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Resumo do livro Dângelo & Fattini – Anatomia humana sistêmica e segmentar – Por Bruno

Freitas Trevizo (MIXA):

CAPÍTULO I – Introdução ao estudo da anatomia:

1.0 – Considerações Gerais:

Anatomia (Ana = em partes; Tomein = cortar) estuda os seres organizados.

Ramos da anatomia: citologia (célula), histologia (tecidos e sua organização para virar órgãos),
embriologia (desenvolvimento do indivíduo), anatomia radiológica (por imagens de raios-X),
antropológica (tipos raciais), biotipológica ou constitucional (tipos morfológicos), comparativa
(compara órgãos de espécies diferentes), de superfície (relevos morfológicos).

Composto por 11 sistemas e 2 aparelhos:

a) Sistema tegumentar;
b) Sistema esquelético;
c) Sistema muscular;
d) Sistema nervoso;
e) Sistema circulatório;
f) Sistema respiratório;
g) Sistema digestivo;
h) Sistema urinário;
i) Sistema genital;
j) Sistema endócrino;
k) Sistema sensorial;

Alguns sistemas podem constituir aparelhos:

a) Aparelho locomotor;
b) Aparelho urogenital;

2.0 – Conceito de variação anatômica e normal:

2 variações anatômicas possíveis: externa ou interna.

Pode haver variações anatômicas em um mesmo indivíduo analisando-se os dois lados.


Assim sendo, uma variação anatômica é normal quando ela é puramente estatística e não
compromete a saúde do indivíduo.

3.0 – Anomalia e Monstruosidade:

Anomalia é uma variação anatômica que perturba a função, mas não compromete a vida.
Exemplo: polidactilia.

Monstruosidade é uma variação anatômica que compromete a vida. Exemplo: agenesia.

4.0 – Fatores gerais da variação:

São elas: idade, sexo, raça, biótipo e evolução.

A) Idade:

Composta de 2 fases, a primeira com 3 subfases e a segunda com 8 subfases: intra-uterina


(ovo, embrião e feto) e extra-uterina (recém nascido, infante, menino, pré púbere, púbere,
jovem, adulto e velho).

a) Fase intra-uterina:

- Ovo: primeiros quinze dias;

- Embrião: até o fim do segundo mês;

- Feto: até o nono mês;

b) Fase extra-uterina:

- Recém nascido: até o primeiro mês;

- Infante: até o fim do segundo ano;

- Menino: até o fim do décimo ano;

- Pré púbere: até a puberdade;

- Púbere: dos 12 aos 14;

- Jovem: até 21 para feminino e 25 para masculino;

- Adulto: até a menopausa, próximo aos 50 anos (castração natural feminina) e ao


correspondente masculino aos 60 anos.

- Velho: além dos 60;


B) Sexo:

Diferenciação dentre os sexos, mas a mesma também é possível fora da esfera genital;

C) Raça:

Denominação conferida aos grupos humanos de características comuns;

D) Biótipo:

Composto por 3 tipos: longilíneo, brevilíneo e mediolíneo.

Somatória de caracteres hereditários e ditados pelo meio;

Exemplos de extremos:

a) Longilíneo: Alto e magro, tórax achatado ântero-posteriormente membros longos em


relação ao tronco.

b) Brevilíneo: Baixos, pescoço curto, tórax com grande diâmetro ântero-posterior, membros
curtos quanto ao tronco.

c) Mediolíneos: Intermediários aos anteriores.

E) Evolução:

Com o tempo, gera diferenças morfológicas (visto os fósseis);

5.0 – Nomenclatura anatômica:

Termos indicam uma ou mais das opções: forma, posição ou situação, trajeto, conexões ou
inter relações, relação com esqueleto, função, critério misto.

Abreviações:

a. - artéria.

aa. - artérias.
v. – veia.

vv. - veias.

fasc. - fascículo.

gl. - glândula.

lig. - ligamento.

ligg - ligamentos.

m. - músculo.

mm. - músculos.

n. - nervo.

nn. - nervos.

r. - ramo.

rr. - ramos.

