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Mesmo depois do all might ter me passado o all for one, eu ainda sinto aquele vazio

de quando eu não o tinha. Entrei na U.A depois de muito tempo de treinamento e por
um momento eu senti que tudo daria certo, mas não é como se isso fosse possível pra
mim.

Depois de muito treino, noites em claro pensando em como aperfeiçoar a minha


individualidade e treinar tanto até desmaiar, eu finalmente percebi que isso não
vai dar certo, eu não nasci com uma individualidade e agora que tenho uma sequer
sou capaz de controlar ela.

E apesar de não querer desistir pelas pessoas que amo agora percebo que elas já me
deixaram a muito tempo. Elas não estão mais aqui pra me dizer pra parar de andar em
direção a beirada do terraço.

Só existia uma pessoa pela qual eu desistiria da idade de me matar, minha mãe que
agora está morta. Eu poderia
vê-la de novo, isso se eu for até o final, eu teria a chance de apenas descansar,
de não ser cobrado todos os dias por ter essa droga de individualidade que eu tanto
pedi.

"É só vc acreditar que vai renascer com uma individualidade na próxima vida e pular
logo de um telhado".

Não esperava nada mais nada menos de Katsuki Bakugo...

Espero que alguém tire uma foto da reação dele ao ver a minha morte nos jornais.
"Estudante da U.A se suicida nós prédios dos dormitórios".

Queria saber o que aconteceria se todas as pessoas que fazem parte desse 20% da
população sem individualidade realmente se matasse quando escuta algum comentário
do tipo "só se mata logo".

Apesar de que agora eu tenho uma individualidade, vou morrer sabendo ser um dos 80%
da população.

Apesar da brisa do vento estar fria, não sinto frio. Apesar do meu coração insistir
em bater forte continuo sem medo, pelo contrário nunca me sento tão calmo, eu tenho
o controle da minha vida inteira nas minhas mãos nesse momento. Morrer ou
viver.Parado aqui olhando pra baixo deste prédio que eu pensava não ser tão alto
assim. Mas isso só melhora tudo, a sensação de adrenalina do aumenta, sempre gostei
dessa sensação.

Enfim teria paz...

Midoriya se jogou do prédio, ninguém veio o impedir de o fazer. Tudo aconteceu em


um piscar de olhos, quem vira de longe apenas vê alguém caindo de um terraço em
segundos, algo rápido. Mas para Midoriya levaram mais que segundos, ele sentiu o
vento, seu coração batendo, seus olhos marejando, mas mais que isso ele sentiu um
sensação boa, sabendo que não teria mais volta e mesmo que tivesse ele estava
decidido, não é algo que ele faria por simples impulso, ele se sentiu bem com
aquilo.

Mas ainda eram poucos segundos, e depois desse tempo seu corpo deu de encontro com
o chão, causando uma morte instantânea. Ninguém a não ser alguém que tenha uma
enorme resistência a queda sobreviveria a uma altura dessas.

E ali morreu Midoriya... E renasceu Midoriya.


Midoriya acorda em um quarto simples, de paredes de madeira branca, tudo era tão
claro naquele quarto quanto a luz que o cegava vindo da janela grande ao lado da
cama aonde ele descansava. Ele instintivamente se levanta após perceber não estar
no seu quarto, ou melhor não estar morto. Mas logo faz uma cara de dor por ter
batido sua cabeça na prateleira em cima daquela cama.

-Quem coloca uma prateleira em cima da cama?!-

-Hum? Você?-Sua mãe, agora viva vestindo um vestido que Izuku julgará horrível,
fala, fazendo ele se assustar.

-Mãe?!-O esverdeado grita, com lágrimas de felicidade e saudades de formando em


seus olhos. Ele se levanta rapidamente e vai correndo em direção a sua mãe. Antes
de qualquer coisa ele para pra a analisar mais de perto, poderia não ser a primeira
vez que um vilão se disfarça de sua mãe para o abalar em combate, mas era ela, ele
sabia disso e tudo só o indicava que ela realmente estava ali.

-Izuku por que está chorando, menino? Não está mais bravo comigo?-ela pergunta
recebendo o abraço de Izuku que logo após pensar percebe que precisava disso, um
único abraço de sua mãe. Ele não havia já fazia bastante tempo.

-Bravo?!.. Por que eu estaria bravo com a senhora? Eu estou.. Tão feliz em te ver
novamente.. mãe.-Ele diz chorando, fazendo pausas por causa dos soluços que se
faziam presentes.

-Como assim menino? Nós vimos ontem no jantar, você está doente?-Ela para o abraço
que Izuku resiste para desmanchar e o afasta um pouco, colocando sua mão na testa
do filho.-Está mesmo um pouco quente, venha, deite na cama.-Izuku deixou que sua
mãe o levasse a cama sem relutância, precisava pensar, não estava entendendo a
situação.

-Você é mesmo a minha mãe?-Izuku pergunta fazendo inko não entender direito.

