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ESTADO DE MINAS
QUINTA-FEIRA, 25/01/2024

REDES SOCIAIS/REPRODUÇÃO
Seu carro
depois do
temporal
Se o seu veículo foi envolvido pelas águas da tempestade
que causou danos em BH,saiba o que fazer seguindo as
dicas de especialistas em reparação automotiva
PÁGINAS 22 E 23

E MAIS... CONFIRA QUEM PAGA O PREJUÍZO SE UMA ÁRVORE CAIR

SOBRE O SEU AUTOMÓVEL DURANTE UMA CHUVA FORTE
PÁGINA 24
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DEPOIS DA CHUVA
Prejuízo
com as águas
As fortes chuvas que castigaram Belo Horizonte na noite de
terça-feira causaram danos a muitos veículos,que ficaram
submersos.Saiba o que fazer para recuperá-los
Se o seu carro andou “mergulhando” pela
cidade, provavelmente será necessário levá-lo
a um especialista para ver se houve alguma
avaria. Claro que o tamanho do estrago depen-
de da altura em que a água atingiu o veículo.
Conversamos com profissionais do ramo de
reparação automotiva para ver quanto custa
reparar um veículo atingido pela enchente.
PEDRO CERQUEIRA
De acordo com André Fagundes, do Auto-
centro Confiar, depois que o carro tem conta-
to com a água de uma enchente é preciso fa-
zer uma revisão minuciosa nos sistemas me-
cânico, elétrico e eletrônico. Para evitar a oxi-
dação dos componentes afetados, é preciso
levar o veículo o quanto antes.
Por ser um trabalho minucioso, esse não é
um serviço barato, custando a partir de R$ 5
mil. Mas, é importante saber que, caso seja
necessário trocar algum componente, esse
valor pode aumentar. As centrais eletrônicas,
por exemplo, costumam ser protegidas con-
tra a água, mas não estão preparadas para fi-
carem submersas. Se uma central dessa quei-
mar, o prejuízo será grande. A revisão da par-
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MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS
SE A ÁGUA DA CHUVA
PASSA DO LIMITE DO
MEIO DAS RODAS DO
VEÍCULO, AS CHANCES
DE DANOS E PREJUÍZO
AUMENTAM
SIGNIFICATIVAMENTE
te elétrica envolve limpar, secar e avaliar to-
dos os conectores de fios ou lâmpadas.
Já a revisão mecânica envolve conferir se
entrou água no motor. Todas as regiões afe-
tadas precisam estar limpas, secas e lubrifi-
cadas. O serviço segue com a troca do óleo do
motor e dos filtros de óleo e ar. A lubrificação
do câmbio e do diferencial também precisa
de atenção. Existe a possibilidade da água
contaminar o tanque de combustível, que
deverá ser esgotado e limpo.
Só depois dessa atenção é que o carro po-
derá ser remontado para funcionar o motor.
Reze para que alguma lâmpada de advertên-
cia não acuse algum defeito. Para finalizar, é
preciso escanear o veículo à procura de algu-
ma anomalia.
>>>
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TV ALTEROSA/REPRODUÇÃO

EM ALGUNS CASOS, OS DANOS COM AS ÁGUAS DA CHUVA SÃO TÃO GRAVES QUE NÃO VALE A PENA INVESTIR NA RECUPERAÇÃO DO VEÍCULO, QUE PODE SER CONDENADO POR PERDA TOTAL

MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS

OTEMIDO CALÇO HIDRÁULICO

Os procedimentos acima são de caráter
preventivo, caso o seu carro tenha entrado e
saído funcionando de uma enchente. Mas, se
ele for acometido pelo temido calço hidráuli-
co, o prejuízo é grande. Essa situação ocorre
quando o motor suga a água da enchente (se-
ja pelo sistema de admissão de ar ou pelo sis-
tema de escapamento) para os cilindros, oca-
sionando o travamento do movimento dos
pistões, resultando em avarias como a quebra
de um pistão, a trinca do cabeçote ou o empe-
no do comando de válvulas, das bielas e do vi-
rabrequim. O custo de reparo de um calço hi-
dráulico pode pesar no bolso do proprietário
do carro. Mas, de acordo com André, muitas
vezes a troca do motor é a melhor opção.

