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Fevereiro – 2015
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BANCA EXAMINADORA
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DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
A Deus pelas maravilhas que fez e continua fazendo em minha vida, por me
fortalecer nos momentos de dificuldade;
Aos meus pais pelo exemplo de amor e por construírem peças fundamentais na
minha vida; por dividirem comigo as alegrias de minhas conquistas e pelo apoio nos
momentos de dificuldades; por sempre acreditarem em mim;
Aos Professores Dr. Eduardo Beraldo de Morais e Dr.ª Selma Baia Batista pelo
apoio durante o desenvolvimento;
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................12
2.OBJETIVOS.........................................................................................................................12
2.1 GERAL .............................................................................................................................12
2.2 ESPECÍFICO ....................................................................................................................12
3. REFERENCIAL TEÓRICO ...............................................................................................12
3.1 ASPECTOS DO MEIO FÍSICO .......................................................................................12
3.2 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS .............................................................................................14
3.3 BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS .................................................................................16
3.4 FERROBACTÉRIAS ........................................................................................................17
3.5 FISIOLOGIA DE FERROBACTÉRIAS ..........................................................................17
3.6 IDENTIFICAÇÃO DE FERROBACTÉRIAS .................................................................18
3.7 TÉCNICAS MOLECULARES .........................................................................................20
3.8 MÉTODO DA PCR EM ESTUDOS GENÉTICOS .........................................................21
4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. .22
4.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA DO ESTUDO ........................................................................ .22
4.2 FRENQUÊNCIA AMOSTRAL ...................................................................................... .22
4.3 COLETA DAS AMOSTRAS ........................................................................................... 24
4.4 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE FERRO ...............................................46
4.5 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE FERROBACTÉRIAS ...................................26
4.6 EXTRAÇÃO DE DNA DOS ISOLADOS DE FERROBACTÉRIAS ............................ .28
4.7CARACTERIZAÇÃO GENOTÍPICA DAS FERROBACTÉRIAS ATRAVÉS DA
TÉCNICA DE BOX-PCR ...................................................................................................... .29
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 31
5.1 FERRO TOTAL .................................................................................................................31
5.2 ANÁLISE MICROBIOLÓGICOS NAS ÁGUAS DOS POÇOS RASOS DO BAIRRO
PEDRA NOVENTA ............................................................................................................... 33
5.3 ISOLAMENTO DE ESTIRPES BACTERIANAS .......................................................... 35
5.4 EXTRAÇÃO DE DNA DOS ISOLADOS ....................................................................... 36
5.5 AMPLIFICAÇÃO DO DNA BACTERIANO ..................................................................36
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 50
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 51
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 20- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P8 primeira e segunda
coleta início de chuvas Novembro de 2013 e chuvas regulares Janeiro 2014 ........................ 43
Figura 21- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P9 primeira e segunda
coleta início de chuva Novembro de 2013 e chuvas regulares Janeiro 2014 .......................... 44
Figura 22- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P10 primeira e segunda
coleta início de chuva Novembro de 2013 e chuvas regulares Janeiro 2014 .......................... 44
Figura 23- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P11 primeira e segunda
coleta início de chuva Novembro de 2013 e chuvas regulares Janeiro 2014 .......................... 45
Figura 24- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P12 primeira e segunda
coleta início de chuva Novembro de 2013 e chuvas regulares Janeiro 2014 .......................... 46
Figura 25- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P13 primeira e segunda
coleta início de chuva Novembro de 2013 e chuvas regulares Janeiro 2014 .......................... 47
