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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO


DEPARTAMENTO DE EXPRESSÃO GRÁFICA

Superfícies

Atualizada e Revisada

SANDRA DE SOUZA MELO

RECIFE/2015
SUMÁRIO

Apresentação 04
Generalidades 05
Superfícies Poliédricas 06
Poliedros Regulares Convexos 08
Poliedros Semi Regulares 10
Poliedros Regulares Estrelados 25
Prisma 27
Pirâmide 27
Superfícies Curvas 29
Superfícies Retilíneas Desenvolvíveis 31
Cone - caso geral 31
Cilindro - caso geral 32
Helicóide Desenvolvível 36
Superfícies Retilíneas Reversas 37
Hiperbolóide Escaleno 37
Parabolóide Hiperbólico 37
Cilindróide 39
Conóide 40
Helicóide de Plano Diretor 41
Helicóide de Cone Diretor 43
Superfícies Circulares de Revolução 44
Cone de Revolução 45
Cilindro de Revolução 46
Esfera 47
Elipsóides 48
Parabolóide de Revolução 49
Hiperbolóide de Revolução 50
Superfícies de Circunvolução 52
Toro Circular 52
Serpentina 53

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Bibliografia 54
Ficha Técnica 56

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APRESENTAÇÃO

Durante estes anos de magistério, e anteriormente como estudante, foi percebida a dificuldade por
parte dos alunos no acesso à bibliografia sobre Geometria Descritiva.

Com pouca literatura disponível - a maioria dos livros só são encontrados em sebos com suas
edições esgotadas - os discentes não têm a oportunidade de ler, meditar, aprender-apreender os
conceitos teóricos que respaldam os traçados na Geometria Descritiva.

Definições de sólidos e superfícies geométricas curvas, suas representações e propriedades são


sempre vistas em sala de aula, mas apresentam dificuldades na pesquisa e aprofundamento das
mesmas, embora hoje se disponha de conteúdos on-line.

Ainda em vários encontros nacionais de professores de Geometria Descritiva e Desenho Técnico é


ressaltada a dificuldade por parte dos discentes em vislumbrar a aplicação dos conteúdos teóricos no
cotidiano.

Diante destes fatos, surgiu a idéia de uma apostila que repassasse aos estudantes conceitos básicos
sobre as superfícies poliédricas e as superfícies curvas, suas representações, propriedades e
utilizações. Para este fim, procuramos ilustrar a teoria apresentada com exemplos práticos do
cotidiano para ressaltar o elo de ligação teoria/mundo-real.

Esperamos que este trabalho sirva de ponto inicial para a aprendizagem e a pesquisa das superfícies.

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GENERALIDADES

A denominação Geometria Descritiva foi proposta por Gaspard Monge, entre os anos l766 e l784
para exprimir um sistema de representação projetivo por ele criado e que contribuiu decisivamente
para o desenvolvimento da nascente época industrial. Teve profunda e ampla divulgação nos
principais países interessados no crescimento de suas indústrias.

Gaspard Monge, notável por seus estudos sobre ”Classificação de superfícies”, “Teoremas sobre
superfícies não planificáveis” e muitos outros importantes trabalhos de particular interesse para as
Geometrias é considerado um dos mais sábios matemáticos da França do final do séc. XVIII e início
do séc. XIX.

A Geometria Descritiva ocupa-se de estudar a representação das formas (superfícies)


tridimensionais sobre um plano de duas dimensões, classificando-as e resolvendo problemas
referentes às suas projeções.

Superfície é o limite que separa um corpo do resto do espaço. É a extensão de duas dimensões e
assim sendo, apresenta duas dimensões: comprimento e largura. Podemos entender uma superfície
como sendo gerada por uma linha que se desloca segundo uma lei dada. Exemplo: Superfície
Esférica - gerada por uma circunferência que gira em torno de um de seus diâmetros; ou mesmo, é o
lugar geométrico de todos os pontos no espaço que eqüidistam de um ponto (centro). Distinguimos
dois tipos de superfície:

Superfície Poliédrica ou Quebrada - é uma superfície composta de vários planos distintos.

Superfície Curva - é uma superfície que não é plana em nenhuma das suas partes. Entretanto, a
superfície curva pode ser considerada como uma superfície poliédrica formada de elementos planos
infinitamente pequenos.

A Superfície convexa é uma superfície que não pode ser encontrada por uma reta em mais de dois
pontos, similar à linha convexa.

Representação de Superfícies
A Geometria Descritiva permite representar qualquer superfície rigorosamente definida. Toda
superfície capaz de uma definição matemática diz-se superfície geométrica; as outras superfícies,
por exemplo, as de superfícies terrestres, são substituídas, nas aplicações, por superfícies
convencionais chamadas topográficas, que se aproximam delas o mais possível.

Planos Tangentes às Superfícies Curvas


Todas as superfícies curvas apresentam a propriedade de por um dos seus pontos terem um plano
tangente à mesma.
1o Teorema - “Se a superfície retilínea é desenvolvível, o plano tangente contém a geratriz que passa
pelo ponto de contato e é um e único ao longo dessa geratriz”.
2o Teorema - “Se a superfície retilínea é reversa, o plano tangente contém a geratriz que passa pelo
ponto de contato e é distinto para cada ponto da geratriz”.

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SUPERFÍCIES POLIÉDRICAS

Sendo uma superfície composta por planos (faces) e retas (arestas) apresentam as seguintes
propriedades:

Ângulo Diedro - chama-se ângulo diedro a figura formada por dois planos que partem de uma só
reta. Esses dois planos são as faces do diedro, e sua interseção chama-se aresta. Um ângulo diedro
designa-se por sua aresta, pondo-se a designação da aresta no meio: ângulo diedro AB.

O ângulo plano de um diedro é obtido pelo ângulo formado pelas duas retas da interseção do diedro
com um plano perpendicular ao mesmo.

Ângulo Sólido ou Poliédrico – é determinado quando por um ponto do espaço-tempo partem três ou
mais direções não coplanares (Sá, 1982). Este não tem uma medida angular, mas é definido pelas
faces que o compõem. Os ângulos sólidos são nomeados de acordo com o número de faces que o
compõem: 3 faces triedro (edro - vem do grego Hedras e quer dizer face): 4 faces tetraraedro, 5
faces pentaedro, 6 faces hexaedro, etc.

Quando os ângulos das faces são iguais entre si, o ângulo é dito regular.

Segundo Sá (1982), os cristais naturais, provavelmente, foram os primeiros exemplos que o homem
encontrou de poliedros. Existem muito cristais com formas rigorosamente regulares como a pirita
(sulfeto de ferro) que costuma cristalizar em forma de dodecaedro; a fluorita em forma de
cuboctaedro; o cloreto de sódio cristaliza em cubos, mas na presença de uréia, modifica sua forma
para o cubo truncado ou até mesmo para o octaedro.

Dois triedros são iguais quando têm as três faces respectivamente iguais e semelhantemente
dispostas.

Representação de um Poliedro
É a representação de todas as arestas de um poliedro através de vistas ortogonais. Devem-se
distinguir com cuidado as partes visíveis das ocultas, linhas cheias e tracejadas respectivamente. O
contorno aparente numa projeção qualquer é sempre visto por inteiro.

Seções Planas dos Poliedros


É a determinação do ponto onde cada aresta atravessa o plano de seção. Unem-se dois a dois os
pontos consecutivos.

Interseção entre uma Reta e um Poliedro


Procurar a interseção duma reta e de um poliedro é determinar os pontos comuns a essa reta e a
superfície poliédrica. Distingui-se o ponto de entrada e o ponto de saída.

TEOREMA - uma reta só pode ter 02 pontos de interseção com um poliedro convexo.

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Interseção entre Superfícies Poliédricas

Segundo Rodrigues (1970, p. 223), “dois poliedros interceptam-se segundo uma linha poligonal,
ordinariamente reversa, cuja determinação é indispensável e que se pode obter facilmente, porque
cada um de seus lados é a interseção de dois planos, faces dos dois poliedros.”

