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AULA 1
CONTEXTUALIZANDO
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O CERN – Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire (Conselho
Europeu para a Pesquisa Nuclear), do qual Berners-Lee fazia parte –
disponibiliza uma simulação de como a primeira página da web era mostrada
nos computadores NeXT usados para desenvolver a linguagem. Nesse caso,
é preciso usar duplo clique para acessar os links. Disponível em:
<https://worldwideweb.cern.ch/browser>. Acesso em: 2 set. 2021.
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navegador não suportava o formato. O desenvolvimento web passou a focar em
padrões como HTML5, CSS e Javascript.
Houve várias tentativas de transmitir vídeo e material interativo pela
internet, como o RealPlayer, lançado em 1995. Era até possível assistir a um
stream ao vivo, mas em uma resolução minúscula e com qualidade terrível.
Outras mudanças importantes foram a chamada Web 2.0, que permitia
uma participação maior do público, o qual podia produzir seus próprios
conteúdos e interagir com outras pessoas, um passo para o que chamamos hoje
de redes sociais da internet. A Web 2.0 está associada ao Ajax – Asynchronous
JavaScript And XML –, uma técnica de programação que, muito resumidamente,
permite que partes de um site sejam recarregadas separadamente.
No que se refere ao desenvolvimento, houve várias mudanças nos
métodos. Havia ferramentas focadas em leigos, como o FrontPage, que fazia
parte do pacote Office. Também houve tentativas de facilitar o trabalho de
designers gráficos que começavam a trabalhar com web, fornecendo
ferramentas que se aproximassem do trabalho com ferramentas de design
gráfico. Um exemplo é o Dreamweaver, então da Macromedia. Na época, o
código gerado por essas ferramentas era bem “inchado”, com muito mais código
do que um site otimizado feito “à mão”. Outra maneira comum de trabalhar era
projetar um site no Photoshop ou similar e depois usá-lo de base para
desenvolver um site, algumas partes com código, outras com fatias de imagens
desse arquivo.
Na época, era comum pesquisar a resolução de tela mais popular e fazer
um site para se adequar a ela. Muitos sites tinham um rodapé que dizia, por
exemplo, “Melhor visualizado em 800×600” (pixels, no caso) e um provável link
para baixar o plug-in do Flash. Alguns sites tinham uma versão móvel,
possivelmente sem imagens, para poderem ser acessados em telefones
celulares – isso antes dos smartphones. Imagine acessar a web com um
dispositivo que tinha uma tela na qual cabiam umas oito linhas de texto e que
usava o teclado numérico para digitar texto. A sigla associada a essa maneira
de acessar a internet é WAP – wireless access point.
Com a popularização da internet móvel, tornou-se necessário pensar em
novas maneiras de produção. Atualmente, não é possível presumir que o site
será acessado em um monitor com uma resolução específica; sequer é possível
presumir que ele será acessado em um computador. Assim, vão aparecendo
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técnicas de web design responsivo, feito pensando em vários dispositivos,
inclusive o mobile-first, no qual a prioridade são os dispositivos móveis. Também
vão aparecendo novas divisões de tarefas entre quem trabalha desenvolvendo
sites.
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2.1 Sites estáticos e dinâmicos
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Um exemplo disso é o jogo 2048, que foi febre em meados dos anos 2010.
Você pode jogá-lo em: <https://play2048.co> (cuidado, porque vicia). O servidor
fornece todos os arquivos necessários para ele funcionar, e o processamento é
feito pelo seu computador. Isso é client-side.
Um site também pode ser dinâmico do lado do servidor. Por exemplo, um
site que use WordPress ou algum outro CMS (content management system,
sistema de gerenciamento de conteúdo) com o qual possam ser feitas
modificações no conteúdo sem ter que mexer no código fonte.
Com um sistema como esse, é possível modificar o conteúdo do site
facilmente. Nesse aspecto, ele é dinâmico. Porém, ele é dinâmico também
porque as páginas são geradas de acordo com o pedido do cliente.
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Digamos que você entrou no site Jovem Nerd e quer informação sobre
videogames. Eles disponibilizaram um link para a URL
<https://jovemnerd.com.br/bunker/categoria/games>, que mostrará todos os
posts do blog dentro da categoria games.
A página que aparece ao clicar nesse link não existe. Ela é gerada
dinamicamente pelo servidor. Ao receber essa URL, o servidor, com base na
programação dos arquivos do WordPress, busca em uma base de dados todas
as informações necessárias para gerar um arquivo HTML só para você. O seu
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Termo para o código, principalmente HTML, que compõe os sites.
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dispositivo receberá um arquivo estático, que foi processado pelo servidor. Isso
é server-side.
