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RESPOSTA TÉCNICA – Caixa separadora de água e óleo

Caixa separadora de água e


óleo
Apresenta informações referentes a utilização de
caixas separadoras de água e óleo, assim como
cálculo de dimensões.

REDETEC Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro

Junho/2008
Edição atualizada em: 29/09/2020
RESPOSTA REFERENCIAL – Caixa separadora de água e óleo

Resposta Técnica FERRÃO, Andréa Pires


Caixa separadora de água e óleo
REDETEC Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro
2/6/2008
Apresenta informações referentes a utilização de caixas
separadoras de água e óleo, assim como cálculo de dimensões.
Demanda Gostaria de informações referentes à utilização de caixas
separadoras de água e óleo, além de como calcular suas
respectivas dimensões.
Assunto Fabricação de máquinas e equipamentos para saneamento
básico e ambiental, peças e acessórios
Palavras-chave Água residuária; caixa separadora; óleo residual

Atualização Em: 29/09/2020 Por: Mariana Pereira Santana

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RESPOSTA REFERENCIAL – Caixa separadora de água e óleo

Solução apresentada

Introdução

A coleta e o tratamento de esgotos contribuem significativamente para a melhoria da


qualidade de vida. Óleos lubrificantes e graxas, não só prejudicam a vida de nossos rios e
lagos como dificultam os esforços em despoluí-los.

A lavagem de veículos sempre resulta em um despejo que contém quantidades razoáveis


de óleos e graxas. Esse despejo chega através de canaletas que estão ligadas às caixas de
inspeção, que por sua vez, estão conectadas aos coletores de esgotos, podendo causar a
obstrução das redes e danos aos equipamentos e instalações das Estações de Tratamento
de Esgotos (CAESB, [199?]).

Se a canaleta for destinada à água de chuva, o problema é ainda maior. O despejo com
óleo, graxa e sujeira pode chegar às galerias de águas pluviais, que lançam águas sem
tratamento nos nossos rios e lagos. Nas trocas de óleo, sempre ocorrem respingos fora do
recipiente de óleo usado. Com o tempo, o chão e as paredes das valas ficam encrustados
de óleo e graxa. Durante a lavagem da vala, o óleo acaba chegando até a rede de esgoto
(CAESB, [199?]).

De forma a inibir esse problema, devem ser instalados os dispositivos para reter o material
prejudicial ao sistema de esgotos: caixa retentora de areia, caixa separadora de óleo e caixa
coletora de óleo (CAESB, [199?]).

Caixa separadora de água e óleo

Sua utilização tem por finalidade separar óleos e impurezas da água, a fim de lançar a água
sem resíduos para as redes públicas (HUME, [199?]).

Seu funcionamento consiste basicamente da entrada da água, óleo e impurezas por uma
tubulação, proveniente do sistema de coleta. No interior da caixa, a água se comporta como
o Princípio dos Vasos Comunicantes, passando por placas verticais de concreto e saindo
por canalização específica fazendo o óleo, de densidade inferior, subir e ser retirado por
bombas (HUME, [199?]).

Figura 1: Representação esquemática de caixa separadora de água e óleo. Fonte: HUME, [199?]

A caixas separadores de óleos e graxas são designadas especialmente para remover óleo
flutuante, gasolina, composto de petróleo leve e graxas. Além disto a maioria dos
separadores removem sedimentos e materiais flutuantes.

O óleo pode-se apresentar da seguinte maneira, segundo TOMAZ, 2005:

 Óleo livre: que está presente nas águas pluviais em glóbulos maiores que 20 m. Eles
são separados devido a sua baixa gravidade específica e eles flutuam;

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 Óleos emulsionados mecanicamente: estão dispersos na água de uma maneira estável.


O óleo é misturado a água através de uma emulsão mecânica, como um bombeamento,
a existência de uma válvula globo ou uma outra restrição do escoamento. Em geral os
glóbulos são da ordem de 5 m a 20 m;
 Óleo emulsionado quimicamente: as emulsões deste tipo são geralmente feitas
intencionalmente e formam detergentes, fluidos alcalinos e outros reagentes.
Usualmente possuem glóbulos menores que 5 m;
 Óleo dissolvido: é o óleo solubilizado em um líquido que é um solvente e pode ser
detectado usando análises químicas, por exemplo. O separador óleo/água não remove
óleo dissolvido;
 Óleo aderente a sólidos: é aquele óleo que adere às superfícies de materiais
particulados.

O objetivo é remover somente o chamado óleo livre, pois o óleo emulsionado ou dissolvido
necessita tratamento adicional.

