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Literatura

Aspectos essenciais da poesia

Teoria

O que é poesia?

A palavra poesia tem origem no vocábulo grego poiesis, cujo significado é o ato da criação, de fazer alguma
coisa. O fazer poético pode estar presente dentre variadas manifestações artísticas (músicas, artes plásticas,
cinema…), mas, aqui, veremos a sua principal expressão na literatura, por meio do seguinte gênero textual: o
poema.

Relacionada aos textos de gênero lírico, o poema é uma expressão literária que traz como características
principais a preocupação com a linguagem e a disposição em versos. A sua origem possui relação direta com
a música; inclusive, se você reparar em sua métrica (ou seja, tamanho dos versos, elemento que atribui ritmo
à canção) e em suas rimas (ou seja, a repetição de sons entre os versos de um poema, que pode ocorrer tanto
ao final de cada verso, quanto dentro do próprio verso, como você verá mais à frente), poderá perceber uma
semelhança explícita desta manifestação artística com os poemas. Veja os dois exemplos abaixo:

Música
Taiguara – Hoje
Poesia
Hoje Augusto dos Anjos – Psicologia de um vencido
Trago em meu corpo as marcas do meu tempo Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Meu desespero, a vida num momento Monstro de escuridão e rutilância,
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Hoje
Trago no olhar imagens distorcidas Profundissimamente hipocondríaco,
Cores, viagens, mãos desconhecidas Este ambiente me causa repugnância...
Trazem a lua, a rua às minhas mãos Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Mas hoje,
As minhas mãos enfraquecidas e vazias Já o verme — este operário das ruínas —
Procuram nuas pelas luas, pelas ruas Que o sangue podre das carnificinas
Na solidão das noites frias por você Come, e à vida em geral declara guerra,

Hoje Anda a espreitar meus olhos para roê-los,


Homens sem medo aportam no futuro E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Eu tenho medo acordo e te procuro Na frialdade inorgânica da terra!
Meu quarto escuro é inerte como a morte. (…)

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No texto poético, os versos são agrupados em ‘blocos’, que são intitulados estrofes: os versos “Anda a
espreitar meus olhos para roê-los,/ E há-de deixar-me apenas os cabelos,/ Na frialdade inorgânica da terra!”,
portanto, compõem a última estrofe do poema de Augusto dos Anjos, visto acima.

Além da presença de versos, estrofes, possibilidades de rima e métrica, o texto poético, necessariamente,
apresenta o eu lírico, que se define pela voz poética no texto em questão, aquele sujeito que apresenta o
conteúdo explorado nos versos. É preciso ter em mente que o eu lírico não tem um compromisso em manter
relação com o poeta, por exemplo, em músicas e poemas há casos de homens que produzem a obra, mas
que o sujeito poético (eu lírico) dela é feminino.

Aspectos formais da poesia


Nós já passamos pela definição geral de rimas e métrica, comuns ao texto poético, certo? Mas, agora, iremos
nos debruçar sobre algumas particularidades acerca desses elementos formais da poesia, afinal, isso irá te
ajudar nas aulas futuras a respeito do gênero lírico. Vamos?

Rimas
Como mencionado, as rimas são um recurso estilístico muito utilizado no texto poético (e em músicas!), e
consistem na repetição de sons entre os versos, com o objetivo de garantir musicalidade ao texto, logo, traz
uma preocupação sonora ao poema.

Dê uma olhadinha no poema de Augusto dos Anjos, da seção anterior. Repare que as repetições sonoras se
manifestam de maneira padronizada, como na primeira estrofe abaixo:

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

O som final de “amoníaco”, do primeiro verso, rima com o som de “zodíaco”, no último verso; enquanto
“rutilância” rima com “infância”.

É preciso ter em mente, porém, que os poemas não têm a obrigação de apresentar rimas; como é o caso dos
versos brancos, os quais não exibem tal recurso estilístico. Veja um exemplo de poema elaborado com versos
brancos, a seguir, do modernista Oswald de Andrade:

Erro de português

Quando o português chegou


Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

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Métrica
No que consiste à métrica, ou seja, à medida dos versos de um poema, a importância é atribuída não só a
aspectos sonoros, mas rítmicos. O estudo dos versos é intitulado metrificação, enquanto sua contagem é
nomeada escansão.

