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índice

O CONCEITO DA QUALIDADE ............................................................................... 3

NORMALIZAÇÃO DA QUALIDADE E CERTIFICAÇÃO...................................... 5

Normalização ................................................................................................................ 5

Certificação ................................................................................................................... 7

Principais benefícios da certificação ............................................................................. 8

AUDITORIAS DE QUALIDADE ............................................................................... 9

Tipos da auditoria da Qualidade ................................................................................. 10

Auditoria de 1ª parte ....................................................................................................11

Auditoria de 2ª parte ....................................................................................................11

Auditoria de 3ª parte ................................................................................................... 12

Objetivos das Auditorias da Qualidade ....................................................................... 12

Âmbito de Um Sistema de Auditoria da Qualidade .................................................... 12

Meteorologia de Trabalho ........................................................................................... 13

Aspectos a Considerar ................................................................................................ 14

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 15

RELATÓRIOS ............................................................................................................ 15

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 16
INTRODUÇÃO

O presente trabalho, aborta sobre a Qualidade e a Auditoria de qualidade, sabe-se que a


auditoria de gestão fornece uma análise profunda da empresa ou organismo auditor e, o
mais importante, determina a aptidão da equipe, incluindo uma avaliação individual de
cada executivo e sua adequação à estratégia da organização. No ambiente actual de
agitação e turbulência tanto econômica quanto política, a auditoria de gestão deve
converter-se em um instrumento ou ferramenta de avaliação da direção ou gestão em
empresas ou organismos de qualquer natureza, sector ou tamanho. Em um ambiente
empresarial sujeito aos efeitos das mudanças das variáveis externas não
controláveis pela empresa, as organizações estão condicionadas à realização de
revisões periódicas e sistemáticas dos procedimentos gerenciais utilizados, de modo que
estes sejam adaptados às exigências do novo cenário econômico e social. Portanto, este
trabalho tem como objectivo principal falar dos tipos e estruturas de relatórios usados na
auditoria de gestão e avaliação de empresas.
O CONCEITO DA QUALIDADE
Segundo o Rodão et al. (2007) a Qualidade é uma meta possível de medição, e um esforço

contínuo para melhorar além de um grau de excelência pré-definido. A qualidade


empresarial é um estado dinâmico associado a produtos, serviços, pessoas, processos e
ambientes que atendem ou excedem expectativas. Paladini (2004) afirma que sob a ótica
da competitividade, o desenvolvimento de um Sistema de Gestão de Qualidade sólido,
pode favorecer a empresa em diversos aspetos, tais como: Satisfação do Cliente, isto é,
melhoria do desempenho do produto e consequentemente maior satisfação do
consumidor.

Porém, podem-se conjugar estes dois conceitos definindo Qualidade como a


conformidade dos produtos ou serviços às necessidades expressas pelos clientes externos
e internos, ou seja, considerando por um lado o vetor externo do cliente e por outro o
vetor interno de cumprimento de especificação.

Segundo a ISO (International Organization for Standardization), órgão responsável pela


padronização de produtos e serviços, Qualidade é a adequação e conformidade dos
requisitos estabelecidos pelas normas e pelos próprios clientes.

A qualidade pode ser definida ainda como as características de um produto ou serviço que
atendem as expectativas do consumidor e alcançam a perfeição e a utilidade pretendida.

Por ser um termo subjetivo, o conceito de qualidade tem de várias interpretações. No


entanto, quando se trata de ambientes corporativos, é importante abordá-la de forma
prática.

Segundo PEINADO e GRAEMI (2007), a QUALIDADE pode ser abordada de acordo


com vários aspectos:

• Abordagem Transcendental: a qualidade é uma excelência inata.


• Abordagem focada no produto: é o conjunto de características que são necessárias
na satisfação do consumidor.
• Abordagem focada no usuário: a qualidade é subjetiva, onde os produtos de
melhor qualidade atende melhor aos desejos do consumidor.
• Abordagem focada na produção: a qualidade é precisa, oriunda do grau de
conformidade do planejamento com o executado.
• Abordagem focada no valor: a qualidade possui um grau de excelência a um preço
aceitável.

