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E
FERNANDO MARTINEZ
MAN UAL
DOS CANDIDATOS AO
BAPTISMO
2ª EDIÇÃO
BREVE CONSIDERAÇÃO:
Os textos escritos em clareado que se encontram nas páginas 8 não fazem parte do
manual original, foram inseridos para auxiliar o professor a complementar as matérias
em estudo.
Obrigado
ANTIGO TESTAMENTO
NOVO TESTAMENTO
Mt 1 Tm 1 Timóteo
Mateus
Mr 2 Tm 2 Timóteo
Marcos
Lc Tt Tito
Lucas
Jo Fm Filemon
João
Act Hb Hebreus
Actos
Rm Tg Tiago
Romanos
1 Co 1 Pd 1 Pedro
1 Coríntios
2 Co 2 Pd 2 Pedro
2 Coríntios
Gl I Jo 1 João
Gálatas
Ef 2 Jo 2 João
Efésios
Fl 3 Jo 3 João
Filipenses
Cl Jd Judas
Colossenses
1 Ts Ap Apocalipse
1 Tessalonicenses
2 Ts 2 Tessalonicenses
ESGOTOU-SE há alguns anos a primeira edição deste livro recebido, aliás, com
bastante interesse, particularmente no ceio das Assembleias de Deus em Portugal, e
também no estrangeiro, onde trabalham muitos dos nossos compatriotas que professam
a fé evangélica.
Com o aumento constante de pessoas que aderem ao cristianismo bíblico, torna-se
mister uma nova edição do presente trabalho, o qual se encontra escrito de maneira
simples e concisa para se evitar a consulta de manuais doutrinários pouco acessíveis aos
nossos convertidos.
Sobretudo os candidatos ao baptismo receberão ajuda espiritual na obtenção de
conhecimentos fundamentais para sua vida cristã ao lerem e estudarem o conteúdo de
Manual dos Candidatos ao Baptismo.
Tendo outrossim em mente as heresias e falsos cultos que proliferam na nossa pátria,
procuramos esclarecer o leitor acerca de algumas dessas crenças espúrias “para que não
sejam vencidos por Satanás; porque não ignoramos os seus ardis” (2 Cor 2:10, 11).
Entendemos ainda que o crente de confissão pentecostal necessita inteirar-se da razão
por que assim é chamado, e como nasceu e se propagou através do mundo esse
Movimento do Espírito Santo.
Manual dos Candidatos ao Baptismo não se destina apenas aos neófitos, mas também
a inúmeros cristãos já membros de igrejas locais, os quais muito terão a aprender (ou a
reaprender) com a sua leitura.
OS AUTORES
Entre outras razões, os Judeus nunca admitiram os apócrifos no cânon sagrado do Velho
Testamento. O Senhor Jesus Cristo e os Apóstolos jamais mencionaram esses livros. A
Igreja dos primeiros séculos nunca atribuiu canonicidade aos apócrifos. Nos livros
pretensamente deuterocanónicos há erros históricos, contradições, ficção e lendas, não
se coadunado o seu ensino com a doutrina bíblica.
É bom frisar-se que a tradição religiosa não possui o mesmo valor das Sagradas
Escrituras (Mt 15:3, 6-9 / Cl 2:8).
ANJOS
OS ANJOS (mensageiros) são seres espirituais, destituídos portanto de corpo físico,
criados por Deus (Cl 1:16 / Hb 1:4-7, 14) antes da formação do homem, e “ enviados a
favor daqueles que hão-de herdar a salvação”. Em casos especiais podem tomar a forma
humana surgindo assim visivelmente (Gn 18:1-16 / 19:1-5 / Jo 20:11, 12 / Hb 13:2).
São numerosos, existindo várias categorias: anjos propriamente ditos, arcanjos (anjos
principais), serafins e querubins (Mt 4:11 / 28:2-7 / Dn 10:13, 21 / Jd v9 / Ap 12:7 / Is
6:2-7 / Gn 3:24 / Sl 80:1 / 99:1).
Muitas pessoas cultuam os anjos, prática condenada pelas Escrituras Sagradas, visto os
mesmos serem criaturas de Deus (Cl 2:18 / Ap 19:10 / 22:8, 9).
A Bíblia ensina que eles são entes santos (Mt 25:31 / Mr 8:38 / Ap 14:10), poderosos e
obedientes ao Criador (Sl 103:20 / 1 Pd 3:22), e que procuram sempre fazer a vontade
de Deus (Mt 13:39, 41, 49 / Mr 13:27).
No Evangelho segundo Lucas 16:22 notamos que os seres angelicós acompanham os
crentes fiéis ao partirem deste mundo.
