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Associação das Pioneiras Sociais

Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação


Laboratório de Anatomia Humana

Curso Básico dos Sistemas

Músculo Esquelético e Nervoso Central e Periférico


ÍNDICE

1. Introdução ao Estudo da Anatomia 3

2. Sistema Esquelético 9

3. Sistema Articular 26

4. Sistema Muscular 48

5. Coluna Vertebral 62

6. Sistema Nervoso Central e Periférico 73

7. Bibliografia 89

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ANATOMIA

Vocábulo
Original do grego ANATOME
ana = em parte
tome = corte
O mesmo que dissecação, ou seja, cortar separadamente.

Definição
● Estuda macro e microscopicamente a constituição dos seres organizados;

● Ciência da estrutura do corpo;

● Estudo da estrutura de um organismo e das relações entre suas partes.

Nomenclatura Anatômica

Cada ramo da ciência desenvolveu sua própria terminologia, e a Anatomia não é


exceção. Muitos termos se originaram séculos atrás de raízes gregas ou latinas. O
conjunto de termos utilizados para descrever o corpo é denominado de
NOMENCLATURA ANATÔMICA.
Em 1955 houve a uniformização internacional e adoção de uma nomenclatura
P.N.A. (Paris Nomina Anatômica), escrita em Latim, facultando a cada nação traduzir
para a sua própria língua.

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Divisão do Corpo Humano

● CabeçaPescoço

● Tronco:

▪ Tórax

▪ Abdômen

▪ Pelve

● Membros:

◦ Membro Superior:

▪ Ombro

▪ Braço

▪ Antebraço

▪ Mão

◦ Membro Inferior:

▪ Quadril

▪ Coxa

▪ Perna

▪ Pé

Posição Anatômica
Todas as descrições, em
anatomia humana, são expressas em
relação à posição anatômica (posição
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ortostática básica), uma convenção
pela qual o corpo humano está ereto,
com a cabeça, os olhos e os dedos
dos pés dirigidos para frente e os
membros superiores pendentes ao
lado do corpo, de modo que as palmas
das mãos fiquem voltadas para frente.

Planos de Secção

De acordo com a posição anatômica, podemos imaginar o corpo humano


seccionado através de Planos a fim de facilitar a localização das estruturas.

Plano Mediano: plano no sentido longitudinal ou vertical que divide o corpo em metades
direita e esquerda.

Plano Sagital: todo plano paralelo ao mediano é denominado de sagital (esta


denominação é devida a sutura sagital do crânio). É um plano no sentido longitudinal
(vertical) que divide o corpo em partes ou porções direita e esquerda.

Plano Frontal: também denominado de coronal, é um plano no sentido ou eixo


longitudinal, perpendicular (em ângulo reto) ao plano mediano e que divide o corpo em
partes anterior e posterior.

Plano Transversal (horizontal): plano que intercepta os planos mediano e frontal


formando ângulos retos, divide o corpo em partes superior e inferior.

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Termos de
Direção e
Posição

Ao compararmos duas estruturas, podemos utilizar termos que servem para


indicar suas posições e localizações:

⮚ Superior e inferior: a estrutura mais próxima da extremidade superior do corpo é


a superior. E a estrutura que se localiza mais próximo da extremidade inferior é dita
inferior ou distal. Comparando estruturas localizadas no tórax ou na cabeça, por
exemplo, o termo cranial ou cefálico pode ser empregado para a estrutura que se
encontra superiormente. E a que se encontra inferiormente, chamamos de caudal. No
caso do pé, o termo mais indicado para fazer referência à superfície inferior é o plantar.

⮚ Anterior (ventral) e posterior (dorsal): esses termos distinguem estruturas no


sentido anteroposterior onde, anterior ou ventral é o termo para a estrutura mais
próxima da frente do corpo, e posterior ou dorsal para a mais próxima do dorso. No
caso da mão, o termo mais indicado para fazer referência à superfície anterior é o
palmar.

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⮚ Proximal e distal: esses termos distinguem estruturas nos membros superior e
inferior no sentido longitudinal ou craniocaudal onde, proximal refere-se à estrutura mais
próxima da raiz do membro e distal à estrutura mais distante da raiz do membro.

⮚ Medial e lateral: esses termos distinguem estruturas no sentido laterolateral ou


horizontal, onde medial é usado para a estrutura mais próxima do plano mediano e
lateral para a que se encontra mais afastada do plano mediano.

Superficial e profundo: indicam a profundidade relativa à superfície do corpo. São


também termos de situação que indicam estar contido nos planos superficiais ou nos
planos profundos. Superficial (externo): localizado próximo ou na superfície do corpo (a
pele é superficial aos músculos). Profundo (interno): localizado mais afastado ou mais
profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superficiais (os músculos
são profundo em relação à pele)

Ao descrevermos três estruturas quanto à sua localização devemos utilizar os


seguintes termos:

⮚ Intermédio: é usado quando comparamos a posição de três estruturas no

sentido horizontal. A estrutura mais próxima da linha mediana é dita


medial; a mais afastada do plano mediano é a lateral; para a estrutura que
está entre a medial e a lateral, usamos o termo intermédio.

⮚ Médio: este termo é usado quando comparamos três estruturas no sentido

ântero-posterior. Assim, temos a estrutura anterior (ou ventral), a posterior


(ou dorsal) e a média, localizada entre as duas. Podemos também usar o
termo médio para a estrutura que esteja entre uma superior (ou cranial) e
outra inferior (ou caudal), ou seja, quando definimos localização de três
estruturas alinhadas no sentido craniocaudal ou vertical.

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SISTEMA
ESQUELÉTICO

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O sistema esquelético é constituído pelos ossos e cartilagens. Os ossos têm como
função: prover suporte para o corpo; auxiliar nos movimentos do corpo; proteger órgãos
vitais, como o cérebro e o coração; hematopoese (produção de células sanguíneas);
além de ser um local de armazenamento de cálcio.
O esqueleto é formado pelo Esqueleto Axial (ossos do crânio, osso hioide, coluna
vertebral, costelas e esterno) e pelo Esqueleto Apendicular (ossos dos Membros
Superiores e Membros Inferiores).
O conjunto de ossos que ligam o esqueleto apendicular ao esqueleto axial recebe
o nome de cíngulo ou cintura, o cíngulo do membro superior e o cíngulo do membro
inferior.