Conceitos mais atualizados afirmam que a QUALIDADE é entendida como uma


RELAÇÃO entre a EXPECTATIVA em RELAÇÃO a algo e REALIDADE oferecida por
este algo. Esta RELAÇÃO poderá se realizar de três formas:

A. A EXPECTATIVA ser IGUAL à REALIDADE (qualidade).


B. A EXPECTATIVA ser MENOR que a REALIDADE (frustração).
C. EXPECTATIVA ser MAIOR que a REALIDADE (excelência).

Porém, é necessário conhecer quais são as EXPECTATIVAS (desejos e necessidades) do


cliente para poder atendê-las ou criar formas de adequação.

“A qualidade só pode ser definida em termos de quem a avalia”.

“Sem dados você é uma pessoa qualquer com uma opinião”. WILLIAM EDWARDS
DEMING (1900-1993).

Existem três crenças difundidas por Deming na gestão organizacional, são elas:
constância de finalidade; melhoria constante; conhecimento profundo, cujas diretrizes são
traduzidas em seus princípios para a qualidade:

o Crie constância de propósito


o Adote a nova filosofia – vivemos em uma nova era econômica;
o Não dependa da inspeção para atingir a Qualidade;
o Pare de aprovar orçamentos com base nos preços;
o Aperfeiçoe constante e continuamente os processos da empresa (melhoria
contínua);
o Institua treinamento no local de trabalho;
o Adote e estabeleça lideranças; e Elimine o Medo;
o Elimine slogans, exortações e metas da força de trabalho;
o Elimine quotas (padrões de trabalho) e metas numéricas;
o Remova as barreiras que roubam das pessoas o direito de orgulhar-se de seu
trabalho;
o Estabeleça um programa rigoroso de educação e auto-aprimoramento;
o Coloque a empresa toda para trabalhar pela transformação. William Edwards
Deming
NORMALIZAÇÃO DA QUALIDADE E CERTIFICAÇÃO
Normalização
É uma actividade destinada a estabelecer, face a problemas reais ou potenciais,
disposições destinadas a uma utilização comum e repetida, visando a obtenção do grau
óptimo de organização num dado domínio. Consta fundamentalmente dos processos de
formulação, publicação e implementação das Normas.

É o processo de formular e aplicar regras com o propósito de estabelecer uma ordem em


uma atividade específica, para benefício e com a cooperação de todos os interessados e,
em particular, para la obtenção de una economia óptima, respeitando as exigências
funcionais e de segurança. Deve basear-se em resultados certos, obtidos pela ciência,
técnica e a experiência, por outro, deve fixar as bases não somente para o presente, mas
também para o desenvolvimento futuro.

Especialmente relevante na Qualidade é o papel da International Organisation for


Standardization (ISO) sediada em Genebra, Suíça, que é um consórcio de
aproximadamente 100 Nações. A norma ISO 9000 é um sistema de qualidade aplicável a
qualquer produto, serviço ou processo em qualquer país do mundo. Através da
International Standard for Organization (ISO), surgem as normas internacionais, entre
elas a série das normas ISO 9000 constituídas pela ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003 e ISO
9004. As ISO 9001, 9002 e 9003 são normas técnicas de conformidade para sistemas de
garantia da qualidade e dizem respeito às relações clientes/fornecedores. As normas ISO
9000 e 9004 são as orientações e relacionamse com o desenvolvimento de sistemas de
gestão dentro da empresa (Curkovic e Pagell, 1999).

ISO 9000 - engloba pontos referentes à garantia da qualidade, desenvolvimento,


produção, instalação e serviços com o objetivo da satisfação do cliente pela prevenção de
não conformidades.

ISO 9001 - é a mais abrangente, garantindo a qualidade na conceção e desenvolvimento,


produção, instalação e assistência pós-venda.

ISO 9002 - garantia da qualidade na produção, instalação e assistência técnica.

ISO 9003 - garantia da qualidade na inspeção e ensaio final.

