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2024
Semanário Litúrgico-catequético
1º DOMINGO DA QUARESMA
“Convertei-vos e crede no Evangelho”
1. Santo, santo, santo, Senhor Deus Igreja! 1. Somos todos convidados para a
do universo./ O céu e a terra procla- PR.: Lembrai-vos também, na ceia do Cordeiro./ Neste mundo
mam a vossa glória! vossa misericórdia, dos nossos imolado, dos viventes é o primeiro!/
REF.: Hosana nas alturas, hosana! irmãos e irmãs que adormeceram Não sejamos separados do amor
2. Bendito aquele que vem em nome na esperança da ressurreição e de que ao mundo veio!
do Senhor! todos os que partiram desta vida; REF.: Ó Senhor, a tua Páscoa,
acolhei-os junto a vós na luz da confirmada no madeiro,/ é penhor
12 ORAÇÃO EUCARÍSTICA II vossa face. da Aliança e o fim do cativeiro!
PR.: Na verdade, ó Pai, vós sois AS.: Concedei-lhes, ó Senhor, a luz 2. Exaltado no calvário, o Senhor
Santo, fonte de toda santidade. eterna! abriu caminho,/ elegendo a
Santificai, pois, estes dons, derra- PR.: Enfim, nós vos pedimos, tende santuário o humano peregrino!/ O
mando sobre eles o vosso Espírito, piedade de todos nós e dai-nos seu Reino é contrário a quem nega o
a fim de que se tornem para nós o participar da vida eterna, com a pequenino!
Corpo e o † Sangue de nosso Virgem Maria, Mãe de Deus, São 3. O Senhor a cada dia vem abrir-
Senhor Jesus Cristo. José, seu esposo, os Apóstolos, e nos os ouvidos/ com a palavra que
AS.: Enviai o vosso Espírito Santo! todos os Santos que neste mundo nos guia e dá força ao abatido:/ é
PR.: Estando para ser entregue e viveram na vossa amizade, a fim de convite de ousadia frente à morte e
abraçando livremente a paixão, vos louvarmos e glorificarmos por ao perigo.
Jesus tomou o pão, pronunciou a Jesus Cristo, vosso Filho. 4. O Senhor é a nossa estrada,
bênção de ação de graças, partiu e o Por Cristo, com Cristo, e em Cristo, a s a l va ç ã o a o m u n d o i n t e i ro , /
deu a seus discípulos, dizendo: vós, Deus Pai todo-poderoso, na comunhão que nos abraça, nosso
TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O unidade do Espírito Santo, toda fim e paradeiro!/ É o amor que
MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE honra e toda glória, por todos os nunca passa, luz que brilha ao
POR VÓS. séculos dos séculos. caminheiro!
Do mesmo modo, no fim da Ceia, ele AS.: Amém. 5. Do Deus vivo e verdadeiro
tomou o cálice em suas mãos e, recebemos plena vida/ pra
dando graças novamente, o entre- RITO DA vivermos, pioneiros, liberdade, a
gou a seus discípulos, dizendo: COMUNHÃO mais querida:/ Eis o sonho que é
TOMAI, TODOS, E BEBEI: ESTE É O primeiro desde a história mais
PR.: Guiados pelo Espírito Santo, antiga.
CÁLICE DO MEU SANGUE, O que ora em nós e por nós, elevemos
SANGUE DA NOVA E ETERN A 6. Do triunfo sobre a morte, nós
as mãos ao Pai e rezemos juntos a fazemos a memória:/ mais que a
ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO oração que o próprio Jesus nos
POR VÓS E POR TODOS PARA cruz, o Cristo é fonte e conquista a
ensinou: vitória!/ Do seu povo é o norte, o
REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI T.: Pai nosso… Senhor de toda a história!
ISTO EM MEMÓRIA DE MIM. PR.: Livrai-nos de todos os males, ó
PR.: Mistério da fé para a salvação Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. 15 CANTO DE COMUNHÃO II
do mundo! Ajudados pela vossa misericórdia, REF.: Agora o tempo se cumpriu, o
AS.: Salvador do mundo, salvai- sejamos sempre livres do pecado e reino já chegou./ Irmãos,
nos, vós que nos libertastes pela protegidos de todos os perigos, convertam-se e creiam firmes no
cruz e ressurreição. enquanto aguardamos a feliz evangelho!
