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Cafe Com Deus - Hilder C. Stutz
Cafe Com Deus - Hilder C. Stutz
Editores
Emilio Fernandes Junior Rosana Espinosa Fernandes
Diagramação
Adriana França Cunha
Revisão de texto
Paulo César de Oliveira
1a edição brasileira Fevereiro de 2012
Todos os direitos são reservados à Editora Fôlego, não podendo a obra em questão ser reproduzida ou transmitida por qualquer
meio - eletrônico, mecânico, fotocópia, etc. - sem a devida permissão dos responsáveis.
ISBN 978-85-98862-17-0
1. Cristianismo 2. Devoções diárias 3. Família - Vida Religiosa 4. Meditações 5. Vida cristã I. Título.
Sumário
Introdução, 7
Prefácio, 9
Agradecimento, 11
Um caminho na tempestade, 12
Como posso encorajar pessoas?, 15
Um ano depois, 17
As flechas da vida, 20
Humildade – Abrindo as janelas da mente, 24 Crise de consciência ou consciência da crise?, 27 O ladrão de
memória, 30
Coração recuperado, 34
Curta e doce, 38
Surpresas, 41
Qual relacionamento é mais importante para mim?, 44 Vai chegar o dia, 47
Não tome atalhos, 49
Entre apagões e enchentes, 52
A vida, arte dos encontros, 55
Andei por onde ele andou, 58
Apenas tudo isso?!, 61
Quando chegamos ao limite, 64
A necessária consciência do ser, 68
A essência da vida, 72
Caminhando juntos, 74
Sinal de sabedoria, 77
Sem palavras, 80
Distraídos, 83
A escola de Deus, 87
Perdido, 91
Temos uma presidenta, 95
Riqueza – Qual é a sua?, 98
Uma vida com propósito, 102
Solidão, 106
Traga a alegria de volta, 108
Algo que não gostaria de ouvir, 112
Cruz e ressurreição, 115
A cura pela palavra ou a palavra que cura, 119 Renovando nossas forças, 123
O dia em que a Terra tremeu, 127
Tempestade e esperança, 131
Princípios para tempos de decisões, 134 Integridade, 137
Fazendo a escolha certa, 139
Ansiedade, 142
Um milagre, 144
A olimpíada da vida, 147
Você é feliz?, 150
Surpresas, 154
Dotados de GPS, 157
A oração da vergonha, 160
Hoje é o dia!, 164
Gerando memórias positivas, 167
Para quando o riacho secar, 170
Pequenos começos, 174
Entre o que é e o que será, 177
Desilusão e dificuldade, 180
Enfrentando o sofrimento, 183
Quando morre um ídolo, 186
Sempre acreditei que um dos maiores desafios que experimentamos na vivência relevante e indispensável com
Deus e as descobertas sobre a aplicabilidade desse relacionamento na prática de vida, no dia a dia, no contexto do
mundo em que vivemos, no ambiente familiar ou do trabalho, tornaria a experiência da fé algo concreto e
inspirador.
Aprendi desde muito cedo sobre a inerrância do texto das Escrituras Sagradas. Experimentar isso seria o grande
desafio.
Hoje, passados mais de trinta anos dedicados ao estudo da Teologia, consigo entender quando o salmista descreve
sua experiência com as Palavras do Eterno, conforme mostradas nas Escrituras Sagradas, dizendo que “vibra com
essas palavras, e nelas medita dia e noite” (Sl 1.2).
Depois de longos anos entre a vida de pastor e profissional no mercado de trabalho, e mais tarde empresário, decidi
que era hora de dedicar-me apenas ao ministério da Palavra. Essa difícil decisão revelou-se a mais acertada e
intensa que poderia ter tomado ao longo da minha vida de relacionamento com Deus.
O presente projeto chamado “Café com Deus” tem representado meu esforço de traduzir na experiência do dia a
dia as verdades abundantes e inquestionáveis que este meio da graça, que chamamos Bíblia Sagrada, nos ensina
através das verdades nela reveladas. Usar da experiência vivida na vida profissional e compartilhá-la através dos
princípios da fé cristã tornou-se uma paixão.
Ansiedade, atitude, caráter, comportamento, decisão, encorajamento, esperança, estresse, fracasso, liderança,
oportunidade, relacionamento, sabedoria, sucesso, tensão, trabalho, vida são apenas alguns dos temas que
exploramos do nosso dia a dia, fundamentando-os a partir da intensidade e contemporaneidade do texto bíblico.
Gostaria de convidá-lo, à semelhança do que acontece no seu dia a dia, no ambiente de trabalho, no convívio com
um amigo: vamos tomar um café?
Tenho certeza de que esse “Café com Deus” será um tempo breve, mas intenso, para abastecer-se da alegria e da
esperança que a fé produz.
Foi num desses breves momentos, tomando um café e conversando com o Rev. Hilder, que ele falou sobre seu
desejo de reunir semanalmente um grupo de pessoas para falar sobre relacionamento com Deus. Assim nascia o
Café com Deus, um tempo breve mas intenso, na busca da sabedoria e do equilíbrio para uma vida melhor. Assim
como nos relacionamos com as pessoas, Deus deseja estabelecer conosco um relacionamento verdadeiro, não
apenas nos finais de semana ou quando precisamos desesperadamente de socorro.
Quando dedicamos um pequeno tempo num relacionamento com Deus, seja através de um texto ou uma
meditação, passamos a compreender melhor o quanto Ele nos ama e deseja realmente participar de nossa vida.
Logo percebi que se tratava de algo muito especial, pois o relacionamento com Deus interfere e altera todos os
outros relacionamentos que construímos na vida. É exatamente o que aprendemos com o nosso mestre quando Ele
diz: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenhovos chamado amigos...”
(Jo 15.15).
Quem diria, você e o próprio Deus tomando um café e conversando, como dois amigos, sobre coisas da vida!
Como um grande amigo a quem você fala coisas da alma e do coração. E pensando sobre essa dinâmica vem uma
pergunta que o Rev. Hilder responde neste livro em várias partes: será que nos relacionamos com Deus da mesma
maneira que nos relacionamos com os nossos amigos?
Lendo este livro você vai descobrir como, através dos mais diferentes temas e assuntos, Deus Se faz realmente
presente em nossa vida. Um amigo, um grande amigo que você pode convidar para tomar um café e abrir o
coração sem medo. “Não fiquem com medo, pois estou com vocês; não se apavorem, pois eu sou o seu Deus. Eu
lhes dou força e os ajudo; eu os protejo com a minha forte mão” (Is 41.10).
Desfrute da amizade com Deus. Aproveite e faça um convite a Ele. Vamos tomar um café?
Paulo Evangelista IP Alphaville
Agradecimento
Agradeço e dedico este livro àquela de quem eu sou, e que é minha (Ct 2.16) – simplesmente Rosely, e aos meus
filhos Bianca, Bruna e Guilherme, por me amarem tanto assim, mesmo sabendo como ninguém como eu sou.
Um caminho na tempestade
Como um intruso, sem avisos, sem rodeios, a vida muitas vezes é invadida por situações assim. Como uma
tempestade que se arma numa tarde quente de verão, em meio às nuvens negras e pesadas de chuva, envoltas em
relâmpagos e trovões, permitindo-nos antever um terrível final de tarde.
Um poeta sacro cantou essa realidade dizendo: “Bem de manhã, embora um céu sereno pareça um dia calmo
anunciar, vigia e ora, pois, a um coração pequeno, um temporal pode abrigar”.
São tempestades presentes na vida de cada um de nós. Uma enfermidade, um desastre, uma perda, um fracasso, um
vazio. Na verdade, a vida está cheia delas.
Além de presentes, elas nos lembram que todos passamos por elas e as enfrentamos ou enfrentaremos em nossa
existência. Elas não são seletivas – atingem a todos.
“As tempestades da vida não indicam a ausência de Deus, assim como as nuvens não indicam a ausência do sol”
(J. Blanchard).
Também há uma didática presente em toda tempestade. Aprendemos em meio às crises e com as crises.
“Uma das perguntas mais difíceis de responder na vida é: O que você tem de fazer? Você não sabe o que tem de
fazer. A única coisa que você deve saber é que Deus sabe o que Ele está fazendo” (Oswald Chambers).
Busque a Deus. Só n’Ele você vai encontrar respostas para sua vida. “A vida é um enigma. Quer seja a vida física
quer seja a espiritual, sua natureza é tão desconcertante quanto sua origem. Não podemos defini-la nem afirmar de
onde ela vem. Só podemos considerá-la um dom divino. E é esse dom que Jesus veio nos conceder” (John Stott,
em Cristianismo básico, Ed. Ultimato, p. 36).
O texto bíblico lembra-nos que “o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade…” (Na1.3).
Que o Espírito Santo de Deus ministre isso à sua vida neste momento.
Como posso encorajar pessoas?
Não deixe que ninguém o despreze por você ser jovem. 1 Timóteo 1.2 e
4.12
Como podemos sentir-nos encorajados e sermos pessoas que encorajam outras em um mundo tão negativo como o
nosso?
Presenciamos a queda de valores, a injustiça em todas as suas formas de manifestação, a insegurança (nossa e ao
nosso redor), a visão de futuro, nosso futuro, de nossa família, de nossos filhos.
A verdade é que todos precisamos ser encorajados. Aliás, todos adoramos ser encorajados. O encorajamento nos
levanta quando abatidos e nos motiva quando desanimados.
O texto nos apresenta uma carta enviada por Paulo a um jovem chamado Timóteo. Nela o apóstolo exorta e
encoraja o jovem Timóteo ao exercício de sua fé e à determinação no exercício dos princípios dessa fé que
aprendera e nutria.
Como posso ser encorajado e ser um encorajador para as pessoas diante de tantos desafios que nos cercam?
É preciso ter fé em si mesmo
Jesus expressou isso através do mandamento do amar: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39).
É preciso crer no melhor das pessoas.
“Acreditar nas pessoas antes que tenham provado do que são capazes é fundamental para motivá-las a alcançar seu
potencial”, escreveu John Maxwell.
Certa vez participei da experiência de cantar em um coral de música sacra, com a regência de um maestro com
grande experiência. O que mais nos impactou foi ver as transformações que aconteceram com pessoas
aparentemente incapazes de ter aquela experiência e o resultado obtido a partir do princípio acima exposto.
Não são somente as dificuldades que derrotam as pessoas. Muitas vezes é a própria falta de fé que as derrota.
A maioria das pessoas não conta com alguém que confie nelas. Que estão dispostas a fazer um investimento em
suas vidas.
Em Just for Today (Somente hoje), James Keller conta que um vendedor de flores na calçada não estava fazendo
negócio algum. De repente, uma boa ideia passou pela sua mente e ele expôs o seguinte cartaz: “Essa flor o fará se
sentir importante o dia inteiro, por um real”. Suas vendas dispararam. Apenas uma flor fez diferença na maneira
daquelas pessoas encararem seu dia.
Falta uma palavra de encorajamento, de suporte, de apoio, de estímulo.
Nossa dúvida pode gerar mediocridade. No entanto, acreditar pode mudar a vida de alguém.
Lembrome de ter lutado junto com um jovem querido pela sua libertação do mundo das drogas. Seis anos de
caminhada e uma determinação irremovível de acreditar nela e no que a fé pode produzir como agente
transformador.
Antes de querer levar as pessoas a pensar melhor a seu respeito, leve-as a pensar melhor a respeito de si mesmas
(desejo de impressionar).
Exercer influência não é ser “autoridade” no assunto e destacar deficiências dos outros.
Enfatize as virtudes, os pontos fortes. Elogie.
Seja um instrumento de encorajamento!
Um ano depois
Esse é o dia que o Senhor fez; que seja para nós um dia de felicidade e
alegria! Salmos 118.24
Hoje é um dia muito especial para mim. Há um ano (04/07/2007) realizávamos o nosso primeiro “Café com
Deus”. Um dia cheio de expectativas, com convidados que mais se assemelhavam a “cobaias”, porque gostaria de
repartir com eles e de receber deles uma percepção sobre a viabilidade desse sonho que alimentamos em nosso
coração.
Mal podia esperar aquela manhã para compartilhar o texto sempre refletido a partir da Bíblia Sagrada que,
conforme nela aprendi desde a infância, haveria de tornar-me sábio para a vida.
Pensava num jeito de dizer, de olhar, de refletir, de contagiar, de repartir, de aprender, de dar e receber, que pudesse
acrescentar vida a todos quantosparticipassem desse momento, com “um tempo breve, mas intenso, para abastecer-
se da alegria e da esperança que a fé produz”.
Hoje presto o meu tributo a Deus por permitir essa experiência tão intensa com Ele. Talvez você não se dê conta,
mas foram muitas horas de uma busca intensa para que a Palavra chegasse até você. Foram muitas conversas com
Ele, que pacientemente ouviu, falou, sussurrou, mostrou-Se de formas e modos tão intensos que nos foram
marcando de forma inesquecível. Puxa, é muito bom ter essa experiência de ouvir e falar com Ele.
Conversamos muito sobre o propósito desse nosso “Café com Ele”. Aliás, se não tivéssemos essa convicção de que
Ele estaria conosco, não faria sentido esse encontro. Eu Lhe dizia sempre: “O encontro é contigo. Eu vou porque
sei que Tu também irás!”. E Ele nunca faltou. Aliás, Ele nunca falta, nunca se atrasa, nunca Se omite, nunca deixa
Seu compromisso com nenhum de nós. Ele prometeu: “Eu estarei com vocês todos os dias...” (Mt 28.20).
Além disso, fico sempre perplexo com a maneira como Ele sempre nos surpreende. Essa característica do Seu agir
demonstra o desejo sempre presente de Se dar a conhecer, através do Seu amor, fazendo-nos ser tomados pela
plenitude e abundância que Sua presença proporciona. O apóstolo Paulo traduziu esse sentimento do ser
surpreendido por Deus quando escreveu: “... àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós” (Ef 3.20).
Também nossa gratidão aos amigos, sem os quais teria sido impossível sonhar esses momentos. Amigos que já
possuía e que me apoiaram, incentivaram e partilharam desses encontros conosco. Um sorriso, um abraço, um
estímulo, uma justificativa de ausência (como se a devessem), um testemunho, uma sugestão, um aperto de mão,
um apoio à distância, uma palavra de incentivo. Sem tudo isso teria sido impossível esse encontro.
Aristóteles (filósofo grego do século IV) dizia que amigos verdadeiros são um refúgio seguro. Posso dizer que
nesses encontros nutrimos algumas amizades que já tínhamos e que foram enriquecidas, e ganhamos outras que
somaram vida à nossa existência. Vivemos em sociedade, mas a falta de amizades e a solidão são férteis em nosso
meio. Esbarramos diariamente em muitas pessoas, todavia permanecemos ilhados dentro de nós mesmos. Falamos
muito do mundo em que estamos, da política, da economia, e até de pessoas, mas não falamos de nós mesmos, de
nossas experiências existenciais.
Na minha adolescência li um texto sobre a amizade que norteia esse conceito em minha vida até hoje: “O
verdadeiro amigo é aquele que nos torna melhor do que nós somos”. Posso, assim, dizer que fiz amigos, pois esses
encontros tem-nos feito melhores do que somos. Minha gratidão a cada um de vocês.
O desejo de que novos relacionamentos se estabelecessem, oportunidade de nos conhecermos um pouco mais, foi
acontecendo naturalmente. Lembrome do primeiro texto escrito para a manhã daquele inverno: “Podemos fazer e
ser melhor juntos”. Quando nos dispomos a isso, comprometemo-nos uns com os outros e caminhamos sabendo
que haverá possibilidade de ajuda em épocas difíceis, em que nossa tão presente e inexorável vulnerabilidade se
fizer presente.
Alguns dias, particularmente, essa vulnerabilidade acentuou-se sobremaneira, quer pela fragilidade intelectual,
quer pela física, quer pela emocional. Nesses momentos nossa inspiração vinha da atitude resignada de uma
senhora de 70 anos de idade, irmã Pollard, citada pelo grande Martin Luther King, que à época das manifestações
contra o racismo seguia a pé pela estrada. Perguntava se não desejava uma carona, ela respondeu negativamente.
Perguntaram-lhe então: “A senhora não está cansada?”. Com uma sabedoria agramatical, ela disse: “Meus pé tá
cansado, mas minha alma não” (Os melhores discursos de Martin Luther King, Jorge Zahar Ed., p. 101).
Minha alma não se cansa. Não se cansa de sonhar apaixonadamente por gente. Gente imperfeita, como eu, na
busca constante de uma experiência real e significativa com um Deus perfeito, que a todos ama profunda e
intensamente.
Conclusão
Alegro-me quando vejo esse encontro vencendo os limites dessa sala e alcançando vidas onde aprouver a Deus.
Permanece nosso profundo e sincero desejo de fazer desse encontro um encontro com Deus, e desse encontro com
Ele um encontro com a vida e para a vida.
Só me resta sonhar, na perspectiva de William Carey, que escreveu: “Que o tamanho do meu Deus venha
determinar o tamanho dos meus sonhos”.
Obrigado por cada uma dessas manhãs.
As flechas da vida
Porque quando sou fraco, então é que sou forte. 2 Coríntios 12.10b
Após a correria típica do final de ano, com suas atividades intensas e muitas vezes caóticas, fiquei imaginando que
teria um início de ano tranquilo e calmo.
Se não fosse por conta de um gesto de intenso amor de um casal muito precioso e amigo, que nos proporcionou
uns rápidos mas preciosos dias de descanso, sinto que talvez me faltassem forças para “retomar” o que na verdade
não havia sido parado nem interrompido.
Além das tragédias que se abateram pela chegada das águas que insistem em não parar de cair, destruindo não
somente casas e outras construções, mas roubando sonhos e vidas de muitas famílias; além da tragédia que chegou
aqui (pela vida de nossos soldados que tombaram ou foram esmagados pelos escombros) e que abateu alguns
milhares de pessoas no Haiti, tornando órfãos da vida e de esperança inúmeras pessoas (além da miséria social,
política e econômica, o Haiti possui um nível assustador de orfandade infantil); além disso, algumas tragédias
pareciam querer lembrarme de que devo pensar em como reagir ao ser atingido por uma dessas flechas da vida.
Falo de sepultar uma irmã em Cristo e amiga preciosa, vítima de um câncer que a consumiu em apenas alguns
meses e que, ao que tudo indicava, havia sido tratado adequadamente, oferecendo uma esperança de que a vida
continuaria. Não posso esquecer a voz trêmula e frágil daquele esposo e irmão também precioso diante da sentença
do médico de que sua esposa não retornaria com vida para sua casa.
Não estou falando de uma flecha qualquer, que mais se possa parecer com um daqueles dardos com os quais
brincávamos de acertar com eles o alvo, mas de uma flecha que crava profundamente a alma e a fere. Essa amiga
escolheu viver cada dia com dignidade, simplicidade e fé inspiradora. Seu olhar frágil e ao mesmo tempo forte
parecia me dizer: olhe para além da minha dor e encontrará uma perspectiva incrível.
Tenho apenas que admirar tamanha coragem e fé. Nenhuma palavra torpe; nenhuma queixa contra alguém ou
contra Deus. Certa ocasião a também inspiradora Madre Teresa de Calcutá disse: “Uma das grandes enfermidades
é não ser ninguém para ninguém”. Aprendi com as duas mais essa lição de vida.
Não posso concordar com uma afirmação do desenhista, humorista, dramaturgo, escritor e tradutor brasileiro
Millôr Fernandes (Jornal do Brasil, 03/06/89) quando disse: “A vida diária é apenas um modo de encher o tempo
entre o nascimento e a morte, com algumas passagens pela diversão e inúmeras pela chateação”.
Não! Não!
Não vou escolher ficar esperando a vida passar, encolhido diante das lutas ou adversidades que ela me trouxer.
Procurarei dar à vida uma perspectiva que a faça relevante.
Não vou buscar apenas mais dias para a minha vida, e sim mais vida para os meus dias.
Muitas vezes talvez a vida vá afrontá-lo, desafiá-lo, confrontá-lo. É hora e oportunidade de crescer, de rever
valores, de avaliar riscos, de estabelecer prioridades.
É brilhante a frase de Charles Chaplin: “Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com
paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve, e a vida é muito bela para
ser insignificante”.
Não se intimide! Se precisar arrepender-se, faça-o. Se precisar de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente (Tg 1.5). Se precisar de fé, como a descrita na carta escrita aos Hebreus (11.1),
Se a rapidez com que a vida tem passado tem roubado sua oportunidade de vivê-la com intensidade, se for preciso,
não hesite: diminua o ritmo.
Conclusão
O texto mencionado fala de uma dessas experiências que lhe convidei a viver. O grande apóstolo Paulo, diante de
inúmeras adversidades, recusou-se a ficar envolto pela autopiedade, pelas lamentações ou queixas. Ele fala de uma
“glória” em suas fraquezas. Encontrou oportunidade, satisfação e alegria constante, mesmo em meio às
necessidades, às perseguições e angústias que sofreu.
Ele fez uma grande descoberta: “Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”(2 Co 12.10), ou ainda: “… tudo
posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
Qual flecha o atingiu recentemente?
Uma notícia inesperada? Um sofrimento emocional, físico? Um tratamento ou julgamento injusto? Um conflito
familiar? Uma decepção que deixou cicatrizes? Um sonho roubado ou frustrado?
Tome a decisão de fazer algo relevante: olhe sua vida na perspectiva da fé em Deus!
Humildade Abrindo as janelas da mente
Mas será que o individualismo não é uma atitude desinteligente? Será que essa visão individualista não tem gerado
uma competição predatória, dificultando os relacionamentos?
Todavia, quando a competição é predatória, ou seja, quando considera as metas a serem atingidas mais importantes
do que o processo utilizado para atingi-las, torna-se desumana e destrutiva.
“Ó Senhor Deus, eu já não sou orgulhoso; deixei de olhar os outros com arrogância. Não vou atrás de coisas
grandes e extraordinárias, que estão fora do meu alcance. Assim, como a criança desmamada fica quieta nos
braços da mãe, assim eu estou satisfeito e tranquilo, e o meu coração está calmo dentro de mim. Povo de Israel
ponha a sua esperança em Deus, o Senhor, agora e sempre!” (Sl 131).
Acho singular como o rei Davi adquire ao longo da vida uma visão como esta, com essa clareza de percepção de
sua existência humana.
A fantasia da superioridade
O ser humano ama ser servido e reconhecido pelos outros. Ama estar acima de seus concorrentes, aprecia o brilho
social.
Alguns são capazes de fingir ser humildes para ter o privilégio de as pessoas gravitarem em torno deles e os
admirarem.
Essa falsa humildade ou simplicidade não os torna pessoas lúcidas, seguras e coerentes, apenas deformadas.
Aparentam ser o que não são. Aparentam ter o que não têm. Desejo de impressionar.
Aparentam uma superioridade exterior, mas não têm maturidade interior. Não são capazes de valorizar o outro, de
cooperar com o outro, de ser tolerantes (antes, são rígidas, implacáveis, insuportáveis, excessivamente críticas).
O que Davi evidencia e propõe é uma mudança de dentro para fora e não o contrário. Sem essa reorganização
interior teremos apenas uma maquiagem social. E isso não ajuda a mudar o mundo nem ajuda a pensar a si mesmo.
A incoerência do nosso mundo de falar sobre solidariedade, cidadania, amor ao próximo, capacidade de se doar e
viver como pessoa individualista.
Conclusão
Talvez possamos pensar que com os valores pensados por Cristo produziremos pessoas frágeis e
despersonalizadas.
A verdade é que, através de Seus princípios inteligentes e incomuns, Ele transformou aquele grupo de discípulos
em empreendedores do mais fascinante projeto de vida, que transformou a história, separando-a em antes e depois
de Cristo.
Crise de consciência ou consciência da crise?
... não sabemos para onde vais; como saber o caminho? João 14.5
Estamos vivendo um tempo muito precioso. Lembrome de ter vivido momentos de muita alegria em minha vida e
posso afirmar que Deus tem sido generosíssimo conosco. No entanto, essas últimas seis semanas têm sido daquelas
de tirar o fôlego.
Após um ano de muito trabalho, lutas, vitórias e derrotas, lágrimas e sorrisos, tivemos um tempo de descanso com
a família que pôde ser vivido com muita intensidade. Afinal, foram 30 dias seguidos de convívio diário e
permanente. Além disso, o ambiente era extremamente agradável. Havia motivos de sobra para celebrar: completei
meus primeiros 50 anos de vida; celebrei minhas bodas de 25 anos de vida conjugal e de ministério pastoral.
Nesse período de férias recusei-me a assistir aos noticiários, inteirar-me do dia a dia do mundo (mesmo vivendo
nele), proibime de deixar que algo ou alguma situação diminuísse a intensidade de minha alegria e de uma forma
inesquecível e inimaginável fui surpreendido pelo amor de pessoas tão especiais que me permitem chamá-las de
“irmãos”.
Mas era tempo de voltar e retomar as atividades cotidianas. Daí, lentamente peguei o jornal de domingo e comecei
a atualizarme sobre o momento em que seríamos inseridos inevitavelmente a partir da segunda-feira (ah, se elas
pudessem não existir!).
Não sei por que (até parece coisa de homem) me detive no caderno de Economia, na sessão “dinheiro”, e lá estava
a manchete: “Fórum Econômico Mundial”, onde o colunista descrevia um retrato da reunião que terminava em
Davos (Suíça) com uma constatação para muitos estarrecedora:“Todos sabemos que nada sabemos” (Martin Wolf,
principal colunista do Financial Times).
“O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano”(Isaac Newton).
Essa constatação parece ter sido evidenciada nas palavras da ministra da economia da França, Christine Lagarde,
para quem o mundo “passou os últimos meses navegando no escuro, sob a ameaça de colapso”.
É intrigante e interessante observarmos as palavras de gente tão importante, que compõe a elite econômica,
governamental e empresarial do planeta, fazer esse tipo de confirmação.
Como nós, seres humanos, reagimos diante das crises! Parece que é preciso ser levado a uma situação de caos, ou
pelo menos de sua ameaça, para que façamos constatações tão aparentemente óbvias de nossa existência.
A relativização dos fatos tem levado nossa sociedade ao abandono de valores e princípios absolutos que nos
ajudam a separar o justo do injusto, o desejo honesto da usura, a remuneração digna da extorsão, o certo do errado.
Será que não dá para percebermos que a crise que vivemos apenas evidencia mais uma vez a própria crise do ser
humano? E que a vida é muito mais do que uma alternância entre uma crise e outra?
Daí nossa pergunta transformar-se no tema de nossa primeira reflexão desse ano: “Crise de consciência ou
consciência da crise?”.
Oswald Chambers, em Tudo para Ele (Ed. Betânia), escreveu: “A consciência é a faculdade que se prende ao mais
elevado conhecimento que possuo, e me diz o que esse conhecimento exige que eu faça. São os olhos da alma,
voltados para Deus ou para o que ela considera mais elevado”.
Essa definição pode nos ajudar a entender a tônica desalentadora das declarações mencionadas anteriormente.
O texto do evangelho de João citado no início deste capítulo traz a indagação de um homem que também vivia um
momento de crise. João reconhece-se confuso diante dos fatos e das palavras de Jesus. Então ele disse: “Senhor,
não sabemos para onde vais; como saber o caminho?”.
Essa indagação fez-me lembrar a colocação do executivo-chefe do grupo financeiro britânico Standard Chartered,
Peter Sands, que afirmou: “Se me perguntarem onde estamos, eu responderei: não sei”.
Jesus oferece a João e a todos nós a única resposta que realmente pode sustentar a vida humana, dando-lhe não só
convicções para o presente como esperança para o futuro: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao
Pai senão por mim” (Jo 14.6).
Parece espiritual demais para um contexto de economia mundial. Gostaria de lembrar a você e a mim que antes de
a crise do sistema financeiro existir já existia e existe a crise do “homem” que a gerou.
Nós somos seres em crise, cuja resposta só encontramos numa relação pessoal, intransferível, irremediável e
irrecusável com o autor e Senhor da própria vida: Deus, através do Seu amor revelado em Jesus Cristo.
Como enfatizou um querido e precioso irmão ao falar sobre o momento atual e as perspectivas do cristão para esse
momento, é preciso fazer uma apólice de seguro contra essa e todas as crises que nos assolam como seres humanos
– uma relação pessoal e real com Deus.
O mesmo Peter Sands, depois de afirmar não saber onde estamos, completou: “Mas sei que não gosto de onde
estou”.
Que Deus desperte em seu coração essa insatisfação da alma e que você deseje conhecer os caminhos d’Ele para
sua vida.
Conclusão
Citando Allan Greenspan (ex-presidente do Banco Central americano): “Nem toda crise é automaticamente ruim”.
Talvez esse momento de incerteza, insegurança, medos e fobias seja para você a oportunidade para a maior de
todas as descobertas que o ser humano pode fazer: o amor de Deus.
O ladrão de memória
A reportagem relatava a experiência vivida por uma família da rústica cidade montanhosa de Yarumal, na
Colômbia, que vem sofrendo horrivelmente com o Mal de Alzheimer. A particularidade dessa família se dá pelo
fato de ter toda uma geração de avós, pais e filhos afetados pela doença e apresentá-la ativa já muito cedo (40
anos), e outros ainda mais cedo (32 anos). Essa circunstância tão terrível levou uma das filhas mais jovens
(Natalia, 22 anos) a se perguntar: “Quanto tempo me resta? Não há como escapar”.
