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Centro de Emprego e Formação Profissional de Coimbra

Serviço de Formação de Coimbra

UFCD 4793
Introdução à gestão da
qualidade
Duração: 25 horas

Formadora: Isabel Castelo Branco

1
Introdução à Gestão da Qualidade - Objetivos

➢Identificar os princípios da gestão da qualidade

➢Identificar ferramentas de garantia da qualidade

➢Identificar técnicas de resolução de (potenciais)


problemas e de melhoria contínua

2
Conteúdos

➢A evolução do conceito “qualidade”

➢Os princípios da gestão da qualidade e norma ISSO


9001

➢A qualidade perante a estratégia da empresa

➢Planeamento da qualidade

➢Infraestruturas e ambiente de trabalho


3
Conteúdos

➢Equipamentos de medição e monitorização


➢Tratamento de Produto Não Conforme (PNC)
➢Ferramentas da qualidade (fluxogramas, folhas de
registo, diagrama de concentração de defeitos,
diagrama de espinha de peixe)
➢Melhoria (análise de dados, ações corretivas, ações
preventivas) 4
O que é qualidade?

5
Qualidade

Qualidade = Realidade – Expectativas

Nadim Habib

https://www.youtube.com/watch?v=PGjafx13q68

6
Qualidade

Necessidades

Cliente/ Produtos
Utilizador ou Serviços

Satisfação
7
Qualidade

• Qualidade é um conjunto de características de


desempenho de um produto ou serviço que, em
conformidade com as especificações, atende às
expectativas e anseios do consumidor/cliente e por vezes
supere-as.

• Um bem ou serviço sem qualidade é aquele cujas


características de desempenho que não está em
conformidade com as especificações e que não atende às
características e anseios do consumidor/cliente.
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1. A Evolução do Conceito “Qualidade”

• O aparecimento do conceito da Qualidade não


corresponde a um momento concreto na história, tendo
evoluído ao longo do tempo.

• A sua origem é identificada nas primeiras civilizações de


Egípcios e Fenícios, apontando-se provas da sua utilização
nas penas previstas no Código de Hammurabi (1752 a.C.) e
nas leis dos Fenícios para quem realizasse produtos com
defeitos, assim como nos sistemas de controlo utilizados nas
agremiações (reuniões) da Idade Média.

9
1. A Evolução do Conceito “Qualidade”

• À medida que a indústria foi crescendo, as oficinas


tornaram-se maiores e surgiu o mestre que chefiava os
vários artesãos.

• As atividades de Controlo da Qualidade consistiam em


verificar os trabalhos em curso e o produto final, com o
objetivo de assegurar que os aprendizes estavam a laborar
corretamente e que o produto era apto ao uso.

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1. A Evolução do Conceito “Qualidade”

• À medida que a indústria foi crescendo, as oficinas


tornaram-se maiores e surgiu o mestre que chefiava os
vários artesãos.

• As atividades de Controlo da Qualidade consistiam em


verificar os trabalhos em curso e o produto final, com o
objetivo de assegurar que os aprendizes estavam a laborar
corretamente e que o produto era apto ao uso.

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1. A Evolução do Conceito “Qualidade”

• A forma como as empresas “vêem” a qualidade tem vindo a


evoluir.

• Foram 4 fases: a inspeção, controlo de qualidade, garantia


da qualidade e gestão da qualidade total

12
1. A Evolução do Conceito “Qualidade”

13
1. A Evolução do Conceito “Qualidade”

14
Garantia Gestão da
Controlo
Inspeção da Qualidade
Estatístico
Qualidade Total

➢Conformida ➢Foco na
➢Inspeção por prevenção de ➢Foco na
de do produto
➢Conformidade
amostragem defeitos gestão
com
do um com
produto
um padrão
padrão ➢Setores ➢Envolvimento ➢Envolvimento
responsáveis de todos os integral da
➢Inspeção
➢Inspeçãododo pela qualidade setores da empresa
produto
produto empresa
acabado sem
acabado ➢Ferramentas ➢Superação das
análise dosem
análise do
processo estatísticas para ➢Criação de expectativas do
processo deteção de sistemas de cliente
variações no qualidade
processo ➢Surgimento
produtivo ➢Conceito de das normas ISO
Qualidade total
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Família Normas 9000

• A família de normas ISO 9000 é constituída por uma série de


normas internacionais respeitantes às diretrizes a ter em
linha de conta na definição e implementação de sistemas de
garantia da qualidade.

