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O Halloween é originário de uma festa dos celtas chamada Samhain.

Estudos realizados pelos historiadores apontam que o Halloween


provavelmente surgiu de um festival praticado pelos celtas, povo que
habitava as Ilhas Britânicas e que praticava uma religião pagã séculos antes da
penetração do cristianismo na região. Esse festival, conhecido como Samhain, era
dedicado aos mortos, mas também era uma passagem de ano.

O Samhain era realizado todos os anos entre 31 de outubro e 1º de


novembro e era um dos períodos mais importantes do calendário celta. O festival
também celebrava a passagem do verão para a o inverno (que na região das Ilhas
Britânicas era rígido), era o período de colheita dos celtas.

Esse festival, além de ser uma passagem de ano e um marco da aproximação do


inverno, tinha uma conotação sobrenatural. Os celtas acreditavam que, na época
do Samhain, as barreiras existentes entre o mundo dos vivos e o mundo dos
mortos deixavam de existir. Sendo assim, os mortos do último ano peregrinariam
pela terra antes de irem para o seu destino final.

Os celtas, então, enchiam suas vilas com fogueiras e lanternas como forma de
iluminar o caminho para que os mortos pudessem encontrar esse destino. As
luzes também visavam manter afastados os maus espíritos que pudessem querer
fazer algum mal a quem estivesse vivo. Uma grande festa era realizada como
forma de homenagear seus mortos e de celebrar as colheitas que os sustentariam
durante o inverno.

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Como surgiu o Halloween?

O surgimento do Halloween ocorreu por meio da fusão de elementos da


cultura pagã dos celtas com elementos introduzidos pelos cristãos quando
as Ilhas Britânicas foram cristianizadas. Diretamente, as práticas eram pagãs, mas
os cristãos contribuíram para impregná-las em sua tradição popular. Isso
possibilitou que a festa, como a conhecemos atualmente, surgisse. Essa fusão,
muito provavelmente, ocorreu em algum momento entre os séculos XIV e XVIII.
Vamos entender agora como foi esse processo.

Desde o seu surgimento, a Igreja Católica incentivou a cristianização da Europa.


A estratégia utilizada pela Igreja para facilitar a assimilação do cristianismo em
regiões pagãs era a de ressignificar elementos e práticas dessas culturas,
transformando-as em cristãs. No caso dos celtas, isso também aconteceu.

Originalmente, a Igreja possuía uma festa conhecida como Dia de Todos os


Santos, comemorada em maio, tendo sido instituída nessa data por conta de uma
festa romana chamada Lemúria, que era realizada para afastar espíritos malignos.
No século VIII, o papa Gregório III decidiu transferi-la para 1º de novembro, e o
papa Gregório IV oficializou essa data para toda a Igreja.

Os historiadores não sabem afirmar se essa transferência para 1º de novembro


aconteceu como uma estratégia da Igreja para combater a influência do Samhain.
Independente disso, a instituição da All Saints’ Day, como a festa é conhecida em
inglês, contribuiu para fortalecer nas Ilhas Britânicas as datas 31 de outubro, 1º
de novembro e 2 de novembro, como um momento de celebração e respeito aos
mortos.

Por intermédio da Igreja, foram introduzidas duas festas nas Ilhas Britânicas: o
All Saints’ Day e o All Souls’ Day.
Em 1º de novembro, passou a ser comemorado o All Saints’ Day, o Dia de
Todos os Santos, e no dia 2 de novembro, instituiu-se o All Souls’ Day, um dia
reservado para oração pelas almas dos mortos que se encontravam no
purgatório. Em meio a essas celebrações, o dia 31 de outubro acabou
transformando-se no All Hallows’ Eve ou véspera do Dia de Todos os Santos.

A transferência de uma festa cristã para uma data em que tradicionalmente


celebrava-se uma festa pagã fez com que elementos desta fossem transferidos
para aquela. Sendo assim, os cristãos passaram a usar fogueiras para afastar
“práticas demoníacas” e crianças começaram a ir de casa em casa realizando
orações pelas almas dos que estavam no purgatório. Em troca, essas crianças
recebiam um bolo chamado soul cake.

Acesse também: Corpus Christi: conheça a história dessa data criada pela Igreja
Católica
De onde veio o termo Halloween?

Paradoxalmente, apesar de ser uma festa originária de práticas pagãs, Halloween


é um nome moderno oriundo de uma festa cristã instituída na Idade
Média — a véspera do Dia de Todos os Santos ou All Hallows’ Eve. A contração
dessa expressão em inglês resultou no termo Halloween.

Quando o Halloween chegou aos Estados


Unidos?

Atualmente, o Halloween é uma das festas mais tradicionais dos EUA e mobiliza
milhões de pessoas.
O Halloween só é internacionalmente conhecido, pois é uma festa que se
popularizou nos Estados Unidos e acabou sendo exportada para outros países,
assim como muita coisa da cultura norte-americana. A festa chegou aos EUA só
em meados do século XIX, quando houve uma grande migração de irlandeses
para lá.

O Halloween é uma celebração típica da cultura britânica, principalmente na


Irlanda, País de Gales e Escócia, mas por que só chegou aos Estados Unidos no
século XIX, sendo que a presença de britânicos lá remonta ao século XVII? Vamos
entender.

A colonização dos Estados Unidos pelos britânicos iniciou-se a partir do século


XVII, mas, durante muito tempo, o grande grupo que havia se mudado para os
Estados Unidos era o dos puritanos (uma forma do calvinismo), que eram
contrários à comemoração do Halloween. Além disso, não existe nenhum registro
que indique a existência da festa nos Estados Unidos antes do século XIX.

No começo do século XX, o Halloween começou a ganhar importância nos EUA


e absorveu práticas tradicionais dos britânicos, mas também adicionou outras
com o tempo. Atualmente, o Halloween é uma das festas mais importantes nos
Estados Unidos, mobiliza milhões de pessoas e espalhou-se para diversas partes
do mundo.

Símbolos do Halloween

A abóbora transformou-se em um símbolo do Halloween nos Estados Unidos.


• Monstros: A crença em monstros durante o Halloween
é oriunda do Samhain e foi introduzida na festa como
influência do folclore irlandês. No Samhain, os celtas
acreditavam que espíritos malignos poderiam aproveitar-
se da passagem dos mortos pela terra para fazer mal aos
humanos.

• Fantasias e máscaras: O uso de fantasias tem relação


direta com uma prática celta do Samhain. Em suas vilas era
costume ir de casa em casa pedir uma contribuição para
realizar a festa. Como os celtas acreditavam que espíritos
maus estavam vagando pela terra, eles usavam máscaras
para não serem reconhecidos por eles.

• Abóboras: O uso de abóboras durante o Halloween


passou a acontecer nos Estados Unidos, mas inspirou-se
em uma tradição irlandesa. Os irlandeses esculpiam um
tipo de nabo com expressões macabras para afastar os
maus espíritos, conforme os celtas praticavam o Samhain.
Quando aqueles se mudaram para os EUA, a grande
disponibilidade de abóbora fez com que esse fruto fosse
utilizado em vez de nabo.

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