INTERIORTAMBÉM
PRECISA DE LIMPEZA
Já o interior precisa de uma boa higieni-
zação. Se entrou só um pouco de água no veí-
culo, é preciso fazer a limpeza do carpete. Se-
gundo Rogério da Silveira Santos, da Capota-
ria Mesquita, além de remover e lavar o car-
pete, esse serviço exige a troca do feltro que
fica junto ao assoalho. Esse serviço custa a
partir de R$ 1.200.
Mas, se a água atingir os bancos, será ne-
cessário lavar o revestimento, substituir as es-
pumas (que demoram muito a secar) e lubri-
ficar. Todo esse trabalho nos bancos da frente
custam a partir de R$ 1 mil. Mas, se os bancos
tiverem ajustes elétricos, o prejuízo é grande.
Não tanto pelo motor elétrico, mas pelas cen-
trais eletrônicas, que podem custar R$ 5 mil.
COMO SE PRECAVER
A melhor estratégia para evitar prejuízos
em uma enchente é se precaver. Se for se des-
locar de carro em dias de chuva, procure sa-
ber como está o seu caminho. Se alguma ave-
nida estiver alagada, aguarde até que a situa-
ção se normalize.
Mas, se você se deparar com um trecho
alagado, fique atento. Se for possível, volte e
aguarde em um lugar seguro. No entanto, se
não for possível voltar, avalie bem a situação.
A altura máxima considerada segura para
transpor um trecho alagado é até o meio da
roda do veículo. A partir daí, já existe a chan-
ce de algum componente ser afetado pela
água e você ficar no meio do caminho.
Mesmo que água esteja dentro de limite
aparentemente seguro, tenha certeza se será
seguro atravessar o trecho alagado, pois pode
ter buracos na pista encobertos e fora da visão
do motorista. Use uma marcha forte, pode ser
a primeira velocidade mesmo, e siga até o fim
do trecho alagado sem fazer trocas, sempre
APÓS A CHUVA, É
FUNDAMENTAL RETIRAR
mantendo uma aceleração constante. TODA A ÁGUA DO INTERIOR
Após ultrapassar um trecho alagado, o sis- DO VEÍCULO, TROCAR O
tema de freio fica com a eficiência reduzida. CARPETE E, SE NECESSÁRIO, O
Para ajudar a secar os discos, pastilhas e lo- REVESTIMENTO DOS BANCOS
nas a dica é acelerar e pisar no freio ao mes- JUNTO COM A ESPUMA
mo tempo por cerca de 200 metros. Se o mo-
tor do carro apagar no meio da inundação,
não tente ligar de novo. Se for possível, em-
purre o veículo até um lugar seguro para ten-
tar minimizar os danos mecânicos.
Mas, se não é seguro seguir pelo trecho
alagado, avalie se ficar dentro do carro é
uma situação de risco. Se o nível da água
continuar subindo e não for possível esta-
cionar o carro em um lugar mais alto, aban-
done-o e procure por um lugar seguro. Essa
decisão pode livrar o motorista de ser carre-
gado junto com o veículo em meio à enxur-
rada ou até terminar preso e afogado den-
tro do mesmo. >>>
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DEPOIS DA CHUVA
JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS

NO PERÍODO CHUVOSO, ESTACIONAR O CARRO DEBAIXO OU PRÓXIMO A ÁRVORES DE GRANDE PORTE É RISCO GRANDE DE TER PREJUÍZO, PRINCIPALMENTE PARA QUEM NÃO TEM SEGURO

Seguro não é 100% seguro

Mesmo com uma ampla cobertura,seguradora pode negar a indenização,
caso entenda que seu cliente aumentou a chance de o veículo ser avariado

PEDRO CERQUEIRA

Umas das cenas mais impactantes de um
alagamento é a de dezenas de veículos boian-
do em uma avenida, como se fossem carri-
nhos de brinquedo. Fortes chuvas como as
que assolaram Belo Horizonte na última ter-
ça-feira (23) têm grande impacto no setor de
seguros automotivos, que registra um au-
mento dos sinistros e indenizações. Mas, vo-
cê sabe se o seu veículo tem cobertura para
qualquer revés que possa acontecer durante
um temporal?
Essa resposta depende do tipo de seguro
automotivo contratado. Se foi um seguro to-
tal, que, naturalmente, é o mais caro, ele vai as-
segurar o seu patrimônio contra furto, roubo,
colisão (inclusive contra terceiros), incêndio,
desastres naturais etc. É essa última cobertura
que garante ao segurado ter o veículo prote-
gido contra alagamentos, chuvas de granizo e
quedas de árvore, que são as ocorrências mais
comuns após uma tempestade.
No entanto, é preciso ter atenção no mo-
mento da contratação do seguro automoti-
vo, já que o mercado oferece várias modali-
dades, incluindo as mais econômicas. Esse ti-
po de produto permite que o cliente escolha
as coberturas desejadas. Assim, na tentativa
de gastar menos com a contratação do segu-
ro, a cobertura contra desastres naturais po-
de acabar ficando de fora.
Isso porque as maiores preocupações de
quem contrata um seguro para o carro são o
furto/roubo ou uma possível colisão. Estes
são os riscos mais palpáveis quando alguém
tira o carro da garagem, e pode ser que o
cliente que contratou um seguro de entrada
não perceba que não haverá cobertura para
várias outras ocorrências, em que ele terá
que arcar sozinho com o prejuízo.
AGRAVANTE DE RISCO
Mas, mesmo quem tem cobertura contra
desastres naturais deve ter atenção para não
gerar o chamado agravante de risco. Esse
comportamento pode isentar a seguradora
de ter que indenizar o veículo. O agravante
de risco é qualquer ato que contribua para
aumentar a chance de ocorrer algum dano
ao bem segurado.
Um exemplo desse comportamento é
justamente tentar transpor um trecho alaga-
do usando o veículo segurado. Se a segurado-
ra entender que o cliente se excedeu ao en-
trar com o carro em um local em que a água
estava acima do limite considerado seguro
para transitar, que é até o meio da roda, pode
reunir provas e negar a indenização alegan-
do o agravante de risco.
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NAS PÁGINAS 30 A 33