Comentaristas:

JOVENS E OBREIROS DA LIDERANÇA DO COMEPE E DA REDE MORADA

IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Editores: Pr. Elias Garcia Fernandes
Pb. Hermindo Elizeu da Silva (colaboração voluntária)
Lições do Primeiro Trimestre de 2024
LIÇÃO TEMA DATA PÁGINA
No princípio
01 Msa. Daniele das Dores do Prado 07/01 5
Relações cortadas
02 Dc. Israel Olímpio Costa Cabral
14/01 9
Buscando sinais
03 Evangelista Angélica Araújo Silva Freitas
21/01 13
Abraão, o amigo de Deus
04 Kátia Tatiane Gonçalves
28/01 17
Moisés, suba em um lugar
05 Joyce de Oliveira Braz
04/02 21
Veio a mim a palavra do Senhor
06 Pr. Ismael do Nascimento Lino
11/02 25
E o Verbo se fez carne
07 Pr. Tarcizio Estevam de Oliveira
18/02 29
Eu, porém, vos digo
08 Dc. Israel Artiaga Campos
25/02 33
Reconectados
09 Thalita Cássia Silva Poli
03/03 37
Um relacionamento que transforma
10 Dc. Arthur Rafael Duarte Rodrigues 10/03 41
Conexão perfeita pela graça
11 Pr. Jonhlesley Fernandes Garcia
17/03 45
Jovens atualizados na Palavra
12 Msa. Daniele das Dores do Prado
24/03 49
Não deixe o sinal cair
13 Pb. Marcus Henrique Oliveira de Jesus
31/03 53
Ensinando as Nações Jovem 3
 ENSINANDO AS NAÇÕES JOVEM
A PALAVRA JOVEM NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Presidente: Pr. José Clarimundo César
1º Vice: Pr. Jossele Clauber César
2º Vice: Pr. Claudino Borges
1º Secretário: Pr. Carlos Marcos da Silva
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. Lázaro Vieira Filho
2º Tesoureiro: Ev. João dos Santos Neto
Diretor Administrativo: Pr. Ramos de Paula Nascente
Vice-Diretor Administrativo: Pr. Israel Osmundo de Miranda

Vogais: Pr. Antônio Barbosa Vieira, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Elias Garcia Fernandes, Pr. José Airton
Faustino, Ev. Paulo Egídio dos Santos e Pr. Salvarino Pinto da Silva.
Conselheiros: Pr. Antônio José Soares, Pr. Guido Pires Borges e Pr. Isaías Graciano de Jesus.

Co-pastores da igreja SEDE

Pr. Edvaldo Batista Melo e Pr. Rogério Garcia Fernandes.

Diretor de Relações Institucionais: Pr. Venâncio Batista do Nascimento

Assistentes: Pr. Daniel Ferreira César
Atendimento: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
Livraria da Igreja AD de Anápolis: Pb. Aldmir de Macedo Azevedo Júnior
Projeto Gráfico e Fotos: Pr. Paulo Sartin

Publicação Trimestral da CIAD - CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS”

Av. Tiradentes, 615. CEP.: 75.040-010. Fone/Fax: (62)3315-8800. Anápolis, Goiás, Brasil.

MESA DIRETORA
Presidente: Pr. Sebastião José Inácio
1º Vice: Pr. Moisés José Inácio
2º Vice: Pr. Elismar Veiga da Silva
1º Secretário: Pr. Daniel Ferreira César
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
2º Tesoureiro: Pr. Paulo Sartin

CONSELHO CONSULTIVO
Presidente: Pr. José Clarimundo César
Vices: Pr. Jossele Clauber César e Pr. Claudino Borges

CONSELHEIROS
Pr. Adilson da Cruz Ribeiro, Pr. André Carlos Boaventura, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Dilson Resplandes dos
Santos, Pr. Edson Araújo Bruno, Pr. Evangelino Gomes de Andrade Filho, Pr. Jessé Câmara Braga Frota,
Pr. José Maria Gomes, Pr. Lázaro Francisco da Silva, Pr. Luís Carlos Vicente Júnior, Pr. Salvarino Pinto da
Silva e Pr. William da Rocha Melo

O TRABALHO LITERÁRIO DOS COMENTARISTAS É DE RESPONSABILIDADE DE CADA UM E CEDIDO

À CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS” PARA PUBLICAÇÃO.
Ensinando as Nações Jovem 4
 01

4
02
,2
Jan 07
NO PRINCÍPIO

a bíblia diz sua comunhão com Deus ao

escolher o pecado, sendo ex-
8 E ouviram a voz do Senhor Deus, que pulsos do Paraíso. Adão e Eva
passeava no jardim pela viração do dia; e marcaram a raça humana com a
escondeu-se Adão e sua mulher da presença separação da presença gloriosa
do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
do Senhor. Contudo, Deus Pai
já tinha um plano de resgate da
Gn 3.8 | ARC
humanidade, preparando um
Quando se pensa em Pa- caminho para o homem retornar
raíso, qual a primeira coisa que ao propósito original.
vem à cabeça? Qual a primeira
coisa que você pensa, quando te CONSEQUÊNCIAS DO
perguntam sobre o céu? Talvez PECADO
venha em sua mente uma pai-
sagem estonteante, as ruas de Além de nos separar de
ouro ou o mar de cristal. Mas Deus, o pecado ainda nos faz
a realidade é que o Paraíso e fugir da sua presença, fere a
o Céu têm a presença de Deus nossa identidade e agride pro-
como conteúdo principal. O ce- fundamente a nossa essência.
nário do Paraíso retrata a linda O pecado deixa as seguintes
comunhão que o homem tinha sequelas:
com Deus antes da queda. O
Senhor vinha todos os dias para • A separação
conversar e instruir aquele que
ele havia criado à sua imagem O pecado traz a sepa-
e semelhança (Gn 2.16,17). ração, pois fere a santidade
Mas, tentados pelo maligno, o do Senhor. Ademais, ele vem
homem e a mulher romperam como castigo pela transgres-
Ensinando as Nações Jovem 5
são, segundo a qual o próprio mãe”. Assim, ele demonstra
Senhor disse: “Certamente morre- como a humanidade ficou man-
reis”. Essa morte não se tratava, chada pelo pecado, bem como
inicialmente, do que talvez a sua essência. E não somente o
própria Eva tenha pensado que homem, mas a toda a criação
seria, ou seja, a física. Deus, na sofreu o abalo da consequência
realidade, estava falando de do pecado. O ser humano, ago-
uma morte espiritual. ra expulso do paraíso, teve que
lidar com a dor, com a morte,
• Faz fugir da presença de com doenças, entre outras coi-
Deus sas antes desconhecidas. Antes
da queda o homem criado por
Essa morte faz o homem Deus tinha uma intimidade in-
fugir da santa presença de Deus. crível com ele, depois da queda
O homem, agora consciente dos passou a viver grandes conflitos
seus erros, passa a ter medo internos. Contudo, ainda existe
de Deus e, por consequência, nele a chama da eternidade, e o
desvia-se do Senhor. O cora- Senhor continua com o desejo
ção de Adão não estava mais de comungar com ele.
voltado ao Senhor. A partir da
queda ele teve que lidar com • Desde a queda até hoje ...
maus desejos, culpa e perda da
sensibilidade espiritual. Diante da queda, o Se-
nhor vai até Adão, como de
• Fere a identidade e a essên- costume, e pergunta: “Onde
cia da criação estás?” (Gn 3.9). Adão então
relata que estava com medo e
A identidade do homem que havia se coberto com folhas
foi ferida pelo pecado, por isso de figueira. Em seguida, Deus
todos são considerados “pe- questiona o pecado: “Quem te
cadores”. Quanto a isso, o Rei mostrou que estavas nu? Comeste
Davi, pelo Espírito de Deus, tu da árvore de que te ordenei que
declarou no Salmo 51.5: “Eis não comesses”? (3.11). A resposta
que em iniquidade fui formado, de Adão foi: “A mulher que me
e em pecado me concebeu minha deste por companheira, ela me deu
Ensinando as Nações Jovem 6
da árvore, e comi” (Gn 3.12).
Aqui vemos como Deus
permanece constante e como
ele dá o primeiro passo em
direção ao homem e à mulher.
Em resposta, Adão pode até
parecer estar culpando somen-
te a Eva, mas, na realidade, ele
estava indiretamente culpando
ao Senhor, pois foi Deus quem
concedeu Eva a Adão.
Quando o Senhor abor-
dou o casal, o que ele desejava
era o arrependimento deles.
Fazendo então um comparativo,
podemos mais uma vez citar
aqui o salmista Davi, que era
conhecido como um homem
segundo o coração de Deus.
Podemos ver novamente no
Salmo 51,3,4: “pois no meu íntimo
reconheço as minhas transgressões,
e trago sempre presente o horror
do meu pecado. Pequei contra ti,
contra ti somente, e pratiquei o mal
que tanto reprovas. Portanto, justa
é a tua sentença, e incontestável, ao
julgar-me condenado”. A atitude
de Davi foi muito diferente à de
Adão diante do pecado: confes-
sar e se arrepender.
Essa é a grande chave que
o Senhor nos dá para a recon-
ciliação. Como está escrito em
Provérbios 28.13: “O que enco-
Ensinando as Nações Jovem
bre as suas transgressões jamais
prosperará; mas o que as confessa e
deixa alcançará misericórdia”.
Percebemos, então, como
o arrependimento precisa fazer
parte da nossa vida de oração,
afinal, é isso que o Senhor deseja
de nós (2 Cr 7.14). O arrependi-
mento abre espaço para a graça
de Deus operar em nossas vidas
(Mt 3.2).
O RESGATE
Apesar da transgressão
praticada pelo homem, houve
uma possibilidade de recupe-
ração, haja vista que o Senhor já
tinha feito um plano de resgate.
Durante o Antigo Testamento, o
Senhor fez aliança com a nação
de Israel e por meio dela tornou
conhecido o seu nome entre as
nações da terra.
No desenrolar dos planos
de Deus ao longo da história bí-
blica, vemos Deus se revelando
a Moisés dando-lhe ordem para
a construção do tabernáculo,
bem como a revelação de suas
leis, desejando o contato com o
homem por meio da expiação
de pecados, o que seria promo-
vido pelo sacrifício. Esses ritos
seriam a sombra do que poste-
7
riormente nos seria revelado no
Novo Testamento (Cl 2.17).
Deus, em sua infinita mi-
sericórdia, já havia preparado
o caminho por meio do cor-
deiro imaculado que entregou
sua vida desde a fundação do
mundo para a remissão dos
pecados do homem (Ap 13.8).
Mais uma vez, o próprio Deus
vai até à sua criatura para res-
taurar a amizade (Jo 15.15) e o
propósito original da sua cria-
ção. Jesus, o filho de Deus, o
verbo encarnado, veio até nós
para nos dar a possibilidade
do perdão por completo. Por
meio de sua graça, ele nos deu
acesso ao Pai, tirando-nos das
trevas para a sua gloriosa luz.
Por meio dele temos paz com
Deus (Rm 5.1-12). Em Cristo nós
fomos reconciliados, como diz
em Romanos 5.15: “pela ofensa
de um, morreram muitos, muito
mais a graça de Deus e o dom pela
graça, que é de um só homem, Je-
sus Cristo, abundou sobre muito”.
Mais que isso, agora temos o
Espírito do Deus vivo dentro de
nós. Temos, pois, “Cristo em nós,
esperança da glória” (Cl 1.27), que
é a certeza de que passaremos
eternamente em sua presença.
Ensinando as Nações Jovem
VOLTANDO AO PRINCÍPIO
Ao voltarmos os nossos
olhos para a nossa origem, con-
seguimos compreender melhor
a nossa natureza pecaminosa e
caída, assim como percebemos
que somos necessitados da re-
conciliação com Deus. Assim,
graças a Deus, o Senhor nos deu
essa grande oportunidade, de
modo que, por meio da oração,
podemos ter contato direto com
o Pai (Mt 6.9-13).
Precisamos, portanto,
agarrarmo-nos a essa oportuni-
dade eterna e nos apegarmos a
uma vida de oração e comunhão
com Deus, mantendo a chama
da eternidade acesa em nossos
corações. Isso porque, em breve,
Jesus voltará para buscar aque-
les que creram.
Que tristeza e desperdício
seria crer no céu e não gastar
tempo com o dono dele. Ou,
ainda pior: ouvir do Senhor: “...
nunca vos conheci...” (Mt 7.23).
PENSAMENTO
Eu não preciso mais
esperar a viração do dia para
encontrar-me com o Senhor.
(José Jr)
8

