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INTRODUÇÃO

O petróleo é uma das principais fontes de energia utilizadas pela


humanidade. Seus derivados servem como matéria-prima para a
manufatura de inúmeros bens de consumo, fazendo com que sua
participação na economia mundial seja cada vez mais marcante
(MARIANO, 2001).
O petróleo é raramente produzido na forma de um fluido
homogêneo, pois costumam apresentar-se como uma mistura de gás,
óleo e sedimentos. Se g u n d o a AN P ( Ag ê n ci a Nacional do
P e t ró l e o .
Em geral, os campos petrolíferos são constituídos por plantas de
processamento primário, equipadas por instrumentos e sistemas que
visam promover a separação dos componentes desejados, uma vez que
o mercado consiste na produção de óleo e gás (BRASIL et al., 2011).
Portanto, a finalidade do processamento primário do petróleo é de
separar o gás, sob condições controladas, e remover a água,
i m p u r e z a s e contaminantes, para que o óleo permaneça estável e
possa ser transferido para a unidade de refino (THOMAS, 2004).
Sendo assim, o objetivo principal do trabalho consiste num estudo
sobre o processamento primário de petróleo, analisando a separação das
fases oleosa/gasosa/aquosa nos vasos separadores, bem como realizar
um estudo de caso sobre utilização de polieletrólito em uma ETE.

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Processamento P r i m á r i o d e Petróleo

A primeira etapa da fase de produção é o processamento primário


de petróleo, na qual os fluídos passam após sair do reservatório e
chegam à superfície. Normalmente, tem-se a produção simultânea de
gás, óleo e água, juntamente com impurezas . O principal interesse
econômico dessa atividade é na produção de hidrocarbonetos (óleo e
gás), sendo necessário dotar os campos marítimos e terrestres de
facilidades de produção, que são instalações destinadas a efetuar, sob
condições controladas a separação do óleo, do gás e da água (BRASIL
et al., 2011).
EXTRAÇÃO

ÓLEO
GÁS
ÁGUA
IMPUREZAS

FONTE: Criadas pelos Autores

Os objetivos dessa etapa consistem em:


 Separar as fases oleosa, gasosa e aquosa, nos equipamentos
conhecidos como separadores;
 Tratar a fase oleosa para redução da água emulsionada e dos
sais dissolvidos;
 Tratar a fase gasosa para redução do teor de água, e se
necessário de outros contaminantes;
 Tratar a fase aquosa para descarte e/ou reinjeção nos poços

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produtores.
Vale salientar que, além da simples separação das fases, existe
processamento mais complexo que incluem condicionamento e
compressão do gás, tratamento e estabilização do óleo e tratamento da
água para reinjeção ou descarte (THOMAS, 2004).
A Figura exemplifica as etapas do processamento primário de
petróleo mais complexas.
Esquema de produção de processamento primário complexo

Fonte: BRASIL et al. (2011).

Separação das fases líquidas e gasosa

Inicialmente, os fluidos produzidos passam por va s o s


separadores bifásicos ou trifásicos que podem atuar em série ou em
paralelo. No separador bifásico ocorre a separação gás/liquido, enquanto
que no separador trifásico ocorre, a separação água/óleo/gás (THOMAS,
2004).
Existem vasos separadores tanto verticais como horizontais. No
entanto, os separadores horizontais, são mais eficientes por
apresentarem uma maior área interfacial que permite uma melhor
separação gás/líquido. Esses separadores costumam ser usados em
sistemas que apresentam emulsões e altas razões gás/óleo (THOMAS,

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2004).

Já os separadores trifásicos são utilizados para separar e


remover qualquer camada de água limpa que aparece no fundo, após a
decantação de uma emulsão óleo/água, que possa estar presente no
processo. Vale salientar que, o projeto destes separadores é idêntico
aos separadores bifásicos, sendo que mais espaço deve ser deixado
para a decantação do líquido e algum dispositivo deve ser adicionado
para a remoção da água livre. A Figura 09 mostra um esquema típico
de um separador trifásico (THOMAS, 2004)
Um Vaso Separador (Figura 3) possui vários estágios de
separação, e é constituído p e l a s seções: primária, de coleta ou
acumulação de líquido, de separação secundária e de aglutinação
(THOMAS, 2004).

Figura 3 – Secções distintas de um Vaso Separador de Produção.

Fonte: Souza Filho, 2004


Onde:
 Seção de separação primária : nesta seção, a maior parte do
líquido é separada, removendo rapidamente as golfadas e as
gotículas de maior diâmetro do líquido, evitando o retorno do
líquido para a fase gasosa.