Segundo o jornal, “com 530 milhões de pessoas atingidas pela doença em todo o mundo, o número que alguns
preveem duplicará ou triplicará até 2050... esta emergência de saúde pública vai sair do controle se nãoo fizermos
alguma coisa”.
Cada paciente de Alzheimer sofre a doença de forma única, mas existem pontos em comum. Por exemplo, o
sintoma primário mais habitual é a perda de memória. Muitas vezes os primeiros sintomas são confundidos com
problemas de idade ou de estresse. Quando a suspeita recai sobre o Mal de Alzheimer, o paciente é submetido a
uma série de testes cognitivos. Com o avançar da doença vão aparecendo novos sintomas, como confusão,
irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo, e o
paciente começa a desligar-se da realidade. As suas funções motoras começam a perder-se, e ele acaba por morrer.
Antes de se tornar totalmente aparente, o Mal de Alzheimer vai se desenvolvendo por um período indeterminado
de tempo e pode manter-se não diagnosticado durante anos. Menos de três por cento dos diagnosticados vivem
mais de 40 anos depois do diagnóstico.
Voltando ao tema da reportagem, fui levado a refletir sobre ele na perspectiva de como esse mal, “o ladrão de
memória”, é capaz de efetivamente atacar a nós, nossas famílias, nossos relacionamentos, nossa própria história.
Muitas vezes justificamos nossa conduta, nossas falhas, nossos erros, nossa omissão diante da necessidade do
outro, nossa indiferença até mesmo com aqueles que dizemos amar através de nosso cansaço ou estresse do dia a
dia.
Não obstante, somos ávidos em lançar mão da memória de falhas e erros cometidos contra nós quando queremos
nos defender de nossos próprios erros e/ou diante de situações de conflito.
Gostaria de lhe sugerir: exercite uma memória positiva, mesmo diante do conflito, do fracasso, da perda.
O profeta Jeremias escreveu: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21). E Max Lucado
nos sugere: “Uma boa memória faz heróis. Uma péssima memória faz covardes”. E ainda: “Escreva as
preocupações de hoje na areia. Grave as vitórias de ontem na pedra”.
Outra sugestão: use a memória como uma estimuladora no processo de construção de seus pensamentos e atitudes.
A memória não nos é dada apenas para que se transforme numa repetidora de informações que recebemos no
passado, mas deve contribuir para construir novos pensamentos e ideias.
Não permita que, à semelhança da doença mencionada neste texto, seus pensamentos e atitudes o levem tão
somente à irritabilidade e agressividade, a alterações de humor, a falhas na linguagem.
O que temos assistido com frequência em nossos dias é que, diante dos conflitos, as pessoas parecem perder a
memória de suas próprias histórias e, como que se desligando da realidade produzida por essa história, são capazes
de matar (pelo menos dentro de si) as pessoas que dela fazem ou fizeram parte.
Exemplo disso são os abandonos de lares, rupturas de relacionamentos conjugais, perda de relacionamentos entre
pais e filhos ou filhos e pais, conflitos profissionais, dentre tantos outros.
Por isso, se não temos muitas vezes como apagar ou deletar registros de memórias que gostaríamos de esquecer,
creia: é possível reescrevê-las.
Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele
procedem as fontes da vida. Provérbios 4.23
Um fato inédito e surpreendente foi relatado recentemente pela revista científica Lancet, na Inglaterra. O coração
de uma garota britânica (Hannah Clark), que funcionou durante quase 11 anos acoplado a outro coração
transplantado, recuperou-se totalmente após “descansar” durante todo esse tempo. E mais: o coração que havia
sido transplantado foi retirado, e as funções do coração doente foram totalmente normalizadas, podendo trabalhar
por conta própria, inclusive sem uso de qualquer medicamento.
No período entre o diagnóstico de insuficiência cardíaca, aos oito meses, seu transplante aos 11 meses de vida e a
retirada do coração transplantado, a garota ainda venceu um câncer que se manifestou aos sete anos de idade, cujos
tumores desenvolveram-se por causa das drogas utilizadas regularmente para evitar uma provável rejeição ao
coração transplantado, e que tem uma taxa de mortalidade de 80%. Hoje ela está recuperada, inclusive do tumor.
Os médicos ainda não sabem que mecanismos permitiram a recuperação e a cura do coração doente.
Poderia dizer que o coração, não só neste caso, é um grande mistério. O profeta chega a dizer que “o coração é
mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jr 17.9).
Fico me perguntando: onde está o meu coração? O que tem motivado e impelido o meu coração?
Brennan Manning (autor americano formado em Teologia e Filosofia que tem vários livros, entre eles O Evangelho
maltrapilho,
O impostor que vive em mim e Convite à loucura) escreveu: “O coração intocado é um dos mistérios escuros da
existência humana. Ele pulsa sem paixão nos seres humanos com mentes preguiçosas, atitudes apáticas, talentos
enterrados e esperanças sufocadas. Essas pessoas parecem nunca conseguir ultrapassar a superfície da vida.
Morrem antes de aprender a viver”.
Corremos, sim, o risco de morrermos antes de aprendermos a viver. Antes de conhecermos o nosso coração.
Que tipo de coração é o seu? Que tipo de coração é o meu?
Gostaria de convidá-lo a fazer um check-up. Depois dessa avaliação e dos tipos propostos, avalie-se e construa
suas decisões:
Um coração endurecido
É o que caracteriza aquele coração que pode até estar perturbado e inquieto com as coisas ao seu redor, mas
permanece duro e insensível. A rotina do dia a dia e da vida o insensibilizou. Não consegue abrir sulcos na sua
alma, e não há nenhuma sensibilidade.
John Mackay (teólogo escocês, autor de A ordem de Deus e a desordem do homem) disse que “para muitos
homens, o mais sério de todos os problemas é não perceber nenhum deles”.
É estar ensimesmado, satisfeito consigo mesmo, agarrado ao hábito, escravo da rotina, orgulhoso de suas crenças
ou da ausência delas, consumidos pelo prazer (visão hedonista, voltada apenas para a realização e os prazeres da
vida), sem nenhum desejo de se comprometer, a não ser consigo mesmo.
Um coração superficial
É aquele coração que age sempre de forma irrefletida, tempestiva, fruto do calor do momento. É pura emoção e
não reflexão.
A emoção é um elemento importantíssimo na vida, mas só ela não basta. Ela precisa ser oriunda de um
entendimento e da experiência.
Assim, vemos muitas pessoas agindo levianamente, porque abraçam com alegria o que não entendem, apenas pela
novidade da
Um coração ocupado
Parece que se manter ocupado, com a agenda cheia, sem tempo para nada, tornou-se sinônimo de competência,
eficiência, bemestar, realização, sucesso, etc.
Nossas agendas nos consomem e dominam. As preocupações do dia a dia, as ilusões do sucesso, da riqueza, das
ambições pessoais nos devoram. São vozes que nos falam mais alto.
Parece que as glórias do mundo ao nosso redor são mais importantes do que pessoas ou relacionamentos.
Salomão escreveu: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da
vida” (Pv 4.23).
O coração determina o que você faz, quem você é e como você vive. Onde estiver o seu coração, ali estará você.
Para onde ele inclinar-se é que você vai. O que ocupa o seu coração é que determina a sua vida.
Conclusão
Crie um coração cheio de expectativas saudáveis. Para você e sua vida; para sua família; para seus
relacionamentos interpessoais; para você e seu cônjuge; para você e seus filhos (pais); para seus sonhos
profissionais.
Tome a iniciativa e crie coragem para ser gente de fé.
“Fé não é o apego a um santuário, mas uma peregrinação infindável do coração. Espera audaciosa, planos ousados,
um ímpeto inundando o coração, invadindo a mente – tudo isso e o impulso que nos leva a amar Aquele que toca o
nosso coração como um sino” (Abraham Heschel, rabino austro-americano).
Busque a fonte de toda vida: Deus. Dê a Ele a oportunidade de dar a você uma vida abundante e transformar o seu
coração.
Bob Pierce, jornalista cristão, fundador da World Vision (Visão Mundial, 1950), presente em cerca de 100 países e
há 36 anos no Brasil, falando sobre a necessidade de termos um coração sensível, disse: “Senhor, que meu coração
se sensibilize com aquilo que parte o teu coração”.
Deixe-se inundar pelo amor de Deus em seu coração, e a vida será diferente, pois, diferentemente dos médicos da
garota mencionada anteriormente, Deus sabe todos os mecanismos para transformar e curar o seu e o meu coração.
Curta e doce
Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas
como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.Tiago 4.14
Uma manchete da Folhade S. Paulo (04/07/2007) chamou-me a atenção: “Brasileiro ‘ganha’ cinco meses a mais de
vida em um ano”. Dizia a matéria: “Quem nasceu no ano passado ‘ganhou’ mais quatro meses e 26 dias de vida
em relação aos que nasceram em 2005. Foi quanto aumentou a expectativa de vida do brasileiro de 2005 a 2006 –
ano em que o indicador chegou a 72,3 anos, segundo a Tábua da Mortalidade de 2006, divulgada pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)”.
Há ainda duas curiosidades, diríamos, interessantes: “A mais alta expectativa de vida está no Distrito Federal (75,1
anos). Parece que tem tudo a ver com ‘um mandato a mais’, ou ‘a permanência no cargo’ a qualquer custo. E a
segunda diz respeito à diferença entre a expectativa masculina (68,5 anos em média) e a feminina (76,1 anos em
média)”. Segundo o instituto, os homens estão mais expostos à violência.
Penso que a expectativa de vida é mais curta do que a maioria pensa. Por exemplo, uma cirurgia plástica no rosto
dura apenas de seis a dez anos; uma nota de dólar dura cerca de dezoito meses; uma linha pintada na estrada
permanece nítida só de três a quatro meses; e um furacão raramente dura mais do que dez minutos.
Há diferenças de opinião, mas a maioria concorda que o período de vida humana está entre 75 e 80 anos. Isso
parece encorajador para os jovens e pouco atraente para os que se acham na casa dos sessenta, setenta ou oitenta
anos. Entretanto, o fato é simples: ninguém sabe com certeza quanto tempo viverá.
Como leio e creio nas advertências das Escrituras Sagradas, tenho pouca ou nenhuma dúvida de que a vida é curta.
Tiago não esconde a verdade quando escreve: “Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois
apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.14).
A expectativa de vida e as estatísticas podem ser de 60, 70 ou 80 anos, mas quem pode dizer que você ou eu vamos
viver todo esse tempo? A verdade é que a neblina não é conhecida por sua longevidade, mas por sua densidade.
Já que isso é certo, vamos nos esforçar para valorizar o tempo. Em vez de viver com relutância, vamos viver com
exuberância. Em vez de temer o que nos espera, vamos enfrentar o futuro corajosamente, com entusiasmo.
Em vista de a vida ser tão terrivelmente curta, devemos fazer o possível para torná-la doce.
Como? Três pensamentos me ocorrem:
Firme-se na verdade
A verdade liberta, constrói, transforma. Recuse a moda da mentira, da falsidade, da futilidade, do boato. Verifique
os fatos. Tenha discernimento. Se você for um intermediário do fato, fale só a verdade. Se não tiver plena certeza,
cale-se. As mentiras, infelizmente, podem sobreviver às vidas. Aliás, Ele mesmo nos disse: “… e conhecereis a
verdade, e a verdade vos libertará. (…) Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 8.32; 14.6).
Conclusão
Você tem protelado alguma coisa que realmente deseja ou precisa fazer?
Você não tem garantia do amanhã. Entre em ação!
Curta e doce. É a única vida que vale a pena.
Surpresas
... e os discípulos surpresos diziam uns aos outros: quem é esse que até o
vento e o mar lhe obedecem? Marcos 4.41
Lendo o texto de abertura da edição de março/abril/2010 da preciosa revista Ultimato, que tem me acompanhado
ao longo de minha vida, deparei-me com um texto sobre a “Teologia da Surpresa”. Vem dele a motivação para a
reflexão a seguir.
Todos os dias, logo após os nossos olhos se abrirem para mais uma jornada do dia a dia, e tão logo tomemos
ciência das realidades que nos cercam, podemos ser surpreendidos das mais diversas formas possíveis – a vida é
sempre repleta de surpresas.
Pensar a vida sem essa realidade pode parecer algo extremamente utópico, fora de contexto, ou desconectada da
própria realidade.
Isso porque:
Fatos traduzidos por surpresas, quer positivas ou negativas, revelam nossa humanidade.
Não temos controle sobre as circunstâncias e sobre os fatos que muitas e muitas vezes nos acometem.
Nossos medos não afastarão de nós a possibilidade de surpresas desagradáveis, mas poderão, inclusive,
potencializá-las. Por isso, não permita que o medo tenha lugar ao lado de sua cama, sendo a primeira voz que você
ouve ao acordar. Não tenha medo do seu dia antes mesmo de ele começar.
Alimente-se de memórias saudáveis e permita-se ser alimentado por elas. “Uma boa memória faz heróis. Uma
péssima memória faz covardes” (Max Lucado).
O profeta Jeremias nos ensina: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21)
Conclusão
Tenho experimentado, e isso não é um conhecimento conceitual, mas vivencial, o que é viver essas surpresas tendo
Deus ao meu lado.
Ele mesmo prometeu: “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou
para aqueles que o amam” (1 Co 2.9).
Qual relacionamento é mais importante para mim?
Comunique-se continuamente
Quanto tempo por semana você consegue desenvolver uma conversa significativa em casa?
Quanto tempo por dia você passa assistindo à TV em casa?
Não é de admirar que muitas famílias estejam passando por dificuldades, muitos relacionamentos conjugais
estejam desmoronando e muitos filhos estejam bebendo de fontes impróprias!
Uma boa conversa não se desenvolve sozinha. Ela deve ser cultivada, nutrida e buscada. Esse processo demanda
tempo e esforço. Exercitem o ouvir com atenção um ao outro. Algumas sugestões:
• Desenvolva motivações para a comunicação – Seja criativo, mas encontre razões para conversarem uns com os
outros. Caminhar juntos, ligar durante o dia. Que tal um almoço uma vez por semana? Talvez quebrar a rotina
substituindo tarefas.
• Controle os bloqueadores de comunicação – A TV e o telefone (fixo ou celular) provavelmente roubam a maior
parte do tempo de comunicação da família. Restrinja e discipline o tempo reservado a eles.
• Encoraje a honestidade e transparência nas conversas – Diferenças de opiniões são saudáveis, necessárias e
normais em uma família. Aprenda a lidar com elas. Encoraje todos os membros da família a falarem o que pensam,
e quando o fizerem, nunca os critique ou ridicularize.
• Seja positivo ao se comunicar – Cuidado com a forma como se comunica em família. Não seja um inibidor de
uma comunicação saudável, espontânea, sincera e transparente. Descubram juntos a linguagem do amor (palavras
de encorajamento, toque físico, atos de serviço, tempo de qualidade).
Conclusão
Talvez você esteja diante de alguns desafios. Esforce-se! Vai valer a pena!
Lembre-se: não há nada mais saudável do que a vida no lar com qualidade.
Vai chegar o dia
Por definição, hábito “é uma maneira habitual de agir, de pensar, de sentir, própria a alguém ou de um grupo”.
Andrew Carman escreveu: “Primeiramente nós fazemos os nossos hábitos; a seguir são os hábitos que nos fazem”.
Em outras palavras, vai chegar o dia em que os seus hábitos serão tão firmemente arraigados em você que eles
naturalmente o levarão a lugares nos quais nunca pensou.
O texto de Salmos 90.12 diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”.
Quais são os tipos de hábitos que você está desenvolvendo hoje?
Vai chegar o dia em que você irá, de repente, se deparar com uma maravilhosa oportunidade que é perfeita
para você
O que você está fazendo hoje a fim de se preparar para retirar o melhor dessa oportunidade?
É preciso compreender o que significa realmente “oportunidade”.
“Já ancorado na Antártica, ouvi ruídos que pareciam de fritura. Pensei: Será que até aqui existem chineses fritando
pastéis? Eram cristais de água doce congelada que faziam aquele som quando entravam em contato com a água
salgada. O efeito visual era belíssimo. Pensei em fotografar, mas falei para mim mesmo: Calma, você terá muito
tempo para isso... Nos 367 dias que seguiram, o fenômeno não mais se repetiu. As oportunidades são únicas”
(Amir Klink, o navegador solitário).
Paulo escreve aos efésios: “Portanto, prestem atenção na sua maneira de viver. Não vivam como os ignorantes,
mas como os sábios. Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que
vocês têm” (Ef 5.15-16).
Vai chegar o dia em quetodas as preocupações fúteis e superficiais irão cair por terra
O que você está fazendo neste momento a fim de dar um real significado, propósito e substância à sua vida?
As coisas que você está fazendo hoje não o afetam apenas no tempo presente. Elas – na realidade – o preparam, o
edificam e o posicionam para todos os dias que você ainda tem em seu futuro.
Isso faz com o que o dia de hoje se transforme na sua mais importante oportunidade, porque a pessoa que você
decide ser hoje tem o potencial de levá-lo para os seus melhores e mais frutíferos dias.
Por isso o hoje é chamado de “presente”.
Com certeza Deus Se importa com a forma como administramos nosso tempo e como fazemos nossas escolhas.
Conclusão
O que está em jogo? Sua vida e o grau de alegria e satisfação em vivê-la. Desenvolva hábitos saudáveis.
Não tome atalhos
Quando você entra no Parque Nacional do Caparaó, há o controle da patrulha da Polícia Florestal, que ajuda na
manutenção, preservação e controle da fauna e da flora, além de orientar e monitorar toda visita ao parque.
Ao fazer a escalada até o cume do pico, passando por lugares de rara beleza, num contato intenso com a natureza,
o visitante percebe várias placas de sinalização que trazem palavras incisivas: “Permaneça no caminho. Não tome
atalhos. Isso será perigoso”.
Embora essa escalada só seja possível com monitoramento de guias especializados, o aviso não deixa dúvidas
sobre os perigos e riscos de descumprir a recomendação e a orientação fornecida.
Vamos pensar na vida como uma caminhada na qual todos estamos inseridose avaliar essa orientação com o desejo
sincero de alcançarmos o cume da montanha em nossa existência: “Permaneça no caminho. Não tome atalhos. Isso
será perigoso”.
O apóstolo Paulo, escrevendo ao jovem Timóteo, orientou-o dizendo: “… nenhum atleta é coroado como vencedor,
se não competir de acordo com as regras”.
Diz um provérbio popular que “se atalho fosse bom, não existiria o caminho”. Atalho, diz o dicionário, é um
caminho fora da estrada principal, pelo qual se tenta encurtar as distâncias.
Se assim é, que motivações podem existir no coração enganoso do ser humano que o leva a optar por atalhos em
vez de caminhos?
Certamente a ansiedade é uma dessas motivações. Vivemos uma alta carga de ansiedade, quer em nossos
relacionamentos, quer diante de nossos conflitos, ou nas dificuldades em gerenciar nossos pensamentos e emoções.
Não estamos falando daquela ansiedade natural, que chamamos “prevenção”, diante dos fatos, problemas ou
dificuldades, mas de preocupações exageradas com a sobrevivência e a desvalorização do ser em relação ao ter.
Esta inversão de valores cultiva a ansiedade e seus frutos: insegurança, medo, apreensão, insatisfação, angústia.
Todos já sentimos raiva, frustração, como se o céu tivesse engatado a primeira marcha quando precisávamos estar
a toda velocidade. “Deus, ‘isso é sério’. Não pode transferir isso para a sua lista de urgências e prioridades? Estou
falando com o Senhor há semanas.”
Queremos passar à frente de Deus. Afinal, temos nos esforçado, somos fortes, educados demais, cultos demais,
talentosos demais. Regular a marcha parece ser sinal de força, não de fraqueza.
E assim, diante da ansiedade, resolvemos tomar as rédeas da nossa vida em nossas próprias mãos e... escolhemos
atalhos.
Muitas vezes temos colhido, como indivíduos e como sociedade, os frutos de atitudes precipitadas, forçadas,
impulsivas e dissociadas de parâmetros e princípios éticos, morais e também espirituais.
As coisas não caminham como você imagina, na velocidade que lhe agrada; você fica ansioso, começa a procurar
meios de apressar o processo e… escolhe atalhos.
Quantas vezes fazemos a coisa certa, mas na hora errada! Pura ansiedade... e as coisas desandam bem na nossa
frente. Precisamos aprender que a vida vai se mover em seu próprio ritmo.
Soma-se a isso o fato de vivermos hoje a cultura do imediatismo. Tudo ao nosso redor gira a uma velocidade e
com uma intensidade muito maioresdo que a que conseguimos absorver.
Sendo assim, viver e pensar a vida como um processo de aprendizado e crescimento contínuo pode parecer um
propósito “filosófico” demais para os nossos dias. Creia: “O destino e o propósito de Deus só vêm a existir para
nós por um processo de Sua escolha. E este destino e propósito não têm pressa. Acontece”.
A felicidade que você tanto deseja “não é uma estação final em que você desembarcou, mas é uma maneira de
viajar” (George Jackson).
Conta-se que um pai procurou o diretor de uma universidade querendo lhe fazer um pedido urgente. Queria saber
se o seu filho poderia se formar em três anos, em vez de cinco, para que pudesse ingressar logo no mercado de
trabalho. “Bem”, disse o diretor, “tudo depende do que você espera ter como resultado. Se você quer um carvalho,
ele leva sete anos. Entretanto, uma abóbora leva apenas três meses”.
Conclusão
“Permaneça no caminho. Não tome atalhos. Isso será perigoso.” Cuidado com os riscos!
A escolha de atalhos pode incluir perda de valores e princípios.
Você tem pressa de chegar ao cume da montanha? Certamente assim não poderá apreciar a beleza do caminho nem
desfrutar o gozo de cada passo dado.
Além disso, já nos alertou o sábio Salomão: “Há caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando para a
morte” (Pv 14.12).
Em dias de muita chuva, os dois maiores rios que cortam a cidade (o Pinheiros e o Tietê) transbordam e impedem
completamente o fluxo de veículos nas suas marginais, que são as principais artérias do sistema viário urbano.
Há não muito tempo vivenciamos uma situação de imenso desconforto provocado pelo “apagão”, quando grande
parte do país e as regiões mais densamente povoadas sofreram com o corte prolongado no abastecimento de
energia elétrica.
Por conta disso, ouvimos e lemos inúmeros comentários, explicações e roteiros jornalísticos com os mais
diferentes focos. Em ambos os casos, técnicos e profissionais da área encontraram várias explicações para os fatos
ocorridos.
“O sistema é perfeito ou próximo disso”, dizem alguns com referência ao sistema elétrico. “O planejamento para
as calhas dos rios obedece aos limites prováveis de precipitações pluviométricas registradas ao longo dos anos”,
afirmam outros com referência ao problema dos transbordamentos dos rios.
Embora sejam situações práticas da vivência cotidiana e que interferem em nossa rotina, gostaria de sugerir uma
reflexão um pouco mais proveitosa de todas essas calamidades, que pode nos ajudar na compreensão de nós
mesmos e de nossa vida.
Gostaria de desafiá-lo a essa reflexão sincera e objetiva. Amorosa e curadora. Transformadora e restauradora.
Deseje sim que aconteça um “apagão” em sua vida. Um apagão de arrogância, de prepotência, de soberba, de
maldade, de inimizade, de brigas, de ciúmes doentios, de divisões, de toda sorte de imoralidade, de impurezas de
atitudes e sentimentos.
Paulo orava pelos moradores de Colossos, suplicando a Deus por eles: “Por esta razão, também nós… não
cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade [de Deus], em toda a
sabedoria e entendimento espiritual…” (Cl 1.9).
Deseje sim que você possa transbordar. Transbordar de um desejo sincero de conhecer a Deus e Sua vontade para
sua vida.
“Tudo o que sabemos a respeito de Deus é nada comparado ao que Ele é” (Tomás de Aquino).
Você não está aqui por acaso. Você não é um acidente. Deus tem um propósito para a sua vida!
Deseje transbordar de sabedoria. Não como acúmulo de conhecimento e informação, mas da sabedoria que
procede de Deus. Salomão escreveu: “Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor” (Pv 9.10).
Deseje transbordar de entendimento espiritual. Importe-se com sua vida espiritual. Busque entendimento espiritual.
Jesus disse: “Rios de água viva vão jorrar do coração de quem crê em mim” (Jo 7.38).
A vida, arte dos encontros
... uma coisa sei: Eu era cego, e agora vejo. João 9.25
Há algum tempo li um artigo com o tema acima, assinado por Marcos Inhauser, que evidenciou uma verdade sobre
a qual vale a pena refletir.
“Viver”, diz ele, “é a arte dos encontros, e eles nos fazem ser mais ou menos efetivos na vida dos outros e na
própria vida”.
Há vários tipos de encontros na vida. Há aqueles que são inevitáveis. Pode ser a pessoa chata, a grossa, a
escandalosa no jeito de ser ou de falar, a mal-educada, a malcheirosa.
Há encontros em que você se sente bempor terem acontecido e porque pôde ajudar e nem ficou sabendo quem era
a pessoa.
Há os encontros que ocorrem quando não se espera mais nada.
Há encontros em que as pessoas trocam ideias, compartilham sonhos e fortalecem a vida.
Há encontros em que as pessoas só falam obviedades que nada acrescentam e deixam a sensação de que se está
perdendo tempo.
Há encontros em que a pessoa só fofoca, denigre e inveja. Estes nos matam.
Há encontros em que o silêncio é mais proveitoso do que as palavras.
Há encontros em que o olhar, o toque, os carinhos dispensam as palavras.
Há encontros em que a palavra deve ser bem pensada, sentida, vivida.
Há encontros em que a vida para a fim de que as pessoas possam viver.
São muitos e diferentes encontros.
por um profissional da área jurídica em uma sala de reuniões, fui surpreendido com a entrada (equivocada) de um
homem alto, com um sotaque americano. Olhando para mim, antes que esboçasse qualquer manifestação, ele me
disse: “Deus não tem problemas; Deus tem soluções”.
Aquele encontro marcou minha vida. Tornamo-nos amigos, e pude encontrar aquele homem mais algumas vezes.
A última notícia que tive a seu respeito dava conta de que ele estava na Finlândia, trabalhando em um projeto
missionário naquele país.
Nesse tipo de encontro não posso deixar de falar sobre a vida e o viver de Jesus de Nazaré. Todos os que se
encontraram com Ele tiveram sua vida transformada. Ninguém deixou um encontro com Ele sem ser tocado quer
por Suas palavras, quer por Suas atitudes, por Seu olhar.
Certa vez um homem cego de nascença encontrou-se com Jesus, ou melhor, foi encontrado por Jesus (Jo 9.1-25).
Após um diálogo com as pessoas ao redor, Jesus o curou, para alegria dele e espanto dos presentes. Depois disso
ele foi interrogado a respeito de quem fizera aquilo, ao que respondeu: “Uma coisa sei: eu era cego, e agora vejo”.
Aquele encontro transformou a vida daquele homem para sempre.
Conclusão
John Wooden, em seu livro O melhor de mim, escreveu: “Há obrigatoriamente uma escolha em tudo o que se faz.
Por isso, tenha em mente que, no final, a escolha que você faz é o que faz você”.
Que este seja o dia desse encontro que transforma a vida – um encontro com Jesus.
Andei por onde ele andou
Dentro de poucos dias veremos chamadas na mídia para programas especiais do tipo “retrospectiva do ano”, ou
“os fatos que marcaram o ano”. Serão fatos, imagens, notícias que estiveram nos meios de comunicação em todas
as formas de mídia (falada, escrita, televisiva, internet, etc.).
Algumas nos atingem diretamente – crise financeira e do mercado de trabalho; violência urbana; sistema de saúde,
etc.; outras podem significar boas lembranças – a conquista do meu time, um evento do qual participei ou assisti.
Acontece que todas essas tentativas de análise e avaliações são referentes ao nosso exterior, ao mundo que nos
cerca, talvez em determinados momentos um mundo bem próximo de nós. No entanto, um mundo exterior.
Penso que poderíamos também nos deter e olhar para o nosso mundo interior. Para aquelas marcas que adquirimos
em nossa alma, em nosso espírito e até mesmo em nosso corpo.
Há alguns dias contemplava um querido irmão hospitalizado e podia ver algumas cicatrizes que ele tinha ganhado.
Na verdade, eu as podia ver com os meus olhos, mas por trás delas havia outras que eu nem podia dimensionar.
Não fosse o seu testemunho, não poderia dimensionar a profundidade e as experiências que aquelas marcas
exteriorizam.
Talvez você também possa refletir sobre as suas marcas. Um sonho que não se concretizou; um relacionamento
que não se efetivou com a profundidade ou intensidade que você gostaria; uma viagem não realizada; uma perda
difícil de alguém amado; uma cicatriz profunda por uma escolha mal feita.
Mas essas marcas não precisam estar ligadas apenas a fatos ruins ou que gostaríamos de esquecer. Ao olhá-las
talvez hoje você conclua que elas foram, na verdade, oportunidades disfarçadas de problemas.
