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Confraria do

Divino Espírito Santo

Inês Antunes 10ºD


Compromisso da irmandade
● O compromisso da Irmandade do Divino Espírito Santo
encontra-se relatado num livro, datado a 1668, que se
encontra no Museu Municipal Carlos Reis, em Torres Novas.
● O título do livro descreve o assunto que trata:
“Compromisso da Irmandade do espírito Santo Instituída na
Igreja de Nossa Senhora de Monserrate sita no termo da
Vila de Torres Novas no ano de 1668”
● O livro está dividido por capítulos, no qual cada
capítulo relata um tema diferente acerca da irmandade.
Criação
No livro do Compromisso,
está relatada como surgiu a vontade
de construir uma irmandade:
criação
“Os moradores do Espragal, freguesia da igreja de
Santiago de Torres Novas, deste arcebispado de Lisboa,
determinamos fazer um compromisso da irmandade do
Espírito Santo, sita na Igreja de Nossa Senhora de
Monserrate do dito espragal, anexa à dita Matriz de
Santiago da dita Vila de Torres Novas; em a qual Igreja
está a imagem do Espírito Santo com muita perfeição: e
muitos devotos têm festejado o Divino Espírito nesta
Igreja de Monserrate, há três anos, com muita solenidade,
com Missa cantada, e pregação; e fazendo bodo com que
repartem com os pobres, e isto com muita inquietação.
criação
Assim que considerando nós as muitas mercês que de contínuo
recebemos do Divino Espírito Santo; havemos por bem, que
esta devoção vá em aumento. E considerando também a muita
frieza que há em acompanhar aos defuntos, e para que os
costumes se reformem, e vão em aumento do serviço em a dita
Irmandade; e mereçamos com o Espírito Santo, abrasar nossos
corações para o servirmos como devemos. Pedimos a vossa
Ilustríssima, haja por bem favorecer os nossos internos: e
para maior honra e glória de Deus, aprovar-nos, e
confirmar-nos os Estatutos do nosso Compromisso, que é o
presente, e o que adiante se segue.”
Objetivo
● Assume-se então, que durante três anos (1665, 1666, 1667)
os moradores do Espragal (Meia Via) foram tocados pelo
Espírito Santo, surgindo a vontade de constituírem uma
irmandade.
● A irmandade do Divino Espírito Santo, tal como todas as
confrarias, tinha como objetivo prestar auxílio e
caridade aos mais desfavorecidos, dinamizando o culto
junto da população.
Estrutura
● A irmandade do Espírito Santo era constituída por um
juiz, mordomos e um escrivão. Eram eleitos uma vez por
ano, após a celebração de uma missa, oito dias antes da
festa em Honra do Divino Espírito Santo. (capítulo III -
da eleição). Os rituais religiosos como missas e
procissões são previamente definidas.
● Os irmãos da confraria, em caso de casados, “deixam de
ser dois e passam a ser um aos olhos da confraria”.
(capítulo II - dos irmãos)
Capítulo I
Capítulo I - Da entrada de irmãos em esta Santa Irmandade.
● No primeiro capítulo estabelece-se o tipo de pagamento a efetuar
por parte de quem entra na confraria. O pagamento deverá ser “um
arrátel de cera lavada”. (antiga unidade de medida, equivalente
a 459g = Libra). O escrivão deverá dar a conhecer aos novos
membros do que se trata o compromisso. Encontra-se também
explícito que caso algum confrade saia da irmandade, este não
poderá voltar a ser um irmão.
“E sendo caso que algum irmão, se despeça desta irmandade, sem
causa, o não tornarão a aceitar.”
Capítulo IV
Capítulo IV - Da festa principal, e das missas
dos meses
● No capítulo IV ficava definido que se faria
uma festa anual, em honra do Divino Espírito Santo. Deveria
haver uma missa todos os segundos domingos do mês, em que se
rezavam cinquenta Padre-Nossos, em honra dos confrades e
benfeitores da irmandade. Em caso de ausência de algum irmão
nessa celebração, teria de pagar uma multa.
“Todos os restantes irmãos estarão presentes sob pena do
pagamento de multa em caso de ausência”
Capítulo VII
Capítulo VII - Da despesa e conta.

● No capítulo VII encontra-se explícito que todas as


despesas da irmandade devem estar presentes no livro de
contas.

“(...) e tudo será escrito por mão do Escrivão, no livro das


contas que para isso terá, para se saber como se gastam, e
despendem os bens da irmandade.”
Capítulo IX
Capítulo IX - Das mulheres desobrigadas que quiserem ser
irmãs.

● No capítulo IX, autoriza-se as mulheres “desobrigadas” a


serem irmãs. Porém, estas são obrigadas a rezar um terço
pelos defuntos, já que não os podem acompanhar. Não podem
também participar presencialmente no jantar do Bodo.

“Havemos por bem que toda a mulher desobrigada que quiser


ser irmã, a aceitarão.”
Capítulo XII
Capítulo XII - Dos livros, e bens da irmandade.

● O Escrivão tem na sua posse os seguintes livros:


assento dos irmãos que entraram; termos das eleições;
contas dos recibos de rendas, despesas e termos de
passagem de testemunho entre os oficiais velhos e novos
e o livro com os bens da irmandade.
Capítulo XII
A irmandade possuía bens como móveis de
seda, prata, ouro, ornamentos, bens de
raiz e escrituras a favor da confraria,
todos estes guardados pelo juiz.

Porém, a irmandade expressava vontade em


adquirir uma coroa de prata, angariando
os fundos necessários para a sua
aquisição:
Coroa
“E, assim mais havemos por
bem que o dinheiro das
fogaças se não gaste no Bodo
porque queremos se ajunte
para mandarmos fazer uma
coroa de prata para o
Espírito Santo, e também para
guarnecer o seu altar.”
Santíssima Trindade
Esta imagem - Pai Eterno ou Pai Santo
- está associada às festividades do
Divino Espírito Santo, que provêm do
compromisso da confraria do Divino
Espírito Santo (1668).

Representa Deus a segurar Cristo


Crucificado com uma pomba, símbolo do
Espírito Santo.
Santíssima Trindade
Atualmente, esta imagem
encontra-se guardada no Museu
Municipal Carlos Reis. Porém, no
domingo de Pentecostes é exposta
na Igreja de Nossa Senhora de
Monserrate em Meia via, sendo
objeto de devoção meiaviense.
Fontes e bibliografia
- RENATO, Paulo, Do divino, Um compromisso
e uma capela na Meia Via. (Biblioteca de Torres
Novas)

- MENDES, José Lúcio, Festas em Honra do


Divino Espírito Santo. (Biblioteca de Torres
Novas)
Fim

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