Você está na página 1de 13

NOÇÕES SOBRE

QUALIDADE
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
BLACK BULL COMPANY | TREINAEND - DEPARTAMENTO EDUCACIONAL
Este curso e material didático foram desenvolvidos pela TREINAEND.
A TREINAEND é o departamento educacional da BLACK BULL COMPANY que visa o
aperfeiçoamento do profissional da indústria.
Prezado(a) estudante,

Você que está aqui estudando para se tornar um(a) Inspetor(a) de Equipamentos,
como imagina ser uma grande indústria? Você vê grandes equipamentos e máquinas?
É claro que sim. A tecnologia é parte fundamental de qualquer indústria. O(A)
técnico(a) de Inspeção de Equipamentos é o(a) responsável por garantir a
continuidade, segurança operacional e integridade estrutural dos equipamentos e
instalações das indústrias onde atua.

Este(a) técnico(a) é o(a) responsável pela integridade estrutural e segurança


operacional dos diversos sistemas de uma indústria, tais como dutos, vasos, torres,
reatores, trocadores de calor, caldeiras e demais equipamentos nos mais diversos
tipos de instalações on ou off-shore. Também são atribuições deste(a) profissional a
execução ou testemunho de ensaios destrutivos, não destrutivos e metalográficos,
testes de pressão, calibração de instrumentos de inspeção, de cálculo de taxa de
corrosão e definição da vida residual dos sistemas.

Esta apostila faz parte do seu programa de estudos. Nela você vai adquirir
conhecimentos importantes na sua preparação profissional. Lembre-se o quanto é
importante a profissão de Inspetor(a) de Equipamentos, esta lembrança sempre será
incentivo ao seu estudo. Nosso maior tesouro é a educação, ela é a garantia de um
futuro honroso e promissor.

Desejamos a você um excelente aprendizado!

Black Bull Company | Treinaend


CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

1 – DEFINIÇÃO DE QUALIDADE

Em termos industriais qualidade é determinada pelo cliente, traduzindo suas


expectativas e exigências em termos de determinadas características técnicas tais
como segurança operacional, fácil manutenção, estética entre outras, sempre
referidas ao valor que elas se dispõe pelo produto. Cabe ao fabricante detectar as
características explícitas e implícitas do cliente e fabricar um produto que as atenda de
maneira mais satisfatória. Este é um processo continuo face a concorrência e as
exigências cada vez maiores do cliente.

2 - HISTÓRICO

Na Idade Média valorizava-se o conhecimento técnico; o artesão produzia uma


unidade de cada vez acompanhando passo a passo cada atividade. O controle da
qualidade era, desta forma, rígido, pois havia fiscalização continuada dos produtos da
comunidade. Neste tempo o rítimo de fabricação era o rítimo humano, muito mais
fácil de ser acompanhado que o rítimo industrial.

Com a Revolução Industrial (século XVIII), inicia-se a produção em massa e o homem


passa a executar tarefas muitas vezes repetitivas, afastando-se do produto final, o que
tornou difícil controlar a qualidade de tal produto. Assim, surgiram às primeiras idéias
de controle de qualidade, embora ainda não tivessem este nome, que eram a análise
das matérias-primas utilizadas, o acompanhamento na fabricação e as ações para
sanar esta ou aquela deficiência encontrada.

No início do século XX aparecem os conceitos de controle de qualidade, com as


sistemáticas de detecção e segregação de produtos defeituosos e a inspeção de 100%
das peças que faziam parte do produto. Em paralelo, surgiram custos que oneravam o
produto final.

Com o desenvolvimento de tecnologias como aeroespacial e a nuclear, uma nova


mentalidade em relação ao trabalho com qualidade surgiu. A idéia era prevenir erros e
falhas e não corrigi-los, pois é mais econômico e inteligente prevenir que corrigir,
aumentando níveis de segurança, confiabilidade e eficiência.

Hoje a qualidade se apresenta como uma área gerencial estratégica, contribuindo para
a lucratividade das empresas. Trabalhar com qualidade reduz custos e perdas
operacionais, custos de assistência técnica e, pela satisfação imediata do cliente,
proporciona também a confiança do mercado.

