celebrará o batismo precisará de discernimento para resolver se
batiza ou não39.
40
Pão ázimo ou asmo, matzá (hebraico), é um tipo de pão assado sem fermento, feito somente de farinha de trigo
(ou de outros cereais como aveia, cevada e centeio) e água. A preparação da massa não deve exceder 18 minutos
para garantir que a massa não fermente.
70
7) CEIA DO SENHOR: UM MEMORIAL
“… o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e, tendo dado graças, o partiu e
disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante
modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no
meu sangue; fazei isto, todas as vezes em que o beberdes, em memória de mim. Porque todas
as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele
venha” (1ª Coríntios 11.23-26)
A ceia do Senhor é um momento de recordação do que Cristo fez por nós ao morrer na
cruz para a remissão dos nossos pecados. Quando a celebramos, estamos anunciando a morte
do Senhor Jesus até que Ele volte! Os elementos são, portanto, figurativos, e não literais.
Em lugar algum das Escrituras é mencionado que o pão e o vinho se tornam,
literalmente, o corpo e o sangue do Senhor na hora em que os partilhamos. Pelo contrário, Jesus
deixa claro o caráter simbólico do ato ao dizer: “fazei isto em memória de mim”.
“E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo
oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o
cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós”
(Lc.22.19,20).
Do pão: Ele simboliza o corpo do Senhor que foi sacrificado na cruz, pelos nossos
pecados.
Do vinho (cálice): que simboliza o Seu sangue derramado na cruz, para nos purificar
de todo pecado.
41
Importa informar que, na oportunidade em que Judas participou a mesa, tratava-se, ao mesmo tempo, da última
páscoa e, por conseguinte, da primeira Ceia.
71
Os critérios básicos para participar da Ceia são: estar aliançado com Cristo e com vida
espiritual em ordem.
“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do
corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e
beba do cálice, pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a
razão porque há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem. Porque, se nos
julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados
pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1ª Coríntios 11.27-32).
42
Transubstanciação = Termo usado pela Igreja católica para explicar a conversão do pão e do vinho no corpo e
no sangue de Cristo. Em outras palavras, a Igreja Católica Romana ensina que uma vez que um padre ordenado
abençoe o pão da Ceia do Senhor, este é transformado na real carne de Cristo (apesar de manter a aparência, odor
e gosto de pão); e quando ele abençoa o vinho, este é transformado no real sangue de Cristo (apesar deste manter
sua aparência, odor e gosto de vinho).
72
Deve-se ter muito respeito e reverência ao participar da Ceia do Senhor. Por isso,
comunhão com Deus e com os irmãos é fundamental e necessária. Deve cada cristão examinar
sua própria vida, e não a dos outros, e só depois de cuidadosa reflexão, decidir participar
ou não da mesa do Senhor.
Quando não há reverência e santidade, o Senhor repreende por meio da Palavra, a fim
de que o irmão se corrija e continue sua vida cristã normal. Caso este insista no pecado, Deus
então o disciplina, como é a orientação do texto. “Fracos e doentes” representam as muitas
enfermidades ou limitações que o Senhor impõe aquele que não se examinou e participou da
Ceia indignamente. Por vezes, os problemas de saúde não conseguem sequer serem
identificados: o médico examina e não consegue diagnosticar e tratar porque o problema é de
ordem espiritual. “Dormem”, conforme a descrição paulina significa morrer. Deus pode
recolher o cristão que indignamente participa da Ceia do Senhor para não ser condenado com
o mundo (1ª Co.11.32). É muito bom ser crente, melhor ainda é ser crente fiel e consagrado a
Deus.
73
Razoabilidade e bom senso são duas premissas que devem sempre serem levadas em
consideração, inclusive, na exegese bíblica.
“Porque, antes de tudo, ouço que quando vos ajuntais na igreja há entre vós dissensões; e em
parte o creio. E até importa que haja entre vós facções, para que os aprovados se tornem
manifestos entre vós. De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do
Senhor; porque quando comeis, cada um toma antes de outrem a sua própria ceia; e assim um
fica com fome e outro se embriaga”.
Uma pergunta que cabe ante a citada passagem é: Quantas pessoas você já viu ficarem
embriagadas ao tomarem suco de uva? Existem aqueles que defendem que suco de uva tomado
em grande quantidade embriaga. Mas, não me parece razoável esse modo de pensar.
Historicamente falando, sabe-se que o vinho é extremamente usado pelos povos orientais,
inclusive judeus. E Jesus como bom judeu que era tomou um bom cálice de vinho.
Para concluir o presente tópico, segue mais uma citação do Ap. Paulo que corrobora
com o ponto de vista defendido pela ICA: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há
devassidão, mas enchei-vos do Espírito” (Ef.5.18). Resta claro que, em lugar nenhum da
bíblia é proibido ao crente tomar vinho, o qual contém um certo teor de álcool. O
problema está no caso daqueles que se embriagam. A estes, faltam-lhes o fruto do Espírito
denominado domínio próprio 43. Estudos modernos44, inclusive, defendem que a ingestão
regular de vinho tinto, em pequenas quantidades, faz muito bem ao corpo humano, até
prevenindo certos tipos de câncer.
CONCLUSÃO
São pequenos detalhes, ainda que muito simples, que ajudam a manter a identidade
moral e social da Igreja de Jesus. Já saímos, espiritualmente falando, de um mundo conturbado
e complicado, para o qual não devemos mais voltar nem ter saudades dele. A vida com Cristo
é muito melhor.
43
Domínio próprio (temperança) é um dos frutos que mais o crente deve buscar produzir, guiado pelo Espírito. A
razão disso é que por faltar tal controle em si próprio, muitos tem se deixado levar pelos exageros no falar, no
vestir, no comportamento e até no se alimentar. Em todos esses casos, o pecado se configura. É justamente por
isso que, ainda que não proíba a sua membresia que tome vinho por causa do álcool que faz parte de sua
composição, a ICA orienta, de um modo geral, que toda sua membresia se abstenha de toda e qualquer bebida
alcóolica. Não é contraditório isso. Ocorre que zelamos pelo testemunho de cada crente e, se este ao examinar-se,
não tem domínio em si próprio, melhor não se arriscar. Salutar é reconhecer, tal qual ensina as Escrituras, que o
poder de Deus se aperfeiçoa na nossa fraqueza, por causa da Sua graça que nos basta (2ª Co.12.9a)
44
Segue citação extraída do livro ANTICÂNCER, escrito pelo Dr. David Servan-Schreiber, o qual ensina como
prevenir e vencer o câncer usando nossas defesas naturais, aliadas a alimentação e hábitos de vida saudáveis (2011,
p.170): “O vinho tinto contém numerosos polifenóis, dentre os quais o famoso resvesratrol. Como esses polifenóis
são extraídos por fermentação, sua concentração é mais importante no vinho que no suco de uva. O resveratrol
age sobre os genes conhecidos por proteger as células sadias do envelhecimento (sirtuins). Tem também a
capacidade de retardar as três etapas de progressão do câncer – iniciação, promoção e progressão.
74
Podemos, abertamente, afirmar com fez o apóstolo Paulo: “Nenhuma condenação há
para quem está em Cristo Jesus” (Rm.8.1). Tal versículo não deve ser interpretado como
liberdade para pecar, mas sim como liberdade para servir ao Senhor em novidade de vida
(Rm.7.6). A experiência de uma nova vida com Cristo não tem comparação, pois é algo
totalmente novo, e não existe nada a ser comparado. Nesse contexto, tanto o batismo nas águas
quanto a Ceia do Senhor são ordenanças que devem fazer parte da vida do crente que se
converteu genuinamente a Cristo. Ao Senhor, toda honra, toda glória e todo louvor!
75
IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
END. PRAÇA DA REDENÇÃO, Nº. 100. APODI-RN. CEP 59.700-000
www.igrejadecristoapodi.blogspot.com
projetodiscipulai@hotmail.com
TEXTOS-BASE:
“Daniel, porém, propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias
do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe
concedesse não se contaminar” (Dn.1.8).
“O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de
joias de ouro, ou o luxo dos vestidos, mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível
traje de um espírito manso e tranquilo, que és, para que permaneçam as coisas” (1ª
Pe.3.3,4).
INTRODUÇÃO
Já aprendemos que quando aceitamos a Jesus como nosso salvador, o Espírito Santo de
Deus começa a habitar em nós (1ª Co.3.16). Assim sendo, passamos a ter uma nova vida em
Cristo. Por isso, a nossa vida agora deve ser diferente de outrora. Está escrito: “Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”
(2ª Co.5.17).
Embora o crente nascido de novo receba a nova vida no Espírito Santo, ele ainda tem
residente em si mesmo a natureza pecaminosa, com suas perversas inclinações (Gl.5.16-21). A
natureza pecaminosa que nele existe precisa ser mortificada e vencida pelo poder e graça do
Espírito Santo (Rm.8.13). É um processo, por vezes lento mas gradual, chamado santificação.
Para obtermos essa vitória precisamos negar tal natureza diariamente (Mt.16.24; Tt.2.11,12),
deixando todo impedimento ou pecado (Hb.12.1), e resistindo a todas as inclinações
pecaminosas.
76
Em virtude disso, o crente precisa apresentar características que o diferem das pessoas
que ainda não aceitaram a Jesus. Essas características são visíveis em um novo proceder, em
sua forma de pensar, falar, agir e se comportar tanto dentro quanto fora da Igreja.
1) CARACTERÍSTICAS DO CRISTÃO
Vivemos em um tempo em que está cada vez mais difícil identificar quem realmente
são as pessoas. Muitos têm se escondido atrás de suas “máscaras”, dos seus títulos, dos seus
talentos, dos seus cargos na Igreja ou na sua zona de conforto. Daniel se manteve firme, mesmo
na Babilônia, pois seu desejo era obedecer, mesmo que isso lhe custasse à vida (será que
estamos dispostos a tanto?). Agradar a Deus era a prioridade de Daniel (e qual tem sido a
nossa?). Isso era o mais importante! Essa era a renúncia de Daniel.
Precisamos lembrar que não é a Igreja nem tampouco a Palavra de Deus que
precisam se amoldar ao ser humano, mas este é quem precisa se amoldar ao padrão
estabelecido por Deus em Sua Palavra.
A regra de ouro para todo cristão é se perguntar em toda e qualquer situação, da
mais simples a mais complexa, o que faria Jesus em meu lugar? Como ele responderia? O
que falaria? O que vestiria? Como se comportaria? Ao fazer continuamente esse exercício,
estamos tomando por base o melhor exemplo de todos: o Senhor.
77
1.1.2) Pontualidade: Significa ser pontual, isto é, chegar no local da reunião ATÉ o horário
estabelecido para seu começo. Está escrito que “Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo
para todo propósito debaixo do céu” (Ec.3.1). Resta claro que só não há tempo para perder
tempo. De que horas começa o culto na sua congregação? Por que muitos sempre chegam
atrasados? É necessário um autoexame para refletirmos se servir a Deus no Seu templo tem sido
uma de nossas prioridades.
1.1.3) Disponibilidade: Significa ser comunicável, solícito, alguém que se pode contar para ser
útil na causa do mestre independentemente do tipo do serviço. Existem serviços que só Deus
tá vendo quando fazemos: temos certeza de que estes, que ninguém quer fazer, Deus
certamente tem galardão preparado para quem se dispõem a realizar. Exemplo disso são os
serviços inerentes a organização dos cultos (ajeitar cadeiras, preparar o som, limpar o local da
reunião, etc.).
ORAÇÃO: Registra-se em Mateus 21.13 que “A minha casa será chamada Casa de
Oração”. O propósito do culto é falar com Deus e ouvir Sua voz. Quando outras coisas
quaisquer tomam nosso tempo no culto, em detrimento ao tempo necessário de oração
e atenção a Palavra, o culto começa a perder o seu propósito.
SILÊNCIO: Consta em Habacuque 2.20 “Mas O SENHOR está no seu santo templo;
cale-se diante dele toda a terra”. Interessante que em um cinema ou teatro,
incentiva-se o silêncio e as pessoas obedecem em respeito umas às outras. Na Igreja
78
precisa-se de um respeito ainda maior. A questão do silêncio que estamos tratando não
é no sentido de se “entrar no culto calado e sair mudo”: louvar a Deus e glorificar ao
Seu santo nome são coisas que todo o crente deve fazer cultuando a Deus. O ensino aqui
é no sentido de se evitarem ruídos desnecessários, tais como conversas paralelas,
deslocamentos dispensáveis durante o culto, uso do celular ou outros aparelhos que
desviam a sua ou a atenção dos demais irmãos, etc.
79
oportunidade a frente, fazermos para Deus o nosso melhor e, caso não seja
possível naquele dia, podemos adorar a Deus no lugar onde estivermos.
Reverência implica, por fim, em o crente ser cônscio da natureza solene do culto e de
que o mesmo é ininterrupto: a reunião pode até ter acabado no templo mas o culto continua fora
da igreja, em todos os lugares que frequentamos, mediante nosso testemunho e obras.
45
Para maiores informações sobre os Frutos do Espírito, ver lição 06 do presente estudo.
80
contra estas coisas não há lei”. Precisamos ser árvores que apresentem os citados frutos.
Afinal, “pelo fruto conhecereis” (Mt.7.16).
2) USOS OU COSTUMES46
É muito comum as pessoas confundirem doutrina e costume. Devemos entender que são
duas coisas totalmente diferentes. Costumes estão ligados a usar uma prática habitual particular
de uma cultura e no modo vigente daquele tempo e lugar. A palavra doutrina significa ensino,
instrução. A doutrina para ser cristã é preciso que ela esteja exposta no texto sagrado e seja
válida para todos os cristãos, ou seja, não é apenas algo local ou circunstancial, mas geral.
Outras diferenças entre doutrina e costume são:
Quanto a origem: a doutrina é divina, o costume em si é humano.
Quanto ao alcance: a doutrina é geral, o costume em si é local.
Quanto ao tempo: a doutrina é imutável, o costume em si é temporário.
Todo cristão deve respeitar a cultura na qual está inserido, desde que ela não fira a
doutrina bíblica (Mt.22.2147). Assim, no caso de usos e costumes devemos saber se tal costume
no país em que vivemos é aceito ou não. Como a sociedade olha quem pratica tal coisa? Olha
como cristão? Sendo práticos: homens de brincos no Brasil são vistos como cristãos pela
sociedade? Mulheres com brincos pendurados no nariz são vistas como cristãs? Agora todos
nós sabemos que a sociedade não vê nada de errado em uma mulher cristã se adornar com seu
brinco na orelha, ou seu colar ao pescoço. Da mesma forma, não existe discriminação em um
homem usar um colar discreto. Existem algumas coisas que devem ser observadas pelo cristão
quando for se vestir e se adornar com seus enfeites. Não se deve usar tudo que a moda oferece.