Ou seja: será sempre a inicial do nome completo e se tiver suas repetidas no final da palavra,
será seu plural.

6.0 – Divisão do corpo humano:

Composta por 3 partes gerais: cabeça, pescoço, tronco e membros.

Cabeça se liga ao tronco pelo pescoço.

Membros se dividem em superiores e inferiores: superiores ou torácicos, inferiores ou


pélvicos. Eles tem raiz e uma parte livre.

Entre braço e antebraço há o cotovelo. Entre antebraço e mão há o punho.

Entre coxa e perna há o joelho. Entre Perna e pé há o tornozelo.

Posterior do pescoço é a nuca. Posterior do tronco é a espinha.

Obs.: Se diz torácicos e não toráxicos! Perna é para baixo do joelho, para cima é a coxa! Mão é
a frente do punho e pé é a frente do tornozelo.

7.0 – Posição anatômica:


Padrão: postura militar com palma da mão para frente e calcanhar unido.

8.0 – Planos de delimitação e secção do corpo humano:

Existem 2 planos: de delimitação e de secção.

A. Planos de delimitação:

Existem 6 planos de delimitação: ventral ou anterior, dorsal ou posterior, lateral direito, lateral
esquerdo, cranial ou superior e podálico ou inferior.

Para facilitar o texto: formando um paralelepípedo como se o corpo estivesse dentro duma
caixa e esta estivesse encostada na parede com a pessoa de pé e seu dorso (posterior) tocando
o fundo da caixa e esta tocando a parede.

a. Plano ventral ou anterior: seria a tampa da caixa, a parte de frente;


b. Plano dorsal ou posterior: seria a parte que está tocando a parede;
c. Plano lateral direito: para a pessoa dentro da caixa, ela diria que é a parte esquerda da
caixa;
d. Plano lateral esquerdo: para a pessoa dentro da caixa, ela diria que é a parte direita da
caixa;
e. Plano cranial ou superior: toca o crânio, parte de cima;
f. Plano podálico ou inferior: onde toca o pé, parte de baixo;

Obs.: Existe uma regrinha: Ventral e dorsal são reservadas ao tronco; Anterior e posterior são
reservadas aos membros;

B. Planos de secção:

Existem 3 planos de secção: mediano ou sagital, frontal ou coronal e transversal ou axial.

a. Plano mediano ou sagital: divide o corpo em direita e esquerda;


b. Plano frontal ou coronal: separa o nariz da nuca e seus paralelos (coronal pode-se
memorizar como o plano que se forma com as mãos daquele que coroa alguém);
c. Plano transversal ou axial: separa da cintura pra baixo e para cima e seus planos
paralelos (pode-se memorizar da seguinte maneira: axe em inglês é machado, que
pode servir para cortar alguém no meio, varando a cintura).
9.0 – Eixos do corpo humano:

Existem 3 eixos no corpo: sagital ou ântero-posterior, transversal ou látero-lateral e


longitudinal ou crânio-caudal.

a. Eixo sagital ou ântero-posterior: do nariz à nuca, é heteropolar pois toca duas


extremidades não correspondentes (nariz e nuca).
b. Eixo transversal ou látero-lateral: de orelha a orelha, é homopolar pois toca duas
extremidades correspondente (orelha e orelha).
c. Eixo longitudinal ou crânio-caudal: do topo do crânio ao pé, é heteropolar pois toca
duas extremidades não correspondentes (cabeça e pé).

10.0 – Termos de posição e direção:

Existem 7 termos de posição: mediana, medial, lateral, intermédia, dorsal, ventral e média.

a. Mediana: toda estrutura que passa pela linha da ponta da nuca ao nariz. Ex: nariz,
espinha.
b. Medial: estrutura mais próxima da mediana que outra.
c. Lateral: estrutura mais próxima da lateral que outra.
d. Intermédia: estrutura entre uma lateral e outra medial.
e. Dorsal: estrutura mais próxima do dorso que outra.
f. Ventral: estrutura mais próxima do ventre que outra.
g. Média: estrutura entre a dorsal e a ventral.