Figura 26- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P14 primeira e segunda
coleta início de chuva Novembro de 2013 e chuvas regulares Janeiro de 2014 ..................... 48
Figura 27- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostrais P15 e 16 primeira e
segunda coleta início de chuva Novembro de 2013 e chuvas regulares Janeiro 2014
respectivamente ....................................................................................................................... 48
Figura 28- Padrão de amplificação das estirpes dos Pontos amostrais P16 e 17 primeira e
segunda coleta início de chuva Novembro de 2013 e chuvas regulares Janeiro 2014
respectivamente ....................................................................................................................... 49
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Coordenadas geográficas dos pontos de coleta no Bairro Pedra 90 Cuiabá-MT. ... 25
Tabela 2 - Isolados de Ferrobactérias. ...................................................................................... 36
9
RESUMO
A utilização de poços rasos como fonte de abastecimento de água é uma prática comum em
todo o mundo devido à qualidade dos aquíferos serem adequadas para diversos usos,
principalmente ao consumo humano. Todavia, a poluição desse recurso pode ocorrer por
diversas formas, como a contaminação bacteriológica, mais especificamente por
Ferrobactérias. Assim sendo, este estudo tem como objetivo analisar o perfil genotípico de
Ferrobactérias isoladas da água de poços rasos no Bairro Pedra Noventa, Cuiabá-MT. As
coletas de água nos pontos amostrais foram realizadas em novembro de 2013 (início do
período chuvoso) e janeiro de 2014 (chuvas regulares), no Bairro Pedra Noventa, em
Cuiabá, utilizando como amostrador o manual tipo bailer. Após a quantificação das
Ferrobactérias, via meio seletivo, foram isoladas para extração de DNA e caracterização
genotípica utilizando o iniciador BOX-PCR. A partir do produto da eletroforese do BOX-
PCR, foram gerados dezesseis géis que contabilizam dezessete pontos para cada período
amostral. A similaridade das amostras foi determinada por matrizes binárias de presença e
ausência para cada um dos pontos de análise, em função da posição que as bandas ocupavam
no gel. A partir da matriz de dissimilaridade foram agrupados em dendrogramas UPGMA e
análise de similaridade de Jaccard (2%) para o percentual de similaridade entre os isolados
de cada ponto. Para análises do metal ferro foram realizadas duas coletas em dois períodos
distintos os pontos P2, P7, P10 e P16, apresentaram concentrações acima aos Valores
Máximos Permissíveis para consumo humano. Para análises microbiológicas todas as
amostras analisadas apresentaram contaminação por Ferrobactérias. Através dos
dendrogramas de dissimilaridade, notou-se que 10,9% dos isolados obtiveram uma
similaridade acima de 70%, o que leva a inferir que 89,1% dos isolados apresentaram
diversidade gênica.
ABSTRACT
The use of shallow wells as water source is a common practice worldwide for the quality of
aquifers are suitable for various uses, mainly for human consumption. However, pollution of
this resource can occur in various forms, such as bacterial contamination, specifically by Iron
Bacteria. Therefore, this study aims to analyze the genotypic profile of Iron Bacteria isolated
from water from shallow wells in the neighborhood Stone Ninety, Cuiaba-MT. The water
sampling in the sampling points were held in November 2013 (the beginning of the rainy
season) and January 2014 (regular rainfall), in the neighborhood Stone Ninety in Cuiaba, as
sampler using the manual type bailer. After quantification of Iron Bacteria, via selective
medium, were isolated for DNA extraction and genotypic characterization using BOX-PCR
primer. From the product of BOX-PCR electrophoresis, gels were generated which account
sixteen seventeen points for each sampling period. The similarity of the samples was
determined by binary matrices presence and absence for each of the analysis points,
depending on the position occupied bands in the gel. From the dissimilarity matrix were
grouped into UPGMA dendrograms and Jaccard similarity analysis (2%) to the percentage of
similarity among isolates of each point. To iron metal analyzes were performed two
collections into two distinct periods points P2, P7, P10 and P16 showed concentrations above
the Maximum Allowable Values for human consumption. For microbiological analyzes all
samples were contaminated by Iron Bacteria. Through dendrograms dissimilarity, it was
noticed that 10.9% of the isolates obtained a similarity greater than 70%, which leads to the
inference that 89.1% of the isolates showed genetic diversity.
1 INTRODUÇÃO
As águas subterrâneas representam uma opção para comunidades que não possuem
serviços de saneamento básico, onde técnicas rudimentares são desenvolvidas para suprir
necessidades básicas de abastecimento de água (JAMEEL et al., 2006) como acontece em
bairros da grande Cuiabá. Integrante dessa realidade, o bairro Pedra Noventa enfrenta
problemas de saneamento básico desde a sua implantação, sendo uma das alternativas da
população para usufruir da água a abertura de poços rasos (MOURA et al., 2013).