Quando se for usar algo se deve fazer algumas perguntas:
“Isto que estou usando serve para a glória de Deus?” (1ª Co.10.31).
“Isto que estou usando me faz ser causa de escândalo para crentes ou descrentes?”
(Rm.14.13-16, 21; 1ª Co.10.32).
“Isto que estou usando mostra que sou santo”? (1ª Pe.1.14-15).
“Isto que estou usando Jesus usaria?” (1ª Jo.2.6).
“Isto que estou usando mostra que meu corpo é templo do Espírito Santo?” (1ª
Co.6.18-20).
46
Usaremos nesta lição os termos usos e costumes como sinônimos.
47
Jesus respondeu dizendo (...) Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. O mestre respeitou
às leis romanas e, por conseguinte, sua cultura.
81
Muitas coisas podem até não ser pecado, mas para evitar o escândalo não devemos fazer
(1ª Co.10.23-31). O cristão deve adotar a modéstia em todo o seu procedimento. Se não adotar
o comedimento saiba que se está em pecado. Daí a recomendação do Ap. Pedro ao afirmar que
“O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de joias de
ouro, ou o luxo dos vestidos, mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um
espírito manso e tranquilo, que és, para que permaneçam as coisas” (1ª Pe.3.3,4). O bom senso
deve ser praticado pelos crentes no uso dos seus trajes ou adornos, sob pena de fazer do templo
de Deus [que é o seu corpo] um templo profano. Ao usar uma roupa ou adorno pense sempre
no outro, e se aquilo está escandalizando o nome de cristão ou não. Que tipo de templo você é?
O princípio será sempre o mesmo: a busca pela ordem e decência, além do cuidado
de não fazer o seu próximo tropeçar, pois disse Jesus a seus discípulos: “É impossível que
não venham tropeços, mas ai daquele por quem vierem!” (Lc.17.1). É justamente por isso que
a ICA tem um trabalho muito sóbrio de orientar toda a sua membresia sobre as características,
usos e costumes do cristão.
Naturalmente, milhares de casos concretos poderiam ser abordados no corpo desta lição,
tais como: a questão das tatuagens; o uso de piercings48, anéis e demais acessórios para o
corpo ou para as roupas; o tamanho e a cor dos cabelos de alguém; as medidas, decotes,
justeza e apresentações dos variados tipos de roupa; o uso de calças por mulheres; entre
tantos outros. Porém, ao longo da caminhada com Cristo, o aprendizado com a Sua Palavra e
as experiências com Ele, o próprio Espírito Santo nos amolda a cada dia a semelhança do Senhor
e nos mostra o que convém ou não usarmos. Roupa não é aferidor de santidade, mas, é um bom
indicativo de submissão aos princípios da Palavra de Deus. Alguém pode afirmar que conhece
uma pessoa que se veste como cristã, mas, é completamente desviada dos caminhos do Senhor
e dá mau testemunho: amados irmãos, que nossas referências não sejam os maus exemplos.
A nossa melhor referência é o próprio Cristo. Um dos erros mais comuns de alguém é justificar
os próprios pecados comparando-os com os dos outros. Você não é todo mundo: você foi lavado
e remido pelo sangue do Cordeiro! Aleluia!
CONCLUSÃO
Características, usos e costumes do cristão é um tema bastante amplo. Estamos
conscientes que apenas iniciamos uma discussão que poderia ser infindável, se tivéssemos a
pretensão de abordar e discutir as mais variadas questões que existem sobre esta temática.
Contudo, para os fins que se propõem a presente apostila, entendemos que as características
que devem apresentar o discípulo, o que ele pode ou não usar (dentro e fora da igreja) e quais
costumes merecem ser levados em consideração, necessariamente, precisam passar pelo crivo
da Palavra. Aquele que tem compromisso com Cristo deve se parecer com Ele. Não é à toa que
a primeira vez que os seguidores de Jesus foram chamados de cristãos foi na cidade de
Antioquia. Eles receberam esse nome justamente porque lembravam o Mestre no modo de falar,
de se comportar e até de se vestir.
Deixemos de lado todo embaraço da vida de antes de nos convertermos. Se, de fato, o
Espírito Santo do Senhor habita em nós, Ele mesmo trabalhará de forma progressiva para nos
dar a convicção de como devemos andar em todo nosso proceder. Ouçamos e obedeçamos a
Sua voz, lembrando que “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm.
Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1ª Co.6.12).
Que nossas vidas sejam um testemunho fiel da graça e do amor do Senhor Jesus em todo
o nosso modo de viver. Amém.
48
Piercing é uma forma de modificar o corpo humano, normalmente furando-o a fim de introduzir peças de
metal esterilizado.
82
PERGUNTAS PARA FIXAÇÃO DA LIÇÃO
83
IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
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TEXTO-BASE:
“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus; e o que de mim
ouviste de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para
também ensinarem os outros. Sofre comigo como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum
soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que
o alistou para a guerra. E também se um atleta lutar nos jogos públicos, não será
coroado se não lutar legitimamente. O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a
gozar dos frutos. Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em
tudo. Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de
que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2ª Tm.2.1-7, 15).
INTRODUÇÃO
Diante de tantos modelos eclesiásticos propagados, tantos sistemas denominacionais
dividindo os cristãos, pensamos ser profundamente pertinente falar sobre a Estrutura
Organizacional da Igreja. Não temos a pretensão de propor algo novo, nem tampouco estamos
a fazer uma promessa de crescimento vertiginoso, nem muito menos se trata de uma nova
doutrina sobre a manifestação do corpo de Cristo na terra. Há em voga diversas formas de
agrupamento humano e, as formas menos sadias, são justamente as que massificam as pessoas
dissolvendo suas personalidades e desfigurando suas identidades.
De fato, nem sempre é possível ou mesmo prudente privilegiar a pessoalidade dos
relacionamentos. As organizações, atendendo às necessidades pós-modernas, estruturam-se de
forma a otimizar as relações interpessoais. Portanto não se pode radicalizar ao ponto de
condenar toda e qualquer estrutura organizacional que não prime pela personalidade humana.
Nada obstante isso, quando se trata da Igreja não podemos perder o foco. Paralelo ao que ocorre
84
na sociedade secular, no meio religioso há uma profusão de estruturas hierárquicas, formas de
governo e modelos a serem seguidos; ocorrendo ainda o peso da “sacralização” deste ou
daquele, fazendo com que existam estruturas tidas como ortodoxas e as não ortodoxas, sendo
até mesmo chamadas de heréticas.
Estudemos a seguir do que é composta a Estrutura Organizacional da ICA.
b) Depois do cabeça que é Cristo vem o Conselho da Igreja: é a reunião de todos os Pastores,
Presbíteros, Evangelistas, Diáconos, Dirigentes de congregações/núcleos missionários 49 e o
Bispo.
e) Os Diáconos vem depois e eles tem por função basilar desempenharem um ministério de
serviço na causa do Mestre. São eles quem zelam pela ordem no culto. Eles ainda servem as
mesa na Ceia, cuidam da ação social, realizam visitas nas casas dos irmãos e dos amigos,
recebem os amigos visitantes e os irmãos na igreja bem como acomoda-os, além de outras
atividades correlatas.
Além dos obreiros já mencionados existem ainda os homens que são denominados
Dirigentes de Congregação ou Núcleo Missionário. São pessoas que podem ou não terem
sido consagradas a algum dos títulos supracitados. O trabalho deles é assemelhado ao de um
Pastor de Igreja, contudo, por não ainda terem a experiência necessária para serem consagrados
a tal, exercem função de pastor e vão ganhando experiência na seara dirigindo trabalhos
pequenos para, paulatinamente, terem sob sua responsabilidade trabalhos mais complexos.
49
Núcleo missionário é um trabalho evangelístico que está se iniciando ou pouco se desenvolveu em uma
comunidade ou em um bairro da cidade ou mesmo na zona rural. Chama-se assim, justamente porque as pessoas
que estiverem lá trabalhando tem por objetivo promover cultos de forma regular, especialmente evangelísticos,
para que a medida que as pessoas forem se convertendo, se viabilize a possibilidade real de se instalar naquele
local uma congregação da Igreja.
50
Para maiores informações a respeito de Evangelismo, ver a lição de número 12 desta Apostila.
85
De modo bem sintético, a Estrutura Organizacional da Igreja é composta por:
Cristo que é sua cabeça; os variados tipos de obreiros que somados compõem o Conselho da
Igreja e os Departamentos da Igreja51, onde estão engajados os irmãos.
b) O Conselho da Igreja:
A autoridade que possui o Conselho da Igreja é justamente por este ser composto do
corpo de obreiros consagrados ao serviço do Senhor. Importa destacarmos que a referida
autoridade não vem destes homens, mas, do Deus que eles servem. Logo, a ICA entende
que, de forma dialogada e consensual, as decisões que definem os rumos da Igreja são
mais acertadas se tomadas de forma colegiada, refletida e harmoniosa. Daí a criação do
Conselho.
c) O Pastor:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef.4.11).
“Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais
imitai, atentando para a sua maneira de viver” (Hb.13.7).
“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas,
como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não
gemendo, porque isso não vos seria útil” (Hb.13.17).
d) O Bispo:
“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue”
(At.20.28).
“Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão
em Filipos, com os bispos e diáconos” (Fl.1.1).
“É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher,
temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar; Não dado ao vinho, não
espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não
avarento; Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda
a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da
igreja de Deus?); Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação
do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que
não caia em afronta, e no laço do diabo” (1ª Tm.3.2-7).
51
Para maiores informações a respeito dos Departamentos da Igreja, ver a lição de número 10 desta Apostila.
86
“Pois é necessário que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro de Deus, não
soberbo, nem irascível, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe
ganância” (Tt.1.7).
f) O Evangelista:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef.4.11).
“E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a
Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos
com ele” (At.21.8).
“Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o
teu ministério” (2ª Tm.4.5).
g) O Diácono:
“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos
gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério
cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável
que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre
vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais
constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no
ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão,
homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e
Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; E os apresentaram ante os apóstolos, e
estes, orando, lhes impuseram as mãos” (At.6.1-6).
“Da mesma forma os diáconos sejam sérios, não de língua dobre, não dados a muito
vinho, não cobiçosos de torpe ganância, guardando o mistério da fé numa consciência
pura. E também estes sejam primeiro provados, depois exercitem o diaconato, se forem
87
irrepreensíveis. Da mesma sorte as mulheres sejam sérias, não maldizentes,
temperantes, e fiéis em tudo. Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem
bem a seus filhos e suas próprias casas. Porque os que servirem bem como diáconos,
adquirirão para si um lugar honroso e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus”
(1ª Tm.3.12,13).
3) QUESTÕES CONTROVERSAS
3.1) POR QUE NO ÂMBITO NACIONAL A IC CONSAGRA MULHERES AO
DIACONATO E AO PRESBITÉRIO E NO ÂMBITO LOCAL NÃO O FAZ?
O presente tópico 3 foi adaptado de um artigo denominado “Existe mulher pastora? O
que a Bíblia diz sobre o chamado ministério pastoral feminino?”, de autoria do Pastor Ciro
Sanches Zibordi; além da contribuição do texto denominado “07 razões porque eu não creio
em mulheres pastoras”, do Pastor Renato Vargens.
Nesses últimos dias, há um tipo de exegese (ou melhor, eisegese) pela qual se procura a
todo custo encontrar apoio bíblico para o que já está em vigor. É como se pudéssemos
oficializar, biblicamente, o usual, o que, na prática, já existe.
Ora, quem tem a Bíblia como a sua fonte primária de autoridade, como a sua regra de
fé, de prática e de vida, não deve viver à mercê da falaciosa exegese (exegese?) mencionada.
Estariam os homens impedindo as mulheres de exercer o ministério pastoral? Essa
questão tem gerado polêmica e dividido opiniões. Mas queremos mostrar, de maneira isenta —
apesar de sermos homens —, o que a Bíblia diz. Pedimos às irmãs que acreditem em nós, pois
não temos a intenção alguma de agradá-las ou irritá-las. Este artigo é uma exegese bíblica,
imparcial, de quem deseja andar segundo a vontade de Deus, e não conforme o que homens e
mulheres convencionam.
Antes de discorrermos sobre o “ministério pastoral feminino”, e para sermos imparciais,
devemos mostrar o que as Escrituras dizem sobre o relacionamento entre homem e mulher.
89
exegese, pois nenhum machista aconselharia os homens a amarem a sua própria mulher,
como em Efésios 5.25. Nenhum machista citaria tantas mulheres, como em Romanos
16. Paulo, como imitador de Cristo (1ª Co.11.1), tratou as mulheres da mesma maneira
que o Senhor. E, quem dentre nós, tem autoridade para dizer que Jesus era machista?
Se Paulo era machista, o que dizer de Jesus, que escolheu doze homens para compor o
ministério da igreja nascente, de acordo com Mateus 10.2-4? Ele teria se enganado? Ou
o Mestre tinha algum vínculo com fariseus, saduceus, escribas ou quaisquer grupos
machistas de sua época?
Na escolha dos primeiros diáconos, que poderiam vir a ser ministros, caso tivessem
chamada de Deus para tal e servissem bem ao ministério (Hb.5.4; 1ª Tm.3.13), os
apóstolos disseram: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões…” (At.6.3).
No primeiro concílio, em 52 d.C., os rumos da igreja foram traçados por homens
(At.15).
Em Apocalipse 2 e 3, são mencionados os pastores das igrejas da Ásia.
Como se vê, apesar de toda a polêmica em torno desse assunto, a Bíblia é clara. Embora
as mulheres tenham importante papel ao longo das páginas do Novo Testamento,
aparecendo na linhagem e no ministério de Cristo (Mt.1.3,5,6,16; Lc.8.1-3), Deus
conferiu aos homens, em regra geral, o exercício da liderança eclesiástica (Ef.4.8-11).
90
3.1.5) Resumo do pensamento da ICA sobre o ministério feminino.