• As que dizem respeito a modelos de sistemas de garantia da


qualidade têm carácter universal e são para ser utilizadas
por qualquer tipo de organização, independentemente da
sua dimensão ou sector de atividade.

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Normas

ISO 9000: 2015 –


SGQ – ISO 9001: 2015 –
Fundamentos e SGQ – Requisitos
vocabulário

ISO 9004: 2019 – ISO/TS 9002:2016


Gestão do sucesso – SGQ – Diretrizes
sustentado de uma para aplica a ISO
organização 9001:2015 17
NP EN ISO 9001: 2015

18
Sistema de Gestão da Qualidade

O que é um Sistema de Gestão da Qualidade?

Conjunto de procedimentos e regras que permitem à empresa


produzir produtos que:

➢Respondam a necessidades, uso e objetivos bem definidos;


➢Satisfaçam as expectativas do cliente;
➢Estejam em conformidade com os requisitos;
➢Traduzam o maior valor pelo menor custo;
➢Deve estar suportado de forma documental (Manual da
Qualidade). 19
Sistema de Gestão da Qualidade

O que é um Sistema de Gestão da Qualidade?

Um sistema da qualidade representa a forma como a


organização produz os seus produtos ou fornece os seus
serviços.

Um sistema da qualidade proporciona a forma de avaliar o


que fazemos, documentar o que fazemos e registar o que
fizemos por forma a demonstrar se fizemos bem, ou não.

20
Sistema de Gestão da Qualidade

O que é um Sistema de Gestão da Qualidade?

Pode ser um sistema mais ou menos documentado, com mais


ou menos registos, suportado em metodologias mais ou
menos adequadas.

A implementação de sistemas de gestão da qualidade não


deve resultar em excessiva burocracia, “excesso” de papel ou
inflexibilidade.
21
Sistema de Gestão da Qualidade

Implementação do SGQ

A implementação de um sistema da qualidade não está


limitada a grandes organizações, ou apenas às organizações
industriais, nem só para as organizações privadas.

Atendendo que um sistema da qualidade “trata” da forma


como a organização realiza as suas atividades é aplicável a
qualquer organização, independentemente do seu tamanho,
setor de atividade ou constituição jurídica.
22
Sistema de Gestão da Qualidade

Implementação do SGQ

Deve ser periodicamente revisto e melhorado por forma a


garantir a sua permanente adequabilidade e eficácia.

Por outro lado, qualquer alteração que possa introduzir


entropia no sistema (ex. novos produtos, novas ou diferentes
necessidades dos clientes, alterações na estrutura
organizacional, mudança de instalações, informatização dos 23
serviços,…) deve ser planeada;
Sistema de Gestão da Qualidade

Implementação do SGQ

Devem também ser desencadeadas as ações necessárias para


que o sistema continue a desempenhar o seu papel e garantir
o cumprimento dos objetivos para que foi implementado.
Devem ser definidas responsabilidades internas pela
implementação, manutenção e melhoria do sistema,
podendo ser necessário recrutar colaboradores ou solicitar os
serviços de entidades de consultoria.
No entanto a responsabilidade pela sua definição,
implementação, manutenção e melhoria é sempre da 24
organização.
Sistema de Gestão da Qualidade

Implementação do SGQ

Para que exista confiança no Sistema da Qualidade, é


importante nunca esquecer que este terá de ser baseado em
três princípios fundamentais:

25
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade

26
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
1º- Foco no cliente:

➢ A empresa depende dos clientes; eles são a sua razão de


existir; tudo o que se faz afeta o cliente.

➢ Temos que determinar e entender as suas necessidades,


atuais, futuras, potenciais ou latentes, cumprindo também
as obrigações legais.

➢Cumprir os seus requisitos e esforço em procurar exceder as


suas expectativas. 27
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
1º- Foco no cliente:

➢Assegurar que os objetivos da organização são coerentes


com as necessidades e expectativas dos clientes.

➢Comunicar as necessidades e expectativas a toda a


organização.

➢Assegurar uma abordagem equilibrada entre satisfazer os


clientes e outras partes.
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2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
2º- Liderança:

O comportamento dos líderes cria:

➢ Clareza e unidade de propósitos;


➢ Uma direção e caminho a seguir;
➢ Um ambiente interno no qual as pessoas podem progredir
e melhorar a organização.

