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NORMA ABNT NBR

BRASILEIRA 16055
Primeira edição
10.04.2012

Válida a partir de
10.05.2012

Parede de concreto moldada no local para


a construção de edificações — Requisitos e
procedimentos
Concrete wall castes in place for building construction — Requirements and
proceedings

ICS 91.060.10; 91.080.40 ISBN 978-85-07-03362-2

Número de referência
ABNT NBR 16055:2012
35 páginas

© ABNT 2012
ABNT NBR 16055:2012

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ABNT NBR 16055:2012

Sumário Página

Prefácio ............................................................................................................................................ vi
1 Escopo .............................................................................................................................. 1
2 Referências normativas ................................................................................................... 2
3 Termos e definições ......................................................................................................... 3
4 Simbologia........................................................................................................................ 3
5 Requisitos gerais da qualidade da estrutura e do projeto com paredes de concreto .... 3
5.1 Generalidades .................................................................................................................. 3
5.2 Requisitos da qualidade da estrutura............................................................................. 4
5.3 Requisitos de qualidade do projeto ................................................................................ 4
5.4 Documentação do projeto de estruturas de paredes de concreto ............................... 4
5.5 Documentação da qualidade da estrutura de paredes de concreto ............................. 5
5.6 Responsabilidades .......................................................................................................... 5
6 Diretrizes para a durabilidade das estruturas de paredes de concreto ....................... 5
7 Critérios de projeto que visam a durabilidade ............................................................... 5
8 Propriedades dos materiais ............................................................................................ 6
8.1 Concreto ........................................................................................................................... 6
8.2 Aço .................................................................................................................................... 6
8.2.1 Tela soldada ..................................................................................................................... 6
8.2.2 Barras ............................................................................................................................... 7
8.2.3 Treliças........................................................................................................................................ 7
9 Comportamento conjunto dos materiais ........................................................................ 7
10 Segurança e estados limites ........................................................................................... 7
11 Ações ................................................................................................................................ 7
11.1 Generalidades .................................................................................................................. 7
11.2 Esforços solicitantes ....................................................................................................... 7
11.3 Cargas verticais nas paredes .......................................................................................... 7
11.3.1 Cargas linearmente distribuídas ..................................................................................... 8
11.3.2 Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas ...................................................... 8
11.3.3 Distribuição de cargas devidas às aberturas................................................................. 8
11.4 Ações transversais ao plano da parede de concreto .................................................... 8
11.4.1 Ação do vento .................................................................................................................. 8
11.4.2 Desaprumo ....................................................................................................................... 9
11.5 Interação entre fundação e estruturas ........................................................................... 9
11.6 Comportamento conjunto parede-transição .................................................................. 9
11.7 Coeficientes de ponderação dos esforços..................................................................... 9
12 Resistências ..................................................................................................................... 9
13 Limites para dimensões, deslocamentos e aberturas de fissuras ............................... 9
13.1 Dimensões mínimas ........................................................................................................ 9
13.2 Juntas de trabalho ......................................................................................................... 10
13.2.1 Juntas de controle verticais .......................................................................................... 10
13.2.2 Junta de controle horizontal ......................................................................................... 10

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13.2.3 Juntas de dilatação ....................................................................................................... 10


13.3 Instalações ..................................................................................................................... 10
14 Análise estrutural .......................................................................................................... 11
14.1 Objetivos da análise estrutural ..................................................................................... 11
14.2 Premissas da análise estrutural ................................................................................... 11
14.3 Hipóteses básicas ......................................................................................................... 11
14.4 Premissas básicas de concepção do projeto .............................................................. 11
15 Instabilidade e efeitos de segunda ordem ................................................................... 12
15.1 Instabilidade global ....................................................................................................... 12
15.2 Instabilidade local.......................................................................................................... 12
15.3 Instabilidade localizada ................................................................................................. 12
16 Princípios gerais de dimensionamento, verificação e detalhamento ........................ 12
17 Dimensionamento .......................................................................................................... 12
17.1 Generalidades ................................................................................................................ 12
17.2 Premissas básicas de dimensionamento .................................................................... 13
17.3 Armadura mínima .......................................................................................................... 14
17.3.1 Seção de aço.................................................................................................................. 14
17.3.2 Espaçamento entre barras de aço ................................................................................ 14
17.3.3 Quantidade de tela soldada .......................................................................................... 14
17.4 Reforços horizontais ..................................................................................................... 14
17.5 Resistência-limite sob solicitação normal ................................................................... 15
17.5.1 Resistência de cálculo sob normal de compressão.................................................... 15
17.5.2 Verificação à compressão............................................................................................. 15
17.5.3 Dimensionamento à tração devido a momentos no plano da parede ........................ 16
17.6 Dimensionamento ao cisalhamento ............................................................................. 16
17.6.1 Forças convencionais de cisalhamento....................................................................... 16
17.6.2 Verificação da resistência ............................................................................................. 17
17.6.3 Armadura de cisalhamento ........................................................................................... 17
17.7 Dimensionamento devido a cargas localizadas .......................................................... 17
17.8 Dimensionamento ao redor das aberturas .................................................................. 17
17.8.1 Região de influência ...................................................................................................... 17
17.8.2 Limitação de tensão no concreto ................................................................................. 18
17.8.3 Armaduras de reforço ao redor das aberturas ............................................................ 20
18 Requisitos para a execução das paredes de concreto ............................................... 22
18.1 Requisitos gerais ........................................................................................................... 22
18.2 Sistema de fôrmas ......................................................................................................... 22
18.2.1 Requisitos básicos ........................................................................................................ 22
18.2.2 Propriedade dos materiais ............................................................................................ 23
18.2.3 Projeto do sistema de fôrmas ....................................................................................... 23
18.3 Armaduras...................................................................................................................... 25
18.3.1 Generalidades ................................................................................................................ 25
18.3.2 Recebimento, transporte e armazenagem ................................................................... 25
18.3.3 Limpeza .......................................................................................................................... 25

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18.3.4 Preparo e montagem da armadura ............................................................................... 26


18.3.5 Emendas ......................................................................................................................... 26
18.3.6 Ancoragens .................................................................................................................... 26
18.3.7 Proteções ....................................................................................................................... 26
19 Concretagem .................................................................................................................. 27
19.1 Modalidades de preparo do concreto ........................................................................... 27
19.2 Concreto ......................................................................................................................... 27
19.3 Cuidados preliminares................................................................................................... 27
19.3.1 Fôrmas ............................................................................................................................ 27
19.3.2 Escoramentos, aprumadores e alinhadores horizontais ............................................. 27
19.3.3 Armaduras ...................................................................................................................... 27
19.3.4 Tolerâncias ..................................................................................................................... 28
19.4 Plano de concretagem ................................................................................................... 30
19.5 Transporte do concreto na obra ................................................................................... 31
19.6 Lançamento .................................................................................................................... 31
19.7 Adensamento ................................................................................................................. 33
19.8 Controle tecnológico do concreto ................................................................................ 33
19.8.1 Generalidades ................................................................................................................ 33
19.8.2 Controle de aceitação no estado fresco ....................................................................... 33
19.8.3 Controle de aceitação do concreto no estado endurecido ......................................... 33
19.9 Junta de concretagem ................................................................................................... 34
19.10 Acabamento ................................................................................................................... 34
20 Cura................................................................................................................................. 35
21 Recebimento da estrutura de parede de concreto ...................................................... 35

Figuras
Figura 1 – Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas ..................................................... 8
Figura 2 – Comprimento equivalente le .......................................................................................................... 13
Figura 3 – Diagrama dos esforços de compressão ...................................................................... 16
Figura 4 – Ilustração de distribuição horizontal de aberturas em uma parede de concreto ..... 18
Figura 5 – Ilustração de distribuição vertical de aberturas em uma parede de concreto ......... 18
Figura 6 – Valores do coeficiente Kab ............................................................................................................. 19
Figura 7 – Esforço solicitante ........................................................................................................ 20
Figura 8 – Armaduras de reforço ................................................................................................... 21
Figura 9 – Tolerâncias para o comprimento da parede ................................................................ 28
Figura 10 – Tolerância para desvios horizontais .......................................................................... 29
Figura 11 – Tolerância para desaprumo ........................................................................................ 29

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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atenção para a possibilidade de que
alguns dos elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT não deve ser
considerada responsável pela identificação de quaisquer direitos de patentes.
A ABNT NBR 16055 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02), pela
Comissão de Estudo de Parede de Concreto (CE-02:123.05). O Projeto circulou em Consulta Nacional
conforme Edital nº 12, de 07.12.2011 a 06.02.2012, com o número de Projeto 02:123.05-001.
O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope
This Standard establishes the basic requirements for the concrete walls cast on site, with removable
forms.
This Standard applies to axial load-bearing walls, with or without flexion, concreted with all the elements
that will be part of the final building, such as details of facade (frieze, recesses), reinforces, distributed
and localized installations (electrical and hydraulic), where fitted, and considers the slabs built into the
system by sense of solidarity with the walls, making the monolithic system (operation of plate and
membrane).
This Standard applies to structure concrete walls of normal density according to ABNT NBR 6118.
This Standard does not apply to:
 concrete walls prefabricated;
 concrete walls cast on site with built-in forms;
 curved walls;
 walls subjected to horizontal loading predominantly as retaining walls or tanks;
 foundations, elements of foundations, walls, diaphragm walls, retaining walls and soil nailed.
This Standard does not establish requirements for specification, preparation and compliance
of concrete, which must follow the specification of ABNT NBR 12655.
This Standard does not cover aspects of implementation relating to occupational safety and health,
established in government regulations, regulatory standards and at the ABNT NBR 12284.
For purposes of this Standard, it is considered simplified building the concrete wall building that have
until five floors and meet the following conditions:
 slabs will light with maximum dimension of 4 m maximum overload of 300 kgf/m². Do not accept
pre-cast slabs;
 floor to floor 3 m maximum height;
 plan dimensioons no less than 8 m.

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Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações —


Requisitos e procedimentos

1 Escopo
Esta Norma estabelece os requisitos básicos para as paredes de concreto moldadas in loco,
com fôrmas removíveis.