Certamente você poderá enumerar marcas que se traduziram em alegrias. Um sorriso de um filho, do cônjuge, uma
brincadeira com os amigos, um encontro inesperado, uma oportunidade profissional tão esperada, uma promoção
aguardada há tanto tempo, uma partida de futebol com amigos, uma conversa com uma amiga, o nascimento de um
filho, ou um simples filme que você assistiu com ela(e) no escurinho do cinema (aliás, você nem se lembra do
filme em si).
Por isso, tente transformá-las em lembranças. As lembranças nos ajudam a construir registros que o tempo não será
capaz de apagar.
Foi bom ver os filhos experimentando novos desafios em seus estudos. Os mais novos deixaram o fundamental
para chegar ao ensino médio (quantos livros, quantas matérias novas, quantos desafios). A mais velha iniciou uma
caminhada universitária (um primeiro passo num mundo adulto).
Não poderei esquecer a experiência vivida com minha esposa: “Nós andamos por onde Ele andou”. Um sonho que
de repente, assim como um dia qualquer, tornou-se realidade. Estava ali, bem diante dos olhos, penetrando o
coração, inundando a alma, alegrando o espírito. Tantas leituras, registros, relatos e reflexões foram encharcados
de imagens reais.
Eu precisava visitara terra chamada santa. Tinha necessidade de ouvir os sons daquelas águas do mar da Galileia
por onde Ele navegou. Pisar aquele chão que Ele pisou. Contemplar algumas oliveiras daquele jardim de atos
inesquecíveis, que me fizeram enxergar para além das coisas temporais que estavam diante de meus olhos. Foi
algo mais poderoso do que as minhas frases podem descrever.
Lembranças...
Você quer algo significativo para lembrar pelo resto da vida? Vou fazer algumas sugestões:
• Sorria mais; isso torna o rosto mais formoso.
• Abrace alguém apertado e sussurre: “Amo tanto você”.
• Encontre um tempo para estar com quem você ama.
• Acabe com uma briga.
• Procure um amigo que ficou esquecido.
• Perdoe um inimigo.
• Afaste um ressentimento.
• Diminua as exigências sobre outros.
• Peça desculpas se estiver errado.
• Desligue a televisão e converse.
• Participe da tristeza de alguém e ore por ele.
• Programe férias em família. Ela vai tornar-se inesquecível.
• Encoraje uma pessoa mais velha.
• Dê uma resposta branda mesmo se estiver aborrecido.
• Encoraje uma pessoa mais jovem.
• Experimente e prove que Deus é bom.
Conclusão
O que sugeri são atitudes que devem ser iniciadas por você. “Quando você se dá, o presente nunca precisa ser
devolvido”
(Charles Swindoll).
Deseje isso intensamente, como Moisés fez: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração
sábio”.
Apenas tudo isso?!
Certa manhã de domingo, um arqueólogo, ao sair do templo, pegou seu guarda-chuva e de repente o vaso chamou-
lhe a atenção. O homem mal podia crer no que seus olhos estavam vendo – aquilo era demais para ser verdade!
Aquele recipiente usado para colocar guarda-chuvas revelou ser um vaso pré-histórico, de valor quase
incalculável.
Não é preciso dizer que esse antigo vaso ocupa hoje um lugar de destaque em um renomado museu britânico.
Como disse, isso me fez pensar no tema “apenas tudo isso?!”.
Há um texto do apóstolo Paulo que nos remete a esse evento: “Entretanto, este tesouro precioso – este tesouro que
agora está em nós – está encerrado num recipiente de barro, isto é, no nosso corpo mortal. Todo mundo pode ver
que o poder glorioso que está dentro de nós tem de vir de Deus, e não é nosso próprio” (2 Co 4.7).
Isso nos faz concluir que:
A vida nos reserva batalhas a cada dia. Elas se apresentam em nossa vida do lar, em nossa comunidade, em nosso
ambiente de trabalho, em nossos negócios. Menores ou maiores, as lutas estão aí.
E antes que você ou eu possamos reclamar, gostaria de lembrar algumas histórias de sobreviventes do famoso 11
de setembro, recolhidas por um chefe de segurança: um chegou atrasado por levar seu filho ao primeiro dia de
aula; outro por ter perdido a hora; outro por ter ficado preso no trânsito; uma mulher por haver derramado café em
seu vestido na hora de sair de casa; tantos pequenos detalhes... mas interferiram na vida daquelas pessoas.
“Às vezes me preocupo com aquilo que posso mudar... nesse caso, é minha responsabilidade fazer alguma coisa a
respeito... meu fardo mais pesado é descobrir como parar de me preocupar com coisas que não posso mudar.”
Conclusão
“O potencial nunca é o que você já fez. Sempre será o que você ainda pode fazer” (Wayne Cordeiro, Liberador de
sonhos, Habacuc, p. 35).
Creia: com Deus vivemos a experiência de crer que Ele tem um propósito para a vida de cada um de nós. Que
embora tudo seja tão frágil, Ele dará sentido ao nosso viver diário. Afinal, somos apenas tudo isso!
Quando chegamos ao limite
... e, sem ele, nada do que foi feito se fez. João 1.3
O ser humano frequentemente é levado a viver no limite. De diferentes maneiras, em inúmeros contextos, por
motivações diversas somos levados ao limite.
Ele pode ser representado por um esforço físico (como um atleta em uma competição), por um esforço profissional
(trabalho) ou até mesmo por um esforço emocional (situação de conflito).
Por mais dificuldade que possamos ter para encarar a realidade dos limites, eles estarão sempre diante de nós.
Desde o nascimento, ou até mesmo antes de conhecermos este mundo exterior, somos confrontados com os
limites, pois há um limite até para o nascimento de um bebê. Extrapolar esse limite pode ser danoso, deformador
ou até mesmo fatal.
Vamos crescendo e continuamos a nos defrontar com os limites. Na adolescência eles aparecem como uma
verdadeira via de duas mãos. De um lado, a tentativa de independência nas primeiras fases da vida adulta; de outro
lado, a tentativa de manter os privilégios da vida infantil. Talvez seja por isso que a adolescência é definida como
“uma vida no meio da avenida”.
Na mocidade, embora com novos formatos, os limites estarão presentes. Ganha-se certa autonomia e com ela
certas responsabilidades. Limites se apresentam e até mesmo se impõem.
E o que dizer da vida adulta? Você e eu bem sabemos o que isso significa, não é mesmo?
Limites: necessários, irremediavelmente presentes, responsabilidade intransferível.
Permita-me algumas rápidas observações:
Creio que, como em todo processo da própria vida, há sempre um benefício possível diante das tribulações.
Se limites estão sempre diante de nós, nossa atitude diante deles vão ajudar a determinar o modo como vemos a
própria vida. Por isso, somos desafiados a agir com sobriedade, sensatez e, acima de tudo, com a verdade.
Viver sem limites ou a consciência deles vai gerar distorções e deformações no caráter, nas atitudes, nas escolhas e
isso certamente vai afetar nossos relacionamentos, nosso futuro e nosso próprio eu.
Quando chegamos ao limite
Muitas vezes, apenas para não dizer em sua totalidade, pessoas nos afirmam, pressionadas por suas dores, lutas e
tribulações e diante de sua impotência: “Somente Deus!”.
Pode parecer cruel demais, mas gosto disso. Creio que esses momentos podem ser oportunidade de grandes
descobertas. De colocar as coisas nos seus devidos lugares.
Costumo dizer: “Que bom que ‘somente Deus’. Agora Ele pode agir, e nós vamos poder conhecer e saber quem
Ele é”. Alguém já disse que “muitas vezes as pressões da vida são as mãos do oleiro”, para descrever as
possibilidades ilimitadas de Deus em meio às nossas limitações.
A fé é mais forte do que o medo. Peça a ajuda de Deus. Ele conhece seus problemas, seus limites e está disposto e
é capaz de ajudar a superá-los.
Só assim podemos ter paz onde deveria haver apenas dor. Confiança no meio da crise. Esperança desafiando o
desespero. É isso que o olhar de Deus para a nossa vida mostra. É um olhar que sabe a resposta para as perguntas
que todo mortal faz quando confrontado ante seus inevitáveis e necessários limites.
“Guarde isso. Deus não nos salva por causa do que fizemos. Somente um deus lamentável poderia ser comprado
com dinheiro. Somente um deus temperamental ficaria impressionado com nossa dor ou satisfeito com sacrifícios.
Somente um deus sem coração venderia a salvação para quem oferecesse mais. E somente um grande Deus faz por
seus filhos o que eles não podem fazer por si mesmos” (Max Lucado, Gente como a gente, Thomas Nelson Brasil).
“Somente quando nos prostramos diante de Deus somos capazes de nos levantar diante dos homens” (Jim Patrick).
Conclusão
“Limites”: eles estarão sempre diante de nós.
“Somente Deus”: mais do que uma afirmação de efeito, é uma
Não siga a maioria quando ela faz o que é errado... Êxodo 23.2
Quando estamos diante de tragédias ou atrocidades, infelizmente tão presentes em nossos dias e chegando a ser
banalizadas, somos levados a pensar (quando encontramos tempo para tanto) o que pode provocar tais situações e
levar “seres” ditos “humanos” a tais práticas. Uma atitude cruel ou má; o que pode levar o ser humano a agir
assim? O que se passa em uma mente assim? O que se passa em nossa mentediante desses fatos? O que há por trás
de comportamentos às vezes tão absurdos? Será que isso tem a ver conosco? Quem somos verdadeiramente?
Talvez essas situações possam levar-nos a uma tão necessária consciência do ser:
Também não nos enganemos: o mundo é mal. Vivemos em uma sociedade que corrompe e é corrompida.
Consciente ou inconscientemente,voluntáriaouinvoluntariamente, a verdade é que nossa sociedade se autoalimenta
da desgraça, da tragédia. Chegamos à crueldade de punir os bons, matar os inocentes, oprimirmos o que é frágil,
ignorar insensivelmente o necessitado. Este é o curso deste mundo.
O texto do início do capítulo diz: “Não siga a maioria quando ela faz o que é errado e não dê testemunho falso para
ajudar a maioria a torcer a justiça” (Êx 23.2).
O apóstolo Paulo diz: “Não imitem a conduta e os costumes deste mundo, mas seja, cada um, uma pessoa nova e
diferente, mostrando uma sadia renovação em tudo quanto faz e pensa. E assim vocês aprenderão de experiência
própria, como os caminhos de Deus realmente satisfazem vocês” (Rm 12.2).
Não se acomode ante a atitude da maioria quando isso não é correto. Não se acomode ante a mediocridade.
Por isso, sugiro uma terceira observação:
Conclusão
Oswald Chambers escreveu: “A consciência é a faculdade que se prende ao mais elevado conhecimento que
possuo, e me diz o que esse conhecimento exige que eu faça. São os olhos da alma, voltados para Deus ou para o
que ela considera mais elevado”.
Isso necessariamente nos leva a uma atitude e uma decisão.
O que você considera relevante, necessário e elevado na compreensão de si mesmo, diante do mundo ao nosso
redor?
Volte-se para Deus, e que Ele mesmo o ajude nessa tão necessária consciência do ser!
A essência da vida
A vida é muito monótona – Gastamos a vida trabalhando, se esforçando, e afinal que vantagem levamos em tudo
isso? Pessoas nascem, pessoas morrem, mas o mundo continua sempre o mesmo. O sol continua nascendo e se
pondo. O vento sopra para o sul, depois para o norte. Todos os rios correm para o mar, porém o mar não fica cheio.
A sabedoria é pura vaidade – Na verdade, a sabedoria é melhor do que a tolice. Os sábios podem ver para onde
estão indo, mas os tolos andam na escuridão. Mas, no final, o que acontece ao sábio também pode acontecer ao
tolo. Além disso, a sabedoria do sábio não durará para sempre. Todos seremos esquecidos.
A futilidade da riqueza – Trabalhamos com toda sabedoria, conhecimento e inteligência para conseguir alguma
coisa e depois temos de deixar tudo para alguém que não fez nada para merecer aquilo, não sabe o quanto nos
custou ou que nem irá administrar bem tudo o que deixamos. Isso também é ilusão e não está certo.
A certeza da morte – Talvez a maior certeza que nós os vivos temos. Todos voltamos ao pó da terra.
Será que tudo é assim mesmo? Será que uma sábia avaliação não nos permitiria agregar um valor eterno à nossa
existência?
Gostaria de desafiá-lo a uma releitura da vida levando em conta que:
Não é interessante que às vezes só ficamos sabendo da lição quando somos reprovados no exame?
Todos nós estamos matriculados nessa escola da vida.
Podemos buscar a verdadeira sabedoria ou aprender (ou apanhar) durante nossa vida, enquanto esta for preservada.
Às vezes vivemos como se dias difíceis não pudessem nos atingir nunca, como se as tempestades não nos
assolassem em nossa existência. Como se passássemos ilesos, sem perdas e frustrações.
É comum ver pessoas soberbas, prepotentes, arrogantes, como se a simplicidade e a humildade fossem
demonstrações de fraqueza.
A verdade é que a vida é suficientemente dura para que a enfrentemos sozinhos. Suas dificuldades são suficientes
para nos confundir, desanimar, abater nosso espírito.
Mas como estabelecê-los? Como cultivá-los sem se machucar, sem se decepcionar e torná-los algo saudável, que
seja edificante para nós e para o outro, que seja desafiador e motivador na construção dos nossos relacionamentos?
Falo sobre fé como ato mais que fé no contexto cristão. É fé em si; é confiança de outros em você; é identificação
dessa confiança e correspondência a essa confiança.
Sempre gostei de buscar sabedoria não como um acúmulo de conhecimentos, mas como um agente de
transformação e construção da minha pessoalidade e na frutificação de meus relacionamentos, além de um agente
catalisador e potencializador do que possa significar viver nesse mundo que nos parece, em muitos momentos, não
possuir um sentido último ou mesmo compreensível diante de nossas mazelas humanas.
Nessa busca, não há como se esquecer do livro sagrado de Eclesiastes (ou do Pregador).
O trecho que menciono em nossa reflexão de hoje nos lembra algumas razões porque devemos estabelecer
relacionamentos interpessoais, quer no contexto das organizações, quer no contexto profissional, e também no
contexto social.
Dele poderia sugerir algumas observações:
Terra”, cantaram: “Um mais um é sempre mais que dois”. Isso nos remete aos relacionamentos que estabelecemos:
um
homem e uma mulher, pais e filhos, amigos.
Juntos seremos capazes de vencer a solidão, quebrar barreiras e
obstáculos, crescer e produzir crescimento, construir sonhos e ter
a alegria de partilhá-los.
“Há um grande marco em seu desenvolvimento quando você
percebe que outras pessoas podem ajudá-lo a fazer uma tarefa
melhor do que se fizesse sozinho” (Andrew Carnegie, filantropo,
citado por John Maxwell em Segredos da capacitação, Mundo
Cristão, p. 17).
“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas
aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe...”
ser melhores.
Muitas vezes, diante das circunstâncias, duas escolhas se colocarão diante de nós: render-se ou seguir adiante.
Se estivermos juntos, o companheirismo nos proverá conforto em meio a esse mundo tão duro.
“A despeito do que diz a propaganda, as necessidades básicas do homem são poucas e não é muito difícil satisfazê-
las. Ele pode sobreviver com uma pequena porção de pão e no mais insignificante abrigo. Sua real necessidade,
sua mais terrível necessidade, é de alguém que o ouça, não como um paciente, mas como uma alma humana”
(Taylor Caldwell, citado por Cecil Osborne em A arte de compreender-se a si mesmo).
Conclusão
Lembrar uma grande verdade é algo admirável, mas aplicar uma grande
verdade na vida é sinal de sabedoria. William A. Ward
Nesses últimos dias tive a oportunidade de conhecer novas pessoas e particularmente dispor de um tempo para a
reflexão e o aprendizado.
Ouvir pessoas, refletir sobre princípios, elaborar estratégias, considerar opções, estabelecer prioridades, tudo isso é
enriquecedor e estimulante. Pude também pensar a respeito de decisões que deveria tomar nos dias que se
sucederiam. Algumas mais fáceis, outras certamente mais desafiadoras e difíceis, mas, como diz Charles Swindoll,
“nem toda mudança é boa, mas não mudar pode ser péssimo”.
Suas iniciativas são fundamentais – não procrastine Por isso, apenas ouvir, refletir, considerar não é suficiente.
Ler um livro nunca é suficiente para fazer diferença na vida. O que representa o maior potencial para fazer
diferença e nos tornar cada vez melhores é a nossa iniciativa.
Não existem atalhos para o sucesso e a realização. É preciso trabalhar cada momento, cada dia, cada situação na
construção de nossos sonhos e ideais.
O professor Peter Senge define o aprendizado como “um processo que ocorre ao longo do tempo, e sempre integra
o pensamento e a ação. Aprender é uma atividade altamente referencial... O aprendizado ocorre no contexto de
algo muito significativo, no momento em que o aprendiz toma a iniciativa de agir”.
É uma decisão. É a consciência e disposição de assumir riscos. O desejo apaixonado pela vida e por fazer
diferença.
“Comece hoje a praticar aquela ação que você está procrastinando, e a energia de que tanto precisa irá surgir. Se
você está desmotivado, mesmo assim comece a se movimentar, e em breve você sentirá os reflexos da sua ação”
(James Carrigan).
“Todos os dias nasce uma nova oportunidade de crescimento; tire sempre vantagem dessa oportunidade, porque ela
é uma grande parte daquilo que consiste em estar vivo” (Karl Willow).
“Lembrar uma grande verdade é algo admirável, mas aplicar uma grande verdade na vida é sinal de sabedoria”
(Willian A. Ward).
Isso traduz o pensamento de Tiago registrado nas Sagradas Escrituras: “Não se enganem; não sejam apenas
ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática” (Tg 1.22).
Para muitos, a Bíblia é apenas um livro, ultrapassado e pouco atraente. Na verdade, ela é o maior tesouro que nos
mostra a mais preciosa verdade. Mas só compreendemos essa verdade quando a aplicamos em nossa vida.
Fica aqui o meu convite para você.
Conclusão
“As lembranças de amanhã são extraídas das decisões de hoje” (Charles Swindoll, Dia a dia com Charles
Swindoll, p. 18).
Sem palavras
Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste... Lucas 18.23
A vida é uma experiência que transcende muito o que poderíamos enquadrar numa agenda do dia a dia. Ela é feita
de encontros e desencontros, de rotinas e surpresas que retiram o habitual de nossa vida sem o menor
constrangimento.
Aliás, as surpresas são extremamente desejáveis quando dizem respeito a fatos agradáveis, porém nem sempre é
assim.
Temos vivido nessas últimas semanas uma sequência de eventos que têm as características de surpresas, mas
extremamente indesejáveis, não obstante fazerem parte da natureza humana ter de enfrentá-las.
Refiro-me à morte de um querido amigo, que, através de sua vida e do convívio com ele, muito nos acrescentou
com seus valores, exemplo de vida, superação diante das dificuldades e testemunho de família.
Estou falando do enfrentamento da dor pela descoberta de um diagnóstico indesejado ou inesperado.
São fatos como o acidente gravíssimo sofrido por um querido jovem, membro de uma família que transpira
cumplicidade por meio do amor que vivem entre eles e que é traduzido pelos seus relacionamentos com a
comunidade onde estão inseridos.
Todos esses fatos nos remetem ao problema do sofrimento humano. E “o problema do sofrimento não é algo que
se possa resolver facilmente e depois arquivar. Ouve-se o seu brado cada vez que um furacão fustiga algum lugar,
cada vez que um vizinho descobre que seu filho é deficiente, cada vez que alguém da minha família fica sabendo
do diagnóstico terrível de câncer, cada vez que um sintoma físico me obriga a ir ao médico” (PhilipYancey, A
Bíblia que Jesus lia, São Paulo, Vida, 2000, p. 46).
A melhor descoberta
Há muita gente que, diante de situações adversas, gasta muita energia em atos de rebeldia existencial e de
questionamento a Deus: por que o sofrimento? Por que a dor? Por que a morte? Por que a fome? Tenho descoberto,
não só nesses momentos, que a compaixão de Deus pelo ser humano é total, incondicional, absoluta e sem
reservas.
Henri Nouwen, em seu livro Compaixão(Loyola, 1998), escreve: “É a compaixão daquele que continua se
dirigindo para os lugares mais esquecidos do mundo, e que não consegue descansar enquanto sabe que ainda
existem seres humanos com lágrimas nos olhos”. E acrescenta: “Sem a solidariedade de Jesus que surge para trazer
um novo começo na nossa existência, é impossível andarmos sozinhos diante das crises da nossa vida. Na presença
do Jesus divino, do Jesus solidário é que a nossa vida nasce de novo”.
Feche a porta ao desespero. Não deixe que ele roube sua paz.
Aprenda que “a fé nasce da necessidade. Nós jamais iremos colocar a nossa confiança em Cristo enquanto não
deixarmos de confiar em nós mesmos” (John Stott, Cristianismo básico, p. 105).
Não perca a oportunidade dessa grande e melhor descoberta: quando lhe faltar palavras, deixe que Ele fale. Apenas
escute.
Distraídos
Isso porque “distração”, em um de seus significados, pode estar relacionada a entretenimento, passatempo,
divertimento ou recreação, e aí não há mal algum. Todos nós precisamos e devemos apreciar momentos que podem
nos proporcionar condição de descanso, de refrigério, de descontração, de refazer as energias, de renovar a própria
alegria, um bem tão precioso.
Mas a distração também pode significar esquecimento ou inadvertência. Pode trazer transtornos ao convívio com
as outras pessoas e até dificuldades no ambiente de trabalho, doméstico ou estudantil.
Li um artigo do escritor e jornalista americano Adam Hochschild (nascido em 1942), que também é professor da
Escola Superior de Jornalismo na Universidade da Califórnia (Berkeley), sobre “Como remover distrações no local
de trabalho e aumentar a produtividade no ambiente de trabalho virtual”. Diz ele: “O trabalho é duro; distrações
são abundantes; e o tempo é curto”.
Portanto, o primeiro passo é identificar os fatores de distração: pode ser excesso de comunicação (muitos
telefonemas, e-mails, redes sociais); pode ser o excesso de navegação na Web, onde uma simples busca se
transforma em perda excessiva de tempo e distração; pode ser um ambiente de trabalho barulhento e que dificulta a
concentração. E a falta de planejamento e organização pode ser um facilitador da distração. Aliás, não se esqueça:
“Disciplina é a ponte que faz a ligação entre os seus alvos e suas realizações”.
O ambiente doméstico é, normalmente, repleto de fatores de distração. Tente concentrar-se e, via de regra, muitas
coisas irão interferir para que isso não aconteça: alguém o chama ao telefone; o serviço de entregas aparece; sua
criança passa a exigir sua atenção; alguém o lembra que há algo precisando de uma manutenção; ou seja, a
probabilidade de situações assim acontecerem é grande.
Se nos voltarmos para o ambiente estudantil, podemos facilmente identificar uma geração jovem altamente
absorvida pela tecnologia digital. Não dá para negar os inúmeros benefícios que as tecnologias digitais têm trazido
à nova geração, mas a grande indagação diz respeito a como esses cérebros vão funcionar diante dessa tecnologia.
Michael Rich, professor da Escola de Medicina de Harvard e diretor-executivo do Centro de Mídia e Saúde Infantil
em Boston, EUA, disse: “Uma consequência do impacto da tecnologia nos jovens é o risco de desenvolver
cérebros incapazes de manter sua atenção em algo. Seus cérebros são recompensados não por se concentrarem em
uma tarefa, mas por saltarem para a próxima”.
Creio que o desafio está em como lidar com esses dois mundos
– o virtual e o real, com as suas exigências.
No livro Transforme seu cérebro, transforme sua vida, Daniel G. Amen trata a distração, quando se apresenta de
uma forma intensa, como um dos fatores presentes no “Distúrbio de Deficit de Atenção/ Hiperatividade”.
A distração, diz ele, fica evidente em muitos locais diferentes para uma pessoa com esse distúrbio. Na classe,
durante reuniões ou enquanto ouve um parceiro, a pessoa com DDA tende a perceber outras coisas que estão
acontecendo e tem dificuldade em se concentrar na questão que está sendo tratada. As pessoas que têm DDA
tendem a desligar-se, parecer aborrecidas, esquecer-se de para onde vai a conversa e interrompê-la com uma
informação
Hoje há muitas escolas espalhadas por todos os cantos desse nosso país, detodos os padrões, níveis acadêmicos,
métodos de ensino, especialidades e especializações.
Deus também tem uma escola. Não nos moldes das nossas escolas. Não uma escola desejada por nós ou que
almejemos para nossos filhos frequentarem. Mas, desejando-a ou não, provavelmente você e eu já a tenhamos
frequentado e nossos filhos também a frequentarão.
Falo sobre a escola de Deus no deserto da vida. Falo desse campus árido, geralmente estéril, onde podemos passar
alguns dias, meses ou até anos.
Ele entra e se apresenta em nossa vida por portas o mais diversas possível: depois de muito estudar e se dedicar,
você encontra-se diante de um mercado extremamente exigente e seletivo, e a cada entrevista surge um estresse
inevitável; você se dedicou anos a fio em seu trabalho e, de repente, é trocado por um novato qualquer ou um
processo de fusão ou venda o coloca à margem; talvez você tenha gozado de uma boa saúde durante a maior parte
de sua vida e subitamente, em um exame de rotina, o médico lhe diz: “Não gostei da aparência de uma mancha em
seu pulmão” ou “você tem uma obstrução em uma artéria importante”; também pode seruma perda implacável de
um ente querido, uma espera de uma pessoa certa para sua vida, um abandono, uma infidelidade.
A verdade é que o deserto da vida é sempre seco, solitário, triste e deprimente. Nessa escola, você e eu poderemos
experimentar algumas especializações:
A obscuridade
Todos nós gostamos de luzes. Sermos alguém ou nos sentirmos realmente importantes em um determinado
contexto. Mesmo que você não admita, certamente estar diante do sucesso lhe traz realização. Acontece que, como
escreveu Charles Swindoll, “descansar em seus louros é sinônimo de flertar com o desastre. Deixe este lembrete
onde possa vê-lo com frequência”.
E aí talvez você tenha de aprender a lidar com o fato de não ser ninguém.
Fator tempo
Em uma cultura marcada pelo imediatismo, pela comunicação sem limites, pela velocidade de informações sem
fronteiras, pelas construções rápidas e pré-fabricadas, temos dificuldade de lidar com processos que demandem
tempo para seu amadurecimento.
Então, diante da escola do deserto da vida, experimentamos velocidade desproporcional às nossas demandas e
dores. Não há soluções instantâneas. Parece como o escolher entre cultivar alfaces e carvalhos.
Solidão
Vivendo em um mundo de tantos ruídos e barulhos, o silêncio é algo estranho para nós. Parece inquietante,
assustador. Podemos
Um tempo para abastecer-se da alegria e a esperança que a fé produz
conseguir lidar com quase tudo que nos acontece enquanto houver pessoas ao nosso redor que nos apoiem, ajudem
e nos encorajem a carregar nossos fardos e lutas. Mas quando chega o deserto da vida, o campus está vazio.
Sabemos de nossas fragilidades, inseguranças, temores, momentos de hesitação e apreensão, mas temos medo de
admitilos, reconhecêlos, assumi-los e falar sobre eles.
E neste mundo onde falamos dele com desenvoltura, mas não falamos de nós mesmos, quando o deserto chega,
isolamo-nos e nos tornamos ainda mais solitários.
Desconforto
Quando se está acostumado com o conforto, ajustar-se ao vazio, adequar-se às novas limitações não é tarefa fácil.
Nosso passado nos enche de temor; nosso presente está repleto de ansiedade e insegurança; nosso futuro nos
aterroriza.
O que antes era impregnado de orgulho, soberba, arrogância, agora expõe grande desconforto. É fácil cultivar
ressentimentos, amarguras e rancores nesses momentos.
Conclusão
Embora o deserto seja sempre seco, solitário, árido, deprimente, triste, gostaria que soubesse que você não precisa
passar sozinho por ele – Deus quer estar ao seu lado e presente!
O texto inicial diz: “Eu te conheci no deserto, em terra muito seca”. Talvez seja útil você saber que o termo
hebraico para “deserto” é midbbar, que seorigina de dahbaar, que significa “falar”. Sendo assim, o deserto é o
lugar onde Deus fala, onde Ele comunica Suas mais importantes mensagens.
“Deus sussurra em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas grita em nosso sofrimento: Ele é o seu
megafone para despertar um mundo surdo”(C. S. Lewis, O problema do sofrimento, Mundo Cristão).
Se não fosse a experiência do deserto, poderíamos passar a vida inteira sem ouvir ou conhecer o que o Deus do
universo deseja nos dizer. O deserto da vida muda isso. O deserto tem muitas faces, e é ali que Ele tem nossa
atenção.
No deserto você aprende a fazer coisas que nunca sonhou. Aprende a tolerar inconveniências e a suportar a
situação. Aprende a aceitar circunstâncias que nunca imaginou que viessem fazer parte da sua vida.
Mas lembre-se: você não precisa atravessá-lo sozinho. Deus está presente!
Perdido
Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são apenas
como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois
desaparece. Tiago 4.14
A vida segue um ritmo que muitas vezes se torna indomável, frenético, sempre avassalador e, no que diz respeito
ao tempo, irrecuperável. Somos envolvidos por uma agenda repleta e cheia de demandas que abrangem as mais
diversas áreas da vida (física, emocional, profissional, financeira, relacional, afetiva, espiritual).