A ordenação de mulheres ao pastorado é uma significativa distorção teológica. Isto
posto, gostaríamos de elencar, de forma prática e objetiva, 07 (sete) motivos porque não cremos
no ministério feminino como tantos querem:
Prezado(a) irmão(ã), quando afirmamos que mulheres não podem ser pastoras o
fazemos na perspectiva de governo. O governo da igreja juntamente com os oficiais que a regem
são eminentemente masculinos. Na Bíblia você não vê nem tampouco encontra mulheres que
governam a igreja. Todas as recomendações Paulinas quanto a presbíteros são para homens.
Todavia, o fato das mulheres não governarem a igreja, não impede que preguem ou ensinem a
Palavra de Deus, entenderam? O governo da igreja é masculino e não feminino. As mulheres
podem servir a Deus, contudo, governar é uma prerrogativa masculina.
Finalmente, podemos responder à questão que deu nome ao presente tópico: “Por que
no âmbito nacional a IC consagra mulheres ao diaconato e ao presbitério e no âmbito local
(em Apodi e região, por exemplo) não o faz?”. Ante ao que foi exposto até aqui, desejamos
esclarecer que no âmbito nacional o que existe é uma permissão de consagrar mulheres ao
ministério, o que não é o mesmo que obrigação de consagrá-las. Cada região da ICB tem
autonomia para fazer uso ou não dessa permissão. A ICA entende que não existe base bíblica
para o ministério feminino, quer seja como pastora, bispa, presbítera, diaconisa ou
qualquer outro título. Por isso, não consagramos nenhuma mulher ao ministério nem
tampouco reconhecemos aquelas que, em outras oportunidades (ou localidades), foram
consagradas a tal. Talvez a melhor solução para tentar resolver essa situação paradoxal seja a
52
Igualitaristas: Esta corrente, afirma que Deus originalmente criou o homem e a mulher iguais; e que o domínio
masculino sobre as mulheres foi parte do castigo divino por causa da queda, com consequentes reflexos sócios-
culturais. Segundo os igualitaristas, mediante o advento de Cristo, essa punição e reflexos foram removidos;
proporcionando consequentemente a restauração ao plano original de Deus quanto à posição da mulher na igreja.
Portanto, agora, as mulheres têm direito iguais aos dos homens de ocupar cargos de oficialato da Igreja.
53
Além dos Igualitaristas, encontramos os Complementaristas, que por sua vez entendem que desde a criação –
e portanto, antes da queda – Deus estabeleceu papéis distintos para o homem e a mulher, visto que ambos são
peculiarmente diferentes. A diferença entre eles é complementar. Ou seja, o homem e a mulher, com suas
características e funções distintas se completam. A diferença de funções não implica em diferença de valor ou em
inferioridade de um em relação ao outro, e as consequentes diferenças sócios-culturais nem sempre refletem a
visão bíblica da funcionalidade distinta de cada um. O homem foi feito cabeça da mulher – esse princípio implica
em diferente papel funcional do homem, que é o de liderar. Essa é a posição oficial da ICA.
91
criação de uma Confissão de Fé 54 das ICB, o que vincularia todas as suas Igrejas a adotarem o
mesmo parecer ante os principais assuntos concernentes a fé cristã. Caro leitor dessa Apostila
e membro da Igreja de Cristo, anime o seu pastor a pleitear no âmbito nacional, a criação deste
valioso documento que só trará benesses para as ICB.
54
As confissões e declarações de fé são documentos criados pelas igrejas para expor sistematicamente as doutrinas
defendidas por elas. Essas declarações de fé por muitos anos foram o texto utilizado para estudos bíblicos e
discipulados dentro das igrejas.
92
Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e
proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo [....]. A igreja que rejeita, ou
se descuida do ensino dos mestres e teólogos consagrados e fiéis à revelação bíblica, não se
preocupará pela autenticidade e qualidade da mensagem bíblica nem pela interpretação
correta dos ensinos bíblicos. A igreja onde os mestres e teólogos estão calados não terá firmeza
na verdade. Tal igreja aceitará inovações doutrinárias sem objeção; e nela, as práticas
religiosas e ideias humanas serão de fato o guia que tange à doutrina, padrões e práticas dessa
igreja, quando deveria ser a verdade bíblica.
O texto acima faz a associação entre mestres e teólogos com bastante propriedade, pois
um mestre é um profundo conhecedor das Sagradas Escrituras, um contínuo estudante das
verdades bíblicas.
Mestre é o ministro que recebe de Deus o dom de ensinar. [...] Para isto, aqueles que
possuem este importante dom de ensinar devem dedicar-se em fazê-lo com diligência, não
esquecendo que os dons espirituais, não obstante a sua procedência divina, dependem também
do cuidado e do zelo de quem o recebe. Paulo ensina: “Portanto, se desejais dons espirituais,
procurai progredir para edificação da Igreja (1ª Co.14.12). “Não te faças negligente para com
o dom de Deus que há em ti” (2ª Tm.4.14). “Admoesto-te que reavives o dom de Deus que há
em ti” (2ª Tm.1.6).
[...] refere-se ao dom concedido por iniciativa de Deus a alguns de seus servos tendo
como objetivo, por meio deles, instruir os discípulos do seu rebanho e defender a fé cristã
contra os inimigos da Igreja.
Um mestre ou doutor da Palavra não é possuidor desse título por méritos acadêmicos,
embora a academia possa contribuir muito para o desenvolvimento deste dom, através do
ensino-aprendizagem das línguas originais, dos princípios que norteiam a interpretação e
exposição bíblica, da teologia bíblica e sistemática, além de outras disciplinas e saberes.
Um mestre ou doutor da Palavra é alguém que necessita e ama a prática da leitura de
bons livros (2ª Tm.4.13). Um mestre ou doutor da Palavra discorre sobre verdades profundas,
mas com linguagem simples e acessível aos seus alunos e ouvintes (1ª Co.2.1). Um mestre ou
doutor na Palavra deve ensinar na unção e poder do Espírito (1ª Co.2.4-5). Um mestre ou doutor
na Palavra não se gloria nos conhecimentos adquiridos, nem em sua capacidade de comunicá-
los (1ª Co.10.31; Gl.6.14). Um mestre ou doutor na Palavra é de fato um teólogo, na medida
em que não apenas reproduz doutrina, mas questiona e suscita reflexões doutrinárias,
produzindo conhecimento através de pesquisas e publicações bem fundamentadas (Lc.1.1-4;
At.1.1-3). O mestre ou doutor na Palavra, dessa forma, cumpre o seu ministério enquanto ensina
por meio da fala e da escrita (livros, artigos, etc.). Um mestre ou doutor na Palavra deve em
última instância, ter Jesus como o seu grande referencial, modelo, exemplo.
Há casos, como o de Paulo, em que três ou dois dos ministérios mencionados
(apóstolo, profeta e doutor) se intercambiam (1ª Tm.2.7). Os ministérios de pastor e
evangelista certamente fazem parte dos três escalões mencionados em 1ª Coríntios 12.28, posto
que são títulos relacionados com a liderança maior da igreja.
Finalmente, em 1ª Coríntios 12.28, está escrito: “depois, milagres, depois, dons de
curar, socorros, governos, variedade de línguas”. Milagres só vêm depois de apóstolos,
profetas e doutores? Isso mesmo. Na hierarquização feita por Deus, o ministério da Palavra é
mais prioritário que os milagres, haja vista serem estes o efeito da pregação do Evangelho
93
(Mc.16.17). Observe que João Batista foi considerado por Jesus o maior profeta dentre os
nascidos de mulher, mesmo sem ter realizado sinal algum (Jo.10.41).
Se não houver hierarquia nas igrejas, para que servirão os cargos e funções? Qualquer
pessoa, dizendo-se usada por Deus, poderá mandar no pastor. Aliás, isso estava acontecendo na
igreja de Tiatira, e o próprio Senhor Jesus repreendeu o obreiro frouxo que não estava exercendo
a liderança que recebera do Senhor (Ap.2.20).
A Igreja de Cristo, nacionalmente, não reconhece os títulos de Apóstolo, Profeta,
Mestre, Doutor e nem o de Bispo. Contudo, reconhece os títulos de Presbítera e Diaconisa
para as mulheres. Ao nosso ver, está claro o equívoco na orientação do Nacional. Nada
obstante isso, reiteramos que a consagração ou não dos irmãos e irmãs aos títulos citados são
orientações [e não obrigações], logo, a Igreja local tem a faculdade de aderir ou não. A Igreja
de Cristo em Apodi/RN entende que deveria ser ao contrário a orientação em comento:
não vemos problemas em reconhecer os títulos citados neste parágrafo, excetuando os
concernentes a consagração feminina, por cristalina falta de suporte bíblico para estes
últimos, conforme explicitado no tópico 3.1.
CONCLUSÃO.
Ao longo desta lição iniciamos o estudo sobre a Estrutura Organizacional da Igreja de
Cristo em Apodi/RN, tratando dos variados tipos de obreiros que trabalham na Seara do Senhor.
Esperamos que você, querido aluno, possa ter compreendido que muitos são os títulos,
ministérios e dons que existem na Igreja do Senhor. Nada obstante isso, independentemente de
qualquer chamado que recebamos e o seu conseguinte título, sirvamos a Deus com alegria. Na
lição seguinte trataremos de forma mais detalhada sobre os Departamentos da ICA. Que Deus
nos abençoe!
94
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TEXTO-BASE:
“Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si
mesmo mais do que convém; mas que pense de si com equilíbrio, conforme a medida
da fé que Deus repartiu a cada um. Pois assim como em um corpo temos muitos
membros, e todos os membros não têm a mesma função, assim também nós, embora
muitos, somos um só corpo em Cristo e, individualmente, membros uns dos outros”
(Rm.12.3-5).
INTRODUÇÃO
Todos os Departamentos fazem parte da Estrutura Organizacional da Igreja de Cristo
em Apodi. Contudo, dada a sua especialidade, dedicamos uma lição inteira somente para essa
temática.
Compreendemos que a divisão e a confusão que existem no mundo religioso em nossos
dias são contrárias à oração de Jesus na noite anterior à sua morte (João 17.20-21). Há
centenas de denominações ensinando e praticando coisas diferentes. Sabemos que Deus não
criou essa confusão. O modelo que ele dá na Bíblia não é difícil de entender, nem impossível
de praticar. O problema é que séculos de "modificações", "tradições" e "melhoramentos"
humanos anuviaram nossa visão da simplicidade do plano original revelado pelo Espírito
95
Santo no Novo Testamento. Em lugar nenhum isto é mais evidente do que na diversidade dos
planos de organização de igrejas55.
Nesta lição, queremos desafiar cada leitor a tentar deixar de lado tradições humanas e
ideias pré-concebidas para ver claramente a simplicidade do padrão do NT de organização de
uma igreja. Tão certamente quanto os primitivos cristãos foram capazes de organizar-se em
agrupamentos que funcionaram, conhecidos como igrejas locais, sinceros seguidores de Jesus
podem fazer o mesmo hoje em dia. Mas como isto é possível? Em todas as outras esferas da
vida precisamos pôr de lado nossas preferências, opiniões e políticas, para humildemente
estudarmos e aplicarmos o ensinamento das Escrituras (Tg.1.21-25).
2) DEPARTAMENTO INFANTIL
O DEPARTAMENTO INFANTIL da ICA trabalha com crianças de 06 (seis)
meses aos doze anos de idade incompletos, crentes e não crentes. Tem como objetivo
evangelizar e ensinar à doutrina de Cristo as crianças por meio do ensino Bíblico. Cremos que
“Uma criança ganha para Deus é uma vida inteira a serviço de Deus!” (APEC56).
Estamos vivenciando um ataque maciço contra nossas crianças, que vem sendo
assoladas por um conjunto de valores e conceitos contrários aos Princípios Bíblicos, através da
mídia, escolas e até mesmo em suas famílias. Por isso a necessidade de ganhá-las para Cristo e
instruí-las biblicamente a serem verdadeiras seguidoras do Senhor.
O Departamento Infantil da ICA apresenta as seguintes convicções que norteiam a
educação cristã de suas crianças:
55
O artigo inteiro - O que a Bíblia Ensina sobre a Organização da Igreja? - de autoria de Dennis Allan, está
disponível em <http://www.estudosdabiblia.net/a14_8.htm>. Acesso em: 13/12/2015.
56
APEC é a Aliança Pró-Evangelização das Crianças. Instituição que desenvolve uma série de ações voltadas a
Educação Infantil nos caminhos de Cristo. Maiores informações podem ser obtidas em <http://apec.com.br/>
96
A salvação é um presente também destinado as crianças.
O poder de Deus opera sobre as crianças que creem em Jesus, fonte de todo poder e
autoridade aqui na Terra.
Além do projeto Pequenas Sementes de Jesus e dos outros trabalhos já citados, em que
estão envolvidas as crianças da ICA, o Departamento Infantil ainda realiza treinamentos para
capacitar seus professores da EBD Infantil bem como presta assistência as congregações que
desejam trabalhar com crianças. Acreditamos que o professor do Departamento Infantil deve
ser um Evangelista de Criança e, para tanto, necessita apresentar as seguintes características:
98
3) DEPARTAMENTO DE ADOLESCENTES
O trabalho do DEPARTAMENTO DE ADOLESCENTES da ICA é voltado para
pessoas a partir de 12 (doze) e menores que 18 (dezoito) anos de idade, crentes e não
crentes. Tem como objetivo orientar tais indivíduos em fase de desenvolvimento a melhor
conhecerem o Senhor e a Sua palavra, no propósito de servir no Reino. Afinal, está escrito
“Confia no SENHOR de todo o coração, e não no teu próprio entendimento” (Pv.3.5).
Esse Departamento tem também o intuito de orientar os seus membros a não se
envolverem com as coisas que não agradam a Deus. Sabemos que a adolescência é uma fase
muito difícil para qualquer ser humano. Inúmeras são as mudanças hormonais, transformações
corporais, despertamento de relacionamentos amorosos, além das mudanças sociais, estudantis
e, as vezes, até ligadas ao trabalho. Portanto, entendemos que toda e qualquer ação voltada a
faixa etária em comento são essenciais para a adequada transição da fase infantil a fase adulta.
Incontáveis homens e mulheres de hoje são adultos frustrados por não terem tido, quando ainda
eram adolescentes, o devido acompanhamento por parte de seus pais ou responsáveis. A Igreja
não toma essa responsabilidade exclusivamente para si. Continuamos acreditando que os pais
ou responsáveis são os primeiros e mais importantes professores dos seus filhos. Contudo, nos
colocamos a disposição como parceiros nesse mister.