Podemos ter os seguintes casos para esta interseção: engastamento, penetração e ponto duplo.
Penetração - quando uma das superfícies tem todas as arestas cortadas. Neste caso temos duas linhas
de distintas que definem a interseção: um polígono de entrada e um polígono de saída.
Engastamento - quando as superfícies têm arestas não cortadas. Uma única linha define a interseção.
Ponto Duplo - as linhas de entrada e de saída têm um ponto em comum.

Sólido comum - é o sólido resultante da interseção entre duas superfícies poliédricas. Seu limite é
definido pelas linhas de interseção e pelas porções mutiladas das arestas dos sólidos da interseção.

Interseção entre Superfícies Poliédricas e Curvas

“Para obter a interseção de uma superfície curva por uma poliédrica, determina-se a seção da
superfície curva pelo plano de cada uma das faces do poliedro; mas a interseção pedida só se
compõe das partes curvilíneas que pertencem realmente a uma das faces do poliedro, e deve-se
rejeitar as outras partes dadas pelos planos ilimitados. É essencial procurar os pontos em que as
arestas do poliedro encontram a superfície curva.”(FIC,1960, p. 319).

Os casos apresentados são: o engastamento, a penetração e o ponto duplo.

Os sólidos poliédricos podem ser divididos em:

Poliedros Regulares Convexos

Poliedros Semi-regulares Equiangulares


Equifaciais
Poliedros Estrelados

Prisma - reto
Oblíquo

Pirâmide - Regular
Irregular

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POLIEDRO REGULAR CONVEXO

É um poliedro cujas faces são todas, polígonos regulares iguais entre si, e cujos ângulos sólidos são
todos iguais.
São cinco os poliedros regulares convexos:
Tetraedro - formado por quatro triângulos
equiláteros reunidos 3 a 3.
Hexaedro ou cubo - formado por seis quadrados
reunidos 3 a 3.
Octaedro - formado por oito triângulos
equiláteros reunidos 4 a 4.
Dodecaedro - formado por doze pentágonos
regulares reunidos 3 a 3.
Icosaedro - formado por vinte triângulos
equiláteros reunidos 5 a 5.

Fig. 1 - Icosaedro

“Para poder formar um ângulo sólido convexo, é preciso que a soma das faces seja menor do que 4
retos. Com o ângulo de 60o do triângulo equilátero, só se pode formar 3 ângulos sólidos convexos,
porque seis vezes sessenta dão 4 retos. O quadrado e o pentágono regular convexo não dão para
cada um senão um ângulo sólido. O ângulo do hexágono regular convexo, valendo 120o , não pode
formar nenhum ângulo sólido, porque três vezes 120 são iguais a 4 retos. Só pode portanto haver
cinco poliedros regulares convexos.” (FIC, 1960, p. 280).

Dualidade nos Poliedros Regulares

Dualidade é um dos princípios da projetiva. Consiste em admitir que qualquer propriedade


demonstrada para uma forma de uma espécie será automaticamente demonstrada para uma forma de
outra espécie, desde que o enunciado seja adaptado ao respectivo grupo da espécie (Costa et al,
1994).

Para os poliedros regulares a dualidade será estabelecida pelas possibilidades de inscrição entre os
poliedros, de tal maneira que se podem introduzir um no outro mantendo a simetria estabelecida
através do eixo de simetria (Soler, 2007).

Como o hexaedro e o octaedro apresentam as mesmas simetrias, eles podem ser inscritos um no
outro. No entanto, a simetria quaternária do hexaedro será de face a face (face de quatro lados) e a
quaternária do octaedro será de vértice a vértice (de cada vértice partem quatro arestas ou quatro
faces). A simetria ternária do hexaedro será de vértice a vértice e a ternária do octaedro será de face
a face. A simetria binária dos dois poliedros em tela será de aresta a aresta. Esta última simetria
mantém-se para todos os duais.

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Figura 3 – Dual do Octaedro
Figura 2 – Dual do Cubo

O Mesmo raciocínio servirá para o dodecaedro e o icosaedro, pois ambos apresentam as mesmas
simetrias, podendo ser inscritos um ao outro. Deste modo, a simetria quinária do dodecaedro será de
face a face (face com cinco lados) e a quinária do octaedro será de vértice a vértice (de cada vértice
partem cinco arestas ou cinco faces triangulares). A simetria ternária do dodecaedro será de vértice a
vértice e a ternária do icosaedro será de face a face.

Figura 4 – Dual do Dodecaedro Figura 5 – Dual do Icosaedro

No caso do tetraedro, ele mesmo será seu


dual, pois só pode ser inscrito em si
mesmo, mantendo as simetrias
respectivas. A simetria de eixo ternário é o
único caso de face ao vértice, onde a face
tem três lados e do vértice partem três
arestas.

Figura 6 – Dual do Tetraedro

9
POLIEDROS SEMI-REGULARES OU ARQUIMEDIANOS

O nome de poliedros arquimedianos se deve ao fato de que foi Arquimedes quem os descreveu pela
primeira vez (Soler, 2007). Arquimedes descreveu estes poliedros indicando o número de polígonos
que concorrem em cada vértice e o número destes polígonos. Também se chamam semi-regulares
porque são formados por mais de um tipo de polígono regular, os vértices são sempre iguais e o
tamanho das arestas é igual (Sá, 1982).
Durante o período do renascimento,
Durero construiu o desenvolvimento para
o dodecaedro e para outros poliedros
regulares e semi-regulares (Soler, 2007).

Figura 7 - Poliedro e sua planificação

Foi Kepler quem deu nome aos poliedros semi-regulares e provou que existem 13 destes poliedros
(Soler, 2007; Sá, 1982). Dentro das características que limitam estes poliedros vemos que (Sá,
1982):
 Cada ângulo sólido tem no máximo três tipos de face;
 Os de dois tipos de polígonos podem ter ângulos sólidos com até cinco arestas;
 Os de três tipos de polígonos podem ter um máximo de quatro arestas por vértice.

Obtenção dos poliedros semi-regulares

Os poliedros arquimedianos, como o cuboctaedro e o icosidodedaedro, guardam uma relação com os


poliedros platônicos. Pode-se obter o cuboctaedro juntando-se os pontos médios das arestas do cubo
ou do octaedro. Assim estes poliedros também podem ser obtidos a partir dos poliedros regulares,
truncando as quinas por planos que passam em pontos com condições especificadas.

Segundo Soler (2007) os truncamentos podem ser de dois tipos:


 Truncamento 1: o corte se realiza por planos que passam pelos pontos médios das arestas;
 Truncamento 2: o corte se realiza por uma distância adequada para que por cada face do
poliedro de modo que se tenha um polígono regular que tenha o dobro do número de lados
que o polígono das faces originais do poliedro de partida.