Observação importante: é bom saber que a contagem das sílabas na poesia não é semelhante à contagem
de sílabas de outros textos. Aqui, cada verso tem uma quantidade de sílabas, logo, no momento que você
parte para a escansão do verso seguinte, é necessário ‘começar do zero’, ao invés de contar continuamente.
Além disso, a contagem só vai até a última sílaba tônica, e não a última sílaba em si. Veja o exemplo a seguir:

Na frialdade inorgânica da terra!


Na/frial/da/de i/nor/gâ/ni/ca/da/ter/ra!

O verso acima possui 10 sílabas poéticas, constituindo um verso decassílabo. Futuramente você terá
informações mais detalhadas sobre este tipo de classificação.

De maneira análoga ao que foi pontuado sobre as rimas, existem poemas que não apresentam, em seus
versos, um padrão métrico: são intitulados como versos livres.

Manuel Bandeira – Poética


Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos

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O lirismo difícil e pungente dos bêbedos


O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Dentro do contexto poético, há também as formas fixas, que também serão aprofundadas futuramente. Tais
modelos seguem sempre a mesma regra segundo a quantidade de versos, estrofes e o esquema de rimas.
Um de seus exemplos mais famosos é o soneto, poema composto por dois quartetos (duas estrofes com 4
versos cada) e dois tercetos (duas estrofes com 3 versos cada). Veja a seguir:

Vinícius de Moraes – Soneto da separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente


Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Aspectos linguísticos na poesia

A linguagem poética é conhecida por trazer uma preocupação estética muito forte. Isso se dá, também, devido
a presença de figuras de linguagem e uso da linguagem conotativa.

As diferentes figuras de linguagem contribuem para a apresentação de imagens poéticas. Logo, através da
metáfora, metonímia, antítese, hipérbole, dentre outras, é possível construir maior particularidade linguística
nos poemas. Em acréscimo a isso, a linguagem conotativa – a que traz significados não literais e, sim,
figurados aos elementos – também contribui para as imagens.

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A função poética da linguagem

De acordo com as seis funções da linguagem, definidas por Roman Jakobson, a poética caracteriza-se pela
preocupação com a forma do discurso, ou seja, com a mensagem em si. Veja a seguir a organização das
funções da linguagem, conteúdo que será apresentado com detalhes nas aulas de português no futuro!

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/funcoes-linguagem.htm

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Exercícios de fixação

1. Sobre as características do gênero textual poema, estão corretas as seguintes proposições:

I. O poema deve ser construído sob forma fixa, sempre preservando elementos como a métrica e a
musicalidade dos versos.
II. O poema caracteriza-se por ser centrado em um trabalho peculiar com a linguagem. Em geral,
reflete o momento e o impacto dos fatos sobre o homem.
III. O poema diferencia-se dos demais gêneros por ser escrito em versos e por possuir um ritmo mais
marcado que o ritmo da prosa.
IV. A poesia não é exclusividade do poema: ela é uma atitude subjetiva que pode estar nas mais
variadas manifestações artísticas.

a) Todas estão corretas.


b) Apenas I está correta.
c) II, III e IV estão corretas.
d) I e III estão corretas.
e) I, III e IV estão corretas.

2. Sobre a linguagem poética, é incorreto afirmar:


a) A linguagem poética faz uso de diversos recursos estilísticos, entre eles, as figuras de linguagem.
b) As figuras de linguagem em um poema têm como objetivo despertar sensações no leitor e
impactá-lo, possibilitando que ele crie imagens a partir desse impacto.
c) A linguagem poética é estritamente autobiográfica: é impossível desvencilhar o poeta de sua
criação.
d) A linguagem poética não possui compromisso com a objetividade: ela pode ser subjetiva e
ambígua, oferecendo ao leitor diferentes possibilidades de interpretação.

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3. Leia o poema a seguir:

Amor é um fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís Vaz de Camões

Quanto a sua forma, o poema de Luís Vaz de Camões é


a) um soneto
b) uma elegia
c) um madrigal
d) uma écloga
e) uma ode.

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4. Sobre as diferenças entre a poesia e o poema, estão corretas as seguintes afirmativas:

I. A poesia, ao contrário do poema, é composta por uma forma estática: a mensagem deve ser
elaborada apresentando a mesma quantidade de versos e estrofes.
II. A poesia pode estar presente em paisagens e objetos, enquanto o poema faz referência ao gênero
textual.
III. Não existem diferenças entre a poesia e o poema, ambas as denominações dizem respeito ao
mesmo gênero textual.
IV. Poesia vem do grego poiesis, que pode ser traduzido como a atividade de produção artística. É,
portanto, uma definição mais ampla do que a definição de poema, nome dado aos textos feitos
em versos.

a) II e IV.
b) Todas estão corretas.
c) I e III.
d) I e IV.
e) III e IV.