RELAÇÕES CORTADAS
a bíblia diz
23 o Senhor Deus, pois, o lançou fora do
jardim do Éden, para lavrar a terra, de que
fora tomado.
Gn 3.23 | ARC
“No princípio, criou Deus
os céus e a terra” (Gn 1.1). Todas
as maravilhas que vemos nos
céus, na terra e nos mares foram
criadas por meio dele, e para ele
são todas as coisas. No entanto,
o homem foi formado do pó da
terra. Diferentemente de toda
criação, Deus o fez olhando para
si mesmo, isto é, à sua própria
imagem e semelhança. Com um
sopro em suas narinas, o homem
recebeu fôlego de vida e passou a
ser alma vivente (Gn 2.7).
Nos primeiros capítulos do
livro de Gênesis vemos um Deus
que se revela como arquiteto da
criação, cuidando dos mínimos
detalhes, fazendo tudo com muita
perfeição, formando o homem e
dando a ele o governo e autori-
dade sobre tudo que fora criado.
Adão vivia um relacionamento
Ensinando as Nações Jovem
02
4
02
,2
Jan 14
de muita intimidade com Deus,
porém o pecado o afastou da
presença do seu Criador. Fique
atento às revelações bíblicas que
serão narradas nessa lição!
PILARES DE UM
RELACIONAMENTO
Como deve ser nosso rela-
cionamento com Deus? O fato é
que ele quer se relacionar conosco
de forma íntima. Nós somos noi-
va do Senhor e devemos buscá-lo
de todo coração. Fazendo assim,
nós o acharemos.
Todo relacionamento exi-
ge critérios (pilares) para se man-
ter. Sem eles, um relacionamento
não se sustenta. Falaremos, por-
tanto, sobre três pilares:
DIÁLOGO
Jovem, um dos principais
pontos indispensáveis de um re-
lacionamento é o diálogo. Fique
atento, pois a todo momento o
inimigo quer destruir seu rela-
9
cionamento com Deus. Vemos
a antiga serpente no capítulo 3
distorcendo as orientações de
Deus, levando Eva a perder a
sensibilidade de ver qual era a
vontade do Senhor. E veja só! A
ferramenta usada pelo diabo para
estabelecer relação com Eva foi
justamente o diálogo, o mesmo
recurso que Deus usou no início
para se relacionar com o casal e
Eva, por sua vez, utilizou para
convencer Adão.
É possível perceber que a
atenção dada por Eva à voz do
inimigo foi maior que seu nível de
comprometimento com a ordem
dada por Deus. Infelizmente, são
muitos os que deixaram seu rela-
cionamento com Deus e hoje estão
envolvidos com a voz persuasiva
e enganadora do inimigo.
CONFIANÇA
Eva confiou na proposta da
serpente. Como um efeito domi-
nó, o homem confiou na mulher e
comeu o fruto. Ambos deixaram
de confiar em Deus. Muitas vezes
nos falta crer. Deixamos de prio-
rizar nossa confiança em Deus,
transferindo-a para coisas ou
pessoas (Sl 20.7). O ser humano,
naturalmente falando, tem uma
dificuldade muito grande para
Ensinando as Nações Jovem
confiar em Deus. Uma das causas
disso é o fato de sempre querer ser
“independente”, agindo como se
não tivesse a necessidade da ajuda
ou apoio de alguém. O Senhor
nos convida a confiar nele em to-
dos os momentos, sejam bons ou
ruins. A confiança é fundamental
para que nossa comunhão seja
saudável e constante na presença
de Deus.
AMOR
É muito comum ouvir o
primeiro mandamento que Jesus
nos deixou: “amar a Deus acima de
todas as coisas”. Mas você já enten-
deu o que realmente significa essa
expressão? Pense nisso como uma
corrida, em que várias situações,
pessoas, objetos e até mesmo apli-
cativos do celular vão disputar
o pódio do seu coração. Amar a
Deus é garantir que ele sempre
ocupe o primeiro lugar.
Em nossos dias vemos
muitos que declaram com a boca
que amam ao Senhor, porém
estão com seus corações longe e
vivem dando ouvidos às propos-
tas do inimigo.
PENSE NISSO!
É importante observar-
10
mos que havia vários animais
no jardim do Éden, no entanto, a
alimária usada para enganar Eva
foi a serpente, a mais sagaz que
todos os animais selváticos que o
Senhor Deus tinha feito. Na ver-
dade, a serpente foi usada como
uma representação de Satanás
para falar com Eva, enganando-a.
Mais importante do que
ficarmos tergiversando sobre as
características daquela serpente, é
observarmos a sutileza da ação do
diabo na vida das pessoas ainda
hoje, visando seduzi-las e torná-
-las céticas quanto à veracidade
da palavra de Deus.
Muitas pessoas já não dão
ouvidos à voz de Deus, preferin-
do vozes estranhas. E vale apenas
lembrar que em nosso relaciona-
mento com o Pai, a fé vem pelo
ouvir, e o ouvir pela palavra de
Deus (Rm 10.17). Quem não está
debaixo da palavra do Senhor fica
vulnerável às astutas ciladas do
inimigo.
O DESCUIDO
É interessante observar
o propósito pelo qual Adão foi
colocado no jardim: cultivá-lo e
guardá-lo (Gn 2.15). Mas guardar
do quê? Ou melhor, de quem?
Certamente era guardar do diabo,
Ensinando as Nações Jovem
mas Adão não sabia. O seu dever
era manter-se atento e vigilante,
pois havia mais alguém no jardim
e Deus avisou.
O descuido de Adão e Eva
em não guardar a palavra do
Senhor resultou em uma ruptura
de seu relacionamento íntimo que
outrora desfrutavam com Deus.
Agora, Adão não sentia mais
prazer em ouvir Deus na viração
do dia. Muito pelo contrário, ao
perceberem que a voz de Deus
andava pelo jardim, movidos pela
vergonha e pelo medo que o peca-
do causa, Adão e Eva decidiram
esconder-se entre as árvores (Gn
3.8). Naquele dia a voz do Senhor
chamou o homem perguntando-
-lhe: onde estás? E em nossos dias
a voz do Senhor continua a per-
guntar para o homem pecador:
onde estás?
O PECADO
O que é o pecado? É uma
grande barreira que faz separação
entre o homem e Deus (Is 59.2);
é o meio que o inimigo usa para
privar o homem da eternidade; é a
falência de nossa relação com nos-
so Deus; é a quebra da comunhão
que gera a falta do amor.
Quando cometemos peca-
do nós nos afastamos de Deus,
11
deixamos de ter comunhão, dei-
xamos de olhar para Cristo e pas-
samos a olhar para fora buscando
saciar a nossa fome com coisas
externas.
O homem se tornou inca-
paz de, por sua vontade própria,
fazer qualquer bem espiritual em
relação a Deus, pois, de fato, o que
realmente dá prazer ao homem
morto pelo pecado é omitir-se em
relação à vontade do Senhor. Uma
vez que a paz foi perdida, o deso-
bediente passa a ser merecedor da
justa ira de Deus.
REATANDO A RELAÇÃO
Apesar do acontecido, o
sangue de Jesus veio restaurar
a condição favorável que ou-
trora fora perdida, e purificar
o arrependido de todo pecado
concedendo-lhe a certeza da
salvação. Se por meio de um
homem o pecado veio ao mundo
trazendo consigo um reinado de
condenação e morte; por meio
de um homem superabundou a
graça. Por meio de Cristo temos
vida, vida abundante! Não havia
nada que o homem pudesse fazer
para restaurar novamente o seu
relacionamento com o Senhor.
Havia um valor a ser ajustado que
o homem jamais poderia pagar,
Ensinando as Nações Jovem
então Deus providenciou esse
pagamento. É nesse momento
que se revela à humanidade o
sacrifício de Cristo, sem dúvida a
maior prova de amor já vista pelo
mundo.
Jesus Cristo assumiu o lu-
gar de condenado diante do juízo
de Deus, pagando a dívida que
era nossa. Ele se fez pecado por
toda humanidade e assumiu a
punição que cabia ao homem por
ter transgredido a ordem de Deus.
Uma vez que o reconhece-
mos como nosso salvador e passa-
mos a obedecer os mandamentos
de Deus, seu sacrifício nos limpa
e nos ajuda a termos uma vida de
paz e bênçãos. Ao entendermos
e aceitarmos o sacrifício de Jesus
Cristo em arrependimento, pode-
mos estar seguros de que nossos
pecados foram, de fato, perdoa-
dos. Assim, podemos avançar
confiantemente em nossa vida
cristã, sabendo que foi por este
sacrifício que nos reconciliamos
com o Pai.
PENSAMENTO
“Porque a graça salva-
dora de Deus se há manifestado
a todos os homens” (Tt 2.11).
12

BUSCANDO SINAIS
a bíblia diz
15 E porei inimizade entre ti e a mulher e
entre a tua semente e a sua semente; esta te
ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Gn 3.15|ARC
Com a queda de Adão e
Eva, no Éden, o homem perdeu
a capacidade de conversar com
Deus. Deus, em sua misericórdia,
veio em socorro do ser humano,
e esse socorro é evidenciado pela
proposta dele em construir um
caminho de volta, possibilitando
ao homem conversar com Deus.
Isso começa em Gênesis 3.15.
Este é um dos textos mais
importantes e significativos da
Bíblia. É considerado o protoe-
vangelho, ou seja, é o primeiro
anúncio do evangelho feito pelo
próprio Deus. Toda a Bíblia de-
pois de Gn 3.15 é para explicar
Gn 3.15. Deus estabelece os dois
caminhos. Ele fala para a serpente,
para a terra e para o ser humano.
É bom lembrar que em momento
algum Deus amaldiçoa o homem.
A serpente é amaldiçoada, a terra
Ensinando as Nações Jovem
03
4
02
,2
Jan 21
é amaldiçoada, pelo que o homem
fez, mas o homem não é amal-
diçoado. Pelo contrário, Deus
promete a salvação. Então essa é
a importância de Gênesis 3.15.
O CAMINHO DA SEMENTE -
A BASE
Começamos em Adão. De
Adão, Caim fica de lado e entra
Abel. Abel é morto por Caim.
Deus coloca Sete no lugar de Abel.
Depois de Sete, Deus coloca Enos
(está escrito lá no início de Gêne-
sis que, nos seus dias os homens
começaram a invocar o nome do
Senhor). Depois de Enos iremos
passar por Enoque e Enoque já
não era porque ele andou com
Deus e Deus o tomou para si, ele
é o sétimo. É interessante esse
número porque ele é completo e
representa um ciclo.
Daí vem Noé. De Noé,
(como todos os outros nomes
anteriores, a maioria fica de fora)
vem o nome de Jafé, Cam e entra
Sem. Com o nome de Sem, entra
13
Éber para falar da origem da pa-
lavra hebreu. Depois de Éber, lá
na frente, vem Tera e depois de
Tera vem Abrão, que é Abraão,
Isaque e Jacó. O trem da salvação
estava passando. Aqueles que
perceberam pularam nele, outros
ficaram de fora. Exemplificando,
podemos citar Rute, que se tornou
bisavó de Davi e entrou na linha-
gem de Jesus, já sua cunhada,
Orfa, ficou para trás. Temos aqui
a base para construir a história do
caminho da semente.
Depois dos patriarcas, vem
a família do quarto filho de Jacó,
Judá (que significa louvor). Deus
aponta que seria construída uma
dinastia, trazendo, assim, nessa
família, o Salvador, a semente da
mulher, o descendente da mulher,
Jesus Cristo. Mais à frente entra
Davi e após, Jesus. Em Gálatas 4.4,
Paulo fala que é chegada a pleni-
tude dos tempos, Deus cumpriu
a promessa trazendo Jesus, que
nasceu conforme a Lei, ou seja,
a promessa, a determinação de
Deus, nasceu de mulher no tempo
demarcado por Deus.
Falamos até aqui do ca-
minho que primeiro tem que ser
feito para que o homem, por meio
dele, tenha uma volta a Deus,
uma ponte para Deus. Todas estas
coisas são sinais relatados nessa
Ensinando as Nações Jovem
história do caminho da semente.
Podemos perceber aqui
toda a questão da religião. Reli-
gião é um termo de difícil explica-
ção, pois depende da cosmovisão
de quem fala. Religião, do latim
religare, significa ligar o que esta-
va desligado. Quando o homem
peca, há o desligamento, a aliena-
ção, o distanciamento de Deus, o
qual, não por obrigação, mas por
amor, vai ao encontro do homem
e promete, então, o Salvador. Para
o homem ter sua volta a Deus,
para acontecer essa religação,
é preciso que um caminho seja
construído. É preciso estabelecer
uma ponte. Tudo isso aponta para
Jesus. Essa lição gira em torno de
quem é Jesus. Ele é o Caminho,
a Verdade e a Vida (Jo 14.6). Em
1 Timóteo 2.5, Paulo fala que há
apenas um mediador entre Deus e
o homem e esse mediador é Jesus
Cristo Homem.
Quando o homem cai na
tentação, na armadilha do inimi-
go, o pecado entra no mundo e o
distancia de Deus. A partir daí um
caminho tem que ser construído
e ele não é feito pelo homem e
jamais de baixo para cima, como
Caim tentou. Ou como tentou
Adão ao providenciar a vesti-
menta com folhas de figueira,
na tentativa de um arranjo, re-
14
solvendo o problema a partir da
iniciativa humana, de baixo para
cima. Deus não aceita aquelas
vestimentas e faz uma de pele de
animal. Tudo indica que era uma
ovelha, um carneiro - isso não sig-
nifica simplesmente a roupa, mas
sim, a cobertura proporcionada
por Deus.
A questão da religião se
constrói a partir de Deus. É de
Deus para o homem, é de cima
para baixo, vem daí a ponte. Em
Gênesis 3.15, Deus está propondo
essa construção. Ele faz o anúncio
do evangelho apontando dois
caminhos e já fica definido o certo
e o errado, o lado vencedor e o
lado perdedor. O lado vencedor
é o lado da mulher, pelo descen-
dente que é a semente da mulher.
E o lado perdedor é a serpente,
representando o diabo que vai
levar uma pisada na cabeça, ter a
cabeça esmagada.
SINAIS
Sinais são evidências. É
o antigo testamento, ele é a pre-
paração. A Bíblia é resumida
em cinco palavras: preparação
(Antigo Testamento), manifes-
tação (evangelhos), propagação
(atos dos apóstolos), explicação
(epístolas) e conclusão (apocalip-
Ensinando as Nações Jovem
se). Nessa parte maior, o Antigo
Testamento, estão as evidências,
os sinais, tudo apontando a pre-
paração para Jesus vir ao mundo,
possibilitando a comunicação
entre o homem e Deus. É uma
guerra que Deus estabeleceu (Gn
3.15). Temos o inimigo tentando
atrapalhar tudo começando com
Caim. A descendência de Caim
leva o homem ao extermínio.
Deus intervém com o dilúvio e
acaba com a humanidade, exata-
mente para cumprir o que a Bíblia
diz: “nenhum dos seus propósitos
podem ser frustrados” (Jó 42.2). O
dilúvio precisa acontecer porque
a tentativa do inimigo era corrom-
per totalmente a humanidade de
modo que não sobrasse ninguém.
A história mostra sempre isso, no
‘quase’ a ação de Deus aparece e,
no ‘quase’ o milagre acontece.
Isso é tão importante por-
que Sara, Rebeca e Raquel eram
estéreis. E no ‘quase’, Abraão com
100 anos, Sara com 90, já cessando
as possibilidades, vem a criança. E
a história continua assim. A mãe
de Sansão era estéril e no ‘quase’,
quando o povo de Israel estava
para perecer por falta de um
libertador, o libertador nasce. A
história do antigo testamento está
cheia de relatos significativos.
João Batista era filho de
15
uma estéril, Isabel. Então no ‘qua-
se’, o homem pode pensar: agora
acabou, agora não tem mais jeito,
agora não vai, agora é o fim, vem
a ação de Deus nesse ‘quase’ e
restaura a situação.
Faraó mata os meninos,
Moisés escapa e por meio dele o
povo é tirado do Egito. Depois
vem Balaão amaldiçoando e Deus
fala que não tem como amaldiçoar
quem Deus abençoou (Nm 22). É
uma luta, uma guerra, no Antigo
Testamento todo. E a coisa vai
acontecendo até Davi, o homem
segundo o coração de Deus, o es-
colhido de Deus. Ele manda con-
tar o povo, com a motivação de
medir sua força. Deus fala, então:
a sua força é o povo? Vou começar
a matar o povo. Deus o faz, Davi
percebe e diz que ele é quem
deveria morrer. Deus propõe a
Davi se ele queria ficar três dias
nas mãos do inimigo ou receber
três dias de peste. E Davi diz que
prefere cair nas mãos do Senhor
porque o Senhor é misericordioso
(1 Cr 21.13). Nesse diálogo ele vê
o anjo de Deus com a espada na
mão apontando para a terra, exa-
tamente em cima do lugar onde
Salomão construiria o templo.
Tudo isso são evidências de Deus
na construção desse caminho da
semente e do descendente da
Ensinando as Nações Jovem
mulher.
Em seguida, o cativeiro,
que foi uma intervenção de Deus
por causa dos pecados de Israel.
Há o perigo do povo de Deus
passar pelo extermínio quando
Hamã quer estabelecer uma data
para matar todos os judeus.
É exatamente na liderança
desse remanescente do cativeiro
de Judá, (com a volta de Zoroba-
bel, Esdras, Neemias, e os profetas
Ageu, Zacarias, Malaquias) que
Jerusalém seria reconstruída.
Nesse remanescente, depois dos
400 anos de silêncio, aparecem
Zacarias, João Batista, José, Maria
e Jesus.
Essa é a preparação. O an-
tigo testamento todo, momento
em que Deus cumpre a promessa
de Gênesis 3.15. É a preparação
para a construção do caminho, da
ponte. É nele que encontramos os
sinais que propiciaram ao homem
poder conversar com Deus.
PENSAMENTO
Estude a Palavra para
que sua fé não se apoie na
sabedoria de homens, mas
no poder de Deus! (Charles
Spurgeon)
16
 ABRAÃO, O AMIGO
DE DEUS
a bíblia diz
Gênesis
1 Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua
terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai,
para a terra que eu te mostrarei.
2 E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-
-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás
uma bênção.
Tiago
23 e cumpriu-se a Escritura, que diz: E
creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso impu-
tado como justiça, e foi chamado o amigo
de Deus.
Gn 12.1,2; Tg 2.23 | ARC
O livro de Gênesis (12.1-9),
nos revela a obediência de Abrão
com Deus. Imagine ter que deixar
a sua parentela, o lugar em que
foi criado, deixar amigos para ir
a uma terra estranha. Todavia,
mesmo com seus medos, Abraão
não desistiu. Graças à sua fé, ele
decidiu obedecer à voz de Deus.
Abrão foi um homem sen-
sível à voz de Deus, pois sempre
o ouvia e o obedecia. Isso fez com
que ele se aproximasse do Pai e
rejeitasse a outros deuses (Rm
4.3). Dessa forma, ele descobriu,
Ensinando as Nações Jovem
04
4
02
,2
Jan 28
então, pela fé que era possível
falar com Deus e que podia con-
tar com ele. A partir disso Abrão
passa a ter uma relação com Deus.
Ele comunicava-se com Deus que
o respondia também.
De acordo com a Bíblia,
Abraão veio da cidade de Ur dos
caldeus, no sul da Mesopotâmia.
Era filho de Tera, descendente de
Sem, que é filho de Noé. Confor-
me Abrão exercita a sua fé, em seu
coração assume o compromisso
de somente crer em Deus, a ponto
de ter sua vida totalmente guiada
pelo Senhor, deixando a tudo e
a todos que atrapalhassem sua
caminhada.
O chamado de Abraão não
é caracterizado apenas por fé, mas
também pelos inúmeros feitos.
Ele foi chamado pelo próprio
Deus de profeta, conforme Deus
dissera em sonhos a Abimeleque:
“Agora, pois, restitui a mulher ao
seu marido, porque profeta é ...” (Gn
20.7). Ademais, ele é chamado
de amigo de Deus (2 Cr 20.7). “E
cumpriu-se a escritura, que diz: E
17
creu Abraão em Deus” (Tg 2.23a).
Por fim, foi chamado de pai de
multidões. Assim, ele foi justifica-
do por sua fé e, ao mesmo tempo,
foi estabelecido um concerto entre
ele e Deus, de maneira a impactar
as gerações futuras.
SEJAMOS AMIGOS DE
DEUS
Ser amigo de Deus é viver
os sonhos do Senhor, deixar a sua
boa e perfeita vontade controlar a
nossa vida. Portanto, temos que
saber confiar e esperar nele.
Abraão representa não
apenas a origem de um povo
eleito por Deus para renovar a
humanidade, mas também o ho-
mem justo, profundamente fiel,
leal a Deus, obediente à ordem
divina, que experimentava o te-
mor a Deus.
Martinho Lutero diz em
sua biografia “Deixa Deus ser
Deus”: Quem quiser ser sábio deve,
antes de tudo, temer a Deus. O temor
a Deus é importantíssimo, pois
ele é o tesouro (Is 33.6). De igual
modo, em Provérbios 14.26 está
escrito: “No temor do Senhor, tem o
homem forte amparo, e isso é refúgio
para os seus filhos”.
A propósito, quero relatar
a diferença entre medo e temor. A
Ensinando as Nações Jovem
palavra medo tem por sua origem
o termo grego Phobos (medo ou
fobia), que significa “pânico, sus-
to, insegurança”, ou seja, não é o
que o Senhor quer que tenhamos
em relação a ele, pois a própria
Bíblia no ensina que Deus é amor
(1 Jo 4.8).
Já o termo temor tem sua
origem no hebraico yir’âh, que
significa “temor reverencial que
o homem deve sentir pela ma-
jestade, poder e posição exaltada
do seu criador”. Vemos, então,
o porquê de Abraão ter sido tão
bem-sucedido em tudo o que fa-
zia, porquanto o temor ao Senhor
era um dos seus princípios mais
importantes.
Deus falou com Abraão,
deu ordem e fez promessas: “Sai
da tua terra, da tua parentela e da
casa de teu pai, para terra que eu te
mostrarei. E farei de te uma grande
nação e irei te abençoar e serás uma
bênção” (Gn 12.1,2). Nesse contex-
to, Abraão começa a experimentar
o temor e a confiança no Senhor,
sem questionar. Ele atende o cha-
mado através da fé.
Longe de todos, ele inicia
uma jornada de fé e compromis-
so, permitindo-se viver o temor a
Deus. O temor nos aproxima de
Deus gerando em nós o amor que
supera tudo.
18
 O senhor firmou aliança
com Abraão. Ele entendeu o valor
da obediência e, com renúncia, se-
guiu em frente. A história enfatiza
valores importantes em relação
ao estilo de vida ético e moral.
Contudo, a história bíblica nos
permite contemplar e sentir que o
poder de Deus é absoluto, inson-
dável. Abraão vivenciou perigos,
conflitos físicos e internos, porém
manteve-se firme na fé em Deus.
As palavras de Deus se cumprem
e não há nada nem ninguém que
possa impedir.
Abrão invocou o nome do
Senhor no lugar que havia feito
(Gn 13.4). Assim, para termos
intimidade e sermos verdadei-
ros amigos de Deus temos que,
primeiro, preparar um altar, ou
seja, um ponto sagrado de prática
espiritual. Abrão deu ao lugar a
“Jeová-Jiré”. Era uma profecia
da promessa que o Senhor tinha
com ele.
O CORAÇÃO DE ABRAÃO
ERA FIEL
Na primeira carta de Paulo
a Timóteo (1.5) lemos: “Ora, o fim
do mandamento é o amor de um cora-
ção puro, e de uma boa consciência, e
de uma fé não fingida”. Essas quali-
dades jamais podem faltar na vida
Ensinando as Nações Jovem
de um cristão. O certo é que, volta
e meia, somos surpreendidos por
atitudes do nosso coração que nos
causam espanto e nos mostram
que é fundamental conhecer a
nós mesmos. No exercício de nos
reconhecermos, vemos que pre-
cisamos nos alimentar da palavra
de Deus em todo o momento.
Vejamos! Houve fome rigorosa
naquela região de forma que
Abraão desceu ao Egito para ali
viver algum tempo (Gn 12.10).
Foi mais um desafio desde que
ele saíra da sua terra natal.
O patriarca se deparou
com situações com as quais pre-
cisou criar estratégias e isso o
colocaria em inimizade contra
Deus. Ele mentiu, ao dizer aos
egípcios que Sara era sua irmã e
não esposa: “Diga que é minha irmã,
para que me tratem bem por amor a
você, e minha vida seja poupada por
sua causa” (v.13).
Contudo, Deus usou de
misericórdia intervindo sobre a
situação, desfez todo embaraço
e honrou Abraão, por conta da
sua sinceridade para com Deus
em sua intimidade devocional e
pelo reconhecimento de sua falha
como ser humano. Todavia, vale
ressaltar a recomendação bíblica
de Provérbios 4.23: o nosso cora-
ção deve ser guardado constante-
19
mente sobre todas as coisas.
OUVINDO O CHAMADO DE
DEUS
Deus tinha uma maneira
peculiar para falar com o patriar-
ca. Deus ordenava e ele obedecia
sem questionar. Abraão ouviu a
voz de Deus e respondeu: Eis-me
aqui Senhor! Sem questionamen-
tos ele acatava as ordenanças
mesmo que dolorosas, pois sua fé
era tão grande que não enxergava
obstáculos. Ele apenas obedecia
com mansidão.
Em Gênesis 22.1,2 temos
um relato da forma como Deus
fala com Abraão e pede que sa-
crifique o seu filho. Assim disse
o Senhor a Abraão: “Toma agora o
teu filho, o teu único filho, Isaque, a
quem amas, e vai-te à terra de Moriá,
e oferece-o ali em holocausto sobre
uma das montanhas, que eu te direi”.
Abraão enxergava a essên-
cia de Deus, com isso massacrou
seu próprio ego e suas necessi-
dades pessoais. Ele creu acima
de tudo na soberania do Deus
vivo. O ato de fé e obediência
de Abraão o fez tornar-se pai de
multidões e pai da fé. Segundo as
Escrituras Sagradas, a promessa
de Deus para Abraão era fazer
dele uma grande nação. No en-
Ensinando as Nações Jovem
tanto, não seria de um dia para a
noite, por tratar-se de um proces-
so gradativo.
Dessa forma, são notó-
rios na vida do patriarca alguns
elementos fundamentais para
que ele obtivesse vitória: aliança,
confiança, obediência, reverên-
cia, renúncias e, por fim, entrega
total ao Autor da vida. Contudo,
vale ressaltar que, para tomar
posse das promessas de Deus,
há um processo longo de duras
provações. Quem está disposto
a aceitar? Lembre-se que o pa-
triarca não questionou quanto
ao que teria que passar. Ele tão
somente aceitou o chamado e
usou a fé. Não tem luta que dure
para sempre, assim como toda
batalha tem seu fim. Mesmo com
todas as dificuldades, precisamos
nos lembrar: não há mal que dure
para sempre (Ap 21.4,27) nem
noite que nunca se acabe (Sl 30.5).
PENSAMENTO
“Infiéis, não compreen-
deis que a amizade do mundo é
inimiga de Deus? Aquele, pois,
que quiser ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus”
(Tg 4.4).
20
 05