Esta Norma se aplica às paredes submetidas à carga axial, com ou sem flexão, concretadas com todos
os elementos que farão parte da construção final, tais como detalhes de fachada (frisos, rebaixos),
armaduras distribuídas e localizadas, instalações (elétricas e hidráulicas), quando embutidas, e
considera as lajes incorporadas ao sistema por solidarização com as paredes, tornando o sistema
monolítico ( funcionamento de placa e membrana)

Esta Norma se aplica a estrutura em paredes de concreto de massa específica normal conforme a
ABNT NBR 6118:2007.

Esta Norma não se aplica a:

 paredes de concreto pré-fabricadas;

 paredes de concreto moldadas in loco com fôrmas incorporadas;

 paredes curvas;

 paredes submetidas ao carregamento predominantemente horizontal, como muros de arrimo


ou reservatórios;

 fundações, elementos de fundações, paredes diafragma, paredes de contenções e solo grampeado.

Esta Norma não estabelece os requisitos para especificação, preparação e conformidade do concreto,
que devem seguir o que estabelece a ABNT NBR 12655.

Esta Norma não cobre aspectos da execução relativos à segurança do trabalho e à saúde, estabelecidos
em regulamentos governamentais, normas regulamentadoras e na ABNT NBR 12284.

Para efeito desta Norma, considera-se edifício simplificado o edifício de paredes de concreto
de até cinco pavimentos, e que atende às seguintes condições:

 lajes de vão livre máximo de 4 m e sobrecarga máxima de 300 kgf/m². Não são admitidas lajes
pré-moldadas;

 piso a piso máximo da construção de 3 m;

 dimensões em planta de no mínimo 8 m.

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2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para
referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-
se as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 5739, Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos – Método de


ensaio

ABNT NBR 6118:2007, Projeto de estruturas de concreto

ABNT NBR 6120, Cargas para o cálculo de estruturas de edificações

ABNT NBR 6123, Forças devidas ao vento em edificações

ABNT NBR 7212, Execução de concreto dosado em central – Procedimento

ABNT NBR 7480, Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado – Especificação

ABNT NBR 7481, Tela de aço soldada – Armadura para concreto

ABNT NBR 8681, Ações e segurança nas estruturas

ABNT NBR 8953, Concreto para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência

ABNT NBR 9062, Projeto e execução de estruturas pré-moldadas de concreto

ABNT NBR 9778, Argamassa e concreto endurecidos – Determinação da absorção de água, índice
de vazios e massa específica

ABNT NBR 11768, Aditivos químicos para concreto de cimento Portland – Requisitos

ABNT NBR 12284, Áreas de vivência em canteiros de obra – Procedimento

ABNT NBR 12654, Controle tecnológico de materiais componentes do concreto – Procedimento

ABNT NBR 12655, Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento – Procedimento

ABNT NBR 14862, Armaduras treliçadas eletrossoldadas – Requisitos

ABNT NBR 14931:2004, Execução de estruturas de concreto – Procedimento

ABNT NBR 15696, Fôrmas e escoramento para estruturas de concreto – Projeto, dimensionamento e
procedimentos executivos

ABNT NBR 15823-1, Concreto auto-adensável – Parte 1: Classificação, controle e aceitação no estado
fresco

ABNT NBR 15823-2, Concreto auto-adensável – Parte 2: Determinação do espalhamento e do tempo


de escoamento – Método do cone de Abrams

ABNT NBR 15873, Coordenação modular para edificações

ABNT NBR 15900-1, Água para amassamento do concreto – Parte 1: Requisitos

ABNT NBR NM 67, Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone

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3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
parede de concreto
elemento estrutural autoportante, moldado no local, com comprimento maior que dez vezes sua
espessura e capaz de suportar carga no mesmo plano da parede. O dimensionamento previsto nesta
Norma é válido quando o elemento tiver comprimento maior que dez vezes a espessura
3.2
construtor
profissional ou entidade responsável pela execução da obra
3.3
inspeção e fiscalização
atividades desenvolvidas para verificar se a execução está de acordo com as especificações do projeto
e desta Norma

3.4
documentação para procedimentos de execução
documentação que descreve os métodos e procedimentos usados para a execução da parede
de concreto

3.5
tolerância
limite da diferença entre dimensões especificadas ou de projeto e dimensões executadas
3.6
elemento pré-moldado de concreto
produto de concreto moldado e curado em local que não aquele de uso final, de acordo com
a ABNT NBR 9062
3.7
especificações de projeto
documentos que estabelecem dados técnicos e requisitos para um projeto em particular, preparados
para complementar e qualificar os requisitos desta Norma

3.8
acabamento de superfície
descrição da aparência da superfície de concreto, incluindo aspectos de geometria, textura, cor,
entre outros

4 Simbologia
Conforme a ABNT NBR 6118:2007.

5 Requisitos gerais da qualidade da estrutura e do projeto com paredes de


concreto
5.1 Generalidades
Todas as paredes de cada ciclo construtivo de uma edificação são moldadas em uma única etapa

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de concretagem, permitindo que, após a desforma, as paredes já contenham, em seu interior, vãos para
portas e janelas, tubulações ou eletrodutos de pequeno porte, elementos de fixação para coberturas
e outros elementos específicos quando for o caso.

As instalações com tubos de grande diâmetro não são embutidas nas paredes, mas sim alojadas em
shafts, previamente deixados nas paredes, como aberturas.

A decisão quanto ao embutimento ou não das instalações nas paredes deve ser do projetista
estrutural, de forma a não comprometer o sistema construtivo. Além disso, tal decisão deve considerar
as exigências de manutenibilidade das instalações hidro-sanitárias e elétricas ao longo da vida útil da
edificação.

5.2 Requisitos da qualidade da estrutura

Uma estrutura em paredes de concreto deve ser projetada e construída de modo que:

 resista a todas as ações que sobre ela produzam efeitos significativos tanto na sua construção
quanto durante a sua vida útil;

 sob as condições ambientais previstas na época de projeto e quando utilizada conforme


preconizado em projeto, conserve sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o
período correspondente à sua vida útil;

 contemple detalhes construtivos que possibilitem manter a estabilidade pelo tempo necessário à
evacuação quando da ocorrência de ações excepcionais localizadas previsíveis, conforme a
ABNT NBR 6118:2007.

5.3 Requisitos de qualidade do projeto

O projeto de uma estrutura em paredes de concreto deve ser elaborado adotando-se:

 sistema estrutural adequado à função desejada para a edificação;

 combinação de ações compatíveis e representativas;

 dimensionamento e verificação de todos os elementos estruturais presentes;

 especificação de materiais de acordo com os dimensionamentos efetuados;

 modulação coordenada conforme a ABNT NBR 15873.

Os projetos de fôrma, escoramentos, detalhes embutidos ou vazados e os projetos de instalações


devem ser validados pelo projetista de estrutura.

5.4 Documentação do projeto de estruturas de paredes de concreto

O projeto estrutural deve ser constituído de desenhos, especificações e memorial descritivo. Esses
documentos devem conter informações claras, corretas e consistentes entre si, tornando possível a
execução da estrutura de acordo com os critérios adotados.

O projeto deve apresentar desenhos contendo as plantas de formas e elevações das paredes com a
respectiva armadura. Sempre que necessário, devem ser apresentados: localização de pontos de
reforços, detalhes de amarração de paredes com paredes, paredes com laje e posicionamento de
juntas de controle ou construtivas.

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Dependendo da velocidade de execução da estrutura, o projeto deve contemplar as etapas construtivas


com as respectivas idades e resistências do concreto, tendo em vista a capacidade resistente das
lajes juntos às escoras e a fissuração oriunda do processo construtivo.

Antes do início da execução de qualquer parte da estrutura da parede de concreto, as especificações


de projeto relativas a essa parte devem estar completas e disponíveis.

As especificações de projeto devem considerar e fazer referência a Normas Brasileiras e, na falta de


algum ponto definido por Normas Brasileiras, podem-se utilizar referências estrangeiras, requisitos
específicos do local da obra, com respeito a todos os aspectos inerentes à construção, como instalações
contra incêndios, impermeabilização, ações sobre a estrutura (como o vento), segurança, condição
ambiental e outros.

O memorial descritivo deve conter:

— caracterização do empreendimento e local de implantação;

— hipóteses adotadas de carregamento;

— descrição da estrutura com condições de contorno.

5.5 Documentação da qualidade da estrutura de paredes de concreto

Quando for exigido, deve ser estabelecido um plano de garantia da qualidade para a execução da
parede de concreto, sendo elaborado pelo projetista em comum acordo com o construtor. Neste
caso, o plano de garantia da qualidade deve estar de acordo com os requisitos desta Norma e da
ABNT NBR 6118:2007.

Se um procedimento de controle da qualidade for exigido pela especificação de projeto, ele deve estar
disponível no local da obra.

5.6 Responsabilidades

Devem ser seguidas as atribuições de responsabilidades estabelecidas na ABNT NBR 12655.

6 Diretrizes para a durabilidade das estruturas de paredes de concreto


Aplicam-se as exigências da ABNT NBR 6118:2007.

No caso do uso de armaduras centradas com cobrimentos maiores que o especificado pela
ABNT NBR 6118:2007, pode-se utilizar as prescrições de uma classe de agressividade ambiental
imediatamente acima (mais branda), desde que se verifique que o estado-limite de abertura de fissuras
em uma eventual face tracionada atende ao estabelecido nesta Norma. A utilização de outros
concretos de massa específica normal, mas com outras características, deve ter o seu
desempenho verificado conforme a ABNT NBR 6118:2007, 7.4.2

7 Critérios de projeto que visam a durabilidade


Aplicam-se os requisitos da ABNT NBR 6118:2007. Para o cobrimento das armaduras das paredes
de concreto, aplicam-se os requisitos estabelecidos para pilares da ABNT NBR 6118:2007.

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ABNT NBR 16055:2012

8 Propriedades dos materiais


8.1 Concreto

O concreto deve seguir as especificações das ABNT NBR 6118, ABNT NBR 8953, ABNT NBR 12655,
segundo a classe de agressividade ambiental a que a estrutura estiver sujeita.

Para a análise das tensões devidas à retração aplicam-se, na falta de ensaios específicos,
o que estabelece a ABNT NBR 6118.

O concreto deve ser preparado e atender aos requisitos previstos nas ABNT NBR 12655
e ABNT NBR 7212.

Para o controle da qualidade dos materiais componentes do concreto, deve ser obedecido o disposto
na ABNT NBR 12654.

