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Trabalho de Português

Vinicius de Moraes

/ SP

2014
Dedicamos este Trabalho a nossa imaginação, pois ela é mais
importante que o conhecimento.
Agradecimentos:

Agradecemos a professora Lenita, que nos explicou e passou o tema do trabalho.


Ao grupo pelo sua dedicação, empenho e companheirismo ao fazer o trabalho.
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”

Vinicius de Moraes
Sumário:

1.Introdução.........................................................................................7

2.Biografia de autor..............................................................................8

3.Características do autor....................................................................9

3.1Primeira Fase..................................................................................9

3.2Segunda Fase.................................................................................9

3.3Terceira Fase................................................................................17

4.Soneto de Carnaval........................................................................18

4.1Vocabulário...................................................................................18

4.2Análise do Poema.........................................................................20

4.3Resenha do Poema......................................................................20

5.Soneto do Amigo............................................................................21

5.1Vocabulário...................................................................................21

5.2Análise do Poema........................................................................22

5.3Resenha do Poema......................................................................22

6.Soneto da Fidelidade.....................................................................23

6.1Vocabulário...................................................................................23

6.2Análise do Poema........................................................................24

6.3Resenha do Poema......................................................................24

7.A Morte...........................................................................................25

7.1Vocabulário...................................................................................25

7.2Análise do Poema........................................................................26

7.3Resenha do Poema......................................................................26
8.A Rosa de Hiroshima......................................................................27

8.1Vocabulário...................................................................................27

8.2Análise do Poema.........................................................................28

8.3Resenha do Poema......................................................................29

Conclusão..........................................................................................30

Referências........................................................................................31

1. Introdução
Este trabalho visa a entender sobre o livro “Antologia poética”, de
Vinicius de Morares. Apresentando dados sobre o autor, tanto sua
biografia quanto a carreira musical. Falaremos as características do
autor e sobre suas obras estudadas.

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2. Biografia do autor
Vinicius de Moraes nasceu no dia 19 de outubro de 1913, na ilha do Governador, no
Rio de Janeiro. Cursou a Faculdade de Direito da rua do Catete e a Universidade de
Oxford, onde estudou língua e literatura inglesa. Em 1943, entrou para o Itamaraty,
assumindo em 1946 seu primeiro posto diplomático, de vice-cônsul em Los Angeles.
Poeta, cronista e dramaturgo, em 1953 conheceu Antonio Carlos Jobim e iniciou um
apaixonado envolvimento com a música brasileira, tornando-se um de seus maiores
letristas. Vinicius morreu no dia 9 de julho de 1980, em sua casa, no Rio de Janeiro

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3. Características do autor:
3.1 Primeira Fase
A primeira fase da poesia de Vinicius de Moraes é marcada pela preocupação
religiosa, angústia e a vontade de superar as dores deste mundo. Apresenta versos
longos com uma linguagem abstrata, alegórica e declamatória.

SACRIFÍCIO

“No sangue e na lama


O corpo sem vida tombou.
Mas nos olhos do homem caído
Havia ainda a luz do sacrifício que redime
E no grande Espírito que adejava o mar e o monte
Mil vozes clamavam que a vitória do homem forte tombado na luta
Era o novo Evangelho para o homem da paz que lavra no campo.”

3.2 Segunda Fase:


Já na segunda fase, em 1943, publica Cinco Elegias, nessa obra o escritor se
aproxima mais com os temas simples da vida, explora com sensualidade o amor e a
mulher, faz uso de verso livre e a comunicação é mais direta.

SONETO DE DEVOÇÃO

“Essa mulher que se arremessa, fria


E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria”.

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Vinicius de Moraes também escreveu poesia social, ou seja, uma poesia engajada,


preocupada com os problemas enfrentados pela população. Um bom exemplo do
envolvimento de Vinicius de Moraes nessa área é o poema Operário em Construção
(1956).

Nesse poema o escritor usa uma linguagem simples e direta, além de se mostrar
solidário com essa classe oprimida. Através de suas palavras o poeta tenta
conscientizar os leitores.

O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os


reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
- Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem
quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
- Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.

Era ele que erguia casas


Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia


Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?

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Tijolos ele empilhava


Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui

Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia


Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

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Ah, homens de pensamento


Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia

Que ele mesmo levantara


Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão


Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu


Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário


Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.

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E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!


E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar


As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- "Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário


Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação

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E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.