29
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
2º- Liderança:

➢A liderança permite estabelecer a harmonização e


orientação a partir da visão do futuro da organização,
definindo objetivos e metas e criando condições de
envolvimento de todos.

➢Estabelece um clima de confiança.

➢Fornece às pessoas recursos, formação e liberdade para


atuarem com responsabilidade. 30
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
3º - Comprometimento das pessoas:

➢As pessoas são a essência da organização, o seu principal


fator potenciador de sucesso e o seu capital fundamental.

➢As suas valências, habilidades e capacidades devem ser


aproveitadas.

➢Por isso, é importante envolver todos os colaboradores e a


todos os níveis..
31
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
4º - Abordagem por processos:

➢Processo: conjunto de atividades interrelacionadas ou


interatuantes que utilizam entradas para alcançar um
resultado pretendido.

32
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
4º - Abordagem por processos:

➢A compreensão e a gestão de processos inter-relacionados,


que constituem um sistema, contribui para a eficácia e a
eficiência da organização ao atingir os resultados
pretendidos.

➢Esta abordagem permite à organização controlar as


interrelações e interdependências entre os processos do
sistema, para que o desempenho global da organização
possa ser aperfeiçoado.
33
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
4º - Abordagem por processos:

A empresa é modelada como um conjunto de processos que


permite identificar as necessidades dos clientes e transformá-
-las numa entrega: o produto ou o serviço.

34
35
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
4º - Abordagem por processos:
Tipos de Processos:

➢Processos de realização: realização do produto/ serviço;


➢ Processos de apoio: atividade interna, geralmente
transversal, que permite assegurar o bom funcionamento da
empresa; são geralmente invisíveis para o cliente (ex. gestão
financeira, gestão de recursos humanos, a formação);
➢ Processos de gestão: determinação de uma política e de
uma estratégia para a organização e a condução das ações
implementadas para atingir os seus objetivos. 36
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade

5º - Melhoria:

➢A melhoria contínua do desempenho global de uma


organização deve ser um objetivo permanente.

➢Torna-se, por isso, necessário fornecer às pessoas formação


nos métodos e ferramentas de melhoria contínua, para que
se envolvam nessa melhoria contínua em todos os
processos, produtos e sistemas.

➢Devem ser estabelecidas metas que orientem e medidas


que permitam avaliar a melhoria contínua. 37
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade

5º - Melhoria:

➢A melhoria contínua do desempenho global de uma


organização deve ser um objetivo permanente.

➢Torna-se, por isso, necessário fornecer às pessoas formação


nos métodos e ferramentas de melhoria contínua, para que
se envolvam nessa melhoria contínua em todos os
processos, produtos e sistemas.

➢Devem ser estabelecidas metas que orientem e medidas


que permitam avaliar a melhoria contínua. 38
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade

5º - Melhoria:

Melhoria Contínua - PDCA


➢Um dos conceitos associados às normas ISO 9000 e ao
conceito de melhoria contínua é o conhecido ciclo de
Deming.
➢Este ciclo baseia-se na aplicação na metodologia PDCA.
➢O método “Plan” – “Do” – “Check” – “Act”, foi desenvolvido
na década de 30 pelo americano Shewhart, mas foi Edwards
Deming o seu maior divulgador, ao aplicar o seu conceito no
Japão. 39
40
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
5º - Melhoria:

Melhoria Contínua - Ciclo PDCA (Ciclo de Shewhart/ Deming)

➢O ciclo PDCA é para ser usado como um modelo dinâmico. A


conclusão de uma volta do ciclo flui no começo do seguinte,
seguindo o espírito que o processo pode ser sempre
reanalisado.

➢Com o passar do tempo, cada ciclo é concluído, e um novo


ciclo e mais complexo pode ser iniciado, alcançando assim o
processo um sistema de melhoria contínua. Este ciclo
ininterrupto é representado na rampa de melhoria contínua. 41
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
5º - Melhoria:

Melhoria Contínua - Ciclo PDCA (Ciclo de Shewhart/ Deming)

Rampa de melhoria contínua PDCA

42
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
• 6º – Tomada de decisões baseada em evidências:
Decisões com Base em Factos

• As decisões eficazes baseiam-se na análise de dados e


informações, os quais devem ser suficientemente exatos e
fiáveis e estar acessíveis a quem deles necessita.