Porém, as águas obtidas nas perfurações desses poços possivelmente não apresentam
qualidade adequada para consumo humano, devido sua disposição e forma de exploração
gerando contaminação por fontes de poluições difusas. Para que se possa garantir uma boa
qualidade deste recurso são necessárias técnicas de construção de poços e cumprimento dos
padrões estabelecidos na legislação para água de consumo humano, evitando assim
contaminações (SILVA et al.,2014).
2 OBJETIVO
2.1 GERAL
2.2 ESPECÍFICOS
Quantificar Ferro total na água dos poços rasos ou tipo cacimba no Bairro Pedra
Noventa;
3 REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com estudos realizados por Silva et al. (2014) e Moura et al. (2013) no
Bairro Pedra, em Cuiabá, percebe-se que, para a maioria dos poços perfurados, não são
elaborados estudos de viabilidade técnica e, como consequência disso, estes poços são em
geral mal locados, produzindo baixas vazões e ficando vulneráveis à contaminação.
2011, que dispõe sobre a administração e a conservação das águas subterrâneas de domínio do
Estado de Mato Grosso. O gerenciamento dessas águas é compreendido pela avaliação
quantitativa e qualitativa e o planejamento de seu uso racional, a outorga e fiscalização dos
seus direitos de uso e pela adoção de medidas que visem a sua conservação, preservação e
recuperação.
químicas e biológicas do corpo d‟água de uma maneira tal que prejudique a utilização das
suas águas para usos benéficos (TUCCI, 1998).
A água para consumo humano pode ser obtida tanto em mananciais de águas
superficiais, quanto de mananciais subterrâneos. O manancial subterrâneo é um recurso
amplamente utilizado por uma parcela da população brasileira. A água subterrânea pode ser
captada no aquífero confinado ou livre, localizado entre duas camadas relativamente
impermeáveis, o que dificulta a sua contaminação, ou ser captada no aquífero não confinado
ou livre, que fica próximo à superfície, e está, portanto, mais suscetível à contaminação.
Nas áreas urbanas, a contaminação das águas subterrâneas, e também superficiais, por
microrganismos patogênicos, parasitas, substâncias orgânicas e inorgânicas está relacionada
ao destino final do esgoto doméstico, industrial e postos de combustíveis e de lavagem. A
maioria das grandes cidades não alcança 50% de tratamento dos seus resíduos e o país tem
menos de 10% de municípios que tratam alguma parte de seus esgotos (FINOTI et al., 2009).
A contaminação nos aquíferos pode levar muito tempo até manifestar-se claramente,
devido à lenta circulação das águas subterrâneas, capacidade de absorção dos terrenos e
pequeno tamanho dos canalículos. O notável poder de depuração dos aquíferos, em relação a
muitos contaminantes, e o grande volume de água que armazenam fazem com que as
contaminações extensas se manifestem muito lentamente e as contaminações localizadas
somente apareçam depois de algum tempo (SILVA et al.,2014).
17
3.4 FERROBACTÉRIAS
As águas subterrâneas, em geral, são ricas em ferro, o quarto elemento mais abundante
na crosta terrestre e pode ser facilmente encontrado em águas subterrâneas na forma de
bicarbonato ferroso [Fe (HCO3)2] (SUNG et al., 1980). As reações de óxido-redução ou redox
acontecem pela transferência de elétrons entre reagente e produtos. Muitas reações são
catalisadas por microrganismos, do tipo bactérias, e determinam a natureza de espécies
químicas nas águas, como: carbono, nitrogênio, oxigênio, enxofre, ferro e manganês.
São essas bactérias (Gallionella sp, por exemplo) que, na presença de oxigênio,
oxidam o íon ferroso (Fe 2+) a íon férrico (Fe 3+ ) liberando energia e depositando o hidróxido
férrico (Fe(OH)3) marrom-alaranjado (VIDELA, 2003). O aumento da densidade de
comunidades dessas espécies citadas podem ocasionar problemas, tanto para o sistema de
abastecimento quanto para as pessoas que utilizarem a água para consumo, nessas situações se
faz necessário inibir a presença desses microrganismos, evitando assim danos maiores.