4
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

3 - SISTEMA DA QUALIDADE

Um sistema é composto de várias partes que trabalham de maneira harmônica para


atender a um objetivo comum para o qual foi criado.

No caso de uma empresa é importante, que todos os setores/departamentos


trabalhem segundo regras previamente estabelecidas de forma a garantir um produto
final com qualidade, consequentemente, o lucro.

O conjunto de regras que orienta cada parte da empresa para que executem
corretamente suas atividades constitui-se no Sistema da Qualidade.

Vários modelos de Sistema da Qualidade têm sido adotados pelas empresas e, entre
eles, o ISO série 9000 é o mais utilizado pela sua simplicidade e eficácia.

4 - NORMAS NBR ISO SÉRIE 9000

4.1 - GENERALIDADES

ISO é a sigla de uma organização internacional, não – governamental que elabora


normas internacionais. A Internacional Standartization Organization, com sede em
Genebra, Suíça, fundada em 23 de fevereiro de 1947, elaborou em 1987 um conjunto
de normas para sistemas de gestão da qualidade de produtos, processos industriais e
serviços, denominadas de ISO série 9000:2000.

A NBR ISO série 9000:2000 é composta das seguintes normas:

● NBR ISO 9000:2000 - Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e


vocabulário;

● NBR ISO 9001 - Sistema de gestão da qualidade - Requisitos;

●NBR ISO 9004 - Sistema de gestão de qualidade – Diretrizes para melhoria de


desempenho.

4.2 – SELEÇÃO E USO

A NBR ISO 9000:2000 esclarece os principais conceitos relacionados à qualidade e, com


este propósito, fornece as diretrizes e uso da família da NBR ISO 9000. Fornece
também, termos e definições usados na família ISO 9000.

5
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

A NBR ISO 9001:2000 é usada para avaliar a capacidade de uma organização em


atender os requisitos do cliente e regulamentações aplicáveis. Esta norma é utilizada
para certificação do Sistema da Qualidade por Terceira-Parte.

A NBR ISO 9004:2000 é um guia para melhoria contínua do Sistema de Gestão da


Qualidade de uma organização.

A NBR ISO 9001:2000 compreende os seguintes requisitos:

1 - Objetivo

A norma NBR ISO 9001:2000 especifica requisitos para um Sistema de Gestão da


Qualidade quando uma organização:

a) Necessita demonstrar sua capacidade para fornecer de forma consistente produtos


que atendam aos requisitos do cliente de requisitos regulamentares aplicáveis e,

b) Pretende aumentar a satisfação do cliente por meio da efetiva aplicação do


sistema.

2 - Referência Normativa

3 - Termos e Definições

Exemplos:

● Cliente - organização ou pessoa que recebe um produto;

● Fornecedor - organização ou pessoa que fornece produto;

●Organização - grupo de instalações e pessoas com um conjunto de responsabilidade,


autoridades e relações;

● Rastreabilidade – capacidade de recuperar o histórico, a aplicação ou a localização


daquilo que está sendo considerado;

●Não-conformidade - não atendimento a um requisito;

●Sistema de Gestão – sistema para estabelecer política e objetivos e as ações para


atingir estes objetivos.

4 - Sistema de Gestão da Qualidade

4.1 – Generalidades;

6
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

4.2 - Requisitos da Documentação.

5 - Responsabilidade da Administração

5.1 – Comprometimento da Administração;

5.2 – Foco no Cliente;

5.3 – Política da Qualidade

5.4 – Planejamento;

5.5 – Responsabilidade, Autoridade e Comunicação.;

5.6 – Análise Crítica.

6 – Gestão de Recursos

6.1 – Provisão de recursos;

6.2 – Recursos Humanos;

6.3 – Infra-estrutura;

6.4 – Ambiente de Trabalho

7 – Realização do Produto

7.1 – Planejamento da Realização do produto;

7.2 – Processos Relacionados ao Cliente;

7.3 – Projeto e desenvolvimento;

7.4 – Aquisição;

7.5 – Produção e Fornecimento de Serviço;

7.6 – Controle de Dispositivos de Medição e Monitoramento.

8 – Medição, Análise e Melhoria.

8.1 - Generalidades;

8.2 – Medição e Monitoramento;

8.3 – Controle de Produto não –conforme;

7
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

8.4 – Análise de dados;

8.5 – Melhorias.

5 – DOCUMENTAÇÃO DO SISTEMA DA QUALIDADE

O Sistema da Qualidade de uma empresa encontra-se, em geral, descrito nos seguintes


documentos:

● Manual da Qualidade;

● Procedimentos;

● Instruções;

● Registro da Qualidade.

O Manual da Qualidade é o documento básico do Sistema, descreve de forma


abrangente, como os requisitos da norma selecionada serão atendidos (requisitos
obrigatórios). Estabelece a Política da Qualidade de empresa, o comprometimento
para com a qualidade, relaciona as autoridades e responsabilidades e faz referência
aos procedimentos e/ou instruções do Sistema da Qualidade.

A adoção, pela empresa, de requisitos não obrigatórios assim como não aplicáveis
devem ser especificados no Manual.

Os Procedimentos são documentos que detalham cada requisito do manual e


descrevem como o Sistema deve ser implementado. São considerados documentos
interdepartamentais: auditoria interna, tratamento de não-conformidade, etc.

As Instruções, rotina ou regulamentos internos são documentos que detalham a


execução de uma determinada atividade, podem ser expressos de forma escrita,
fluxograma, desenhos, etc.

Os Registros da Qualidade são documentos que demonstram a conformidade com os


requisitos especificados e a efetiva operação do Sistema da Qualidade exemplos:

- Relatórios de Auditoria da Qualidade e;

- Relatórios de Inspeção;

- Relatórios de Não-conformidades;

- Relatórios de Análise Critica de Sistema.

8
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

6 – AUDITORIA DA QUALIDADE

As auditorias visam determinar que os vários elementos dentro de um Sistema da


Qualidade sejam efetivos e adequados para atingir os objetivos da qualidade
estabelecidos.

A norma NBR ISO 19011 – Diretrizes para auditorias de Sistemas de Gestão da


Qualidade e/ou Ambiental estabelece princípios básicos, critérios e práticas de uma
auditoria, e fornece diretrizes para instituir, planejar, executar e documentar as
auditorias de Sistema de Qualidade.

6.1 – OBJETIVOS DA AUDITORIA

As auditorias têm em geral uma ou mais dos seguintes objetivos:

● Verificar a conformidade ou não dos elementos do Sistema da Qualidade com


os requisitos especificados;

● Determinar a eficácia do Sistema da Qualidade implementado;

● Melhorar o Sistema da Qualidade;

● Atender aos requisitos regulamentares;

● Permitir o cadastramento do Sistema da Qualidade da organização auditada


em um registro.

6.2 – TIPOS DE AUDITORIA DA QUALIDADE

● Auditoria de Sistema – visa, basicamente, verificar se os procedimentos


(documentos do Sistema) estão em conformidades com a norma apropriada.

● Auditoria de Conformidade – verifica se as atividades operacionais estão em


conformidade como os procedimentos/instruções.

6.3 – ETAPAS DA AUDITORIA

Uma auditoria, em geral, compreende três etapas distintas:

●1ª Etapa: Atividades de Pré - Auditoria.

A pré – Auditoria engloba os seguintes itens:

- Seleção da equipe auditora;

- Plano/programação da auditoria;

9
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

- Preparação das listas de verificação;

- Notificação da autoria.

a) Seleção da equipe auditora

Uma auditoria deve ser executada por uma equipe ou um indivíduo.

Independente de um ou mais auditores deve haver um auditor-líder encarregado do


processo como um todo.

A equipe auditora pode incluir especialistas, auditores em formação ou observadores


aceitos pelo cliente, pelo auditado e pelo auditor-líder.

Os auditores devem ser independentes, isto é, não podem ser responsáveis pelas áreas
auditadas ou a elas subordinadas.

b) Plano/Programação da Auditoria

O auditor-líder deve elabora um plano de auditoria compreendendo:

- os objetivos e o escopo da auditoria;

- documentos aplicáveis;

- atividade/áreas a serem auditadas;

- identificação dos membros da equipe-auditora;

- programa da auditoria;

- critérios de confidencialidade.

