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O QUE É SER UM BATISTA REGULAR?

TEXTO-BASE: JUDAS 3, FILIPENSES 1.27, ATOS 17.11

Estudar os distintivos dos Batistas Regulares é uma excelente forma de compreender


a nossa identidade doutrinária e de conhecer os princípios básicos que distinguem os
Batistas Regulares de outras denominações.

Creio que é necessário que todos os membros das Igreja Batistas saibam com
propriedade o teor dos nossos distintivos e defendê-los.

Judas, em sua Epístola, exorta a Igreja a batalhar diligentemente pela fé. Nós como
Batistas Regulares devemos batalhar zelosamente pela nossa fé e para isto precisamos
fazer os seguintes questionamentos introdutórios: O que é um distintivo? O que é ser um
Batista Regular? Os Batistas Regulares, realmente, são bíblicos?

O QUE É UM DISTINTIVO?

Nós, Batistas Regulares, temos valores e práticas que diferenciam das outras
congregações, ou seja, temos um corpo próprio de doutrina que nos distinguem do resto
da cristandade.

Como Batista em essência, não somos favorável ao movimento ecumênico, porque a


finalidade deste movimento é a formação de uma Igreja Mundial baseada numa união
orgânica, ao invés de uma união doutrinária.

Não podemos ceder nenhum espaço para um pensamento ecumênico que é falso,
vago, nebuloso. Não somos favoráveis ao movimento ecumênico, porque ele é uma
afronta aos distintivos Batistas.

O QUE É SER UM BATISTA REGULAR?

Aí estão, pois, as considerações introdutórias que nos levam a necessidade de um


exame do nosso nome. Um nome é usado para distinguir uma pessoa da outra, mas
também pode ser usado para diferenciar uma igreja da outra. Portanto, precisamos definir
com exatidão o que é um Batista Regular. As igrejas batistas regulares, são igrejas cristã,
de orientação Batista conservadora e fundamentalista.

O movimento batista regular que originou as igrejas batistas regulares brasileiras


organizou-se em 1932 quando batistas que se separaram da Convenção Batista do
Norte, dos Estados Unidos, liderados por Howard C. Fulton, fundaram a General
Association of Regular Baptist Churches (GARBC). A separação deu-se devido ao
liberalismo teológico que solapou as bases de todas as denominações daquele país.

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 1


No Brasil, o movimento chegou ao Nordeste através dos missionários Carleton e
Adelaide Mateus em 1932, na cidade de São José de Mipibu no estado do Rio Grande do
Norte; e em 1935 e 1936 com os missionários William A. Ross e Edward Guy McLain
respectivamente. McLain ao chegar ao Brasil se instalou em Juazeiro do Norte, CE.
Atualmente, entre os batistas regulares, se estuda qual teria sido a primeira igreja batista
regular do Brasil. Se fora a de São José de Mipibu, RN, a de Juazeiro do Norte, CE, e a
de Cachoeirinha, Manaus, AM.

A doutrina Batista Regular é bem mais conservadora e tradicional do que a de outros


batistas, denominam-se fundamentalistas e separatistas. Os Batistas Regulares são
Calvinistas. O próprio nome “regular” vem a nos sugerir duas coisas: Uma herança
histórica (Batistas Particulares); uma posição teológica (Calvinistas). Tem havido certos
estremecimentos em torno dessa questão no grupo por causa de certas posições mais
extremadas dentro do movimento.1

Somos pré-milenistas, dispensacionalistas, rejeitamos o pentecostalismo, o ecumenismo e


qualquer de suas expressões. Aceitamos os distintivos Batistas como herança histórica do
passado, e do compromisso com as nossas convicções bíblicas.

PSEUDO-BATISTA

É verdade que há igrejas que se intitulam Batista, mas não sustentam os nossos
distintivos. De fato, elas não são batistas, algumas são pentecostais, outras são
adventistas, há também que aqueles usam o nome sem saber o seu significado. Embora
elas usem o nome de Batista, mas não têm uma identidade Batista. Elas de fato são
pseudo-batistas.

CONCLUSÃO

É necessário que cada membro de Igreja Batista compreenda de forma correta a


origem do nosso nome e qual a razão de ser um Batista Regular. Também, é necessário
que lutemos juntos pela nossa fé e temos que ser leais a nossa doutrina.

Passemos aos nossos Fundamentos.

1
Lima, Jaime Augusto. QUE POVO É ESSE? História dos Batistas Regulares no Brasil. Pg 155.

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1º DISTINTIVO – BIBLIOLOGIA

A autoridade e infalibilidade da palavra de Deus

1. A Bíblia, nos seus 66 livros, é a palavra de Deus revelada em linguagem humana,


escrita por homens santos de Deus e inspirada pelo Espírito Santo (2 Timóteo 3.15—
17; 2 Pedro 1.20—21) de tal forma que cada palavra de toda a Bíblia, nos manuscritos
originais, é a Palavra de Deus (Mateus 5.18). Todo o seu conteúdo é a verdade, sendo
completamente isento de erros (João 10.35; 17.17).

2. A Bíblia é a única autoridade do crente em matéria de fé e prática, padrão de avaliação


da doutrina e conduta humanas (Hebreus 4.12), cujo propósito é comunicar a
natureza e vontade de Deus ao ser humano (Romanos 10.17; 2 Timóteo 3.15—17).
Ela deve ser interpretada de forma literal, ou seja, entendida no seu sentido normal.
Ela também é suficiente, sendo relevante para o cristão moderno e contendo tudo
que ele necessita para a vida e piedade.

3. A autoridade das Sagradas Escrituras, razão pela qual devem ser cridas, não
depende do testemunho de qualquer homem ou Igreja, mas depende somente de
Deus (que é a própria Verdade), o seu Autor; e, portanto, deve ser recebida, porque
é a Palavra de Deus (2 Pedro 1:19-21; 2 Timóteo 3:16; 2 Tessalonicenses 2:13; 1
João 5:9).2

4. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a Sua


própria glória, a salvação do homem, fé e vida, ou é expressamente declarado ou
necessariamente contido nas Sagradas Escrituras, ao que nada, em qualquer tempo,
deve ser acrescentado, seja por novas revelações do Espírito, ou por tradições
humanas. No entanto, nós reconhecemos a iluminação interior do Espírito de Deus
como sendo necessária para a compreensão salvífica das coisas reveladas na
Palavra; e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto a Deus e ao governo da
Igreja, comuns às ações e sociedades humanas, as quais devem ser ordenadas pela
luz da natureza e pela prudência Cristã, segundo as regras gerais da Palavra, que
devem sempre ser observadas (2 Timóteo 3:15-17; Gálatas 1:8-9; João 6:45; 1
Coríntios 2:9-12, 11:13-14; 1 Coríntios 14:26, 40).

5. A regra infalível de interpretação da Escritura é a própria Escritura; e, portanto,


quando houver uma questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer Escritura

2
3,4 e 5. Confissão de Fé Batista de 1689. Um Catecismo Puritano Compilado por C.H. Spurgeon

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(que não é múltiplo, mas único), esse pode ser investigado por meio de outros textos
que o expressem mais claramente (2 Pedro 1:20-21; Atos 15:15-16).

6. Cremos na Inspiração verbal, i.é, O Espirito Santo guiou os autores para a escolha
de cada palavra usada (Mt 5:18, Jo 8:58), e Inspiração Plenária: Todos os livros da
Bíblia são inspirados por Deus (2 Pe 3:16; 2 Tm 3:15-17).

