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Tendências de aquecimento da TSM do sudoeste

do Atlântico e o impacto da TSM mais quente do


verão no clima da América do Sul
Neres et al, 2023

Climatologia Regional

Alunos: Clariana Borges


Gabriel Lucas
Henrique Felix
Professora: Fernanda Cerqueira de Vasconcellos
1. Introdução
2. Conjunto de dados e métodos
Sumário 3. Resultados e discussões
4. Conclusões
5. Referência bibliográfica
Introdução
1. Introdução
● De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC, 2021), a atmosfera e os oceanos têm
aquecido de forma constante ao longo das últimas décadas.
○ O aumento do calor dos oceanos influencia os fenômenos atmosféricos globais, aumentando a temperatura do ar e
fornecendo umidade adicional.

● Investigar a variabilidade climática e possíveis mudanças de longo prazo ao longo da SWA é essencial porque a região costeira
próxima ao sudeste do Brasil é a principal área ciclogenética subtropical na bacia do Atlântico Sul.

● Sistema de Monções Sul-Americano;


○ Apresenta características de fluxo de baixo e alto nível que contribuem para o conjunto de convecção que aproveita a
estação chuvosa no centro e sudeste do Brasil durante o verão austral.

● Alterações no balanço energético entre o continente e o oceano;


○ podem causar mudanças substanciais nos regimes de temperatura e precipitação que afetariam vários sectores
ambientais, sociais e econômicos.
1. Introdução
● Os padrões anômalos de TSM:
○ Essenciais para prever variações de:
■ Temperatura atmosférica;
■ Umidade
■ Circulação nas regiões circundantes .

● A convecção atmosférica é modulada por:


○ anomalias de TSM,
■ que influenciam o oceano regulando o momento e os fluxos de calor na superfície.

● A variabilidade atmosférica em grande escala no HS é impulsionada pelos:


○ Modo Anular Sul (SAM);
○ El Niño – Oscilação Sul (ENOS).
■ Interação entre eles gera anomalias de TSM no Atlântico Sul (escala de tempo interanual):
● Estas contribuem para o clima da AS.
1. Introdução
● O setor tropical do Atlântico Sul geralmente esfria (aquece) durante eventos de El Niño (La Niña).
○ Durante ENOS neutros, as anomalias positivas de TSM sobre o Atlântico Sul extratropical geram aumento da ciclogênese
perto do sudeste do Brasil e ao deslocamento para o norte dos rastros de tempestade.

○ Tais fenômenos resultam em;


Convecção e aumento de precipitação no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.
No final da primavera e início do verão, uma relação entre as anomalias quentes de TSM no Atlântico Sudoeste
(SWA) e no Atlântico equatorial tem sido associada ao aumento da precipitação no sudeste da América do Sul.

● TSM do verão austral sobre o SWA está negativamente (positivamente) correlacionada com as chuvas no sudeste do Brasil (sudeste
da América do Sul).
○ Existindo relações entre as anomalias de TSM do Atlântico, SAM e o clima sul-americano durante setembro.

● Para um SAM negativo/gradiente de TSM atlântico inter-hemisférico positivo e SAM negativo/gradiente de TSM
extratropical-subtropical positivo
○ Condições mais quentes e mais secas que o normal são observadas na maior parte da América do Sul
1. Introdução
Objetivos:
● Analisar as tendências sazonais da TSM na região SWA;

● Ação da circulação de grande escala durante a TSM mais quente do verão sobre o SWA e seus impactos no clima sul-americano.

● Responder a três questões de pesquisa:


○ (i) Existem tendências sazonais significativas de TSM no SWA?
○ (ii) Quais são os desencadeadores em grande escala da TSM mais quente do verão no SWA?
○ (iii) Como que a TSM mais quente do verão durante o SWA afeta o balanço climático e energético na América do Sul e no
Oceano Atlântico?
Conjunto de dados e métodos
2. Conjunto de dados e métodos
● Dados mensais do ERSSTv5 (conjunto de dados Extended Reconstructed SST da National Oceanic and Atmospheric
Administration, versão 5):
○ Janeiro de 1981 a dezembro de 2020 (40 anos);

● Dados da Reanálise ERA5:


○ Resolução horizontal de 0,25 × 0,25 (~30 km); 137 níveis e altura de até 80 km;

● Variáveis:
○ Altura geopotencial em 700 hPa;
○ Temperatura do ar em 850 hPa;
○ Componentes u e v do vento;
○ Ômega;
○ PNMM;

● Coeficiente Angular de Seen: O coeficiente angular de Sen é uma medida estatística utilizada para calcular a inclinação de uma
linha de tendência em uma série temporal.

● Teste de Mann-Kendall:O teste de Mann-Kendall é uma técnica não paramétrica usada para verificar a presença de tendências
em séries temporais. Ele avalia se há uma tendência monotônica crescente ou decrescente nos dados ao longo do tempo.O teste
é sensível a mudanças de direção na tendência e não requer suposições específicas sobre a distribuição dos dados.
Resultados e discussões
3. Resultados e discussões
;

A Figura ao lado destaca uma


variabilidade interanual evidente, a
série temporal de anomalias de
Temperatura da Superfície do Mar
(TSM) no Sudoeste do Atlântico
(SWA).

