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O mercado de trabalho está cada vez mais dinâmico e por isso as empresas
devem se manter sempre competitivas. Desta forma, é necessária a implan-
tação de um sistema de gestão que esteja voltado para a melhoria contínua,
a qual deve estar direcionada aos produtos, aos serviços que são oferecidos
aos clientes externos, aos clientes internos da organização e à sociedade na
qual a empresa está inserida. Mas, para definir o termo “qualidade”, é pre-
ciso considerar alguns itens. São 4 observações que são muito importantes,
neste cenário de definição – ao menos do ponto de vista técnico:
1. O conceito de qualidade não pode contrariar a noção intuitiva que todas
as pessoas têm.
2. Qualidade não pode ser confundida com beleza, luxo, brilho, cores, grife,
marca etc. Mas, tudo isso envolve a qualidade do produto ou do serviço.
O erro é pensar que a qualidade é apenas um destes itens.
3. É preciso considerar que qualidade é um conjunto de atributos que
compõem o produto ou serviço.
4. O enfoque mais usual passa pela ideia de centrar a qualidade na figura
do consumidor. Afinal, para o consumidor, é muito importante algo
como:
• O preço do produto
• Suas características especificas
• Seu processo de fabricação
Ao término desta lição, você deverá ser capaz de:
• Conhecer o conceito de gestão da qualidade e gestão da qualidade total
• Conhecer os princípios, os conceitos e os gurus da qualidade
• Conhecer os benefícios que o sistema de qualidade propõe
1. Princípios de Gestão da Qualidade e Qualidade Total
O conceito de qualidade é uma gerência focada na totalidade das caracterís-
ticas de um produto ou serviço, desde a produção até a sua distribuição no
mercado, e que suportam a sua capacidade para satisfazer as necessidades
implícitas e explicitas, ou seja, as necessidades primárias visíveis e a supera-
ção da satisfação do cliente.
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Já o conceito de Qualidade Total diz respeito aos pensamentos estratégicos
que antecedem o agir e o produzir dentro de uma organização. Diz respeito
também a uma mudança de postura gerencial na maneira de entender o su-
cesso de uma organização.
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Esse termo técnico corresponde à metodologia japonesa de melhoria denominado KAISEN
ou, em outras palavras, um processo contínuo e sem fim de aperfeiçoamento dos processos
e práticas de gestão de uma organização.
• Focalização no cliente
Toda organização tem como objetivo a satisfação de uma determinada ne-
cessidade de seu cliente, seja com o oferecimento de um produto ou de um
serviço. Portanto, o foco no cliente é um princípio fundamental da gestão da
qualidade que deve sempre buscar um amplo atendimento, superando as ne-
cessidades e expectativas do cliente.
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• Liderança
É missão dos líderes de uma organização criar e manter um ambiente propí-
cio para que os envolvidos no processo (colaboradores) desempenhem suas
atividades de forma adequada e que se sintam motivados e comprometidos a
atingir os objetivos da organização.
• Melhoria contínua
Para que a organização consiga manter a qualidade de seus produtos, aten-
dendo às necessidades atuais do mercado, e excedendo as expectativas de
seus clientes, é necessário que ela tenha seu foco voltado sempre para a me-
lhoria contínua do seu processo e produto/serviço.
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Ainda tratando da diversidade de interpretações para o conceito de quali-
dade e melhoria contínua, o estudo da Gestão da Qualidade é baseado em
diferentes especialistas, os chamados “gurus da qualidade”. Entre eles, estão
Walter A. Shewhart, Edwards Deming, Philip B. Crosby, Joseph Moses Juran,
Feigenbaum, Kaoru Ishikawa e Genich Taguchi.
Todos abordam a qualidade sob vários focos: Juran associa a qualidade à ges-
tão, Ishikawa, às pessoas; Deming, aos processos; Feigenbaum, aos sistemas;
Shewhart, ao controle estatístico; Crosby, ao “zero defeito”; e Tagushi, ao foco
em projetos.
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Guru significa grandes historiados no que se refere à gestão de qualidade. Joseph Moses
Juran, 1904-2008, foi um consultor de negócios. Nasceu na Romênia e era formado em
Engenharia Elétrica.
Frank Gryna, falecido em 2005, foi um engenheiro industrial, doutor pela Universidade de
IOWA, e professor emérito da Universidade de Bradley, EUA.
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1.2 Ishikawa e o conceito de Qualidade e Pessoas
Máquina Pessoal
Produto
com defeito
Métodos Materiais
CAUSAS EFEITO
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Veja os dois quadros abaixo: o primeiro ilustra os motivos que antecedem as
causas que já foram determinadas (subcausas).
