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AULA

A mulher que reza


é o sol do seu lar

Santa Teresa diz que Deus está entre as panelas. Mas isso não
significa que não devamos tirar um tempo do nosso dia exclusiva-
mente para oração.

O primeiro mandamento nos pede que amemos a Deus antes


de todas as outras coisas. Não devemos deixar Deus por último,
não devemos deixar pra rezar no último minuto do dia, quando já
estamos cansadas.

A mulher é o sol do lar


No livro “Casamento e família”, o Papa Pio XII diz que a mulher
é o sol do lar.

A mulher é o sol da família; é o sol generoso que acolhe e


aquece, com constante prontidão, com delicadeza atenta, bus-
cando atender as necessidades de todos, irradiando luz e calor.

A esposa e mãe é o sol da família com a clareza de um olhar


atento às necessidades; com palavras assertivas e atitudes que
acalmam o tumulto das paixões, levando alegria e bem estar para
todos os membros da família, acolhendo com carinho o marido
que chega cansado de um dia de trabalho.
Sabemos bem que na prática isso é bem difícil de acontecer.
Muitas vezes nossa família fica privada deste sol porque a mulher
está suscetível às suas emoções com dureza excessiva na educa-
ção com frieza no olhar e nas palavras, sufocando a alegria da fa-
mília com seus lamentos e repreensões.

Nós podemos facilmente substituir essa


natureza acolhedora e calorosa por nuvens
obscuras que fazem pesar o clima do nosso
lar.

É da nossa natureza acolher, aquecer, dar


carinho, auxiliar e educar. Mas como ex-
plica Edith Stein, nossa natureza feminina
está repleta de más inclinações decorrentes do pecado original.
Por isso mesmo que não é possível que sejamos esse sol que aco-
lhe e aquece se não tivermos uma vida de oração e se não bus-
carmos com frequência os sacramentos da Confissão e da Euca-
ristia, conforme ensina a própria Edith Stein.

Santo Afonso diz que sem a oração é impossível resistir às


tentações e obedecer aos mandamentos.

- Como poderemos ser esse sol se não formos mulheres de


oração?

- Com oração já é difícil crescer em virtudes. Então imagina


sem?!

A santificação do marido
Muitas mulheres relatam seus sofrimentos com maridos que
não são convertidos, não rezam, não se apegam a Deus e à vivên-
cia da religião.

No livro “Três para casar”, Fulton Sheen fala sobre rezarmos


pelos nossos maridos, com base no que São Paulo escreveu aos
Coríntios:
“porque o marido que não tem a fé é santificado por sua mulher;
assim como a mulher que não tem a fé é santificada pelo marido
que recebeu a fé” (1 Cor 7,14).

Fulton Sheen Explica que, assim como


a mulher cuida da saúde do seu marido
doente, da mesma forma, na ordem es-
piritual, aquele que tem fé e amor de
Deus assume os encargos do cônjuge
incrédulo, para o bem de sua alma.

O que uma transfusão de sangue é


para o corpo, a reparação pelos peca-
dos do outro é para o espírito.

Importância da Confissão e da Eucaristia


Precisamos aliar à nossa vida de oração a busca frequente
pelo sacramento da confissão e da Eucaristia. Edith Stein fala da
importância da oração e do encontro com Jesus Eucarístico para
combater as más inclinações de nossa natureza decaída.

Quando confessamos com frequência, além de recebermos o


perdão dos nossos pecados, recebemos também as graças ne-
cessárias para lutarmos contra nossos pecados e más inclinações.

E na Eucaristia encontramos a fonte de todas as graças. Ali


encontramos com o Cristo vivo e verdadeiro. Devemos buscá-Lo
o quanto mais pudermos.

Vida espiritual na prática


Mas como fazer tudo isso na prática?

Nós que somos mães, esposas, e muitas ainda precisam tra-


balhar fora, temos muitas ocupações e muitas dificuldades. Aca-
bamos nos concentrando mais nos aspectos práticos, e muitas ve-
zes não sabemos como ter um relacionamento com Deus quando
temos as crianças, fraldas para trocar, comida por fazer, cachorro
latindo, telefone tocando…

Então, a partir de agora, darei dicas práticas de como melhorar


a vida espiritual.

Mas você deve olhar para a sua realidade de vida e avaliar o


que pode fazer. Pegue uma caneta e vá anotando tudo.

Planejar o essencial
Pergunte a si mesma:

1. Quais práticas de oração considero razoáveis para fazer diaria-


mente? Anote.

2. Quais são as limitações do meu dia a dia? Meus filhos estarão


comigo? Algum momento do dia consigo ficar sozinha? Quais pe-
ríodos do dia que consigo ficar em silêncio? Decida qual ou quais
são os horários (e tempo de duração) você vai reservar para a
oração.

3. Aonde vou fazer minhas orações? Quais ajudas terei (Bíblia,


terço, leitura espiritual, catecismo, crucifixo, velas, imagens…)?
4. Com que frequência consigo confessar?