Além disso, este uso permite analisar um número significativo de indivíduos de uma
comunidade, produz perfis genotípicos definidos e origina um padrão de bandas altamente
22
complexo (DIMRI et al., 1992, TIKOO et al., 2001; ZILLI et al., 2003). As técnicas
moleculares estão disponíveis para a detecção de variabilidade genética da sequência de
DNA, ou seja, para detecção de polimorfismo genético.
Logo, a reação em cadeia da polimerase é uma técnica altamente sensível, por meio da
qual, pequenas quantidades de sequências de DNA ou RNA específicas podem ser
enzimaticamente amplificadas até que sejam obtidas milhões de cópias da sequência alvo,
sendo que, na última década, a PCR se tornou a técnica genética mais utilizada em
diagnóstico microbiológico (GANDRA, et al., 2008).
4 MATERIAL E MÉTODOS
Figura 2- Mapa de localização da área de estudo Pedra Noventa em Cuiabá-MT (Imagem do Google Earth,
2012).
Para a seleção dos pontos amostrais, foram realizadas visitas técnicas em outubro de 2013 para a detecção e
identificação de residências que possuíam poços. A seleção dos pontos amostrais se deu a partir de estudo
anterior desenvolvido por Silva et al. (2014), onde foram selecionados 17 poços (Figura 3). A Tabela 1
mostra as coordenadas geográficas dos pontos amostrais analisados.
24
A coleta das amostras destinadas às análises de ferro foi feita com a utilização de
frascos descartáveis de polietileno de capacidade de 500mL, previamente separados, rotulados
e armazenados em uma caixa de isopor para posterior realização da coleta, segundo as
metodologias indicadas pelo Guia de coletas de amostras de água (CETESB, 1998).
Figura 6- Medição de temperatura e pH na água de Figura 7- Coletor (bailers) de água de poços rasos
poços rasos Fonte: RAMOS, (2014)
Fonte: RAMOS, (2014).
27
Após adição do ácido a amostra foi levada a uma chapa aquecedora para a redução do
volume da amostra até cerca de 20 mL. Ao final do processo de digestão, as amostras foram
retiradas da chapa aquecedora e reservadas para que atingissem a temperatura ambiente. Após
serem digeridas, foram transferidas para balões volumétricos de 100 mL e completou-se o
volume com água deionizada. Em seguida, foram feitas as medidas por espectrofotometria de
absorção atômica por atomização em chama.
Após as contagens de colônias, foi observada a pureza das cepas a partir da técnica
morfotintorial e observação microscópica, onde, uma vez, confirmada a pureza dos isolados,
os mesmo foram transferidos para tubo de ensaio com Caldo Nutriente (CN); estes receberam
1mL de glicerina 80% para conservar as células das cepas e serem mantidos congelados para
posterior extração de DNA.
TÉCNICA
Análise de Similaridade
A extração de DNA foi realizada com todos os isolados dos pontos amostrais, a
identificação dos isolados foram a partir de uma sequência de estirpes já armazenada, em
ordem crescente, tendo início em 589 chegando a 911 para identificação gênica. Estas cepas
encontram-se armazenadas em uma biblioteca gênica para posteriores análises.
30
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das análises de ferro nas águas subterrâneas foram expressos sob a forma de
ferro total, como pode ser observado na (Figura 11).
Foram selecionados dezessete poços para o monitoramento do teor de ferro total, situados
no Bairro Pedra Noventa, na cidade de Cuiabá-MT (Figura 11).
O perfil do solo foi descrito por Silva et al., (2014), compreendendo Plintossolo Pétrico e
Plintosso Argilúvico. Os dois tipos de solos contribuem com o íon férrico e ferroso nas águas
subterrâneas, isso provavelmente se deve às concreções ferruginosas encontradas tanto no
Plintossolo Argilúvico como no Plintossolo Pétrico.
acima dos valores permissíveis foram observadas nos pontos amostrais para o período do início
de chuvas- P2-, os valores de 0,59mg/L, P7 1,27mg/mL e P10 4,18mg/L e para os pontos no
período de chuva regulares- P6- com 2,56 mg/mL, P7 3,4mg/mL e P13 8,11mg/mL . A presença
de ferro dissolvido em água para os respectivos período pode estar correlacionada ao carreamento
de lixo para dentro dos poços devido suas estruturas rudimentares que permitem o acúmulo de
detritos oriundo de vários lugares (SILVA et al., 2014).