ISO 9004 - fornece normas para implementar o sistema da qualidade: fatores técnicos,
administrativos e humanos que afetem a qualidade de produtos ou serviços;
aperfeiçoamento da qualidade; referência para o desenvolvimento e implementação de
um sistema da qualidade.

Segundo Cerqueira Neto (1992) as normas da qualidade baseiam-se nos oitos princípios
de gestão da qualidade, cuja aplicação permite a uma organização a melhoria contínua do
seu desempenho, a saber:

• Focalização no cliente: as organizações dependem dos seus clientes e,


consequentemente deverão compreender as suas necessidades, atuais e futuras, de
modo a satisfazer os seus requisitos e esforçar-se por exceder as suas expectativas.
• Liderança: os líderes estabelecem unidade no propósito e na orientação da
organização. Deverão criar e manter o ambiente interno que permita o pleno
envolvimento das pessoas para se atingirem os objetivos da organização.
• Envolvimento das pessoas: as pessoas, em todos os níveis, são a essência de uma
organização e o seu pleno envolvimento permite que as suas aptidões sejam
utilizadas em benefício da organização.
• Abordagem por processos: um resultado desejado é atingido de forma mais
eficiente quando as atividades e os recursos associados são geridos como um
processo.
• Abordagem da gestão como um sistema: identificar, compreender e gerir
processos interrelacionados como um sistema, contribui para que a organização
atinja os seus objetivos com eficácia e eficiência.
• Melhoria contínua: a melhoria contínua do desempenho global de uma
organização deverá ser um objetivo permanente dessa organização.
• Abordagem à tomada de decisão baseada em factos: as decisões eficazes são
baseadas na análise de dados e de informações.
• Relações mutuamente benéficas com fornecedores: uma organização e os seus
fornecedores são interdependentes e uma relação de benefício mútuo potencia a
aptidão de ambas as partes para criar valor.

Os objectivos da Normalização decorrem da definição acima, podendo ter a


Normalização um ou mais objectivos específicos, nomeadamente assegurar a aptidão ao
uso de um produto, processo ou serviço. Esses objectivos podem ser, mas não se
restringem a, gestão da diversidade, facilidade de utilização, compatibilidade,
intermutabilidade, saúde, segurança, protecção do ambiente, protecção do produto,
entendimento mútuo, desempenho económico e comercial. Dentre os vários objectivos
destacam-se os seguintes:

Economia: Proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos


permitindo uma melhor organização e coordenação do processo produtivo;

Comunicação: Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o


fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços;

Promoção da qualidade de vida: segurança, saúde e proteção do ambiente;

Proteção do Consumidor: Através da garantia de uma adequada qualidade dos bens e


dos serviços provendo a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos mesmos;

Eliminação de Barreiras Técnicas e Comerciais: Evitar a existência de regulamentos


conflituantes sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando assim, o
intercâmbio comercial.

Na prática, a Normalização está presente na fabricação dos produtos, na transferência de


tecnologia, na melhoria da qualidade de vida através de normas relativas à saúde, à
segurança e à preservação do meio ambiente.

Certificação
Certificação é um processo através do qual o INNOQ, IP avalia se determinado Sistema
ou Produto, atendem as normas técnicas.

Esta avaliação baseia-se em auditorias, na colecta e em ensaios de amostras.

Se a organização ou empresa tiver tudo em conformidade, recebe a Certificação e passa


a usar a Marca de Conformidade INNOQ, IP.

O processo de Certificação não é complicado e qualquer empresa pode obtê-la, bastando


demonstrar e garantir, através de documentos que o seu Sistema e o processo produtivo é
controlado e que seus produtos estão sendo fabricados em conformidade às normas.

A Certificação ISO 9001 - No mercado cada vez mais competitivo, as empresas estão a
enfrentar muitos problemas, devido à situação de crise económica, sendo necessário
adotar medidas organizacionais que permitam a melhoria da eficiência dos seus
processos, através da redução dos custos (Pires, 2012).
“O Sistema de Gestão da Qualidade é um conjunto de elementos inter-relacionados, que
as organizações utilizam para formular normas e os objetivos da qualidade e estabelecer
os processos que são necessários para assegurar que essas normas sejam seguidas e estes

objetivos sejam alcançados" (Praxiom Research Group Limited, 2015).