7. Cremos na Revelação de Deus ao homem, podendo se manifestar de duas formas:


Revelação Geral: Deus se comunicando para todas as pessoas em todas as épocas
e lugares e através da criação (Sl 19; Rom 1:18-21); e providência ( At 17:26-27).
Revelação Especial: É a comunicação direta particular de Deus para com seus eleitos
entrando em um relacionamento com ele. (Hb 1:1-3; Jo 1:18; 1 Jo 5:19-21);

8. História. O cânon (lista de livros incluídos) do Antigo Testamento foi estabelecido até os
dias de Jesus e considerado autoritativo por Ele (Mateus 23.35—36; João 10.35). O cânon
do Novo Testamento foi estabelecido nos primeiros séculos depois de Cristo. Orígenes
(185–254) popularizou o método alegórico (não literal) de interpretação bíblica. Durante
a Idade Média, a Igreja Católica concedeu aos pais e à tradição da igreja autoridade igual
à da Bíblia. Houve oposição a isto, o que culminou com a Reforma Protestante (a partir
de 1517). Os protestantes fizeram das escrituras a autoridade final para a fé e prática e
retornaram ao método literal de interpretação bíblica. A Igreja Católica acrescentou sete
livros apócrifos ao cânon das escrituras no Concílio de Trento em 1546. No final do século
XIX surgiu o liberalismo teológico, que rejeitou várias doutrinas fundamentais do
cristianismo, inclusive as doutrinas da inspiração e da inerrância bíblica.

9. Divergências Denominacionais e/ou Heréticas


 A Igreja Católica não só acrescentou os livros apócrifos ao cânon da Bíblia, mas
também aceita a tradição humana e o Papa como autoridades iguais à da Bíblia.
 As teologias liberal e neo-ortodoxa rejeitam a inspiração e inerrância das Escrituras.
 O neo-evangelicalismo admite erros na Bíblia, especialmente nas áreas de ciência e
história.
 Seitas como Adventistas do Sétimo Dia, Testemunhas de Jeová, Mórmons e Espíritas
reverenciam outros escritos além da Bíblia, aos quais cedem autoridade igual ou
superior às escrituras.
 Rejeitamos qualquer tentativa de se contextualizar as escrituras em que elas sejam
subordinadas aos costumes ou crenças de alguma cultura.
 Rejeitamos qualquer tentativa de se estabelecer uma versão das escrituras como
sendo a única aceita pela igreja.

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2º DISTINTIVO – TEOLOGIA
A pessoa e obra de Deus

1. Cremos na Trindade de Deus – um Deus eternamente existente em três pessoas iguais


e distintas – Pai, Filho e Espírito Santo;

2. Em Seu ser Divino e infinito há três subsistências, o Pai, a Palavra ou o Filho, e o Espírito
Santo, de uma só substância, poder e eternidade, cada um possuindo completa essência
Divina, e ainda assim, a essência é indivisível: O Pai de ninguém é gerado nem
procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é procedente do Pai e
do Filho; todos infinitos e sem princípio de existência. Portanto, um só Deus; que não
deve ser divido em Seu ser ou natureza, mas, sim, distinguido pelas diversas
propriedades peculiares e relativas, e relações pessoais; esta doutrina da Trindade é o
fundamento de toda a nossa comunhão com Deus, e confortável dependência dEle (1
João 5:7; Mateus 28:19; 2 Coríntios 13:13)

3. O Senhor, nosso Deus, é somente um Deus vivo e verdadeiro; cuja subsistência é


em e de Si mesmo, infinito em Seu ser e perfeição; cuja essência não pode ser
compreendida por qualquer outro, senão por Ele mesmo; um espírito puríssimo,
invisível, sem corpo, partes ou paixões, a Quem somente pertence a imortalidade,
que habita em luz que nenhum homem pode acessar; é imutável, imenso, eterno,
incompreensível, onipotente, em tudo infinito, santíssimo, sapientíssimo,
completamente livre e absoluto, operando todas as coisas segundo o conselho da
Sua vontade imutável e justíssima, para a Sua própria glória. (1 Coríntios 8:4, 6;
Deuteronômio 6:4 2 Jeremias 10:10; Isaías 48:12, Êxodo 3:14, João 4:24; 1 Timóteo
1:17; Deuteronômio 4:15-16; Malaquias 3:6; 1 Reis 8:27; Jeremias 23:23; Salmos
90:2; Gênesis 17:1 10 Isaías 6:3; Salmos 115:3; Isaías 46:10; Provérbios 16:4;
Romanos 11:36).

4. Sobre os Decretos de Deus. Em sua soberania, Deus não é o autor do pecado, nem
o aprova (Hc 1:13; 1 Jo 1:5), mas o mal está sob o seu domínio, e tudo que acontece
é para o bem daqueles que amam a Deus. (Rm 8:28).

5. Deus decretou em si mesmo, antes que o mundo existisse, todas as coisas, sejam
coisas necessárias, acidentais ou voluntárias, com todas as suas circunstâncias, para
produzir, dispor e trazer à existência tudo segundo o conselho da sua própria vontade,
e para sua própria glória; (mas sem ser o autor culpável do pecado) no qual é

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manifestada sua sabedoria na disposição de todas as coisas, o que nunca muda, e
em seu poder e constância para efetivar seu decreto: Deus antes da fundação do
mundo, predestinou a alguns homens para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo,
para o louvor e glória da sua graça; havendo destinado e abandonado os demais em
seu pecado para sua justa condenação, e para o louvor de seu justo veredicto.
(Timóteo 5:21; Mateus 25:34; Efésios 1:5-6; Romanos 9:22-23; Judas 4)

6. Aqueles da humanidade que são predestinados para a vida, Deus, antes da fundação
do mundo, de acordo com o Seu propósito eterno e imutável, e o secreto conselho e
beneplácito de Sua vontade, os escolheu em Cristo, para a glória eterna, por Sua
pura livre graça e amor, não por qualquer outra coisa na criatura, como condições ou
causas que O movessem a isso. (Efésios 1:4, 9, 11; Romanos 8:30; 2 Timóteo 1:9;
1 Tessalonicenses 5:9; Romanos 9:13, 16; Efésios 2:5, 12).

7. Sobre a Queda do Homem, o Pecado e o Castigo Desse. Deus criou o homem


justo e perfeito, e lhe deu uma lei justa, que seria para a vida se ele a tivesse
guardado, ou para morte, se a desobedecesse. Porém o homem não manteve por
muito tempo a sua honra. Satanás valeu-se da astúcia da serpente para seduzir Eva,
em seguida, esta seduziu a Adão, que, sem qualquer compulsão, deliberadamente
transgrediram a lei de sua criação, e a ordem dada a eles, de não comer o fruto
proibido, do que Deus foi servido permitir este pecado deles, de acordo com Seu
conselho sábio e santo, havendo determinado ordená-lo para a Sua própria glória.
(Gênesis 2:16-17; 3:12-13; 2 Coríntios 11:3).

8. Nossos primeiros pais, por este pecado, decaíram de sua retidão original e da
comunhão com Deus, e nós neles, e por isso a morte veio sobre todos: todos nos
tornamos mortos em pecado e totalmente corrompidos em todas as faculdades e
partes da alma e do corpo (Rm 3:9-10, 23; 5:12; Tito 1:15; Gn 6:5; Jer 17:9).

9. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, incapacitados e


adversos a todo o bem, e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas
as transgressões atuais (Romanos 8:7; Col 1:21; Tiago 1:14-15; Mateus 15:19)

10. A corrupção da natureza persiste durante esta vida naqueles que são regenerados;
e, embora ela seja perdoada e mortificada através de Cristo, todavia tanto ela
mesma como seus primeiros impulsos são verdadeira e propriamente pecado
(Romanos 7:18, 23; Eclesiastes 7:20; 1 João 1:8; Romanos 7:23-25; Gálatas 5:17)

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11. Sobre a Aliança de Deus. A distância entre Deus e a criatura é tão grande, que,
embora as criaturas racionais Lhe devam obediência como seu Criador, nunca
poderiam ter alcançado a recompensa da vida, senão por alguma condescendência
voluntária da parte de Deus, que Ele Se agrada em expressar por meio de aliança
(Lucas 17:10; Jó 35:7-8).