A aplicação do Separador é para casos especiais como postos de gasolina, oficinas


mecânicas, pistas de aeroportos, estradas de rodagem, estacionamentos e outros, mas para
águas pluviais tem pouca utilidade devido a ser baixa a quantidade de óleo (< 15mg/l).

Existem basicamente, três tipos de separador água/óleo por gravidade: separador tipo API
(Americam Petroleum Institute) para glóbulos maiores que 150 m, separador Coalescente de
placas paralelas para glóbulos maiores que 60 m e separador tipo poço de visita elaborado
por fabricantes (TOMAZ, 2005)

O separador tipo API possui três câmaras, sendo a primeira para sedimentação, a segunda
para o depósito somente do óleo e a terceira para descarga. São geralmente enterradas e
podem ser construídas em fibra de vidro, aço, concreto ou polipropileno.

A remoção da lama e do óleo podem ser feitas periodicamente através de equipamentos


especiais. O óleo é retirado através de equipamentos manuais ou mecânicos denominados
skimmer quando a camada de óleo atinge 5cm mais ou menos.

O separador Coalescente é também por gravidade e ocupa menos espaço, sendo bastante
usado, porém apresentam alto custo e possibilidade de entupimento. Possuem placas
paralelas corrugadas, inclinadas de 45º a 60º e separadas entre si de 2cm a 4cm.

O projetista deve decidir se escolherá se a caixa separadora estará on line ou off line. Se
estiver on line a caixa deverá atender a vazão de pico da área, mas geralmente a escolha é
feita off line, com um critério que é definido pelo poder público (TOMAZ, 2005).

As teorias sobre dimensionamento das caixas de retenção de óleo por gravidade, seguiu-se
a roteiro usado na Nova Zelândia. Admite-se que os glóbulos de óleo são maiores que
150µm e pela Lei de Stokes aplicado ao diâmetro citado temos: So = gravidade especifica
do óleo presente nas águas pluviais (sem dimensão).

As caixas API só funcionam para óleo livre.

Vt= 0,0123 x [(1-So)/v ]

Sendo:
v= µ/ρ
v = viscosidade cinemática das águas pluviais em Stokes.
1 Stoke= 1cm2/s
10.000Stokes = 1m2/s
Vt= velocidade ascensional (cm/s)

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A área mínima horizontal, nos separadores API é dada pela Equação:

Ah= F.Q. /Vt

Sendo:

Ah= área horizontal (m2)


Q= vazão (m3/s)
Vt= velocidade ascensional final da partícula de óleo (m/s)
Vh = 15 x Vt
Vh 0,015m/s

Algumas desvantagens da caixa separadora de óleo são (TOMAZ, 2005):

 Remoção limitada de poluentes;


 Alto custo de instalação e manutenção;
 Não há controle de volume;
 Necessidade de manutenção frequente;
 Necessidade de remoção dos sedimentos, óleos e graxas, que deverão ser retirados e
colocados em lugares apropriados conforme as leis locais.

Conclusões e recomendações

Devido à complexidade do tema, sugere-se que sejam feitos testes preliminares antes da
produção efetiva, além de acompanhamento de profissional especializado na área de
engenharia sanitária ou ambiental.

Ressalta-se que já existem em nosso site <http://www.respostatecnica.org.br> respostas


técnicas sobre o tema de seu interesse. Para visualizá-las, clique em Banco de Respostas, insira
as palavras-chave fossa séptica; tratamento de efluente; tratamento de resíduo e clique no ícone
busca.

Fontes consultadas

COMPANHIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL CAESB.


Disponível em:
<http://www.caesb.df.gov.br/_conteudo/FolhetosManuais/Instru%C3%A7%C3%B5es_Instala
%C3%A7%C3%A3oSisSepAreia%C3%93leo.pdf>. Acesso em: 29 set. 2020.

HUME. Artefatos de concreto centrifugado. Disponível em:


<http://www.hume.com.br/caixasep.htm>. Acesso em: 29 set. 2020.

SANE SYSTEM SANEAMENTO AMBIENTAL. Disponível em:


<http://www.sanesystem.com.br/separador_sanoil.html>. Acesso em: 29 set. 2020.

TOMAZ, P. Capítulo 7 - Caixa de retenção de óleo e sedimentos. Universidade Federal de


Campina Grande. Área de Engenharia de Recursos Hídricos (2005). Disponível em:
<http://www.hidro.ufcg.edu.br/twiki/pub/NormaAguaDeChuva/NormaDownloads/Capitulo07-
Captaaodeoleosegraxas.pdf>. Acesso em: 29 set. 2020.

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