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Danieli Amorim de Oliveira Camargo 429

História

A WWW (World Wide web), mais conhecida como WEB, nasceu em 1991 no laboratório
CERN, na Suíça. Seu criador, Tim Berners-Lee, a concebeu unicamente como uma
tecnologia que serviria para interligar computadores do laboratório e outras instituições
de pesquisa e exibir documentos científicos de forma simples e fácil de acessar
(MUSCIANO; KENNEDY, 1998).

Em 1993 já era comum em Universidades que estudantes desenvolvessem sites


com informações pessoais. Para Musciano e Kennedy (1998), o que determinou seu
crescimento foi a criação de um programa chamado Mosaic, que permitia o acesso a WEB
num ambiente gráfico, semelhante ao Sistema Operacional Windows.

B’Far (2005), afirma que as aplicaçoes WEB se baseiam quase que em sua
totalidade em hypertext, o qual possibilita acoplar outros textos em sua superfície e acessá-
los através dos chamados hyperlinks ou simplesmente links, cuja função principal é
conectar ou referenciar um hypertext facilitando a publicação, atualização e pesquisa de
informação.

Para Castro (2005), a primeira geração da WEB, contemplava páginas estáticas


confeccionadas individualmente à mão. Em seguida, a segunda geração composta de
páginas dinâmicas geradas automaticamente através de templates e fazendo acesso a bases
de dados. Estas gerações tiraram proveito da simplicidade da linguagem HTML, mas
também tiveram que enfrentar suas limitações e buscar inovações para resolver questões
para as quais a linguagem não oferecia suporte.

Diante destes desafios em 1998 a W3C (World Wide web Consortium) criou uma
nova linguagem, XML (eXtensible Markup Language), que para Castro (2005) devido a
maior flexibilidade, causou grande impacto e popularidade.

De acordo com o Consórcio W3C, a WEB Semântica pode ser definida como a
representação abstrata dos dados na rede mundial de computadores. Esta nova WEB está
sendo desenvolvida sob a coordenação do Consórcio W3C em colaboração com um
grande número de pesquisadores e parceiros industriais.

Segundo o Consórcio W3C, a WEB só alcançará seu potencial total quando se


tornar um local onde dados possam ser compartilhados e processados, tanto por
ferramentas automáticas, quanto por pessoas. Para a WEB evoluir, os futuros programas
devem ser capazes de compartilhar e processar dados, mesmo que estes programas
tenham sido projetados de forma totalmente independente.

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Vantagens

De acordo com Noergaard (2005), algumas vantagens no desenvolvimento de aplicações


WEB podem ser observadas:

• Uniformidade: Documentos criados segundo os padrões WEB podem


utilizar uma estrutura comum, facilitando a manipulação dos mesmos.
Uma estrutura comum permite que modificações, tais como, inserções e
remoções de conteúdo ou movimentações estruturais possam ser
realizadas de maneira simples, sem a necessidade de aplicações
complexas;
• Liberdade: Os padrões WEB permitem também a liberdade de
estruturação e inovação por não serem controlados por uma empresa
específica. Isso permite que sejam utilizados por qualquer pessoa em
qualquer lugar, sem a necessidade de pagar ou fazer algo pelo privilégio;
• Separação de estrutura e apresentação: A utilização correta dos mesmos
permite separar quase que completamente a estrutura da apresentação.
Isso significa que o documento fica restrito ao seu conteúdo, sem
especificar qualquer forma de apresentação, permitindo que esta seja
modificada de acordo com as necessidades. Assim, o documento
permanece o mesmo, embora possa ser usado em diferentes ambientes
como navegadores, sintetizadores de fala, e geradores de documentos
Braille. A correta separação da estrutura da apresentação permite uma
maior flexibilidade na utilização do documento;
• Acessibilidade: Outra das grandes vantagens é a acessibilidade. Em
termos de padrões WEB isso significa não só permitir que pessoas com
deficiências físicas tenham acesso à WEB, mas também capacitar à
utilização das páginas por e em outros tipos de ambientes que não um
navegador. Isso inclui navegadores de voz, que lêem páginas WEB em
voz alta para pessoas com dificuldades ou impossibilidade de visão;
navegadores Braille que traduzem as páginas nesse alfabeto.