12. Ademais, tendo o homem trazido a si mesmo a maldição da lei, por sua Queda,
aprouve ao Senhor fazer um Pacto de Graça, no qual Ele oferece livremente aos
pecadores a vida e a salvação por meio de Jesus Cristo, exigindo deles a fé nEle,
para que eles sejam salvos; e prometendo dar a todos os que são ordenados para
a vida eterna, o Seu Espírito Santo, para torná-los dispostos e capazes de crer (Gên
2:17; Gálatas 3:10; Romanos 3:20-21, 8:3; Marcos 16:15-16; João 3:16 e 6:44).

13. História. Embora a doutrina da triunidade de Deus seja bíblica e fundamental ao cristianismo,
a palavra “trindade” não aparece nas Escrituras, nem a doutrina é explicada de forma
sistemática. Por isso, a doutrina ortodoxa da trindade foi desenvolvida através de muitos anos
e em meio a grandes controvérsias. Tertuliano (160–222) foi o primeiro a usar a palavra
“trindade”. A controvérsia culminou com a disputa entre Ario (morto em 336), que rejeitava a
divindade de Jesus e a tripersonalidade de Deus, e Atanásio (296–373), que afirmava ambas. A
posição ortodoxa foi adotada pela igreja no concílio de Niceia (325) e reafirmada no concílio de
Calcedônia (451). Em tempos mais recentes, sugiram muitos outros ataques à doutrina de Deus.
O Deus do deísmo é tão transcendente que não se envolve com os assuntos deste mundo. Mais
recentemente tem surgido um Deus tão imanente (isto é, próximo ou deste mundo), que tem
perdido sua santidade, soberania e glória. O Deus bíblico é tanto transcendente, quanto
imanente. A teoria da evolução foi popularizada pelos esforços do inglês Charles Darwin (1809–
1882). Esta teoria, ao afirmar que o mundo atual veio a existir através de um processo de
evolução que levou milhões de anos, nega que Deus tenha criado o mundo em seis dias. Muitos
cristãos tentam conciliar a teoria da evolução e o ensinamento da Bíblia. Os Batistas Regulares
sempre rejeitaram tanto a teoria da evolução quanto qualquer tentativa de conciliá-la com a
Bíblia.

14. Divergências Denominacionais e/ou Heréticas


 O politeísmo ensina que há muitos deuses.
 O panteísmo nega que Deus seja distinto da Sua criação e afirma que tudo é Deus e
Deus é tudo.
 O deísmo nega que Deus se envolva com este mundo.
 O islamismo adora um deus falso, Ala.
 A Igreja Unitariana e as Testemunhas de Jeová negam que Deus seja tripessoal.
 A teoria da evolução e a evolução teísta negam que Deus tenha criado o mundo em
seis dias a partir do nada.

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3º DISTINTIVO – CRISTOLOGIA
A pessoa e obra de Jesus Cristo

1. Jesus Cristo é o eterno filho de Deus existente desde toda a eternidade (João 1.14;
3.16; 8.58; Col 1:16), que recebeu corpo e natureza humanos (João 1.14) e veio ao
mundo para morrer na cruz pelos pecados do mundo (João 3.14-16; 1 Coríntios 15.3-
4). Ele nasceu da virgem Maria por obra e graça do Espírito Santo (Mateus 1.18-25)
e passou a ter duas naturezas distintas: divina e humana (Romanos 1.3-4; Fl 2:5-11).

2. Na sua pessoa, ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem (Colossenses 1.19; 2.9).
Sua missão neste mundo foi de revelar o Pai (João 1.18; 14.8-9) e consumar a
redenção dos seres humanos, através do seu sacrifício santo e substitutivo (2
Coríntios 5.21; 1 Pedro 2.21-25; 3.18). Após a sua morte, ele ressuscitou, subiu aos
céus (Atos 1.3, 9) e foi exaltado à direita de Deus (Salmo 110.1; Hebreus 12.2). Ele é
o único mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2.5-6), e somente através dele o
ser humano pode ter acesso a Deus (João 14.6; Atos 4.11-12). Hoje ele intercede
pelos santos (Hebreus 4.14-16) e é o cabeça da igreja (Efésios 1.22-23; 4.15-16). Em
seu lugar, ele enviou o Espírito Santo como consolador e guia (João 14.16-17).

3. Jesus Cristo foi feito o Mediador de um pacto novo e perpétuo da Graça, entre Deus
e o homem, sendo para sempre, de maneira perfeita e plena, o Profeta, Sacerdote e
Rei da Igreja de Deus. Quanto a este ofício de mediador, isto é, o de ser Profeta,
Sacerdote e Rei da Igreja de Deus, este ofício é somente de Cristo, que nem em
parte, e muito menos em sua totalidade, pode ser transferido para outra pessoa.

4. Este ofício para o qual Jesus foi chamado, é de três aspectos: Profeta, Sacerdote e
Rei, e o fato de que são três é necessário: por causa de nossa ignorância precisamos
dele como profeta; quanto ao nosso distanciamento de Deus, precisamos de seu
ofício de Sacerdote para nos reconciliar com Ele; e quanto a nossa adversidade e
inabilidade para retornarmos a Deus, precisamos de seu ofício de Rei para nos
convencer, subjugar, atrair e preservar para seu reino celestial.

5. Cremos Na deidade, nascimento virginal, morte expiatória, ressurreição


corporal, e vinda pré-milenar de Jesus Cristo.

6. História. Durante os primeiros cinco séculos da Era Cristã, a natureza da pessoa de Jesus
Cristo foi o tema de debates intensos e grandes controvérsias. Surgiram muitas heresias. O

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docetismo, gnosticismo, apolinarismo, e eutiquianismo negavam a plena humanidade de
Jesus, enquanto o ebionismo, arianismo e eutiquianismo negavam a plena divindade dele. O
nestorianismo afirmava que Jesus era, na verdade, duas pessoas. A posição ortodoxa foi
desenvolvida e afirmada nos concílios de Niceia (325) e Calcedônia (451). Durante a Era
Medieval (590 a 1517) e o tempo da Reforma Protestante (1517 a 1650) houve muitas
discussões sobre a natureza da morte de Jesus. Os reformadores protestantes afirmaram que
Jesus morrera como substituto pelos pecadores, satisfazendo assim a justiça e a ira de Deus.
O liberalismo teológico, que surgiu no final do século XIX, nega a divindade de Jesus e
qualquer aspecto sobrenatural da sua vida, como, por exemplo, seu nascimento virginal. Ele
considera que o Jesus que realm ente viveu não era o mesmo que os evangelistas relataram.

7. Divergências Denominacionais e/ou Heréticas


 Os Testemunhas de Jeová, Espíritas e teólogos liberais negam a divindade de
Jesus.
 Para os Mórmons, Jesus é o nosso irmão mais velho (e irmão de Lúcifer), filho
de Elohim, que progrediu até se tornar um deus.
 A Igreja Católica Romana afirma as doutrinas ortodoxas sobre a pessoa de Jesus,
mas ensina que Jesus não é o único mediador entre Deus e os seres humanos,
existindo também os santos e, especialmente, Maria. Embora a igreja ensine que
Jesus ressuscitou, na prática Jesus é um “senhor morto”, vítima de uma grande
tragédia.

4º DISTINTIVO – PNEUMATOLOGIA

A pessoa e obra do Espírito Santo

1. Cremos na personalidade do Espírito Santo, por quem os crentes são chamados,


regenerados, batizados em Cristo, cheios, habitados, dirigidos em união, instruídos e
selados para toda a eternidade.

2. O Espírito Santo é uma das pessoas da Trindade Divina e, portanto, possui todos os
atributos de personalidade e divindade (João 14.16-18; 16.8-11; Atos 5.3-4; 1
Coríntios 2.10; 12.11; Efésios 4.0). Ele exerce muitas funções nesta época. Ele
convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (João 16.7-11).