4
02
MOISÉS, SUBA EM UM Feb 04
,2

LUGAR
a bíblia diz lata o evento da comunicação dos
Dez Mandamentos pelo próprio
19 E disseram a Moisés: Fala tu conosco,
e ouviremos; e não fale Deus conosco, para
Deus, isto é, dados por Deus ao
que não morramos. povo de Israel por intermédio de
Moisés no Sinai.
Êx 20.19 | ARC Ao estudar esse capítulo
percebe-se que ele traz uma sín-
“E disseram a Moisés: - Se
tese da Lei de Deus para o seu
você falar, nós ouviremos; mas, se
povo, mostrando o padrão moral
Deus falar conosco, nós seremos
requerido pelo Senhor daqueles
mortos”.
que o pertencem.
Quando pensamos em
O texto traz os Dez Manda-
homens que conversavam com
mentos propriamente ditos como
Deus, não há como não lembrar-
estipulações da aliança que deve-
mos de Moisés. Ele foi um homem
ria ser cumprida pela obediência
que experimentou e gozou de um
por Israel. O relacionamento do
relacionamento muito íntimo com
povo com Deus é regulado pelos
Deus, o Senhor Todo- Poderoso.
primeiros quatro mandamentos;
Sabemos que lá na sarça
enquanto os outros seis foram
ardente Deus tomou a iniciativa
dados para regular o relaciona-
de ir a Moisés e estabelecer um
mento do povo entre si.
relacionamento íntimo e pessoal
com ele. E essa com certeza foi
MOISÉS, MEDIADOR DO
uma experiência que proporcio-
PACTO DA LEI
nou a Moisés a oportunidade de
conhecer Deus mais intimamente
Mediador é um indivíduo
e melhor.
responsável em representar e
O capítulo 20 de Êxodo re-
Ensinando as Nações Jovem 21
intermediar uma comunicação
entre duas partes, no caso bíblico,
entre os seres humanos e Deus.
Mediar significa interpor-
-se entre partes opostas, com o ob-
jetivo de reconciliação. Sabemos
que é necessário a existência um
mediador entre Deus e qualquer
pessoa que não esteja em comu-
nhão com ele.
Moisés é um personagem
de muita importância neste con-
texto da entrega da Lei de Deus
no monte Sinai. Ele é o homem
que foi levantado e usado pelo
Senhor para libertar o seu povo
da escravidão do Egito.
Entre tantos aspectos pre-
ciosos e dignos de se fazer menção
em sua biografia, o fato de ele
estar exercendo a função de um
mediador entre o Deus eterno e
o seu povo escolhido merece a
nossa mais profunda e urgente
reflexão.
O povo de Israel reconhe-
ceu sua situação diante de Deus,
e diante disso comprometeu-se
a ouvir e obedecer às palavras
de Deus através da mediação de
Moisés, que foi nomeado para
tal função. Sabe-se que o homem
pecador jamais poderá chegar à
Ensinando as Nações Jovem
presença de Deus sem a figura e a
presença perene de um mediador.
Ele é Santo, Santo, Santo!
A ordem divina para o
pacto da Lei entre Deus e Israel
foi estabelecida com a presença
de um mediador (Gl 3.19). Este
mediador foi Moisés, que inter-
cedeu em favor dos israelitas du-
rante quarenta anos. No entanto,
mesmo com Moisés, Israel não
obteve as bênçãos tão esperadas
através do Pacto Abraâmico. Foi
necessário um mediador melhor.
Moisés mesmo previu isso, ao
afirmar que Deus daria alguém
semelhante a ele, e a ele deveriam
obedecer em tudo o que dissesse
(Dt 18.15).
JESUS, MEDIADOR DO
NOVO PACTO
A nova aliança foi firmada
no sangue de Jesus. Agora, a lei
de Deus é gravada nos nossos co-
rações. Por meio de Cristo temos
livre acesso à graça. Ele abriu um
novo e vivo caminho para nos
aproximarmos de Deus. Ele é o
Caminho que nos conduz à pre-
sença divina. Ele é o Mediador.
Foi através de sua morte
22
que Jesus libertou Israel da con-
denação sob a Lei, assim como a
humanidade do pecado original.
Essa libertação, realizada
por meio do sacrifício de Jesus
no Calvário, preencheu todos os
requisitos para que o trabalho de
mediação começasse no plano
divino (Hb 9.11-28).
Paulo sintetiza essa ideia,
afirmando que há um único
mediador entre Deus e os seres
humanos, Jesus Cristo, que se deu
como resgate por todos, para ser
testemunhado no tempo adequa-
do (1 Tm 2.5).
A MEDIAÇÃO NOS LIVRA
DA MORTE
Moisés, como um media-
dor, era apenas uma sombra e/
ou tipo do verdadeiro e único
mediador entre Deus e os ho-
mens, Cristo Jesus homem. O
Senhor Jesus Cristo é o nosso
verdadeiro “Moisés”. Ele, a partir
de um monte, nos transmite a lei
de Deus (Mt 5-7); no Monte das
Bem-aventuranças, quando o
Mestre abre a sua boca e começa
a ensinar, ele nos revela o real
sentido, a verdadeira amplitude e
Ensinando as Nações Jovem
a necessária aplicação dos eternos
mandamentos de Deus.
A providência divina de
um mediador superior baseia-se
em “sacrifícios superiores” ao que
as ofertas realizadas no Antigo
Testamento. Existe um sacerdócio
superior, com Cristo como sumo
sacerdote. Existe um sacrifício de
expiação superior, que não preci-
sa ser oferecido anualmente, mas
apenas uma vez (Hb 10.1-12).
O texto bíblico ressalta
que os israelitas sentiram medo
diante da visão gloriosa de Deus
naquela ocasião. Por isso, eles
pediram a Moisés que lhes trans-
mitisse as palavras divinas, pois
temiam morrer se Deus falasse
diretamente com eles: “E disse-
ram a Moisés: Se você falar, nós ou-
viremos; mas, se Deus falar conosco,
nós seremos mortos. Então Moisés
respondeu: Não tenham medo, pois
Deus só quer pôr vocês à prova. Ele
quer que vocês continuem a temê-
-lo a fim de que não pequem” (Êx
20.19,20).
Israel resistiu em se apro-
ximar da presença de Deus e até
mesmo em ouvir sua voz, pois
reconheceu seu próprio pecado.
Muitas vezes, nós também expe-
23
rimentamos esse sentimento. No
entanto, assim como o povo de
Israel, esse sentimento deve nos
motivar ao compromisso de ado-
tarmos uma atitude de obedecer
aos mandamentos de Deus. Não
há nenhuma contradição entre a
grandeza e a graça de Deus, sua
transcendência e sua imanência,
pois podemos amar e temer o Se-
nhor com todo o nosso coração
(Sl 2.10-12; 34.8, 9).
A VONTADE DE DEUS É
QUE O OBEDEÇAMOS
O objetivo da lei divina é
revelar o Ser divino que a estabe-
leceu, e quando nos concentramos
nele, percebemos que é agradável
obedecer aos Seus mandamentos
(SL 40.8). No Monte Sinai, Deus
se revelou! Além de transmitir a
sua Lei, ele revelou a sua glória e
grandeza. Devemos reconhecer
a importância do Deus de Israel,
pois ele é um Deus santo. Embora
não possamos estar fisicamente
no Monte Sinai para presenciar
o fogo, a nuvem, a escuridão e
os raios, e ouvir a voz aterradora
de Deus falando da montanha,
devemos sempre lembrar-nos da
Ensinando as Nações Jovem
majestade divina e da autoridade
da sua Palavra.
“Como seria bom se eles sem-
pre pensassem assim, e me respeitas-
sem, e sempre obedecessem a todos os
meus mandamentos”! (Dt 5.29). A
obediência sempre requer uma
atitude do coração, e se amamos
ao Senhor, devemos guardar os
seus mandamentos.
Embora os filhos de Deus
vivam debaixo do favor divino
e não sob os requisitos da antiga
lei, é essencial que conheçam os
mandamentos de Deus a fim de
compreenderem melhor o Deus
que os estabeleceu e agradar a
ele. Cristo cumpriu integralmente
cada tipo e símbolo da lei, elimi-
nando, assim, a necessidade de
se praticar os rituais do Antigo
Testamento, como fazia o povo de
Israel. Ao morrer na cruz, Cristo
assumiu sobre si a maldição da lei,
para que não precisássemos mais
temer o julgamento.
PENSAMENTO
“Tenho prazer em fazer
tua vontade, meu Deus, pois a
tua lei está em meu coração” (Sl
40.8).
24

