Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
******
~2~
EPÍLOGO
A CARTA
Há tanta coisa que eu gostaria de poder dizer a você, mas eu sei que o
tempo é curto. Você vai embora amanhã. De novo. Eu não posso dizer que
não me incomoda. Incomoda. É claro que ele sim. Dói o tempo todo. Eu ajo
brava com você, mas eu odeio isso. Eu odeio ver você pondo suas botas. Eu
odeio ver você fazendo suas malas. Eu odeio ver você arrumando sua gravata
no espelho. Eu odeio quão malditamente sexy você fica em seu uniforme.
Acima de tudo, eu odeio te dar um beijo de adeus, odeio assistir você se virar,
suas amplas costas retas quando você desaparece abaixo da rua. Eu odeio
que seus olhos estão secos quando os meus estão molhados.
Deus, Tom. Você sabe por que eu me lembro de cada momento? Porque
na maioria de nossos oito anos juntos, você esteve em missões. Três turnos no
Iraque e você está prestes a ir para sua terceira turnê no Afeganistão. Eu
sinto falta de você, Tom. Todos os dias, eu sinto sua falta. Mesmo quando
você está em casa Eu sinto falta de você, porque eu sei que você sempre vai ir
embora de novo.
Mas desta vez? Essa missão? Tem sido a mais difícil. É tão difícil
que eu não posso aguentar. Não aguento mais. Eu não posso, Tom. Eu não
posso ver você ir embora de novo, sabendo que você poderia morrer. Sabendo
que você pode não voltar.
Você não falou muito sobre o que aconteceu com seu amigo Hunter, da
sua unidade, quando ele foi MIA 1, mas eu sei que foi doloroso para todos.
Ele voltou, graças a Deus, mas você era uma bagunça. Você me ligou da
base. Você estava ficando louco de preocupação. Você pensou que ele estava
morto. Seu amigo Derek tinha sido ferido também. Me lembro de tudo isso.
Por favor, venha para casa para mim, Tom. Venha para casa vivo.
Não importa o que, você tem que voltar. Eu preciso de você. Nosso bebê
precisa de você.
Eu te amo tanto, tanto, Tom. Mais do que eu nunca vou ser capaz de
dizer. Você vai ficar bem. Você vai voltar para mim. Para nós.
Reagan.
P.S.: Espero que seja um menino. Eu quero que ele se pareça com
você.
~5~
CAPÍTULO UM
DEREK
2 É uma música.
~6~
Eu sinto o Humvee inclinar e ouço o gemido do motor quando nós
chegamos a um declive.
Aqui nas colinas estamos cercados por rocha nua, que está
absorvendo a luz do sol e refletindo de volta na forma de calor de matar.
Mais acima tem vegetação, mas aqui em baixo, é apenas rocha, cascalho
e terra batida. As picos sobem e dobram em si, se enfiando juntos e para
além, proporcionando uma infinidade de pequenos cantos e recantos,
grutas e cavernas, lugares onde um homem com um RPG pode se deitar
e ser invisível a partir de nosso ponto de vista. Que é exatamente o que
me foi dito para esperar. É o que o tenente esperava quando chegaram
as ordens para nos enviar para visitar um par de aldeias do outro lado
dessas colinas. Ele reclamou sobre a missão, mas sabíamos muito bem
que eles estavam nos enviando através de uma área conhecida por
emboscadas. Nos mandaram de qualquer maneira, e negaram os nossos
pedidos para apoio aéreo, ou qualquer armadura pesada. Entram e
saiam, disseram. Basta verificar os relatórios de atividade inimiga na área e
voltar para cá.
Certo.
— Lewis? — Eu digo.
~7~
— O quê? — Ele late. Lewis sempre late. É o seu estado natural:
agravado, taciturno, petulante.
— Onde? — Eu digo.
Whooooosh... BOOM!
— Eu também.
~9~
Echo Company estão agachados atrás do caminhão ainda sem
danos. — Nós temos que ter uma linha de fogo em cima desse cume.
Façam cobertura, assim Nielsen pode plantar a sua SAW6.
6 Metralhadora.
~ 10 ~
Eu coloco o meu rifle nas minhas costas, pego Glidden sob as
axilas, e puxo. Ele bate no chão e grita.
~ 11 ~
registro o som de seu rifle: crackcrackcrack - crackcrackcrack…
crackcrackcrack.
~ 12 ~
xingar, e em seguida a cabeça dele aparece e eu espero até que ele esteja
em cima comigo.
— Bom ponto, — eu digo com uma risada, porque Deus sabe se ele
está dizendo a verdade.
Barrett agarra meu bíceps com uma unha afiada. — Ei, filho da
puta. Essa é a minha esposa.
— Bem, não.
— Entendido, — eu digo.
Outra respiração.
~ 14 ~
Crackcrackcrack... um a menos - crackcrackcrack... dois. Barrett
está disparando ao meu lado, tão, tão alto. Eles foram completamente
tomados de surpresa, e eu ouço uma M4 disparar. Corpos sangram e
caem.
Whooooosh... BOOM!
Porra.
~ 15 ~
— Nós tecnicamente cercamos eles, — diz Martinez. — Um grupo
vai atirar para chamar a atenção deles, o outro vai chegar por trás e
explodi-los.
— Oorah7, — eu digo.
— Quantos?
~ 17 ~
calcanhar, sem quebrar o ritmo e recuo, mirando o rifle para cima e
caçando um alvo.
CRUMP-BOOM!
Gritos.
Crackcrackcrack… crackcrack-
— Ele caiu. Ele caiu. Merda, merda, ele está morto, — Okuzawa
ofega, em pânico.
Desgraçado.
Eu meio que caio, meio que deslio para baixo da superfície quase
vertical. A saliência da rocha pega no meu cinto, me prende e engata
minha respiração. Ouço Barrett em cima, atirando sem parar. Eu olho
para cima, vejo ele descendo atrás de mim. Eu desprendo o meu
equipamento da rocha e continuo deslizando.
~ 19 ~
— Vamos fazer isso. — ele ajusta sua postura, se agachando para
por seus pés debaixo dele. Observando o pente de seu rifle.
— Pois é.
~ 20 ~
branco da calça esvoaçando pela brisa quente. O sol está no pico,
diretamente acima.
~ 21 ~
CAPÍTULO DOIS
REAGAN
~ 22 ~
leva à fazenda. Eu deixo cair o descascador na pia. Solto a batata.
Desliguo a torneira.
Não. Não.
~ 23 ~
Eu me inclino contra o pilar, meus joelhos cedendo. — O que
aconteceu com ele? O que aconteceu com Tom?
~ 25 ~
— Sim, eles são causadores de problemas, isso é certo. Eles...
parecem, a partir dos relatórios sobre a batalha que eu vi, que Derek e
Tom... se absolveram bem.
~ 26 ~
dele, Jonathan Lewis. Aderimos à Corps juntos depois de 9-118, e nós
lutamos na Tempestade no Deserto juntos. Ele era, ele é como um irmão
para mim. — Ele pisca várias vezes, aperta os olhos fechados e em
seguida, abre novamente. Eles brilham de emoção. — A esposa dele vive
em Dallas. Eu estou indo para lá em seguida. Essa visita vai ser difícil.
— Eu irei.
8 09 de setembro de 2011.
~ 27 ~
Eu coloco as palmas das mãos na minha barriga, que está apenas
começando a crescer. E eu grito.
Por mim.
~ 28 ~
CAPÍTULO TRÊS
DEREK
Afeganistão, 2007.
~ 29 ~
A porta da cabana se abre, a luz do sol do lado de fora fazendo
uma silhueta da forma na porta. Eu tenciono, espero, assisto. Ele não
fala, apenas se inclina, me agarra pela frente da camisa, e me empurra
para a frente, até eu me levantar. Eu me esforço para manter o
equilíbrio, não me preocupando em protestar. Ele me puxa para fora da
porta, enfia o cano de sua AK contra a minha espinha, late um comando
que eu entendo como ―ande‖ ou ―vá‖. Eu avanço, piscando contra a luz.
Eu tento olhar ao meu redor. A cabana está no baixo, montanhas estão à
distância, rochas, alguns edifícios maiores, janelas sem vidros e portas
abertas. Outros velhos edifícios caídos. Alguns que foram claramente
destruídos por foguetes ou ataques aéreos. Eu não vejo quaisquer
pessoas nas ruas, de modo que este é uma base Taliban de algum tipo, ou
uma cidade bloqueada, os moradores com medo de sair de suas casas. Às
vezes, os dois são a mesma coisa.
~ 30 ~
contra minha bochecha, quebrando, dividindo a pele. Um punho contra
o meu ombro ferido novamente. Um soco no estômago.
Eu vou atrás deles, xingando-os. Ele não pode lidar com muito
mais. Se espancaram ele, ele não vai sobreviver. Eu sou parado por uma
coronhada na testa, me fazendo cair. Eu vejo estrelas, a cabeça
latejando, mas luto para me levantar, piscando o sangue para fora,
alcançando Tom.
Algo frio e redondo toca minha testa, e uma mão aperta meu
ombro, me empurrando para trás. — Cale a boca, — uma voz rosna em
forte sotaque Inglês, — ou matamos. Você não. Matar ele.
Enxugo os olhos com as costas da minha mão, e vejo que eles têm
Barrett de joelhos no chão do lado de fora da cabana, uma AK apontada
para a parte de trás da cabeça dele.
~ 31 ~
Eu afundo aos meus quadris, em seguida, me sento.
~ 32 ~
licença. Ela m deu um pouco antes - gah, isso dói, cara - pouco antes de
eu entrar no avião. Estive esperando.
~ 33 ~
no chão ao meu lado. E eu não consigo me lembrar por que estou aqui.
Pelo que eu deveria estar lutando.
E Tom? Ele tem algo para viver, uma mulher que o ama como o
inferno, esperando que ele volte para casa. Só que ele não vai.
— Leia... de novo.
Tom ri, o que faz com que ele tossir e estremecer. — Idiota. Não
é... não é assim. É assim... Toque isso, Sam. Toque enquanto o tempo
passa. — Ele pisca os olhos, lambe os lábios. — Reagan odeia esse filme.
A avó dela... fazia ela ver com ela todo fim de semana, quando ela era
uma garotinha. De novo e de novo. Ela me fez - ela me fez ver isso uma
vez. Quanto eu estava de licença, entre o Iraque e aqui. Ela viu três
vezes seguidas comigo.
E de novo.
Deus, Tom. Você sabe por que eu me lembro de cada momento? Porque
na maioria de nossos oito anos juntos, você esteve em missões. Três turnos no
Iraque e você está prestes a ir para sua terceira turnê no Afeganistão. Eu
~ 34 ~
sinto falta de você, Tom. Todos os dias, eu sinto sua falta. Mesmo quando
você está em casa Eu sinto falta de você, porque eu sei que você sempre vai ir
embora de novo.
Eu só não posso dizer a ele. Agora não. Ele está cada vez mais e
mais inconsciente.
Ele me faz ler a carta mais e mais, até que isso é tudo que eu faço
durante suas horas acordado. Lendo a carta. Lendo a carta.
***
Uma semana depois, ele está quase no fim. Ele vai acorda por uma
ou duas horas aqui e ali. Perde o fôlego. Geme. Agora tudo o que ele
~ 35 ~
pode fazer é murmurar ‗carta...‘. É tudo o que ele tem força para dizer.
Eu li, pulando a notícia. Eu menti para ele. Eu não digo que ele é pai.
Eu sou um covarde. Ele merece saber, mas eu só... não posso dizer
a ele. Eu caio no sono, me xingando por ser um covarde, por ser um
fraco. Mas eu nunca conto a ele. Porque isso vai ser muito difícil. Ele vai
lutar. Ele vai tentar segurar, mas... no fundo, eu sei que ele não vai fazer
isso. Ele vai morrer a qualquer momento.
E então ele vai chutar a minha bunda por ter mentido para ele
sobre seu bebê.
***
Tomo a mão dele. — Não, cara. Nós estamos indo para casa.
— Mentiroso.
— Reagan... você tem que chegar em casa. Diga a ela... diga a ela
que eu a amo.
Ele tosse, fracamente. — Diga a ela... que ela é meu tudo. Essas
palavras.
— Jura.
— Ela tem que saber que eu fui pensando... nela. Que eu queria...
queria - eu queria ir para casa para ela. Eu lutei por ela. Ela tem que
saber.
— Vá se foder.
— Sim.
Ele aperta minha mão, uma contração de seus dedos e apenas isso.
A respiração.
Silêncio.
Eu seguro sua mão até que eles voltam para nos alimentar, vendo
que ele está morto, e arrastam seu corpo para longe. Eu brigo com eles,
porque o corpo dele tem que ir para casa. Ela tem que ter algo para
enterrar. Eles levaram nossas placas de identificação por algum motivo.
~ 38 ~
Eu escondo a carta na terra no canto da cabana, no caso de eles
tentar levá-la. Eventualmente eles tiram meu uniforme e me dão uma
mangueirada. Raspam minha cabeça, a minha barba. Me colocam em
um pijama, ou qualquer merda que é que eles usam. Ainda bem que eu
escondi a carta, porque eu não a teria agora.
Você me levou para Olive Garden, e ficou bêbado com vinho tinto.
Fizemos amor naquela noite no meu quarto de hotel.
Os meses.
~ 39 ~
CAPÍTULO QUATRO
REGAN
Tommy. Deus, aquele menino. Não tem nem dois anos e tantos
problemas. Tão bonitinho. Tão encantador. Tantos problemas. Anda,
fala e foge quando dou as costas, subindo para a mesa da sala de jantar,
subindo ao longo a barra de proteção no berço e ficando lá em cima.
mim acreditar que eles ainda estão procurando por ele depois de dois
anos.
~ 41 ~
Henry relincha e dança para trás assim que eu chego a curta
distância, balançando a cabeça e se virando. Estendo a mão para ele,
mas ele trota embora novamente.
Nós repetimos isso por mais vinte minutos, até que eu finalmente
desisto.
~ 42 ~
assento, cutuco ele com o meu calcanhar para virá-lo na direção certa.
Um clique da minha língua e Henry sai em um trote suave.
Vamos até o portão que leva do pasto para o norte até a parte
central entre casa, celeiro, e os piquetes. Hank e Ida estão esperando.
Hank abre o portão para mim e fecha quando eu passo com Henry por
ela.
— Dê a ele tudo que você tem, e deus Deus dá o resto, — diz Ida.
~ 45 ~
— Eu sei que é tarde, — diz ele, com os olhos correndo para longe
dos meus, — mas eu queria... eu tinha que vir pessoalmente. Eu não
podia simplesmente te ligar.
— Haviam sido?
~ 46 ~
— Eu sei que não é um e conforto para você, no entanto, — ele
diz, como uma reflexão tardia.
— Tudo bem então. Qualquer coisa que eu possa fazer por você?
Eu vou?
~ 48 ~
CAPÍTULO CINCO
DEREK
Afeganistão, 2010.
~ 49 ~
Eu me pergunto como seria ter esse tipo de amor. Eu nunca tive.
Nem nunca vou, provavelmente.
A dor me diz que eu ainda estou vivo, e a carta me diz por que eu
estou me segurando. Por que não faço um besteira, obrigando eles a me
matarem, eu não sei.
~ 50 ~
— Mate o americano! Atire nele! — A figura que está tampada da
cabeça aos pés, deixando apenas uma fresta para os olhos, aparece na
porta, segurando um fuzil AK. Ele não me vê de primeira, e fica confuso,
procurando, AK apontada no nível da cintura. Idiota.
Eu soluço.
— O quê, senhor?
~ 52 ~
— Você vai ser interrogado na íntegra, senhor.
***
~ 53 ~
pronunciado, afiado, minha pele doentia, a barba por fazer encravada
em alguns lugares.
~ 54 ~
Voss vê o que está acontecendo, se vira e ruge: — Tudo bem,
vocês! Se movendo. Se movendo. Dê ao homem algum espaço. Nenhum
de vocês tem trabalho a fazer? — Ele envolve um braço corpulento em
volta do meu ombro, sua pata enorme na minha cabeça.
Sua voz é um ruído surdo. — Eu não vou fingir que eu sei o que
você passou. Mas eu estou aqui para você. Todos nós.
~ 56 ~
embrulhado em algodão em minhas mãos. O médico chega para ele
novamente. — Nós vamos te devolver, Corporal. Você tem minha
palavra.
***
~ 57 ~
Eu não poderia, mesmo se eles me deixassem. Estou cansado. Com
fome. Meu braço dói. Eu percebo que eu estou em uma intravenosa.
Concordo com a cabeça. Ele está certo, e eu sei disso. O surto sobre
a provou tanto para ele quanto para mim.
— Jura.
Eu ouço ele. Ouço sua voz. Estou louco? Será que os três anos de
cativeiro me fizeram um verdadeiro louco? Talvez. Provavelmente.
Tudo que eu sei é que eu jurei na minha alma.
Fiz um voto.
~ 59 ~
CAPÍTULO SEIS
REAGAN
— Pirulito.
~ 60 ~
— Ganhei um doce, Mama!
— Que tal um, o que você tem em sua boca? — Eu pego os dois
pirulitos extra, que Tommy gritar e pisar.
~ 61 ~
tem trabalhado no motor uma dúzia de vezes para mantê-lo funcionando
para mim. O ar condicionado foi remendado mais de uma vez, mas ele
para mais do que ele funciona.
~ 62 ~
O telefone toca, súbito, estridente e dissonante. Tommy mexe no
segundo toque, e depois cai no sono enquanto eu pego o receptor. —
Olá?
Eu não sei como eu deveria me sentir sobre isso. — Ele está - ele
está bem?
— Devo visitá-lo?
~ 63 ~
— É claro. E, como sempre, se há alguma coisa que eu possa fazer,
você tem meu número.
— Sim obrigada.
— Adeus, senhora.
Dói muito.
***
— Uma visita?
~ 65 ~
— Sim, ele está. Ele está sentado na varanda da frente. Eu não
deixei ele entrar ainda. Eu não deveria deixar?
— Não, não faça isso. Deixe ele entrar. Eu estarei aí. — Eu desligo
o telefone, agarro as placas, e atiro elas na parte de trás do caminhão.
Ponho os parafusos no banco do passageiro e eu partimos para a casa.
O homem diante de mim é... não é grande mais, mas é fácil ver que
ele não está muito longe disso. Ele ainda é alto e reto, mas os músculos
volumosos diminuíram drasticamente, e há um palpite inconsciente de
seus ombros. O sorriso fácil desapareceu, substituído por lábios
apertados em um disco, linha fina. Seus olhos são... distantes.
Assombrados.
~ 66 ~
— Derek? — Eu vou até ele, esquecendo a modéstia, vendo apenas
um homem perdido nas profundezas da dor e horror traumático.
~ 67 ~
olhando para Tommy como
se estivesse vendo um fantasma, e eu não acho que ele me ouviu. Eu toco
seu ombro. — Derek?
Ele fica violento com o meu toque, empurrando tão duro que seu
café chapinha em suas mãos. — Merda! — Ele coloca a caneca para
baixo, e, em seguida, olha para Tommy e gagueja: — Eu - eu quero
dizer, claro. Claro.
T. M. O NEG
234 56 7890
USMC L
CHRISTIAN
Ele balança a cabeça. Então ele chega para o bolso de trás de seus
jeans azul escuro e retira um envelope dobrado. Ele se vira para me
encarar. Suas mãos tremem violentamente. Ele aperta o punho,
transfere o envelope para a outra mão, e aperta, tentando parar o
~ 69 ~
Eu alcanço o envelope, com uma lágrima escorrendo pelo meu
rosto. Derek, um pouco hesitante, solta para mim, mas ele nunca tira os
olhos dela. Ela, obviamente, tem um significado enorme para ele. Eu
toco a impressão digital sangrenta. Gostaria de saber se é o sangue de
Tom, ou Derek. Ou de outra pessoa. Eu não vou perguntar, no entanto.
Cautelosamente, lentamente, eu abro e retiro a carta. Tem sido dobrado
e desdobrado e dobrado mil vezes, vincado e frágil, sujo, as duas páginas
moldadas em uma curva, como se tivesse sido carregada imprensada em
um corpo.
— Ele - Tom carregou esta carta, não aberta, através disso, — diz
Derek. — Ele não ia ler. Disse que ele estava guardando. Então... então
o nosso comboio foi emboscado e - ele foi atingido. Nos levaram. Ele
estava muito mal. De alguma forma eles não encontraram a letra
quando nos revistaram. Eu não sei por que, mas não o fizeram. Ele - eu li
que carta para ele uma centena de vezes por dia. Dia após dia. Toda vez
que ele acordava, eu lia para ele. Isso manteve ele continuando. Me
manteve continuando. Depois que ele - depois que Tom morreu, era tudo
que eu tinha. Essa carta, e minha promessa de te encontrar. Para dizer
que ele tentou, tanto, se segurar. Que ele te amava, e que ele queria
voltar para casa.