5. Leia o poema abaixo:

Livros e flores

Teus olhos são meus livros.


Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.


Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

O texto acima faz parte da coletânea de escritas versificadas de Machado de Assis. Comente o poema
a partir da sua percepção sobre o intuito do eu lírico.

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Exercícios

1. (EsSa – 2013) Em poesia, para determinar a medida de um verso, divide-se o verso em sílabas poéticas.
Esse procedimento tem o nome de
a) redondilha.
b) dístico.
c) escansão.
d) métrica.
e) quintilha.

Leia o texto a seguir e responda às questões 2 e 3.

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2. (EPCAR – 2013) Sobre o texto, pode-se afirmar que


a) é um soneto com versos tradicionais.
b) possui rimas ricas e raras.
c) a função da linguagem predominante é a conativa.
d) se trata de um poema com versos livres.

3. (EPCAR – 2013) De acordo com a 3ª estrofe, só NÂO se pode afirmar que


a) o eu-lírico possui felicidade no sonho com sua enamorada.
b) nessa estrofe, observa-se a presença marcante do tempo.
c) a duração da felicidade percorre a noite, a madrugada e alcança o dia.
d) para o eu-lírico a felicidade é um estado permanente.

4. (EXCELÊNCIA – SC, 2017) O soneto é um tipo textual clássico, muito valorizado e utilizado por muitos
poetas durante a história da literatura. Qual das alternativas abaixo está correta com relação ao soneto:
a) A sua estrutura é específica, deve conter dois quartetos e dois tercetos.
b) O soneto tem uma estrutura própria, e deve ser composto apenas por rimas ricas.
c) O soneto trata de temas como amor e tragédia.
d) Nenhuma das alternativas
e) Todas as alternativas.

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5. (MS Concursos – 2018, adaptada)

De acordo com a obra, leia as alternativas e assinale a incorreta.


a) O cotidiano é composto de um conjunto de pequenos acontecimentos na vida do casal.
b) Em momento algum, o eu lírico manifesta o desejo de interromper a sua rotina, o cotidiano.
c) No final da tarde, “ela” o espera no portão.
d) No primeiro verso do poema, “Todo dia ela faz tudo sempre igual”, a rotina do casal é mais
cristalina, clara e evidente.
e) O poeta inicia e termina seu poema com a mesma estrofe, sua intenção é mostrar que as ações
do cotidiano são contínuas no tempo.

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6. (AgiRH – 2018 – Prefeitura de São José do Barreiro, SP) Leia atentamente o poema Vou-me Embora
pra Pasárgada, de Manuel Bandeira, escritor brasileiro, para responder à questão.

Assinale a alternativa correta:


a) Segundo o poema, ser amigo do rei não traz nenhuma vantagem ao eu-lírico.
b) Não existe no poema uma oposição entre satisfação e insatisfação
c) A última estrofe intensifica o caráter libertador e salvador da cidade imaginada pelo eu-lírico.
d) Não existe no poema uma oposição entre tempo presente e tempo futuro.

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7. (CONSCAM – 2018 – Prefeitura de Itapuí, SP)


Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.
(Paulo Leminski)
Para o eu lírico, o amor:
a) É confuso, não há explicação.
b) É a matéria-prima da vida.
c) Sempre acaba.
d) Transforma-se em dor ou alegria.
e) É motivo de ódio.

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8. (Enem, prova cancelada, 2009)


TEXTO I
No meio do caminho
No meio do caminho tinha
uma pedra
Tinha uma pedra no meio
do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha
uma pedra
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 2000. (fragmento).

TEXTO II

A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que
a) o texto I perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em
quadrinho.
b) o texto II pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do
texto I.
c) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao
mesmo gênero.
d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com
finalidades distintas.
e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como
pertencentes ao mesmo gênero.