Teve seu rosto cuspido


Teve seu braço quebrado

Mas quando foi perguntado


O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário


Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência


Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.

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Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário


Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão


Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se


Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas

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A se arrastarem no chão.

E o operário ouviu a voz


De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.

Uma esperança sincera


Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão, porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção

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3.3 Terceira Fase
A partir da década de 60, Vinicius de Moraes começou a se afastar da Literatura e
passou a se dedicar à música.

Começou a fazer shows com Dorival Caymmi, Tom Jobim, Edu Lobo, Baden Powell,
Toquinho, Chico Buarque.

Como exemplo podemos destacar a música Garota de Ipanema, uma criação de


Vinicius de Moraes e Tom Jobim. A versão original da música se chamava Menina
que passa e era diferente. Porém, nem Tom nem Vinicius gostaram da letra da
canção. Então a versão definitiva foi refeita mais tarde por Vinicius, inspirado
em Helô Pinheiro, que passava frequentemente em frente
ao Bar Veloso (hoje Garota de Ipanema), em Ipanema.

LETRA DA MUSICA – GAROTA DE IPANEMA (TOM JOBIM E VINICIUS DE


MORAES)

Olha que coisa mais linda


Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar

Moça do corpo dourado


Do sol de lpanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, por que estou tão sozinho?


Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse


Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

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4. Soneto de Carnaval

Distante o meu amor, se me afigura 


O amor como um patético tormento 
Pensar nele é morrer de desventura 
Não pensar é matar meu pensamento. 

Seu mais doce desejo se amargura 


Todo o instante perdido é um sofrimento 
Cada beijo lembrado uma tortura 
Um ciúme do próprio ciumento. 

E vivemos partindo, ela de mim 


E eu dela, enquanto breves vão-se os anos 
Para a grande partida que há no fim 

De toda a vida e todo o amor humanos: 


Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo 
Que se um fica o outro parte a redimi-lo

4.1 Vocabulário
Afigura: aparenta.

Desventura: Falta de ventura;


infelicidade; infortuno.

Redimi-lo: Conseguir; reaver;


resgatar.

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4.2 Análise do Poema:
O Soneto do Amigo é da segunda fase de Vinicius de Moraes, pois é um poema
sobre uma experiência de vida de toda pessoa, é sobre um tema do cotidiano, onde
encontramos a exploração da sonoridade, através das rimas. Ele possui 4 estrofes
com quatorze versos, sendo dois quartetos e dois tercetos, ou seja, é um poema
onde a estrutura é mais elaborada e fixa. E assim como todos os seus sonetos, esse
ganha na mãos de Vinicius uma forma diferente, mais moderna e real, o autor faz
uso de um vocabulário mais conhecido pelo leitor, com palavras mais simples e de
fácil compreensão.

4.3 Resenha do Poema: Soneto de Carnaval


Nesse poema podemos perceber que o autor fala sobre o amor, mas um amor que
não parece ser correspondido, pois está distante, com isso Vinicius diz que pensar
nele é ruim, mas que não pensar também é, até porque o amor é algo de dois lados,
algo que faz bem e ao mesmo tempo faz mal.

Então ele diz que todo tempo longe da amada é um sofrimento, é tempo perdido,
como se a vida só valesse a pena perto dela e que a cada vez que ele lembra de um
beijo, é como uma tortura, pois ele sente falta e ao mesmo tempo ele sente ciúmes,
porque os momentos ao lado dessa pessoa que ele ama é algo que parece que não
vai voltar, logo ele sente ciúmes dele ter tido a oportunidade de ter esse momento
feliz com ela, porque agora ele não vai ter mais.

Já na terceira estrofe ele diz que os dois vivem partindo, ela parte dele e ele parte
dela, mesmo que antes o poema tenha dito coisas que afirmam o amor dele por ela,
ele ainda foge e essa fuga vai sendo feita durante anos e anos, eles vão
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5. Soneto do Amigo
Enfim, depois de tanto erro passado 
Tantas retaliações, tanto perigo 
Eis que ressurge noutro o velho amigo 
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado 


Com olhos que contêm o olhar antigo 
Sempre comigo um pouco atribulado 
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano 


Sabendo se mover e comover 
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica


Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

5.1 Vocabulário
Retaliações: Ato de se vingar; pagar
com a mesma moeda.

Atribulado: Funesto; doloroso;


atormentado.