Derek acena com a cabeça, e eu não tenho certeza sobre o que ele
está acenando com a cabeça. — Ele foi ferido, na batalha. A emboscada.
Uma ferida no estômago. Ele resistiu por - por semanas.
~ 70 ~
Derek aperta os olhos fechados; sua mandíbula mói, punhos
apertam. Se vira. — Eu - ele... Porra. Merda. — Ele tropeça, desce os
degraus, para a chuva, a cabeça baixa, ombros arqueados, ofegante.
Depois de um minuto, ele se endireita. Ele respira fundo, se vira e volta
úmido pela chuva. — Desculpe. Foi uma situação ruim, Reagan. Eu não
sei mais o que dizer. Foi ruim. Eu fiz o meu melhor para ele, mas
simplesmente não havia nada que eu pudesse - pudesse fazer. Tentei. Ele
merecia... ele deveria ter sido o único a conseguir isso. Eu penso nisso
cada dia de merda. Deveria ser ele aqui. Não eu. Então - então eu sinto
muito. Sinto muito. Deveria ser ele, mas - mas eu não podia salvá-lo
— Derek, não. Você não pode pensar assim. Eu não quis dizer - eu
sinto muito. Eu-
~ 71 ~
para mais ‗reabilitação‘, — ele cospe a palavra, — mas foda-se essa
merda. Tem sido três meses. Estou farto disso.
Ele para, sem se importar com a chuva batendo nele. — Por que
você quer que eu fique aqui?
— Há um sofá, eu poderia-
— Sonhos ruins?
~ 72 ~
Sua voz fica um pouco afiada. — Reagan. Eu não preciso de nada
dessa merda. Eu estou bem. — Ele caminha através da lama para o
celeiro. — Obrigado pela hospitalidade, — diz ele sobre seu ombro.
— Mama?
— Quem era?
Quando volto, Ida está secando o último dos pratos. Ela coloca um
prato no armário, põe a toalha sobre a alça de forno. Ela se vira para
mim, os olhos avaliando. — Aquele garoto... ele é muito perturbado.
~ 73 ~
Ida concorda. — Eu vi um programa de notícias sobre ele. A
psicóloga estava dizendo que alguém que já passou pelo que ele passou...
eles nunca realmente se recuperam. — Ida remexe na minha gaveta,
encontra o tubo de creme para as mãos e esfrega um pouco sobre suas
mãos enrugadas. — Meu Hank, ele serviu na Coréia, você sabe. Ele não
fala muito sobre isso, nunca fala, realmente. Mas eu sei que isso ainda
afeta ele. As coisas que ele experimentou, as coisas que ele viu e fez.
~ 74 ~
A casa está em silêncio, e eu finalmente estou sozinho. Eu puxo o
envelope do bolso de trás da minha calça jeans. Pego as placas na palma
da minha mão, olho para o nome de Tom. Me permito algumas lágrimas,
limpo-as de meu queixo.
~ 75 ~
CAPÍTULO SETE
DEREK
~ 76 ~
Passei a primeira hora ou assim limpando o estábulo e colocando feno
fresco. Eu fui até a oficina, mas era... era um espaço Tom. Cheio de
parafernália de beisebol, posters da NASCAR, alguns de seus antigos
troféus de beisebol colegial, uma bola de beisebol assinado por Nolan
Ryan. Ferramentas, as peças de carro. É tudo Tom. Ele falou sobre este
lugar, quase tanto como ele falou sobre Reagan. Ele cresceu na fazenda,
planejando sair progressivamente do Corpo e voltar para a agricultura.
Falou sobre desmontar motores com seu pai e velho o Hank abaixo da
estrada. Montando em cavalos através das pastagens, ajudando a potros
nascerem e quebrando o braço no processo uma vez. Ele costumava
passar horas aqui, longe da realidade miserável de sua mãe morrer. Ele
sempre lamentou de não ter passado mais tempo com ela enquanto ele
ainda tinha ela, mas sempre foi muito difícil para ele, disse ele, ao vê-la
deitada no sofá, magra e doente.
Então, sim, eu nunca estive aqui até agora, mas conheço este
lugar, este celeiro. Horas e horas passadas marchando em patrulha, sem
nada para fazer a não ser falar com o amigo ao seu lado, você se
relaciona com todos os tipos de merda que você nunca pensou que iria
falar. Para Tom, foi sempre este lugar. A terra, o celeiro, a casa.
~ 77 ~
A casa está silenciosa. Eu posso ver a cozinha de onde eu estou,
nenhum sinal de movimento. A fazenda é um modelo clássico de estilo
rural do Texas. Alpendre grande, três degraus. Frontões e beirais,
tapume de madeira branca que precisa de pintura. Grama grossa em
torno dos lados principais para o quintal, onde choupos e salgueiros
rodeiam um pequeno lago verde. Na frente da casa, há um círculo de
cascalho, um pedaço de grama não-tão-verde com uma árvore pequena
no meio da ilha. O lugar está a uns bons três quartos de milha para a
estrada mais próxima, que é apenas uma faixa um pouco mais ampla de
cascalho em uma linha reta. O celeiro é um enorme edifício, madeira
desbotada e antigo descascamento de pintura vermelha. Há um bom
cinquenta acres em pasto aberto para o norte e leste da casa e celeiro,
algodão para o sul, feno para o oeste. As pastagens estão cercadas, o que
deve ser quilômetros de cercas de madeira. O inferno de um monte de
manutenção, eu acho. Especialmente para uma mulher como Reagan.
Sozinha. E mais uma criança?
~ 78 ~
Eu espio algumas tábuas
saindo da cama de ferrugem
azul que é caminhonete.
Cruzando o quintal, eu espreito a caminhonete. Cerca de cinquenta
novas tábuas de madeira tratada, uma grande caixa de parafusos. Uma
parafusadeira no banco de trás. As chaves... brilhando pelo sol. Eu ligo a
caminhonete e vou na direção da cerca em mais necessidade de reparo.
Eu arranco fora os velhos e quebrados, jogando-os de lado. Parafuso o
novo no lugar. De novo. De novo. Movo para baixo da linha,
substituindo as placas. O sol nasce totalmente, me aquecendo até que eu
tiro minha camisa. É um trabalho tedioso, mas me mantém ocupado. Há
um poste vertical apodrecendo na direção do extremo norte e,
convenientemente, um novo e uma pá está na caminhonete. Puxando o
antigo para fora me faz gemer e xingar, mas controlo isso, cavando o
buraco mais profundo, substituindo e fixando os novos. Eu faço o meu
caminho de forma constante ao longo da cerca que divide o pasto para o
norte do leste, que, felizmente, está em grande parte intacto.
Eu passo para longe dela. Ela está muito perto - me deixa nervoso.
Ela cheira bem, um leve perfume. Eu arrisco um olhar para ela quando
eu finalmente arranco a tábua. Cabelo cor de mel ensolarado, solto e
escovado com um brilho, paira em ondas em torno de seus ombros. Olhos
de um azul, apenas uma pálida sombra mais escura do que a cor do céu
acima. Ela está usando uma camiseta vermelha com um decote em V,
shorts jeans pretos e uma galocha pela chuva de ontem.
— Por quê?
~ 79 ~
— Você dormiu bem? — Ela muda de lado a lado, com os olhos
sacudindo nervosamente. — Eu deveria ter trazido a você um
travesseiro na noite passada. Me desculpe, eu não sabia. Eu apenas –
dormi na hora que coloquei Tommy na cama...
É uma mentira. Eu posso dizer pelo jeito que ela não vai olhar
para mim. Eu a lembro de Tom. O que ela perdeu. Eu estou aqui e ele
não, e a mentira cobre o fato de que ela não teve coragem de me ver
novamente.
~ 80 ~
para a porta traseira do meu lado, e meu peito aperta. É difícil respirar.
Eu paro de comer, viro e olho para ela. Ela está do outro lado da porta
da bagageira, deixando um bom pé entre nós, mas ainda é muito perto.
— Ele não leu a carta até que você e ele foram - Ela corta, não vou
dizer a palavra.
~ 81 ~
potentes para falar, muito prejudicial para revelar. Para culpa carregada
ver a luz do dia.
— Você - você não tem que ir, Derek. Me desculpe ter perguntado.
Eu sei que não pode ser fácil para você falar sobre... o que aconteceu. Eu
só-
~ 82 ~
levou a um hospital de campo. Perdi muito sangue, levei algum tempo
para curar, mas nenhum dano duradouro, um ciclo de volta à ativa em
breve.
Isso foi antes... e agora. Agora? Eu não vou voltar. Eu não posso.
Não. Eu prefiro morrer do que levantar um rifle novamente. Do que ver
um outro cara afegão.
~ 83 ~
dos degraus mais baixos e médios, correndo em direção à estrada.
Fugindo.
Ela arrasta a mão pelo cabelo, uma luz quente arrepiando as ondas
cor de mel. Ela está agitada. Em uma perda para palavras. — Você não
tem para onde ir.
— Tom teria tido a certeza de que iriam cuidar de você. Que você
tinha um lugar para ir. Eu não posso simplesmente deixar você se
afastar sozinho assim.
10Non sequitur é uma expressão latina (em português "não se segue") que designa a
falácia lógica na qual a conclusão não decorre das premissas. Em um non sequitur, a
conclusão pode ser verdadeira ou falsa, mas o argumento é falacioso porque há falta
de conexão entre a premissa inicial e a conclusão.
~ 84 ~
Ela balança a cabeça, se vira. O sol está se aquecendo. Uma flor
balança pela brisa, enviando sementes brancas caindo. — Olha, que tal
isso: eu preciso de ajuda. Na fazenda. A cerca que você concertou? Eu
tenho tentado concertar faz meses, mas eu simplesmente não consigo
chegar à frente o suficiente para fazer. Há tanta coisa para fazer e eu - eu
não posso fazer tudo. E você não tem para onde ir. Você era como um
irmão para Tom, e isso significa significa que você tem um lugar aqui.
Eu não sei o que responder. Ela não é da família, mas eu não acho
que eu posso voltar para a minha própria em Iowa. Meus pais não
seriam capazes de me tratar como eu sou agora. Eles me visitaram no
hospital do Exército, em San Antonio. Mas eu estava tão obviamente
fodido que não ficaram muito tempo. Eles disseram que eu sempre teria
um lugar com eles, mas... Eu sabia melhor. Seria desconfortável na
melhor das hipóteses. Meus pesadelos iria assustá-los. Eles querem
ajudar, e não há nenhuma ajuda. Eles nunca entendi por que eu me
inscrevi para entrar nisso e eu não poderia explicar adequadamente. Eu
só sabia que Barrett, McConnell e os outros foram todos indo para o
Afeganistão, e eu não estava prestes a deixá-los ir sem mim. Então, eu
levantei e voltei para o combate.
***
~ 85 ~
REAGAN
Ele não dorme na oficina. Não vou dizer o porquê, só diz que se
sente mais confortável no estábulo. Hank tinha uma velha cama, então
eu coloquei no estábulo com um travesseiro e um par de cobertores, uma
lanterna de acampamento. É estranho, sabendo que ele está lá fora, no
celeiro, quando eu estou tentando dormir. Me sinto culpada, desejando
ter melhores acomodações para oferecer a ele mais do que um celeiro.
Mas eu não tenho. Existem apenas três quartos na casa: o principal, o de
Tommy, e o terceiro quarto. Mas esse terceiro... é de Tom, de quando ele
era criança. Quando ele entrou para o Corpo ao sair da escola, seus pais
deixaram do jeito que era, então ele teria algo familiar para vir para
casa, eu acho.
Tom e eu nos casamos um mês antes dele ser chamado para ir para
o Iraque pela primeira vez. Ele terminou sua formação na infantaria e
ficou em casa antes de ir embora. Nós tínhamos mantido contato,
enquanto ele estava na Califórnia, via carta e telefonema. Quando
chegou seus papéis de licença, ele pulou o primeiro trem para minha
cidade de Tulsa, apareceu na minha porta da frente sem aviso prévio.
Vestido com seu melhor uniforme, ele pegou minha mão na sua, caiu de
joelhos, e propôs com um anel de ouro branco e zircônio que valia talvez
uma centena de dólares. Meus pais estavam em pé atrás de mim,
furiosos. Eu disse que sim, puxando Tom de pé e pulando em seus
braços, envolvendo minhas pernas em volta de sua cintura e beijando
ele, ali mesmo na frente de mamãe e papai. Desde que claramente os
meus pais não iriam ser parte deste casamento, Tom esperou na calçada
da frente, enquanto eu arrumava duas malas e nos chamou um táxi. Nós
pegamos um ônibus de Greyhound para Houston e tivemos um
casamento tribunal. Passamos três noites em um hotel em Houston,
transando como coelhos. Finalmente, fizemos o nosso caminho para a
fazenda da família de Tom em um pequeno lugar chamado Hempstead.
Seu pai estava na varanda da frente, esperando por nós, um homem
enorme com jeans empoeiradas, uma branca branca suja, e botas
~ 86 ~
Caterpillar. Ele era largo, denso, carregando uma barriga de cerveja e
vestindo uma barba espessa e loira, olhando para nós com olhos escuros.
Tom me arrastou até os degraus da varanda e parou na frente de seu pai.
Ele morreu pouco mais de dois anos depois, mas eu passei esses
dois anos enquanto Tom estava no Iraque conhecendo Carl, aprendendo
a amá-lo como um pai. Ele era rude e taciturno, mas ele sempre foi gentil
comigo. Eu cresci em um rancho de cavalos, então eu não estava fora do
lugar na fazenda, e Carl apreciava a ajuda que lhe dei. Quando Carl
morreu, eu tinha feito todos os arranjos. Tom voltou para o funeral,
ficando alguns meses. Uma vez que ele estava de volta quase um ano
antes de manda-lo de volta para o Iraque, esse foi, honestamente, o
melhor ano da minha vida. Cultivar com Tom, montar o pasto ao norte
com ele, fazer amor na grama alta, nossos cavalos amarrados pastando
nas proximidades. Quando ele se foi, eu aprendi a administrar a fazenda
sozinha em sua maior parte, com um monte de ajuda de Hank e seu
bando de netos.
Derek tem estado aqui por uma semana. Ele está reparado cada
cerca, acertando os degraus da varanda, e ele está trabalhando agora em
pintar o celeiro. Ele trabalha como um homem possuído, acordando
antes do amanhecer e ficando fora até escurecer, ou até mais, às vezes
~ 87 ~
trabalhando com a luz dos faróis da caminhonete ou da lanterna. Eu
geralmente acabo trazendo comida para ele. Ele se recusa a comer com
Tommy e eu. Ele evita Tommy como a peste, na verdade. Não chega
perto dele, não fala com ele. Tommy chega, Derek desaparece. Eu fiquei
fiel à minha palavra e não fiz mais perguntas, embora elas estejam
queimando um buraco dentro de mim. Há tantas coisas que eu quero
saber.
~ 88 ~
chão ranger. Eu deixo cair a camiseta e pego o olhar de Derek, ao mesmo
tempo.
— Tudo bem? — Ele pergunta. — Você não costuma vir aqui, que
eu já vi. Na última semana, eu quero dizer.
Silêncio.
Ele olha, atravessa a sala, puxa para fora, e se senta sobre ele. Não
escapou do meu conhecimento que ele mudou para que ele não estivesse
muito perto de mim.
Ele não está vestindo uma camisa. Não posso deixar de olhar seu
tronco, suas cicatrizes. Ele ganhou peso na última semana, ganhou um
pouco de músculo, a gordura corporal pouco muito necessária para
cobrir os ossos. Ele não está nem perto de onde ele costumava estar, mas
ele não está mais magro. Seu cabelo tem crescido, e ele deixou o início de
uma barba cobrir sua mandíbula.
~ 90 ~
Ele dá de ombros. — Nah. Foi provavelmente melhor do que ter
piolhos ou algo assim.
— Sim.
Outro longo silêncio. Derek suspira, dirige sua palma da mão sobre
o couro cabeludo, e olha para mim. — Vá em frente e pergunte.
— Pergunte... o quê?
— Por quê?
— Bem... ele disse que estava guardando. Para quando ele mais
precisasse.
~ 91 ~
— Um ano. — Eu nem sei como expressar a minha próxima
pergunta. — Se ele não leu a carta, então, ele nunca... ele nunca soube.
Até o fim. Sobre Tommy, quero dizer.
Sua pele é quente ao toque. Quente e duro e macio tudo uma vez.
Eu tinha esquecido como a pele masculina é.
Ele salta com o meu toque, seus olhos voando bem abertos, as
narinas dilatadas, cada musculo enrijecendo. Ele tropeça um passo para
trás, para longe de mim, piscando como se estivesse vendo em dobro.
~ 92 ~
— Não está bem. Não está bem. — Ele está olhando para mim,
para a minha mão estendida.
Meu toque não está bem, ou que ele não está bem? Ambos, talvez.
Eu não sei. Tudo o que sei é que ele está inclinando para longe de mim
como se assustado com a minha proximidade, como se a visão e o cheiro
e a realidade de mim fosse demais para suportar. Eu sei que ele está
tonto com duas cervejas. Nem mesmo duas, uma e meia, realmente. Ele
está prestes a cair, então eu não tenho escolha a não ser colocar meu
ombro debaixo da axila dele e envolver meu braço em volta de sua
cintura. Mesmo reduzido a um terço de seu peso antigo, Derek é um
grande homem. Mais de um e oitenta, ombros largos, pernas longas,
braços pesados, grossos. Eu sou uma menina forte, resultado de uma
vida de trabalho agrícola, mas é preciso toda a minha força para manter
Derek em seus pés.
~ 93 ~
Derek pega o batente do box, se afasta de mim, cai de joelhos, e
cai no feno, rastejando em direção ao seu travesseiro. Ele se atrapalha na
lanterna, encontra o botão, e liga, derramando um brilho branco.
— Você não deveria estar dormindo aqui no feno, Derek. Não está
certo.
Ele rola para suas costas, e com o olhar fixo em mim com os olhos
turvos, ele diz: — Está bem. Eu estou bem aqui.
~ 94 ~
— E, acredite em mim, Reagan, você não me quer em sua casa. Eu
não quero estar lá, e você não me quer lá. — Ele fica em silêncio por um
momento. — Talvez isso saiu errado. Não é que eu não quero estar em
sua casa, ou em torno de você. Não é isso, é só...
Eu não quero ir. Eu não quero falar com Ida. Eu não quero
engatinhar na minha cama vazia.
~ 95 ~
Eu faço, no entanto. Ida pode dizer que eu não estou com
disposição para uma conversa, então ela me manda uma breve despedida
e espera por Hank na varanda da frente. Eu retiro minhas roupas sujas,
puxo uma camiseta sobre a minha pele nua. Assim que meus olhos se
fecham, eu sou tomada por uma memória visual de Derek se alongando,
a dica de lugares em seu corpo que eu não deveria estar pensando.
~ 96 ~
CAPÍTULO OITO
DEREK
~ 97 ~
do meu dedo anelar, a dobra lenta e inexoravelmente para trás até que
ela se encaixa. Flashes de mãos empurrando meu rosto contra a parede,
uma navalha maçante sendo arrastada pelo meu couro cabeludo seco,
cortando.
Quando Reagan me tocou, eu não acho que ela tinha alguma ideia
de como cheguei perto de atacar com meu cotovelo. Seu toque era um
raio. Depreende me golpeando com calor instantâneo. As pontas dos
dedos apenas, na parte redonda do meu ombro, um suave toque
hesitante. E então ela pressionou seu corpo contra o meu, me segurou de
alguma forma, e me levou para o estábulo. Isso não deveria ter sido
possível, mas essa mulher é forte. E tudo que eu podia sentir era o cheiro
de shampoo citrus no cabelo dela, o suor em seu corpo.
Porra.
E então eu acordo.
~ 98 ~
Quando eu termino de comer, eu olho para ela. — A tinta acabou.
Vou precisar de mais alguns litros para terminar o celeiro. Um pouco de
branco para a casa. A menos que você queira a casa de uma cor
diferente. Está tão desbotada e descolada que neste momento ela pode
ser qualquer cor que você quiser.
~ 99 ~
formal para a direita, uma escada em frente à porta da frente, um
pequeno salão com piso de madeira, coberta por um espesso tapete, um
sofá sob uma janela em uma parede, uma televisão na parede oposta.
Uma porta leva para a cozinha, e eu posso ver que é pintada de amarelo
com azulejo branco no chão. Armários brancos. Aparelhos de vinte anos
de idade. Há uma mesa para quatro pessoas de madeira marrom
redonda, um jogo com sal e pimenta de vidro transparente e molho
Tabasco.
~ 100 ~
Ele coloca o copo à boca, dá um longo gole, fazendo um barulho
borbulhante. — Bubb Guppies.
Ela ri. — Eu sei. Nem sempre faz sentido, mas ele adora. — Ela
aponta para a TV. — Dê uma olhada.
— Estranho, — eu digo.