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3. No instante da salvação, ele regenera, sela e habita todos os crentes e todos eles são
batizados nele (João 3.3-8; 16:12-15; 1 Coríntios 12.13; Efésios 1.13-14). Finalmente,
ele guia os crentes e ensina-os a andar nos caminhos de justiça e santidade, de
acordo com a Bíblia (João 16.12-15; Romanos 8.12-15; Gálatas 5.16-23; 1 João 2.20,
27).

4. Cremos que todo filho de Deus é Batizado com o Espírito Santo no ato da
regeneração (Mt 3:11; Jo 3:3-8; 16:12-15; 1 Cor 12:13; Ef 1:13-14; 4:30); e que
portanto não precisam mais buscar uma segunda benção como alguns grupos
ensinam. O espírito Santo habita dentro de cada cristão desde o momento da
salvação, santificando, concedendo poder para o serviço, e os sela até o dia da
redenção. (Rm 8:9-11; 2 Co 3:6; Ef 1:13).

5. Os Dons Carismáticos. O Espírito Santo concede dons aos crentes para a edificação
da igreja (Rm 12.3—8; 1Co 12 e 14), mas os dons revelacionais, comumente
chamados de carismáticos, foram limitados ao tempo apostólico. Entre estes estão o
dom de falar em outras línguas, o dom de profecia, o dom de operar milagres e o dom
de curas. Estes dons serviram tanto para revelar a vontade de Deus para a igreja
enquanto o Novo Testamento estava sendo escrito, quanto para autenticar os
verdadeiros mensageiros de Deus (Jo 5.30—37; At 2.22; 3.12—16; Hb 2.3—4).
Quando o cânon do Novo Testamento foi completado, o propósito destes dons
caducou e eles cessaram (1Co 13.8—13; Ef 2.19—20; 4.11).

a. O movimento pentecostal/carismático moderno veio em três ondas distintas. A primeira


onda, chamada Pentecostalismo Clássico, começou no início do século XX com o
ensinamento de Charles Parham e o Reavivamento da Rua Azusa em Los Angeles.
b. Este movimento ensina que o batismo do Espírito Santo é uma segunda benção,
posterior à salvação, e evidenciado pelo falar em línguas. Os batistas fundamentalistas
rejeitaram esta posição por entenderem que todo salvo é batizado no Espírito Santo no
momento da sua conversão (1Co 12.8—13), e que o falar em línguas foi um dom limitado
à época apostólica, não uma evidência do batismo no Espírito Santo. O batismo no
Espírito Santo é sinônimo de salvação (Mt 3.11—12).
c. Se for considerado algo a ser buscado por esforço próprio, conforme o ensino
pentecostal, perde o caráter de “dom” (isto é, “dádiva”) e a salvação passa ser pelas
obras. Como o ensinamento deles foi rejeitado pelas suas denominações, eles saíram e
formaram novas denominações.
d. A segunda onda, denominada movimento carismático ou neo-pentecostalismo, surgiu
do meado ao fim da década de 1950 quando clérigos e leigos de uma variedade de igrejas

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evangélicas passaram a “falar em línguas”. Estes, em vez de sair das suas denominações,
ficaram e usaram suas experiências como um meio de renovação. Em 1967 este
movimento entrou também na Igreja Católica.
e. A terceira onda começou no início da década de 1980, com o ministério de John Wimber,
na Vineyard Christian Fellowship (Comunhão Cristã da Vinha). Este movimento não
enfatiza tanto o dom de línguas, mas os de curas e profecia. Seus defensores ensinam
que é necessário pregar a Palavra com poder, isto é, acompanhada de sinais e maravilhas.
f. Os batistas regulares rejeitam este ensinamento por entenderem que o próprio
evangelho é o poder de Deus para salvar almas (Romanos 1.16—17; 1 Coríntios 1.18—
24).

6. Deus concedeu estes dons temporários enquanto a igreja estava no estágio de


menino, e precisava se alimentar com alimento adequado, mas este foi substituído
por uma perfeita e completa revelação, quando o Novo Testamento se completou.
"Mas, quando vier o que é perfeito (τελειος) teleios [Literalmente, maduro,
adulto, completo] então o que é em parte será aniquilado" (v.10). A Palavra de
Deus escrita, é um alimento e uma dieta perfeitamente balanceada para os Cristãos
de hoje.

7. História. A história da doutrina do Espírito Santo se desenvolveu de forma paralela com


a doutrina de Jesus Cristo. A posição ortodoxa foi desenvolvida e afirmada nos concílios
de Niceia (325) e Calcedônia (451). Com o passar do tempo, surgiu uma controvérsia sobre
a procedência do Espírito Santo: Ele procedeu só do Pai (Igreja Ortodoxa) ou do Pai e do
filho (Igreja Católica Romana)? Esta controvérsia finalmente levou ao Grande Cisma de
1054, que dividiu permanentemente a igreja em Igreja Ortodoxa e Igreja Católica
Romana.

8. Divergências Denominacionais e/ou Heréticas


 Os Testemunhas de Jeová e teólogos liberais negam que o Espírito Santo seja
uma pessoa.
 Os Pentecostais e Neo-pentecostais, na prática, elevam o Espírito Santo acima
do Senhor Jesus Cristo.

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 11


5º DISTINTIVO – ANTROPOLOGIA E HAMARTIOLOGIA

A natureza e queda do homem

1. Cremos na queda, depravação total e culpa de toda a raça humana em Adão. O


homem foi criado por Deus à sua imagem e semelhança, em perfeição e santidade
(Gênesis 1.26-27; 9.5-6; Tiago 3.9). Ele, porém, voluntariamente transgrediu a
proibição divina e perdeu o estado de santidade que o Criador lhe dera (Gênesis 2.16-
17; 3.1-7).

2. De acordo com seu conselho sábio e santo, aprouve a Deus permitir a transgressão,
porque, no âmbito do seu propósito, mesmo isso Ele usaria para a sua própria glória
(Gn.2.16,17; Gn.3.12,13; 2Co.11.3). Por esse pecado, nossos primeiros pais
decaíram de sua condição original de retidão e comunhão com Deus. No pecado
deles nós também pecamos, e por isso a morte veio sobre todos; todos se
tornaram mortos no pecado e totalmente corrompidos, em todas as faculdades e
partes do corpo e da alma (Rm 3:23; Rm 5:12; Gn 6:5; Jr 17:9).

3. Ainda em consequência desta desobediência, todos nascem pecadores, com uma


natureza pecaminosa, e praticam pecados em pensamento, palavra e ação
(Romanos 3.10-18, 23; 5.12-21). Por isso, acham-se sob condenação e ruína eternas,
estão mortos espiritualmente (isto, é, separados de Deus), sem nenhuma desculpa
ou defesa e, por si só, são totalmente incapazes de remediar sua condição perdida
(Mateus 5.20-48; Romanos 1.18; Efésios 2.1-3).

4. Sendo eles os ancestrais e, pelo desígnio de Deus, os representantes de toda


humanidade, a culpa do pecado foi imputada a toda a sua posteridade, e a corrupção
natural passou a todos os seus descendentes, por nascimento, visto que todos são
concebidos em pecado. E são por sua natureza filhos da ira, escravos do pecado e
passíveis de morte; e estão todos sujeitos às misérias espirituais, temporais e
eternais, a menos que o Senhor Jesus os liberte (Rm 5:12-19;
1Co.15.21,22,45,49; Sl.51.5; Rm 5:12; Ef.2.3).