Singular: Esquisito; excêntrico.

.
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5.2 Analíse do Poema:


Como esse poema fala sobre o amor e a mulher, se trata de um poema da segunda
fase do autor, onde ele fala sobre uma experiência amorosa, um amor quase que
platônico, também há a questão do soneto ser composto por várias rimas, dando
uma certa sonoridade e como é um soneto, sua estrutura é fixa (Dois quartetos e
dois tercetos) e sendo um soneto do Vinicius podemos perceber que é uma obra
moderna, com um vocabulário de palavras simples, que facilitam o entedimento do
leitor.

5.3 Resenha - Soneto do Amigo


Em meio a vários poemas sobre o amor e sobre as mulheres, encontramos o
Soneto do Amigo, um poema que fala sobre a amizade. Nesse poema, o autor quer
passar a mensagem de que mesmo depois de tempos difícies e que mesmo depois
de termos nos decepcionado com alguém, podemos reencontrar nesse alguém que
nos decepcionou o nosso antigo amigo. Que por mais que no passado tenhamos
cometido erros e a vida tenha nos separado de algum amigo, nós nunca iremos nos
perder, porque a amizade não é algo que se perde, é algo que fica sempre conosco
e que às vezes temos a sorte de poder vivenciar ela com a mesma pessoa
novamente.

Então o autor diz na segunda estrofe que é bom se sentar com esse amigo
reencontrado, pois será como reviver o tempo de amizade, a pessoa irá continuar
com o mesmo jeito e vocês irão conseguir conversar e sentir os mesmo sentimentos
de antes, porque mesmo que tenham se distanciado, o carinho e o amor que sentem
um pelo outro nunca foi destruído e muito menos esquecido.

Há uma parte no poema que Vinicius diz: "um bicho igual a mim, simples e
humano", ou seja, é uma pessoa que também possui erros e que precisa ser
compreendida, uma pessoa que chora e sorri assim como você, por essa razão, ao
lidar com ela você precisa ser compreensivo e entender que o amigo não é uma
pessoa perfeita, ele tem os seus dias ruins também.

Por causa de tudo isso, esse poema é um que quase todas as pessoas irão se
identificar se prestarem bem atenção no que ele quer dizer, pois todo mundo já teve
uma amizade que se distanciou com o tempo e que já reencontro ou terá uma, pois
nunca sabemos onde a vida irá nos levar, às vezes o nosso caminho se torna
diferente do caminho do nosso amigo, mas isso não quer dizer que devemos
esquecê-lo.
Por fim, o autor diz que amigo é um ser que a vida não explica e realmente a vida
não explica. Página ▪ 22

6. Soneto de Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

6.1Vocabulário
Zelo: Cuidado; Interesse.

Pesar: Arrependimento; remorso.

Pranto: Chorar; lamentação.


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6.2 Analíse do Poema:


O poema trata se de uma produção poética lírica formada por quatorze versos,
divididos em dois quartetos e dois tercetos; assim sendo, como consta no título,
temos nesta composição um soneto. Vinicius de Moraes utiliza nesses versos uma
simetria intermitente. Na primeira estrofe, o autor realiza uma exaltação ao amor, e
ao mesmo tempo uma promessa de fidelidade, na segunda estrofe, ele continua
mantendo seu sistema silábico, rimas e ritmo, na terceira estrofe (primeiro terceto), o
sistema de rimas continua soante e com posicionamento externo, mas a disposição
se torna interpolada com a estrofe posterior e na última estrofe, o poeta expressa
seu desejo de vivenciar este sentimento.

6.3 Resenha do Poema: Fidelidade


O Soneto de Fidelidade é muito apaixonante, encantador onde Vinicius de Moraes
faz um elogio ao amor como fonte de inspiração, alimento para alma e declama a
importância desse sentimento, mesmo com as dores que possa causar. No início,
podemos observar claramente que o título do poema é bastante sugestivo, porque a
impressão que se tem é que o soneto diz como se fosse uma promessa de alguém a
si mesmo.