Obs.: O dedo mínimo é medial em relação ao polegar (visto a posição padrão com palmas para
frente);

Alinhamentos:

Existem 3 alinhamentos: transversal, ântero-posterior e crânio-caudal.

a. Transversal: orelhas.
b. Ântero-posterior: nariz e nuca.
c. Crânio-caudal ou longitudinal: será cranial a mais perto do crânio e caudal a mais perto
do cóccix.

Obs.: Será considerada média também qualquer estrutura entre uma cranial e outra caudal;
Outras:

Existe 2 formas de análise extras: interna e externa.

a. Interna: voltada para dentro.


b. Externa: voltada para fora.

Obs.: Será considerada média também qualquer estrutura entre uma interna e outra externa;

Existem 2 formas de classificação por distância: proximal e distal.

c. Proximal: estrutura mais próxima da raiz ou mais próxima do órgão central. Ex:
Antebraço em relação à mão. Segmentos dos vasos em relação ao coração. Segmento
dos eixos em relação ao neuro-eixo (encéfalo e medula).
d. Distal: estrutura mais distante da raiz em relação a outro.

Obs.: Será considerada média também qualquer estrutura entre uma distal e uma proximal
(falange do meio com relação às outras duas).

MÉDIA: estrutura entre: ventral e dorsal, cranial e caudal, externa e interna, superior e
inferior, proximal e distal.

11.0 – Princípios de construção corpórea:

Existem 4 princípios de construção corpórea: antimeria, metameria, paquimeria e estratimeria.

a. Antimeria: o plano medial divide o homem em direita e esquerda (antímeros), pois


segue a simetria bilateral: semelhança morfológica e funcional.
b. Metameria: corta o corpo em anéis dos pés à cabeça, como os anéis da minhoca. Ex:
coluna vertebral e caixa torácica.
c. Paquimeria: entre dois tubos, um ventral, com os órgãos, chamado visceral, e outro
dorsal, compreendendo a cavidade craniana e o canal vertebral
d. Estratimeria: fica entre as superficiais (externas à fáscia muscular) ou profundas
(internas à fáscia muscular).

CAPÍTULO II – Sistema esquelético:


1.0 – Conceito de esqueleto:

Esqueleto = arcabouço = algo como cofre.

2.0 – Funções do esqueleto:

São computadas 5 funções do esqueleto:

a. Proteção de órgãos como: coração, pulmão e SNC.


b. Sustentação do corpo.
c. Armazenamento de íons Ca e P.
d. Sistemas de alavancas.
e. Produção de células sanguíneas.

3.0 – Tipos de esqueletos:

São computados 3 tipos de ligações: natural, artificial e mista.

Esqueleto interno = endosqueleto.

Esqueleto externo = exoesqueleto.

Esqueleto articulado = com todas as peças.

Esqueleto desarticulado = peças isoladas.

Ligação natural = ligamento que se cria naturalmente.

Ligamento artificial = por peças metálicas.

Ligação mista = ambas anteriores.

4.0 – Divisão do esqueleto:

O esqueleto divide-se em 2 partes e 2 ligações, respectivamente: axial, apendicular, escapular


e pélvica.

Esqueleto axial = mediana composta por: crânio, esterno, costelas, cartilagem costal, coluna
vertebral, sacro, cóccix (cabeça, tronco, tórax e abdome)...
Esqueleto apendicular = conjunto de membros (presos ao axial) compostos por: úmero, rádio,
ulna, carpo, metacarpo, falanges, fêmur, patela, fíbula, tíbia...

Cintura escapular ou torácica = escápula e clavícula...

Cintura pélvica = osso do quadril, crista ilíaca, sínfise púbica...

5.0 – Número dos ossos:

Variam por 3 fatores: etários, individuais e critérios.

a. Fatores etários: o número de ossos diminui com o tempo pela sua fusão. Exemplo: dois
lados do frontal, três ossos do quadril (ílio, ísquio e pube) (nos fetos).

