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Era uma vez um menino que adorava ouvir histórias antes de dormir.
A cada noite, um criado enchia sua imaginação de fadas, bruxas,
dragões etc. O pequeno dormia feliz, exausto por vivenciar tantas
aventuras, nas quais com certeza era sempre ele o herói, o vencedor. O
menino era egoísta e, por mais que os amigos pedissem, não recontava
a eles as histórias ouvidas. O tempo passou,o criado envelheceu, o
menino cresceu e não quis mais saber de histórias. Eram outros os seus
interesses, então. Já rapaz, apaixonou-se e quis casar. Um dia antes do
casamento, o velho empregado foi ao quarto do noivo, ajudá-lo nos
preparativos. Com surpresa, ouviu ruídos estranhos que vinham de um
saco há muito esquecido atrás da porta. Veio-lhe à memória que aquele
era o saco onde ficavam guardados os espíritos de todas as histórias
que ele contava ao garoto, agora rapaz. Prestou atenção e ouviu que os
espíritos das personagens que eram más planejavam uma vingança
mortal àquele que, por egoísmo, manteve-os presos por tanto tempo.
Os espíritos das personagens boas, por medo, mantinham-se calados.
Usando de toda a sua experiência e sabedoria, o velho destruiu cada
uma das armadilhas preparadas para o rapaz, matando até uma cobra
escondida no quarto do jovem casal. A cobra foi o último recurso usado
pelos espíritos maus em sua vingança contra o egoísta que os prendera
durante tanto tempo. O criado contou então a todos sobre a vingança
dos espíritos das histórias, esquecidos presos na velha sacola.
Agradecido por ter sido salvo, o rapaz prontamente acreditou no que
ouvira e, arrependido, prometeu que, de ora em diante, contaria muitas
histórias. A cada história contada, os espíritos presos eram libertados
para, felizes, povoarem a imaginação de outras pessoas.