VEIO A MIM A PALAVRA
DO SENHOR
a bíblia diz
1 Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, dos
sacerdotes que estavam em Anatote, na terra
de Benjamim:
2 Ao qual veio a palavra do Senhor, nos dias
de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no
décimo-terceiro ano do seu reinado.
3 E lhe veio também nos dias de Jeoiaquim,
filho de Josias, rei de Judá, até ao fim do ano
undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei
de Judá, até que Jerusalém foi levada em
cativeiro no quinto mês.
4 Assim veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
Jr 1.1-4 | RC
A VOZ DE DEUS POR
INTERMÉDIO DOS
PROFETAS
O escritor aos Hebreus frisa
com muita propriedade que Deus
falara muitas vezes e de muitas
maneiras aos pais, pelos profetas
(Hb 1.1) e, de fato, as Escrituras
estão repletas de exemplos que
demonstram que Deus fala.
Dos 39 livros do AT, os
últimos 17 são mensagens de
Deus anunciadas pelos profetas à
nação de Israel. Eles condenavam
os pecados do povo, exigiam o
Ensinando as Nações Jovem
06
4
02
,2
Feb 11
arrependimento e anunciavam
as bênçãos do Senhor aos que vi-
vessem em conformidade com a
Palavra do Eterno. Embora falas-
sem à sua geração, sua influência
atravessou o tempo, o que denota
a importância do seu lugar nas
Escrituras.
QUEM ERAM OS
PROFETAS?
Desde a criação, o Senhor
revelou-se diversas vezes aos
homens e muitos tiveram o privi-
légio de ouvir sua voz (Gn 3.8,9;
6.13-18; 12.1-3; 26.1-5; 28.13-15;
Êx 3). Após a descendência de
Abraão estabelecer-se na Ter-
ra Prometida, Deus continuou
dando suas diretrizes ao povo
no tempo dos juízes (Jz 2.1-4) e,
durante a monarquia, por meio
dos profetas, começando com
Samuel (1 Sm 3.1,19,20). Esse é
o padrão recorrente em todo o
registro sagrado, com o ministério
profético destacando-se no Anti-
go Testamento.
25
 No hebraico, há três pala-
vras traduzidas como “profeta”:
a) Nabi’ - aquele que declara,
anuncia, fala por, representa; b)
Ro’eh - um “vidente”, alguém
que vê (Dt 18.21,22, 2 Rs 6.14-17;
Hb 11.27) e c) Hozeh - o mesmo
que ro’eh, um vidente que vê (1
Cr 29.29). O texto de 1 Samuel
9.9-11 elucida que o termo pro-
feta assumiu a preferência. No
grego, a palavra “prophetes”
significa alguém que fala em prol
de outro, em nome de um deus,
interpretando sua vontade para o
homem. Dessa forma, em síntese,
os profetas falavam em nome do
Senhor.
O apóstolo Pedro lembra
que “homens santos de Deus falaram
inspirados pelo Espírito Santo” (2
Pe 1.21). A identificação de tais
homens como “santos” denota
que foram pessoas que tiveram
intimidade com Deus, como disse
o escritor aos Hebreus, homens
“dos quais o mundo não era digno”
(Hb 11.38).
O MINISTÉRIO PROFÉTICO
Podemos extrair da histó-
ria pessoal desses personagens
que eles foram preparados des-
de a mocidade para mais tarde
receberem a Palavra do Senhor.
Ensinando as Nações Jovem
Deus agiu soberanamente nas cir-
cunstâncias, no treinamento, nos
obstáculos que enfrentaram e na
forma como reagiram aos eventos
de suas vidas com o fim de deixá-
-los prontos para seus propósitos.
Deus faz o mesmo conosco.
Os profetas foram comis-
sionados para falarem em nome
do Senhor e, alguns deles, tiveram
uma experiência radical com a
presença de Deus; outros, a con-
vicção interna de seu chamado.
Resumidamente, o fio profético
que os unia era a Aliança que o Se-
nhor fizera com Israel, tornando-o
seu povo especial - uma nação
que deveria ser justa e generosa
- com o fim de representar Deus
para todas as nações. Embora
anunciassem coisas que sucede-
riam no futuro, essa não era sua
principal tarefa. A rigor, os profe-
tas estavam encarregados de zelar
pela Aliança entre Deus e o seu
povo (Nm 12.6; Is 6.8,9; Jr 1.5-7;
Ez 2.1-5). Deus concedeu o Espí-
rito de profecia aos seus servos,
zelou por eles e, “por amor deles
repreendeu reis, dizendo: Não toqueis
nos meus ungidos, e não maltrateis os
meus profetas” (Sl 105.14-15).
Não por acaso, os profe-
tas estiveram relacionados com
a monarquia, certamente como
uma lembrança viva de que os
26
reis deviam ser fiéis à Lei do
Senhor (Dt 17.18; 1 Rs 2.1-4). Por
vezes eram conselheiros, mas
também denunciavam qualquer
desvio do caminho santo (2 Sm
7.11-17; 12.1-15; 1 Cr 17.11-15).
Notadamente no Reino do Norte,
houve um vigoroso florescimento
profético por causa do abandono
da verdade, tendo Elias e Eliseu
como os principais protagonistas
(1 Rs 17-19; 21; 2 Rs 2-9).
UM CHAMADO
ATEMPORAL
O AT mostra que os pro-
fetas receberam um chamado
especial de Deus (1 Sm 3; Is 6; Jr
1.3-9; Ez 2-3; Am 7.14-15) e que
suas mensagens eram revelações
divinas (1 Sm 3.19-21; 1 Rs 22.19;
Jr 1.9,12; Am 1.3; 3.7). Em alguns
casos, tinham experiências dadas
pelo Espírito Santo como num
estado de êxtase (1 Sm 10.10,13;
Nm 11.24-29; 1 Sm 19.19-24). Em
outros casos, afirmavam que o
Espírito de Deus estava neles,
dando-lhes o poder para falar (Ez
2.2; 11.5; Mq 3.8). Os livros pro-
féticos são testemunhas fiéis da
ação contínua de Deus entre seu
povo. Muitas de suas mensagens
foram inicialmente faladas e, pos-
teriormente, escritas em volumes
Ensinando as Nações Jovem
únicos ou agrupados em peque-
nas coleções. Jeremias e Isaías, por
exemplo, foram orientados por
Deus a registrarem a mensagem
para ficar como testemunho para
o futuro (Is 3.8; Jr 36.1-7).
Hoje, somos beneficiados
pela preservação das Sagradas
Escrituras como testemunho cabal
de que a voz do Senhor foi ouvida
por intermédio dos profetas.
VEIO A MIM A PALAVRA
A responsabilidade que
recaía sobre os ombros do profeta
é bem sintetizada nas diretrizes
dadas por Deus para saber se
alguém falava por ele ou não (Dt
18.20-22). Não bastava apenas
pronunciar “assim diz o Senhor”
ou “veio a mim a palavra do Senhor”,
pois o cumprimento da mensa-
gem seria a chancela do profeta.
Mesmo assim, se o tal sinal suce-
desse e o profeta levasse o povo a
desviar-se do Senhor, deveria ser
rejeitado (Dt 13.1-3).
O que fica claro no texto bí-
blico é que os profetas do Senhor
tinham a certeza de que suas men-
sagens eram a revelação de Deus
e não de seus próprios corações
(Is 61.1; Am 7.14,15). As histórias
mostram que muitos profetas
eram desprezados e perseguidos
27
e outros não fizerem caso de
suas mensagens (2 Cr 24.19-20;
Jr 29.19; Am 7.12-13; Mt 5.12-12;
Lc 11.47-48; At 7.52), mas, apesar
da perseguição e sofrimento, não
abriram mão de sua chamada (1
Rs 22.13,14; Jr 38.1-6).
O TEOR DA MENSAGEM
Na mensagem dos profetas
podem ser observados três pontos
recorrentes: 1) Acusava-os por
causa da idolatria, aliança com
outros povos e injustiças contra os
pobres; 2) Conclamavam a nação
ao arrependimento, asseverando
que o Senhor os perdoaria se
mudassem seus procedimentos;
3) Alertavam acerca do juízo di-
vino, o Dia do Senhor, caso não
se arrependessem.
Com base nesses três pon-
tos, é possível perceber que os
profetas eram homens atentos às
coisas que sucediam à sua volta.
Não estavam inertes em relação
à apatia da nação quanto às coi-
sas de Deus. Não importava se
a impiedade estava no templo,
no palácio ou nas ruas, eles le-
vantavam sua voz como arautos
do Senhor. Eles dedicavam-se ao
Todo-poderoso a fim de serem
os mais eloquentes e persuasivos
em seu tempo. No entanto, não
Ensinando as Nações Jovem
era objetivo do profeta estar nos
holofotes. Na verdade, muitos
viveram à margem da sociedade
e, apesar de toda a autoridade,
nem sempre as pessoas presta-
vam atenção neles. Por isso somos
advertidos por Pedro a termos
ainda mais firme a palavra pro-
fética porque nenhuma profecia
foi produzida por vontade dos
homens, mas falaram inspirados
pelo Espírito Santo (2 Pe 1.19-21) e
“nestes últimos dias”, falou-nos por
meio de seu Filho. O testemunho
divino continua vivo e eficaz.
Concluindo esse empol-
gante assunto, ao olharmos à
nossa volta, tal como os profetas
fizeram, qual deve ser nossa ati-
tude? Se a situação presente é de
indiferença, frieza e mornidão,
devemos levantar nossa voz e
protestar, trazendo à memória
de todos para que possam ver e
ouvir que o Deus que nos salvou
no passado continua atento à
nossa vida e estabeleceu que sem
santidade não será possível vê-lo
(Hb 12.14).
PENSAMENTO
É melhor perder a vida
por Cristo do que desperdiçá-
-la consigo mesmo. (John
Piper)
28
 E O VERBO SE FEZ
CARNE
a bíblia diz
1 No princípio era a Palavra, e a Palavra
estava com Deus e a Palavra era Deus.
2 Aquele que é a Palavra estava com Deus
no princípio.
3 Todas as coisas foram feitas por
intermédio dele; sem ele, nada do que existe
teria sido feito.
4 Nele estava a vida, e esta era a luz dos
homens.
5 A luz brilha nas trevas, e as trevas não a
derrotaram.
Jo 1.1-5 | NVI
Deus sempre teve interes-
se em dialogar com o homem. A
Bíblia diz, no livro de Gênesis,
que o Senhor estava na direção
de Sodoma e Gomorra para ava-
liar a situação daquelas cidades
e destruí-las, porém viu que seu
servo Abraão estava com ele, en-
tão Deus resolveu contar para
Abraão o que iria fazer: Então o
Senhor disse: “Esconderei de Abraão
o que estou para fazer?” (Gn 18,17).
Ademais, o Livro Sagrado tam-
bém mostra que, no princípio
da humanidade, Deus visitava
Adão e Eva na virada do dia,
sempre ao entardecer (Gn 3.8).
Ensinando as Nações Jovem
07
4
02
,2
Feb 18
Mesmo sendo soberano, criador
dos céus e da terra, o Pai gosta de
se relacionar com o seus, assim
como com aqueles que obede-
cem aos seus princípios.
E O VERBO SE FEZ CARNE
O Senhor Jesus se fez car-
ne e habitou entre nós. Sabemos
que a sua vinda foi uma soberana
missão: “Porque Deus tanto amou o
mundo que deu o seu Filho Unigêni-
to, para que todo o que nele crer não
pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo
3.16). Essa missão também mos-
tra o caráter do Pai, pois, ao vir
ao mundo como 100% homem,
ao padecer e ao sentir na pele
tudo o que a humanidade passa-
va, Jesus mostrou empatia para
com os homens, uma vez que
não ficou sentado em seu trono
de glória, observando e avalian-
do a situação. Ele veio, habitou
entre nós e nos mostrou os gran-
des valores de Deus.
A Palavra nos mostra que
antes mesmo de tudo ser feito,
Jesus já estava com o Pai: “No
princípio era aquele que é a Palavra.
29
Ele estava com Deus e era Deus. Ele
estava com Deus no princípio” (Jo
1.1,2). Ele também teve partici-
pação efetiva na criação de tudo:
“Todas as coisas foram feitas por in-
termédio dele; sem ele, nada do que
existe teria sido feito” (Jo 1.3). Por
que é importante mostrar esses
detalhes? Porque, a partir desses
fatos podemos chegar à conclu-
são de que o Senhor Jesus não
veio a essa terra como um aven-
tureiro, sem um propósito. O
nosso Salvador tinha total conhe-
cimento da situação da humani-
dade diante de Deus, e se o nosso
Arquiteto não tivesse vindo para
nos ajudar, estaríamos totalmen-
te perdidos.
É como uma obra bem
construída, com materiais de pri-
meira qualidade. Tudo feito para
durar por muitos anos. Todavia,
devido ao mau uso, a sua estru-
tura foi corrompida e danificada
em diversos lugares, sendo ne-
cessário ser feita uma avaliação
profissional para saber a inten-
sidade dos danos e criar um or-
çamento de reparos para aquela
obra.
O nosso Senhor Jesus
Cristo foi o enviado do Pai para
fazer essa avaliação de danos e
para ver como a humanidade
se encontrava. Jesus não nasceu
num berço de ouro, mas numa
manjedoura. Isso prova que Ele
Ensinando as Nações Jovem
sentiu desde o seu nascimento
a necessidade que muitos en-
frentam. Jesus acompanhou de
perto as necessidades de pobres
e ricos, de pessoas doentes, tan-
to no corpo como no espírito, e
não negou auxílio para nenhuma
delas, desde que essas pessoas o
buscassem de todo coração.
O Senhor também viu que
a única maneira de salvar a hu-
manidade dos seus pecados era
doando-se: “Ninguém tem maior
amor do que aquele que dá a sua vida
pelos seus amigos” (Jo 15.13).
A VERDADEIRA LUZ
Jesus chega para mostrar
aos homens a verdadeira luz, a
luz que os homens não conhe-
ciam, pois o homem, sem conhe-
cer Jesus, vive de sua natureza
adâmica, pecaminosa e cheia de
iniquidade. Jesus muda tudo à
sua volta. Ele quebra ritos e dog-
mas, apresenta a verdadeira fé,
desperta nas pessoas a compai-
xão, transborda muitos com ale-
gria e os conduz ao amor sincero.
As trevas têm a capaci-
dade de nos deixar cegos. Preci-
samos erguer as nossas mãos e
caminhar com cuidado para não
esbarrarmos em nada, pois não
conseguimos enxergar em meio
à escuridão à nossa volta. Na luz,
é diferente: caminhamos com
30
firmeza, pois sabemos aonde va-
mos. Não temos dúvidas, medos
ou qualquer outro sentimento de
receio, uma vez que a luz vem
para esclarecer. Assim foi a vin-
da de nosso Jesus: Ele trouxe luz
aos homens que se encontravam
em trevas!
Durante o ministério de Je-
sus, muitos não o reconheceram.
Ao entrar na sinagoga em Naza-
ré, onde foi criado, deram-lhe o
livro do Profeta Isaías. Ao abrir,
Ele leu um trecho e afirmou que
aquelas palavras se cumpriam
naquele momento (Lc 4.17-21).
Então, ele foi hostilizado ao pon-
to de tentarem jogá-lo do alto de
um monte (Lc 4.29). Por outras
vezes, ele era questionado por
ser da casa de José, o carpinteiro.
Alguns apelavam para a sua des-
cendência com zombaria, pois,
segundo a visão dos incrédulos,
o Messias aguardado jamais se-
ria filho de um carpinteiro. Em
João 1.11 diz: “Veio para o que era
seu, mas os seus não o receberam”.
É interessante falar que
muitos creram nele, como, por
exemplo, os discípulos que lar-
garam tudo para o seguir. Talvez
esse ato assuste muitas pessoas
hoje em dia, pois imagine um
jovem promissor, inteligente e
cheio de conhecimento, que tem
a capacidade de ingressar em
alguma área promissora e, de
Ensinando as Nações Jovem
repente, ele chega para os seus
pais e diz que quer ser um mis-
sionário, pastor etc. Ele afirma
com todas as letras que quer
doar sua vida para o Reino de
Deus. A questão é: hoje em dia
muitos pais ficariam desaponta-
dos em ouvir isso dos seus filhos,
e sabe por quê? Os pais querem
que seus filhos realizem seus so-
nhos, fiquem bem-sucedidos, si-
gam carreiras como engenheiros,
advogados, médicos etc., porém
muitos não aceitam o chamado
do Senhor para seus filhos. Se
você tem um chamado e seu co-
ração arde pelo Reino de Deus,
faça como os discípulos: siga o
Mestre!
“Contudo, aos que o recebe-
ram, aos que creram em seu nome,
deu-lhes o direito de se tornarem fi-
lhos de Deus” (Jo 1.12). Aqueles
que aceitaram o Verbo Vivo, es-
tes receberam o direito de serem
chamados filhos de Deus. Agora
nos tornamos filhos por adoção e
isso implica que passamos a ter
responsabilidades, mas também
direitos. A responsabilidade
principal que temos com o Reino
é cumprir o IDE! Evangelizar o
mundo é papel fundamental da
igreja e, se você faz parte da igre-
ja, então você tem essa grande
responsabilidade dada pelo pró-
prio Jesus (Mc 16.15).
O filho, mesmo sendo
31
adotado, passa a ter os direitos
iguais aos do filho gerado. Nos-
sos direitos, como filhos adota-
dos por Deus, foram conquista-
dos por Jesus Cristo na cruz do
calvário, e isso nos possibilitou
receber do Pai todas as bênçãos
e privilégios devidos aos filhos,
cuja principal é a salvação: “Pois
vocês são salvos pela graça, por meio
da fé, e isto não vem de vocês, é dom
de Deus” (Ef 2.8).
EMANUEL - DEUS
CONOSCO!
Jesus é a promessa de
Deus para salvar a humanidade
dos seus pecados. O Emanuel,
que quer dizer: “Deus conosco”,
veio ao mundo de forma mila-
grosa, pois uma “virgem” dar à
luz é algo impossível! Sabemos
que para uma mulher gerar um
filho precisa de um homem, mas
no caso de Maria ocorreu um mi-
lagre: “O anjo respondeu: O Espíri-
to Santo virá sobre você, e o poder do
Altíssimo a cobrirá com a sua som-
bra. Assim, aquele que há de nascer
será chamado Santo, Filho de Deus”
(Lc 1.35).
É importante lembrar que
nós, seres humanos, somos mui-
to curiosos, queremos conhecer,
entender e saber de todos os
mistérios que nos cercam. Com
os discípulos de Jesus não foi di-
Ensinando as Nações Jovem
ferente. Eles seguiam o Mestre
e, mesmo vivenciando todos os
dias os milagres, os ensinamen-
tos, as curas e ressurreição que
ele fazia, ainda assim ficavam
curiosos: “Quando iremos conhecer
o Pai?”. Eles não entendiam que
o Pai estava ali todos os dias na
presença deles, comendo, dor-
mindo, viajando e realizando a
sua obra. “Disse Filipe: Senhor,
mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
Jesus respondeu: Você não me co-
nhece, Filipe, mesmo depois de eu
ter estado com vocês durante tanto
tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como
você pode dizer: Mostra-nos o Pai”?
(Jo 14.8,9).
Muitas vezes ficamos tão
distraídos com o nosso cotidia-
no, com a nossa correria diária,
que nos esquecemos de que o Se-
nhor está perto de todos aqueles
que o invocam (Sl 145.18). Nós
não podemos nos desconectar
dos céus, pois essa conexão não
pode ser quebrada. Embora ela
sofra ataques constantes, nós
devemos estar alertas para não
agirmos desapercebidos como o
discípulo Filipe, que não conse-
guia enxergar o Deus Conosco
tão perto dele.
PENSAMENTO
Jesus é o verbo porque
Ele é a expressão do poder e da
ação de Deus!
32

