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TASK120851
TASK120851
CONTEMPORÂNEA
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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
2. Explicar a evolução histórica das ideias estéticas, de seus principais pensadores e influências, desde a
3. Chegar ao surgimento dos conceitos necessários para a compreensão do cenário artístico atual.
1 Introdução
Olá! Seja bem vindo a nossa primeira aula!
Antes de mais nada, é bom registrar que o homem sempre produziu arte. A arte tomou formas, e foi
compreendida de maneiras diferentes ao longo do tempo. Porém, jamais o homem produziu tantas imagens
quanto produz hoje, que vivemos a “civilização da imagem”. Profissionais da imagem precisam estar sempre
No vídeo, você assiste a uma cena clássica de Picasso trabalhando em uma obra.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=ExCQZ940Rbw
Entender os mecanismos da arte de hoje, além de um diferencial, é uma ferramenta para o trabalho. Seu domínio
pode representar uma vantagem profissional, além de permitir acesso a uma fonte de ideias para trabalhos
relacionados.
Para compreender isso, vamos estudar como a arte chegou a ser o que é hoje. Antes de começarmos a estudar
essa história, vamos falar, de modo resumido, do pensamento que acompanha a arte. A estética é o ramo da
Os primeiros filósofos, chamados de físicos, por Aristóteles (hoje conhecidos por pré-socráticos.), fundaram
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Sócrates os criticou por sua falta de rigor e principalmente por usar a habilidade de raciocínio para confundir os
Livro: A república
Platão, discípulo de Socrátes, problematizou em seu livro A república, a existência e a finalidade das artes,
ligando-as ao problema mais geral da realidade e do conhecimento, do sentido da beleza e da vida psicológica e
Livro: Poética
Aristóteles, discípulo de Platão, desenvolveu em seu livro Poética ideias relativas à origem da poesia e à
Podemos dizer que a doutrina de Platão condensou a experiência do Belo, alcançada pela cultura antiga:
O princípio da imitação, para definir a natureza da arte (As artes imitam a realidade.), o estético para
estabelecer as condições necessárias de sua existência e o moral para julgar seu valor.
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Na Grécia em geral, as artes deviam representar o que é belo, tanto no sentido estético como moral, para que o
espírito, estimulado pelo prazer da contemplação do perfeito, sinta-se inclinado à prática dos conhecimentos e
da verdade.
Veremos como essas noções, pensadas por essas tribos gregas, foram influentes em nossa arte e ainda
Logo, nas épocas clássicas (Greco-romanas), a estética era definida como a “filosofia do belo”.
O belo era uma propriedade do objeto, que era captado e estudado, subdividindo-se entre o belo da arte e da
natureza.
Influenciada por Platão, a filosofia estabeleceu uma hierarquia entre esses dois belos, considerando que o belo
Observe:
Platão não foi capaz de julgar com equidade as artes plásticas, tendo-as identificado com as artes miméticas que
A filosofia platônica considerava que as artes de “imitação por cópia ou por simulacro” tendiam a duplicar
Por isso, na República (de Platão) ideal não eram bem vistas as artes de “imitação por cópia ou por simulacro”,
Para Platão, a obra de arte não devia pretender alcançar uma categoria mais elevada do que a da “imagem” por
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Para Platão:
• Idade Média
Com a queda do Império Romano e com a dispersão do pensamento, não se discutiu a questão estética.
O belo era considerado pertencente a Deus e não era considerado nas discussões sobre as artes, que
tinham por função transmitir a doutrina cristã para os que não sabiam ler.
• Renascimento
O Renascimento surgiu com o fim do período conhecido por “Idade Média” conjuntamente à filosofia
denominada Humanismo.
Nesse período, o belo retorna à esfera das artes por meio de outro conceito, o de natureza. Passa a ser
• Conceito de Estética
O conceito de estética surge como uma disciplina filosófica com A. G. Baumgarten, no século XVIII,
conceituada como ciência do belo e da arte, mas vai ganhar importância com a contribuição de Kant.