Reconhecemos, ainda, que existem uma série de propostas apresentadas pelos
veículos de transmissão em massa, notadamente a Televisão e a Internet, especificamente
voltadas para os adolescentes e jovens. São novelas, seriados, reality-shows, incontáveis
redes sociais, aplicativos para relacionamentos e tantas outras portas para desobediência aos
Ensinos do Mestre. Nesse contexto, a pessoa em desenvolvimento é mais vulnerável a
contaminar os seus caminhos, justamente por estar numa fase de transição para a vida adulta.
Felizmente, no tocante a situação em tela, o salmista faz um questionamento e logo em seguida
o responde: “Como o jovem guardará puro o seu caminho? Vivendo de acordo com a Tua
Palavra” (Sl.119.9). É evidente que somente pelo conhecimento e prática das Escrituras é que
não somente o adolescente, mas qualquer cristão, conseguirá manter-se em obediência a Deus
e longe deste mundo vil e que jaz no maligno (1ª Jo.5.19).
O Departamento de Adolescentes desenvolve uma série de trabalhos na Igreja do
Senhor, dos quais destacamos:
57
As Cruzadas Evangelísticas Jovens para Cristo são programações na responsabilidade da mocidade da ICA,
organizadas no propósito de ganhar almas para o Reino de Deus. Todas as congregações interessadas podem
receber um cruzada como esta em sua comunidade. Na oportunidade serão desenvolvidos trabalhos de
evangelismo pessoal a tarde e culto evangelístico a noite.
99
O Departamento de Adolescentes é liderado por uma Diretoria composta por:
Presidente: pessoa que elabora eventos, estudos e estimula a participação de todos nas
programações.
Vice-presidente: pessoa que trabalha ao lado do presidente, auxiliando nas decisões e
articulando o melhor convívio coletivo entre os membros.
Tesoureiro(a): cuida das finanças, recebe mensalidades, faz anotações de entrada e de
saídas do caixa.
Secretário(a): realiza várias funções, tais como lista de chamada, agendamento de
eventos, divulgação das decisões do Departamento entre os membros, etc.
Vogais: são duas pessoas escolhidas para substituir qualquer membro da Diretoria, se
preciso for.
4) DEPARTAMENTO DE JOVENS
O trabalho do DEPARTAMENTO DE JOVENS da ICA é voltado para pessoas
maiores de 18 (dezoito) anos de idade, crentes e não crentes. Eis uma excelente oportunidade
para a juventude da Igreja crescer na graça e no conhecimento de Cristo, bem como convidar
os seus amigos para visitarem um culto animado e cheio da graça do Senhor. A Bíblia não
poderia ser mais clara ao afirmar pelos escritos do Ap. João, que disse: “Eu escrevi, jovens,
porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno” (1ª
Jo.2.14b). Em outras palavras, o Apóstolo divinamente inspirado por Deus direcionou parte de
sua carta ao jovem, reconhecendo nele o agente que talvez tenha a maior capacidade entre todos
na Igreja de promover mudanças na Obra e de servir no Reino, justamente porque são fortes e
já venceram o Maligno.
Quem você acha que tem forças para estudar, trabalhar e ainda evangelizar? Quem se
adapta mais facilmente as novas tecnologias, tais como: o uso de smartphones, tablets,
notebooks, e as diversas redes sociais (Facebook, Instagram, Snapchat, Messenger, Whatsapp,
etc.) podendo usar cada um desses meios para falar do amor de Cristo? Quem você acredita que
tem mais energia para ir aos hospitais, aos presídios, as ruas, as praças, as comunidades
distantes, a todo e qualquer lugar onde se encontre alguém carente do Evangelho de Jesus? Para
todas essas perguntas a resposta mais acertada é uma só: o jovem cristão.
Com base nas afirmações do parágrafo anterior, é evidente que o Inimigo das nossas
almas não deixaria isso barato. O diabo tem investido grandemente contra a vida dos jovens,
sejam eles cristãos ou não. O propósito dele já foi revelado na Bíblia, é matar, roubar e destruir
completamente suas vidas (Jo.10.10). Portanto, mais do que nunca, a Igreja do Senhor precisa
trabalhar intensamente no discipulado, instrução e acompanhamento dos jovens de sua
mocidade. A sexualidade e a ganância (amor ao dinheiro e sua busca incessante) são duas das
muitas formas que o diabo tem feito uso para tentar retirar do caminho aqueles são o futuro
próximo da Igreja. Somente o Espírito do Senhor pode firmar o jovem crente e socorrê-lo, para
que não dê lugar ao pecado. Isso é possível, nas palavras do salmista, escondendo a Palavra de
Deus em nossos corações para não pecarmos contra Ele (Sl.119.11). Onde houver erro e
pecado é possível conserto, pela graça do Senhor.
100
Nesse contexto é onde o Departamento de Jovens apresenta sua grande importância: ele
serve como instrumento para firmar os passos do jovem cristão rumo ao Céu, não tendo prazer
nas coisas deste mundo.
Das muitas atividades que são desenvolvidas pelo Departamento em comento,
destacamos duas: as Cruzadas Evangelísticas Jovens para Cristo e o Retiro de Jovens. A
primeira já foi descrita anteriormente (nota de rodapé); o segundo, engloba a programação
realizada no período de Carnaval, onde a mocidade da Igreja literalmente se retira para um
local adequado, onde é desenvolvida uma programação sadia em prol do crescimento Espiritual
de todos os participantes. Existem ainda os encontros de Jovens Regional e também o Nacional:
ótimas oportunidades de conhecermos irmãos e irmãs das mais variadas naturalidades e
partilharmos de nossa comunhão em Cristo. O Departamento de Jovens ainda conta com:
um Grupo de Louvor58, um Grupo de Artes59 e um Grupo de Evangelismo 60. Não podemos
esquecer que há também uma classe na Escola Bíblica Dominical exclusiva para os Jovens 61.
Deseja conhecer um pouco mais desse Departamento da sua Igreja? Você é
convocado a estar conosco todo sábado, ás 19:30min, no Templo Central. É nesse dia e
hora que começa o culto na responsabilidade dos jovens na Igreja. Quando não ocorrem as
reuniões no Templo Central aos sábados é porque os jovens estarão em alguma Cruzada ou em
outra programação (aniversário de alguma congregação, por exemplo) apoiando o respectivo
evento. Uma coisa é certa: muito é o trabalho a ser feito e você pode e deve contribuir! A Deus,
toda honra e toda adoração!
5) DEPARTAMENTO DE SENHORAS
O trabalho do DEPARTAMENTO DE SENHORAS, intituladas de OBREIRAS, é
voltado para as mulheres da ICA em idade adulta ou em transição para a idade avançada.
Embora tenha esse viés, as mulheres mais jovens e os demais irmãos também são muito bem
vindos as programações. O Livro Santo é cristalino ao afirmar que “Mulher virtuosa, quem a
achará? Ela vale muito mais do que joias preciosas” (Pv.31.10). Portanto, resta claro que em
primeira e última instância, a ICA tem a preocupação de que suas mulheres sejam virtuosas,
cheias do Espírito Santo, prontas para toda boa obra.
Esse Departamento objetiva ainda a educação cristã das mulheres da Igreja, estimulando
o conhecimento de seu papel nos mais variados espaços: na sociedade, na Igreja, no casamento,
na criação dos filhos, enfim, em todo e qualquer ambiente, sempre tendo a Bíblia como
fundamento.
Entendemos a grande importância do Departamento em comento, entre tantas outras
razões, ante ao crescimento do movimento feminista62 na atual conjuntura social. A Igreja do
58
O Grupo de Louvor normalmente ensaia nos domingos à tarde e apresenta seu louvor a Deus nos cultos de
domingo à noite, bem como nas cruzadas e demais eventos em que os jovens participem.
59
O Grupo de Artes na responsabilidade dos Jovens intitula-se Adorarttes (Adoração + Artes). Esse agrupamento
de irmãos e irmãos em muito vem abençoando a Igreja transmitindo a mensagem de Cristo através de coreografias,
pantomimas e peças. Para mais informações, ver o tópico 8 desta lição.
60
O Grupo de Evangelismo é uma linda multidão de jovens que, normalmente durante as Cruzadas
Evangelísticas, reúnem-se no local da realização do evento e saem de casa em casa fazendo um evangelismo
pessoal e convidando os amigos para o culto à noite.
61
A Classe Josué é a classe da EBD exclusiva para jovens. Lá é feito um estudo direcionado, sempre promovendo
o diálogo com a mocidade da Igreja, no propósito de instruí-la nos caminhos do Senhor e tirar as suas dúvidas
sobre o tema abordado no dia. É uma rica oportunidade de aprender mais da parte de Deus.
62
Feminismo é um movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre mulheres e
homens. O movimento feminista no Brasil começou a tomar corpo no começo do século XX, mais precisamente
entre as décadas de 1930 e 1940. A estrutura familiar e social do brasileiro era totalmente construída sobre a figura
do homem; um regime patriarcal. O feminismo no país surgiu, assim como em outros cantos do mundo, como uma
tentativa de inserir a mulher brasileira na sociedade, dando voz e expressão às suas necessidades. Um dos grandes
marcos do movimento feminista no Brasil foi a conquista do direito ao voto nas eleições, em 1934, durante o
101
Senhor não pode se omitir de ensinar os seus membros no caminho em que devem andar,
temendo a Deus, para não serem levados pelo engodo das doutrinas contrárias a Bíblia. Afinal
de contas “Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a mulher que teme ao Senhor, essa
será louvada” (Pv.31.30). Temos visto um significativo crescimento do citado movimento
contrariando princípios bíblicos, tais como: a submissão da mulher a seu esposo, a divisão dos
papéis na vida conjugal e na criação dos filhos, o homem como o cabeça do relacionamento,
entre outros. Em nenhum momento a Bíblia desconsidera a relevância da figura feminina.
Contudo, a Palavra é clara ao mostrar qual o papel do homem e qual o papel da mulher. Bem-
aventuradas são as mulheres que compreendem isso e não contrariam as orientações do Criador.
O papel das mulheres mais experientes também deve ser no sentido de educar as mais
jovens, senão vejamos: “as mulheres mais velhas, de igual modo, sejam reverentes no viver,
não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres
novas a amarem o marido e os filhos, a serem equilibradas, puras, eficientes no cuidado do
lar, bondosas, submissas ao marido, para que não se fale mal da palavra de Deus” (Tt.2.3-5).
Do texto bíblico transcrito é razoável o entendimento de que o Ap. Paulo, escrevendo a seu
discípulo Tito, o orientou sobre a importância das mulheres de idade na Igreja. Elas devem ser
uma reserva moral, um exemplo adequado, um fiel paradigma no qual as mulheres mais jovens,
sobretudo as solteiras, devem se espelhar.
No que diz respeito a sua composição, a Diretoria é formada pelos seguintes
membros: Presidente, vice-presidente, 1º e 2º secretárias do Departamento, 1ª e 2ª tesoureiras,
uma Relatora e uma auxiliar, uma Coordenadora Geral, uma Coordenadora do Vozes de
Júbilo, além de uma obreira que fica à frente da Coordenação de Visitas.
O culto na responsabilidade dos senhoras, certamente, é uma das reuniões mais bonitas
da ICA. O empenho das irmãs em organizar as programações, contribuir com os projetos da
igreja e entoar hinos ao Senhor é coisa que dá gosto de se vê. A propósito, no tocante ao louvor,
existe um grupo formado só pelas senhoras intitulado Vozes de Júbilo. Tal grupo tem
participado de forma ativa dos mais variados trabalhos que a ICA desenvolve, tanto em caráter
doutrinário quanto nas reuniões evangelísticas.
Por que não conferir tudo isso de perto? Você será muito bem vindo em uma de
nossas reuniões que ocorrem semanalmente, todas as terças-feiras no Templo Central, a
partir das 19:30min. Prosseguiremos sempre “fixando os olhos em Jesus, o Autor e
Consumador da nossa fé, o qual, por causa da alegria que lhe estava proposta, suportou a
cruz, não fazendo caso da vergonha que sofreu, e está assentado à direita do trono de Deus”
(Hb.12.2).
6) DEPARTAMENTO DE SENHORES
O trabalho do DEPARTAMENTO DE SENHORES, intitulado de
DEPARTAMENTO VARONIL, é voltado para os homens da ICA em idade adulta ou em
transição para a idade avançada. Embora tenha esse público-alvo prioritário, os homens mais
jovens e os demais irmãos também são muito bem vindos nas programações. O Ap. Paulo
ensina que Tito deve exortar “os [homens] mais velhos para que sejam equilibrados,
respeitáveis, sóbrios, sadios na fé, no amor e na constância” (Tt.2.2). Esse Departamento
objetiva a instrução cristã dos homens da Igreja, estimulando-os a serem líderes, cabeças em
seus casamentos, pais presentes e exemplo para seus filhos e homens mais jovens.
governo do presidente Getúlio Vargas. Ante o exposto, conclui-se que o feminismo começou com uma proposta
boa e justa, qual seja: conseguir mais direitos para a mulher, tais como o direito de votar e ser votada, que lhe era
negado. Contudo, com o passar do tempo, o movimento passou a levantar outras bandeiras que ferem,
flagrantemente, os ensinos do Senhor registrado ao longo da Bíblia.
102
O Departamento Varonil desenvolve diversas atividades, das quais destacamos: as
visitas ao Hospital que ocorrem toda segunda-feira ás 15:00min, o Culto na feira-livre,
sempre aos sábados pela manhã ao lado da Lanchonete Big Lanche do irmão Estevinho, ás
8:30min; os Cultos Relâmpago 63 todo domingo à tarde, a partir das 16:00min, com local
anunciado no boletim semanal da Igreja; além do trabalho de visitas/evangelismo pessoal nas
ruas que fazem o entorno do local onde será a reunião dos cultos evangelísticos nas quartas-
feiras. Em todas essas oportunidades, os varonis buscam anunciar o Evangelho da Salvação aos
necessitados, consolar os aflitos e animar os amigos a servirem ao Senhor Jesus Cristo.
No que diz respeito a sua composição, a Diretoria é formada pelos seguintes
membros: Presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro.
Interessou-se em conhecer um pouco mais esse Departamento abençoado? Então,
animamos você a procurar qualquer um dos seus membros e se informar das
programações que são realizadas. Faça parte do Departamento Varonil! Deus quer
abençoar o trabalho das suas mãos junto aos varões do Senhor. Avancemos a cada dia, o Mestre
nos chama e as almas sem Cristo carecem de nosso serviço.
63
O Culto Relâmpago recebe este nome justamente por ser a reunião mais rápida de todas que a ICA realiza.
