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I

No dia 1 de Janeiro de 2015, António, casado com Beatriz, celebrou com a sociedade Imobiliária, Lda.,
contrato-promessa no valor de 300.000€, com tradição do imóvel e com entrega de sinal de 50.000€, para
a aquisição de fracção autónoma de um prédio sito em Lisboa.
No dia 15 de Março, António informa a Imobiliária, Lda. da sua intenção de não cumprir o contrato-
promessa uma vez que a sua anterior entidade empregadora cessou ilicitamente o seu contrato de trabalho
e, em consequência, vão ter de mudar-se para o Porto, para a casa dos pais.
Considerando que Imobiliária, Lda. se recusa a devolver o montante entregue a título de sinal, António e
Beatriz intentam uma acção judicial, na Instância Cível da Instância Central de Coimbra, em que pedem a
condenação de Imobiliária, Lda. a devolver-lhes o valor pago a título de sinal (50.000€) com base em erro
sobre os motivos do negócio e alteração superveniente e inesperada das circunstâncias em que fundaram a
sua vontade de contratar e que eram do conhecimento do promitente-vendedor.
O advogado da Imobiliária, Lda., munido de procuração forense com poderes gerais, apresenta
contestação, onde se alega:
1.º É verdade que os Autores informaram a Ré, na data da celebração do contrato promessa, que
pretendiam fixar-se em Lisboa e aqui constituir família, desconhecendo-se, no entanto, se o Autor
António foi ou não despedido e porque motivos;
2.º Os Autores não pretendem executar o contrato-promessa pois não conseguiram obter o
financiamento necessário;
3.º Em face da recusa de cumprimento pelos Autores pretende-se: (a) que seja declarado que a Ré
tem direito a ficar com o valor do sinal entregue; (b) ou, em alternativa, seja constituído o
contrato-prometido, nos termos do Art. 442.º, n.º 3 do CCiv.; (c) e, em qualquer caso, sejam os
Autores condenados a pagar uma indemnização à Ré a liquidar oportunamente por conta de
todas as oportunidades de negócio perdidas entretanto com o impasse e o litígio criado por
aqueles.

A) Analise, separadamente, a admissibilidade e as consequências processuais dos três pontos da


contestação.
B) O que diria se os Autores, em face da posição assumida pelo Réu na Contestação, pretendesse fazer
intervir a anterior entidade empregadora.

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