Sites completamente estáticos eram típicos nos primórdios da web, como
os feitos por pessoas comuns e postados em serviços de hospedagem gratuita,
por exemplo o Geocities. Atualmente, é pouco provável se deparar com algum
site completamente estático. Essas definições e explicações atentam para o fato
de que o papel do web design não é projetar algo que não vai mudar, mas
projetar pensando em todas as possibilidades, seja do conteúdo do site ou de
como esse este será acessado.
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Programas que adicionam funcionalidades a outros programas.
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• UX/UI designer: UX é a sigla de User eXperience. UI é a sigla para User
Interface. São consideradas disciplinas similares, já que as duas lidam
com o projeto das interfaces de um site ou aplicativo.
• Desenvolvedor front-end: desenvolve a parte do site – ou aplicativo – à
qual os usuários têm acesso e com a qual interagem.
• Desenvolvedor back-end: desenvolve a parte “de trás”, ou seja, o que
é necessário para que o site ou aplicativo funcione, como bases de
dados.
• Desenvolvedor fullstack: cuida tanto do front-end como do back-end.
Função comum em organizações menores.
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Apesar disso, é possível trabalhar com webdesign sem precisar mexer em
uma linha de código. É importante que você saiba pelo menos como as
linguagens de marcação e de programação funcionam para que possa projetar
sistemas estando ciente das limitações e das possibilidades, tanto das
linguagens como da equipe com que você trabalha.
Para que a web possa funcionar e suas páginas sejam acessíveis pelo
maior número de pessoas possível, é necessário um pouco de organização. O
órgão responsável por manter os padrões (standards) de tudo o que é
relacionado ao desenvolvimento de sites é o World Wide Web Consortium – W3C
–, fundado por Berners-Lee em 1994, com centenas de funcionários e a
colaboração de várias empresas da internet (Paz, 2021).
Entre muitas outras coisas, o W3C cuida dos padrões das linguagens
usadas para desenvolver sites, como HTML, CSS e JavaScript. Cuida inclusive
do que você vai começar a aprender agora mesmo, HTML. Você vai seguir esses
padrões, mais especificamente da especificação HTML5 (W3C, 2021).
HTML é a sigla para hypertext markup language – linguagem de marcação
de hipertexto. É uma maneira de armazenar em um arquivo de texto as
informações sobre o que cada elemento do conteúdo é, para que então seja
exibido – ou renderizado – pelo navegador de alguma maneira.
Se você abrir um arquivo HTML em um editor de texto, poderá ver o
código “cru”. Se você abrir esse mesmo arquivo em um navegador, verá o
resultado da interpretação que o navegador faz desse código. Observe na Figura
1: são o mesmo arquivo.
Quando falamos em arquivo de texto, estamos nos referimos a um arquivo
no qual a única informação que pode ser salva é texto, sem formatação, como
os arquivos .txt. A maioria dos arquivos que você vai usar aqui são desse tipo.
As tags servem para isso. Elas marcam (linguagem de marcação,
lembra?) onde um elemento começa e onde termina – nem todas se comportam
assim, mas vamos aos poucos.
Ainda na Figura 1, observe que o título, que aparece maior e em bold no
navegador, está “ensanduichado” entre dois “elementos” de texto. Esses
“elementos” são as tags.
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No caso do título, estamos usando a tag h1, que é utilizada para o título
principal da página – h, de heading, e um número de 1 até 6 para títulos e
subtítulos. Os parágrafos são marcados com a tag p, que por acaso é
praticamente a mesma palavra em português. Há muitas outras tags, para
marcar os mais variados elementos, mas por enquanto vamos ficar com essas.
Repare agora que a tag do começo é <p>, enquanto a do final é </p>. O
navegador usará essa convenção porque precisa saber quando o título acaba.
Preste atenção, pois uma tag que não foi fechada costuma ser um pequeno
detalhe que resulta em um desastre ao abrir o arquivo no navegador.
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Depois, é necessário indicar qual parte do conteúdo deve ser interpretada
como HTML. Para isso, são usadas as tags <html> e </html>.
Dentro do HTML, é importante definir dois elementos: o head e o body.
Ambos são delimitados de maneira similar ao elemento html. O primeiro contém
várias informações que não são conteúdos, mas são importantes para o
funcionamento da página, como metadados, links para arquivos com scripts,
folhas de estilos, fontes, entre outros. O body é o conteúdo da página.
Com tudo isso, a estrutura de nosso arquivo HTML fica desta maneira:
<!DOCTYPE html>
<html>
<head>
</head>
<body>
</body>
</html>
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à vontade, tanto para lembretes seus como para que o código fique explicadinho
para quem trabalhar nele depois de você. Tenha certeza de que vão te
agradecer.