5. História. A primeira grande controvérsia quanto às doutrinas do homem e do pecado foi


entre Pelágio (354/360–418/420) e Agostinho (354–430). Pelágio ensinava que o pecado de
Adão afetou apenas a Adão e que todos os homens nascem neutros (como Adão) com a
capacidade de escolher ou o bem ou o mal. O pecado existe no mundo como resultado da
educação errada ou mau exemplo. Agostinho, por outro lado, ensinou que o homem foi
criado à imagem de Deus, em perfeição natural, mas que, em Adão, livremente desobedeceu

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 12


a Deus e caiu no pecado. Este pecado de Adão foi denominado pecado original. Ao pecar, o
homem se corrompeu de tal forma, que não era mais capaz de deixar de pecar. Esta natureza
pecaminosa foi passada a toda a raça humana. O Pelagianismo foi condenado como heresia
nos Sínodos de Cartago e Mileve em 416. A Igreja Católica adotou uma posição medianeira
chamada semipelagianismo, que ensinava que a vontade do homem foi enfraquecida, mas
não fatalmente ferida na queda. Os três principais reformadores, Lutero, Zuínglio, e Calvino,
aderiram basicamente aos ensinamentos de Agostinho sobre a questão. Jacobo Armínius
(1560–1609) teve grande influência sobre muitos cristãos não-católicos. Ele negava a
doutrina do pecado original e ensinava que somente a poluição do pecado de Adão foi
passada aos descendentes dele. Esta poluição seria apenas uma fraqueza, não trazendo
consigo a condenação. Ela apenas tornaria o homem incapaz de conseguir a vida eterna por
conta própria. Batistas de modo geral e batistas regulares, especificamente, rejeitaram o
ensinamento de Armínius nesta questão e aderiram ao ensinamento mais forte dos
reformadores e Agostinho.

6. Divergências Denominacionais e/ou Heréticas


 Rejeitamos qualquer filosofia humana, tal como a teoria da evolução ou o naturalismo, que
negue que o homem tenha sido criado por Deus e que afirme que o homem seja apenas um
animal superdesenvolvido ou o produto do acaso.
 Há uma filosofia moderna que ensina que o ser humano nasce neutro quanto ao bem ou o
mal, e sua escolha é determinada por forças além do seu controle. Esta filosofia está por
trás de muitas teorias políticas e psicológicas modernas.
 O arminianismo radical ensina que o homem não é depravado, e sim apenas doente
moralmente.

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 13


6º DISTINTIVO – SOTERIOLOGIA

A salvação pela graça de Deus

1. Cremos que a salvação procede completamente de Deus e não do homem (Efésios


2.8-9). O homem natural está morto espiritualmente (Efésios 2.1-3) e não tem
qualquer poder para buscar a Deus ou salvar a si mesmo (Romanos 3.9-18). Nada
no homem é bom (Isaías 64.6; Jeremias 17.9): ele é inimigo de Deus e está debaixo
da ira de dele (Rm1.18; 3.9-18, 23; 5.6-11; Efésios 2.3).

2. A salvação é concedida gratuitamente ao pecador pela morte e ressurreição de Jesus


Cristo (Romanos 3.21-26; 6.23; 1 Coríntios 15.1-4; 1 Pedro 2.24; 3.18) e é recebida
somente quando o pecador se arrepende e crê, depositando a sua confiança somente
em Cristo como seu salvador (João 3.14-18, 36; 5.24; Atos 3.19; Romanos 4.1-8).
Obtê-la ou mantê-la não depende de méritos humanos (Tito 3.4-7; 1 João 5.9-13). É
Deus quem toma a iniciativa de salvar o pecador, assim como de aperfeiçoá-lo até o
Dia de Cristo (João 1.12-13; 3.5-7; 6.37; 15.16; Filipenses 1.6). Por isso, uma pessoa
salva não pode perder a salvação (João 10.27-30; Efésios 1.13-14; 1 Pedro 1.5).

3. O sacerdócio dos santos. O Novo Testamento ensina que todo crente tem direto e
livre acesso a Deus, sem necessitar de um mediador ou sacerdote humano (Hebreus
4.14-16; 10.19-22). Jesus Cristo é nosso único mediador (1 Timóteo 2.5) e também
nosso advogado (1 João 2.1-2). Quando Jesus morreu, o véu do templo rasgou-se de
cima a baixo, numa indicação clara de que o caminho para Deus estava aberto, sem
intermediários. Por causa da morte de Jesus, nós somos um reino de sacerdotes (1
Pedro 2.4-10; Apocalipse 1.5b-6), todos com acesso direto a Deus.

4. História. Duas ideologias vivem em conflito desde o princípio da era cristã: salvação pela
graça e salvação pelas obras. A primeira afirma que o homem não faz nada para ganhar a
salvação. Deus fez tudo e o homem recebe a salvação de graça, através da fé. A segunda, por
sua vez, diz que o homem precisa fazer obras (por exemplo, guardar os dez mandamentos,
pagar alguma promessa ou fazer caridade) para ou merecer a salvação ou completar a obra
de Deus. Este foi o erro dos judaizantes que Paulo e outros apóstolos confrontaram na igreja
primitiva (Atos 15.1—35; Gálatas; Filipenses 3.1—16). Mais tarde, ao passar dos anos, a Igreja
Católica criou vários sacramentos (dispositivos que operam graça) como meios de ganhar e
preservar a salvação. Surgiu, também, a doutrina do Purgatório, um lugar onde os cristãos
pagam por seus pecados temporais antes de entrar no céu. A Reforma Protestante (1517 a
1650) e a Reforma Radical (os Anabatistas) rejeitaram estas e outras doutrinas, que
acrescentavam qualquer coisa à obra de Jesus Cristo, e pregavam que a salvação era somente
por meio da fé.

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 14


5. Divergências Denominacionais e/ou Heréticas
 Os teólogos liberais fazem da salvação algo material e desta vida, conseguida através da
caridade e trabalho social.
 As Testemunhas de Jeová ensinam uma salvação terrena.
 Os Espíritas, Católicos, e religiões em geral enfatizam as boas obras humanas como algo
essencial para a salvação.
 Os Adventistas do Sétimo Dia enfatizam o cumprimento da lei para a salvação.
 Os grupos de teologia arminiana (seus aderentes incluem os metodistas e a maioria dos
pentecostais) ensinam que a segurança da salvação depende do homem.

7º DISTINTIVO – ANGELOLOGIA E DEMONOLOGIA

Os anjos bons e maus

1. Cremos na existência pessoal de anjos, demônios, e Satanás.


2. Anjos são espíritos pessoais criados por Deus para servir como mensageiros e
ministros de Deus (Hebreus 1.13-14). Eles foram criados individualmente em estado
de perfeição moral (Sl 148.2-5; Col 1:15-16) e classificados em diversas ordens tais
como de arcanjo, querubim e serafim (Gênesis 3.24; Is 6.1-3; Judas 9).
3. Quando aparecem a homens, normalmente o fazem em forma humana (Gênesis
18.1-3; 32.24-29). Os que permaneceram fieis a Deus são chamados de anjos eleitos
(1 Tim 5.21). Os que se rebelaram contra Deus e caíram são chamados de demônios
ou espíritos imundos (Mat 9.32-34; Luc 4.33-35). Satanás foi o ser angelical mais
exaltado, mas se corrompeu voluntariamente pelo pecado e liderou uma rebelião
angelical contra Deus (Isa 14.12-15; Eze 28.11-16).
4. Ele e seus seguidores demoníacos procuram incessantemente frustrar os propósitos
de Deus e seduzir os homens a segui-los. Eles são capazes de possuir pessoas,
oprimi-las, tentá-las para o mal e acusar os cristãos (Lucas 13.11—16; 1
Tessalonicenses 3.5; Apocalipse 12.10). Vencidos por Cristo na cruz do Calvário, eles
caminham para o castigo eterno já determinado: a eterna perdição no lago de fogo e
enxofre, onde serão atormentados para sempre (João 16.8-11; Hebreus 2.14-15;
Apocalipse 20.10).
5. O Cristão verdadeiro de modo nenhum pode ser possuído por demônios. Somos
habitados pelo Espirito Santo e é inconcebível que o Espírito Santo fosse partilhar
nossos corpos com um demônio (ver II Co 6:15, 16; 1Jo 4:4; 1Jo 5:18; 2Te 3:3; 1Co