Alguns profissionais ainda utilizam nomes de ossos já substituídos pela Nomina


Anatômica. Abaixo citamos alguns exemplos:

Nomenclatura antiga Nomenclatura moderna


Omoplata Escápula
Cúbito Ulna
Rótula Patela
Perônio Fíbula
Astrágalo Tálus
Escafoide Navicular
Trompas de Falópio Tubas uterinas

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Ossos do Membro Superior
Os ossos do Membro Superior podem ser divididos em quatro segmentos:

Clavícula

A clavícula forma a porção ventral da cintura


escapular. É um osso longo curvado como um “S”
itálico, situado quase que horizontalmente logo acima
da primeira costela. Articula-se medialmente com o
esterno e lateralmente com a escápula.

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Escápula
É um osso
7ª costelas. Forma a parte dorsal da cintura escapular.
Articula-se com a clavícula e o
úmero.

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Úmero

O úmero é o osso que forma o braço. É o maior e mais longo osso do membro
superior. Articula-se com a escápula na articulação do ombro e com o rádio e a ulna na
articulação do cotovelo.

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Rádio
É o osso
distalmente com a ulna e como os ossos do
carpo.

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Ulna
É o osso
distalmente apenas com o rádio.

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Mão

Os ossos da mão estão divididos em carpo, metacarpo e falanges.


O carpo apresenta oito pequenos ossos dispostos em duas fileiras - uma proximal
e outra distal, cada uma com quatro ossos. Na fileira proximal, de lateral para medial
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temos: escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme, enquanto que na distal, nesta
mesma ordem: trapézio, trapezoide, capitato e hamato. Juntos, estes oito ossos
formam uma concavidade na face palmar para a formação do túnel do carpo (sulco do
carpo).
O metacarpo consiste de cinco ossos metacárpicos identificados numericamente
em ordem lateromedial.
As falanges formam o esqueleto dos dedos. São identificados numericamente em
ordem latero-medial. Há três falanges do segundo ao quinto dedo e duas falanges no
primeiro dedo ou polegar. São identificadas da seguinte maneira:
● Do segundo ao quinto dedo: falange proximal, falange média e falange
distal;
● No primeiro dedo: falange proximal e falange distal.

Ossos do Membro Inferior

O membro inferior tem função de sustentação do peso corporal, locomoção, tem a


capacidade de mover-se de um lugar para outro e manter o equilíbrio. Os membros

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inferiores são conectados ao tronco pelo cíngulo do membro inferior o ilíaco ou osso do
quadril.
A base do esqueleto do membro inferior é formado pelos dois ossos do quadril,
que são unidos pela sínfise púbica e pelo sacro. O cíngulo do membro inferior e o sacro
juntos formam a PELVE ÓSSEA.
Os ossos dos membros inferiores podem ser divididos em quatro segmentos:

ILÍACO

O cíngulo do membro inferior é formado pelos dois ossos ilíacos ou ossos do


quadril, unidos anteriormente pela sínfise púbica e ligados posteriormente ao sacro da
coluna vertebral.

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A estrutura profunda, em forma de bacia, constituída pelos ossos do quadril unido
ao sacro e cóccix forma a pelve.
O ilíaco é um osso plano, chato, irregular e par. Cada Ilíaco consiste, na
realidade, na junção de três ossos separados: o ílio, o ísquio e o púbis (pube), que estão
unidos no adulto. Na face lateral do osso do quadril onde os três ossos se ossificam,
existe uma depressão ou cavidade circular grande, o acetábulo, que recebe a cabeça do
fêmur.

FÊMUR

É o osso da coxa, sendo o maior osso do corpo humano. O fêmur articula-se


proximalmente com o osso do quadril e distalmente com a tíbia e associado a patela,
formam a articulação do joelho.
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PATELA

A patela é um osso pequeno e triangular, localizado anteriormente à articulação


do joelho. É o maior osso sesamóide do corpo humano, tem a forma de um triângulo de
cabeça para baixo, uma face anterior e outra posterior (que se articula com o fêmur).
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Perna

A Tíbia e a Fíbula são os ossos da Perna. A tíbia articula-se com o fêmur


superiormente e o tálus inferiormente e, assim,
transmite o peso do corpo. A fíbula atua
principalmente como fixação para músculos, mas
também é importante para a estabilidade da
articulação do tornozelo.

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TÍBIA

A Tíbia, ou (osso da canela), é depois do fêmur, o


osso mais longo e mais pesado. Está localizada no
lado anteromedial da perna, onde pode ser
palpada em toda a sua extensão. Articula-se
proximalmente com o fêmur e a fíbula e
distalmente com o tálus e a fíbula.

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FÍBULA

A fíbula é
principalmente para fixação de músculos do
que para suporte. Articula-se com a tíbia
(proximalmente e distalmente) e o tálus
distalmente formando junto com a tíbia a
articulação do tornozelo.

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Os ossos do pé estão organizados em regiões denominadas de tarso, metatarso e


falanges.
O tarso é composto por sete ossos, que são: tálus, calcâneo, navicular, três
cuneiformes (medial, intermédio e lateral) e cuboide.
O metatarso consiste de cinco ossos metatársicos identificados numericamente
em ordem de medial para lateral.
As falanges formam o esqueleto dos dedos, há três em cada dedo e duas no 1º
dedo o hálux. São identificadas da seguinte maneira:
Do segundo ao quinto dedo: falange proximal, média e distal;
No primeiro dedo: falange proximal e distal.

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SISTEMA ARTICULAR

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ARTICULAÇÕES

Articulação ou juntura é a união entre quaisquer partes do esqueleto. São divididos em


três grupos, de acordo com a estrutura que os conecta e a mobilidade.
As articulações fibrosas ou imóveis (não há movimentos apreciáveis) são aquelas em que
as superfícies ósseas são unidas por tecido fibroso. Estão presentes entre a maioria dos ossos
do crânio (suturas), entre os dentes e seus alvéolos (gonfoses) e entre alguns ossos como rádio
e ulna, tíbia e fíbula (sindesmose), onde existe a membrana interóssea. As fontanelas são
encontradas no crânio em desenvolvimento.

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As articulações
cartilaginosas ou semimóveis possuem movimentos limitados, os ossos são unidos por
cartilagens, podendo ser de dois tipos: Aquelas que são unidas por cartilagem hialina
(cartilagíneas primárias, sincondroses) e outras que são unidas por fibrocartilagem (sínfises).
Nas sínfises os ossos são unidos por fortes discos fibrocartilaginosos, como na sínfise pubiana e
entre os corpos vertebrais, nesta última exerce uma importante função na absorção de impactos.