Não quero. Esse garoto é o lembrete da minha culpa. Mas ele está
se inclinando contra as minhas pernas, os braços estendidos para cima,
cantando. — Cima, cima, cima.
Reagan bufa. — Oh meu Deus. Ele tem três anos. Ele não é um
bebê. Basta pegá-lo pelas axilas. Ele vai fazer o resto.
— Por quê?
~ 101 ~
Isso faz ela pensar. — Ele quer ser pego. Eu não sei. Faz com que
ele se sinta melhor, eu acho.
Eu pego a parte de trás da cabeça dele com uma mão, o meu outro
braço sob os joelhos dele. Eu o deito no sofá de costas. Ele se estende
para fora, de boca aberta, roncando.
~ 102 ~
Reagan gesticula à minha frente para o banheiro, arrancando um
sutiã branco do chão. — Merda. Desculpe. Nunca ninguém entra aqui,
além de mim.
Ela abre a tampa de uma cesta de vime, joga a roupa que eu tive
um vislumbre, uma calcinha, um jeans com uma perna dentro para fora,
e outra sutiã -. o vermelho da noite passada – junto com sua camiseta e
meia brancas. É uma coisa estranhamente íntima, roupa de uma mulher.
Eu olho para longe, para a pia. Isso não é muito melhor. Maquiagem,
bandejas de pó e tubos de batom, um monte de outras coisas que eu não
posso identificar. Nada disso parece como se tivesse sido usado em um
longo tempo. Há um modelador, uma escova com cerdas pretas e azuis.
Vários laços de cabelo em uma pilha no canto da pia, fios de cabelo loiro
comprido ainda presos lá. Há um pacote de absorventes no chão pelo
vaso sanitário. Não posso olhar lá. Duas toalhas úmidas sobre os trilhos
de cortina do chuveiro.
~ 103 ~
Ela aperta o denim sobre a minha coxa entre o indicador e o
polegar. — Não seja ridículo. Estas calças estão cobertas de sujeira. —
Ela visivelmente repreende a si mesma. — Eu tenho um par de caixas de
roupas de Tom no sótão. Elas devem se encaixar.
Ela se foi, então eu espero até que ela esteja fora do quarto
principal antes de cutucar a porta do banheiro fechada e sair do meu
jeans.
~ 104 ~
— Estaremos de volta o mais rápido possível.
Fora dos limites, Derek, eu digo a mim mesmo. Fora dos limites.
***
REAGAN
~ 105 ~
abeça para enxaguar o xampu. Eu não conseguia engolir após o nó na
minha garganta, não podia pensar e não conseguia desviar o olhar.
Derek West é lindo. Eu tenho que admitir isso. Ele perdeu peso e
está lentamente recuperando e isso serve para aumentar a beleza angular
de suas características. Tem sido muito tempo desde que eu vi um
homem assim.
Isso não ajuda. Ele está no banco do passageiro, com cheiro limpo.
Eu roubo um olhar. A pele ao redor da parte de trás do seu pescoço
ainda está molhada. Seu cabelo é mais escuro quando está molhado,
grande suficiente agora para enrolar nas pontas. Ele varre sua testa,
soprado pelo vento que entra pela janela aberta.
Sua mão esquerda repousa sobre sua coxa, o jeans escuro. Esses
eram o favorito de Tom. São apenas roupas, eu digo a mim mesmo. Eu
olho para a mão de Derek, no dedo anelar torto. — O que aconteceu com
o seu dedo? — Pergunto, por meio de conversa.
Eu cubro minha boca com a mão. — Deus, Derek. Isso é... isso é
horrível.
Eu não deveria ter olhado para o seu lado, não devia tê-lo tocado.
Agora que eu estou procurando, eu vejo outras cicatrizes. Cicatrizes
brilhantes de queimaduras, suave ao toque, em contraste com suas fortes
e resistentes mãos. Alguns são redondos, alguns oblongos e disformes.
Algo me diz que eles não são queimaduras acidentais. Eu olho para ele,
vejo que ele está assistindo observar suas várias cicatrizes. Eu retiro
minha mão; voltando minha atenção de volta para a estrada.
— Não. — Ele se cala após isso, e eu não estou prestes a fazer mais
perguntas. Poucos minutos de silêncio, e então: — Você sabe, você fez
um trabalho incrível mantendo essa enorme fazenda indo por conta
própria.
— Sim.
~ 108 ~
— Muitas pessoas não poderiam ter feito isto, eu acho. Continuar
indo, do jeito que você fez. — Eu não tenho certeza se ele está falando
sobre a fazenda mais.
Ele repousa a cabeça para trás no assento, olha para o espaço para
as árvores ao longo da estrada. — É engraçado, eu não pensei sobre a
vida como um fuzileiro naval em um longo tempo. Eu não me sinto
como um soldado mais. Porra... tanto tempo, foi o que eu era. Foi a
minha identidade: Cabo Derek West da Marinha dos Estados Unidos.
Agora? Eu nem sei mais... quem eu sou, o que eu sou.
~ 109 ~
grande. Phoenix, ou Austin. Até mesmo Nova York. Eu queria ser um
chef. — Eu não tenho certeza da onde a admissão veio. Eu nunca disse
isso a ninguém.
Isso era novidade para mim. — Marrocos? Quando Tom foi para
Marrocos?
~ 110 ~
Ele balança a cabeça. — Sim. Ele e Rania vieram no hospital.
Passaram alguns dias comigo. Eles estão tendo uma outra menina. —
Ele faz uma pausa para pensar. — Deve nascer em um par de semanas.
CRACK!
Crackcrackcrackcrack
— É uma reação-natural.
Ambos fingimos que minha mão não está ainda na dele. Eu finjo
que o meu coração não está trovejando como uma adolescente e eu finjo
não perceber que sua mão ainda treme de vez em quando. Ele, por sua
~ 113 ~
vez, casualmente fecha a mão, relaxa a mão na sua perna. Ele finge que
não percebe que os meus dedos de alguma forma, por conta própria,
escorregando entre os dele. Eu finjo que é totalmente natural e normal
dirigir o resto da viagem de vinte quilômetros com apenas minha
esquerda no volante, mesmo com as curvas.
~ 114 ~
CAPÍTULO NOVE
DEREK
Ela nunca vem e me pede para comer com eles, por isso eu não
faço. Seria estranho sentar naquela mesa redonda com Hank, Ida,
Reagan e Tommy, como algum tipo de família. Eu não me sentei para
um verdadeiro jantar em uma mesa de verdade nos últimos anos. Em
Des Moines não tínhamos costume de jantar em família em uma mesa.
Meu pai trabalhava na construção e nunca estava em casa para o jantar.
Minha mãe era professora, e ela não estava em casa muito depois da
escola. Hannah e eu normalmente apenas fazíamos sanduíches, queijo
grelhado, ou Kraft Macaroni e comíamos na frente da TV, assistindo
Nick at Nite. Havia feriados, é claro, mas esses eram fodidos encontros
formais. Nana e Pop vinham de DC, Pop e papai beberiam Johnny
demais e entrariam em uma discussão. Nana e minha mãe se sentariam
em um silêncio gelado, enquanto Hannah e eu fingiríamos não perceber,
~ 115 ~
fingindo gostar da torta de abóbora de merda que mamãe fazia. Nós
geralmente acabávamos escapando da casa, Hannah indo para a casa da
amiga, Marybeth, e eu para a casa de Hunter. Isso só funcionou até que
a tradição na família de Hunter morreu quando estávamos no colégio,
mas nesse ponto, tivemos a nossa equipe de amigos de futebol, e nós
roubamos a Seven-Eleven12 e jogamos futebol no estacionamento vazio.
— Entendeu?
— Sim senhor."
Mas...
Eu gosto daqui.
~ 118 ~
olhar para a casa. Um par de faróis se afasta, curva e desaparece; Ida e
Hank foram para casa.
Ela puxa seu cabelo para fora do rabo de cavalo e o agita para
fora, passando as mãos por ele. Outro momento de hesitação, em
~ 119 ~
seguida, estica os braços elevados acima da cabeça, as nádegas
tencionando, seus peitos balançando, ela empurra para a frente em um
mergulho quase horizontal.
***
REAGAN
Ele se arrasta de pé, se virando. Agora que estou por cima do meu
choque ao vê-lo, o resto das minhas emoções são difíceis de decifrar.
Irritada com seu rancor, sim. Mas também... não tão louca como eu
deveria estar. Não tão ofendida ou indignada como eu deveria estar.
Mais intrigada do que eu deveria estar. Muito mais indisposta a deixá-lo
ir embora do que eu deveria estar.
Derek para, uma das mãos no tronco do salgueiro, mas ele não
vira. — Sim?
— Você me observou?
~ 121 ~
— Mas eu não.
A minha língua me trai. — Não vai, talvez você não tem que ir.
~ 122 ~
Estou sozinha. Cansada. Meu coração está pesado de tristeza.
Ponderada pela tristeza. Espesso com a solidão. Revestido em couro
duro de autossuficiência.
Como agora - ele não está olhando para mim, mas eu posso sentir a
sua consciência de mim. O ar entre nós é preocupante e vivo com tensão
~ 123 ~
e de combustão química, provocando como um fio vivo. Ele me viu nua.
Me assistiu me despir.
Lentamente, ele gira no lugar, e desta vez seus olhos vão para os
meus ombros, o calcanhar, panturrilha e coxa enquanto eu flutuo
horizontalmente na água. — Nadar com você?
Meu coração para no meu peito e aperta meus mamilos quando ele
olha para mim, então agarra a bainha de sua camisa e puxa. Ele
conseguiu um bocado de músculo ao longo das duas últimas semanas.
Muita coisa, na verdade. Acho que ele está trabalhando no celeiro. Ele
tem que estar para ter construído muita definição em seus braços e abs.
Há esse ‗V‘ do músculo, deixando claro que ele não está usando nada por
baixo do jeans.
Volto meus olhos para os dele, olhando para ele, fazendo a minha
escolha. Ele hesita, com as mãos sobre o botão da calça jeans. Ele abre.
Coloca o indicador e o polegar no zíper, seus olhos verdes tão escuro que
parecem pretos, não se afastando dos meus. Ale abaixa o zíper. Eu pisco
e mantenho meu foco em seu olhar.
Ele nada para longe, e eu vou até ele. Nós vamos e voltamos
algumas vezes, lado a lado. Eu paro no meio do lago, viro de costas e
flutuo. Eu posso sentir os olhos de Derek em mim, nos meus seios,
barriga e coxas.
~ 125 ~
Ondulando em suas duas mãos. Sua mão direita escovas minha coxa. O
breve toque acidental envia um raio através de mim; eu pisco, inspiro,
há um respingo, e Derek está lá, olhos quente e escuros pesquisando. Eu
estou sugando respirações profundas, meu peito inchado, seios subindo e
descendo, flutuando na água.
Nossas pernas chutam para nos manter à tona, ele chega através
da água, e sua palma encontra minha cintura. Aspiro agudamente com a
sensação há muito esquecida do toque masculino na minha pele. Seus
dedos enrolam em minha carne, e a pressão é o suficiente para me dar
um puxão em sua direção. As pontas dos meus seios tocam seu peito; ele
está se inclinando para trás, e eu estou inclinada em direção a ele, ele
está nadando para trás, e eu estou nadando para a frente. Não há
nenhuma chance de resistir. Me encontro em cima dele, o meu braço em
volta do pescoço, minhas pernas chutando entre as suas.
Oh, Deus, por que eu estou permitindo que isso aconteça? Nós não
deveríamos estar fazendo isso.
Mas a mão está nas minhas costas, logo acima do meu bumbum, e
os meus olhos e os deles bloqueados, e eu estou tão completamente
incapaz de desviar o olhar, de me afastar, nadar para longe, ou fazer
qualquer coisa exceto sentir seu corpo debaixo de mim, duro e forte e
intoxicantemente masculino. A margem se aproxima e, em um
movimento que eu não entendo e não consegue acompanhar, Derek torce
na água, suas mãos indo para minha cintura, pernas chutando
poderosamente, e ele está me levantando para fora da água. Eu pouso na
grama fresca e macia debaixo da árvore de salgueiro, os longos fios
~ 126 ~
pendurados ondulantes em uma brisa quente e tranquila.
Oh, tem havido inúmeras vezes ao longo dos anos quando meus
dedos aliviaram a dor por si só nas longas noites, mas isso é tão, tão
inadequado. Sonhos e fantasias não podem começar a se comparar com o
calor e a força do corpo de um homem contra a sua carne, da sua boca
sobre a sua, seu cabelo no peito fazendo cócegas e coçando, sua barba
raspando o seu lábio superior e queixo quando você o beija e da maneira
que você pode sentir seus músculos ondulando e mudando conforme
começa sua conquista para possuí-lo.
~ 127 ~
precisando dele, precisando sentir esse inchaço, essa perfeita plenitude, a
conclusão de serem unidos.
~ 128 ~
Lágrimas explodem, repentinas e furiosas. Um momento que eu
estou preso no slide sensual da pele com pele, das mãos e da boca de
Derek, e no próximo eu estou soluçando incontrolavelmente.
~ 129 ~
atrás da minha orelha, e seu polegar toca minha bochecha, deslizando
em toda a minha bochecha. Eu soluço de novo, porque isso, sem o
conhecimento de Derek, era o gesto favorito de Tom de afeto.
~ 130 ~
inebriante que eu tenho que fechar os olhos e respirar através da onda de
carência sobrecarregada. — E sobre as outras coisas? Não se sentir como
uma mulher? Eu acho que eu entendo isso também. Eu não era um
homem, sabe? Eu era um prisioneiro. Uma vítima. Nome, posto e
número de série. Eu fui reduzido para a unidade para sobreviver. Então
eu me senti culpado por ter sobrevivido. Isso ainda está lá, mas que seja.
Agora eu ainda estou tentando descobrir o que eu sou, como eu me sinto.
Quem eu sou. E me sentir como um homem de novo? Como um homem
de verdade? Esse alguém que as pessoas querem por perto, que alguém
precisa ou sente desejo? Isso é uma merda poderosa.
~ 131 ~
Derek. — Eu me levanto em um cotovelo. Meus peitos armam contra
seu peito. Eu coloco a palma da mão em seu batimento cardíaco. Meus
olhos se encontram com os dele, e eu o deixo ver o tumulto na minha
alma, deixo ele ver o que ele pode ver. — Eu apenas não deixei isso
acontecer, ok? Eu não... eu não sei... cúmplice? Isso parece a palavra
certa. Eu queria que isso acontecesse. Tirei tudo o que você estava dando
e te dei de volta. Então pare de monopolizar toda a culpa, sim?
Ele ri. — Tudo bem, eu acho que você pode ter um pouco disso. —
Sua mão desliza para baixo em meu bíceps. Abaixo da minha cintura.
Ele pega o limite extremo inferior das minhas costas, logo acima do meu
bumbum, como se ele estivesse contemplando me acariciando lá.
— Hmm?
— Sei lá. — Sua palma passa sobe para meus ombros, seu polegar
rolando sobre a parte de trás do meu pescoço, e, em seguida, seu toque se
move de volta para baixo e ele fica mais perto da minha bunda neste
momento. — Algo errado? Algo certo? Eu nem sei.
~ 132 ~
— Você precisa de mim para ser forte para você. Você merece isso.
— Ele faz uma pausa por um longo momento. — Você também merece
honestidade, então eu vou te dizer que eu não sou certo para isso. Eu não
sei o que é certo ou errado mais do que você. Menos, talvez. Você me
pegou tropeçando em meus próprios hormônios, desejos e necessidades, e
eu não tenho certeza que eu tenho o que é preciso para... Eu não sei
mesmo. Dar o que você precisa e merece. Eu não sei o que é isso, e eu não
sei o que fazer sobre isso.
— Derek-
~ 133 ~
Me sento, com as pernas cruzadas, meus braços em volta do meu
tronco. — Sim, é verdade, eu acho.
Eu cubro meus seios com as palmas das mãos, dou uma última
olhada, demorando muito tempo em Derek, pelo seu corpo, na guerra
evidente em seus olhos, e depois me viro. Eu ignoro o calor de seu olhar
seguindo o balanço da minha bunda. Finjo que eu não estou colocando
mais luz para a minha caminhada só para ele. Vou para longe dele, pego
minha calça jeans e camiseta, colocando meu sutiã, calcinha, sapatos e
meias.
Não olhe para trás. Não olhe para trás. Eu me faço ir embora, o
coração martelando. Meu corpo quer que eu deixe cair as roupas dos
meus braços, corra de volta, me esmague a Derek e tome a sua língua na
minha boca, o gosto do sal em sua mandíbula, sentindo a sua barba,
exigindo suas mãos em todos os lugares. A minha alma dói, incha.
Confusa, emocionalmente carregada, cheia de coisas que eu nunca pensei
que sentiria novamente: maravilha, necessidade, desejo, paixão, ternura.
Coisas que eu pensava que tinham morrido com Tom. Coisas que meu
~ 134 ~
coração e mente continuam dizendo me morreu com Tom. E, quando eu
atravesso a grama e entro na cozinha pela porta de trás, reconheço o
conflito dentro de mim. Essas coisas realmente morreram com o meu
marido. Enterrei elas quando estendi a bandeira dobrada. Cada explosão
das salvas de tiros enquanto eles o enterravam mais profundo e mais
profundo. E a minha consciência me diz que elas devem ficar enterradas
com ele. No entanto, o meu corpo e mente e coração me dizem outras
coisas, me alimentam de relatos conflitantes. Isso é novo, certo? Eu não
estou fingindo que meu amor por Tom é a mesma coisa que eu estou
sentindo por Derek.
Ou isso é uma traição do meu amor por Tom, meu marido, o pai do
meu filho doce e perfeito?
O que agora?
~ 135 ~
CAPÍTULO DEZ
DEREK
Eu não posso.
REAGAN
~ 137 ~
poderia ter ido. Completando a parte de trás do celeiro, eu chamo o seu
nome em voz baixa. Eu não sei o que eu estou procurando, o que eu acho
que eu vou dizer ou fazer quando eu encontrá-lo, eu só sei que sou
impulsionada por algo dentro de mim.
— Reagan, eu-
Eu estou indo para ele, é isso. Não tiro os olhos dele, meus dedos
fecham em torno de seu pau. Ele suspira, as suas pálpebras vibrando.
Ele geme.
~ 138 ~
Lentamente, eu mergulho meu punho em torno dele, levantando,
torcendo minha palma em torno de sua ponta, correndo de volta para
baixo. Ele bate um punho contra o celeiro com um baque surdo.
— Deus, Reagan...
Um sapo coaxa.
~ 140 ~
— Porra, Reagan. Porra. Estou tão perto. Eu vou gozar. Vai ser
uma bagunça.
— Eu - eu, também.
~ 141 ~
musculares, outro grito ofegante deixando meus lábios. Eu empurro
meus quadris para ele, moendo minha buceta contra seus dedos. Arqueio
minha espinha para pressionar meu s peitos em sua mão, todo o meu
corpo se contorcendo, seus dedos torcendo e beliscando meus mamilos,
sua palma cobrindo meu núcleo, dedilhando minha buceta, dedos dentro
de mim e na carne e músculo das minhas coxas, trabalhando e em
movimento.
Ele continua indo até que eu estou mole contra ele, batendo na
mão dele, porque eu não aguento mais; Eu estou sensível demais para ser
tocada.
Nós dois estamos meio limpos, embora seu jeans esteja úmido,
onde a água salpicou. Meus boxers estão molhados do poço de água,
também, e há gozo na minha camisa e na barriga dele. Eu trabalho o
punho da bomba, pego minha mão molhada, e limpo a mancha de sêmen
de seu estômago.
~ 142 ~
Uns bons minutos após o orgasmo, e seu pau ainda é semi-rígido e
grosso.
Derek se afasta de mim, tenta abotoar a calça jeans, mas elas não
vão fechar em torno de sua ereção ainda lá. Ele abandona o esforço,
deixando aberto. Eu honestamente não me importo.
Eu seco minhas mãos na minha camisa, e olho para cima para vê-
lo vindo em minha direção. Eu vou em até ele, sem piscar, colocando
minhas mãos em seu peito. Eu não o afasto, no entanto. Deus, não.
Minhas costas estão na parede, eu olho em seus olhos. Ele aperta contra
mim. Envergonhada pela minha necessidade de contato, elevo a minha
camisa para que eu possa sentir o calor do seu estômago e do cume ainda
grosso, mas suavizando, de seu pau contra a minha barriga. Suas mãos
encostam contra a parede de cada lado do meu rosto.
Sua boca desce, seus lábios inclinando nos meus. Eu ergo minhas
mãos no seu queixo, puxando ele para mais perto. Acaricio a parte de
trás do seu pescoço com uma das mãos, enredando meus dedos no cabelo
curto, macio lá. Deus, seu beijo me deixa bêbada. Lento, macio, doce e
hesitante.
— Por quê?
~ 143 ~
necessidade e intensidade e sinceridade. V Se você não fizer isso, eu vou
te tomar contra esta parede, aqui, agora.