Corremos tanto que muitas vezes fico pensando se realmente sabemos atrás de que corremos. Estamos realmente
no foco? Estabelecemos corretamente as prioridades? Trilhamos o melhor caminho? Fazemos a melhor escolha?
Estou dizendo isso tendo em vista situações que surgem de repente,e embora as saibamos possíveis, agimos diante
delas como se fossem remotamente susceptíveis a nós.
Poderíamos racionalizar essas situações tentando dar respostas ou oferecer segurança diante de fatos que se nos
apresentam, mas o que de fato nos parece ficar evidente é que estamos “perdidos”.
Foi esse o título de capa do caderno “Cotidiano” da Folha de S. Paulo, em sua edição de 02/06/2009, para referir-
se ao Airbus A-330 da Air France que se envolveu num trágico acidente depois de decolar do Aeroporto Tom
Jobim, no Rio de Janeiro, com destino a Paris, França. O avião caiu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo,
de mais de 30 nacionalidades diferentes, o que causou profunda comoção a todos nós.
Uma tragédia que expõe nossa total fragilidade – os fatos evidenciam essa verdade. Somos totalmente frágeis. É
preciso admitirmos isso.
Pascal disse: “Uma vida sem uma autoavaliação é uma vida que não é digna de ser vivida”.
Emmanuel Kant afirmou: “Avalia-se a inteligência de um indivíduo pela quantidade de incertezas que ele é capaz
de suportar”. A grande verdade exposta nesse pensamento de Kant é que fugimos das situações sobre as quais não
temos controle quase que instintivamente, e nossa inteligência estará relacionada com a maneira como suportamos
e compreendemos nossas fragilidades e convivemos, reagimos ou nos expomos a elas.
Some-se a isso o que considero um risco iminente e conflitante à nossa frágil natureza humana: a tragédia do
inacabado. Esta expressão foi usada pelo renomado empresário Dr. John Haggai em um seminário para líderes
empresariais de vários países do mundo. Nele o Dr. Haggai desafiou-os a considerarem os perigos da tragédia do
inacabado em várias áreas da vida.
Diante de fatos como o ocorrido com o avião da Air France, fico pensando sobre que eventos trágicos podem
somar-se à própria tragédia do acidente. Talvez palavras não ditas, confissões de amor não expressas, perdão não
oferecido, ausências justificadas, sonhos não vividos ou interrompidos de forma tão violenta.
As mais de 30 nacionalidades presentes nesse acontecimento revelam-nos que as tragédias não são seletivas –
todos estamos sujeitos a elas.
Sendo assim, desafio você a duas atitudes práticas para esse momento:
Somente a fé pode dar um entendimento maior e menor diante da morte, e diante dela o clamor por sentido é
fundamental.
Nunca julgue formal o gesto de compartilhar a dor do outro diante da perda. Ofereça sempre conforto e consolo.
Há momentos em que gestos falam muito mais que palavras.
Compreenda que não fomos criados para a morte, mas para a vida. Por isso a morte será sempre uma intrusa, uma
vilã, e como tal nos causa indignação. Ela é uma realidade trágica, não natural, que nunca fez parte do projeto
original de Deus para os homens.
Como cristãos, cremos que “pela morte de Jesus, matou-se a morte” (Lutero). Por isso não vivemos de fatalismos.
Antes de sermos um ser para a morte, somos um ser para a eternidade.
Conclusão
Creia em Deus. Busque uma experiência real de vida com Ele através da fé em Jesus Cristo, a maior e absoluta
manifestação do amor de Deus a todos nós. Ele veio para que tivéssemos vida em abundância, e vida eterna.
Deseje isso, busque isso.
Temos uma presidenta
Feliz a nação que tem Deus como o seu Senhor... Salmos 33.12
O Brasil elegeu sua primeira presidenta da República. Dilma Vana Rousseff, 63 anos, nascida em Minas Gerais e
filha de pai búlgaro e mãe mineira, é a primeira mulher a governar o país desde a instalação da República.
Embora seja um fato marcante e relevante – aliás, eram duas mulheres e um homem os três principais postulantes
ao cargo –, ela hoje se soma ao quadro de outras mulheres que estiveram ocupando lugar de destaque no poder ou
na sociedade, como Isabelita Perón (Argentina), Golda Meir (Israel), Michele Bachelet (Chile), Margaret Thatcher
(Inglaterra), Indira Gandhi (Índia), Benazir Bhutto (Paquistão) ou Angela Merkel (Alemanha).
No Brasil, pessoas como a princesa Isabel (responsável pela assinatura da Lei Áurea), Bertha Lutz (que lutou pelo
voto feminino) ou Carlota Pereira de Queirós (primeira mulher eleita deputada federal em 1933) escreveram seus
nomes em nossa história.
Nossa presidenta tem a oportunidade de fazer história ou ser apenas parte da História. Suas escolhas, suas atitudes,
suas decisões haverão de construir isso.
Nós também fizemos nossa escolha, ou até nos omitimos, como cerca de 20 milhões que se abstiveram de votar no
segundo turno, número suficiente para mudar o resultado da própria eleição.
Cansamos de ouvir, ver e assistir a políticos apresentando suas visões conflitantes, incoerentes, recheadas de
mentiras sem parcimônia, para desenharem nosso futuro, seduzindo-nos com sua visão de país. Fico pensando: que
país? Ou país de quem? Nosso ou deles?
Promessas de segurança, saúde, educação, estabilidade financeira, oportunidades para todos nos eram oferecidas
por candidatos que pareciam acreditar que nós acreditávamos neles. E, o pior, há muitos que realmente
acreditaram.
Não dá para acreditar que a política possa nos levar ao paraíso que muitos sonham.
Daqui a alguns anos lá estarão eles de novo vangloriando-se de suas realizações ou atacando as fragilidades do
adversário, e os marqueteiros, novamente organizando estratégias de convencimento.
Temo pela visão que temos do que seja um líder A. Cohen (bilionário americano) escreveu: “Liderar é a arte de
influenciar pessoas”. Ou seja, é apontar caminhos, é antecipar-se aos problemas que a maioria não vê e não é capaz
de identificar e tomar ações concretas de provimento de soluções a esses problemas. E essa influência deve estar
calcada em valores e princípios.
Isso é muito mais que se julgar “o salvador da pátria”. Muito mais do que se julgar “o cara”. Mais do que se ver
“acima do bem e do mal”, desrespeitando abundantemente a lei e banalizando sua transgressão.
Sobre que padrões, valores e princípios vamos edificar nossa sociedade, nossas famílias, nossa vida?
Sobre o dinheiro?
Se olharmos o que acontece em nosso mundo e, particularmente, o que aconteceu ao longo dos últimos anos,
poderíamos dizer que o dinheiro parece uma fundação que é mais areia que rocha.
Talvez alguns de nós têm confiado seufuturo ao sistema financeiro, guardando o suficiente para viver bem, ter uma
boa aposentadoria, e podemos acabar vendo esse dinheiro desaparecer em meio a uma crise.
Há dois séculos, John Wesley advertiu os metodistas sobre os perigos do sucesso e seus efeitos sobre a fé religiosa:
“Eu temo que
em todas as partes onde as riquezas aumentaram a essência da religião diminua na mesma proporção... pois
aumentará o orgulho, a ira e o amor ao mundo em todas as suas ramificações”.
De modo contrário, muitas vezes os problemas financeiros podem reconduzir-nos à dependência de Deus.
Começamos a prestar atenção às necessidades humanas concretas em vez de acreditar nas ilusões de uma cultura
de futilidades.
Sobre a política?
Acredito que, para que nossa sociedade seja mais sadia e funcione, nós precisamos de uma ajuda que a política não
nos pode oferecer.
Como disse o filósofo alemão Jürgen Habermas: “A democracia exige de seus cidadãos qualidades que ela não
pode oferecer”.
Os políticos podem invocar uma visão exaltada de uma sociedade próspera, sadia e livre, mas nenhum governo
pode suprir as qualidades de honestidade, compaixão e responsabilidade pessoal que devem sustentar essa visão.
Cremos que o Estado é laico, e isso é saudável para a liberdade de cada cidadão. Porém, as pessoas não são
“laicas”, a não ser por liberdade de escolha. Os ataques aos princípios cristãos de uma nação, esquecendo-se da
importância dos resultados positivos que ela traz a sua população em resposta às questões existenciais mais
agudas, são fruto, na maioria das vezes, de uma visão distorcida, míope ou preconceituosa.
Este nosso país, bem como nosso mundo, precisa do amor de Deus e também de Sua justiça. Precisamos sim ouvir
as palavras de Jesus e praticá-las. Se agirmos assim, aconteça o que acontecer, quer seja no mercado financeiro
nacional ou mundial, quer na economia ou na política, ou outra ameaça qualquer, quando as dificuldades surgirem,
as crises se estabelecerem, os vazios se colocarem diante de nós, teremos uma fonte inesgotável de vida, onde
poderemos nos apoiar e sermos sustentados pela fé.
“Ainda que a fé seja um ‘pulo no escuro’, como insistia Soren Kierkgaard, ela escuta muito bem a voz dos céus
antes de saltar. No Reino de Deus não há confiança estúpida, desconectada da revelação, e nós precisamos
conhecer a verdade com mais exatidão”, como escreveu Glênio Fonseca Paranaguá em A tara da balança (Ed.
Ide).
Sobre que base estamos construindo nossa nação, nossas casas e nossa vida?
Riqueza – Qual é a sua?
O dinheiro é o meio usado na troca de bens, na forma de moedas, notas ou ainda o “dinheiro de plástico”, como
foram chamados os cartões, usado na compra de bens, serviços, força de trabalho, divisas estrangeiras ou nas
demais transações financeiras, emitido e controlado pelo governo de cada país, que é o único que tem essa
atribuição. É também a unidade contábil. Seu uso pode ser implícito ou explícito, livre ou por coerção.
Usá-lo, guardá-lo, aplicá-lo, emprestá-lo, usá-lo emprestado como meio de adquirir bens, serviços ou realizar um
sonho de consumo são realidades presentes na vida de cada um de nós em nossa sociedade.
Tê-lo ou não passou a ser instrumento de aferição de valores numa sociedade voltada ao consumo, ao “ter” em
detrimento do “ser”.
Ter a capacidade de acumulá-lo ou multiplicá-lo passou a ser considerado uma virtude, e passamos a chamar isso
de “riqueza”. Rico é o que tem, possui, acumula, multiplica (dinheiro atrai dinheiro).
Em meio à crise estabelecida nesses últimos tempos em nosso mundo, tenho me atido a observar com atenção as
análises, textos e tentativas de interpretação do momento que vivemos como sociedade.
Em um texto publicado na Folha de S. Pauloem 03/03/2009, Paul Krugman, economista, colunista do New York
Times e professor da Universidade de Princeton (EUA), analisa o que chama de “Vingança do Excedente” e
elabora várias considerações sobre o momento atual iniciado, segundo ele, pelo excessivo volume de poupança.
Para ele, “ainda estamos tentando descobrir como sair dessa crise”.
“Nós somos continuamente afligidos por brilhantes oportunidades disfarçadas de problemas insolúveis” (Lee
Yacocca). Essa é a nossa esperança na leitura desse momento!
Daí, gostaria de sugerir algumas considerações sobre o dinheiro, seu real valor e sobre a riqueza:
Há benefícios na riqueza
A geração de riquezas por um país pode contribuir para a melhora da condição de vida de seus cidadãos. Quando
aplicadas de forma correta, podem contribuir para o bemestar das pessoas, provendo-as de condições de saúde,
educação e moradia.
Também na esfera pessoal, a busca pela riqueza é capaz de gerar motivações, criar incentivos, despertar e
promover a construção de sonhos. É capaz de promover bemestar e qualidade de vida.
Jacques Attali, economista e escritor francês nascido em 1943, em Les Juifs, le Monde et l’Argent, escreve que
“com a chegada de Jesus Cristo e o posterior desenvolvimento do cristianismo há uma revolução na atitude perante
o dinheiro, e que a Reforma Protestante os tem apregoado até nossos dias”.
A questão é: de que forma os benefícios das riquezas tem contribuído para a felicidade do homem moderno?
Há riscos na riqueza
A forma como lidamos com o dinheiro e a riqueza por ele gerada pode significar riscos imensos, cujos resultados
podem ser
Café com Deus
desastrosos. Isso porque o valor do dinheiro está muito além do que ele pode nominalmente representar.
No texto de Paul Krugman ele faz uma crítica aos banqueiros americanos, seduzidos pela ganância, envolvidos
pela liberdade produzida pela desregulamentação do sistema, que os levaram a “liderarem o mundo em termos da
descoberta de formas sofisticadas de enriquecer ao iludir os investidores”.
A palavra do apóstolo Pedro em sua primeira epístola parece-nos uma manchete de nosso jornal de hoje: “Vejam o
salário dos trabalhadores que produziram em nossas indústrias, e que vocês retiveram com fraude, está clamando
contra vocês”(1 Pe 5.4, tradução livre).
Lembra-nos o apóstolo Paulo escrevendo ao jovem Timóteo, aconselhando-o a observar esses riscos: “Os que
querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os
homens a mergulharem na ruína e na destruição” (1 Tm 6.9).
Perde-se o foco, desprezam-se valores, justificam-se os fins e despreza-se o que realmente tem valor.
Conclusão
Coloque em Deus a sua confiança e descubra na relação com
John Maxwell afirma: “Descobri que as mentes limitadas possuem desejos, mas as mentes notáveis são movidas
por causas” (Surpreenda-se com seu potencial, Mundo Cristão).
Muito das frustrações e fracassos de nossa vida tem a ver com uma constatação necessária e que temos esquecido:
qual é o meu propósito de vida? Muitos de nós são como Woody Allen, que afirmou: “Não importa o que eu faça,
gostaria de estar fazendo outra coisa qualquer”.
Chega a ser chocante constatar que as pessoas se afastam de valores que realmente podem fazer diferença em sua
vida e nunca conseguiram desenvolver um propósito suficientemente grande a ponto de permanecerem firmes nele,
ou um compromisso tão sólido que lhes permitisse fazer diferença de fato.
Motivações como planejar, arriscar, observar, doar, sacrificar, esperar, construir, priorizar têm sua razão de ser e
existir quando definimos o real propósito para nossa vida.
Acontece que “o que se encontra atrás de nós e o que se encontra à nossa frente são problemas menores,
comparados com o que existe dentro de nós” (Oliver Wendell Holmes, médico e pensador americano do século
XIX). E é o que existe dentro de nós que norteará as nossas decisões. Como disse John Wooden (O melhor de
mim): “Há obrigatoriamente uma escolha em tudo o que se faz. Por isso, tenha em mente que, no final, a escolha
que você faz é o que faz você”.
Quanto mais vivo, mais tenho consciência da importância de viver a vida com um propósito claro e definido.
Mas como caminhar nessa direção e como alcançar esse objetivo tendo, de um lado, minhas fragilidades e
limitações e, de outro, as pressões diárias e constantes por decisões que precisam ser tomadas?
Gostaria de sugerir um caminho:
Aquiete-se
Vivemos em um mundo de ruídos, barulhos, palavras, atividades. Tudo muito intenso e tendendo a nos roubar os
segredos que só o silêncio pode nos contar.
profunda dentro de nós. É preciso descobrir-se e ver-se a si mesmo com mais frequência e profundidade. Isso nos
confrontará com uma necessidade irremediável:
apoie na sua própria inteligência. Lembre de Deus em tudo o que fizer, e ele lhe mostrará o caminho certo” (Pv
3.5-6).
“Por que ouvir os zombadores... quando você pode, com os mesmos ouvidos,dar atenção à voz de Deus?” (Max
Lucado).
Confie a Ele seus direitos, seu futuro, sua vontade, seus sonhos, suas finanças, seu trabalho, sua família.
Creia: sob o Seu controle nada ficará fora de controle, pois Ele é totalmente fiel e confiável.
Conclusão
Bertrand Russel, matemático e filósofo ateu, escreveu: “A menos que se admita a existência de Deus, a questão
que se refere ao propósito para a vida não tem sentido”.
Rick Warren, em Uma vida com propósitos, observa: “A questão não é você. O propósito de sua vida é muito
maior que sua realização pessoal, sua paz de espírito ou mesmo sua felicidade. É muito maior que sua família, sua
carreira ou mesmo seus mais ambiciosos sonhos e aspirações. Se você quiser saber por que foi colocado neste
planeta, deverá começar por Deus. Você nasceu de acordo com os propósitos dEle e para cumprir os propósitos
dEle”.
Duas visões distintas e totalmente antagônicas. A escolha é sua. Sua escolha o fará.
Você foi feito por Deus e para Deus, e enquanto não compreender isso, a vida jamais terá sentido. É somente em
Deus que descobrimos nossa origem, nossa identidade, o que significamos, nosso propósito, nossa importância e
nosso destino. Todos os outros caminhos levam a um beco sem saída.
Busque em Deus o supremo propósito de sua vida.
Solidão
Falamos muito do mundo em que estamos, discorremos sobre política, economia e até sobre a vida de muitos
personagens da nossa sociedade, mas não falamos de nós mesmos, não trocamos experiências existenciais.
Nem mesmo o sucesso nos garante que não nos sentiremos sozinhos.
“Alguém já disse que, se você está sozinho no topo, é porque não levou ninguém consigo na escalada.”
A solidão intrapsíquica
É quando resolvemos abandonarmos a nós mesmos. Não dialogar consigo mesmo; não discutir os próprios
problemas,
dificuldades, reações.
É a crise do ser humano diante de si mesmo.
Pode surgir a partir das perdas que sofremos, de lutas, de
adversidades.
A importância de dialogar consigo mesmo (Sl 42.11 – “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas
dentro em mim?”).
Em um mundo onde não achamos tempo nem para nós mesmos, temos dificuldades de interiorizar e discutir com
liberdade e honestidade nossos próprios conflitos, metas, projetos, sonhos. Abandonamos nossa trajetória
existencial.
Conclusão
O enfrentamento da solidão e sua cura são fundamentais para dar sentido à própria vida.
Precisamos aprender a buscar a presença de quem nunca se faz ausente.
Em Mateus 28.20 Jesus diz: “... e eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”.
Traga a alegria de volta
O poeta expressou isso dizendo: “O trem que chega é o mesmo trem da partida”. Essas idas e vindas parecem
repetições sem fim.
As mais comuns, mais repetitivas, mais cansativas parecem ser as mais necessárias.
Ir ao trabalho e investir a maior parte de nossa vida nele, para dele retirar nosso sustento, parece ser inevitável.
Parece também que é importante que essas idas e vindas aconteçam, pois ir e não voltar pode ser trágico. Uma
viagem da qual não retornamos pode significar tragédia. A forma como um soldado volta da guerra pode significar
luto e dor. A maneira como saímos daquelas salas silenciosas dos hospitais (UTIs) pode revelar a vida ou a morte.
Voltar de um leito impuro da aventura ou da(o) amante pode significar destruição e ruptura.
Acontece que, na vivência dessa rotina do ir e vir, a mistura entre alegria e tristeza parece-nos algo inevitável.
A experiência atual em nossa vida não é só de alegria nem só de tristeza.
A grande dificuldade, muitas vezes, é lidar com as situações e com nós mesmos quando a tristeza chega.
Após um fim de semana intenso e cheio de alegrias, amanheci em uma segunda-feira cinzenta em vários sentidos.
Uma situação inesperada, uma dor de cabeça intensa e uma fragilidade exposta.
Até parece que poderia ser amplamente previsto. Lembrome de ter lido sobre um regulamento previsto em lei em
uma pequena cidade americana que dizia: “Os hidrantes de incêndio devem ser verificados uma hora antes de
qualquer ocorrência de incêndio”.
Essa momentânea, mas real, tristeza fez-me refletir. E gostaria de compartilhar essa reflexão com você.
O grande rei Salomão exortou-nos dizendo: “A alegria embeleza o rosto, mas a tristeza deixa a pessoa abatida”.
Essa é a experiência com a qual nos defrontamos muitas vezes. Como ver beleza em um rosto abatido, cansado,
oprimido pelas circunstâncias?
Viver em uma sociedade como a nossa, envolta em suas perdas de valores e do próprio sentido, quer da família,
quer dos relacionamentos, quer dos valores, é uma tarefa difícil. Semear o bem não é fácil. Crer e exercitar
princípios eternos não é fácil. Nadar contra a correnteza não é fácil. Por isso, nesse tempo presente de relativa
tristeza, é preciso encarar essa realidade.
E mais:
É necessário reagir à tristeza com as convicções do coração O mesmo Salomão nos ensina: “Todos os dias são
difíceis para os que estão aflitos, mas a vida é sempre agradável para as pessoas que têm coração alegre” (Pv
15.15).
Por isso, é preciso reagir à tristeza com as convicções firmadas no coração, escritas na alma, exercitadas pela
esperança real e verdadeira.
“A alegria faz bem à saúde; estar sempre triste é morrer aos poucos” (Pv 17.22).
Café com Deus
Charles Swindoll escreveu: “Um semblante verdadeiramente alegre vem de um coração feliz e não do desinteresse
pelas tragédias da vida”.
Conclusão
Celebrar nossas convicções ante as dificuldades e tristezas das idas e vindas do dia a dia é um exercício de fé
permanente.
“Quando eu realmente olho para Deus, eu melhoro, e o meu rosto também melhora” (Martin Loyd-Jones).
Partilho com você as palavras cheias de sabedoria de Elton Trueblood: “O cristão não é alegre por ser cego à
injustiça e ao sofrimento, mas porque está convencido de que estes, à luz da soberania divina, nunca são finais... O
humor de um cristão não é um meio de negar as lágrimas, mas de afirmar algo que é mais profundo do que elas”.
Algo que não gostaria de ouvir
... não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo
Espírito. 1Coríntios 2.13
Há notícias que você ou eu certamente não gostaríamos de receber de jeito algum. Elas chegam sem marcar hora
ou, melhor dizendo, na pior hora possível.
Acontece que elas podem ocupar um noticiário escrito, televisivo ou eletrônico. Até aí, nada conosco. O problema
é quando ela nos é dada diretamente e tem tudo a ver conosco.
Recentemente, chegando à minha casa, deparei-me com uma correspondência que me foi enviada. Antes mesmo
de abri-la já estava me indispondo com ela, por ter sido enviada por um remetente que representara para mim,
particularmente nos últimos anos, uma clara manifestação de insensatez, injustiça e incompetência e que havia nos
causado muitos danos.
Foi com este sentimento que abri aquela correspondência. E qual não foi a minha surpresa quando me deparei com
uma decisão favorável que reparava um dano cometido injustamente.
Não sei quanto a você, mas suspeito que, como em minha vida, a sua também já experimentou ou está
experimentando invasões de notícias ou situações intrusas, que você gostaria de não experimentar.
Elas nos chegam como um ladrão. Não aquele que poderia nos levar coisas, mas um ladrão que nos leva a
esperança, a alegria, a paz.
São circunstâncias ou pessoas que nos desestabilizam, nos levam ao desespero ou nos roubam energia, muitas
vezes já escassa.
“O desespero está ligado à convicção interna de que no fim é impossível impedir que as coisas se transformem em
algo concreto. O desespero leva o homem para próximo do túmulo, leva o homem a reconhecer que é
extremamente limitado” (Henri Nouwen,Cartas a Marc sobre Jesus, Loyola, 1999, p.18).
Por isso, “a cada manhã, feche a porta para o desespero. Se não o fizer, ele entrará sem ser percebido e o roubará.
Então, você logo verá que perdeu a paz” (Charles Swindoll, Dia a dia com Charles Swindoll, p. 72).
Há alguns dias recebi um telefonema que dava conta da situação de saúde de um muitíssimo precioso amigo e
irmão. Como uma intrusa indesejável e inesperada, essa notícia pegou-nos a todos de surpresa. E diante deste fato
só mesmo o serviço de entregas rápidas de Deus poderia fazer aquietar o nosso coração. E foi isso o que
aconteceu!
Estou falando de uma atitude que diz respeito a mim e a você diante de situações como essa: quando nosso
esforço, força ou compreensão não são suficientes (o que é absolutamente real), podemos buscar e usar o reforço
divino.
Se for assim, não hesite em pedir ajuda.
Diga a Deus que você está ficando sem esperança, sem forças, cansado, sem energia, sem ideias... Que não precisa
de “palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com
espirituais” (1 Co 2.13).
Esta é a promessa do socorro que virá diante da minha e da sua agonia.
“Deus nunca entra em pânico. Adoro isso. Traz-me um alívio extraordinário” (Craig Groeschel, Confissões de um
pastor, Mundo Cristão, p. 106).
Concluindo, transcrevo um trecho de um devocionário que muito me inspira (Dia a dia com Charles Swindoll):
“Se você tivesse câncer, o que faria? Discaria o número do céu e diria a Deus que tem uma emergência: ‘Estou
com câncer, Senhor, e preciso de sabedoria’. Nesse exato momento, Ele começaria a fazer suas entregas de
provisão.
De modo curioso, você descobre que seu maior inimigo não é a doença, mas sentimentos sutis e sorrateiros de
desespero, o ladrão da paz.
Assim, você passa a confiar no serviço de entregas diárias de Deus, a fim de ajudá-lo a atravessar mais um dia, e
depois, o seguinte.
Quando Dan Richardson, um cristão fervoroso, perdeu a batalha contra o câncer, as seguintes palavras foram
compartilhadas em seu serviço fúnebre:
• O câncer é limitado...
• Não pode mutilar o amor,
• Não pode corroer a fé,
• Não pode extinguir a paz,
• Não pode destruir a confiança,
• Não pode matar a amizade,
• Não pode excluir as lembranças,
• Não pode silenciar a coragem,
• Não pode invadir a alma,
• Não pode reduzir a vida eterna,
• Não pode apagar o Espírito,
• Não pode diminuir o poder da ressurreição.
Não é possível negar a doença, mas você pode impedir que o desespero o domine.
Onde quer que esteja, quaisquer que sejam suas circunstâncias, telefone diariamente para o serviço de entregas de
Deus, pedindo sabedoria, força e graça”.
Quando tudo parecer o fim, não tente segurar a mão de Deus; deixe que Ele segure a sua. Deixe que Ele cuide do
“segurar”, enquanto você se concentra no “confiar”.
Cruz e ressurreição
E em um momento assim, capaz de remeter-nos a alguns dias de feriado prolongado, a encontros de família, a
passeios relaxantes, a ovos de chocolate (irresistíveis, é verdade), não encontramos espaço para falar de eventos da
História, a um “drama da paixão” ou assuntos da “religião”.
Poderia me eximir de falar sobre esse momento, escolher outro tema, mas minhas convicções de vida e fé não me
permitem.
Isso porque não estou falando de um evento qualquer, mas do evento mais portentoso e estupendo que o mundo já
conheceu: a Cruz e a Ressurreição de Jesus Cristo.
Algum tempo atrás, conversando com um muçulmano a respeito de Jesus e o que este significaria para ele, aquele
homem assim se expressou: “Um profeta; o único que ressuscitou”.
Mas você pode me perguntar: o que isso tem a ver com minha vida hoje?
O hiato entre a sexta-feira e o domingo da ressurreição (ou domingo de Páscoa) diz respeito à nossa vida e suas
possibilidades. Ele expõe a realidade que é permanente diante de nossos olhos: entre a morte e a vida; a perda e o
achado; o choro e o riso; a desesperança e a esperança; o vazio e o encher-se de Deus.
Por isso, nesse momento, toda a manifestação do amor de Deus e a obra da salvação em Cristo ganham sentido.
Assim como Paulo (Cl 2.2), queremos dizer que temos trabalhado para que o coração de vocês seja cheio dessa
coragem de crer.
Isso tem sido uma verdade tão marcante em nós que tenho em meu coração a mesma convicção de fé de um irmão
que no momento de sua morte testemunhou: “Mesmo que eu quisesse, eu não podia; mesmo que eu pudesse, eu
não queria”. Em outras palavras: “Mesmo que eu quisesse viver sem Jesus, eu não podia; mesmo que eu pudesse
viver sem Jesus, eu não queria”.
Embora a Cruz e a Ressurreição sejam assuntos que causem pouco ou nenhum interesse em nossos dias, gostaria
de convidá-lo a refletir sobre esse evento, pois ele tem implicações eternas sobre nossa vida.
A Cruz não foi um acidente na vida de Jesus e não é um simples incidente teórico ou religioso na experiência de
um cristão.
Ela é uma realidade interior na vida do cristão, em que esse compreende, percebe e sente o grande amor de Deus
expresso em sua mais intensa manifestação. A Cruz é uma eterna decisão de Deus para mostrar o Seu amor por
cada um de nós.
Muito se explora a dramatização da Paixão de Cristo ou a crueldade da crucificação. Mas vale lembrar que a
crucificação é apenas um cenário exterior que revela a maldade humana.
A Cruz, por sua vez, deve ser uma realidade interior. Ela é a resposta da salvação de Deus para nossa vida. É a
oferta de um amor perdoador que transforma e dá sentido à vida e faz da fé uma experiência de vida, e vida em
abundância.
E a Cruz não é o fim da História. Jesus não permaneceu na Cruz. Ele ressuscitou!
