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ABNT NBR 14931:2023
85 páginas
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reproduzida ou utilizada por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e microfilme, sem permissão por
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Sumário Página
Prefácio ...............................................................................................................................................ix
Introdução ...........................................................................................................................................xi
1 Escopo ................................................................................................................................1
2 Referências normativas .....................................................................................................1
3 Termos e definições ...........................................................................................................3
4 Simbologia ..........................................................................................................................7
5 Requisitos gerais ...............................................................................................................7
5.1 Premissas básicas .............................................................................................................7
5.2 Projetos das estruturas de concreto ................................................................................7
5.3 Documentação ...................................................................................................................7
5.3.1 Documentação do projeto .................................................................................................7
5.3.2 Documentação da execução da estrutura de concreto ..................................................8
5.4 Requisitos da qualidade dos materiais da estrutura ......................................................8
5.4.1 Requisitos da qualidade do concreto ..............................................................................8
5.4.2 Requisitos da qualidade do aço .......................................................................................8
5.4.3 Requisitos da qualidade de materiais utilizados em concreto protendido ..................9
5.4.4 Requisitos da qualidade das fibras para reforço do concreto ......................................9
5.4.5 Outros materiais .................................................................................................................9
5.5 Recebimento dos materiais...............................................................................................9
5.6 Requisitos da qualidade da execução .............................................................................9
5.7 Não conformidades ............................................................................................................9
5.8 Responsabilidades...........................................................................................................10
5.9 Análise preliminar de risco .............................................................................................10
5.9.1 Recomendações gerais ...................................................................................................10
5.9.2 Riscos no ambiente interno da obra ..............................................................................10
5.9.3 Riscos no ambiente externo à obra................................................................................ 11
6 Canteiro de obra .............................................................................................................. 11
6.1 Generalidades................................................................................................................... 11
6.2 Armazenamento dos materiais .......................................................................................12
6.2.1 Armazenamento sobre estruturas já executadas .........................................................12
6.2.2 Materiais componentes do concreto ..............................................................................12
6.2.3 Aços para as armaduras..................................................................................................12
6.2.4 Bainhas e calda de cimento para injeção ......................................................................12
6.2.5 Fibras para reforço do concreto .....................................................................................12
6.2.6 Outros materiais ...............................................................................................................13
6.3 Movimentação de cargas no canteiro ............................................................................13
6.4 Instalações provisórias ...................................................................................................13
7 Sistemas de fôrmas e de escoramentos ........................................................................13
7.1 Requisitos básicos...........................................................................................................13
7.2 Projetos dos sistemas de fôrmas e de escoramentos .................................................13
7.3 Execução dos sistemas de fôrmas e de escoramentos ...............................................14
Figuras
Figura 1 – Relação entre Normas Brasileiras de concreto ............................................................xii
Figura 2 – Tipos de emenda por solda ............................................................................................20
Figura 3 – Detalhe das tolerâncias especificadas na Tabela 5 .....................................................28
Figura 4 – Detalhe da tolerância de placas de apoio ....................................................................29
Figura 5 – Diagrama para obtenção de estimativa da taxa de evaporação (ver Bibliografia [5]) ..... 31
Figura 6 – Adensamento do concreto com vibradores de imersão .............................................36
Figura A.1 – Curva de pressão-alongamento .................................................................................53
Figura B.1 – Exemplo de expulsão da água de exsudação da calda de cimento
pelas cordoalhas ..............................................................................................................65
Figura B.2 – Exemplo de expulsão da água de exsudação por injeção complementar
com calda de cimento ......................................................................................................65
Figura B.3 – Exemplo de expulsão da água de exsudação por injeção complementar
com calda de cimento ......................................................................................................65
Figura B.4 – Exemplo de expulsão da água de exsudação por injeção complementar
com calda de cimento ......................................................................................................66
Tabelas
Tabela 1 – Diâmetro dos pinos de dobramento ..............................................................................17
Tabela 2 – Tempo máximo de exposição das barras de espera sem a necessidade
de proteção contra corrosão em função da classe de agressividade ambiental ......22
Prefácio
A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).
Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.
Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.
A ABNT NBR 14931 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Construção Civil (ABNT/CB-002), pela
Comissão de Estudo de Execução de Estruturas de Concreto (CE-002:124.019). O Projeto de Revisão
circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 01, de 05.01.2023 a 06.02.2023.
A ABNT NBR 14931:2023 cancela e substitui a ABNT NBR 14931:2004, a qual foi tecnicamente
revisada.
Esta ABNT NBR 14931:2023 não se aplica aos projetos de construção que tenham sido protocolados
para aprovação no órgão competente pelo licenciamento anteriormente à data de sua publicação
como Norma Brasileira, nem àqueles que venham a ser protocolados no prazo de até 180 dias após
esta data, devendo, neste caso ser utilizada a versão anterior da ABNT NBR 14931:2004.
Scope
This Standard establishes the general requirements for the execution of structures, permanent or
temporary, of reinforced, prestressed and fiber reinforced concrete, combined or not with reinforcement,
as defined in the project.
This Standard establishes detailed requirements for the execution of concrete works whose projects
were prepared in accordance with ABNT NBR 6118 and ABNT NBR 16935, respecting the life
expectancy of the structures.
This Standard applies to adherent post-stressed concrete (with posterior adhesion) or non-adherent
post-tensioned concrete (greased strands).
This Standard applies to the execution of shallow foundations, such as spread footing, slab-on-grade,
strip footing, pile caps and foundation beams, as defined in ABNT NBR 6122
This Standard applies to the execution of precast concrete structures according to the requirements
indicated in ABNT NBR 9062
NOTE Pre-tensioned prestressed concrete has application in prefabricated elements, and its execution is
defined in ABNT NBR 9062.
This Standard does not establish requirements for specification, preparation, control, receipt and
acceptance of concrete, which must follow the provisions of ABNT NBR 12655 and, in the case of
ready-mixed concrete, also ABNT NBR 7212.
This Standard does not apply to the execution of deep foundations defined in ABNT NBR 6122.
d) soil nailing.
Introdução
Em 2003, a ABNT NBR 6118 passou por um processo de revisão que alterou significativamente seu
escopo, com o propósito de ter seu conteúdo alinhado às exigências internacionais, passando a tratar
especificamente dos requisitos e procedimentos de projeto estrutural.
Com isso, foram criadas a ABNT NBR 12655, publicada em 1995 e revisada pela última vez em
2015, e a ABNT NBR 14931, publicada em primeira versão em 2003, recebeu uma Emenda em 2004
e passou por processo de revisão iniciado em 2017, que possibilitou sua atualização e publicação
em nova versão.
Assim como ocorre com o projeto estrutural, também no caso da execução de estruturas a abrangência
do tema dificulta tratar em um único documento de todo o conteúdo necessário, requerendo Normas
específicas para alguns campos não cobertos, ou cobertos de forma genérica ou simplificada na
ABNT NBR 14931. Este é o caso, por exemplo, das pontes de concreto, das fundações em concreto,
das estruturas pré-moldadas e da alvenaria estrutural, cujas Normas são originalmente mais antigas
do que a ABNT NBR 14931, como a seguir:
— ABNT NBR 7187, Cálculo e execução de pontes de concreto armado e protendido – primeira
publicação em 1987;
— ABNT NBR 7197, Cálculo e execução de obras de concreto protendido – de 1970, atualmente
cancelada, com conteúdo absorvido pela ABNT NBR 6118;
— ABNT NBR 9062, Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado – primeira publicação
em 1985);
Para facilitar o entendimento e a aplicação das Normas citadas e outras normas de interesse, a Figura 1
ilustra a relação entre Normas Brasileiras de concreto estrutural, considerando as etapas de projeto
e execução e também informa sobre Normas Brasileiras aplicadas aos materiais utilizados.
NOTA A Figura 1 não contempla todas as normas que de alguma forma se correlacionam com o tema
“estruturas de concreto”. Ela apenas indica aquelas que foram consideradas como de maior relevância.
Esta versão da ABNT NBR 14931 é, portanto, mais um avanço no processo de normalização das
estruturas de concreto. No Anexo G estão identificadas as principais alterações em relação à
ABNT NBR 14931:2004, que foi cancelada e substituída por esta Norma.
1 Escopo
1.1 Esta Norma estabelece os requisitos para a execução de estruturas, permanentes ou temporárias,
de concreto armado, protendido e reforçado com fibras combinadas ou não com armaduras, conforme
definido em projeto.
1.2 Esta Norma estabelece requisitos detalhados para a execução de obras de concreto cujos
projetos foram elaborados de acordo com a ABNT NBR 6118 e a ABNT NBR 16935, de acordo com
as expectativas de vida útil das estruturas.
1.3 Esta Norma se aplica aos concretos protendidos pós-tensionados aderentes (com aderência
posterior) ou pós-tensionados não aderentes (cordoalhas engraxadas).
1.4 Esta Norma se aplica à execução de fundação superficial, como sapata, “radier”, sapata
associada, blocos e vigas de fundação, conforme ABNT NBR 6122.
1.5 Esta Norma se aplica à execução de estruturas pré-moldadas de concreto conforme os requisitos
indicados na ABNT NBR 9062.
NOTA O concreto protendido pré-tensionado tem aplicação em elementos pré-fabricados, sendo que
a sua execução é definida na ABNT NBR 9062.
1.7 Esta Norma não estabelece requisitos para especificação, preparo, controle, recebimento
e aceitação do concreto, os quais são abrangidos pela ABNT NBR 12655 e, no caso de concreto
dosado em central, também a ABNT NBR 7212.
1.8 Esta Norma não se aplica à execução de fundações profundas conforme a ABNT NBR 6122.
d) solo grampeado.
2 Referências normativas
Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emendas).
ABNT NBR 5671, Participação dos intervenientes em serviços e obras de engenharia e arquitetura
ABNT NBR 5738, Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova
ABNT NBR 7480, Aço destinado às armaduras para estruturas de concreto armado – Requisitos
ABNT NBR 7481, Tela de aço soldada nervurada para armadura de concreto – Requisitos
ABNT NBR 7482, Fios de aço para estruturas de concreto protendido – Especificação
ABNT NBR 7483, Cordoalhas de aço para estruturas de concreto protendido - Especificação
ABNT NBR 7681-2, Calda de cimento para injeção – Parte 2: Determinação do índice de fluidez e da
vida útil – Método de ensaio
ABNT NBR 7681-3, Calda de cimento para injeção – Parte 3: Determinação dos índices de exsudação
e expansão – Método de ensaio
ABNT NBR 7681-4, Calda de cimento para injeção – Parte 4: Determinação da resistência à compressão –
Método de ensaio
ABNT NBR 8522-1, Concreto endurecido – Determinação dos módulos de elasticidade e de deformação –
Parte 1: Módulos estáticos à compressão
ABNT NBR 8548, Barras de aço destinadas a armaduras para concreto armado com emenda mecânica
ou por solda – Determinação da resistência à tração – Método de ensaio
ABNT NBR 8800, Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios
ABNT NBR 8953, Concreto para fins estruturais – Classificação pela massa específica, por grupos de
resistência e consistência
ABNT NBR 11768-1, Aditivos químicos para concreto de cimento Portland – Parte 1: Requisitos
ABNT NBR 12655, Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação –
Procedimento
ABNT NBR 15530, Fibras de aço para concreto – Requisitos e métodos de ensaio
ABNT NBR 15575-2, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 2: Requisitos para os sistemas
estruturais
ABNT NBR 15696, Fôrmas e escoramentos para estruturas de concreto – Projeto, dimensionamento
e procedimentos executivos
ABNT NBR 16300, Galvanização por imersão a quente de barras de aço para armadura de concreto
armado – Requisitos e métodos de ensaio
ABNT NBR 16935, Projeto de estruturas de concreto reforçado com fibras – Procedimento
ABNT NBR 16941, Fibras de vidro álcali-resistentes (AR) para concreto e argamassa – Requisitos
e métodos de ensaio
ABNT NBR 16942, Fibras poliméricas para concreto – Requisitos e métodos de ensaio
ABNT NBR NM ISO 3310-1, Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos e verificação – Parte 1: Peneiras
de ensaio com tela de tecido metálico (ISO 3310-1, IDT)
ABNT NBR ISO 6892-1, Materiais metálicos – Ensaio de Tração – Parte 1: Método de ensaio à
temperatura ambiente
EN 934-4, Admixtures for concrete, mortar and grout – Part 4: Admixtures for grout for prestressing
tendons – Definitions, requirements, conformity, marking and labelling
3 Termos e definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se os termos e definições das ABNT NBR 6118, ABNT NBR 6122
e ABNT NBR 16935, e os seguintes.
3.1
acomodação de ancoragem
perda de alongamento prevista e previamente determinada, para cada tipo de ancoragem, que ocorre
durante a operação de cravação
3.2
ancoragem
dispositivo capaz de manter o cabo em estado de tensão, transmitindo força de protensão à estrutura
3.3
ancoragem ativa
ancoragem na qual se promove o estado de tensão no cabo por meio de equipamento de protensão
3.4
ancoragem de emenda
dispositivo destinado a dar continuidade a trechos de cabos
3.5
ancoragem morta
dispositivo imerso no concreto, destinado a fixar a extremidade do cabo oposta àquela da ancoragem
ativa
NOTA Esta ancoragem não permite acesso para operação de protensão e verificação do grau de protensão
e da eventual ocorrência de deslizamento ou acomodação do cabo. Esta ancoragem pode ser composta por
cordoalhas com pontas em forma de laço ou com pontas desentrelaçadas, ambas imersas no concreto.
3.6
ancoragem passiva
dispositivo embutido, totalmente ou não, no concreto (com ou sem acesso), destinado a fixar a extremidade
do cabo oposta àquela da ancoragem ativa
NOTA Embora de configuração análoga à da ancoragem ativa, pode ou não, permitir acesso para
a operação de protensão e possibilitar a verificação, no caso das ancoragens passivas com acesso,
do adequado encunhamento ou eventual ocorrência de deslizamentos na ancoragem.
3.7
ancoragem passiva sem acesso
dispositivo imerso no concreto, destinado a fixar a extremidade do cabo oposta àquela da ancoragem
ativa
NOTA Esta ancoragem não tem necessidade de acesso para operação e verificação do grau de protensão
e da eventual ocorrência de deslizamento.
3.8
armadura de protensão
conjunto de cabos confeccionados conforme especificação de projeto destinado à geração das forças
de protensão
3.9
armadura de protensão sem aderência
conjunto de cabos monocordoalhas, agrupados ou não, confeccionados conforme especificação de
projeto, destinado à geração das forças de protensão
3.10
bainha
duto que isola o cabo do concreto
3.11
cabeça pré-moldada
peça de concreto que aloja uma ou mais ancoragens, executada previamente com a finalidade
de permitir a antecipação das operações de tensionamento dos cabos e com a função de facilitar
a distribuição dos esforços nas extremidades
3.12
cabo
conjunto formado por fios, cordoalhas ou barras e seus dispositivos complementares, como ancoragem,
bainhas, purgadores etc.
3.13
capa de polietileno de alta densidade (PEAD)
revestimento individual da cordoalha que assegura a estanqueidade da cordoalha e da graxa durante
a concretagem
3.14
deslizamento
movimento não previsto entre a armadura de protensão e a ancoragem
3.15
desprotensão
ato de proceder, controladamente, à diminuição de tensão de cabo já protendido até o seu total alívio
de tensão
3.16
espaçadores
dispositivos utilizados em alguns tipos de cabos, destinados a manter seus elementos componentes
afastados uns dos outros
3.17
estrutura temporária
estrutura projetada para um curto período de utilização, definido em projeto
3.18
etapa de injeção
preenchimento com calda de um cabo ou de uma família de cabos interligados quando houver risco
ou certeza de comunicação entre os mesmos
3.19
execução da estrutura de concreto
atividades compreendidas desde a etapa de análise preliminar de risco (APR) até o recebimento
da estrutura, incluindo, o desenvolvimento e execução dos projetos dos sistemas de fôrmas e de
escoramentos, o preparo e a montagem das armaduras, a concretagem (preparo, transporte,
lançamento, adensamento, acabamento e cura do concreto), a retirada das fôrmas e dos escoramentos,
e, quando for o caso, as operações de protensão.
