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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO – EM. CONSTITUC.

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Antes da Emenda:

Relação de trabalho (gênero) – incluindo o cont. de trabalho e outros


Relação de emprego (espécie) – mais específica.

Relação de trabalho genérico como competência da justiça do trabalho nos termos da lei, é
só o que a lei disser.
Ex.: representante, trabalhador avulso, portuário – organizado por sindicato ou órgão adm.
De mão- de- obra.
Relação de emprego: competência da justiça do trabalho.

Parênteses: (pequena empreitada – quanto contrata-se um resultado e não a força do


trabalho em si – ex.: pintor – não há relação de emprego – a justiça do trabalho dizia que
era, apesar de não ser, contrato de trabalho. Resultado é diferente de mão- de –obra à
disposição ).

Hoje, após a Emenda:

Art. 114 – I – qualquer ação decorrente da relação de trabalho e não somente a relação de
emprego.
Seria ir longe demais falar: “empresa x empresa é relação de trabalho”

Força do trabalho = capacidade física e intelectual


Exclui-se da competência da justiça do trabalho as relações que estão já abrangidas por
outro ramo do processo – ex.: Código de Defesa do Consumidor.

Quanto às relações do funcionário público estadual, municipal é competência da Justiça


Comum, nas varas da Fazenda Pública, onde elas existirem. Quanto aos funcionários
públicos estaduais, quem julga é a justiça Estadual. Destes e aqueles fala-se de relação
administrativa e não relação de trabalho. Casos de greve, benefícios são de Direito
Administrativo.
Uma testemunha, mesmo que não envolvida numa relação trabalhista, o cidadão, pode virar
parte, participar da relação para fins de tutela trabalhista.

Art. 114 – I – “...entes de direito público externo “ – os entes do tipo ONU, OEA, OIT, que
são de direito público externo, sabem que não possuem imunidade de jurisdição, devendo
concordar com as leis brasileiras e, quando mantém empregados em nosso país, detém com
eles relação de emprego, de trabalho.

Art 114 – II – “ações que envolvam exercício do direito de greve” – natureza trabalhista –
competência da justiça do trabalho.
Art. 114 - III – “conflitos entre sindicatos...” – Trata-se de novidade – dizem respeito a
qual sindicato é o correto para representar a categoria. Pela representação sindical das
Empresas. Pode que 2 sindicatos reivindiquem uma categoria profissional, sua
representação.
Ex.: sindicato bancários de Curitiba X sindicato bancários do Paraná
Ex.: cooperativas – qual o sindicato representará seus cooperados, que já viraram
participantes de uma empresa. A cooperativa recolhe sua contribuição para a indústria,
comércio ou à Occepar ?
O sindicato, nesse caso é sempre participante da relação, seja com outro sindicato, com
uma empresa ou com o trabalhador.

Art. 114 – IV – “mandados de segurança, habeas corpus e hábeas data, quando ....” – o
mandado de segurança já era da Justiça do trabalho – cabendo sempre e sempre com uma
autoridade (coatora) no outro pólo trabalhista. .
Quanto ao Hábeas corpus – envolve matéria de direito do trabalho e suas relações, e pode
acontecer quando houver, por exemplo: falso testemunho, desacato ou depositário infiel,
incorrendo na prisão do trabalhador.

Art. 114 – V – “ conflitos de competência com jurisdição trabalhista porém, nas localidades
que não tiverem nenhuma vara de trabalho e não estejam abarcadas por jurisdição, será pela
justiça comum. Em conflito de vara cível com vara trabalhista, o processador da matéria
será a Justiça do Trabalho.

Art. 114 – VI – não há aqui novidade, somente veio explicar melhor. Dano moral ou
material é de competência da Justiça do Trabalho, desde que decorrente da relação de
trabalho – m e s m o q u e h a j a, anteriormente, o desligamento do empregado, isso
porque houve o problema devido à existência da relação de trabalho.

Art. 114 – VII – “....penalidades administrativas...” - aqui entra qualquer ação – fiscais do
trabalho autuam e propõe uma penalidade, através das Delegacias do trabalho e outros
órgãos. Pode-se usar a via administrativa – sem que esta precise ser esgotada.- aqui não
precisa ser esgotada a via adm. – trata-se de haver realmente a competência da justiça do
trabalho Ex.: empregador que não demite e libera o seguro desemprego.