Obs.: Nos idosos a transformação da abóbada craniana num só osso chama-se sinostose.

b. Fatores individuais: a não união do frontal nos adultos e ossos extranumerários.


c. Critérios de contagem: às vezes os ossos sesamóides (patela) são inclusos em tendões
musculares e os ossículos do ouvido são tidos como um só, assim não são computados.

6.0 – Classificação dos ossos:

A – Localização: axial ou apendicular.

B – Dimensão: longo, laminar, curto, irregular, pneumático e sesamóide.

a. Ossos longos ou tubulares: comprimento maior que largura e espessura. Exemplo:


fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula, falange. Ossos do esqueleto apendicular.

Obs.: O osso longo apresenta epífise e diáfise.

Epífise é a extremidade do osso.

Diáfise é o meio do osso, onde dentro dele há o canal medular (que aloja a medula óssea).

Nos ossos, cuja ossificação está incompleta, nota-se entre a epífise e a diáfise um disco
cartilaginoso = cartilagem epifisial (relacionada ao crescimento em comprimento).

b. Osso laminar ou plano: comprimento e largura equivalentes e maiores que espessura.


Exemplo: ALGUNS ossos do crânio (parietal, frontal, occipital), quadril e escápula.

Obs.: O osso temporal é cranial, MAS NÃO É LAMINAR OU PLANO!

c. Osso curto: comprimento, largura e espessura equivalentes. Exemplo: ossos do carpo e


tarso.
Ossos peculiares:

d. Osso irregular: sem forma geométrica conhecida. Exemplo: vértebras, OSSO


TEMPORAL.
e. Osso pneumático: Uma ou mais cavidades de volume variável revestidas de mucosa
com ar. As cavidades chamam-se sinus ou seio. Exemplo: frontal, maxilar, temporal,
etmóide e esfenóide.

Obs.: Ossos com mais de uma classificação:

1. Frontal: laminar e pneumático.


2. Temporal: irregular e pneumático.
3. Maxilar: irregular e pneumático.

f. Ossos sesamóides: podem desenvolver-se de substância dos tendões ou da cápsula


fibrosa que envolve algumas articulações:
1. Intratendíneos: desenvolvem-se de substância dos tendões. Exemplo: patela.
2. Peri-articulares: desenvolvem-se de substância da cápsula fibrosa.

7.0 – Tipos de substância óssea:

Existem 2 tipos de tecido ósseo: compacto e esponjoso.

a. Substância óssea compacta: lamínulas fortemente unidas, sem espaço interposto,


tecido rijo.
b. Substância óssea esponjosa: lamínulas mais irregulares, com lacunas entre si que se
intercomunicam.

Obs.: Num corte axial, vê-se, de fora pra dentro, substância óssea compacta, substância óssea
esponjosa e canal medular. Mas conste que também se encontra medula óssea entre as
trabéculas da substância óssea esponjosa.

Nota-se a cartilagem epifisial como se fosse uma divisória na parte da epífise – como se a
substância óssea compacta fizesse uma divisória.

8.0 – Elementos descritivos da superfície dos ossos:


Saliências nos ossos servem para articular os ossos entre si, fixação de músculos, ligamentos e
cartilagens...

As superfícies que se destinam a ligação com peças esqueléticas são chamadas de articulares e
contém cartilagem (geralmente hialina) além de serem lisas.

Exemplos de saliências: cabeças, côndilos, cristas, eminências, tubérculos, tuberosidades,


processos, linhas, espinhas, trócleas...

Exemplos de depressões: fossas, fossetas, impressões, sulcos, recessos...

Aberturas se destinam à passagem de vasos ou nervos. Exemplos: forames, meatos, óstios,


poros...

Critérios sempre lógicos!

9.0 – Periósteo:

Dividido em 2 folhetos: superficial e profundo.

A camada profunda é chamada de osteogênica – se transformam em células ósseas para o


espessamento.

10.0 – Nutrição:

O osso é irrigado por sangue e caso perca seu periósteo, desnutre-se e morre.

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