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As articulações sinoviais ou móveis são as que possuem movimentos amplos, e está
neste grupo a maioria das articulações do corpo. As superfícies ósseas são revestidas por
cartilagem hialina e unidas por uma cápsula articular, esta cápsula externamente é formada por
tecido fibroso (cápsula fibrosa) e internamente pela membrana sinovial, que produz o líquido
sinovial (sinóvia). No interior desta cápsula, encontra-se uma cavidade (cavidade articular). As
articulações podem ainda ser reforçadas por meio dos ligamentos.

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Tipos de articulações sinoviais:

● Esferóide

◦ Ombro, quadril.

● Elipsóide

◦ Punho, metacarpofalangeana.

● Gínglimo (dobradiça)

◦ Cotovelo, tornozelo, interfalangeana.

● Trocóide (pivô)

◦ Radioulnar proximal e distal.

● Plana

◦ Algumas intercárpicas e intertársicas, tibiofibular proximal.

● Selar

◦ Carpometacárpica do primeiro dedo.

● Condilar

◦ Joelho.

Tipos de movimentos permitidos nas articulações sinoviais:

● Flexão: curvatura ou diminuição do ângulo entre dois ossos (aproximação dos


segmentos);

● Extensão: aumento do ângulo entre dois ossos (alinhamento dos segmentos);

● Abdução: o membro afasta-se da linha mediana;

● Adução: o membro aproxima-se da linha mediana;

● Rotação: o membro gira em torno do seu próprio eixo;

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● Circundução: movimento em que o membro gira descrevendo um cone (flexão, extensão,
abdução e adução);

● Supinação: tipo de rotação, no antebraço ocorre quando o rádio e a ulna tornam-se


paralelos;

● Pronação: tipo de rotação, no antebraço ocorre quando o rádio e a ulna cruzam-se,


formando um “x”. A palma da mão volta-se posteriormente (cotovelo estendido) ou
inferiormente (cotovelo fletido);

● Inversão: movimento do pé em que a região plantar fica voltada medialmente;

● Eversão: movimento do pé em que a região plantar fica voltada lateralmente.

Exemplos de movimentos permitidos em cada articulação sinovial:

● Ombro e Quadril:

▪ flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial, rotação lateral e circundução;

▪ Cotovele e interfalangeanas:

▪ Flexão e extensão;

● Radioulnar proximal e distal:

▪ Pronação e supinação;

● Radiocárpica:

▪ Flexão, extensão, abdução e adução;

● Joelho:

▪ Flexão, extensão, rotação medial e rotação lateral;

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● Tornozelo:

▪ Flexão dorsal e flexão plantar;

● Intertársicas:

▪ Inversão e eversão.

Articulação do Ombro (glenoumeral)

Classificada como uma sinovial do tipo esferoide é formada pela articulação entre a
cavidade glenoidea (escápula) e a cabeça umeral, revestidas por cartilagem hialina.

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Movimentos da articulação do ombro:

● Flexão, extensão, abdução, adução, rotação lateral, rotação medial e circundução

Articulação do Cotovelo

A articulação do cotovelo é uma sinovial do tipo gínglimo (em dobradiça). A extremidade


distal do úmero articula-se com o rádio (lateralmente) e com a ulna (medialmente). O
capítulo do úmero articula-se com a fóvea da cabeça do rádio, e a tróclea umeral
encaixa-se na incisura troclear da ulna.

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Movimentos da articulação do cotovelo:

Flexão e extensão

Articulação Radio ulnar

A articulação entre o rádio e a ulna ocorre em toda a extensão destes dois ossos, ou
seja, nas extremidades e nos corpos, denominadas de articulações: rádio ulnar proximal,
média e distal.

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● Articulação rádio ulnar proximal: é uma articulação sinovial do tipo pivô

ou trocoide.

● Articulação rádio ulnar média: classificada como uma fibrosa do tipo

sindesmose é a união entre os corpos destes ossos por meio da membrana


interóssea, uma lâmina de tecido fibroso que está fixada nas margens
interósseas do rádio e da ulna.

● Articulação rádio ulnar distal: A cabeça da ulna articula-se com a

incisura ulnar do rádio, formando uma articulação sinovial do tipo pivô ou


trocoide.

Movimentos da articulação rádio ulnar

O movimento realizado por estas articulações ocorre de tal forma em que a extremidade
distal do rádio gira sobre a extremidade distal da ulna, fazendo com que a face palmar

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da mão dirija-se posteriormente (com o membro na posição anatômica). A este
movimento se dá o nome de pronação. A supinação ocorre quando o rádio e a ulna
estão paralelos.

Articulação do Punho (radiocárpica)

É uma sinovial do tipo elipsoide, formada pela articulação entre a extremidade distal do
rádio e disco articular (proximalmente) e os ossos escafoide, semilunar e piramidal
(distalmente).

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Movimentos da articulação do punho (radiocárpica)

● Flexão, extensão, abdução (desvio radial), adução (desvio ulnar).

Articulação Carpo Metacárpica do Polegar

Articulação sinovial do tipo selar formada entre o trapézio e a base do primeiro


metacarpiano. As superfícies côncavo-convexos em ambos os ossos permite que esta
articulação tenha grande liberdade de movimento.

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Movimentos da articulação do polegar:

● Flexão, extensão, abdução, adução e oponência.

Articulações Metacarpo Falangeanas

São articulações entre a cabeça dos metatarsos e a base das falanges proximais. São
classificadas como sinoviais do tipo elipsoides.

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Movimentos das articulações metacarpo falangeanas:

● Flexão, extensão, abdução dos dedos e adução dos dedos

Articulações Interfalangeanas

Do primeiro ao quinto dedo tanto na mão como no pé, encontramos as articulações


interfalangeanas. Todas são classificadas como uma sinovial do tipo gínglimo ou
articulação em dobradiça.
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Movimentos das articulações interfalangeanas:

⮚ Flexão e extensão

Articulação do Quadril

Essa articulação é classificada como uma sinovial do tipo esferoide, formada pela
recepção da cabeça do fêmur na cavidade do acetábulo em forma de taça.

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Movimentos da articulação do quadril:

⮚ Flexão, extensão, abdução, adução, rotação lateral, rotação medial e


circundução

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Articulação do Joelho

A articulação do joelho é formada por três ossos: o fêmur, a tíbia e a patela, sendo
classificada como uma sinovial do tipo condilar.