Não é bom. Não é bom. Isso deveria me fazer enfiar o rabo entre as
perna e ir para casa. Mas em vez disso, isso só faz minhas coxas
tremerem e meu núcleo apertar e ficar úmido. Eu quero isso. Porra, eu
quero.
Ele me permite puxar suas mãos para longe de seu rosto, mas vira
a cabeça para esconder o fato de que as lágrimas estão caindo pelo seu
rosto.
— Porra, Derek! Pare! Você viveu! Você não tem que se sentir
culpado por isso! — Eu grito.
— Nós, Derek. Olha o que nós acabamos de fazer. Não foi só você.
Eu vim para cá, e eu toquei em você primeiro. E, sim, parte de mim se
sente culpada. — Ele estremece, mas eu continuo. — Eu estou tão
~ 145 ~
dividida, tão confusa. Porque eu - eu quero isso. Eu te quero. Eu não
posso ajudar. Uma parte de mim diz que eu não deveria, parte de mim
diz que isto é... errado. Eu me sinto como se eu estivesse traindo Tom.
Como o que nós fizemos juntos fosse uma traição à sua memória. É como
se eu quisesse que eles estivesse morto, ou... Deus, eu não sei... como se
isso diminuísse o que eu tive com Tom. E eu me sinto culpada, também,
por não me sentir culpada o suficiente. Porque eu ainda não estou
arrependida. Eu gostei. Você disse isso antes: agora mesmo, eu me senti
mais viva do que eu tenho me sentido em tanto, tanto tempo. E eu
quero isso de novo. Quero mais. Eu quero tocar em você novamente. Eu
quero que você me toque de novo. Eu quero te beijar e porra, eu vou te
dizer isso - eu quero fazer sexo com você. Quando você disse que estava
prestes a me tomar contra a parede? Eu não teria parado você. Porque a
outra parte de mim diz que Tom sumiu. Ele se foi. E eu não - não mereço
a felicidade? Eu deveria ficar de luto por ele para sempre? Estou sozinha,
Derek! Eu tenho estada sozinho por onze anos de merda! Eu me casei
com um fuzileiro naval, e ele se foi mais do que ele estava em casa
durante os oito anos em que estivemos casados, e eu tenho estado ainda
mais solitária desde que ele desapareceu e morreu, porque eu sabia que
ele não estava voltando para casa neste momento. Eu fui fiel a ele,
Derek. Todos os dias que ele se foi, eu o amava, e eu fui fiel. Eu fiquei
fiel a ele, e o recebi em casa e nunca fiz ele se sentir culpado por sempre
ter que sair. Eu o amava com tudo o que eu tinha, mesmo ele indo o
tempo todo, e então ele foi tirado de mim, porra!
Eu soluço, sufocando.
~ 146 ~
Eu falo por cima dele. — Quando recebo alguma coisa para mim?
Quando recebo a felicidade? Quando eu chegar a ser egoísta? Eu estou
com raiva, Derek. Estou com raiva de Tom por morrer. E eu estaria
mentindo se eu dissesse que eu não sentia raiva de você, também, por
viver em vez dele. Mas eu não posso mudar o que aconteceu. Você viveu
e ele morreu, e eu sobrei para pegar as peças. E estou sozinha. Estou com
tesão. Estou com medo. Estou cansada. Eu me sinto velha, deselegante e
feia. Estou suando o tempo todo. Eu não coloco maquiagem em meses.
Eu quase nunca mesmo raspo minhas pernas, porque nunca houve
nenhuma razão. Não há ninguém para ver, ninguém para cuidar. A
única coisa que eu assisto na TV são programas infantis. E eu estou
geralmente muito cansada à noite para até mesmo para me masturbar.
Até antes de você aparecer, eu me sentia seca. Vazia. Sozinha. — Eu
engulo em seco, pisco. Eu solto seus pulsos e afundo a minha bunda na
grama úmida.
— Você é linda, e você não tem que desistir. Você não está
sozinha. — É a sua vez de tomar as minhas mãos nas dele, puxar para
elas. Ele me puxa para ele, me elevando e eu estou em seu colo,
embalada contra seu peito enquanto o amanhecer começa a tocar o céu
noturno. — Eu gosto do jeito que você me faz sentir também. Como se
eu fosse um homem de verdade novamente. Como se eu fosse mais do
que apenas o soldado com cicatrizes e estresse pós-traumático e um poço
de danos psicológicos. Como se eu fosse mais do que apenas o ex
prisioneiro de guerra fodido. Como se eu fosse uma pessoa que pode fazer
a coisa certa. Como se eu pudesse fazer você se sentir bem, como se eu
~ 147 ~
tivesse algo para dar. Como se talvez eu possa superar meus problemas e
ser normal um dia. Como - merda. Como se eu pudesse ser alguém que
alguém poderia - poderia se preocupar.
— Derek? — Murmuro.
— Shh. Dorme.
— Tommy-
Eu não posso ficar acordada mais. Eu deveria. Ele não sabe nada
sobre crianças e Tommy precisa de café da manhã e a máquina é difícil
de ligar...
~ 148 ~
CAPÍTULO ONZE
DEREK
— Mama?
Ele olha por mim, para Reagan. Deus, eu não deveria ter seguido o
seu olhar. A camiseta dela subiu; ela está torcida na cama com os
cobertores empurrados para baixo em torno dos joelhos. Sou
proporcionado com um delicioso vislumbre de um pedaço dos seus seios,
cintura, a beleza angular de seu quadril. Deus, ela é bonita pra caralho.
Eu me afasto, de volta para Tommy.
— Sim.
~ 149 ~
Hesito, então eu pego ele nos braços. Ele se agarra a mim com as
pernas, um braço no meu ombro. Tão estranho eu segurando uma
criança. Eu não sei merda nenhuma sobre crianças ou sobre esse carinha
em particular. No entanto, eu disse a Reagan que eu iria cuidar dele,
então eu vou. Quero dizer, ele tem três anos de idade e é só por um par
de horas. Quão difícil pode ser?
— Panteta.
— Panteta.
~ 150 ~
não parece se importar, no entanto. Eu passo generosamente manteiga e
caramelo, corto em pedaços e entrego a ele um garfo.
Puta merda, esse garoto pode comer. E puta merda, esse garoto
pode fazer uma terrível bagunça.
REAGAN
Derek está sentado no chão, uma xícara de café ao seu alcance. Ele
tem o brinquedo de Tommy El Chupacabra, e ele está fingindo que é um
cachorro, latindo para Tommy, perseguindo ele pela cozinha.
~ 152 ~
CAPÍTULO DOZE
DEREK
Tudo o que eu sei com certeza é, eu não posso parar de pensar nela.
Não apenas sobre aquele corpo glorioso e nu, ou por fazer ela gozar. Sim,
eu penso sobre isso sem parar, porque, duh. Mas sobre o que ela disse
naquela noite. Sobre ela querer alguma coisa para ela. E eu quero fazer
algo para ela - algo para fazê-la feliz, só para ela.
Então, após o trator ser concertado, eu vou até Hank. Ele está
sentado em sua varanda, bebendo um Natty Ice, lendo um livro
maltratado de romance de Tom Clancy.
— Hank?
Ele olha para cima, acena para mim. — Derek. O que posso fazer
por você, meu filho?
~ 153 ~
— Reagan. Ela está aqui o tempo todo. Eu pensei... Eu me
perguntava se você acha que ela pode querer tirar um dia de folga. Fazer
algum tipo de dia feminino. — Eu engulo em seco e mudo de pé para pé.
Eu estou pondo a minha mão aqui. Eu olho para ele diretamente nos
olhos e deixo que ele me leia. — Eu não sei nada sobre essa merda.
Então, eu meio que preciso de ajuda, eu acho.
— Quanto? — pergunto.
***
~ 155 ~
Enquanto ela se foi, eu limpo. Cubro as sobras com papel, lavo os
pratos na pia. Seco e os coloco no armário.
Ela não disse nada por um longo minuto. — Derek, você não tem
que - eu não preciso-
~ 156 ~
Ela não olha para mim, olhando para o vale-presente, para seus
pés. — Derek, eu nem sei o que dizer. — Ela olha para mim, depois de
um tempo, claramente lutando contra a emoção. — É muito. Eu não sei
o que fazer comigo mesma por um dia inteiro.
Ela fica parada por mais um momento e então ela se lança para
mim. Braços ao redor do meu pescoço, o corpo contra o meu. Nós dois
seguramos um ao outro, em um tenso abraço apaixonado. E então ela se
afunda contra mim, o abraço cheio de tensão. E agora eu só estou
segurando ela. Ela é macia, quente, com cheiro de feno, cavalo e suor
feminino. Eu inalo o cheiro dela, memorizo a sensação dela em meus
braços.
Ela recua apenas um pouco, olhando nos meus olhos. Sua palma
vai em toda a volta da minha cabeça, a outra mão apertando meu
pescoço. Um momento passa, outro. E então ela inclina seu rosto,
pressiona a boca para a minha e se inclina para mim. Seus peitos são
esmagados contra o meu peito, as mãos me puxando para mais perto e
mais perto dela, como se ela não pudesse chegar perto o suficiente. No
começo eu consigo manter meus braços em sua cintura, na zona segura.
Mas então ela pega meus lábios com a língua, e uma das minhas mãos
desliza para baixo, parando encima da sua bunda.
~ 157 ~
sua cozinha. As palmas das suas mãos deslizando para baixo nos meus
ombros, pelo meu peito. Nossos beijo se quebra e ela solta um suspiro,
enrolando seus dedos em punhos no tecido da minha camisa, seja para
me manter no lugar, como se eu fosse tentar ficar longe, ou para manter
seu próprio equilíbrio.
— Sério?
Ela chupa minha língua em sua boca, aperta a minha bunda com
os dedos com garras, geme em minha boca. Eu preciso de mais. Eu
levanto seu quadril, deslizando-a até o meu corpo. Ela se agarra a mim,
suas pernas rodeando minha cintura, com os braços ao redor do meu
pescoço. Um braço me agarra para se equilibrar; a palma da outra mão
vai para o meu rosto. Minhas mãos têm ideias próprias, uma apalpando
a bunda, a outra subindo sob a blusa dela, pastando sobre o estômago
plano, pastando em seu peito sob o sutiã. Línguas emaranhadas,
quebrando o beijo para respirar, bocas se mesclando mais uma vez. Eu
pego a bainha de sua camiseta em meu punho, arrastando-a para cima.
Ela puxa pela cabeça, pressiona seu corpo contra o meu, suas mãos em
meus ombros e peito. Ela arranca a minha camisa.
~ 159 ~
dolorosa ereção. Ela corre tão lenta e deliberada, me deixando louco. Tão
duro que eu estou vazando, quase a ponto de gozar - como um
adolescente maldito. Seus peitos são perfeitos na minha boca e sua mão
está acariciando meu pau, ela gemendo no meu ouvido.
Silêncio.
Passo a mão pelo meu cabelo. — Deus, você está certa. Eu mesmo
não tenho pensado nisso. — Eu toco o joelho dela através do buraco no
denim. — É isso que você quer? Comigo? Eu não quero apenas me
empolgar aqui. Eu não quero que seja um acidente. Eu não quero que
você se sinta culpada. Ou se arrependa.
~ 160 ~
as luzes acesas, você me olhando? Tudo o que posso pensar é que meus
seios não são tão duros ou empinados como costumavam ser. Eles
caíram. Eu tenho estrias sobre eles, e na minha barriga pela gravidez de
Tommy.
— Reagan, Eu -
~ 161 ~
quer. Nós temos essa química louca e você me faz sentir coisas... essas
coisas incríveis. E eu quero mais. Eu quero tudo isso. Mas eu estou com
medo, Derek. Estou com medo de me sentir culpada. E - tem sido tanto
tempo desde... a minha última vez, com Tom. Sinto muito em trazer ele
para isso agora, mas você precisa saber o que eu estou sentindo. Tem
sido muito tempo desde a minha última vez com Tom, eu mal me lembro
disso. Eu estou esquecendo ele, Derek. E isso me assusta. Isso dói. Como
ele se parece, o que ele sentia. O que eu sentia. E eu estou com medo de
que se eu continuar deixando que isso aconteça com você, que isso vai -
que vai ser melhor. Do que antes... do que com ele. E o que isso diz sobre
mim? Ele era o amor da minha vida, Derek! Eu o amava... apenas -
porra. — Ela está bufando – quase soluçando. — Eu o amava tanto. E
eu não quero sentir como se eu não tivesse amado. É tão complicado e
quando eu penso sobre isso, tento descobrir isso, eu fico mais confusa e
bagunçada. Penso que às vezes que talvez você devesse ir, porque as
coisas vão voltar a ser como eram. A fazenda, Tommy, Hank e Ida.
Tommy iria crescer, eu ficaria velha e fim. Mas eu... Eu não quero isso. A
forma como as coisas deram erradas. Eu penso em você indo, e algo
dentro de mim só... resiste. Eu não gosto disso. E quando eu estou com
você, não fazendo nada, apenas estar perto de você, é fácil me sentir
como... como seria bom. Como se isso pudesse funcionar.
~ 162 ~
sobre como lidar com a dor. Eu não sei o que dizer sobre isso. Eu estou
fodido, também, honestamente. Perder Tom, perder - merda - assistir
doze dos meus amigos serem mortos. Assistir Tom morrer. Ser um
prisioneiro de guerra. Isso me fodeu. Eu nunca vou poder ser normal de
novo. Então... eu não tenho quaisquer garantias sobre o esquecimento
dele. Porque eu só consigo me lembrar dele do jeito que ele estava no
fim. E isso – é fodido, Reagan. Fico feliz que você não tem isso. Eu
ficaria feliz se eu pudesse esquecer isso. Às vezes, eu acho que, você só
tem que aceitar... que você vai se sentir como merda. Você sente falta
dele. Você esquece ele às vezes. Eu quero pensar que isso é natural. É a
sua cura do coração, sua mente ajudando a você passar pela dor. Eu não
sei. Eu sei que nada disso vai fazer você se sentir melhor e eu sinto
muito. Mas eu sei que você amou Tom. Ele sabia que você o amava. Mas
eu quero pensar que Tom iria querer que você encontrasse... paz.
Felicidade. Ele não poderia te querer sozinha ou sofrendo. Ou, sendo
infeliz.
— Eu sei que você tem muito o que pensar, na medida em que essa
coisa entre nós vai. É complicado. Não é só sexo. Você disse que você
não pode fazer sexo casual... bem, nem eu. Muita coisa, na verdade. É
tudo que eu fiz. Eu não era realmente um grande cara a esse respeito. Eu
corria atrás de mulheres e eu tive um monte delas. Mas era tudo casual.
Nunca cheguei perto de qualquer uma delas. Quero dizer, como eu
poderia? Eu tinha um par de semanas, talvez um mês. Eu me disse que
não seria justo com a menina agir como se eu quisesse alguma coisa além
de diversão. Começar algo que eu não poderia terminar, certo? Mas eu
não sou o mesmo cara mais. Eu sou uma bagunça do caralho, Reagan.
Eu tenho danos. Bagagem. Pesadelos, culpa da sobrevivência, todos os
tipos de besteiras psicológicas complexas. E como eu poderia selar
qualquer pessoa com tudo isso? Eu poderia ir para algum lugar e,
provavelmente, ter uma menina para eu me deitar, mas assim que ela
~ 163 ~
visse as minhas cicatrizes, assim que começássemos a conversar, eu
garanto que a maioria das meninas iriam sair correndo e gritando. Eu
não poderia dizer a alguma inocente garota da cidade moderna que
nunca deixou Houston que eu fui torturado pela porra do Taliban. Eu
não poderia dizer a ela porque eu ainda acordo no meio da noite
chorando e gritando. Ela não iria entender. Como poderia? Estou muito
confuso para jogar os jogos que eu costumava jogar. Então... Eu não
posso fazer casual, também.
Silêncio novamente.
Reagan abre a boca para falar, mas fecha novamente. Ela me olha
nos olhos e assente. — Eu tenho que te perguntar uma coisa, Derek. E
eu... Eu preciso de uma resposta. É sobre a carta.
~ 164 ~
espelho. Eu odeio quão malditamente sexy você fica em seu uniforme. Acima
de tudo, eu odeio te dar um beijo de adeus, odeio assistir você se virar, suas
amplas costas retas quando você desaparece abaixo da rua. Eu odeio que seus
olhos estão secos quando os meus estão molhados.
~ 165 ~
prestes a ir para sua terceira turnê no Afeganistão. Eu sinto falta de você,
Tom. Todos os dias, eu sinto sua falta. Mesmo quando você está em casa Eu
sinto falta de você, porque eu sei que você sempre vai ir embora de novo. Mas
desta vez? Essa missão? Tem sido a mais difícil. É tão difícil que eu não
posso aguentar. Não aguento mais. Eu não posso, Tom. Eu não posso ver
você ir embora de novo, sabendo que você poderia morrer. Sabendo que você
pode não voltar. Você não falou muito sobre o que aconteceu com seu amigo
Hunter, da sua unidade, quando ele foi MIA, mas eu sei que foi doloroso
para todos. Ele voltou, graças a Deus, mas você era uma bagunça. Você me
ligou da base. Você estava ficando louco de preocupação. Você pensou que
ele estava morto. Seu amigo Derek tinha sido ferido também. Me lembro de
tudo isso. E eu só... Eu não acho que eu poderia lidar com isso, se isso
acontecesse com você.
— Ele - ele não sabia? — Ela está sussurrando. Sua voz é fina,
esganiçada. — Ele não sabia sobre Tommy? Ele morreu... ele - ele não
~ 166 ~
sabia que ele seria pai? — Lágrimas, gotas molhadas correm pelo seu
rosto.
~ 167 ~
Ela me ignora, e eu a deixo ali, chorando no chão de sua cozinha.
~ 168 ~
CAPÍTULO TREZE
REAGAN
Reagan, querida.
Tommy está comigo na minha casa. Minhas netas vão ficar por
alguns dias, então ele vai passar o dia brincando com a gente. Não se
preocupe com nada. Vá, tenha um dia maravilhoso.
Ida.
Ela diz que eu não preciso de qualquer cor, que o meu loiro mel
natural é perfeito do jeito que está. Então, eu sou empurrada para a
estação de manicure, onde eu recebo um tratamento real. Massagem
manual, cutícula, lixa e pintam de uma cor ameixa profunda. Mesmo os
dedos dos pés. Em seguida, eles me dão um longo e luxuoso tratamento
facial, deixando minha pele formigando e sentindo mais limpa do que
nunca.
~ 170 ~
do que eu pensava ser possível. Eu deixo a maior gorjeta que eu posso
pagar, agradecendo a elas, e saio. Eu encontro e um café, ouvindo
música tranquila e bebendo uma grande caneca de chá quente.
Pensando em Derek.
Clareza?
~ 171 ~
Eu bufo em frustração. Não importa quantas vezes eu passo por
isso na minha cabeça, eu não fico mais perto de uma resposta. Eu quero
ele, e quero me deixar ir, me deixar tê-lo. Penso em alguns momentos se
isso vai dar certo, mas, em seguida, todos esses ‗e se‘ clamam na minha
cabeça, e eu começo a pensar que eu deveria acabar com isso.
Eu ouço uma voz do meu lado, uma mulher da minha idade com
um bebê em uma transportadora na frente do carrinho. — Se você não
tem certeza, — diz ela com um sorriso, — é provavelmente melhor pegar
a caixa grande. — Ela pega a maior caixa da prateleira de baixo, joga no
meu carrinha e sai, ajeitando seu bebê .
— Eu-
~ 173 ~
Hank entra nesse momento, os netos se arrastando atrás de si. —
Bem, isso foi um inferno de um dia de trabalho, não foi, meninos? — Ele
dá um tapa nas costas dos meninos. — Bem, nós vamos voltar agora,
Reagan. Obrigado pela pizza – foi muito bom. Derek, nos vemos na
parte da manhã para terminar esse telhado.
— Mas e se-
~ 174 ~
abraço de urso e mantém. — Ninguém pode dizer o que Tom teria
querido, ou gostaria. Ninguém pode dizer o que você deve ou não deve
fazer. Você não responde a ninguém Exceto a você. E um pouco por
Tommy, talvez, quando ele for mais velho. Mas ele é um bom menino.
Ele é amado. Você é amada.
Ele está esperando por mim, e eu estou com medo de abrir tudo de
volta.
~ 175 ~
não sei. Com raiva de mim por ficar grávida, talvez? Foi um acidente.
Nós dissemos que estávamos esperando até que seu mandato acabasse.
~ 176 ~
na fazenda, no certo e errado, bom e mau e o que eu quero versus o que é
melhor, e eu só estou frita. Eu não quero decidir.
Eu quero que ele decida. Eu quero alguém que me diga o que fazer,
ao invés de ter que ser a pessoa que é forte, decisiva e responsável.
