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(Redirecionado de Guerra em Donbas)
Guerra em Donbas
Guerra Russo-Ucraniana
Controle territorial após a assinatura dos Protocolo de Minsk em 2015 até a invasão russa de 2022. Em rosa é
destacado áreas controladas pelos separatistas pró-Rússia e em amarelo é destacado regiões ocupadas pelo
governo ucraniano.
Beligerantes
Comandantes
Unidades
Exército Separatista
Forças Armadas Ucranianas
• Exército
• Milícia de Donetsk
• Força Aérea
• Milícia de Lugansk
• Marinha
Forças Armadas Russas
• Guarda Nacional[17]
Baixas
~ 5 772 separatistas mortos[34][35] ~ 4 629 mortos[37][38]
12 700 – 13 700 feridos[34] 70 desaparecidos[39]
9 700 – 10 700 feridos[34]
400 – 500 militares russos mortos (de acordo com
o DoS americano, entre 2014-2015)[36]
Guerra Russo-Ucraniana
Guerra em Donbas[Expandir]
Relacionados[Expandir]
• v
• d
• e
Antecedentes
Ver artigo principal: Protestos pró-russos na Ucrânia em 2014
A Bacia do Donets (em ucraniano: Донбас; em russo: Донба́сс; também
chamada de Donbass) é composto pelos oblasts de Donetsk e Lugansk, com
uma população pré-guerra de aproximadamente 4,5 milhões. Segundo um
censo de 2001, sua composição étnica era de aproximadamente 57% dessa
população de origem ucraniana, 38% eram etnicamente russos e outros 4,3%
eram de outras origens. Contudo, 72% da população afirmava ter o russo como
língua nativa, em contraste com 26% da população que tinha o ucraniano como
língua mãe.[62]
Até o século XVIII, a região era controlada pelo Canato da Crimeia, quando foi
tomada pelo Império Russo. Os russos chamaram a região
de Новоро́ссия ("Novorossiya", ou "Nova Rússia"). No século XIX, com
a revolução industrial, a região se tornou importante para o império devido a
sua produção de carvão.[63] A população na região sempre foi etnicamente
diversa, com um censo 1897 reportou que mais da metade dos habitantes de
Donets eram ucranianos, enquanto russos eram 28%. Outras minorias incluíam
gregos, alemães, judeus e tártaros.[64]
No decorrer de boa parte do século XX, a Ucrânia se tornou uma
República soviética. Durante o regime de Josef Stalin, a região passou por um
processo de "russificação".[65] Os ucranianos foram duramente afetados pelas
políticas de Stalin, como o Holodomor, que matou mais de 2,5 milhões de
pessoas.[66] A russificação se expandiu, com as escolas ensinando
primordialmente o russo, além da repressão cultural da Ucrânia. Russos
étnicos começaram a chegar em peso no leste do país e ao fim da década de
1950, eles já eram 2,5 milhões. Já no final dos anos 80, o percentual de russos
vivendo em Donets já havia chegado a 45% da população.[67]
Com a dissolução da União Soviética em 1991, boa parte da população do
leste da Ucrânia eram favoráveis a relações mais próximas com a Rússia. Já o
resto do país, principalmente nas áreas mais a oeste, defendiam uma maior
integração com o Ocidente. Em 1993, greves de mineiros pediam a redução do
poder do governo federal e mais autonomia para a região de Donets.[67] Apesar
da maioria da população do leste favorecer a federalização, o governo
em Kiev favoreceu uma política de centralização do poder e estado unitário,
assim Donets não ganhou qualquer autonomia.[67] No período de 2004-05
ocorreu a chamada Revolução Laranja, com a população do oeste da Ucrânia
protestando contra primeiro-ministro Víktor Yanukóvytch. A população de
Donets apoiou Yanukóvytch (que era nativo da região). Aproveitando a
situação de caos político da nação, o povo de Donets começou a pedir por um