Logo, o belo converteu-se, depois de Kant, na questão da experiência estética, que passa a ser interpretada pelas
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Já Hegel, no século XVIII, elaborou um sistema filosófico (Ao qual a filosofia da Arte se submetia.) e contribuiu
para fazer dessa filosofia o que ela é hoje: uma reflexão que tem, como um de seus fins últimos, justificar a
1. Influencia Kantiana
Por influência de Kant, os pensadores subdividiram o campo estético. Kant cria um sistema focado, não na
definição do belo, mas no estabelecimento da “Crítica da capacidade de julgar”. A reflexão sobre a beleza assume
a forma de uma descrição da consciência estética, da impressão produzida pela obra. O entendimento estético
passa a ser considerado ligado à imaginação e contrasta agora o belo com o sublime.
Na verdade, este fato não era novo. Aristóteles havia considerado a comédia como associada à “arte da
A ideia do sublime funda uma estética nova, que supera a definição clássica do belo (A ordem, a harmonia, a
perfeição).
A obra de arte em vez de imitar a natureza, passa a tornar visível um mundo desconhecido.
O sentimento do sublime nasce do deleite, do arrebatamento ou êxtase misturada a certa dose de terror
originado pelo espetáculo do desconhecimento e do poder da natureza (É o sentido que experimentamos face
2. Pensamento pós-kantiano
O pensamento pós-kantiano, no entanto, começou a inquirir se era válido definir a estética como “filosofia do
belo”, já que o campo estético incluía categorias que nada tinham a ver com a beleza, como no caso do cômico.
Propuseram estes filósofos, então, a categorização da estética como uma ciência, substituindo a palavra
Da “filosofia do belo e da arte” surgiu a “ciência do estético”, passando a incluir todas as categorias pelas quais
os artistas e pensadores haviam refletido, assim como o trágico, o sublime, o gracioso, o risível e o humorístico,
reservando para a denominação de belo aquele modelo clássico definido pela harmonia e pelo senso de
proporção.
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3. Idealismo Hegeliano
No Idealismo Hegeliano, com seu pensamento de substrato platônico, o conceito de estética passou a considerar
Para o pensamento hegeliano, a beleza artística revelava uma maior dignidade do que a beleza natural, pois
enquanto a natureza era nascida uma vez do espírito, a arte nascia duas vezes do espírito. Considerava a beleza
da natureza uma coisa distinta e assim a estética passou a ser considerada uma “filosofia da arte”.
E, como consequência, a arte passou a ser percebida como uma forma de manifestação do pensamento visual
Para Hegel o belo não é mais um julgamento da origem subjetiva, mas uma ideia que existe na realidade. A arte
E o belo será a manifestação sensível, numa obra de arte histórica, desse espírito.
Logo, a “filosofia da beleza” clássica foi reformulada pelas observações da estética pós-kantiana sobre as obras
A estética, após Hegel, passou a ser um conceito capaz de compreender finalmente, o amargor e a aspereza das
obras de Rimbaud, Goya, Bosch, Brueghel, da arte africana, do Barroco, do gótico e do românico, do Cubismo, do
Dadaísmo e do Expressionismo.
Da arte moderna e contemporânea, com seus aspectos monstruosos e contraditórios. Na modernidade, a estética
passou a ser também identificada com o grotesco, representando uma reformulação da filosofia inteira ante a
beleza e a arte.
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Figura 2 - “O grito”, de Munch.
Este trabalho não é considerado “belo”, mas é valorizado por sua capacidade de traduzir em formas a expressão
Na modernidade os conceitos que eram empregados no passado, para categorizar as obras de arte, passaram a
Aos gêneros; Comédia, tragédia, drama ou romance, que se misturam nas obras modernas.
Às formas; Soneto, sonata, pintura, escultura, que por vezes também se misturam
A o s
estilos;
O u
Impressionista, simbolista, realista, naturalista.
movimentos.
Vários dos novos movimentos que surgiram então tinham as mesmas características dessas classificações e eram
evidentemente diferentes, não só formalmente, como oriundos de pensamentos e situações sociais diferentes.
Assim, as novas formas levaram críticos e historiadores a criar novas classificações (Expressionismo,
A expressão e a experiência da obra de arte passaram a não mais ser definidas pelo uso de simples pares de
adjetivos como belo e feio, requintado ou grosseiro, leve ou pesado. Isso representou motivo de confusão para o
espectador leigo e desavisado. Nesse contexto, na modernidade aumentou a importância do crítico de arte, que
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“explica” para os não especialistas os trabalhos aparentemente incompreensíveis e os classifica para facilitar sua
compreensão. Atua também como guia para os investidores que surgiram com o desenvolvimento do conceito
de modo diverso do passado (A renascença, por exemplo, existiu durante muito tempo na Itália apenas.).