Desvantagens

De acordo com Noergaard (2005), algumas desvantagens no desenvolvimento de


aplicações WEB podem ser observadas:

• Conectividade: Deve-se possuir uma conexão de Internet ativa, deste


modo, a velocidade de conexão pode influenciar no desempenho e
velocidade de obtenção dos dados;
• Estabilidade: Aplicações em rede local são mais estáveis que aplicações
WEB;
• Segurança: Não existem aplicações totalmente seguras. Uma vez
conectadas a Internet podem sofrer ataques.

4.2. Tecnologias WEB estudadas

Neste artigo são apresentadas as seguintes tecnologias WEB: AJAX, ASP, C Sharp, HTML,
Java, PHP, Phyton e Ruby. O ordenamento da apresentação se deu de forma alfabética.

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AJAX

AJAX (Asynchronous Javascript em XML) não é uma linguagem, nem um framework,


mas o uso metodológico de Javascript e XML, não é apenas a junção dessas duas
linguagens, é todo um conceito de navegação e atualização de páginas web. (SOARES,
2006). O AJAX surgiu para resolver o problema antigo que para cada solicitação em uma
página web atualizava-se a página inteira do navegador.

Mesmo que a atualização era apenas de uma pequena parte, o servidor recebia
toda a página, buscava as informações e retornava ao navegador web. Antes do
surgimento do AJAX tentaram resolver esse problema, porém apenas amenizaram, dando
a impressão que a página não era atualizada.

A utilização do AJAX oferece interatividade, usabilidade e desempenho nas


aplicações, por isso é recomendado para utilização principalmente em preenchimento de
formulários e validações.

A maioria dos navegadores em suas atuais versões são compatíveis com a


tecnologia AJAX.

O AJAX foi gerado por Jessé James Garret, em um artigo no site da sua empresa
Adaptive Path em fevereiro de 2005, que definiu o objeto XMLHttpRequest como um
componente criado juntamente com o Internet Explorer 5, da Microsoft. Foi incorporado
aos outros navegadores posteriormente.

Na Figura 1 é apresentada a estrutura de uma aplicação web tradicional com o


fluxo das informações, sendo transferido toda a página web entre o servidor e navegador
cada vez que é solicitada qualquer informação da página.

Figura 1 – Aplicação web tradicional (CRANE, 2006).

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Na Figura 2 o fluxo de informações utiliza a tecnologia AJAX. Assim, o


navegador interage com o servidor enviando apenas as informações necessárias nos
momentos necessários, evitando assim a atualização de toda a página a cada requisição.

Figura 2 – Aplicação web utilizando tecnologia AJAX (CRANE, 2006).

Com essa funcionalidade, as principais vantagens em se utilizar a tecnologia


AJAX, são:

• Menor uso de banda: menos informações irão trafegar na rede,


diminuindo o uso da banda larga e uma navegação mais rápida;
• Respostas mais rápidas: o usuário não precisa esperar que toda a página
seja processada a cada nova solicitação;
• Mais interatividade: é possível disponibilizar aplicações com mais
interatividade e usabilidade, deixando as interfaces mais amigáveis para o
usuário final.

Foi pesquisado aleatoriamente entre vinte sites de serviços de hospedagem


gratuita, seis deles suportavam AJAX, portanto, além de facilitar a navegação do usuário
ao escolher essa tecnologia, facilita também ao desenvolvedor por existirem várias opções
de hospedagem gratuita.