Para a caracterização do concreto, o ensaio de resistência à compressão, nas idades de controle,


deve ser feito conforme a ABNT NBR 5739, e os ensaios de massa específica, absorção de água e
índice de vazios, conforme a ABNT NBR 9778.

A consistência do concreto deve ser especificada conforme a classificação estabelecida na


ABNT NBR 8953 em função do tipo de aplicação.

A dimensão máxima característica do agregado graúdo deve ser estabelecida considerando a


espessura das paredes e a densidade da armadura.

O uso de aditivos químicos deve ser feito em conformidade com as Normas Brasileiras específicas
(ABNT NBR 11768 e ABNT NBR 12655). Não podem ser usados aditivos que possam atacar
quimicamente as armaduras, em especial aqueles à base de cloreto.

A especificação do concreto para o sistema construtivo previsto nesta Norma deve estabelecer:

a) resistência à compressão para desforma, compatível com o ciclo de concretagem;

b) resistência à compressão característica aos 28 dias (fck);

c) classe de agressividade do local de implantação da estrutura, conforme a ABNT NBR 12655;

d) trabalhabilidade, medida pelo abatimento do tronco de cone (ABNT NBR NM 67) ou pelo
espalhamento do concreto (ABNT NBR15823-2).

Requisitos complementares podem ser solicitadas pelos projetistas como:

— módulo de elasticidade do concreto, a uma determinada idade e tensão;

— retração do concreto.

8.2 Aço

8.2.1 Tela soldada

Conforme a ABNT NBR 7481.

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8.2.2 Barras

Conforme a ABNT NBR 7480.

8.2.3 Treliças

Conforme a ABNT NBR 14862.

9 Comportamento conjunto dos materiais


Conforme a ABNT NBR 6118:2007, Seção 9.

10 Segurança e estados limites


Conforme a ABNT NBR 6118:2007, Seção 10.

11 Ações
11.1 Generalidades

As ações a considerar são classificadas conforme a ABNT NBR 6118:2007, Seção 11.

Devem ser consideradas todas as cargas laterais a que a parede possa ser submetida, inclusive
cargas de desaprumo, de acordo com 11.2 a 11.4.

Para edifícios simplificados conforme a Seção 1 (escopo) admitem-se as hipóteses simplificadoras de


17.2.

11.2 Esforços solicitantes

O cálculo dos esforços solicitantes deve ser realizado de acordo com os princípios da teoria das
estruturas.

Os edifícios de paredes de concreto devem ser contraventados de tal forma que não ocorram grandes
deslocamentos relativos entre o topo e a base do edifício, respeitando-se os limites estabelecidos na
ABNT NBR 6118:2007,13.3. Admite-se que esta condição foi atendida quando:

 a estabilidade lateral dos componentes e do conjunto estrutural é garantida pela disposição de


paredes resistentes nas duas direções. A rigidez da ligação entre as paredes deve ser
assegurada, de modo a minimizar sua esbeltez;

 a laje é calculada como solidária com as paredes resistentes e funciona como diafragma rígido,
de forma a transferir a estas os esforços horizontais. Permite-se o cálculo das reações das lajes
pelo método das charneiras plásticas, porém os esforços devidos à flexão devem ser
criteriosamente determinados de forma a garantir a monoliticidade do diafragma e a conexão
deste com as paredes.

11.3 Cargas verticais nas paredes

O carregamento gravitacional das paredes deve considerar todas as cargas atuantes sobre ela,
de acordo com a ABNT NBR 6120.

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ABNT NBR 16055:2012

Considera-se que estas cargas atuam paralelamente ao plano médio das paredes de concreto, que
devem ser calculadas como estruturas de casca plana, podendo seus esforços característicos ser
obtidos em regime elástico, desde que as premissas de 17.2 sejam obedecidas.

11.3.1 Cargas linearmente distribuídas

As cargas gravitacionais são admitidas linearmente distribuídas e aplicadas nas paredes de concreto,
que podem ser tratadas como elementos de chapa. Em certas situações, as cargas podem assumir
um caminhamento inclinado ao longo das paredes de concreto, redistribuindo-se inclusive entre
paredes adjacentes. Nesta condição, devem ser verificadas as tensões de cisalhamento nas paredes
e entre elas. O ângulo-limite do caminhamento das cargas é de 45°.

11.3.2 Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas

Nas paredes estruturais, uma carga concentrada ou parcialmente distribuída pode ser suposta
repartida uniformemente em seções horizontais limitadas por um dos planos inclinados a 45° sobre a
vertical e passando pelo ponto de aplicação de carga ou pelas extremidades da faixa de aplicação.
Deve-se verificar a interferência entre cargas próximas conforme a Figura 1. A tensão de contato deve
ser verificada conforme 17.7.

h >h

45° 45° 45° 45°

Figura 1 – Cargas concentradas ou parcialmente distribuídas

11.3.3 Distribuição de cargas devidas às aberturas

Nas seções horizontais acima e abaixo de eventuais aberturas, a distribuição da carga deve ser feita
excluindo as zonas limitadas por planos inclinados a 45°, tangentes às bordas da abertura. O
dimensionamento ao redor das aberturas deve ser realizado conforme 17.8.

11.4 Ações transversais ao plano da parede de concreto

As ações horizontais que devem obrigatoriamente ser consideradas são as originadas pelo vento e
pelo desaprumo, não se prescindindo das demais ações que, na avaliação do projetista, possam
produzir esforços relevantes. Considerar entre a ação do vento e o desaprumo, aquela que proporcionar
a situação mais desfavorável.

A expressão de dimensionamento deve levar em conta estes esforços.

11.4.1 Ação do vento

Para a consideração da ação do vento deve ser seguida a ABNT NBR 6123.

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ABNT NBR 16055:2012

11.4.2 Desaprumo

Para edifícios de múltiplos andares, deve ser considerado um desaprumo global através de um ângulo
de desaprumo , conforme a equação:
1

170

onde

 é o ângulo de desaprumo, expresso em radianos (rad);

H é a altura da edificação, expressa em metros (m).

11.5 Interação entre fundação e estruturas

A consideração no modelo estrutural da interação solo-estrutura é obrigatória no caso de edifícios com


mais de cinco pavimentos, considerando a deformabilidade da fundação (inclusive vigas de
apoio), conforme parâmetros geotécnicos definidos por especialista em mecânica de solos. Deve-
senomínimoconsideraromodelodemolasdiscretasindependenteslocalizadasnospontosdeapoio das
vigas de fundação.

Para o caso dos edifícios simplificados conforme a Seção 1 (escopo) , o modelo de análise estrutural
de edifícios de paredes com vigas de apoio deve considerar no mínimo a flexibilidade relativa entre
paredes e vigas.

O modelo com interação solo-estrutura é obrigatório para os casos de fundação em níveis diferentes.

11.6 Comportamento conjunto parede-transição


O modelo de análise estrutural de edifícios de paredes com vigas de transição deve considerar a
flexibilidade relativa entre paredes e vigas. Para isso, é essencial que o cálculo da transição seja
realizado em conjunto com o cálculo das paredes estruturais em um único modelo tridimensional.

11.7 Coeficientes de ponderação dos esforços

Devem ser determinados conforme a ABNT NBR 6118:2007 quanto a combinações para os estados
limites último (ELU) e de serviço (ELS).

12 Resistências
Tendo em vista o escopo desta Norma, a resistência característica à compressão do concreto (fck)
não pode ser considerada superior a 40 MPa.

13 Limites para dimensões, deslocamentos e aberturas de fissuras


13.1 Dimensões mínimas

A espessura mínima das paredes com altura de até 3 m deve ser de 10 cm. Permite-se espessura de
8 cm apenas nas paredes internas de edificações de até dois pavimentos. Para paredes com alturas
maiores, a espessura mínima deve ser ℓe/30, com ℓe obtido de acordo com o disposto em 17.2.

Os demais limites para as situações de serviço, a menos de ensaios específicos, devem seguir as
exigências da ABNT NBR 6118.

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13.2 Juntas de trabalho

13.2.1 Juntas de controle verticais

Para prevenir o aparecimento de fissuras, deve ser analisada a necessidade da colocação de juntas
verticais.

NOTA A fissuração da parede pode ocorrer por variação de temperatura, retração, variação brusca de
carregamento e variação da altura ou espessura da parede.

Para paredes de concreto contidas em um único plano e na ausência de uma avaliação precisa das
condições específicas da parede, devem ser dispostas juntas verticais de controle. O espaçamento
máximo das juntas deve ser determinado com dados de ensaios específicos. Na falta desses ensaios,
adotar o distanciamento máximo de 8 m entre juntas para paredes internas e 6 m para paredes
externas.

As juntas podem ser passantes ou não passantes, pré-formadas ou serradas.

13.2.2 Junta de controle horizontal

Em face da dilatação da última laje, deve ser prevista uma junta de controle imediatamente sob esta
laje. Esta junta segue os mesmos procedimentos de 13.2.1

13.2.3 Juntas de dilatação

Sempre que a deformação por efeito da variação da temperatura puder comprometer a integridade do
conjunto, recomenda-se o uso de juntas de dilatação como estabelecido a seguir:

— a cada 25 m da estrutura em planta. Este limite pode ser alterado desde que seja feita uma
avaliação mais precisa dos efeitos da variação de temperatura e de retração do concreto sobre a
estrutura.

— nas variações bruscas de geometria ou de esforços verticais.

13.3 Instalações

As tubulações verticais podem ser embutidas nas paredes de concreto, desde que atendidas
simultaneamente às seguintes condições:

— quando a diferença de temperatura no contato entre a tubulação e o concreto não ultrapassar 15


°C;

— quando a pressão interna na tubulação for menor que 0,3 MPa;

— quando o diâmetro máximo for de 50 mm;

— quando o diâmetro da tubulação não ultrapassar 50 % da espessura da parede, restando espaço


suficiente para, no mínimo, o cobrimento adotado e a armadura de reforço. Admite-se tubulação
com diâmetro até 66 % da espessura da parede e com cobrimentos mínimos, desde que existam
telas nos dois lados da tubulação com comprimento mínimo de 50 cm para cada lado;

— tubos metálicos não encostem nas armaduras para evitar corrosão galvânica.