Ele me pega pela mão, e eu o sigo de bom grado. Deixo que ele sele
Henry e Mirabelle, o cavalo quarto de milha. Ele me levanta na sela de
Henry, e sobe para de Mirabelle. Eu o sigo enquanto ele trota à frente de
mim, para o pasto norte. Quando estamos por cima da cerca, ele clica
Mirabelle em um galope. Eu estou ao lado dele, e eu percebo que isso é
exatamente o que eu preciso. O vento no meu cabelo, Henry batendo na
grama embaixo de mim. A luz do sol, Derek, a liberdade. Nós galopamos
pelo pasto, desmontamos e passamos pela pequena porteira que separa a
minha propriedade das do Lovitz, remontando do outro lado. A
propriedade de Lovitz é verdadeiramente enorme, quatrocentos hectares
de terras agrícolas, e mais duzentos hectares de bosques. Eu ando
através de sua floresta de vez em quando, e eu sigo Derek ao longo da
linha das árvores para a pista no sentido norte e leste através das
madeiras. Sob a folhagem, caminhamos com os cavalos. As palavras são
desnecessárias.
~ 177 ~
— Vem cá. — Ele estende o braço, me convidando. — Pare de
pensar, parar de se preocupar. Basta se deitar comigo e ver as nuvens.
— Reagan?
— Sim?
— Pare de pensar.
~ 178 ~
rosto, o polegar acariciando o canto da minha boca. Ele traça a linha dos
meus lábios.
— Reagan?
— Eu-
— Olivia.
~ 179 ~
A minha resposta é imediata. — Esquecer. Não estar no comando.
Para dar e não pensar nas consequências. Só... até mesmo por uma
hora... não precisar se preocupar.
— Sim, — eu suspiro.
— Mas o que dizer - — Sou cortada por seus lábios. Ele rouba a
minha respiração, come minhas palavras, e me deixa tonta.
A preocupação retorna.
— Não aí, Derek, não- — Ele faz uma pausa, olhando para mim.
Em seguida, de volta para a minha cintura, minha barriga. Eu deslizo
minhas mãos sobre as estrias. — Sinto muito. Eu apenas me sinto mal
por elas. Elas não são sexy.
Ele aperta os olhos para mim, olha para as minhas mãos cruzadas.
Ele muda de volta em seu cotovelo, retira a mão por debaixo da minha
cabeça. Observo ele, preocupada e eu me viro. Tanta coisa para uma
hora de esquecimento. Mas, em seguida, seus dedos fecham em torno de
meus pulsos, os dois. Seu domínio sobre meus pulsos é forte mas suave, e
implacável. Lentamente, deliberadamente, ele move minhas mãos acima
da minha cabeça, ignorando facilmente minhas tentativas de lutar com
ele. Quando meus braços são esticados para cima, mantidos no lugar por
sua mão forte, ele ajusta sua posição ao meu lado. Eu me agarro com as
duas mãos em seu antebraço grosso, apertando com toda minha força,
insegurança, medo e alegria guerrilhando dentro de mim. Eu não sei o
que ele vai fazer. Eu estou nua para ele agora. Mas não totalmente. A
cintura da calça esconde o pior das minhas cicatrizes de gravidez.
~ 181 ~
— Faça isso, Reagan. Por Favor.
~ 182 ~
Eu rolo com ele, e ele coloca meu peso em cima dele, ainda
segurando meus pulsos, então eu não posso escapar, me beijando e
aprofundando, me deixando aquecida e necessitada. Eu gemo e luto
contra seu aperto, querendo tocá-lo. Ele não cede; em vez disso, ele me
puxa totalmente em seu peito. Eu posso sentir o seu batimento cardíaco
sob mim e seu pau duro no meu âmago. Sua boca é exigente e implacável
e insistente na minha e eu sou impotente para fazer qualquer coisa, além
de ceder, dar a ele tudo o que ele está exigindo de mim e implorar por
mais com gemidos na parte de trás da minha garganta. Oh, Deus, a sua
mão. Em minha coluna entre as minhas omoplatas, unhas raspando
minha carne. Fazendo uma pausa na minha alça do sutiã. Abrindo em
um movimento hábil. Escovando as tiras dos meus ombros. Guiando
meus braços para fora, e eu de bom grado coopero, sem saber por que ou
como, mas apenas que ele está me provocando desesperadamente. Ele
levanta meu tronco suficiente para que ele deslize a roupa para fora.
Agora eu estou completamente em cima dele, vestida com apenas minha
calcinha, e ele ainda está me beijando cada vez mais forte.
~ 183 ~
— Derek? — Eu não sei o que eu estou pedindo, só que eu estou
implorando a ele.
Agora que estou totalmente nua para ele com o sol da tarde
fluindo através das árvores e me banhando na luz dourada, seus olhos
vagueando para baixo. Eles me procuram, me olham total e
completamente, da cabeça aos pés, para cima e para baixo e para cima e
para baixo. Talvez mais do que qualquer coisa que ele jamais poderia
dizer para mim, a melhor motivação para eu perceber a minha própria
beleza em seus olhos é ser capaz de assistir seu zíper apertar e armar,
observando suas narinas e sua respiração se aprofundar, a língua
molhando os lábios em antecipação.
Ser dito que você é linda? A menos que você nunca tenha ouvido
isso, pode rapidamente se tornar sem graça. Qualquer cara desesperado
por sexo irá te dizer que você é linda. Amigos ou a família vão dizer
coisas como: "oh, bem, você é uma mulher linda, então...", e isso só se
torna parte de você, as pessoas te dizendo que você é linda. Eu sei como
eu pareço. Eu sou bonita. Até umas características proporcionadas e
atraentes. Curvas, olhos bonitos, cabelo grosso. Tanto Faz. Isso não
~ 184 ~
significa que eu não tenho minhas inseguranças. Me atrevo a qualquer
mulher que carregou uma criança a me dizer que ela nunca, nunca se
sentiu insegura ou autoconsciente sobre suas estrias. Umas usam óleo,
loções e yoga para se livrar delas, outras não. Eu não fiz nada disso.
Ainda não tive tempo. Algumas aprendem a possuir isso, usando
biquínis e mostrando suas coisas na praia. Bom para elas. Isso não é só
comigo.
Eu me sinto sexy.
~ 185 ~
Concordo com a cabeça. Eu não questiono. Ele sorri para mim.
Lambe os lábios novamente e toca os lábios ao lado do meu seio, na
parte inferior, na minha costela. Meu estômago. E então, sempre muito
gentil, sempre tão deliberadamente, ele beija cada marca no meu
estômago. Cada defeito, cada lacuna de estria da minha barriga, ele a
beija. Ele passa a sua língua por cima, pressionando os lábios sobre cada
uma... e cada... uma.
Eu estou chorando pelo tempo que ele termina. Ele não tem que
dizer uma coisa, mas o seu significado era claro.
~ 186 ~
Eu não espero sua língua deslizando na minha abertura. Eu
suspiro em voz alta, sacudindo os olhos abertos, joelhos fechando ao
redor de seus ombros. — Derek! O que você—
— Provar você.
~ 187 ~
implacável encontra um ritmo lento, circulando em volta do meu
clitóris, que está pulsando com sensibilidade, a cada toque de sua boca e
os lábios e língua disparando foguetes de ecstasy através de mim. Estou
formigando dos meus dedos até o meu couro cabeludo, meus dedos
segurando meus próprios pulsos, em seguida, solto as mãos em
desobediência a passo por seu cabelo, mantendo ele no lugar, apertando
ele contra mim, ávida por mais.
~ 188 ~
Eu estou gemendo sem parar agora. Quem sou eu? Este é um novo
eu. Eu nunca fui vocal. Não assim. Não alto o suficiente para chocar os
meus próprios ouvidos. Não esses gemidos agudos que se transformam
em mini-gritos e gritos silenciosos.
E a outra mão... por favor, porra, sim... sim, ela vai entre as
minhas pernas. O dedo indicador, o médio e o dedo anelar deslizam
contra minha buceta molhada, a minha própria essência pulsando de
mim, os dedos mergulhando em meu canal e difamando os sucos
pungentes do meu desejo e necessidade sobre minhas dobras trêmulas.
Ele pressiona em círculos. Eu gemo. Ele libera a pressão, deixando um
leve toque, as pontas de seus dedos mal tocando meu clitóris. Eles
circulam em torno do cerne sensível sem chegar a tocá-lo. E eu grito.
~ 189 ~
E então ele está lá de novo, entre as minhas coxas com os lábios
em meu clitóris e os dedos entrando em mim, e puta merda, eu estou
gozando novamente, minhas duas mãos sobre a sua cabeça o puxando
contra mim, dirigindo sua boca com os meus quadris.
Ele me fez gozar duas vezes, gozei com tanta força que eu fico
mole e ofegante e perto de lágrimas pelo frenético prazer. E ele não tinha
nem tirado a camisa.
~ 190 ~
CAPÍTULO CATORZE
DEREK
~ 191 ~
E... Jesus, a sua buceta. Isso que é buceta. Tão apertada, úmida e
sensível. Cada toque da minha língua a deixou selvagem. Descendo sobre
ela não era apenas para fazer ela gozar, perder o controle - era uma
homenagem. Era adoração de seu corpo, de seu liso e sexo profundo, seus
lábios rosas delicados e seu duro clitóris pequeno e sensível.
13
~ 192 ~
piada passa pela minha cabeça, mas eu não digo isso. Eu saiu da camisa,
atirando de lado.
— Melhor? — pergunto.
Eu vou para o botão da minha calça jeans, mas eu não sou rápido
o suficiente para ela. Ela empurra para mim, me bate de volta. Ela se
ajoelha ao meu lado e empurra meu jeans para baixo. Eu levanto a
minha bunda para cima, e ela sai com eles. Estou parado e
ela está ofegante, ofegante, suspirando enquanto eu fico lá nu, diante
dela. Eu gosto desse gemido, aquele som de apreciação, a forma em que
seus olhos se iluminam e suas narinas e os lábios se curva em um
sorriso ao ver do meu pau rígido. Eu fico parado, sabendo que se eu
mover um único músculo, eu vou tê-la em suas mãos e joelhos na minha
frente, dirigindo dentro dela.
Mas isso? Aqui e agora? Isto é sobre ela. Não eu. Trata-
se de mostrar a ela que eu posso desejá-la, que seus desejos, sua
necessidade, seu desespero são tudo que me importa, que dar a ela
~ 193 ~
exatamente o que ela quer, o que ela precisa, é o meu único foco. Que
ela vale a pena todo o mundo maldito, mesmo que tudo o que posso
oferecer a ela é o meu eu fodido.
Então, eu ainda fico lá, parado e olhando para ela, porque ela é
tão gostosa, os lábios inchados de me beijar, brilhando e úmidos, os
peitos dela pendurados pesados, exuberantes e gostosos, as coxas abertas
apenas o suficiente para me dar um vislumbre de sua buceta, dos cachos
de pelos pubianos que estou feliz que ela não tirou totalmente. Eu ainda
fico lá e espero por ela tomar o que ela quer.
~ 194 ~
porque isso só te causa problema na maioria das vezes. O que eu entendo
totalmente, tendo visto amigos ligar para as meninas e quando brigas
aconteciam, uma vez que era inevitavelmente, bagunçava a merda
toda. Então, eu evitei isso, uma rara demonstração de moderação nesse
departamento, para mim, realmente. Assim foi o longo período de seca,
além de três anos como um prisioneiro de guerra, mais os três meses em
reabilitação? Estou tão sedento por sexo que posso até ser perigoso para
a humanidade.
Exceto quando ela me acaricia. Uma vez. Duas vezes. Sua mão
pequena, mas forte, escorregando em meu comprimento, enterrando a
minha raiz. Derivando. Toque suave, a palma rolando. Passando sobre a
cabeça, apertando e massageando. Eu viro meu pescoço para assistir, e
porra, isso é erótico como a merda, olhar para ela me tocando. Sua mão é
pequena, faz o meu pau parecer muito maior. Ela pode quebrar o punho
em torno de mim, as pontas dos dedos se reunindo, ambas as mãos em
mim e ainda há pau se derramando sobre a sua mão. Ela está fazendo
~ 195 ~
aquela coisa de mão-sobre-mão, e eu adoro isso, porra. Eu amo suas
mãos descendo, o toque e pressão constante.
Ela me ignora. — E isso tem sido tanto tempo desde que gozei
assim, mas eu quero fazer você se sentir bem, também.
Não. Isso não está funcionando. Ela tem o meu saco na mão agora,
massageando suavemente, rolando e apertando tão devagar. Dedo médio
estendido para baixo após as minhas bolas, massageando lá. Porra, eu
posso segurar.
— Reagan...
— Sshh. — Ela está deslizando seu punho para cima e para baixo
no meu comprimento. Conduzindo, bombeamento. Implacável. — Me dê
isso. Me deixe te ter, Derek. Quero isso. Me deixe ver.
~ 196 ~
— O quê?
— Você gozar.
—
Merda, Reagan, estou quase lá. Não posso segurar. Não posso parar. —
Estou ofegante, e eu não estou no meu controle agora.
Ela puxa meu pau longe do meu corpo, estica ele. Aperta e mói os
dedos pelo meu comprimento, e eu rosno. Eu forço os olhos abertos, e
eu estou feliz de fazer isso. Ela é tão linda. Tão quente. Cabelos cor de
mel drapeados sobre um ombro, pele bronzeada e sem falhas, seios
balançando enquanto ela se inclina sobre mim.
Oh, Deus, ela vai deixar. Deus, eu espero que ela faça
isso. Eu sou egoísta, tão egoísta. Eu quero a sua boca em torno de
mim. Eu não devia; isso é cedo demais para ela me dar. Mas
eu não tenho o autocontrole para detê-la quando ela se inclina sobre
mim, os peitos dela deslizando contra meu peito e sobre o meu estômago,
pressionando contra mim, quando ela coloca seu rosto para o meu
quadril. Ela está me observando derramar o meu orgasmo.
— Você é assim tão sexy, Derek. Você é. Eu espero que você saiba
disso. Você não é apenas bonito, quero dizer, você é, também, mas você é
sexy. Você é lindo. — Ela está indo devagar, meu pau esticado para me
impedir de gozar, deslizando para cima e para baixo assim, tão
lentamente que está me deixando louco. Mas eu ouço, e ouço bem,
porque eu realmente preciso ouvir o que ela está dizendo para
mim. Preciso da afirmação, também. — Eu não sei se estou autorizada a
usar esta palavra entre nós, mas... Eu amo o seu pau. Eu amo a maneira
~ 197 ~
como ele se sente. Eu amo o jeito que ele parece em minhas mãos. Tão
grande, tão grosso. É esforçando, não é? Dói?
— Estou fazendo o que você fez para mim, eu espero. — Ela pega
meu pau com as duas mãos agora e bombeia de cima a baixo, forte e
rápido, ainda esforçando para longe do meu corpo. — Onde? Onde,
Derek? Onde você quer gozar? Me conte.
— Em qualquer lugar.
— Uh-huh...
— Duro?
— Mmmm.
~ 199 ~
E então ela está deslizando para cima do meu corpo e embalando a
cabeça no meu peito, ainda suavemente e preguiçosamente acariciando
meu pau. — Não posso acreditar no quanto você gozou. — diz ela.
— O quê?
Ela me aperta. — Isso. Com a minha boca. Não ia. Eu não pensei
que eu queria, ou - ou não achava que eu estava pronta. Mas eu senti
você, senti quão perto você estava, e eu gostei. Eu gostei de saber que eu
poderia fazer você se sentir assim. E eu gostei de como o seu pau se
sentiu na minha boca. Eu gosto de tocar em você. Provar você. — Ela ri
na minha pele, e então se vira, sua voz soando abafada.— Me lembrei de
quão quente foi quando eu fiz você gozar atrás do celeiro, e eu pensei que
talvez... Eu estava nervosa. Sabe?
— Você não tinha que fazer,— eu digo a ela — Isto era para ser
sobre você, fazer você-
REGAN
— Hmmm?
— Alguns?
Não que isso importe, porque eu estou grata que ele fez. Eu gosto
dele aqui, e eu não quero voltar ainda.
— Quando você saiu para falar com Hank. — Ele faz uma pausa
para pensar, em seguida, recomeça. — Só... Eu não te trouxe aqui
apenas para isso. Para fazer sexo com você. Você parecia tão chateada,
tão confusa, que eu achei que você iria querer se afastar um
pouco. Então, eu pensei em te trazer aqui e conversar, nos abraçar, sei
lá. Mas eu peguei os preservativos porque eu pensei que talvez - porra
~ 202 ~
eu esperava que iríamos eventualmente fazer isso. E eu queria estar
pronto, se e quando nós fizéssemos.
~ 203 ~
De alguma forma, sem nenhum aviso, estou nas minhas costas, seu
pau ainda na minha mão. Mas ele está acima de mim, se inclinando sobre
mim, seu corpo pressionado contra o comprimento do
meu. Ele ainda está ao meu lado, no entanto, não realmente em cima de
mim. Mas ele estará. Oh cara. Por favor? Eu prendo a respiração em
antecipação enquanto sua mão encontra meu seio, acariciando,
massageando. Morde meu mamilo ereto. O outro. Eu não estou ofegante
ainda, mas eu estou respirando meio duro através do meu nariz. Eu não
me mexo. Eu tenho seu pau na minha mão, mas agora
eu estou realmente apenas o segurando por algo para segurar, e porque
eu gosto do seu pau. Mas agora, ele está totalmente duro. Estou apenas
esperando com a respiração suspensa enquanto ele move a mão pelo meu
estômago, fazendo uma pausa para traçar amorosamente - sim,
amorosamente - essas marcas. Eu estava tão nervosa sobre isso
anteriormente. Que bobagem a minha. Ele não pode mais ter o suficiente
de mim do que eu posso ter dele, e ele não pode tirar os olhos de mim,
não pode manter suas mãos longe de mim. Como eu poderia ter pensado
que Derek iria encontrar qualquer parte de mim pouco atraente?
~ 204 ~
apenas gozar. Mas ele não deixa. Ele tem a boca em meus seios, tudo
sobre eles, e não apenas o mamilo, tampouco, sua língua desliza pela
carne amontoada para traçar ao redor do meu mamilo, lambendo minha
aréola, tomando um gole de meu seio, em seguida, se mudando para o
outro lado.
E o tempo todo, ele está crescendo cada vez mais duro na minha
mão. Mas eu não faço um movimento, não ouso acariciá-lo, porque
eu vou ficar com ciúmes desta vez. Eu quero tudo isso dentro de
mim; Quero senti-lo desencadear dentro de mim, e eu quero sua porra
até a última gota. Então, eu só seguro ele e tento ficar sã.
— Sim, fale comigo. Fale sujo. Diga tudo o que está em sua
cabeça bonita.
Eu disse isso em voz alta, hein? Ok, então. — Deus, sim. Sim.
Derek, sim. Sim, Derek. Assim mesmo. Oh, merda. Mais Duro!
Ainda não.
Ele leva o seu tempo correndo pelo meu corpo, beijando todo o
caminho. A borda ainda paira, mas está se afastando, encolhendo. No
entanto, eu posso sentir isso... se aprofundando. Intensificar. Minhas
mãos vão imediatamente para a cabeça; meus dedos enfiam em seu
cabelo e avidamente puxo seu rosto em minha buceta.
— Oh, porra, Reagan, eu adoro quando você fala assim. Essa boca
doce falando tão sujo. — Ele fala em minhas pregas, seu hálito quente
em minha carne.
— Não era tão doce quando estava em seu pau, não é? — Essa é a
minha voz, sedutora, brincalhona?
— Sim, Deus, sim, foi. Tão doce. Assim como esta boceta. Tão
doce.
— Prove.
~ 206 ~
Em vez de obedecê-lo imediatamente, eu aperto a ponta do meu
dedo médio na ponta do seu pau, através da abertura derramando pré-
sêmen e pressiono o dedo à boca. — Você tem um gosto muito bom.
~ 207 ~
— O que você diz?
— Por favor?
— Aqui está.
— Porra?
~ 208 ~
que posso fazer é levar isso. Não posso me mover, não posso moer nele da
maneira que eu quero. Acontece que não há nenhuma necessidade. Ele
sabe o que eu quero de alguma forma, sabe que não posso tomar mais
nenhuma provocação. Ele aumenta a sua intensidade, acelera o ritmo de
seus dedos dentro de mim, entrando e saindo com um ruído de sucção
alto, e eu estou gemendo, gemendo, chorando, com a cabeça encolhida
entre meus braços.
~ 209 ~
E ainda assim ele me dedilha, mais lento agora. Ordenhando
cada gota, cada espasmo após espasmo, me fazendo gritar alto na minha
garganta, até que finalmente ele puxa os dedos para fora e me deixa
voltar para baixo.