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 15


5:5); o que pode acontecer é influencia demoníaca sobre os pensamentos, emoções
e atos dos crentes que não obedecem aos ditames do Espírito Santo.
6. Quanto a questão de Exorcismo (expulsar demônios nos dias atuais), no Novo
Testamento não encontramos nenhuma instrução acerca disso. 1Co 5:5, fala de
entregar um crente a Satanás, para a destruição da sua carne. Nada jamais é dito
acerca de arrancar um crente de uma possessão pelo Diabo. A bíblia é por si mesma,
suficiente para nos guiar em nossa compreensão do demonismo e possessão
demoníaca. (2 Tm 3:16-17; 2 Pe 3:16; 1:3). Este foi um dom e sinal autenticador
peculiar aos evangelhos e período apostólico.
7. História. Há dois erros históricos nos quais os cristãos têm caído ao longo da história: um
interesse demasiado no mundo dos anjos, especialmente, no dos demônios, e a total
ignorância ou descrença deles neste mundo. O primeiro erro foi comum em tempos
medievais, quando muitas superstições foram acrescentadas aos ensinamentos bíblicos. O
segundo erro tornou-se mais comum a partir da revolução “científica” dos séculos XVIII a XX,
a qual, supostamente, teria provado a impossibilidade de eventos e coisas sobrenaturais.
Hoje existem os dois erros, mas o primeiro está em ascensão, especialmente entre grupos de
tendência carismática. Muitos destes veem demônios por trás de cada problema físico ou
espiritual que acontece ao crente e fazem do exorcismo o meio principal para a santificação.
Os batistas regulares nunca foram unânimes quanto à questão do exorcismo—se deve ser
praticado por crentes hoje em dia ou não, mas rejeitam a possibilidade de um crente genuíno
ser endemoninhado e a ênfase demasiada no exorcismo.
8. Divergências Denominacionais e/ou Heréticas
 Os teólogos liberais negam a existência de anjos, Satanás e demônios.
 Alguns grupos carismáticos fazem do exorcismo o meio principal para a santificação do
crente.

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 16


8º DISTINTIVO – ECLESIOLOGIA

1. Cremos na igreja neotestamentária como sendo uma assembleia local e autônoma


de crentes, batizados, unidos em concerto para desempenharem a evangelização
mundial, a auto edificação e o auto sustento, e manterem cultos de louvor e adoração
ao Deus Trino;
2. Que as duas ordenanças da igreja são o batismo e a Ceia do Senhor, a serem
ministradas aos crentes obedientes a Jesus Cristo e à Palavra; que o batismo é a
imersão do crente em água e um pré-requisito para a sua união com a igreja local
como membro; e que os oficiais da igreja são pastores e diáconos;
3. Que a igreja deve cooperar voluntária e exclusivamente com outras da mesma fé e
prática; que os crentes e a igreja devem manter-se separados do mundo e da
apostasia eclesiástica, e não se envolverem na grande igreja ecumênica e mundana,
e na prática dos dons de sinais e maravilhas, pois estes foram restritos ao período da
Igreja Apostólica.

A igreja universal

A igreja universal (Hebreus 12.22—24) é o conjunto de pessoas salvas em Jesus Cristo


desde o Dia de Pentecostes (Atos 2) até a vinda de Jesus para arrebatar os santos para
junto de si (1 Tessalonicenses 4.13—18). Ela inclui os “mortos em Cristo” que se acham
no céu e que serão ressuscitados na volta de Cristo (1 Tessalonicenses 4.13—18). A
igreja universal somente se fará visível quando se reunir com Cristo em glória (Efésios
5.25—27). A igreja é distinta de Israel (Efésios 2.11—3.13).

A igreja local

A igreja local (Atos 13.1; 16.5; Romanos 16.1, 5; 1 Coríntios 1.2; Gálatas 1.2) é uma
assembleia voluntária de pessoas que publicamente professaram fé em Jesus Cristo
como salvador e que, posteriormente, foram batizadas por imersão (Atos 2.41; Romanos
1.7; 1 Coríntios 1.2; Filipenses 1.1). Uma pessoa se torna membro da igreja local só
depois que professa fé em Jesus como salvador e é batizada.

As ordenanças do Senhor

Ordenanças são ordens dadas por Cristo à Igreja com a intenção de lembrar e simbolizar
verdades fundamentais. Diferente do conceito de “sacramento”, as ordenanças não têm
a intenção de serem veículos de graça. Apesar das diferenças entre diversas
denominações no que tange à intenção e número das ordenanças, cremos que são
identificadas como ordenanças o batismo e a ceia.

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 17


1 – O BATISMO
A palavra batismo vem do grego baptisma (βάπτισμα) e baptizo (βαπτίζω), que significa
imergir, submergir. Assim, ele deve ser feito pela imersão total do crente na água (Mt 3.16;
Jo 3.23; At 8.36-39).

O batismo deve ser ministrado somente a adultos ou, eventualmente, a crianças que
já entenderam e aceitaram o evangelho.

O batismo é um quadro tríplice, ou seja, apresenta três importantes fatos ocorridos com
Cristo. Morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. Rom 6:1-11; Col 2:12-13). Quando
somos batizados, estamos nos identificando com o que aconteceu com Cristo, quando de
Sua morte, sepultamento e ressurreição.

2 – A CEIA DO SENHOR
A Ceia do Senhor é uma ordenança dada pelo Senhor Jesus Cristo cuja validade dura
até seu retorno para os seus. Trata-se de um “memorial” em que, de modo algum, o corpo
e sangue de Cristo estão presentes nos elementos da ceia, nem tampouco é esse um
momento revestido de qualquer misticismo.

As principais visões sobre a Ceia do Senhor são: 3

a) Transubstanciação (católicos romanos) – Pão e vinho, literalmente, transformam-se


em corpo e sangue de Cristo. Os que os recebem participam de Cristo, que é sacrificado
para reconciliação de pecados;

b) Consubstanciação (luteranos) – Pão e vinho contêm o corpo e o sangue de Cristo.


Não há uma transformação literal, mas a presença de Cristo se dá em sentido real. Cristo
está presente “em, com e sob” os elementos. Os participantes recebem perdão de
pecados e confirmação da sua fé por meio da participação nos elementos. Mesmo os
descrentes são beneficiados por ela;

c) Presença espiritual (presbiterianos) – Cristo não está literalmente presente nos


elementos, mas há uma presença espiritual. Os participantes recebem graça pela
participação, porém, não pelos elementos e sim por meio da fé. Sem benefícios para
incrédulos;

d) Memorial (batistas) – Os elementos são pão e vinho somente. Cristo não está
especialmente presente, nem física, nem espiritualmente. Sua presença é a mesma
experimentada costumeiramente pela sua igreja. É um memorial realizado pelos

3
http://www.igrejaredencao.org.br/ibr/index.php?option=com_content&view=article&id=887:estudo-45-as-
ordenancas-da-igreja&catid=37:teologia-basica&Itemid=147

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 18


participantes. Simboliza Cristo e sua morte, não seu corpo literal. Nenhuma graça é
transmitida.

Os oficiais da igreja local: Nas Igrejas do NT havia apenas dois oficiais para a igreja
local: pastor e diácono. O NT usa os termos bispo, presbítero e pastor para representar
três faces de uma mesma função (At 20.17-28). Bispo é o líder como superintendente,
presbítero é sinônimo de ancião e pastor é o líder como aquele que cuida das ovelhas
(1Pe 5.1). Bíblia reconhece apenas dois oficiais para a igreja local:

1- Pastor (ou bispo, presbítero, ancião) I Tess 5:12-13, 1 Ped 5:1-2; Tito 1:5-7.
a. Líder espiritual e administrativo eleito pela Igreja local. Atos 20:28
b. Somente homem. I Timóteo 3:1-2; 1 Co 14:34-36;
c. Há diversos pré-requisitos bíblicos. I Timóteo 3

2- Diácono. A palavra diácono (διάκονος) quer dizer ministro ou servo. A diaconia


(διακονία) – serviço – é um ministério geral que pode ser oficial ou não. Entretanto, a
Bíblia especifica as qualificações de homens que assumiam um cargo oficial na igreja com
o nome de diácono (Fp 1.1). Tais qualificações são semelhantes e paralelas às do
presbítero (1Tm 3.8-13). Ministério dos Diáconos:

 Servo eleito pela igreja (para auxiliar a igreja). Atos 6:1-7;


 Somente homem, atentando para os pré-requisitos bíblicos. I Tim 3:8-10-12-13;
 Deve ter um caráter exemplar (1 Tm 3:1-13; Tt 1:5-9).