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ABNT NBR 16055:2012

Não se admitem tubulações horizontais, a não ser trechos de até um terço do comprimento da parede,
não ultrapassando 1 m, desde que este trecho seja considerado não estrutural.

Em nenhuma hipótese são permitidas tubulações, verticais ou horizontais, nos encontros de paredes.

14 Análise estrutural
14.1 Objetivos da análise estrutural

A análise estrutural deve permitir que se obtenham esforços internos, tensões, deslocamentos e
deformações em um elemento ou em toda a estrutura, de modo que os estados-limite último e
de serviço possam ser corretamente verificados.

14.2 Premissas da análise estrutural

A análise de uma estrutura de paredes de concreto deve ser realizada considerando o equilíbrio de
cada um dos seus elementos e da estrutura como um todo.

O caminho descrito pelas ações, sejam elas verticais ou horizontais, deve estar claramente definido
desde o seu ponto de aplicação até onde se suponha o final da estrutura. Devem-se contemplar nesta
análise as interferências com os outros subsistemas (aberturas, instalações elétricas, hidráulicas e
outros).

14.3 Hipóteses básicas

Admite-se válida a análise elástico-linear para obtenção dos esforços solicitantes e para análise das
situações de serviço.

Devem ser utilizadas as combinações de ações previstas na ABNT NBR 8681 (combinações rara,
frequente, e quase permanente) e as relativas à segurança, estabelecidas na ABNT NBR 6118.

Para análise das situações de ELU, na falta de modelo mais preciso, admite-se a utilização dos
esforços solicitantes obtidos pela análise linear com o objetivo de se obterem as resultantes das
tensões solicitantes que devem ser utilizadas no dimensionamento conforme prescrito na Seção 17.

A parede componente do sistema estrutural de contraventamento pode ser representada por elemento
linear, desde que se considere, além da deformação por flexão, a deformação por cisalhamento. A
interação de paredes que se interceptam deve ser incluída no modelo, representando de forma
adequada a eventual distinção entre a posição do centro de gravidade e do centro de cisalhamento
da seção transversal composta (T, L, C etc.)

14.4 Premissas básicas de concepção do projeto

As estruturas de paredes de concreto projetadas e construídas de acordo com esta Norma devem
atender às seguintes premissas básicas:

 comprimento da parede maior ou igual a dez vezes a sua espessura (para caracterizar o elemento
de parede de concreto); os casos não atendidos por esta prescrição devem ser dimensionados
como elemento linear de pilar ou pilar-parede ou viga-parede;

 espessura da parede igual ou maior que 10 cm, observadas as ressalvas e limitações previstas
em 13.1;

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 resistência característica à compressão no concreto (fck) menor ou igual a 40 MPa e atendendo


aos requisitos de durabilidade em função da classe de agressividade ambiental;

 consideração, no dimensionamento, dos esforços causados pelas restrições devido aos efeitos
da variação volumétrica por retração e dilatação térmica;

 análise dos esforços de torção, quando o centro de gravidade não coincidir com o centro
de torção, no caso da utilização de modelos de barras para as paredes.

Paredes predominantemente comprimidas com excentricidades menores que t/10 podem ser tratadas
pelo critério simplificado de dimensionamento (conforme 17.5).

15 Instabilidade e efeitos de segunda ordem


15.1 Instabilidade global

De acordo com a ABNT NBR 6118:2007, 15.5.

15.2 Instabilidade local

De acordo com a ABNT NBR 6118:2007, 15.8.

15.3 Instabilidade localizada

De acordo com a ABNT NBR 6118 :2007, 15.9.

16 Princípios gerais de dimensionamento, verificação e detalhamento


Conforme a ABNT NBR 6118.

Devem ser previstas armaduras de ligação entre os elementos: parede  parede, parede  laje, parede
 fundação, com área mínima especificada em 17.3.1.

Para as aberturas, ver a Figura 8 em 17.8.3.1.

17 Dimensionamento
17.1 Generalidades

As paredes devem ser construídas monoliticamente e com armadura de ligação, observada a armadura
mínima estabelecida em 17.3,seja na ligação parede com parede, seja na ligação parede com laje,
em todas as suas bordas. Qualquer elemento pré-moldado (lajes, escadas e outros) não pode invadir
a seção da parede e deve ser consolidado com esta, com a finalidade de preservar o efeito de diafragma
rígido e garantir a continuidade das paredes.

As paredes devem ter extremidades com travamento de no mínimo três vezes a sua espessura.
Também há necessidade de travamento sempre que o comprimento da parede entre os travamentos
ultrapassar duas vezes a sua altura geométrica. No caso de não ser possível o travamento, a parede
deve ser parcialmente calculada como pilar ou pilar-parede, conforme a ABNT NBR 6118.

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ABNT NBR 16055:2012

As paredes que não estiverem continuamente apoiadas em outro elemento (parede inferior ou fundação
contínua) devem ter a região não apoiada analisada como viga-parede (ver 17.9).

O cálculo das lajes deve seguir as exigências da ABNT NBR 6118.

Não é permitida a abertura de paredes ou sua remoção sem prévia consulta ao projetista.
Esta observação deve constar nos documentos do projeto.

17.2 Premissas básicas de dimensionamento

As estruturas de paredes de concreto devem atender às seguintes premissas básicas:

— trechos de parede com comprimento menor que dez vezes a sua espessura devem ser
dimensionados como pilar ou pilar-parede;

— paredes devem ser dimensionadas à flexocompressão para os esforços atuantes, considerando-


se como mínimo o maior valor entre as seguintes excentricidades:

a) excentricidade mínima de (1,5 + 0,03 t) cm, onde t é a espessura da parede;

b) excentricidade decorrente da pressão lateral do vento nas paredes externas;

— comprimento equivalente da parede (ℓe), de acordo com a Figura 2.

Topo Topo

e= 2  0,3
b 1+( / 3)
=
e

 = /b

Base Base

Topo Topo

e= se   1
1+ 2
b b

se   1 e= 2b 
e=
2 

 Base
  = /b
Base

Figura 2 – Comprimento equivalente le

17.2.1 No caso de utilização de tela dupla, deve ser considerada para o dimensionamento somente a
colaboração da armadura tracionada.

17.2.2 No caso da utilização de armaduras duplas (telas em ambas as faces), para t < 15 cm, a
armadura vertical considerada deve ser 50 % do total da seção (armadura de apenas uma das
faces). Para t  15 cm, permite-se a utilização de 67 %, devido à maior eficiência das armaduras para
estas espessuras de paredes.
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17.3 Armadura mínima

17.3.1 Seção de aço

Devem ser utilizados os aços definidos em 8.2.

A seção mínima de aço das armaduras verticais obtidas com aço CA-60, deve corresponder a 0,09 %
da seção de concreto. Para construções de até dois pavimentos permite-se a utilização de armadura
mínima equivalente a 66 % deste valor.

A seção mínima de aço das armaduras horizontais deve corresponder a 0,15 % da seção de concreto.
No caso de paredes externas com até 6 m de comprimento horizontal entre juntas de controle ou
paredes internas de qualquer comprimento, permite-se a utilização de armadura mínima equivalente a
60 % destes valores. Para construções de até dois pavimentos permite-se a utilização de armadura
mínima equivalente a 40 % destes valores.

A armadura de ligação nos cruzamentos de paredes deve observar o mínimo estabelecido para a
armadura horizontal. Na continuidade das paredes entre pavimentos deve ser respeitada a armadura
mínima vertical.

No caso da utilização de armaduras duplas (armaduras em ambas as faces), para t < 15 cm, a
armadura mínima vertical deve ser aplicada a cada uma das faces. Para t > 15 cm permite-se a
utilização de 0,67 desta armadura em cada face, devido à maior eficiência das armaduras para
estas espessuras de paredes. Para as armaduras horizontais, a armadura total mínima permanece a
mesma.

17.3.2 Espaçamento entre barras de aço

O espaçamento máximo entre as barras das armaduras verticais e horizontais não pode ser maior que
duas vezes a espessura da parede, sendo de no máximo 30 cm.

17.3.3 Quantidade de tela soldada

As paredes de concreto podem conter apenas uma tela soldada, disposta longitudinalmente e próxima
ao centro geométrico da seção horizontal da parede. Nos casos a seguir, deve ser especificada tela
soldada para as duas faces da parede:

— quando a espessura da parede for superior a 15 cm;

— em parede no andar térreo de edificações, quando sujeita a choque de veículos, e paredes que
engastam marquises e terraços em balanço.

17.4 Reforços horizontais

Sempre que as paredes tiverem a borda superior livre, deve existir armadura horizontal com valor
mínimo de 0,5 cm², em toda a sua extensão, alojada na região da seção transversal junto à borda livre,
a uma distância de no máximo duas vezes a espessura da parede.

Todas as aberturas com dimensão horizontal maior ou igual a 40 cm devem ser reforçadas com
armaduras horizontais nas faces superior e inferior da abertura, sendo a seção da armadura determinada
por modelo elástico ou biela-tirante, respeitando o mínimo de 0,5 cm² em cada face, e comprimento

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que ultrapasse a face lateral da abertura em no mínimo o comprimento de ancoragem da barra


acrescido de ¼ do vão horizontal da abertura. Pode-se, alternativamente, utilizar o dimensionamento
proposto em 17.8 ou tratar os trechos de parede localizados sobre/sob aberturas como elementos
fletidos que aporticam as paredes adjacentes às aberturas. Neste caso, as armaduras de flexão
desses elementos, calculadas com base na composição dos carregamentos verticais e horizontais,
devem ser devidamente estendidas, penetrando nas paredes adjacentes, de modo a garantir a
sua perfeita ancoragem.