3.20
fretagem
armadura passiva (frouxa) destinada a resistir às tensões locais de tração no concreto, transmitidas
pela ancoragem
3.21
injeção primária
injeção inicial com a qual se pretende preencher a bainha
3.22
injeção complementar
injeção destinada a compensar os vazios deixados pela exsudação da calda da injeção primária, em
casos muito especiais, quando a exigência do valor da exsudação for mais severa
3.23
luva
peça destinada a emendar bainhas
3.24
operação de cravação
ato de fixar o cabo à ancoragem ativa após a operação de protensão
3.25
operação de protensão
ato de aplicar força de tração no cabo de protensão sob condições previamente especificadas
3.26
operação de reprotensão
execução de operação de protensão em cabo já protendido sem a necessidade de efetuar a
desprotensão
3.27
protensão com aderência posterior
concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é realizado após o endurecimento
do concreto, sendo utilizadas, como apoios, partes do próprio elemento estrutural, criando
posteriormente aderência com o concreto, de modo permanente, por meio da injeção de calda nas
bainhas
3.28
respiro de injeção
tubo para a saída de ar, água ou calda
3.30
sistemas de fôrmas
estruturas provisórias que servem para moldar o concreto fresco, resistindo a todas as ações
provenientes das cargas variáveis resultantes das pressões do lançamento do concreto fresco, até
que o concreto se torne autoportante
3.31
suporte
dispositivo utilizado para manter a bainha na posição do projeto
3.32
trombeta
peça que faz a concordância da bainha com a ancoragem
3.33
tubo para injeção
tubo através do qual é injetada a calda
3.34
zona de ancoragem
região de uma peça de concreto onde se situam as ancoragens, especialmente reforçada para resistir
aos esforços locais que aí se manifestam
4 Simbologia
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se os símbolos estabelecidos na ABNT NBR 6118.
5 Requisitos gerais
5.1 Premissas básicas
a) antes de iniciar a execução das estruturas, os projetos dos elementos estruturais devem estar
disponíveis e seu conteúdo deve ser do conhecimento dos responsáveis pela sua execução,
inclusive projetos específicos de elementos estruturais pré-moldados de concreto em conformidade
com a ABNT NBR 9062;
b) deve-se verificar antes de sua utilização, a compatibilidade do projeto estrutural com os projetos
de estruturas auxiliares (como os dos sistemas de fôrmas e de escoramentos), e no caso de
edificações, com os projetos das instalações prediais (hidrossanitárias e elétricas), com o projeto
de ar-condicionado e outros;
f) todos os trabalhos devem ser realizados por profissional habilitado, com a utilização dos
equipamentos adequadamente especificados e com manutenção em dia.
A execução das estruturas de concreto, incluindo fundações superficiais, deve ser baseada em projetos
elaborados de acordo com o que estabelecem as Normas específicas (por exemplo, ABNT NBR 6118,
ABNT NBR 6122, ABNT NBR 7187 e ABNT NBR 16935.).
5.3 Documentação
Quando for exigida documentação relativa à execução da estrutura de concreto, o tipo e a abrangência
desta documentação devem ser estabelecidos entre as partes interessadas.
NOTA Como forma de modernizar os processos construtivos e o registro das operações realizadas, para
facilitar a rastreabilidade e futuras alterações na construção, recomenda-se fazer uso, quando for o caso,
da tecnologia BIM.
Quando exigido, deve ser elaborado pelo responsável pela execução da obra um plano da qualidade
para a execução da estrutura de concreto. Neste plano devem ser especificados os procedimentos
a serem seguidos para assegurar o atendimento às especificações do projeto estrutural e auxiliares
(sistemas de fôrmas e de escoramentos), aos requisitos estabelecidos nesta Norma e, quando for
ocaso, em Normas específicas para tipos especiais de estruturas de concreto, bem como o seu
controle tecnológico (ensaios e amostragem pertinentes).
Convém que sejam estabelecidos, neste plano, procedimentos para o controle de toda a documentação
técnica contemplada nesta Norma, incluindo a definição dos tempos de retenção dos registros gerados
na sua implementação.
Caso não seja elaborado um plano da qualidade para a execução da estrutura, os documentos
que comprovam a origem, as características e a conformidade dos materiais com os requisitos
estabelecidos nesta Norma e no projeto estrutural devem permanecer arquivados durante a execução
da obra, cabendo ao responsável pela sua execução definir por quanto tempo os documentos devem
permanecer arquivados após a sua conclusão.
O concreto deve ser preparado, controlado, recebido e aceito, de acordo com o estabelecido na
ABNT NBR 12655.
Quando se tratar de concreto dosado em central, além dos requisitos da ABNT NBR 12655, o concreto
deve ainda estar de acordo com a ABNT NBR 7212.
No caso de concreto reforçado com fibras (CRF), deve-se atender, complementarmente, aos critérios
de controle da qualidade previstos na ABNT NBR 16938.
O aço utilizado nas estruturas de concreto armado ou protendido deve atender às ABNT NBR 7480,
ABNT NBR 7481, ABNT NBR 7482 e ABNT NBR 7483, segundo a natureza e o tipo de armadura
especificados no projeto estrutural.
As bainhas, ancoragens, calda de cimento para injeção e capas PEAD, que são materiais utilizados
em estruturas de concreto protendido, devem atender ao especificado nos Anexos A, B e C, conforme
o sistema de protensão especificado em projeto.
Os requisitos do aço destinado à armadura ativa do concreto protendido são especificados nas
ABNT NBR 7482 e ABNT NBR 7483, conforme estabelecido em 5.4.2.
As fibras utilizadas nas estruturas de concreto reforçado com fibras (CRF) devem atender às
ABNT NBR 15530, ABNT NBR 16941 ou ABNT NBR 16942, conforme o tipo de fibra especificado.
Quando especificada no projeto estrutural, a utilização de materiais não contemplados em 5.4.1, 5.4.2,
5.4.3 e 5.4.4, os requisitos da qualidade destes materiais devem ser estabelecidos pelo projetista
com base em resultados obtidos em estudos, ensaios e protótipos que comprovem a qualidade e o
desempenho destes materiais.
Para a utilização de materiais alternativos devem ser utilizadas Normas específicas para referência
no estabelecimento destes critérios ou conforme o Anexo D, no caso de materiais para os quais não
existam estas Normas.
No Anexo F, é apresentada uma proposta para a realização deste controle com base em critérios de
inspeção (níveis de inspeção) diferenciados em função do impacto de possíveis falhas da estrutura
como um todo ou de alguns dos seus elementos, componentes ou materiais. Em alguns casos, podem
ser consideradas, ainda, as tecnologias utilizadas na execução da estrutura, como, por exemplo,
o sistema de protensão especificado em projeto. Na Tabela 0, há uma proposição de classificação
das inspeções em três níveis (níveis de inspeção), para as quais são definidos controles específicos.
Quando for identificada uma não conformidade que possa comprometer o desempenho do elemento
estrutural, correções devem ser promovidas para assegurar o desempenho projetado para a estrutura.
As correções promovidas devem ser registradas.
5.8 Responsabilidades
Devem ser consideradas as responsabilidades atribuídas pelas ABNT NBR 12655 e ABNT NBR 5671.
No caso de edificações habitacionais, deve ser atendido também o estabelecido na ABNT NBR 15575-2.
Ela pode se apresentar como um complemento da Análise Preliminar de Risco realizada ainda na fase
de desenvolvimento do projeto estrutural.
Nesta Norma não são considerados os riscos associados à segurança e saúde dos trabalhadores.
Estes, conforme legislação vigente, são considerados nos programas de gerenciamento de riscos
ocupacionais elaborados para cada obra.
Os riscos associados à execução das estruturas de concreto estão presentes nos ambientes interno
e externo à obra e, de uma forma geral, podem ser classificados conforme 5.9.2 e 5.9.3. Para cada
uma das classes sugeridas estão identificados exemplos de riscos a ela associados.
A definição dos níveis de inspeção da execução das estruturas de concreto conforme 5.6 também
pode ser entendida como resultado de uma análise preliminar de risco.
Convém que a Análise Preliminar de Risco seja documentada, registrando-se os riscos identificados,
as ações tomadas para preveni-los ou impedir a sua repetição, os responsáveis por estas ações e,
quando for o caso, os resultados do monitoramento exercido sobre as ações planejadas.
No Anexo E, são apresentados alguns conceitos básicos sobre a abordagem de riscos que podem ser
úteis àqueles que optem por realizar a Análise Preliminar de Risco antes de iniciar a execução das
estruturas de concreto.
— os riscos intrínsecos deste processo são conhecidos e as ações para evita-los já estão
contempladas nesta Norma e em todas as demais normas aplicáveis às estruturas de
concreto (ver a Figura 1);
— atender aos requisitos das Normas específicas é uma forma eficaz de reduzir consideravelmente
os riscos que são próprios do processo de execução das estruturas de concreto;
c) gestão ineficaz da obra: utilização de pessoal sem as competências apropriadas para execução
de estruturas de concreto, contratação de fornecedores de materiais e serviços não qualificados
e uso de projetos desatualizados;
b) impactos na circulação de pessoas no entorno da obra: redução das áreas de calçadas, obstáculos
à passagem de pedestres e respingos;
f) exigências legais: não atendimento às restrições das licenças de obra (condicionantes para
execução da 1ª laje e colocação de placas de obra), não emissão das devidas ART (das empresas
de serviços de concretagem, de controle tecnológico e de outros serviços especializados)
e circulação de caminhões-betoneira fora dos horários permitidos.
6 Canteiro de obra
6.1 Generalidades
O espaço destinado ao canteiro deve estar de acordo com as características da obra, sendo previsto
o correto armazenamento de materiais e equipamentos. Quando necessárias, instalações devem ser
previstas para a execução de estruturas de concreto, como, por exemplo: centrais de fôrma, armação
e preparo do concreto.
NOTA Recomenda-se a elaboração de um projeto de canteiro para esta etapa da obra, incluindo questões
de logística e produção (acessos e circulação de materiais, equipamentos e pessoas; centrais de fôrma,
armação e preparo do concreto; áreas de armazenamento de materiais; localização de equipamentos de
produção e transporte; e locais para disposição temporária de resíduos e lavagem dos caminhões-betoneira).
Qualquer material armazenado sobre parte já executada da estrutura deve ter confirmada
a possibilidade de seu armazenamento, de forma que não exceda o carregamento projetado para
a estrutura neste local. Caso o carregamento exceda este limite, o armazenamento só será permitido
com autorização expressa do projetista estrutural e, se necessário, somente após a execução
de reforço do escoramento da estrutura.
Quando o concreto for preparado na obra, o armazenamento dos materiais que o compõem deve
estar conforme a ABNT NBR 12655.
Os materiais a serem utilizados no concreto devem permanecer armazenados, sempre que possível,
próximos ao local do seu preparo, separados fisicamente desde o instante do seu recebimento até
o momento de sua utilização.
Cada material deve estar identificado durante o armazenamento, no que diz respeito ao tipo e classe
de cimento, à dimensão dos agregados e, quando for o caso, à procedência. Quando for prevista
a incorporação no concreto de materiais pozolânicos e de aditivos, deve-se observar o estabelecido
nas ABNT NBR 12653 e ABNT NBR 11768-1, respectivamente.
Devem ser armazenados de forma a manterem inalteradas suas características geométricas e suas
propriedades, desde o recebimento na obra até seu posicionamento final na estrutura.
Cada tipo e classe de barra e fio de aço, tela de aço soldada ou cordoalha utilizada na obra deve ser
claramente identificado logo após seu recebimento, de modo que não ocorra troca involuntária quando
de seu posicionamento na estrutura.
Para os aços recebidos cortados e dobrados, valem as mesmas especificações para as diferentes
posições especificadas em projeto.
O armazenamento deve ser feito de modo a impedir o contato com qualquer tipo de contaminante
(solo, óleos, graxas, entre outros) e, preferencialmente, em ambiente coberto, protegido do sol
e da chuva.
No caso da utilização de barras de aço galvanizado, cuidados especiais devem ser tomados no seu
armazenamento e também em relação à sua movimentação no canteiro de obra, devendo-se seguir
as diretrizes estabelecidas na ABNT NBR 16300.
O armazenamento das fibras deve ser feito em ambiente coberto e de modo a impedir o contato com
qualquer tipo de contaminante (solo, óleos, graxas, entre outros).
Sempre que houver a possibilidade de trocas involuntárias no momento do seu uso, cada tipo de fibra
deve ser identificado de forma inequívoca.
As orientações para o armazenamento de outros materiais devem constar nos requisitos da qualidade
conforme em 5.4.
A geometria, a função, o acabamento e a durabilidade de uma estrutura de concreto não podem ser
prejudicadas devido a qualquer problema com as fôrmas, os escoramentos ou com a remoção destes.
Nos projetos dos sistemas de fôrmas e de escoramentos, devem constar as informações mínimas da
ABNT NBR 15696, como a descrição dos sistemas especificados e os procedimentos para a remoção
dos escoramentos.
O sistema de fôrmas deve ser projetado e construído adaptando-se à geometria das peças da
estrutura projetada, dentro das tolerâncias especificadas em 0, caso o projeto estrutural, em virtude
de circunstâncias especiais, não as exija de maneira mais rigorosa.
O sistema de escoramentos deve ser projetado de acordo com a ABNT NBR 15696, não podendo
sofrer sob a ação de seu próprio peso, do peso da estrutura concretada e das ações que possam
atuar durante a execução da estrutura de concreto (ações de construção), deformações prejudiciais
à geometria da estrutura ou que possam causar no concreto esforços não previstos.
Na execução dos sistemas de fôrmas e de escoramentos, devem ser atendidos, além dos requisitos
estabelecidos na ABNT NBR 15696, os definidos nesta Seção, na Seção 12, em 10.2.1 e em 10.2.2.
Os materiais utilizados devem atender aos requisitos da ABNT NBR 15696 e das Normas de
especificação destes materiais.
O uso adequado possibilita o reaproveitamento de fôrmas e dos materiais utilizados para sua construção.
No entanto, em um processo de utilização sucessiva, devem ser verificadas as características e,
principalmente, a capacidade resistente das fôrmas e dos materiais que as constituem.
Devem ser tomadas as devidas precauções para proteger o sistema de fôrmas de riscos de incêndio,
atendendo à legislação vigente (ver a Bibliografia [7]).
A concentração de elementos embutidos e furos em uma determinada região da estrutura deve ter
sido objeto de verificação pelo projetista estrutural.
Recomenda-se evitar o uso de fôrmas perdidas. Sendo necessário, devem atender à ABNT NBR 15696.
O uso de agentes destinados a facilitar a desmoldagem deve atender à ABNT NBR 15696.
8 Armaduras
8.1 Generalidades
Não pode ser utilizado aço de especificação diferente da que consta no projeto, sem aprovação prévia
do projetista.
O processo de ancoragem dos componentes de armaduras por aderência ou por meio de dispositivos
mecânicos deve atender o que estabelece o projeto da estrutura.
8.2.1 Generalidades
As condições estabelecidas nesta Seção são aplicáveis para armaduras preparadas no local ou pré-
montadas.
8.2.2 Aço
As ABNT NBR 7480 e ABNT NBR 7481 estabelecem as características do aço a ser utilizado nas
armaduras passivas. A ABNT NBR 6118 especifica as condições de utilização deste material em
cada caso.
Nos casos em que haja exigência de utilização de aço com características especiais de resistência
à fadiga, a encomenda do aço deve ser feita diretamente ao produtor, mencionando esta exigência.
Da mesma forma, conforme acordo entre comprador e fornecedor, podem ser especificados requisitos
relativos às propriedades de aderência.
Quando forem especificadas barras de aço galvanizado pelo processo de imersão a quente, as suas
características são estabelecidas pela ABNT NBR 16300.
Para a utilização de materiais alternativos, contemplados no projeto estrutural, devem ser asseguradas
as condições de utilização definidas em Normas específicas ou conforme o Anexo D, no caso de
materiais para os quais não existam estas Normas.
As barras e fios de aço destinados às armaduras para estruturas de concreto, as telas de aço soldadas
e as armaduras fornecidas pré-montadas, não podem ser danificadas durante as operações de
transporte, armazenamento, limpeza, manuseio e posicionamento no elemento estrutural.
Cada produto deve ser claramente identificado na obra, de maneira a evitar trocas involuntárias.
Estes produtos não podem ser armazenados em contato direto com o solo. No caso de obras situadas
em regiões cuja agressividade ambiental corresponda à classe IV, conforme a ABNT NBR 6118, cuidados
adicionais devem ser tomados para a preservação destes produtos quando forem armazenados por
mais de 30 dias, como por exemplo, cobri-los inteiramente com materiais impermeáveis.
NOTA Na Tabela 2, constam os prazos máximos para que as barras de espera não precisem de proteção
contra corrosão em função da classe de agressividade do local da obra. Estes valores podem ser usados
como referência para o armazenamento do aço na obra.