ASP

ASP (de Active Server Pages) é uma estrutura de programação (não é uma linguagem,
mas um framework ) em Script que se utiliza de VBScript, JScript, PerlScript ou Python
processadas pelo lado servidor para geração de conteúdo dinâmico na web (WEISSINGER,
1999).

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Ele executa nativamente em servidores Windows, através do serviço chamado de


IIS (Internet Information Service) - o servidor web da Microsoft, ou do PWS (Personal web
Server) em ambientes com Windows 98.

O script é interpretado no servidor e o que é enviado ao lado do


usuário/utilizador (navegador, por exemplo) é apenas a saída que normalmente é uma
linguagem de marcação como HTML, XHTML ou XML.

Linguagens como o Javascript e o VBScript podem ser processadas pelo


navegador do visitante e, neste caso, este precisa ser compatível com a linguagem.
Contudo, como o ASP é processado pelo servidor, há independência de navegadores, uma
vez que eles só processarão HTML.

Através dessa tecnologia também é possível executar consultas a Banco de


Dados, através da biblioteca de componentes ActiveX.

O uso desta tecnologia vem diminuindo sensivelmente pela maturação da


tecnologia .NET, sendo gradativamente substituído pelo ASP.NET que proporciona uma
gama maior de recursos e um melhor desempenho.

Foi pesquisado na internet, sites de hospedagem gratuita para páginas


desenvolvidas em ASP. Em cada vinte sites pesquisados aleatoriamente, seis prestam este
serviço.

C SHARP

C Sharp ou C# é uma linguagem de programação orientada a objetos criada pela


Microsoft, faz parte da sua plataforma .Net. A companhia baseou C# na Linguagem C++
e Java. C# (pronuncia-se “cê shárp” em português ou “cí sharp” em inglês).

Segundo Sharp (2005), a criação da linguagem, embora tenha sido feita por vários
desenvolvedores, é atribuído principalmente a Anders Hejlsberg, hoje um renomado
engenheiro da Microsoft. Anders Hejlsberg era desenvolvedor de compiladores na
empresa Borland, e entre suas criações mais conhecidas estão os programas Turbo Pascal
e Delphi. A linguagem C# foi criada junto com a arquitetura .NET.

Embora existam várias outras linguagens que suportam essa tecnologia (como
VB, .NET, C++), C# é considerada a linguagem símbolo do .NET pelas seguintes razões:

• Foi criada praticamente “do zero” para funcionar na nova plataforma,


sem preocupações de compatibilidade com código delegado;
• O compilador C# foi o primeiro a ser desenvolvido;
• A maior parte das classes do .NET Framework foram desenvolvidas em
C#.

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• Linguagem poderosa e de fácil compreensão para desenvolvedores;


• Códigos gerenciados, respeitando as questões de segurança do programa
e do Framework;
• Suporta XML, Bancos de dados, SOAP;
• Integrada ao Visual Studio .Net e webMatrix e outras ferramentas próprias
de desenvolvimento;
• Propriedades, métodos e eventos como conceitos de 1ª categoria;
• Totalmente integrada à plataforma .NET;
• Orientado a objeto.

Segundo Deitel (2003), suas estruturas de dados primitivas são objetos que
correspondem a tipos em .NET. A desalocação automática de memória por garbage
colletor (coletor de lixo) além de várias de suas abstrações tais como classes, interfaces e
exceções são nada mais que a exposição explicita recursos do ambiente .NET. Quando
comparada com C e C++, a linguagem é restrita e melhorada de várias formas incluindo:

• Ponteiros e aritmética sem checagem só podem ser utilizados em uma


modalidade especial chamada modo inseguro (unsafe mode).
Normalmente os acessos a objetos são realizados através de referências
seguras, as quais não podem ser invalidadas e normalmente as operações
aritméticas são checadas contra sobrecarga (overflow);
• Objetos não são liberados explicitamente, mas através de um processo de
coleta de lixo (garbage collector) quando não há referências aos mesmos,
prevenindo assim referências inválidas;
• Destrutores não existem. O equivalente mais próximo é a interface
Disposable, que juntamente com a construção using block permitem que
recursos alocados por um objeto sejam liberados prontamente. Também
existem finalizadores, mas como em Java sua execução não é imediata;
• Como no Java, não é permitida herança múltipla, mas uma classe pode
implementar várias interfaces abstratas. O objetivo principal é simplificar
a implementação do ambiente de execução.