• Devem analisar-se os dados e informação através de


métodos válido.

• Tomar decisões e desencadear ações com base em análises


factuais, equilibradas com experiência e intuição. 43
2 – Princípios Inerentes à Gestão da
Qualidade
7º – Gestão de relacionamentos:
Para alcançar um sucesso sustentado, as organizações devem gerir as
suas relações com as partes interessadas relevantes, como sejam os
fornecedores, parceiros, clientes, colaboradores, utilizador final,
reguladores, franchisados e outros

➢Melhor desempenho por meio da resposta às oportunidades e


restrições relacionadas com os interessados
➢Compreensão dos objetivos e valores das partes interessadas;
➢Aumentar a capacidade de criar valores para as partes
interessadas (por exemplo, parcerias), partilhando recursos e
competências e gerindo riscos relacionados com a qualidade;
➢Acompanhamento dos fluxos de produtos e serviços. 44
45
3 – A qualidade perante a Estratégia da Empresa

A ISO9001 considera que a adoção de um sistema de


gestão da qualidade:

➢deverá ser uma decisão estratégica da organização;


➢ pode ajudar a melhorar o desempenho global
➢ pode proporcionar uma base sólida para iniciativas
de desenvolvimento sustentável.

46
3 – A qualidade perante a Estratégia da Empresa

➢A conceção e a implementação do sistema de gestão da


qualidade de uma organização são influenciadas:

a) pelo seu ambiente organizacional, por mudanças nesse


ambiente e por riscos associados a esse ambiente;
b) por necessidades variáveis;
c) por objetivos particulares;
d) pelos produtos que proporciona;
e) pelos processos que utiliza;
f) pelas suas dimensão e estrutura organizacional.
47
4 - Planeamento da qualidade

A secção 6 da norma NP EN ISO 9001:2015 relaciona-se com o


Planeamento. Os requisitos são:

➢6.1 – Ações para tratar riscos e oportunidades


➢6.2 – Objetivos da qualidade e planeamento para os atingir;
➢6.3 – Planeamento das alterações

48
4 - Planeamento da qualidade

Ações para tratar riscos e oportunidades

Ao planear o seu SGQ, a organização deve:


• considerar o seu contexto organizacional – secção 4 da
norma, determinando as questões externas e internas que
sejam relevantes para o seu propósito e a sua orientação
estratégica e que afetem a sua capacidade para atingir os
resultados pretendidos do seu SGQ;
• Monitorizar e rever a informação sobre as questões internas
e externas;
• Compreender as necessidades e expectativas das partes
interessadas. 49
4 - Planeamento da qualidade

Ações para tratar riscos e oportunidades

Ao planear o seu SGQ, a organização deve determinar os


riscos e oportunidades que devem ser tratados para:

➢Dar garantia de que o sistema da qualidade pode atingir os


resultados pretendidos;
➢Aumentar os efeitos desejáveis;
➢Prevenir ou reduzir os efeitos indesejados;
➢Obter a melhoria
50
4 - Planeamento da qualidade

Ações para tratar riscos e oportunidades

A organização deve planear:

➢Ações para tratar esses riscos e oportunidades


➢Como integrar e implementar as ações nos processos do
seu SGQ;
➢Como avaliar a eficácia dessas ações.

51
4 - Planeamento da qualidade

Objetivos da qualidade e planeamento para os atingir

A organização deve estabelecer objetivos da qualidade, que devem:

➢ ser consistentes com a política da qualidade;


➢ ser mensuráveis;
➢ ter em consideração requisitos aplicáveis;
➢ ser relevantes para a conformidade dos produtos e dos serviços e
para o aumento da satisfação do cliente;
➢Ser monitorizados
➢Ser comunicados
➢Ser atualizados conforme adequado. 52
4 - Planeamento da qualidade

Objetivos da qualidade e planeamento para os atingir

Ao planear como atingir os seus objetivos, a organização deve


determinar:

➢ o que será realizado;


➢ que recursos são necessários;
➢ quem será responsável;
➢ quando será concluído;
➢ como serão avaliados os resultados.
53
4 - Planeamento da qualidade

Objetivos da qualidade e planeamento para os atingir

Quando a organização determina a necessidade de fazer alterações ao


SGQ, estas devem ser realizadas de forma planeada. A organização
deve considerar:

➢ o propósito das alteração e as suas potenciais consequências;


➢ a integridade do SGQ;
➢ a disponibilidade de recursos;
➢ a afetação ou reafectação de responsabilidade e de autoridades

54
5 – Infraestruturas e Ambiente de Trabalho

A secção 7 da norma NP EN ISO 9001:2015 relaciona-se com o


Suporte.