EU, PORÉM, VOS DIGO
a bíblia diz
43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu
próximo e aborrecerás o teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: Amai a vossos
inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei
bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos
maltratam e vos perseguem.
Mt 5.43,44 | ARC
Sem dúvida o Sermão do
Monte nos apresenta alguns dos
ensinamentos mais ricos de toda
história. Jesus, o grande mestre
que veio do céu, apresentou
nesses ensinamentos o coração
da mensagem do evangelho do
Reino.
No texto do evangelho de
Mateus 5.20 - 5.48, é mostrado
como Jesus interpretava e explica-
va a Lei de Deus. Por cinco vezes
ele repetiu a frase: “Antigamente
foi dito, eu, porém vos digo...” (Mt
5.21,27,33,38,43). Na opinião dos
fariseus, Jesus estava acabando
com a Lei. Mas era exatamente o
contrário. Jesus dizia: “Não pensem
que vim acabar com a Lei e os profetas.
Não vim acabar, mas sim dar-lhes
Ensinando as Nações Jovem
08
4
02
,2
Feb 25
pleno cumprimento” (Mt 5.17).
Referente à Lei de Moisés,
Jesus tem uma atitude de ruptu-
ra e de continuidade. Ele rompe
com as interpretações erradas,
mas reafirma categoricamente o
objetivo da lei, que é alcançar a
justiça maior que é o Amor.
“OUVISTE O QUE FOI
DITO...”
Jesus mostra um contraste
de dois ensinamentos a partir de
Mateus 5:21-48. Esses contrastes
se dão a partir da lei do Antigo
Testamento. Quando Jesus fala do
AT em outros lugares, ele nunca
diz: “ouviste o que foi dito”, mas ele
sempre usa outras maneiras de
se expressar que mostram o seu
respeito pela palavra do AT.
Muitas vezes ele diz...:
“Está escrito...”. Jesus usa essa
expressão para responder as
tentações do diabo: “Ele, porém,
respondendo, disse: Está escrito: Nem
só de pão viverá o homem, mas de toda
a palavra que sai da boca de Deus”
33
(Mt 4.4). “Disse-lhe Jesus: Também
está escrito: Não tentarás o Senhor
teu Deus”. (Mt 4.7). “Então disse-lhe
Jesus: Vai-te, Satanás, porque está
escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás,
e só a ele servirás” (Mt 4.10).
Jesus se expressa de outra
forma quando se refere ao Antigo
Testamento, que é por citação.
Segue o exemplo: “Para que se
cumprisse o que fora dito pelo profeta
Isaías” (Mt 12.17). “Para que se cum-
prisse o que fora dito pelo profeta, que
disse: Abrirei em parábolas a minha
boca; publicarei coisas ocultas desde
a fundação do mundo” (Mt 13.35).
“Disse-lhes ele: Como é então que
Davi, em espírito, lhe chama Senhor,
dizendo” (Mt 22.43).
Nesses exemplos Jesus cita
a fonte! Ele cita qual livro, qual
profeta, qual salmista. E outras
vezes Cristo se referia ao Antigo
Testamento como Escrituras,
como, por exemplo, em Mateus
21.42: “Diz-lhes Jesus: Nunca les-
tes nas Escrituras: A pedra, que os
edificadores rejeitaram, essa foi posta
por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi
feito isto, e é maravilhoso aos nossos
olhos”?
Jesus usa uma linguagem
diferente: “ouviste o que foi dito”,
mas demonstrando seu total res-
peito pelo Antigo Testamento. O
Ensinando as Nações Jovem
contraste apresentado pelo Mes-
tre não é um contraste com a Lei
do AT, mas se refere às tradições
dos fariseus e a vontade de Jesus.
Os ensinamentos de Jesus,
como Deus em carne aqui na
terra, foi apresentar a vontade do
próprio Senhor (Deus Pai). Ao
comparar os ensinamentos de
Jesus com as tradições e as regras
dos fariseus, entende-se que o Fi-
lho não nega os princípios morais
e éticos que serviam de base na
Lei, pois aqueles princípios vêm
de Deus. “Todo aquele que desobede-
cer a um desses mandamentos, ainda
que dos menores, e ensinar os outros
a fazerem o mesmo, será chamado
menor no Reino dos céus; mas todo
aquele que praticar e ensinar estes
mandamentos será chamado grande
no Reino dos céus” (Mt 5.19).
Jesus mostra, através des-
sas palavras, que os princípios
atrás da Lei do Antigo Testa-
mento são os mesmos princípios
atrás dos ensinamentos da Nova
Aliança. Em Mateus 22, do versí-
culo 37 a 40, Jesus disse: “Amarás
o Senhor teu Deus de todo o teu cora-
ção, e de toda a tua alma, e de todo o
teu pensamento... Este é o primeiro e
grande mandamento... E o segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo...Destes
34
dois mandamentos dependem toda a
lei e os profetas”.
É interessante que Cristo
não cita explicitamente os dez
mandamentos, mas cita os dois
princípios mais importantes que
serviam como base da Lei do An-
tigo Testamento e ainda servem
como base da Nova Aliança de
Jesus: “Amar a Deus e amar o pró-
ximo”.
A Lei era boa e espiritual
(Rm 7.12-14). A Lei apontava para
Cristo e Jesus cumpriu a Lei. Ele
vai além da Lei e apresenta prin-
cípios do seu Reino.
“EU, PORÉM, VOS DIGO...”
Jesus é intencional em suas
palavras. Ele começa sendo óbvio.
Qualquer pessoa aceitaria esse
tipo de argumento. Se você saísse
pelas ruas e perguntasse se é erra-
do matar outra pessoa, a maioria
vai responder: Sim! É errado!
Jesus começou com o ponto onde
todos aceitam: não matar (5.21).
Preste atenção em como ele
terminou. Quando chega no final,
ele diz nos últimos versículos do
capítulo 5 que nós devemos amar
nossos inimigos (5.44,48), imitan-
do a perfeição do Pai. Agora, se
você saísse pelas ruas perguntan-
Ensinando as Nações Jovem
do às pessoas se é preciso amar os
inimigos, somente uma pequena
porcentagem diria que sim!
Jesus apresentou nessa
mensagem uma ideia revolucio-
nária, pois ele nos chama a colocar
em prática um amor que o mundo
jamais conhecia.
Cristo apresenta contras-
tes importantes. Ele começa com
confrontos em nossa própria
tendência para o mal. Por conse-
guinte, ele fala sobre raiva, ódio,
mentiras. Esses sentimentos são
tentações que enfrentamos na
nossa vida e que temos que lutar
contra essas coisas para agradar a
Deus. Mas, para os últimos con-
trastes, Jesus fala dos problemas
que existem dentro de nós, ou
seja, ele fala de como devemos
reagir à maldade dos outros, que
não devemos nos vingar. Mas,
sim, amar o inimigo! “Sede vós pois
perfeitos, como é perfeito o vosso Pai
que está nos céus” (Mt 5.48).
Vamos sempre lembrar
do padrão e comportamento do
cidadão do Reino dos Céus. Jesus
não quer que alguém olhe para
as pessoas ao redor e diga a elas:
“eu sou o melhor”. Os fariseus
eram especialistas nesse tipo de
orgulho e arrogância. Jesus quer
de nós uma vida que olhe para
35
Deus Pai.
O AMOR COMO PRINCÍPIO
O princípio do cristianismo
não é a lei, mas o amor. E para o
amor, a observância de toda a Lei
é ainda muito pouco. Jesus propõe
não os limites da Lei, mas o amor
de Deus que não tem limites. Com
base nisso, Santo Agostinho disse,
certa vez: “Ama a Deus e faze o que
quiseres”! A Lei, diante do amor,
torna-se ínfima. Sim, a letra mata,
mas o amor vivifica.
Ajamos, pois, não com
um amor ingênuo, que se deixa
humilhar, mas com o amor que é
capaz de ser respeitoso, solidário
e compreensivo, que ama não “por
causa de”, mas “apesar de”. Porque
as pessoas valem mais do que as
coisas - valem mais até do que o
culto!
AMEMOS UNS AOS
OUTROS
O amor é um sentimento
que jamais deveria arrefecer-se,
mas sabemos com base bíblica
que haverá um tempo de tanta
impiedade que ele se esfriará en-
tre as pessoas (Mt 24.12). Mas nós,
crentes fiéis, não nos enquadrare-
Ensinando as Nações Jovem
mos nesta perspectiva negativa,
porque somos e continuaremos
receptivos à admoestação do
próprio Senhor Jesus: “O meu
mandamento é este: Que vos ameis
uns aos outros, assim como eu vos
amei” (Jo 15.12).
A Bíblia diz que Ele é amor
(1 Jo 4.8). O amor do Pai é a base
da sua aliança, é o fundamento de
sua fidelidade: “Com amor eterno
te amei; também com amável benigni-
dade te atraí” (Jr 31.3). Assim como
Cristo é a maior expressão e prova
do amor de Deus pela humani-
dade, o Espírito Santo também
tem sua participação especial
em derramar o seu amor nos co-
rações dos salvos (Rm 5.5). Este
amor está relacionado a todos
nós quando Jesus disse que temos
que amar ao Senhor Deus de todo
nosso coração, de toda nossa alma
e de todo nosso entendimento.
PENSAMENTO
Nós somos as bíblias
que o mundo está lendo…
nós somos os sermões que o
mundo está prestando aten-
ção. (Billy Graham)
36