A seguir vemos a Tabela 1 com os tipos de poliedros semi-regulares e o seu respectivo tipo de faces,
número total de faces, de vértices e de arestas, de cada um deles:

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Nome do Poliedro Tipo de Tipo de Tipo de Nº de Nº de Nº de
face face face faces vértices arestas
Troncotetraedro 4F6 4F3 - 8 12 18
Troncoctaedro 8F6 6F4 - 14 24 36
Troncoicosaedro 12F5 20F6 - 32 60 90
Troncocubo 6F8 8F3 - 14 24 36
Troncododecaedro 20F10 12F3 - 32 60 90
Rombicuboctaedro 18F4 8F3 - 26 23 48
Cuboctaedro 8F3 6F4 - 14 12 24
Icosidodecaedro 20F3 12F5 - 32 30 60
Cubo Achatado 32F3 6F4 - 38 24 60
Dodecaedro Achatado 80F3 12F5 - 92 60 150
Troncocuboctaedro 12F4 8F6 6F8 26 48 72
Troncoicosidodecaedro 30F4 20F6 12F10 62 120 180
Rombicoisidodecaedro 30F4 20F3 12F5 62 60 120
Tabela 1 – Dados característicos e numéricos dos Arquimedianos

Na Tabela 2 abaixo, vemos o tipo de simetrias encontradas em cada um deles (estas simetrias são
oriundas de seus poliedros platônicos geradores):

Nome do Poliedro Tipo de simetria Tipo de simetria Tipo de simetria


Troncotetraedro Binária (Ar) Ternária (F3) ---
Troncoctaedro Binária (Ar) Ternária (F6) Quaternária (F4)
Troncoicosaedro Binária (Ar) Ternária (F6) Quinaria (F5)
Troncocubo Binária (Ar) Ternária (F3) Quaternária (F8)
Troncododecaedro Binária (Ar) Ternária (F3) Quinária (F10)
Rombicuboctaedro Binária (F4) Ternária (F3) Quaternária (F4)
Cuboctaedro Binária (Vert) Ternária (F3) Quaternária (F4)
Icosidodecaedro Binária (Vert) Ternária (F3) Quinária (F5)
Cubo Achatado Binária (Ar) Ternária (F3) Quaternária (F4)
Dodecaedro Achatado Binária (Ar) Ternária (F3) Quinaria (F5)
Troncocuboctaedro Binária (F4) Ternária (F6) Quaternária (F8)
Troncoicosidodecaedro Binária (Ar) Ternária (F6) Quinaria (F5)
Rombicoisidodecaedro Binária (F4) Ternária (F3) Quinaria (F5)
Tabela 2 – Simetrias presentes nos Arquimedianos1

Podemos ainda diferenciar os semi-regulares em: Arquimedianos ou Equiangulares (apresentam


os ângulos sólidos iguais e as faces diferentes) e os Equifaciais ou Não-Arquimedianos
(apresentam as faces iguais e os ângulos sólidos diferentes. São no total 13 tipos de Equiangulares e
13 tipos de equifaciais.

1
Observação: Ar – simetria a partir de aresta; F3 – a partir de face triangular; F4 – a partir de face quadrada; F5 – a partir
de face pentagonal; F6 – a partir de face hexagonal; F8 – a partir de face octogonal; F10 – a partir de face decagonal; Vert.
– a partir de vértice.

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QUADRO RESUMO DOS SEMI-REGULARES

01 Tetraetroncoedro
Equiangulares ou 06 Cubotroncoedros
Arquimedianos 06 Dodecaicositroncoedros
Prismas Arquimedianos
Poliedros Antiprismas Arquimedianos
Semi-Regulares
01 Tetratroncoedro
Equifaciais ou 06 Cuboctatroncoedros
Não Arquimedianos 06 Dodecaicositroncoedros
Pirâmides Duplas
Trapezoedros

Simetrias
Os poliedros arquimedianos apresentarão as mesmas simetrias de seus poliedros geradores.

1. Troncotetraedro

Fig. 8 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria do troncotetraedro se apresenta quando trabalhamos com o eixo
do centro de sua face triangular ao centro de sua face hexagonal oposta

Figura 9 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria ocorre quando trabalhamos com o eixo do ponto médio de uma
aresta ao ponto médio da aresta oposta

12
2. Cuboctaedro

Figura 10 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
sua face triangular ao centro de sua face triangular oposta.

Figura 11 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo passando em
vértices opostos.

Figura 12 - Simetria quaternária


Simetria quaternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro
de sua face quadrada ao centro de sua face quadrada oposta.

13
3. Cubo truncado

Figura 13 - Simetria quaternária


Simetria quaternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro
de sua face quadrada ao centro de sua face quadrada oposta

Figura 14 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do ponto médio
de uma aresta ao ponto médio de uma aresta oposta

Figura 15 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
sua face triangular ao centro de sua face triangular oposta

14
4. Octaedrotruncado

Figura 16 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
sua face hexagonal ao centro de sua face hexagonal oposta

Figura 17 - Simetria quaternária


Simetria quaternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do
centro de uma face quadrada ao centro de outra face quadrada oposta

Figura 18 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do ponto
médio de uma aresta ao ponto médio de uma aresta oposta do hexágono.

15
5. Rombicuboctaedro

Figura 19 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face quadrada ao centro de outra face quadrada oposta.

Figura 20 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face triangular ao centro de outra face triangular oposta

Figura 21 - Simetria quaternária


Simetria quaternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do
centro de uma face quadrada ao centro de outra face quadrada oposta

16
6. Cuboctaedro rombitruncado

Figura 22 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face hexagonal ao centro de outra face hexagonal oposta.

Figura 23 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face quadrada ao centro de outra face quadrada oposta.

Figura 24 - Simetria quaternária


Simetria quaternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro
de uma face octogonal ao centro de outra face octogonal oposta.

17
7. Cuboctaedro snub

Figura 25 - Simetria quaternária


Simetria quaternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro
de uma face quadrada ao centro de outra face quadrada oposta.

Figura 26 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face triangular ao centro de outra face triangular oposta.

Figura 27 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do ponto
médio de uma aresta ao ponto médio da aresta oposta do triângulo.

18
8. Icosidodecaedro

Figura 28 - Simetria quinaria


Simetria quinaria - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro
de uma face pentagonal ao centro de outra face pentagonal oposta.

Figura 29 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face triangular ao centro de outra face triangular oposta.

Figura 30 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo passando em
vértices opostos.

19
9. Dodecaedrotruncado

Figura 31 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do ponto
médio de uma aresta ao ponto médio da aresta oposta da face decagonal.

Figura 32 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face triangular ao centro de outra face triangular oposta.

Figura 33 - Simetria quinaria


Simetria quinaria - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face decagonal ao centro de outra face decagonal oposta.

20
10. Icosaedro truncado

Figura 34 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do ponto
médio de uma aresta ao ponto médio da aresta oposta do hexágono.

Figura 35 - Simetria quinaria


Simetria quinaria - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face pentagonal ao centro de outra face pentagonal oposta.

Figura 36 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face hexagonal ao centro de outra face hexagonal oposta.

21
11. Rombicosidodecaedro

Figura 37 - Simetria quinaria


Simetria quinaria - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face pentagonal ao centro de outra face pentagonal oposta.

Figura 38 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face quadrada ao centro de outra face quadrada oposta.

Figura 39 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face triangular ao centro de outra face triangular oposta.

22
12. Icosidodecaedro rombitruncado

Figura 40 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face hexagonal ao centro de outra face hexagonal oposta.

Figura 41 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face quadrada ao centro de outra face quadrada oposta.

Figura 42 - Simetria quinaria


Simetria quinaria - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face decagonal ao centro de outra face decagonal oposta.

23
13. Icosidodecaedro snub

Figura 43 - Simetria quinaria


Simetria quinaria - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face pentagonal ao centro de outra face pentagonal oposta.

Figura 44 - Simetria binária


Simetria binária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do ponto
médio de uma aresta ao ponto médio da aresta oposta da face triangular.

Figura 45 - Simetria ternária


Simetria ternária - Esta simetria se apresenta quando trabalhamos com o eixo do centro de
uma face triangular ao centro de outra face triangular oposta.

24
POLIEDROS REGULARES ESTRELADOS

O poliedro estrelado é aquele em que os planos das faces secionam o poliedro. Em alguns casos dos
poliedros estrelados, as faces são polígonos estrelados. Isso, entretanto, não é condição essencial. Os
poliedros regulares estrelados estão inscritos em poliedros regulares convexos.

Segundo Rangel (s/d) há 04 Tipos de Poliedros


Regulares Estrelados. Partindo-se do princípio
de que a todo poliedro estrelado corresponde,
sempre, outro poliedro que lhe é circunscrito,
tendo, ambos, vértices comuns. Verifica-se que
as arestas de um poliedro estrelado podem ser
diagonais do poliedro que o circunscreve, ou
podem ser as próprias arestas daquele.