O Senhor usou-os no cumprimento de determinadas missões (Gn 3:24 / 19:1, 12, 13 /
Mt 28:1-6 / Mr 1:13 / Lc 1:26-35 / Act 5:19, 20 / 12:6-11 / 27:23, 24).
DEMÓNIOS
Quanto aos demónios, os mesmos são espíritos maus (Ef 6:12) que procuram habitar no
homem (Mt 12:43-45). Trata-se de anjos caídos, alguns dos quais (talvez os mais
perigosos) encontra-se em prisão (2 Pd 2:4 / Jd v6) a aguardar o dia do julgamento.
O seu chefe é Satanás, também chamado Diabo, Lúcifer, Tentador, Maligno, Serpente,
etc. Há quem imagine possuir ele características semelhantes à Divindade, como a
omnisciência e a omnipresença, mas isso é um crasso erro. Só Deus tem esses atributos.
Por exemplo, sobre a suposta omnipresença do Diabo, ele apenas pode estar
simultaneamente em inúmeros lugares através dos espíritos malignos, que são os seus
agentes.
Satanás e os demónios estão irremediavelmente condenados ao inferno, lugar aliás
preparado para os tais (Mt 25:41 / Ap 20:10).
Não convém dar lugar ao Diabo (Ef 4:27) nem desafiar ou insultar desnecessariamente
os demónios nos cultos (como alguns fazem), atitude que, no mínimo, prejudica a Obra
de Deus e perturba as reuniões evangélicas. A Palavra do Senhor aconselha, isso sim, a
resistir a Satanás com firmeza da fé (Tg 4:7 / 1 Pd 5:8, 9).
6. O HOMEM
O motivo principal da existência da raça humana é a glória de Deus (Is 43:7). Deus, que
é amor, deseja amar e ser amado pelos entes que criou (1 Jo 4:7-19), para que os tais se
alegrem n’Ele (Sl 9:1, 2 / 32:1).
As Escrituras revelam que o homem é um ser constituído de natureza tríplice: corpo,
alma e espírito (Lc 1:46, 47 / 1 Ts 5:23 / Hb 4:12), ou: matéria e espírito.
Podemos assemelhar-nos, em figura, a um edifício com cave, rés-do-chão, e primeiro
andar. A cave é o corpo – parte inferior do homem. O rés-do-chão é a alma, e o primeiro
andar, o espirito.
O espirito é, consequentemente, a parte mais elevada da criatura humana. Mediante a
alma temos comunhão com as outras pessoas. Por intermédio do espírito comungamos
com Deus, sendo a alma o elemento intermédio entre o corpo e o espírito.
ORAÇÃO
JESUS não ensinou o crente a rezar, mas a orar. Rezar é proferir mecanicamente
orações decoradas. Orar é falar de forma espontânea com Deus, é manter comunhão
com o Pai celestial.
O cristão deverá sentir necessidade de dependência divina e de orar com regularidade. A
oração parte de um desejo santo existente no coração dos filhos de Deus, sendo a
expressão de uma vida genuinamente crista, e não de mera religiosidade.
O verdadeiro cristão sente imensa alegria em orar, e aquele que não o faz encontra-se
espiritualmente em perigo. A oração é a arma poderosa colocada por Deus em nossas
mãos a fim de combatermos a tentação. A mesma poderá ser silenciosa ou audível,
particular ou pública.
Orar é adorar a Deus em espírito e em verdade; é agradecer-lhe as bênçãos recebidas,
em especial a salvação; é viver em Cristo e ouvir a Sua voz; é interceder pelo nosso
semelhante. Orar ao Senhor é privilégio e dever de todo o crente (1 Tm 2:8); é a
aproximação da alma humana, até Deus, numa comunhão espiritual (Hb 4:16 / 10:19-
22).
A oração tem como alvos principais:
a) Adorar e louvar a Deus por seus incontáveis benefícios (Sl 103:1, 2 / 108:1-4 /
Fl 4:6).
b) Rogar ao Senhor pelas nossas necessidades (Mt 6:11 / Jo 15:7 / 1 Jo 5:14).
c) Interceder pelo próximo (1 Sm 12:13 / Ef 3:14-17). A oração terá de ser dirigida
a Deus Pai, em nome de Jesus Cristo (Jo 14:13, 14); deve ser feita no poder do
Espírito Santo (Rm 8:26 / Ef 6:18) e com o entendimento (1 Cor 14:15).
No sentido mais genérico do termo, a Igreja não é o edifício aonde os fiéis se reúnem
para cultuar o Senhor, nem uma confissão ou denominação cristã, nem tão-pouco o
reino dos céus.