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 Seção de a c u m u l a ç ã o de líquido: nesta seção ocorre a
separação das bolhas gasosas que ficaram no seio do líquido
após a separação primária.
 Seção de separação secundária: as gotículas menores de
líquido carreadas pelo gás após a separação primária são
separadas nesta seção.
 Seção de aglutinação: as gotículas de líquido arrastadas pela
corrente de gás, não separadas nas seções anteriores, são
aglutinadas em meios porosos e recuperadas.

Problemas operacionais nos vasos separadores

Muitos problemas dificultam a separação gás/líquido e óleo/água


nos vasos separadores, os principais são:

 Formação de Espuma: acontece quando o gás de menor


densidade tende a separar-se com facilidade da mistura gás-líquido. Com
isso, as impurezas presentes no líquido podem ser arrastadas pela
corrente de gás ou de óleo desgaseificado possibilitando o maior arraste
de gotas, gerando as espumas (THOMAS, 2004).
 Obstrução por parafinas: acontece quando as mesmas se
cristalizam e são arrastadas pelo fluído até chegar aos vasos separadores.
Ao chegar aos vasos, a velocidade dos fluídos é reduzida e acabam
depositando-se nas partes baixas, obstruindo o equipamento e as linhas
interligadas aos vasos (THOMAS, 2004).
 Areia e sedimentos: quando chegam, juntamente com o líquido,
para separação nos vasos pode causar a erosão nas válvulas, obstrução
nos elementos internos do vaso e redução do tempo de residência do
líquido devido ao acúmulo no fundo do separador (BRASIL et al., 2011).
 Emulsões: causam problemas nos controladores de nível, pois o
acumulo de emulsão diminui o tempo de retenção efetivo, resultando
em uma redução na eficiência do processo (BRASIL et al., 2011).

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 Arraste: o arraste de óleo pela corrente de gás ocorre quando
o nível do líquido está muito alto. Também, o arraste pode ser um
indicativo de nível muito baixo de líquido ou falha no sistema de controle
de nível do equipamento (THOMAS, 2004).

Sistema de Produção e Tratamento do Petróleo Produzido

O fluido produzido no reservatório é uma mistura de hidrocarbonetos, água,


areia e outras impurezas, quando o poço começa a produzir, com a queda da
pressão que vai ocorrendo até o hidrocarboneto que era quase todo líquido
chegar à superfície, parte dele passa para a forma gasosa. Porém, o principal
interesse na produção é o óleo e, por isso, é feita a separação. Separar o gás do
óleo em condições controladas e remover água, sal, e outras impurezas até que o
óleo fique livre destes e suficientemente estável para ser transferido é
necessário. Isto é feito nos chamados sistemas de produção que são um
conjunto de sistemas, tais como compressão de gás e tratamento de água oleosa,
que podem ser instalados em terra (onshore) ou no mar (offshore).

    Para um sistema de produção de petróleo, a planta é definida em função dos


seguintes fatores:

 - Características e potencial do reservatório;

- Tipos e propriedades dos fluidos;

- Mecanismos de produção;

- Tipos e fatores de recuperação;

- Número de poços produtores;

- Número de poços de injeção de água ou gás.

    Uma planta de processos é feita pelo conjunto de diversos equipamentos, cada


um com sua devida função na produção, abaixo, seguem alguns dos principais
pontos e equipamentos de uma planta de processo, assim como suas funções :

 Cabeça de poço - é onde as linhas de produção dos poços chegam na plataforma.


 Shut-down valve (SDV) - válvula de fechamento rápido, acionada
automaticamente para fechamento através das lógicas de intertravamento por
parada de produção (shut-down). Estas válvulas também podem ser acionadas
pelo operador da sala de controle para abertura ou fechamento.
 Chokes - são válvulas usadas para o controle de vazão dos poços. Podem ser
acionadas remotamente pela sala de controle ou diretamente pelo operador da
área onde se encontra. Possui uma escala indicativa de abertura graduada em
polegadas, milímetros e porcentagem.
 Manifold - quando a plataforma recebe dois ou mais poços se faz necessário o
uso de um manifold para juntar as correntes ou para encaminhar somente uma
delas para teste. Manifold é a denominação dada ao conjunto de headers (são

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tubos coletores para onde seguem as linhas de surgência de todos os poços
produtores).
 Trens de Produção - nos sistemas de produção offshore é comum a divisão do
sistema de produção em dois conjuntos idênticos de equipamentos, que são
chamados de trens de produção. As vantagens deste tipo de arranjo são: Maior
flexibilidade operacional, possibilidade de parada de um trem para manutenção
sem necessidade de parar toda a produção e redução do tamanho dos
equipamentos.
 Pré-aquecedores - devido às altas vazões processadas, é muito grande a
demanda de energia necessária para aquecer o petróleo até uma temperatura
adequada para garantir a qualidade dos fluidos segregados nos separadores e
tratadores eletrostáticos. A troca de calor entre o óleo e a água já tratada, afim
de pré-aquecer ou aquecer o óleo, geralmente é feita em permutadores de placa
ou permutadores casco-tubo, que aquecem o óleo até a temperatura adequada
para ser processado.
 Separadores Trifásicos - são vasos projetados para promover a separação do gás
e da água do óleo produzido e podem ser do tipo horizontal ou vertical.