Figura 46 – Poliedro Estrelado

Quando o poliedro circunscrito é regular, o poliedro estrelado inscrito também é regular, pois é
evidente que o poliedro inscrito tem, também, todas as arestas iguais entre si e seus ângulos sólidos
são todos iguais, porque ou são formados pelas próprias arestas do poliedro convexo ou por suas
diagonais.

Desse modo, conclui-se que só existem quatro tipos de poliedros regulares estrelados, como se passa
a demonstrar.

Procura-se verificar quais são os poliedros estrelados inscritos nos poliedros convexos regulares,
considerando-se indispensável o seguinte:
 que a união de cada dois vértices considerados em um poliedro convexo regular dê margem à
formação de polígonos regulares os quais são as possíveis faces dos poliedros estrelados;
 que pelo menos, pelo menos, cada três polígonos obtidos da forma anteriormente referida
forme um ângulo sólido com o vértice comum do poliedro convexo.

Segundo Rangel (s/d), aplicando-se as condições citadas, anteriormente, nos poliedros regulares
convexos, tem-se:

Tetraedro. Não se consegue poliedro estrelado, visto que a união de cada dois de seus vértices dá
sempre margem à formação de suas próprias faces, não havendo possibilidade de formação de
qualquer outro polígono.

Cubo (ou Hexaedro). Não se consegue poliedro estrelado. A união de cada dois de seus vértices dá
margem à separação dos seguintes grupos de segmentos:

25
 formado pelo diâmetro do cubo; nesse caso, não formam polígonos;
 formado pelas arestas; nesse caso, as arestas só dão margem à formação das próprias faces;
 formação pelas diagonais das faces; nesse caso, não formam-se oito triângulos equiláteros.
Esses triângulos formam dois tetraedros, tendo um octaedro para núcleo.
Tem-se, portanto, nesse caso, um bloco poliédrico.

Octaedro. Não se consegue poliedro estrelado. A união de cada dois de seus vértices dá margem à
separação dos seguintes grupos de segmentos:
 formado pelos diâmetros do octaedro; nesse caso, não dão margem à formação de polígonos;
 formado pelas arestas; nesse caso, ou só dão margem à formação das próprias faces ou
formam quadrados que não se unem em ângulos sólidos;
 formado por arestas e diagonais. São triângulos que não se unem em ângulo sólido.

Dodecaedro. Pode-se obter um poliedro estrelado. A união de cada dois de seus vértices dá margem
à separação dos seguintes grupos:
 formado pelos diâmetros do dodecaedro; nesse caso, não dão margem à formação de
polígonos;
 formado pelas arestas; nesse caso, as arestas só dão margem à formação das próprias faces;
 formado pelas diagonais das faces, dando os seguintes subgrupos:
1. formação de três quadrados que se ajustam, dando 5 cubos inscritos. Tem-se,
portanto, nesse caso, um bloco poliédrico;
2. formação de 12 pentágonos regulares convexos que, por não se ajustarem em ângulos
sólidos, não dão poliedros estrelados;
 formado pelas diagonais do dodecaedro que unem cada vértice aos extremos das diagonais
das faces do vértice oposto; tem-se a formação de dez tetraedros inscritos. Tem-se, portanto,
nesse caso, um bloco poliédrico;
 formado pelas diagonais do dodecaedro que unem cada vértice aos extremos das arestas do
vértice oposto. Esses segmentos, além de formarem pentágonos estrelados, ajustam-se 3 a 3
em ângulos sólidos, formando um poliedro regular estrelado que é o dodecaedro de 20
vértices com faces pentagonais estreladas. Possui núcleo icosaedral.

Icosaedro. Podem-se obter três poliedros estrelados. A união de cada dois de seus vértices dá
margem à separação dos seguintes grupos de segmentos:
 formado pelos diâmetros do icosaedro; nesse caso, não dão margem à formação de poliedros;
 formado pelas arestas. As arestas dão margem à formação de pentágonos regulares convexos
que se ajustem 5 a 5 em ângulos sólidos, formando um poliedro regular estrelado, que é o
dodecaedro de 2 vértices com faces pentagonais convexas ;
 formado pelas diagonais dos pentágonos convexos limitados pelas arestas do poliedro. Essas
diagonais dos pentágonos determinam pentágonos regulares estrelados que se ajustem 5 a 5
em ângulos sólidos, formando um poliedro regular estrelado, que é o dodecaedro de 12
vértices com faces pentagonais estreladas. Possui núcleo dodecaedral.
 formado pelas diagonais que unem alternadamente cada vértice aos contíguos opostos,
formando triângulos equiláteros. Esses triângulos se ajustam 5 a 5 em ângulos sólidos,
formando um poliedro regular estrelado, que é o icosaedro estrelado. Tem 12 vértices.

26
Fica assim demonstrado que só existem quatro tipos de poliedros regulares estrelados, sendo três
dodecaedros e em icosaedro. Tem-se, então:

1) Dodecaedro de 20 vértices formado por 12 faces e 60 facetas, que são, respectivamente,


pentágonos regulares estrelados e triângulos isósceles. Seus vértices são vértices de um dodecaedro
convexo regular. Tem 30 arestas e 20 vértices. Pode ser obtido por seções planas no dodecaedro
convexo regular, sendo as seções feitas por planos diametrais. Pode ser obtido, também, pelo
prolongamento das arestas (ou faces) de um icosaedro regular convexo. Admite um núcleo, que é
um icosaedro convexo regular; é, pois, um icosaedro piramidado, em que as arestas das pirâmides
têm os mesmos apoios que as arestas do núcleo.
2) Dodecaedro de 12 vértices com núcleo formado por 12 faces e 60 facetas, que são,
respectivamente, pentágonos regulares estrelados e triângulos isósceles. Seus vértices são vértices de
um icosaedro de vértice regular. Tem 30 arestas e 12 vértices. Pode ser obtido por seções planas no
icosaedro convexo regular, sendo as seções feitas por planos diametrais.
3) Dodecaedro de 12 vértices sem núcleo formado por 12 faces e 60 facetas, que são,
respectivamente, pentágonos regulares convexos e triângulos isósceles. Seus vértices, bem como
suas arestas, sãs, também, vértices e arestas de um icosaedro convexo regular. Tem 30 arestas e 12
vértices. Pode ser obtido por seções planas no icosaedro convexo regular, sendo as seções feitas por
planos diametrais.
4) Icosaedro estrelado formado por 20 faces e 180 facetas. As faces são triângulos
equiláteros e as facetas são constituídas de 120 triângulos escalenos e 60 triângulos isósceles. Seus
vértices são vértices de um icosaedro regular convexo. Tem 30 arestas e 20 vértices. Pode ser obtido
por seções planas no icosaedro convexo regular, sendo as seções feitas por planos diametrais.

27
PRISMA

É um poliedro compreendido entre dois


polígonos iguais e paralelos, e cujas faces
laterais são paralelogramos.

Prisma Reto ou Oblíquo conforme as faces


laterais sejam perpendiculares ou oblíquas às
bases.

Todas as arestas laterais de um prisma são


iguais, como sendo retas paralelas
compreendidas entre planos paralelos.
Prisma regular - base polígono regular.
Figura 47 - Embalagem metálica
Altura do prisma é a distância entre as bases. da BAUDUCCO

Tronco de prisma - é a porção do prisma secionada por um plano oblíquo à base e que corta todas as
arestas laterais.

PIRÂMIDE
É um poliedro que tem por base um polígono qualquer, e por faces laterais triângulos que têm um
ponto em comum. Este ponto é o vértice da pirâmide.