PR.: Celebrando, pois, o memorial esperança e a vinda do nosso 1. Feliz aquele homem que não
da morte e ressurreição do vosso Salvador, Jesus Cristo. anda conforme os conselhos dos
Filho, nós vos oferecemos, ó Pai, o T.: Vosso é o reino, o poder e a glória perversos.
Pão da vida e o Cálice da salvação; e para sempre. 2. Quem não entra no caminho dos
vos agradecemos porque nos PR.: Senhor Jesus Cristo, dissestes malvados, nem junto aos
tornastes dignos de estar aqui na aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo zombadores vai sentar-se
3
3. Mas encontra seu prazer na lei de MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2024
Deus e a medita, dia e noite, sem “Através do deserto, Deus guia-nos para a liberdade”
cessar uando o nosso Deus Se revela, comunica liberdade: «Eu sou o Senhor,
4. Eis que ele é semelhante a uma
árvore, que à beira da torrente está
plantada
Q teu Deus, que te fiz sair da terra do Egipto, da casa da servidão» (Ex 20,
2). Assim inicia o Decálogo dado a Moisés no Monte Sinai. O povo
sabe bem de que êxodo Deus está a falar: traz ainda gravada na sua carne a
5. Ela sempre dá seus frutos a seu experiência da escravidão. Recebe as «dez palavras» no deserto como caminho
tempo e jamais as suas folhas vão de liberdade. Nós chamamos-lhes «mandamentos», fazendo ressaltar a força
amorosa com que Deus educa o seu povo; mas, de facto, a chamada para a
murchar liberdade constitui um vigoroso apelo. Não se reduz a um mero acontecimento,
6. Pois Deus vigia o caminho dos mas amadurece ao longo dum caminho. Como Israel no deserto tinha ainda
eleitos, mas a estrada dos dentro de si o Egito (vemo-lo muitas vezes lamentar a falta do passado e
malvados leva à morte murmurar contra o céu e contra Moisés), também hoje o povo de Deus traz dentro
de si vínculos opressivos que deve optar por abandonar. Damo-nos conta disto,
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO quando nos falta a esperança e vagueamos na vida como em terra desolada, sem
uma terra prometida para a qual tendermos juntos. A Quaresma é o tempo de
Ó Deus, que nos alimentastes com graça em que o deserto volta a ser – como anuncia o profeta Oseias – o lugar do
este pão que nutre a fé, incentiva a primeiro amor (cf. Os 2, 16-17). Deus educa o seu povo, para que saia das suas
esperança e fortalece a caridade, escravidões e experimente a passagem da morte à vida. Como um esposo, atrai-
dai-nos desejar o Cristo, pão vivo e nos novamente a Si e sussurra ao nosso coração palavras de amor.
verdadeiro, e viver de toda palavra O êxodo da escravidão para a liberdade não é um caminho abstrato. A fim de
que sai de vossa boca. Por Cristo, ser concreta também a nossa Quaresma, o primeiro passo é querer ver a
nosso Senhor. AS.: Amém! realidade. Quando o Senhor, da sarça ardente, atraiu Moisés e lhe falou, revelou-
Se logo como um Deus que vê e sobretudo escuta: «Eu bem vi a opressão do meu
povo que está no Egito, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspetores; conheço,
RITOS na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar das mãos dos egípcios e
FINAIS de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que
mana leite e mel» (Ex 3, 7-8). Também hoje o grito de tantos irmãos e irmãs
16 ORAÇÃO SOBRE O POVO
oprimidos chega ao céu. Perguntemo-nos: E chega também a nós? Mexe
connosco? Comove-nos? Há muitos fatores que nos afastam uns dos outros,
PR.: O Senhor esteja convosco. negando a fraternidade que originariamente nos une.