Normalmente, ele começa às 16:00min e acaba as 17:00 tendo, portanto, apenas uma hora de duração.
103
No que diz respeito a sua composição, a Diretoria é formada pelos seguintes membros:
Presidente, vice-presidente, 1º e 2º secretário(a), 1ª e 2ª tesoureiro(a), além de uma equipe de
apoio composta por 09 (nove) pessoas que auxiliam na realização das programações.
O culto na responsabilidade dos idosos, sem sombra de dúvidas, é um das mais animadas
e fervorosas reuniões da ICA. Se você tem dúvida disso, sinta-se convidado a visitar uma de
nossas reuniões que ocorrem toda última segunda-feira do mês, no núcleo do idoso, a
partir das 19:30min. Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm.8.31).
64
Algumas igrejas, notadamente as de orientação Calvinista (Ex. Igreja Presbiteriana, Congregacional, parte dos
Batistas, etc.), não enxergam a dança e as formas de arte como elementos do culto. Eles alegam que a Bíblia não
dá margem para uso desses meios na adoração ao Senhor no templo. É bem verdade que no mundo cristão tem
acontecido muitos exageros, como pessoas que dançam forró, funk, hip hop, etc. no meio do culto afirmando
estarem adorando a Deus. Precisamos entender que se é um exagero por parte de alguns macular a natureza solene
do culto fazendo uso de certos ritmos e danças, igualmente é exagerado abolir a dança e demais formas de arte
simplesmente por causa do exagero dos que não tem domínio próprio nem discernimento espiritual.
104
arte pode ser utilizada em prol do Reino, desde que transmita uma mensagem bíblica,
ordeira e decente, bem como não promova a sensualidade.
Se você gostou do trabalho desenvolvido por este Departamento e tem o desejo de
somar os seus esforços com os de muitos outros irmãos que adoram a Deus através da Arte,
então não perca tempo: procure qualquer um dos irmãos e irmãs que fazem parte desse
Departamento e se coloque a disposição para participar das próximas apresentações. Deus
pode te usar também através da arte!
105
Escola: Como o nome indica, a Escola Dominical é uma instituição de ensino. Logo,
precisa de instalações adequadas ao seu funcionamento, de professores bem preparados,
alunos motivados, material didático de apoio de qualidade, procedimentos e métodos
pedagógicos. Com essa estrutura ela está apta a ministrar a crianças e adultos o ensino
baseado na Bíblia, a Palavra de Deus. Além disso, é necessário que possua secretaria e
obreiros que cooperem com seu funcionamento como escola.
Bíblica: Após o abandono das matérias seculares, o ensino na Escola Dominical passou
a ser exclusivamente bíblico. As editoras que hoje produzem as revistas voltadas para
esse segmento elaboram currículos para vários anos, que podem proporcionar aos
alunos uma sólida base teológica e saudável orientação para a vida cristã.
Dominical: O domingo é sem dúvida o dia mais adequado para a realização da Escola
Bíblica Dominical, pois permite a participação de praticamente todos e incorpora a
atividade à celebração do dia do Senhor. A maioria das pessoas está de folga nesse dia.
Além disso, ir à igreja no domingo pela manhã tem sido um hábito assimilado por
muitos e tem se tornado prática comum.
106
3) Responder pelo bom andamento da Escola Dominical junto à presidência da igreja;
4) Propor e implementar as mudanças necessárias ao bom funcionamento e a eficiência
da EBD; e 5) Propor e implementar cursos de capacitação e treinamento de professores
que visem à busca da excelência no ensino das Escrituras.
Professor(a): O professor deve ser escolhido por sua vocação para o ensino, seu
potencial, seu interesse e sua dedicação ao estudo da Palavra de Deus e, principalmente,
por seu caráter cristão. Isso se justifica pelo fato de que ele pode, ao longo dos anos,
influenciar milhares de pessoas. Essa influência deve ser resultado de um bom exemplo
de vida. O professor deve dominar o uso de técnicas de ensino, os recursos educacionais
e planejar bem suas aulas. Seus alunos devem ser incentivados ao estudo da Bíblia e a
pesquisa.
Aluno(a): A Escola Dominical existe em função dos alunos. Eles são o alvo de todos
os objetivos, sejam a salvação da alma, a formação da espiritualidade ou a preparação
para exercer funções de liderança na igreja. O segredo de uma Escola Dominical
dinâmica e eficaz depende, e muito, do aluno. E como deve ser o aluno da escola
dominical? Qual o perfil do aluno ideal? Antes de respondermos essas perguntas, é
importante dizer que por aluno ideal não nos referimos, propriamente, a um ser
extraordinário: brilhante, gênio, super intelectual. O aluno ideal é antes de tudo uma
pessoa bem intencionada. Como assim? Ele é dedicado, assíduo, pontual e responsável.
Vai à escola dominical com prazer e não para dizer simplesmente “estou aqui”,
“cheguei” ou “agora o superintendente não vai pegar no meu pé”. O verdadeiro aluno
da escola dominical não pensa assim. Ele faz a lição de casa. Lê a Bíblia e sua revista;
anota suas dúvidas e vem disposto a colaborar seriamente na sala de aula.
107
9.3) Classes da EBD da ICA
A igreja deve preocupar-se com as condições físicas e sociais dos seus alunos e procurar
distribuí-los da melhor maneira possível, de acordo com a faixa etária. Por essa razão, as classes
da EBD da IC em Apodi são distribuídas da seguinte forma:
Classe Cordeirinhos de Jesus (Berçário: 06 meses a 02 anos de idade).
Classe Pequenos Discípulos (Pré-escolares: 03 a 05 anos de idade).
Classe Samuel (Alunos do fundamental: 06 a 08 anos de idade).
Classe Daniel (Pré-adolescentes: 09 a 12 anos de idade).
Classe Calebe (Adolescentes: 13 a 17 anos de idade).
Classe Josué (Jovens: 18 anos de idade em diante).
Classe Gideão (Adultos e Jovens da terceira idade).
Classe Abraão (Adultos e Jovens da terceira idade).
Como podemos observar a EBD é uma escola para todos. Ela envolve alunos de todas
as idades: desde os pequeninos até os jovens da terceira idade. Existe uma classe apropriada
para todo cristão. E você? Já se matriculou em uma classe? Vamos juntos crescer no
conhecimento do alto!
CONCLUSÃO
Ante ao exposto, concluímos a presente lição entendendo que a divisão da membresia
da Igreja em vários departamentos é medida salutar, haja visto que assim se torna mais fácil
trabalhar com cada público alvo de acordo com sua faixa etária ou gênero. Entendemos ainda
que existe pelo menos um (podem existir mais de um) Departamento em que qualquer crente
pode (e deve) se engajar. Sendo ativo em seu Departamento o cristão só tem a ganhar, pois será
edificado com o ensino, aprenderá com o exemplo dos mais antigos e trabalhará nas várias
ações que são desenvolvidas em cada Departamento para que, em tudo isso, o nome do Senhor
seja glorificado!
E você, querido irmão(a)? O que está esperando? Já identificou qual ou quais os
departamentos que você fará parte? Deus tem muito a realizar através da sua vida! Amém.
108
IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
END. PRAÇA DA REDENÇÃO, Nº. 100. APODI-RN. CEP 59.700-000
www.igrejadecristoapodi.blogspot.com
projetodiscipulai@hotmail.com
TEXTOS-BASE:
“Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus
Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o
Criador dos céus e da terra! E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo” (Gn.14.18-20).
“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos?
Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a
mim me roubais, sim, vós, esta nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro,
para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor
dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal
bênção, que dela vos advenha a maior abastança” (Ml.3.8-10).
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e
do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a
misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas” (Mt.23.23).
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por
constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2ª Co.9.7).
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje iremos tratar sobre a atualidade dos dízimos e ofertas como as formas
deixadas por Deus para manutenção da Sua Obra aqui na Terra. Abordaremos também alguns
65
Nesta lição usaremos os verbos entregar, dar e devolver como sinônimos. Este último, diz respeito a consciência
cristã de que tudo que temos foi Deus quem nos deu. Logo, ao trazer os valores devidos a Tesouraria o crente não
está “pagando o dízimo”, pois não é uma conta. Mais apropriado é afirmar que ele o está devolvendo: afinal, ele
está a devolver uma parte do todo que Deus lhe permitiu ter.
109
dos princípios da Palavra ligados a contribuição na Igreja. Procuraremos, ainda, responder os
seguintes questionamentos: Existem bênçãos para quem é dizimista fiel e ofertante liberal?
Em relação a questão anterior, existe punição para quem não o é nem um nem outro?
Onde devo entregar os dízimos e as ofertas? A quem entregar? Por fim, analisaremos
algumas questões controversas tocantes ao presente estudo. Que o Senhor nos conduza nessa
jornada.
1) O DÍZIMO
A palavra dízimo significa décima parte. Em termos percentuais, a décima parte
corresponde a 10% (dez por cento). Nem é preciso perguntar onde é que tem dizendo na Bíblia
que o dízimo é dez por cento, porque o próprio significado da palavra já explica.
110
permanecem eternamente e que, um único versículo, como o acima transcrito, é mais do que
suficiente para endossar que o dízimo é atual para a Igreja e deve ser observado por todo crente.
Ninguém mais ninguém menos que o próprio Senhor Jesus foi quem afirmou isso.
Entendemos que tudo que temos e tudo que viermos a ter vem do Senhor. Portanto,
o cristão que não devolve o dízimo está em desobediência a Palavra de Deus. Isso é muito
perigoso, justamente porque tal prática estará revelando um coração avarento, ingrato e infiel.
“O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1ª Tm.6.10). Deste modo, devolver o dízimo
é um exercício constante do cristão que é grato a Deus por todos os Seus benefícios.
Está registrado ainda: “Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda
a tua renda; assim se encherão de fartura os teus celeiros, e trasbordarão de mosto os teus
lagares” (Pv.3.9-10). Quem é dizimista fiel testemunha abertamente que não tem faltado nada.
O Senhor ainda multiplica o azeite na botija da viúva (2ª Rs.4.1-7). Contudo, aqueles que não
são dizimistas ou o são de forma infiel, colhem para si dificuldades: a impressão que fica é que
ao invés de ficarem melhor financeiramente passam é a ter dificuldades. Ora, aquilo que o
homem plantar, isto também colherá (Gl.6.7). Avareza é pecado e é também uma forma de
idolatria (Mt.6.24, Cl.3.5, Ef.5.5).
2) AS OFERTAS
As ofertas são formas de contribuição cujo valor não é estipulado. Se o dízimo é
sempre igual, na proporção de dez por cento, as ofertas não tem valor fixo. Para as ofertas,
valem as mesmas respostas dadas as perguntas onde devo entregar o dízimo? A quem entregar?
explicadas no tópico anterior.
No AT estão registrados alguns tipos de oferta que variavam de acordo com a sua
destinação, quais sejam:
Ofertas alçadas – “E será para Arão e para seus filhos por estatuto perpétuo dos filhos
de Israel, porque é oferta alçada; e a oferta alçada será dos filhos de Israel, dos seus
sacrifícios pacíficos; a sua oferta alçada será para o Senhor”. (Ex.29.28)
Ofertas voluntárias – “E oferecei o sacrifício de louvores do que é levedado, e
apregoai as ofertas voluntárias, publicai-as; porque disso gostais, ó filhos de Israel,
disse o Senhor DEUS” (Am.4.5). “E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa do Senhor,
que habita em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Deus, para a
estabelecerem no seu lugar” (Ed.2.68). “E o povo se alegrou porque contribuíram
voluntariamente; porque, com coração perfeito, voluntariamente deram ao Senhor; e
também o rei Davi se alegrou com grande alegria. (1º Cr. 29.9)
Ofertas das primícias – “Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes
entrado na terra, que vos hei de dar, e fizerdes a sua colheita, então trareis um molho
das primícias da vossa sega ao sacerdote” (Lv.23.10). “E, se fizeres ao Senhor oferta
de alimentos das primícias, oferecerás como oferta de alimentos das tuas primícias de
espigas verdes, tostadas ao fogo; isto é, do grão trilhado de espigas verdes cheias”
(Lv.2.14). “Dar-lhe-ás as primícias do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e as
primícias da tosquia das tuas ovelhas”. (Dt.18.4).
O texto acima transcrito deixa claro que o Senhor não está interessado,
necessariamente, na quantidade que é ofertada: mas sim, na motivação da oferta! Alguém
pode ofertar uma grande quantia em dinheiro, mas, com a motivação de “aparecer”, de mau
112
grado, queixoso, murmurante. Outro pode fazer que nem a viúva pobre, ofertando algo de
pequeno valor financeiro, mas pelas motivações corretas: desprendimento, desinteresse,
sacrifício e amor. Essa regra vale também para os dízimos entregues.
3.2) GENEROSIDADE
“e sua profunda pobreza abundaram em riquezas da sua generosidade (2ª Co.8.2b).
Generosidade significa característica da pessoa generosa; particularidade de quem se
sacrifica em benefício de outra pessoa; magnanimidade. Ação generosa; comportamento que
expressa bondade, liberalidade. Na situação em que aqueles crentes macedônios viviam, eles
tinham tudo para dizer a Paulo: “--- Nós o amamos muito, Pr. Paulo, e gostaríamos de
contribuir para o seu ministério e na assistência aos necessitados, mas como o senhor mesmo
está vendo, na situação de sofrimento e pobreza em que estamos, nada podemos dar”. Contudo,
eles não procederam dessa maneira. Antes, foram em tudo generosos com os mais necessitados.
Isso ocorreu porque:
A generosidade não depende da situação.
Quem é generoso o é na pobreza ou na riqueza.
Quem é avarento também o é na pobreza ou na riqueza.
Os macedônios mostraram que eram ricos para com Deus. De sua pobreza eles
produziram riquezas da generosidade.
113
de Deus é um privilégio do verdadeiro cristão. Dar-se a Deus é a maior oferta do crente e as
outras dádivas materiais complementam aquela.
“Segundo as posses” quer dizer que aquele que tem menos dá menos e quem tem mais
dá mais, porém, todos dão em igualdade proporcional perante Deus. Eis aqui claramente o
princípio da proporcionalidade. A proporção de 10% (dez por cento) pode ser bem
compreendida aqui, fazendo uma aplicação aos dízimos. Tanto os que têm mais devolvem 10%
(dez por cento) como os que têm menos, sendo todos iguais, pois todos devolveram 10% (dez
por cento) do que possuem, isto é, cada um dá conforme as suas posses. “Ainda acima das suas
posses” fala de uma contribuição sacrificial. Eis aqui, inequivocamente, o princípio do
sacrifício. O povo de Deus contribuiu até com mais do que podia, porque o amor ao próximo
foi maior do que o amor ao próprios recursos. Fica claro ainda, pela expressão “porque Deus
ama ao que dá com alegria” (2ª Co.9.7) que Deus aceita o que é dado de boa vontade. Ele não
pede o que a pessoa não tem, mas sim, daquilo que ela tem. “Voluntariamente” demonstra que
não foi uma coação ou obrigação que motivou a ajuda dada, mas sim, um coração voluntário,
solidário e fraterno. Eis aqui o princípio da voluntariedade.