FIGURA 1 Série temporal (1981–2020) de TSM anômala (°C) média sobre a área SWA (60–30W,
45–20S) para austral: (a) verão, (b) outono, (c) inverno e (d) primavera. A linha verde é a tendência
linear.
3. Resultados e discussões

Evidenciando assim uma tendência positiva


explícita em todas as estações, como
mostrado ao lado . De 2000 a 2020, a
frequência de anomalias positivas aumentou,
enquanto anomalias negativas foram
observadas em anos específicos para cada
estação.
;

FIGURA 1 Série temporal (1981–2020) de TSM anômala (°C) média sobre a área SWA (60–30W,
45–20S) para austral: (a) verão, (b) outono, (c) inverno e (d) primavera. A linha verde é a tendência
linear.
3. Resultados e discussões
● Aumentos da frequência de anomalias positivas
de TSM (quadrados): Verão Outono

○ De 2000 a 2020;

● Anomalias negativas de TSM (setas):


○ 2004, 2006 e 2020 (verão);
○ 2008, 2013 e 2020 (outono);
○ 2000, 2003, 2006, 2007 e 2011(inverno);
○ 2011(primavera). Inverno Primavera

● Maioria das anomalias TSM


negativas:
○ Sinal quase neutro.

FIGURA 1 Série temporal (1981–2020) de TSM anômala (°C) média sobre a área SWA (60–30W,
45–20S) para austral: (a) verão, (b) outono, (c) inverno e (d) primavera. A linha verde é a tendência
linear.
3. Resultados e discussões
● O coeficiente angular de Sen e o teste de Mann-Kendall confirmam:
TABELA 1: Teste de Mann-Kendall e coeficiente angular do Sen (Sen’s
○ Tendência positiva significativa de TSM para cada estação; slope) das anomalias de TSM sobre a área SWA para cada estação

● Resultados detalhados:
○ Tendências sazonais significativas (p < 0,05);

● A ampliação e intensificação do ASAS:


○ Aumentam a velocidade do vento:
■ Isso fortalece a corrente de fronteira oeste:
● Induz um aumento na TSM. Nota: Quando p < 0,05 significa que há uma tendência significativa. S
positivo (negativo) indica uma tendência crescente (decrescente).
● Intensifica os fluxos de calor.

● Impacto das anomalias de TSM do SWA:


○ Maior no verão do HS:
■ Mais chuvoso devido ao sistema de monções da AS
Conclusões
4. Conclusões
● As tendências e a variabilidade da
TSM no Atlântico Sudoeste (SWA)
afetaram o clima da América do Sul,
principalmente durante o verão
austral.

● TSM mais quente do verão levou a


anomalias positivas na temperatura
do ar que se estenderam por quase
todo o leste da América do Sul, com
temperaturas significativamente
mais altas no sudeste do Brasil,
norte da Argentina e oeste do
Compostos para os verões mais quentes sobre SWA: (a) anomalias de TSM (C), áreas
Paraguai com nível de confiança de 95% estão pontilhadas (teste t de Student); (b) anomalias de
velocidade potencial (106 m2 s−1, em contornos e cores) e anomalias de vento
divergentes de 200 hPa (ms−1, em vetores), (c) divergência de fluxo de atividade de onda
(10−6 ms −2, em cores ) e função de fluxo (m2 s-1) a 200 hPa, cores mais quentes (mais
frias) representam fontes de ondas (sumidouros) e (d) 200 hPa simplifica anomalias.
● A diminuição das nuvens
fortalece a onda curta
incidente no sudeste do
Brasil, aquecendo a região.
A redução significativa da
nebulosidade e da
precipitação indica um baixo
desempenho da Zona de
Convergência do Atlântico
Sul.

Compostos para as anomalias de verões mais quentes na região SWA: (a)


MSLP (hPa); (b) anomalias de temperatura do ar (C) e (c) precipitação
(mmdia−1). As áreas com nível de confiança de 95% estão pontilhadas
(teste t de Student)
● As águas quentes do Pacífico Sul
subtropical e do continente marítimo
levaram a fontes de ondas de Rossby e
desencadearam trens de ondas que se
combinam em características de
bloqueio do tipo ômega sobre o
Atlântico Sul. Trens de ondas de
diferentes regiões do Pacífico
poderiam influenciar a configuração
do SAM sobre o Atlântico Sul e
consequentemente causar diferentes
impactos no clima da América do Sul..

Uma representação esquemática desses mecanismos é mostrada na Figura


9. A TSM mais quente no SWA leva ao aquecimento e à seca no leste da
América do Sul, principalmente no sudeste do Brasil e o bloqueio do
tipo ômega.
Referência bibliográfica
5. Referência bibliográfica
● Vasconcellos, F. C., de Souza, J. N., Dereczynski, C. P., Luiz-Silva, W.,
da Silva, F. P., & Parise, C. K. (2023). Warming trends of southwestern
Atlantic SST and the summer's warmest SST's impact on South American
climate. International Journal of Climatology, 1–16.
https://doi.org/10.1002/joc.8163
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