No requisito 7.1.3 – Infraestruturas – verifica-se que a


organização deve determinar, providenciar e manter a
infraestrutura necessária para a operacionalização do seus
processos e para obter a conformidade de produtos e
serviços.

55
5 – Infraestruturas e Ambiente de Trabalho

Infraestruturas

Ao nível das infraestruturas incluem-se:

➢Edifícios e meios associados;


➢Equipamento, incluindo hardware e software;
➢Recursos de transporte;
➢Tecnologia de informação e comunicação.

56
5 – Infraestruturas e Ambiente de Trabalho

O requisito 7.1.4 intitula-se Ambiente para a


operacionalização dos processos.

A organização deve determinar, providenciar e manter o


ambiente necessário para a operacionalização dos seus
processos e obter a conformidade dos produtos e serviços.

57
5 – Infraestruturas e Ambiente de Trabalho

Ambiente para a operacionalização dos processos

Um ambiente adequado pode ser uma combinação de fatores


humanos e físicos. São exemplos disso:
➢ sociais (por exemplo, não discriminação, calma, ausência de
confrontações);
➢ psicológicos (por exemplo, redução do stress, prevenção da
exaustão, proteção emocional);
➢ físicos (por exemplo, temperatura, humidade, calor,
iluminação, ventilação, higiene, ruído).
Dependendo dos produtos e serviços fornecidos, estes fatores podem
diferir substancialmente. 58
6 – Equipamentos de Medição e
Monitorização
O requisito 7.1.5 intitula-se Recursos de
Monitorização e Medição

A organização deve determinar e providenciar os


recursos para assegurar resultados válidos e fiáveis
quando se recorrer à monitorização e à medição para
verificar a conformidade de produtos e serviços face
aos requisitos.
Monitorização – determinação do estado de um sistema, de um processo,
de um produto, de um serviço ou de uma atividade
59
Medição – processo para determinar um valor
6 – Equipamentos de Medição e
Monitorização
Recursos de Monitorização e Medição

A organização deve assegurar que os recursos


providenciados:
➢ são adequados aos tipos específicos de atividades
de monitorização e medição realizados;
➢ são mantidos para assegurar a sua contínua
adequação aos propósitos.
Deve ser retida a informação documentada apropriada como
evidência da adequação ao propósito dos recursos de monitorização 60
e medição.
6 – Equipamentos de Medição e
Monitorização
Rastreabilidade da medição

Sempre que a rastreabilidade é um requisito ou é


considerada como parte essencial para proporcionar
confiança na validade dos resultados de medição
existe um conjunto de requisitos a ser cumpridos
relativamente a equipamentos de medição.

61
6 – Equipamentos de Medição e
Monitorização
Rastreabilidade da medição

O equipamento de medição deve ser:


• calibrado ou verificado, ou ambos, em intervalos
especificados ou antes da utilização;
• identificado para permitir determinar o respetivo
estado;
• salvaguardado de ajustamentos, danos e deterioração
que possam invalidar o estado de calibração e os
subsequentes resultados de medição. 62
6 – Equipamentos de Medição e
Monitorização
Rastreabilidade da medição

Quando se deteta equipamento de medição não


apto para o propósito pretendido, a organização
deve:
➢ determinar se a validade dos resultados de
medição anteriores foi adversamente afetada;
➢ empreender ação adequada conforme o
necessário.
63
Tratamento de Produto Não Conforme

• A organização deve planear, implementar e


controlar os processos necessários para satisfazer
os requisitos para o fornecimento de produtos e
serviços:
➢ determinando os requisitos para os produtos e
serviços;
➢ estabelecendo critérios para os processos e para
a aceitação de produtos e serviços;
➢ determinar os recursos necessários;
➢ implementar o controlo dos processos. 64
Tratamento de Produto Não Conforme

• A organização deve controlar as alterações


planeadas e rever as consequências das alterações
não desejadas, empreendendo conforme
necessário ações para mitigar quaisquer efeitos
adversos. A organização deve assegurar o controlo
dos processos subcontratados (ver 8.4)

65
Tratamento de Produto Não Conforme

Controlo de saídas não conformes (8.7)

A organização deve assegurar que as saídas não


conformes com os respetivos requisitos são
identificadas e controladas de forma a prevenir a sua
utilização ou entrega não pretendidas.