5. Consigo ir à missa além do domingo?

Meu cronograma:
Compartilho o meu cronograma atual não para que seja usado
como modelo, mas que sirva para inspirar ou direcionar a elabora-
ção do seu cronograma.

Oração da manhã: 1 hora

Oração matinal em família: 15 minutos

Oração antes do almoço: 2 minutos

Oração da tarde: 20 minutos

Oração noturna em família: 10 minutos

Oração da noite: 10 minutos

Sugestões de práticas espirituais:

◆ Oração da manhã: leitura do evangelho do dia, escuta de uma


homilia, leitura espiritual, oração mental.

◆ Oração matinal em família: oferecimento do dia, consagração


a Nossa Senhora, Santo Anjo.
◆ Oração da tarde: leitura espiritual, terço, oração escrita.

◆ Oração noturna em família: terço, novenas, outras orações.

◆ Oração da noite: exame de consciência.

Obs: você pode colocar essas práticas de oração em outros


horários do seu dia, lembrando que a boa oração não é aquela que
ocupa o tempo e o espaço do cumprimento dos deveres. Ou seja,
é muito claro que você não poderá rezar o terço ou fazer uma lei-
tura espiritual na hora de dar a janta para as crianças.

Lembre que muitas vezes é preciso fazermos algum sacrifício:


acorde mais cedo, diminua seu horário de almoço, vá dormir mais
tarde, ou seja, torne a sua rotina de oração uma realidade. Viabi-
lize-a, lembrando que Deus deve estar em primeiro lugar na nossa
vida.

Sobre a oração mental (oração do coração):


Santa Teresa d’Ávila ensina que a oração mental é:

“uma conversa de amizade em que conversamos muitas


vezes a sós com esse Deus por quem nós sabemos ama-
dos”.

Essa conversa espontânea e livre dispensa palavras vocais


(ainda que elas possam ser usadas algumas vezes).
Devemos direcionar a Deus todo o nosso espírito e orar com
o coração, conversando com um Amigo.

Na oração mental, entregamos a Deus nossas dificuldades,


nossas quedas, nosso agradecimento e nosso amor a Ele, e pedi-
mos as graças que precisamos para evoluir no caminho da santi-
dade.

Com a oração mental podemos colher muitos frutos espiritu-


ais, e o primeiro deles é enxergar nossas fraquezas e pecados. De
fato, Santo Afonso diz que:

“quem nunca pratica a oração mental conhece mal os


próprios defeitos, assim como os perigos em que se en-
contra de perder a graça de Deus, e os meios para vencer
as tentações”.

Quando rezamos muitas orações vocais e não praticamos a


oração mental, corremos o risco de não prestar atenção: falamos
as orações vocais com espírito distraído.

Como fazer a oração mental, segundo Santo


Afonso Maria de Ligório:
Como preparação, diga:

I. "Meu Deus, creio que estais aqui presente. Eu vos adoro com
todo o meu ser";

II. "Senhor, mereceria estar agora no Inferno; arrependo-me de


vos haver ofendido; perdoai-me";

III. "Pai Eterno, por amor de Jesus e de Maria, iluminai-me".

Depois, recomende-se a Maria Santíssima com uma Ave-Maria, re-


comende-se a São José, ao Anjo da Guarda, ao santo padroeiro.
Agora leia a meditação: vá interrompendo a leitura sempre
que encontrar uma passagem que tenha um significado maior
para você.

Faça atos de humildade, de agradecimento e, principalmente,


de arrependimento e de amor.

Diga:

"Senhor, fazei de mim o que quiserdes, ajudai-me a conhe-


cer o que quereis de mim; quero fazer o que vos agrada".

Ore muito, pedindo a Deus a perseverança, o amor, a luz, a


força para fazer sempre a vontade divina, a graça de orar sempre.

Antes de terminar a oração, faça um propósito particular de


evitar alguma falha mais frequente.

Termine com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.

Nunca deixe de recomendar a Deus as almas do purgatório


e os pecadores.

Considerações importantes:
• Fidelidade ao cronograma
• Altar doméstico
• Ordem exterior
• Elimine ou modere ao máximo o uso da TV
• Modere o uso do celular
• Oração em casal
• Plano B
Cronograma de oração
Com base na aula e no resumo exposto acima, monte o seu
cronograma de oração.

Orientações: Se você não tem o hábito de rezar, ou reza pouco e


sem rotina, comece devagar, pelo básico, com poucas práticas di-
árias (sugiro que comece de manhã e à noite). Permaneça fiel a
esse propósito, e em seguida vá adicionando novos horários com
novas práticas de oração. Sem constância e fidelidade, você não
conseguirá evoluir.

Horário Prática de oração


Referências bibliográficas:
1. A oração infalível. José Francisco Falcão de Barros. Editora Ec-
clesiae.

2. Três para casar. Fulton Sheen. Editora Molokai.

3. Casamento e família. Papa Pio XII. Editora Castela.

4. Regra de vida para mães. Holly Pierlot. Editora Ecclesiae.

5. A mulher: sua missão segundo a natureza e a Graça. Edith


Stein. Editora Ecclesiae.

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