A Ressurreição vem nos lembrar que nas realidades da nossa existência, independentemente de quão difíceis
possam ser em suas situações ou circunstâncias, há esperança de a vida acontecer, de haver transformação,
mudança, cura, restauração, provisão, socorro e salvação. Talvez você esteja vivendo um momento como a sexta-
feira.
Mas esse tempo nos faz lembrar que a manhã do primeiro dia de um novo tempo vai chegar. Que a vida triunfou
sobre a morte. Que a luz resplandeceu sobre as trevas. O pecado foi lavado pelo perdão do Sangue do Cordeiro.
O poeta cantou: “Porque Ele vive, posso crer no amanhã!”. Cristo ressuscitou! Ressuscitou, assevera-nos a Palavra
de Deus; ressuscitou, confirmam-no centenas de testemunhas de tão maravilhoso evento; ressuscitou, afirmam-no
as vidas de centenas de mártires que selaram a fé com o seu sangue; ressuscitou, anunciam milhões e milhões de
vidas libertas do pecado, as quais, pela eficácia do evangelho, tornaram-se novas criaturas.
Crer na ressurreição quer dizer transpor, desde já, pela esperança que antecipa o futuro, os limites que foram
transpostos ou rompidos pela ressurreição de Jesus crucificado. Nenhum limite, nenhuma barreira, nenhuma
dificuldade, nada neste mundo será capaz de matar a vida e a esperança que nasceram no coração do que crê em
Jesus Cristo.
É curioso pensar que muitos livros e relatos biográficos de personagens da História, quer tenham vínculos
religiosos ou não, terminam com a morte e o sepultamento desses personagens.
A história que celebramos fala de alguém que ressuscitou! Cristo vive!
O apóstolo Paulo diz em sua carta aos filipenses: “Tudo o que eu quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o
poder da sua ressurreição” (Fl 3.10).
Conclusão
Não dá para ficar indiferente à revelação do amor de Deus em Cristo, morrendo por nós e ressuscitando para que
por Ele tenhamos vida, e vida em abundância.
Assim, é necessário mudar referenciais, conceitos, valores, convicções e posturas. É necessário romper com o que
é menor, mesquinho, fútil, muitas vezes leviano ou irresponsável, e crer naquele que pode fazer diferença, porque
Ele nos vê em nossa unicidade: “Cada um de nós”. Eu posso senti-lO, andar com Ele, viver sabendo que estará
comigo todos os dias, mesmo quando “no vale da sombra e da morte”.
Muitos sentem dificuldades em crer na ressurreição. Poderíamos enumerar muitas evidências sobre ela. Mas, por
mais eficazes que sejam as evidências para convencer a mente, não são suficientes para transformar a vida.
Uma coisa é ouvir a mensagem, outra bem diferente é ter um encontro pessoal com o Senhor ressurreto. O nosso
desejo é que todos tenham essa experiência.
A cura pela palavra ou a palavra que cura
Como enfrentar tantas e tão grandes demandas em nossa existência? Como suportar essas pressões internas, que
fazem adoecer o corpo e a alma, que se exteriorizam e são traduzidas na forma como vemos o mundo ao nosso
redor, o outro com o qual nos relacionamos ou de quem nos afastamos?
Creio que esse processo passa por uma necessária cura interior. Mas como experimentá-la?
Se olharmos para a psicanálise, através de seu principal expoente
– Sigmund Freud (1856-1939) – encontraremos a crença da “cura pela palavra”. Ele afirmou: “Sofremos de
reminiscências que se curam lembrando”. Para ele, a palavra aos poucos se apresenta como uma chave precisa que
dá acesso aos portões da alma. Compreender a palavra é uma arte.
Assim, a terapia se apresenta como uma forma de comunicação entre o EU e o OUTRO e, mais importante ainda,
também como um instrumento de interlocução entre o nosso “eu externo” (Ego) e o nosso “eu interior”.
Muitos têm buscado e encontrado ajuda nas terapias. Outros têm adoecido nessa própria busca. Daphne Merkin,
crítico literário, ensaísta e romancista americano, em um artigo recente publicado na revista Times Magazine, conta
sua trajetória de 45 anos de análise dizendo: “Minha fé inabalável na possibilidade de autotransformação me
impeliu de um terapeuta a outro, eternamente à procura de algo que parecia fora de meu alcance”.
Gostaria de pensar em uma trajetória de nossas buscas em duas dimensões: a cura pela palavra e a palavra que
cura.
Sendo assim, sugiro desenvolvermos três posturas:
Os que esperam no Senhor renovam suas forças, sobem com asas como
águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam. Isaías 40.31
Durante a Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, lembrei-me de um interessante episódio contado
algumas décadas atrás pelo líder negro de Gana, James Aggrey (educador, intelectual, missionário e pastor do
século XIX), no período em que essa nação africana estava sob o domínio inglês.
Considerado inferior, em termos de cultura, religião e raça, pelos colonizadores, o povo africano, depois de tantos
anos de dominação, acabou assimilando a ideia de inferioridade, incutida anos a fio pela classe dominante
europeia. Nas escolas, na imprensa e até nas igrejas a propaganda era de que tudo o que se relacionava ao povo
europeu era melhor e superior ao africano.
Disse Aggrey: “Certo dia, um caçador saiu ao campo em busca de uma caça. Embrenhou-se floresta adentro, dias e
dias, sem nada encontrar. Após longa caminhada, o caçador encontrou no sopé da montanha um filhote de águia,
ainda sem plumagem, que havia despencado do ninho. O filhote estava machucado e fraco. Então o caçador
resolveu levá-lo para casa e cuidar dele. Tratou das feridas, alimentou o indefeso filhote e o colocou no galinheiro
nos fundos de sua casa. Ali, com as outras aves, o filhote cresceu.
Algum tempo mais tarde, passou por ali um técnico agrícola, e vendo aquele quadro grotesco, indagou do caçador:
‘Isto aí é uma águia, o que faz no galinheiro?’. E o caçador respondeu: ‘Isto aí era uma águia, agora é uma galinha!
Eu a apanhei recém-nascida e a criei como galinha. Ela cisca como galinha, dorme com as galinhas... nem para
voar ela presta’.
O técnico agrícola ficou indignado: ‘Isso jamais! Águia é águia e galinha é galinha’. ‘Pois é’, disse o caçador, ‘mas
esta aí agora é galinha. Virou galinha, deixou de ser águia’.
Nos dias que se seguiram, todas as manhãs o técnico agrícola tentava provar que quem nasce águia não pode ser
galinha. Subiu em uma árvore, e ao jogar para cima aquela imensa ave, ela caiu no galinheiro e, desengonçada,
escondeu-se com outras galinhas. O caçador a tudo via e achava graça. ‘Pois é, ela virou galinha!’.
No dia seguinte, o técnico subiu no telhado da casa e soltou a águia, mas ela não voou. E o camponês desafiou:
‘Desista disso, agora ela é galinha!’. Na última semana, o técnico subiu em uma montanha e levou consigo a dócil
águia. Ao amanhecer, com os primeiros raios de sol cortando os negros céus e a brisa forte farfalhando as penas da
águia, ele declarou: ‘Voe, águia, você foi feita para os céus. Voe para as alturas...’.
Assim que o sol despontou no horizonte, o vento forte sacolejou a ave das suas mãos, ela soltou um grunhido,
bateu as asas e subiu até se perder na imensidão dos céus...”
Na vida, diante de situações adversas, muitas vezes nos sentimos quebrados, e isso tende a reduzir-nos a uma
condição para a qual não fomos criados! Deus nos fez como águias.
Não se deixe domesticar como uma galinha aprisionada em um galinheiro, perdendo a visão do alto e a liberdade
de voar até as alturas! Às vezes nosso passado nos arrasta e nos prende, e assim perdemos a capacidade de
enxergar o que está ocorrendo em nosso presente e de olhar para o futuro. São nossos olhos que parecem
ofuscados, sem energia, insensíveis, sem capacidade de perceber qualquer possibilidade.
Quem sabe, as lágrimas do desespero ofuscam os seus olhos, enchendo-os de escuridão, dúvidas e medos.
E às vezes não é apenas o passado que provoca essa apatia, inércia, mas sim um passado frustrante, marcado pela
derrota, pela desesperança, pelo desapontamento.
... ainda que a terra seja abalada, e os montes caiam nas profundezas do
oceano... ainda que as águas tumultuem e espumejem, e na sua fúria os
montes se estremeçam. Salmos 46.2-3
Há alguns anos estamos contabilizando diversas tragédias em muitos países relacionadas à questão climática. Isso
tem suscitado discussões sobre as agressões à natureza e as respostas que esta tem dado a esses fatos.
A verdade é que estamos longe de cumprir a tarefa que nos foi confiada pelo Criador no Gênesis para cuidar de
toda a criação, dominando sobre ela e usando-a de maneira adequada para nosso mantimento e sobrevivência.
Em nosso país, e particularmente em São Paulo, as chuvas de verão parecem não cessar e causam diversas mortes
e transtornos ao dia a dia dos cidadãos.
Porém, esse fato ficou pequeno ante a tragédia que se abateu sobre os haitianos. Centenas de milhares de pessoas
morreram vítimas de um terremoto. As cenas de destruição ficavam diminuídas ante as tragédias humanas
envolvendo milhares de pessoas, adultos e crianças, homens e mulheres, em uma luta desesperada pela busca de
sobreviventes, acompanhada da luta frenética e não menos desesperada por alimentos.
A velocidade e a facilidade das informações dão conta de outras tragédias, como a da Ilha da Madeira, a do interior
da Bolívia, na Turquia, o terremoto no Chile, além de outras “menores”, principalmente para quem não as viveu.
Não sou especialista em sismologia, mas, ao ler o texto do salmo 46, dá-me a nítida impressão de que os autores
do texto sagrado (os filhos de Coré) conheciam ou passaram por experiências no mínimo semelhantes às que
descrevemos (claro que contextualizadas à época).
Isso porque:
Além e acima de tudo, uma lição filosófica sobre a própria vida. E aí, somente quem já experimentou e vivenciou
uma experiência assim pode dizer:
Essa é uma certeza tão absoluta e experimental que somente a fé pode proporcionar.
O salmista diz: “Deus é o nosso refúgio e a nossa força, socorro que não falta em tempos de aflição” (Sl 46.1).
Nos tempos de aflição costuma faltar amigos e sobrar decepções. Costuma faltar paz e tranquilidade e sobrar
tensões. Costuma sobrar medos e faltar esperança e fé.
Creia: Deus deseja ser sempre um refúgio seguro e um socorro presente. Quando tudo parecer “tremer” e se
“abalar”, Ele sempre virá ao seu socorro, não por suas circunstâncias apenas, tampouco por seus merecimentos,
mas por Seu amor imenso e interesse absoluto por sua vida.
É Ele quem nos diz ante essas situações: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46.10).
“A causa do amor de Deus ao ser humano não está no ser humano, mas somente na própria graça e no próprio
amor de Deus” (Dietrich Bonhoeffer, Ética).
“Sem a solidariedade de Jesus que surge para trazer um novo começo na nossa existência, é impossível andarmos
sozinhos diante das crises da nossa vida. Na presença do Jesus divino, do Jesus solidário é que a nossa vida nasce
de novo” (Henri Nouwen, Compaixão).
Conclusão
A experiência vivida pelo salmista é para mim e para você também. Deseje isso!
Tempestade e esperança
... e levantou-se grande temporal. Marcos 4.37
Durante uma viagem a Campinas, vi-me em meio a uma grande tempestade. A visão ficou prejudicada. O perigo
ganhou outra proporção, e reduzir a velocidade foi inevitável e prudente.
Isso me fez lembrar que as tempestades são inerentes ao nosso existir. Quando se trata da existência humana,
devemos reconhecer que temos enfrentado em nosso viver diário inúmeras tribulações (tempestades) e desafios.
Negar isso pode favorecer a alienação e o afastamento da realidade.
Lembrei-me de um episódio da vida de Jesus relatado em Marcos 4.35-41. Aquela tempestade era fruto de um
tufão de ventos que sopravam pela depressão siro-africana, um fenômeno ainda hoje respeitado pelos marinheiros
do mar da Galileia. O perigo de fato existe, não em razão do mar – que não passa de um lago –, mas por causa do
cânion que conduz os ventos quentes do deserto e os despeja sobre a depressão do lago com fúria terrível.
No meio cristão a passagem da tempestade é vista como uma demonstração do poder de Deus sobre a natureza ou
como interpretação alegórica de como Ele acalma as circunstâncias da vida, o que também é verdade. Mas isso não
é tudo.
Conclusão
Se os ventos continuam a soprar e a chuva a cair, somos convidados a perceber que os céus se aproximam de nós.
Não fuja disso. Não há outra escolha melhor.
G. H. Knight escreveu: “Há uma coisa melhor do que
As tempestades deveriam servir mais para que nos conhecêssemos do que para que conhecêssemos o poder de
Deus (v. 40).
Acalmar ondas para Deus é fácil. O difícil é acalmar o coração.
As ondas lhe obedecem. O coração é resistente e rebelde.
Aprenda a confiar em Deus. Descubra-O. Busque-O.
Que venham as tempestades! Que brotem as esperanças!
Princípios para tempos de decisões
Porque para Deus não haverá impossíveis. Lucas 1.27
Tive o privilégio de conhecer o Canal do Panamá. Como imaginava, trata-se de um dos grandes feitos da
engenharia mundial, cujos números impressionam por sua grandeza. São 80 quilômetros entre o Atlântico e o
Pacífico, que podem ser percorridos em 8 horas. O custo da travessia chega a US$ 235.000 e exige um volume de
água doce do lago Gatún de mais de 100 milhões de litros em cada operação.Desde sua abertura, em 15 de agosto
de 1914, o número de operações já passou de 940.000.
Impressiona a história de sua construção. Iniciada pelos franceses em 1879, foi abandonada dez anos depois
devido a problemas financeiros, de planejamento e principalmente doenças (malária), que mataram centenas de
trabalhadores.
Foi concluído sob o comando dos EUA, tendo ficado sob sua administração até 31/12/1999, quando passou ao
domínio do governo do Panamá, representando hoje um grande orgulho nacional e sua quarta maior fonte de
riqueza.
No dia de sua inauguração milhares de trabalhadores de diversas nações cantaram uma canção: “Há algum rio que
você acha impossível cruzar? Algumas montanhas onde não se podem escavar túneis? Nós somos especialistas em
coisas que se imaginam impossíveis e fazemos o que ninguém mais poderia fazer”.
Realmente deve ter significado muito aquele momento de conquista, assim como o momento de conquista do povo
panamenho quando assumiu o domínio completo de seu território. Acontece que, normalmente, costumamos nos
concentrar nos eventos importantes da vida, associados a épocas de realizações que a marcaram. Com entusiasmo
ansiamos pelo nascimento de um filho, pelo dia do nosso casamento, pela formatura tão esperada, pela promoção
no emprego. Tempos de decisões que são movidas por situações de conforto, realização e sucesso são muito
agradáveis de serem vividos. E, diga-se de passagem, não há nada de errado em celebrá-los.
A questão é que em tempos de insegurança, incerteza, falta de horizontes claros e definidos as decisões precisam
continuar a acontecer, e tomá-las em meio a circunstâncias assim, às vezes de forma inesperada ou quando não
foram provocadas direta e voluntariamente por nós, é algo muito mais complexo.
Fazer escolhas diante de um momento de crises, ter de enfrentar um fracasso pessoal, manter a posição em
determinada questão, fazer uma escolha desagradável ou passar por algum tipo de sofrimento, embora não
desejados por ninguém, certamente vão contribuir para nosso crescimento e amadurecimento, bem como nos
ajudar a identificarmos quem realmente somos.
Sim, porque em momentos de definição nosso caráter não é construído; ele é revelado!
Quando você parte para afirmações do tipo: “não consigo”, está apenas assumindo que “não vale a pena tentar” ou
“nunca dá certo com você”, e naverdade pode estar sinalizando alguém que é preguiçoso, acomodado, que desiste
com facilidade quando o caminho a ser percorrido é árduo e duro.
Gostaria de sugerir que em meio amomentos de decisões e escolhas você os encare e veja como tempos de
oportunidade.
Oportunidade de novas descobertas (sobre você mesmo e sobre os outros). Oportunidade de dar a volta, mudar de
direção e buscar um novo propósito pelo qual valha a pena viver.
Alguns significarão um ponto de partida ou um novo começo. Outros significarão correções de rumo e
oportunidade de avaliações.
Lembrome das palavras de Brian Dyson, ex-vice-presidente e diretor operacional da Coca-Cola, que afirmou:
“Imagine a vida como um jogo no qual você tem de equilibrar cinco bolas ao mesmo tempo: o trabalho, a família,
a saúde, os amigos e a vida espiritual. E você não pode deixar nenhuma delas cair. Logo você perceberá que o
trabalho é uma bola de borracha – se ela cair, depois volta e dá para pegar de novo. Mas as outras quatro bolas – a
família, a saúde, os amigos e a vida espiritual – são feitas de vidro. Se uma delas cair no chão, ficará
irremediavelmente arranhada, marcada, avariada, prejudicada ou mesmo quebrada. Nunca mais será a mesma. É
preciso compreender isso e se esforçar para dar equilíbrio à vida” (citado por John Maxwell em O livro de ouro da
liderança, Thomas Nelson Brasil, p. 39).
Talvez você precise de uma nova atitude, ou de estabelecer prioridades, ou ainda cuidar melhor de sua saúde, ou
assumir compromissos apropriados diariamente, ou administrar melhor suas finanças, ou investir nos seus
relacionamentos, ou reavaliar seus valores.
Mas, acima de tudo, busque uma experiência de fé viva e profunda com Deus.
Lembre-se dos homens que construíram o Canal do Panamá. Eles fizeram o que parecia impossível.
George Charles Inwood (Procurador da República na Inglaterra, nascido em 1899) escreveu: “Quando Deus quer
fazer algo maravilhoso, Ele começa com uma dificuldade; quando vai fazer algo muito maravilhoso, Ele começa
com uma impossibilidade”.
Jesus nos deixou um recado: “Porque para Deus não haverá impossíveis” (Lc 1.27).
Busque essa experiência. Deseje essa experiência de fé viva e profunda com Deus.
Em tempos de decisões, essa certamente será a mais importante que você poderá tomar.
Integridade
O Senhor era com José. Gênesis 39.1-6
A integridade é uma das virtudes mais ausentes em nossa sociedade pós-moderna. E ela é crucial para o sucesso e
realização do ser humano, tanto profissionalmente como em seus relacionamentos.
É extremamente difícil, para não dizer insuportável, o convívio com uma pessoa que não demonstre integridade
em sua conduta.
Stephen R. Covey, autor de Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes, escreveu sobre a integridade: “Se eu
tentar usar estratégias para influenciar pessoas e táticas de como agir para que outras façam o que eu quero,
trabalhem melhor, fiquem mais motivadas, gostem de mim e também umas das outras, enquanto o meu caráter é
fundamentalmente falho, marcado por duplicidade e falta de sinceridade, então, a longo prazo, não posso ser
bemsucedido”.
O texto de Gênesis 39.1-6 descreve a experiência de José.
Conclusão
Comprometa-se com uma vida íntegra.
Comprometa-se com a honestidade, a confiabilidade, a boa
reputação (Provérbios 22.1 diz: “Um bom nome é mais desejável do que grandes riquezas”). A boa reputação é
reflexo de um bom caráter. D. L. Moody escreveu: “Se eu cuidar de meu caráter, minha reputação cuidará de si”.
Fazendo a escolha certa
Além disso, somos conhecidos como o povo que sabe “dar um jeitinho”. À parte a nossa imensa criatividade,
temos como sociedade, como família, como indivíduos muitas vezes colhido os frutos de atitudes precipitadas,
escolhas forçadas, impulsivas, dissociadas de parâmetros e princípios éticos e morais, além de princípios que
dizem respeito à nossa espiritualidade.
Constantemente somos chamados a fazer escolhas e tomar decisões. Talvez seja essa a atitude mais requerida de
nós. Até para não exercitá-la é preciso praticá-la. Ou seja, até não tomar uma decisão representa tomar uma
decisão.
Essas escolhas dizem respeito a nós mesmos – como você geralmente decide se um comportamento ou escolha é
certo ou errado?
Essas escolhas dizem respeito ao meio onde vivemos – família, amigos, sociedade.
Nossas escolhas e decisões vão sendo tomadas a partir de premissas que estabelecemos como verdades para nós, a
partir da nossa percepção do meio, do aprendizado assimilado ou experimentado por nós ao longo da nossa vida.
Gostaria de contar um episódio da vida de um homem, e a partir dele elaborar algumas sugestões, no propósito de
ajudá-lo a fazer escolhas certas.
Seu nome é Moisés, e o episódio aconteceu em um momento muito significativo de sua vida.
Moisés nasceu em uma choupana de escravos que serviam ao Faraó no Egito, e as mudanças que se seguiram ao
seu nascimento foram imensas. Ele saiu da choupana e foi para o palácio. Foi educado em toda a ciência dos
egípcios. Frequentou o “Templo do Sol”, ou a “Oxford do mundo antigo”. Teria estudado ciências, medicina,
astronomia, química, teologia, filosofia, direito, e possuía conhecimentos de escultura, música e pintura. Tornou-se
“conhecedor de toda a sabedoria dos egípcios”.
Os estudos o transformaram em “um homem poderoso em palavras e obras”. Valorizado, líder competente,
qualificado, possuidor de carisma. Preparado para o trono e orgulho do Egito!
Mas ele também era “vulnerável”.
Certo dia, saindo ao campo onde os escravos trabalhavam, viu um egípcio espancando um hebreu. Olhou de um
lado e de outro, e não vendo ninguém, matou o egípcio e o escondeu na areia.
Esta escolha o levou a fugir do palácio do Faraó, abdicar do trono do Egito e alterar radical e totalmente seu estilo
de vida.
Vulnerável. Como eu e você. Apenas uma escolha, e a vida foi transformada.
Eis, a partir de minhas observações, algumas sugestões:
Fins dignos não são alcançados por caminhos indignos Esta é uma consideração pouco presente em nossos dias.
Às vezes, em busca de nosso ideal, agarramos o volante de nossa
vida, pisamos no acelerador e, sem respeitar quaisquer limites, atropelamos nossa própria vida e de outros ao nosso
redor.
Cuidado com os atalhos, com o jogo fácil, com a oferta tentadora. Fala-se muito de ética nos negócios. O que deve
existir é ética nas pessoas.
Não exija integridade das pessoas se você não está disposto a agir com integridade. Comece com você mesmo.
A hora oportuna é tão importante quanto a atitude
Quantas vezes fazemos a coisa certa na hora errada... e as coisas desandam bem à nossa frente? Prematuramente!
Queremos mudar outros, movê-los a uma transformação. É preciso começar com nós mesmos.
Às vezes nos deixamos envolver por nós mesmos. Afinal, somos fortes demais, educados demais, cultos demais,
talentosos demais. Regular a velocidade em busca de nossas realizações será sinal de força ou de fraqueza?
É preciso aprender que a vida vai se mover em seu próprio ritmo.
Quando a escolha se baseia em caminhos indignos, invariavelmente há algo a ser ocultado. Torna-se uma
necessidade.
Uma escolha insensata, precipitada, e lamentamos o resto da vida. Alguns centímetros de areia solta não escondem
nada. Estou certo de que a partir daquele momento Moisés decidiu nunca mais esconder coisa alguma. Ele seria
transparente.
Esconder foi o primeiro ato de Adão e Eva após o pecado. E estamos nos escondendo até hoje.
“Somos todos como a lua. Temos um lado escuro que não queremos que ninguém veja” (Mark Twain).
Você já percebeu que ninguém gosta de compartilhar suas experiências de fracassos? Por que não visitamos o
outro lado? Quando foi a última vez que você entrou em parafuso? Pode contar como se sentiu ao passar por uma
grande decepção?
Conclusão
Esse será mais um dia cheio de escolhas. Algumas fáceis, outras talvez mais difíceis.
Gostaria de sugerir a você uma oração: “Ó Deus Eterno, ensiname os teus caminhos; faze que eu os conheça bem”
(Sl 25.4).
Ansiedade
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os
seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal. Mateus 6.34
Em virtude da crise de saúde de meu pai e da investigação médica para identificar as causas de uma
descompensação respiratória, passei por uma marcante experiência.
Dois médicos da área de cardiologia, menos interessados em medicamentos e exames e mais em penetrar no
mundo do paciente, detectaram possíveis níveis de estresse ou ansiedade nele.
Então me lembrei de Jesus de Nazaré, que 20 séculos atrás já falava de temas que só seriam discutidos pela ciência
agora.
Trata-se de uma das doenças mais frequentes em nossos dias:a ansiedade. A ansiedade é o pavor da alma. Ela
estanca o prazer de viver, fomenta a irritabilidade, estimula a angústia e gera inúmeras doenças psicossomáticas
(cefaleias, dores musculares, fadiga excessiva, sonos perturbado, transtornos alimentares como bulimia e anorexia
nervosa).
Achamo-nos livres, mas somos prisioneiros de nós mesmos, de nossas ideias de conteúdo negativo.
Governamos o mundo exterior (em seus diversos níveis), mas temos enormes dificuldades de gerenciar nosso
mundo interior – dos pensamentos e emoções.
“prevenção” diante dos fatos e dos problemas ou dificuldades, mas Ele lembrava os riscos de “andar ansioso”.
Preocupações exageradas com a sobrevivência e a desvalorização do ser em relação ao ter. Ter bens não é melhor
que ser tranquilo, alegre, coerente. Esta inversão de valores cultiva a ansiedade e seus frutos: insegurança, medo,
apreensão, insatisfação, angústia. Fazemos seguros de vida, da casa, do carro, mas ainda assim não resolvemos
nossa insegurança. Há uma ansiedade natural (só não a tem quem está morto) que não deve ser transformada em
um “andar ansioso”.
de pensamentos.
Muitas vezes, no entanto, usamos isso contra nós mesmos. O problema ainda não ocorreu, e já estamos
angustiados por
“Às vezes me preocupo com aquilo que posso mudar... nesse caso, é minha responsabilidade fazer alguma coisa a
respeito... meu fardo mais pesado é descobrir como parar de me preocupar com coisas que não posso mudar (…) A
preocupação mantém você distante do que o Senhor tem de melhor para sua vida. Por isso, mantenha sua mente
longe do ‘e se’ que o medo alimenta” (Craig Groeschel, Confissões de um pastor, p. 96, 102).
Conclusão
“A ansiedade começa onde termina a fé, e a fé genuína começa onde a ansiedade termina” (George Müller, citado
por Craig Groeschel, Confissões de um pastor, p. 104).
Pense: Deus nunca entra em pânico. Adoro isso. Traz-me um alívio extraordinário.
Fico pensando como Deus se sente quando não acreditamos no que Ele nos diz; quando deixamos de confiar em
Seu poder e em Suas promessas; quando nos preocupamos em vez de crer n’Ele.
Um milagre
... eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. João 10.10
Um milagre! Muitas vezes ouço essa frase em diversos contextos e situações do meu trabalho pastoral.
Isto é o que pessoas dizem para descrever situações difíceis de relacionamentos que se encontram em um momento
difícil: “Preciso de um milagre!”.
São relacionamentos despedaçados – pais e filhos, maridos e esposas, irmãs e irmãos, vizinhos e colegas de
trabalho, pessoas que não falam umas com as outras. Você sabe do que eu estou falando.
Você encontra pessoas sorrindo, mas quando nos aproximamos delas, descobrimos que estão feridas, machucadas,
solitárias. Situações que são fruto de relacionamentos medíocres e dolorosos.
Talvez você esteja dizendo: “Há muito tempo que abandonei essa ideia. Não tenho um relacionamento com Deus”.
Eu reafirmo: todos nós temos um relacionamento com Deus. Quer admitamos ou não, quer gostemos ou não, quer
creiamos ou não, tornamos esse relacionamento disfuncional ou distante, mas, de qualquer forma, um
relacionamento.
Você tem um pai, quer goste disso ou não, esteja ele vivo ou morto, seja ele íntegro ou um criminoso, tenha você
um relacionamento maravilhoso ou doloroso com ele. Você tem um pai.
Você foi criado para ter a necessidade de ter relacionamento com Deus.
Pascal, filósofo francês, disse que “cada pessoa foi criada com um desejo perene e profundo por algo mais, e
apenas o conhecimento de Deus satisfaz esse anseio”.
Além disso, Deus é sério a respeito de Seu relacionamento com você. A Bíblia afirma: “Pois o Senhor... é Deus
zeloso” (Êx 34.14).
Todos os seus outros relacionamentos saem do prumo se você ignorar seu relacionamento com Deus. Ele deseja
equipá-lo com tudo que precisa para ter uma vida relevante e relacionamentos satisfatórios.
Ele nos oferece uma vida abundante.
Rick Warren, em seu livro Uma vida com propósitos, descreve como Deus nos vê:
“Você não é um acidente. Seu nascimento não foi um engano ou um infortúnio, e sua vida não é um acaso da
natureza... Deus o concebeu em sua mente, muito antes de seus pais o conceberem. Ele o idealizou antes... Ele fez
seu corpo sob medida, exatamente como queria. Ele também determinou seus talentos naturais e a unicidade de sua
personalidade... E o mais surpreendente, Deus decidiu como você nasceria. Deus tinha um plano ao criar você,
independentemente das circunstâncias de seu nascimento ou de quem sejam seus pais. Não importam se seus pais
são bons, ruins ou indiferentes. Deus sabia que aquelas duas pessoas tinham exatamente a constituição genética
para criar ‘você’, alguém que ele tinha em mente. Eles tinham o DNA que Deus queria para fazer você... Deus
nunca faz nada por acidente e nunca comete erros. Ele tem um propósito para tudo que cria... Deus pensava em
você antes mesmo de criar o mundo... Isso é o quanto Deus ama e valoriza você!”.