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9. (ESPM – 2010)
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(Manuel Bandeira, Poética, in: Libertinagem, 1930)

Nos famosos versos de Bandeira, que se tornaram verdadeiro porta-estandarte da estética modernista,
o lirismo é associado a “loucos”, “bêbados” e “clowns”, porque a poesia:
a) pode proporcionar o lado mais alegre da existência, mesmo que para o poeta a vida tenha sido
uma inconveniente frustração.
b) pode estabelecer, através da rebeldia e do desvairismo, a compensação da “vida que poderia ter
sido e que não foi”.
c) tem de reproduzir, em linguagem literária, a quebra das regras comportamentais, ainda que
disfarçada em contenção emotiva.
d) deve apresentar liberdade e despojamento, sem nenhuma amarra estilística ou comportamental,
valorizando uma atitude espontânea, lúdica e pura na literatura.
e) deve revelar a liberdade extremada, influenciado pelo tema de origem clássica da fugacidade da
vida.

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10. (CETREDE – 2019) Leia o texto para responder à questão.

A dor de que fala o soneto está descrita nos versos


a) 1/2
b) 3/4
c) 5/6
d) 7/8
e) 12/13

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A alternativa I é a única incorreta, considerando que o poema não tem a obrigatoriedade de ser construído
sob uma forma fixa, existindo, por exemplo, obras poéticas compostas por versos brancos e livres –
respectivamente, sem padrão de rima e de métrica.

2. C
Na verdade, é o contrário do que a alternativa propõe, visto que a linguagem poética se manifesta através
do eu lírico, que não necessariamente possui relação direta com o próprio poeta. Logo, é importante
realizar uma separação entre a voz do poema e o poeta em si.

3. A
Tendo em vista que o poema de Camões é iniciado por duas estrofes com 4 versos cada (dois quartetos)
e finalizado por duas estrofes com 3 versos cada (dois tercetos), confirma-se que se trata de um soneto.

4. A
É importante ter conhecimento do caráter amplo da poesia, pois esta abrange múltiplas manifestações
artísticas, enquanto o poema é um gênero textual literário.

5. O eu lírico apresentado no poema traz um sentimentalismo amoroso, tendo em vista as amplas


comparações do corpo da pessoa amada com os prazeres do indivíduo, além das analogias com a flora,
que remetem aos lábios e à calmaria de quem se ama.

Exercícios

1. C
Como apresentado na teoria deste material, define-se por escansão a separação das sílabas poéticas de
cada verso.

2. D
Versos livres são aqueles que não apresentam um padrão métrico em uma obra. Partindo deste princípio,
nota-se, no texto Vinícius de Moraes e Tom Jobim, a presença de versos irregulares, com vários
tamanhos diferentes.

3. D
O eu lírico manifesta seu posicionamento acerca da felicidade como um sentimento efêmero, que não
dura eternamente; observe o primeiro verso, que afirma “Tristeza não tem fim, felicidade, sim”.

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4. A
A definição da forma fixa soneto é pautada na estrutura de seus versos e estrofes: logo, a regra é que
este tipo textual apresente dois quartetos (ou seja, duas estrofes com 4 versos) e dois tercetos (duas
estrofes com 3 versos).

5. B
É incorreto afirmar que o eu lírico da obra não possui interesse em quebrar seu cotidiano, afinal, logo na
terceira estrofe ele manifesta seu desejo em se afastar da figura feminina e romper essa rotina: “Todo
dia eu só penso em poder parar/ Meio-dia eu só penso em dizer não”.

6. C
Na última estrofe, o eu lírico menciona Pasárgada como a sua maior salvação, pois, quando ele estiver
no ápice da tristeza e do desinteresse pela vida, verá a cidade como o escape, garantindo-lhe liberdade
e salvação.

7. B
O amor não é apresentado como algo confuso, ou motivo, exclusivamente, de ódio; assim como não é
apresentado seu caráter finito ou de se encerrar em dor ou alegria. O amor, para o eu lírico, é a matéria-
prima que a vida é capaz de transformar em raiva, ou em poesia.

8. D
No caso, temos uma história em quadrinhos que retoma um poema de Drummond. Aliás, o conhecimento
do poema é fundamental para a compreensão da paródia realizada nos últimos quadrinhos da história.
Por fim, enquanto o texto 1 traz uma reflexão de caráter existencial e filosófica, o texto 2 tem um objetivo
mais modesto, que é provocar humor. Atente-se para a intertextualidade.

9. D
Para o eu lírico apresentado por Manuel Bandeira, em “Poética”, a poesia deve ser livre; logo, deve ter
semelhança com os “loucos”, “bêbados” e “clowns” (palhaços), almejando por uma espontaneidade
literária.

10. B
Considerando que a temática central do poema de Camões é a saudade, os versos que deixam a dor da
ausência mais explícita são “enquanto houver no mundo saudade/ quero que seja sempre celebrada” (3
e 4).

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