Os metais são elementos químicos que estão presente em grande abundância na água e no
solo. Provavelmente as concentrações elevadas do ferro podem estar associadas à lixiviação do
solo laterítico comum na região em estudo (MIGLIORINI, 2004).
Os padrões de potabilidade exigem que uma água de abastecimento público não ultrapasse
os 0,3 mg.L-1 de ferro (BRASIL, 2011), apesar de o organismo humano necessitar de até 19mg
de ferro por dia. Nos pontos amostrais apresentados em dois períodos, distintos os pontos P2, P7,
P10 e P16, as amostras do período de início de chuvas apresentaram o teor de Ferro Total acima
dos Valores Máximos Permissíveis na legislação e, para o período de chuvas regulares, as
amostras que também apresentaram teores acima dos padrões foram os pontos P6, P7, P13.
Foi possível observar que, independente do período, o P7 apresentou teor elevado de ferro
na água. Foi observada na Figura 11 que, para alguns pontos, a presença de ferro não foi
detectada (P1, P4, P8, P9, P11, P14, P15e P17), a ausência de concentração pode estar
relacionada ao período de coleta, quando as concentrações de ferro são inferiores por se
apresentarem em forma dissolvida na água.
presença de plintita, pouco poroso, e de baixa permeabilidade, o que dificulta a infiltração das
águas de chuva, impedindo a lixiviação e ou a quelação (SILVA et al., 2014).
Com base nos estudos realizados por Silva et al. (2014), foi observado que, no início do
período chuvoso, a densidade das bactérias heterotróficas variou de 25 a 33.600UFC/ml-,
apresentando valores acima dos limites recomendados em 75,86% das amostras analisadas. No
período chuvoso, verificou-se menor ocorrência (68,97%) e menores densidades (70 a
2.650UFC/mL).
De acordo com os resultados obtidos, mesmo sem a detecção do ferro em alguns pontos,
o metal se apresenta dissolvido na água. Isso foi possível observar no gráfico de densidade de
Ferrobactérias que demonstrou a presença do microrganismo.
A localização dos poços, tipos de solos e o período de coleta são fatores determinantes
na proliferação dessa bactéria (SILVA et al.,2014).
Mesmo que a maioria das bactérias heterotróficas da água não seja considerada
patogênica, é importante que sua densidade seja mantida sob controle, pois densidades muito
elevadas dessas bactérias na água podem causar riscos à saúde do consumidor (FILHO; DIAS,
2008). Algumas dessas bactérias podem atuar como patógenos oportunistas, deteriorantes da
qualidade da água; ocasionando odores e sabores desagradáveis e produzindo limbo e películas, e
influência inibidora de alguns microrganismos; pois quando presentes em número elevado podem
impedir a detecção de coliformes (FILHO; DIAS, 2008).
36
Foram extraídos 89,3 % de DNA do total de isolados da primeira coleta e 96,2% de DNA
da segunda coleta. Os produtos da extração dos DNA foram armazenados para realização de
Reação em Cadeia de Polimerase (PCR).
A ocorrência de perda de DNA está relacionada às diversas etapas pelas quais passa o
DNA, pois as amostras podem sofrer alterações adversas, o que acarreta a degradação durante o
processo.
A análise de variabilidade genética, pela técnica BOX-PCR foi realizada nos ponto P1 até
P17. A técnica utilizada permitiu a visualização de perfis de banda, geradas pela amplificação de
sequências repetitivas do DNA genômico bacteriano, utilizando o iniciador BOX. O uso de
marcadores de peso molecular de 1kb (® INVITROGEN) possibilitou perceber que produtos de
PCR maiores que 900 pares de bases foram obtidos em todos os isolados.
Buscando observar a diversidade para cada ponto amostral a partir das imagens
digitalizadas dos fragmentos de DNA dos isolados bacterianos, foram gerados agrupados em
dendrogramas UPGMA e análise de similaridade de Jaccard (2%) para cada período da coleta.