A autonomia da igreja local


Cada igreja local é autônoma quanto às suas questões administrativas e congregacional
quanto ao seu governo interno. Ela é submissa apenas a Cristo, o seu cabeça, e nenhuma
organização ou hierarquia eclesiástica tem autoridade sobre ela. São os próprios
membros, e não os líderes da igreja, que tomam as decisões da igreja. No Novo
Testamento, a própria congregação escolhe seus oficiais (Atos 6.1–6; 14.23), recebe
membros (Romanos 14.1; 2 Coríntios 2.5–11), exclui membros (1 Coríntios 5.1–13), envia
missionários (Atos 13.1–5) e resolve questões (Mateus 18.15–17; 1 Coríntios 6.1–8).
Contudo, autonomia não quer dizer independência. As igrejas de Cristo devem umas às
outras respeito e cooperação espiritual (Atos 15.1–6, 22–35). Todas se acham na
dependência do mesmo Cabeça (Efésios 4.11–16), e isto as faz interdependentes.

A separação entre igreja e estado

Não deve haver nenhum vínculo orgânico entre a igreja e o estado (Mateus 22.15–22;
João 18.36). Isto significa, por um lado, que o estado não tem o direito de estabelecer

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 19


uma religião ou credo oficial, nem de obrigar alguém a seguir uma religião, nem de
interferir na vida interna da igreja (Atos 4.19–20; 5.29). Por outro lado, a igreja e os cristãos
individuais devem respeitar o governo e cumprir os seus deveres civis (Romanos 13.1–
7). A igreja não tem o direito de receber favores especiais ou sustento financeiro do
governo. Todas as igrejas e outras agremiações religiosas devem ser corporações livres
e autosustentadas.

A liberdade individual da alma


Na confissão de Fé dos Batistas ingleses de 1644, eles declararam com muita firmeza e
coragem a sua disposição de lutar por esse distintivo: “Mas se qualquer homem impuser
sobre nós aquilo que não vemos ser mandado por nosso Senhor Jesus Cristo, preferimos
morrer... mil mortes a fazer qualquer coisa...contra a luz de nossa consciência”.

Toda pessoa tem o direito de buscar e servir a Deus ou não, de acordo com a sua própria
consciência (Gênesis 2.16–17; 3.1–7; Mateus 11.28–30; 1 Pedro 2.25), e terá um dia de
prestar contas a Deus pela sua escolha (Apocalipse 20.11–15; 1 Coríntios 3.13–15).

A igreja tem o direito e a responsabilidade de pregar o evangelho (Mateus 28.18–20;


Romanos 10.14–15), mas não tem o direito de coagir ninguém a crer ou a seguir sua
interpretação das Escrituras (Mateus 13.24–30, 36–43; Romanos 14.5–12; 1 Coríntios
5.12–13). Nenhuma autoridade civil ou eclesiástica tem o direito de obrigar um individuo
a crer em Deus ou a seguir a Deus (Atos 4.19–20; 5.29). Está implícito também o direito
de livre exame e interpretação das Escrituras (Atos 17.11).

A separação eclesiástica
A Bíblia ensina que tanto o crente quanto a igreja local precisam ter comunhão com outros
crentes e igrejas locais, respectivamente (At 15.1–21; Hb 10.24–25; 1Jo 1.1–3), mas que
esta comunhão só pode existir quando todas as partes aderem à verdade (Ef 4.1–6; 1Jo
1.5–7). A bíblia nos exorta a lutar pela fé cristã e a zelar pela pureza doutrinária (Rm
16.17–18; Jd 3). Portanto, não devemos ter nenhum vínculo orgânico, cooperação
evangelística ou comunhão cristã com qualquer denominação, igreja ou entidade religiosa
que, dizendo-se cristã, negue alguma doutrina essencial ao cristianismo (2Cr 19.2; 1Co
5.9–13; 2Co 6.14–18; 2Jo 7–11). Devemos nos separar também daqueles grupos que
toleram tal apostasia (2Ts 3.6, 14–15; Tt 3.10–11).

Cremos que as Igrejas Batistas e outras históricas, conservadoras, que tem compromisso
com a veracidade das escrituras deve se separar: (II Coríntios 6:14; I Tess 5:22)
 Do mundo (Rm 12:1; Tg 1:27; 1 Jo 2:15-17);
 Do pecado (1 Ped 1:15-16; Rm 6:1-2);

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 20


 Dos irreconciliáveis. (1 Cor 5:11);
 De atividades ecumênicas, que visam a união de igrejas de diferentes
denominações, tais como evangelização em massa, marchas para Jesus,
cultos em praças públicas, etc. (II Co. 6:14; Am. 3:3; II Jo. 9-11);
 De cultos e atividades que tenham manifestações de línguas estranhas, cultos
de curas, cultos de revelações, cultos para exorcismo, e outras atividades de
cunho carismático e pentecostal (Ef. 1:13; I Co. 14:23);
 De igrejas não fundamentalistas. II Tessalonicenses 3:14. (Creio que
Devemos ter intensa comunhão entre os irmãos em Cristo, inclusive com
outras igrejas batistas da mesma fé e prática). (João 17:21; I João 1:7).

A separação pessoal
O crente deve viver uma vida distintamente cristã neste m.undo, digna da sua vocação
(Efésios 4.1–3; 5.1–2; Colossenses 1.9–10). Ele deve separar-se do mundo (Tiago 1.27;
1 João 2.15–17) e de suas práticas: jogos de azar, divertimentos, prazeres, determinadas
profissões, vícios, músicas e modas que se constituam inimigos da espiritualidade
(Romanos 12.1–2; Efésios 4.17–20; 5.3–14; Tiago 4.1–4; 1 Pedro 1.14–16). Como luz e
sal, ele deve dedicar-se ao amor e às boas obras com o propósito de levar os homens a
glorificar a Deus (Mateus 5.13–16; Efésios 2.10). Sua vida deve ser uma busca constante
das coisas “lá do alto”, onde Cristo está (Mateus 7.33; Colossenses 3.1–4; Filipenses 4.8).

A disciplina eclesiástica
A igreja local tem o dever de se manter pura através da prática da disciplina eclesiástica
(1 Coríntios 5.1-8). A disciplina deve ser aplicada a membros que caiam tanto em erro
doutrinário quanto em qualquer outro pecado. Ela deve ser praticada em espírito de
brandura (Gálatas 6.1), com provas concretas na forma de duas ou três testemunhas,
especialmente no caso de pastores (1 Timóteo 5.19), e com as devidas oportunidades
dadas para o membro se arrepender (Mateus 18.15-18; Tito 3.10). Na Bíblia, a disciplina
inclui a recusa de comunhão com o cristão desobediente (1 Coríntios 5.9-11; 2
Tessalonicenses 3.14-15) ou até a excomunhão do rol de membros (Mateus 18.15-18; 1
Coríntios 5.3–5; 1 Timóteo 1.20). A disciplina eclesiástica deve sempre ser praticada
quando um membro se mostrar intransigente em algum erro doutrinário ou moral. Embora
não haja uma lista de pecados merecedores de disciplina, a Bíblia condena, entre outros,
tais pecados como o sexo ilícito — inclusive o homossexualismo, adultério, prostituição e
fornicação — a provocação de discórdias, dissensões e facções, a bebedice, a glutonaria,
a mentira, a fofoca e a falta de frequência aos cultos (Romanos 1.18-27; 1 Tess 4.3-8;
Mateus 5.27-28; Gálatas 5.19-21; Colossenses 3.5-9; Hebreus 10.25).