O plano de auditoria deve ser aprovado pelo cliente e comunicado aos auditores e ao
auditado.

c) Lista de Verificação

A lista de verificação é uma ferramenta utilizada pelo auditor no sentido de auxiliá-lo


nos requisitos a serem verificados, economizando tempo e, principalmente, o não
esquecimento de nenhum item a ser avaliado.

d) Notificação da auditoria

A realização da auditoria deve ser formalmente notificada ao auditado através de carta


elaborada pelo auditor-líder.

10
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

A carta deve indicar: data, hora e lugar para a reunião de abertura, conter o
plano/programa de auditoria bem como a composição do grupo auditor.

●2ªEtapa: Atividade de Execução da Auditoria

Esta etapa compreende:

-Reunião de abertura;

-Desenvolvimento da auditoria;

-Reunião de encerramento.

a) Reunião de abertura

O propósito da reunião de abertura é:

- Apresentar os membros da equipe auditora;

- Ratificar o escopo e os objetivos da auditoria;

- Estabelecer os canais formais de comunicação;

-Definir a seqüência dos eventos.

b) Desenvolvimento da Auditoria

A execução da auditoria, em geral, compreende os seguintes itens:

- Utilização da lista de verificação que serve como um guia, não devendo, portanto
restringir a investigação de um requisito ou não-conformidade.

- Coleta de evidências objetivas através de entrevistas, exame de documentos e


observações de atividades e condições nas áreas de interesse.

- Comunicação das não-conformidades ao auditado;

-Documentação de todas as observações feitas, assim como das não-conformidades


detectadas, comprovadas através de evidências objetivas;

- Reunião ao fim do dia do grupo auditor para certificar-se de que tudo está
documentado de modo claro e conciso;

-Reunião com representantes do auditado diariamente ou quando necessário para


mantê-los informados e para eventuais esclarecimentos.

c) Reunião de Encerramento

11
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

A reunião de encerramento tem como objetivo principal apresentar as observações de


auditoria da qualidade à administração superior de maneira tal que garanta uma
compreensão clara dos resultados obtidos. A apresentação deve ser feita pelo auditor-
líder, assim como, as conclusões da equipe auditor relativo à eficiência do sistema.
Devem ser mantidos registros da auditoria.

●3ªEtapa: Atividades de Pós–Auditoria

a) Relatório de Auditoria

O relatório de auditoria deve ser elaborado sob a orientação do auditor–líder, datado


e assinado por ele. Deve conter as seguintes informações:

-Escopo e objetivos da auditoria;

-Detalhes do plano de auditoria, identificação dos membros da equipe auditora e


representantes do auditado, datas da auditoria e identificação da organização
auditada;

- Documentos de referências utilizados na auditoria;

- Observações de não-conformidades;

- Avaliação da equipe auditora sobre os itens conformes;

-Lista de distribuição do relatório de auditoria.

O relatório deve ser enviado ao cliente pelo auditor líder o mais rápido possível, pois a
auditoria é considerada terminada somente após a entrega do relatório.

b) Acompanhamento da ação corretiva

Cabe ao auditor notificar as não-conformidades detectadas durante a auditoria. A


implantação da ação corretiva é de responsabilidade do auditado.

A verificação das ações corretivas deve ser realizada dentro de um determinado


período de tempo previamente acordado entre o cliente e o auditado e a organização
auditor.

6.4 – NÍVEIS DE AUDITORIA

A certificação é o reconhecimento formal emitido por um órgão credenciador que


atesta a conformidade de sistemas, produtos ou de pessoal. A certificação pode ser
voluntária ou compulsória e, no caso de certificação de sistemas estas podem
compreender os seguintes níveis de auditorias:

12
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: NOÇÕES SOBRE QUALIDADE

● Auditoria de primeira–parte: Auditoria de sistema da qualidade conduzida por uma


organização nos seus próprios sistemas.

●Auditoria de segunda-parte: Auditoria realizada pelo cliente em seu fornecedor.

●Auditoria de terceira–parte: Auditoria realizada por um órgão Independente que


pode ser credenciado . No Brasil o organismo credenciador de entidades certificadoras
é o INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

13

Você também pode gostar