SUBCAUSA 2 SUBCAUSA 3
SUBCAUSA 1
PROBLEMA
(efeito)
SUBCAUSA 4
SUBCAUSA 5
CAUSA 5 CAUSA 5
DESMOTIVAÇÃO
CORRENTE GASTA
FALTA DE
FALTA DE MANUTENÇÃO
TREINAMENTO CAMISA
COM
POUCAS DEFEITO
PESSOAS NO BOTÕES
CORTE IMPRÓPRIOS
MÁ QUALIDADE
TECIDO DA LINHA
INADEQUADO
MÉTODO MATERIAL
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Kaoru Ishikawa, 1915-1989, formado em química, nasceu no Japão e desenvolveu o conhe-
cido Diagrama de Ishikawa, um diagrama em formato de espinha de peixe.
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1.3 Feigenbaum e o conceito de Qualidade e Sistemas
Para este guru, é preciso acreditar que a qualidade de uma empresa está dire-
tamente relacionada a todos os setores. Todos devem trabalhar em conjunto,
baseando-se nos quatro fundamentos da qualidade total:
• Níveis de qualidade – não existe um nível de qualidade permanente, pois
os clientes exigirão sempre mais, e a competição definirá novos padrões.
• Liderança proativa – é a boa conduta gerencial sobre as pessoas,
motivando-as para o conhecimento dos processos de qualidade, a fim
de que tenham habilidades e atitudes positivas diante da organização. É
incentivar o pensamento de que um esforçando-se para ajudar o outro, de
forma positiva, toda a organização ganha.
• Qualidade – buscar qualidade é o mesmo que inovar para atingir o
sucesso.
• Custos – qualidade e custos devem ser complementares e não objetivos
empresariais contraditórios, ou seja, não devem ser vistos de maneira dife-
rente.
Nascido em 1891, nos Estados Unidos, Walter A. Shewhart era físico e enge-
nheiro. Conhecido como o pai do controle estatístico de qualidade, acreditava
que as características não possuíam um valor verdadeiro por si só. Ele tam-
bém dizia que, na apresentação de resultados de pesquisas, os dados apresen-
tados deveriam apresentar toda a evidência.
Ele reforçava a ideia de que as leis físicas poderiam ter um sentido perfei-
to em contextos estatísticos e argumentava que uma quantidade grande de
constantes era utilizada e que, na prática, poucas se mantinham. Somente
pela estatística alguém pode obter resultados específicos das muitas leis fí-
sicas.
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Kaoru Ishikawa, 1915-1989, formado em química, nasceu no Japão e desenvolveu o conhe-
cido Diagrama de Ishikawa, um diagrama em formato de espinha de peixe.
Causa
LSE
Especial
LSC
Média Gráficos de
controle mostram
a variação do
processo ao
LIC longo do tempo
LIE
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número da Amostra
A partir de 1950, ele ensinou aos altos executivos japoneses como melhorar
um projeto, a qualidade do produto, testá-lo e colocá-lo à venda (este último
por meio dos mercados globais) através de vários métodos, incluindo a apli-
cação de métodos estatísticos como a análise de variantes e teste de hipóteses.
Entretanto, existem alguns itens conhecidos como “doenças fatais” que pre-
judicam estes quatorze princípios, tais como: falta de propósito, ênfase nos
lucros em curto prazo, mobilidade da administração, alta rotatividade da
mão de obra, administração com base em números visíveis, pouca importân-
cia em relação ao planejamento em longo prazo, confiança excessiva na tec-
nologia para resolver os problemas, busca de exemplos para serem seguidos
em lugar da criação de soluções e justificativas como: “nossos problemas são
diferentes”.
“Zero Defeitos” é uma técnica que implementa o conceito Poka-Yoke, que visa
prevenir, detectar defeitos ou eliminá-los.
POKA
YOKE
CLIENTE
RETRABALHO
Crosby destacava que o conceito da qualidade é bem aceito pelo mundo em-
presarial, mas a sua implementação não é tão aplicada nos programas de
qualidade, pois muitas pessoas acreditam que as falhas tenham origem na
técnica, não como um problema gerado possivelmente por pessoas.
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Poka-Yoke é um termo japonês em que Yokeru significa “prevenir” e “Poka” “erros por
desatenção” e tem a função de prevenir falhas humanas por falta de atenção que resultem
em defeitos no produto.
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• A qualidade será atingida se diminuírem os problemas para se chegar às
metas. Na fase inicial, devem-se considerar fatores ambientais. Devem ser
especificados os valores para os parâmetros críticos e assegurado que a
produção satisfaça essas metas com o mínimo desvio;
• A qualidade não deve ser baseada nas características do produto. Isso
varia o seu preço e/ou mercado, mas não a qualidade. O desempenho e as
características do produto podem estar relacionados com a qualidade, mas
não são a base da qualidade. Pelo contrário, o desempenho é uma medida
das capacidades do produto.
ruim ruim
P(y) = k (y - m)2
Perda
Sofrível Sofrível
Bom Bom
Melhor
Y
LI m LS
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projetos com aplicação estatística e com um alinhamento coerente no uso
das ferramentas da qualidade e uso de métodos quantitativos em geral.