Todos os procedimentos de Gestão da Qualidade, ou seja, a implementação de grupo de

normas ISO 9000, ajudam a aumentar a eficiência dos negócios e a melhorar a satisfação
do cliente. Segundo a filosofia da série ISO 9000, a Qualidade deve ser construída em
sistemas e procedimentos da organização, onde a ênfase está na prevenção e não a cura.
Para ser capaz de atender aos requisitos da norma ISO 9000 de uma organização, o
departamento de Qualidade da empresa tem de construir, em cada etapa, o processo para
assegurar a conformidade do produto ou serviço de acordo com a sua especificação
(Sallis, 2005).

De acordo com Ganhão et al. (1992) certificar a conformidade de um produto ou serviço


é a ação de comprovar que esse produto ou serviço está em conformidade com
determinadas normas ou especificações.

A certificação de uma organização consiste no reconhecimento formal por um Organismo


de Certificação acreditado no âmbito do Sistema Português da Qualidade (SPQ). Após a

realização de uma Auditoria, a empresa auditada passa a ter implementado um sistema de

gestão da qualidade que cumpre com a ISO 9001, dando lugar à emissão de um
certificado.

A Certificação através do INNOQ, IP destaca e diferencia a empresa, seus produtos e


serviços, dos demais concorrentes, além de agregar valor à Marca e facilitar a introdução
de novos produtos no mercado. Tecnicamente, garante a conformidade, qualidade e
segurança, elevando o nível de produtos e serviços, reduzindo perdas e melhorando a
gestão do processo produtivo.

Principais benefícios da certificação


• Assegurar eficiência e eficácia do produto, serviço ou sistema;
• Reduzir perdas no processo produtivo e melhorar a sua gestão;
• Diminuir controlos e avaliações por parte dos clientes;
• Fazer frente à concorrência desleal;
• Melhorar a imagem da organização e de seus produtos ou actividades junto aos
seus clientes;
• Assegurar que o produto, serviço ou sistema atende às normas;
• Tornar a organização altamente competitiva e acesso aos novos mercados.

AUDITORIAS DE QUALIDADE
A Auditoria tem como objetivo a emissão de uma opinião sobre as demonstrações
financeiras, enquanto o principal objetivo do controlo de qualidade é assegurar que essa
opinião é credível.

A Auditoria da Qualidade não garante a qualidade do produto ou serviço, mas tem como
finalidade controlar e melhorar o produto ou serviço.

Atualmente a Auditoria e Qualidade são temas essenciais para a sobrevivência de uma


organização, uma vez que o mercado é cada mais exigente e as empresas têm que utilizar
e melhorar todas as ferramentas que lhe permitam melhorar a sua posição, ou seja, “ser
um concorrente à altura”.

A auditoria da qualidade é um componente essencial de um Sistema de Gestão da


Qualidade (SGQ) eficaz. Essa prática consiste em realizar uma avaliação sistemática e
independente dos processos, procedimentos e práticas de uma organização para verificar
se estão em conformidade com os requisitos estabelecidos e se estão sendo
implementados de maneira eficaz.

As auditorias da qualidade são processos de verificação e análise realizados por


profissionais qualificados e independentes, com o objetivo de avaliar a conformidade e a
eficácia das atividades relacionadas à qualidade em uma organização.

As auditorias da qualidade são uma importante ferramenta para a gestão moderna da


qualidade. Embora muitas empresas tenham desenvolvido esta função (algumas até
possuem departamentos específicos para a sua execução), ainda não há uma total
compreensão das vantagens advindas de sua aplicação.

Uma auditoria da qualidade é uma avaliação planejada, programada e documentada,


executada por pessoal independente da área auditada, a fim de verificar a eficácia do
sistema de qualidade implantado, através da constatação de evidências objetivas e da
identificação de não-conformidades, servindo como mecanismo de realimentação e
aperfeiçoamento do sistema da qualidade.