Art. 114 – VIII – “...execução de ofício...” – A justiça do trabalho pode, então executar de
ofício – as do 195 – inciso I, letra A da Constit. Federal – Previdência Social – tanto a parte
do autônomo quanto a do empregador – tanto a parte do empregado quanto a do
empregador – isso desde que os valores sejam originados de sentença da esfera trabalhista.
Qualquer parcela de natureza salarial, se não foi paga, e o empregador não colocou a
parcela dele e nem recolher o INSS. Vem uma sentença e condena que essa empresa pague
tudo e recolha, sobre isso o valor do INSS. Então, sempre perante uma condenação. A
justiça do Trabalho cuidará disso, de o f í c i o . Sendo assim, as relações processuais
trabalhistas são as que envolvem hoje : AUTOR, RÉU E INSS. (RECLAMANTE-
RECLAMADO – I N S S ).
Primeiro deve haver vistas ao INSS, quanto ao valor devidamente declarado pelo
empregador e somente depois a sentença será homologada.
Art. 114 – IX – “outras controvérsias...” esse artigo é desnecessário.

*** casos de ações de acidentes de trabalho, hoje é competência da Justiça do Trabalho,


açambarcadas por essa Justiça.

Como a lei processual entra em vigor imediatamente, inclusive atingindo processos em


curso, a justiça do trabalho, no caso de acidentes, recebe os processos no estado em que se
encontram, vindos estes da Justiça comum.

Parág. 2o. – “recusando-se qualquer das partes...” – à coletiva ou à arbitragem, ou de


comum acordo (isso é novidade) – se não houver ajuste, então não haverá acordo – é
radical mesmo. Se não houver acordo, fica do mesmo jeito.

Parág. 3o. – “em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do
interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.”
Nesse caso, devido à essencialidade, não há outro requisito.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DAS PESSOAS

A regra é do art. 114 – que é competência direta da competência material.

Quem pode participar de uma relação processual trabalhista:

TRABALHADOR - TOMADOR DO TRABALHO


(empregado) (empregador)

L ê – se TRABALHADOR - todo o trabalhador, menos o que está sob o regime


ESTATUTÁRIO, sendo o federal. estadual ou municipal.
Incluem-se:
- o trabalhador doméstico – a empregada, o jardineiro, o mordomo,etc.
- o trabalhador urbano – é o produtivo, na indústria, no comércio e o doméstico.
- o trabalhador rural
- o empregado público, aquele que não fez concurso, que está sob o regime da C.L.T.

A empresa pública pode sempre ser a tomadora numa relação de trabalho na esfera
trabalhista,.mantendo o empregado o chamado celetista, o que não é estatutário, que não se
encontra dentro do regime do estatuto do funcionalismo público fed., est. Ou munic..
O empregado público, o que é estatutário, não pode ser trabalhador para fins de relação de
trabalho abarcada pela jurisdição trabalhista.

O atleta profissional, com seu clube, mantém relação de emprego, de trabalho, devendo ter
sua carteira asinada.
A relação de emprego, de trabalho existe quanto aos Sindicatos, quanto ao trabalho
temporário – ex.: comércio em época de Natal , quando o empregador toma o trabalho
temporário.

Cartórios extrajudiciais – reg. Civil, de protesto, de títulos e documentos, são entidades de


Direito Privado, apesar de serem regulados pelo Poder Público – os cartorários detém uma
relação de emprego, de trabalho com seus empregados.

Os abaixo-descritos podem se envolver numa relação trabalhista:

- AUTORIDADES ( mandado –de- segurança)


- TESTEMUNHA (hábeas- corpus, no caso de falso testemunho)
- ADVOGADO
- FAZENDA PÚBLICA
- ÓRGÃOS
- ÓRGÃO FISCALIZADOR
- I N S S (podendo a justiça do trabalho executar parcela do INSS)

Praticamente só o servidor público, o que está submetido ao regime estatutário, é que não
pode se envolver numa relação de trabalho.