RECONECTADOS
a bíblia diz
16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, para que fique convosco para
sempre,
17 o Espírito da verdade, que o mundo
não pode receber, porque não o vê, nem o
conhece; mas vós o conheceis, porque habita
convosco e estará em vós.
Jo 14.16,17 | ARC
Reconectar significa co-
nectar outra vez, estabelecer uma
nova conexão, ligar novamente
uma coisa à outra; religar. Mas,
antes mesmo de entendermos
o que é reconectar, é necessário
que entendamos com quem re-
conectar e qual a importância
dessa conexão.
No dia de Pentecostes,
quando a igreja estava oficial-
mente inaugurada, a primeira
mensagem oficial que temos da
história da Igreja não apenas co-
munica a salvação em Jesus, mas
defende a doutrina do Espírito
Santo. Pedro resgata então à pro-
fecia descrita no AT pelo profeta
Joel, narrada em Atos 2.17-18.
Ensinando as Nações Jovem
09
24
20
,
Mar 03
Após a Igreja ser inaugura,
Pedro então faz a primeira men-
sagem pregando sobre a obra
do Espírito Santo, dizendo que
Deus tinha feito uma promessa
de derramar sobre nós o Espíri-
to. Jesus, ao descer a terra cum-
pre essa promessa. Ele deixou o
Consolador o qual está dentro de
nós, esperando ser acessado.
COM QUEM RECONECTAR?
No evangelho de João
14.16,17, lemos: “e ele lhes dará ou-
tro Consolador para estar com vocês
para sempre”. No verso 17: “Mas
vocês o conhecem, pois ele vive com
vocês e estará em vocês”. Jesus está
anunciando que a partir daquele
momento ele iria subir aos céus,
mas deixaria “outro Consolador”
que estaria em nós, que significa
“dentro de nós”. Jesus anuncia a
vinda do Espírito Santo.
Dentro do contexto de
João 14, Jesus está dizendo que
irá preparar um lugar, mas que
depois de preparar lugar ele vol-
37
tará para buscar a sua Igreja. No
verso 18, Jesus nos fala: “não os
deixarei órfãos...”.
E extremamente necessá-
rio que entendamos o valor real
da pessoa do Espírito Santo e
da sua obra. Às vezes tratamos
o Espírito como uma última op-
ção para resolver nossas aflições.
Mas ele deseja que você o ouça
todos os dias, que o deixe traba-
lhar na sua vida transformando
e suprindo todas as suas neces-
sidades. Não trate com desdém
quem cuida de você dia e noite.
Em João 16.7 está escri-
to: “Mas eu lhes afirmo que é para
o bem de vocês que eu vou. Se eu
não for, o Conselheiro não virá para
vocês; mas se eu for, eu o enviarei”.
Os discípulos ficaram aflitos e
angustiados pela dor, pensando
que perderiam Jesus. Por isso ele
os consola dizendo que é melhor
que ele vá para que o Espírito
possa vir. O Espírito Santo não
possui limitações, e ele pode ir
em qualquer lugar que o homem
for acompanhando-o e conven-
cendo-o do pecado, da justiça e
do juízo (Jo 16.8).
O Espírito Santo é o Es-
pírito da verdade (Jo 16.12,13),
e sua obra é levar a verdade de
Deus aos homens. A verdade
não é um descobrimento dos ho-
Ensinando as Nações Jovem
mens, é um dom de Deus, sendo
entregue pelo Espírito Santo. Ele
veio para suprir as nossas limi-
tações, comunicando a verdade
que penetra profundamente em
nossa alma.
A importância do Espíri-
to Santo é tamanha que em Ma-
teus 12.31 Jesus declara que se
blasfemarem contra ele (Jesus),
haverá perdão, mas se blasfema-
rem contra o Espírito Santo não
haverá perdão nem neste mun-
do nem no vindouro. Jesus está
mostrando que existe algo tão
vital na pessoa e na obra do Es-
pírito Santo que quem desconec-
tar daqui será desconectado nos
céus.
O CERNE DA OBRA DO
ESPÍRITO E O PROJETO DE
DEUS
O cerne da obra do Es-
pírito Santo é chamado “trans-
formação”, mas não se trata de
qualquer transformação, é uma
transformação progressiva, cons-
tante na imagem do Senhor (Rm
8.29). Esse é o plano que Deus
tem para cada um de nós (1 Jo
2.6), Jesus deixou como exemplo
o seu ministério para que siga-
mos as suas pegadas (1 Pe 2.21).
Todo evangelho aponta em uma
38
única direção, onde vivemos e
falamos a verdade do seu amor.
É qual o projeto do Deus?
Fomos eleitos nele antes da fun-
dação do mundo para sermos
santos e irrepreensíveis, transfor-
mados à imagem de Jesus todos
os dias, esse é o projeto. Quem
é o responsável por nos levar a
esta condição? O Espírito Santo.
O centro do projeto de Deus é a
transformação do homem à ima-
gem de Jesus, e o Espírito Santo é
quem o realiza. Qual a importân-
cia do Espírito Santo em sua vida
e na sua forma de adoração?
TUDO COMEÇA COM UMA
ESCOLHA
Ao olharmos para a pre-
gação de Jesus conforme Marcos
1.15: “arrependam-se e creiam nas
boas novas”, vemos que tudo co-
meça com arrependimento e fé.
O homem precisa passar pelo
arrependimento tendo fé, é uma
questão de escolha.
Se sou responsável, quer
dizer que Deus me deixou sozi-
nho com essa responsabilidade?
Em Romanos 2.4, vemos que a
bondade de Deus conduz o ho-
mem ao arrependimento. Há
atributos de Deus sendo comu-
nicados sobre nós todos os dias
Ensinando as Nações Jovem
para nos ajudar. Em João 16.8,
vemos que o Espírito convence o
mundo do pecado da justiça e do
juízo. Nós temos a responsabili-
dade de ceder ao arrependimen-
to, enquanto isto o Espírito Santo
a todo tempo está presente nos
instruindo. Ao darmos o devido
espaço, ele trabalha conduzindo-
-nos à transformação.
Em 2 Coríntios 4.13 Ele
é chamado de um Espírito da
fé. Isto significa que ele traba-
lha para que a minha inclinação
para crer seja fortalecida com os
recursos oferecidos pelos céus.
O Espírito Santo está envolvido
em todo o processo. Em Tito 3.5-
7, vemos que Deus nos adotou
como filhos sendo coerdeiros
com Jesus Cristo. O Espírito San-
to não está apenas na preparação
do arrependimento e da fé, mas
no momento da experiência da
conversão, executando a trans-
formação.
RECONECTANDO TODOS
OS DIAS
Em Gálatas 5.16-18, o Es-
pírito Santo trabalha em todo
processo de santificação contra
o pecado e a carne, enquanto se-
guimos em direção ao alvo. Ele
está trabalhando dentro de nós
39
e no decorrer desse processo te-
mos que ser responsáveis em
compartilhar e transbordar na
vida de outras pessoas. A nossa
responsabilidade também é pre-
gar a mensagem do evangelho,
a fim de que ela alcance pessoas
e essas sejam incluídas no Reino
de Deus. Para servirmos ao Se-
nhor é necessária a ação o Espí-
rito Santo.
Em atos 1.8 Jesus disse:
“Mas receberão poder quando o Es-
pírito Santo descer sobre vocês, e
serão minhas testemunhas em Jeru-
salém, em toda a Judeia e Samaria, e
até aos confins da terra”. Neste ver-
sículo Jesus deixa bem claro que
para servir e trabalhar para Jesus
precisamos do Espírito Santo. A
obra do Espírito Santo é vital, es-
sencial.
Podemos alguma coisa
sem Ele? Não! Em Lucas 11.13
podemos ler: “Se vocês, apesar de
serem maus, sabem dar boas coisas
aos seus filhos, quanto mais o Pai que
está nos céus dará o Espírito Santo a
quem o pedir”. A reconexão não é
algo espontâneo e muito menos
automático. Você terá que apren-
der a orar a respeito disso, fa-
zendo a sua parte renunciando a
tudo para receber aquilo que não
e automático e nem espontâneo:
renunciar o mundo, as paixões, a
Ensinando as Nações Jovem
fama e principalmente a si mes-
mo.
Ei! Acorda Jovem! Pare
de perder tempo achando que
é tudo sobre você. É tudo sobre
ele. Estamos vivendo uma gera-
ção fragilizada, cujo único medo
é perder o(a) namorado(a), o tra-
balho, o conforto etc. Estão preo-
cupados consigo mesmos, mas
se esquecem da presença do Es-
pírito Santo.
Estamos numa geração
que quer se reconectar, mas não
entende com quem. Vivem ‘es-
perando sentados’ para serem
cheios, como se isso fosse um
passe de mágica. A responsabili-
dade da busca é sua! Não passe
a terceiros o que é seu. A salva-
ção é individual assim como o
processo de transformação. Seus
pais e avós ou seu pastor não vão
fazer você se reconectar. Então,
acorda e toma a responsabilida-
de que é sua!
PENSAMENTO
Não é tempo de perder
tempo, Jesus está voltando.
Maranata! Ora, vem, Senhor
Jesus.
40

UM RELACIONAMENTO
QUE TRANSFORMA
a bíblia diz
5 circuncidado ao oitavo dia, da linhagem
de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de
hebreus; segundo a lei, fui fariseu,
6 segundo o zelo, perseguidor da
igreja; segundo a justiça que há na lei,
irrepreensível.
7 Mas o que para mim era ganho reputei-o
perda por Cristo.
8 E, na verdade, tenho também por
perda todas as coisas, pela excelência do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor;
pelo qual sofri a perda de todas estas coisas
e as considero como esterco, para que possa
ganhar a Cristo
9 e seja achado nele, não tendo a minha
justiça que vem da lei, mas a que vem pela
fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de
Deus, pela fé;
10 para conhecê-lo, e a virtude da sua
ressurreição, e a comunicação de suas
aflições, sendo feito conforme a sua morte;
11 para ver se, de alguma maneira, eu possa
chegar à ressurreição dos mortos.
Fp 3.5-11 | ARC
O homem sente a necessi-
dade de se relacionar com seus
semelhantes desde os primórdios
da civilização. O ato de se relacio-
nar constitui o núcleo essencial
da vida em sociedade. O filóso-
fo Aristóteles, em seu livro “A
Política”, ensina que: “quem faz
Ensinando as Nações Jovem
10
24
20
,
Mar 10
o homem é o próprio homem”,
com isso ele queria externar que
nós nos tornamos humanos ao
convivermos com outros huma-
nos. Entretanto, o relacionamento
com Deus preenche lacunas no
coração humano que nenhum
outro tipo de filosofia é capaz de
preencher. Em Atos 9, vemos o
surgimento de um dos maiores
seguidores de Jesus, o apóstolo
Paulo, da cidade de Tarso, e como
o seu relacionamento com Deus
transformou sua vida.
Nesta lição falaremos sobre
a vida do apóstolo Paulo, a impor-
tância de se relacionar com Deus
e a magnífica transformação que
o Espírito Santo promoveu em
seu ser, de um sujeito vil e cruel,
para um servo cheio de amor e
compaixão.
O SOLDADO DE CRISTO
Saulo nasceu na cidade de
Tarso, região atualmente ocupada
pela Turquia, provavelmente no
ano 2 a.C. Tal região era um prós-
pero centro mercantil, idealizado
pela cultura Romana. De acordo
com a Bíblia Sagrada, Paulo era
41
judeu da tribo de Benjamim (2 Co
11.22, Fp 3.5). Jerome Murphy-
-O’Connor, renomado autor que
escreve sobre a vida do apósto-
lo, traz o entendimento de que,
possivelmente, os seus pais eram
prósperos comerciantes judeus
e foram cooptados pelo Império
Romano para aquela região. Silvé-
rio Zedda, no livro (prima lettura
di San Paolo), informa que Saulo
obteve esse nome em razão de
sua origem hebraica, possuindo o
significado de “aquele que foi muito
desejado”. Após sua conversão e
batismo, durante a primeira via-
gem missionária na ilha de Pafos
(At 13.6.13), Lucas modifica seu
nome de Saulo para Paulo, do
grego, que significa “pequeno”.
Paulo possuía dupla cidadania, a
judaica como sanguínea e a roma-
na por título conseguido através
da compra ou influência política.
A falta de um relaciona-
mento verdadeiro entre o ser
humano e Deus, permite com que
nossa psique seja entregue a uma
disposição mental reprovável
(Rm 1.28). A cegueira espiritual
de Paulo o fez agir de forma cruel
contra o seu semelhante, perse-
guindo, torturando e matando (At
26.10). Quando nos relacionamos
com Jesus, tornamo-nos como
ele é. A religiosidade exacerbada
é um perigo que atingiu Saulo e
continua assolando a muitos cris-
tãos em várias partes do mundo.
O Senhor Jesus nos pediu para
Ensinando as Nações Jovem
ensinar com amor, portanto não
podemos permitir que isso seja
deturpado. Ao nos relacionarmos
com Deus, passamos a agir como
ele agiria e, neste sentido, ao to-
marmos uma decisão, devemos
sempre perguntar: “O que Jesus
faria”? Se a resposta for favorável,
faça; se te envergonhar perante
Deus, descarte.
John Bunyan, autor do
famoso livro O Peregrino, escre-
veu certa vez: “Cristo pode nascer
mil vezes em Belém, mas se não
nascer dentro de ti, estarás eterna-
mente perdido”. Era neste estado
de perdição que se encontrava
Paulo. Estando ele a caminho de
Damasco (At 9), teve o encontro
que mudaria sua vida para sem-
pre. Jesus o chamou pelo nome, o
fez reconhecer sua insignificância,
demonstrou a grandeza de Deus
e permitiu que ele percebesse as
atrocidades que havia feito. Não
importa como você se encontre,
sujo ou limpo, bem-vestido ou
maltrapilho, desesperado ou com
uma falsa tranquilidade. Deus te
chama, ele quer te usar, transfor-
mar histórias e nações completas
através de sua preciosa vida. A
partir desse momento o apóstolo
dos gentios surge, nasce um gran-
de homem.
SEMPER FI
O corpo de fuzileiros na-
vais da marinha americana possui
42
o lema: “semper fidelis” (sempre
fiel). Ele diz respeito ao com-
promisso eterno e coletivo com
a marinha, à lealdade com seus
companheiros e com o progresso
da nação. No batalhão de opera-
ções especiais deste mesmo órgão,
os famosos “Navy Seals”, a infi-
delidade não é aceita de maneira
alguma. O pensamento é: “se não
pode ser fiel com sua esposa, não pode
estar conosco”.
O apóstolo Paulo escreve
em sua carta à igreja de Corinto
que fiel é Deus (1 Co 1.9). Este
Deus apresentado por ele almeja
se relacionar com os seus filhos.
Como está sua fidelidade a Deus?
Em provérbios aprendemos que o
temor do Senhor é o princípio da
sabedoria (Pv 9.10). A infidelida-
de prejudica um relacionamento
saudável com Deus Pai. O após-
tolo dos gentios nos ensina que
não há relacionamento entre luz
e trevas, concórdia entre Cristo
e Belial, ou parte entre o fiel e o
infiel (2 Co 6.15).
A fidelidade a Deus é uma
via de mão dupla: de um lado
encontra-se Deus perfeito; do
outro, nós, humanos falhos. Deus
é fiel e sempre estará de braços
abertos para te receber, porém
cabe a você se posicionar como
verdadeiro adorador, sendo fiel
neste relacionamento sagrado
agindo como Jesus agiria.
Em toda história, a fide-
lidade de Deus não mudou, ele
Ensinando as Nações Jovem
sempre cumpriu aquilo que pro-
meteu (Hb 10.23). Entretanto, nós,
falhos e pecadores, homens, na
altivez de sua ínfima existência,
erramos com o Eterno, e as nossas
falhas atrapalham a intimidade
relacional com ele.
O evangelista Billy Graham
deixou um sábio pensamento no
alto de seus 99 anos de idade. Ele
disse: “dobre os seus joelhos e ore até
que você e Deus se tornem amigos
íntimos”. Neste mundo perverso e
sombrio, o nosso refúgio está em
Cristo. A ligação com ele preen-
che lacunas sentimentais, morais
e mentais. O sábio apóstolo diz:
se morrermos com ele, com ele
também viveremos (2 Tm 2.13).
Não troquemos Jesus por nada,
pois somente ele é bom e o seu
amor é eterno.
O relacionamento com
Deus é a essência do verdadeiro
cristão. Ao nos relacionarmos de
forma fiel e constante com Cristo,
adquirimos suas características,
não nos conformamos com as
perversidades deste mundo e
nos aproximamos do seu Reino.
No evangelho segundo escreveu
Mateus (Mt 6.6), o Senhor Jesus,
ao nos ensinar a orar, repreende-
-nos para que não sejamos como
os hipócritas, mas que nos reco-
lhamos ao nosso quarto, oremos
em secreto, porque, desta manei-
ra, Deus nos recompensará ple-
namente. Permitam-me, irmãos,
usar de uma analogia: nós temos
43
um mapa (Sagradas Escrituras),
em que há a localização exata do
tesouro (eternidade com Deus), e
o dono de toda a riqueza está nos
guiando para chegar até lá por
meio do relacionamento com ele
(Jesus Cristo).
AS PROVAÇÕES PARA O
CRISTÃO
Jonh MacArthur disse certa
vez: “intimidade com Jesus envolve
sofrimento, obediência, muita oração,
conhecimento da Bíblia e uma vida
de fé”. Após sua conversão, Paulo
enfrentou diversas provações,
bem como não foi bem recebido
pela igreja (At 9). Em Damasco,
escapou escondido em um cesto
(2 Co 11); na Macedônia, foi chi-
coteado e preso (At 16); em Listra,
foi apedrejado, lançado para fora
da cidade e dado como morto
(At 14). Queridos irmãos, vocês
realmente vivem o evangelho?
Há pessoas admiradas por
mim que não conhecem a Cristo.
Ao serem evangelizadas, algumas
me perguntaram: “se você é Cris-
tão, por que sofre”? Longe de mim
comparar-me aos heróis da fé, aos
apóstolos, ou aos nossos irmãos
de épocas distantes que passaram
por sofrimento. Mas, aprendo
com Paulo que o relacionamento
com Deus me proporciona uma
paz indescritível, mesmo perante
as dificuldades o Senhor me es-
tende a mão e me diz: não temas,
Ensinando as Nações Jovem
filho, pois eu estou contigo (Is
41.10).
É falsa a ideia de que o
cristão não enfrenta provações e
que tudo é maravilha. A realidade
é que nós possuímos o Rei que
venceu o mundo e nenhuma afli-
ção é maior do que o nome dele
(Jo 16.33). Ao nos relacionarmos
com Jesus, não enfrentamos este
mundo tenebroso sozinhos.
COMBATER O BOM
COMBATE
Para que Deus se agrade de
nós, precisamos nos posicionar de
verdade: orando, jejuando, reco-
nhecendo sua grandeza e sendo
fiéis a ele. “Deus é amor, e esse amor
trabalha por intermédio dos homens”
(C.S. Lewis). Se nos relacionarmos
fielmente com Deus, a presença
grandiosa do Espírito Santo será
constante em nós, tornando-nos
reconhecidos no mundo espiri-
tual, assim como Paulo foi (At
19.15).
PENSAMENTO
Agradar o coração de
Deus requer de nós dedicação.
(Luciano Subirá)
44