Figura 13- Padrão de amplificação das estipes do Ponto amostral P1, primeira e segunda coleta no início
de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente.
(7) estirpes não apresentaram similaridade entre si, apresentando uma diversidade gênica entre as
espécies nesse ponto amostral.
Figura 14- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P2, primeira e segunda coleta no
início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente.
Figura 15- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P3, primeira e segunda coleta no início
de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente
Nenhuma das cepas do ponto amostral P4 (Figura 16) e do ponto amostral P5 (Figura 17),
apresentaram similaridade acima de 70%, inferindo sobre diversidade gênica dos isolados
independente do período de coleta. A ausência de similaridade entre os isolados podem ter
influência das contaminações de fonte antrópicas, devido aos pontos amostrais estarem
localizados em regiões de vulnerabilidade de contaminantes.
41
Figura 16- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P4, primeira e segunda coleta
no início de chuva em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro de 2014,
respectivamente
Figura 17- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P5, primeira e segunda coleta
no início de chuva em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro de 2014,
respectivamente
42
Figura 18- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P6, primeira e segunda
coleta no início de chuva em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014,
respectivamente
Figura 19- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P7, primeira e segunda coleta no início
de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente
A análise de similaridade entre as cepas do ponto amostral P8 mostrou que a cepa 661, do
período de início de chuva e a cepa 830 do período de chuvas regulares, apresentaram 70% de
similaridade, as demais não apresentaram similaridade demonstrando a diversidade gênica entre
as bactérias isoladas (Figura 20).
Figura 20- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P8, primeira e segunda coleta no
início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente
44
A análise de similaridade no ponto amostral P9 (Figura 21) e ponto amostral P10 (Figura
22), para os dois períodos de análise, mostrou que as estirpes amplificadas não apresentaram
entre si similaridade igual ou superior a 70%, inferindo, assim, sobre a diversidade bacteriana.
Figura 21- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P9, primeira e segunda coleta no
início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente
Figura 22- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P10, primeira e segunda coleta no
início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente.
45
Figura 23- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P11, primeira e segunda coleta no
início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente
Figura 24- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P12, primeira e segunda
coleta no início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014,
respectivamente
Figura 25- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P13, primeira e segunda coleta no
início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente
De acordo com analise de similaridade apresentada na Figura 26, no ponto amostral P14,
7 cepas apresentaram similaridade de 100% o que as caracteriza geneticamente como sendo da
mesma espécie e 9 cepas não apresentaram similaridade.
48
Figura 26- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostral P14, primeira e segunda coleta
no início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente
A partir da análise de similaridade apresentada na Figura 27, é possível inferir que 2 cepas
apresentaram 100% de similaridade gênica e 14 cepas são geneticamente diferentes. Os dados
indicam alta diversidade genética nos pontos amostrais P15 e P16.
Figura 27- Padrão de amplificação das estirpes do Ponto amostrais P15 e 16, primeira e segunda coleta
no início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente
49
Figura 28- Padrão de amplificação das estirpes dos Pontos amostrais P16 e 17, primeira e segunda coleta
no início de chuvas em novembro de 2013 e chuvas regulares em janeiro 2014, respectivamente
A partir da abordagem realizada por Holguin et al. (2001) e Melloni et al. (2006)
compreendemos que estudos de diversidade microbiana são importantes, pois relacionam a
variabilidade genética, bem como verificam a distribuição ecológica dela.
Portanto, o uso de técnicas moleculares deve ser cada vez, mais empregado em estudos
por ser métodos simples e rápidos para a caracterização de populações microbianas, inclusive
para estudos em nível de gênero e espécie (KIRK et al., 2004).
50
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos, por hora, que o ferro metal analisado, tendo apresentado concentrações fora
dos Valores Máximos Permissíveis para o consumo humano, exigidos pela Portaria 2.914/2011,
provavelmente, originam-se da matéria orgânica em decomposição que cai nos poços abertos e ao
tipo de solo presente na região Plintossolo Pétrico e Plintossolo Argilúvico.
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