FORO DE ELEIÇÃO NÃO PODE HAVER

PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA SIM, quando se estende a mesma. – trata-se da


delimitação territorial do poder jurisdicional concedido a cada juiz. Estender ou prorrogar a
competência significa estender a competência territorial para além da área geográfica,
estipulada pela lei.
Pode-se, portanto, estender a competência, pois a competência territorial é relativa. Sendo
relativa não pode ser decretada de ofício a sua incompetência – depende da INICIATIVA
DA P ARTE.
Quando a parte não argüir a incompetência, dá-se automaticamente a prorrogação de
competência. A jurisdição é incompetente e se uma das partes não reclamar essa
incompetência, como o juiz não pode declara-la de ofício, então a mesma é prorrogada.

COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO – Não pode a parte eleger a competência e nem


distribuir onde quiser.
Passa-se a ação pelo serviço de distribuição para efeito de registro, controle.
Somente quando existe mais de uma, há uma necessidade de equilíbrio de trabalho e, por
isso, ocorre a distribuição. Para que a função da distribuição de competência atinja seu
objetivo.
O trabalho bem distribuído, atividade equilibrada entre as varas, onde há mais de um órgão
jurisdicional competente ou competente jurisdicionalmente.
Isso para preservar:
- A IMPARCIALIDADE;
- O CRITÉRIO DE DISTRIBUIÇÃO PARA QUE NÃO HAJA ESCOLHA;
- O EQUILÍBRIO DO TRABALHO.

FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA PARA DISSÍDIOS COLETIVOS

O critério é segundo a extensão territorial do conflito. Será fixada levando-se em conta a


base geográfica na qual a sentença normativa produzirá os seus efeitos.

Os processos de dissídios coletivos são os destinados a solucionar os conflitos coletivos de


trabalho, Neles, “está em jogo o interesse abstrato de grupo ou categoria” (Délio
Maranhão), o dissídio coletivo emana regras, normas de conduta, deveres, direitos,
benefícios, para uma determinada categoria profissional. Se estabelecem regras gerais,
denominadas sentenças normativas, constitutivas de novos direitos, ainda não previstos
pelas demais normas jurídicas. Podem, ainda, determinar, de modo mais favorável ao
trabalhador, condições de trabalho já reguladas de outro modo. Tem sua competência
originária no mínimo no Tribunal Regional - dependendo do caso, no TST.

Para se analisar:
Extensão
Base territorial onde a s e n t e n ç a n o r m a t i v a produzirá efeitos.

Ex.: sindicato dos empregados em metalurgia de Curitiba X sindicato de empresas de


metalurgia de Curitiba - esse conflito se estende por uma área geográfica que se estende
somente em Curitiba. – Competência da 9a; Região – TRT – sede Curitiba – jurisdição no
Estado do Paraná.

Ex.: sindicato dos empregados do comércio do Estado do Pr X federação dos empregados


do comércio do Estado do Paraná – extensão: Estado do Pr – a sentença produzirá efeitos
no Estado do Paraná – A competência é do TRT – 9a. Região – sede em Curitiba, jurisdição
do Estado do Paraná.

Ex.: Eletrosul – a extensão do conflito : PR, SC e RS – a sentença normativa surtirá efeitos


nos 3 Estados, então a competência será do TST .
Quando se está diante de um conflito que envolve mais de um Tribunal Regional, a
competência é do TST.

Ex.: Dissídio coletivo – Federação Nacional dos Bancários X Febraban


A sentença normativa produzirá efeitos para os bancários do país inteiro – competência
então do TST.

TRIBUNAIS:

Em SP - 2a. REGIÃO
15A. REGIÃO, por enquanto a única cidade que tem 2 Tribunais Regionais.
Ex.: Sindicato dos estabelecimentos de Ensino X Sindicato dos estabelecimentos de ensino
da cidade de SP – conflito na cidade de SP, produzindo efeitos, a sentença normativa, na
cidade de SP. O Tribunal competente é da 2a. Região – porque é na cidade de SP

Ex.: conflito em Ribeirão Preto – competência da 15a. Região.

Ex.: metalúrgicos do Estado de SP X sindicato dos empregados metalúrgicos do Estado de


SP – Como há 2 Tribunais em SP – a lei que criou o da 15a. Região, estabeleceu que é o da
2a. Região, o competente nesse caso.
Em SP, conflito relacionado ao Estado todo, então é competente o Tribunal da 2a. Região,
que está na Capital.

FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA EM DISSÍDIOS INDIVIDUAIS

Dissídios individuais são a mesma coisa que reclamações trabalhistas ou processos


trabalhistas. È o conflito posto perante um órgão judicial para decisão. No plano formal, o
conflito é resolvido através do dissídio. É o conflito , aspecto de direito material, causa
eficiente, portanto, de uma subseqüente figura, esta já no plano do direito formal, que é o
processo.
Sempre fixada pelo local da prestação de serviços – o órgão que tiver jurisdição no local da
prestação do serviço.- Não importando se o local é do reclamante ou reclamado.

PRINCÍPIO PROTECIONISTA – presume-se aqui que no local da prestação de serviço é


mais fácil reunir testemunhas – se a prestação de serviço ocorreu aqui – é comum que
aconteça aqui, no local , pela facilidade na produção de provas.

Sérgio Pinto Martins diz que a competência será fixada no caso do trabalhador tiver
prestado serviço em mias de um local, o ÚLTIMO, de serviço prestado, sendo esse o
competente.
Poucos acolhem isso, pois aí implicaria em permitir foro de eleição – pois pode o
empregador transferir o empregado nas vésperas de sua demissão, o que permitiria o foro
de eleição pelo empregador, havendo, então problemas para o empregado quanto à
produção de provas.
Nesse caso, todas e quaisquer uma delas será competente para julgar a ação.

A regra vale para trabalhadores estrangeiros no Brasil.


O art. 651 da CLT – (importante) – caput, parag. 1o., 2o. 3o.:
Parág. 1o. – vale para qualquer empregado viajante que, além de viajar constantemente, não
tem um local físico fixo para a prestação do serviço. É aquele que não tem sala, mesa,
telefone. Aqui não cabe àquele que tem sala, mesa, telefone, pois esse tem local fixo.
O viajante que tenha local para voltar, não cabe no art. 1o.
O vendedor que vai de uma cidade para outra, sem voltar, cada vez que vai a um local, para
o local fixo, a esse sim cabe o art. 1o., mesmo que tenha uma região fixa a trabalhar.
Aqui o foro competente é, na falta de Junta, da localização em que o empregado tenha
domicílio ou a localização mais próxima ou a filial e a esta o empregado esteja
subordinado. Então, na ordem, primeiramente competente é a Junta do local, em 2o. lugar,
não tendo Junta (no local onde a empresa tenha agência, a localização em que o empregado
tenha domicílio. Em 3o. lugar a localidade mais próxima
Se a filial fechar, ele fica subordinado à matriz, a competência originária é a do domicílio
dele, se não for a cidade da matriz o seu domicílio, será a cidade dele, onde ele morar,
quando não estiver viajando. Se a filial reabrir, mesmo assim, se a empresa mantiver este
subordinado à matriz, ele continua garantido pela competência originária que é a do seu
domicílio.

O Art.651 – parág. 2o. – Quando o empregado brasileiro prestar serviço no exterior – Existe
competência da Justiça do Trabalho para julgar conflitos de brasileiros que trabalhem no
exterior desde que: (requisitos):
1. seja brasileiro;
2. não havendo convenção ou tratado internacional dispondo o contrário.
Aí, quando cai aqui no Brasil, a regra de competência passa a ser o da subordinação.
Pode o empregado brasileiro que trabalhou no exterior, aplicar o direito estrangeiro, naquilo
que lhe for mais benéfico.
Invocar direito estrangeiro – a parte deve PROVAR o seu conteúdo e a sua vigência, porque
a legislação federal deve ser conhecida pelo juiz, mas a estrangeira não.

O Art. 651 – parág. 3o. – Expressa a atividade que pode ser do viajante que vai a várias
cidades – essa é diferente do parágrafo 1o.. Essa, do 3o. é, exemplificando, quando há
montagem de indústria em outro local ou empresa de produção artística (teatro) ou
alguma obra de construção civil – aqui a competência será determinada pela competência
originada do contrato de prestação do serviço (aqui lê-se o local onde foi detalhado itens
sobre horário, salário, etc.) ou no local desejado pelo empregado, onde ele efetivamente
presta o serviço – se trabalha em mais de um local, ele escolhe, o qual será
competente.

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