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Movimentos da articulação do joelho:

⮚ Flexão, extensão, rotação medial (com joelho em flexão) e rotação


lateral (com joelho em flexão)
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Articulação da Perna

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A articulação entre a tíbia e a fíbula ocorre em toda a extensão destes dois ossos, ou
seja, nas extremidades e nos corpos, denominadas de articulações tibiofibular proximal,
média e distal.

● Articulação tibiofibular proximal: é uma articulação sinovial do tipo


plana, permitindo apenas o movimento de deslizamento entre o côndilo
lateral da tíbia e a cabeça da fíbula.

● Articulação tibiofibular média: classificada como uma fibrosa do tipo


sindesmose, é a união entre os corpos destes ossos por meio da
membrana interóssea. A membrana interóssea é uma lâmina de tecido
fibroso que está fixada nas margens interósseas da tíbia e da fíbula.

● Articulação tibiofibular distal: a união distal da fíbula com a tíbia é, na


verdade, uma juntura fibrosa do tipo sindesmose, na qual as extremidades
distais dos dois ossos são mantidas fortemente unidas por um espesso
ligamento interósseo.

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Articulação do Tornozelo

A articulação do tornozelo é uma sinovial do tipo gínglimo ou articulação em dobradiça.


As estruturas que entram na sua formação são a extremidade distal de tíbia e o seu
maléolo, o maléolo da fíbula e o tálus.

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Movimentos da articulação do tornozelo:

● Flexão plantar ou plante flexão e flexão dorsal ou dorso flexão

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SISTEMA MUSCULAR

O Sistema Muscula

corpo, apresentando tamanhos, formas e funções diversas e são formados de fibras e


células. Os músculos representam 40-50% do peso corporal total.

Funções dos Músculos:


⮚ Produção dos movimentos corporais: movimentos globais do corpo, como
andar e correr.
⮚ Estabilização das posições corporais: a contração dos músculos esqueléticos
estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais,
como a de ficar em pé ou sentar.
⮚ Regulação do volume dos órgãos: a contração sustentada das faixas anelares
dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão
oco.

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⮚ Movimento de substâncias dentro do corpo: as contrações dos músculos lisos
das paredes dos vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos
lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo.
Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o
coração.
⮚ Produção de calor: quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e
grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da
temperatura corporal.

Tipos de Músculos (Tecido Muscular):

● Músculo estriado esquelético: é o músculo somático voluntário que forma os

músculos esqueléticos que compõem o sistema muscular, movendo ou


estabilizando ossos e outras estruturas. O tecido muscular esquelético é
chamado de estriado porque faixas claras e escuras (estriações) podem ser
vistas no microscópio óptico.

● Músculo liso: músculo não estriado. É o músculo visceral involuntário que

forma parte das paredes da maioria dos vasos sanguíneos, vias aéreas e
órgãos ocos (vísceras), deslocando substâncias através deles por meio de
contrações sequenciais coordenadas (pulsações ou contrações peristálticas).

● Músculo estriado cardíaco: é um músculo estriado, porém visceral

involuntário que forma a maior parte das paredes do coração e partes


adjacentes dos grandes vasos, como a aorta, e bombeia o sangue.

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MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR

MÚSCULOS QUE LIGAM O MEMBRO SUPERIOR AO TRONCO

Região Anterior:
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● Peitoral Maior,

● Peitoral Menor,

● Subclávio,

● Serrátil Anterior.

Região Posterior:
● Trapézio,

● Grande Dorsal,

● Levantador da Escápula,

● Romboide Menor,

● Romboide Maior.

MÚSCULOS DO OMBRO

● Deltoide,

● Subescapular,

● Supraespinhal,

● infraespinhal,

● Redondo Menor,

● Redondo Maior.

Destes músculos, quatro tem relações íntimas com a cápsula articular do ombro e
são denominados de músculos do manguito rotatório (subescapular, supraespinhal,
infraespinhal e redondo menor).

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MÚSCULOS DO BRAÇO

Os músculos do braço são divididos em 2 regiões: uma anterior e outra posterior.

Região Anterior:

● Coracobraquial,

● Bíceps Braquial,

● Braquial.

Região Posterior:

● Tríceps braquial.

MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO

Os músculos do antebraço são divididos em duas regiões: anterior e posterior e


em camadas: superficial e profunda.

Região Anterior

● Camada Superficial:

⮚ Pronador Redondo,

⮚ Flexor Radial do Carpo,

⮚ Palmar Longo,

⮚ Flexor Superficial dos Dedos,

⮚ Flexor Ulnar do Carpo.

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● Camada Profunda:

⮚ Flexor Longo do Polegar,

⮚ Flexor Profundo dos Dedos,

⮚ Pronador Quadrado.

Conforme o movimento a musculatura da região anterior do antebraço pode ser


dividida em três grupos:

1º Grupo:

● Pronadores do Antebraço, realizados pelos músculos:

⮚ Pronador Redondo;

⮚ Pronador Quadrado.

2º Grupo:

● Flexores da Mão ou Punho, realizados pelos músculos:

⮚ Flexor Radial do Carpo;

⮚ Flexor Ulnar do Carpo.

3º Grupo:

● Flexores dos Dedos, realizados pelos músculos:

⮚ Flexor Superficial dos Dedos;

⮚ Flexor Profundo dos Dedos;

⮚ Flexor Longo do Polegar.

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Região Posterior

● Camada Superficial:

⮚ Braquiorradial,

⮚ Extensor Radial Longo do Carpo,

⮚ Extensor Radial Curto do Carpo,

⮚ Extensor dos Dedos,

⮚ Extensor do Dedo Mínimo,

⮚ Ancôneo,

⮚ Extensor Ulnar do Carpo.

● Camada Profunda:

⮚ Abdutor Longo do Polegar,

⮚ Extensor Curto do Polegar,

⮚ Extensor Longo do Polegar,

⮚ Extensor Próprio do Indicador,

⮚ Supinador.

Conforme o movimento a musculatura da região posterior do antebraço pode


ser dividida em três grupos:

1º Grupo:

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● Supinador do Antebraço, realizado pelo músculo:

⮚ Supinador.

2º Grupo:

● Extensores da Mão ou Punho, realizados pelos músculos:

⮚ Extensor Radial Longo do Carpo;

⮚ Extensor Radial Curto do Carpo;

⮚ Extensor Ulnar do Carpo.