8.2.5 Limpeza
A superfície das barras e fios de aço deve estar livre de oxidação e substâncias deletérias que possam
afetar de maneira adversa o aço, o concreto ou a aderência entre estes materiais. As barras e fios de
aço levemente oxidados por exposição ao tempo em ambientes de agressividade fraca à moderada,
sem produtos destacáveis, sem redução de seção e sem perda de nervuras, podem ser utilizados
em estruturas de concreto.
As barras e fios de aço que apresentem produtos destacáveis na sua superfície em função de processo
de corrosão devem passar por limpeza superficial antes do lançamento do concreto. Após a limpeza,
deve ser feita uma avaliação das condições das barras e fios de aço, em especial de eventuais
reduções de seção.
Caso as barras e fios de aço apresentem nível de oxidação que implique em redução da seção, deve
ser feita uma limpeza enérgica e posterior avaliação das condições de utilização pelo responsável
pela execução da obra, de acordo com as normas de especificação do produto, eventualmente
considerando-as como de diâmetro nominal inferior. No caso de corrosão por ação e presença de
cloretos, com formação de “pites” ou cavidades, as barras e fios de aço podem ser lavados com jato
de água sob pressão para retirada dos cloretos destas pequenas cavidades, só podendo ser utilizada
após comprovação da ausência de cloretos por meio de ensaios específicos.
NOTA 1 A limpeza pode ser feita por qualquer processo mecânico como, por exemplo, jateamento de água
ou de material abrasivo.
NOTA 2 Na avaliação das condições de utilização de barras e fios de aço nos quais foi observada redução
de seção, pode ser necessária a realização de ensaios em laboratório para comprovação da sua conformidade
com a ABNT NBR 7480.
NOTA 3 As considerações a respeito das barras e fios de aço também são válidas para as telas de aço
soldadas e as armaduras fornecidas pré-montadas.
Os processos para preparo e montagem da armadura devem atender ao que estabelece o projeto da
estrutura e a ABNT NBR 6118, e Normas específicas, conforme o caso.
8.2.6.1 Desbobinamento
O desbobinamento de barras e fios de aço somente deve ser feito quando for utilizado equipamento
que limite tensões localizadas.
8.2.6.2 Corte
O corte das barras e fios de aço deve atender às indicações do projeto da estrutura, observadas as
respectivas tolerâncias (ver 0).
8.2.6.3 Dobramento
O dobramento das barras, inclusive dos ganchos, deve ser feito de acordo com os diâmetros internos
de curvatura da Tabela 1.
As barras não podem ser dobradas junto às emendas por solda, observando-se uma distância mínima de 10 Φ.
O procedimento de dobra deve ser realizado de uma só vez. Quando forem utilizadas máquinas de
dobra, o processo deve ser contínuo.
As barras não podem ser aquecidas para realizar a dobra, o processo deve sempre ser realizado a frio.
Não é permitido o endireitamento de barras que foram dobradas ou sofreram outro processo de perda
da linearidade. Excepcionalmente, estas barras podem ser utilizadas, desde que o projetista estrutural
seja consultado e aprove o seu emprego.
Não é permitido o procedimento de redobra, ou seja, o novo dobramento de barras que já foram
dobradas anteriormente.
8.2.6.4 Emendas
As emendas devem ser procedidas de acordo com o que estabelece esta Norma e com o previsto no
projeto estrutural, podendo ser executadas por:
a) traspasse;
c) solda; e
As emendas não previstas no projeto só podem ser executadas mediante consulta prévia ao projetista
estrutural.
As disposições das emendas por traspasse devem atender ao especificado na ABNT NBR 6118.
Este tipo de emenda não é permitido para barras de diâmetro maior que 32 mm.
c) parafusadas;
d) grauteadas; e
e) soldáveis.
Como premissa de utilização, os dispositivos para emendas mecânicas devem ter resistência maior que
a das barras emendadas e devem atender aos requisitos de resistência característica ao escoamento
e limite de resistência especificadas na ABNT NBR 7480. Para determinação destas características,
as luvas devem ser ensaiadas conforme a ABNT NBR ISO 6892-1.
O(s) tipo(s), a localização e os requisitos técnicos das emendas mecânicas, bem como os seus
respectivos métodos de instalação, são definidos no projeto estrutural e nas especificações técnicas
dos fabricantes.
Os principais aspectos que devem ser avaliados na execução de emendas mecânicas são:
— roscas paralelas: atenção no posicionamento final da emenda no centro das barras emendadas;
— roscas cônicas: ao término da execução das roscas, deve-se verificar com o calibrador da rosca se
ela está dentro da tolerância permitida pelo fabricante. Necessidade do emprego de torquímetro
de estalo no rosqueamento. Consultar especificações de torque adequado com o fabricante;
Todos os equipamentos utilizados devem ser inspecionados após cada uso e calibrados pelo menos
a cada 12 meses.
Apenas podem ser emendadas por solda as barras e fios de aço que atendam aos requisitos de
soldabilidade estabelecidos na ABNT NBR 7480. As barras e fios de aço soldáveis devem ser
identificados por marcação na barra, por etiqueta ou ainda por outros meios aplicáveis.
c) por traspasse com pelo menos dois cordões de solda longitudinais, cada um deles com
comprimento não inferior a 5 Φ afastados no mínimo 5 Φ (ver a Figura 2);
d) Com outras barras justapostas (cobrejuntas), com cordões de solda longitudinais, fazendo-se
coincidir o eixo baricêntrico do conjunto com o eixo longitudinal das barras emendadas, devendo
cada cordão ter comprimento de pelo menos 5 Φ (ver a Figura 2).
As emendas por solda podem ser realizadas na totalidade das barras em uma seção transversal
do elemento estrutural.
Devem ser consideradas como na mesma seção as emendas que de centro a centro estejam afastadas
entre si menos que 15 Φ, medidos na direção do eixo da barra.
As emendas das barras com solda devem ter resistência maior do que a resistência das barras
emendadas e devem atender aos requisitos de resistência característica ao escoamento e limite de
resistência especificadas na ABNT NBR 7480.
NOTA Recomenda-se que o profissional de solda possua capacitação formal de soldador ou técnico
de soldagem reconhecido por órgão competente.
Nas emendas de topo as extremidades das barras devem ser planas e normais aos eixos. Nas
emendas por solda com eletrodo, as extremidades devem ser chanfradas. Em todos os casos,
as superfícies a serem emendadas devem ser rigorosamente limpas.
Antes do início da execução das armaduras, as emendas das barras por processo mecânico ou por
solda, especificadas em projeto, devem ser avaliadas para comprovar o seu atendimento ao limite
de resistência convencional à ruptura das barras não emendadas, conforme a ABNT NBR 7480.
Os ensaios destas emendas devem ser realizados conforme a ABNT NBR 8548.
Se qualquer resultado obtido nos ensaios, com os corpos de prova emendados ou não emendados,
não atender ao limite acima estabelecido e às suas especificações de projeto, deve ser verificada a
causa da deficiência e quando esta for devidamente corrigida, os ensaios prévios devem ser repetidos.
As emendas mecânicas ou por solda devem ser ensaiadas à tração de acordo com o estabelecido na
ABNT NBR 8548, sendo considerada como não conforme aquela cuja resistência à tração determinada
no ensaio seja menor do que a especificada em projeto.
Para o controle de execução das emendas das barras, deve ser elaborado um plano de amostragem
conforme estabelece a ABNT NBR 5426, no qual estejam definidos os lotes de inspeção, o nível
de qualidade aceitável (NQA), o nível de inspeção adotado, a severidade da inspeção, o tipo de
amostragem, o tamanho da amostra (número de emendas a serem ensaiadas por lote) e os critérios
(números) de aceitação e rejeição.
Os lotes de inspeção devem ser definidos levando-se em conta: número de emendas previstas em
projeto; planejamento da execução das emendas; tempo estimado para realização dos ensaios de
tração e emissão dos seus relatórios; possibilidade de identificação inequívoca dos lotes; e outras
condições consideradas relevantes.
O nível de qualidade aceitável (NQA), considerado como sendo o percentual de emendas não
conformes admitidas por lote e definido em função do seu impacto na segurança estrutural, deve ser
acordado entre o projetista estrutural e o responsável pela execução da obra e ainda, quando for o
caso, com a empresa incumbida da execução das emendas.
Como a inspeção das emendas é feita por meio de ensaios destrutivos e estes são realizados em
laboratórios muitas vezes distantes dos locais das obras, recomenda-se a adoção de um dos níveis
especiais de inspeção definidos na ABNT NBR 5426, segundo os quais, as amostras têm tamanhos
menores do que as especificadas quando se opta pelos níveis gerais de inspeção.
NOTA 1 Alternativamente à retirada de amostras das emendas executadas nas estruturas (método
destrutivo) pode-se optar por emendas realizadas concomitantemente às das estruturas em barras isoladas.
Dada às especificidades das inspeções das emendas, convém que se adote a amostragem simples
e somente, excepcionalmente, seja especificada a amostragem dupla. Quanto à severidade da
inspeção (frequência da amostragem), recomenda-se que se escolha o regime normal, podendo,
a critério do responsável pela execução da obra e em função dos resultados obtidos nos ensaios,
passar a ser realizada em regime severo ou atenuado.
NOTA 2 Nos exemplos a seguir são apresentados dois planos de amostragem definidos de acordo com
a ABNT NBR 5426, ambos com nível de qualidade aceitável (NQA) igual a 4 % e nível de inspeção S3,
adotado em função do tamanho do lote previsto. Outros planos podem ser elaborados considerando condições
de inspeção diferentes.
onde
Ac é o número de aceitação, ou seja, a quantidade de emendas não conformes que podem ocorrer no lote
sem que este seja rejeitado;
Re é o número de rejeição, ou seja, a quantidade de emendas não conformes que rejeitam o lote.
A armadura deve ser posicionada no interior das fôrmas de acordo com as especificações de projeto
e dentro das tolerâncias estabelecidas na Tabela 5. A armadura deve ser fixada de modo que durante
o lançamento do concreto se mantenha na posição estabelecida, conservando-se inalteradas as
distâncias das barras entre si e em relação às faces internas das fôrmas.
A montagem da armadura deve ser feita por amarração, utilizando arames ou similares, ou por pontos
de solda no caso de aços soldáveis. A amarração de aço galvanizado só pode ser feita com arame
galvanizado.
A distância entre pontos de amarração das barras deve assegurar o posicionamento da armadura
durante a concretagem.
O cobrimento especificado para a armadura no projeto deve ser mantido por dispositivos adequados
ou espaçadores e sempre se refere à armadura mais exposta.
É permitido o uso de espaçadores de concreto ou argamassa, desde que apresentem relação água/
cimento menor ou igual a do concreto, de espaçadores plásticos ou metálicos cujas partes em contato
com a fôrma sejam revestidas com material plástico ou outro material que não provoque danos às fôrmas.
Podem ser utilizados outros tipos de espaçadores não descritos nesta Norma, desde que não tenham
partes metálicas expostas.
Não podem ser utilizados calços de aço cujo cobrimento, depois de lançado o concreto, tenha
espessura menor do que o especificado no projeto.
O posicionamento das armaduras negativas deve ser objeto de cuidados especiais. Para tanto, devem
ser utilizados suportes suficientemente rígidos e adequadamente espaçados para assegurar o seu
posicionamento durante a concretagem.
Deve ser dada especial atenção à armadura e ao seu cobrimento onde existam aberturas e furos
usados para trabalhos temporários, devendo ser preenchidos e acabados com material de qualidade
similar à do concreto da estrutura.
8.2.7 Proteções
Antes e durante o lançamento do concreto, os caminhos e passarelas devem estar dispostos de modo
a não acarretarem deslocamento da armadura.
Tabela 2 (conclusão)
Tempo máximo de exposição das
Classe de agressividade
barras de espera sem proteção
ambiental (CAA) de acordo com
contra corrosão a, b
a ABNT NBR 6118
meses
IV 1
a Valores de referência obtidos para uma perda de seção de 0,5 % de uma barra de
10 mm de diâmetro.
b No caso das classes de agressividade ambiental CAA-I, CAA-II e CAA-III,
recomenda-se a realização de inspeções visuais periódicas das barras durante o
período de interrupção de concretagem. A continuidade da concretagem deve ser
antecedida por uma inspeção visual das barras de espera.
No caso de a proteção ter sido executada com pasta de cimento, ao ser retomada a concretagem,
as barras de espera devem ser limpas (ver 8.2.5), de modo a permitir boa aderência com o concreto,
retirando-se a capa solta de pasta de cimento.
Os requisitos referentes às armaduras ativas, incluindo a confecção e a montagem dos cabos, estão
estabelecidos nos Anexos A e C.
Quanto aos cuidados no armazenamento dos fios e cordoalhas de protensão, estes devem ser
protegidos contra a ação das intempéries e mantidos sem contato direto com o solo desde o momento
do seu recebimento.
10 Concretagem
10.1 Preparo, pedido, fornecimento e recebimento do concreto
O preparo do concreto deve ser realizado de acordo com a ABNT NBR 12655 e, quando dosado em
central, deve atender também à ABNT NBR 7212.
No preparo do concreto reforçado com fibras, devem ser seguidas as recomendações do fabricante da
fibra sobre a forma de adição das fibras no concreto, visando à obtenção de adequada homogeneização
das fibras na mistura, evitando assim, a formação de pelotas de fibras.
No caso de ser fornecido por empresas de serviços de concretagem, o concreto deve ser solicitado
considerando os seguintes aspectos:
— o pedido do concreto, conforme estabelecido na ABNT NBR 7212, deve conter minimamente as
seguintes informações:
b) classe de agressividade ambiental, conforme definido na ABNT NBR 6118 e na ABNT NBR 12655;
d) classe de consistência, conforme a ABNT NBR 8953, ou, no caso de concreto autoadensável,
classe de espalhamento, de acordo com a ABNT NBR 15823-1.
NOTA Recomenda-se que, caso sejam necessárias outras especificações, estas sejam indicadas
no pedido com antecedência, de modo que permita tempo hábil para a elaboração de traço que
atenda às especificações.
a) metodologia para verificação do volume do concreto, caso se opte por algum método diferente
do exemplificado na ABNT NBR 7212, no qual o volume pode ser determinado a partir da massa
total do lote dividida pela massa específica aparente do concreto fresco;
b) procedimentos para obtenção da massa total do concreto e da sua massa específica aparente
no estado fresco, quando adotada a metodologia exemplificada na ABNT NBR 7212 para
a verificação do volume;
c) prazo para possíveis questionamentos sobre o volume de concreto entregue na obra, que não
impossibilite a inspeção visual da estrutura concretada;
Independentemente da forma de preparo do concreto, ele deve ser recebido conforme estabelecido
na ABNT NBR 12655.
10.2.1 Fôrmas
A superfície interna das fôrmas deve ser limpa e verificada a condição de estanqueidade das juntas,
de maneira a evitar a perda de pasta e argamassa. Nas fôrmas de paredes, pilares e vigas estreitas
e altas, devem ser deixadas aberturas provisórias próximas ao fundo, para limpeza.
Fôrmas construídas com materiais que absorvam a água de amassamento do concreto devem
ser molhadas até a saturação, para minimizar a perda de água do concreto, fazendo-se furos para
escoamento da água em excesso, salvo especificação contrária no projeto do sistema de fôrmas.
10.2.2 Escoramentos
10.2.3 Armaduras
O posicionamento e a fixação das armaduras ativas, próprias das estruturas de concreto protendido,
devem ser verificados de acordo com o estabelecido nos Anexos A e C.
Deve-se considerar a construtibilidade nas regiões de grande densidade de armadura, como, por
exemplo, na região de traspasse da armadura de pilar e região de ancoragem de cabos, com
o objetivo de verificar a necessidade de alteração das características do concreto (consistência
e diâmetro máximo do agregado graúdo) e do tipo de equipamento de vibração.
10.2.4 Tolerâncias
A execução das estruturas de concreto deve assegurar que as dimensões, a posição dos elementos
estruturais e o posicionamento da armadura estejam conforme indicações do projeto, respeitando
as tolerâncias estabelecidas nas Tabelas Tabela 3 a 6, caso o projeto, em virtude de circunstâncias
especiais, não as exija mais rigorosas.
Para fins de liberação dos gastalhos de pilares, a tolerância para posição dos eixos de cada pilar em
relação ao projeto é de ± 5 mm.
ti = hi/500
ti = 5 mm
t tot ≤ 8 H tot
onde
t = ℓ/500
t = 5 mm
A tolerância do nivelamento das fôrmas, em relação às cotas de projeto, deve atender às duas condições
a seguir:
ℓ
5 mm ≤ t ≤ ≤ 10 mm
1000
onde
Caso ocorram desvios superiores aos limites recomendados, como é o caso de shafts e furos,
o projetista da estrutura deve ser consultado para liberação.