Pode-se constatar na Figura 3 um exemplo de código fonte implementado na


linguagem C# em que o resultado de saída será a mensagem “Alo, mundo” exibida na
tela.

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Figura 3 – Exibindo mensagem em C# (LIBERTY, 2006).

Pesquisado na internet, de maneira aleatória, vinte sites que prestam serviço de


hospedagem gratuita de páginas web, dentre eles, cinco prestam o serviço de hospedagem
de sites desenvolvidos em C#.

HTML

HTML (Hyper Text Markup Language) é uma linguagem de formatação muito simples
baseada em marcadores (tags) para a criação de documentos hypertexto. A principal
característica do hipertexto é a possibilidade de se interligar a outros documentos da web.

As versões existentes da linguagem HTML são: HTML 2.0, HTML 3.2, HTML 4.0
e o HTML 4.01. Alguns crêem que o HTML não tem futuro algum devido a existência do
XHTML. As versões do HTML mais utilizadas hoje em dia são HTML 4.01 e XHTML 1.0.
As versões HTML 5 e o XHTML 2 estão em desenvolvimento (ROGÉRIO, 2007).

A linguagem HTML foi criada em 1991 pelo inglês Tim Berners-Lee no CERN –
Laboratório Europeu de Física de Partículas, com o intuito de interligar computadores do
laboratório e instituições de pesquisa, exibindo documentos científicos de forma simples e
de fácil acesso.

A popularidade da linguagem HTML cresceu juntamente com a popularização


da web e, com essa rápida evolução, a linguagem HTML apresentou várias deficiências
que tiveram que ser solucionadas com a ajuda de algumas tecnologias que seriam capazes
de organizar, automatizar e otimizar o funcionamento da web.

A principal característica da linguagem HTML é a portabilidade, além de ser


simples e pode ser aprendida por usuários leigos sem maiores dificuldades.

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Para que os navegadores consigam interpretar arquivos com comandos HTML,


além de possuir as tags da respctiva linguagem, é necessário que o arquivo contenha a
extensão .html ou .htm.

Figura 4 – Código HTML.

A principal característica da linguagem HTML é a portabilidade, além de ser


simples e ser aprendida por usuários leigos sem maiores dificuldades. A Figura 5
apresenta o resultado de como a página será apresentada ao usuário final.

Figura 5 – Resultado do código HTML.

Pelo fato do HTML ser uma das raízes da internet, todos os sites de serviço de
hospedagem gratuita suportam essa tecnologia.

JAVA

JAVA é marca registrada da Sun Microsystems e define uma plataforma de programação


incluindo uma linguagem de programação, uma máquina virtual, um formato de arquivo

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(arquivo .class) e um conjunto de classes (a API do JAVA). Cada uma dessas tecnologias é
especificada pela Sun. Juntas, a máquina virtual e a API do JAVA constituem o ambiente
de execução de JAVA, ou ainda, a plataforma JAVA. (HARVEY, 2006).

A linguagem de programação JAVA é uma linguagem orientada a objetos e de


alto nível. Nela, todo o código fonte é escrito primeiro em blocos de textos e gravados com
extensão.java. Esses arquivos.java são compilados pelo compilador javac, gerando um
arquivo .class. O arquivo.class não contém o código que é entendido pelo computador,
mas ele contém bytecodes – que é o idioma da máquina virtual Java (JAVA VM).

O JAVA executa a sua aplicação através da Java Virtual Machine, que transforma
o .class em uma linguagem entendível pelo computador.