A organização deve empreender ações adequadas


baseadas na natureza da não conformidade e do seu
efeito na conformidade de produtos e serviços.
66
Tratamento de Produto Não Conforme

Controlo de saídas não conformes (8.7)

A organização deve tratar as saídas não conformes


de uma ou mais das seguintes formas:
✓ correção;
✓ segregação, contenção, retorno ou suspensão do
fornecimento de produtos e serviços;
✓ informação ao cliente;
✓ obtenção de autorização para aceitação sob
derrogação. 67
Tratamento de Produto Não Conforme

Controlo de saídas não conformes (8.7)

Notas:
Correção – ação para eliminar uma não
conformidade detetada

Derrogação – autorização para utilizar ou libertar um


produto ou serviço que não esteja conforme com os
requisitos especificados
68
Tratamento de Produto Não Conforme

Controlo de saídas não conformes (8.7)

A conformidade com os requisitos deve ser verificada


quando as saídas não conformes são corrigidas.

69
Tratamento de Produto Não Conforme

Controlo de saídas não conformes (8.7)

A organização deve reter informação documentada


que:
➢ Descreva a não conformidade;
➢ Descreva as ações empreendidas;
➢ Descreva quaisquer derrogações obtidas
➢ Identifique a autoridade que decide a ação
correspondente à não conformidade.
70
8 - Ferramentas da qualidade

• Para que seja implementado o sistema de gestão da


qualidade são necessárias algumas ferramentas para
analisar factos e auxiliar na tomada de decisão.

• Esses instrumentos são conhecidos como ferramentas da


gestão da qualidade. O objetivo de utilizá-las é atingir um
determinado grau de eficiência/eficácia numa determinada
atividade ou num processo.

71
8 - Ferramentas da qualidade

• A utilização de técnicas e de ferramentas da qualidade pode


auxiliar uma empresa a ganhar o mercado e ter clientes fiéis.
Deve pensar-se nos vários aspetos e não somente no lucro.

 Ferramentas não resolvem


problemas nem melhoram
situações – quem faz isso são as
PESSOAS.

72
8 - Ferramentas da qualidade

73
74
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Fluxograma

➢O fluxograma é uma forma gráfica de representar as


atividades de um processo ou as tarefas de uma atividade e
a sequência em que elas ocorrem.
➢Aplica-se a todo o tipo de processo, desde a fabricação de
produtos até à prestação de serviços.
➢A utilização dos símbolos tem como principal objetivo
estabelecer uma linguagem comum ao identificar a natureza
de cada etapa descrita. O fluxograma pode utilizar quaisquer
símbolos desde que o seu significado seja claro e inteligível.
75
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Fluxograma

1º Reunir um grupo de pessoas que represente as várias


partes do processo;

2º Decidir onde o processo começa e onde acaba;

3º Efetuar o "brainstorming" das principais atividades e


pontos de decisão do processo. Para cada entrada, definir
quem fornece e qual a primeira operação a ser efetuada com
este item. Para cada saída, definir quem fornece e o que
acontece a seguir.
76
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Fluxograma

4º Organizar estas atividades e pontos de decisão de modo


adequado, utilizando setas para mostrar a direção do fluxo;

5º Rever o gráfico e perguntar o seguinte: Todo o fluxo de


informação e atividades está convenientemente assinalado no
processo ?

77
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Fluxograma

78
8 - Ferramentas da qualidade

Fluxograma – exemplo

79
8 - Ferramentas da qualidade

80
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Folha de verificação

➢O objetivo desta ferramenta é criar uma massa clara de


dados, que facilite a análise e o tratamento posterior. Para
tanto, é necessário que os dados obtidos correspondam à
necessidade da empresa.

➢Três pontos são importantes na recolha de dados:


✓Ter um objetivo bem definido;
✓Obter fiabilidade nas medições;
✓Registar os dados de forma clara e organizada.
81
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Folha de verificação

➢As folhas de recolha de dados não seguem nenhum padrão


preestabelecido; o importante é que cada empresa
desenvolva o seu formulário de registo de dados.

➢É indispensável que os responsáveis pela recolha de dados


tenham a formação necessária para a correta utilização
desta ferramenta.