CONEXÃO PERFEITA
PELA GRAÇA
a bíblia diz
19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para
entrar no Santuário, pelo sangue de
Jesus,
20 pelo novo e vivo caminho que ele
nos consagrou, pelo véu, isto é, pela
sua carne,
21 e tendo um grande sacerdote
sobre a casa de Deus,
22 cheguemo-nos com verdadeiro
coração, em inteira certeza de fé;
tendo o coração purificado da má
consciência e o corpo lavado com
água limpa,
Hb 10.19-22 | ARC
No início de tudo, ao criar
o homem do pó da terra (Gn 1.26;
2.7,8) Deus faz o ser humano
próximo a ele. Nesse sentido, o
homem desfrutava de comunhão
e intimidade com o Criador, como
pode ser visto em Gênesis 3.8,
onde se lê: “Quando ouviram a voz
do Senhor Deus, que andava no jar-
dim pela viração do dia, esconderam-
-se da presença do Senhor Deus, o
homem e sua mulher, por entre as
árvores do jardim”.
Ensinando as Nações Jovem
11
24
20
,
Mar 17
Todavia, no momento em
que o homem cedeu à tentação,
deixando a cobiça entrar em sua
vida, ele desobedeceu ao man-
damento de Deus. Ao comer do
fruto proibido, o homem come-
çou, então, a sua trajetória distante
do Senhor, num estado de morte
espiritual.
O PRINCÍPIO
Deus, ao colocar Adão no
jardim, mostra-lhe um princípio
que está presente em toda a Bíblia:
há um caminho de vida e outro de
morte. No Éden, Deus oferece um
caminho de vida, que é exemplifi-
cado pela árvore da vida. Todavia,
havia ali também um caminho de
morte, que é exemplificado pela
árvore do conhecimento do bem
e do mal (Gn 2.9).
Deus, então, ordena ao
homem a não comer o fruto da
árvore do conhecimento. O Eter-
no deixa claro que o caminho da
desobediência gera a morte (Gn
2.16,17).
45
 Esse princípio se confirma
com a humanidade de forma dife-
em outros textos bíblicos, como rente, de um modo mais raro. No
em Ezequiel 18.20, texto em que AT a presença de Deus era revela-
o profeta afirma que a alma que da apenas para alguns escolhidos,
pecar, esta morrerá. Ademais, isso
como foi com Noé: “Noé, porém,
pode ser visto também em Roma- achou graça aos olhos do SENHOR.
nos 6.23, onde o apóstolo Paulo Estas são as gerações de Noé: Noé era
afirma que o salário do pecado é a
varão justo e reto em suas gerações;
morte. Tiago, por sua vez, afirma-
Noé andava com Deus” (Gn 6.8,9) e
-nos que o pecado, uma vez con- posteriormente com Abrão: “Ora,
sumado, gera a morte (Tg 1.15). o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da
O homem, ao pecar, cai tua terra, e da tua parentela, e da casa
de sua condição original. Ainda de teu pai, para a terra que eu te mos-
no Éden, ele é confrontado pelo trarei. E far-te-ei uma grande nação, e
Senhor pelo pecado cometido, de abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu
modo que os personagens dessa nome, e tu serás uma bênção” (Gn
tragédia recebem suas punições. 12.1,2). Ao chamar Abrão, Deus
Também é nesse momento dá início à nação da qual surgiria
que surge pela primeira vez uma o Messias (Gn 22.15-19).
promessa de resgate da huma- Depois de décadas, Deus
nidade: o Pai promete a vinda abençoa a Abrão, o qual recebe
daquele que pisaria na cabeça daum novo nome, Abraão, geran-
serpente, a promessa do Messias do o filho da promessa, Isaque.
(Gn 3.15). Esse texto é também Deus envia a família de Jacó, neto
conhecido como protoevangelho, de Abraão, ao Egito, onde esse
pois é a primeira vez nas Escri-povo multiplica em número (Êx
turas que aparece a profecia do 1.7). Depois de crescerem muito,
Cristo. Desse momento em diante é chegada a hora de Deus criar,
o homem é expulso do jardim, de fato, uma nação com uma
passando a viver em estado de identidade. Deus chama a Moisés
morte (Rm 5.14). para libertar seu povo que estava
escravizado no Egito. Moisés pas-
A VELHA ALIANÇA sa a conduzir esse grande povo
através de desertos, a caminho de
Depois da queda do ho- sua nova terra de Canaã.
mem, Deus passa a relacionar-se No deserto, Deus faz uma
Ensinando as Nações Jovem 46
aliança com o seu povo: a aliança
da lei. Nela, Deus dá os dez man-
damentos, que passam a ser os
pilares de como esse povo se re-
lacionaria com Deus e com o pró-
ximo (Êx 20.1-17). Nessa aliança
estavam contidas todas as regras
para alguém ser justificado pela
Lei, porém ela não era suficiente
para resolver o problema do pe-
cado original, o pecado de Adão,
como pode ser visto em Gálatas
3.24,25, onde se lê: “Mas, antes que
viesse a fé, estávamos sob a tutela da
lei e nela encerrados, para essa fé que,
de futuro, haveria de revelar-se. De
maneira que a lei nos serviu de aio
para nos conduzir a Cristo, a fim de
que fôssemos justificados por fé”. Isso
serviu para ensinar ao homem
que não é possível ser justificado
pela lei, pois todos pecaram, con-
forme pode ser visto em Romanos
3.10-12,23; Tg 2.10.
Na Lei, o relacionamen-
to do homem com Deus era,
em principal modo, através da
obediência aos mandamentos.
Não havia revelação pessoal de
Deus. Contudo, existia um tipo
de pessoas que uma vez no ano
podia experimentar da presen-
ça de Deus: o sumo sacerdote.
Anualmente, o sumo sacerdote
oferecia sacrifícios para a expiação
de pecados e aspergia o sangue no
Ensinando as Nações Jovem
propiciatório que estava no san-
tíssimo lugar (Lv 16.14). Somente
essa pessoa estava autorizada a
entrar na presença do Senhor.
RECONEXÃO NA NOVA
ALIANÇA
Para resolver o proble-
ma do pecado do mundo, o Pai
enviou o Filho, o Messias que
de uma vez por todas tiraria o
pecado do mundo (Jo 1.29). Jesus
veio a este mundo para livrar
o homem da morte e de todos
os seus efeitos, resgatando-o de
volta para o Pai (Jo 17.1-8). Jesus
veio para salvar o homem por
completo, sendo entregue na cruz,
carregando nele a maldição do
pecado, concedendo vida, pois
ele é a própria vida.
Jesus não somente nos sal-
va da morte e do pecado, mas ofe-
rece a todos os homens a possibili-
dade de estar novamente ligados
ao Pai. Desse modo, assim como
era com Adão, quando Deus o
visitava no jardim, na viração do
dia, Jesus nos oferece a chance de
andarmos com Deus, assim como
foi com Adão.
De modo semelhante ao sa-
cerdote, através de Cristo, pode-
mos entrar na presença de Deus,
mas não apenas em uma ocasião
47
especial, porém a qualquer mo-
mento e em qualquer hora.
Em nosso texto base, o
autor sagrado nos chama a en-
trar com confiança na presença
de Deus e desfrutarmos de toda
a vida que ele nos concedeu, de
toda a alegre abundância dispo-
nível na presença do Eterno.
O apóstolo Paulo nos afir-
ma que não há condenação para
os que estão em Cristo Jesus (Rm
8.1) e que não há nada que nos
possa separar do amor de Deus
conforme por ser lido em Roma-
nos 8.38,39: “Porque eu estou bem
certo de que nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os principados,
nem as coisas do presente, nem do
porvir, nem os poderes, nem a altura,
nem a profundidade, nem qualquer
outra criatura poderá separar-nos
do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor”.
UMA NOVA VIDA
Depois de o homem re-
ceber a salvação pela graça, me-
diante a fé em Cristo (Ef 2.8,9),
e entender que a sua dívida de
morte já foi paga na cruz (Cl 2.14),
ele consegue entender que o peca-
do original de Adão foi resolvido
de modo definitivo por Cristo
na Cruz. Isso requer do homem
Ensinando as Nações Jovem
um novo jeito de viver, um viver
como filho de Deus, no mesmo
molde de Cristo, ou seja, mor-
rendo para as coisas do mundo,
juntamente com Cristo, e vivendo
em novidade de vida (Rm 6.4),
de modo digno do Evangelho (Fl
1.27), vivendo como Cristo nos
ensinou em seu ministério terre-
no, amando a Deus e ao próximo
(Mt 22.37-40).
Depois de entendermos
que somos santificados pelo
sacrifício de Cristo, só nos resta
tomarmos a decisão de entrar na
presença dele, ou seja, desfrutar-
mos do livre acesso à presença do
Todo-Poderoso.
Cristo nos constituiu reis e
sacerdotes (Ap 1.6), portanto, re-
conheçamos isto e façamos todo o
esforço necessário para andarmos
de modo que agrade ao Senhor.
A obra de Cristo na cruz
PENSAMENTO
nos dá a confiança de que não
há mais barreiras entre nós e
Deus, apenas um convite para
nos aproximarmos dele.
48