A concretagem da estrutura, em sua totalidade ou em partes, deve ser planejada com antecedência
suficiente para permitir que todas as providências sejam tomadas a tempo e assegure o fornecimento
da quantidade adequada de concreto com as características estabelecidas no projeto.
A equipe, devidamente treinada para a operação de concretagem, deve estar dimensionada para
realizar as etapas de preparo do concreto (se for o caso), lançamento e adensamento, no tempo
estabelecido, assegurando a trabalhabilidade e a não ocorrência de juntas não previstas.
Quando o concreto for lançado por meio de bombeamento, o local para a(s) bomba(s) deve ser definido
de modo a facilitar o lançamento, a colocação dos mangotes e outros acessórios devidamente fixados
e testados.
No caso de concreto dosado em central, o trajeto a ser percorrido pelo caminhão-betoneira no canteiro
de obras até o ponto de descarga do concreto deve estar desimpedido e possuir capacidade suporte,
de forma a evitar dificuldades na concretagem e atrasos no cronograma desta operação. A circulação
dos caminhões deve ser facilitada para que caminhões vazios possam deixar o local de descarga,
dando espaço para a entrada de outros. Deve ser previsto local adequado para lavagem da “bica”
de descarga, após a sua utilização.
Quando o concreto for lançado por meio de bombeamento, ou quando, em função das dimensões da
estrutura de concreto, houver grande quantidade de caminhões circulando, deve-se prever um local
para que os caminhões aguardem pelo momento da descarga.
Se a concretagem for realizada durante a noite, o sistema de iluminação deve permitir condições de
inspeção, acompanhamento de execução dos serviços e promover a segurança na área de trabalho.
O planejamento da concretagem deve atender à Seção 7 em relação ao sistema de fôrmas, e ainda prever:
Para o caso de concretagem de elementos de grandes volumes (concreto massa) ou que possuam
dimensões que dificultem a dissipação do calor de hidratação, cuidados especiais devem ser tomados
quanto ao controle de temperatura do concreto.
Quando a concretagem for efetuada em situações nas quais a taxa de evaporação da água de
amassamento for maior ou igual a 1 kg/m2/h (ver Figura 5), devem ser adotadas as medidas necessárias
para evitar a perda de consistência e reduzir a temperatura da massa de concreto.
Para os casos de concretos elaborados com cimentos com adição de pozolana e outras adições de
elevada área específica (sílica ativa ou metacaulim, por exemplo), a taxa de evaporação considerada
crítica é de 0,5 kg/m2/h.
Figura 5 – Diagrama para obtenção de estimativa da taxa de evaporação (ver Bibliografia [5])
Salvo disposições em contrário, estabelecidas no projeto ou definidas pelo responsável pela execução
da obra, a concretagem deve ser suspensa se a temperatura ambiente for superior a 40 °C ou
a velocidade do vento estiver acima de 60 km/h.
Recomenda-se que durante o planejamento da concretagem seja realizada uma consulta prévia às
condições climáticas e, em caso da previsão de chuvas moderadas, fortes ou muito fortes (torrenciais),
prever cuidados adicionais ou até suspender e realocar a concretagem para outra data, conforme
Tabela 7. Caso se opte por manter a concretagem, é conveniente que as partes estejam cientes
do risco de não conformidades e manifestações patológicas posteriores.
NOTA A intensidade das chuvas pode ser aferida por meio da relação entre o volume e seu tempo
de duração, expressa em milímetros por hora. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) estabelece
os intervalos expressos na Tabela 7, onde se adaptou as recomendações pertinentes para os eventos
de concretagem.
10.2.7 Equipamentos
10.3.1 Generalidades
O sistema de transporte deve, sempre que possível, permitir o lançamento direto do concreto nas
fôrmas, evitando o uso de depósitos intermediários. Quando estes forem necessários, no manuseio
do concreto devem ser tomadas precauções para evitar segregação.
Em 10.3.2, são estabelecidos tempos-limites que devem ser observados no caso do transporte
realizado por veículos, podendo, complementarmente, o concreto ser transportado na obra por
pressão, com a utilização de mangueiras flexíveis ou tubos rígidos (concreto bombeado), sendo, neste
caso, descarregado diretamente nos pontos em que deva ser aplicado, conforme 10.3.3.
São recomendados ainda cuidados a serem tomados em relação aos resíduos gerados durante
a limpeza dos veículos e equipamentos de transporte, e na operação de bombeamento do concreto.
No caso da produção do concreto em caminhão-betoneira, este deve ser transportado até o local da
concretagem em um tempo compatível com as condições de lançamento e em conformidade com
o estabelecido nesta subseção. Este tempo deve ser inferior a 2 h, contado a partir do momento da
primeira adição da água ao concreto, até o início do lançamento do concreto. No caso de veículo não
dotado de equipamento de agitação, este tempo não pode ultrapassar a 40 min. Tempos maiores que
estes são admitidos, desde que determinados por estudos prévios e acordados entre as partes.
Outro aspecto importante a ser considerado é o tempo decorrido entre o início da mistura do concreto,
contado a partir da primeira adição de água, até o final do lançamento do concreto. Salvo condições
específicas definidas em projeto, ou influência de condições climáticas ou de composição do concreto,
este tempo deve ser inferior a 2 h 30 min. Quando a temperatura ambiente for elevada (≥ 35 °C), ou
sob condições que contribuam para acelerar a pega do concreto, este intervalo de tempo deve ser
reduzido, a menos que sejam adotadas medidas especiais, como o uso de aditivos retardadores de
pega ou inibidores de pega, que aumentem o tempo de pega sem prejudicar a qualidade do concreto.
Para o caso de veículo não dotado de equipamento de agitação, o tempo de transporte e lançamento
deve ser inferior a 60 min, contados a partir da primeira adição de água.
O canteiro de obra deve estar devidamente preparado para o bombeamento do concreto, devendo-se
delimitar com antecedência a área em que a bomba vai ser posicionada. A bomba, sempre que
possível, deve ficar próxima ao local do lançamento do concreto, o que minimiza os problemas com
o excesso de tubulação.
a) verificar, tão logo a bomba seja recebida na obra, se ela está funcionando perfeitamente. Limpá-la
bem é fundamental para o seu bom funcionamento;
b) lubrificar a tubulação com uma calda de cimento, preparada com um saco de 50 kg de cimento
e água. Esta calda deve ser bombeada e retirada ao chegar ao local de lançamento do concreto.
A calda de lubrificação das tubulações do sistema de bombeamento deve ser coletada em
tambores e destinada de forma ambientalmente correta;
d) assegurar que a comunicação entre todos os integrantes da equipe responsável pelo bombeamento
e lançamento do concreto seja clara e frequente. Informações sobre a fluidez do concreto e do
momento certo de interromper o bombeamento do concreto devem ser trocadas entre o operador
da bomba e os profissionais situados na área de concretagem.
Ao final do trabalho e antes que o concreto endureça dentro da tubulação, todo o sistema de
bombeamento, incluindo os equipamentos, deve ser limpo. Os resíduos gerados durante a limpeza
devem ser armazenados temporariamente na obra até que possam ser destinados de forma
ambientalmente correta.
10.4 Lançamento
Antes do lançamento do concreto, deve ser feita a remoção cuidadosa de detritos remanescentes nas
fôrmas e umedecidas as mesmas quando estas puderem absorver água do concreto.
O concreto deve ser lançado e adensado de modo que toda a armadura, além dos elementos embutidos
previstos no projeto, seja adequadamente envolvida pela massa de concreto.
Em nenhuma hipótese deve ser realizado o lançamento do concreto após o início da pega. Concreto
contaminado com solo ou outros materiais não pode ser lançado na estrutura.
O concreto deve ser lançado o mais próximo possível de sua posição definitiva, evitando-se respingos
que provoquem a incrustação de argamassa nas paredes das fôrmas e nas armaduras. Recomenda-se
controlar a velocidade do lançamento do concreto.
O concreto deve ser lançado com técnica que elimine ou reduza significativamente a segregação entre
seus componentes, observando-se maiores cuidados quanto maiores forem a altura de lançamento
e a densidade de armadura. Atenção maior deve ser dada quando a altura de queda livre do concreto
ultrapassar 2 m, no caso de peças estreitas e altas, de modo a evitar a segregação e falta de argamassa
(como na base dos pilares e nas juntas de concretagem de paredes). Entre os cuidados que podem
ser tomados, no todo ou em parte, recomendam-se os seguintes:
— uso de dispositivos que conduzam o concreto, minimizando a segregação (funis, calhas e trombas,
por exemplo).
Quando o concreto precisar ser lançado sobre a fôrma de uma laje de altura superior a 20 cm
do nível acabado da estrutura, os projetistas dos sistemas de fôrmas e de escoramentos deverão ser
previamente consultados para avaliarem se há a necessidade de reforçá-los em função do impacto
provocado por este lançamento.
NOTA 1 De acordo com a ABNT NBR 15696, o impacto do lançamento do concreto de até 20 cm acima do
nível acabado da estrutura já é considerado nos projetos dos sistemas de escoramentos.
As fôrmas devem ser preenchidas em camadas de altura compatível com o tipo de adensamento
previsto (como por exemplo, em camadas de altura inferior ao comprimento da agulha do vibrador
de imersão) para se obter um adensamento adequado (ver 10.5). Em peças verticais e esbeltas,
como paredes e pilares, pode ser conveniente utilizar concretos de diferentes consistências, de modo
a reduzir o risco de exsudação e segregação.
Cuidados devem ser tomados até nas concretagens de lajes, tanto nas inclinadas quanto nas planas,
sempre conduzindo o concreto lançado contra o já adensado.
NOTA 2 Por ter grande facilidade de preencher pequenos espaços, passando por armaduras e outros materiais,
o concreto autoadensável possibilita a obtenção de elementos estruturais com superfícies naturalmente bem
acabadas, simplificando o processo construtivo e favorecendo a durabilidade. Adicionalmente, a operação de
lançamento do concreto é facilitada pelas características deste tipo de concreto e dispensa-se o adensamento,
diminuindo de forma sensível a quantidade de operadores nestas etapas. O concreto autoadensável
é especialmente indicado em situações de elevada densidade de armaduras, elementos esbeltos, grandes
áreas horizontais, bem como para concreto aparente em que há requisitos específicos para o acabamento
superficial após a retirada das fôrmas. A ABNT NBR 15823-1 informa sobre as propriedades deste tipo
de concreto e dá indicações de sua aplicação em obras correntes.
A operação de lançamento deve ser contínua, de maneira que, uma vez iniciada, não sofra qualquer
interrupção, até que todo o volume previsto no planejamento da concretagem tenha sido completado.
Quando o lançamento for submerso, o estudo de dosagem deve prever um concreto fluido e coeso.
Na falta de um estudo de dosagem que assegure estas características, deve-se preparar o concreto
com consumo mínimo de cimento maior ou igual a 400 kg/m3 e consistência plástica, de forma que
possa ser levado ao local de lançamento por meio de uma tubulação submersa. A ponta do tubo
de lançamento deve ser mantida dentro do concreto já lançado, a fim de evitar agitação prejudicial.
Deve-se assegurar a continuidade da concretagem.
O lançamento de concreto submerso não pode ser realizado quando a temperatura da água for menor
que 5 °C, mesmo estando o concreto fresco com temperatura normal, nem quando a velocidade
da água for maior que 7 km/h.
10.5 Adensamento
Durante e imediatamente após o lançamento, o concreto deve ser vibrado ou apiloado contínua
e energicamente com equipamento adequado à sua consistência. O adensamento deve ser cuidadoso
para que o concreto preencha todos os recantos das fôrmas.
No adensamento devem ser tomados os cuidados necessários para que não se formem ninhos ou
haja a segregação dos materiais. Deve-se evitar a vibração da armadura para que não se formem
vazios ao seu redor, com prejuízos da sua aderência ao concreto.
No caso do concreto reforçado com fibras, devem ser tomados cuidados específicos no que diz
respeito à vibração, conforme definido em 10.5.2.
No adensamento manual, a altura das camadas de concreto não pode ultrapassar 20 cm.
O adensamento por meio de vibradores de imersão está estabelecido em 10.5.2. Em todos os casos,
a altura da camada de concreto a ser adensada deve ser menor do que 50 cm, de modo a facilitar
a saída de bolhas de ar.
Quando forem utilizados vibradores de imersão, a espessura da camada deve ser aproximadamente
igual a 3/4 do comprimento da agulha. Ao vibrar uma camada de concreto, o vibrador deve penetrar
cerca de 10 cm na camada anterior.
Devem ser tomados os seguintes cuidados durante o adensamento com vibradores de imersão (ver
a Figura 5):
c) retirar o vibrador lentamente, mantendo-o sempre ligado, a fim de que a cavidade formada pela
agulha se feche novamente;
d) não permitir que o vibrador entre em contato com a parede da fôrma, para evitar a formação de
bolhas de ar na superfície da peça;
Correto Incorreto
Não podem ser utilizados vibradores de imersão para adensamento do concreto reforçado com fibras.
O adensamento deve ser feito sempre externamente ao elemento estrutural concretado, utilizando-se,
por exemplo, réguas vibratórias, plataformas vibratórias, ou ainda, vibradores de parede de fôrma.
10.6 Acabamento
Para obter uma superfície durável e uniforme do concreto, procedimentos adequados de acabamento
devem ser cuidadosamente seguidos.
Deve ser evitada a manipulação excessiva do concreto, como vibração muito demorada ou repetida
em um mesmo local, que provoca a segregação do material e a migração do material fino e da água
para a superfície (exsudação), prejudicando a qualidade da superfície final com o consequente
aparecimento de efeitos indesejáveis.
No caso de uso do concreto reforçado com fibras em peças de superfícies horizontais (lajes, pisos etc.),
dependendo do tipo de acabamento que se deseja (polido, desempenado ou rugoso, por exemplo),
deve-se ter atenção no acabamento visando evitar o afloramento de fibras. Deve-se assegurar
um adequado argamassamento na superfície, bem como o uso de equipamentos adequados de
acabamento superficial (réguas de corte, “float”, desempenadeiras mecânicas, e outros).
No caso de uso do concreto reforçado com fibras em peças lineares (vigas, pilares etc.), em peças
de volume (blocos, sapatas, por exemplo) e em peças de superfícies verticais (painéis, paredes
etc.), o uso de traços de concretos previamente estudados, com teores de argamassa, consistência
e adensamento adequados, minimizam o efeito de afloramento de fibras.
Caso ocorra algum afloramento pontual de fibras, podem-se fazer ações de remoção das mesmas
utilizando-se técnicas adequadas para cada tipo de fibra.
10.7.1.1 São consideradas como inerentes ao processo de execução as juntas formadas, por exemplo,
pela continuidade da concretagem das paredes e pilares entre pavimentos de uma edificação.
10.7.1.2 Quando previstas no projeto estrutural, as juntas devem ser executadas conforme especificado
e atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma.
10.7.1.3 Em pilares, as juntas devem ser horizontais. Antes da retomada da concretagem devem ser
rigorosamente limpas com a remoção de arame recozido, madeira, taliscas, poeira etc. Devem ser
saturadas com água potável, mas com superfície seca (sem água escorrendo). Não pode ser utilizado
qualquer produto como ponte de aderência, nem pasta ou calda de cimento e muito menos calda de
lubrificação das tubulações da bomba.
10.7.1.4 Em paredes de concreto de estruturas nas quais não se requer estanqueidade à água,
o procedimento deve ser igual ao especificado em 10.7.1.3.
da concretagem, é saturar o concreto endurecido com água potável, sempre com superfície seca.
Jamais deve ser lançada calda de lubrificação das tubulações de bomba nas juntas.
10.7.1.6 Em geral, só é permitido projetar uma junta horizontal em blocos e radiers de grandes volumes
para evitar problemas térmicos. Neste caso, deve ser especificado claramente e com antecedência,
o procedimento de ligação entre camadas, constando: corte verde, apicoamento, barras extras de
ligação, salgamento com brita ou procedimento técnico especificado pelo projetista.
10.7.1.7 Recomenda-se que juntas de concretagem verticais sejam executadas contra um anteparo do
tipo “fôrma pente” ou tela galvanizada de malha pequena. Na retomada da concretagem, recomenda-se
que a tela seja mantida.