referendo popular para tentar estabelecer uma República autônoma no leste ou
até mesmo uma secessão completa da Ucrânia. Nenhuma das ideias foi
adiante. Em 2006, contudo, Yanukóvytch voltou ao cenário político e seu
partido passou a ser um dos maiores no Parlamento. Em 2010, ele foi eleito
presidente em um apertado pleito. Neste mesmo ano, seu governo passou uma
controversa lei de línguas, permitindo a região de Donets a adotar
o russo como língua semi-oficial, usando na administração pública e até em
cortes.[68]
Então, entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014, manifestações tomaram
conta da capital ucraniana de Kiev. Os protestos se espalharam e ganharam
força, ficando a ser conhecidos como Euromaidan. Uma das principais queixas
era a política cada vez mais amigável de Yanukóvytch com Vladimir Putin, o
presidente russo. A população etnicamente ucraniana (77%, no geral),
especialmente no oeste, preferia uma maior aproximação com a União
Europeia. A 22 de fevereiro de 2014, Viktor Yanukovych renuncia e foge
para Moscou. Um governo de transição assume e busca se distanciar da
Rússia e buscar melhores relações com o Ocidente, especialmente para aliviar
a crise econômica que atravessava a nação. No meio deste caos, outra região
ucraniana onde a maioria da população é de origem russa, a Crimeia, pediu
para se separar da Ucrânia. Protestos russofílicos começaram e uma crise se
instaurou. A Rússia respondeu desembarcando tropas na região e, com apoio
da classe política local, formalmente anexou a Crimeia (via referendo, embora
este foi duramente questionado dentro e fora da Ucrânia).[69]
Tentando algo similar ao que aconteceu na Crimeia, onde o governo central em
Kiev foi fraco em responder, a população de origem russa no leste do país
começou a protestar em massa pedindo a secessão das regiões de Donets da
Ucrânia. Manifestantes pró-Rússia tomaram prédios públicos e começaram a
controlar ruas e bairros inteiros em Donetsk e Lugansk, onde os protestos
foram mais intensos.[70]
Em Donetsk, o povo de maioria russa começou a pedir por mais autonomia e
por um governo regional que atendesse as necessidades do povo. Como as
exigências dos manifestantes foram ignoradas, a liderança do movimento pró-
Rússia se reuniu e em 7 de abril de 2014 proclamaram a criação da República
Popular de Donetsk.[71] Vinte dias depois, foi a vez de Lugansk declarar sua
independência e proclamar a República na sua região.[72]
Perdendo o controle da situação, ainda em abril, o governo em Kiev reagiu, e
ordenou que suas forças armadas lançassem operações "anti-terrorismo" no
leste, visando reverter o processo de independência em Donets.[73][74] Mesmo
assim, a situação continuava a se deteriorar com milícias pró-Rússia
fortemente armadas tomando controle de várias cidades e edifícios públicos. O
governo ucraniano passou a acusar a Rússia de instigar os separatistas e até
arma-los. Várias unidades do exército da Ucrânia baseadas em Donets ou se
renderam ou espontaneamente mudaram de lado e passaram a apoiar os
rebeldes.[75] O leste do país caminhava então para uma guerra civil aberta.
Referendo e governo popular
Guerra
Movimentos iniciais
Em 13 de abril, as autoridades de Kiev lançaram uma operação especial no
leste do país, com a participação das Forças Armadas.[79][80] Segundo o
presidente deposto Viktor Yanukovich, isso deixava a Ucrânia a "beira de uma
guerra civil".[81]
Destruição em Donbass.
As ruínas do Aeroporto Internacional de Donetsk, abalado por semanas de intensos combates entre
os rebeldes separatistas e militares do governo ucraniano.