Pirâmide Regular Equilátera - as faces são


triângulos equiláteros, só existindo três casos:
a de base triangular (tetraedro); a de base
quadrada (metade do octaedro) e a de base
pentagonal (parte de um icosaedro)
Altura de uma pirâmide é a perpendicular
baixada do vértice ao plano da base.
Uma pirâmide é regular quando a base é um
polígono regular, e a altura cai no centro desse
polígono. Numa pirâmide regular, todas as
arestas laterais são iguais, as faces laterais são
triângulos isósceles iguais; a altura de cada um Figura 48 - Construção Arquitetônica com forma de
desses triângulos é um apótema da pirâmide, tronco de pirâmide (NTI – UFPE)
não confundir com apótema da base.
Tronco de pirâmide é a porção compreendida entre a base e um plano que seciona todas as arestas
da pirâmide.

TEOREMA - Se uma pirâmide for cortada por um plano paralelo à base:


1o - As arestas laterais e a altura se acham divididas na mesma razão.
2o - A seção plana e a base são polígonos semelhantes.
3o - Esses dois polígonos estão entre si como os quadrados de suas distâncias ao vértice da pirâmide.

28
SUPERFÍCIES CURVAS

Superfície curva é a figura descrita por uma linha geratriz que se desloca, mudando muitas vezes de
posição e, ao mesmo tempo, de forma e de grandeza, segundo uma lei determinada e contínua.

Geratriz - é a linha móvel que descreve a superfície.

Lei de geração - é a determinação do movimento de cada forma linear sem nada deixar de arbitrário,
quanto à posição e grandeza da geratriz, pela exigência de condições espaciais ou peculiares à
superfície descrita.

Diretrizes são linhas ou superfícies fixas que determinam, em relação à geratriz, em cada posição, as
condições peculiares da lei de geração de uma superfície.

Interseção entre Superfícies Curvas


Casos: Penetração - quando uma das superfícies tem todas as geratrizes cortadas. Neste caso temos
duas linhas de distintas que definem a interseção: uma curva de entrada e uma curva de saída;
Engastamento - quando as superfícies têm geratrizes não cortadas. Uma única linha define a
interseção; Ponto Duplo - as linhas de entrada e de saída têm um ponto em comum. Neste ponto o
plano tangente é comum às duas superfícies. Sendo este definido pelas geratrizes das duas
superfícies que se cortam no ponto de tangência (ponto duplo).

Classificação das Superfícies Curvas

Classificar as superfícies é agrupá-las pelas propriedades semelhantes e separá-las pelas que têm
maior dissimelhança.

Já é bastante antiga a discussão sobre a classificação das mesmas. Segundo Rodrigues (1968) os
primeiros estudiosos as classificaram segundo suas equações. Esta classificação, no entanto, tem
seus defeitos porque superfícies de geratrizes retas e curvas estão em um mesmo grupo. Vale
salientar que por mais perfeita que ela seja, sob o ponto de vista lógico, não devemos, entretanto,
esquecer que não raramente uma mesma superfície pode ser classificada em grupos diferentes
(Monteiro, apud FIC, 1960).

Já Monge passa a classificar as superfícies pela natureza de suas geratrizes e lei de geração.

Outros trabalhos mais recentes como o de Costa et al (1994) mostra uma outra visão de
agrupamento, que se dá através da(s) malha(s) das superfícies.

No entanto, seguimos aqui a classificação apresentada por Rodrigues, baseada no trabalho de


Monteiro. “A classificação das superfícies estabelecida por Gaspar Monge, na sistematização
científica da Geometria Descritiva, baseia-se na própria definição de superfície, tendo por idéia
principal a forma, como meio único e racional de agrupá-las em classes, divisões e famílias,
dotadas de propriedades geométricas comuns” (Rodrigues, 1968, p. 248).

29
QUADRO RESUMO

Cone - caso geral


Grupo das Cilindro - caso geral
Retilíneas Helicóide Desenvolvível
Desenvolvíveis

S Hiperbolóide Escaleno
U de uma folha
P Classe das Parabolóide Hiperbólico
E Retilíneas Grupo das Cilindróide
R Retilíneas Conóide
F Reversas Helicóide Axial Plano Diretor
Í Cone Diretor
C
I Cone de Revolução
E Cilindro de Revolução
S Esfera
Sup. Circulares de Elipsóide Alongado
Grupo das Revolução Achatado
Circulares Hiperbolóide de 1 e 2
G em Geral folhas
E Parabolóide de
O Revolução
M
É Classe das Sup. Circulares de Toro Circular
T Curvas Circunvolução Serpentina
R Propriamente
I Ditas Cone de 2a Ordem
C Cilindro de 2a Ordem
A Sub-Grupo de Parabolóide Elíptico
S 1a Espécie Elipsóide Escaleno
Hiperb. Elíptico de 1 e 2
Quádricas em folhas
Geral
Sub-Grupo de Toro Elíptico,
2a Espécie Hiperbólico e Parabólico
Superfície Topográfica

Temos, então, conforme a natureza da geratriz, duas grandes classes:


 Classe das superfícies geradas por uma reta
 Classe das superfícies geradas por uma curva

Classe de superfícies geradas por uma reta - dentro desta classe, também dita classe das
superfícies retilíneas, estabeleceu-se duas grandes divisões.

30
a) Grupo das Superfícies Retilíneas Desenvolvíveis - a superfície pode ser estendida sobre
um plano sem contração de nenhuma de suas partes. Três casos caracterizam as famílias das
superfícies cônicas em geral, cilíndricas em geral e as de aresta de reversão propriamente ditas, das
quais o Helicóide Desenvolvível é a melhor expressão.

 Superfície Cônica em Geral vem a ser a superfície gerada por uma reta, da qual duas
posições infinitamente próximas da geratriz estão situadas no mesmo plano e cortam-se num
ponto que é o vértice da superfície.
 Superfície Cilíndrica em Geral é a superfície gerada por uma reta, da qual duas posições
infinitamente próximas estão no mesmo plano e são paralelas.
 Helicóide Desenvolvível é a superfície gerada por uma reta, da qual duas posições
infinitamente próximas estão no mesmo plano e são tangentes à hélice cilíndrica normal.

b) Grupo das Retilíneas Reversas - a segunda das grandes divisões das superfícies
retilíneas é chamada Grupo das superfícies reversas ou enviesadas por não serem planificáveis.
Estão agrupadas segundo a natureza das diretrizes.

Teoremas de Monge:
1o TEOREMA - a superfície será reversa se uma das diretrizes for retilínea.
2o TEOREMA - a superfície que admite um plano diretor é reversa

Baseados nos teoremas apresentado, temos seis subgrupos ou famílias abrangendo os mais
importantes tipos de superfícies retilíneas reversas:
 3 diretrizes retas não coplanares
 2 diretrizes retas e 1 plano diretor
 2 diretrizes curvas e um plano diretor
 1 diretriz reta, 1 curva e 1 plano diretor
 1 hélice cilíndrica, 1 reta e 1 plano diretor.
 1 hélice cilíndrica, 1 reta e 1 cone diretor.

Classe das Superfícies Geradas por uma Curva - são geradas por uma curva e constituem a outra
grande classe. De acordo com a natureza da curva geratriz têm-se divisões e grupos análogos em
extensão aos das superfícies retilíneas.

Esta classe apresenta-se dividida em dois grupos caracterizados pela natureza (forma) da geratriz
que são
 Circulares em Geral
 Quádricas em Geral

a) Grupo das Circulares em Geral - são as superfícies descritas por uma circunferência.
Este grupo está subdividido em dois subgrupos ou famílias de acordo com o movimento de geração
dessas superfícies - o centro da geratriz pode descrever uma reta ou uma curva - pelos
deslocamentos e a variação ou não do raio da curva.

31
1) Família das Circulares de Revolução - quando o centro da circunferência descreve uma
reta perpendicular ao seu plano.
 Cone de Revolução
 Cilindro de Revolução
 Esfera
 Elipsóide de Revolução alongado e achatado
 Hiperbolóide de Revolução de 01 e 02 folhas
 Parabolóide de Revolução

2) Família das Circulares de Circunvolução - quando o centro da circunferência descreve


uma curva.
 Toro Circular
 Serpentina

b) Grupo das Quádricas em Geral - são as superfícies descritas por uma cônica.