10.7.2.1 Juntas de concretagem não previstas são juntas eventuais que ocorrem por razões de
força maior, como, por exemplo: quebra de bomba, problemas na central dosadora do fornecedor de
concreto ou forma que abriu durante a concretagem.
10.7.2.2 Quando o lançamento do concreto for interrompido de forma inesperada e, assim, se formar
uma junta de concretagem não prevista, devem ser tomadas as devidas precauções para assegurar
a suficiente ligação do concreto já endurecido com o do novo trecho a ser concretado. Quando o
lançamento do concreto for interrompido por um intervalo de tempo superior a 24 h, convém consultar
o projetista estrutural.
10.7.2.3 Convém que seja estabelecido ainda na etapa de planejamento da execução da estrutura e
considerado na Análise Preliminar de Risco (APR), conforme 5.9, um procedimento de tratamento das
juntas. Cabe ao responsável pela execução da obra a decisão de submetê-lo à análise e aprovação
prévia do projetista estrutural. Neste procedimento, devem constar os seguintes cuidados:
a) o concreto deve ser perfeitamente adensado até a superfície da junta, usando-se, quando
necessário, fôrmas temporárias, como, por exemplo, tipo “pente”, para assegurar condições
apropriadas de adensamento;
b) todo concreto mal adensado deve ser retirado, preferencialmente com uso de martelete do tipo
leve de no máximo 5 kg, para evitar danos ao concreto já endurecido;
c) antes de reiniciar o lançamento do concreto deve ser removida a nata de cimento e feita a limpeza
da superfície da junta, com a retirada do material solto. A remoção da nata superficial pode ser
feita com a aplicação de jato de água sob forte pressão logo após o fim da pega (“corte verde”);
f) cuidados devem ainda ser tomados no sentido de não haver acúmulo de água em cavidades
formadas pelo método de limpeza da superfície;
g) para assegurar a resistência aos esforços que podem agir na superfície da junta, pode-se deixar
arranques da armadura ou barras cravadas ou reentrâncias no concreto mais velho;
h) podem ser utilizados produtos para melhorar a aderência entre as camadas de concreto em uma
junta de concretagem, desde que não causem danos ao concreto e seja possível comprovar
desempenho ao menos igual ao dos métodos tradicionalmente utilizados. O uso de resinas, neste
caso, deve levar em conta seu comportamento ao fogo;
i) antes do lançamento do concreto novo, deve ser feita a limpeza das fôrmas para a remoção
cuidadosa de detritos gerados durante o tratamento das juntas, não podendo, no entanto, ser
aplicado após esta limpeza qualquer agente desmoldante devido ao risco de haver contaminação
da superfície da junta e comprometer a aderência entre o concreto já endurecido e o novo.
10.7.2.4 Todos os recursos definidos no procedimento de tratamento das juntas, como equipamentos,
ferramentas e materiais, devem estar disponíveis em quantidade suficiente a cada etapa de concretagem.
10.7.2.5 A equipe envolvida na concretagem das estruturas deve ser orientada a respeito do procedimento
de tratamento das juntas.
11 Cura do concreto
11.1 Generalidades
A cura de concreto envolve o conjunto de medidas que visam evitar sua secagem prematura e prover
a pasta de cimento de água suficiente para sua hidratação, particularmente nas camadas superficiais
das peças.
O concreto deve ser hidratado para que, a partir das reações de hidratação do cimento, este possa
adquirir no futuro as propriedades desejadas, como resistência, baixa permeabilidade, baixa difusividade,
alta estabilidade do volume não retraindo, resistência à abrasão, e resistência a produtos químicos.
Para o cimento ser efetivamente hidratado, ele deve estar saturado, ou seja, com todos os poros da
estrutura de gel preenchidos continuamente com água durante as primeiras idades.
A cura do concreto se divide em cura primária e cura secundária. A cura primária é aplicada durante
o lançamento do concreto (em uma laje ou piso, por exemplo, imediatamente após o seu sarrafeamento)
e o fim de pega do concreto (endurecimento ao tato), enquanto a cura secundária é aplicada a partir do
fim de pega do concreto. Entende-se que a cura primária e secundária não necessitam ser aplicadas
em todos os casos.
Deve-se atentar à qualidade da água, para que ela não gere danos ou manchas no concreto por
conter materiais nocivos. De forma geral, água potável e as águas de amassamento são aceitáveis
para o uso em procedimentos de cura, em conformidade com a ABNT NBR 15900-1.
Para se evitar a coloração de concretos advinda da água de cura, esta deve estar isenta de ferro
dissolvido e impurezas orgânicas.
Outro cuidado deve ser a não utilização de água (imersão) na cura do concreto com temperatura muito
mais baixa que a temperatura interna do concreto, para minimizar o estresse gerado pelo gradiente
de temperatura (acima de 20 °C) que pode causar fissuras.
Caso as fôrmas sejam removidas após alguns dias, quando o concreto já superou valores da ordem
de 15 MPa, o procedimento de cura secundária nas faces que estiveram em contato com as fôrmas
pode ser dispensado.
Este método consiste em aumentar a umidade do ar no local da obra para que o concreto superficial
não perca a sua umidade e não desidrate precocemente. Para conseguir o efeito, pode-se usar uma
máquina na qual é acoplada um bocal específico para proporcionar a pulverização da água em forma
de vapor. Este método só é eficaz enquanto a névoa de gotículas for visível, portanto, sua aplicação
deve ser contínua e caso a velocidade dos ventos locais aumente, pode-se usar um maior número
de equipamentos.
Cuidados adicionais devem ser tomados quando a temperatura ambiente for inferior a 10 °C, como
também não aplicar o jato do vaporizador diretamente na superfície do concreto.
Aditivos redutores de evaporação são soluções químicas incorporadas ao concreto fresco visando
reduzir a evaporação superficial, o que acarreta também a diminuição do risco de retração hidráulica
ou plástica do concreto.
Membrana formada por produtos químicos aspergidos por pulverização sobre a superfície do concreto
fresco.
Borrifar água e formar uma névoa de água sobre a superfície de concreto são excelentes métodos de
cura. O uso de borrifadores e mangueiras para este processo é o mais indicado, devendo ser contínuo
e evitando o uso intermitente.
Método usado em superfícies planas como lajes, ou qualquer outra que esteja delimitada por uma barreira
capaz de conter a água (argamassa podre, prolongamento da fôrma lateral estanque, alvenaria etc.).
Panos de juta, cobertores de algodão e outros materiais absorventes e permeáveis aptos a cobrir
superfícies tanto inclinadas como planas devem estar limpos antes de serem usados para encobrir
a superfície e reter a água de cura. Mantas com tratamento de resistência ao fogo e à putrefação são
mais indicadas para o uso. Quanto mais grossas as mantas, mais eficazes são.
Uma forma de tornar a cura mais eficaz é dobrar as mantas ao meio, para que elas resistam
e retenham mais água durante adversidades climáticas, pois é fundamental que a superfície do concreto
fique úmida durante todo o processo de cura. O umedecimento deve ser procedido quantas vezes
necessário, durante o processo de cura, a fim de manter os materiais de cobertura constantemente
encharcados.
A areia a ser utilizada deve estar sã e limpa, não contendo qualquer material prejudicial ao concreto.
A camada de areia aplicada deve ser espessa o suficiente para manter a água em toda a superfície
em questão.
Cobertas (ou lonas) de filme plástico podem ser pretas, brancas ou transparentes, e devem ter uma
espessura mínima de 0,10 mm. A especificação da cor do filme tem maior importância quando há
incidência solar, pois, a temperatura atingida em filmes pretos com insolação é bem maior do que
em filmes brancos e transparentes. O uso de filmes plásticos pretos só é recomendado para climas
frios. Filmes plásticos reforçados com vidro ou outras fibras são mais duráveis e com menos chance
de ocorrerem rasgos.
Quando a aparência do concreto for o fator mais importante, este método deve ser evitado, pois
a variação de temperatura e umidade ocasionadas pelo filme acarreta uma aparência manchada
do concreto. Para assegurar a eficácia deste método de cura final, deve-se cobrir toda a área do
concreto a ser curada logo após o fim do acabamento superficial, de forma cuidadosa para não gerar
danos à superfície acabada. Além disso, devem-se posicionar alguns objetos em cima do plástico para
assegurar o contato direto com a superfície. Para superfícies planas, como em pavimentos, o filme
plástico deve cobrir totalmente a superfície e exceder as bordas em duas vezes a espessura da placa.
Todas as bordas e juntas do filme devem ser presas por todas as suas extensões, de forma a evitar
a entrada de vento e perda de umidade.
Membrana formada por produtos químicos aspergidos por pulverização sobre a superfície do concreto
endurecido. Produtos para os quais não existam Normas Brasileiras específicas podem ser utilizados
desde que atendam a outras Normas Técnicas específicas.
Deve-se atentar ao uso final do elemento de concreto, pois geralmente são formadas películas que
interferem na aderência de revestimentos posteriores.
Outros materiais podem ser utilizados como barreiras para retenção de água, sendo necessário
que cuidados adicionais sejam tomados, como prendê-las com telas de arame para evitar a sua
movimentação, avaliar o risco de incêndio do material seco e a possibilidade de manchamento
da superfície do concreto.
A cura deve ser efetuada até que todas as propriedades desejadas sejam alcançadas.
Elementos estruturais de superfície devem ser curados até que atinjam resistência característica
à compressão (fck), igual ou maior que 15 MPa.
Situações específicas como obras e elementos estruturais especiais devem ser tratadas na fase de projeto.
As fôrmas e os escoramentos devem ser removidos de acordo com o plano de desforma previamente
estabelecido pelo responsável pela execução da obra e de maneira a não comprometer a segurança
e o desempenho em serviço da estrutura.
Recomenda-se considerar ainda os cuidados especificados na ABNT NBR 15696 para a remoção dos
escoramentos.
Deve ser dada atenção ao tempo especificado para a retirada dos escoramentos e das fôrmas que
possam impedir a livre movimentação de juntas de retração ou dilatação, bem como de articulações,
atendido o disposto na ABNT NBR 15696. Em elementos de concreto protendido é fundamental que
a remoção das fôrmas e escoramentos seja efetuada em conformidade com a programação prevista
no projeto estrutural.
Se a fôrma for parte integrante do sistema de cura, como no caso de pilares e laterais de vigas,
o tempo de remoção deve considerar os requisitos de cura da Seção 11.
A retirada das fôrmas e dos escoramentos só pode ser feita quando o concreto for capaz de resistir
às ações que sobre ele atuem nesta etapa da obra e não provocar deformações inaceitáveis. Valores
baixos do módulo de elasticidade do concreto (Eci) podem levar a uma grande deformação quando o
concreto é solicitado com pouca idade.
A remoção dos escoramentos deve ser realizada com no mínimo 14 dias, salvo quando da utilização de
concretos cujas características de resistência e deformação possam ser alcançadas mais rapidamente,
desde que asseguradas as condições definidas no projeto estrutural.
Quando não previstos em projeto, o responsável pela execução da obra deve consultar o projetista
da estrutura sobre os valores mínimos de resistência à compressão (fcj) e módulo de elasticidade
(Eci) que devem ser atendidos concomitantemente na idade definida para a retirada das fôrmas e dos
escoramentos.
Para conferir maior praticidade à execução das estruturas e evitar a realização de ensaios para sua
determinação a cada operação de desforma, o módulo de elasticidade do concreto (Eci) na idade da
retirada das fôrmas e escoramentos pode ser obtido indiretamente por meio da curva que correlaciona
a resistência à compressão do concreto com o seu módulo de elasticidade. Esta curva é definida
minimamente para as resistências à compressão aos 7, 14, 21 e 28 dias, e pode ser determinada na
fase de dosagem do concreto ou informada pela empresa de serviços de concretagem antes do início
do fornecimento do concreto.
13 Protensão
Os requisitos especificados nesta Norma se aplicam à execução de estruturas de concreto protendido:
No Anexo B, são especificados os requisitos para injeção da calda de cimento em concreto protendido
com aderência posterior.
No caso da utilização do sistema de protensão sem aderência (pós-tensionado não aderente), deve-se
atender ao Anexo C.
Independentemente do sistema de protensão adotado, deve ser observado ainda o que consta em
5.4.2, 5.4.3, 6.2.4, 8.2 e 8.3.
Para o caso da protensão por pré-tração com aderência, comum em elementos pré-moldados de
concreto, fabricados em pistas de protensão, além dos requisitos aplicáveis desta Norma, deve ser
atendido o disposto na ABNT NBR 9062:2017, 10.2.5 e 10.5.2.
Anexo A
(normativo)
A.1 Generalidades
Este Anexo estabelece as condições para a execução da protensão em obras de concreto protendido
com aderência posterior.
A.2.2 O profissional especializado neste tipo de obra deve estar presente durante a execução de
todas as etapas relacionadas à protensão.
A.3 Materiais
A.3.1.2 Devem ser tomados os cuidados necessários à manutenção da integridade física do aço
destinado à armadura de protensão durante o seu manuseio e armazenamento. Em particular, quanto
à oxidação, deve atender às ABNT NBR 7482 e ABNT NBR 7483.
Conforme especificado na ABNT NBR 7483, alguma corrosão superficial nos fios de um dado cabo é
aceitável, devendo-se, em caso de dúvida, recorrer aos ensaios que comprovem a manutenção das
suas propriedades mecânicas originais.
Recomenda-se que, no caso de uma pequena corrosão superficial, não se promova a retirada desta
capa de corrosão enquanto o aço estiver armazenado, isto porque uma vez removida, nova capa de
corrosão se formará e a continuidade da sua remoção pode reduzir a área da seção dos fios de aço.
A.3.1.3 Caso seja indispensável a utilização de equipamento que emita fontes de calor próxima aos
aços para armadura de protensão, deve ser usada proteção que assegure a integridade dos mesmos.
A.3.1.4 O aço deve ser armazenado sobre superfície plana, ou pranchado de madeira, sem contato
com o solo. Esta proteção deve ser complementada por uma cobertura em lona plástica, evitando-se,
porém, que a mesma tenha contato direto com o aço armazenado. Esta cobertura deve ser suficiente
para proteger o material contra a agressividade ambiental. Estes cuidados devem aumentar em função
do tempo de armazenamento do aço e das condições de agressividade ambiental.
A.3.1.5 Não pode ser usado óleo solúvel em água para proteger o aço de protensão contra corrosão.
A.3.2 Bainhas
Em alguns casos, como, por exemplo, em barragens, devem ser utilizadas bainhas formadas por tubo
metálico rígido, devido as condições construtivas que exigem a impermeabilidade e indeformabilidade
deste tipo de bainha.
A.3.2.2 As bainhas devem ter diâmetro interno cuja área de seção transversal seja, no mínimo,
2,7 vezes a área da seção transversal dos aços de protensão. Para cabos verticais e para o caso
de se adotar o processo da cablagem pós-enfiada (concretagem da peça estrutural com as bainhas
vazias) estes valores devem ser aumentados, utilizando-se uma bainha com diâmetro comercial
imediatamente superior ao normalmente especificado. No caso de barra, o diâmetro interno da bainha
segue a mesma indicação de 2,7 vezes a área da seção transversal dos aços de protensão.
Para evitar que os aços de protensão permaneçam no interior das bainhas por período muito
prolongado até a operação de protensão, deve ser adotado, sempre que possível, o método de pós-
enfiação da cablagem. Caso não seja possível, deve-se utilizar o método de proteção das pontas das
cordoalhas desta cablagem, envolvendo-as em uma proteção de plástico ao longo de todo o trecho
nu até a ancoragem.
A.3.2.3 As bainhas devem ser suficientemente resistentes para suportar os pesos dos respectivos
cabos e assegurar sua fixação e posicionamento. As bainhas metálicas devem ter espessura de
parede mínima de 0,3 mm.
A.3.2.5 As emendas entre bainhas e as suas ligações com as ancoragens devem ser asseguradas
por meio de luvas externas feitas com o mesmo material da bainha e diâmetro ligeiramente maior,
e com emprego adicional de material de vedação tipo termorretrátil, resina epóxica ou fita adesiva não
solúvel em água.
A.3.2.6 Os materiais utilizados para confecção das bainhas não podem causar ataque químico ou
de origem eletrolítica às armaduras, devendo ser confeccionadas em chapas galvanizadas.
A.3.2.7 A bainha deve ser armazenada nas mesmas condições descritas em A.3.1.4.
A.3.2.8 O espaçamento dos suportes deve ser suficiente para resistir às ações durante a montagem
da bainha e do cabo e concretagem da peça e para impedir o deslocamento de sua posição indicada
em projeto. Sob cada emenda deve ser colocado suporte para evitar danos a ela.