Puxo ele para mim. Agarro seu pescoço, firme, e me puxo para
cima para beijá-lo. Desesperadamente, eu o beijo. Devoro ele, língua,
lábios, e respiração. Sugo uma respiração em meus pulmões, querendo
estar mais perto, querendo estar mais enredada com ele. Ele desliza os
joelhos entre as minhas coxas, e eu ligo meus tornozelos em torno de sua
cintura. Puxando, insistente.
~ 210 ~
agora estamos aqui. Eu sonhei com isso, me perguntando como seria,
fantasiei sobre isso. Eu sei que ele tem também.
~ 211 ~
Eu mordo seu ombro, tão emocionada com a sensação dele dentro
de mim que eu não sei mais o que fazer, além de mordê-lo e levá-lo
profundamente e sussurrar o nome dele... — Derek...
DEREK
— Mais.
Deus, isso me assusta pra caralho. Eu vou pirar mais tarde, porque
eu apenas não sei o que fazer com essa onda gigante de emoção, tal
intensidade de sentimentos além da corrida de sexo, além da química e
carne.
~ 214 ~
Nunca fez um maldito sentido para mim, a minha vida inteira.
Agora sim.
Meu corpo é dela, e o dela é meu. Eu sei exatamente o que ela está
sentindo, o que ela precisa e quer. Ela está perto, e eu também. Todo o
sexo que eu tive na minha vida - e foi um monte - eu nunca tive um
orgasmo mútuo, nunca gozei no mesmo momento exato com a
menina. Mas agora eu sei, no fundo da minha alma, que, quando Reagan
e eu gozarmos, será simultâneo.
REAGAN
~ 215 ~
de mim agora, seu peso sobre o meu, e eu estou me agarrando a ele com
meus pés em torno de sua bunda, que flexiona duramente enquanto ele
investe em mim, lenta, constante e ritmado. Braços em torno de seus
ombros, uma mão em cada uma de suas omoplatas. Eu me agarro nele,
sem me importar com o quão duro é. Ele sabe que arranhar meus dedos
por suas costas significa que eu preciso de mais, preciso mais duro e mais
rápido, e ele dá isso para mim, assim como eu quero. Eu passo meus
dedos pelos seus cabelos e nuca, porque eu sei que o deixa absolutamente
selvagem. E ele faz. Ele enterra o rosto no meu pescoço e, graças a Deus,
agora eu posso me mover corretamente. Eu posso transar com ele de
volta, foder em suas investidas, levá-lo profundamente e dar a ele de
volta com mais força. Eu seguro sua cabeça, amando sua respiração no
meu peito, sua testa encostando em meus seios.
~ 216 ~
Abandono a ele, para isso, para nós, apesar da blasfêmia que pode ser,
neste momento, com Derek, ele é Deus, todo o Deus que eu preciso.
Nós gozamos.
~ 217 ~
CAPÍTULO QUINZE
DEREK
Seu dedo toca meu queixo; Eu ergo minha cabeça e olho em seus
olhos azuis. — Eu vou em frente e ser o primeiro a dizer isso... o que
quer isso seja. — ela faz uma pausa para reunir seus pensamentos, e para
escovar meu cabelo para fora do meu olho e traçar minha testa até a
mandíbula. — isso foi demais - Eu nem sei.
~ 219 ~
Eu estou de pé na porta aberta do celeiro, olhando para o
desvanecimento do vermelho-púrpura-alaranjado do sol poente atrás da
casa. Reagan está atrás de mim. A sinto se aproximar. Sinto ela
pressionar contra mim, queixo nas minhas costas, braços circulando
minha cintura, mãos achatando contra o meu peito.
— Derek? O que acontece agora? — Acho que ela está tão confusa
quanto eu.
~ 220 ~
aceitando, mas eu pego a mão dela de qualquer maneira, e caminhamos
lado a lado para a casa.
— Eu olho essa foto toda vez que eu subo as escadas, — diz ela. —
E dói o tempo todo. Mas eu posso me fazer tirar ela daí.
Merda.
~ 221 ~
— Derek? — Ela está no degrau acima de mim, tocando meu rosto
com uma mão macia. — Respire, baby. Olhe para mim. Olhe em
meus olhos.
Vejo Reagan, vejo sua boca se movendo. Não ouço nada. Teto,
parede. A foto, a porra da foto, fodido Tom quando jovem, magro e
Reagan de olhos brilhantes com cabelos louros mais claros do que é
agora e um braço em torno de Tom e sua mão no peito grande e
musculoso dele, Carl com o braço sobre ambos.
Ela chega até a foto e tira da parede. Segurando, ela olha para
ela. Outra lágrima. Ela as limpa.
— Não. Se você tirar daí, faça por você. Eu não. Esta é a sua
casa. Seu lugar. Esse é.. a casa de Tom. A foto dele pertence aqui. Você
merece coisa melhor do que me deixar - meus momentos de fraqueza, a
obrigarem a... mudar as coisas.
~ 223 ~
sempre uma parte de mim que pertence a ele. Mas estou feliz que você
viveu. Eu estou - eu estou feliz que você está aqui. Eu estou feliz que
você veio e me deu a plaquinha dele e a carta e eu estou feliz que você
ficou. Você fez a minha vida melhor desde que você esteve aqui,
Derek. Eu lamentei por ele. Eu fiquei triste. Mas até que você chegou, eu
não estava me curando. Eu não estava nem mesmo tentando. Eu estava
presa. Eu não sei o que está acontecendo. Aqui, entre nós, eu quero
dizer. Isso me assusta, eu não importo de admitir. Mas está acontecendo,
e eu não posso negar. E - Eu quero mais. Eu não quero mais me sentir
só. Eu não quero me sentir... presa. Emperrada. Perdida entre o que foi e
o que é, talvez.
O que eu devo dizer a tudo isso? — Eu não sei o que fazer sobre a
culpa. Me dizendo para não se sentir isso não fazer ir embora. Mas... pela
primeira vez, desde que os Raiders me tiraram da prisão, eu me sinto...
vivo. Como se eu fosse alguém. Como se a vida pudesse ser algo para
mim. Por toda a minha vida adulta, tudo o que eu conhecia era o
combate. A Corporação. E então eu estava perdido em missão, e desde
então eu não tinha conhecido... Eu não sabia quem eu era. O que eu
sou? Estar aqui, trabalhando na fazenda. Passando o tempo com
você... isso me dá algo. — Eu balanço minha cabeça, reunindo a
coragem de falar a verdade mais profunda que eu posso reunir
em palavras. — E não é a fazenda, realmente. É você. Você que me tem
dado. Mas até mesmo isso vem com culpa. Porque ele ainda deveria ser -
deveria ser ele.
— Que porra é essa que você faz para mim, Reagan? Toda a
minha vida de merda, eu fui um cara típico. Levando algumas merdas
que acontece, você sente isso, mas isso é isso. Você não chora. Eu não
choro. Mas desde que eu te conheci, eu tenho passo mais tempo chorando
~ 224 ~
como uma porra de um idiota mais do que a minha vida toda. — Eu
fungo, respiro e pisco com força. Isso não funciona. — Merda.
Ela embaralha a seus pés, sobe para o meu colo, e esconde o rosto
contra o meu peito. Ela envolve seus braços em volta do meu pescoço e
se apega tão apertado que dói, mas é confortante, tê-la perto, tê-la me
esmagando, sentindo o peso no meu colo e as lágrimas manchando a
minha camisa. Eu não me senti julgado.
— Mesmo a culpa?
Ela torce, olha para mim com seu rosto no meu coração, e enxuga
a palma da mão no meu rosto. Faz isso de novo e de novo, e nenhum vez
que ela olha para mim como se ela pensasse menos de mim por chorar
como uma maldita menina. Ela simplesmente continua enxugando cada
gota a distância, suas próprias lágrimas escorregando e se misturando
com as minhas.
~ 225 ~
geralmente arrancado de mim por Reagan e as coisas que se passam
entre nós.
~ 226 ~
Com os olhos fixos em mim, ela engancha seus polegares no cós do
elástico da calcinha, empurrando para baixo. As palmas das mãos alisam
sua barriga, como se ela estivesse pensando em se cobrir. Ela só fica lá,
com as mãos em seus lados, queixo alto, cabelos soltos e emaranhados,
um pouco de grama lá que ela nem percebeu. Ela possui seu corpo, sua
própria beleza. E porra, é quente, observar ela se negar a insegurança,
observar ela se reclamar como sexy, poderosa. Ela levanta o quadril,
levanta o queixo um pouco mais, a ponta da língua lambendo os lábios, e
depois a mão paira sobre sua coxa. As palmas descem lá, então mergulha
no pequeno espaço entre suas pernas. Ela suspira quando arrasta os
dedos para cima entre as coxas, se tocando. Um breve toque circulando,
e os seus joelhos se dobram e ela choraminga. Me sento, balanço as
pernas para fora da cama, para chegar a ela. Pego a mão dela e a puxo
para perto, posicionando entre as minhas pernas. Me inclino e toco
levemente seu mamilo com a minha língua.
Ela embaralha seus pés para cada lado até que eles estão na
largura dos ombros. Ela repousa as mãos nos meus ombros enquanto eu
aprofundo nela com dois dedos. Tão molhada, tão quente, tão
apertada. Eu gemo e passo a minha língua entre os seios dela, reunindo a
umidade de sua excitação em meus dedos e espalhando sobre seu
clitóris. Ela cai para frente contra mim, segura minhas bochechas, e
levanta o rosto para um beijo. Mas o beijo engasga e desaparece quando
ela geme com as minhas ministrações, a boca aberta contra a minha,
testa com testa, apertando meu queixo com as duas mãos e gemendo.
~ 227 ~
Quando o clímax desafoga à tremores, ela abre os olhos, e seus
olhos azuis claros geralmente são nublados, encapuzados. Ela empurra
para mim, me empurra com força para o colchão, sobe em cima de
mim. Ela encontra o preservativo e abre. Rola sobre mim. Eu estou em
uma posição desconfortável, deitado de costas na cama, com os pés no
chão, mas Reagan não espera, não vai me deixar ajustar. Ela se inclina
sobre mim, palmas das mãos no meu peito, me beija e levanta a bunda
dela. Eu suspiro em sua boca enquanto ela chega entre nós, me orienta
em sua abertura, e se senta em mim. Ela desce sobre mim, deixando
escapar um gemido quando eu a encho.
~ 228 ~
— Unh-uh. — Ela paira acima, brincando com nós dois. — Ainda
não.
— Você.
— Eu quero que você pegue o que quiser. Como você quiser isso.
~ 229 ~
Ela deixa a cabeça cair para trás em seu pescoço. Estou tão
esticado que dói. Ela toma minhas mãos, uma de cada vez, enrolando
seus dedos com os meus, e mudamos o equilíbrio em nossas mãos
unidas. Reagan inclina a cabeça para frente e se inclina sobre mim, e
eu estou suportando o peso de sua parte superior do tronco em minhas
mãos. Os seios dela caiem, balançam, mamilos duros implorando por
minha boca. Eu levanto, lambo seus mamilos, um de cada vez, e depois
caio de volta para o colchão.
— Porra, sim.
~ 230 ~
impulsiono com ela , trabalhando meus quadris para cima para coincidir
com o jeito que ela angula para baixo para dirigir meu pau contra esse
local perfeito, e ela está gritando agora, — oh, oh, oh, oh , porra sim,
Derek, deussim porrasim... — gritando, empurrando duro em mim e
rápido, e nossos quadris batendo juntos, nossos corpos com
um slapslapslap e um delicioso barulho de sucção molhado e ela está
gritando e eu estou gemendo e gritando como eu sinto sua buceta
apertar, sinto seus movimentos ficarem frenéticos e estremecendo. O
ritmo diminui, mas agora ela está me puxando para fora lentamente me
levando dentro dela duramente.
— Oh, Deus.
Eu rolo ela de costas, dando a ela todo o meu peso por um breve
momento, empurrando para dentro dela, sentindo seu paredes tremerem
em torno de mim. Eu vou lento, com golpes suaves, até que ela começa a
se mover comigo. E então eu retiro completamente. Inclino para baixo, a
beijo duramente, e enfio minha língua entre os dentes, tomo a dela na
~ 231 ~
minha. Quebro o beijo, enfio a mão entre a cama e seu corpo para pegar
a bunda dela, enrolando ela em seu estômago. Ela rasteja para a frente,
longe de mim, em direção à cabeceira da cama. Eu vou até ela. Eu
agarro seus tornozelos e a puxo de volta para mim. Ela vira a cabeça
sobre o pescoço para me observar, olhos arregalados, boca aberta. Ela
dobra seus joelhos embaixo dela.
Antecipando.
REAGAN
~ 232 ~
— Jesus, Reagan, não me tente, porra. Eu só estou olhando para
você. Eu quero ver cada centímetro sexy de você. — Ele lambe os lábios,
abre os olhos para mim, volta para o meu bumbum. Minha respiração
bufa, eu chupo oxigênio, e depois solto novamente, e até mesmo o meu
coração para quando ele toca a ponta de seu dedo médio no meu buraco,
me deixando tensa. — Nunca foi tocada aqui, hein? Nunca sentiu
isso? Hmmm?
— Pare.
~ 233 ~
Todo com ele me tocar assim para sempre, nunca ir e nunca me cansar
dele, nunca me cansar de seu apetite voraz por me tocar.
— OH, MERDA!
~ 234 ~
Ele segura meu quadril no lugar quando ele empurra, em seguida,
me empurra para a frente, e eu movo para ele, levantando meu pescoço
para vê-lo ajoelhado bem alto e lindo em mim, cabelos loiros grossos
uma bagunça desenfreada, olhos verdes em chamas, abdome tenso, o V
em seus quadris, coxas como árvores, cicatrizes brilhando à luz do
luar. Eu estou escarando sua beleza. A imagem dele em cima de mim, a
coluna reta, tão alto e musculoso, entrando em mim, os dentes brancos
quando ele morde os lábios em um suspiro. Ele se move lentamente,
puxando para fora e empurrando glacialmente, apenas segurando meus
quadris por um momento.
A próxima vez que ele puxa para fora, eu me inclino para a frente,
e quando ele inicia seu deslize para dentro, eu dobro minha coluna em
direção ao colchão e empurro para trás em seu impulso. Ele rosna e mói
em mim quando seus quadris batem nas minhas nádegas, uma reação
intensa e visceral. Mas não é bem isso. Eu me movo com ele daquele
jeito, rolando para trás em seus movimentos, observando ele, o
devorando com os meus olhos.
~ 235 ~
Ele rosna no fundo da garganta como um predador, rosnando
como um leão, recua e aperta seu aperto em meus quadris e bate em mim
com tanta força que minha bunda treme com o alto tapa de impacto, e
eu grito com a surpresa.
Sim, é isso.
E eu estou implorando por mais. — Oh, por favor, oh, por favor,
não pare, Derek, por favor, não pare... oh, deus. — Eu acho que eu estou
realmente engasgando com minha própria felicidade, apanhada no
turbilhão rodopiante do meu próprio orgasmo explosivo, me esquecendo
de apertar e, em seguida, me lembrando-, e agora eu não tenho que me
lembrar, porque meu corpo está apertando fora de controle, minha
~ 236 ~
buceta apertando seu pau tão apertado que tem que ser dolorosamente
apertado, que ele mal conseguia se mover.
Pound14,
Pound,
Pound,
POUND -
Suas mãos apertando meus quadris, a cabeça cai para trás em seu
pescoço, e eu estou torcendo para ver, observando ele gozar, observar ele
tomar o seu próprio prazer em mim, sinto uma emoção violenta de
orgulho que eu posso fazer isso com ele, dar isso a ele. Ele bate em casa
mais uma vez, e eu recebo sem aviso mais um orgasmo, minha buceta
apertando ele mais uma vez, e ele está rosnando e rugindo quando ele
goza em sintonia comigo, e eu estou vendo isso acontecer, observando
ele, amando ele.
~ 237 ~
Me virando, me levando contra seu peito, me embalando, o nosso corpo
ofegante e sincronizado, minha cabeça em seu batimento cardíaco, então
eu posso ver cada baque do seu coração - thumpthumpthumpthump - que
corresponde ao ritmo de meu próprio modo, e eu realmente entro em
pânico. Eu tento novamente ignorar o que eu estou sentindo, me distrair
enquanto eu desço e tiro cuidadosamente o preservativo para fora de seu
pau ainda duro, atirando para o criado mudo e acaricio seu
comprimento, observando algumas últimas gotas de gozo em sua ponta,
afastando com meu polegar, provando isso.
Talvez ele sinta algo. Ele tem que sentir, porque ele está rolando
em mim, sobre mim, sua olhos verdes me pesquisando, e oh, não, oh,
Deus, não, eu posso esconder isso, não posso esconder a súbita onda de
emoções tão de repente e intensamente emancipando dentro de mim. Ele
tem que ver isso em meu olhar, no molhado dos meus olhos, a paixão
derretida em líquido que eu estou sentindo por esse homem, por Derek.
Isso é só o sexo, embora, certo? Tem que ser apenas sexo. Ele é
realmente intenso, muito bom. ―ótimo‖ não é palavra
suficiente. Arrebatador. Uma agonia de ecstasy. Não, ainda não é bom o
suficiente. Não há palavras para o que eu estou sentindo, como ele me
faz sentir, por quanto pega e varrida eu sou quando nos unimos. Isso
tem sido apenas duas vezes. Nós estiveram juntos duas vezes. Fodemos
duas vezes. Isso foi incrível, sim. Ele faz coisas para mim, chama
reações em mim que eu não sabia que eu era capaz.
~ 238 ~
ensurdecedor tiro da saudação, vestida com um vestido de cetim e renda
preta que era uma herança de família, passada a mim de quatro gerações
de mulheres, todas elas usaram para enterrar os homens que elas
adoravam.
~ 239 ~
amargura escondida por ele sempre ter que ir, amargura de eu nunca ter
voz nisso, nenhuma vez. Amargura de eu nunca sequer ter pensado nisso
em torno dele.
— Reagan?
Eu nunca olhei para longe dele, nunca mudei meus olhos dos dele,
mas eu estava perdida por um momento, à deriva em meus
pensamentos. Seu peito aperta o meu, meus seios achatados contra seu
peito. Eu varro as palmas das mãos sobre as costas dos seus ombros,
~ 240 ~
esperando que ele fale. Ele está pensando, convocando palavras. E eu
preciso saber o que ele vai dizer.
~ 241 ~
tenta de novo. — Eu nunca amei ninguém antes, Reagan. Eu
não sei como é.
— Juntos.
— Juntos.
Ele cai em cima de mim, e eu solto um oof de seu peso, e nós rimos
juntos, quando ele rola comigo, assim estou torta em seu ombro. Eu
rastejo contra ele, cada parte do meu corpo contra o dele, passando
minha perna sobre sua coxa, então o meu núcleo está roçando a perna
dele, meu braço em seu torso, mão descansando baixo em sua barriga,
um pouco acima de sua virilha, meu peito subindo e descendo contra a
sua caixa torácica.
— Você realmente quer isso comigo? O que quer que isso seja? —
Ele parece mais confiante, mas ainda um pouco incrédulo.
~ 242 ~
CAPÍTULO DEZESSEIS
REAGAN
Flutuando.
~ 243 ~
mais amplo ao sentir sua mão no meu peito, arranhando meu
mamilo. Eu fecho meus olhos e apenas me refugio na sensação. Aprecio a
sensação do seu largo corpo duro atrás de mim, me protegendo. Sua mão,
sonolenta me segurando.
~ 244 ~
ombro, ele empurra seu joelho entre as minhas coxas, e eu levanto a
minha perna para cima. Viro a cabeça para encontrar a sua boca
esperando, quente e úmida e sua língua corre contra os meus dentes, e
eu estou descendo entre as minhas coxas, encontrando o aço envolto em
seda de seu pau. Um miado alto sai da minha garganta, precisando
dele. Convidando ele a entrar. Eu não penso em nada além dele, a
conclusão disso. Sinto ele atrás de mim, lavando o corpo contra as
minhas costas. Sua virilha enterra na minha bunda, seu pau deslizando
em minha buceta, se fundindo comigo, quente e grosso dentro de mim,
me enchendo, me alongando. Oh, a queimadura de me abrir para
ele. Estou molhada, encharcada por ele.
Derek rola e me leva em cima dele, minhas costas para sua frente,
e eu estou gozando e ele goza, sinto o jorro quente e úmido da sua
descendência, e isso me faz gozar ainda mais duro, tão duro que eu quase
mordo minha língua, faltando ar, a boca caindo aberta num grito
silencioso. Ele ainda está gozando, grunhindo no meu ouvido,
~ 245 ~
empurrando para cima, pressionando para baixo no meu clitóris com os
dedos, me segurando contra ele, mesmo quando ele fode-se de novo e de
novo e cada vez mais difícil e espalhando calor úmido através de mim, e
eu gozo de novo, ou estou gozando ainda, agarrada por onda após onda
de espasmos de alegria, e eu posso realmente sentir o pau dele inchando e
latejante quando ele goza ainda mais, sussurrando meu nome,
Não é até que estamos imóveis e ele ainda está duro dentro de
mim, mas amolecendo e escorregando para fora que percebo o que nós
fizemos.
— Sim.
~ 246 ~
Eu rolo, me viro e me deito em cima dele, olhando para ele. —
Derek, não. Eu também não. E não me arrependo. Não tome de volta o
que nós apenas experimentamos juntos. — Eu enterro meu rosto em
seu pescoço. — Você quis dizer isso, não é? Você não estava apenas
dizendo?
— Promete?
— Eu prometo.
~ 247 ~
precisava do controle de natalidade para regular qualquer coisa, então
simplesmente não havia necessidade. É claro que quando Tom e eu
concebemos Tommy, eu estava no meu período mais fértil do mês. Ele
estava no fim da sua licença, e nós estávamos bêbados, e então... oops.
Mas não. Não, isso não está acontecendo. Vai ficar tudo bem. Algo
me diz isso seria mais do que Derek pode aguentar. Agora, pelo menos.
~ 248 ~
pego o gel de banho e minha esponja roxa, levando com sabão. Pescoço,
ombros, peito. Seus olhos se fecham, e ele me deixa lavá-lo. As costas,
coxas, bunda. Presto atenção especial lá, deixando ele realmente limpo.
Sorrio para ele, amo o jeito que seu cabelo molhado está penteado para
trás contra seu crânio, a água pingando em seu peito.
— Reagan?
~ 249 ~
meu cabelo para cima. Arruma para a minha cabeça, enredando os dedos
na massa grossa. Ele puxa, só um pouco, quando eu chamo minha boca
em torno dele. Quando eu torço o punho em torno de sua ereção e deslizo
o meu toque para cima e para baixo, para cima e para baixo, cada vez
mais rápido, ele deixa escapar um gemido suspirado, e seu aperto no meu
cabelo se intensifica.
~ 250 ~
Ele só olha para mim, os olhos com as pálpebras pesadas, a
mandíbula flexionando. Ele está respirando com dificuldade, e seu
estômago torce de tensão. Eu massageio suas bolas, meu dedo médio
estendendo por toda a extensão de sua mácula. Pressiono. Estendo um
pouco mais longe. Desafiando. Seus olhos estreitam e sua mandíbula
mói. Eu o acaricio, os dedos mal escovando sua carne tensa. Mantendo
meus olhos nos dele quando eu deslizo a palma da mão para cima sobre a
cabeça do seu pau, apertando, torcendo, mantendo o aperto apertado
enquanto eu golpeio. Ele exala fortemente, quase um gemido. Quando a
ponta do seu pênis se espreita sobre a borda da minha mão, eu tomo
mais e mais dele na minha boca, puxando seu comprimento longe para
que eu possa manter contato com os olhos.
— Oh - oh, porra.
Suas pálpebras vibram, a cabeça cai para trás em seu pescoço. Ele
agarra seus dedos na molhada bagunça do meu cabelo, emaranhados e
puxa minha cabeça para baixo. Delicadamente, lentamente, mas com
insistência. Me dando espaço para objetar, mas deixando claro o que ele
quer: Mais fundo. Então eu o levo mais profundamente, deixando ele me
empurrar para baixo, abrir minha garganta. Provo sua pele na minha,
sua língua, sentindo ele na parte de trás da minha garganta. Bombeio na
base dele, massageio sua mácula. Saio, sugo meus lábios em volta da
cabeça, o meu punho fechado debaixo da minha boca.
~ 251 ~
— Mmmmm. — murmuro, encorajando ele. Ele gosta disso, e eu
adoro o seu prazer, amando sentir ele perder o controle. —
Mmmmhmmmm...
— Mmmhmmm.
~ 252 ~
apertarem, espasmar. Incline seu pau em direção ao meu corpo, arqueio
as costas, peitos empinados. O seguro perto da cabeça e bombeio. Ele
geme, e seus quadris empurram, aperto na minha mão.
Agora.
Nós saímos e ele me seca e eu faço o mesmo com ele. Ele passa os
dedos pelo cabelo, em vez de penteá-lo, deixando ele bagunçado,
enquanto eu escovo os dentes e meu cabelo. Fazemos tudo isso em um
silêncio sociável, embora eu possa senti-lo questionar por que eu fiz isso
dessa maneira. Eu espero ele perguntar. Nós nos vestimos, ele com a
mesma roupa de ontem.
— Derek?
~ 253 ~
Ele puxa sua camisa para baixo, olhando para mim. — Sim?
Ele sorri. — Foi... Magico. Espero que isso não me faça parecer um
bobão, mas foi realmente incrível. Eu amei. Apenas segurar
você. Acordar com você. — Seu sorriso se alarga. — Especialmente do
jeito que você me acordou.
~ 254 ~
Eu me apego a ele, arranhando a barba em seu queixo. — Eu
gostei disso também. Eu amei. Tendo você acordando ao meu lado. —
Beije o queixo dele, belisco sua mandíbula. — Fazer amor com você a
primeira coisa de manhã.
Eu não tenho que terminar. Ele está colocando meu rosto em suas
grandes e fortes mãos ásperas. — Eu te amo, Reagan.
~ 255 ~
CAPÍTULO DEZESSETE
DEREK
Obrigado.
~ 256 ~
Porque é o melhor que a minha vida tem sido.
Eu não tenho certeza de que posso ser grato por isso. Não posso ir
lá, mentalmente. Eu só posso ser grato por agora.
Quinze dias.
~ 257 ~
No décimo sexto dia, se aproximando de três meses a contar do dia
em que sai do hospital em San Antonio, as coisas mudam. Eu entro na
casa, suado pela construção de um deck na parte de trás da casa. Está
tarde. Eu ouço um toque do telefone, uma, duas, três vezes.
— Merda.
— Será que eles— Ela sufoca um soluço. — Será que eles vão te
enviar... de volta?
— Como eles podem fazer você? Depois do que você passou, como
eles podem fazer você?
Céu é uma coisa frágil, delicado. Um casulo frágil fiado dos sonhos
fantasmas e uma leve esperança etérea.
***
— Sim, —
~ 261 ~
anos. Faça isso por mim, e nós podemos dar um jeito. Pegando um
emprego no escritório. Recrutando em Houston, talvez. Algo fácil,
possivelmente, até mesmo aqui perto, se é isso que você quer. Algo para
terminar a dois anos, a por seus papéis em andamento, e fazer o que
diabos você quer com o resto de sua vida.
~ 262 ~
Chegar daqui doze horas. Você vai subir nele, ou você estará em apuros.
— Ir para onde?
Como você começa a explicar isso para uma criança de três anos de
idade? — Eu... eu tenho algum trabalho a fazer. Eu tenho que ir ser um
fuzileiro naval.
~ 263 ~
Tudo bem. — diz ele, sério e cheio de entendimento para sua idade. —
Tchau. Te vejo em breve.
Reagan ainda não está olhando para mim; ela está focada no bloco
de notas que ela ainda está escrevendo, focada em não chorar. O esforço
é fracassado, porque eu posso ver lágrimas em seu queixo.
~ 264 ~
— Eu ouvi.
— Eu vou voltar.
— É melhor mesmo.
Este é o ritual. Isto é como você diz adeus: Você usa palavras
como é melhor mesmo para encobrir o que realmente você se sente
sobre adeus. É melhor mesmo - não morrer em combate é uma opção
viável.
— Eu também te amo.
Eu vou.
~ 265 ~
O tenente-coronel, um homem de seus quarenta e tantos anos com
um queixo quadrado e olhos inteligentes, me olha fixamente por longos
minutos. Por fim, ele fala. — Então, você e a viúva de Barrett?
Oorah15.
15
Grito de batalha.
~ 266 ~
CAPÍTULO DEZOITO
Derek,
Você me mudou. Você me deu minha vida de volta. Até conhecer você,
eu nunca pensei que eu amaria novamente. Nunca pensei que poderia, ou
mesmo deveria. Mas de alguma forma, o amor veio a mim, sob a forma de
você.
Então, o que foi dito, eu espero que você entenda quando eu digo que
eu odeio que eu estou escrevendo outra carta maldita. Eu odeio escrever
cartas. É a coisa mais solitária do mundo, mas eu sou realmente boa nelas.
Eu tive bastante prática, afinal.
Eu posso não posso mais ser uma boa esposa solidária da Corporação
da Marinha. Eu não quero que você vá. Eu estou com raiva que você está
indo. Eu estou com raiva de você por ser um fuzileiro naval. Eu estou
irritada com o governo por enviar tropas para lá. Eu apoio o Corpo de
fuzileiros. Claro que eu apoio. Meu irmão é um fuzileiro naval. Meu
marido era um fuzileiro naval. Você é um fuzileiro naval. Mas eu só não
~ 267 ~
posso entender porque vocês - todos vocês, qualquer um de vocês - continuam
tendo que ir. E eu não estou brava com isso. Eu estou com raiva de mim
mesma por amar outro soldado. Me deixei pensar que iriam te deixar ficar
em casa neste momento. Considerando o que você passou, você pensaria que
eles iriam te dar alguma folga. Mas parece que não. E eu tive que ir e me
apaixonar por você. Então, eu tenho que ficar aqui, nesta fazenda do
caralho, sozinha. Mais uma vez. E eu estou brava com isso.
Eu estou com tanta raiva, Derek. E eu apenas não sei o que fazer ou
como lidar com isso. Isso está me comendo por dentro. E se você não voltar,
Derek, eu não irei somente te perder. Eu nunca vou me recuperar se você não
voltar. Então você tem que voltar, ok? Eu não me importo com o que você tem
que fazer, mas você tem que voltar.
Eu preciso de você.
~ 268 ~
CAPÍTULO DEZENOVE
DEREK
Eles querem uma identidade positiva. Parece que ele é o que eles
acham que ele é, ele é um daqueles agentes que ninguém nunca viu ou
sequer tirou uma boa foto dele, procurado em uma dúzia de países pelos
seus inúmeros crimes contra a humanidade. Portanto, se ele foi o cara
que me capturou, eu sou uma das únicas pessoas no mundo que pode
identificá-lo. É claro que ele poderia estar falando merda, fazendo coisas,
tentando ganhar tempo ou se fazer parecer importante. Uma porrada de
gente viu aqueles vídeos e poderia usá-los para me descrever, mas esse
16
Helicóptero militar.
17
A Prisão de Guantánamo, oficialmente Campo de Detenção da Baía de Guantánamo.
18
Bomba caseira.
~ 269 ~
cara tem estado falando em detalhes sobre coisas que eles fizeram
comigo. Claramente, a melhor maneira de ter certeza que ele é quem eles
acham que ele é - um grande peixe no mar do Taliban - é me trazer do
outro lado mundo e me colocar cara a cara com o homem que me
torturou e riu de mim.
Esperemos que isso seja fácil. Voar, identificar o cara, e voltar aos
EUA. Nunca ver essa porra de país novamente.
~ 270 ~
segura. Há um SuperCobra19 orbitando em torno de nós. acompanhar o
seu padrão de como eu me aproximo da porta da cabana e libra meu
punho nele. Ela abre, revelando um rosto suando, um homem de calça
jeans e uma camiseta preta, olhos cinzentos mais frios do que gelo.
— Venha. Não vai levar muito tempo. — Ele não emerge, apenas
empurra a porta aberta grande o suficiente para eu entrar
completamente.
19
Helicóptero.
20
São capuzes.
21
É uma refeição.
~ 271 ~
— O nível de classificação que você está vendo está fora das
cartas, West. Você entendeu?
Olhe para ele, idiota, digo a mim mesmo. Olhe para ele.
~ 272 ~
de volta para o ponto de ruptura. Acende o isqueiro; uma chama jorra e
vacila. Toca minha pele. Eu faço uma careta, cerro os dentes. Eu posso
impedir de gritar por um tempo. Até que eu me sinto a carne carbonizando,
cicatrizando. E então eu me solto. Grito. Ele move a chama até a minha
palma, prende lá por alguns momentos, depois corta a chama e me observa
tentar respirar. Acende o isqueiro novamente, mas desta vez ele segura a
ponta de uma faca sob o calor amarelo e mantem lá até que a ponta da
lâmina brilha em vermelho. Ele rasga a minha camisa. Pressiona a lâmina
para o meu mamilo. Pele e cabelo chiam. Eu não me incomodo em tentar
não gritar. Vendo a minha agonia, seus olhos negros mostram humor.
— Não. Ele foi o único que fez a tortura, no entanto. Deixava que
os outros fizessem o espancamento. Mas ele guardou a diversão para
si mesmo.
Eu só posso concordar. Mas isso não está tudo bem. Eu não estou
bem com isso. ‗Bastardo sortudo aquele filho da puta‘. É tudo o que
posso pensar para dizer.
— Eu apreciaria isso.
— Eu sei. Eu li os relatórios.
~ 274 ~
— Os relatórios. — Eu rio, uma risada amarga. — Não pude me
fazer falar sobre a metade do que ele fez comigo.
— Você está respirando. Você está indo para casa. Tem uma
garota. Um pedaço de terra para chamar de lar. Faz de você sortudo no
meu livro.
Eu apenas aceno, dou uma saudação com dois dedos, coloco minha
balaclava de volta por cima do meu nariz. Eu vou par ao helicóptero. Eu
só viajei oito mil milhas para olhar nos olhos do homem que passou três
anos me torturando.
~ 275 ~
trepidando, girando. Eu sinto uma explosão de calor passando pelas
portas abertas, chamas esvoaçantes. Há um rugido ensurdecedor, tão
perto e tão alto que meus ouvidos não podem processar totalmente o
barulho.
~ 276 ~
Rapidamente a dor se torna uma dor que palavras tão ruins são
inúteis para transmitir a enormidade disso. Eu acho que eu estou
gritando, mas eu não posso respirar. Respirar dói. Dói me
mover. Minhas costelas parecem quebradas.
Estou tonto.
Deus, agonia. Eu não quero olhar para a minha perna. Está tão,
tão, tão fodida.
~ 277 ~
E então... o som de boas-vindas de um helicóptero, o barulho
distintivo de uma SuperCobra. Foguetes zumbem. Ele acerta uma
encosta e fogo se eleva, fumaça e pedaços de rocha caindo. Uma perna
desencarnada voa passando por nós. O helicóptero angula de lado,
pairando, deslizando horizontalmente e pousa na montanha com
rodadas M197.
Obrigado, Jesus.
Ele gira no ar, flutua em direção a nós. Ele gira, e eu posso vê-lo
olhando para nós. Relatando a nossa localização, eu espero.
Então a escuridão.
~ 278 ~
no rosto, ou o que sobrou dele. Eu consigo levantar minha mão em
direção a ele, punho fechado. Ele toca os dedos do meu. Nossos olhos se
encontram. Ele balança a cabeça. Eu toco meu estômago, meu peito. Eu
localizo meu bolso. Cubby. Onde está Cubby? Aí está. Aperto a figura de
plástico na minha mão. Não posso mesmo formar o pensamento, uma
oração, a esperança de ir para casa. Tudo o que posso fazer é segurar o
brinquedo e me agarrar à vida.
Escuridão novamente.
Reagan...
~ 279 ~
CAPÍTULO VINTE
REAGAN
~ 280 ~
o lençol, a perna direita termina abruptamente. Meu coração apreende
ao ver isso.
Eu cubro sua boca com a mão, me inclino sobre ele, e coloco minha
cabeça em seu peito suavemente. — Você voltou. — Agarro sua
mandíbula com a palma da mão. Passo por sua orelha, os dedos em seu
cabelo, do jeito que eu sei que ele ama. — Isso é tudo o que importa.
Ele fica tranquila, mas eu posso dizer que ele está nervoso,
agitando emoções profundas. — Engraçado. Eu mexo os dedos dos pés, e
~ 281 ~
eu ainda sinto que eu deveria ver meu pé direito. Eu quase posso senti-lo
ainda. — Ele olha para mim. — Bem feio, né?
Meu coração bate, batendo com tanta força que quase dói. —
Sim? — É difícil de respirar ou engolir, muito menos falar.
Aqui não. Eu não quero fazer isso aqui. — Eu - sim. Eu não tinha
acabado. Havia muita - muita coisa que eu queria dizer, mas eu... Eu só
não podia escrever tudo.
— Cabo West. Ou melhor, Sr. Oeste, devo dizer. Como você está?
~ 282 ~
— Bem, você está saudável, além disso. As costelas parecem estar
se recuperando, embora eu esteja supondo que você ainda está um pouco
rígido e dolorido?
~ 283 ~
Ele se levanta, balança, e depois cai para trás. Ele tenta de novo, e
consegue. Ele está de pé, equilibrando inquieto. Eu estou na frente dele,
as duas mãos na minha. Ele dá um passo com a prótese, franzindo a
testa em concentração. Outro passo. Ele sorri para mim, hesitante, eu
estou fazendo isso! claramente escrito em seu rosto. E, em seguida, perde
o equilíbrio e tomba para trás. Eu o puxo para a frente sobre o seu
centro de gravidade novamente.
Agora ele está focado. Passo, passo, passo, pausa, passo, passo,
passo. Ele está transpirando; seus lábios estão apertados.
~ 284 ~
— Sinto muito. — ele resmunga, indo para se sentar, ofegante,
suando. — Mais difícil do que eu pensava. Exagerei. Eu acho que eu
queria te impressionar.
Há tensão.
~ 285 ~
Eu continuo conduzindo e não respondo. Eu fungo. Mordo o
lábio. A pequena estrada se abre em forma de T, com uma ampla ombro
no ápice. Eu encosto. Eu abaixo a janela e penduro a minha mão.
— Que você está de volta, sim. Você está vivo. Você está voltando
para casa. Home, Derek. Você está em casa. Você manteve sua promessa.
— Eu o beijo.
~ 286 ~
eu memorizei. Eu reescrevi essa letra dez vezes antes que eu pudesse
escrever sem chorar tudo sobre ela.
***
Derek,
Cada vez que uma mulher envia seu amante para a guerra, elas lhe
enviam o coração. Ela vive, deixada sozinha lá em casa, com um buraco no
peito. Isso é uma enorme ferida dormente. No entanto, ainda dói quando
você deixa sentir alguma coisa. Parto do princípio de que é a mesma em
muitas maneiras de enviar um filho, ou um irmão, ou um melhor
amigo. Mas nada pode tocar a dor de perder ou perder ou temer pela vida do
homem que você ama, sabendo que ele pode não voltar para casa.
Não era algo que eu deveria ter dito a você. Eu ia, mas então, o
telefone tocou. O capitão veio e levou você para longe de mim, e eu não podia
te dizer. Eu não podia te enviar em uma carta. Eu fui fraca, você
vê. Egoísta. Como você manteve aquilo de Tom enquanto ele estava
morrendo. Eu acho que entendo agora por que você não disse a ele. E eu te
perdoo.
~ 287 ~
Só espero ser capaz de entregar esta carta para você pessoalmente e que
você saiba disso por si mesmo.
Devo ser a mulher mais sortuda no mundo por ter encontrado o amor
de um homem como Tom. E então, mais uma vez, o amor de um homem
como você. Eu também sou a mulher mais azarada, tendo enviado ambos de
vocês em combate. Perdi Tom, e agora eu não sei o que seu destino será.
Eu estou grávida.
Eu não tenho nenhuma maneira de saber como você vai reagir quando
descobrir. Ou o que eu vou fazer. O que nós vamos fazer. Eu só não sei. Eu
só... Eu te amo. E se você estiver lendo isso, por favor, não tenha medo. Ter
o seu bebê é uma honra, Derek. Ter uma parte de você crescendo dentro de
mim é um privilégio. Amar você é um privilégio.
Eu não vou assinar esta carta, também, porque não há nenhuma boa
maneira de terminar uma carta como esta.
Exceto, talvez,
Eu amo você.
***
~ 288 ~
— Não está aparecendo ainda, — eu digo. — Eu não estou muito
adiante.
— Por quê? Por que eu iria sair? Você está carregando o meu -
meu filho.
~ 289 ~
colo, e eu grito. O Texas cai em chamas de calor, e um longo vento
sopra. Um pardal pia. Eu continuo chorando, e chorando.
Ele repete isso, eu estou aqui, eu te amo, eu não estou indo a lugar
nenhum uma e outra vez, e eu fico aliviada em ouvir, acreditando
nele. Sinto isso, lá no fundo. Ele não vai ir embora. Esse era o meu maior
medo - que ele descobrisse que eu estava grávida e não me quisesse
mais. Que ele estaria com medo e confuso. Ele é mais homem do que isso,
e eu sabia disso, mas o medo permaneceu. Era um medo mais fácil de
segurar do que o terror de imaginar que ele não iria voltar, como Tom.
— O quê?
~ 290 ~
meu material. Isso é tudo o que eu sei. Você perdeu uma perna. Tudo
bem. Você 'tem estresse pós-traumático e pesadelos. Ok. Você precisa de
terapia física, psicológica e terapia emocional. Bem. Merda, eu também
Mas você sabe o quê? Nós podemos fazer isso. Apenas... fique
comigo. Ok? Não significa apenas ficar fisicamente, não ir embora, eu
quero dizer... eu quero dizer que você tem que acreditar em si
mesmo. Em mim. E em nós.
~ 291 ~
Posso dizer que ele está tentando descobrir como fazer uma
pergunta particular, então eu respondo para ele, salvando ele do
problema. — E sim, podemos ter todo o sexo que queremos. Isso não vai
me machucar e não vai machucar o bebê. — Eu sorrio para ele, pegando
sua mão.
~ 292 ~
CAPÍTULO VINTE E UM
DEREK
~ 293 ~
Eu não ouvi ela até que ela está por trás de mim. Ela se senta de
lado para mim, me puxa e eu me afundo para trás e coloco minha cabeça
em seu colo. Mulher louca, bonita que ela é, está em nada além de uma
camiseta.
Seus dedos deslizam pelo meu cabelo. Ela traça o meu nariz. Meus
olhos, bochecha, queixo. Lábios. — O que mais? Você sabe o que eu
estou pedindo.
Ela passa a mão pelo meu peito, para cima e para baixo. — Você
não me tocou desde que você esteve de volta. — Ela olha para o lado,
para a água, ondulações verdes na luz das estrelas de prata. — Sou eu?
Estou começando a engordar, eu acho. Pode ser difícil para você ser
atraídos para mim enquanto eu fico maior.
~ 294 ~
mais difícil será. E então quando eu tiver o bebê, vai ser... isso vai ser
impossível. E a única coisa que está passando é que eu te amo, e eu sei
que você me ama. Você está indo para a terapia, e você vai ir
verdadeiro longe. Você pode se movimentar quase em sozinho e Deus,
Derek, isso é simplesmente fantástico. Eu estou tão orgulhosa de
você. Mas... Jesus, como posso dizer isso sem soar necessitada? Eu
preciso me sentir perto de você. Não é só isso... Eu não só quero ter sexo
com você. Eu quero. Mas eu preciso sentir você. Eu preciso saber que
você está... aqui. Comigo. Que você é meu. Que eu sou sua. Eu preciso
sentir como uma mulher, e não só... Reagan. A mulher que trabalha
numa fazenda. A mãe. A tudo aquilo que eu sou. Eu sei que é difícil para
você, mais do que eu jamais poderia imaginar. Mas tudo o que você tem
a fazer é me mostrar - me mostrar que você me quer, e que precisa de
mim, também
~ 295 ~
Minhas mãos deslizam para cima sob sua camisa, ao longo de sua
espinha. Sinto meu peito aberto, meu coração achado sangra, inseguro, e
seco - e então eu bebo na sensação dela, bebo em sua necessidade,
absorvo o jeito que ela contorce em mim e sussurra meu nome quando eu
deixo minhas mãos deslizarem em sua carne. Um deslizar e um puxão, e
sua camisa é tirada e ela está empurrando meu shorts, me levando na
mão. Ela coloca uma mão no deck, se levanta e eu espalma seus
seios. Seu rosto está molhado, e ela tem lágrimas correndo pelo seu rosto,
nela não limpa embora, me olhando, olhando para mim por entre as
cortinas de seu cabelo. Ela levanta os quadris, me orienta para ela.
Afunda em torno de mim. Respira, soluça, quase que se torna um tremor
de todo o corpo, os olhos arregalados e os lábios trêmulos.
Eu te amo. Eu te amo tanto. Ela diz isso, eu digo isso, nós dois
dizemos.
***
Mais um mês passa. Eu posso andar sem ajuda agora, mas não
muito longe. Eu tenho uma bengala - uma barata a partir de
Walgreens22. Encontramos conforto um no outro depois daquela noite no
lago. Isso me rodeia.
22
É uma loja.
~ 296 ~
O que também me deixa passar é a memória das doze semanas da
ultrassom. Meu Deus. Sentado na sala, na penumbra, ouvindo o
distorcido tum-tum... thumpthump de um piscar de olhos, a vida. Vendo
a cabeça e os membros, a pura realidade de uma criança. Isso se tornou
real. Tão, tão real.
Eu sou pai.
Por fim, mais um mês mais tarde, eu tomo algumas decisões. Pelo
menos, eu decido a melhor forma de decidir. Reagan está mostrando
agora, um pouco de uma ponta em sua barriga. Eu adoro isso. Toda vez
que eu estou perto dela, eu corro minhas mãos sobre ela, imaginando o
~ 297 ~
Pequeno amendoim lá dentro, crescendo e se desenvolvendo. Eu ainda
tenho momentos em que eu duvido que eu vou ser até mesmo um pai
decente, mas eu vou tentar. Eu vou fazer o meu melhor.
Ela para, põe o pente para baixo, e detém a toalha sobre seus
peitos. Provavelmente o melhor, porque é impossível concentração em
qualquer coisa com seus seios exuberantes visíveis. — Sim?
— E se você vendesse?
~ 299 ~
— Não. Você está certo sobre isso. — Ela respira em um
suspiro. Esfrega o rosto dela. — Mas então o que? O que vamos fazer?
~ 300 ~
Por enquanto, porém, tudo que eu posso pensar é ela, querendo
que ela, precisando dela. Mostrando a ela o quanto eu preciso dela.
~ 301 ~
Quando ela sente que eu vou gozar, ela faz também. E Deus, eu
amo que mais do que qualquer coisa, saber que ela pode não pode
ajudar, além de gozar comigo.
Acabou, ela rasteja para longe de mim na cama, e olha para trás,
expectante, esperando por mim para seguir. Eu subo, e ela me empurra
para baixo, tira a minha prótese, e massageia o toco. Deita a cabeça no
meu ombro.
— Promete?
— Eu prometo.
~ 302 ~
***
— Não. Eu acho que você vai fazer isso. — Ela levanta a cerveja.
— Estou ocupado. Veja?
23
Cão.
~ 304 ~
Último recurso. — Reagan. Aqui, meu bem. — eu digo, tentando
entregar Emma para ela.
~ 305 ~
Então, acho que o cueiro. Desdobro, deslizo sob o bebê. Tento
respirar pela boca ao invés de meu nariz. Eu desato a fita segurando a
fralda fechada e puxo para longe.
— E agora? — Eu pergunto.
Rania está rindo tão forte que ela tem que colocar sua cerveja para
baixo, e Reagan está cobrindo a boca com a mão, me observando com
humor brilhando em seus olhos.
Hunter olha para mim. — Como é que você não me disse isso,
seu babaca?
~ 307 ~
Hunter olha fixamente para a filha dele, lutando entre rir e ficar
sério. O riso é claramente vencedor. — Maida. Você acabou de
dizer ‗babaca‘, tipo, umas quatro vezes.
—Eu estou não dizendo isso. Eu estou dizendo para você não
dizer.
~ 308 ~
Eu prendo as fitas no lugar e seguro Emma, triunfante. —
Bam. BAM. Diga o que agora?
— Sim.
— Eu quero que você seja feliz, cara. Você tem passado através de
alguma merda séria, e eu sei que isso pode ser duro de assimilar. Parece
apenas que tudo isso aconteceu muito rápido, você sabe? Eu não quero
que você se apresse em nada.
~ 309 ~
em propor? Como cheguei aqui? — Eu deixo cair a minha voz para
um sussurro. — E... eu vou ser capaz de lidar com isso?
— Pouco tarde para isso,. Sem escolha além de lidar com isso
agora. — Ele agarra meus ombros e me balança, duramente. — Ouça,
Derek. Você tem isso. Você tem isso. Você a ama?
— Eu não sei. Às vezes eu acho que não vai ficar bem. Que eu vou
acabar com isso. As merdas que passam na minha cabeça-
~ 310 ~
isso. Então eu fiz. Não é fácil, ainda não é. Mas você lida com
isso. Você tem que lidar. Por ela, você tem que lidar.
— Mas eu-
— Desculpe.
— Tendi.
~ 311 ~
Humvee novamente, Barrett ao meu lado, me zoando por cantarolar a
música. Pisco, respiro, com as mãos sobre os joelhos. Tento bloquear
isso.
Não.
Tonto.
~ 312 ~
— Não é sem motivo, Derek. Nós vamos lidar com isso, se isso
acontecer. — Ela puxa pelo meu ombro, e eu rodo no lugar de frente
para ela. — Eu confio em você. E eu acredito em você. Assistir você com
Emma? Isso me deixou louca. Você é tão gostoso, adorável e doce, isso
me deixa louca. Você vai ser um incrível pai, Derek. Você apenas tem
que confiar em mim, e confiar em si mesmo. Eu não estava pronta para
ser mãe quando eu tive Tommy. Eu não tinha ideia do que estava
fazendo. E eu fiz isso sozinha. Eu tive que descobrir tudo sozinha. Eu
tinha certeza de que eu iria pirar. Mas, a questão é que os bebês são
simples. Não é fácil, mas simples. Manter eles alimentados, manter suas
bundas limpas, e amá-los. Isso é tudo que eles precisam. É difícil criar
uma criança. Eu não vou mentir. Você acorda um milhão de vezes por
noite, tentando descobrir o que eles querem. Você acha que com certeza
você está fodendo de alguma forma, porque eles só não... param... de
chorar. Mas você descobre isso. Você os ama, cuida deles, alimenta
eles. E eles te perdoam quando você fracassa. — Ela toca meu rosto. —
E assim vai.
Sabendo que você tem pessoas em sua vida que podem levar a pior
merda que você tem e não te julgar? Essa é a melhor sensação do mundo.
~ 313 ~
CAPÍTULO VINTE E DOIS
REAGAN
24
Caixas plásticas.
25
É uma linha de produtos de limpeza.
26
São blocos de vidros.
~ 315 ~
livros entre a mesa e a cama, recheada com livros antigos de ficção
científica, faroeste e alguns de Tom Clancy. Eu pego o Patriot Games,
abro a capa dura; Sim, é de Hank.
27
Cigarros.
~ 316 ~
que deixamos no topo das escadas para os homens levarem para o
celeiro. Finalmente, eu fico na porta, mais uma vez, olhando para o que
é agora apenas mais um quarto.
— São só coisas.
~ 317 ~
Rania dá de ombros. — Em algum lugar lá fora, sendo homens.
Quem sabe? Eles estarão de volta em breve, eu acho.
Hunter acena, — Claro que você pode. Nós vamos fazer o jantar e
assistir a um filme. Vão.
Eu quero, tanto; uma vez que Hank tem estado doente, Derek e eu
não tivemos qualquer tempo sozinhos. Eu me sinto mal sobre querer
Derek para mim mesma, especialmente no que se torna cada vez mais
claro que Hank não tem muito tempo de sobra.
~ 318 ~
Eu suspiro de novo, e deixo que ele me puxe para o celeiro. Eu selo
Henry; ele sela Mirabelle. De alguma forma, eu sei para onde vamos: a
clareira. Eu me deixo levar, deixando Henry escolher o seu caminho em
uma caminhada, aproveitando o ar fresco da noite, Derek andando ao
meu lado, sorrindo para mim de vez em quando.
Meu coração trava quando eu tento não esperar que ele esteja
planejando o que eu acho que ele está planejando.
Não, não, não. Não vá lá. Você o ama, ele te ama. Isso é tudo o que
você precisa. Mas não é.
Então, eu monto, e vejo ele montar. Deixo que ele me leve para a
clareira, mantendo minha mente em branco de esperanças. No entanto,
quando ele puxa Mirabelle a uma parada na clareira, desmontando
devagar e com cuidado, levando o peso sobre a perna boa e pulando para
o equilíbrio, eu sei que algo grande está acontecendo.
~ 319 ~
É muito cedo para ser emocional, certo?
Eu percebo onde ele está indo com isso. — Você quer falar sobre
onde vamos ficar se vendermos a fazenda vende?
~ 320 ~
centro médico por lá. Eu poderia trabalhar no hospital como ajudante
até ter a minha licenciatura de fisioterapia.
Você teria tempo para descobrir isso. Fique em casa com Tommy,
se você quiser. Para Tommy e para o bebê. Eu não sei. Meu ponto é....
— ele bufa, vendo que eu estou tendo problemas.
~ 321 ~
nas minhas costas, e nós estamos nos perdendo um no outro. Eu estou
segurando suas costas, arranhando meus dedos por sua espinha.
Só quando eu acho que ele vai nos levar onde eu de repente quero
que a gente vá, ele se afasta. Ele está alavancado em cima de mim,
olhando para mim. Tocando minha bochecha com a palma da mão.
~ 322 ~
mãos de tremerem. Eu só posso olhar para ele e beber em suas palavras e
esperança, esperança, esperança.
Ele pega a minha mão esquerda na sua e desliza o anel para o meu
quarto dedo.
~ 323 ~
penduro em seu pescoço e me levanto para um beijo. — E eu nunca vou
mudar de ideia.
— Jura?
— Oh.
~ 324 ~
Derek me deixa chorar, me segurando apertado.
~ 325 ~
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
REAGAN
~ 327 ~
— Derek... eu nunca percebi isso, mas eu não acreditava em
segundas chances. Especialmente quando se trata de encontrar o amor.
Eu não acho que você acreditava em amor total. Então, nós dois
aprendemos algo quando nos conhecemos. E agora, aqui estamos nós.
Eu poderia dizer que eu te amo agora, e é claro que seria verdade. Mas
não é o suficiente. Não é bom o suficiente. Eu sei que não chegamos a
esta parte ainda, mas eu vou dizer assim mesmo: Sim. — Eu aperto a
sua mão, piscando para conter as lágrimas. — Eu aceito. Um milhão de
vezes, eu aceito.
~ 328 ~
Sua voz vacila, e ela olha para Hank, buscando força. De alguma forma,
ela encontrou. — Nós já criamos seis filhos, e nós temos - oh meu,
quantos são agora? - mais de vinte netos, e pelo menos três bisnetos.
Ida tem que lutar para manter a sua compostura. — Sim, Tommy.
O mais querido, mais doce Tommy. Você mais do que tudo, meu filho.
— Ela acaricia a cabeça de Tommy. — Reagan, Derek, sejam a
felicidade um do outro. A vida lhe entrega um monte de limões, o que
significa que vocês tem que ser o açúcar um do outro, para que vocês
possam fazer limonada. Essa é a essência do amor, se você me perguntar.
A determinação de ser doce como o açúcar, quando tudo ao seu redor são
limões.
***
~ 329 ~
Ida chora, mas ela está aguentando, em conjunto com a família,
um a um beijando o rosto de Hank, dizendo adeus pela última vez.
Agarram-se uns aos outros e saem do quarto. Por fim, todo mundo se foi.
Todos, exceto Ida e eu.
— Hank era o meu segundo marido, você sabe. — Ela está deitada
na cama ao lado dele, com a cabeça no peito dele, agora imóvel. Acho
que ela está adormecendo assim a cada noite por... qualquer que seja o
resultado de 365 x 57.
~ 330 ~
volta para mim. Eu nos fiz uma casa naquele pequeno apartamento. Eu
estava pronta para ele voltar para casa, pronta para a guerra acabar,
assim eu poderia ser sua esposa. Bem, a última vez que ele veio para
casa, em janeiro de cinquenta e três, nós concebemos uma criança. Eu
soube no momento em que um mês se passou. Eu sabia, naquela noite.
Eu só sabia. E eu disse a ele, eu disse: — Vai, você acabou de colocar um
bebê em mim. — Ele estava orgulhoso. Como se fosse... como se tivesse
vencido uma corrida ou algo assim. Ele começou a falar com o meu
estômago. — Ela funga, ri.
Silêncio.
— Ida?
~ 331 ~
Ida acabou nunca saindo do hospital. Depois de Hank morrer, ela
simplesmente nunca acordou novamente.
~ 332 ~
EPÍLOGO
DEREK
Todo mundo aqui tem uma história. Buddy ali perdeu a maior
parte da pele do rosto em uma explosão. E ele é o cara mais engraçado
que eu já conheci. Ele pode fazer qualquer um rir, não importa a merda
que está seu dia. Eles são todos meus clientes. Comecei no hospital do
exército, onde eu fiz a minha própria recuperação... duas vezes. Ralei a
bunda noite e dia para obter a minha licença de terapia, e abri minha
própria academia para pessoas como eu. Garotos e garotas, eu diria. Vi
algumas mulheres chegarem por aqui, veteranos de guerra como todo
mundo, faltando peças, com histórias que eles não querem dizer. Eu os
empurro, soldados anônimos igualmente. Os forço a viver. Forço eles a
quererem viver, apesar das perdas que todos eles sofreram. Eu sou muito
bom nisso. E eles se identificam comigo, sabendo da minha história.
Vendo a prova na minha perna que falta, nas medalhas Paraolímpicas
na parede.
~ 333 ~
Bem, eu pensei nisso, pelo menos. Eu paro em um determinado
bar a caminho. Hunter está lá, tem uma rodada esperando por mim.
Falamos sobre o dia, sobre seu terceiro filho com Rania, um menino
desta vez. Victor, como o pai de Hunter. Ele acabou de fazer um.
Grandes problemas, mas bonito como o inferno.
— Oh, ela está na fase, eu odeio meu corpo, odeio estar grávida, por
que você fez isso comigo, eu estou numa fase de baleia.
~ 334 ~
fazendo. Me pergunte novamente mais tarde, e eu provavelmente vou
dizer talvez. Eu gostaria de ter uma filha.
Rania está lá, junto com Maida, Emma, e Vic. É uma porra de um
jardim zoológico. Cinco crianças, todas gritando, correndo em volta.
Tommy e Maida têm brinquedos, e Tommy está no topo da parte de trás
do sofá, balançando contra Maida, que está dançando através das
almofadas. Cada um gritando ‗Eu pego você!‘ Emma e Hank estão no
chão, batendo um no outro com uma boneca e um caminhão,
respectivamente, e rindo sobre isso, por algum motivo. Vic está
rastejando por ali em três membros, usando uma mão para manter um
biscoito recheado em sua boca.
28
É uma bolacha salgada.
~ 335 ~
Rania, ao longo da gravidez de Reagan de Hank e esse também,
esteve aqui todos os dias, ajudando na cozinha e limpeza e arrumando as
crianças, de modo que Reagan pode trabalhar.
~ 336 ~
Janto, sento e leio os últimos capítulos de Ree enquanto as
crianças brincam.
— Mmm.
— Estou dormindo.
— Noite. Noite.
29
Programa de TV.
~ 337 ~
apalpá-la e molestá-la, como ela diz. Tanto faz. Ela adora. Ela bate em
minhas mãos e diz: — Não na frente das crianças, seu homem das
cavernas com tesão, — mas quando as crianças estão dormindo e nós
estamos sozinhos na cama, ela canta uma música diferente.
Em voz alta.
Hoje à noite ela está com sono. Se arrastando. Ela mal consegue
subir as escadas, tateando a sua camisa e sutiã no caminho. Eu ajudo.
Deixar ela nua é o meu tipo favorito de ajuda. Ela faz xixi, sai de sua
calça e calcinha e rasteja para a cama. Eu tiro as minhas próprias
roupas, resignado a uma noite livre de sexo. É bom, no entanto. Afagar
ela é quase tão bom e, de certa forma, ainda melhor.
~ 338 ~
— Espere. Oh deus... Continue assim. Basta esperar. — Ela baixa
a sua cabeça entre os ombros, se arqueia e empurra de volta contra mim.
— Tente isso. Devagar.
— Oh... oh... Não. — Ela faz uma pausa, fica parada e então se
move para que eu deslize um pouco mais profundo.
Desta vez, seu gemido é uma choradeira sem fôlego que me diz que
ela está perto. Eu me inclino sobre ela, estendo a mão entre as suas coxas
e encontro seu âmago, encontro o ponto que ela mais gosta. Mal
tocando, leve como uma pena. Lentos círculos ao redor de seu clitóris,
nunca o tocando. E então, quando ela está se contorcendo e gritando, eu
pressiono seu clitóris, em movimentos rápidos. Ela goza, gritando e eu
afundo nela mais profundamente, ela morde o travesseiro, abafando um
grito alto de êxtase.
~ 339 ~
para baixo, com os joelhos debaixo dela, a bela bunda no ar, ela
desperta.
—Sim você é.
— Sim, eu sou.
— Mmm?
— É claro, amor.
— Derek.
— Derek.
— Por quê?
~ 340 ~
— Ok.
***
REAGAN
— Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Bom,
querida. Quase lá. — Sua voz é baixa e suave, bem no meu ouvido.
— Você está quase lá, querida. Sério. Mais alguns empurrões e ela
está fora. — Ele puxa sua mão da minha, flexiona os dedos para
restaurar a circulação, e, em seguida, pega a minha mão novamente.
Começa a contagem. — Um, dois, três...
~ 341 ~
Eu paro de pensar sobre a contagem e me concentro em empurrar.
Cada grama de tudo dentro de mim ‗EMPURRE. EMPURRE.
EMPURRE. Não respire, não grite, nada além do empurre‘.
EMPURRE.
FIM
~ 342 ~