32
GRUPO DAS RETILÍNEAS DESENVOLVÍVEIS

Superfícies Cônicas em Geral


É a superfície gerada por uma reta obrigada a deslocar-se sobre uma curva e com um ponto fixo em
uma reta (eixo). Possui duas folhas.

Representação
Representar a superfície cônica é definir o seu
contorno aparente nas projeções ortogonais,
estabelecendo linhas visíveis e invisíveis.

Plano Tangente
É o plano definido por uma de suas geratrizes e
a tangente à curva no ponto de interseção entre
a geratriz e a curva.

Seção Plana
É obtida através de pontos de interseção das
geratrizes com o plano de seção.

Figura 49 - Cone

V2
Contorno Aparente

b2
c2

LT

a1

d1
c1

Figura 12 – Vistas
Ortográficas do Cone
b1

V1

33
O contorno aparente da superfície cônica será diferenciado para cada vista ortogonal em função do
plano projetante tangente à mesma para cada plano de projeção. Na figura 11, na vista em 1 as
geratrizes que limitam a superfície são a1 e b1 (tangentes à base e traçadas a partir do vértice - V1).
Verifique que as mesmas geratrizes (a e b) em 2 ocupam uma posição qualquer. Na vista em 2, as
geratrizes limites são c2 e d2, traçadas da base ao vértice (V2). Note-se que as geratrizes limites
também definem a visibilidade da superfície nas vistas ortogonais.

Pertinência
Para pertencer à superfície o ponto deverá pertencer a uma geratriz (curva ou reta) da mesma.

Superfícies Cilíndricas em Geral


É a superfície gerada por uma reta obrigada a deslocar-se sobre uma curva e manter-se paralela a
uma direção dada (eixo).

Representação
Representar a superfície cilíndrica é definir o
seu contorno aparente nas projeções ortogonais,
estabelecendo linhas visíveis e invisíveis.

Plano Tangente
É o plano definido por uma de suas geratrizes e
a tangente à curva no ponto de interseção entre
a geratriz e a curva.

Seção Plana
É obtida através de pontos de interseção das
geratrizes com o plano de seção.

Figura 50 - Cilindro

Contorno Aparente
Igualmente à superfície cônica, a superfície cilíndrica terá o seu contorno aparente diferenciado para
cada vista ortogonal em função do plano projetante tangente à mesma para cada plano de projeção.
Na Figura 51, na vista em 1 as geratrizes que limitam a superfície são a1 e b1 (tangentes à base e
traçadas paralelas à direção do eixo projetado em 1). Verifique que as mesmas geratrizes (a e b) em
2 ocupam uma posição qualquer. Na vista em 2, as geratrizes limites são c2 e d2, traçadas da base
paralelas ao eixo em 2.

34
c2 b2
d2

a2

LT

b1

d1

c1
a1

Figura 51 – Vistas ortográficas do cilindro caso geral

Note-se que as geratrizes limites também definem a visibilidade da superfície nas vistas ortogonais.

Pertinência
Para pertencer à superfície o ponto deverá pertencer a uma geratriz (curva ou reta) da mesma.

35
Helicóide Desenvolvível

É a superfície gerada pelas tangentes a uma mesma hélice cilíndrica. A hélice é uma curva de dupla
curvatura, porque os seus pontos não estão sobre um mesmo plano.

Figura 52 – Vistas ortográficas e perspectiva do Hiperbolóide de revolução

Figura 53 – Modelo de Helicóide desenvolvível - "A Educação do Olhar: apreensão dos


atributos geométricos da forma dos lugares", coordenadora profª Maria Ângela Dias do
Programa de Pós- Graduação em Arquitetura (Proarq/ FAU-UFRJ).

36
GRUPO DAS RETILÍNEAS REVERSAS

Hiperbolóide Escaleno de uma Folha - 3 diretrizes retas

É a superfície gerada por uma reta, da qual duas posições infinitamente próximas da geratriz não
estão no mesmo plano, obrigada a apoiar-se, constantemente, em três diretrizes retilíneas, não
coplanares entre si.

Representação
Determina-se uma geratriz dessa superfície
quando se traça uma reta que se apóia em três
retas dadas.
O Hiperbolóide escaleno, também, pode ser
gerado pelo movimento elíptico de uma reta
em torno de outra não coplanar. Equivale a
darmos como diretrizes 3 elipses homotéticas
estando os centros em uma reta perpendicular
aos planos das mesmas. As geratrizes são retas
que se apóiam nas 3 elipses (Figura 54).

Plano tangente à superfície - é distinto para 1 2= 12 11= 3 10= 4 9= 5 6= 8 7 LT

cada ponto da geratriz e contém essa geratriz,


porque a superfície é retilínea reversa. É 11 10 9
determinado por duas geratrizes (uma de cada 12 8
sistema), sendo o ponto de interseção o ponto
de tangência. 1 7

2 6
Figura 54 – Hiperbolóide
Escaleno 3 4 5

Parabolóide Hiperbólico - 2 diretrizes retas e um plano diretor.

É a superfície reversa gerada por uma reta, obrigada a apoiar-se em duas geratrizes retilíneas não
coplanares, conservando-se no seu movimento sempre paralela a um plano diretor. O parabolóide
Hiperbólico admite 2 sistemas de geratrizes. Uma geratriz de um sistema encontra todas as
geratrizes do sistema diferente e, por consequência, duas geratrizes quaisquer de um mesmo sistema
não se encontram nunca.

Plano tangente à superfície - é determinado pelo ponto de interseção de 2 geratrizes de sistemas


diferentes.

Seção Plana - é determinada por pontos, encontro das geratrizes com o plano secante. O resultado da
seção pode ser uma hipérbole, uma parábola ou uma reta.

37
Representação
Para obter-se uma geratriz basta determinar a interseção de duas diretrizes com o plano paralelo ao
plano diretor (Figura 55). Estes dois pontos determinam uma reta geratriz. Para representar o
parabolóide hiperbólico as retas geratrizes deverão ser traçadas apoiadas nas retas diretrizes (AB e
CD). Para conseguir as geratrizes as diretrizes devem se divididas em partes iguais. A cada ponto de
AB corresponderão pontos respectivos em CD.

Figura 55 – Vistas Ortográficas do Parabolóide Hiperbólico

Aplicações - folhas de superfície elástica para cobertura de áreas, cascas de concreto armado.

Figura 56 - Coberta de Templo Evangélico - Recife/PE

38
Figura 57 - Coberta de Estação de Ônibus - Salvador/BA

Cilindróides - 2 diretrizes curvas, um plano diretor.

É a superfície reversa gerada por


uma reta, obrigada a apoiar-se em
duas curvas diretrizes, conservando-
se no seu movimento paralela a um
plano diretor.

Figura 58 - Cobertura de
Concessionária - Recife/PE

Representação
Constroem-se as posições da geratriz cortando estas curvas por um plano paralelo ao plano diretor.
A interseção do plano com as curvas determina os pontos de uma ou mais geratrizes dessa
superfície.

Plano tangente à superfície - é determinado pela geratriz que contém o ponto e a tangente à curva no
encontro da geratriz com a mesma.

Seção plana - é determinada por pontos - encontro das geratrizes com o plano secante.

39
Conóide - 1 diretriz curva, 1 reta e 1 plano diretor

É a superfície gerada por uma reta,


obrigada a apoiar-se em duas geratrizes,
uma curva e uma reta, conservando-se em
seu movimento paralela a um plano diretor.
O conóide é reto se a diretriz retilínea de
geração é perpendicular ao plano diretor.

Figura 59 - Coador de café da MELITA

Figura 60 – Perspectiva dos Elementos do Conóide

Representação
Constroem-se as geratrizes desta superfície, cortando as duas diretrizes por uma plano paralelo ao
plano diretor. Da interseção das diretrizes com os planos resultam posições das geratrizes.