50 100,00
NÚMERO DE OCORRÊNCIAS
ACUMULADO (%)
40 80,00
30 60,00
20 40,00
10 20,00
0 0
PROBLEMAS ATRASO NA DEFEITOS NO ENTREGA NOTA OUTROS
NO SITE ENTREGA PRODUTO INCOMPLETA FISCAL
Para Pesquisar
Faça um levantamento sobre as doze ferramentas de qualidade, como os histogramas,
folhas de verificação, gráficos de dispersão, 5W2H etc. O conhecimento delas será
necessário para a sua formação como um profissional da área de Qualidade.
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Circunstâncias para a utilização do diagrama de Pareto:
• Identificação de problemas e suas causas, tais como problema de erro,
falhas, gastos, retrabalhos, e até mesmo problemas com o operador,
equipamento, matéria-prima etc.
• Visualização de uma ação, como atividade, tarefa ou operação;
• Priorização de uma ação, como atividade, tarefa ou operação;
• Confirmação dos resultados de melhoria implantada;
• Observação da situação referente ao antes e depois do problema, devido às
mudanças efetuadas no processo;
• Identificação de causas maiores em partes específicas, eliminando a
origem do problema e que são responsáveis por impactos maiores na
produção;
• Definição de melhorias de um projeto, como identificação das principais
fontes de custo e causas que afetam um processo na escolha do projeto a
partir do número de não conformidades, entre outros.
2.3 Fluxograma
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Este símbolo indica o início ou o fim de um dado
processo, isto significa que este símbolo mostra o
limite de uma certa operação.
A recepcionista
O maitre anota o Uma das mesas encaminha o cliente
pedido do cliente do restaurante para o bar e lhe dá
e o encaminha ſEQWXCIC uma senha
para a cozinha
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2.4 G.U.T.
Quadro de Prioridade
É preciso construir um quadro que possa ser útil para calcular e definir as
prioridades, diante dos problemas encontrados.
Para isso, é necessário atribuir um “peso” numérico para cada sigla do GUP.
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C.P. = Coeficiente de Prioridade
Encontre-o multiplicando o G
pelo U e depois pelo T
Nº Problemas G U T C.P.
1 Baixa produtividade 5 5 3 75
2 Mecadorias com defeito 5 5 5 125
3 Máquinas sem manutenção 3 5 5 75
4 Poucos vendedores contratados 1 3 3 9
5 Falta de licenciamento ambiental 5 5 5 125
6 Embalagens estragadas 3 3 5 45
Coloque os números 1, 3 ou
5 de acordo como o grau de
importância dos problemas
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3.2 Segunda Etapa – A Qualidade Estruturada
Existe a variação inerente às causas acidentais e que não podem ser deter-
minadas e a variação intermitente às causas determináveis, que podem ser
observadas com diagnóstico. E o processo de inspeção por amostragem im-
plica na seleção de uma quantidade significativa de itens processados e re-
presentados estatisticamente para medir e analisar a variabilidade de pro-
cessos. Para tal, foi desenvolvida uma técnica chamada de Gráfico de Controle
Estatístico.
Par�cipação nos custos de produção da empresa no momento do diagnós�co
a) Administração d) Combus�vel e Lubrificantes g) Alimentos e Mineralização i) Manutenções Geais
J
A
18,30%
5,50%
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engenharia e confiabilidade, zero defeito, fazer certo da primeira vez. Para se
alcançar a qualidade, foi observada a necessidade de que todos os colabora-
dores fizessem a sua parte no processo.
Em relação aos custos da qualidade, foi constatado que a qualidade não deve-
ria se restringir apenas aos colaboradores, era preciso materializar a ideia de
que se tinha sobre qual seria o custo da qualidade. Juran iniciou a formaliza-
ção de seus conceitos, dando ênfase à economia x qualidade.
Dica de Leitura
É importante conhecer a grande obra de Frederick Winslow Taylor, chamada:
ADMINISTRAÇÃO INDUSTRIAL.
Formada pela gestão integrada na década de 1970 até os dias de hoje, em que
a qualidade contínua permanece na maioria das organizações e não apenas
restrita à linha de produção, surgindo o conceito de cliente interno. Muda
a relação entre a organização e seus fornecedores. O conceito de qualidade
extrínseca surgiu da necessidade de que cada pessoa ou cliente percebesse
subjetivamente o produto ou o serviço.
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