17.5 Resistência-limite sob solicitação normal

17.5.1 Resistência de cálculo sob normal de compressão

A resistência de cálculo, para a pressão máxima de vento de 1 kN/m2, deve ser determinada conforme
a equação a seguir, considerando a minoração referente à instabilidade localizada (15.3) com as
excentricidades previstas em 17.2:

0,85fcd    fscd  t  0,85 fcd    fscd  t  0,4 f  A


nd,resist  cd c
k1 1  3k2 2  k2  1,643

onde

nd, resist é a normal resistente de cálculo, por unidade de comprimento, admitida no plano médio
da parede;

 é a taxa geométrica da armadura vertical da parede, não maior que 1 %;

t é a espessura da parede;

Ac é a área da seção transversal de concreto da parede.

sendo

fscd = ES . 0,002 / s, considerando a compatibilização da deformação no aço com a do concreto adjacente

c = 1,4 . 1,2 = 1,68

Para: 35    86  k1   35, k2  0
  86
Para: 86    120  k1   35, k 2
35
Para pressões de vento superiores a 1 KN/m² ,devem ser feitas verificações adicionais das paredes de
periferia submetidas à flexão simples. As paredes do último pavimento devem ser calculadas como
engastadas na parte inferior e apoiadas na laje de cobertura na parte superior. As paredes dos demais
pavimentos devem ser calculadas como biengastadas.

17.5.2 Verificação à compressão

O dimensionamento é atendido se os esforços solicitantes por metro linear obtidos pelo modelo de
cálculo forem menores que a normal resistente de cálculo dada em 17.5.1, em cada um de seus
trechos.

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Considerando que todos os casos e combinações de carregamento estão contemplados, para


cada trecho de parede a ser verificado e para cada caso ou combinação considerado, permite-se
considerar que a segurança ao estado limite último foi atendida para as solicitações normais sempre que
a condição a seguir for atendida:
3  nd,max  nd,min
nd,resist 
4
onde
nd,max é o maior valor normal por unidade de comprimento, para o carregamento considerado,
no trecho escolhido;
nd,min é o menor valor normal por unidade de comprimento, para o carregamento considerado,
no trecho escolhido.

Os valores representados por nd,max e nd,min devem corresponder aos esforços das seções dos
extremos do trecho considerado, sendo que ao longo de toda a extensão desse trecho os sinais destes
valores mantêm-se constantes, conforme a Figura 3. No caso de tração, nd,min é igual a zero.
Diagrama a considerar

Compressão

Tração

Diagrama real

Figura 3 – Diagrama dos esforços de compressão

17.5.3 Dimensionamento à tração devido a momentos no plano da parede

A força total de tração é resultante da integração do bloco de tensões e ocorre devido a momentos no
plano da parede. Para efeito do dimensionamento à tração devem ser considerados todos os casos
de carregamento e combinações que ocorrem em cada trecho da parede. Na falta de método mais
preciso permite-se utilizar a expressão de 17.5.2 em todo o trecho tracionado.

Adicionalmente, deve ser tomado cuidado no dimensionamento das armaduras, visando à manutenção
precisa da força resultante das tensões de tração resistente na armadura.

17.6 Dimensionamento ao cisalhamento

17.6.1 Forças convencionais de cisalhamento

O esforço solicitante total horizontal em uma direção é distribuído por todas as almas das paredes
resistentes na mesma direção. Em nenhum caso pode-se acrescentar a largura da mesa ou flange
em seções transversais do tipo T ou L.

O esforço solicitante deve ser obtido considerando-se todos os casos de carregamento e combinações
necessários para efeito deste cálculo.

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17.6.2 Verificação da resistência

A força cortante solicitante de cálculo em cada parede não pode superar a força cortante resistente
de cálculo (fvd) especificada pela equação a seguir:

Vd  fvd

fvd  0,3  fct,d  1  3 cmd fck  t  l


1 + 3 cmd/ fck  2

sendo:

0,21  fck 
23
fct,d 
c

onde:

cmd é a tensão média de cálculo no concreto comprimido, expressa em megapascals (MPa);

t é a largura de cada trecho que compõe uma mesma parede, expressa em metros (m);

l é o comprimento de cada trecho que compõe uma mesma parede tomado sempre
da direção do esforço cortante, expresso em metros (m);

fck é a resistência característica à compressão do concreto, expressa em megapascals (MPa).

17.6.3 Armadura de cisalhamento

Caso a condição Vd  fvd de 17.6.2 não seja atendida, deve-se armar a parede ao cisalhamento com
área de armadura calculada como a seguir:
Ash/s = Vd / fyd
Asv/s = (Vd – nd/2)/fyd

Sendo Vd a força cortante por unidade de comprimento e nd a compressão por unidade de comprimento
na mesma seção.

17.7 Dimensionamento devido a cargas localizadas


A tensão de contato de cálculo provocada por elementos não contínuos não pode superar o valor dado
pela equação:

cont, d  0,85  fcd

17.8 Dimensionamento ao redor das aberturas

17.8.1 Região de influência

Para uma abertura de dimensão horizontal ah e dimensão vertical av, deve ser considerada uma região
de influência de 0,5 ah de cada lado, horizontalmente, e de 0,75 ah de cada lado, verticalmente. No caso
de existirem aberturas na mesma parede, elas devem estar espaçadas no mínimo ah (Figura 4). Isto
não ocorrendo, o trecho entre as aberturas deve ser dimensionado como pilar ou pilar-parede.

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0,75.av
av
0,75.a v

Figura 4 – Ilustração de distribuição horizontal de aberturas em uma parede de concreto

Estão dispensadas de qualquer verificação e reforços, paredes com furos ou aberturas com tamanho
máximo de duas vezes a espessura da parede. Furos e aberturas consecutivos devem ter um
espaçamento livre entre eles de no mínimo quatro vezes a espessura da parede.

17.8.2 Limitação de tensão no concreto

17.8.2.1 Definição da distância de influência

A distância de influência dv é o valor da distância a partir do qual as tensões podem ser consideradas
uniformes ao longo de toda a parede, sem a influência da abertura. Este valor aparece entre uma
abertura e uma estrutura de apoio fixa. Entre duas aberturas consecutivas verticalmente, deve ser
considerada esta uniformização a partir do valor 2dv (Figura 5).
2.dv
av
dv

Legenda

VB viga baldrame
VT viga de transição
Figura 5 – Ilustração de distribuição vertical de aberturas em uma parede de concreto

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17.8.2.2 Definição do coeficiente Kab

O coeficiente Kab indica a parcela de carga que se desvia sob a abertura. Este desvio é nulo para
aberturas contínuas (dv = 0) e é total para dv = 0,75 ah. Os valores de Kab variam como estabelecido
a seguir:

a) para dv > 0,75 ah  Kab = 0,15 . v2


fck
Sendo:  v2  1 
250
onde fck é a resistência característica do concreto, expressa em megapascals (Mpa);

b) para dv < 0,75 ah, interpolar pelo gráfico da Figura 6, com k1 e k2, conforme 17.5.1.

Kab

0,15  v2

dv /ah
0,75

Figura 6 – Valores do coeficiente Kab

17.8.2.3 Definição do esforço solicitante

O esforço solicitante a ser considerado é a maior resultante vertical obtida no modelo estrutural que
necessariamente deve contemplar as aberturas. Toma-se a maior entre as duas resultantes R1 e R2
obtidas pela integração das tensões normais atuantes numa região não menor do que ah/2 de cada
lado das aberturas (conforme a Figura 7).

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ah /2 ah ah /2

R1 R2

Figura 7 – Esforço solicitante

17.8.2.4 Verificação

A verificação deve ser realizada aplicando a equação:

Rd,max < Kab , fcd . t . ah

onde Rd,max é o maior valor entre R1 e R2 , majorado de f.

17.8.3 Armaduras de reforço ao redor das aberturas

17.8.3.1 Dimensões

As armaduras de reforço ao redor das aberturas devem ser distribuídas em faixas com dimensões
de ah/2 e devem ter como comprimento mínimo, além da abertura, o maior valor entre (ver Figura 8):

(ah / 2 + 10  e ℓb

onde ℓb é o comprimento de ancoragem, expresso em metros (m).

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av /2 + 10Ø
lb ou

av /2
av
av /2

lb ou
ah/2 + 10Ø

ah/2 ah ah/2

Figura 8 – Armaduras de reforço

17.8.3.2 Armaduras

A armadura horizontal deve ser o somatório entre a armadura calculada para a função de verga mais
a armadura necessária para equilibrar o desvio da força vertical, sendo esta última dada pela expressão:
Rd,max  dv
” Aslh  
2.fyd 0,75.ah

com dv < 0,75 ah .

Na parte inferior da abertura, como contraverga, deve-se prever no mínimo uma armadura igual
a Aslh.

A armadura vertical de cada lado da abertura deve ser obtida pela equação:

2  Rd,max
 Kab  fcd  t
Aslv ah

s fyd

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18 Requisitos para a execução das paredes de concreto


18.1 Requisitos gerais

Aplicam-se os requisitos estabelecidos na ABNT NBR 14931:2004 para o canteiro de obras, o


recebimento e o armazenamento e aplicação de materiais e equipamentos.

Devem constar do plano de qualidade de obra:

— a relação de materiais com especificação, procedimentos de controle e aceitação;

— a relação de serviços de execução controlados, e os respectivos procedimentos de execução


e inspeção;

— a identificação das especificidades no que se refere à manutenção de fôrmas.

Os projetos de fôrmas, escoramentos, detalhes embutidos ou vazados e os projetos de instalações


devem ser validados pelo projetista de estrutura.

18.2 Sistema de fôrmas

18.2.1 Requisitos básicos

O sistema de fôrmas é composto de estruturas provisórias, cujo objetivo é moldar o concreto fresco.
É compreendido por painéis de fôrmas, escoramento, cimbramento, aprumadores e andaimes,
incluindo seus apoios, bem como as uniões entre os diversos elementos.

O sistema de fôrmas deve ser projetado e construído de modo a ter:

a) resistência a ações a que possa ser submetido durante o processo de construção, considerando:

— ações ambientais;

— carga da estrutura auxiliar;

— carga das partes da estrutura permanente a serem suportadas pela estrutura auxiliar até que
o concreto atinja as características estabelecidas pelo responsável pelo projeto estrutural
para remoção do escoramento;

— efeitos dinâmicos acidentais produzidos pelo lançamento e adensamento do concreto, em


especial o efeito de adensamento sobre o empuxo do concreto nas fôrmas das paredes,
respeitados os limites estabelecidos em 19.6 e 19.7;

b) rigidez suficiente para assegurar que as tolerâncias especificadas para a estrutura das paredes
de concreto em 19.3.4 e nas especificações de projeto (ver 5.3) sejam satisfeitas e a integridade
dos elementos estruturais não seja afetada;

c) estanqueidade e conformidade com a geometria das peças que estão sendo moldadas.