Plano tangente à superfície - - é determinado pela geratriz que contém o ponto e a tangente à curva
no encontro da geratriz com a mesma.

Seção plana - é determinada por pontos, encontro das geratrizes com o plano secante.

40
Helicóide Axial de Plano diretor - 1 hélice cilíndrica e um plano diretor.

É a superfície descrita por uma reta, que se apóia numa diretriz reta, eixo do cilindro núcleo de uma
hélice e na própria hélice cilíndrica, conservando-se em seu movimento sempre paralela a um plano
diretor.

Representação
As geratrizes são determinadas por interseção
entre o eixo e a hélice com planos paralelos ao
plano diretor. Os pontos de interseção
representam duas posições dessas geratrizes.

Plano tangente a superfície por um ponto - é


determinado pela geratriz que contém o ponto e
a tangente a hélice no encontro da geratriz com
a mesma.

Seção plana - é determinada por pontos,


encontro das geratrizes com o plano secante.

Figura 61 - Escultura do Epcot Center

Aplicação – na arquitetura é largamente utilizado em escadas helicoidais, rampas helicoidais; e na


industria pode ser em filetes de parafusos ou ainda como Transportador helicoidal para produtos de
fácil dispersão ou necessidade de isolamento do meio, em situações de mineração: no transporte de
carvão, pedra, minério de ferro, areia, cal, etc.; na indústria química para sais, enxofre, uréia,
adubos, sulfatos, etc.; na indústria alimentícia para açúcar, sal, farinha, cacau, cereais, etc.; no
tratamento de efluentes de água e esgoto; material cerâmico e até da construção civil como cimento,
massa de concreto e areia com umidade elevada.

41
Figura 63 – Helicóides para aplicação industrial

Figura 62 - Escada de Galeria


de Lojas - Recife/PE

Representação e Pertinência
Constroem-se as geratrizes desta superfície, apoiando-se estas, nas duas diretrizes, eixo do cilindro e
hélice cilíndrica, mantendo-se paralela ao plano diretor. Qualquer ponto que pertença à superfície
deverá pertencer a uma geratriz da mesma.

Figura 64 – Vistas ortográficas e Perspectiva

42
Helicóide Axial de Cone Diretor - 01 hélice cilíndrica, 01 reta e 01 cone diretor
É a superfície descrita por uma reta, que se apoia numa diretriz reta, eixo de cilindro núcleo da
hélice, conservando-se em seu movimento paralela às geratrizes de um cone diretor.

Representação - as geratrizes são determinadas


por retas que se apóiam na hélice e no eixo
formando com este um ângulo constante.

Plano tangente à superfície por um ponto - é


determinado pela geratriz que contém o ponto
e a reta tangente à hélice na interseção da
geratriz com a mesma.

Figura 65 – Vistas Ortográficas


do Helicóide

Esta superfície é geralmente aplicada em


filetes de roscas do tipo triangular.

Aplicação - “Parafusos de filete triangular é


uma das principais aplicações dessa
superfície, na qual as duas faces do filete são
porções de duas helicoides axiais de cone
diretor. A folha superior de um deles forma a
face inferior do filete, da mesma maneira que
a face superior do filete é formada pelo
inferior do outro” (Rodrigues, 1968, p. 351).

Figura 66 - Broca de Rosca


de Filete Triangular

43
SUPERFÍCIES CIRCULARES DE REVOLUÇÃO

As Circulares de revolução admitem dois sistemas de geratrizes ortogonais entre si: os paralelos e os
meridianos. Os planos que cortam essas superfícies perpendicularmente ao eixo das mesmas
determinam os paralelos; e os planos que as cortam contendo o eixo dessas, determinam os
meridianos. Ainda podemos ter o paralelo máximo denominado equador e o paralelo mínimo
denominado gola. Estas superfícies admitem também o chamado cone das tangentes e o cone das
normais.

Figura 68 - Vidro de perfume - Boticário


Figura 67 - Jarro de barro

Paralelos e meridianos nas superfícies de revolução


Toda superfície de revolução possui Paralelos e Meridianos (Figura 69). Os primeiros são obtidos
por planos de seção perpendiculares ao eixo de rotação da superfície. Os meridianos são obtidos por
planos se seção que contêm o eixo de rotação desta.

Figura 69 – Objeto gerado por superfície de revolução e sua perspectiva com paralelos e meridianos

44
Cone de Revolução

É a superfície gerada pelo deslocamento de uma circunferência, cujo centro descreve uma reta
perpendicular ao plano do círculo, variando o raio da circunferência geratriz de maneira que a
distância do centro do cone esteja para o, cumprimento do raio numa relação constante; neste
exemplo a geratriz conserva a sua forma primitiva, mas varia a grandeza.

Plano Tangente - contém a geratriz reta no ponto de


tangência e a tangente à curva no mesmo ponto.

Seção Plana - é determinada por pontos, encontro das


geratrizes com o plano secante. Pode ser uma circunferência,
uma elipse, uma parábola ou uma hipérbole, conforme a
posição do plano de seção em relação ao eixo do cone.

Figura 70 - Funil de
utilidade doméstica

Representação e pertinência

Contorno Aparente

O contorno aparente será definido pelas


geratrizes limites na vista (Figura 71: frente –
retas; superior - circunferência).

Pertinência
Para pertencer à superfície o ponto deverá
pertencer a uma geratriz (curva ou reta) da
mesma (Figura 71).

Figura 71 – Vistas Ortográficas


do Cone de Revolução

45
Cilindro de Revolução

É a superfície gerada pelo deslocamento de uma circunferência


de raio invariável, cujo centro descreve uma reta perpendicular
ao plano do círculo; neste caso a geratriz não varia nem de
forma, nem de grandeza.

Plano Tangente
Contém a geratriz reta no ponto de tangência e a tangente à
curva no mesmo ponto.

Seção Plana
É o lugar dos pontos onde as geratrizes interceptam o plano de
seção. Pode ser uma circunferência, uma elipse ou duas retas
conforme a posição do plano de seção em relação ao eixo do
cilindro.

Figura 72 - Caixa d’água - Recife/PE

Contorno Aparente

O contorno aparente será definido pelas


geratrizes limites na vista (Figura 73: frente –
retas; superior – circunferência).

Pertinência
Para pertencer à superfície o ponto deverá
pertencer a uma geratriz (curva ou reta) da
mesma (Figura 73).

Figura 73 - Vistas Ortográficas


do Cilindro de Revolução

46
Esfera

Definição - é a superfície gerada pela rotação de uma


circunferência em torno de um de seus diâmetros.
Seus paralelos e meridianos são sempre
circunferências. Possui equador.

Plano tangente
É tangente em um único ponto de contato com a
superfície. Contém a tangente ao paralelo e a
tangente ao meridiano que se interceptam no ponto
de tangência.

Figura 74 - Luminária Pública


Recife/PE

Seção Plana
m2
É o lugar dos pontos onde as geratrizes
p2
interceptam o plano de seção. Toda e
qualquer seção plana na esfera resulta em uma
circunferência, pois os pontos mantêm a
propriedade de serem eqüidistantes do centro
da esfera e definem a base de um cone reto,
ou seja, uma circunferência.
E2
Teorema - sempre que um plano corta a
superfície de uma esfera tem como resultado
da interseção uma circunferência.
LT
Representação – a esfera será representada em
suas vistas ortogonais pelo seu paralelo na
vista em 1 e por um de seus meridianos em P’
1

sua vista em 2 (Figura 75).

Pertinência – todo ponto que pertence à m1


e1
superfície pertencerá a um de seus paralelos
ou meridianos. Portanto, para encontrar um
ponto na superfície basta encontrá-lo sobre o
paralelo ou meridiano correspondente (Figura p1

75).
Figura 75 – Pertinência de Pontos

47
Elipsóide de Revolução

É a superfície descrita pelo movimento circular de uma elipse em torno do eixo maior - elipsóide
alongado - ou em trono do eixo menor - elipsóide achatado. Seus paralelos são circunferências e
seus meridianos são elipses.