3º Grupo:

● Extensores dos Dedos, realizados pelos músculos:

⮚ Extensor dos Dedos;

⮚ Extensor do Dedo Mínimo;

⮚ Extensor Curto do Polegar;

⮚ Extensor Longo do Polegar;

⮚ Extensor Próprio do Indicador.

MÚSCULOS DA MÃO

Músculos Tenarianos ou Músculos do Polegar:

● Abdutor Curto do Polegar,

● Flexor Curto do Polegar,

● Oponente do Polegar,

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● Adutor do Polegar.

Músculos Hipotenarianos ou Músculos do 5º Dedo:

● Palmar Curto;

● Abdutor do Dedo Mínimo;

● Flexor do Dedo Mínimo;

● Oponente do Dedo Mínimo.

Músculos Centrais:

● Lumbricais;

● Interósseos Palmares;

● Interósseos Dorsais.

ALGUNS MOVIMENTOS

Ombro ou Braço

● Flexão: M. peitoral maior, deltoide (porção anterior) e coracobraquial;

● Extensão: M. grande dorsal e deltoide (porção posterior);

● Abdução: M. deltoide e supraespinhal;

● Adução: M. redondo maior, grande dorsal e peitoral;

● Rotação Medial: M. subescapular, grande dorsal e peitoral maior;

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● Rotação Lateral: M. infraespinhal e redonda menor.

Cotovelo ou Antebraço

● Flexão: M. biceps braquial e braquial;

● Extensão: M. tríceps braquial.

Entre o Rádio e a Ulna

● Pronação: M. pronador redondo e pronador quadrado.

Neste movimento o rádio gira e faz um x em torno da ulna, fazendo com que o
polegar se dirija medialmente.

● Supinação: M. supinador.

Movimento em que o rádio e a ulna estão paralelos (como na posição anatômica).

Punho ou Mão

● Flexão: M. flexor radial do carpo e flexor ulnar do carpo;

● Extensão: M. extensor radial longo e curto do carpo e extensor ulnar do carpo;

● Abdução: M. flexor radial do carpo e extensores radial longo e curto do carpo;

● Adução: M. flexor ulnar do carpo e extensor ulnar do carpo.

Dedos

● Flexão: M. flexor superficial e profundo dos dedos, flexor longo e curto do

polegar;

● Extensão: M. extensor dos dedos, extensor do dedo mínimo, extensor curto e

longo do polegar, extensor próprio do índex;

● Abdução: M. interósseos dorsais, abdutor longo e curto do polegar;

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● Adução: M. interósseos palmares.

MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR

MÚSCULOS DA REGIÃO GLÚTEA

Músculos Rotadores Laterais:

● Piriforme;

● Obturatório Interno;

● Gêmeo Superior;

● Gêmeo Inferior;

● Quadrado da Coxa ou Quadrado Femural;

● Obturatório Externo.

Músculos Glúteos:

● Glúteo Máximo;

● Glúteo Médio;

● Glúteo Mínimo;

● Tensor da Fáscia Lata.

MÚSCULOS DA COXA

Os músculos da coxa são divididos em três regiões: anterior, medial e posterior.

Região Anterior:
59
● Iliopsoas (formado pelos músculos: Psoas Maior e Ilíaco);

● Quadríceps Femoral (formado pelos músculos: Reto Femoral, Vasto Lateral,

Vasto Medial e Vasto Intermédio);

● Sartório.

Região Medial:

● Pectíneo;

● Grácil;

● Adutor Longo;

● Adutor Curto;

● Adutor Magno.

Região Posterior:

● Bíceps Femoral;

● Semitendíneo ou Semitendinoso;

● Semimembranáceo ou Semimembranoso.

MÚSCULOS DA PERNA

Os músculos da perna são divididos em três regiões: anterior, lateral e posterior.

Região Anterior:

● Tibial Anterior;

● Extensor Longo do Hálux;

60
● Extensor Longo dos Dedos;

● Fibular Terceiro ou Fibular Anterior.

Região Lateral:

● Fibular Longo;

● Fibular Curto.

Região Posterior:

● Camada Superficial:

⮚ Gastrocnêmio;

⮚ Sóleo;

⮚ Plantar.

A porção medial e lateral do músculo gastrocnêmio mais o músculo sóleo formam o


músculo Tríceps Sural.

● Camada Profunda:

⮚ Poplíteo;

⮚ Flexor Longo dos Dedos;

⮚ Tibial Posterior;

⮚ Flexor Longo do Hálux.

61
MÚSCULOS DO PÉ

Os músculos do pé são divididos em duas regiões: região dorsal e região plantar.

Músculo da Região Dorsal

● Extensor Curto dos Dedos.

Músculos da Região Plantar

A musculatura da Região Plantar é dividida em quatro camadas:

● Primeira Camada:

⮚ Abdutor do hálux;

⮚ Flexor Curto dos Dedos;

⮚ Abdutor do Dedo Mínimo.

● Segunda Camada:

⮚ Lumbricais;

⮚ Flexor Acessório ou Quadrado Plantar.

● Terceira Camada:

⮚ Flexor Curto do Hálux;

⮚ Adutor do Hálux;

⮚ Flexor do Dedo Mínimo.

● Quarta Camada:
62
⮚ Interósseos Plantares;

⮚ Interósseos Dorsais.

ALGUNS MOVIMENTOS

Quadril ou Coxa

● Flexão: M. ilíopsoas, reto femoral e tensor da fáscia lata;

● Extensão: M. glúteo máximo, semitendíneo, semimembranáceo e bíceps femoral;

● Abdução: M. glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata;

● Adução: M. adutor longo, adutor curto e porção adutora do m. adutor magno;

● Rotação medial: M. glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata;

● Rotação lateral: M. piriforme, obturador interno, gêmeo superior, gêmeo inferior,

obturador externo e quadrado da coxa.

Joelho ou Perna

● Flexão: M. semitendíneo, semimembranáceo e bíceps femoral.

● Extensão: M. quadríceps da coxa.

● Rotação medial: M. sartório, grácil e semitendíneo (músculos que formam a pata

de ganso).

● Rotação lateral: M. bíceps femoral.

Obs.: Tanto no movimento de rotação medial quanto a lateral só são possíveis quando o
joelho está fletido ou flexionado.

Tornozelo ou Pé

63
● Flexão dorsal: M. tibial anterior e extensor longo dos dedos;

● Flexão plantar: M. tríceps sural.