82
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Folha de verificação

1º Decidir quais os dados de que se precisa;


2º Desenhar uma folha de verificação individual para as
pessoas utilizarem à medida que registam esses dados;
3º Testar a folha de verificação fazendo com que alguém que
não ajudou a desenhá-la a utilize;
4º Decidir quais os dados de que se precisa;
5º Desenhar uma folha de verificação de registos para
combinar os resultados dos formulários individuais.
83
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Folha de verificação

➢Caso haja dúvidas quanto à veracidade dos dados, devem


efetuar-se auditorias à recolha para validar os resultados.

➢Em caso de necessidade, deve-se elaborar instruções sobre


a forma de recolha dos dados e algumas vezes até treinar as
pessoas que os vão recolher, indicando-lhes o objetivo do
estudo e qual a finalidade dos dados que irão ser recolhidos.

➢As folhas podem ter diversas aplicações: verificações de


distribuição na produção; do tipo de defeitos; da localização
dos defeitos; de causas dos defeitos; de confirmação;…
84
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Folha de verificação


Exemplo - Defeitos

Neste exemplo é possível determinar o grau de variação do número


de defeitos contabilizados dia-a-dia, potenciando a identificação de
eventuais tendências ou sazonalidades (dias da semana/mês/ano
com especial e recorrente incidência); os defeitos mais frequentes e
os defeitos menos frequentes. 85
8 - Ferramentas da qualidade
Compreender a Situação – Folha de verificação
Exemplo – Itens produzidos

Semana
Produto Total
1 2 3 4

Waffer 100 80 50 40 270


Recheado 50 70 80 100 300
Salgado 50 50 55 45 200
Leite 80 85 79 82 326
Maisena 47 48 50 49 194

Conclusões a serem extraídas da folha de verificação apresentada:


- Redução na produção dos biscoitos tipo Wafer;
- Aumento na produção de biscoitos recheados. 86
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Folha de verificação - Erros

87
8 - Ferramentas da qualidade

Compreender a Situação – Folha de verificação - Erros

88
8 - Ferramentas da qualidade

Análise e Identificação de Causas – Diagrama de Ishikawa

➢Esta ferramenta foi inventada (1945) e desenvolvida por


Kaoru Ishikawa (1915-1989), responsável pelo lançamento
do Movimento da Qualidade na década de 60, também
conhecido como o pai dos Círculos da Qualidade.

➢O diagrama de Ishikawa (por ser esse o nome da pessoa


que primeiro o usou), também chamado diagrama de causa-
efeito ou de espinha de peixe (por ser esta a forma que
apresenta), é uma ferramenta simples muito utilizada nos
dias de hoje em qualidade. 89
8 - Ferramentas da qualidade

Análise e Identificação de Causas – Diagrama de Ishikawa

Permite a identificação e análise das potenciais causas de um


problema, bem como da forma como essas causas interagem entre
si. Este tipo de diagrama mostra a relação entre a característica da
qualidade em questão e essas causas que podem ser de cinco
naturezas diferentes (5 Ms):
➢ Materiais (matéria-prima, componente, material, peças,…);
➢ Métodos (especificação, plano, instrução, processo,…;
➢ Mão-de-obra (pessoal, qualificação, formação, experiência);
➢ Máquinas (equipamento, máquina, pressão, parâmetros,…);
➢ Meio ambiente (espaço, luz, ruído, calor, humidade,…);
Também se podem incluir outras naturezas. 90
8 - Ferramentas da qualidade

Análise e Identificação de Causas – Diagrama de Ishikawa

91
8 - Ferramentas da qualidade

Análise e Identificação de Causas – Diagrama de Ishikawa

92
8 - Ferramentas da qualidade

Análise e Identificação de Causas – Diagrama de


Concentração de Defeitos

Ferramenta utilizada quando a localização de um problema ou


defeitos é importante.

O diagrama de concentração de defeitos é uma figura da


unidade (com todas as vistas relevantes) onde são
desenhados / marcados os vários tipos de defeitos.

93
8 - Ferramentas da qualidade

Análise e Identificação de Causas – Diagrama de


Concentração de Defeitos

O diagrama é analisado para determinar se a localização dos


defeitos na unidade fornece alguma informação útil sobre as
causas potenciais dos defeitos.