Plano tangente
É tangente em um único ponto de contato com a
superfície. Contém a tangente ao paralelo e a
tangente ao meridiano que se interceptam no
ponto de tangência.

Seção Plana
É o lugar dos pontos onde as geratrizes
interceptam o plano de seção

Figura 76- Luminária Pública


Recife/PE

Representação e pertinência

Para que um ponto pertença a uma superfície, ele deverá pertencer a uma de suas geratrizes. A
seguir vemos como verificar se um ponto pertence a uma superfície.

O ponto P na projeção de frente (P2) pertence


à superfície do elipsóide alongado
representado por suas projeções superior e de
frente. Encontrar a projeção de P na vista
superior (Figura 77).

Como já falamos, se o ponto pertence à


superfície, pertence a uma de suas geratrizes.
Assim, podemos traçar um paralelo na vista
de frente, que estará reduzido a uma reta,
coincidindo com a posição do ponto P2.

Na vista superior, o paralelo aparecerá em


verdadeira grandeza como uma
circunferência. Se o ponto pertence a geratriz,
traçando a partir de sua projeção na vista de
frente a sua linha de chamada, esta cortará a
geratriz na vista superior em duas posições.
Tais posições são as duas possibilidades para
Figura 77 – Pertinência de Pontos o ponto P (P1 e P1´).

48
Se, ao contrário da situação anterior, o
ponto estivesse dado por sua vista
superior (Figura 78), poderíamos
começar traçando a circunferência com o
centro no eixo da superfície e raio igual a
distância até o ponto (P1).

Depois, encontraríamos a posição da


geratriz na vista de frente e então
traçaríamos a linha de chamada a partir a
vista superior de P1. Onde a linha de
chamada interceptasse a geratriz, seria a
posição do ponto na vista de frente (P2).

Figura 78- Pertinência


de pontos

Esse raciocínio vale para todas as superfícies de revolução, pois todas elas têm os paralelos em
verdadeira grandeza (circunferência) na vista superior quando o eixo de revolução é perpendicular a
л1 .

Parabolóide de Revolução

É a superfície gerada pelo movimento de uma parábola em torno do eixo dessa curva. Seus paralelos
são circunferências e seus meridianos são parábolas.
Plano tangente
É tangente em um único ponto de contato com a superfície. Contém a tangente ao paralelo e a
tangente ao meridiano que se interceptam no ponto de tangência.
Seção Plana
É o lugar dos pontos onde as geratrizes
interceptam o plano de seção. Será uma
elipse quando o plano de seção for
oblíquo ao eixo, uma parábola quando
for paralelo ao eixo e uma
circunferência quando for perpendicular
ao eixo.

Figura 79 - Antena de Recepção


Recife/PE

49
Representação e pertinência
Tal como nas superfícies anteriores, o contorno será definido pela geratriz limite, segundo a vista
realizada (na Figura 80: frente – parábola; superior – circunferência). Para que um ponto pertença à
superfície do parabolóide de revolução, ele deve pertencer a uma de suas geratrizes.

Figura 80 – Vistas Ortográficas e Perspectiva do Parabolóide de Revolução

Hiperbolóide de Revolução
É a superfície gerada pelo movimento de uma hipérbole em torno de um de seus eixos. Há, portanto,
dois casos de hiperbolóide de revolução: de uma folha - quando o giro é feito em torno do eixo não
transverso - e de duas folhas - quando o giro é feito em torno do eixo transverso. Possui gola.
Plano tangente
É tangente em um único ponto de contato com a
superfície. Contém a tangente ao paralelo e a
tangente ao meridiano que se interceptam no
ponto de tangência. Embora contenha a geratriz
reta da superfície, tem um plano distinto para
cada ponto da mesma. É obtido determinando
as duas geratrizes de sistemas distintos no ponto
de contato.
Seção Plana
É o lugar dos pontos onde as geratrizes
interceptam o plano de seção. Pode ser uma
elipse, uma parábola, uma hipérbole ou uma
circunferência. Figura 81 - Apoio de Cadeira da década de 70

50
Representação e pertinência
Como para todas as superfícies de revolução, o contorno será definido pela geratriz limite, segundo
a vista realizada (na Figura 82: frente – hipérbole; superior – circunferências). Para que um ponto
pertença à superfície do hiperbolóide de revolução, ele deve pertencer a uma de suas geratrizes.

Figura 82 - Vistas Ortográficas e Perspectiva do Hiperbolóide de Revolução

51
SUPERFÍCIES DE CIRCUNVOLUÇÃO

São superfícies geradas quando o centro da circunferência se desloca sobre uma curva.

Toro Circular
É a superfície gerada pela rotação de uma
circunferência em torno de uma reta de
seu plano que não passa pelo seu centro.
Essa superfície pode apresentar-se em
três situações:
Raio da circunferência < distância do
centro a reta - toro aberto

Raio da circunferência > distância do


centro a reta - toro reentrante
Raio da circunferência = distância do
centro a reta - toro fechado

Figura 83 - Galeria de Exposição - Jardim


Botânico - Curitiba/PR

Representação e pertinência
Para representar o toro circular por suas vistas ortogonais (Figura 84) serão traçados o seu
paralelo maior (equador) e sua gola (paralelo menor) na vista em 1. Na vista em 2, dois dos
seus meridianos e os limites tangentes a estes o representarão. Os pontos pertencentes a essa
superfície devem pertencer a uma de suas geratrizes

Figura 84 – Vistas Ortográficas e Perspectiva do Toro

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Serpentina

É a superfície gerada por uma esfera que se desloca tendo seu


centro sobre uma hélice cilíndrica.

Plano tangente
É tangente em um único ponto de contato com a superfície
podendo ser definido pelas tangentes à circunferência e a hélice
no ponto de contato (ou tangência).

Seção Plana - é o lugar dos pontos onde as geratrizes cortam o


plano de seção.

Utilização - são utilizadas em molas (cilíndricas ou cônicas) ou


serpentinas de equipamentos de refrigeração e aquecimento.

Figura 85 - Mola Helicoidal

Representação e pertinência
O contorno será definido pela geratriz limite, segundo a vista realizada (na Figura 86: frente –
hélices; superior – circunferências). Para que um ponto pertença à superfície da serpentina, ele deve
pertencer a uma de suas geratrizes.

Figura 86 – Vistas ortográficas e perspectiva da serpentina

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BIBLIOGRAFIA

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Globo, 1979. Tradução Inácio Vicente Berlitz.

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Anais do 11o Simpósio Nacional de Geometria Descritiva e Desenho Técnico. Recife: Gráfica de
ETFPE, 1994.

COSTA, Mário Duarte & outros. Geometria Gráfica Tridimensional - Ponto, Reta e Plano.
Volume 2. Recife, Editora Universitária, 1987.

_____________________. Geometria Gráfica Tridimensional - Sistemas de Representação.


Volume 1. Recife, Editora Universitária, 1987.

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Recife, Editora Universitária, 1991.

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Tradução e adaptação Eugenio B. Raja Gabaglia.

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diedrico.blogspot.com.br/2010/11/figuras-y-formas-geometricas.html.

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Sustentável. In A Insustentável leveza do ter - Anais do 4º Simpósio Brasileiro de Design
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Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, S/D.

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Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S.A., 1968.

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Técnico, 1970.

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SOLER, G G. El Mundo de los Poliedros. Madrid: Editorial Síntesis, 2007.

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br.html.

UFRGS. Hypercal. Disponível em http://www.gd.ufrgs.br/hypercal/Indice.htm.

55
FICHA TÉCNICA
Texto - Sandra de Souza Melo
Doutora em Pedagogia
Profª. Adjunto 4 - Depto de Expressão Gráfica

Tratamento das Imagens


Sandra de Souza Melo – Doutora em Pedagogia
David Ricardo de Souza – Licenciado em Desenho e Plástica

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