● Inversão: M. tibial anterior e tibial posterior;

● Eversão: M. fibular longo e fibular curto.

64
Coluna Vertebral e Sistema Nervoso

Coluna Vertebral

65
COLUNA VERTEBRAL

A Coluna Vertebral está situada na parede dorsal do tronco ao longo do plano


mediano. É formada pela superposição de 33 peças ósseas denominadas de vértebras;
divididas em 5 regiões, de modo a formar um conjunto que se estende pelo pescoço,
tórax, abdome e pelve, donde reconhecemos:
● 7 vértebras cervicais;

● 12 vértebras torácicas;

● 5 vértebras lombares;

● 5 vértebras sacrais;

● 4 vértebras coccígeas.

As vértebras apresentam anteriormente o corpo vertebral e posteriormente o arco


vertebral, ambos limitando o forame vertebral que, na coluna, em virtude da
superposição das vértebras, constitui o canal vertebral, no qual se aloja a medula
espinhal.
Os corpos vertebrais estão separadas uns dos outros por discos fibrocartilagíneos
intervertebrais; estes dão flexibilidade à coluna vertebral e absorvem os impactos
verticais.
O arco vertebral apresenta: 1 processo espinhoso, 2 processos transversos direito
e esquerdo, 2 processos articulares superiores, 2 processos articulares inferiores e 2
lâminas direita e esquerda.

66
A coluna vertebral apresenta vértebras típicas (o corpo vertebral mais o arco
vertebral) e vértebras atípicas. As vértebras atípicas são duas da região cervical a C1
(Atlas) e C2 (Axis). O atlas, pela ausência do corpo e do processo espinhoso e o axis
pela presença do processo odontoide ou o dente do axis.
Quando vista lateralmente, pode-se identificar quatro curvaturas na coluna
vertebral. As curvaturas cervical, torácica, lombar e pélvica (curvatura sacral) formada
pelas curvaturas do sacro e do cóccix.
As curvaturas torácica e pélvica são classificadas como curvaturas primárias, pois
estão presentes desde a vida fetal e as curvaturas cervical e lombar são classificadas
como curvaturas secundárias ou de compensação, formadas após o nascimento.
A coluna vertebral também tem uma leve curvatura lateral para a direita ou para
esquerda. Esta pode ser produzida por ação muscular ou a parte superior da aorta
torácica.
As curvaturas da coluna vertebral desempenham papel funcional aumentando a
força e mantendo o equilíbrio da parte superior do corpo.

67
Características Regionais das Vértebras

Vértebras Cervicais
A coluna cervical é formada pelas primeiras 7 vértebras cervicais, abreviadas de
C1 a C7 e formam um arcabouço flexível para o pescoço e suporte para a cabeça.

Atlas ou C1
O Atlas ou C1 é a primeira vértebra cervical articulando-se superiormente com o
crânio. O atlas não apresenta corpo e processo espinhoso, sendo considerada uma
vértebra atípica.

Axis ou C2

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O Axis é a segunda vértebra cervical (C2), é uma vértebra atípica, tem um dente
semelhante a um pino (processo odontoide) para rotação com o atlas virando a cabeça
de um lado para outro, como no movimento de negação.

Vértebras Torácicas
A coluna torácica é formada pelas 12 vértebras, abreviadas de T1 a T12. Essas
vértebras se articulam com as costelas para formar o suporte posterior da caixa torácica.

Vértebras Lombares
A coluna lombar é formada por 5 vértebras lombares, abreviadas de L1 a L5.
Apresentam corpos pesados e processo espinhoso espesso para fixação dos músculos
do dorso, são as maiores vértebras da coluna vertebral.

Vértebras Sacrais
69
A coluna sacral é formada por 5 vértebras sacrais de S1 a S5, fundidos entre si.
Articula-se superiormente com a 5ª vértebra lombar, inferiormente com o cóccix e
lateralmente de cada lado com o ilíaco osso do quadril formando a articulação
sacroilíaca.

Vértebras Coccígeas

O cóccix de forma triangular, é uma estrutura óssea localizada abaixo do sacro,


formando o último segmento da coluna vertebral. É formado pela fusão de 4 vértebras
coccígeas, podendo variar de 3 a 5.

70
Articulações da Coluna Vertebral

As vértebras articulam-se umas com as outras e com o crânio, de modo a conferir


rigidez mas também flexibilidade à coluna, qualidades necessárias para o suporte de
peso, movimentação do tronco e ajuste de posição indispensável para o equilíbrio e a
postura.
As articulações da coluna vertebral incluem:
● Articulações entre os corpos vertebrais;

● Articulações entre os arcos vertebrais;

● Articulações entre o crânio e as vértebras (atlantoaxiais e


atlantoccipital).
Os ligamentos e músculos são auxiliares na manutenção do alinhamento das
vértebras.

1. Articulação dos Corpos Vertebrais

As articulações dos corpos vertebrais são destinadas a sustentação de peso e


resistência. As superfícies articulares das vértebras são unidas pelos seguintes
ligamentos:

● Ligamento Longitudinal Anterior

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● Ligamento Longitudinal Posterior

● Disco Intervertebral

2. Articulação entre os Arcos Vertebrais

Os arcos vertebrais unem-se através de articulações sinoviais, entre as


facetas dos processos articulares e por articulações fibrosas que unem as lâminas,

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os processos espinhosos e os processos transversos adjacentes. Os ligamentos
destas articulações são os seguintes:

● Ligamento Nucal, na região cervical

● Ligamento Amarelo ou Flavo

● Ligamento Supraespinhal e Ligamento Interespinhal

73
3. Articulação entre a Coluna Vertebral e o Crânio

74
Existem dois grupos de articulações entre o crânio e as vértebras, as articulações
atlantoccipitais, formadas entre o Atlas (C1) e o Occipital, e as articulações atlantoaxiais,
entre o Atlas (C1) e o Áxis (C2). As articulações crânio vertebrais são articulações
sinoviais. Sua arquitetura permite uma amplitude de movimentos maior do que o restante
da coluna vertebral. As articulações incluem os côndilos do osso occipital, o atlas e o
áxis. Os ligamentos destas articulações são os seguintes:

● Ligamento cruciforme;

● Ligamentos alar;

● Ligamento apical.

75
Sistema Nervoso

O Sistema Nervoso coordena todas as atividades orgânicas, integra sensações e


ideias, conjuga fenômenos da consciência e adapta o organismo às condições de
momento.
Convencionalmente divide-se o Sistema Nervoso em:

⮚ Sistema Nervoso Central (SNC), que compreende:

⮚ Encéfalo;

⮚ Medula Espinhal.