Na Figura 6 é apresentado o processo do código até ser executado na máquina. O


JAVA tem todas as vantagens de Orientação a Objetos da linguagem C++, mas exclui
algumas características como ponteiros e alocação de memória.

Figura 6 – Processo do código JAVA (JAVASUN, 2006).

Segundo Deitel (2006), a linguagem JAVA originou-se do apoio que a Sun estava
proporcionando a um projeto nos anos 90, com o codinome Green, que resultou numa
linguagem baseada em C++, que seu criador, James Gosling chamou de Oak. Depois de
uma visita da Sun a uma cafeteria, o nome Java foi sugerido e aceito.

Em 1995, com a explosão da WWW, a equipe da Sun viu o imediato potencial de


utilizar o Java para as páginas web.

O Java chamou a atenção da comunidade de negócios devido ao grande interesse


na WWW. A partir de então, o Java passou a ser utilizado para desenvolver aplicativos de
grande porte, aprimorar a funcionalidade de servidores web, fornecer aplicativos para
dispositivos voltados para o consumo popular, por exemplo, telefones celulares, entre
muitos outros propósitos.

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O código Java pode ser compilado e funcionar na maioria dos computadores


porque os interpretadores de Java e os ambientes de execução existem para a maioria dos
sistemas operacionais. Java possui uma coleção de bibliotecas que se estende à linguagem.

Existe uma biblioteca chamada AWT que é destinada à interface com o usuário,
uma biblioteca de I/O, uma biblioteca de rede, entre outros.

Java pode ser utilizado para criar diversos tipos de aplicativos, desde aplicações
remotas até aplicações que serão controladas pelo software, tais como APPLETS que são
carregados pela WEB e executados dentro de um browser, SERVLETS que são designados
para serem executados dentro de um servidor WEB, entre outros. (WHITE, 2008).

Abaixo são apresentados alguns aspectos de JAVA:

• Todos os tipos primitivos de JAVA têm um tamanho fixo;


• Checagem automática de limites evita o programa de ler ou escrever fora
dos limites de um array;
• Testes de condição devem retornar um valor booleano;
• Suporte para manipulação de strings;
• Orientada a objetos;
• Possui herança, mas não múltipla;
• Portabilidade;
• Código aberto.

Figura 7 – Imprimindo uma linha de texto com JAVA (HARVEY, 2006).

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Figura 8 – Programa que imprime a soma de dois números em JAVA (LIBERTY, 2006).

A versão JAVA está dividida nas seguintes edições:

• Java Standart Edition (JSE): tecnologia projetada para computadores


pessoais e ambientes de trabalho;
• Java Enterprise Edition (JEE): Tecnologia projetada para aplicações
baseadas no servidor;
• Java Micro Edition (JME): Tecnologia direcionada para dispositivos com
poucos recursos computacionais, como por exemplo, telefones celulares e
palms.

Pesquisado aleatoriamente entre vinte sites de hospedagem gratuita de páginas,


nenhum deles hospeda sem custo as páginas desenvolvidas em Java.

PHP

O PHP é uma linguagem de criação de scripts do lado do servidor que foi projetada
especificamente para a web. Dentro de uma página HTML, é possível embutir código PHP
que será executado. O código PHP é interpretado no servidor web e gera HTML ou outra
saída para o usuário final (THOMSON, 2005).

A linguagem surgiu por volta de 1994, como um pacote de programas CGI


criados por Rasmus Lerdof, com o nome Personal Home Page Tools, para substituir um
conjunto de scripts Perl que ele usava no desenvolvimento de sua página pessoal. Em
1997 foi lançado o novo pacote da linguagem com o nome de PHP/FI, trazendo a
ferramenta Forms Interpreter, um interpretador de comandos SQL.