O formato, a função, a aparência e a durabilidade de uma estrutura de parede de concreto permanente


não podem ser prejudicados devido a qualquer problema com as fôrmas, o escoramento, os
aprumadores ou sua remoção.

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ABNT NBR 16055:2012

18.2.2 Propriedade dos materiais

O material utilizado no sistema de fôrmas deve atender aos requisitos de 18.2.1 e às normas do
produto.

O uso adequado possibilita o reaproveitamento de fôrmas e dos materiais utilizados para a


sua construção. No entanto, em um processo de utilização sucessiva, devem ser verificadas as
características e principalmente a capacidade resistente da fôrma e do material que a constitui.

18.2.3 Projeto do sistema de fôrmas

18.2.3.1 Generalidades

As fôrmas e escoramentos devem obedecer ao que estabelece a ABNT NBR 15696.

A escolha da tipologia adequada, bem como o desenvolvimento e o detalhamento do projeto de fôrmas


são de extrema importância para a viabilidade do sistema de paredes de concreto e para a garantia
da qualidade do produto final.

É obrigatória a realização do projeto de fôrmas em conformidade com o projeto estrutural, contemplando:

 detalhamento geométrico e posicionamento dos painéis;


 detalhamento geométrico dos equipamentos auxiliares;
 detalhamento geométrico do travamento e aprumo;
 detalhamento do escoramento, inclusive escoramento residual permanente;
 tempo de retirada do escoramento residual;
 carga acumulada nas escoras do escoramento residual;
 sequência executiva de montagem e desmontagem;
 coordenação modular de projeto (ABNT NBR 15873).

As contraflechas estabelecidas no projeto estrutural devem ser obedecidas na execução.

18.2.3.2 Escoramento

Oescoramentodeveserprojetadodemodoanãosofrer,sobaaçãodeseupesopróprio,dopesodaestrutura
e das cargas acidentais que possam atuar durante a execução da estrutura de concreto, deformações
prejudiciais ao formato da estrutura de parede de concreto ou que possam causar esforços não
previstos no concreto.

No projeto do escoramento devem ser consideradas a deformação e a flambagem dos materiais e


as vibrações a que o escoramento estará sujeito.

Devem ser tomadas as precauções necessárias para evitar recalques prejudiciais provocados no solo
ou na parte da estrutura que suporta o escoramento, pelas cargas por este transmitidas, prevendo-se
o uso de lastro, piso de concreto ou pranchões para correção de irregularidades e melhor distribuição
de cargas, assim como cunhas para ajustes de níveis. No caso de escoramento metálico, devem ser
seguidas as instruções do fornecedor responsável pelo sistema.

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ABNT NBR 16055:2012

Os planos de desforma e escoramentos remanescentes devem levar em conta os materiais utilizados


associados ao ritmo de construção, tendo em vista o carregamento decorrente e a capacidade de
suporte das lajes anteriores, quando for o caso.

Neste caso devem ser considerados os seguintes aspectos:

— nenhuma carga deve ser imposta e nenhum escoramento removido de qualquer parte da estrutura
enquanto não houver certeza de que os elementos estruturais e o sistema de escoramento têm
resistência suficiente para suportar com segurança as ações a que estarão sujeitos;

— nenhuma ação adicional não prevista nas especificações de projeto ou na programação da


execução da estrutura de concreto deve ser imposta à estrutura ou ao sistema de escoramento sem
que se comprove que o conjunto tem resistência suficiente para suportar com segurança as ações
a que estará sujeito.

18.2.3.3 Fôrmas

O projeto de fôrmas deve atender aos requisitos básicos descritos em 18.2.3.1.

18.2.3.4 Precauções contra incêndio

Devem ser tomadas as devidas precauções para proteger o sistema de fôrmas de riscos de incêndio,
observando a legislação vigente.

18.2.3.5 Componentes embutidos nas fôrmas e redução de seção

O sistema parede de concreto deve permitir que, após a retirada das fôrmas, as paredes contenham,
embutidos em seu interior, todos os elementos previstos em projeto, tais como caixilhos de portas e
janelas, eletrodutos, fixação de cobertura ou outros insertos.

A concentração de componentes e furos em uma determinada região da estrutura da parede de


concreto deve ser objeto de verificação pelo projetista estrutural.

Qualquer componente embutido deve preservar o seu formato durante a operação de concretagem e
resistir a contaminações que possam afetar sua integridade, a do concreto ou a da armadura. No
caso de ser metálico, deve-se prever proteção contra corrosão.

18.2.3.6 Aberturas temporárias em paredes

Aberturas e orifícios de até 5 cm de diâmetro, com espaçamento vertical mínimo de 30 cm e


espaçamento horizontal mínimo de 60 cm, usados para trabalhos temporários devem ser preenchidos e
acabados com um material de características similares e compatíveis às do concreto da estrutura. Os
outros casos devem ser preenchidos com material apropriado após estudo do projetista estrutural.

18.2.3.7 Uso de agentes desmoldantes

Como o sistema construtivo de parede de concreto admite o uso de fôrmas metálicas, de madeira,
plásticas e outros tipos, atenção especial deve ser dada ao desmoldante escolhido. O produto precisa
ser adequado a cada superfície, atendendo aos seguintes requisitos:

— garantir que o concreto não tenha aderência à fôrma;

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ABNT NBR 16055:2012

— não deixar resíduos na superfície das paredes ou ser de difícil remoção, podendo comprometer
a aderência do revestimento final e o aspecto da parede;

— não alterar as características físicas e químicas do concreto;

— não degradar a superfície das fôrmas.

Agentes desmoldantes devem ser aplicados de acordo com as especificações do fabricante, levando
em consideração orientações referentes a requisitos ambientais e de saúde ocupacional.

18.2.3.8 Remoção de fôrmas e escoramentos

Aplica-se o disposto na ABNT NBR 14931:2004, Seção 10.2.

18.3 Armaduras

18.3.1 Generalidades

Em nenhum caso deve ser empregado na estrutura de parede de concreto, aço de qualidade diferente
da especificada no projeto, sem aprovação prévia do projetista.

Cada produto deve ser claramente identificado na obra, de maneira a evitar trocas involuntárias.

O processo de ancoragem dos componentes de armaduras por aderência ou por meio de dispositivos
mecânicos deve seguir o que estabelece o projeto da estrutura de parede de concreto.

18.3.2 Recebimento, transporte e armazenagem

As armaduras não podem ser danificadas durante as operações de transporte, armazenagem e


posicionamento no elemento estrutural.

As armaduras não podem ser estocadas em contato direto com o solo.

18.3.3 Limpeza

A superfície da armadura deve estar livre de ferrugem e substâncias deletérias que possam afetar de
maneira adversa o aço, o concreto ou a aderência entre esses materiais.

As armaduras levemente oxidadas por exposição ao tempo em ambientes de agressividade fraca a


moderada sem produtos destacáveis, e sem redução de seção, podem ser empregadas em estruturas
de parede de concreto.

Armaduras que apresentem produtos destacáveis na sua superfície em função do processo de


corrosão devem passar por limpeza superficial. Após a limpeza, deve ser feita uma avaliação das
condições da armadura, em especial de eventuais reduções de seção.

Caso a armadura apresente nível de oxidação que implique redução de seção, deve ser feita uma
limpeza enérgica e posterior avaliação das condições de utilização pelo projetista estrutural, de acordo
com as normas de especificação do produto, eventualmente considerando-a como de diâmetro nominal
inferior. No caso de corrosão por ação e presença de cloretos, com formação de “pites” ou cavidades,
a armadura deve ser tratada para a retirada do sal e dos cloretos dessas pequenas cavidades e
só poderá ser utilizada após comprovação da ausência de cloretos através de ensaios específicos.

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ABNT NBR 16055:2012

18.3.4 Preparo e montagem da armadura

A montagem das armaduras e reforços deve seguir as especificações do projeto estrutural.

É imprescindível garantir o posicionamento das armaduras e a geometria dos painéis em obediência


ao projeto, especialmente alinhamentos e espessura de paredes, com as tolerâncias estabelecidas
em 19.3.4, caso o projeto da estrutura da parede de concreto, em virtude de circunstâncias especiais,
não as exija mais rigorosas, de modo que durante o lançamento do concreto a armadura se mantenha
na posição estabelecida, conservando inalteradas as distâncias das armaduras entre si e com relação
às faces internas das fôrmas.

O cobrimento especificado para a armadura no projeto deve ser mantido por espaçadores e sempre
se refere à armadura mais exposta.

Os espaçadores devem ser uniformemente distribuídos e em quantidade suficiente para que garantam
o cobrimento especificado em projeto, devendo estar devidamente fixados para que não sofram
deslocamentos e não se soltem durante o lançamento do concreto.

18.3.5 Emendas

As emendas de barras devem estar de acordo com o que estabelece a ABNT NBR 6118:2007, Seção
9 e com a ABNT NBR 14931:2004.

As emendas de telas soldadas devem ser feitas de acordo com o previsto no projeto estrutural da
parede de concreto.

Os valores das emendas devem ser respeitados, inclusive entre armaduras de elementos estruturais
justapostos.

As emendas não previstas no projeto só podem ser executadas mediante consulta prévia ao projetista
estrutural.

18.3.6 Ancoragens

As ancoragens de armaduras nos diferentes elementos estruturais devem seguir as especificações do


projeto estrutural e todos os comprimentos de ancoragens devem estar cotados no projeto.

A ancoragem entre lajes e vigas ou entre lajes e paredes deve ser executada com a introdução da
armadura da laje na armadura da viga ou parede.

18.3.7 Proteções

18.3.7.1 Proteções durante a execução

Antes e durante o lançamento do concreto, os caminhos e passarelas devem estar dispostos de modo
a não acarretarem deslocamentos da armadura.

18.3.7.2 Proteções de armadura de espera

Caso a execução da estrutura seja paralisada, deve ser analisada a necessidade da armadura de
espera receber tratamento superficial contra a corrosão em função do período de paralização e
agressividade do meio.

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ABNT NBR 16055:2012

19 Concretagem
19.1 Modalidades de preparo do concreto

O concreto destinado às estruturas de parede de concreto pode ser preparado pelo executante da obra
ou por empresa de serviço de concretagem, sendo que ambos devem assumir a responsabilidade pelo
serviço e cumprir as prescrições relativas às etapas de preparo do concreto conforme a ABNT
NBR 12655, bem como as disposições da ABNT NBR 7212.