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 21


O culto cristão
O propósito principal do culto da igreja é a adoração coletiva do Deus verdadeiro e o
ensino dos santos. Deus, por ser santo e unicamente divino (Is 6.1-8), não deve ser
adorado de forma profana ou leviana (Êx 30.9; Lv 10.1–3; Mt 15.7–9; 1Co 11.26–30), mas
com o devido respeito, santidade e submissão (Sl 29.1–2; Is 1.10–17; Jo 4.19–24; Hb
13.15; Ap 4-5). Por isso, não se deve introduzir práticas ou estilos musicais mundanos
tais como expressões corporais irreverentes e o uso indevido de instrumentos musicais
no culto cristão e deve-se tomar muito cuidado para usar apenas hinos e cânticos cuja
letra ensine a sã doutrina (Ef 5.18-20; Fl 4.8; Cl 3.16). A pregação da palavra de Deus
deve ser proeminente no culto pois somente ela é capaz de transformar vidas e equipar
o crente para a vida cristã (Ef 5.25-27; 1Tm 4.13; 2Tm 3.14-17; 4.1-2). Não se deve
permitir que nada a substitua, minimize ou suplante. O culto cristão não existe para
satisfazer os desejos dos participantes, mas do Senhor da igreja: Jesus Cristo (Ap 1.9–
3.22).

A evangelização mundial
Os cristãos têm o dever de proclamar o evangelho ao mundo inteiro (Mateus 28.18–20;
Marcos 16.15; Atos 1.8; Romanos 10.14-15). Isto significa que cada crente
individualmente, deve testemunhar da sua fé e cada igreja local deve enviar missionários
para a divulgação do evangelho no mundo todo. O propósito principal da evangelização
é a glória de Deus através da conversão de pessoas e da difusão da palavra dele. O
método do evangelismo é a pregação do evangelho, que é o poder de Deus para salvar
os que crêem (Romanos 1.16–17; 1 Coríntios 1.21–24; 2.1–5). Nenhum outro método tem
o aval das escrituras. O local principal do evangelismo é “lá fora”, no mundo (Atos 8.4;
10.24-48; 13.5; 16.24-34). Para realizar tal tarefa, igrejas batistas regulares
voluntariamente unem suas forças e recursos para enviar missionários ao campo, tanto
em nosso país como em todo o mundo.

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 22


9º DISTINTIVO – ESCATOLOGIA

O retorno premilenar e pretribulacional de Cristo

1. Cremos na imortalidade e bem-aventurança eterna de todos os crentes, e na


ressurreição corporal e arrebatamento antes da Grande Tribulação. Na ressurreição
corporal e pós-milenar, no juízo, punição e sofrimento eterno de todos os injustos.

2. Sobre o Estado do Homem Após a Morte, e a Ressurreição dos Mortos. Após a


morte, o corpo humano retorna ao pó e vê a corrupção. A alma, porém, não morre
nem dorme, porque possui subsistência imortal, retornando imediatamente para
Deus, que a deu. As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas na santidade, são
recebidas no Paraíso, onde eles estão com Cristo e veem a face de Deus em luz e
glória, esperando a plena redenção dos seus corpos; e as almas dos ímpios são
lançadas no inferno, onde permanecem em tormento e trevas espessas, reservadas
para o juízo do grande dia. Além destes dois lugares, destinados às almas separadas
de seus corpos, as Escrituras não reconhecem nenhum outro (Gn 3:19; At 13:36; Ec
12:7; Luc 23:43; 2 Cr 5:1, 6, 8; Fp 1:23; Hb 12:23; Judas 6-7; 1 Pe 3:19; Lc 16:23-24).

3. Sobre o Arrebatamento e Segunda Vinda. Cristo voltará nas nuvens para arrebatar
e levar ao céu todos aqueles, vivos ou mortos, que estão em Cristo — isto é, que
foram salvos durante o período da igreja (1 Tessalonicenses 4.13 – 5.11). Esta etapa
está para acontecer a qualquer instante, sem aviso. Depois do arrebatamento virá a
tribulação, um período de julgamento intenso sobre a terra (Apocalipse 3.10)
caracterizado pela apostasia religiosa generalizada e pelo domínio mundial do
anticristo e do falso profeta (2 Tessalonicenses 2.1–12; Apocalipse 6—19). A
tribulação, que corresponde à septuagésima semana de Daniel, durará por sete anos
(Daniel 9.24–27; Mateus 24.3–29). Depois da tribulação, Cristo, com sua igreja,
voltará em glória à terra para reinar por mil anos e estabelecer a nação de Israel em
sua própria terra (Isaías 9.6–7; 11.1–16; Apocalipse 19.11–16; 20.1–6). Depois do
reino milenar virão o julgamento final e a eternidade (Apocalipse 20.7–15). Na
eternidade, todos os remidos viverão corporal e eternamente na presença de Deus
enquanto os perdidos, juntamente com Satanás e seus anjos, sofrerão consciente e
eternamente no lago de fogo (João 14.1–3; Apocalipse 20.11–15; 21.1 – 22.17).

4. História. Na teologia evangélica há três posições principais quanto à volta de Cristo: o


amilenismo, pós-milenismo, e pré-milenismo. O amilenismo ensina que não haverá um
milênio. Cristo pode voltar a qualquer instante e depois virá o juízo final. O pós-milenismo

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 23


ensina que Cristo virá depois do milênio. Conforme esta posição, o evangelho expandirá
até o mundo ser completamente cristianizado. Cristo voltará depois de um longo período
de justiça e paz sobre a terra. O pré-milenismo ensina que Cristo voltará ao mundo para
estabelecer Seu reino e reinar sobre a terra por mil anos. O juízo final acontecerá só
depois do milênio. A igreja antiga era, na sua maioria, pré-milenista. Agostinho (354–430)
provavelmente foi o primeiro a ensinar o amilenismo de forma explícita. O pós-milenismo
tinha aderentes durante a Reforma Protestante (1517–1750), mas tornou-se popular
durante o século XIX e o começo do século XX. O pré-milenismo voltou à popularidade
com o surgimento do dispensacionalismo, no século XIX, embora exista o pré-milenismo
não-dispensacionalista. No pré-milenismo existem divergências quanto à cronologia do
arrebatamento em relação à tribulação: o pré-tribulacionismo, o pós-tribulacionismo e o
midtribulacionismo. O movimento Batista Regular é dispensacionalista e crê na volta
pré-milenar e pré-tribulacional de Cristo.

5. Divergências Denominacionais e/ou Heréticas


 A Igreja Presbiteriana é, na sua maioria, amilenista.
 Embora a Convenção Batista Brasileira e as Igrejas Batistas Reformadas não tenham uma
posição oficial, muitas delas, talvez até a maioria, é amilenista.
 Muitos grupos e seitas, como os Adventistas e os Testemunhas de Jeová, tentam datar a
volta de Cristo.

Bibliografia:

 OS Distintivos dos Batistas Regulares: https://editorabatistaregular.com.br/os-


distintivos-dos-batistas-regulares/
 Que Povo é Esse? História dos Batistas Regulares no Brasil
 Declaração Doutrinária_Adgesus
 http://cristianobmaia.webnode.com.br/news/o-que-e-ser-um-batista-regular-/
 Confissão de Fé Batista de 1644
 Confissão de Fé Batista de 1689. Um Catecismo Puritano Compilado por C.H. Spurgeon
 Demônios – uma Perspectiva Baseada na Bíblia (Editora Batista Regular)
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Batista_Regular
 http://isbc.com.br/declaracao-de-fe/

Os Fundamentos dos Batistas Regulares Por Adgesus Silva 24

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