A.3.2.9 A utilização, quando necessária, da lavagem das bainhas com óleo solúvel para redução
do atrito e proteção provisória contra a corrosão das cordoalhas e dos fios, pode ser utilizada com
produtos que assegurem a total retirada deste óleo solúvel com jato de água por pressão.
A.3.3 Ancoragens
As ancoragens passivas com acesso devem ser pré-encunhadas antes do início da operação de
protensão pelo lado ativo. No caso das ancoragens passivas sem acesso, estas também devem
ser previamente pré-encunhadas e envolvidas por um capacete metálico como proteção contra
uma possível entrada de argamassa por entre os vazios existentes nas bandas das cunhas desta
ancoragem.
A.4.2 Os cabos devem ser confeccionados em local adequado, sem contato com o solo ou agentes
que possam vir a danificá-los. O aço deve estar limpo, isento de óleo e de resíduos.
A.4.3 O aço deve ser cortado de acordo com o comprimento indicado no projeto de protensão,
tomando-se o cuidado de verificar se neste já estão incluídos os comprimentos necessários para a
fixação nos equipamentos de protensão e as eventuais curvaturas (horizontal e vertical), devidas ao
traçado do cabo. O aço deve ser cortado por meio de disco esmeril rotativo.
A.4.4 Não se pode efetuar no cabo o corte com maçarico, bem como o endireitamento por
meio de máquinas endireitadoras ou qualquer outro processo, pois estes procedimentos alteram
significativamente as propriedades físicas do aço.
A.4.5 Durante ou após a sua confecção, os cabos não podem ser arrastados sobre o solo ou sobre
superfícies abrasivas, não podendo ainda, sofrer dobramentos ou torções que neles possam introduzir
defeitos ou deformações permanentes.
A.4.6 O processo de confecção dos cabos deve prever métodos de identificação adequada
(como por exemplo, plaquetas, incluindo a identificação da origem do cabo), de modo a assegurar
a rastreabilidade de todo o material utilizado.
A.4.7 O processo de confecção deve evitar entrelaçamentos, buscando, sempre que possível,
o paralelismo de todos os fios ou cordoalhas.
A.4.8 O armazenamento dos cabos após sua confecção deve atender a A.3.1.4.
O procedimento e os detalhes para a instalação dos cabos (pré-enfiação ou enfiação posterior) devem
ser estabelecidos em função do sistema de protensão adotado, do tipo de obra e de entendimentos
acordados entre o responsável pela execução da obra e o projetista estrutural.
Para a perfeita definição da posição das bainhas e das ancoragens, no projeto de protensão devem
constar os seguintes dados:
a) cotas (vertical e horizontal) dos eixos das bainhas em relação à peça, espaçadas, no máximo
a cada 1,5 m ou em cada seção de cálculo. No caso de lajes protendidas, a recomendação
para o espaçamento das cotas é de no máximo a cada 1 m. Recomenda-se ainda, no caso de
laje protendida, o cuidado no choque dos cabos protendidos entre si (ortogonalmente) e com
as armaduras passivas complementares;
É necessário verificar se o projeto previu o alinhamento de um trecho reto no primeiro metro do cabo
no interior do concreto.
Cuidados especiais devem ser tomados durante o posicionamento das bainhas na fôrma, no sentido
de assegurar a sua colocação nas posições estabelecidas no projeto, assim como a sua manutenção
nestas posições durante as operações de concretagem, salientando-se:
b) fixar as bainhas em suas posições, mediante o uso de travessas (galgas) fixadas às armaduras
passivas, ou através do uso de suportes independentes especiais que se fizerem necessários;
c) verificar se os estribos ou os suportes são capazes de suportar as bainhas e os cabos sem flambar;
d) verificar se os pontos de suporte oferecem uma superfície adequada de contato com as bainhas,
de maneira a evitar mossas ou outros danos. Devem também possibilitar fixação que evite
possíveis deslocamentos horizontais ou verticais;
A.6 Concretagem
A.6.2.1 Antes da concretagem, todas as bainhas, seus suportes, os respiros e tubos de injeção
e as emendas devem ser inspecionados para se detectar eventuais defeitos, como desalinhamentos
no traçado das bainhas, mossas, rupturas, orifícios ou deficiências de rigidez ou vedação.
A.6.2.2 Devem ser colocados gabaritos internamente aos tubos de injeção e respiros para evitar
a obstrução de sua seção, podendo-se utilizar pedaços de vergalhão para evitar esta obstrução.
A.6.2.3 Os defeitos devem ser reparados. Qualquer trecho de bainha deformada transversalmente
deve ser substituído e as bainhas perfuradas devem ser tornadas estanques. O responsável pela
execução da obra pode requerer nova inspeção depois de efetuado o reparo.
NOTA Os orifícios podem ser reparados por meio de fitas de vedação, com utilização adicional de material
de vedação, conforme especificado em A.3.2.5.
A.6.3.1 O concreto deve possuir consistência e diâmetro máximo do agregado compatíveis com os
espaçamentos das bainhas, ancoragens e armaduras passivas. Em certos casos, é necessário que a
obra especifique um traço de concreto de igual resistência e com características especiais, para ser
utilizado nas regiões de maior concentração de armaduras (por exemplo, na região das ancoragens
ou também em um feixe de bainhas).
A.6.3.2 A equipe que executa a concretagem deve ter conhecimento das posições onde devem ser
introduzidos os vibradores, para que estes não danifiquem as bainhas, ou respiros e tubos de injeção
ou vedação.
A.6.3.3 Durante a concretagem, os vibradores de imersão não podem encostar nas bainhas, sob
pena de causar dano a estas e permitir uma possível entrada de argamassa, provocando entupimento
no seu interior. Para os casos em que há congestionamento de bainhas e não há segurança na
utilização de vibradores de imersão, devem-se utilizar outros meios que assegurem a qualidade da
concretagem.
A.6.3.4 O diâmetro dos vibradores deve ser compatível com os espaçamentos entre bainhas e entre
bainhas e a fôrma.
A.6.4.1 Para se detectar e evitar eventuais obstruções, imediatamente após o fim da pega do
concreto, devem ser tomadas providências, como movimentação dos cabos, passagem de água em
baixa pressão ou passagem de gabarito. No caso de utilização de água, esta deve ser posteriormente
expulsa por meio de ar comprimido isento de partículas de óleo.
A.6.4.2 As extremidades das bainhas, dos tubos de injeção e dos respiros devem ser fechados
para impedir a entrada de água e materiais no seu interior.
A.6.4.3 No sentido de evitar sua deterioração, as extremidades dos cabos devem ser protegidas
das intempéries por meios adequados, não se permitindo dobramentos com curvatura excessiva
e pontos angulosos.
b) resultados dos ensaios do aço utilizado com determinação da seção transversal e do módulo de
elasticidade, identificando-se os cabos confeccionados de cada bobina;
c) tabelas de controle de confecção dos cabos, relacionando os mesmos com os resultados dos
ensaios dos aços utilizados para sua confecção;
d) plano de protensão;
e) características dos equipamentos que são utilizados na obra (área do pistão de tensão e curso
dos macacos de protensão e perda de tensão por atrito no conjunto bomba-macaco-ancoragem),
além de dados necessários à instalação e operação dos equipamentos.
As operações de protensão devem estar de acordo com o plano de protensão fornecido pelo projetista
estrutural, no qual devem constar os seguintes dados:
h) fases de protensão (em relação à força total). Recomenda-se na aplicação da protensão dos
cabos evitar a protensão parcial destes a fim de não prejudicar a verificação do alongamento real
destes cabos devido à introdução de um acréscimo de força complementar;
k) força de protensão a ser aplicada em cada cabo e seu respectivo alongamento teórico.
A.7.3.1 Projetar o sistema de escoramentos de maneira a permitir a retirada das fôrmas laterais
ou possibilitar a inspeção da estrutura. Os sistemas de fôrmas e de escoramentos projetados devem
permitir as deformações e rotações previstas das estruturas.
A.7.3.3 Proceder à limpeza, retirando todo o tipo de impurezas das extremidades dos cabos e das
superfícies de apoio dos macacos. Todos os componentes da ancoragem devem estar limpos.
A.7.3.5 O manômetro-padrão utilizado nas verificações periódicas dos manômetros utilizados nas
operações de protensão devem ser calibrados.
NOTA 1 Esta condição pode ser considerada como atendida se a calibração for realizada em empresa que
comprove a rastreabilidade dos seus padrões de medição aos padrões de laboratórios integrantes da Rede
Brasileira de Calibração (RBC).
A.7.3.6 Preparar andaimes e dispositivos apropriados para a perfeita colocação e operação dos
equipamentos de protensão e para segurança do operador da protensão.
A.7.3.7 Retirar os obstáculos que interfiram com a correta colocação e operação dos equipamentos.
A.7.3.8 Determinar as áreas de segurança e assegurar a não permanência de pessoas nas mesmas
durante as operações de protensão. Como medida de segurança durante a protensão e enquanto a
bomba estiver funcionando, é proibida a permanência de pessoas atrás ou próximas ao macaco para
evitar possíveis acidentes. É necessário prever guarda-corpos para os operários que irão trabalhar
junto aos macacos, em locais altos.
A.7.3.9 As extremidades dos cabos devem ser identificadas conforme nomenclatura dos desenhos
de projeto.
A.7.3.10 Realizar os ensaios das cordoalhas em laboratório para a confirmação dos valores reais de
seu módulo de elasticidade e da área de sua seção transversal.
A.7.3.11 Efetuar as correções relativas aos alongamentos teóricos fornecidos nos desenhos do
projeto estrutural, com a utilização dos valores reais de módulo de elasticidade e da área da seção
transversal das cordoalhas fornecidas pelos ensaios e pelos fabricantes destas cordoalhas. Estes
valores são denominados alongamentos teóricos corrigidos.
A.7.4.1 Verificar se a sequência de protensão dos cabos está de acordo com o previsto no plano
de protensão.
A.7.4.3 As cunhas das ancoragens devem ser posicionadas apenas no momento da operação da
protensão. Nas ancoragens ativas pré-encunhadas, funcionando como ancoragem passiva, além do
pré-encunhamento manual, deve ser aplicada uma pressão de no mínimo 10 Mpa no outro lado ativo
(sem as cunhas na ancoragem) para assegurar que não haja deslizamentos diferenciais no feixe
de cordoalhas.
Devem ser colocadas cunhas limpas no macaco para facilitar a sua acomodação no fundo do macaco
e também facilitar o seu posterior desencunhamento. Deve-se aplicar nas faces externas das cunhas,
parafina sólida ou grafite em pó.
A.7.4.4 A pressão no equipamento deve ser aumentada lentamente, com paradas em intervalos
iguais (com exceção do último intervalo), para a leitura dos alongamentos. Estes intervalos devem
ser normalmente a cada 10 Mpa (quando a pressão final for superior a 30 Mpa utilizar a cada 5 Mpa).
Antes de dar início à aplicação da tensão, deve-se verificar se a pressão final a ser lida no manômetro
da bomba de protensão está compatível com força inicial definida para o cabo.
A.7.4.5 A referência para a medida dos alongamentos deve ser estabelecida no primeiro estágio de
pressão, porém, sem a medida deste alongamento, uma vez que está sujeita a erros provenientes da
acomodação do cabo. A aferição desta medida deve ser feita por meio de um aparelho de referência
fixado na ponta de uma das cordoalhas. A distância do aparelho de referência até a face da ancoragem
é o valor informado inicialmente de alongamento inicial, relativo ao primeiro estágio de pressão.
A.7.4.6 A última leitura, relativa ao alongamento real com a pressão manométrica final, deve ser a
leitura definitiva, que fornece o respectivo alongamento real do cabo e que deve ser comparado com
o alongamento teórico corrigido. Portanto, o alongamento real, como também o alongamento teórico
corrigido, são avaliados apenas com a consideração da perda por atrito ocorrida no cabo.
b) comprimento do cabo;
c) número do cabo;
d) tipo do cabo;
h) alongamento teórico corrigido em função dos valores reais da área da seção transversal e do
módulo de elasticidade, em relação ao previsto em A.7.2-b);
a) a última pressão manométrica ser a indicada como pressão manométrica real final, pressão esta
função da força final do cabo, definida pelo projetista estrutural, e da área interna do pistão do
macaco de protensão utilizado, majorando-a com o valor da perda interna do conjunto bomba
e macaco de protensão. A última leitura de alongamento parcial deve ser lida com a manutenção
da pressão manométrica real final;
b) após esta leitura ser feito o alívio suave da pressão manométrica real final para o adequado
alojamento das cunhas nos furos tronco-cônicos das ancoragens, denominado como perda
de cravação no cabo, valor este a ser lido e registrado na tabela de protensão.
Calcula-se a diferença dos alongamentos obtidos entre a última leitura realizada e a leitura inicial de
referência. Este valor deve ser indicado no eixo das abcissas do gráfico “pressão × alongamento”,
considerando-se que este valor varia, nesta abcissa, a princípio de zero até o valor calculado.
No eixo das ordenadas deste gráfico, é indicado o valor da pressão inicial de 10 MPa até o valor
da pressão manométrica final.
A reta deve ser interpolada entre os pontos plotados na curva da Figura A.1. Esta reta indica o valor
do alongamento entre as pressões inicial (10 MPa) e final, faltando a extrapolação entre a pressão
inicial (10 MPa) e a pressão de 0 MPa, que caracteriza o início efetivo de tensionamento do cabo.
Extrapola-se então esta reta para o seu encontro com o eixo das abcissas (denominado ponto O),
a qual informa o valor do alongamento obtido entre a pressão manométrica de 0 MPa e a pressão
de 10 MPa.
Sendo assim, o alongamento real final será o valor da leitura deste ponto O até o valor na abcissa,
representado pelo valor do alongamento devido a pressão final aplicada.
A pressão final ditada pela ordem de protensão será acrescida de 3%, que representa o percentual de
perdas de atrito interno dos equipamentos de protensão (macaco-bomba).
et = e1 + e0
sendo
n
∑ ePi
e1 = i =1
n
A.7.5.5 Os valores calculados pelo projetista estrutural para o alongamento devem ser corrigidos
em função dos módulos de elasticidade e da área da seção transversal da seguinte forma:
Inicialmente, devem ser determinados os valores das constantes de correção, utilizando as equações
a seguir.
E
kEcorr = r
Et
S
kScorr = r
St
onde
k é uma constante de correção, obtida pela relação entre os valores reais e os valores teóricos
adotados no cálculo;
kS é a constante de correção da área da seção transversal da armadura ativa para uma situação
corr
particular de protensão;
As constantes kScorr e kEcorr devem ser utilizadas para correção do alongamento teórico conforme
a seguinte equação:
et
et,corr =
kScorr kEcorr
onde
Após a aprovação da protensão, as cordoalhas devem ser cortadas, a frio, pelo menos a 3 cm
da ancoragem e ser iniciados os trabalhos que conduzam à injeção dos cabos.
A.7.5.7 Na operação de cravação, a força suportada pelo macaco neste estágio deve ser transferida
para a ancoragem lentamente, a fim de evitar danos no cabo e na ancoragem e o deslizamento não
previsto entre o cabo e a cunha.
A.7.5.9 Devem ainda, ser anotadas nas planilhas de protensão as eventuais anomalias ocorridas
durante as operações de protensão, tais como quebra de fios, plastificações nas regiões das
ancoragens aparecimento de trincas, com seu respectivo mapeamento, e outras.
A.7.5.10 O alongamento total do cabo (et) também pode ser calculado, de uma forma simplificada,
conforme a seguinte equação:
epf − epi
et = × Pt
Pf − Pi
onde
epf é o alongamento obtido com a aplicação da pressão final, expresso em milímetros (mm);
epi é o alongamento obtido com a aplicação da pressão inicial, expresso em milímetros (mm);
Anexo B
(normativo)
B.1 Generalidades
Este Anexo estabelece os requisitos para a preparação e a injeção da calda de cimento utilizada no
preenchimento de bainhas de armadura de protensão de peças de concreto protendido.
B.2.2 A injeção deve ser efetuada o mais rapidamente possível após a protensão dos cabos.
O prazo recomendável entre a liberação para o corte das pontas dos cabos e a injeção é de 7 dias.
B.2.3 O método de injeção escolhido (ver B.7.2 e B.7.3) deve assegurar que as bainhas sejam
totalmente preenchidas com calda.