Podemos dizer que esta representa para a função 'qualidade' o que a auditoria contábil
representa para a função 'finanças' da empresa. As auditorias contábeis não só verificam
a exatidão dos livros, mas também a adequação do sistema contábil. A mesma analogia
vale para as auditorias da qualidade.

A análise da definição acima fornecida nos permite identificar alguns pontos importantes
que merecem destaque:

a) A auditoria da qualidade pode ser realizada por qualquer pessoa da organização,


desde que:

- Esta seja de uma outra área que não a auditada;

- Esta esteja treinada e capacitada para a realização da mesma.

b) Uma vez que o objetivo principal da auditoria é verificar a eficácia do sistema da


qualidade implantada, consequentemente seu caráter é muito mais de prevenção
do que de correção de problemas.
c) Por servir como mecanismo de realimentação, as auditorias são um importante
sistema de informações para a administração da empresa, pois possibilitam o
aperfeiçoamento da qualidade de seus produtos e serviços.

As auditorias da qualidade desempenham um papel fundamental na garantia da


conformidade e da melhoria contínua dos processos organizacionais. Elas fornecem uma
visão imparcial e sistemática do desempenho da organização em relação aos requisitos da
qualidade, permitindo identificar não conformidades, lacunas e áreas de melhoria.

Tipos da auditoria da Qualidade


Existem 3 Tipos de Auditoria que servem a diferentes propósitos. Todos eles
correspondem a um processo sistemático que busca comparar critérios à realidade vivida
nas organizações. Assim, esse processo é fundamental na busca pela excelência e na
promoção da melhoria contínua.

Basicamente, para a ISO 19011:2018 (Diretrizes para Auditoria de Sistemas de Gestão),


existem 3 Tipos de Auditoria, dessa forma:
Auditoria de 1ª parte
As auditorias de 1ª parte são as auditorias internas. Elas geralmente são realizadas pela
própria empresa, que seleciona os colaboradores qualificados para auditar. Dessa forma,
no geral, não há nenhum tipo de envolvimento externo.

Elas podem ter diversos objetivos distintos. Mas, muitas vezes, são realizadas auditorias
internas para ajudar na adequação de um sistema de gestão, como a ISO 9001:2015. Isso
ocorre porque a auditoria identifica quais itens não são atendidos. Então, é possível criar
planos de ação para ajustar os processos e, assim, atender a norma em que se busca
certificação.

As auditorias internas fornecem um diagnóstico mais preciso da empresa, pois são


executadas, geralmente, por profissionais que conhecem o processo e o contexto da
organização. Elas identificam pontos fracos e falhas que precisam ser corrigidas, mas que,
às vezes, passam despercebidas em outros momentos (ou nos tipos de auditorias que
veremos a seguir).

Todavia, cabe ressaltar que existem empresas que terceirizam as auditorias internas. Isso
acontece principalmente para evitar que o conflito de interesse ou fatores pessoais
atrapalhem o processo de auditoria.

Auditoria de 2ª parte
As auditorias de 2ª parte são auditorias externas realizadas nos fornecedores da empresa.
Tem como objetivo avaliar critérios importantes para a organização que está contratando
produtos ou serviços. Podem ser avaliadas as rotinas da empresa e a execução dos
processos, por exemplo, pois são fatores que podem afetar diretamente na qualidade do
que é repassado para a empresa que está executando a auditoria.

Esse tipo de auditoria pode ser executada por representantes da empresa auditora, desde
ela tenha colaboradores com as competências necessárias. Porém, também é possível que
ela terceirize a auditoria, contratando uma empresa de auditoria especializada no seu ramo
de atuação, por exemplo.

Perceba que aqui a auditoria faz parte de um processo de avaliação de fornecedores.


Portanto, o objetivo dela é atestar a capacidade de uma empresa para atender as
necessidades e expectativas de outra organização.
Auditoria de 3ª parte
Também externas, as auditorias de 3º parte são auditorias que têm como escopo averiguar
requisitos legais, regulamentares, por exemplo, auditorias de certificação em normas
como a 9001:2015 ou a 17025:2017.