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Anos depois, Zeev Suraski desenvolveu o analisador do PHP 3 que contava com
o primeiro recurso de orientação a objetos, que dava poder de alcançar alguns pacotes,
tinha herança e dava aos desenvolvedores somente a possibilidade de implementar
propriedades e métodos.

Zeev e Andi Gutmans, escreveram o PHP 4, abandonando por completo o PHP 3,


dando mais poder à máquina da linguagem e maior número de recursos de orientação a
objetos. O PHP 4 apresentou uma deficiência na criação de cópias de objetos, pois a
linguagem ainda não trabalhava com apontadores ou handlers, como são as linguagens
Java , Ruby e outras. O problema fora resolvido na versão atual do PHP, a versão 5, que já
trabalha com handlers.

Seguem algumas características do PHP:

• Velocidade e robustez.
• Estruturado e orientação a objeto.
• Portabilidade - independência de plataforma - escreva uma vez, rode em
qualquer lugar.
• Tipagem fraca.
• Sintaxe similar a Linguagem C/C++ e o PERL.
• Interface para diversos bancos de dados.
• Disponibilidade de código-fonte.
• Baixo custo. (THOMSON, 2005)

Figura 9 – Imprimir texto em PHP.

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Figura 10 – Imprimir a soma de dois números em PHP.

Foi pesquisado aleatoriamente entre vinte sites de hospedagem gratuita de


páginas, todos sem exceção, atendem esse serviço com a tecnologia PHP gratuitamente.

Phyton

O desenvolvimento da linguagem Phyton teve início em 1990, pelo holandês Guido van
Rossum, na CWI em Amsterdã. O conjunto de entidades e pessoas ligadas ao Python,
sobretudo via Internet, formam a Python Software Activity (PSA). Esta linguagem possui
código aberto e é gratuitamente distribuída.

Em Python, as funções são tratadas como objetos, característica de linguagens de


programação funcional como Lisp, muito utilizada em aplicações de inteligência artificial.
Outro ponto importante, é que, em Python, cada argumento de uma função pode assumir
um valor default (SILVA,2001).

A linguagem Phyton possui uma sintaxe simples e clara, não utiliza ponto-e-
vírgula ou chaves, tornando o programa mais simples de ser lido por um desenvolvedor,
e também oferece os seguintes recursos:

• programação orientada a objetos (incluindo herança múltipla);


• exceções, um moderno mecanismo para o tratamento de erros;
• módulos, uma forma inteligente de acessar e organizar código a ser
reutilizado;
• coleta de lixo automática, sistema que elimina os erros causados pelo
acúmulo de dados inúteis na memória do computador;
• recursos avançados de manipulação de textos, listas e outras estruturas de
dados;
• possibilidade de executar o mesmo programa sem modificações em várias
plataformas de hardware e sistemas.

A Figura 11 apresenta um programa em Phyton que lê o conteúdo digitado pelo


usuário de duas variáveis e apresenta na tela o resultado da operação.

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Figura 11 – Programa que calcula despesas domésticas, em Phyton.

Figura 12 – Resultado do programa que calcula despesas domésticas.

Foi realizada uma pesquisa aleatória entre vinte sites de hospedagem gratuita de
páginas, sendo que dentre eles, doze atendem à tecnologia Phyton.

Ruby

A linguagem Ruby é uma linguagem de programação interpretada, orientada a objetos e


com várias semelhanças com Perl, Python e SmallTalk. Foi criada pelo japonês Yukihiro
Matsumoto (Matz) na década de 90 e rapidamente ganhou popularidade (ANTONIO,
2008).

O nome “Ruby” definido entre seu criador Matsumoto (Matz) e Keiju Ishitsuka
em 24 de fevereiro de 1993, antes que qualquer linha de código tinha sido escrita para a
linguagem. Inicialmente foram propostos dois nomes: “Coral” e “Ruby”, sendo esse
último nome proposto escolhido mais tarde por Matz em um e-mail para Ishitsuka.

Seguem alguns atributos da linguagem Ruby:

• A sintaxe é enxuta, não utiliza colchetes e outros caracteres;


• Orientada a objetos;
• Todas as variáveis são objetos, os “tipos primitivos” são classes;
• Estão disponíveis diversos métodos de geração de código em tempo real,
como os “attribute accessors”;
• Code blocks (blocos de código), ajudam o programador a passar um
trecho de instruções para um método. A idéia é semelhante aos

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“callbacks” do Java, mas de uma forma extremamente simples e bem


implementada;
• Mixins, uma forma de emular a herança múltipla, mas não permite
nativamente;
• Multi-plataforma;
• Código aberto;
• Pode ser executada utilizando a Máquina Virtual Java.

Figura 13 – Código implementado em Ruby.

Foi pesquisado aleatoriamente na internet, vinte sites que hospedam páginas


gratuitamente, dentre esses, quatorze suportam a tecnologia Ruby.

4.3. Análise das características

Das técnicas de desenvolvimento web estudadas, foram separadas em dois grupos:

• As que são destinadas a apresentação das páginas: AJAX, HTML;


• As que processam informações, inclusive recuperação de dados de bancos
relacionais: ASP, C Sharp, Java, PHP, Phyton e Ruby;

Do segundo grupo, foi implementado um programa para cada linguagem que


imprime a frase “Olá mundo”. Seguem abaixo as implementações:

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Figura 14 – Código implementado em ASP.

Figura 15 – Código implementado em Java.

Figura 16 – Código implementado em PHP.

Figura 17 – Código implementado em Python.

Figura 18 – Código implementado em Ruby.

Figura 19 – Código implementado em C#.

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De acordo com os códigos implementados, foi concluído que as linguagens que


tiveram o mínimo possível de linhas de código para impressão do texto, foram
consideradas de implementação mais rápida, enquanto que as que possuíram maior
número de linha de código, foram consideradas de implementação e aprendizado mais
demorados, por possuírem uma quantidade maior de detalhes.

Diante das características de todas as técnicas estudadas, foi elaborada um


quadro comparativo para melhor análise dos recursos de cada linguagem:

Quadro 1 – Comparação entre as técnicas de desenvolvimento WEB estudadas.


Características
Técnica/ Conexão
Linguagem Multi Orientado Código Hospedagem Aprendizado
Destrutor com Banco Gratuidade Pontuação
plataforma a Objetos Aberto Gratuita Rápido
de Dados
AJAX 1 0 0 1 1 1 1 1 6
ASP 0 1 0 1 0 0 1 1 4
C Sharp 1 1 0 1 1 1 1 1 7
HTML 1 0 0 0 1 1 1 1 5
Java 1 1 1 1 1 1 0 0 6
PHP 1 1 0 1 1 1 1 1 7
Phyton 1 1 1 1 1 1 1 1 8
Ruby 1 1 1 1 1 1 1 1 8
Legenda: 0 – não atende, 1 – atende.

Através da comparação da tabela acima, foram eleitas as técnicas: HTML e AJAX


para o layout e interação do portal e PHP para persistência e recuperação de dados para
desenvolvimento do Portal de Recicladores e Fornecedores de Reciclados.

4.4. Desenvolvimento do Portal de Recicladores e Fornecedores de Reciclados

Antes de iniciar o desenvolvimento do portal, foram feitas entrevistas com os seus


prováveis usuários: uma dona de casa, um reciclador, uma empresa que utiliza materiais
recicláveis como matéria prima e uma cooperativa. Através dessa entrevista, foi possível
definir os requisitos funcionais e não funcionais do portal.

De acordo com os aspectos definidos, foram desenvolvidos os Diagramas da


UML (FOWLER, 2004), dentre eles, o de Casos de Uso do portal, conforme apresentado a
seguir:

Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XII, Nº. 14, Ano 2009 • p. 425-450

ANUIC_N14_miolo.pdf 445 7/6/2010 18:17:08

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