19.2 Concreto

A especificação do concreto deve levar em consideração todas as propriedades requeridas em projeto


bem como aquelas características relativas à execução, de acordo com 8.1.

19.3 Cuidados preliminares

19.3.1 Fôrmas

O sistema de fôrmas deve vir acompanhado de seu projeto. O responsável pela obra deve proceder a
uma rigorosa análise crítica do projeto, para eliminação de quaisquer dúvidas ou discordâncias, antes
de iniciar os trabalhos de montagem.

Antes do lançamento do concreto devem ser devidamente conferidas as dimensões e a posição


(nivelamento, prumo e alinhamento) das fôrmas, a fim de assegurar que a geometria dos elementos
estruturais e da estrutura como um todo esteja conforme o estabelecido no projeto, com as tolerâncias
previstas em 19.3.4, além das previstas na Seção 5.

A superfície interna das fôrmas deve ser limpa e deve-se verificar a condição de estanqueidade das
juntas, de maneira a evitar a perda de pasta ou argamassa. Fôrmas constituídas de material que
absorve umidade ou facilite a evaporação devem ser molhadas até a saturação, para minimizar a
perda de água do concreto, fazendo-se furos para escoamento da água em excesso, salvo
especificação contrária em projeto.

O uso de desmoldante deve seguir o que determina 18.2.3.7.

19.3.2 Escoramentos, aprumadores e alinhadores horizontais

Antes do lançamento do concreto, devem ser devidamente conferidas as posições e condições


estruturais do escoramento e escoramento remanescente, aprumadores e alinhadores horizontais, a
fim de assegurar que as dimensões, posições e prumo das fôrmas sejam mantidos de acordo com o
projeto e permitir o tráfego de pessoas e equipamentos necessários à operação de concretagem com
segurança.

19.3.3 Armaduras

A montagem, o posicionamento e o cobrimento especificados para as armaduras devem ser verificados,


devendo as armaduras estar previamente limpas, de acordo com o estabelecido 18.3.3 e 18.3.4.

O projeto deve prever detalhamento da armadura que garanta o espaçamento necessário entre os
elementos para a execução da concretagem.

Sempre que houver interferência da armadura com outros dispositivos construtivos, as armaduras só
podem ser cortadas com a anuência do projetista estrutural e do responsável técnico da obra.

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ABNT NBR 16055:2012

19.3.4 Tolerâncias

A execução das estruturas de parede de concreto deve ser a mais cuidadosa, a fim de que as
dimensões, a fôrma e a posição das peças, e as dimensões e posição da armadura obedeçam às
indicações de projeto com a maior precisão possível.
Devem ser respeitadas as tolerâncias estabelecidas nesta Seção caso o plano da obra, em virtude de
circunstâncias especiais, não as exija mais rigorosas.
Se forem necessárias tolerâncias maiores, elas só podem ser admitidas com a concordância do
projetista estrutural e do responsável técnico da obra.
19.3.4.1 Tolerancias geométricas

19.3.4.1.1 Espessura das paredes

A tolerância dimensional para as espessuras das paredes é de + 5 mm.

19.3.4.1.2 Comprimento das paredes

A tolerância dimensional para o comprimento das paredes (Tℓ), seja por trecho ou por parede total é
de um décimo da espessura das paredes. Se existirem diferentes espessuras, utiliza-se para esta
consideração a menor delas.

Esta mesma tolerância se aplica ao comprimento total do pavimento (ver Figura 9)

T p  t/10 T t  t/10 T T  t/10

Figura 9 – Tolerâncias para o comprimento da parede

19.3.4.1.3 Desalinhamento horizontal das paredes

Para fins de liberação do gabarito de locação das paredes do primeiro pavimento, a tolerância para
a posição dos eixos de cada parede em relação ao projeto é de  5 mm. Para os demais pavimentos,
esta tolerância deve ser sempre relativa ao eixo das paredes do primeiro pavimento.

A tolerância individual de desalinhamento horizontal (Th) de elementos estruturais lineares deve ser
menor ou igual a ℓ/500 ou 5 mm, adotando-se o menor valor, sendo ℓ o comprimento do elemento,
expresso em milímetros (mm) (ver Figura 10).

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ABNT NBR 16055:2012

Figura 10 – Tolerância para desvios horizontais

19.3.4.1.4 Desalinhamento vertical e prumo das paredes

A tolerância individual de desaprumo (Tv) de elementos estruturais deve ser menor ou igual a h/500
ou 5 mm, adotando-se o menor valor, e a tolerância cumulativa para o desaprumo (TvT) deve ser
menor que 10 mm, sendo h a altura do pavimento, expressa em milímetros (ver Figura 11).

TvT

Tv

Figura 11 – Tolerância para desaprumo

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ABNT NBR 16055:2012

19.3.4.2 Tolerâncias para o posicionamento das armaduras

A tolerância do posicionamento das armaduras nas lajes deve seguir o que estabelece a
ABNT NBR 14931:2004.

As telas centradas devem ser colocadas com um número suficiente de espaçadores para garantir o
seu posicionamento. É permitida uma tolerância de 2 cm em pontos isolados, desde que o cobrimento
especificado não seja comprometido.

No caso da utilização de tela dupla a tolerância é de 1 cm, desde que nunca comprometa o cobrimento
especificado não seja comprometido.

19.3.4.3 Nivelamento

O nivelamento das fôrmas antes da concretagem, com relação às cotas de projeto, deve respeitar a
tolerância estabelecida seguir:

t  10 mm

onde t é a tolerância do nivelamento das fôrmas, expressa em milímetros (mm).

O nivelamento do pavimento, após a concretagem (ainda escorado) e exclusivamente devido ao peso


próprio, com relação às cotas de projeto, deve respeitar a tolerância estabelecida a seguir:

t 10 mm

onde t é a tolerância do nivelamento do pavimento, expressa em milímetros (mm).

Se forem necessárias tolerâncias maiores, elas só podem ser admitidas com a concordância do
projetista estrutural e do responsável técnico da obra.

19.4 Plano de concretagem

Os procedimentos de recebimento, liberação, lançamento e amostragem para controle do concreto


devem atender ao estabelecido na ABNT NBR 14931:2004, 5.3.

A concretagem de cada elemento estrutural deve ser realizada de acordo com um plano previamente
estabelecido. Um plano de concretagem bem elaborado deve assegurar o fornecimento da quantidade
adequada de concreto com as características necessárias à estrutura.

O plano de concretagem deve observar o disposto na ABNT NBR 14931:2004, 7.1-a com relação ao
sistema de fôrmas e prever:

 a área ou o volume concretados em função do tempo de trabalho;

 a relação entre lançamento, adensamento e acabamento (ver ABNT NBR 14931:2004, 9.5.2;

 as juntas de concretagem, quando necessárias, a partir de definição em comum acordo entre


os responsáveis pela execução da estrutura de concreto e pelo projeto estrutural;

 o acabamento final que se pretende obter.

A capacidade (pessoal e equipamentos) de lançamento deve permitir que o concreto se mantenha


plástico e livre de juntas não previstas durante a concretagem.

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ABNT NBR 16055:2012

Todos os equipamentos utilizados no lançamento do concreto devem estar limpos e em condições de


utilização e devem permitir que o concreto seja levado até o ponto mais distante a ser concretado na
estrutura sem sofrer segregação.

Os equipamentos devem ser dimensionados e adequados ao processo de concretagem escolhido e


em quantidade suficiente, de forma a possibilitar que o trabalho seja desenvolvido sem atrasos, e a
equipe de trabalhadores deve ser suficiente para assegurar que as operações de lançamento,
adensamento e acabamento do concreto sejam realizadas a contento.

Se a concretagem for realizada durante a noite, o sistema de iluminação deve permitir condições de
inspeção, acompanhamento de execução e controle dos serviços, e promover segurança na área de
trabalho.

A inspeção e liberação do sistema de fôrmas, das armaduras e de outros itens da estrutura devem ser
realizadas antes da concretagem. O método de documentação dessa inspeção deve ser desenvolvido
e aprovado pelas partes envolvidas antes do início dos trabalhos. Cada aspecto deve ser
cuidadosamente examinado, de modo a assegurar que tudo esteja de acordo com o projeto, as
especificações e as Normas Brasileiras pertinentes.

19.5 Transporte do concreto na obra

O concreto deve ser transportado do local da dosagem ou da boca de descarga do caminhão betoneira
até o local da concretagem em um tempo compatível com as condições de lançamento (ver 19.6). O
meio utilizado para o transporte não pode acarretar desagregação dos componentes do concreto ou
perda sensível de água, pasta ou argamassa por vazamento ou evaporação.

Um aspecto muito importante é o tempo de transporte decorrido entre o início da mistura, contado a
partir da primeira adição de água, até a entrega do concreto na obra. Esse tempo deve ser fixado de
modo que o fim do adensamento não ocorra após o início de pega do concreto lançado e das camadas
ou partes contíguas a essa remessa, evitando-se a formação de junta fria. O tempo decorrido entre o
início da mistura e a entrega do concreto no canteiro deve ser inferior a 90 min, e o tempo decorrido
entre o início da mistura na central e o final da aplicação do concreto na fôrma não pode ultrapassar
150 min, salvo condições específicas definidas em projeto, ou influência de condições climáticas ou
de composição do concreto.

Quando a temperatura ambiente estiver acima de 32 °C, ou sob condições que contribuam para acelerar
a pega do concreto, esse intervalo de tempo deve ser reduzido, a menos que sejam adotadas medidas
especiais, como o uso de aditivos retardadores, que aumentem o tempo de pega sem prejudicar a
qualidade do concreto.

A dimensão máxima do agregado graúdo deve ser limitada a 25 % do diâmetro da tubulação de


bombeamento.

O sistema de transporte deve, sempre que possível, permitir o lançamento direto do concreto nas
fôrmas, evitando o uso de depósitos intermediários; quando estes forem necessários, no manuseio do
concreto devem ser tomadas precauções para evitar segregação.