Conclusão
Quando você tem um relacionamento saudável com Deus, está na melhor posição para ver a si mesmo como Ele o
vê, o que resulta em um relacionamento mais saudável consigo mesmo e com os outros.
Lembre-se: fomos feitos com a capacidade de escolher. E até não escolher é, em si mesmo, uma escolha.
Termino como comecei: Um milagre! Você precisa de um em sua vida? Conheço um especialista!
Gosto de viver à espera do milagre. Do milagre da vida, do relacionamento melhor, da alegria de amar a Deus, de
vivê-lO abundantemente, de expressá-lO ao outro ou de vê-lO na vida do outro.
Ainda creio que meu Deus é sim Deus de milagres!
A olimpíada da vida
Todo atleta que está treinando aguenta exercícios duros... 1 Coríntios 9.25
Os Jogos Olímpicos foram criados pelos gregos por volta de 2500 a.C. Na cidade de Olímpia, eles disputavam
algumas modalidades de esportes (atletismo, lutas, corridas de cavalos), e os vencedores eram recebidos em suas
cidades como heróis e ganhavam uma coroa de louros.
Em 392 a.C. eles foram interrompidos e retomados apenas em 1896, em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de
Fredy, conhecido como Barão de Coubertin.
Desta primeira olimpíada da era moderna participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo,
esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados
com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.
Ficamos fascinados com a beleza e a amplitude que esse momento singular do esporte mundial traz para dentro de
nossas casas. O desfile das delegações, as experiências singulares que passarão a fazer parte da vida dos atletas, as
derrotas e vitórias que os marcarão.
O grande fabricante de carros Henry Ford (1863-1947) observou: “Antes de tudo, preparar-se é o segredo do
sucesso”.
Não adianta apenas ter talento.
O sucesso é algo que precisa ser conquistado. E nesse caso, a preparação é um processo, não um evento.
Acontece que vivemos em uma sociedade de soluções fáceis. Pensamos e queremos sempre soluções rápidas e
imediatas.
Talvez as conquistas tecnológicas, o aperfeiçoamento de métodos e procedimentos possam trazer muitos avanços
em termos de construções, tecnologia de informação, imagens, sons, etc., no entanto a preparação não compreende
ou está restrita a coisas, mas envolve pessoas. E, nesse caso, torna-se um processo.
É buscar constantemente ser o melhor em sua área.
Você já imaginou quanto tempo e dedicação o jovem nadador americano Michael Phelps investiu para alcançar o
recorde de maior medalhista dos Jogos Olímpicos da era moderna?
O apóstolo Paulo, que certamente conheceu os Jogos Olímpicos de seu tempo, descreve a experiência da fé como
uma corrida de obstáculos, em que todo empenho e preparação devem estar presentes: “Vocês sabem que numa
corrida, embora todos os corredores tomem parte, somente um ganha o prêmio. Portanto, corram de tal maneira
que ganhem o prêmio” (1 Co 9.24).
Não espere as oportunidades para então se preparar para elas. John F. Kennedy disse: “O tempo de reparar o
telhado é quando o sol está brilhando”.
Determinação
“As lembranças de amanhã são extraídas das decisões de hoje” (Charles Swindoll, Dia a dia com Charles
Swindoll, p. 18).
Alguém escreveu que: “a diferença entre pessoas bem-sucedidas e as outras não está na falta de força, nem na falta
de conhecimento, mas, em vez disso, na falta de determinação”.
O que você tem feito para crescer? O que você tem feito para investir em você mesmo? Encontre as coisas que
você faz bem, tem talento, dons, porque são nelas que você deve crescer.
O mesmo apóstolo Paulo escreveu: “Faço tudo por causa do Evangelho a fim de tomar parte das suas bênçãos...
pois nós queremos receber uma coroa que dura para sempre” (1 Co 23, 25).
Perseverança
Nenhum atleta chega a uma olimpíada sem que seus dias, meses e, por vezes, anos sejam marcados por
perseverança.
A vida não é uma maratona. É sim uma série de pequenas corridas, uma após a outra. Cada tarefa tem seus
próprios desafios. Cada dia é marcado por seus próprios eventos.
O inventor Thomas Edison disse: “Muitos dos fracassos na vida acontecem porque as pessoas desistem sem
perceber o quanto estão próximas do sucesso”.
Quantas adversidades, provações, pressões, fracassos ou dificuldades? A maneira como lidamos com eles muitas
vezes nos definem.
Aprenda a enxergar as adversidades como oportunidades. Elas haverão de gerar maturidade.
Conclusão
“Os desafios fatalmente surgem, e com eles a oportunidade de enfrentá-los a cada um com determinação e
coragem. O resultado é que depois que o desafio passar você poderá se tornar uma pessoa melhor que
anteriormente” (Jeff Martin).
“As tempestades da vida não indicam a ausência de Deus, assim como as nuvens não indicam a ausência do sol”
(J.Blanchard).
A vida é feita de vitórias e derrotas. Viva na certeza da presença de Deus. Confie n’Ele, entregue seu caminho a
Ele e receba d’Ele o prêmio da vida abundante e da vida eterna.
Você é feliz?
Aliás, essa é uma característica do homem moderno: prolixo para falar e comentar sobre o mundo em que vive,
mas emudecido sobre o seu próprio mundo.
Bem, voltando à pergunta: você é uma pessoa feliz? Você é uma pessoa alegre? Sua esposa pode afirmar que você
é feliz? Seu esposo pode dizer isso a seu respeito? Seus filhos podem dizer isso de você? E as pessoas que
trabalham com você dia a dia diriam isso a seu respeito?
As pessoas com as quais você se relaciona consideram você alguém feliz? Será que é possível ser feliz em um
mundo como o nosso? Um mundo envolto em tragédias, guerras, conflitos de toda natureza, violência, morte,
abandonos, enfermidades, morte?
Muitos associam a felicidade ou a alegria ao fato de “ter” coisas. Valoriza-se pouco o “ser” em detrimento do “ter”.
William Shakespeare disse: “Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que
temos...”.
É verdade. Falta-nos a dimensão do muito que temos, em detrimento do pouco que nos falta.
O que poderia servir para nos dar e multiplicar a alegria muitas vezes tratamos como parâmetro ou medida para
nos sentir frustrados ou tristes pelo que aparentemente ainda nos falta.
Um precioso amigo e irmão descreveu essa situação chamandonos a atenção para vários fatores e situações na vida
que podem transformar-se em verdadeiros ladrões da alegria de nossa vida:
Circunstâncias
Elas se caracterizam pela sua imprevisibilidade. Elas acontecem ao arrepio de nossa vontade. Elas vêm de forma
inesperada. Elas não são sequer seletivas.
O fato é que elas se apresentam e somos por elas confrontados.
Você sonhou em construir uma família. Escolheu uma esposa e sonharam com um lar feliz. Tiveram seu filho, e
hoje ele é rebelde, envolvido com drogas, distante.
Você se esforçou em cumprir todos os quesitos que o habilitariam a ocupar o cargo que desejava em sua empresa,
mas de repente houve mudanças mercadológicas, mudança de direção, e tudo virou apenas um desejo.
Você transformou o escritório de casa em um quarto de bebê. Prepararam-se e esperaram, e então acontece um
aborto involuntário.
Um acidente, uma tragédia, uma enfermidade, um divórcio, um abandono de quem amávamos, uma reprovação no
vestibular, um desemprego, uma traição.
Pessoas
Sofremos mais por gente do que por causa de coisas. Temos mais queixas uns dos outros porque erramos uns com
os outros.
Por tudo isso, temos a necessidade constante, premente de oferecer perdão. Isto se torna uma exigência, pois sem
ele a nossa alma adoece. O perdão é a assepsia da alma.
Sabemos que não é fácil perdoar C. S. Lewis disse: “Todos dizem que o perdão é uma bela ideia, até terem algo a
perdoar”.
Mas precisamos reconhecer que “o perdão é a única alternativa que pode deter o ciclo da culpa e da dor,
interrompendo a cadeia da ausência da graça” (Philip Yancey, Maravilhosa graça).
Ansiedade
Esse é o mal do nosso século. Não é à toa que o sentido da própria palavra no grego é estrangulamento, no sentido
de sufocar.
Ela o mantém distante do melhor que a vida pode oferecer. Leva-o a perder o hoje em detrimento da pré-ocupação
pelo amanhã.
Hoje se manifesta em todas as idades. Até as crianças estão estressadas. As pessoas vivem com os nervos à flor da
pele.
Saiba: a ansiedade é inútil, prejudicial, faz-nos sofrer por antecedência por fatos que muitas vezes nem se
efetivam. Por isso nossos consultórios que lidam com a psique estão lotados.
A preocupação material está substituindo as pessoas em nossa vida,criando um ambiente de incerteza e
insegurança.
Conclusão
O texto que sugerimos no início é do apóstolo Paulo. Quando ele o escreveu, não estava em uma ilha paradisíaca
tomando sol e descansando em merecidas férias. Ele estava preso e na antessala do martírio.
Ele coloca a alegria não como algo opcional, mas imperativo, como algo ultracircunstancial. Essa perspectiva só a
fé pode produzir em nós. É essa perspectiva que nos permite ver além das circunstâncias, estabelecendo com Ele
uma relação de confiança. Saiba: Deus é absolutamente confiável.
É a fé que nos ensina a ver as pessoas além de suas atitudes e oferecer perdão quando isso se tornar imperativo
para o restabelecimento de relacionamentos rompidos.
É ela que nos dá a dimensão de que, se Deus é quem Ele é, não cabe o caminho da ansiedade na nossa vida.
Santo Agostinho escreveu: “A busca de Deus é a busca da felicidade. O encontro com Deus é a própria felicidade”.
Gostaria de repetir minha pergunta: você é uma pessoa feliz?
Que Deus o ajude a dar a resposta!
Surpresas
Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração
humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. 1 Coríntios
2.9
Viver é também saber conviver com surpresas. Elas acontecem independentemente de nossa vontade ou desejo.
Muitas vezes são surpresas agradáveis, e isso é muito bom: uma promoção, uma palavra inesperada de alguém, um
telefonema, um e-mail, uma visita. Outras vezes são desagradáveis: um comunicado de dispensa, um diagnóstico
inesperado, uma incompreensão, uma atitude ou escolha.
Além de poder ser relacionada a coisas, situações ou circunstâncias, há a surpresa relacionada a pessoas. Da
mesma forma, elas podem ser agradáveis ou desagradáveis.
E aí elas podem ter sinais, marcas ou consequências que tomam proporções e caminhos muito mais profundos:
quando boas, como geradoras de lembranças positivas e motivacionais; quando ruins, como geradoras de
lembranças negativas e potencialmente traumatizantes.
Li em um livro devocional antigo (lembrome de ser usado em minha casa por minha mãe, em um momento
familiar diário de reflexão, quando ainda éramos criança) uma experiência vivida por Dóris Mueller (do Missouri,
EUA), que dizia: “Recentemente eu vi um desenho animado que mostrava uma criancinha perguntando: Será que
as lagartas sabem que vão virar borboletas ou Deus as surpreende?”.
Essa indagação traz em si mesma uma sabedoria imensa na compreensão de quem é Deus. Sim, porque Ele contém
em si mesmo a surpresa do surpreendente, do desconhecido, do inesperado.
A forma como Deus Se dá a conhecer aos homens é cheia de surpresa: Ele surpreendeu Noé ao chamá-lo a uma
aventura incrível que o livraria das consequências do dilúvio; Ele surpreendeu Abraão e sua esposa Sara dando-
lhes um filho na velhice; Ele surpreendeu Jó ao sustentá-lo em meio a todas as suas perdas e dores, levando-o o
declarar: “Eu sei que o meu redentor vive... pois eu o conhecia apenas de ouvir, mas agora os meus olhos o veem”
(Jó 42.5); Ele surpreendeu os pastores que estavam no campo com os seus rebanhos quando anunciou o
nascimento de Jesus. Ele surpreendeu Saulo ao encontrá-lo na estrada para Damasco, transformando-o em Paulo, o
grande apóstolo e líder. Ele ainda é o mesmo que continua a nos surpreender hoje. Ele é capaz de nos surpreender
com uma solução para um problema que considerávamos impossível. Ele pode nos apontar um caminho, mesmo
onde parece não haver um caminho.
Ele nos surpreende com a maneira de nos amar. “O amor de Deus não é condicional. Nada podemos fazer para
merecer o amor de Deus – razão porque é chamado ‘Graça’; e não precisamos fazer nada para gerá-lo. Já está lá.
Qualquer amor, para ser salvífico, deve ser deste tipo: absolutamente incondicional e livre” (Dra. Beatrice Bruteau,
filósofa cristã, pioneira no estudo integrado de ciência, matemática, filosofia e religião).
“Quem é, portanto, o Deus a quem adoro?... És o mais oculto dentre nós e, no entanto, o mais presente em nosso
meio, o mais belo, porém o mais forte e eterno e que, ainda assim, não podemos te compreender” (Santo
Agostinho).
Mas, além de conter o inesperado, o surpreendente e o desconhecido, Deus mesmo não pode ser contido pelo
elemento surpresa. Em outras palavras, não existe a possibilidade do inesperado para Ele.
“Deus pode lidar com qualquer problema que venhamos a colocar em Suas Mãos. Criar planetas não apresenta
nenhuma dificuldade para Ele, nem ressuscitar mortos. Não há nada complicado demais que Ele não possa tratar –
mas Ele está esperando por nós, para que, reconhecendo o Seu poder, venhamos Lhe pedir ajuda” (Bill Hybels,
escritor, pastor e conferencista americano, um dos mais influentes pregadores da atualidade).
Conclusão
“O que mais importa não é o fato de que eu conheço a Deus, mas, sim, algo muito maior que está implícito neste
conhecimento
– Ele me conhece. Eu estou gravado nas palmas de suas mãos. Nunca sou esquecido por Ele. Ele me conhece
como meu melhor amigo, alguém que me ama. Não há um único momento em que Ele tira os olhos de mim ou que
se distrai e me esquece; portanto, não há um momento sequer em que Ele deixa de cuidar de mim. Há um indizível
conforto em conhecer este Deus que está constantemente consciente de mim em amor e cuidando de mim para o
meu bem”(J. I. Packer, O conhecimento de Deus ao longo do ano).
Amo ser surpreendido por Deus, pois sei que Ele tem o melhor para mim.
Deseje isso. Busque isso. Viva isso. Vai valer a pena! Será uma grande surpresa!
Dotados de GPS
O sistema GPS foi criado e é controlado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América, DoD, e
pode ser utilizado por qualquer pessoa, gratuitamente, necessitando apenas de um receptor que capte o sinal
emitido pelos satélites. O sistema foi declarado totalmente operacional apenas em 1995. Seu desenvolvimento
custou 10 bilhões de dólares.
Se você indica o destino, ele oferecerá o percurso e o orientará ao longo dele. Se você estiver se afastando do
destino, ele lhe dará instruções para retornar ao caminho correto, até chegar ao local determinado.
Gostaria de informá-lo que, embora nunca tenha pensado nisso, você também é dotado de um GPS. A única
diferença é que se trata de um “GPS espiritual”.
Você possui um dispositivo de direção – não o abandone Um Deus que conhece todas as coisas colocou esse
dispositivo interno de direção em nós, que nos permite sonhar com aquilo que podemos ser para Ele.
“Você nunca tem um sonho sem ter também o poder para torná-lo uma realidade” (Richard Bach).
“Ninguém aceita rastejar quando sente o impulso de voar!” (Helen Keller).
Nunca subestime o poder de um único sonho!
Martin Luther King estremeceu uma nação inteira com o poder de seu sonho.
Ele pode transformar a aparente fragilidade de uma mulher como Madre Teresa em uma das maiores personagens
de nosso século.
Ele pode dar asas a uma garotinha de 10 anos, Giovanna Ferraro Peres, transformando sonhos em um livro de
poesias, O caderninho da alegria.
Imagine o que pode acontecer em seu casamento, sua família, seus relacionamentos, sua carreira, sua fé.
Lembre-se do que Jesus fez com 12 homens da Galileia. Eram pessoas comuns, despretensiosas, mas, depois de
três anos com Jesus, transformaram o mundo. Jesus viu neles o que eles mesmos, por si só, não conseguiam ver.
Você possui um dispositivo de direção – não o abandone.
E para conhecer a direção é preciso posicionar-me em relação ao satélite.
Você tem um valor inestimável – não aceite menos que isso Vivemos em uma sociedade que, diante de sua
opção pela futilidade e superficialidade, dá muito mais valor às aparências do que ao conteúdo.
Se você colocasse uma joia de muito valor dentro de um saco de papel amassado e o jogasse na calçada, a maioria
das pessoas passaria por cima ou, no máximo, iria jogá-lo no lixo. Julgamos o interior pelo exterior.
Você tem e possui um valor intrínseco inestimável. Você percebe o que está em seu íntimo como potencial
não utilizado, como sonhos não cumpridos, como talento não desenvolvido, como energia em potencial, como
sucesso não utilizado?
“O potencial nunca é o que você já fez. Sempre será o que você ainda pode fazer” (Wayne Cordeiro, Liberador de
sonhos, p. 35).
Imagine o que aconteceria conosco, ao nosso redor, no mundo, se cada um de nós usasse o seu potencial máximo?
O que há dentro de você?
Em uma semente está contido o potencial não apenas de uma árvore, mas de uma floresta. Em um peixe, um
cardume. Em um pássaro, um bando. Em uma garota ou garoto, uma mulher ou um homem que pode influenciar
muitas pessoas.
Em um adolescente franzino, pastor de ovelhas, Deus via um matador de gigantes e um rei.
Ele escondeu um rei em uma manjedoura – Jesus.
Ele escondeu a vida na morte e a vitória na derrota – o Calvário.
O que Ele pode estar escondendo em você?
Conclusão
Seja sábio. Busque os sonhos de Deus para sua vida! Descubra n’Ele os tesouros ocultos em sua vida. Não aceite
ser
Não vos assemelheis, pois, a eles... Portanto, vós orareis assim: Pai
Nosso... Mateus 6.8-9
Alguns fatos que acontecem em nosso país parecem conspirar contra qualquer possibilidade e perspectiva de
construção de uma sociedade mais justa e de cujos valores e princípios venhamos a nos orgulhar.
A mediocridade da postura da classe política e a indignação inerte da sociedade ante os sucessivos escândalos
nacionais e regionais contribuem para certo sentimento de convivência pacífica com os fatos, por mais terríveis
que sejam.
Vivemos em um mundo onde parece não haver tempo para assuntos como este: oração!
Aliás, onde se encaixa Deus em uma vida que já parece ter compromissos demais? O que dizer então do fato de
considerar a oração como um ato pelo qual compreendemos a ordem dos fatos, colocando Deus em primeiro lugar
e reconhecendo nossa dependência d’Ele?
Somos criados e educados com vistas a adquirirmos independência. Portanto, orar pedindo algo, reconhecendo
dependência, parece ir contra a ordem natural deste nosso mundo.
“A oração é uma expressão de quem somos... Somos uma incompletude vivente. Somos um vão, um vazio pedindo
preenchimento” (Thomas Merton, citado por Philip Yancey,Oração, ela faz alguma diferença?, Vida, p. 13).
“Oração é um sincero, sensível e afeiçoado derramar do coração ou alma a Deus, através de Cristo, no poder e
assistência do Espírito Santo; tais coisas, como Deus tem prometido de acordo com a sua Palavra, existem para o
bem da igreja (dos cristãos) com submissão em fé para com a vontade de Deus” (John Bunyan, autor de O
peregrino, puritano [1628-1688], citado por Ricardo Barbosa de Souza, Janelas para a vida, Encontros
Publicações, p. 157).
Conclusão
Como um dos discípulos de Jesus, pedimos também a Deus: “Ensina-nos a orar...” (Lc 11.1).
Ele, efetiva e claramente, nos ensinou a orar dizendo: “Pai Nosso que estás nos céus...”.
Comece com Ele. Converse com Ele. Ore somente a Ele, e Ele o ouvirá!
Hoje é o dia!
Ele nos lembra que o dia de hoje é um dia feito por Deus. Um dia que o Senhor escolheu para nos dar a vida. Um
dia que Deus fez para nós.
Parece um raciocínio simples ou simplista, mas na verdade é uma realidade muitas vezes esquecida por cada um de
nós. Sim, porque embora o nosso presente seja determinado pelas escolhas que fizemos, boas ou ruins, que
inexoravelmente interferem nele, há um grande risco de encararmos essa realidade do hoje como última, como se
já não houvesse nada a ser feito.
Há uma grande cilada em viver do e no passado apenas. Digo ainda que a maioria das pessoas vive do passado. Às
vezes para o bem, às vezes para o mal.
Quando o passado representa uma boa lembrança, tempos de boas e ricas celebrações de conquistas e da própria
história de vida, somos tentados a ficar apenas olhando para trás, o que pode ser agravado quando a situação
presente é difícil. Tornamo-nos verdadeiras “pessoas do pretérito”.
Quando o passado parece acumular derrotas, amarguras, perdas ou culpas, queremos fugir dele, esquecer-nos dele,
pois ele produz um alto grau de angústia.
Insisto: há uma grande cilada em viver do e no passado. Dizem os especialistas que 70% da energia que as pessoas
gastam é dedicada a questões do passado.
Sendo assim, aprecio e pratico com diligência a recomendação das Sagradas Escrituras, que nos estimulam a trazer
à memória o que nospode dar esperança (Lm 3.21). E isso é um desejo que deve ser exercitado permanentemente.
eventos que não gostaríamos que fizessem parte de nossa história. Se pudéssemos, faríamos diferente.
Talvez por isso o passado seja o maior antipresente que podemos ter, mesmo que tenha sido um bom passado.
Aliás, ele poderá ser convertido em um bom passado quando você o potencializar como oportunidade para o seu
presente e um desafio ou um sonho para o seu futuro.
“Lembre-se de que o futuro não tem de ser necessariamente uma extensão do passado” (Joe Parker).
Faça diferente! Faça a diferença! Para você ou no outro, ou para o outro.
Não perca a oportunidade: hoje é o dia!
as coisas que para trás ficam e caminhem para as que adiante de vocês estão” (Fp 3.13). Siga adiante!
Não se detenha no ontem, a não ser que seja um gerador de esperança para o hoje e para o amanhã.
Jesus nos disse que “basta a cada dia o seu próprio mal” (Mt 6.34). Sendo assim, a vida se torna impossível
quando, além do mal de hoje, temos de lidar com o mal de ontem.
Ele, que é o mesmo ontem, hoje e o será para todo o sempre, é Deus por nós e Deus conosco.
Por isso, “ore a respeito de tudo” (Fp 4.6-7) e não se preocupe com nada. Seja o que for que estiver em sua mente,
com certeza está também no coração de Deus” (Craig Groeschel, Confissões de um pastor, p. 110).
“A esperança é a abreviatura bíblica da certeza incondicional” (Peter Anderson).
Viva essa esperança e essa certeza.
Gerando memórias positivas
Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança.
Provérbios 23.18
Parece que o tempo anda mais rápido do que podemos acompanhar. Embora saibamos que todos recebemos os
mesmos 365 dias de 24 horas cada, parece que para alguns (dentre os quais eu me incluo) esse tempo pareceu
menor e passou mais rápido.
Em certa história em quadrinhos o personagem principal faz a seguinte observação: “Deus me colocou na Terra
para realizar certo número de coisas. No momento, estou tão atrasado que nunca vou morrer”.
Tenho encontrado amigos que se confessam cansados, às vezes apreensivos ante toda a realidade que nos cerca.
Assim, permita-me sugerir-lhe três atitudes:
Confesse: por mais difícil que tenha sido até aqui, foi bom ter conseguido.
“Sabemos quem guarda o futuro... ao agradecer a ele pelo passado” (Charles Swindoll, Dia a dia com Charles
Swindoll, p. 25).
Nessa história real que vai sendo escrita em nossa existência, somam-se recordações magníficas e abençoadas,
assim como o registro de nossas dores e fracassos. Altos e baixos constroem nossa vida. Força e fragilidade;
vitórias e derrotas; alegrias e tristezas.
A vida é feita dessa alternância. Mas estar aqui deve ser motivo de gratidão.
“A gratidão abre as portas para a plenitude da vida; transforma aquilo que já temos em suficiente e ainda mais.
Transforma a negação em aceitação; o caos em ordem; confusão em clareza. Transforma uma refeição em um
banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. Gratidão traz sentido ao nosso passado, traz a paz para
o presente e cria uma sólida visão para o amanhã” (Melody Beattie, autora e jornalista americana).
Conclusão
Meu convite a você é que creia na promessa de Deus para sua vida: “Porque deveras haverá bom futuro; não será
frustrada a tua esperança” (Pv 23.18).
Para quando o riacho secar
Mas passados alguns dias o riacho secou por falta de chuva. 1 Reis 17.7
Lembrei-me recentemente de que fiquei chocado quando há alguns anos voltei à minha cidade natal e visitei a casa
onde morei até a minha adolescência. Havia no fundo do quintal um pequeno rio onde muitas vezes brinquei,
pesquei e até remei. E lá estava aquele pequeno rio transformado em um pequeno riacho (quase um veio de água).
A impressão que tive é que aquele filete de água estava para secar.
Esse episódio me reporta a um homem que muito me inspira com sua vida: Elias (um profeta que viveu em Israel).
Diz a história dos reis daquele povo que este homem viveu a experiência de viver às margens de um riacho, do
qual bebia diariamente, e que, de repente “secou”. Enfrentei essa experiência alguns anos atrás e posso dizer que
essa foi e tem sido a experiência de muitas pessoas.
Podemos passar por momentos em que conhecemos alegrias e vitórias. Os recursos financeiros fluem em
abundância, os negócios vão “de vento em popa”, a carreira profissional está em plena ascensão, mas, de repente...
o riacho seca.
Sua profissão o leva ao centro do mercado de trabalho, não há falta de oportunidades. As perspectivas são as
melhores possíveis, e os sonhos vão fluindo com profusão. De repente, as coisas mudam, os sonhos desabam, as
oportunidades se tornam escassas, os amigos desaparecem. O riacho secou.
Você sempre foi uma pessoa saudável, ativa, regrada. Os desequilíbrios que acontecem parecem estar
absolutamente dentro do controle, e de repente... o riacho secou.
Tenho presenciado algumas famílias aparentemente maravilhosas, filhos crescendo saudáveis, vida agitada, cheia
de sonhos. De repente o cônjuge deixa a casa e diz que nada disso faz mais sentido para ele. O riacho secou.
Em momentos assim os piores sentimentos e pensamentos nos atingem. Nossas fraquezas nos confrontam.
Sentimentos de culpa se apresentam. Os fracassos nos desnudam. Nossa incompetência nos indaga: o que
aconteceu?
E Deus? Se Ele ao menos existisse para nós nesse momento, certamente estaria distraído ou desinteressado de nós.
Mas será mesmo assim? Não vou falar do que não sei ou que não tenha experimentado. Gostaria de compartilhar
com você algumas considerações que se tornaram sustento nos momentos de minha vida quando“o riacho secou”:
“Descansar em seus louros é sinônimo de flertar com o desastre. Deixe este lembrete onde possa vê-lo com
frequência” (Charles Swindoll, Dia a dia com Charles Swindoll, p. 54).
Momentos de transição serão sempre grandes oportunidades para sua vida com Deus
Conta-se a história do “gorgulho do algodão” na região sul do EUA. Alguns fazendeiros haviam investido todas as
suas economias, reservado todas as suas terras, colocado todas as esperanças no algodão. Então chegou o
“gorgulho do algodão” e devastou toda a plantação. Todos se viram à beira da falência. Então, com a persistência
de agricultores, decidiram trocar as plantações de algodão por amendoim. Por incrível que pareça, o amendoim
trouxe mais lucros do que o próprio algodão. Ergueram um monumento ao “gorgulho do algodão”.
Às vezes a chegada do gorgulho (revezes financeiros, grandes privações, doenças, perdas) nos transforma em
grandes agricultores.
Conclusão
A verdade é que ninguém quer passar dificuldades. Precisamos aprender a confiar em Deus dia após dia. Você
pode
ter ouvido isto centenas de vezes, mas não terá ouvido o suficiente até que esteja vivendo isso.
Experimente! Vai valer a pena!
Pequenos começos
... e os que não deram valor ao pequeno começo, vão se alegrar com a
construção do grande Templo. Zacarias 4.10
Certa vez contratei os serviços de um pedreiro para erguer um trecho de um muro na divisa da minha residência
com a do meu vizinho. Confesso que, após um dia inteiro de trabalho, ao chegar a casa fiquei um pouco
decepcionado com o que vi: apenas o primeiro bloco colocado numa posição estratégica, que fornecia o
alinhamento para que o muro efetivamente fosse construído.