A Palavra ainda registra: “agora, pois, levai a termo a obra, para que, assim como
houve a prontidão no querer, haja também o cumprir segundo o que tendes. Porque, se há
prontidão de vontade, é aceitável segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem. Pois
digo isto não para que haja alívio para outros e aperto para vós, mas para que haja igualdade,
suprindo, neste tempo presente, na vossa abundância a falta dos outros, para que também a
abundância deles venha a suprir a vossa falta, e assim haja igualdade; como está escrito: Ao
que muito colheu, não sobrou; e ao que pouco colheu, não faltou”. (2ª Co.8.11-15).
114
5) QUESTÕES CONTROVERSAS
5.1) O DÍZIMO É COISA DO PASSADO?66
Nesses últimos dias, muitas verdades da Palavra de Deus vêm sendo abandonadas,
enquanto outras, conquanto extra bíblicas, apresentadas como verdadeiras. É o caso do
pensamento, que a cada dia ganha novos adeptos, de que o dízimo é coisa do passado.
Ora, ainda que ofertar e dar o dízimo sejam atos voluntários, e não meios de chantagem
ou negociação com Deus, não há dúvidas de que também são mandamentos com promessas
para o crente, hoje. Se não há muita ênfase ao dízimo no Novo Testamento, também não existem
passagens desaprovando esse tipo de contribuição. E, nesse caso, os mandamentos
veterotestamentários, conquanto tenham sido dirigidos especificamente a Israel, revestem-se de
importância e aplicam-se a nós, como demonstra a Epístola aos Hebreus. Afinal, tudo quanto
dantes foi escrito, para o nosso ensino foi escrito (Rm.15.4).
Não é só o Antigo Testamento, como muitos pensam, que apresenta o dízimo como uma
obrigação do crente, conquanto não devamos contribuir por obrigação, e sim espontaneamente
(Ex.25.2; Ml.3.8-10). Jesus referiu-se ao dízimo como sendo um dever quando disse aos
fariseus: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro
e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis,
porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas” (Mt.23.23, grifo meu).
Alguém argumentará: “--- De acordo com a Hermenêutica, um único versículo não
pode servir de base para uma doutrina”. Bem, procura-se quem inventou essa falácia! Com
certeza, não é um professor de Hermenêutica temente a Deus o autor dessa equivocada regra.
Afinal, o que o Senhor disse é verdade. E ponto final. Se Ele disse que é dever valorizar o mais
importante da lei, o juízo, a misericórdia, a fé e o dízimo, cabe a nós atentar para isso, e não
para os que não querem andar segundo as Escrituras.
CONCLUSÃO
Ante ao exposto, esperamos que tenha ficado claro que os dízimos e as ofertas foram
instituídos por Deus desde o princípio e para todos os tempos. Eles já existiam antes da Lei,
perduraram durante a Lei e foram ratificados por Jesus no NT. Dízimo é 10% (dez por cento)
do que se ganha, nem um centavo a mais ou a menos. As ofertas serão conforme a decisão do
coração do ofertante.
A principal contribuição que Deus requer é a nossa própria vida doada a Ele, sob a forma
de ofertas de sacrifício, louvor e adoração. Destas dependem as outras, porque o dízimo é uma
questão de fidelidade. Já as ofertas são uma questão de liberalidade e generosidade. Cristo quer
ser Senhor de nossa vida para nos usar em Sua obra. Todos os que são infiéis a Deus nos dízimos
e nas ofertas vivem debaixo da maldição dos pecados da avareza, ingratidão e idolatria. Porém,
os que são fiéis vivem felizes e de nada têm falta. DUVIDA? Faça você mesmo uma prova
com Deus! Seja um dizimista fiel e um ofertante liberal e comprove o quanto Deus vai te
abençoar pelo fato de você ter assumido esse compromisso.
A manutenção da obra de Deus é realizada com os dízimos e as ofertas. Separe o dízimo
do bruto67 do que você recebe antes de suas despesas e os entregue a Deus na Igreja onde se
66
Esse tópico é uma transcrição fiel da opinião do Pastor Ciro Sanches Zibordi, membro da Assembleia de Deus,
disponível em http://pastorciroresponde.blogspot.com.br/2008/08/dzimo.html. Acesso em: 15/12/2015.
67
Quando nos referimos a uma renda bruta ou dizemos que um produto tem um custo bruto, queremos dizer que
esse montante não sofreu ainda nenhum tipo de desconto ou retenção. Ou seja, R$ 1.000,00 brutos serão
simplesmente R$ 1.000,00. Pelo contrário, ao falarmos de líquido, expressa-se um montante de dinheiro que sofreu
descontos, impostos e retenções que lhe correspondem, gerando um valor menor que o bruto. Por exemplo, se aos
R$ 1.000,00 brutos que mencionamos antes descontarmos 11% de INSS, o montante líquido será de R$ 890,00.
Então, a diferença entre bruto e líquido é que o primeiro é um montante que ainda não conta com deduções, e
115
congrega com alegria e gratidão. Faça como os crentes macedônios: ofereça-se a si mesmo a
Deus e aos pastores da sua Igreja para fazer a obra do Senhor com liberalidade, alegria,
generosidade, voluntariedade, proporcionalidade e, se desejar, de forma sacrificial.
Seja um dizimista fiel e vá além do dízimo oferecendo ao Senhor a sua oferta de
Primícias no valor que seu discernimento e generosidade o guiar. Seja voluntário para dar
ofertas especiais como sacrifício de amor a Jesus e ao Evangelho. Pratique isso como adoração
a Deus para o progresso da obra do Senhor aqui na Terra, pois esta é a vontade de Deus para
você.
não é o que finalmente acabaremos por receber após os descontos de impostos etc. Enquanto o montante líquido é
aquele que disporemos finalmente.
116
IGREJA DE CRISTO NO BRASIL
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TEXTOS-BASE:
“Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta
profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”
(Ap. 1.3).
“Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som
da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós,
os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao
encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor” (1ª Ts.
4.16,17).
“Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes
não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão
com ele durante os mil anos” (Ap. 20.6).
INTRODUÇÃO
A escatologia é o ramo da teologia que estuda a doutrina das últimas coisas. Está
relacionada aos tempos do fim, em que a história humana chegará ao seu final e a Igreja terá
ingressado na eternidade.
A sequência escatológica na visão pré-milenarista (e pré-tribulacionista) inicia-se com
a morte e o estado intermediário. Seguem-se, nesta ordem, o arrebatamento da Igreja, a Grande
Tribulação (simultânea ao Tribunal de Cristo seguido das Bodas do Cordeiro), o retorno de
68
A presente lição foi adaptada do capítulo intitulado Noções de Escatologia, do Manual de Educação Cristã
(p.167-179), 2012, cuja autoria é do Pastor Gilmar Vieira Chaves, publicado pela Editora Central Gospel.
117
Cristo em glória com os Seus santos, o Milênio, o Juízo Final e o estado eterno, quando novos
céus e novas terras serão criados.
1) O ESTADO INTERMEDIÁRIO.
O estado intermediário é a condição do ser humano entre a morte e a ressureição. Em
razão da morte de Cristo e da obra redentora que se consumou, o mundo dos mortos vive agora
uma realidade diferente.
2) O ARREBATAMENTO DA IGREJA.
A Igreja vive a expectativa, que aumenta ou diminui conforme a época, do
arrebatamento, também conhecido pela expressão segunda vinda de Cristo (Hb.9.28; 1ª Ts.
4.13-18). A maneira como ocorrerá, todavia, é entendida de várias formas, em relação ao tempo
da chamada Grande Tribulação.
118
necessita de purificação, que as Escrituras não ensinam a doutrina da iminência e que a Igreja
é vista na terra depois de Apocalipse 4.1.
A doutrina da iminência diz que a segunda vinda de Cristo pode ocorrer a qualquer
momento, sem depender de nenhuma sucessão de fatos.
3) A GRANDE TRIBULAÇÃO
A Grande Tribulação será um período de sete anos e ocorrerá ao mesmo tempo em que
a Igreja estiver no Tribunal de Cristo e, em seguida, nas Bodas do Cordeiro. Esse período será
marcado por grande angústia (Lc.21.24-26; Ap.7.14) e pela manifestação do anticristo, que de
início fará amizade com Israel, conquistando a lealdade desse povo e um lugar de proeminência
no templo (2ª Ts.2.4). Entretanto, “na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de
manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador” (Dn.9.27), ou seja, ele mostrará a
sua verdadeira face.
Está escrito que “sua vinda será segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e
sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem” (2ª
Ts.2.9,10). Essa descrição encaixa-se com a do ditador mundial que fará a aliança com Israel e
depois a violará (Dn.9.27), bem como a da besta, do governante mundial blasfemo, que é
fortalecido e habitado por Satanás, e cujo falso profeta realiza falsos milagres (Ap. 13.1-17). Já
no meio da Grande Tribulação, ele exige que cada um receba uma marca na mão direita, ou na
testa, marca esta que é o nome da besta, ou o número do seu nome.
119
O anticristo será derrotado definitivamente na batalha do Armagedom (Ap.16.16),
quando Cristo retornar com os Seus santos sobre o monte das Oliveiras, na segunda etapa de
Sua vinda (2ª Ts.2.8). Então o anticristo e o falso profeta – a segunda besta, que emergiu da
terra e “exerce todo o poder da primeira besta na sua presença e faz que a terra e os que nela
habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada” (Ap.13.12) – serão lançados
vivos no ardente lago de fogo e de enxofre (Ap.19.20).
4) O MILÊNIO
Destruído o anticristo, o Senhor Jesus irá então estabelecer na terra o Seu reino milenar.
Segundo a doutrina pré-milenarista, será um período real (literal) de mil anos (Ap. 20.4,6),
em que Jesus governará o mundo, assentado no trono de Davi (Lc.1.32,33). A capital desse
reino será Jerusalém, “a cidade do grande Rei” (Mt.5.35).
O período de mil anos em que a paz reinará absoluta no mundo é delimitado pela prisão
de Satanás: ele ficará preso no abismo para que mais não engane as nações, até que os mil anos
se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo (Ap.20.3).
Segundo as profecias, será um tempo de glória para Israel (Is.62.8,12) e os santos
reinarão com Jesus na condição de reis e sacerdotes. A Igreja participará do reino celeste, mas
em um estado de glória. O reino Messiânico, no entanto, é inteiramente para os judeus, ainda
que todas as demais nações gozem dos benefícios desse reino milenar.
120
todos: “O deserto e os lugares secos se alegrarão com isso; e o ermo 69 exultará e florescerá
com a rosa” (Is.35.1).
5) O JUÍZO FINAL
Deus é o Juíz de todos, mas realizará esse julgamento por meio de Jesus Cristo
(Hb.12.23; Jo.5.22,27), que julgará os vivos e os mortos (2ª Tm.4.1). Depois que Satanás for
lançado no lago de fogo, os mortos que não ressuscitaram por ocasião do arrebatamento da
Igreja (a primeira ressureição) ressuscitarão, comparecerão diante do grande trono branco e
serão julgados de acordo com suas obras, todas registradas nos livros (Ap.20.11-14).
O Tribunal de Cristo portanto, será para os salvos, e o julgamento do grande trono
branco será para os que rejeitaram o sacrifício de Cristo. Esses serão julgados conforme as
suas obras. Como os seus nomes não constam no livro da vida (v.15) serão lançados no lago de
fogo.
CONCLUSÃO
Entendemos que a Doutrina das Últimas Coisas é um dos assuntos mais controversos
do Santo Livro. Ocorre que, independente de qual seja sua posição doutrinária uma coisa é
certa: Cristo voltará para buscar Sua igreja. Se antes, durante ou depois da tribulação, isso é
secundário. Se haverá milênio literal ou se ele é simbólico, igualmente secundário. São questões
que precisamos nos posicionar doutrinariamente, mas, não são primárias para a fé cristã.
Portanto, podemos concordar mais uma vez com a Bíblia que afirma em Ap.22.17: “E o
Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem
quiser, receba de graça a água da vida”. Amém.
69
Ermo é uma palavra que tem origem do grego éremos, e do latim “eremu”, que significa solitário. Ermo é um
adjetivo que qualifica um local que é solitário, abandonado, que está ao acaso. Lugar ermo é um lugar deserto, um
lugar descampado, inóspito, sem habitantes, que causa medo e insegurança.
121
PERGUNTAS PARA FIXAÇÃO DA LIÇÃO E/OU A TÍTULO DE CURIOSIDADE
De forma diferente das outras lições até aqui [onde foram feitas cerca de três questões
por lição no propósito de fixá-la], excepcionalmente nesta lição, faremos um número maior de
indagações no propósito de bem compreender os muitos eventos descritos na Escatologia.
Vejamos:
01) É possível saber o dia da Segunda Vinda de Cristo? Absolutamente não. Jesus disse que
ninguém sabe, conforme Mt.24.36.
02) Em relação a questão anterior, Jesus disse que nem o Filho sabia o dia. Como podemos
entender isto? Quando Jesus declarou NEM O FILHO SABE Ele o fez para mostrar Sua
perfeita humanidade. Para ser homem perfeito, Jesus teve de abrir mão temporariamente de
Seus atributos. Logo depois da Sua Ressurreição Ele retomou esses atributos. Desde então, Ele
sabe com exatidão o tempo de Sua volta.
03) Existe algum versículo que que fale simultaneamente sobre as duas vindas de Cristo a
este mundo? Sim. Um exemplo clássico é Hebreus 9.27.
04) Qual o principal trabalho de Jesus no Céu, atualmente? O de Sumo Sacerdote, Hb.4.14;
10.12,13; 9.26.
05) Por que devemos crer na volta de Cristo? Porque é uma doutrina fundamental nas
Escrituras; porque Deus não mente; porque está mui próxima.
07) Qual será o próximo grande acontecimento para o Povo de Deus na Terra? Sem dúvida
alguma será o ARREBATAMENTO.