    Principio de separação: Os fluidos não podem ser solúveis entre si. Tem que
haver diferença de densidade entre fluidos, maior a diferença de densidade
maior a facilidade de separação. A diferença de densidade dos fluidos é utilizada
na separação e os fluidos ficam geralmente da seguinte forma, água, sais
minerais e impurezas ficam no fundo do separador, enquanto o óleo fica um
pouco acima e o gás vai para a parte superior do separador, daí em diante cada
fluido será processado de sua devida maneira. 

Nos projetos mais recentes, que contemplam dois estágios de separação e o


tratador de óleo, somente o primeiro estágio utiliza o separador trifásico. A água
remanescente é retirada no desidratador (tratador eletrostático). Alguns dos
principais acessórios de um separador são : Defletor de Entrada, geralmente
chamado de dispositivo primário de separação ou placa defletora, o Prato
Quebra-Espuma, o Quebra-Ondas, Quebra-Vórtice, Extratores de Névoa que
podem ser dos tipos: 'wire mesh", "vane", placas cilíndricas.   

    Os separadores estão localizados a jusante da cabeça do poço, árvore de natal,


choke e manifold.

Os principais componentes da Instrumentação em uma planta de processo são :


indicador de controle de Pressão (PIT, PI), indicador de temperatura (TIT, TI),
válvula de segurança de pressão, linhas de despressurização manual, linha de
saída de gás, medidor de fluxo de gás, indicação de controle de nível, linha de
saída de óleo e dreno.

Tratadores de óleo, bombas de transferência e uma unidade de injeção química


também são componentes muito importantes em uma planta de processo.

Após passar pelo Separador Trifásico, óleo, gás e água produzidos ainda não
estão prontos para serem utilizados, armazenados ou descartados (no caso da
água). Eles seguirão para seu tratamento específico até que fiquem "limpos" o
suficiente para obedecer todas as normas de regulamentação.

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MATÉRIAS ULTILIZADOS

MANIFOLD

 Cartolina A2(Vermelha,Verde,Amarela,Cinza e Laranja)

 Papel A4

 Caixa

 Cartão Musso

 Cabo do Comando da Play Station 2

 Cola (Branca e Quente

TROCADOR DE CALOR

 Cartolina (Laranja e Cinza)

 Spray Cinza

 Cartolina Microcanelada (Cartão Ondulado)

 Cortiça

SEPARADOR DE ALTTA PRESSÃO, BAIXA PRESSÃO E


DESSALINIZADOR.

 Cartolina (Cinza e Laranja)

 Cartolina Microcanelada

 Cortiça

 Cola (Branca e Quente)

 Spray Cinza

SEPARADOR ATMOSFÉRICO

 Cartolina Vermelha

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 Cartolina Microcanelada

 Cortiça

 Spray Vermelho

 Cola (Branca e Quente)

CONCLUSÃO

O presente trabalho apresentou um estudo sobre o processamento primário de


petróleo, analisando a separação das fases oleosa/gasosa/aquosa nos vasos
separadores, bem como o tratamento empregado para fase oleosa.

O levantamento realizado possibilitou ver como funciona o processamento


primário de Petróleo e Gás, o qual foi enfatizado por se tratar do tema principal
deste trabalho. O aprofundamento no estudo do processamento primário
possibilitou ver o papel relevante que esta etapa possui na indústria petrolífera,
por se tratar da etapa em que ocorre a separação: água/óleo/gás.

A revisão bibliográfica realizada permitiu entender como as características dos


reservatórios e dos fluídos produzidos impactam a separação dos
hidrocarbonetos líquidos e gasosos e condicionamentos desses
hidrocarbonetos antes de serem transportados.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, N.I do; ARAÚJO, M.A.S.; DE SOUSA, E.C.M. Processamento


Primário de Petróleo e Gás. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

FARIAS, R. F. de. Introdução à química do petróleo. Rio de Janeiro:


Ciência Moderna, 2008.

JUSTINO, D.G. Os principais equipamentos de uma unidade de


Processamento Primário de óleo. Obtenção de Graduação em Tecnólogo.
Nova Venécia, 2010.

PETROBRAS. Processamento Primário de Petróleo. Rio de Janeiro, 2007.

ROSA, A. J. CARVALHO, R. S., XAVIER, J. A. D. Engenharia de


reservatórios de petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

SOUZA Filho, J. E. de. Processamento Primário de Fluidos: Separação e

THOMAS, J. E. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. 2. ed. Rio de

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Janeiro: Interciência: Petrobras, 2004.

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