JOVENS ATUALIZADOS
NA PALAVRA
a bíblia diz
12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz,
e mais penetrante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até à divisão da alma,
e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta
para discernir os pensamentos e intenções do
coração.
Hb 4.12 | ARC
A Bíblia Sagrada é inega-
velmente a palavra de Deus. Atra-
vés dela podemos compreender
como nos relacionarmos com o
Senhor e descobrir sua perfeita
vontade para nós. Nesta lição va-
mos compreender a importância
das Escrituras em nossas vidas e
como elas são a principal fonte
de diálogo com Deus, bem como
a melhor maneira de ouvir a sua
voz.
POR QUE E PARA QUÊ?
Você com certeza já ouviu
alguém dizer: “você tem que ler a
Bíblia”. Ou até ouviu as pessoas
dizerem: “eu amo a palavra de
Deus”! Contudo, já se perguntou
Ensinando as Nações Jovem
12
24
20
Mar 24
,
o porquê disso?
A resposta é simples e
urgente: não tem como conhe-
cermos a Deus se não tivermos
contato com a sua Palavra. Isso
porque tudo o que sabemos a res-
peito do Senhor está nas Sagradas
Escrituras, e tudo o que vivemos
em Deus por meio do seu Espírito
também está pautado na Bíblia.
Dessa forma, como estu-
diosos da palavra de Deus, ou
como alguém que vai passar a se
comprometer com uma leitura
assídua da Bíblia, precisamos
compreender o que essa jornada
nos espera.  
ESPELHO, LEI E REDENÇÃO
A Bíblia é como um espelho
(Tg 1.23) no qual podemos olhar e
enxergar nossa condição humana
e pecadora. Muito além disso,
sendo a palavra viva de Deus, nós
não somente a lemos, mas ela é ca-
paz de nos ler e discernir o que há
dentro de nós. Em Hebreus 4.12
49
vemos: “porque a palavra de Deus é
viva e eficaz, e mais penetrante do que
espada alguma de dois gumes, e pene-
tra até à divisão da alma e do espírito,
e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções
do coração”. Sendo a revelação do
próprio Deus, ela não nos mostra
superficialmente, mas como o
Senhor realmente nos vê (1 Sm
16.7), a Bíblia também não nos vê
dessa maneira, é por isso que, à
medida que nós a acessamos, ela
nos acessa, de modo a trabalhar
em nós.
As Escrituras não só con-
têm a palavra, como também
são a Lei do Senhor. Por meio de
Moisés, Deus nos deu a Torá (os
cinco primeiros livros da Bíblia),
que nos mostram as ordenanças
do Senhor para nós, e ao mesmo
tempo traz a condenação (Rm 8.1-
8), pois, é mediante a sentença da
lei que se tem a condenação. No
Antigo Testamento, é possível
vermos como o homem caído não
poderia, de si mesmo, obedecer
ao Senhor, porém o Pai já possuía
um plano de redenção.
No evangelho de João, 1.1,
está dito: “No princípio, antes de
existir qualquer outra coisa, a Palavra
já existia. A Palavra estava com Deus.
Ensinando as Nações Jovem
A Palavra era Deus”. O filho de
Deus manifesto-se como o Verbo
encarnado.
Quando nos aprofunda-
mos no texto santo, vemos que
ele tem um assunto central: Cristo
Jesus. Ele não só inicia com Jesus,
mas o apresenta em diferentes
momentos. Ele mesmo disse: “Eu
sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o
Último, o Princípio e o Fim”. Deixe-
-me, porém, trazer uma observa-
ção: apesar do Novo Testamento
ter sido escrito em grego, Jesus e
o apóstolo João eram Judeus, e
sua língua materna era hebraico.
Portanto, era mais provável que o
Senhor tenha falado nesta língua.
E é aí que fica interessante, pois no
alfabeto hebraico a primeira letra
é o Aleph, que significa cabeça ou
chefe, e a última o Tav, que indica
uma marca, um sinal, um monu-
mento. Por conta disso, a frase
ficaria: “Eu Sou o Aleph e o Tav”,
palavras que aparecem desde
Gênesis até Apocalipse.
Por conseguinte, é possível
compreender que tal como as
palavras de Cristo, todos os livros
da Bíblia falam direto ou indireta-
mente de Jesus, que é o redentor
da humanidade, aquele que por
meio do seu sacrifício nos abriu o
50
caminho para o Pai. Entenda que
assim como no princípio, quando
pela palavra o Senhor criou todas
as coisas, tudo aquilo de Deus
fala tem poder criativo e gera em
nós identidade. Portanto, a Bíblia
nos dá propósito, identidade e
transforma nossa mentalidade
de órfão para Filho, por meio de
Jesus. Aquele que aceita é trans-
formado por ela.
TRANSFORMAI-VOS
É evidente que a trans-
formação não vem do dia para
noite, mas, à medida que somos
expostos à Bíblia, nossa mente é
convertida à vontade de Deus.
É por isso que o apóstolo Paulo
disse aos Romanos (12.2): “E não
sede conformados com este mundo,
mas sede transformados pela renova-
ção do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradá-
vel, e perfeita vontade de Deus”. Ou
seja, não podemos nos acostumar
com as ideologias e os sistemas do
mundo, mas precisamos buscar a
mente de Cristo (1 Co 2.16). Isso
que ocorre por meio da metanoia
pela palavra de Deus.
Segundo a observação do
teólogo Russell Shedd, sobre o
Ensinando as Nações Jovem
texto de Romanos, a expressão
“transformai-vos” só aparece nas
narrativas da transfiguração
de Cristo (Mt 17.2; Mc 9.2; 2 Co
3.18). Portanto, precisamos buscar
ser jovens atualizados na Palavra
de Deus, pois é ela que nos trans-
forma de glória em glória (2 Co
3.18), à imagem de Cristo Jesus,
à medida que nossa mente é mo-
delada no padrão da era vindoura
(a de Cristo).
SACO VAZIO NÃO PARA
EM PÉ
Inegavelmente, estando
vazios da palavra, não teremos
sustentação para resistir às men-
tiras do maligno e aos enganos
da era presente. É por isso que
precisamos de estratégias que
nos auxiliem no estudo da Bíblia.
Vejamos:
• Posicione seu coração para
receber
A primeira coisa que se
deve ter em mente ao ler a Bíblia
é buscar conhecer a Deus e se
relacionar com ele por meio das
Escrituras. Muitos são aqueles
que olham para as Escrituras
51
como um livro de curiosidades também. Outra opção é o site
ou como um simples objeto de “Nepe Search”. Nele você pode
estudo. Como cristãos, precisa- encontrar qualquer versículo da
mos posicionar o nosso coração Bíblia no texto original, o signi-
ao ler a palavra, de maneira que, ficado e a ocorrência em outros
antes mesmo de abri-la, tenhamos versículos de cada palavra. Lá é
que convidar o Espírito Santo, possível encontrar comentários
dizendo “ensina-me Senhor”, e ele de diversos teólogos a respeito
transformará nossa mente e visão. do versículo. Outra ferramenta
é o canal do Youtube BiblePro-
• Defina um local e o horário ject- Português, que disponibiliza
resumos, bem como o assunto
Como qualquer coisa que central de cada livro da Bíblia e
formos fazer, devemos definir muito mais.
onde e quando. Isso nos auxilia
na constância da leitura bíblica. TESOURO ESCONDIDO
Ademais, defina uma meta. Você
pode começar pelo Novo Testa- “Toda a Escritura é inspi-
mento, pelos evangelhos, pelas rada por Deus e útil para o ensino,
cartas paulinas, ou pelo Antigo para a repreensão, para a correção e
Testamento, pela Torá, por exem- para a instrução na justiça” (2 Tm
plo. Há vários planos de leitura 3.16). Com certeza, há um grande
bíblica disponíveis na internet, tesouro para todos nós. Que ve-
então vale a pena procurar um. nhamos a ser jovens atualizados
na Palavra, estudantes das coisas
• Procure outras ferramentas de Deus, aprofundados nas Es-
crituras, de modo a crescer a cada
Existem muitas ferramen- dia no nosso relacionamento com
tas que podem nos aprofundar Cristo. Amém!
em entendimento das Escrituras.
PENSAMENTO

Uma boa Bíblia de estudos pode

A palavra de Deus é
te ajudar. Além disso, ter acesso a
a bússola do cristão. (Billy
outras traduções que facilitem ou
Graham)
complementem o entendimento,
Ensinando as Nações Jovem 52

NÃO DEIXE O SINAL
CAIR
a bíblia diz
14 Tu, porém, permanece naquilo que
aprendeste e de que foste inteirado, sabendo
de quem o tens aprendido.
2 Tm 3.14 | ARC
Ao longo dessa revista nós
vimos a importância de nos man-
termos conectado com Deus. No
evangelho de João 15.5 está escri-
to: “Eu sou a videira, e vocês são os
ramos. Quem está unido comigo e
eu com ele, esse dá muito fruto por-
que sem mim vocês não podem fazer
nada”. Ou seja, só daremos frutos
se estivermos conectados com
Deus.
O tema dessa lição nos re-
mete a um tipo de conexão. Sabe-
mos que na cibernética existem
vários tipos de conexões, como
Wireless, Bluetooth, rádio, etc.,
e em todas elas, para que uma
mensagem ou arquivo trafegue
do ponto A para o ponto B, am-
bos precisam estar operacional-
mente ativos, isso é, se um dos
lados perder o sinal, a mensagem
ou arquivo simplesmente não
Ensinando as Nações Jovem
13
24
20
,
Mar 31
chegará ao seu destino desejado.
Dentro de uma analogia, o
nosso relacionamento com Deus
é da mesma forma, contudo, a
parte da conexão que se refere
a Deus, sempre vai estar ativa e
operante, pois o sinal dos céus ja-
mais vai cair. De forma que todo
aquele que tentar estabelecer
uma conexão com ele, será aceito
(Jo 6.37).
Como já foi dito, uma co-
nexão bem sucedida precisa ter
dois pontos ativos e operantes, e
se o aspecto sob nossa responsa-
bilidade não estiver sendo cuida-
do, deixaremos de ter esse conta-
to com o Pai e pouco a pouco nos
afastaremos dele. Este é um sério
problema que a nossa juventu-
de tem enfrentado, pois quando
alguém deixa o sinal Deus cair,
esse sinal não fica desconectado
muito tempo, pois rapidamente
é ocupado por outro tipo de co-
nexão prejudicial que tem enga-
nado a muitos.
Outro ponto importante
que vale ressaltar sobre o tema,
53
é o alerta para que o sinal com
Deus não caia. Esse tipo de aler-
ta só pode ser feito para quem já
está conectado com Deus.
Em 1 Coríntios 10.12, Pau-
lo adverte: “Assim, aquele que jul-
ga estar firme, cuide-se para que não
caia”. Precisamos cuidar desse
que é o principal sinal ou a prin-
cipal conexão das nossas vidas,
pois, se a perdermos, vamos nos
tornar alvos fáceis dos hackers
da nossa alma.
AVALIANDO A CONEXÃO
Paulo, em sua primeira
carta aos Coríntios (11.28), parte
‘a’ do versículo, admoesta para
que o homem examine a si mes-
mo e, de fato, esse tipo de autoe-
xame precisa ser feito diariamen-
te.
Paulo exorta o povo de
Corinto para que comecem a
ter uma autoavaliação para o
bem da congregação, pois mui-
tos problemas já eram aparentes
como mostra o verso 30 do mes-
mo capítulo.
A instabilidade é um dos
pontos perceptíveis quando a co-
nexão não está bem. A Bíblia diz
em 1 Coríntios 15.58: “Portanto,
meus amados irmãos, sede firmes e
constantes, sempre abundantes na
Ensinando as Nações Jovem
obra do Senhor”. A instabilidade
gera uma série de problemas, en-
tre eles a frustração, o desânimo
e até mesmo a apostasia.
Quem nunca teve um pro-
blema de lentidão ou de ter fica-
do sem conexão ao tentar acessar
a internet? Isso ocorre quando há
algum problema na recepção do
sinal.
Precisamos nos avaliar
e para tal a palavra de Deus é o
padrão de comparação compor-
tamental de que precisamos para
vermos se, de fato, estamos na
direção correta, pois somos aqui-
lo que a palavra de Deus diz que
somos.
É claro que essa avaliação
não é fácil, e para tal você pode
e deve contar com seus discipu-
ladores, pessoas que oram por
você, que te acompanham, como
seus pais, pastores e líderes, pes-
soas que você vê Deus presente
na vida delas e que realmente
possam te ajudar.
EVITANDO A QUEDA DO
SINAL
Houve uma época - não
tão distante assim - que as nos-
sas televisões ficavam sem sinal
fazendo-nos correr o risco de
perder os mais desejados dese-
54
nhos animados de programa-
ções infantis. Para evitar que isso
acontecesse, usávamos os mais
diversos truques nas antenas da
televisão para que o sinal con-
tinuasse sendo captado. E, en-
quanto o sinal não se restabelecia
por completo, um nobre volun-
tário ia até a haste que sustentava
a antena e ficava girando-a para
um lado e para o outro na ten-
tativa - nem sempre exitosa - de
eliminar os ruídos e melhorar o
sinal.
Não perder o sinal com
Deus, vai exigir de nós algumas
coisas que listaremos a seguir:
Dedicação: Assim como
num passado recente tínhamos
que colocar esponjas de aço nas
antenas das TVs para a melho-
ria do sinal, temos que buscar a
Deus continuamente, para que
esse elo fique cada vez mais for-
te, pois não adianta simplesmen-
te cruzar os braços e esperar.
Precisamos entender que
o inimigo de nossas almas está
em derredor (1 Pe 6.8), e se conti-
nuarmos negligentes, o sinal po-
derá ser esquecido até que este-
jamos totalmente desconectados.
A busca de um relaciona-
mento com Deus, através de uma
vida de oração, fará com que
Ensinando as Nações Jovem
nossas “antenas” estejam mais
sensíveis à voz do Espírito San-
to de Deus. Quando decidimos
realmente dedicar as nossas vi-
das ao Senhor, passamos a fazer
todo o possível para atrairmos a
sua atenção e andarmos segundo
à sua vontade.
Resiliência: Resiliência
é o poder de superar as adver-
sidades que nos são impostas.
No evangelho de João, capítulo
16, verso 33, está escrito que no
mundo teremos aflições. Sendo
assim, já sabemos que dificulda-
des virão sobre nós, mas nesse
mesmo verso está dito por Jesus:
“Tenham bom ânimo, pois eu venci
o mundo”.
Ora, a palavra de Deus
nos diz em Romanos 8.37 que
somos mais do que vencedores
por meio daquele que nos amou.
Então, não precisamos ter preo-
cupações exageradas, mas deve-
mos confiar em Cristo, o autor
e consumador da nossa fé. Se
olharmos para Jesus certamente
enfrentaremos com êxito as cri-
ses que surgirem no caminho,
assim, seremos vencedores dian-
te de qualquer coisa.
Não podemos deixar que
os “ruídos” desse mundo sejam
capazes de nos separar de Cristo,
55
assim como está escrito em Ro-
manos 8.38,39: “Porque estou certo
de que nem a morte, nem a vida, nem
os anjos, nem os principados, nem as
potestades, nem o presente, nem o
porvir, nem a altura, nem a profun-
didade, nem alguma outra criatura
nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus, nosso Se-
nhor”.
Fé: A fé está intimamente
ligada à dedicação e à resiliência,
pois não há como prosseguir sem
fé, conforme está escrito em He-
breus 11.6: “Ora, sem fé é impossí-
vel agradar-lhe, porque é necessário
que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe e que é galardoa-
dor dos que o buscam”.
A fé é o princípio basilar
da nossa conduta cristã, de modo
que, a partir do momento em que
deixarmos de exercê-la, com cer-
teza o sinal que nos conecta com
Deus irá cair, impedindo que a
nossa fé seja aumentada.
Lemos em Romanos 10.17:
“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o
ouvir pela palavra de Deus”. No
tópico seguinte, abordaremos a
palavra de Deus como um pode-
roso meio de nos blindar.
Se seguirmos esses pontos
e permanecermos em Deus ne-
nhum ruído chegará a atrapalhar
Ensinando as Nações Jovem
o nosso sinal com Deus.
BLINDANDO A CONEXÃO
Nos dias de hoje, alguns
termos como “vírus, trojan, hac-
kers” estão cada vez mais co-
nhecidos. Hackers são progra-
madores que buscam as falhas
das conexões e sistemas para
implantar algum software ma-
licioso (vírus, Trojan, etc.). Do
ponto de vista de nossa relação
com Deus, o objetivo de Satanás,
nosso inimigo, é gerar falhas nas
conexões espirituais deixando-as
mais lenta ou inoperantes. Dian-
te disto, fazemos uma pergunta:
como evitar que esses ataques
aconteçam? A resposta é fácil:
Buscando amparo na palavra de
Deus.
No Salmo 119.105, pode-
mos ler: “Lâmpada para os meus
pés é tua palavra e luz, para o meu
caminho”. A palavra de Deus é o
verdadeiro e mais eficaz antiví-
rus que existe. Nela estão conti-
das todas as orientações que nos
ajudarão a repelir todo e qual-
quer ataque do inimigo.
A palavra de Deus tam-
bém tem o poder de apontar fa-
lhas na conexão para que possa-
mos corrigi-las, pois, a partir do
momento que a lemos e nela me-
56
ditamos de dia e de noite, con-
forme está escrito em Josué 1.8,
somos bem-sucedidos.
Através da palavra de
Deus, que penetra até à divisão
da alma e do espírito e julga os
pensamentos e intenções do co-
ração (Hb 4.12), podemos fazer
uma profunda varredura, lim-
pando-nos de toda as impurezas.
A partir do momento que
temos a Bíblia como nosso ma-
nual de vida, passamos a ser blin-
dados contra esses ataques. Mas,
cuidado! Não se engane, pois os
ataques do inimigo continuarão,
daí a necessidade de ficarmos fir-
mados na Rocha, que é Cristo.
CONVERSANDO COM
DEUS
Deus sempre desejou ha-
bitar entre os seus filhos. Pode-
mos até dizer que essa é a von-
tade eterna do Pai. Vemos isso
no jardim do Éden, onde todos
os dias ele vinha falar com o ho-
mem. Vemos isso no deserto,
onde Deus manda criar o taber-
náculo, arca da aliança, até che-
gar em 1 Coríntios 3.16, onde
está escrito que o Espírito de
Deus habita em nós.
O nosso relacionamento
com Deus precisa ser constante
Ensinando as Nações Jovem
e não somente em momentos de
crises ou necessidades. Precisa-
mos dar a devida atenção a isso
para não nos tornarmos como
aqueles citados em Mateus 15.8:
“Este povo honra-me com os seus lá-
bios, mas o seu coração está longe de
mim”.
O privilégio de sermos
convertidos nos torna mais sensí-
veis, permitindo-nos olhar tudo
pela ótica de Deus, observando o
relacionamento dele conosco. So-
mos muito amados pelo Senhor,
e sabemos que ele tem prazer e
se alegra quando nós, seus filhos,
nos aproximamos mais dele,
quando, de fato, nos importamos
e buscamos conversar com ele.
Não movidos pelo que ele pode
nos dar, mas pelo que ele é.
Envidar esforços para não
deixar o sinal cair não tem uma
conotação punitiva. Ao con-
trário, é uma prova de amor ao
Senhor que nos amou tanto, ao
ponto de vir à terra e morrer na
cruz para nos salvar.
PENSAMENTO
Deus tem mais vontade
de relacionar-se conosco, do
que nós em nos relacionarmos
com ele.
57
Ensinando as Nações Jovem 58