T.: Ele está no meio de nós. Na minha viagem a Lampedusa, à globalização da indiferença contrapus
PR.: Desça, Senhor, sobre o vosso duas perguntas, que se tornam cada vez mais atuais: «Onde estás?» (Gn 3, 9) e
povo copiosa bênção, para que, na «Onde está o teu irmão?» (Gn 4, 9). O caminho quaresmal será concreto, se,
tribulação, cresça a esperança; na voltando a ouvir tais perguntas, confessarmos que hoje ainda estamos sob o
tentação, confirme-se a virtude; e domínio do Faraó. É um domínio que nos deixa exaustos e insensíveis. É um
modelo de crescimento que nos divide e nos rouba o futuro. A terra, o ar e a água
lhe seja concedida a eterna estão poluídos por ele, mas as próprias almas acabam contaminadas por tal
redenção. Por Cristo, nosso Senhor. domínio. De facto, embora a nossa libertação tenha começado com o Batismo,
T.: Amém. permanece em nós uma inexplicável nostalgia da escravatura. É como uma
PR.: E a bênção de Deus todo- atração para a segurança das coisas já vistas, em detrimento da liberdade.
poderoso, Pai e Filho e Espírito Quero apontar-vos, na narração do Êxodo, um detalhe de não pequena
Santo desça sobre vós e importância: é Deus que vê, que Se comove e que liberta, não é Israel que o pede.
permaneça para sempre. Com efeito, o Faraó extingue também os sonhos, rouba o céu, faz parecer
T.: Amém. imutável um mundo onde a dignidade é espezinhada e os vínculos autênticos são
negados. Por outras palavras, o Faraó consegue vincular-nos a ele. Perguntemo-
17 CANTO FINAL nos: Desejo um mundo novo? E estou disposto a desligar-me dos compromissos
1. Conduzidos a este deserto,/ Deus com o velho? O testemunho de muitos irmãos bispos e dum grande número de
agentes de paz e justiça convence-me cada vez mais de que aquilo que é preciso
nos chama à libertação/ da denunciar é um défice de esperança. Trata-se de um impedimento a sonhar, um
indiferença e divisão:/ “Onde está grito mudo que chega ao céu e comove o coração de Deus. Assemelha-se àquela
tua irmã, teu irmão?”/ Eis a hora! O nostalgia da escravidão que paralisa Israel no deserto, impedindo-o de avançar.
Reino está perto,/ crê na Palavra e O êxodo pode ser interrompido: não se explicaria doutro modo porque é que tendo
na conversão. uma humanidade chegado ao limiar da fraternidade universal e a níveis de
REF.: “Vós sois todos irmãos e progresso científico, técnico, cultural e jurídico capazes de garantir a todos a
irmãs” é Palavra de Cristo, o dignidade, tateie ainda na escuridão das desigualdades e dos conflitos.
Senhor;/ pois a fraternidade Deus não Se cansou de nós. Acolhamos a Quaresma como o tempo forte em
humana deve ser conversão e que a sua Palavra nos é novamente dirigida: «Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz
valor./ Seja este um tempo propício sair da terra do Egipto, da casa da servidão» (Ex 20, 2). É tempo de conversão,
para abrir-nos, enfim, ao amor! tempo de liberdade. O próprio Jesus, como recordamos anualmente no primeiro
domingo da Quaresma, foi impelido pelo Espírito para o deserto a fim de ser posto
2. A Quaresma nos chama a à prova na sua liberdade. Durante quarenta dias, tê-Lo-emos diante dos nossos
assumir/ um amor que supera olhos e connosco: é o Filho encarnado. Ao contrário do Faraó, Deus não quer
barreiras,/ desejando abraçar e súbditos, mas filhos. O deserto é o espaço onde a nossa liberdade pode
acolher,/ se estendendo além das amadurecer numa decisão pessoal de não voltar a cair na escravidão. Na
fronteiras,/ rompendo as cadeias Quaresma, encontramos novos critérios de juízo e uma comunidade com a qual
que isolam,/ construindo relações avançar por um caminho nunca percorrido.
verdadeiras. Confira a íntegra da mensagem em: www.vatican.va