B.2.5 Após a injeção, as peças não podem ser submetidas a esforços ou vibrações que possam
vir a afetar a integridade da calda, por no mínimo 48 h. Quando não houver a comprovação desta
integridade, deve-se possuir uma resistência mínima da calda de 15 MPa, determinada conforme
a ABNT NBR 7681-4, por ocasião da aplicação destes esforços ou vibrações.
B.3.1.1 O programa de injeção deve ser elaborado para estabelecer alguns parâmetros da operação
de injeção, como características de injetabilidade da calda, pressão máxima admissível de injeção
e sequência de cabos a serem injetados. Estes parâmetros são estabelecidos em função da concepção
do projeto estrutural, das disposições construtivas, das condições climáticas e dos equipamentos
a serem utilizados na obra.
B.3.1.2 A calda deve apresentar os parâmetros de fluidez, exsudação e expansão adequados para
que se confira segurança à operação de injeção, desde o seu preparo e eventual armazenagem, até
a conclusão da etapa total de injeção.
B.3.1.3 O valor máximo do índice de fluidez deve ser fixado considerando-se o diâmetro e área livre
no interior da bainha, rugosidade na parede da bainha, pressões admissíveis de injeção e eventuais
resultados dos ensaios de injeção em cabos-teste (ver B.3.4), porém, sem exceder 12 s, de acordo
com o estabelecido na ABNT NBR 7681-1.
B.3.1.4 A vida útil da calda deve ser estimada em função do tempo de duração da mistura, de um
eventual armazenamento (ver B.4.2.5) e da execução da etapa de injeção. O tempo de duração de
uma determinada etapa é estimado, conhecendo-se o volume do cabo ou da família de cabos a serem
injetados; a velocidade de injeção e a quantidade de equipamentos de injeção. A vida útil de uma calda
é determinada conforme a ABNT NBR 7681-2.
B.3.2.1 As caldas devem ter suas características determinadas em laboratório para verificação
do seu atendimento aos requisitos especificados. O intervalo máximo de tempo decorrido entre
o recebimento dos resultados destes ensaios e o início de uma dada injeção dos cabos, utilizando-se
destes resultados, não pode ultrapassar 6 meses, devendo os resultados dos ensaios realizados
estarem disponíveis por ocasião dos ensaios de campo.
B.3.2.2 Os ensaios de laboratório devem ser efetuados com o mesmo cimento, e aditivos
(se utilizados) de mesmo tipo, classe, marca e procedência dos que se prevê utilizar na injeção.
Os materiais utilizados no preparo da calda devem atender ao disposto na ABNT NBR 7681-1.
Para diminuir o índice de fluidez e aumentar a vida útil da calda, além de aditivos, pode ser utilizada
água gelada. No caso da adição de gelo à água para baixar sua temperatura, devem ser atendidos
os requisitos especificados para a água de preparo da calda, como também ser controlada a relação
água/cimento desta calda, devido à adição de gelo.
B.3.2.3 A calda deve atender aos requisitos da ABNT NBR 7681-1 e de B.3.1.
B.3.2.4 A ordem de introdução dos diversos componentes da calda e o tempo necessário para sua
mistura devem ser determinados nos ensaios de laboratório e confirmados nos ensaios de campo
especificados em B.3.3.
B.3.2.5 As temperaturas ambientes e dos materiais constituintes da calda, por ocasião do ensaio de
laboratório, devem tentar ser, ao máximo, semelhantes às temperaturas a serem observadas durante
a operação de injeção. A temperatura do cimento por ocasião do preparo da calda deve ser inferior
a 40 °C.
B.3.2.6 Ensaios de laboratório realizados há menos de 6 meses, para outra obra com os mesmos
materiais e equipamentos, em condições climáticas semelhantes, podem ser aceitos se as características
da calda obtida na dosagem experimental atendam aos requisitos para a calda em estudo.
B.3.2.8 O laboratório deve emitir um relatório contendo, para cada calda estudada, as seguintes
informações:
a) obra;
d) traço em massa;
e) tipo, classe, procedência, lote e marca dos materiais, resultados dos ensaios dos cimentos,
aditivos e água a serem utilizados na execução das injeções;
— índices de exsudação e expansão (quando for utilizado aditivo expansor), de acordo com
a ABNT NBR 7681-3;
B.3.3.1 Os ensaios de campo visam determinar a dosagem resultante dos ensaios de laboratório
que conduz a resultados mais adequados sob as condições da obra, como equipamentos de mistura
e condições climáticas. Para a execução dos ensaios, deve ser levado em conta o horário da execução
dos serviços de injeção realizados, preferencialmente, nas primeiras horas da manhã.
B.3.3.2 Os ensaios de campo devem ser efetuados em um prazo máximo de duas semanas antes
do início das injeções.
B.3.3.4 Nos ensaios de campo, devem ser determinados o índice de fluidez, a vida útil de sua
fluidez, os índices de exsudação e expansão (caso utilizado aditivo expansor) da calda preparada
na obra, conforme métodos de ensaio citados em B.3.2.8. Os resultados são julgados satisfatórios
se atendidos os seguintes critérios:
a) índices de fluidez dos ensaios de campo e laboratório não difiram entre si de ± 3 segundos
e estiverem compreendidos entre 8 s e 18 s;
B.3.4.2 O ensaio deve reproduzir, da melhor maneira possível, todas as condições nas quais os
cabos de protensão se encontram na estrutura real.
B.3.4.3 A operação de injeção dos cabos-teste deve ser realizada com um esquema perfeitamente
definido, a fim de se poder controlar posteriormente qual foi a importância de cada parâmetro.
B.3.4.4 Após a injeção, as bainhas devem ser seccionadas transversalmente em vários pontos
para permitir a observação da qualidade do preenchimento e oferecer subsídios para a correção de
eventuais defeitos detectados.
B.4.1 Equipamentos
B.4.1.1 Misturador
B.4.1.1.1 O misturador deve produzir uma calda de consistência homogênea e coloidal, dispersando
e desfloculando perfeitamente o cimento.
B.4.1.1.2 O misturador deve ser de hélice, rolos ou turbina, exercendo uma rotação excêntrica ao
volume misturado. Misturadores manuais não são permitidos.
B.4.1.1.3 O motor do misturador deve ter potência de aproximadamente 1 HP por saco de cimento
a ser misturado.
B.4.1.1.4 A velocidade de rotação do misturador deve ser superior a 1 000 rpm. A velocidade
máxima de qualquer uma das partes do misturador dentro da calda não pode exceder 15 m/s.
B.4.1.2.1 A calda, logo após preparada, deve escoar para o recipiente de recepção e armazenamento.
Não pode ser acrescentada água neste recipiente.
B.4.1.2.2 Antes de ser colocada neste recipiente, a calda deve passar por uma peneira com abertura
de malha de 2,36 mm, de acordo com a ABNT NBR NM ISO 3310-1, para que sejam retidos eventuais
grumos. A peneira deve estar acessível para permitir inspeção e limpeza periódicas.
B.4.1.2.3 O recipiente deve ter capacidade para armazenar um volume de calda que permita
a injeção total do cabo, ou da família de cabos, sem interrupções e respeitando a velocidade de
injeção especificada em B.4.1.3.3. O seu volume deve ainda, ser coerente com a quantidade de cabos
a serem injetados e respeitar o tempo de manutenção necessária de sua fluidez.
B.4.1.3.1 Deve ser elétrica, do tipo pistão ou de parafuso, e não pode permitir a entrada de ar em
seu procedimento de injeção. O uso de ar comprimido não é permitido.
B.4.1.3.2 Deve ser capaz de exercer pressões de pelo menos 1,5 MPa e deve-se assegurar que
a pressão não ultrapasse 2,0 MPa.
NOTA Pressões mais elevadas podem ser necessárias para injeção de cabos verticais ou inclinados com
grande desnível.
O manômetro-padrão, calibrado a cada 12 meses, deve ficar disponível para verificação periódica dos
demais manômetros utilizados nos equipamentos de protensão, devendo ser utilizado apenas para
este fim. Recomenda-se que a cada nova utilização do manômetro da bomba seja feita uma nova
verificação com o manômetro-padrão. Deve ser fornecida a tabela de correlação para cada um dos
manômetros das bombas de injeção referidas a este manômetro-padrão.
B.4.1.3.5 Deve permitir que as pressões altas sejam alcançadas progressivamente e que seja
possível a manutenção da pressão no fim da injeção.
B.4.1.3.6 As tubulações de injeção, mangueiras, válvulas e conexões não podem permitir a entrada
de óleo, ar, água, ou quaisquer outras substâncias durante a injeção e devem também resistir às
pressões estabelecidas em B.4.1.3.2.
B.4.1.3.7 A tubulação entre a bomba de injeção e o cabo a ser injetado deve ser a mais curta
possível.
B.4.2.1 A quantidade de material que compõe cada mistura deve ser compatível com o tipo do
misturador, com o volume de seu reservatório, com a potência de seu motor e com o tempo de pega
e fluidez da calda.
ensaios prévios, a melhoria das características da calda), e deve ser contado a partir da adição de
todo o cimento à água, esta já contida no recipiente do misturador.
Os tempos de mistura devem ser controlados, utilizando-se cronômetros com resolução de 1,0 s.
b) acionar o misturador e, com ele em movimento, adicionar o cimento o mais rápido possível,
porém, sem permitir o ingresso de grandes volumes;
Após a introdução da água no reservatório e o misturador acionado, a mistura não pode ser interrompida,
até perfazer o tempo total determinado nos ensaios prévios.
B.4.2.5 Deve ser armazenado no recipiente de recepção e armazenamento da calda (ver B.4.1.2),
volume de calda suficiente para permitir a conclusão de uma etapa de injeção sem interrupções. Caso
não seja possível armazenar este volume, deve haver sincronismo no preparo e injeção da calda, de
forma a evitar interrupções na operação de injeção.
B.4.2.6 A calda preparada deve ser inspecionada conforme a ABNT NBR 7681-1.
B.5.1 Bainhas
B.5.2.1 Os tubos para injeção e respiros devem ser de plástico, ou outro material flexível, e possuir
diâmetro interno mínimo de 20 mm (3/4») e espessura de parede suficiente para resistir às pressões
estipuladas em B.4.1.3.2.
Dependendo das características do projeto e dos procedimentos adotados para compensar a exsudação
da calda, o valor de 20 mm deve ser aumentado.
B.5.2.4 Deve ser prevista a utilização de dispositivo que permita o fechamento rápido e assegure
a manutenção das pressões estabelecidas em B.4.1.3.2.
B.5.2.5 A concordância e a vedação das bainhas com os tubos e respiros devem ser asseguradas.
B.5.2.6 O tubo para injeção deve ser instalado no ponto mais baixo do cabo e nas ancoragens. Se
o ponto mais baixo do cabo estiver com desnível inferior a 2 m em relação à extremidade mais baixa
do cabo, a injeção pode ser efetuada por esta extremidade.
B.5.2.8 Respiros adicionais devem ser instalados, adequadamente posicionados, no caso de ser
prevista a injeção complementar especificada em B.7.3.2.
B.5.2.9 Os respiros e tubos de injeção devem ser identificados com os respectivos cabos.
Os cuidados que devem ser tomados antes, durante e após a concretagem dos elementos da estrutura
estão especificados no Anexo A.
B.6.1.1 Após a protensão, o aço deve ser cortado conforme o estabelecido no Anexo A.
B.6.1.2 Após o corte do aço de protensão, deve ser efetuada a vedação de todas as aberturas das
peças componentes da ancoragem, do seu contato com a estrutura e com o aço de protensão e, no
caso de cordoalhas, com a extremidade das mesmas, de forma a não haver vazamentos de calda
durante a operação de injeção, salvo o caso citado em B.7.3.2-a).
Em ambos os casos, as vedações devem atingir resistência suficiente para suportar as pressões
resultantes da operação de injeção. Não são admitidos materiais que contenham elementos prejudiciais
ao aço de protensão.
b) nenhum vestígio dos tubos e respiros de injeção das ancoragens fica visível.
B.6.2.1 Antes da injeção, os cabos devem ser lavados por meio de circulação de água limpa.
A água deve ser injetada através do tubo de injeção, posicionado conforme especificado em B.5.2.6.
A injeção deve prosseguir até que a água que sai pelos respiros esteja perfeitamente limpa.
NOTA Em caso de temperatura ambiente elevada, pode ser utilizada água com baixa temperatura no
último estágio de operação de lavagem.
B.6.2.2 Após a lavagem, deve ser verificada a estanqueidade do sistema. Para tanto, todos os
respiros devem ser fechados e deve ser verificado se a pressão de água, igual à pressão de trabalho
prevista na injeção de calda acrescida de 0,1 MPa, se mantém constante durante pelo menos 2 min.
Caso seja observada comunicação irreparável entre bainhas, estas devem ser injetadas simultaneamente.
B.6.2.3 A água de lavagem dos cabos deve ser expulsa por meio de injeção com ar comprimido
isento de partículas de óleo.
Para a obtenção de uma injeção adequada, além de todos os procedimentos, cuidados e disposições
construtivas anteriormente citados, é necessário, para se evitar quaisquer improvisações, que as
condições descritas em B.7.1.1 a B.7.1.6 sejam atendidas.
B.7.1.1 Dispor de uma equipe com número suficiente de profissionais habilitados para os trabalhos
de injeção e controle de caldas, e de meios de comunicação entre as várias frentes de trabalho, para
acompanhamento de todo o desenrolar das operações.
B.7.1.2 O profissional responsável pela injeção deve ter conhecimento dos seguintes itens:
d) sequências operacionais.
B.7.1.3 Dispor, no local de trabalho, em bom estado e prontos para funcionarem, dos equipamentos
necessários ao preparo, injeção e controle da calda.
B.7.1.4 Dispor, no local de trabalho, dos materiais necessários ao preparo da calda, conforme definido
nos ensaios prévios e em quantidades suficientes para se efetuar a etapa de injeção sem interrupção.
B.7.1.6 Dispor de água sob pressão (isenta de partículas de óleo) durante o prazo previsto para a
operação de injeção.
B.7.2 Injeção
B.7.2.1 A operação de injeção deve ter início logo após a lavagem do cabo. Nos casos em que
possa ocorrer retenção excessiva de água entre as cordoalhas e que não haja necessidade de
resfriamento das bainhas, deve ser observado um intervalo de tempo de aproximadamente 24 h para
nova expulsão da água.
B.7.2.3 A injeção deve ser efetuada através de tubo de injeção, posicionado conforme especificado
em B.5.2.6.
B.7.2.4 A injeção deve ser contínua, regular, com pressão inferior ou igual à pressão estipulada em
B.4.1.3.2 e com a velocidade especificada em B.4.1.3.3.
B.7.2.5 A calda de injeção deve ser controlada conforme a ABNT NBR 7681-1. Durante a injeção,
devem ser verificados também a evolução da pressão da bomba de injeção, que deve aumentar
progressivamente, e o volume de calda que está sendo injetado.
NOTA Qualquer anomalia observada nestas verificações pode provir de uma fuga de calda ou de
entupimento da bainha.
B.7.2.6 Os diversos respiros de uma mesma bainha só podem ser fechados quando for assegurado
que a calda que por eles flui é semelhante àquela injetada e não contém mais ar aprisionado.
B.7.2.7 A verificação das características da calda que flui dos respiros intermediários pode ser feita
visualmente, mas a verificação da calda que flui no último respiro do cabo deve ser feita conforme
especificado na ABNT NBR 7681-1.
Para estas verificações, deve-se deixar escoar pelos respiros certa quantidade de calda. Este volume
adicional, que é perdido, deve ser considerado quando da estimativa do volume a ser armazenado
para a injeção.
B.7.2.8 Logo após o fechamento de todos os respiros, deve-se manter a calda com a pressão de
trabalho acrescida de 0,1 MPa, durante pelo menos 30 s.
B.7.3.1 Qualquer procedimento utilizado para compensar a exsudação da calda em obras nas quais
é vital assegurar o preenchimento total das bainhas (como por exemplo, obras de barragem e obras
expostas a ambientes muito agressivos), deve visar ao preenchimento total da bainha com calda.
B.7.3.2 Para compensar a exsudação da calda deve ser adotada uma das metodologias a seguir:
a) expulsão da água através de cordoalhas, conforme esquematizado na Figura B.1 (efeito “chaminé”).
Após o controle da calda injetada (ver B.7.2.7) e fechamento do respiro da ancoragem, a pressão
de injeção deve ser elevada lentamente, procedendo-se à expulsão da água. O efeito “chaminé”
só deve ser interrompido quando houver estabilização da pressão aplicada, sendo que o volume
de água deve ser superior ao previsto, considerando-se o resultado do ensaio de exsudação.
O efeito “chaminé” deve, sempre que possível, ser utilizado em ambas as extremidades;
b) preenchimento posterior do vazio, por meio de uma injeção complementar com calda, conforme
esquematizado nas Figuras B.2, B.3 e B.4.
B.7.3.4 Caso seja utilizada calda com aditivo expansor para compensar o efeito de sua exsudação,
o tempo decorrido entre o preparo da calda e o fechamento dos respiros da bainha deve ser tal que
pelo menos 70 % da expansão total livre da calda ocorra dentro da bainha. A expansão assim obtida,
deve ser superior ao valor da exsudação. O aditivo expansor utilizado deve atender aos requisitos
da EN 934-4.
A conveniência da utilização de aditivo expansor contendo pó de alumínio deve ser ponderada pelo
responsável pela execução da obra, por meio de consultas a especialistas e que fabricantes dos
aditivos expansores assegurem o atendimento ao estabelecido na ABNT NBR 7681-1.
B.7.4.2 Todas as ancoragens e respiros devem ser protegidos com concreto ou argamassa, sendo
que nos locais onde é passível a ação de água ou agentes agressivos, deve-se utilizar material epóxico
para sua vedação e proteção.
e) volume injetado estimado, a ser comparado com o volume teórico de vazio do cabo;
Anexo C
(normativo)
C.1 Generalidades
Este Anexo estabelece as condições para execução da protensão em obras de concreto protendido
sem aderência.
C.2.2 O profissional responsável pelos serviços de protensão deve estar presente durante
a execução de todas as suas etapas.
C.3 Materiais
C.3.1.1 Os aços para armadura de protensão devem atender aos requisitos da ABNT NBR 7483.
C.3.1.2 Devem ser tomados os cuidados necessários à manutenção da integridade física do aço
destinado à armadura de protensão durante o seu manuseio e armazenamento, em particular, quanto
à perda de proteção da capa de PEAD e da graxa.
C.3.1.3 Caso seja indispensável a execução de solda próximo aos aços para armadura de protensão,
deve ser usada proteção que assegure a integridade dos mesmos.
C.3.1.4 O aço deve ser armazenado sobre o piso, ou pranchado de madeira, distando pelo
menos 0,30 m do solo. Os cuidados para armazenamento devem aumentar em função de tempo
de permanência do aço em estoque e das condições do ambiente. Recomenda-se que o aço seja
armazenado na embalagem original do fornecedor. Os cabos não podem ser mantidos sob o sol.
C.3.2.1 As capas que revestem individualmente as cordoalhas devem ser de polietileno de alta
densidade (PEAD) com espessura de parede mínima de 1 mm e ter seção circular com diâmetro
interno que permita o livre movimento da cordoalha em seu interior.
C.3.2.2 As capas devem ser impermeáveis, duráveis e resistentes aos danos provocados por
manuseio no transporte, instalação, concretagem e tensionamento.
C.3.2.3 A graxa de proteção anticorrosiva e lubrificante deve ter característica de não ataque ao
aço (cordoalha) tanto no estado de repouso como no estado-limite característico de tensão deste aço.
C.3.3 Ancoragens
Devem atender as especificações do sistema de protensão adotado. As fixações das ancoragens nas
fôrmas devem ser capazes de assegurar o seu correto posicionamento, durante todas as operações
de montagem e concretagem.
C.4.2 Os cabos devem ser confeccionados em local adequado, sem contato com o solo ou agentes
que possam danificá-los. A cordoalha plastificada e engraxada (conjunto formado pela cordoalha,
capa e graxa) deve ser preservada nas condições em que são entregues pelo fabricante. Caso ocorra
pequeno rompimento na capa, a vedação pode ser recomposta isolando-se o local com fita plástica.
C.4.3 O aço deve ser cortado de acordo com o comprimento indicado no projeto de protensão,
tomando-se o cuidado de verificar se neste já estão incluídos os comprimentos necessários para
fixação dos equipamentos de protensão. O aço deve ser cortado por meio de disco esmeril rotativo.
C.4.4 É vedado efetuar no elemento tensor, o endireitamento por meio de máquinas endireitadoras
ou qualquer outro processo de eliminar torções ou dobramentos, pois estes procedimentos alteram
radicalmente as propriedades físicas do aço.
C.4.5 Durante ou após a sua confecção, os cabos não podem ser arrastados sobre o solo ou sobre
superfícies abrasivas, não podendo ainda, sofrer dobramentos ou torções que neles possam introduzir
defeitos ou deformações permanentes.
C.4.6 O processo de confecção dos cabos deve prever métodos de identificação adequada
(como, por exemplo, plaquetas, incluindo a identificação da origem do cabo), de modo a assegurar
a rastreabilidade de todo o material utilizado.
O procedimento e os detalhes para instalação dos cabos devem estar de acordo com os detalhes-padrão
do sistema de protensão sem aderência, do tipo de obra e conforme acordado entre o responsável
pela execução da obra e o projetista estrutural.
Para a definição da posição dos cabos e das ancoragens, no projeto de protensão devem constar os
seguintes dados:
a) cotas verticais e horizontais dos eixos dos cabos em relação ao elemento estrutural, espaçadas
a cada 1,5 m ou em cada cruzamento dos cabos;
Cuidados especiais devem ser tomados durante o posicionamento dos cabos na fôrma, no sentido de
assegurar a sua colocação nas posições estabelecidas no projeto de protensão, assim como, a sua
manutenção nestas posições durante as operações de concretagem, salientando-se:
b) fixar os cabos em suas posições, mediante o uso de travessas fixadas às armaduras passivas,
ou por meio do uso de suportes (ou cadeirinhas) que se fizerem necessários;
c) verificar se o espaçamento dos suportes (ou cadeirinhas) é suficiente para resistir às ações
durante a montagem dos cabos e concretagem da peça, bem como impedir deslocamentos;
e) verificar se os pontos de suporte oferecem uma superfície adequada de contato com os cabos,
de maneira a evitar mossas, rasgos ou outros danos à capa. Devem também possibilitar fixação
que evite possíveis deslocamentos horizontais ou verticais;
g) revestir com uma nova capa todas as regiões onde ocorrem cortes, rasgos ou danos na capa de
PEAD, para não ocorrer perda de graxa e contato da cordoalha com o concreto;
C.6 Concretagem
Antes da concretagem, os cabos e seus suportes devem ser inspecionados para se detectar eventuais
defeitos, como desalinhamentos no traçado dos cabos, mossas, rupturas, orifícios ou deficiências de
rigidez ou vedação na capa PEAD.
C.6.3.1 O concreto deve possuir consistência e diâmetro máximo do agregado compatíveis com
o espaçamento dos cabos, ancoragens e armaduras passivas. Em certos casos, é necessário que
a obra disponha de um traço de concreto de igual resistência e com características especiais, para
ser utilizado nas regiões de maior concentração de armaduras (como, por exemplo, na região das
ancoragens).
C.6.3.2 A equipe que executa a concretagem deve ter conhecimento das posições onde devem ser
introduzidos os vibradores, para que estes não danifiquem os cabos.
Para os casos que haja congestionamentos de cabos e não haja segurança na utilização de vibradores
de imersão, devem ser utilizados outros meios que assegurem a qualidade da concretagem.
C.6.3.3 O diâmetro dos vibradores deve ser compatível com os espaçamentos entre cabos e entre
os cabos e a fôrma.
C.6.4.1 No sentido de evitar a sua deterioração e manter a limpeza, as extremidades dos cabos
devem ser protegidas das intempéries por meios adequados, não se permitindo também dobramentos
com curvaturas excessivas e pontos angulosos.
b) resultados dos ensaios do aço utilizado com determinação da seção transversal e do módulo de
elasticidade (ver A.7.2-b);
c) tabelas de controle de confecção dos cabos, relacionando-os com os ensaios dos aços utilizados
para sua confecção;
d) plano de protensão;
e) característica do equipamento que é utilizado na obra (área do pistão de tensão, pressão manométrica
final correlacionada à força final de protensão do cabo e curso dos macacos de protensão, perda de
C.7.2.1 As operações de protensão devem estar de acordo com o plano de protensão fornecido
pelo projetista estrutural, no qual devem constar os seguintes dados:
j) força de protensão a ser aplicada em cada cabo, com seu respectivo alongamento teórico e seu
respectivo alongamento teórico corrigido.
— a sequência de protensão dos cabos engraxados de uma laje deve atender coerentemente
o comportamento oriundo do cálculo estrutural e protender no mínimo primeiramente 50 %
dos cabos das vigas-faixa, para que estas faixas absorvam a reação das faixas de laje
protendidas no sentido ortogonal.
c) vigas e lajes:
d) vigas e nervuras
C.7.3.1 Projetar o sistema de escoramentos de maneira a permitir a retirada das fôrmas laterais
ou possibilitar a inspeção da estrutura. Os sistemas de fôrmas e de escoramentos devem permitir
a liberdade das deformações e rotações previstas das estruturas.
C.7.3.4 Importante observar que, no caso dos cabos engraxados, o alongamento real final deve
ser comparado com o alongamento teórico corrigido diminuído da perda de cravação considerada na
ancoragem.
C.7.3.5 Proceder à limpeza, retirando todo o tipo de impurezas das extremidades dos cabos e das
superfícies de apoio dos macacos. Todos os componentes da ancoragem devem estar limpos.
Devem ser efetuadas calibrações periódicas do manômetro-padrão em no máximo a cada doze meses
ou conforme indicação do fabricante do manômetro. Manômetros-padrão novos devem ser calibrados
antes de serem colocados em uso.
C.7.3.8 Preparar andaimes e dispositivos apropriados para a colocação e operação dos equipamentos
de protensão e para segurança do operador da protensão.
C.7.3.9 Retirar os obstáculos que interfiram com a correta colocação e operação dos equipamentos.
C.7.3.10 Determinar as áreas de segurança e assegurar a não permanência de pessoas nas mesmas
durante as operações de protensão. Como medida de segurança durante a protensão e enquanto
a bomba estiver funcionando, é proibida a permanência de pessoas atrás ou próximas ao macaco para
evitar possíveis acidentes. É necessário prever guarda-corpos para os operários que vão trabalhar
junto aos macacos, em locais altos.
C.7.3.11 As extremidades dos cabos devem ser identificadas conforme nomenclatura dos desenhos
de projeto.
C.7.3.12 Realizar os ensaios das cordoalhas em laboratório para a confirmação dos valores reais
de seu módulo de elasticidade e da área de sua seção transversal.
C.7.3.13 Efetuar as correções relativas aos alongamentos teóricos fornecidos nos desenhos
do projeto de protensão, com a utilização dos valores reais de módulo de elasticidade e da área da
seção transversal das cordoalhas fornecidas pelos ensaios e pelos fabricantes destas cordoalhas.
Estes valores são denominados alongamento teórico corrigido.
C.7.4.1 Verificar se a sequência de protensão dos cabos está de acordo com o previsto no plano
de protensão.
C.7.4.4 Criar uma referência para as cordoalhas com o objetivo de se fazer as leituras do alongamento
real total.
C.7.4.6 A referência para a medida dos alongamentos deve ser feita conforme os critérios
do responsável pela operação de protensão.
C.7.5.1 Para o controle da protensão, deve ser preparada uma planilha de protensão, onde devem
constar pelo menos os seguintes dados:
b) número do cabo;
c) tipo do cabo;
g) alongamento teórico corrigido em função dos valores reais da área da seção transversal e do
módulo de elasticidade, em relação ao previsto em C.7.2-b), mencionando a diminuição do valor
da perda por acomodação da ancoragem.
C.7.5.3 os valores teóricos do alongamento total calculados pelo projetista estrutural devem ser
corrigidos em função dos módulos de elasticidade e da área da seção transversal da seguinte forma:
Inicialmente, devem ser determinados os valores das constantes de correção, utilizando as equações
a seguir.
E
kEcorr = r
Et
S
kScorr = r
St
onde
k é uma constante de correção, obtida pela relação entre os valores reais e os valores
teóricos adotados no cálculo;
kEcorr é a constante de correção do módulo de elasticidade do aço para uma situação particular
de protensão;
kScorr é a constante de correção da área da seção transversal da armadura ativa para uma
situação particular de protensão;
As constantes kScorr e kEcorr devem ser utilizadas para correção do alongamento teórico conforme
a equação a seguir:
et
et,corr =
kScorr kEcorr
onde
C.7.5.4 Após a cravação, deve ser feita a comparação do alongamento total obtido com o
alongamento teórico corrigido preestabelecido para o cabo, conforme as tolerâncias da ABNT NBR 6118,
ou seja, na falta de indicação específica no projeto, os valores de alongamento que se afastem de
± 10 % dos valores previstos devem ser comunicados ao projetista estrutural para interpretação
e consequente liberação ou eventual tomada de medidas de correção. Os cabos cujos alongamentos
estejam dentro do intervalo de ± 10 % podem ser liberados.
C.7.5.5 Devem ainda ser anotadas nas planilhas de protensão as eventuais anomalias ocorridas
durante as operações de protensão, tais como quebra de fios, plastificações nas regiões das
ancoragens, aparecimento de trincas com seu respectivo mapeamento e outras.
C.7.6.1 Uma vez liberados os cabos, as pontas do lado ativo devem ser cortadas com maçarico,
tomando-se o cuidado para que a chama não atinja as cunhas. A cordoalha deve ser cortada deixando-se
C.7.6.2 Depois que as pontas das cordoalhas do lado ativo forem cortadas, a parte exposta da
placa de ancoragem deve ser coberta com um material preventivo contra corrosão. Os nichos de
protensão devem ser preenchidos com graute que não sofra retração e não contenha cloretos, sulfatos
ou nitratos.
Anexo D
(informativo)
A especificação nos projetos das estruturas de concreto de materiais para os quais não se disponha
de Normas Brasileiras deve considerar as seguintes condições:
c) participação efetiva dos seus fabricantes no acompanhamento técnico da execução das paredes
de concreto celular estrutural, desde a etapa de projeto até a sua conclusão;
d) garantias (condições e prazos) oferecidas pelos fabricantes e sua estrutura de assistência técnica
pós-entrega da obra;
i) manutenção (retenção) dos registros das inspeções de recebimento destes materiais durante
a execução da obra.
NOTA O responsável pela execução da obra pode, a seu critério, definir tempos de retenção
superiores, estendendo-os além da conclusão da obra.
Anexo E
(informativo)
Abordagem de riscos
E.1.3 A mentalidade de risco é essencial para se conseguir processos eficazes e seguros. Ela inclui,
por exemplo, realizar ações preventivas para eliminar problemas potenciais e analisar aqueles que já
ocorreram e agir para prevenir a sua recorrência (ações corretivas). As ações devem ser apropriadas
ao impacto potencial destes problemas.
E.2.2 A abordagem de riscos deve ser planejada, definindo-se como integrar e implementar as
ações nos processos da empresa para evitar ou não permitir a repetição de problemas. Deve-se
avaliar a eficácia destas ações.
a) evitar o risco;
e) compartilhar o risco;
E.2.4 A abordagem de risco pode levar à adoção de novas práticas e de novas tecnologias.
Anexo F
(informativo)
F.1 O controle exercido durante a execução das estruturas de concreto pode variar em função dos
níveis de inspeção especificados na Tabela F.1.
F.2 Os níveis de inspeção podem se referir à obra como um todo ou parte, a determinados
elementos estruturais, ou ainda, a certos materiais ou tecnologias utilizadas na construção.
F.3 Os níveis de inspeção devem ser determinados pelo projetista estrutural, em conjunto com
o responsável pela execução da estrutura, antes do início da mesma.
F.4 A definição dos níveis de inspeção pode fazer parte da Análise Preliminar de Risco (APR).
F.5 O planejamento da execução das estruturas de concreto deve considerar os níveis de inspeção
preestabelecidos.
Anexo G
(informativo)
Na Tabela G.1 são apresentadas as principais alterações realizadas na ABNT NBR 14931:2004 e
incorporadas na ABNT NBR 14931:2023.
Na sua primeira parte estão relacionados os assuntos que não constavam na ABNT NBR 14931:2004,
denominados nesta Tabela como assuntos novos, e na sua segunda parte, são identificados aspectos
abordados na ABNT NBR 14931:2004, mas que passaram por alterações relevantes.
Bibliografia
[3] NP EN 523, Bainhas de aço para armaduras de pré-esforço. Terminologia, requisitos e controlo
da qualidade
[4] NP EN 524-5, Bainhas de aço para armaduras de pré-esforço. Métodos de ensaio. Parte 5:
Determinação da resistência á carga de tracção
[5] ACI 117M-19, Specification for Tolerances for Concrete Construction and Materials