Aqui, são avaliados requisitos normativos, afim de compreender se uma empresa cumpre
ou não os critérios da norma a que se dispôs a atender. Se nas auditorias de 2ª parte são
avaliados critérios de uma empresa perante a outra; na de terceira é avaliada a
conformidade dos processos da empresa que está passando por auditoria frente uma
norma ou regulamentação.

Nesse caso, a auditoria é um fim em si mesma, e servirá apenas para atestar a competência
da empresa em atender determinados requisitos. Não há uma relação de compra/venda,
como no caso anterior. Para exemplificar esse tipo de auditoria, podemos citar as
auditorias do INMETRO (para 17025:2017, por exemplo) ou da Anvisa (por exemplo,
BPF – boas práticas de fabricação).

Objetivos das Auditorias da Qualidade


• Os principais objetivos de uma organização para a realização de auditorias da
qualidade são: Avaliar a conformidade dos procedimentos da qualidade com as
normas estabelecidas por clientes ou pela própria empresa;
• Avaliar O processo de tomada de decisão da empresa, com relação à qualidade;
• Avaliar a conformidade das características da qualidade dos produtos/serviços
com as especificações;
• Verificar e melhorar a eficácia do sistema da qualidade;
• Detectar problemas potenciais da qualidade de produtos/serviços;
• Permitir à administração uma visão mais profunda da empresa, gerando uma
consciência para qualidade.

Âmbito de Um Sistema de Auditoria da Qualidade


Não existe uma fórmula universal (receita de bolo) para a implantação de um sistema de
auditorias da qualidade. Cada empresa precisa avaliar especificamente as suas
necessidades e, em função destas, desenvolver um esquema que seja compatível com os
objetivos estabelecidos.
Entretanto, podemos fazer as seguintes recomendações, que têm se demonstrado eficazes
para a implantação:

➢ O sistema deve ser desenvolvido e administrado por um profissional com


experiência na área, tendo o apoio da Alta Administração para a realização deste
trabalho;
➢ O sistema deve ser montado de forma a assegurar que a execução das auditorias
seja uma rotina regular dentro da organização;
➢ Deve ser selecionado um número determinado de normas, a fim de cobrir
convenientemente as exigências da organização (contratuais ou não);
➢ Todas as auditorias devem ser executadas comparando-se os sistemas da
organização contra as exigências das normas escolhidas;
➢ O sistema deve ser planejado e consistente na sua abordagem;
➢ Os auditores devem ser treinados em técnicas de auditoria, incluindo-se os
aspectos comportamentais;
➢ O sistema deve ser divulgado, compreendido e aceito por todas as pessoas da
organização;
➢ Deve haver um sistema eficiente de informações da auditoria, com linhas de
comunicação bem definidas, uma vez que diversas áreas funcionais estarão
envolvidas;
➢ Deve existir um método eficiente para assegurar que as medidas corretivas sejam
implantadas. A auditoria deve ser objetiva, concreta e executada contra uma
norma definida da qualidade.

Meteorologia de Trabalho
O Controlo de Qualidade tenta assegurar que o risco de erro associado às práticas de
Auditoria esteja a um nível aceitável. Existem, para isso, procedimentos que são os
seguintes:

• Designação de um responsável pelo controlo de qualidade e atitude de mostrar a


importância da qualidade perante todos os colaboradores;
• Recrutamento de pessoal com um nível académico adequado (licenciatura ou
bacharelato em contabilidade ou equivalente)
• Formação na área, complementada com sessões promovidas dentro da empresa e
cursos específicos no exterior;
• Utilização de checklists e de programas padrão;
• Revisão do trabalho por um segundo responsável.

O Controlo é executado por uma equipa independente que aplica os procedimentos, em


todas as fases do trabalho, para garantir a qualidade adequada à prestação do serviço.