Os próximos dois dias de trabalho me fizeram refletir sobre a precipitação imediatista da minha conclusão, pois o
muro está perfeito em sua execução.
Então me lembrei do texto do profeta Zacarias, que, aliás, tratava também de uma construção (do templo na cidade
de Jerusalém): “... e os que não deram valor ao pequeno começo, vão se alegrar com a construção do grande
Templo” (Zc 4.10).
Isso me faz pensar que na vida muitas vezes não percebemos pequenas coisas, ou atitudes, ou começos que podem
mudar o curso de nosso dia.
Sabemos, e a vida é grande professora nesses quesitos, de princípios tão importantes queos vamos relegando, sem
praticálos, e por serem pequenos gestos ou atitudes deixamos em segundo plano. Esquecemos que os grandes rios
nascem em pequenas nascentes de água. O carvalho forte e alto cresce a partir de uma pequena noz.
Talvez nosso dia fosse completamente diferente se observássemos esses pequenos começos. Nossos
relacionamentos floresceriam em um ambiente mais seguro e saudável.
No contexto dos dias em que vivemos, até por um instinto de autopreservação, acabamos por construir muros de
proteção, não apenas em nossas casas, mas em nossos relacionamentos.
Senão, diga-me: em quantos dos seus relacionamentos você se sente seguro para se abrir e revelar quem você
realmente é? Com quantas pessoas você compartilha seus sonhos e pensamentos mais íntimos?
Honre as pessoas
Este é um sentimento pouco comum em nossos dias. Conseguir identificar com exatidão o imenso valor de alguém
como ser humano, uma pessoa única, com dons e personalidade únicos, não é uma tarefa fácil.
Se você quiser criar um ambiente seguro que encoraje o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis, comece a
honrar as pessoas à sua volta. Uma das formas práticas de exercitar isso é identificar e listar as qualidades e
virtudes da pessoa. Isso mudará sua perspectiva em relação a ela.
Há um exercício de dinâmica que gostamos de aplicar em um encontro com casais: listar vinte qualidades que
admira em seu cônjuge. Em que você é fraco e ele é forte? Que características deleo ajudam?
É claro que nenhum de nós honra os outros com perfeição. Esteja disposto a pedir e oferecer perdão.
Não julgue
O julgamento faz com que a pessoa se retraia e se feche. Inseguras, muitas vezes partem para o ataque para se
defenderem.
“Alguém já disse que o elogio e a crítica são janelas para o coração... Ao lidar com gente excessivamente crítica,
tente enxergar além dos ataques e discernir as lutas pessoais que os originaram” (Craig Groeschel, Confissões de
um pastor, p. 156).
É muito fácil identificar os erros, principalmente os dos outros. Coisas muito melhores tendem a acontecer quando
trocamos o julgamento pelo interesse real pela outra pessoa.
Tente compreender mais. Ter mais compaixão. Não se trata de contemporizar ou fazer de conta que nada
aconteceu. Trata-se de valorizar e reforçar os aspectos positivos da pessoa, encorajando-a a se abrir, fazendo assim
crescer o relacionamento.
Valorize as diferenças
Não é fácil aprender a lidar com as diferenças.
Normalmente, diante do conflito, apontamos nossas diferenças
como o problema. Simplesmente, isso não é verdade. São apenas diferenças. Aprenda a lidar com elas e você vai
crescer.
“Nada na vida é tão difícil que você não possa tornar mais fácil pelo modo como encara” (Ellen Glasgow).
Na verdade, o relacionamento, se for para ser um lugar seguro, deve ter espaço para as duas pessoas.
Fazer as diferenças trabalharem a nosso favor em nossos relacionamentos é um grande desafio.
Se você se detiver em examinar atentamente alguns comportamentos à sua volta que o irritam, terá grande
possibilidade de identificar no seu interior um comportamento semelhante.
Conclusão
Gostaria muito de ser melhor do que sou.
Então resolvi que começaria comigo mesmo. Um pequeno
começo... mas creio, vou me alegrar com aquilo que estou construindo honrando as pessoas, não as julgando e
valorizando-as, mesmo em nossas diferenças.
Entre o que é e o que será
E o que somos é fruto de uma somatória de fatores presentes em todo ser humano. Alguns aspectos nos
diferenciam, mas há evidências que se fazem presentes em toda a raça humana.
Na visão cristã, o homem vive em um mundo caído, afastado de seu propósito original. A ideia faz referência a um
ser humano criado e nascido para ser livre, para habitar um lugar perfeito, em condições físicas, mentais e
psicológicas ideais, e que, após sua escolha pela desobediência, passa a viver em um mundo inadequado.
E é neste ambiente agora hostil, inadequado, que ele passa a conviver com um conflito permanente entre o bem e o
mal.
Nas palavras do apóstolo Paulo, há uma esquizofrenia primitiva em nós, “porque eu sei que em mim, isto é, na
minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço
o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7.18-19).
Somem-se ainda as deformações originadas da herança deixada pelos nossos pais, voluntária ou involuntariamente,
que, por mais esforço que tenham feito ou façam, geraram em nós algumas deformações, quer por escassez, que
por abundância, quer pelo que fizeram ou pelo que deixaram de fazer.
E finalmente, as interferências, fruto das agressões “espirituais” que sofremos. São inverdades que nos são
vendidas travestidas de verdades. São promessas de vida fácil ou soluções mágicas para nossas crises ou conflitos.
Esses “produtos” podem estar à venda tanto nas ruas como nas prateleiras das livrarias, ou ainda em alguns
templos. Podem ter roupagens de pessoas (transformadas em ídolos) ou coisas (transformadas em objetos de
desejo).
Tudo isso evidencia-nos um diagnóstico:
Conclusão
“Tu és... tu serás” – há uma história do amor de Deus a ser escrita em sua vida.
Creia nisso!
Desilusão e dificuldade
Mas Jesus não confiava neles, pois os conhecia muito bem... porque ele
mesmo sabia o que era a natureza humana. João 2.24-25
Certamente você já passou por algum tipo de desilusão. Se não passou, prepare-se, ela está a caminho.
Elas podem acontecer em qualquer nível ou momento da vida. Ela se estabelece na forma de lidarmos com nós
mesmos, com o nosso semelhante, com as situações à nossa volta, com os sonhos desfeitos, com o objetivo não
alcançado, com a esperança que se frustrou, com a decepção que se instalou.
Em todos os casos, ou pelo menos em sua grande parte, o sofrimento vai acontecer em nossa vida por causa da
relutância que temos em nos desiludirmos.
Precisamos ter claro em nossa mente quem somos, nossas fragilidades, nossa insuficiência, nossa vulnerabilidade.
“Quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando
um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua própria maldade. (…) Um homem mediocremente mal
sabe que não é muito bom; um homem inteiramente mal pensa que é justo”(C. S. Lewis)
Acontece que crescemos aprendendo que temos de nos tornar independentes, e que essa independência é sinal de
maturidade. Celebramos quando aprendemos a andar, comer, fazer coisas, tomar decisões e fazer escolhas
sozinhos. E essa busca pela autossuficiência apenas agrava e contribui ainda mais para nossa deformação.
Somos capazes de desenvolver medos, fobias, gerar insegurança por receio de nos expormos ante as demandas da
vida. Sofremos por não pedir ajuda, pois fazê-lo seria expor sinais de fraqueza ou imaturidade.
visão cética e muitas vezes severa em nosso julgamento dos outros, ela também põe fim aos julgamentos falsos. A
natureza humana decaiu de seu propósito original e está deformada pelas escolhas que insistimos em fazer.
Muitas das experiências difíceis e às vezes cruéis da vida provêm do fato de termos ilusões.
“Não somos fiéis uns aos outros em função do que na realidade somos, mas apenas em função do juízo que
fazemos uns dos outros. Tudo é ou maravilhoso e bonito, ou mesquinho e desprezível, dependendo da ideia que
fazemos de tudo” (Oswald Chambers, Tudo para Ele, Betânia).
Facilmente as circunstâncias nas quais nos vemos envoltos podem transformar radicalmente nossa postura.
Facilmente podemos esquecer valores, padrões, princípios e trocá-los por atitudes de defesa ou autopreservação.
Isso é a natureza humana. Criar expectativas sem esses parâmetros de vulnerabilidade é criar uma ilusão, o que
contribuirá para que a desilusão aconteça.
Criamos um padrão de perfeição e retidão que, como não é encontrado, nos move a comportamentos cruéis,
vingativos. Não adianta exigir do ser humano algo que ele não pode dar.
Confia os teus problemas ao Senhor, e ele o ajudará; ele nunca deixa que
fracasse a pessoa que lhe obedece. Salmos 55.22
Muitas vezes, e diante de determinadas situações que muitos podem chamar de “fases”, descrevemos o nosso
momento como “os dramas nossos de cada dia”.
Parece que eles não vão parar. A impressão momentânea, mas que se repete, é capaz de drenar nossas forças e
minar nossas esperanças.
São dores e sofrimentos que nos atingem como uma realidade, que vêm sem censura e de maneira imparcial. É
assim: vêm a todos, a qualquer tempo, de muitas formas.
Também podem surgir por conflitos de qualquer natureza. São pessoas, situações capazes de gerar efeitos, reflexos
e consequências e também feridas.
Entregando-se à amargura
Embora esse seja um caminho que tem sido escolhido por muitos, além de não solucionar o problema, o
ressentimento faz com que “sintamos outra vez” e em dobro aquilo que estamos sofrendo ou já sofremos. Muitas
vezes as coisas estão inquietantes, fazendo-nos sentir desconfortáveis, incapazes de explicar seus porquês.
Frequentemente lutamos contra portas que se fecham, oportunidades que são perdidas, sonhos que são
abandonados. Não permita que se desenvolva qualquer amargura em seu coração.
Muitas vezes portas vão se fechar e podemos não entender por quê, mas outras portas se abrirão, mostrando
oportunidades que não teríamos considerado e que se revelarão muito melhores do que qualquer coisa que
pudéssemos ter imaginado.
Confiando em Deus
Não importam as circunstâncias, as dificuldades e as profundas tristezas, será sempre em Deus que buscarei
socorro.
O apóstolo Pedro diz: “… lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5.7).
Essa é a resposta adequada. Ela abre caminho para a intervenção de Deus. Aprenda a levar a Ele todas as suas
tristezas. Ele tem sempre a última palavra.
ELE É DEUS – Onde não podemos compreender, podemos confiar.
G. H. Knight escreveu: “Há uma coisa melhor do que compreender Deus: é confiar n’Ele”.
Conclusão
“Deus ama você demais para deixá-lo sozinho, por isso Ele não o deixou. Ele não o deixou sozinho com seus
medos, suas preocupações, suas doenças ou sua morte. Por isso, pule de alegria” (Max Lucado, Derrubando
Golias, Thomas Nelson Brasil, p. 113).
Busque ao Senhor! Não como último recurso, mas como o primeiro.
“A impressionante convicção de que não tenho nenhum outro recurso levou-me a dobrar os joelhos em oração por
várias vezes” (Abraham Lincoln, 16º presidente dos EUA).
Por que tentamos de tudo, até mesmo desenvolver uma enfermidade, antes de dobrar nossos joelhos e pedir a
Deus, de modo humilde, que nos socorra e auxilie?
Não confie em sua autossuficiência achando que pode resolver tudo por conta própria. Confie no Senhor!
Quando morre um ídolo
Tudo impressiona na vida de Michael Jackson, tudo é grande: o sucesso iniciado aos 10 anos de idade; a marca
talvez insuperável de 60 milhões de discos vendidos; os milhares de pessoas que se reuniram para ouvi-lo; as
polêmicas envolvendo sua família, seus filhos; o comportamento muitas vezes estranho e até mesmo bizarro; a
exploração de advogados, produtores, empresários. Sem dúvida, um ídolo para não ser esquecido e que produziu
milhares de fãs ao redor do planeta. Mas que tipo de marcas ele deixa em sua família, em seus relacionamentos, na
música?
Certamente ele passou a fazer parte do rol de grandes personalidades do mundo, particularmente na área da
música. Ele passa a fazer parte do “rol de mitos” de nossa história. Porém, nada disso o livrou da tragédia, nem
mesmo o sucesso. Aliás, isso nos lembra que é possível um homem bemsucedido ser um fracassado.
Vivemos em uma sociedade que endeusa, diviniza e adora o sucesso. Nós cremos no sucesso, vivemos do sucesso,
somos hipertensos por causa da busca do sucesso e nos tornamos escravos do sucesso.
Quando olho e observo os heróis e mitos de nossa história, não posso deixar de olhar para Jesus de Nazaré. Não
porque Ele tenha sido, ou seja, um herói ou um mito, pois certamente não foi. Isso porque “instintivamente não o
colocamos no mesmo nível de outras pessoas... Jesus não faz parte da relação das grandes figuras deste mundo...
Ele não é grande, é único...” (P. Carnegie Simpson,The Factof Christ, p. 19 ss., citado por John Stott em
Cristianismo básico, p. 44).
Enquanto os mitos da nossa história tentam manter-se enclausurados e sem expor o que são de fato, Jesus exerce
seu ministério centrado em falar de Si mesmo. Por exemplo:
• “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamaisterá sede” (Jo 6.35).
• “Eu sou a luz do mundo;quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8.12).
• “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25).
• “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo14.6).
• “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e
aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.28).
Uma fundamental diferença entre as outras religiões e a religião cristã está no fato de aquelas criarem e viverem
em função de “mitos”.
Nossa fé não é sinônimo de credulidade ou superstição. Nem é irracional ou ilógica. Não, fé e razão nunca
aparecem como antíteses nas Escrituras. O contraste é entre fé e visão, não entre fé e razão.
Ao contrário, “os que conhecem o teu nome confiam em ti” (Sl 9.10). Eles confiam porque conhecem.
A fé se origina na credibilidade de seu sujeito, e ninguém é mais confiável que Deus.
“Todas as abordagens acerca de Deus estão corretas? O Islamismo diz que Jesus não foi crucificado. Os cristãos
dizem o contrário. Ambos não podem estar certos. O Judaísmo recusa a declaração de Jesus como Messias. Os
cristãos a aceitam. Alguém está cometendo um erro. Os Budistas recorrem ao nirvana, alcançado após 547
reencarnações. Os cristãos acreditam em uma vida, uma morte e uma eternidade nas quais podem desfrutar de
Deus. Uma visão não exclui a outra? Os humanistas não reconhecem um criador da vida. Jesus declara ser a fonte
da vida. Um dos dois está falando algo que não faz sentido. Os espíritas creem na reencarnação e leem a palma da
mão. Os cristãos consultam a Bíblia. Os Hindus veem um Deus plural e impessoal. Os seguidores de Cristo creem
que não há outro Deus, senão um só (1 Co 8:4). Alguém está errado. E, o mais importante, toda religião não cristã
diz: ‘Você pode se salvar’. Jesus diz: ‘Minha morte na cruz salva você’. Como todas as religiões podem levar a
Deus, sendo tão diferentes?” (Max Lucado, Jo 3.16 – A mensagem de Deus para a vida eterna, Thomas Nelson
Brasil, p. 75 ss.).
Conclusão
Voltando ao nosso personagem, Michael Jackson achava que poderia viver para sempre, por isso dormia em uma
câmara hiperbárica. Também não queria envelhecer e buscava isso fazendo dezenas de cirurgias plásticas. Aliás,
através delas, parecia tentar mudar de rosto e virar outra pessoa.
Vivia em um lugar chamado Neverland (Terra do Nunca), onde o tempo podia parar e se podia ser criança para
sempre. Também não queria sentir dores, por isso, segundo pessoas mais próximas, tomava doses cavalares de
analgésicos, curiosamente chamados em inglês de painkillers, ou assassinos da dor. É... simples assim.
“Parece assustador isso tudo, e muito simbólico para os nossos dias”, escreveu Nina Lemos, colunista da Folha de
S. Paulo (07/07/2009).
Sim, também não queremos envelhecer, não aceitamos sentir dor, achamos que podemos driblar a morte (o
Michael saía às ruas de máscara para não ser contaminado).
Parece até que há um pouco de Michael em cada um de nós.
Saiba: só em Jesus há respostas às imensas demandas do nosso existir.
Foi Jesus quem disse: “Pois, que adiantará o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mt 16.26).
Pense nisso. É para você e para mim!
Circuit Breaker
... porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que
ele possui. Lucas 12.15b
Vivemos dias de muita turbulência com a crise financeira global. “Pânico”, dizia a manchete de um grande jornal,
é a palavra para descrever o que ocorreu nos mercados financeiros ao redor do mundo. Não nos atrevemos a uma
análise profunda dos fatos que determinaram tamanha crise, pois não é nossa área de conhecimento. Mesmo
porque a origem de tão grande crise originou-se no país mais poderoso do planeta, possuidor das melhores e mais
conceituadas instituições de classificação de risco, regida por um sistema tão perfeito (capitalismo) e detentor da
economia mais forte do mundo.
Em um mundo globalizado, enquanto um mercado acionário regido pelas Bolsas de Valores está terminando suas
atividades em um “lado” do mundo, do outro “lado” as atividades estão sendo iniciadas novamente. Conheço
pessoas que investem horas do dia e da noite para tentar acompanhar tudo o que acontece no mercado acionário ao
redor do mundo.
Uma expressão muito utilizada naqueles dias foi Circuit Breaker. Trata-se de uma interrupção automática do
sistema de ordens de compra e venda de ações na Bolsa de Valores, que tem como objetivo dar um tempo para os
investidores reavaliarem o momento. Se a queda atinge 10%, o sistema trava automaticamente. Daí em diante há
toda uma sistemática de acompanhamento e monitoramento das tendências do mercado. De tanto ouvir essa
expressão, fiquei pensando no que isso poderia afetar minha vida.
A verdade é que muitas e muitas vezes nos tem faltado, em várias áreas do existir humano, um instrumento como
um Circuit Breaker.
Assim, poderíamos refletir sobre a futilidade do êxito pessoal e do dinheiro, como sinais de felicidade e realização.
Parece que o “ter” não tem limites e que o “ser” não tem influência ou importância alguma na complexa tarefa do
existir. Precisamos de um Circuit Breaker.
Os valores morais e éticos perdem sentido ante a ganância e a astúcia egoísta na busca do lucro e da vantagem
pessoal. Constroemse e vendem-se ilusões a uma multidão de pessoas instigadas ao consumo desenfreado. Como
disse alguém: comprando o que não se precisa, para impressionar quem não gostamos, com o dinheiro que não
temos. Precisamos de um Circuit Breaker.
Nosso relacionamento como família, iniciando-se no relacionamento conjugal, pode abandonar os referenciais
básicos de concepção (um homem e uma mulher) para “avançar” livremente, em uma opção pessoal e sem limites,
como se isso expressasse liberdade de escolha, para modelos o mais flexíveis e variados possível, sem
comprometer a saúde emocional e psíquica dos envolvidos nesse processo. Precisamos de um Circuit Breaker.
Nosso relacionamento e vivência do amor conjugal, como uma decisão de se dar um ao outro, pode passar a
“tolerar” ou “avançar” para uma liberalidade promíscua, de infidelidade, adultério físico ou “virtual”,
multiplicidade de experiências, sem produzir enfermidades físicas ou emocionais nos envolvidos. Precisamos de
um Circuit Breaker.
Nossos filhos, crianças, adolescentes ou jovens, são abandonados diante dos meios de comunicação de massa, da
eletrônica e da informática, dos shoppings ou das grifes, sem vínculos, sem limites, sem arquétipos, como se já
nascessem capacitados a tomar decisões ante os conflitos inerentes a cada momento de suas existências.
Esquecemos que eles necessitam de uma família (como um ninho de acolhimento), de pais, de afeto, de amor
(muito mais do que de coisas). Precisamos de um Circuit Breaker.
E, acima de tudo, construímos nossa vida como se acumular bens materiais, buscar realizações pessoais e
profissionais fossem em si mesmo o segredo para a nossa felicidade, e para oferecer resposta ao propósito de nossa
própria existência. Precisamos de um Circuit Breaker que nos conduza a Deus.
Certa ocasião Jesus, ensinando a alguns que d’Ele se aproximaram, disse: “... a vida de um homem não consiste na
abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.15). E continuou contando-lhes uma parábola sobre um homem que
colheu com abundância em seu campo cultivado: “Que farei, pois não tenho onde guardar tamanha colheita? Ah!
Já sei!”, disse para si mesmo,“vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores ainda. Neles guardarei
todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho. Então direi a mim mesmo: ‘Homem feliz! Você tem tudo
que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se’”. Mas Deus lhe disse: “Seu tolo! Esta noite
você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?”. E Jesus concluiu: “Assim é o que junta riquezas
para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lc 12.21).
Conclusão
Gostaria de sugerir uma reflexão a você: será que em alguma área da sua vida você também não está necessitando
de um Circuit Breaker?
Não permita que a situação se deteriore ainda mais. Reavalie aquilo que realmente é importante para você, o que
tem importância de fato em sua vida, em seus relacionamentos, em sua família e, acima de tudo, em seu
relacionamento com Deus.
Muito se falou sobre a proporção e qual a extensão do contágio que a crise internacional teria sobre nosso país.
Você e eu não estamos imunes ao mundo ao nosso redor. Não subestime isso.
Lidando com a mágoa
E quando esses sentimentos são ruins, as coisas se complicam exponencialmente, tanto em nosso interior como em
nosso exterior.
Como lidar com desapontamentos? Como lidar com a memória do abuso de diferentes origens (emocional, físico,
etc.)? Como abandonar o medo, o desamparo, a humilhação? Como esquecer alguém ou alguma situação, tendo
em vista que o sentimento que temos é que eles se mudaram para dentro de nossa mente?
Como apagar mágoas ou ressentimentos desenvolvidos por situações ou pessoas, que geram incertezas,
indignidade e disfunções em nossos comportamentos?
Não é difícil encontrarmos pessoas intelectualizadas, extremamente racionais, que se demonstram extremamente
frágeis no que se refere a lidar com suas emoções, sendo, então, capazes de acumularem ira e mágoa.
“Para cada minuto que permanece irado, você perde sessenta segundos de felicidade” (Ralph Waldo Emerson).
O profeta Jeremias escreveu: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21).
Miroslav Volf (diretor do Centro de Fé e Cultura da Universidade de Yale – EUA, perseguido pelo regime
comunista na Iugoslávia no início dos anos 1980), em seu precioso livro O fim da memória (Mundo Cristão),
ensina que “diante de lembranças amargas de nossa experiência de vida e sob certas condições, devemos esquecer
o que se passou ou então saber lembrar, de modo a não se deixar levar pelo destrutivo poder da vingança, pois
paradoxalmente a ausência de perdão leva à autocondenação permanente”.
Em outras palavras, ele diz que recordar apenas aqueles aspectos desagradáveis produzidos em nós é oferecer ao
mal uma segunda oportunidade sobre nós mesmos.
Portanto, não se deixe adoecer pela mágoa.
Reaja positivamente
Creia na possibilidade de um novo começo. Creia na redenção do passado, compreendendo que sua história de
vida faz parte do projeto de Deus para este nosso mundo falido.
Essa restauração é integral – inclui o passado, o presente e o futuro. Você e eu não estamos nomundo simplesmente
como frutos do acaso. Não estamos no mundo simplesmente para lutarmos pela nossa sobrevivência, esforçando-
nos por levarmos a vida com o mínimo de dor e o máximo de prazer.
A humanidade não foi abandonada para lidar sozinha com as desagradáveis consequências de seus fracassos
mortais. Não daríamos conta dessa demanda.
Creia: fomos criados por Deus com um propósito. Deus nos criou para vivermos com Ele e uns com os outros em
justiça e amor.
Por isso, Deus entrou na história humana por meio de Jesus Cristo para que por Ele tenhamos nossa vida
novamente reconciliada com Deus.
Seu sofrimento e mágoa não terão a última palavra em sua vida. A esperança é ainda mais viva quando tudo parece
estar acabado.
Conclusão
“Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra” (William Shakespeare).
Se preciso for, perdoe-se. Autopunir-se não irá resolver nada.
Se necessário, perdoe o outro. “Perdoar é optar por ver o ofensor com olhos diferentes”(Max Lucado, Derrubando
Golias, p. 57).
“A primeira e geralmente única pessoa a ser curada pelo perdão é a pessoa que perdoa... quando genuinamente
perdoamos, libertamos um prisioneiro e então descobrimos que o prisioneiro que libertamos éramos nós” (rabino
judeu em relação a Hitler).
Não deixe que seus olhos se escureçam pela mágoa ou que seu corpo torne-se apenas uma sombra.
O desejo de crescer
E se a soberba (orgulho) é o seu caso, o grande rei e sábio Salomão nos adverte de que “a soberba precede a ruína,
e a vaidade faz cair na desgraça” (Pv 16.18).
Se pensarmos no ser humano como corpo (físico), alma (emoção, desejo, intelecto) e espírito (o que nos une a
Deus) e as diferentes áreas da natureza humana (ser social, político, relacional), essa constatação torna-se ainda
mais evidente.
Por isso, não é raro vermos pessoas que são capazes de comandar dezenas, centenas e até milhares de pessoas e tê-
las sob suas ordens e não serem capazes de administrar o relacionamento com um filho. Outros são capazes de
construir impérios, mas não de construir uma família.
Ou ainda ser capazes de montar e estruturar uma complexa operação comercial ou empresarial e não perceber ou
se organizar para a festinha da escola do filho, ou o dia do aniversário de seu casamento, ou um telefonema, ou
uma visita àquele que insistimos em dizer que amamos.
Podemos comumente desenvolver neuroses que são capazes de nos roubar o próprio prazer do realizado, em
detrimento do desejo e ambição do que ainda não alcançamos.
coisas.
Acontece que nossa vida é ocupada demais e facilmente nos desviamos do foco ou deixamos de priorizar o que é
fundamental.
“O maior líder não é aquele que é capaz de governar o mundo, mas aquele que é capaz de governar a si mesmo.
Alguns realizam com grande habilidade suas tarefas profissionais, mas não têm habilidade para construir
relacionamentos profundos, abertos, flexíveis e desprovidos de suas angústias e ansiedades” (Augusto Cury, O
Mestre dos mestres, p. 65).
Deixe de gastar energia e seu tempo precioso naquilo que não é fundamental.
Esteja disposto a mudar. Identifique os problemas ou dificuldades. Escolha algo que você deseja atacar primeiro.
Não fantasie. Encare a realidade. Importe-se com ela.
“O maior perigo que enfrentamos não é o de que estabelecemos um alvo muito alto e não o alcançamos; o perigo
está, isto sim, em estabelecermos um alvo muito baixo e o alcançarmos” (Michelangelo).
Não seja preguiçoso para mudar. Não se torne uma vítima de seus próprios hábitos (ou maus hábitos).
Não racionalize seus fracassos.
Quantos projetos inacabados você guarda em suas gavetas?
Não abra mão de princípios éticos em detrimento de modismos, libertinagens, vulgaridades.
“O que pode causar o enfraquecimento dos valores éticos numa sociedade? A ética é um exercício diário, precisa
ser praticado no cotidiano. Só assim ela pode se afirmar em sua plenitude numa sociedade. Se uma pessoa não
respeita o próximo, não cumpre as leis de convivência, não paga seus impostos ou não obedece às leis de trânsito,
ela não é ética. Num primeiro momento, pequenas infrações isoladas parecem não ter importância. Mas, ao longo
do tempo, a moral da comunidade é afetada em todas as suas esferas. Chamo isso de círculo ético” (trechos da
entrevista de Peter Singer, filósofo australiano, na revista Veja, edição de 21/02/2007).
Deseje crescer
Esteja disposto a mudar para crescer. “O maior pecado do homem não foi o orgulho, antes, a preguiça e a pouca
disposição para ser tudo aquilo que o homem foi destinado a ser” (Harvey Cox).
“O potencial nunca é o que você já fez. Sempre será o que você ainda pode fazer” (Wayne Cordeiro, Liberador de
sonhos, p. 35).
É preciso investir. Deixar-se ser possuído por uma esperança, por um desejo de vida. Estabeleça alvos para o
crescimento (apropriados, tangíveis, mensuráveis).
Estamos na batalha do viver cotidiano. Faça o seu melhor.
“Aplica o teu coração ao ensino, e os teus ouvidos às palavras do conhecimento” (Pv 23.12).
“A vida é um enigma. Quer seja a vida física, quer seja a espiritual, sua natureza é tão desconcertante quanto sua
origem. Não podemos defini-la nem afirmar de onde ela vem. Só podemos considerá-la um dom divino. E é esse
dom que Jesus veio nos conceder” (John Stott, Cristianismo básico, p. 36).
Conclusão
Quando a vida lhe parecer cinza demais, sem graça e vazia de sentido, creia em Deus e saiba: Ele ainda não
terminou a história d’Ele na sua vida.
A vantagem da tensão
Tensões estão sempre presentes em nossa vida, em nosso dia a dia, em nossas casas, nossos relacionamentos. Elas
podem surgir a partir de uma crítica de alguém ou a alguém com quem nos relacionamos. Ela pode se fazer
presente através de nossas dúvidas. Ou de nossas escolhas, por elas ou pela falta delas. Ela pode trazer consigo um
estresse ou gerá-lo.
Pode acontecer no exercício de uma liderança em seus mais variados estágios, níveis ou locais. Ela pode traduzir
ou ser produzida a partir de nossos medos, ou ainda diante de mudanças.