09) O que acontecerá com as mães grávidas no dia do Arrebatamento? Muitos temem que
será uma tortura para elas, por causa da profecia de Mt.24. Aquela profecia ("ai das grávidas")
já teve seu cumprimento. Jesus referia-se às mulheres que foram mortalmente feridas pelos
soldados romanos, que sob a ordem do general Tito as esquartejavam, quando da destruição de
Jerusalém no ano 70 d.C., certamente as mulheres crentes grávidas que forem achadas fiéis
subirão com seus respectivos fetos. Deus nunca defendeu o aborto. Quem sabe naquele dia
acontecerá a aplicação final das palavras de Jesus: "Deixai vir a Mim as criancinhas...".
Lc.18.6. Além disto, leia cuidadosamente Rm.5.19.
10) Quais as crianças que estão cobertas pela provisão redentora do sangue de Jesus?
Aquelas que estão no estágio da inocência. Deus nunca mistura inocentes com culpados. Não
existe uma data padrão para definir o dia que termina o período da inocência. À luz de Is.7.15
é o momento em que a criança começa a distinguir o bem do mal.
122
11) Temos o direito de esperar algum grande Avivamento antes do Arrebatamento da
Igreja? Certamente, sim. Primeiro, porque o profeta Joel e o apóstolo Pedro se referiram ao
derramamento do Espírito Santo nos últimos dias. Também porque a Igreja na época do
Arrebatamento deverá ser muito mais poderosa que em qualquer época da História. E,
finalmente, a Bíblia declara que enquanto houver a Laodicéia, também haverá a de Filadélfia.
12) Existe algum sentido escatológico na vida de Enoque? Sim. Ele é um tipo da Igreja, que
será arrebatada. Assim como Enoque foi trasladado antes do Dilúvio, a Igreja subirá pelo
Arrebatamento, antes da Grande Tribulação.
13) Que relação existe entre a vida de Noé e a Escatologia? Noé, que foi salvo do Dilúvio
através da Arca, lembra a Igreja que tem sido salva do Mundo por Jesus Cristo. Jesus identificou
os dias que precedem Sua Segunda Vinda como os dias de Noé. Leia Gn.7.23; 8.1,4,16,19; 1ª
Pe.3.20,21; Mt.24.37,39.
14) Por que Ló é um tipo do Arrebatamento? Porque foi tirado de Sodoma antes de sua
destruição, Gn.19.22, 24.
15) É verdade que a vinda de Jesus se dará em duas fases? Sim. A primeira fase será a
ocasião do arrebatamento da Igreja; a segunda será a revelação pessoal de Cristo. Na primeira
fase Ele recebe a Igreja; na segunda, ele desce com a Igreja.
18) É realmente bíblica a doutrina do Tribunal de Cristo? Todos os crentes em Jesus devem
estar conscientes de que algum dia, após o Arrebatamento da Igreja, o Senhor Jesus se reunirá
com a Igreja a fim de promover o que as Escrituras chamam de TRIBUNAL DE CRISTO: um
encontro para julgamento das nossas obras, praticadas aqui na Terra, e a consequente entrega
dos galardões.
20) Alguém será condenado no Tribunal de Cristo? Não, absolutamente. Será um Tribunal
para recompensa.
21. O Tribunal de Cristo será para recebermos a recompensa de nossa salvação? Não.
Nosso direito de entrar no Céu foi obtido mediante o derramamento do sangue de Jesus na cruz
do Calvário. Nosso galardão será alcançado mediante o resultado de nosso trabalho. A salvação
é pela fé (Ef.2.8). O galardão, pelas obras (Ap.22.10).
22) O Tribunal de Cristo será a mesma coisa que o Grande Trono Branco? Não devemos
confundir o Tribunal de Cristo com o Grande Trono Branco. Este será para os que não se
converteram a Cristo. Aquele, para os salvos. Este será depois do Milênio, aquele será após o
Arrebatamento da Igreja. Em ambos o Juiz será Jesus, porque Ele foi constituído pelo Pai como
Juiz dos vivos e dos mortos.
123
23) O que significa a expressão GRANDE TRONO BRANCO? Refere-se ao último
julgamento da História, quando todos os mortos, grandes e pequenos, de todos os séculos da
História se prostrarão diante do Senhor para serem julgados [e condenados].
24) Os salvos em Cristo serão julgados no Grande Trono Branco? Não, porquanto por sua
salvação foram libertos de condenação (Rm.8.1) e já foram submetidos ao Tribunal de Cristo.
25) Que fogo é aquele mencionado no texto de 1ª Co.3, relacionado com o Tribunal de
Cristo? O fogo tem muitos significados e aplicações na Escritura. Aquele fogo de 1ª Co.3
significa a glória pessoal do rosto de Cristo, como visto por João em Ap.1. Ao contemplar as
nossas obras, em Sua presença, o fogo consumirá ou projetará o mérito da referida obra.
28) O que acontecerá depois das Bodas do Cordeiro? Jesus Cristo descerá em glória COM
os santos.
30) Quem dominará a Terra durante a Grande Tribulação? A Trindade Satânica, composta
de Dragão, Besta e Falso Profeta.
32) Algum tempo os judeus pregarão o Evangelho? Alguns eruditos creem que durante o
período da Grande Tribulação 144.000 (cento e quarenta e quatro mil; doze mil descendentes
de cada uma das doze tribos de Israel) judeus andarão por várias partes do mundo pregando o
Evangelho do reino [Ap.7.4-8; Mt.24.14].
34) De onde vem a palavra MILÊNIO? Esta palavra se origina de dois vocábulos latinos mille
(mil) e annum (ano). Ela significa, literalmente, um período de mil anos.
35) Qual será a condição dos crentes durante o período milenial? Nós seremos naquela
época iguais a como os anjos já são hoje. Faremos o trabalho que eles atualmente fazem, de
assessoria espiritual a Jesus.
37) No período milenial, qual será a situação da sociedade? O quinto nome ou título de Jesus
em Is.9.6 é: PRÍNCIPE DA PAZ. No período milenial o Mundo experimentará o governo de
Jesus, cuja principal característica será a paz. Haverá longevidade e a terra conhecerá a
santidade e sossegará completamente. Leia Is.35.5,6,8; Zc.14.20,21.
124
38) O que significa Anticristo? A Bíblia chama de Anticristo uma pessoa que receberá o poder
de Satanás para ser um governante mundial durante a segunda metade dos 07 (sete) anos da
grande tribulação.
39) Qual será o fim do Anticristo? Jesus o destruirá, em Sua revelação [2ª Ts.2.8].
40) Algum dia Satanás será destruído? Não. A destruição de Satanás seria uma grande vitória
para ele, que assim pararia de sofrer. Ele será preso durante o milênio (Ap.20.2) e depois será
solto por um período para finalmente ser lançado no lago de fogo e enxofre, para todo o sempre.
41) Nós nos reconheceremos, na Eternidade? Sim, em todas os assuntos espirituais. Não
teremos lembrança das coisas materiais, que não eram intrinsecamente parte do REINO DE
DEUS. Leia cuidadosamente a história da transfiguração de Jesus.
42) É lícito orar pela volta de Cristo? Leia Mt.6.10; Ap.22.20; 1ª Pe.4.7.
43) Israel algum dia será destruído? JAMAIS. Deus tem um compromisso feito com Abraão
e renovado a Moisés e a Davi. Israel viverá para sempre.
44) O Céu é um Lugar ou um estado de vida? A Bíblia menciona exaustivamente que o Céu
é um lugar. Um lugar santo, espiritual, perfeito, divino e eterno. Você deve estar pronto para
viver lá com Cristo.
45) A última pergunta somente você poderá responder: VOCÊ ESTÁ PREPARADO
PARA A VOLTA DE CRISTO E PRONTO PARA MORAR NO CÉU COM ELE? Que
o Senhor nos conceda a convicção da salvação e que anelemos, todos os dias, Sua volta.
125
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TEXTOS-BASE:
• “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura”
(Mc.16.15).
• “Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens
serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis,
caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos,
mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas
negando-lhe o poder. Afasta- te também desses” (2ª Tm.3.1-5).
• “Conjuro-te diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos,
pela sua vinda e pelo seu reino; prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo,
admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino. Porque virá tempo em
que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis,
ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os
ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as
aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2ª Tm.4.1-5).
INTRODUÇÃO:
O termo Evangelho vem do grego e significa “boa notícia”. O evangelho é a mensagem
de salvação anunciada por Jesus e pelos apóstolos destinada a toda humanidade. Evangelho(s)
também é o nome dado aos quatro primeiros livros do Novo Testamento (NT), os quais tratam
do nascimento, vida, morte, ressureição e assunção aos céus do Senhor Jesus.
Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João foram os responsáveis para, no NT,
escreverem os fatos que narram a biografia de Jesus Cristo. Evangelista também é o termo
utilizado para designar o pregador/obreiro que vai de lugar em lugar anunciando a boa-nova de
Jesus Cristo (At.21.8).
126
Pretendemos na presente lição tratar a respeito desse tão importante assunto: o
evangelismo da humanidade. Procuraremos discorrer sobre algumas técnicas de evangelismo,
dando ênfase para o evangelismo pessoal.
Afinal de contas estão registradas nas Escrituras as palavras de Jesus: “E disse-lhes: Ide
por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo;
mas quem não crer será condenado” (Mc.16.15).
Obedeçamos, pois, ao nosso Senhor!
Está escrito em Isaias 52.7: “Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia
as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que
diz a Sião: O teu Deus reina!”
A seguir, reflitamos sobre a imagem abaixo:
127
2ª imagem: Como anda nossa preocupação com os perdidos?
128
4ª imagem: Como anda nossa meditação na bíblia que é alimento para alma?
2.5) “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos
ouvidos”.
Muitos não suportarão a sã doutrina pelo simples fato que ela lhes confronta. Não
suportarão porque são contra os seus pecados. A expressão “comichão nos ouvidos” significa
129
que tais pessoas terão o desejo que ouvir apenas coisas agradáveis aos seus ouvidos. Elas não
querem saber da multidão dos seus pecados, mas, querem ouvir que os mesmos são aceitáveis
diante de Deus e, pior que isso, querem ouvir que suas práticas nem pecado são! Sempre
haverá quem minta e sempre haverá quem acredite na mentira.
3.4) “sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor
para com os bons”
Ausência de afeição natural significa mudar o hábito natural das coisas. Exemplo disso
é o caso dos relacionamentos homo afetivos: simplesmente fogem ao propósito natural criado
por Deus para homem e mulher.
Irreconciliáveis são todos quantos não praticam o perdão. A reconciliação com o
próximo é ponto primordial na pregação de Cristo. Sem perdão, não seremos perdoados; mas
quantos nós conhecemos que ignoram o que Cristo nos disse e vivem à mercê do ódio e do
desamor? Sim, são muitos os irreconciliáveis. Estão ao nosso lado, dia após dia. Não esquecem,
não perdoam sob hipótese alguma, colocando, sem se questionarem, suas vidas na perdição.
Deus perdoou a todos por Cristo, mas estes, mesmo assim, não cedem jamais. O ódio os
dominam.
Caluniadores são aqueles que atribuem falsamente à alguém a responsabilidade pela
prática de um fato determinado definido como crime.
Incontinentes são os que não se controlam, não se contém, não tem comedimento,
moderação. Esses tem comportamento incontido, são imoderados nos gestos, palavras, atos e
sentimentos, inclusive, na sensualidade e na satisfação do apetite sexual.
Cruéis são tantos quantos são desumanos; que expressam maldade, tirania; que se
satisfazem fazendo o mal, maltratando ou atormentando. Muito se assemelha com o significado
de sem amor para com os bons, qual seja, os que são inimigos do bem.
71
Narcisismo é o amor de um indivíduo por si próprio ou por sua própria imagem, uma referência ao personagem
da mitologia grega por nome Narciso, famoso por sua beleza e orgulho.
72
Hedonismo = do grego hedonê, que significa "prazer", "vontade". É uma teoria ou doutrina filosófico-moral
que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana.
131
3.5) “traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus”:
A expressão mais amigos dos deleites do que amigos de Deus põem em pé de igualdade
os que são traidores, obstinados e orgulhosos. É o tipo de pessoa que não mede esforços para
conseguir seus objetivos, mesmo por meios escusos. Não reconhecem suas falhas e ainda
endurecem sua cerviz por causa da própria soberba. Estes precisam ser quebrantados pelo poder
do Espírito Santo com urgência, senão, sequer darão ouvidos ao que um evangelista for dizer.
3.6) “tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”
Incontáveis são os homens (e mulheres) que aparentam ter uma vida piedosa, isto é, nos
caminhos de Cristo. As aparências verdadeiramente enganam. O evangelista (e todo crente)
precisa pedir a Deus discernimento espiritual, para saber diferenciar quem verdadeiramente é
piedoso, cristão e espiritual dos que apenas aparentam o serem. Em se tratando dos amigos que
ouvirão o evangelho, muitos tem aparência de serem pessoas com vidas sóbrias, mas, de forma
contumaz, são, na realidade, amantes do pecado. Destes, a recomendação paulina é se afastar.
Assim sendo, devemos permanecer fiéis para que o evangelho por nós pregado
encontre legalidade em quem nos ouve. Testemunho cristão já! Lembremo-nos que seremos
perseguidos e/ou censurados em razão da fé professada em Jesus. Permaneçamos firmes
anunciando o evangelho da graça com ousadia onde quer que estejamos.
É necessário ao evangelista ter a ideia de três mecanismos criados pela mente do pecador
(que não é, ainda, a de Cristo) para tentar justificar suas práticas erradas. São eles:
4.1) A Racionalização
Ela é facilmente perceptível em uma conversa. Quando o pecado é apontado na vida de
outro e este já possui um padrão de racionalização, sua primeira resposta é argumentativa e
explicativa. Ele não assume o erro, mas tenta descontruir a natureza pecaminosa do seu ato. Ele
132
até pode esboçar um reconhecimento de culpa, mas só depois de uma longa jornada de
explicações e acusações que são feitas para lhe dar uma ilusória justificativa.
O problema central da racionalização é que ela nos distancia da verdade. Ajuda-nos, tão
somente, a pensarmos sobre as razões que justificam nosso erro. Seus aliados são a soberba e
o orgulho, pois eles nos levam a pensar que o outro é inferior, está errado e que somos
vítimas no processo.
A melhor formar de combater a racionalização é cultivando a humildade.