Quando um número suficiente de unidades é utilizado na


elaboração de um diagrama de dispersão, frequentemente
surgem padrões, e a localização desses padrões contém,
geralmente, muita informação sobre as causas dos defeitos
94
• Modelo de diagrama de concentração de defeitos de uma caixa de
embalagem.

95
• Modelo de diagrama de concentração de defeitos de uma caixa de
embalagem.

96
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
É importante e necessário melhorar permanentemente o
sistema de gestão da qualidade, recorrendo à utilização de
determinadas ferramentas:
➢política da qualidade
➢objetivos da qualidade
➢ resultados das auditorias
➢ análise dos dados
➢ ações corretivas
➢ ações preventivas
➢ revisão.
97
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Melhoria, inovação e aprendizagem

A melhoria, a inovação e a aprendizagem podem ser aplicadas


a:
➢ produtos ou serviços
➢ processos e suas interfaces
➢ estruturas organizacionais
➢ sistemas de gestão
➢ aspetos humanos e cultura
➢ infraestrutura, ambiente de trabalho e tecnologia
➢ relações com as partes interessadas pertinentes.
98
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Análise de dados
Os dados, estando o sistema de gestão da qualidade bem
montado, já estão disponíveis em vários níveis, a saber:
a) dados sobre os clientes (a sua satisfação ou insatisfação)
que reclama;
b) os problemas que ocorreram com o produto/serviço que
fornece;
c) a evolução desses problemas (se têm agravado ou se foram
solucionados);
d) dados sobre os fornecedores – os seus pontos fracos e 99

pontos fortes.
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Medição
Os métodos utilizados para a recolha de informações relativas
aos indicadores-chave de desempenho devem ser praticáveis
e adequados para a organização.
Exemplos típicos incluem:
- avaliações de riscos e controles de risco;
- entrevistas, questionários e pesquisas sobre satisfação de clientes e de
outras partes interessadas;
- benchmarking;
- análise crítica do desempenho, incluindo fornecedores e parceiros;
- monitorização e registo das variáveis do processo e das características do
produto. 100
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Indicadores chave de desempenho devem:

- Ser quantificáveis,
- possibilitar estabelecer objetivos mensuráveis,
- permitir identificar, monitorizar e prever tendências,
- possibilitar tomar ações corretivas,
- possibilitar tomar ações preventivas,
- possibilitar tomar ações de melhoria.

101
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Auditoria interna

As auditorias internas são uma ferramenta eficaz e fornecem


informações valiosas para a compreensão, análise e melhoria
contínua do desempenho da organização.

As auditorias devem ser conduzidas por pessoas que não


estejam envolvidas na atividade a ser analisada.

102
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Auditoria interna

Os resultados das auditorias internas fornecem informação


que é útil para:
➢ tratar problemas e não-conformidades
➢ benchmarking
➢ promoção de boas práticas no âmbito da organização
➢ aumentar a compreensão das interações entre processos.

Os resultados das auditorias internas são geralmente 103


apresentados sob a forma de relatórios
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Ação Corretiva

• Ação Corretiva (AC) - Mecanismo desencadeado para


investigar as causas de não conformidade ocorridas, de
modo a permitir identificar as ações adequadas, para
eliminar a probabilidade de recorrência dessa Não
Conformidade.

104
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Ação Corretiva

A ação corretiva implica:


➢ encontrar a causa da não conformidade detetada;
➢ desenvolver medidas para descobrir a origem da não
conformidade;
➢ tomar medidas para evitar a sua repetição.

105
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Ação Corretiva

Deve existir um procedimento documentado para se


definirem requisitos para:
1. avaliar as não conformidades;
2. avaliar se há necessidade de empreender ações para não se
voltarem a repetir;
3. implementar as ações necessárias;
4. registar os resultados das ações que foram realizadas e
rever a sua eficácia.
106
9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Ação Preventiva

• Ação Preventiva (AP) - Mecanismo desencadeado para


investigar as causas de potenciais não conformidades, de
modo a permitir identificar ações adequadas para eliminar a
probabilidade de ocorrência dessa potencial Não
Conformidade.

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9 – Melhoria (análise de dados, ações
corretivas, ações preventivas)
Ação Preventiva

As ações preventivas devem eliminar causas de algo que não


conhecemos ou experienciamos mas que eventualmente
podem vir a acontecer.

Os procedimentos das ações preventivas são similares aos


das corretivas e devem também ser documentados.

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