Enfim, as tensões estão aí e acontecem com todos nós. Recentemente participei de mais uma edição brasileira do
The Global Leardership Summit, um evento que acontece desde 2005, patrocinado pela Associação Willow Creek
(EUA) e voltado para o treinamento de lideranças ao redor do mundo.
Especialmente nessa edição tive o privilégio de ouvir uma palestra de Andy Stanley, pastor sênior da North Point
Community Church (Alpharetta, Geórgia, EUA), com o título deste capítulo,e gostaria de compartilhar com você.
Quando diante de tensões, temos a ideia, na maioria das vezes errônea, de que só nós as vivemos, principalmente
com as particularidades que nos envolvem, com a intensidade que nos afetam, e podemos sentir, diante do êxito
aparente de outros ao nosso redor, que somente nós é que não sabemos enfrentá-las ou, pior, somos os
responsáveis por gerá-las e impotentes para resolvê-las.
Temos, geralmente, pouca sensibilidade para perceber que não somos os únicos a experimentar essas tensões,
mesmo porque, normalmente, as pessoas falam pouco de seus fracassos e apresentam-se sempre mostrando seu
sucesso como parte de seus próprios currículos.
Temos a falsa compreensão de que à medida que nos tornamos maduros, e experientes, as tensões e problemas
deixarão de existir ou sempre teremos soluções e respostas a eles.
Assim, gostaria de sugerir três observações:
E alguns deles não serão ou não terão que ser resolvidos com uma solução definitiva.
Por exemplo, um problema ou tensão entre família e trabalho. Como resolver definitivamente esta questão? Ela
pode trazer componentes pessoais de cada um de nós.
Não adianta negar a tensão ou dizer: “Vamos discutir isso de uma vez por todas”. Ou ainda adotarmos uma postura
de fuga: “Não me venha mais falar sobre esse assunto”.
Isso não é bom e não trará resultados duradouros ou que trarão satisfação ou conforto permanente.
Alguém escreveu que “a vida é muito preciosa para ser desperdiçada por inúteis e destrutivos comportamentos; use
essa energia para realmente viver, para fazer uma poderosa diferença no mundo e – assim
– colher a recompensa de viver uma vida com propósito”.
Como você pode ter a pretensão de dizer que tem a solução para os conflitos entre filhos de diferentes idades,
interesses, ou entre gostos, ou dizer que você conhece completamente seu cônjuge?
Se usarmos cada momento de forma positiva, procurando extrair o melhor deles, administrando os problemas ou
tensões, isso vai gerar crescimento. Isso diz respeito a uma organização, a pessoas ou a você mesmo.
Perguntas como “este problema sempre acontece?” podem indicar a necessidade de geri-lo, em vez de querer
resolvê-lo definitivamente.
Ou talvez pessoas com ideias diferentes, porém maduras e sensatas, devem despertar nosso interesse por esses
pontos de vista, pois pode ser que eles gerem crescimento.
Ou ainda dificuldades que, embora possam parecer representar lados opostos, são interdependentes. Não dá para
abandonar a família pelo trabalho nem o trabalho (como se não viesse dele o sustento) e ficar em casa.
Por isso:
Aproveite para crescer com as tensões e pressões Os dedos de nossas mãos são um bom exemplo de um bom
uso da tensão e da pressão. Usando-os, você pode colocar uma lente de contato sem pressionar seus olhos sensíveis
e delicados. Esses mesmos dedos podem jogar uma bola de basquete a uma longa distância em direção à cesta,
imprimindo na bola a pressão necessária a força necessária ao arremesso. Ou você pode pressionar o lápis ou a
caneta para escrever.
Talvez gerir um problema trará melhores resultados do que simplesmente resolvê-lo; ou melhor, geri-lo pode fazer
parte desse processo de solução.
É muito mais que ganhar ou perder. É desejar crescer juntos. Por isso, aprenda a valorizar as pessoas.
Conclusão
Você pode ser até apaixonado ao defender seu ponto de vista, mas deve ser maduro o suficiente para entender essa
realidade e administrar as tensões com sabedoria.
O sábio Salomão teve que aprender essas verdades e lidar com elas, assim como eu e você em nosso dia a dia. E
era tendo Deus como a fonte de toda sabedoria que ele escreveu: “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é
precipitado” (Pv 19.2).
Vale a recomendação, e boa prática!
Lidando com as diferenças
Isso tudo porque relacionamento envolve “pessoas”, e pessoas são diferentes. Somos diferentes em nossa
aparência, modo de ser, características pessoais, de personalidade, etc. Nossa cadeia de DNA é diferente, fazendo-
nos, cada um, seres únicos.
Nao obstante tudo isso, lidar com nossas diferenças ou com os diferentes de nós não é algo tão simples assim.
Estabelecer relacionamentos construtivos, positivos ou enriquecedores pode ser um desafio. Acontece que
ninguém existe e caminha sozinho. Dependemos uns dos outros constantemente, de maneiras tangíveis ou
intangíveis. Não chegaremos ao nosso objetivo, nosso destino ou outro nome que dermos ao evento da vida sem a
ajuda e o relacionamento com outras pessoas.
Daí a necessidade de buscarmos capacitação a cada dia para vivermos os desafios do dia a dia. Por isso:
Desenvolva a tolerância
Para viver em sociedade e estabelecer relacionamentos é vital o exercício da tolerância. Através dela você
conquistará a sabedoria, equipando-o para o exercício das pequenas coisas do cotidiano.
Não se julgue autossuficiente, pois você não é. “Uma pessoa autossuficiente engessa sua inteligência, permanece
numa mesmice sem fim” (Augusto Cury, O Mestre dos mestres).
Ensinando sobre isso, Jesus disse que se alguém baterem sua face direita, você também deve oferecer a esquerda, e
por diversas vezes Ele deu a outra face para seus opositores. Não revidava quando o agrediam ou o ofendiam.
“Dar a outra face” não é sinal de fraqueza ou submissão, mas de força e segurança. Só uma pessoa segura dos seus
próprios valores é capaz de elogiar o seu agressor. Desenvolver a tolerância o ajudará a lidar com as críticas, a não
se esconder, não se intimidar, mas enfrentar o outro com tranquilidade e segurança.
Paulo nos ensina a “suportar-nos uns aos outros em amor” (Cl 3.13). O sentido da palavra é o mesmo: tolerar, dar
suporte.
“Eu costumava olhar para as pessoas e tudo o que via eram imperfeições. Porém um dia decidi tentar compreender
as pessoas e vê-las através da perspectiva de Deus. Comecei a ouvir com um pouco mais de compaixão. Sabe o
que descobri? O que eu pensava serem imperfeições eram, na verdade, cicatrizes – e há uma grande diferença”
(Eugene Peterson, Um pastor segundo o coração de Deus).
Por que temos tanta dificuldade em nos relacionarmos ou em tentarmos compreender outras pessoas? Insegurança,
medo, egoísmo?
com a rotina pode ser a melhor maneira de conquistar alguém. E isso é uma arte, principalmente se o outro for uma
pessoa difícil.
“Muitas pessoas têm medo de se reconciliar, de estender as mãos para os outros, de pedir desculpas, de passar-se
por tolo, por isso defendem suas atitudes e seus pontos de vista com unhas e dentes,
“As pessoas podem se esquecer daquilo que você diz, mas elas jamais esquecem daquilo que você faz” (Jean Kerr,
escritora e dramaturga americana).
Isso é ótimo. Aprenda a valorizar as diferenças em vez de tentar fazer todos iguais.
Se alguém tem um talento que você não possui, ótimo. Juntos vocês podem fazer melhor e fortalecerem-se
mutuamente.
Aprenda a viver a diferença. Faça a diferença.
Li um texto intitulado “Mandamentos paradoxais de liderança”. Observe-os:
• Pessoas são ilógicas, injustas e egoístas – ame-as assim
mesmo.
• Se for bom no que faz, as pessoas o acusarão de ter
motivações egoístas e inconfessas – continue sendo bom.
• Se obtiver sucesso, ganhará falsos amigos e verdadeiros
inimigos – busque o sucesso assim mesmo.
• O que você fizer bem hoje, provavelmente será esquecido
amanhã – ainda assim faça-o bem.
• Honestidade e franqueza o tornam vulnerável – permaneça
honesto e franco.
• O maior homem com as maiores ideias pode ser abatido
pelo menor homem com o menor intelecto – não deixe de
pensar grande.
• Aquilo que você gasta anos construindo pode ser destruído
do dia para a noite – não deixe de construir.
• As pessoas precisam de ajuda, mas podem atacá-lo se você as ajudar – ajude-as assim mesmo.
• Se o melhor é possível, então o bom não é suficiente.
Conclusão
Você é único e diferente para Deus. Ele o fez assim. Viver a vida é um grande desafio. Confie em Deus! “Neste
mundo vocês terão aflições; contudo tenham ânimo! Eu
Fazemos planos para nossa vida, mas é o Senhor quem orienta os nossos
passos. Provérbios 16.9
Ter que lidar com pressão parece-nos algo inerente à própria vida. Haja vista que é em meio à própria pressão que
somos “expulsos” do mundo interior em que vivíamos (útero materno) para este mundo exterior que, inicialmente,
nos é totalmente estranho.
Não importa a idade, o sexo, a classe social. Não tem a ver com nível de escolaridade, com o cargo ou função que
se exerce. A verdade é que, em níveis ou graus diferentes de intensidade e amplitude, todos estamos sujeitos a
pressões na vida e em nosso dia a dia.
Recentemente, um alto executivo de uma multinacional americana “deixou” a posição que exercia devido a
pressões ante um comportamento inadequado quanto ànão observância de procedimentos tidos como “padrão”
naquela companhia.
Outro exemplo recente: pressionado por prazos para a conclusão de um projeto e lançamento de uma nova versão
do iPhone, o executivo responsável foi demitido depois de constatarem-se alguns problemas com a recepção de
sinal do novo aparelho.
No trabalho, em vez de um estímulo criativo a pressão pode virar um tormento. Sabemos que no trabalho sempre
existe algum tipo de pressão, seja qual for a atividade que exercemos.
O que vemos muitas vezes é que quando a tensão é extrema ea pressão é diária e usada como único método para
estimular um funcionário, acaba por produzir estresse, levando-se a distorções que fazem adoecer o físico, o
relacionamento e as próprias atitudes dos envolvidos no processo.
Por isso é que as pressões acabam por produzir as mais diversas reações nas pessoas. Se elas são inevitáveis em
nosso dia a dia, gostaria de sugerir algumas atitudes que poderão ajudar-nos a lidar com elas:
Alguém disse que “muitas vezes as pressões da vida são as mãos do oleiro”, e creio que realmente isso é uma
verdade.
Aprenda a olhar as circunstâncias com prudência, cuidado, evitando (pré) ocupar-se de forma excessiva e
improdutiva. Isso pode adoecê-lo.
Há algum tempo a revista Psichology Today trouxe uma matéria sobre “Doze indicadores de preocupações. Veja se
algo lhe parece peculiar:
1. Você tem a tendência de remoer e remoer um problema;
2. Você se irrita facilmente com coisas pequenas;
3. Você se sente inseguro em relação ao futuro;
4. Você se sente desconectado de Deus;
5. Você é uma pessoa naturalmente crítica;
6. Você exibe sintomas físicos de preocupação, tais como:
dores de cabeça, dores nas costas, enxaqueca;
7. Você tem uma dificuldade enorme de lidar com derrotas;
8. Você se sente esgotado com relativa frequência;
9. Você se frustra quando não tem o controle das coisas;
10. Você é extremamente sensível a respeito do uso do seu
tempo;
11. Você está constantemente – no meio da noite – se
lembrando de eventos do passado;
12. Você se mantém fortemente na defensiva quando
confrontado.
Podemos nos iludir pensando que somos fortes ou temos de ser fortes em toda e qualquer situação. É preciso
admitir: não somos!
Essa arrogância, além de improdutiva, é capaz de gerar distorções de conduta, de caráter, de visão.
“O homem forte domina os outros. O homem sábio domina a si mesmo” (Tolstói, escritor russo).
No ambiente de trabalho, muitas das pressões seriam evitadas se as atividades fossem mais bem planejadas e
organizadas.
Parece uma característica da nossa própria cultura a falta de planejamento e organização. Temos dificuldade de
compartilhar ideias, sonhos, dividir tarefas e responsabilidades.
A questão não é se você pode fazer tudo sozinho, mas quanto tempo levará para perceber que não pode.
Talvez você esteja se sentindo pressionado e sozinho exatamente pelo seu próprio ego, ou por insegurança, ou até
mesmo por seu temperamento.
Sempre levo em consideração: “Por que caminhar sozinho se posso convidar outros para caminhar comigo?”.
Se for preciso, procure ajuda. Jeff Calliguire (escritor, autor de Segredos da liderança) escreveu: “Parte-me o
coração saber quantas pessoas se queimam, afundam financeiramente, perdem a família ou saúde porque se
recusaram a buscar auxílio”.
E não procrastine, pois isso poderá tornar-se motivo de estresse e pressão futura.
Fico pensando no que se passa na cabeça e no coração de muitos jogadores, alguns jovens e outros mais
experientes. Também na cabeça daqueles que criaram para si mesmos alguma expectativa quanto a serem
escolhidos e que foram incentivados a isso pela mídia ou pelos torcedores dos seus clubes.
Sim, porque estamos falando de pessoas e não de coisas. São sonhos, expectativas, alegrias e frustrações que se
apresentam nomomento da convocação. Na Copa de 2010, um dos “não escolhidos” precisou de um terapeuta para
ajudá-lo a lidar com a situação.
Todos sabemos, diante de expectativas de sermos escolhidos ou preteridos, que não é fácil lidar com essas
situações.
Um trabalho, um relacionamento. Não importa se grandes ou pequenas, a verdade é que nem sempre as escolhas
representam momentos fáceis ou decisões tranquilas.
As circunstâncias podem envolver projetos de vida, de propósitos ou de ideais. Da mesma forma como os sonhos
se apresentam como alavancas propulsoras e motivadoras para nossa vida, as decepções podem arrastar-nos à
frustração e ao sentimento de fracasso.
O curioso é que todos nós sabemos que o fracasso faz parte da vida, e quanto antes o assimilamos, mais rápido
caminhamos rumo à liberdade e ao crescimento. Na verdade, ele costuma ser um dos ingredientes mais
importantes da receita do sucesso.
Saiba: você vai fracassar, e isso faz parte do processo de crescimento pessoal, pois a melhor maneira de não
fracassar é assumir os melhores riscos possíveis. E o fato de falhar em alguma coisa em sua caminhada não faz de
você necessariamente um fracassado.
É preciso compreender que “aqueles que seguem em frente apenas quando as coisas estão a seu favor nunca serão
bemsucedidos em seus esforços. O valor de uma realização cresce em meio a lutas, dificuldades, obstáculos e
incompreensões” (Richard Honner).
Mas gostaria que você e eu pensássemos não em situações, mas em pessoas. Quem está na sua lista de
“escolhidos”?
Comece estabelecendo uma lista de prioridades. Comece pela sua casa. Por aqueles que estão mais próximos de
você. Não os relegue em detrimento de situações ou coisas.
Talvez você muitas vezes tenha escolhido mais tempo no trabalho do que com aqueles que você diz amar. Mais
tempo com coisas para discutir ou pontos de vista para defender do que mais tempo de abraçar.
Talvez você esteja vivendo num sentimento egoísta com mais expectativas de receber do que disposição de se dar.
Passe depois para os seus valores. Como eles se manifestam em suas escolhas do dia a dia? Como eles se traduzem
na forma de conduta de seus relacionamentos? Como eles se expressam em suas atitudes em seu ambiente de
convívio diário?
De uma forma prática, gostaria de saber não qual foi o seu maior salário, mas se você comprometeu o seu caráter
para obtê-lo.
Gostaria que dissesse não quantos amigos você tem, mas para quantos você tem sido amigo.
De fato, gostaria que pensasse não em quantos você diz amar, mas quantos se sentem amados por você.
Quem está na sua lista de “escolhidos”?
O texto do início fala de uma escolha por excelência – DEUS.
Nunca imaginei que se sentir escolhido pelo seu amor fosse algo tão imenso, profundo, palpável, vivencial e
presente como tem sido desde que o experimentei.
Na perspectiva dessa escolha d’Ele é que nós O escolhemos. Em outras palavras, “nós o amamos porque Ele nos
amou primeiro” (1 Jo 4.9).
E com essa descoberta veio a consciência do outro, do meio em que vivemos e da forma como viver.
São caminhos e desafios que nos têm enchido de alegria e esperança.
Nosso desejo é que Deus esteja também na sua lista de escolhidos. Aliás, como diz Max Lucado, “Deus oferece
escolhas eternas e essas escolhas trazem consequências eternas”.
Administrando o estresse e as tensões
Rodney L. Cooper, em seu livro Ombro a ombro, escreve: “Estresse é a reação do sistema nervoso a uma ameaça
percebida ou real. Talvez essa definição técnica não signifique muito para você. Basicamente, significa que o
estresse é a maneira pela qual seu corpo reage ao perigo suposto ou real. Nossa pressão arterial sobe
tremendamente, e a força dos músculos aumenta. Estamos dispostos ou a lutar ou a correr. O estresse não é a
causa, e sim o efeito”.
E ele pode vir como consequências a mudanças – certa dose de mudança é necessária. Entretanto, mudanças
violentas podem ultrapassar nossa capacidade de adaptação.
Também por sobrecarga – falta de tempo, excesso de responsabilidades, falta de apoio e expectativas exageradas.
Acrescentaríamos ainda a alimentação incorreta, o fumo, ruídos, trânsito, baixa autoestima e medos.
Mas como evitar o estresse se vivemos invariavelmente sob pressão e tensões?
Defina a perspectiva
A leitura que se faz da vida, das situações e circunstâncias pela quais passamos define claramente a maneira como
vamos reagir a elas.
Muitas vezes a falta de perspectiva em relação a um determinado assunto pode levar-nos ao estresse e tensões ou
mover-nos ao prazer e à alegria. Por exemplo, alguns associam o trabalho a desafios estimulantes, à produtividade,
criatividade, desafios positivos e enriquecedores, significado e ideais, orgulho nas realizações e possibilidade de
relacionamentos agradáveis. Para outros, o trabalho está associado à labuta fatigante, à futilidade, à injustiça, à
falta de alegria e ao mal-estar. Isso tem a ver com perspectiva.
Por isso, o próprio estresse e as tensões podem adquirir contornos úteis ou prejudiciais. Tudo vai depender da sua
perspectiva.
Use a pressão a seu favor! “Os desafios fatalmente surgem, e com eles a oportunidade de enfrentá-los a cada um
com determinação e coragem. O resultado é que depois que o desafio passar você poderá se tornar uma pessoa
melhor que anteriormente” (Jeff Martin, músico e compositor canadense).
Se você é um líder, saiba que pressões e tensões serão inevitáveis.
Seja moderado
Tente identificar claramente o problema. Aprendi uma valiosa orientação para administrar as tensões do dia a dia:
“O primeiro passo em direção a um estresse saudável é definir o problema. Identificá-lo claramente. E a melhor
definição de problema que já ouvi é que problema é algo com que posso fazer alguma coisa. Se não posso fazer
nada com ele, não é meu problema. Não se torna meu problema até que possa fazer algo com ele. Se não posso
fazer nada, é um fato em minha vida. É preciso fazer essa distinção, aprendendo a lidar com esses fatos. Não posso
resolver coisas que não podem ser resolvidas por mim, por isso nem gasto tempo pensando nelas” (Fred Smith, em
Leadership Journal, EUA).
“Às vezes me preocupo com aquilo que posso mudar... nesse caso, é minha responsabilidade fazer alguma coisa a
respeito... meu fardo mais pesado é descobrir como parar de me preocupar com coisas que não posso mudar”
(Craig Groeschel, Confissões de um pastor, p. 96).
Talvez você tenha de aprender a lidar com seu orgulho. Tente ver-se fora dos holofotes da atenção, apreço,
reconhecimento. C.S.Lewis escreveu: “Enquanto permanecermos orgulhosos, não poderemos conhecer a Deus.
Um orgulhoso está sempre olhando de cima para pessoas e coisas; e é claro, quem está olhando para baixo não
pode ver o que está acima de si mesmo”.
Talvez você tenha de lidar com seus medos, ressentimentos ou hábitos arraigados, ou seja, aquelas atitudes que vão
se estabelecendo ao longo dos anos e que, muitas vezes, apenas alimentam nossa arrogância, soberba, falta de
humildade, etc.
Confie em Deus
Os “fatos” de nossa vida estão nas mãos de Deus. Ele os conhece todos. Ele os administra, para que concentremos
nossa atenção e esforço nas coisas que Ele nos deu para fazer. É em nossas tarefas que encontramos nossos
problemas “legítimos”. Tentar carregar mais do que suportamos vai gerar estresse e tensão desnecessários, que vai
nos fazer adoecer. “Deus pode lidar com qualquer problema que venhamos a colocar em Suas mãos. Criar planetas
não apresenta nenhuma dificuldade para Ele, nem ressuscitar mortos. Não há nada complicado demais que Ele não
possa tratar – mas Ele está esperando por nós, para que, reconhecendo o Seu poder, venhamos Lhe pedir ajuda”
(Bill Hybels).
Conclusão
O estresse e as tensões parecem fatos inevitáveis à nossa vida moderna. Faço minhas as recomendações do
apóstolo Paulo: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em todas as suas orações peçam a Deus o que vocês
precisam, e orem sempre com o coração agradecido. E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o
coração e a mente de vocês...” (Fl 4.6-7).
Quando a tragédia bate à nossa porta
Que socorro você prestou ao braço que não tinha vigor? Jó 26.2
Aconteceu de novo! Parece que essas situações teimam em produzir marcas em nosso mundo, confrontando-nos
com nossos limites e os limites da sanidade humana, associada à maldade que nos assola periodicamente, para não
dizer com uma constância muito maior do que gostaríamos de experimentar.
Quinta-feira, 8 horas de uma manhã como outra qualquer. Uma escola como tantas outras que estão presentes em
nossas cidades. Adolescentes cheios de sonhos e histórias de vida. Pais aparentemente seguros de que seus filhos
se encontravam em um lugar confiável, em um ambiente permeado pelo saber e enriquecido pela alegria tão
presente nessa idade. E de repente, a faceta monstruosa de um “ser tido como humano” expõe toda a crueldade a
que estamos sujeitos quando essa natureza humana se mostra assim deformada.
Doze adolescentes são mortos de forma brutal e cruel, sob olhares atônitos de outros colegas e professores.
Poderia ser apenas mais uma dentre tantas tragédias não fosse a violência expressa com tanta intensidade e ferindo
não só as inocentes vítimas cuja vida foi abreviada de forma abrupta, mas também suas famílias, centenas de
outras crianças que terão de lidar com seus traumas e medos e uma sociedade que assiste perplexa a tamanho
horror.
São muitas e diferentes as percepções de cada um de nós diante da adversidade, da calamidade, da catástrofe, da
fatalidade, do flagelo, do revés ou da tragédia.
Como superar situações traumáticas como essa? Como reconstruir a vida depois do horror, tendo de conviver com
as lembranças incanceláveis de um massacre?
Conheci um homem que em meio à sua dor expressou-se dizendo que nascer foi lamentável: “Pereça o dia em que
nasci e a noite em que se disse: Foi concebido um homem!”. Disse também que viver era algo lastimável: “Em vez
de comer, eu choro, e os meus gemidos se derramam como água. Aquilo que eu temia foi o que aconteceu, e o que
mais me dava medo me atingiu. Não tenho paz, nem descanso, nem sossego; só tenho agitação”. E que, para ele,
morrer seria desejável: “Por que os infelizes continuam vendo a luz? Por que deixar que vivam os que têm o
coração amargurado? Eles esperam a morte, e ela não vem, embora a desejem mais do que riquezas. Eles ficam
muito alegres e felizes quando por fim descem para a sepultura” (Jó 3.3, 21-22, 24, 26).
Expressões assim nos evidenciam fatos que nos remetem à nossa dor, nossas crises, nossas fraquezas e nossas
indesejáveis possibilidades. São como gigantes que se apresentam diante de nós de diferentes formas.
Muitos se perdem em tentativas de resposta improdutivas ou ineficazes.
Larry Crabb escreveu: “Um encontro profundo com a dor nos leva a fazer uma escolha. Ou mudamos, ou
afundamos na amargura, no desespero ou no hedonismo. Ou aceitamos o fato de que a vida não gira em torno de
nós, de como nos sentimos e do que acontece aqui, ou empurramos a dor para um canto, dedicando nossa vida à
satisfação de sonhos menores que podem se realizar”(Sonhos despedaçados, Mundo Cristão, p. 94).
Sim, em nosso encontro profundo com a dor temos uma escolha para fazer. Alguns, que nunca se importam com
sua espiritualidade, são capazes de culpar a omissão de Deus. Podem contender com Ele, emudecer-se, protestar ou
queixar-se. E o que acontece é um desiludir-se com a vida e para a vida.
Outros, entre os quais me incluo, têm buscado em Deus não apenas respostas, mas um sentido para a própria vida.
E o que essa experiência nos tem proporcionado é que...
É melhor conhecer a Deus do que conhecer respostas
São exatamente os resultados dessa busca que têm norteado e dado sentido à nossa vida.
E quanto mais O buscamos, mas cresce nosso amor por Ele e nosso sentido e propósito para a própria vida.
E então posso orar: “Que eu use a decepção como matéria-prima da paciência. Que eu use o sucesso como
matéria-prima da gratidão. Que eu use a tribulação como matéria-prima da perseverança. Que eu use o perigo
como matéria-prima da coragem. Que eu use a censura como matéria-prima do sofrimento prolongado. Que eu use
os elogios como matéria-prima da humildade. Que eu use os prazeres como matéria-prima da temperança. Que eu
use a dor como matéria-prima da resistência”, como se expressou Philip Yancey (Oração, ela faz alguma
diferença?, p. 297).
ELE É DEUS – e onde não podemos compreender, podemos confiar.
Quando conhecemos “quem” é Deus, não precisamos perguntar “por quê?”.
O que nos leva a perseverar em meio à nossa dor, perda, vazio e inquietações é um grande princípio que pode
ajudá-lo também:
“Deus é bom demais para cometer qualquer crueldade... sábio demais para cometer um erro... profundo demais
para explicar a si mesmo” (Charles Swindoll, Devocionais, Mundo Cristão, p. 95).
Daí podemos dizer: “Deus é suficiente”.
Quando está difícil
Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo,
passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. João 16.33
Há algum tempo tenho trabalhado em uma série de mensagens que têm a família como tema.
Uma das mensagens fala sobre aqueles momentos difíceis, quando estamos pensando em desistir de tudo, em que
está difícil continuar, suportar, superar, enfrentar.
Como lidar com situações difíceis? Como lidar com pessoas difíceis? Como lidar quando eu sou uma pessoa
difícil?
Quando o clima é de otimismo, de alegrias, de celebrações, de bravuras, de conquistas, de vitórias, tudo nos parece
mais fácil. No entanto, quando somos surpreendidos por momentos de desânimo, de discórdia, de tristezas, de
obstáculos, de objeções, de oposições, de medos, de lamúrias, de muita confusão, e muitas outras complexidades,
tudo se transforma.
Esses momentos vão exigir muita paixão pela vida – sua e das pessoas. Vão exigir muita generosidade e
misericórdia com o outro. Por misericórdia entenda-se não dar ao outro aquilo que ele até mereceria, mas que
retemos. Trata-se de uma atitude difícil. Aliás, normalmente somos extremamente misericordiosos com nós
mesmos e muito pouco com os outros.
Para superarmos os momentos difíceis, sugiro três iniciativas:
Essa atitude tem a ver com princípios, fundamentos, conceitos que vão sendo desenhados e escritos através do
tempo em nossa vida.
Vão muito além da engenhosidade humana, da racionalidade cartesiana. Têm a ver com sensibilidade, com
maturidade, que só adquirimos quando aprendemos a lidar com nossas próprias limitações e deficiências.
É quando compreendemos que as verdadeiras mudanças acontecem de dentro para fora de cada um de nós.
Muitas vezes elas vêm após a quebra do orgulho, da arrogância, da presunção. Outras vezes acontecem após
experimentarmos o fracasso, a queda, o vazio.
Momentos assim normalmente exigem novas atitudes.
Não se esqueça: quando está difícil, é tempo e oportunidade de tomar uma atitude.
Conclusão
Neste mundo em que vivemos sempre haverá pessoas se queixando de algo ou de alguém. Vamos ver muitas vezes
gente de cara amarrada, de nariz torto ou nos balançando a cabeça em sinal de reprovação. Recuse-se a permanecer
em um ambiente assim – isso é contagioso.
“A decisão de irradiar alegria e positivismo é apenas sua. Ingênuo, irrealístico, insensível? Não, de modo nenhum!
É saudável, cheio de compaixão, criativo e positivamente generoso” (Adam Clarke [1762-1832], teólogo metodista
nascido na Irlanda do Norte).
Você está vivendo um momento difícil? Você está vivendo com pessoas difíceis? Você está sendo uma dessas
“pessoas” para alguém?
Ele nos prometeu: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas
tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
Editora Fôlego Caixa Postal 16.610 CEP 03149-970 - São Paulo - SP
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