Em junho de 2017, outro cessar fogo foi firmado, mas ao mesmo passo das
outras tentativas, acabou falhando rapidamente.[187] Em agosto, outra trégua foi
decretada, que acabou em novo fracasso, com ambos os lados acusando um
ao outro de ser o responsável pela retomada dos combates.[188] No natal, uma
nova tentativa de cessar fogo aconteceu. Em menos de 24 horas, foi reportado,
por diversas fontes, que soldados separatistas se aproveitaram da situação
para realizar ataques nas fronteiras, matando vários militares ucranianos,
provocando uma reação destes.[189] Ainda assim, em 27 dezembro de 2017, em
cumprimento ao acordo de Minsk, houve uma troca de prisioneiros, onde 73
soldados ucranianos aprisionados foram libertados em troca de 200
separatistas presos.[190]
Em 18 de janeiro de 2018, parlamentares ucranianos passaram uma lei que
tinha por finalidade dar legalidade ao plano de retomada do controle das áreas
sob domínio dos separatistas, reconhecendo o território leste do país como
"regiões ocupadas" e dando autoridade ao presidente Poroshenko para usar de
força militar para reconquistar Donbass, ao mesmo tempo que legalizava um
bloqueio econômico e sanções contra as cidades orientais rebeladas na
Ucrânia.[191] O governo russo afirmou que isso era uma violação dos Acordos de
Minsk e sinalizava uma "preparação para guerra".[192] Mais uma nova tentativa
de cessar fogo foi firmado em 5 de março de 2018, mas as autoridades
ucranianas acusaram os separatistas pró-Rússia de viola-lo em questão de
dias.[193]
Soldado da Guarda Nacional da Ucrânia em um posto de controle militar próxima a zona da OFC,
em 2019
Os presidentes Vladimir Putin e Joe Biden numa reunião para discutir a crise no leste da Ucrânia,
em 7 de dezembro de 2021.
Envolvimento externo
Ver artigo principal: Guerra Russo-Ucraniana
Segundo os jornais alemães Der Spiegel, Frankfurter Allgemeine Zeitung e Die
Zeit, cerca de 400 mercenários dos Estados Unidos, empregados da empresa
Greystone Limited (filial de Academi, antiga Blackwater USA), estariam
colaborando nas operações do exército e da polícia de Kiev em operações
contra guerrilheiros no leste da Ucrânia, algo que responderam descrevendo a
história como sendo nada mais do que uma "tentativa sensacionalista para criar
histeria" por "bloggers irresponsáveis e jornalistas on-line". A noticia tinha sido
divulgada no Bild am Sonntag, o qual citou que o serviço secreto
alemão Bundesnachrichtendienst, informou em 29 de abril de 2014
a Chancelaria Federal da Alemanha de Angela Merkel do evento.[233][234] O vice-
presidente da empresa de segurança dos Estados Unidos negou as
informações que mercenários da Academi estariam na Ucrânia. [235] No começo
de maio 2014, de acordo com o tabloide alemão Bild, a CIA e o FBI mantinham
dezenas de agentes em Kiev para aconselhar o governo ucraniano, além de
combater o crime organizado no país, sendo suas supostas atividades
limitadas à capital.[236]
Soldados russos em uma base militar ucraniana na Crimeia, durante a anexação desta pela
Federação Russa. Apesar de usarem uniformes e armas russas, as bandeiras e insígnias dos seus
trajes foram removidas para evitar identificações.
Caráter do conflito
A OTAN considera o conflito uma guerra contra soldados irregulares russos[250] e
outros consideram que é uma guerra por procuração.[251][252][253] O Comitê
Internacional da Cruz Vermelha, o árbitro do direito humanitário internacional
para as Nações Unidas, descrevem os acontecimentos na região de Donbass
como um "conflito armado não internacional".[254][255] Algumas agências de
notícias, como a Agência de Informação e Telegrafia da Rússia e a Reuters,
interpretaram esta declaração no sentido de que a Ucrânia estava em um
estado de "guerra civil".[256][257]
O presidente da Verkhovna Rada e ex-presidente interino ucraniano Oleksandr
Turchynov considera o conflito uma guerra direta com a Rússia.[258]
Galeria
•
Ver também
• República Popular de Lugansk
• República Popular de Donetsk
• Referendos em Donetsk e Lugansk de 2014
Referências
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