Na atualidade a crítica utiliza, para elaborar suas teorias e propor classificações, conceitos filosóficos e estéticos,
tanto antigos (Como os pares referidos.) como novos, estreitando a relação entre arte e filosofia.
3 A estética e a modernidade
Segundo os críticos e historiadores, a afirmação consciente de um “olhar puro” surge com Manet, no domínio da
Esse olhar, definido pela mestria do artista sobre aquilo que lhe pertencia em particular, ou seja, a forma e a
técnica enquanto um fim exclusivo da arte e como uma espécie de retorno reflexivo e crítico dos produtores
sobre sua própria produção, era capaz de se aplicar a qualquer tipo de tema, confrontando-se com a tradição
Os antigos conceitos utilizados para classificar e criticar a arte secularmente deixaram de ser suficientes com o
Antes de Manet, o Realismo de Courbet passou a retratar temas sociais e pessoas simples. O Impressionismo
passou a pintar objetos “insignificantes” que se tornam pretexto para o artista criador exercer seu poder
“semidivino de transmutação”.
Figura 3 - "Quebradores de pedras" Uma das obras sobre temas sociais de Courbet.
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Figura 4 - Obra Impressionista "A estação de Saint-Lazare" por Monet.
No Modernismo foi superada a concepção acadêmica de que havia temas dignos de serem representados. A
atenção volta-se para o modo como foi representado e, posteriormente, para como foi pintado (A partir do
O desenvolvimento desse caminho (E dessa ideia.) resultou em uma arte não mimética (Ou não
representacional.) ou na arte abstrata moderna, que atingiu o seu ápice no Expressionismo abstrato norte-
Mas a pintura continua existindo hoje, tanto figurativa como abstrata, como uma espécie de geradora de
significados novos que refletem por sua vez as novas formas geradas na sociedade contemporânea.
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Figura 7 - “O espelho falso”, Magritte.
Artista surrealista que deu aos objetos ordinários uma torção irracional com a justaposição de elementos do
absurdo.
Embora cronologicamente pertencendo ao moderno, o trabalho de Duchamp abre possibilidades que continuam
4 A estética e a pós-modernidade
Ainda no século XX, a atitude modernista de Marcel Duchamp no dadaismo e contemporânea de Andy Warhol na
pop arte, de exporem “objetos do mundo” como obras de arte, representou um tratamento de choque que
indicou uma onipotência da atitude “criadora pura” do artista, retratando o vulgar, o mediocre e o cotidiano.
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Mas o mictório de Duchamp e as latas de sopa Campbell de Warhol deviam suas estruturas formais e seu valor
estético somente à estrutura do campo intelectual onde se situam muitos trabalhos da arte conceitual e da arte
contemporânea também. Cada um com suas implicações estéticas próprias, relacionadas a condições históricas,
Na atualidade, todos esses desenvolvimentos relacionam-se entre si, somados aos desenvolvimentos da pintura,
da escultura, da fotografia e de outras formas de arte. Assim a arte assume hoje, e continuará assumindo, formas
muito variáveis na chamada “Civilização da Imagem”. Para compreendê-la é fundamental o conhecimento dos
caracterizavam por rupturas históricas com a tradição artística clássica, tendem, no entanto, a se tornar também
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Andy Warhol usou ícones da cultura popular desenvolvida no pós-guerra, para produzir uma arte inovadora em
oposição ao predomínio que havia da arte abstrata do período. Rompeu assim com a separação entre Alta
Esta disciplina pretende mostrar o processo histórico refletindo uma percepção diacrítica da obra de arte, ou
seja, uma postura atenta às relações estabelecidas com outras obras modernas, contemporâneas e também do
passado.
Isso vai permitir a você o acesso a uma análise das manifestações das artes visuais modernas e contemporâneas
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreender as diversas transformações ocorridas com o conceito de arte e de estética;
• Ter noção da ligação da evolução histórica das sociedades e das suas transformações correspondentes
nas artes;
• Identificar noções do pensamento estético de diferentes épocas;
• Conhecer os agentes principais (filósofos) de cada corrente de pensamento que procuraram
compreender e explicar a arte de seu tempo.
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