Repare, também, que usamos cores, assim como no editor de texto da
Figura 1. Essas cores não estão presentes no arquivo HTML, mas são
acrescentadas por alguns editores de texto para ajudar a visualizar as diferentes
tags e seu conteúdo. Por isso, recomendamos que você use algum editor de
texto com esse recurso, como o Notepad++. Ah! Editores comuns, como o Word
ou Libre Office, não servem para isso.
Talvez você saiba que é possível inserir alguns atributos às tags HTML,
para poder formatar os elementos, mudar a fonte, colocar uma cor de fundo,
entre outras possibilidades. Isso é possível, mas não é o ideal – tanto que nem
vamos te ensinar como fazer, apesar de que em algumas situações pode ser útil
para fazer uma gambiarra – algo bem comum no desenvolvimento.
Como você já sabe, o HTML serve para marcar o que cada elemento é.
Essa prática faz parte da chamada web semântica (Paz, 2021). As tags HTML
não designam que os subtítulos precisam estar maiores e na cor verde-escuro.
No HTML, vamos dizer apenas que é um heading nível 2, ou seja, h2. Onde
vamos dizer que os h2 são maiores e verde-escuros é na folha de estilos, escrita
na linguagem CSS.
O CSS – cascading style sheets, ou folhas de estilo em cascata – é uma
linguagem que define a aparência e o comportamento dos elementos do HTML
(Paz, 2021). Ela pode ser usada diretamente nas tags HTML – o chamado inline,
que não é recomendado –, inserida diretamente no código HTML, dentro de tags
style, que por sua vez vão dentro das tags head, ou como arquivos separados,
que serão “chamados” por um link também dentro do head do arquivo HTML
Essa opção é a mais recomendada (Paz, 2021), mas em alguns dos exemplos
que você verá aqui usaremos o código CSS inserido no arquivo HTML, por ser
mais prático para exemplos didáticos.
5.1 Acessibilidade
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Apesar das possibilidades do CSS, é importante conceber que o arquivo
HTML precisa sobreviver sem o CSS. Para isso, é fundamental usar as tags de
maneira semântica, como acabamos de explicar.
No que se refere à acessibilidade, é primordial pensar que há pessoas
que usam uma folha de estilos própria. Pessoas com baixa visão, por exemplo,
podem usar uma folha de estilos que ignore os estilos de um site, substituindo-
os por cores, fontes e tamanhos de texto que os tornem mais visíveis (Figura 2).
Pessoas cegas podem usar a internet com leitores de tela, que vão ler em voz
alta os conteúdos de um site. Esses leitores ignoram os estilos CSS.
Daí a importância de estruturar o código HTML de maneira semântica. No
meio impresso, podemos identificar um título em uma página porque ele é maior
e em bold, por exemplo. Uma vez impresso, é irrelevante se foi definido como
um estilo de título do InDesign ou se apenas aumentaram o tamanho da fonte.
Na web, é importante não só ajustar o estilo, mas também estruturar o código
corretamente, indicando que aquilo é um título. Nas situações em que o estilo for
ignorado, a tag indicando que é um título (h1, h2 etc) precisa estar ali.
Figura 2 – Página com estilos aplicados para pessoas com baixa visão
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Fonte: Peruyera, 2021.
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Faça você mesmo
É muito provável que você use o navegador Chrome. Nele – e em
outros navegadores –, é possível instalar extensões com as mais variadas
funcionalidades, muitas delas pensadas para ajudar o trabalho de
desenvolvimento de sites.
Vamos te sugerir instalar a extensão Web Developer e usá-la para
desabilitar os estilos de um site. Instale a extensão e experimente desabilitar
os estilos de vários sites. Eles continuam legíveis sem os estilos? O HTML
aparenta estar bem estruturado?
5.2 Praticidade
Pensar e fazer um bom uso dos estilos CSS também garante um código
limpo e fácil de manter. Imagine que você precise redesenhar um site com
milhares de páginas (HTML). Se essas páginas tiverem um código HTML correto
e estiverem linkadas a uma única folha de estilos, seu trabalho será
(relativamente) fácil. Basta modificar essa folha de estilos para que todas as
páginas mudem o seu visual. Lembra que era a prática recomendada? Agora
você sabe por que. Já se cada página tiver os estilos definidos de alguma outra
maneira… é melhor passar um café, porque o trabalho vai demorar.
Você já viu a importância de saber usar folhas de estilo para conseguir
um site acessível e fácil de desenvolver. Mais adiante, você verá como escrever
código CSS, que será das suas principais ferramentas para desenvolver sites –
e não só! Há várias situações, em desenvolvimento de aplicativos, por exemplo,
nas quais saber CSS também é útil.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
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Você preparar seu portfólio em HTML e CSS também servirá como prova dos
seus conhecimentos.
Comece fazendo um esboço. Selecione famílias tipográficas, pense em
paletas de cores e vá selecionando seus trabalhos.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS