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1 - Summer
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8 - Summer
9 - Summer
10 - Summer
11 - Ryker
12 - Summer
13 - Summer
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15 - Summer
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43 - Aiden
44 - Summer
45 - Summer
46 - Summer
47 - Summer
48 - Summer
49 - Summer
Epílogo
Uma babá para os Comandos
Sobre a Autora
O Acordo
com meu Ex
Um romance
de Harém Reverso
Krista Wolf
Copyright © 2020 Krista Wolf
(em inglês)
Quadruple Duty
Quadruple Duty II - All or Nothing
Snowed In
Unwrapping Holly
Protecting Dallas
The Arrangement
Three Alpha Romeo
What Happens in Vegas
Sharing Hannah
Unconventional
Saving Savannah
The Christmas Toy
The Wager
Theirs To Keep
Corrupting Chastity
Stealing Candy
The Boys Who Loved Me
Three Christmas Wishes
Trading with the Boys
Surrogate with Benefits
The Vacation Toy
Wife to the Marines
The Switching Hour
Secret Wife to the Special Forces
Secret Baby for the Navy SEALs
Given to the Mercenaries
Capítulo 1
SUMMER
Lembra?
Era só uma palavra. Simples, escrita debaixo de uma foto das minhas
longas e desnudas pernas, tirada de cima. Mas também era a palavra que
iniciaria uma cadeia de eventos que não poderiam ser interrompidos. Seria
como voltar para um abismo morno e conhecido. Ou pular de um penhasco.
Foda-se.
Apertei ENVIAR e deixei o ar que estava preso no meu pulmão sair
pelos meus dentes cerrados. Era bom tomar decisões. Era como ir em
frente… mas ao mesmo tempo voltar um pouco.
Naquele ponto, eu pouco me importava.
Uau, aventuras do passado!
É claro que me lembro.
Sério?
Não havia motivo para mentir. Além disso, eu era uma péssima
mentirosa.
Agora?
Que parte daquele convite para transar ele não estava entendendo?
Summer!
Minha consciência me deu um empurrão no braço, me castigando por
ser tão ousada, tão assanhada, tão — Piranha?
Sim, talvez um pouco. Mas eu estava no celibato, como uma freira,
nos últimos três ou quatro meses. Nem um mísero encontro depois de
dispensar Ryan para procurar gramas mais verdes. E por gramas mais
verdes, eu queria dizer sexo bom.
Porque sim, Ryan era péssimo de cama. Sempre foi. Sempre seria.
Pobre Ryan.
Não. Pobre de mim! E mesmo assim, mesmo com o sexo medíocre, e
mesmo não sendo necessariamente louca por ele, eu continuei com Ryan
mais por hábito do que por qualquer outra coisa. Fiz o mesmo com
Anthony. Com Christian. Com—
Que merda, Summer. Talvez o problema seja você.
Eu ri dentro do meu quartinho no apartamento compartilhado, me
perguntando o que havia de errado comigo. Não só porque eu estava rindo
feito uma maníaca de mim mesma, mas porque talvez, só talvez, o
problema fosse eu.
Esquece isso, minha consciência advertiu. Parecia empolgante, mas eu
estava mais empolgada ainda. Melhor eu ir me arrumar.
Então de repente outro par de mensagens chegou, de forma inesperada.
Uma depois da outra:
A imagem que veio a seguir tinha sido tirada do mesmo ângulo que a
minha. Mostrava um par de pernas masculinas e musculosas. Só que essa
foto mostrava um pouco mais. Tinha sido tirada do alto, o suficiente para
dar para ver a linha destacada da virilidade inchada de Aiden, comprimida
dentro de uma cueca boxer.
Santo Deus.
Não era a primeira foto de pênis que eu recebia, mas era a primeira que
me causava aquele tipo de arrepio. Me senti corada e quente. Cada
centímetro da minha pele tinha explodido em calafrios, da cabeça aos pés.
Não sei como, mas consegui retomar a conversa.
SUMMER
Esperei ele bater três vezes para abrir a porta, porque decidi que assim
eu não pareceria tão desesperada. E bem, já era quase meia-noite. Eu estava
sozinha em casa e tinha acabado de convidar meu ex-namorado para me
visitar completamente do nada. Não íamos exatamente jogar dominó ou
algo do tipo.
No último instante dei uma olhada no espelho da entrada. Tinha
escolhido uma roupa casualmente sexy. Shorts bem curtinhos e soltos e um
cropped branco. Pijama, na verdade. Mas eu ia fazer outra coisa além de
dormir.
“Ei…”
Aiden estava parado na porta da minha casa, como nos velhos tempos.
Calça jeans de marca. Camiseta apertada. Ele estava exatamente igual nas
fotos que haviam tirado minha paz. Ainda melhor ao vivo.
“Ei”, pisquei de volta para ele. “Eu—”
Ele entrou na sala e de repente seus braços estavam em volta de mim.
Suas mãos escorregaram pelas minhas costas, seu corpo duro e rígido me
puxava para perto enquanto seus lábios apertavam os meus.
DEUS…
O beijo foi lento. Profundo. Sensual. Totalmente inesperado, mas
totalmente desejado.
Sem silêncio constrangedor!
Eu tinha me preocupado sobre como seria. Quem faria o primeiro
movimento, e se seria estranho ou não o reencontrar depois de todo aquele
tempo. Mas agora…
Estávamos nos beijando como dois amantes apaixonados, movendo
nossas línguas dentro das nossas bocas. Aiden apertava minha lombar
contra ele, me mantendo estabilizada com uma mão enquanto a outra
escorregava pela minha bunda sem pedir licença.
SIM.
Derreti sob seu toque, respirando seu cheiro almiscarado de homem.
Seu cabelo estava perfeito, apesar da hora, e a sombra descia até sua barba
imaculadamente aparada…
Mas seus braços, seu peito, seu corpo estavam me levando à loucura.
Aiden estava maior. Mais largo, mais poderoso. Muito diferente do jovem
universitário que eu namorei. Ele estava mais homem.
“Você está maravilhosa!”, ele disse, finalmente parando o beijo. Ele
ainda me segurava firme, de uma forma nova e mesmo assim
confortavelmente familiar. E ele me encarava de cima a baixo.
“Sim, claro.”
"Não, é sério!”, ele riu. “Summer, faz muito tempo. Você… mudou.”
Seu sorriso me dizia que ele havia aprovado aquelas mudanças que
aconteceram graças a milhares de horas na academia. Suas mãos se moviam
de novo, de forma que eu aprovava muito.
“Sabe, é engraçado você ter falado comigo”, ele disse.
Arqueei uma sobrancelha. “Ah, é?”
“E se eu disser que pensei muito em você ultimamente?”, Aiden sorriu
e me apertou.
“Eu diria que você está mentindo.”
“Porque eu pensei”, ele disse, ignorando minhas palavras. A mão na
minha bunda estava me apertando possessivamente, me espremendo contra
ele. "Na verdade, tenho pensado muito em você.”
“Olha, não precisa me agradar, porque não importa o que você diga
agora”, fiquei na ponta dos pés, levando os lábios para perto do seu ouvido,
“Você ainda vai transar…”
Beijei seu pescoço que tinha gosto de sal. Esfreguei meus lábios
gentilmente pela curva do seu maxilar incrível e deixei minhas mãos irem
para onde elas queriam. E é claro que elas queriam uma coisa em particular.
Caralho.
Meu ex-namorado já estava de pau duro, eu podia sentir a grossura
inchada e pesada através da sua calça. Ele se mexeu quando recomecei a
beijá-lo, ganhando vida na minha mão, se desenrolando ainda mais, ficando
cada vez maior até—
"Você sabe que eu vou te comer toda”, ele grunhiu no meu ouvido.
Aquela frase fez com que uma cachoeira descesse pelo meio das minhas
pernas, naquele lugar mágico.
“Sim, por favor.”
“Mas eu também…”, Aiden se afastou e riu marotamente, “tenho uma
proposta pra você.”
"Hmm”, eu murmurei, não me importando com mais nada que não
fosse aquele nó crescendo na minha mão, “intrigante.”
“Na verdade, é uma grande proposta”, ele corrigiu. “Mas—”
“Espera, você tá vendendo esses shakes de emagrecimento?”
Aiden gargalhou e me beijou de novo. “Não.”
“Algum esquema de pirâmide?”
Ele chacoalhou a cabeça. “Nada disso.”
Derreti mais no seu corpo, habilmente abrindo o botão de cima da sua
calça com uma única mão. Era um truque que eu tinha aprendido com ele
mesmo, anos atrás. E eu tinha praticado inúmeras vezes, tal qual foram
nossas inúmeras noites juntos.
Ele se engasgou quando escorreguei minha mão para baixo. Não parei
até encontrar o que queria, e agarrar firmemente sua grossura quente.
"Isso pode esperar até a gente transar?”, ronronei de forma sensual.
Aiden me encarava e acenou devagar, como se estivesse em transe.
“Com certeza”.
“Resposta certa!”, eu disse dando uma piscadinha antes de o arrastar
para o quarto.
Capítulo 3
SUMMER
Demorei o tempo que quis para tirar a roupa dele, com o coração
acelerado durante todo o processo. Eu estava prestes a fazer algo travesso e
proibido. Algo que era para eu me arrepender de manhã, embora eu
soubesse imediatamente que não sentiria um pingo de remorso.
Não com aquele corpo ali.
Minhas mãos rolaram pelo corpo desnudo de Aiden, se demorando no
oceano de ondulações do seu abdômen duro. Elas se moveram para baixo,
abaixando sua calça junto de sua cueca.
E definitivamente não com esse pau.
Suas mãos se entranharam no meu cabelo e eu caí de joelhos,
acariciando sua haste dura e quente com o rosto. Aiden era ainda maior do
que eu me lembrava. E eu lembrava que ele era grande.
“Mmmmm…”, eu gemi, arrastando meus lábios pelo comprimento da
sua vara dura. Comecei a provocá-lo com a língua. Corri a língua para cima
e para baixo na lateral, antes de rodopiar minha boca na cabeça do seu pau.
“Senti saudade disso…”
Mergulhei para a frente, engolindo-o completamente. Levando-o até o
fundo da minha garganta. Aiden gemeu, seus braços endureceram de
repente. Suas articulações se enrijeceram e seus dedos se enrolaram em dois
punhos firmes.
“Não o mesmo tanto que eu”, ele conseguiu dizer respirando abafado.
Nos minutos seguintes o único som que ouvi no meu quartinho foi o
som obsceno das chupadas que dei no meu ex-namorado. E foi bom. Muito
melhor do que eu me lembrava. Talvez fosse todo o tempo perdido ou o
tabu de fazer algo que supostamente não devia. O que quer que fosse, eu
não me lembrava de ficar tão molhada ou excitada desde… bem…
Desde nunca.
Subi e desci, rodando minha boca em torno do seu comprimento
impressionante. As bolas de Aiden estavam pesadas e cheias. As peguei
com a mão, rolando entre meus dedos e então as colocando gentilmente
para baixo enquanto o masturbava com a minha mão que estava livre.
Era ele que gostava daquilo? Ou será que era outro cara?
De repente eu já não tinha mais certeza. Tive muitos namorados desde
que terminamos, cada um deles com seu gosto e estilo particulares. Ou eu
estava me lembrando de algo que Aiden amava ou eu o estava ensinando
um novo truque. De qualquer forma, seus gemidos me mostravam que ele
gostava da manobra.
Eu tentei pensar quando foi a última vez que fizemos aquilo. A última
noite antes do nosso término e então seguimos direções diferentes. Na
verdade, eu não me lembrava de ter ficado brava, só chateada porque
acabou. Aiden e eu formamos uma boa dupla, por muito tempo. Ele me
fazia rir mais do que ninguém. Ele também me fazia me sentir feliz, segura
e—
E nós trepamos para caralho. Não vamos nos esquecer disso.
Porque era verdade. Por mais que quiséssemos coisas diferentes, nós
éramos ridiculamente compatíveis na cama.
Não havia uma noite no passado em que não tivéssemos transado feito
dois coelhos. Juntos, nós elevávamos tudo a um nível diferente. Eu me
lembrava de ser tomada em todo e qualquer lugar. Transar no banheiro do
campus ou no jardim dos fundos no casamento dos nossos amigos. Eu o
chupava quando íamos ao cinema. Abria minhas pernas no capô do seu
carro, estacionado do lado de um cemitério assustador. Aiden me comeu até
na torre de um farol, me chacoalhando com seu pau magnífico enquanto a
lua lançava sua luz azulada nas ondas do mar.
Não terminamos por falta de química, com certeza não. Foi mais
porque estávamos perdendo tempo. Nós dois começamos a trabalhar e
paramos de nos ver com frequência. Esse tipo de ressentimento criado pela
solidão somado à imaturidade… bem…
Aiden se sentou com os dois braços abruptamente debaixo de mim. Ele
estava me carregando. De repente, ele me jogou de costas na cama, com as
pernas abertas. As duas mãos enormes do meu ex pressionavam as partes
internas das minhas coxas.
À medida que eu sentia sua boca se aproximar da minha boceta
dolorida de prazer, eu tinha certeza de uma coisa: ligar para o meu ex foi
realmente uma boa decisão.
Ohhhhhh…
Me estiquei de costas, sentindo os lençóis frios debaixo de mim.
Entranhei minhas mãos nos cabelos pretos e grossos de Aiden e os puxei
com força, como eu sempre fazia enquanto ele me lambia. Nada no planeta
era tão bom quanto aquilo. Nada era tão incrível como a sensação da sua
língua escorregando para dentro de mim. Sua língua trabalhando
gentilmente no meu clitóris, manipulando-o com a pressão e o ângulo
exatos. Então ele enfiou dois dedos dentro de mim e eu vi estrelas.
CARALHO!
Por mais que fosse uma cilada perigosa dormir com o ex, as vantagens
eram evidentes. Às vezes, eu só queria alguém que conhecesse meu corpo.
Alguém familiar para me fazer explodir. Era o melhor dos dois mundos, na
verdade: toda a empolgação do sexo, que parecia novidade somada à
familiaridade de algo que já aconteceu milhões de vezes antes.
O calor na minha barriga atingiu o ponto de ebulição. Julgando pela
velocidade de Aiden, eu sabia que ele também tinha se dado conta disso.
“Ohhh… Caralho, pequena.”
Pequena. O apelido era íntimo, próximo. Reservado para um casal de
namorados. Pessoas que passaram tempo juntos e conheciam um ao outro
bem.
E mesmo ali, depois de tanto tempo, continuava saindo com
naturalidade dos meus lábios.
“Pequeno, eu vou…”
Era minha vez de me sentar, enquanto meu corpo era atingido pelo
primeiro orgasmo em meses que não era causado por mim mesma. Agarrei
a cabeça de Aiden. Minhas unhas se agarraram desesperadas no seu cabelo
enquanto minhas pernas pinçavam os dois lados do seu belo rosto.
“OHHHHH!!!”
Meu corpo tremeu todo quando meu clímax aumentou para cima e
para a frente, enchendo sua boca com meu suco. Eu esguichava, mas só
com ele. Só com Aiden, que sabia exatamente o que fazer para me conduzir
até aquele nível de excitação.
“Mmmmmm…”
Ele gemeu forte, vibrando seus lábios como sempre fazia até o último
momento. Ele continuou a cadência e alcançou minha parte de trás. Era o
suficiente para me deixar louca, mas não o suficiente para deixar as coisas
sensíveis demais. Eu me sentia a própria Cachinhos de Ouro, dormindo na
cama grande e suave que era exaaaaatamente perfeita.
Ai. Meu. Deus.
Eu tinha me esquecido de como era bom. Como as coisas entre nós
eram maravilhosas.
Eu ainda estava em transe quando ele agarrou minhas pernas trêmulas,
gentilmente desencaixando-as de seus ombros fortes. Aiden se inclinou para
frente, se aconchegando entre minhas pernas. Ele se guiou contra minha flor
pulsante e gotejante, pela primeira vez em muito, muito tempo.
“Minha vez.”
Capítulo 4
AIDEN
SUMMER
Uma coisa era ligar para o ex querendo transar. Mas outra coisa era ser
destruída por ele três vezes diferentes durante uma noite longa e molhada.
Era minha segunda xícara de café e meu terceiro pedaço de bacon.
Mas Aiden — com toda a sua confiança e ousadia e a melhor performance
da vida na noite anterior — ainda estava enrolando para me contar.
“Ok, desembucha!”, exigi. “Vamos ouvir sua proposta.”
O café do Bill era um dos melhores restaurantes de café da manhã em
toda a cidade de Pleasanton, talvez até mesmo de toda a Califórnia. Não era
nossa primeira vez lá. Ele não devia estar tão nervoso.
“Antes de começar, preciso dizer que minha proposta não é muito
ortodoxa.”
Rolei meus olhos. “Posso lidar com coisas não ortodoxas.”
“Sim,” Aiden continuou, “mas isso é diferente de tudo o que você já
ouviu antes.”
“Ah é?” Respondi, comendo outra fatia de bacon. “E como você
sabe?”
“Confie em mim,” ele deu uma risadinha. “Eu sei.”
Ele estava bonito, sentado do outro lado da mesa, com os cabelos meio
arrepiados como nunca tinham ficado antes. Nós tínhamos tomado banho
juntos, transado e tomado outro banho. Era como a explosão de uma
barragem. Não nos cansávamos um do outro.
“Então…” ele começou, brincando com seu garfo. “Qual você diria
que foi a razão pela qual terminamos?”
A pergunta foi inesperada. Ele queria voltar? Eu não tinha certeza. Eu
achava que não, mas…
“Terminamos porque não tínhamos tempo um para o outro”, respondi.
E hesitei. “Para ser mais específica, você não tinha tempo para mim.”
Aiden estava olhando para baixo, segurando seu garfo no meio daquele
rio de cobertura e restos de panqueca. Ele acenou devagar.
“Não me interprete mal”, adicionei rapidamente. “Quer dizer, você
sempre esteve muito ocupado com seu trabalho. Você ainda é muito
ocupado, como vejo no seu Instagram. E tudo bem. Você está mandando
muito bem! Estou orgulhosa, na verdade.”
Aiden me olhou com um brilho de orgulho. Sua boca se curvou num
sorriso.
"É verdade o que você disse”, ele começou. “As coisas começaram a
acelerar e eu não tinha tempo para você. Merda. Eu não tinha tempo para
ninguém. Eu realmente queria, mas não… conseguia.”
“Você era mais novo”, dei de ombros. “Mais imaturo. Eu deveria ter
sido menos exigente. Eu era provavelmente muito—”
“Não, você estava totalmente certa!”, meu ex me interrompeu. “Você
merecia mais tempo, mais atenção. Muito mais do que eu te dava.”
Pensei no fim do nosso romance, que foi uma época triste para nós
dois. Nós dois estávamos indo em direções opostas. E concordamos em
terminar, sem muito ressentimento. Foi definitivamente o término mais
amigável que eu já tive.
Ele limpou a garganta. “Então você tem trabalhado com Ryker, certo?”
“Ah, sim”, sorri, pensando afetuosamente no melhor amigo de Aiden.
"Vejo o rosto bonito dele no seu Insta.”
“É porque temos negócios juntos”, ele explicou. “Eu fico com a
fotografia, Ryker faz a programação de todos os maiores sites. E temos um
terceiro parceiro, Marcello, que cuida das mídias sociais, postagens, tweets,
hashtags, procurando tópicos que estão em alta…”
Ele parou quando eu soltei um assobio baixo. Eu sabia que essa
empresa de marketing digital Lenda Viva estava indo bem, mas eu não tinha
me dado conta do tanto.
“Sim, é muita coisa!”, Aiden reconheceu. “E aumenta a cada dia.
Estamos tomando conta das campanhas nas mídias sociais de algumas
subcelebridades agora.”
“E algumas celebridades”, interrompi. “Eu vi as fotos.”
“Sim, algumas”, ele admitiu. “Mas ainda não chegamos lá. Estamos
crescendo. Temos muita sorte.”
Me sentei de volta na mesa, com meu café na mão. Encarando meu ex-
namorado sob a luz nova da admiração.
“Quem não arrisca, não petisca”, eu disse a ele. “E você correu atrás,
Aiden. Mandou ver. Você merece isso — vocês merecem.”
Ele ficou corado, coisa que eu nunca tinha visto antes. Merda, ele tinha
ficado humilde agora? Ele estava beirando a perfeição.
“Como está Ryker, falando nisso?”, perguntei. “Não o vejo desde que
fomos pra São Diego pra aquele…”, meus olhos se arregalaram de repente.
“Caralho! Você está me oferecendo um emprego?”
A expressão do meu ex ficou estranha de repente. Eu não conseguia
detectar o que estava acontecendo. “Não”, ele disse. “Não exatamente.”
“Bom, eu posso criar logos pra você”, eu disse. “Te ajudar com html. E
se você precisa de material de marketing, sou a garota pra você. Mas o
resto…”
“Não é um trabalho”, Aiden respondeu. Ele abriu um sorriso. “É muito
melhor do que um emprego.”
Ri pela borda da minha xícara de café. “Ok, você tinha razão. Isso é
intrigante.”
“E vai ficar mais ainda”, ele riu nervosamente.
Um momento de silêncio se passou. Pela primeira vez desde que nos
reencontramos eu não conseguir ler meu ex de jeito nenhum.
“Ok, então”, eu disse, apoiando meu café na mesa. “Vamos ouvir.”
Ele coçou sua barba nova e sexy e deixou escapar um longo suspiro. O
acompanhei quando ele colocou as duas mãos na mesa e finalmente disse.
“Você sabe que eu não pude focar muito em você porque trabalho
muito, certo?”
“Sim…”
“Bom, Ryker tem o mesmo problema. Marcello também. Viajamos
muito, então ficamos em cidades diferentes. Às vezes, em países diferentes,
trabalhando internacionalmente.”
Acenei como se estivesse entendendo, mas a verdade é que eu sabia a
maioria daquelas coisas porque tinha visto nas redes sociais dele. Li tweets
de Aiden escritos na Grécia. Vi fotos de Paris, Londres e até Dubai.
Era sempre tão bonito, fascinante. Ele tinha criado o melhor trabalho
do mundo de alguma maneira, enquanto eu ainda estava na Califórnia,
conquistando clientes para minha empresa de design gráfico.
“Ryker teve uma dúzia de namoradas desde que nós terminamos”, ele
continuou. “Marcello também. Ele quase ficou noivo num dado momento.
Mas o trabalho era muito. Viajar, longas horas… nenhum relacionamento
consegue sobreviver. Depois de um tempo, a distância e as constantes
viagens de trabalho acabam separando as pessoas.”
Olhei para ele ceticamente. “Então você quer minha ajuda para
arrumar uma namorada?”
“Não”, ele tossiu. “Não exatamente.”
“Mas é disso que você precisa”, continuei. “Alguém que possa viajar
com você. Para quem a distância não vai ser um problema.”
“Essa é a ideia”, Aiden concordou. “Mas três namoradas? Viajando
conosco? Logisticamente não vai funcionar. E dar atenção a elas,
provavelmente em horários diferentes, nos intervalos das nossas agendas
cheias?”
Eu ri alto. “Você só quer os benefícios. Por isso está lascado. Não
existe solução pro seu problema.”
“Bem…”, Aiden estremeceu.
Apertei os olhos. “Bem o que?”
“Nós três conversamos”, ele disse, “e decidimos que queremos algo
diferente. Mais radical. Algo que nós sabemos que pode funcionar se
encontrarmos a garota certa.”
Minha sobrancelha se arqueou enquanto meu cérebro processou a
última frase. “Garota.”
“Sim.”
“No… singular?”
“Sim.”
Inclinei a cabeça. “Então vocês três querem—”
“Dividir a mesma namorada”, Aiden acenou. “Dividir o tempo com
ela. Assim ela sempre vai ter atenção e nós três podemos continuar
trabalhando.” Ele deu de ombros despreocupadamente. “Ainda não
começamos a procurar, mas é esse o plano.”
Eu estava perplexa. Surpresa. Totalmente sem palavras. Ele estava
certo. Isso não era nada ortodoxo!
Em algum momento minha mão tampou minha boca. O gesto fez
Aiden rir.
“Agora que eu já contei sobre o milagre, você quer saber quem é o
santo?”
Acenei devagar. Mecanicamente.
“Eu disse aos rapazes que essa garota devia ser você.”
Capítulo 6
SUMMER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
RYKER
Não parecia real para mim, mesmo naquele momento. Mesmo olhando
para ela, para o seu sorriso, seus olhos verdes balançando com alegria nas
águas quentes e rodopiantes do paraíso.
Summer.
Santo Deus!
A ex-namorada de Aiden.
Mesmo depois dele contar o que aconteceu, eu ainda não acreditava.
Que ele não tinha só transado com aquela bela criatura de novo, mas que ele
tinha compartilhado nossa ideia maluca com ela.
E não sei como…
Não sei como ela tinha topado tentar.
Mesmo rodeado pelo cenário mais bonito da porra do planeta, eu não
conseguia parar de olhar para ela. Summer era tudo o que eu sempre quis
em uma mulher. Alta, loira, linda. Um corpo de tirar o fôlego. Inteligência e
bom humor. Mesmo sua risada tinha o tom musical perfeito — não era
forçada, dissimulada.
Merda, para ser honesto eu meio que sempre a quis para mim.
Com aquele jeito engraçado e atrevido, Summer era a garota do meu
melhor amigo. Proibida para mim, mesmo depois que eles terminaram. Eu
disse que ele era louco por deixá-la ir daquele jeito. O critiquei de todas as
formas possíveis, mas Aiden estava dedicado demais ao trabalho. Tão
dedicado que me arrastou com ele.
Em alguns momentos eu o odiava por isso, porque o trabalho era
inegavelmente implacável. Mas as recompensas? Eu só precisava olhar ao
redor. Flutuando ali com meus amigos e sócios no berço do paraíso…
Sim, era muito melhor do que os negócios familiares que meu pai tinha
me encarregado.
Aquela parte tinha sido difícil — explicar para a minha família que eu
não seguiria mais seus passos quando ele se fosse. Por melhor que eu fosse
no que fazia, a monotonia constante de realizar as mesmas tarefas sempre,
mesmo em um endereço diferente, não era mais atrativa para mim.
Pelo menos o meu velho não presenciou a transição. Eu teria partido
seu coração se tivesse dito que não assumiria os negócios. Bom, às vezes eu
pensava que não. Pensava que ele poderia até mesmo admirar o fato de eu
escolher minha própria direção, fazer o que eu queria. Deixar a construção
civil para os meus dois irmãos mais novos, Gavin e Jason. Os gêmeos
idênticos que mal podiam esperar para seguir os passos do pai.
E ali estava eu, trabalhando como desenvolvedor para o Lenda Viva.
Continuando o caminho pouco provável que eu havia descoberto quando fui
forçado a fazer um curso de html e me dei conta de que gostava para
caralho de ficar sentado em frente a um monitor, projetando coisas numa
tela exatamente como eu queria.
O negócio estava se expandindo e nossa reputação crescia rápido na
indústria. Parcialmente por causa das habilidades naturais de Aiden de lidar
com pessoas, mas também por causa da genialidade do Marcello ao
transformar tudo em viral.
Mas não estávamos ali por causa disso, embora ao mesmo tempo
estivéssemos. Estávamos inteiramente por outro motivo: a peça final do
quebra-cabeça das nossas vidas. A única coisa que poderia nos fazer e
manter felizes, mesmo de forma não ortodoxa, não convencional e até
mesmo hedonista.
Nós havíamos decidido compartilhar uma namorada.
Começou como uma piada, depois das duas últimas garotas que
deixaram a mim e ao Aiden comendo poeira. Elas terminaram conosco no
mesmo dia que a noiva do Marcello jogou um salto quinze na sua cabeça, o
que se tornaria a última batalha de uma guerra perdida.
“Três malucas é demais!”, eu disse enquanto ríamos e afogávamos as
mágoas. “Talvez só precisemos de uma muito boa.”
Nós três passamos o resto do tempo brincando, falando sobre como
seria fácil fazermos uma mesma garota feliz. Como um relacionamento
poderia dar certo com o esforço, os recursos e a atenção de três ao mesmo
tempo. E sim, até mesmo sobre como a compartilharíamos na cama.
Já havíamos tocado no assunto algumas vezes, assistindo programas na
TV a cabo sobre poliamor. Ou melhor, sobre poliandria, quando uma
mulher tem mais de um marido.
“Caralho!”, Aiden e Marcello exclamaram em uníssono.
Tudo aquilo parecia loucura, é claro, mas existiam pessoas felizes
daquela forma. E honestamente, não tínhamos nada a perder. Entre todo o
trabalho e as viagens e a indisponibilidade para nossas companheiras? Já
estávamos falhando miseravelmente nas relações convencionais mesmo.
“Vamos postar um anúncio”, eu disse um dia. “E ver se alguma mulher
é doida o suficiente pra responder.”
No processo da elaboração do nosso anúncio, criamos uma lista de
coisas que queríamos evitar. Queríamos uma namorada, não uma
acompanhante. Alguém que pudesse investir emocionalmente em nós, e por
quem pudéssemos retribuir os sentimentos. Mas também alguém que
pudesse viajar e não topar a ideia só pelas viagens. Em outras palavras: uma
empreendedora independente com objetivos. Alguém com a cabeça boa e
poderosa, mas que também continuasse fazendo seu próprio trabalho.
Bonita, divertida e—
“Sabe, eu deveria convidar a Summer pra uma entrevista”, Aiden
brincou na época, me dando uma cotoveladinha. “Ela entraria no topo da
lista de candidatas.”
Eu poderia dar uma risada, mas não o fiz. Pensando bem, o que ele
disse tinha me deixado com a boca seca.
“Você está falando sério?”
“Sim e não”, Aiden deu de ombros. “Sim, porque acho que ela seria a
mulher perfeita pro que procuramos. Não, porque ela possivelmente
arrancaria minha cabeça com uma pá só por perguntar.”
A ideia me abalou por dias. Meu amigo estava falando sério? Eu não
tinha certeza. E ao mesmo tempo, eu não estava em condições de continuar
o assunto. Eu só podia fantasiar que alguém como Summer voltaria para as
nossas vidas, mas em uma posição em que nós dois aproveitaríamos da
mesma forma. E Marcello também, é claro.
E então ela ligou e eles se encontraram. Aparentemente, fodendo
loucamente em seguida.
E ali estava ela.
Encarei o horizonte enquanto o pôr do sol deixava tudo num tom
surreal de azul índigo. Só tínhamos passado metade de um dia ali, mas
parecia mais tempo. Era a primeira vez em muito tempo que eu me sentia
completamente relaxado. Em parte, porque Aiden estava finalmente
tranquilo — uma façanha difícil de alcançar. Mas o resto era por puro
contentamento. Felicidade.
E ela.
Respirei fundo enquanto ouvia a risada de Summer. E assistia meus
amigos brincarem na água com ela enquanto eu organizava as cadeiras em
volta do aquecedor.
Minhas expectativas estavam altas e eu me perguntava como seria.
Summer. Conosco. Um relacionamento de quatro pessoas, incluindo os dois
caras mais próximos de mim no mundo inteiro e a única garota que eu
sempre desejei.
A melhor parte dela era que nos conhecíamos fazia anos. Já havíamos
compartilhado momentos. Risadas. Conhecido lugares e visto coisas juntos,
nós e Aiden, é claro.
“Venham!”, gritei, com as duas mãos em volta da boca. “O fogo está
aceso!”
Eles se viraram quando ouviram minha voz e nadaram na minha
direção e do nosso pequeno mundinho. Assisti Summer sair da água
primeiro e esticar as pernas longas e sensuais. Torcer seu longo cabelo loiro
para remover a água.
Summer.
Finalmente.
Deus, eu ainda não a havia beijado, mas ela já era a namorada dos
meus sonhos.
Capítulo 12
SUMMER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
Bacon e café. Duas coisas com cheiros tão distintos, mas ambos
maravilhosos.
Acordei com o som dos pássaros ao redor. Meu corpo nu estava
enrolado totalmente em lençóis de seda frescos. Eu conseguia sentir o
cheiro do mar, inalar a pureza da mistura da água com o sal. A luz entrava
pelas cortinas parcialmente abertas, iluminando o belo quarto feito de
madeira com tons de dourado vivo.
Eu sentia que tinha morrido e ido para o paraíso. Ou melhor, eu estava
viva no paraíso, porque logo que a sonolência da manhã passou, me lembrei
vivamente de cada momento glorioso da nossa primeira e lendária noite
juntos.
“Uau.”
A definição era insuficiente, mas o mais próximo que eu podia pensar
para descrever a noite. De costas na cama, estiquei os braços para a
esquerda e para a direita para conferir se alguém ainda estava ali. Então me
levantei, vesti a calça e fui para o banheiro escovar os dentes e tomar
banho.
Cadê todo mundo?
Vesti um dos robes de veludo macio disponíveis no bangalô. Em uma
dúzia de passos cheguei na pequena e confortável cozinha. Uma janela
aberta mostrava o oceano impossivelmente azul sem nenhuma obstrução e,
além dele, a areia branca da praia e as árvores verdes e exuberantes da ilha
principal.
“Olá?”
Ninguém respondeu. Mas alguém havia deixado café, açúcar e creme
sobre o balcão, ao lado de um prato de bacon perfeitamente cozido e pão
quentinho e cheiroso.
Servi uma caneca de café — antes de mais nada — e o preparei do
meu jeito preferido. No meio do primeiro e maravilhoso gole, o barulho da
água atraiu minha atenção para o deque.
Ah.
Saí do bangalô a tempo de ver Ryker emergir na água. Seus músculos
se flexionavam enquanto ele subia pela escada ao lado do deque, ajeitando
os cabelos molhados para trás com as duas mãos.
Ele era extremamente bem esculpido e magnífico — como a
personificação de um deus grego. Ombros largos e musculosos que
terminavam no tórax liso e forte. Um metro e noventa desenhado por braços
incríveis e costas amplas que contrastavam com a cintura fina, formando
um V na altura do seu tanquinho.
“Jesus, Ryker!”
Ele se virou quando ouviu minha voz, surpreso. A masculinidade
impassiva do momento anterior deu lugar à jovialidade jocosa da qual eu
me lembrava muito bem.
“Vocês tão realmente de parabéns.”
Ele ficou vermelho, e um sorrisinho sem graça invadiu seu rosto.
“Fazemos o que podemos.”
“Vocês fazem muito exercício?”
“O tempo todo”, ele admitiu, não que precisasse. “Eu e Aiden sempre
damos um jeito de nos exercitar, e acamamos arrastando o Marcello pra a
nossa rotina.”
Ele chegou mais perto de mim e as borboletas explodiram no meu
estômago. Não éramos mais só amigos — não depois da noite anterior. E
meu corpo sabia disso.
“Onde estão os outros?”
“Sessão de fotos”, Ryker explicou. “Piti Aau — a primeira ilha ao Sul.
Parece que é o melhor lugar pra capturar o nascer do sol”, ele deu de
ombros. “Foi o que o cliente pediu.”
“Então vocês trabalham nas férias”, dei um sorrisinho.
“Geralmente sim”.
Ele esticou o braço na minha direção e eu pude sentir a eletricidade
entre nós. Aquele homem, que tinha estado por perto por tanto tempo como
amigo, me causar arrepios de repente era tão estranho, tão novo!
Ao invés de me tocar, Ryker pegou minha xícara de café e a levou até
os lábios sensuais sem desviar os olhos e tomou um gole longo e lento.
“Obrigada, pequena.”
Pequena. Era tão estranho vindo dele! Mas eu gostava. E muito.
Ele tentou me entregar a caneca de volta, mas sorri e não peguei.
“Pode ficar, eu preparo outro.”
Me virei, consciente de que seus olhos estavam na minha bunda
quando entrei na cozinha de novo para pegar mais café. Quando voltei,
Ryker estava passando bronzeador. Se lambuzando com aquele óleo e
transformando cada cume e ondulação em um parque de diversões
cintilante e reluzente.
“Passa nas minhas costas?”
Apoiei a caneca no deque com uma risada. “Vou conseguir tomar café
em algum momento essa manhã?”
“Quanto café você quiser”, disse Ryker, jogando o frasco de
bronzeador na minha direção.
“Enquanto ainda está quente?”
Ele deu uma risadinha enquanto eu colocava uma quantidade generosa
do óleo na palma da mão. Enquanto eu espalhava o produto no seu corpo,
começando pelos ombros duros feito pedra, fiquei maravilhada com a
firmeza deles sob meu toque rodopiante.
“Três anos, hein?”
Ryker acenou, olhando para a água. Notei que ele estava aproveitando
o momento, possivelmente de olhos fechados.
“Não acredito que faz tanto tempo.”
Pressionei um ponto específico que o fez gemer, então me concentrei
ali por um momento. Eu podia ver seu corpo se arqueando para a frente.
Sentia seus ombros largos declinarem um pouco enquanto ele relaxava e
absorvia o prazer.
“Isso é aplicação de bronzeador ou massagem?”, brinquei.
“Os dois”, ele gemeu.
“Percebi.”
Minhas mãos se moveram pela sua lombar, esfregando suas laterais
pelo caminho. Senti a circunferência do seu dorso, enquanto movia meus
dedos pelo seu tórax sexy, coberto de tatuagens que se espalhavam até seus
braços.
Ele é gostoso para caralho.
Descendo mais as mãos, toquei as covinhas de Ryker, uma das coisas
que eu mais gostava em um homem, bem acima da borda da sua sunga. Eu
já tinha notado há muito tempo, quando íamos nadar durante o verão ou
relaxar em jacuzzis depois de esquiar — não importava onde estivéssemos.
Mas agora…
Eram minhas covinhas. Eu podia tocá-las como estava fazendo no
momento. Eu podia agarrá-las com urgência enquanto abria as pernas e ele
me penetrava cada vez mais fundo, me fazendo gozar.
Isso é bom.
E era, de fato. Muito mais do que eu tinha imaginado que seria. Eu
tinha três namorados gostosos, disponíveis, ao meu alcance quando eu
desejasse.
Santa Mãe de Deus.
“Eu posso retribuir depois, se você quiser”, disse Ryker marotamente.
“Olho por olho.”
“Você devia dar um mergulho”, ele sugeriu, “antes da gente ir
almoçar.”
Levantei uma sobrancelha. “Almoçar?”
“Ah, sim. Tenho tudo planejado. Aiden e Marcello não vão voltar antes
do fim do dia, então somos só nós dois.”
Meu estômago se revirou, mas no bom sentido.
“Então… tipo um encontro?”
Ele se virou para me olhar, escorregando as mãos pelo meu robe, que
se abriu um pouco quando ele passou a mão por trás de mim e a pousou
perfeitamente na minha bunda coberta por uma calcinha fio dental.
“Exatamente”, Ryker sorriu. “O encontro que eu sempre quis ter com
você e que nunca pudemos ter.”
Ele me beijou suavemente, apertando minha bunda ao mesmo tempo.
Derreti um pouco. Tudo era tão bom.
“Por muito tempo você foi apenas Summer, a ex super gostosa do meu
melhor amigo. Um tabu. Fora do meu alcance.”
Tremi quando suas mãos escorregaram devagar pelas minhas coxas até
o meio das minhas pernas. Com ou sem intenção, as pontas dos seus dedos
tocaram minha boceta.
“Mas agora…”
Seus dedos se contorceram, se movendo suavemente sobre o tecido da
minha calcinha. Ok, talvez fosse de fato intencional. E tão bom que me fez
morder o lábio.
“Agora você é minha namorada”, Ryker murmurou, segurando meu
rosto. Seus olhos penetraram os meus. “E tenha certeza de que vou te tratar
do jeito certo.”
Tentei engolir o nó de orgulho e felicidade que tinha de repente se
formado na minha garganta. Quando eu finalmente consegui, meus lábios
só conseguiram formar uma palavra.
“C—certo.”
Capítulo 18
RYKER
Fazia algum tempo que eu não dirigia um ATV, mas logo peguei o jeito
de novo. O calor do sol no meu rosto era bom. O motor roncava, feroz e
poderoso, enquanto eu nos guiava pela trilha que tinha lido sobre.
A sensação maravilhosa foi coroada pelo calor dos braços de Summer
em volta da minha cintura.
“É aqui”, eu disse, “…eu acho.”
O lugar era exatamente como a descrição: uma praia secreta em
formato de meia-lua, rodeada por árvores curvas nos dois lados. O centro
era um poço verde-água, recortado como uma joia, perfeitamente circular,
que brilhava com o sol do meio-dia.
Summer me apertou quando parei, o que fez meu corpo se arrepiar. Ela
desceu, tirou o capacete e deixou seu cabelo longo e lindo escorregar pelas
costas como uma cachoeira.
Meu Deus, ela tirava meu fôlego. Dilacerava meu coração com tanta
beleza. Desliguei o motor e fiquei parado por mais ou menos um minuto, só
observando suas longas pernas enquanto ela rebolava caminhando pela
praia com seu biquini amarelo.
“Somos os únicos aqui?”, ela perguntou, animada.
“Sim.”
Seus olhos brilharam como uma fogueira verde. “Sério?”
“Esse lugar é só nosso hoje”, eu disse, “agora vamos começar a
desfrutar.”
Summer saltitou com alegria enquanto eu desamarrava nossa bagagem
da traseira do quadriciclo. Ela pegou uma bolsa com máscaras, pés-de-pato
e snorkels enquanto eu descarregava o cooler, depositando-o na areia macia
perto da sombra.
Para ser honesto, eu não sou um cara que gosta de piqueniques. E eu
sou horrível em planejamento. Sempre fui do tipo espontâneo, de verdade.
Mas era a Summer e, tecnicamente, nosso primeiro encontro. Aquilo
mudava tudo.
Ela continuou caminhando pela borda da água, e eu sabia que ela
estava impaciente para mergulhar. Summer era louca por água. Cria da
Califórnia. Sempre tinha sido e sempre seria.
“Pronto?”, ela gritou sem me olhar.
O vento fazia seu cabelo dançar enquanto ela caminhava, a brisa o
afastava da sua bunda redonda e rechonchuda. Estiquei as toalhas no chão,
afixando-as no chão com o peso de cocos. Era quase impossível me
concentrar no que eu estava fazendo porque tudo o que eu conseguia fazer
era pensar nela.
Nos sentamos no chão juntos, maravilhados com a claridade e a
temperatura da água mais bonita do planeta inteiro. Nada mais fazia
sentido. As praias de São Francisco que gostávamos tanto não eram nada
comparadas àquela.
E os peixes! Grandes e pequenos, cardumes coloridos explodiam por
todos os lados nos corais. Colocamos nosso equipamento e pulamos no
poço, contando raias, enguias e até mesmo tubarões que nadavam bem no
fundo. Em algum momento Summer agarrou meu braço e eu supus que ela
estivesse com medo, mas na verdade ela só estava apontando para duas
tartarugas-marinhas verde-avermelhadas. Ela não tinha medo nenhum e era
de longe uma nadadora melhor do que eu.
“Você está com fome?”
Quase duas horas tinham se passado até que finalmente voltamos para
a costa. O pacote que eu tinha levado tinha sido providenciado com uma
ligação estratégica que fiz antes que ela acordasse. Tínhamos travessas de
frutas, biscoitos, mel, geleias e sanduíches que eram ainda mais saborosos
do que a descrição fornecida por eles.
Nos servimos com um pouco de tudo e atacamos, famintos. Quando
peguei uma garrafa de vinho, Summer chacoalhou a cabeça e apontou para
as cervejas que eu tinha levado. Em alguns segundos abrimos duas,
brindamos e celebramos tudo o que havíamos visto naquele dia.
“Como é possível um lugar tão pequeno comportar tanta beleza?”, ela
maravilhou-se.
Estiquei o braço e dei um tapinha de brincadeira na sua bunda
escassamente coberta. A carne macia balançou por apenas meio segundo
antes de voltar à sua forma original perfeita.
“Eu estava prestes a perguntar a mesma coisa.”
Ela deu uma gargalhada e rolou para cima de mim, me circulando com
suas longas e poderosas pernas. As mesmas pernas que eu tinha admirado
desde a primeira vez que Aiden a trouxe para o nosso muquifo na época da
faculdade, no que tinha sido o primeiro encontro deles.
Meu Deus, parecia que tinha sido em uma vida diferente.
Fiquei admirado não somente pela sua aparência, mas pela insolência
da sua personalidade. Summer era esperta. Descarada e ousada. Uma deusa
loira, muita areia para o caminhãozinho de Aiden. Ou pelo menos foi o que
eu pensei e disse a ele na época. Mas ainda assim, ele a conquistou e a fez
feliz por longos três anos.
Eles tinham ficado separados pelo mesmo tempo que ficaram juntos.
“No que você está pensando?”, ela perguntou, apertando as coxas
conta a minha cintura. Eu estava preso na toalha e ela se esticou sobre mim.
“Na primeira vez que te vi”, disse com franqueza.
Os olhos de Summer rolaram de um lado para o outro enquanto ela
vasculhava a memória. “No apartamento de vocês, certo? Na noite que—”
“Na noite que você saiu com o Aiden”, confirmei, “e eu desejei muito
ter sido eu a ir em um encontro com você.”
Ela tombou o pescoço e me beijou, com movimentos sensuais e lentos
que me fizeram ficar duro quase instantaneamente. Pela forma que ela
sorria, eu sabia que ela estava sentindo o mesmo.
“Então você ficou com ciúme?”
“Muito.”
“Mas e agora?”
Minhas mãos já estavam sobre sua bunda firme e redonda. Eu apertei
suas nádegas de forma possessiva e sua calcinha de biquini não apresentava
nenhum tipo de empecilho.
“Agora… não muito.”
Summer virou a cabeça de lado e me olhou de volta
interrogativamente. “E por que não?”, ela perguntou. “Eu ainda estou com
o Aiden. Mas também estou com você.”
Eu não tinha certeza se ela estava me testando, pessoalmente, ou
testando nosso combinado, de forma geral. De qualquer maneira, a resposta
era a mesma.
“Você ainda é minha”, eu disse, enfatizando a última palavra com um
apertão mais forte. “Você é minha namorada também. E eu tenho os
mesmos direitos que Aiden. Além disso, eu, ele e Marcello somos
praticamente como irmãos. Certamente amamos uns aos outros como
irmãos”, encolhi um ombro. “Não há nada no mundo que eu não faria por
eles se eles pedissem. E nada que eu não dividiria.”
Os olhos de Summer se arregalaram, e eu vi que ela não estava
concentrada. Ela estava excitada. Empolgada. Parecia que eu tinha dado a
resposta que ela queria.
“Quer saber o que eu quero agora?”
Dei uma risadinha. “Espero que estejamos em sintonia.”
“Ah, não se preocupe com isso”, ela riu, se dobrando para me beijar de
novo. Seu corpo quente se fundiu no meu.
“Tenho certeza de que estamos…”
Capítulo 19
SUMMER
SUMMER
Dormimos tão cedo depois do jantar que podia ser quase considerado
um crime. Caindo no sono um por um em todos os lugares, porque as
longas horas de viagem, ficar acordados até tarde e as movimentações
incessantes finalmente nos arrebataram.
Acabei cochilando em uma rede esticada confortavelmente entre dois
pilares no deque externo. Acordei e já estava totalmente escuro e alguém
tinha colocado um cobertor sobre meu corpo. Aiden estava dormindo perto
de mim, em uma das espreguiçadeiras, Marcello e Ryker tinham voltado
para seus bangalôs aparentemente.
Senti a brisa do oceano no meu rosto, uma sensação boa. O ar era tão
limpo e cheiroso que eu praticamente o engolia. Mesmo assim, eu queria
dormir de conchinha. Senti o impulso de ser abraçada por um par de braços
fortes ou por um corpo quente.
Talvez dois corpos quentes?
Caralho, eu estava ficando gananciosa. Mas será que estava mesmo?
No nosso acordo não tinha nada de errado de querer mais de um homem. Eu
já tinha estado com os três ao mesmo tempo, numa noite de devassidão
total, antes de dormir nos braços deles. E tudo isso sem nenhum resquício
de ciúme.
Mas ainda assim…
Me ergui, cuidadosamente encostando o peito de um dos pés no chão.
Enquanto eu cuidadosamente saia da rede, uma figura espreguiçou do meu
lado direito.
“Ei, linda.”
Aiden estava acordado, se espreguiçando e bocejando, com o braço
esticado na direção de uma garrafa d’água no chão.
“Oi”, sussurrei e, esfregando os olhos, perguntei. “Que horas são?”
“Nos Estados Unidos ou aqui?”
“Acho que aqui.”
“São três da manhã”, disse Aiden, verificando seu relógio. Com uma
risadinha baixa, ele adicionou: “a hora das bruxas.”
“Vocês vão sair cedo amanhã?”
Ele acenou, esticando um braço na minha direção. Eu segurei sua mão
e o segui para dendro do bangalô, onde o único vento vinha dos
ventiladores de teto girando devagar e com gentileza.
“Ontem correu quase tudo bem”, ele disse, enquanto nos afundávamos
no sofá. “Nosso cliente novo ficou muito satisfeito com a repercussão das
fotos e das postagens do Marcello.”
Eu tinha visto as postagens antes do jantar: fotos incrivelmente lindas
do jovem ator em vários locais ao longo da cadeia de praias virgens e lagos
de tirar o fôlego. Aiden explicou que eles tinham se locomovido de
catamarã para todas as locações do ensaio, de trilhas e falésias normalmente
inacessíveis ao público geral até os picos do Monte Otemanu.
“Então você se divertiu com Ryker ontem?”
Ele não tinha conseguido me fazer aquela pergunta mais cedo.
“Diversão” não era a palavra exata, mas concordei.
“Que bom. Fico feliz.”
“Sério?”, respondi. “Fiquei… um pouco preocupada.”
As sobrancelhas lindas de Aiden se uniram. “Por quê?”
“Porque é estranho, Aiden. Quer dizer… você não acha? Fazer isso tão
abertamente, com você e Ryker. E Marcello. Bom, ele é incrível e tudo
mais, Ryker também. Mas é apenas, sabe…”
“Não é estranho”, ele respondeu. “É inortodoxo. No máximo não
convencional. Você precisa pensar assim. Estamos indo contra tradições do
que seria considerado um relacionamento ‘normal’, mas a situação entre
nós é totalmente normal.”
Ele se afundou em um dos confortáveis sofás do bangalô, me puxando
com ele. Nós dois estávamos de costas. Encarei o teto com seus braços em
volta de mim.
“Isso é muito estranho pra você?”, ele perguntou. “Você pode dizer. Se
tem algo que sempre existiu entre nós, essa coisa é a honestidade.”
“Não”, eu respondi, surpreendentemente rápido. “Falando assim, não
parece estranho.”
“E você está confortável com a situação?”
“Muito”, eu disse, definitivamente.
“Que bom”, Aiden disse. “Porque a única coisa que importa agora é
com você”, ele disse. “Eu sei que somos ocupados e que vai ser difícil
passar tempo todos juntos. Mas eu e os rapazes conversamos e estamos
todos de acordo.”
“E qual é o acordo?”, perguntei, me aninhando nele.
“Qualquer acordo que faça com que você fique conosco.”
Rolei para cima dele, mantendo seus braços ao meu redor. Me
aproximei mais do seu rosto e o encarei.
“Eu quero ficar”, eu disse com simplicidade. “Eu realmente gosto de
ser namorada dos três.”
Aiden mexeu o queixo e me deu um beijo na testa. “Se isso mudar a
qualquer momento, fale pra gente imediatamente”, ele disse. “Eu quero que
você fique livre, Summer, sem culpa. Se você quiser ir, vamos entender
completamente. Eu e eles.”
Tombei a cabeça de lado contra seu peito. Seu peito estava quente e
reconfortante debaixo da minha bochecha, especialmente por causa do
ritmo constante do seu coração martelando.
“Eu sei.”
Ficamos ali daquele jeito por um momento, apenas aproveitando o
silêncio. Ouvindo as paredes suspirarem enquanto o vento golpeava nosso
trio sereno de bangalôs.
“Sem ciúme então?”, suspirei, finalmente.
“Nenhum.”
“Eu posso dar enlouquecidamente pros seus amigos”, me aventurei, de
forma jocosa, “e tá tudo bem por você?”
Aiden sorriu, esticando o braço para me apertar possessivamente.
“Desde que eu esteja envolvido, tudo bem”, ele deu uma risada. “Além
disso, você já deu enlouquecidamente para os meus amigos. Eu assisti e
foi… um tesão.”
Beijei a pele do seu braço, batendo minhas unhas pela expansão do seu
peito largo. Era uma coisa terrível para se dizer, mas exatamente o que eu
precisava.
“E o… Corey? É esse o nome dele?”
Meu ex se moveu um pouco debaixo de mim. “Por que você está
perguntando isso?”
“Eu não sei”, dei de ombros. “Quando você entrou no avião, pareceu
um pouco distante. Foi quando Ryker mencionou o nome Corey e Marcello
disse a todos que não se preocupassem.”
Silêncio. O silêncio pairou de novo.
“Então, quem é esse cara?”
“Ninguém, na verdade”, Aiden disse, adormecido. A mão que
segurava minha bunda ficou lá por um tempo enquanto ele usava a outra
para brincar com meu cabelo. “Só um… concorrente. Um que está meio
irritado porque conquistamos esse novo cliente.”
“Oh”, respondi.
“Corey só ladra, não morde. Ele fez uma ceninha antes de entrarmos
no avião. Ele disse algumas coisas que nos irritou. A mim e ao Marcello.”
Seus dedos estavam peneirando meu cabelo do jeito que ele costumava
fazer nos nossos dormitórios quando estávamos na faculdade. Era sempre a
última coisa que fazíamos na cama, no fim do dia. E a maneira como ele
fazia sempre me deixava sonolenta.
“O… que…”, pausei para deixar sair um bocejo que estalou meu
maxilar, “ele disse?”
Meus olhos foram se fechando com a sonolência que o corpo quente
de Aiden causava. Mesmo com o silêncio tomando conta, seus dedos
continuaram metodicamente se movendo. Penteando meus cabelos…
“Nada importante”, ele respondeu finalmente. E eu peguei no sono.
Capítulo 21
SUMMER
MARCELLO
SUMMER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
O Restaurante Sunset era uma joia rara feita de âmbar no meio dos
tons de azul e verde do mar turquesa. Um lugar confortável com cadeiras
revestidas de almofadas macias e um pé direito alto e aberto na direção do
vento gentil do oceano.
Naquele momento, eu estava sentada e cheia, sentada alegremente no
meio dos meus três belos amantes. Tínhamos comido o sushi mais fresco do
planeta e bebido nossas cervejas supergeladas. Juntos, assistimos o sol
escorregar pelo horizonte e nos banhar com a luz âmbar que refletia no
candelabro do centro da nossa mesa.
Tinha sido um dia perfeito. Um pouco de trabalho, um pouco de
diversão e muito deleite sob o céu azul do paraíso. Eu tinha tomado café
com Ryker e com o ainda sonolento Marcello, depois saí para uma
caminhada na praia com Aiden. Tínhamos falado sobre tudo menos
trabalho. Decidimos proibir aquele tópico pelo resto do dia.
“Quer saber pra onde vamos?”, ele perguntou enquanto caminhávamos
pela areia perfeita da praia.
“Na verdade, não”, sorri.
“Que seja surpresa”, ele disse, apertando minha mão. “Mas já aviso
que você vai gostar”.
Na ponta mais ao sul da ilha embarcamos em um pequeno barco
amarelo em direção ao Piti Aau. A beleza forte e natural do Lagoonarium se
esticava entre as duas ilhas já era o suficiente para mim, mas ancoramos na
praia e Aiden me ajudou a descer em direção a um lugar que tinha uma
placa simples, com letras azuis: “Centro de Tartarugas de Bora Bora.”
“Ai meu Deus!”, me engasguei.
Conservação e preservação do ambiente sempre tinham sido
importantes para mim. Aos dez anos, me juntei ao time de conservação da
natureza local e me voluntariava para limpar as praias pelo menos duas
vezes por ano. Aiden foi comigo em algum momento. Naquela época ele
era muito cético, mas ele se tornou um entusiasta da causa assim que se deu
conta do quão importante era o trabalho.
O Centro de Tartarugas não era nada menos que maravilhoso.
Caminhamos pelo pequeno museu, aprendendo sobre sua história de luta.
As tartarugas eram resgatadas para serem curadas, limpas e cuidadas. Eles
tratavam da saúde das que precisavam antes de reintegrá-las ao seu habitat
natural. Quando me disseram que eu podia fazer uma doação e nadar com
as tartarugas, enlouqueci! Aiden já tinha cuidado de tudo generosamente e
alguns minutos depois eu tinha submergido ao lado delas. Flutuei, rodei e
mergulhei entre elas, rodeada por todos os tipos de peixes lindíssimos.
Voltamos para o bangalô extasiados, porém cansados. Peguei no sono
nos braços enormes de Aiden. Cochilamos sob o sol, enrolados na rede,
balançando gentilmente ao som dos pássaros que sobrevoavam e o farfalhar
das palmeiras.
Acordei antes do jantar, mais feliz e despreocupada do que eu jamais
estive na vida. Meus outros dois namorados tinham terminado seus
trabalhos. Eles estavam aparentemente tão famintos que ameaçaram nos
derrubar da rede se não fossemos nos arrumar.
Para mim o mais difícil era resistir enquanto Aiden e eu nos
ensaboávamos na ducha quente do banheiro. Seu corpo era tão firme,
musculoso, bonito e bronzeado pelo sol do paraíso que eu queria ficar de
joelhos e servi-lo. Queria pular em seus braços e enrolar minhas pernas em
volta dele, o beijando até ele se enfiar em mim contra a parede e me
penetrar fundo.
“Espere até mais tarde”, ele murmurou, pressionando seu corpo duro
contra mim por trás. Seus braços estavam em volta de mim, suas mãos
segurando meus peitos, quando ele me deu um beijo longo e molhado na
lateral do meu pescoço. “Você vai ter os três”, ele urrou. “Prometo.”
Suas palavras não me ajudaram muito. Fiquei com ainda mais tesão.
Eu podia sentir seu volume aumentando contra minha bunda. Tudo o que eu
precisava fazer era alcançá-lo com minha mão ensaboada e correr meus
dedos pela extensão algumas vezes…
Mas ao invés disso, nos enxaguamos e nos vestimos rapidamente,
antes que os outros desligassem a energia da casa. Minutos depois, eu usava
um vestido de verão lindo e curto. Um dos que eu tinha comprado na feira
com Marcello.
Estávamos tão energizados naquele momento que consideramos um
outro tipo de jantar. Um que envolvia uma hora de sexo a quatro, e os
rapazes me destruindo ali mesmo na sala de estar aconchegante e macia do
bangalô principal. Seria fácil me livrar do meu vestido e afastar minha
calcinha para o lado para recebê-los, um por um, onde quisessem, como
quisessem, na ordem que quisessem.
Mas um outro tipo de fome venceu, finalmente. Marcello e Ryker não
tinham almoçado e estavam prestes a comerem seus próprios dedos. Além
disso, Aiden ressaltou: não fazia sentido me sujar toda logo após eu ter me
limpado.
Então, estávamos ali, relaxando na parte de trás do belo restaurante,
bebendo coquetéis. Estávamos os quatro saciados e felizes esperando a
sobremesa… mas ainda famintos em alguns outros níveis.
“Eu vou primeiro”, Ryker anunciou, mudando de assunto. Suas
palavras me fizeram corar. Havia uma certa dúvida sobre o que ele estaria
se referindo?
“Você não pode ser o primeiro”, Aiden protestou.
“Claro que posso.”
“Não”, Marcello concordou. “Você não pode. Não é assim que
funciona.”
“Por que não?”
“Porque…”, o italiano parou, tentando encontrar uma resposta. “Bom,
porque…”
“Porque vocês não podem simplesmente me convocar assim”, me
intrometi. “Se fosse assim, eu possivelmente passaria os dias nua.”
Aiden riu. “E qual é o problema?”
“Sim”, Ryker concordou. “Devo dizer que não vejo nada de mal
nisso.”
“Então você simplesmente decide a ordem?”, Marcello perguntou
incrédulo. “Ok, eu começo amanhã de manhã.”
“E eu no turno da noite.”
Turnos! Meu estômago se revirou como o primeiro carrinho em uma
montanha-russa. Eles têm turnos agora?
Uma nova discussão começou, causada pela disputa sobre a ordem.
Eles estavam decidindo onde eu deveria dormir. Com quem eu deveria
dormir. Que horário era aceitável me acordar e me levar para outra cama,
uma ideia que me pareceu ao mesmo tempo exaustiva e deliciosa.
No final, eu sabia que eles estavam brincando. Eles podiam fazer o que
quisesses, me tomar onde quisesse, seguindo nosso acordo inicial, em que
eu estaria disponível para todos e cada um, sem nenhuma agenda definida.
Não que a ideia de uma agenda sexual não me causasse arrepios
quentes.
“Ok”, Aiden disse, concluindo. “Podemos pelo menos entrar em um
acordo sobre quem começa hoje?”
Os olhos de Ryker protestaram. “Achei que eu já tinha—”
O garçom voltou para a nossa mesa e interrompeu a conversa sórdida.
Ele nos serviu com uma fatia enorme de bolo gelado com sorvete de
baunilha e quatro colheres.
“Primeiro!”, Ryker gargalhou, agarrando a colher mais próxima e
atacando o prato.
Pelos próximos minutos a única coisa que ouvimos foi o som das
colheres no prato. O bolo tinha virado farelos e o sorvete uma mancha
cremosa no fundo do prato.
Senti uma mão apertar minha coxa debaixo da mesa e não tinha sido a
primeira vez na noite. Do outro lado, outra mão escorregou para dentro da
minha outra coxa.
“Vou te dizer”, disse Aiden, me encarando. “Esse vestido está me
deixando maluco.”
Gargalhei e a gargalhada saiu meio nervosa. Provavelmente porque as
mãos nas minhas coxas estavam se movendo.
“Que bom que gostou.”
“Gostei?”, ele ronronou, levantando uma sobrancelha. “Está me
deixando com tanto tesão que talvez não dê tempo de voltarmos para casa.
Eu acho que vou apenas… você sabe…”
Minha respiração ficou parada quando uma das mãos alcançou o meio
das minhas pernas. Senti um dedo gentil se esfregar no meu montinho. Tão
devagar e delicado, para cima e para baixo sobre o tecido da minha
calcinha.
“Tenho uma ideia”, disse Marcello abruptamente. “Desocupem a
mesa”.
Os outros dois o encararam por um momento, então fizeram o que ele
pediu. Marcello engoliu o resto da sua cerveja, drenou a garrafa e a deitou
no centro da mesa, vazia.
“No caminho para casa, algumas pequenas trilhas cortam as palmeiras,
lembram?”
Ryker acenou. “Mas não tem luz.”
“E daí?”, Marcello deu de ombros. “Ainda dá pra passar por elas, pelo
menos por alguns minutos.”
Meu corpo se arrepiou quando o dedo me pressionou mais
profundamente, com gentileza. Minhas coxas se afastaram sem que eu
pudesse fazer nada.
“Uma única rodada”, disse Marcello, colocando três dedos sobre a
garrafa. “Nada de lamentar e pedir melhor de três.”
Os outros dois acenaram, entendendo o jogo. Eles se redistribuíram na
mesa, ficando a uma distância mais ou menos parecida um do outro.
“E… Q--qual é o prêmio da rodada?”, perguntei, sem ar, já mordendo
o lábio inferior. Marcello só me olhou e piscou.
“O prêmio é te comer no caminho pra casa.”
Capítulo 28
AIDEN
Ryker ganhou o jogo, como sempre. Ele sempre ganhava tudo. Desde
criança, ele era o mais sortudo de todos. Estivesse ele tentando ou não, as
coisas sempre caiam no seu colo.
Bom, essa foi uma das razões pelas quais eu quis começar um negócio
com ele.
“Aqui está bem”, escutei Marcello sussurrar. “Aproveitem.”
Assisti Summer se inclinar para a frente, arqueando suas costas
esbeltas, esticando suas longas pernas enquanto se deitava no trilho da
calçada sombria que tínhamos descoberto.
Ryker deu um passo para a frente e levantou seu vestido. Sua bunda
linda e macia ficou exposta sob a luz da lua enquanto ela movia sua tanga
para o lado.
“Você está pronto?”, ela ronronou, mexendo a bunda.
“Quase.”
Marcello se moveu para bloquear a vista de qualquer um que viesse
pelo lado norte da calçada. Eu fiz o mesmo na outra direção. Entretanto
atenção estava completamente focada em Summer. Ela escorregava para a
frente e para trás, inclinando seus joelhos sutilmente enquanto empunhava o
pau de Ryker com a boceta.
“Caralho…”, ele sibilou, com os maxilares travados de prazer.
Senti uma alfinetada familiar de ciúmes enquanto assistia minha ex-
namorada transando. Vendo seu corpo balançar num ritmo lento para trás no
abdômen do meu melhor amigo, que enfiava seu pau profundamente nas
entranhas da sua boceta delirantemente gostosa.
“Ela está mais molhada que uma floresta tropical”, Ryker sussurrou.
“Você já esteve em uma floresta tropical?”, Marcello o desafiou.
“Não”, Ryker admitiu dando uma risadinha. Ele sorriu de volta para o
amigo com um ar de triunfo no rosto. “Mas agora sim.”
O combinado era simples: tinha que ser rápido. Ryker começaria e nós
continuaríamos a foder Summer pelo resto do caminho para casa.
Assisti seu rosto se contorcer em uma máscara de puro êxtase. Sua
boca ligeiramente aberta, os lábios separados. Seus olhos sem foco, mas
ainda assim encarando a escuridão a frente, no meio daquele bosquezinho
de palmeiras.
Eu já tinha visto aquela cara de prazer tantas vezes antes, mas era
sempre eu quem a estava causando. Summer e eu éramos explosivos, tanto
na cama quanto como casal. Tínhamos as melhores brigas, o melhor sexo
de reconciliação, o melhor de tudo.
Eu realmente tinha sido um idiota por deixá-la ir.
“Venha aqui…”
Summer agarrou minha cabeça inesperadamente e me puxou, me
beijando com tanta intensidade que nossas almas se conectaram. Eu senti
meu coração acelerar e meu pau endurecer.
Caralho…
Os sentimentos malucos que eu tinha desenvolvido por ela de novo era
tão intensos quanto antes de terminarmos. E talvez, pensei, entorpecido,
ainda mais.
“Obrigada por isso”, ela sussurrou me beijando. “Você… não sabe o
que isso significa para mim, Aiden.”
Meu estômago se agitou de excitação, enquanto eu a assistia balançar
para a frente e para a trás. Senti suas mãos delicadas segurarem meu rosto,
embalando-o suavemente enquanto seus olhos se fixavam nos meus.
“Eu não poderia fazer isso sem você”, Summer sussurrou. “Eu não
gostaria de fazer isso sem você…”
Ela me beijou mais, me fazendo endurecer incrivelmente mais. Eu
tinha a urgência de afastar Ryker e penetrá-la. Mas não era por ciúme,
inveja ou algo do gênero. Era só uma luxúria animalesca que me movia,
enquanto eu assistia a minha garota fazendo aquilo que no passado tinha
sido considerado um tabu maluco e indescritível.
Mas não mais…
Eu a beijei com fervor, curtindo seus gemidinhos e sussurros de prazer.
Segurando-a enquanto seu corpo tremia. E atrás dela, Ryker continuava
bombeando, seus dedos estavam flexionados, controlando sua bunda linda e
nua. Uma bunda que não fazia muito tempo que tinha sido só minha.
Isso é atrativo, não é?
Claro, eu tinha que admitir para mim mesmo. O aspecto voyeurista do
nosso quadrângulo amoroso era realmente um bônus. Poder assistir e ver
todo o prazer no rosto da minha parceira. A emoção de assistir seu corpo se
mover, se contorcendo sob o controle de outro homem que não eu.
As pregas do seu vestido balançavam enquanto Summer girava para
trás, suplicando a Ryker que a preenchesse, dando o que ela queria. Ela
estava beijando Marcello naquele momento, com tanta intensidade e calor
que seu rosto ficou vermelho. Eles se beijaram de língua até ela ficar suada
e sem respirar, então voltei para mais perto porque era a minha vez.
Ryker gozou com um engasgo, seu corpo ficou duro contra o dela.
Agarrando o corrimão com as duas mãos, vi os olhos de Summer se
arregalarem. Seus olhos verde-jade encontraram os meus, procurando por
aquela conexão íntima enquanto meu melhor amigo bombeava e pulsava,
espirrando seu leite quente dentro dela.
Eu te amo, ela sussurrou. Aquelas três palavras tinham dito por nós
tantas vezes antes, mas nunca daquele jeito.
“Eu também te amo”, murmurei no seu ouvido.
Marcello deu um assobio curto e baixo — o sinal que combinamos
caso alguém se aproximasse — e os dois se afastaram rapidamente. Ryker
ficou ereto e arrumou a calça. Summer ajeitou a saia do vestido e então
afofou o cabelo como se nada tivesse acontecido.
Mas tudo tinha acontecido. Tudo estava acontecendo. E muito mais
rápido do que tínhamos imaginado.
Um casal passou por nós, acenando educadamente. Acenamos de
volta, fingindo estar olhando a paisagem. Sorrindo amigavelmente como se
compartilhássemos uma piada interna.
“Me levem pra casa”, disse Summer, escorregando as mãos para
segurar a minha e a de Marcello. “E me mostrem exatamente o que vocês
queriam fazer comigo antes do jantar.”
Capítulo 29
SUMMER
SUMMER
SUMMER
Ryker falou, nós escutamos. Ele teve que repetir algumas vezes para
explicar corretamente, mas finalmente entendemos.
“Então cada vez que um computador é inicializado”, Aiden disse de
novo, “esse Perses é ativado?”
“Sim”, respondeu Ryker.
“E ele rastreia — o que você disse? Um arquivo no lugar remoto?”
Ryker assentiu de novo. Sua cabeça ainda estava entre as mãos.
“E quando ele encontra o arquivo, tudo fica bem?”, eu perguntei.
“Nada acontece?”
“Do jeito que está agora, sim”, disse Ryker. “A não ser que eu altere o
arquivo, o que eu consigo fazer facilmente do meu telefone. Eu posso
desligá-lo. Informar que a máquina foi comprometida.”
Marcello limpou a garganta. “E então da próxima vez que alguém
iniciar a máquina… e o programa detectar que o botão foi desativado…”
Ryker assentiu. “Ele abandona o drive e limpa e elimina tudo o que
está salvo.”
Houve um momento de silêncio enquanto digeríamos as
consequências.
“Tudo?” Aiden perguntou.
“Tudo.”
Aiden dobrou as mãos atrás da cabeça e deixou um longo e profundo
suspiro sair. “Merda, então eu acho que é nosso último recurso”, ele disse
melancolicamente.
“Mas se tivermos que fazer…”, Marcelo adicionou, inutilmente.
Ryker parecia completamente miserável. Como se alguém tivesse dado
um chute no seu estômago.
“Pergunta estúpida”, eu disse abruptamente. “Você consegue rastrear o
laptop?”
“Não é estúpida”, Ryker respondeu, se virando para mim. “E sim, eu
consigo. Mas só quando ele está ligado.”
“Bom, isso não ajuda muito.”
“Um pouco”, disse Marcello. “Sim, no momento que eles ligarem a
máquina, terão acesso a tudo. Mas se estivermos perto o suficiente,
podemos chegar no local a tempo.”
Aiden foi até o frigobar e trouxe quatro garrafas d’água gelada. Eu
queria algo que me entorpecesse, mas não tínhamos mais clima para isso,
pelo menos não naquela noite.
“Precisamos de um plano”, ele disse, nos entregando as águas. “Um
plano que nos leve direto ao laptop, ou então o destruímos.”
Percebi que as últimas palavras mexeram com Ryker. “Na pior das
hipóteses”, seu melhor amigo o lembrou.
Aiden assentiu solenemente. “Só em último caso.”
Elaboramos um plano juntos. Envolvia ligar o programa de rastreio no
celular de Ryker e atualizar a cada minuto. Marcello queria ir até a ilha
central e tentar achar Corey e seus capangas. Aiden quase concordou, mas
não exatamente.
“Vamos esperar por enquanto”, ele disse, “ver se eles vão tentar ligar a
máquina.”
“E se eles ligarem?”, perguntei.
“Vamos lá buscá-la”, ele acenou para Marcello. “Enquanto vocês
esperam aqui.”
“Nada disso.”
Ryker e eu respondemos em uníssono. Aiden revirou os olhos.
“Vocês acham que quatro pessoas é melhor do que duas?”, ele
perguntou. “Só chamaríamos mais atenção. Ficaria mais fácil pra eles nos
notarem primeiro e o plano estaria arruinado.”
“Mas—”
“Sem mais”, Aiden disse com firmeza. “Agora esperamos.”
Acontece que a parte de esperar era realmente um saco. Fomos para
fora, tentar aproveitar o calor e a beleza da noite. Até nadamos um pouco
próximo do nosso deque, em duplas, enquanto os outros dois atualizavam o
programa.
Hora após hora a noite caia. Passamos o tempo conversando, trocando
histórias e compartilhando detalhes de nossas vidas. Aiden, Ryker e eu
tínhamos três anos para colocar em dia. Era interessante ouvir o que
tínhamos feito naquele tempo. Até mesmo as pessoas com quem saímos… e
que não deu certo.
“Então além de sucesso no trabalho, o que mais vocês conquistaram
nos últimos três anos?”, perguntei ao Ryker.
“Morenas”, ele respondeu. “Belas morenas.”
Eu fiz uma careta e joguei uma toalha nele.
“Nenhuma delas era tão linda quanto você, é claro”, ele sorriu. “Mas
—”
“Sim, bom, pra ser sincera, eu estive com uns loiros”, eu disse.
“Viu só?”, Ryker deu uma risadinha. “Ampliamos os horizontes uns
dos outros.”
Sentei-me de volta na cadeira e continuei contando nos dedos. “Vamos
ver, Kyle, Michael, Blake…”
Ryker riu. “Você saiu com um cara chamado Blake?”
“Sim, por quê?”
“Não sei”, ele deu de ombros. “Acho que parece um nome inventado.
Ou falso—”
“Falso? Você está me chamando de mentirosa?”
“Não, não!”, ele respondeu defensivamente. “Estou dizendo que o
único ‘Blake’ que eu conheço não se chama Blake de verdade.”
Ambos nos encaramos, dois segundo depois explodimos em
gargalhadas.
“Ok”, finalmente cedi. “Você pode estar certo.”
Era bom ver Ryker finalmente gargalhando, um pouco relaxado. Ele
tinha ficado tão tenso que pensei que ele fosse ter uma crise. Eu não
conseguia imaginar como me sentiria se alguém roubasse todo o meu
trabalho. Mas do que tudo, eu queria fazer a coisa certa.
“Então me diga… o que meu ex-namorado tem feito?”, perguntei.
“Além de conquistar morenas bonitas.”
“Ex ex-namorado.”
“Isso”, sorri.
“Bem”, Ryker suspirou. “Você sabe que ele é viciado em trabalho.
Você sabe que viajamos pra onde quer que precisemos pra viabilizar a
promoção do site. Mas o Aiden…”
Ryker olhou para o horizonte, encarando o azul do mar. seu rosto ficou
tenso de novo.
“Ele exige muito de si mesmo”, Ryker disse. “O trabalho, os clientes,
nossa conta bancária… nós três somos sócios majoritários, mas ele pega o
trabalho todo pra si. Mesmo quando tudo está fantástico como agora, ele
acha coisas para remoer. Ele está sempre se punindo por algum motivo.”
“Tipo o quê?”
“Bem”, disse Ryker hesitante. “Por muito tempo, você.”
Minhas sobrancelhas se ergueram, “Sério?”
“Summer, você não faz ideia.”
Eu não fazia mesmo. Aiden ficou em silêncio pela maior parte do
tempo desde que terminamos, e eu o admirei à distância. Não fazia ideia de
como ele se sentia.
“Ele sempre se arrependeu de ter deixado você ir”, Ryker continuou.
“Então, quando você entrou em contato com ele, Aiden ficou absolutamente
empolgado. E agora isso”, ele fechou a mão sobre a minha. “Ele está muito
assustado agora, com medo de que isso não funcione. Ele tem medo de
afastar você, te assustar, te sobrecarregar com—”
“Eu não vou me assustar”, eu disse firmemente. “E não estou
sobrecarregada.”
Ryker sorriu e acenou. “Eu sei. Você é forte. Eu disse isso ao Aiden
muitas vezes. Ele sabe também, mas tem medo de acreditar. Você perguntou
o que Aiden fez nos últimos três anos?”
Meu amante tatuado apertou o botão de atualização no seu telefone de
novo. Se esticando nos dois braços, ele suspirou.
“Ele tentou preencher o vazio que você deixou.”
Capítulo 32
SUMMER
“Pequena, acorda…”
Acordei meio grogue, me esticando na cama macia e quente do
bangalô. Aiden estava me abraçando e sorrindo na penumbra.
“O—o quê?”, me sentei na cama. “Aconteceu alguma coisa?”
A mão de Aiden estava no meu braço, me dando segurança. Reparei
que ele estava vestido e com os sapatos nos pés.
“Eles ligaram o computador de Ryker, não ligaram?”
“Sim.”
Coloquei os pés no chão e me levantei imediatamente. Mas antes que
eu pudesse fazer qualquer outra coisa, ele me segurou.
“Vamos pegá-lo de volta, certo? Ou melhor, você vai pegá-lo de
volta!”
“Não”, ele respondeu calmamente. “Ainda não.”
Pisquei algumas vezes, tentando sair do transe do sono. Não conseguia
entender.
“Por que não?”
A voz de Marcello cortou o ar, baixa e profunda. Ele e Ryker tinham
acabado de surgir no portal, totalmente vestidos.
“Porque está em Sidney.”
Minha cabeça girava. Eu não sabia por quanto tempo tinha dormido,
nem me lembrava de ter me deitado.
“Sidney? Austrália?”
Aiden acenou. “Corey e sua equipe devem ter partido logo depois de
roubar o laptop. Encontrei um voo que decolou nove horas atrás. É a única
possibilidade que eles tinham.
Minha garganta doía como se eu tivesse engolido areia. Eu olhei em
volta com a urgência, até alguém me dar água.
“Vou levar Ryker e Marcello pro aeroporto”, disse Aiden. “Eles vão
atrás do laptop.”
Minha testa se enrugou. “Espera, mas e você?”
“Eu tenho que ficar aqui”, ele disse. “Já foi ruim o suficiente eu ter
requisitado o jatinho. Se eu abandonar nosso cliente, vamos perdê-lo. E não
podemos perdê-lo.”
Engoli o líquido gelado, tentando acabar com o conteúdo da garrafa.
Tudo estava acontecendo muito rápido.
“Quero que você vá com eles”, Aiden disse gentilmente.
“Você não quer que eu fique com você?”
Ele chacoalhou a cabeça. “Nada disso. Vou ficar fora o dia todo,
filmando, editando, indo de um lugar pro outro. Eles querem alugar um
hidroavião para irmos para Huahine. Lá tem muitos jardins bonitos.”
“Mas você vai estar sozinho”, protestei.
“Até terminar o trabalho. Então vou pegar um avião e ir encontrar
vocês em Sidney. Mas por enquanto…” ele acenou na direção da porta.
“Você precisa ajudar esses dois. Ser a voz da razão. Assegure-se de que eles
não façam nada estúpido.”
Eu acenei devagar. Mecanicamente. “Ok.”
“Tudo isso é minha culpa”, disse Aiden. “Eu deveria saber que Corey
tentaria algo assim.”
“Não é sua culpa”, Marcello interrompeu. “Não é culpa de ninguém.
Só do idiota do Corey.”
“Sim, mas eu fui estúpido”, Aiden discordou. “Aquele imbecil tem
tentado roubar nossos clientes desde que o tiramos do negócio. E nós
deixamos as coisas por aí? O equipamento de filmagem, os laptops, tudo…
simplesmente saí para jantar e—”
“Pare!”, interrompi. “Eles estão certos. Não é sua culpa.”
Ryker acenou da porta, com os braços cruzados. Seu pé estava inquieto
no chão. Ele parecia ansioso.
“Vou me vestir e arrumar tudo rapidamente”, eu disse. “Me dê cinco
minutos que eu encontro vocês lá fora.”
Os outros homens acenaram, deixando Aiden e eu sozinhos. Coloquei
a garrafa de lado e escorreguei para perto dele até nossos corpos se tocarem.
“Não é sua culpa”, eu disse de novo. “Você tem direito de tirar férias
enquanto trabalha — e você não deveria precisar esconder as coisas só para
ir jantar com sua nova linda namorada”, meus olhos encontraram os dele e
eu sorri. “Que, apenas por acaso, também é sua antiga linda namorada…”
As sobrancelhas de Aiden relaxaram um pouco. Debaixo da sua barba,
seus lábios esboçaram um sorriso, era o suficiente para mim.
“Esse Corey é um ladrão mentiroso”, cuspi. “Ele é o único responsável
por isso tudo, não você.”
Escorreguei os braços em volta dele, puxando-o para perto. Ou melhor,
me puxando para perto dele. Aiden finalmente reagiu com os braços
flexionados enquanto me puxava para perto do seu peito. Senti a tensão
deixar seu corpo, mesmo que só um pouco.
“Agora…”, eu disse, beijando seus lábios suavemente. “Isso é pra te
deixar…”, o beijei novamente. “…interessado e motivado…”, projetei
minha língua para provocá-lo. “… até você chegar em Sidney.”
Nossas bocas se abriram e nossas línguas explodiram em um fogo
apaixonado familiar. O mesmo calor e as mesmas fagulhas do início do
nosso relacionamento anos antes na faculdade.
Fatalmente paramos e eu o deixei ir, mas não sem relutar. As partes de
baixo dos nossos corpos disseram seu último adeus, permanecendo uma
contra a outra como uma promessa silenciosa para o reencontro.
“Vamos recuperar o laptop”, prometi. “Não se preocupe.”
“Isso ou você deleta tudo”, Aiden disse solenemente. “Summer, estou
falando sério. Por favor, não deixe Ryker hesitar, ele vai tentar, e isso pode
fazer com que Corey—”
“Prometo”, eu disse, e eu estava falando sério. “Não vou deixar isso
acontecer.”
O silêncio tomou conta do bangalô vazio enquanto encarávamos
nossas almas. Nossos olhos diziam tudo. Durante todo o nosso
relacionamento foi assim.
Observei ele caminhar até a porta, mas ele parou e se virou.
“Summer?”
“Sim?”
A linguagem corporal de Aiden me disse o que ele queria dizer. Meu
coração cantou de alegria.
“Eu também te amo”, sorri, antes mesmo dele abrir a boca.
Capítulo 33
RYKER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
Eu não fazia ideia de como ele tinha passado despercebido por mim.
Ou ele chegou no bar quando eu não estava olhando ou tinha vindo
enquanto eu e Marcello conversávamos perto do elevador, o que não havia
durado dois minutos.
Mais alarmante ainda, ele me escolheu entre a outra dúzia de mulheres
que já estava no bar. A maneira como ele me olhava naquele momento era
como se—
Ele não te conhece.
Era uma pílula difícil de engolir. Parecia tão improvável.
Não tem chance nenhuma dele te conhecer.
Provavelmente não mesmo. Aiden e eu tínhamos terminado antes de
Corey se juntar ao time. Até aquela semana, eu nem sabia quem ele era.
“Então… você é uma de nós?”
“Nós quem?”, perguntei, ceticamente.
Minha resposta parecia ter sido uma vitória para ele. O homem sorriu
triunfante e acenou.
“Uma compatriota americana”, ele declarou. “Seu sotaque é adorável,
mas eu já sabia antes mesmo de te ouvir.”
“Ah”, respondi, com um sorriso. Me sentia forçada a fazer aquilo,
mesmo contrariada. Dei o meu melhor para parecer natural. “Culpada”.
O homem se moveu devagar para o banco próximo do meu e estendeu
uma mão. “Meu nome é Corey.”
“Amber”, sorri de volta.
Era um codinome que eu já tinha usado incontáveis vezes — uma
tolice, porque rimava com meu nome. Eu sempre tentava me convencer de
que era um trocadilho inteligente.
“Costa Oeste?”, Corey perguntou, me olhando de lado como se
estivesse tentando solucionar um enigma secreto.
“Sul da Califórnia”, menti.
“Onde exatamente?”
“Irvine. Comprei uma casa em Woodbridge, já faz uns três anos que
moro lá.”
A história se desenrolou rápida e facilmente porque não era minha
história. Copiei a vida de minha amiga Marissa, que tinha se mudado para
lá naquela mesma época.
“Então viajei todos esses quilômetros”, Corey continuou com uma
risadinha, “pra conhecer outra loira californiana?”
“Desculpa ser tão básica.”
“Você não é básica”, ele respondeu rapidamente, com o sorriso
crescendo quando seus olhos penetraram os meus. “Longe disso.”
Ele parecia estar ficando confortável e aquilo era muito bom. Me fazia
relaxar um pouco, me soltar enquanto decidia o que fazer.
“Então você está aqui a trabalho ou lazer?”, ele perguntou.
“Eu espero um pouco dos dois, na verdade”, respondi. “Entretanto
passei o dia presa aqui.”
Antes que ele pudesse responder qualquer coisa, virei meu segundo
shot de tequila e pedi mais dois. O bartender assentiu.
“Aparentemente eles tiveram um contratempo com o meu quarto”,
expliquei. “Só vou poder fazer check-in mais tarde.”
“Que horas?”
“Só Deus sabe”, dei de ombro. “Eles não me explicam nada. Já me
pediram pra me retirar da recepção duas vezes, então resolvi apenas esperar
aqui.”
Os olhos de Corey encaravam a parte de baixo do meu corpo, pensei
que ele estivesse conferindo minha saia — e talvez ele estivesse também.
Mas vi que ele se deteve nas minhas mãos antes de me olhar nos olhos de
novo.
“Sem aliança”, eu disse, levantando a mão e mexendo na direção dele,
“viu?”
Ele levantou a mão desnuda e sorriu para mim como quem diz eu
também.
“Sim, eu sei”, eu disse, forçando um sorriso. “Já tinha reparado.”
Ele chegou mais perto e aquilo me deu calafrios. Corey não era feio,
na verdade, se eu não soubesse que ele era um ladrãozinho de laptops e um
filho da puta competitivo, eu diria que ele era até bonito.
Mas eu tinha que continuar o jogo.
“Você está aqui sozinha?”
“Só eu e Deus”, respondi, apontando ao redor. “Uma colega de
trabalho me encontraria aqui, mas precisou cancelar em cima da hora.”
Ele chacoalhou a cabeça em compaixão. “Que saco viajar sozinha.”
“Com certeza”, pausei. “Você também está sozinho?”
Eu deveria ter parado de perguntar detalhes, mas queria realmente
saber. Eu tinha analisado o bar algumas vezes desde que tínhamos
começado a conversar e eu não vi ninguém com ele.
“Com alguns colegas de trabalho, até a nossa última parada”, ele
admitiu, “Mas eles voltaram pros Estados Unidos.”
Acenei devagar. Mecanicamente. Bom saber.
“Então sim, estou tão solitário quanto você”, ele deu uma golada no
seu próprio copo, que parecia conter um certo líquido avermelhado com
gelo. Ele lacrimejava quando devolveu o copo vazio para o balcão.
“Eu nunca disse que estava solitária”, provoquei.
“É porque eu estou aqui”, ele deu um sorrisinho.
“Você está.”
Corey acenou devagar, e ergueu corajosamente uma sobrancelha.
“Namorado?”
Dei de ombros, bebendo minha cerveja. “Alguns.”
Ele deu uma gargalhada como se tivesse entendido. Eu dei outra
porque era impossível ele ter entendido.
“Bom, eu tenho um quarto”, ele disse, sem rodeios. “Quer conhecer
enquanto você não tem o seu próprio?”
Meu coração estava acelerado batendo contra meu peito. Naquele
momento ele parecia sair pela boca.
“Vale a pena?”, perguntei num impasse.
“O quê?”
“Conhecer seu quarto.”
“Pode ser que sim”, ele respondeu.
Analisei o lobby por um enésimo, procurando por Ryker ou Marcello.
Nem sinal deles.
“E então?”
“Você tem alguma bebida?”, perguntei.
“No meu quarto?”, ele assentiu novamente. “Sim.”
Nós vamos recuperar. Prometo.
Minha conversa com Ryker voltou à minha mente e eu respondi: “Ok,
então”, meu estômago se revirava. “Vamos.”
Capítulo 37
SUMMER
SUMMER
MARCELLO
SUMMER
SUMMER
SUMMER
AIDEN
SUMMER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
SUMMER
“Mmmmhhhmmm…”
Os braços de Aiden se flexionaram, seus músculos estavam tão duros
que pareciam pedras. Me agarrei neles com força, assistindo com satisfação
sua expressão mudar de prazer simples para êxtase absoluto.
“CARALHO, isso é bom!”
Ele bombeava fundo em mim, gemendo quando atingia meu fim. Eu
sorria para ele diabolicamente.
“Tão bom quanto você lembrava?”, perguntei.
Ele chacoalhou a cabeça com os olhos fechados, perdido no momento
enquanto a morfina da luxúria invadia seu cérebro.
“Melhor.”
Apertei seus braços de novo, mesmo com o resto do corpo relaxado. O
prazer voltou rapidamente, aquele sentimento de preenchimento, de ser
penetrada profundamente e intimamente. Ou de fazer algo livre e lindo,
algo que eu fiz tantas vezes antes mas que não fazia por um longo tempo.
Bom, tinha anos desde a última vez que ele comeu meu rabo.
“Ele ficou mais apertado?”, ele gemeu, estocando devagar.
“Talvez.”
O apertei intencionalmente, induzindo outro gemido. Meu próprio
prazer voava em direção ao limite da dor, mas uma dor boa.
Caralho…
Tecnicamente, era o único lugar em que eu não tinha sido fodida
naquele quarto todo — meu rabinho travesso. Parecia certo ser Aiden o
responsável pela inauguração. Especialmente porque ele tinha sido o
responsável pela primeira vez.
“Devagar.”
Ele estava acelerando novamente, rápido demais. Não era a primeira
vez que a tentação tinha me feito ser negligente assim, e provavelmente não
a última.
“O que você acha?”
Eu direcionei a pergunta para Marcello, que assistia ao meu lado. Ele e
Ryker estavam me beijando durante. Arrastando seus dedos pelo meu corpo
enquanto nossas línguas dançavam e Aiden me deixava com tesão, molhada
e pronta.
“Isso me dá muito tesão”, Marcello admitiu. Ele deu uma risadinha,
ainda extasiado. “Eu topo.”
Seria a primeira vez dele. Ele admitiu para nós que nunca teve uma
namorada aventureira o suficiente para tentar. Já Ryker…
“Mal posso esperar”, meu amante tatuado suspirou sensualmente no
meu ouvido. “Vamos abrir essa porta, desbravar novos territórios…”
Um arrepio tomou conta de mim, só de pensar no que ele estava
propondo. Visualizei as coisas que achei que eles fariam, era questão de
tempo, de oportunidade.
“Isso é bom?”, Marcello zumbiu do outro lado do meu pescoço.
“Aham!”, murmurei, nas nuvens.
“Muito bom?”
“Maravilhosamente bom…”
Estiquei a mão para masturbá-lo com força. Ele já estava duro feito
pedra. Sua própria mão tinha trabalhado para cima e para baixo no seu
membro, mantendo-o no limite.
“Deixe-me cuidar disso.”
Afastei sua mão e tomei conta do membro. Imitando alguém que toma
posse do que lhe pertence. Estocando-o da ponta até a base, enquanto Ryker
puxava minha cabeça e me beijava tão profundamente que tudo girou.
Puta merda…
Aquele era meu novo normal. Bem assim. Bem ali. Naquele momento.
Me engasguei com uma estocada em particular, e a boca molhada de
Ryker me fez prender a respiração. Eu o beijei com mais afinco, segurei sua
cabeça e esmaguei seus lábios nos meus.
Sim, aquela era minha vida nova. Três namorados, três amantes. Três
homens incríveis trabalhando juntos e sozinhos para satisfazer meus
desejos, meus pedidos, minhas fantasias mais profundas.
De uma vez só.
Quando eu quisesse.
“Você é o melhor ex-namorado de todos, sabia?”, murmurei, sem ar.
Apertei Aiden dentro de mim, dando outra piscada. “Talvez no universo
todo.”
Ele sorriu e continuou me fodendo, se enfiando profundamente no meu
lugar mais secreto. Me lembrando ainda mais de como costumava ser bom,
e porque eu não deveria tê-lo deixado ir.
“Fomos loucos por termos terminado”, ele grunhiu.
“Eu sei.”
“É sério, Summer”, seu rosto estava se contorcendo, ele se aproximava
do ponto sem retorno, “isso é outro nível…”
Estiquei a mão na direção dele, puxando-o para baixo para beijá-lo. Eu
podia senti-lo me esticando gloriosamente por dentro, me fazendo engasgar
enquanto me beijava.
“Não vai ser uma longa cavalgada”, ele me alertou, com os lábios
tocando os meus. Eu ri.
“Tudo bem.”
“Eu provavelmente não… vou conseguir…”
Escorreguei meus braços pelos seus ombros, enrolando seus cabelos
nos meus dedos. Com a outra mão, cravei as unhas na sua nuca.
“Pequeno, tudo bem”, suspirei com a voz rouca, no seu ouvido. “Me
dê tudo…”
Um segundo depois ele terminou, enchendo meu canal com seu creme
quente. Enfiando tão profundamente nas minhas coxas que seu pau batia
profundamente no meu rabo.
“Caralhoooo…”
Ele despencou sobre mim, como um soldado abatido. Exausto e
delirante, com o cérebro nadando num oceano de prazer.
“Sim, pequena, isso…”
Eu estava acariciando seu cabelo, segurando-o firme contra meu corpo,
enquanto corria minhas unhas pelas suas costas. Eu senti que ele pertencia a
mim novamente. De verdade. Meu coração doía de nostalgia, pensando no
quanto eu tinha perdido.
Mas nunca mais.
“Ok, chefe”, ouvi Ryker dizer, cutucando o amigo. “Você tem que
compartilhar a namorada, lembra?”
Capítulo 49
SUMMER
SUMMER
DELILAH
Seus olhos são de um incrível azul cerúleo com riscas de um tom mais
escuro, que fazem com que ele pareça esperto e inteligente, apesar da idade.
Olhos que se fixam intensamente em você e encantam sua alma. O tipo que
deixará qualquer garota de pernas bambas...
... daqui uns quinze ou dezesseis anos.
-- Oi, fofinho!
O garoto loiro sorriu, de seu lado das arquibancadas. Ele corria de um
lado ao outro da escada de concreto, em uma espécie de esconde-esconde
entre eu e o que parecia ser uma outra menina de sua idade.
-- Onde está sua mamãe?
A pergunta pareceu confundi-lo. Ele hesitou por um momento,
deixando escapar uma risadinha antes de sair correndo novamente.
Uau. Muito fofo ele.
Voltei a prestar atenção no show dos leões-marinhos, que estava
prestes a começar. Eu sabia disso porque a domadora, uma morena bonita
na casa dos vinte e poucos anos, tinha começado a andar pela plataforma,
reunindo todo o material necessária para entreter o público. Incluindo um
balde de peixes molengas.
Pude sentir outra onda de tristeza me invadindo, mas me apressei a
afastá-la. Normalmente eu estaria apontando e sorrindo. Partindo pedaços
iguais de algodão doce azul e rosa e distribuindo-os para minha sobrinha e
meu sobrinho.
Só que agora, pela primeira vez na vida, eu estava sozinha no aquário.
-- SENHORAS E SENHORES!
A voz da domadora faz um barulho ensurdecedor com a estática em
algum ponto entre seu fone bluetooth e os alto-falantes. Era preciso
melhorar o velho sistema de som com urgência.
-- Sentem-se, por favor. O show já vai começar!
Quase na mesma hora, o menininho veio correndo novamente até mim.
Ele estava chegando cada vez mais perto, me vendo menos como uma
estranha e mais como uma companheira de brincadeira. Acenei novamente
para ele, desejando ter comprado algum algodão doce. Por outro lado,
alimentar o filho de outra pessoa não era exatamente uma boa ideia.
-- Olhe. -- Apontei para o tanque de vidro. -- É melhor ir se sentar, os
leões-marinhos estão chegando!
Ele encarou o tanque por um momento e então voltou a me olhar, com
os olhos arregalados.
-- Vai! -- disse, fazendo sinal para ele ir. -- Volte para os seus pais!
Meu mais recente crush riu para mim e então correu de volta para
perto da menininha. Um homem grande e atraente, trajando um casaco
preto de couro cravejado, está erguendo-a agora em seus braços
musculosos. Seu peitoral é tão longo que ele parece maior do que eu,
mesmo sentado.
Caralho.
Outro homem insanamente bonito, com um cavanhaque escuro, se
senta ao lado do primeiro, cutucando a menina até ela rir. Eu me perco por
alguns instantes admirando o momento de diversão que eles parecem estar
tendo, entre outras coisas.
Rory ri do mesmo jeito.
Ela certamente ri, pensei amargamente. Minha sobrinha tinha o mesmo
riso estridente, enquanto que o de seu irmão, Luke, era mais baixo, como
uma metralhadora. Eu conhecia bem a risada dos dois, depois de tê-los feito
rir um milhão de vezes.
Agora mesmo, se estivessem aqui, eles estariam encarando fixamente
o lado esquerdo do tanque, esperando a abertura dos portões submersos. Os
dois leões-marinhos viriam como duas balas, girando e cortando a água
cristalina de um lado para o outro em velocidade máxima.
Suspirei, deixando as mãos caídas em meu colo. Em cinco anos, essa
era a primeira vez que eu não os trazia aqui para comemorar o aniversário
deles. Bem, não exatamente. Quando eles fizeram três anos, nós tentamos o
museu infantil em Bridgehampton. E embora o lugar colorido fosse
divertido, não chegou nem perto da magia do Riverhead aquarium.
Não, minha dupla preciosa amava esse lugar tanto quanto eu. Da
exibição de borboletas e joaninhas até o tanque circular perto da saída, onde
podíamos alimentar e tocar as pequenas arraias. Uma vez por ano eu os
roubava de minha irmã mais velha, dirigindo para o Leste, para que
pudéssemos caminhar pela caverna escura junto ao tanque dos tubarões,
admirar os polvos, os cavalos-marinho e, claro, assistir ao show dos leões-
marinhos na arena externa.
E claro, eu os mimava o máximo que podia, enviando-os de volta para
casa com as barrigas cheias de doces e três ou quatro criaturas marinhas em
pelúcia, cortesia da lojinha do Aquarium.
Mas agora...
Agora, Patrícia e o marido John tinham se mudado para Maryland,
levando as crianças com eles. E ainda assim, aqui estava eu, visitando o
Aquarium neste dia tão especial. Só que dessa vez, sozinha.
Meu coração dói. Eu tinha achado que vir até que aqui poderia fazer eu
me sentir melhor. Imaginei que um lugar como este só poderia trazer boas
memórias, e que eu poderia fazer uma chamada de vídeo com as crianças
no meio do show dos leões-marinhos.
No entanto, eu estava me sentindo mais triste e saudosa do que nunca.
-- Certo -- a domadora gritou de modo animado no microfone.
Felizmente a estática tinha passado --, eu quero que todo mundo se prepare
para receber animadamente...
E então, tudo aconteceu tão rápido que eu mal tive tempo de reagir. O
menininho passou correndo à minha frente, com os braços erguidos no ar,
esgueirando-se pela abertura da grade de aço, para voar como o Super-
Homem...
NÃO!
Meu coração veio à boca. Sem pensar, minha reação foi imediata,
pulando de onde eu me encontrava e me jogando pela mesma abertura
estreita. Meu corpo mal cabe ali. O único modo é ir na horizontal,
deixando-me totalmente vulnerável aos efeitos da gravidade, enquanto
fecho os braços ao redor do garotinho, para protegê-lo da queda inevitável.
Meu Deus!
Estávamos na quarta ou quinta fileira, a uns bons dois ou três metros
do chão. Enquanto caímos em queda livre, girei meu corpo para protegê-lo,
embalando-o em meus braços enquanto esperava o inevitável choque contra
o cimento.
A última coisa que vi foram os dois pais do menininho, olhando
horrorizados para baixo enquanto corriam para a borda, agarrando a grade.
Logo em seguida senti uma explosão de dor nas costas, ao mesmo tempo
que pontos prateados surgiam em meu campo de visão, antes da escuridão
total.
Capítulo 2
LIAM
DELILAH
DELILAH
DELILAH
A viagem pela North Fork, pela região nordeste de Long Island foi tão
bonita como sempre, mas as coisas pareceram surpreendentes depois de
Mattituck. A estrada continuava para o leste, passando por Cutchogue,
Peconic, e finalmente Southold. Intencionalmente, eu não procurei o
endereço que a florista me deu. Eu queria ser surpreendida.
Puta merda...
Surpreendida não chegava nem aos pés disso.
-- Só pode ser um sonho.
Murmurei as palavras enquanto virava na longa rua arborizada,
passando lentamente por baixo de um grande portão de ferro forjado. A
letra "J", que deveria estar centralizada, estava ligeiramente torta. As
cerejeiras de ambos os lados deveriam estar bem podadas, mas pareciam
disformes e desniveladas.
Ainda assim, a propriedade era gigantesca. E com todo este terreno, no
bairro exclusivo dos Hamptons? Ela poderia estar coberta de espinhos e
ainda assim valeria seu peso em ouro.
A entrada terminava em um loop circular, em torno de uma bela fonte
de pedra multicamadas. Não havia água e, pelo jeito, já fazia algum tempo.
A fonte estava repleta de folhas, e suas paredes estavam listradas e
manchadas.
Outro caminho levava diretamente até a casa, que dominava tudo, de
modo impressionante. Em algum momento ela deve ter sido magnífica, com
torres duplas, empenas invertidas e um grande alpendre envolvente,
rodeando ambos os lados e desaparecendo em direção à parte de trás da
casa. Colunas extravagantes sustentavam o beiral além do qual dezenas de
janelas longas ofereciam vistas incríveis dos arredores da propriedade e do
estreito de Long Island.
Surreal.
Quem quer que tenha morado ali tinha deixado o lugar se deteriorar,
mas havia também novos sinais de esperança. Eu podia ouvir uma batida
constante, e o som distante do que soava como uma serra elétrica.
Andaimes cobriam todo o lado esquerdo da casa, e dois caminhões
diferentes, ambos cheios de madeira e outros materiais de construção,
estavam estacionados ao lado de um sedã preto elegante.
Parei junto à fonte, subi pela calçada e bati na porta dupla, que estava
aberta. Quase imediatamente, o soar do martelo do lado de dentro parou.
Por algum motivo, o silêncio me deixou repentinamente nervosa. E eu
nunca fico nervosa.
-- Olá?
A voz vinda de dentro era grave, mas agradável. Eu vi o deslocamento
das sombras e então um dos dois homens do aquário surgiu no meu campo
de visão.
-- É você!
Seus olhos se arregalaram com o reconhecimento imediato. Ele parecia
tão profundamente chocado que não pude conter um sorriso.
-- Sim. Sou eu.
O pai barbudo da menininha loira usava a camiseta mais apertada e
suja que eu já tinha visto, destacando braços esculpidos e ombros
maravilhosamente musculosos, os quais estavam ainda mais cobertos de
areia e sujeira do que a própria roupa.
-- O que... O que você está... como você...
-- Vim agradecer por todas aquelas flores -- disse sorrindo --, mas
principalmente, para ver o menino. Eu precisava ter certeza de que ele
estava bem.
-- Jace -- disse o homem, soltando o ar. -- Você está falando do Jace.
-- Este é o nome dele?
-- Sim.
-- E você é...
-- Liam -- disse ele, tornando-se ainda mais vermelho do que já estava.
Ele estendeu uma mão coberta de serragem, parou e a limpou em sua perna
algumas vezes antes de estendê-la novamente. -- Desculpa, eu estava...
-- Trabalhando duro -- completei. -- Eh, eu percebi isso.
Ele era maior do que eu me lembrava, mais alto, mais magro e mais
imponente. Sua camiseta estava tão apertada, que chegava a estar rasgada
em alguns pontos, deixando aparecer um tronco largo e musculoso
assentado em numa cintura fina e estreita.
Merda.
Me obriguei a olhar novamente para cima quando meus olhos
alcançaram o botão de seu jeans desbotado, mas não sem antes dar uma boa
olhada em seu abdômen. Não tinha como não olhar, na verdade, eles eram
proeminentes, mesmo através da camiseta. Distraidamente, eu me
perguntava se ele era casado ou...
-- Devo me virar?
Merda, ele me viu olhando. Nada a ser feito, mas...
-- Se você não se importar, claro.
A risada de Liam era tão fofa quanto ele e eu meio que esperava que
ele se virasse e me mostrasse a bunda. Em vez disso, seus olhos desceram,
encarando meu próprio corpo descaradamente. Se ele tivesse uma esposa ou
namorada, nós dois estávamos agindo provavelmente como dois babacas.
Mas se não...
-- Vem, entra -- disse ele. -- Os outros vão cair duros quando virem
você.
Entrei no hall de entrada da casa inacreditável, coberto de serragem,
ferramentas e gesso partido. Dois conjuntos de degraus elevavam-se para a
esquerda e para a direita, conduzindo ambos a uma varanda ornamentada,
no segundo andar. Um deles coberto com papel de parede marrom.
-- Os rapazes estão por aqui... -- disse ele, parando debaixo de um
arco, enquanto puxava uma cortina de plástico.
Rapazes. No plural. Franzo minha sobrancelhas.
-- Espera, não guardei seu nome.
-- Eu não falei -- sorri --, mas é Delilah.
-- Delilah? -- Ele falou devagar, como se estivesse saboreando.
-- Isso.
-- Nunca conheci uma Delilah antes -- disse ele sorrindo, ainda
segurando a cortina para mim. -- Mas é um belo nome.
Atravessamos para uma outra parte da casa, que obviamente não
estava em obras ainda. Os cômodos eram cavernosos e com pouca
decoração. No entanto, vi alguns quadros. Em um deles havia medalhas e,
em outro, o que pareciam ser alguns emblemas coloridos. Uma bandeira
americana não estava apenas pendurada na parede, mas ela se estendia
sobre tudo. Tudo parecia limpo e utilitário e...
Militar.
A cozinha, no entanto, tinha sido modernizada e parecia viva.
Enquanto passávamos por ela, pude sentir o aroma de algo cheiroso e então
vi a panela de molho no fogão. Liam abriu um par de portas francesas do
outro lado de uma mesa de cozinha alongada, as quais levavam a um pátio
cheio de vegetação.
Quase imediatamente vi o menininho que voara como o Super-Homem
pelas arquibancadas. Ele estava brincando na grama com a menina loira,
rolando uma bola para frente e para trás com um terceiro homem que eu
não conhecia.
-- Vejam quem eu achei! -- gritou Liam.
O outro homem do aquário, o que tinha uma barbicha, estava à minha
esquerda, no meio da serragem de madeira. Ao me ver, ele deixou tudo cair,
incluindo seu queixo.
-- Você!
Sem qualquer outra palavra ele correu até mim, me puxou para os seus
braços e me abraçou até eu gritar de dor.