Podemos observar que o eu lírico afirma que terá, com seu amor, tanta atenção do
que qualquer outro. Sempre a o desejo de amar acrescentando que este sentimento
deve ser vivido intensamente em todos os instantes e o eu lírico sempre jurando
fidelidade e tem consciência tanto o amor como a vida é passageira. E alguns
momentos querendo mostrar as ideais de sua própria experiência pessoais, ou seja,
falar do amor.
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7. A Morte
A morte vem de longe
Do fundo dos céus
Vem para os meus olhos
Virá para os teus
Desce das estrelas
Das brancas estrelas
As loucas estrelas
Trânsfugas de Deus
Chega impressentida
Nunca inesperada
Ela que é na vida
A grande esperada!
A desesperada
Do amor fratricida
Dos homens, ai! dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida.

7.1 Vocabulário
Trânsfugas: Desertor; Traidor

Impressentida: Despercebid; Impercebido ,

Fratricida: Aquele que mata irmão, ou irmã.


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7.2 Analíse do Poema:


O poema de Vinicius de Moraes não tem forma fixa. Se dividida em estrofes há n°
ímpar de versos. há somente uma estrofe. Possui 17 versos, possuem rimas
cadenciadas pelo ritmo dos versos, mas ocasionais como as formadas em ida e
ada. O vocabulário é no mais simples. 

7.3 Resenha do Poema: A Morte


O poema de Vinicius de Moraes mostra que morte preocupa a todos e mata-se por
qualquer desculpa (amor fratricida). O importante é viver, enfrentado as
contradições, as negações que nos apresentam durante a vida, pois a morte é
impossível de evitar a única certeza da vida é a preocupação permanente. E sempre
estamos à espera da morte, mesmo que digam que ela vem inesperadamente.

Na primeira estrofe o autor descreve entre os espaços de tempo que instituem o


dia (manhã, tarde, dia e noite), interpretar manhã como o início e a tarde o anoiteço,
como cobrir de trevas (estupidez, ignorância) e na noite o início do aprendizado; na
fase adulta, a sabedoria, a habilidade, a prática da vida.

Já na segunda estrofe diz que se guiava pelo leste, local em que o Sol nasce e o a
oeste a morte contra quem vivo, ou seja, os outros é que possuem a
responsabilidade de se preocupar com a sucessão de dias; a ele cabia o ato de
renovar-se constantemente (Eu morro ontem / Nasço amanhã), sem importar com
acontecimentos cotidianos. 
Página ▪ 26

8. A Rosa de Hiroxima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada

8.1 Vocabulário Vinícius grafa Hiroxima com X, pois a


Telepáticas: Relativo a telepatia. rigor é essa a adaptação do nome próprio
japonês para a língua portuguesa. Em
Inexatas: Que não é exata. tempos mais recentes, devido à influência
do inglês, é mais comum que se grafe a
Cálidas: Quente; ardente; sanguínea. palavra com SH. Ambas as formas são
aceitas na norma culta.
Cirrose: Esclerose do Fígado.

.
Página ▪ 27

8.2 Análise do Poema:


O poema é dividido em duas partes. A primeira parte mostra as consequências da
bomba. A segunda parte apresenta a própria bomba como: hereditária, radioativa,
estúpida , inválida e por consequência causadora de todos os males.

A linguagem exerce função poética quando valoriza o texto na sua elaboração, ou


seja, quando o autor faz uso de combinação de palavras, figuras de linguagem
(metáfora, antítese, hipérbole, aliteração, etc.), exploração dos sentidos e
sentimentos, expressão do chamado eu lírico, dentre outros. Ex: Rosa radioativa,
rosa hereditária - metáforas. A função apelativa é usada quando o objetivo da
transmissão da mensagem é persuadir o receptor, seduzi-lo com uma mensagem
persuasiva. Ex: Os verbos do poema que estão no modo imperativo.

Chamar a Bomba de Hiroshima de rosa? É possível? A imagem aérea da explosão


de uma bomba atômica pode ser considerada bela por sua plasticidade e colorido
aos olhos de um poeta. O texto citado apresenta palavras com sentido figurado,
diferente daquele em que convencionalmente são empregadas.

“Pensem nas feridas Como rosas cálidas”• Neste trecho, o poeta usa a
comparação (É a aproximação de dois termos entre os quais existe alguma relação
de semelhança) para demonstrar as feridas com “rosas cálidas”, subjetivamente
comparando-as a chagas ainda latentes, quentes, ainda frescas, que estariam ali
aflorando de maneira ardente.