Igreja, no grego (língua do Novo Testamento), é ekklesia, e significa “chamados para
fora”. Os primitivos cristãos entendiam ser a igreja uma assembléia de pessoas
convertidas a Deus que se congregavam a fim de prestarem culto ao Senhor de acordo
com o ensino neotestamentário.
A Igreja é, simultaneamente, um organismo vivo e uma organização, pois externa a vida
de Cristo em cada um dos seus membros regenerados, devendo os tais agir de per si em
prol da comunidade em que estão inceridos (Gl 2:20 / Cl 3:3 / Rm 12:4, 5 / 1 Cor 12:12-
27).
Numa igreja local, os seus membros organizam-se para, além da adoração ao Criador,
manter o ensino bíblico, incluindo a disciplina e as ordenanças do baptismo e a Ceia do
senhor.
Os que pertencem á igreja são chamados de irmãos (Rm 14:10 / 1 Pd 3:8), crentes (Gl
3:22), santos (Rm 1:7), eleitos (Cl 3:13), discípulos (Jo 13:35 / Act 21:16) e cristãos
(Act 11:26 / 1 Pd 4:16).
Por sua vez a Igreja é denominada na Bíblia templo de Deus (1 Cor 3:16), edifício de
Deus (1 Cor 3:9), rebanho (Jo 10:16), lavoura de Deus (1 Cor 3:9), morada de Deus (Ef
2:22), casa de Deus (1 Tm 3:15), etc.
Na sua dimensão universal, a Igreja é o corpo místico de Cristo (1 Cor 12:27 / Ef 1:22,
23 / Cl 1:24), a esposa do Cordeiro (2 Cor 11:2 / Ap 19:7 / 21:9). Jesus é a Cabeça (Ef
5:23 / Cl 1:18) e a pedra fundamental da Igreja (Ef 2:20 / 1 Pd 2:4-6).
Usa-se vulgarmente a palavra Igreja para o lugar de culto todavia será mais correcto
chamar-se Casa de Oração ou Templo (Mt 21:12, 13). Os crentes, que residem na
mesma área geográfica, necessitam de organizar-se para se constituírem numa igreja
local (Mt 18:17 / Act 8:1 / 9:31).
Os principais objectivos de uma igreja local são:
a) Adorar a Deus em espírito e em verdade (Jo 4:23, 24 / Cl 3:16), que é o seu
culto espiritual.
Todos os crentes, filiados numa igreja local, tem obrigações relativamente a Deus, à
igreja e ao próximo.
Os dez mandamentos da Lei de Deus que estão exarados no capítulo 20 de Êxedo,
versículo 3 a 17, resumem-se a dois, como ensinou Jesus: “O primeiro de todos os
mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao
Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
entendimento, e de todas as tuas forças: este é o primeiro mandamento. O segundo
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro
mandamento maior do que este” (Mr 12:29-31).
O crente deve tudo ao Senhor: corpo, espírito e vida. No primeiro mandamento, que
corresponde aos quatro mandamentos iniciais do Decálogo (Êx. 20:3-11), mostra-se ao
homem os seus deveres para com o Criador: reconhecer um só Deus verdadeiro e
eterno; respeitar o santo Nome do Senhor, não O invocando levianamente; descansar
um dia por semana (o domingo), e “amar a Deus sobre todas as coisas”.
No segundo mandamento, que sintetiza os últimos seis do Decálogo (Êx. 20:12-17), o
crente aprende os seus deveres para com o próximo: honrar os pais e obedecer-lhes;
rerspeitar a integridade física das outras pessoas; manter a pureza de coração no falar e
nos costumes, ser honesto, trabalhador e diligente; dizer sempre a verdade; contentar-se
com o que tem; respeitar a casa do semelhante e tudo quanto a ele pertence. Enfim,
“amar o próximo como a si mesmo”.
Em virtude de termos mencionado o domingo como o dia de descanso, entendemos ser
conveniente esclarecer porquê não observar o sábado.
Heresias são doutrinas contrárias à fé cristã, portanto condenadas pela Palavra de Deus.
Os Apóstolos, nas suas epístolas, avisam-nos para termos cuidado com ensinos erróneos
(2 Tm 4:3, 4 / 2 Pd 2:1, 2). Previnem-nos igualmente que nos últimos dias aparecerão
doutrinas de demónios (1 Tm 4:1). Jesus também predisse o surgimento de falsos
profetas e falsos cristos (Mt 7:15 / 24:4, 5, 11).
Esses pretensos mestres e profetas, que se levantam como guias espirituais vindos da
parte de Deus, proclamam-se fundadores de religiões, operam prodígios e enganam o