19.6 Lançamento

Antes de iniciar a descarga do concreto, deve ser conferido o documento de entrega ou nota fiscal,
certificando-se de que a descrição do concreto corresponde ao que foi solicitado.
Para alguns tipos de concreto a dosagem é completada no local da obra, como, por exemplo: aditivos
superplastificantes (concreto convencional ou autoadensável). Estes aditivos devem constar nas
especificações do concreto e do documento de entrega.

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ABNT NBR 16055:2012

Antes do lançamento, deve-se verificar se o concreto está com a trabalhabilidade especificada e


se não ultrapassou os limites de abatimento (ABNT NBR NM 67) ou de espalhamento (ABNT
NBR 15823-1) especificado no documento de entrega. Caso o abatimento seja inferior ao indicado
na nota fiscal, permite-se a adição de água complementar apenas nos limites especificados pela ABNT
NBR 7212, desde que:

— o abatimento seja igual ou superior a 10 mm;

— o abatimento seja corrigido em até 25 mm;

— o abatimento, após a adição de água, não ultrapasse o limite máximo especificado;

— o tempo entre a primeira adição de água aos materiais e o início da descarga seja superior
a 15 min.

O concreto deve ser lançado e adensado de modo que toda a armadura, além dos componentes
embutidos previstos no projeto, sejam adequadamente envolvidos na massa de concreto.

Em nenhuma hipótese deve ser realizado o lançamento do concreto após o início da pega. Concreto
contaminado com solo ou outros materiais não pode ser lançado na estrutura.

Devem ser tomadas precauções para manter a homogeneidade do concreto. No lançamento


convencional, os caminhos não podem ter inclinação excessiva, de modo a evitar a segregação
decorrente do transporte. O molde da fôrma deve ser preenchido de maneira uniforme, evitando o
lançamento em pontos concentrados, que possa provocar deformações no sistema de fôrmas.

O concreto deve ser lançado com técnica que elimine ou reduza significativamente a segregação entre
seus componentes, observando-se maiores cuidados quanto maiores forem a altura de lançamento e
a densidade de armadura. Estes cuidados devem ser majorados quando a altura de queda livre do
concreto ultrapassar 2 m, no caso de peças estreitas e altas, de modo a evitar a segregação e
falta de argamassa (como nos pés das paredes). Entre os cuidados que podem ser tomados, no todo
ou em parte, recomenda-se o seguinte:

— emprego de concreto autoadensável (ABNT NBR 15823-1), que possua alta trabalhabilidade
e alta coesão;

— uso de dispositivos que conduzam o concreto, minimizando a segregação (funis, calhas e trombas,
por exemplo).

Deve haver um cuidado especial em evitar o deslocamento de armaduras, ancoragens, fôrmas e


embutidos (por exemplo, eletrodutos, caixas elétricas, contramarcos e outros).

Cuidados especiais devem ser tomados nas concretagens de lajes inclinadas e escadas, sempre
conduzindo o concreto de forma ascendente, ou seja, das regiões inferiores para as superiores do
elemento estrutural.

O plano de lançamento deve estabelecer a altura das camadas de lançamento do concreto e


o processo mais adequado de adensamento.

O lançamento de nova camada de concreto após o início de pega do concreto lançado (junta fria não
prevista) deve seguir as recomendações definidas para as juntas de concretagem em 19.9, com a
retirada das fôrmas, preparo da superfície e remontagem das fôrmas.

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ABNT NBR 16055:2012

19.7 Adensamento

Quando não utilizado concreto autoadensável (ABNT NBR 15823-1), devem ser tomados os seguintes
cuidados:

— o adensamento (manual ou mecânico) deve garantir que o concreto preencha todos os


espaços da fôrma sem prejuízo da aderência das armaduras. Para tanto, é preciso que no
processo não se toque na armadura, nem desloque os embutidos da fôrma;

— no caso de alta densidade de armaduras, cuidados especiais devem ser tomados para que o
concreto seja distribuído em todo o volume da peça e o adensamento se processe de forma
homogênea;

— o enchimento da fôrma deve ser realizado sem a ocorrência de falhas por ar aprisionado. O
sistema de fôrmas deve prever dispositivos que garantam a saída desse ar durante a
concretagem, em especial nas regiões logo abaixo das janelas ou outros locais propícios à
formação de vazios. Deve-se também acompanhar o enchimento das fôrmas por meio de
leves batidas com martelo de borracha nos painéis.

19.8 Controle tecnológico do concreto

19.8.1 Generalidades

O controle tecnológico do concreto deve ser feito em dois momentos: no ato do recebimento do material
na obra e na sua aceitação quando o concreto está endurecido.

19.8.2 Controle de aceitação no estado fresco

O controle de aceitação do concreto no estado fresco deve ser realizado pela determinação do
abatimento do tronco de cone, prescrito na ABNT NBR NM 67, com a frequência e a amostragem
estabelecidas na ABNT NBR 12655.

Para concreto autoadensável deve ser previamente determinado o abatimento do tronco de cone,
conforme as ABNT NBR NM 67 e ABNT NBR 12655, e, após a incorporação do aditivo superplastificante,
devem ser realizados os ensaios previstos na ABNT NBR 15823.

Cumpre salientar que, além desses ensaios que são realizados na obra, devem ser previamente
determinadas algumas propriedades do concreto no estado fresco em laboratório, conforme previsto
nas ABNT NBR 12655, ABNT NBR 15823-1 e ABNT NBR 7212, conforme o caso.

19.8.3 Controle de aceitação do concreto no estado endurecido

O controle de aceitação do concreto no estado endurecido deve ser realizado conforme


a ABNT NBR 12655, sendo comprovados os requisitos estabelecidos em projeto, no mínimo:

— pela comprovação da resistência de desforma, na idade especificada em projeto;

— pela comprovação da resistência característica do concreto (fck), aos 28 dias.

O concreto autoadensável deve cumprir as mesmas exigências do concreto convencional, no caso


do controle de aceitação no estado endurecido.

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19.9 Junta de concretagem

Quando o lançamento do concreto for interrompido e, assim, se formar uma junta de concretagem,
devem ser tomadas as devidas precauções para garantir a suficiente ligação do concreto já endurecido
com o do novo trecho.

Para juntas de concretagem previstas, o concreto deve ser perfeitamente adensado até a superfície
da junta vertical, usando-se fôrmas temporárias (por exemplo, tipo “pente”), quando necessário, para
garantir condições de adensamento apropriadas.

Antes de iniciar o lançamento do novo concreto, deve ser removida a nata da pasta de cimento
(vitrificada) e feita a limpeza da superfície da junta, com a retirada do material solto. A nata superficial
pode ser retirada com a aplicação de jato de água sob forte pressão logo após o fim da pega (“corte
verde”). Em outras situações, para se obter a aderência desejada entre a camada remanescente e
o concreto a ser lançado, é necessário o jateamento de abrasivos ou o apicoamento da superfície da
junta, com posterior lavagem, de modo a deixar aparente o agregado graúdo. Nesses casos, o
concreto já endurecido deve ter resistência suficiente para não sofrer perda indesejável de material,
gerando a formação de vazios na região da junta de concretagem. Cuidados especiais devem ainda
ser tomados no sentido de não haver acúmulo de água em cavidades formadas pelo método de
limpeza da superfície.

Devem ser tomadas as precauções necessárias para garantir a resistência aos esforços que podem
agir na superfície da junta. Uma medida adequada consiste em deixar arranques da armadura ou
barras cravadas ou reentrâncias no concreto velho. Na retomada da concretagem, aplicar argamassa
com a mesma composição da argamassa do concreto sobre a superfície da junta, para evitar a
formação de vazios.

Podem ser utilizados produtos para melhorar a aderência entre as camadas de concreto em uma junta
de concretagem, desde que não causem danos ao concreto e ao aço e seja possível comprovar
desempenho no mínimo igual ao dos métodos tradicionais utilizados. O uso de resinas, neste caso,
deve levar em conta seu comportamento ao fogo.

Juntas de concretagem devem, sempre que possível, estar localizadas onde forem menores os
esforços de cisalhamento, preferencialmente em posição normal aos esforços de compressão, salvo se
demonstrado que a junta não provoca a diminuição da resistência do elemento estrutural. A ocorrência
de juntas não previstas deve ser relatada ao responsável técnico pela obra.

19.10 Acabamento

Para obter uma superfície durável e uniforme de concreto, processos adequados devem ser
cuidadosamente seguidos.

Inicialmente, a escolha do traço e, consequentemente, da consistência do concreto deve atender aos


requisitos de projeto da estrutura da parede de concreto e às condições de trabalhabilidade
necessárias. Os processos de lançamento e adensamento devem ser realizados de forma a obter um
material homogêneo e compacto, ou seja, sem apresentar vazios na massa de concreto, com o mínimo
manuseio possível, para se obterem os resultados desejados no acabamento das peças concretadas.

Deve ser evitada a vibração excessiva do concreto, que pode provocar a segregação do material e
a migração de finos e água para a superfície (exsudação), de forma a não prejudicar a qualidade e o
desempenho do acabamento.

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ABNT NBR 16055:2012

20 Cura
Enquanto não atingir endurecimento satisfatório, o concreto deve ser curado e protegido contra agentes
prejudiciais para:

— evitar a perda de água pela superfície exposta;

— assegurar uma superfície com resistência adequada;

— assegurar a formação de uma capa superficial durável.

Os agentes deletérios mais comuns ao concreto em seu início de vida são: mudanças bruscas de
temperatura, secagem rápida, chuva forte, água torrencial, congelamento, agentes químicos, bem
como choques e vibrações de intensidade tal que possam produzir fissuras na massa de concreto e
prejudicar a sua aderência à armadura.

A cura do concreto deve sempre ser executada, e seu início deve ocorrer logo após a desforma das
paredes e, no caso de lajes, logo após o acabamento do concreto, evitando-se assim a sua secagem
prematura e possibilitando que este desenvolva a resistência e a durabilidade adequadas. Quanto
mais cedo for feita a cura, menor a possibilidade de surgirem fissuras superficiais devido à grande
área exposta.

Elementos estruturais de superfície devem ser curados conforme indicado na ABNT NBR 14931.

No caso de utilização de água, esta deve satisfazer as exigências da ABNT NBR 15900-1.

21 Recebimento da estrutura de parede de concreto


A estrutura de parede de concreto deve ser recebida desde que cumpridas as exigências desta Norma
e verificadas as evidências de atendimento aos requisitos de 5.4 e 5.5.

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