“ Da rosa da rosa Da rosa de Hiroxima (...) A rosa com cirrose”• Um das figuras de
linguagem de fácil identificação é a aliteração (consiste em repetir sons
consonantais idênticos ou semelhantes em um verso ou em uma frase,
especialmente as sílabas tônicas), como no trecho acima destacado, onde ocorre a
repetição do fonema /z/ e do fonema /r/.

“Pensem nas meninas (...) Pensem nas mulheres (...) Pensem nas feridas”• No
trecho acima destacado temos a repetição do verbo para intensificar a ordem que é
expressa por ele, o recurso da anáfora (repetição da mesma palavra ou grupo de
palavras no princípio de frases ou versos consecutivos ) é empregado juntamente
com o recurso de encadeamento durante todo o primeiro período do poema.

“A rosa hereditária”• A metáfora (palavra ou expressão que produz sentidos


figurados por meio de comparações implícitas) acima empregada representa a
bomba, nos remete a questão das feridas como rosas cálidas, e reforça a ideia de
que as feridas ainda estão expostas, pois são hereditárias, portanto os males desta
“rosa” irão permanecer por muito tempo.

Página ▪ 28
8.3 Resenha do Poema: Rosa de Hiroxima
No poema de Vinícius de Morais “Rosa de Hiroshima”, a utilização das figuras de
linguagem chegam a ser emblemáticas quando nos recordamos das bombas
atômicas jogadas em Hiroshima e Nagasaki. Foram bombas com poder de
destruição absurdo utilizadas contra a população civil para criar horror em um Japão
orgulhoso e resistente. Tais bombas carbonizaram pessoas que estava até um raio
de 12 quilômetros de seu epicentro, cegaram, mutilaram, fizeram órfãos e viúvas.
Anos depois ainda havia vítimas, crianças que não viveram a guerra nasceram com
deformidades, desenvolveram câncer pois seus pais haviam sofrido o efeito da
radiação. Por isso, o autor usa o termo bombas hereditárias.

Na primeira parte do poema, os versos são formados por cinco sílabas, tendo
começos e fins definidos por consoantes que os separam. Além disso, a primeira
sílaba é sempre tônica para marcar o começo de um novo verso.

Isso dá um ritmo mais padronizado à leitura dos versos, como que criando fotos e
dando tempo para que o leitor realmente “se lembre” das imagens que o poeta quer
passar e reflita. Cada par de versos, uma foto.
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9. Conclusão:

Esse trabalho possibilitou que nós adquiríssemos um grande conhecimento em


relação ao Vinicius de Moraes, que ele é poeta todas nós sabíamos, mas com essa
pesquisa descobrimos que ele também foi um grande músico, que seus poemas são
sobre vários temas, não só sobre o amor como pensávamos.

Vinicius de Moraes é um poeta da segunda fase do modernismo, tem três fases


como artista, sendo as duas primeiras como poeta e a terceira como músico. Ele
nasceu no dia 19 de Outubro de 1913, no Rio de Janeiro e morreu no dia 9 de Julho
de 1980, no Rio de Janeiro.

Seus sonetos são de uma forma diferente, são mais modernos e reais, ele é um
autor que escreve sonetos com um vocabulário mais conhecido, com isso as
palavras são mais simples e fáceis de compreender, mas a estrutura é como a forma
fixa (2 quartetos e 2 tercetos), ele não mudou nada nisso.

Enfim, com toda essa pesquisa, conhecendo a vida dele e os seus trabalhos,
concluimos que ele é um ótimo artista, que seus poemas são muito bonitos e
reflexivos, só que para entender realmente a mensagem que ele quer passar, requer
prestar bem atenção e ler com o coração.
Página ▪ 30
10: Referências:

 Infoescola. Disponível em: http://www.infoescola.com/escritores/biografia-de-


vinicius-de-moraes/ Acesso em 23 de Agosto de 2014.

 Brasil Escola. Disponível em: http://www.brasilescola.com/literatura/vinicius-


moraes.htm Acesso em 26 de Agosto de 2014.

 Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Garota_de_Ipanema Acesso


em 26 de Agosto de 2014.

 Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lnHz6pi59bwAcesso


em 26 de Agosto de 2014.

 YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nrBfbQAR2eAAcesso


em 26 de Agosto de 2014.

 Letras.mus.br. Disponível em: http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/49272/Acesso


em 26 de Agosto de 2014.

 Moraes, V. Antologia poética. São Paulo: Editora Schawarcz, 2010


Página ▪ 31

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