Aspectos a Considerar
Embora muitas empresas reconheçam a importância das auditorias como mecanismo de
aperfeiçoamento da gestão da qualidade, é comum haver relatos de insucessos ou de
sucesso parcial na sua aplicação.

As causas mais comuns deste fracasso são:

➢ Falta de comprometimento/envolvimento da Alta Administração: Ishikawa


ressalta a necessidade do apoio da cúpula da empresa para a eficaz utilização das
informações obtidas quando da execução das auditorias da qualidade. Segundo
ele, no Japão já se tomou rotina a execução de auditorias pelo próprio presidente
da empresa, como forma de garantir bons resultados. Indubitavelmente, todas as
ações devem ser implementadas de cima para baixo, para serem bem-sucedidas;
➢ Resistência da organização: se todos na organização não compreenderem a
finalidade das auditorias (prevenção, e não detecção), surgirão focos de
resistência, uma vez que as pessoas se sentirão ameaçadas. Portanto, é de vital
importância a divulgação dos objetivos das auditorias, de preferência, pela Alta
Administração;
➢ Falta de treinamento/habilidade por parte dos auditores: o treinamento ministrado
deve não somente enfocar a parte técnica, mas também os aspectos
comportamentais envolvidos na auditoria. É surpreendente verificar como muitos
auditores se esquecem do ditado: "Môscas se caçam com mel, e não com fel.
➢ Falha na implantação da ação corretiva: muitas auditorias são bem executadas, e
os pontos fracos do sistema da qualidade são levantados, entretanto, não há
implantação da ação corretiva necessária à resolução do problema. Isto pode
ocorrer devido a dois motivos: falta de acompanhamento (re-auditoria) e/ou falta
de senso de urgência na sua implantação.

Muitos outros motivos poderiam ser ainda citados, mas acreditamos que a maior parcela
destes se enquadram de alguma forma em uma das categorias acima citadas.
CONCLUSÃO
Conforme dito anteriormente, a finalidade deste trabalho é abordar a questão da auditoria
da qualidade em todas as suas minúcias, mas, antes de tudo, fornecer uma visão global de
um assunto que vem despertando o interesse de profissionais da área.

Diversos cursos têm sido ministrados nas principais capitais do país, auxiliando as
empresas na capacitação de seus recursos humanos e facilitando sobremaneira a tarefa de
desenvolver e implantar esta importante ferramenta gerencial.

Por fim, gostaríamos de lembrar que a auditoria da qualidade é a consequência de um


sistema/processo e não o motivo para a existência do mesmo, em outras palavras, é um
meio e não um fim para o aperfeiçoamento da qualidade. As informações que são geradas
devem ser utilizadas para realimentar o sistema, permitindo que as melhorias sejam
obtidas e mantidas a longo prazo.

RELATÓRIOS
Relatório da auditoria - a equipe deve preparar um sumário com as deficiências
observadas e recomendações, bem como citar as ações corretivas e respectivos prazos de
implantação combinados com o pessoal da área auditada. O relatório deve ser emitido tão
logo quanto possível, de moda a formalizar os resultados obtidos na auditoria.

As informações para o plano das auditorias podem ser obtidas de:

• Relatórios de auditorias anteriores;


• Relatórios de não-conformidades;
• Relatórios de devoluções de clientes;
• Relatórios de inspeções;
• Documentação técnica;
• Contratos com clientes.
BIBLIOGRAFIA
▪ Rodão et al. (2007) – Conceito de Qualidade. Paladini (2004) – Sistema de Gestão
de Qualidade.
▪ PEINADO e GRAEMI (2007) – Qualidade e suas abordagens. Ishikawa
▪ WILLIAM EDWARDS DEMING (1900-1993) – Qualidades.
▪ Desenvolvimento de Sistema de Gestão - (Curkovic e Pagell, 1999).
▪ Cerqueira Neto (1992) – Princípios de Gestão de Qualidade.
▪ Processo de Certificação - (Pires, 2012). Ganhão et al. (1992) – Conformidade de
Producto ou Serviço
▪ ISO 19011:2018 (Diretrizes para Auditoria de Sistemas de Gestão)

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