● Sistema Nervoso Periférico (SNP), que compreende:

⮚ 12 pares de Nervos Cranianos que originam no Encéfalo;

⮚ 31 pares de Nervos Espinhais que se originam da Medula Espinhal.

Nervos correspondem a um conjunto de fibras nervosas sensoriais e motoras,


unidas por tecido conjuntivo denso, organizadas em feixes, sendo responsáveis pela
transmissão de impulsos nervosos. Fibras sensoriais levam impulsos das células para o
Sistema Nervoso Central; e fibras motoras, do Sistema Nervoso Central aos músculos.

76
Todas as nossas sensações, sentimentos, pensamentos, respostas motoras e
emocionais, a aprendizagem e a memória e, qualquer outra função ou disfunção do
cérebro humano não poderiam ser compreendidas sem o conhecimento do fascinante
processo de comunicação entre as células nervosas – neurônios, unidade básica do
Sistema Nervoso. Os neurônios precisam continuamente coletar informações sobre o
estado interno do organismo e de seu ambiente externo, avaliar essas informações e
coordenar atividades apropriadas à situação e às necessidades atuais da pessoa.
O neurônio é uma célula capaz de perceber as mínimas variações que ocorrem em
torno de si, reagindo com uma alteração elétrica. Essa alteração elétrica é o impulso
nervoso. Um impulso nervoso é transmitido de uma célula a outra através das sinapses.
O neurônio apresenta três partes:

● corpo celular;

● dendritos;

● axônio.

Dendritos – são prolongamentos finos e geralmente ramificados. Funcionam como


“antenas” que captam os estímulos nervosos do ambiente ou de outras células e
conduzem em direção ao corpo celular;
Corpo Celular – é o núcleo da célula nervosa responsável pela interpretação dos
estímulos nervosos;

77
Axônio – é um prolongamento fino cuja função é transmitir os impulsos nervosos
provenientes do corpo celular para outras células, como músculos ou glândulas.

Os neurônios formam uma intricada rede, comparável, em certos aspectos, ao


sistema telefônico de uma grande cidade. A rede nervosa é formada pelos axônios e
dendritos, que atuam como cabos de transmissão de impulsos nervosos, e por corpos de
neurônios, que atuam como estações de processamento e de transmissão de
informações.
Os neurônios não se distribuem igualmente por todo o tecido nervoso. Seus corpos
celulares e os dendritos se agrupam em algumas regiões do encéfalo e da medula
espinhal formando a substância cinzenta. A substância cinzenta é o local de recepção e
de integração de informações e resposta. Outras regiões do tecido nervoso podem conter
quase exclusivamente axônios de neurônios. Quando esses axônios são revestidos pela
bainha de mielina, o tecido ganha uma coloração esbranquiçada, a substância branca. A
substância branca é uma região de conectividade entre partes do sistema nervoso.
Os neurônios podem ser:
Neurônios Receptores – são os neurônios encarregados de captarem informações
diretamente das células sensoriais, como aquelas que compõem a retina (olho), o
ouvido, tato, a língua e etc;
Neurônios Efetores – são os neurônios que recebem as informações do cérebro (as
respostas aos estímulos captados pelos neurônios receptores) e as repassam para os
músculos e glândulas.
Exemplo:
Ao encostar com a ponta do dedo em uma agulha, as células sensoriais presentes na
pele do dedo captarão essa “espetada”, e transmitirá essa informação para o cérebro,
utilizando-se dos neurônios receptores e de conexão. O cérebro processará a informação
e dará uma ordem para que o músculo responsável pelo dedo se contraia, a fim de
eliminar o perigo de ser perfurado. Essa última parte é feita pelos neurônios efetores.

78
Medula Espinhal

A Medula Espinhal é a porção alongada do Sistema Nervoso Central. Tem a forma


de um cordão arredondado, alojado na coluna vertebral. Inicia-se na altura do forame
magno do osso occipital e termina na altura da primeira e segunda vértebra lombar,
entre L1 e L2, sem preencher o canal vertebral completamente. A medula espinhal
termina afilando-se para formar um cone, o cone medular, e a partir deste cone
medular segue um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal.
A medula atua como estação retransmissora graças aos nervos que partem dela.
Várias informações sensoriais passam por ela antes de chegar ao encéfalo, e várias
respostas elaboradas pelo encéfalo passam por ela, antes de chegarem aos órgãos
efetores. Elabora também respostas simples e rápidas com função de defesa (reflexos).

79
Da medula espinhal originam-se 31 pares de nervos espinhais correspondendo
aos 31 segmentos medulares assim distribuídos:

▪ 8 pares de nervos Cervicais – C1 a C8;

▪ 12 pares de nervos Torácicos – T1 a T12;

▪ 5 pares de nervos Lombares – L1 a L5;

▪ 5 pares de nervos Sacrais – S1 a S5;

▪ 1 par de nervo Coccígeo – Co1.

80
O nervo espinhal é formado pela união de uma raiz anterior motora com uma raiz
posterior sensitiva. As duas raízes a motora e a sensitiva se unem formando o nervo
espinhal misto, que deixa o canal vertebral através do forame intervertebral.

81
Tanto o encéfalo, quanto a medula espinhal são protegidos por três membranas
de tecido conjuntivo, denominadas meninges. Estas três meninges, de fora para dentro
são:

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● Dura-máter, a meninge mais espessa;

● Aracnoide, meninge mediana;

● Pia-máter a mais interna, firmemente aderida ao encéfalo e à


medula espinhal.
A pia-máter contém vasos sanguíneos, responsáveis pela nutrição e oxigenação
das células do sistema nervoso central.
Entre o osso e a dura-máter há o espaço extradural (epidural, peridural),
contém vasos sanguíneos e tecido adiposo (gordura). Entre a dura-máter e a aracnoide
encontramos o espaço subdural, espaço muito pequeno (considerado virtual) que
contém uma pequena quantidade de líquido seroso. Por fim, entre a aracnoide e pia-
máter há o espaço subaracnóideo, grande espaço onde circula o liquor ( líquido
cefalorraquidiano), que é produzido no interior dos ventrículos (existentes no encéfalo).
O liquor cefalorraquidiano amortece os choques mecânicos do sistema nervoso central
contra os ossos do crânio e da coluna vertebral.