4.2) A Fuga
Ela faz com que o pecado seja tratado como um objeto distante e que jamais deve ser
seriamente observado. Tal mecanismo é dissimulado, porém se tornará perceptível pelas
evasivas no pensamento e no discurso.
O bom evangelista entende que não pode obrigar ninguém a reconhecer que está fugindo
de reconhecer seu pecado, mas, ajuda o pecador a reconhecer por si próprio. Se necessário for,
o evangelista pode fazer perguntas que ajudem o pecador a caminhar, tais como: “O que você
acha sobre essas atitudes ou palavras?”, “Como você se sente nesse momento?”, “O que você
acha que está errado nessa atitude?”.
Lembre-se que a fuga faz com que o ouvinte da Palavra encontre meios de se esquivar
para justificar sua prática errada. Eis a importância da longanimidade já tratada para que o
evangelista saiba como agir.
4.3) A Hipocrisia
É um resultado direto da alma corrompida e promove maior corrupção. Leva aquele que
dela é possuído a tratar os erros dos outros com veemência, dureza e intolerância, enquanto
esconde em seu coração problemas semelhantes.
O legalista, em grande parte, representa um típico caso de hipocrisia. São pessoas
irredutíveis, como se pudessem distinguir aqueles que são ou não salvos, os que agradam ou
não a Deus. São os senhores da verdade: um verdadeiro farisaísmo dos dias atuais!
7ª Imagem: Os que são mais atentos a vida dos outros que a sua própria.
Para sabermos se alguém está tomando um caminho legalista deve-se procurar alguns
sinais, tais como:
133
• Facilidade no julgamento: o foco é observar e julgar o outro, perdendo, assim, sua
postura reflexiva, de avaliação do próprio coração.
• Arrogância: A falta de desejo e de disposição para ouvir o outro, suas ideias e posições.
A arrogância pretere o diálogo e assim, o legalista acusa, jamais dialoga.
Se o coração do evangelista tem o feito se tornar juiz de seus irmãos e pior, dos seus
amigos, é possível que o mesmo seja legalista. Porém, não é tarde para olhar para o Senhor e
buscar Sua misericórdia. Ele certamente concederá amor ao semelhante, zelo pela Palavra e um
coração puro, coerente com Sua bondade e graça que Ele derrama sobre nossas vidas.
O evangelista conta com a ajuda dos irmãos que, assim como ele, sempre devem
convidar seus amigos para virem ao culto. Essa prática é muito sadia e deveras importante, pois
o visitante precisa se sentir acolhido na Casa de Oração e estar apto a ouvir a Palavra que fará
o trabalho de conversão pela ação do Espírito Santo (Rm.10.17):
10ª imagem: a importância de convidar e receber visitantes.
135
5.1) Cumprindo o IDE também virtualmente
A Internet tem se mostrado como uma poderosa ferramenta a serviço do evangelismo.
O cumprimento do IDE de Jesus também pode ser feito através da grande rede. Facebook,
Instagram, Twitter, Snapchat, Messenger, Whatsapp e demais redes sociais e/ou bate-papos
podem e devem ser usados pelo crente no propósito de anunciar a Salvação de Deus aos
perdidos. A propósito, se a Internet é uma ferramenta útil ao evangelismo (11ª imagem),
ela também pode ser muito má aproveitada, para o que não edifica (12ª imagem).
Precisamos ter em mente que sempre tem alguém te observando e/ou te seguindo,
inclusive na Internet. Que a motivação destes seja porque você é um bom exemplo também
virtualmente. Jesus está sempre online, nós é que muitas vezes estamos ocupados para fazer a
obra Dele.
136
CONCLUSÃO
Ao evangelizar, lembre-se:
“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como
vos convém responder a cada um” (Cl.4.6).
Seja educado(a): Educação é uma moeda de ouro que em todo lugar tem valor.
Expressões como “Com licença”, “Bom dia”, “Meu nome é fulano”, “Posso me sentar
um pouco e conversarmos sobre Jesus?”, “Posso ler um trecho da bíblia para você?”,
“Posso orar por você?” ainda fazem toda a diferença.
Seja um bom ouvinte e fale de forma precisa e oportuna: “Sabei isto, meus amados
irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar”.
(Tg.1.19).
Não negocie a verdade e a esperança que há em vós (1ª Pe.3.15).
Não ataque a pessoa do pecador, mas, o pecado. Quando for fazer isso faça com toda
longanimidade e doutrina.
Disponibilize-se sempre a distribuir literaturas de casa em casa e, quando for dada a
oportunidade, fale de Jesus.
Participe dos grupos de evangelismo e visitas. Caso não haja onde você se congrega,
crie um sob a orientação do seu líder/pastor.
Não evangelize com base na violência (seja física ou verbal): mas, sim, no
aconselhamento e no exemplo.
Não evangelize com base em indiretas, diretas ou piadinhas: isso acaba por gerar um
mal estar no evangelizado e até mesmo no corpo de Cristo: ao invés de aproximar
distancia os envolvidos.
E, como arremate, Deus só quer que você fale: a obra salvívica quem faz é Ele.
137
Considerações Finais
Findo o estudo das treze lições dessa Apostila, esperamos que você,
caríssimo aluno, tenha compreendido um pouco mais dos assuntos nela abordados
os quais são basilares para o crescimento de todo cristão.
O nosso desejo é que o Projeto Discipulai não pare por aqui. Que essa
versão para novos convertidos sirva para estimular a produção de outros materiais
assim, voltados para os mais variados públicos: crianças, adolescentes, homens e
mulheres maduros, anciões, obreiros, enfim, todo tipo de crente. O importante é
que a Palavra de Deus seja ensinada e que Seu povo conheça e prossiga em
conhecê-lo (Os.6.3).
No mais, não nos tornemos pessoas que guardam o conhecimento só para
si próprias. Propague esse ensino que recebeu para outros, querido aluno.
Ensine, explique e faça Cristo e Sua Palavra conhecidos através do que aprendeu.
E mais que somente aprender pratique o que Jesus te ensinou. De nada adianta
conhecermos se não pormos em prática as instruções do Mestre.
Todo esse material não é uma doutrina nova. A Apostila foi construída
somando recortes e comentários de irmãos simples que, guiados pelo Espírito
Santo, se posicionaram defendendo a doutrina que creem. A base para tudo isso
não podia ser outra: a Bíblia Sagrada.
Por fim, importa destacar que essa Apostila não tem fins lucrativos. Não
é propósito de nenhuma das pessoas envolvidas neste projeto ganhar dinheiro com
ela. Queremos, tão somente, que sua reprodução sirva para instruir o povo de Deus
sobre o que crê a Igreja de Cristo em Apodi/RN quanto aos assuntos abordados,
bem como pincelar outros posicionamentos correlatos, ainda que divergentes.
Portanto, todas as fontes referenciadas devem sempre ser citadas, dando crédito a
quem de direito. Reiteramos nossa admiração e profundo respeito por cada autor
referenciado que contribuiu com sua sapiência para enriquecer este trabalho.
Ao Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador, sejam sempre toda honra, toda
glória e todo louvor!
Os autores
138
Referências
ALLAN, Dennis. O que a Bíblia Ensina sobre a Organização da Igreja? Disponível em:
http://www.estudosdabiblia.net/a14_8.htm. Acesso em: 13/12/2015
JOINER, Eduardo. Manual Prático de Teologia. 2ª Ed. Rio de Janeiro-RJ: Central Gospel,
2007.
VARGENS, Renato. 07 razões porque eu não creio em mulheres pastoras. Disponível em:
http://renatovargens.blogspot.com.br/2011/09/07-razoes-porque-eu-nao-creio-em.html.
Acesso em: 25/12/2015.
ZIBORDI, Ciro Sanches. Aos crentes que não gostam de hierarquia nas Igrejas. Disponível
em: http://cirozibordi.blogspot.com.br/2011/04/aos-crentes-que-nao-gostam-de.html. Acesso
em: 25/12/2015.
ZIBORDI, Ciro Sanches. Blog do Ciro (trechos de postagens diversas). Disponível em <
http://cirozibordi.blogspot.com.br/>. Acesso em 21/12/2015.
139
ZIBORDI, Ciro Sanches. Existe mulher pastora? O que a Bíblia diz sobre o chamado
ministério pastoral feminino? Disponível em https://artigos.gospelprime.com.br/o-que-a-
biblia-diz-ou-nao-diz-sobre-o-chamado-ministerio-pastoral-feminino/. Acesso em: 25/12/2015
Revista Lições da Palavra de Deus – Jovens & Adultos. Gilmar Chaves; Walmir Cohen
(comentaristas). Ano 10 – Nº 37. Rio de Janeiro-RJ: Central Gospel, 2014.
140
PLANO DE LEITURA BÍBLICA – Para ler, em 30 DIAS, alguns dos principais assuntos das
Escrituras (Para os novos convertidos terem uma visão geral da Bíblia) 73.
73
KELL, Garrett. Pastor sênior da Del Ray Baptist Church em Alexandria, Virginia. 30 Day Reading Plan for a
New Believer. Tradução: Vinícius Silva Pimentel. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel. Ministério Fiel: 2014.
Disponível em: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/01/plano-de-leitura-biblica-de-30-dias-para-novos-
convertidos/ Acesso em: 26/12/2015.
141
PLANO DE LEITURA BÍBLICA – Para ler, em um ano, todo o NOVO TESTAMENTO,
bem como os livros de SALMOS e PROVÉRBIOS74.
1 Sl 1 Mt 1 Mt 2 Mt 3, 4 Mt 5 Mt 6 Sl 2, 3
2 Sl 4 Mt 7 Mt 8 Mt 9 Mt 10 Mt 11 Sl 5
3 Sl 6 Mt 12 Mt 13 Mt 14 Mt 15 Mt 16 Sl 7
4 Sl 8 Mt 17 Mt 18, Mt 20 Mt 21 Mt 22 Sl 9
19
5 Sl 10 Mt 23 Mt 24 Mt 25 Mt 26 Mt 27 Sl 11, 12
6 Sl 13 Mt 28 Mc 1 Mc 2, 3 Mc 4 Mc 5 Sl 14, 15
7 Sl 16 Mc 6 Mt 7 Mc 8 Mc 9 Mc 10, 11 Sl 17
8 Sl 18 Mc 12, 13 Mc 14 Mc 15 Mc 16 Lc 1 Sl 19, 20
9 Sl 21 Lc 2 Lc 3 Lc 4 Lc 5 Lc 6 Sl 22
10 Sl 23 Lc 7 Lc 8 Lc 9 Lc 10 Lc 11 Sl 24, 25
11 Sl 26 Lc 12 Lc 13 Lc 14 Lc 15 Lc 16, 17 Sl 27, 28
12 Sl 29 Lc 18 Lc 19 Lc 20 Lc 21 Lc 22 Sl 30, 31
13 Sl 32 Lc 23 Lc 24 Jo 1 Jo 2, 3 Jo 4 Sl 33, 34
14 Sl 35 Jo 5 Jo 6 Jo 7 Jo 8 Jo 9 Sl 36, 37
15 Sl 38 Jo 10 Jo 11 Jo 12 Jo 13, 14 Jo 15 Sl 39, 40
16 Sl 41 Jo 16 Jo 17 Jo 18, 19 Jo 20 Jo 21 Sl 42, 43
17 Sl 44 At 1 At 2 At 3, 4 At 5 At 6 Sl 45, 46
18 Sl 47 At 7 At 8 At 9 At 10 At 11, 12 Sl 48, 49
19 Sl 50 At 13 At 14 At 15 At 16 At 17 Sl 51
20 Sl 52 At 18, 19 At 20 At 21 At 22 At 23 Sl 53, 54
21 Sl 55 At 24 At 25 At 26 At 27, 28 Rm 1 Sl 56, 57
22 Sl 58 Rm 2 Rm 3 Rm 4 Rm 5 Rm 6 Sl 59, 60
23 Sl 61 Rm 7 Rm 8 Rm 9 Rm 10 Rm 11 Sl 62, 63
24 Sl 64 Rm 12, 13 Rm 14 Rm 15 Rm 16 1 Co 1 Sl 65, 66
74
Preparado pelo Rev. Donald B. Monteiro, disponível em: < http://www.sbb.org.br/conteudo-interativo/planos-
de-leitura-da-biblia/>. Acesso em: 26/12/2015.
142
25 Sl 67 1 Co 2, 3 1 Co 4 1 Co 5 1 Co 6 1 Co 7 Sl 68
26 Sl 69 1 Co 8 1 Co 9 1 Co 10 1 Co 11 1 Co 12 Sl 70, 71
27 Sl 72 1 Co 13 1 Co 14 1 Co 15 1 Co 16 2 Co 1 Sl 73
28 Sl 74, 75 2 Co 2 2 Co 3, 4 2 Co 5 2 Co 6 2 Co 7 Sl 76, 77
29 Sl 78 2 Co 8 2 Co 9, 2 Co 11 2 Co 12 2 Co 13 Sl 79, 80
10
30 Sl 81 Gl 1 Gl 2 Gl 3 Gl 4 Gl 5, 6 Sl 83
31 Sl 84 Ef 1 Ef 2 Ef 3 Ef 4 Ef 5 Sl 85, 86
32 Sl 87, 88 Ef 6 Fp 1 Fp 2 Fp 3 Fp 4 Sl 89
33 Sl 90 Cl 1 Cl 2 Cl 3, 4 1 Ts 1, 2 1 Ts 3,4 Sl 91, 92
34 Sl 93, 94 1 Ts 5 2 Ts 1, 2 2 Ts 3 1 Tm 1, 2 1 Tm 3, 4 Sl 95, 96
35 Sl 97, 98 1 Tm 5 1 Tm 6 2 Tm 1 2 Tm 2 2 Tm 3 Sl 99-101
36 Sl 102 2 Tm 4 Tt 1 Tt 2, 3 Fm 1 Hb 1 Sl 103
37 Sl 104 Hb 2 Hb 3 Hb 4 Hb 5 Hb 6 Sl 105
39 Sl 109 Hb 12 Hb 13 Tg 1 Tg 2 Tg 3, 4 Sl 110-112
41 Sl 118 1 Pe 5 2 Pe 1 2 Pe 2, 3 1 Jo 1, 2 1 Jo 3 Sl 119.1-56
44 Sl 125-127 Ap 8, 9 Ap 10 Ap 11 Ap 12 Ap 13 Sl 128-131
51 Sl 150 Pv 25 Pv 26 Lc 1 Lc 2 Mt 1 Mt 2
52 1 Co 13 Pv 27 Pv 28 Pv 29 Pv 30 Pv 31 Sl 103
143
144