Após o término da medula espinhal, a pia-máter continua como filamento


terminal, servindo para fixar a medula inferiormente.

83
Abaixo de L1 ou L2, o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes
nervosas motoras e sensitivas dos últimos nervos espinhais que, dispostas em torno do
cone medular e do filamento terminal, constituem a cauda equina.

Tronco Encefálico

O Tronco Encefálico é uma porção do encéfalo que se liga ao diencéfalo


cranialmente, à medula espinhal caudalmente e ao cerebelo posteriormente.
Em sentido craniocaudal ou superior pra inferior, é formado pelo:

● Mesencéfalo;

● Ponte;

● Bulbo.

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Algumas destas áreas são responsáveis pelas funções básicas para a manutenção
da vida como a respiração, o batimento cardíaco a pressão arterial, sendo também
responsável por certos reflexos, como: o reflexo de contração da pupila do olho, reflexo
de engolir, reflexo de vomitar e reflexo de tossir.

85
86
Nervos Cranianos

Nervos Cranianos emergem simetricamente de cada lado do encéfalo, atravessam


forames do crânio e se distribuem principalmente a órgãos da cabeça, e do pescoço, em
doze pares. São responsáveis pela inervação dos órgãos dos sentidos, dos músculos e
glândulas da cabeça, e também de alguns órgãos internos.

Cerebelo

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O cerebelo ou pequeno cérebro é a parte do encéfalo. É formado por dois
hemisférios – os hemisférios cerebelares direito e esquerdo e por uma parte mediana,
chamada de verme cerebelar, que se liga aos dois hemisférios cerebelares.
Localiza-se na fossa craniana posterior. É formado internamente pela substância
branca e externamente possui uma camada de substância cinzenta denominada de
córtex cerebelar. Sua superfície é marcada pela presença de elevações, as folhas do
cerebelo, limitadas por sulcos e fissuras.
Suas atividades estão relacionadas com o equilíbrio e postura corporal. Recebe
estímulo de músculos e tendões e tem a função de controlar as atividades motoras,
mantendo o tônus muscular (estado semicontraído em que o músculo permanece para
responder aos estímulos mais rapidamente). O cerebelo é essencial no desempenho dos
movimentos voluntários e na aprendizagem motora, além de ter função essencial no tato,
visão e audição. É graças a ele que podemos realizar ações complexas como andar de
bicicleta ou tocar violão.
Lesões que acometem o cerebelo – ocasionado por falta de oxigenação,
alcoolismo, entre outros, comprometem a movimentação (a precisão e rapidez dos
movimentos deixam de ser eficientes), causando diminuição e fraqueza do tônus
muscular, mudanças posturais, alteração da marcha, do equilíbrio, entre outras
alterações.

Diencéfalo

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O diencéfalo é parte do cérebro. Situa-se acima do mesencéfalo e entre os dois
hemisférios cerebrais. O diencéfalo compreende:

⮚ Tálamo;

⮚ Hipotálamo;

⮚ Epitálamo;

⮚ Metatálamo;

⮚ Subtálamo.

Suas atividades estão relacionadas: com a regulação da temperatura corporal, da


ingestão de alimentos e líquidos, regulação da diurese (produção de urina). Está
envolvido na emoção e no comportamento sexual.

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Cérebro

O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa quase toda a cavidade


craniana, formado por dois hemisférios cerebrais direito e esquerdo, separados
incompletamente pela fissura longitudinal do cérebro, cujo assoalho é formado pelo
corpo caloso.
O hemisfério cerebral é constituído externamente por uma camada de substância
cinzenta formando o córtex cerebral e internamente a substância branca.
Cada hemisfério cerebral apresenta:

● Três faces:

● Supero lateral;

● Medial;

⮚ Inferior ou base do cérebro.

● Três Polos:

⮚ Frontal;

⮚ Temporal;

⮚ Occipital.

O córtex cerebral é dividido em áreas denominadas lobos cerebrais, cada uma com
funções diferenciadas e especializadas. Funcionalmente o córtex cerebral apresenta seis
lobos e anatomicamente quatro. Na região da testa está localizado o lobo frontal, na área
da nuca está o lobo occipital, na parte superior central da cabeça localiza-se o lobo
parietal, na região lateral da cabeça o lobo temporal, e internamente encontramos o lobo
límbico e o lobo da ínsula.

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⮚ Lobo Frontal – responsável pelos movimentos voluntários e também por ser o

lobo mais significante para o estudo da personalidade, inteligência, pensamento


abstrato e comportamento.

⮚ Lobo Parietal – responsável pela percepção de estímulos sensoriais que ocorrem

através da epiderme ou órgãos internos, do que diz respeito à relação do meio


ambiente e nosso corpo.

⮚ Lobo Temporal – esta área está intimamente ligada à audição e memória.

⮚ Lobo Occipital – nele encontra-se o córtex visual, que recebe todas as

informações captadas pelos olhos, sua especialidade é a visão.

⮚ Lobo da Ínsula – Coordena as emoções, além de ser responsável pelo paladar.

⮚ Lobo Límbico – muito importante para a resposta emocional, prazer,

comportamento e memória.

No cérebro acontecem os impulsos nervosos que nos permitem pensar, relembrar


fatos e falar. O cérebro é, portanto, o centro da inteligência e do aprendizado.
Os cientistas já conseguiram elaborar um mapa do cérebro, localizando diversas
regiões responsáveis pelo controle da visão, da audição, do paladar, do olfato, dos
movimentos automáticos e das emoções, entre outras.
Sabe-se também que os hemisférios cerebrais direito e esquerdo controlam
atividades diferentes. O hemisfério direito está associado à criatividade e às habilidades
artísticas, enquanto o hemisfério esquerdo está associado a habilidades analíticas e
matemáticas.

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BIBLIOGRAFIA

1.DÂNGELO, J. G. e FATTINI, C. A. – Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar, 2ª

edição, Ed. Atheneu.

2. GARDNER, Gray O'Rahilly, Anatomia Regional, 4ª. ed., Guanabara-Koogan.

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3.Gray, Henry, Anatomia, 29ª. ed., Guanabara-Koogan.

4. MACHADO, Ângelo B. M., Neuroanatomia funcional, 2ª ed. Atheneu.

5.HEIDGGER, G. Wolf, Atlas de Anatomia, 4ª. ed., Guanabara-Koogan.

6.SOBOTTA, Atlas de anatomia humana, 20ª ed., vol. I e II, Guanabara-Koogan.

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