-Mas é claro que sou sua mãe, está alucinante por causa da febre? Ontem estava tão
bem...-Ela parou um pouco para analisar melhor o rosto do filho, abriu a gaveta da
cômoda do lado da cama de onde tirou um lenço, levou o lenço ao rosto do esverdeado
e tentou limpar as lágrimas do filho-Mas por que está chorando? Já fazia um tempo
que não o via assim, realmente me machuca te ver chorando, fica tão lindo sorrindo,
querido...-Ela calmamente continua a limpar o rosto do menor que parecia uma
criança chorando por ter ralado o joelho.

-Mãe... Senti tanto sua falta...-Ele fala tentando parar de chorar.

-Mas eu estive sempre aqui...-Ela parou por um momento, percebendo a real tristeza
do filho.-Vá descansar, quando você acordar tenho certeza de que vai estar melhor,
Vou avisar Katsuki que você não poderá o ver hoje-.

-Katsuki?!-De repente toda aquela tristeza se transforma em raiva. Aquele maldito,


tudo estava bom de mais pra ser verdade.

-Sim? O que houve? Brigaram novamente? Mas ele te enviou uma carta novamente como o
de costume...-Tentou entender a reação do filho, os dois sempre foram tão próximos,
ela diria que até de mais...

-Carta?! Por que esse desgraçado me mandaria cartas?-Inko se assustou um pouco,


nunca o viu assim, nunca em relação ao próprio namorado.

-"Desgraçado"? Que linguajar é esse Izuku, e por que está xingando seu namorado? O
que aconteceu?-Ele apenas ignorou o que ela disse, vendo uma carta em sua mão ele
logo a pega.

-Está é a carta?-Ele tenta se acalmar, o que não funciona pois sua raiva era
nítida.

-Sim, como todas as outras que ele o entrega em todas as manhãs na porta nós
últimos dois anos. Izuku, me diga, o que aconteceu? Nunca esteve assim... Não é
possível que isso seja apenas por uma febre... Acho melhor chamar o Doutor Garaki.-
Diz percebendo que seu filho poderia ter enlouquecido.

Ele não responde apenas abre a carta rasgando o envelope fechado por um enfeite de
coração que ele fez questão de rir ao ver. Sua mãe apenas espera silenciosamente o
término da leitura.

"Diz a Madame de Stael que os primeiros amores não são os mais fortes porque nascem
simplesmente na necessidade de amar. Assim que é domingo; mas, além dessa, há uma
razão capital, e é que tu não te parece nada com os homens e mulheres vulgares que
tenho conhecido. Espírito e coração como o teu não prendas raras; alma tão boa e
tão elevada, sensibilidade melindrosa, razão tão sexta que não são bens que a
natureza espalhasse as mãos cheias (...). Tu pertences ao pequeno número de pessoas
que ainda sabem amar, sentir, e pensar. Como te não amaria eu? Além disso tens para
mim dote que realça mais: sofreste. É minha ambição dicee a tua grande alma
desanimada: «levanta-te, crê e ama: aqui está uma alma que te compreende e te ama
também»."

-Não. O Katsuki Bakugo que conheço nunca escreveria uma coisa dessas pra ninguém.-
Ele abaixa a carta após ele, pensando no que acabou de ler.

-Ninguém exceto você.-Ela corrige, o que só piora a situação do esverdeado, pensar


que aquilo teria sido algo escrito do Katsuki, para ele? Isso não faz o menor
sentido!

Se bem que nada faria sentido ali... Ele parou um momento pra olhar ao seu redor...

Sua mãe estava agora viva, vestindo roupas que só vira em filmes da antiguidade, um
vestido branco e verde escabeche com marrom. Olhando ao redor viu que o quarto era
tão diferente dos que via, era tão simples, as paredes e o chão em um branco
simples de madeira com uma janela em arco, o telhado era curvo e os únicos móveis
que haviam ali era a cama aonde estava agora sentado, um guarda roupa de madeira de
carvalho antigo e uma cômoda ao lado da cama. E a pessoa que falou pra ele se matar
mandou uma carta de amor pra ele? Justo aquela pessoa?! E, namorados? Como assim
eles eram namorados? Parou por um momento e olhou para suas roupas... Que roupa
feia do caralho. Ele teve de se acalmar por um momento para apenas avaliar aquilo
que ele vestia. Isso é um vestido?! Na verdade era um pijama, branco, de uma época
passada.

Depois de pensar e pensar ele finalmente chegou a uma conclusão sólida... Eu estou
em uma Dr de Anne with an E?! Não, ele não estava.

-Terminou de ler, filho?-Ele apenas concorda com a cabeça ainda em Pânico.

Deve ser um sonho! Sim um sonho, mas como um sonho se eu morri? Então era verdade
aquele vídeo no Tiktok? Quando nós morremos ficamos em um sonho infinito?! Aonde o
Katsuki é meu namorado? Preferia o lance de céu e inferno... Sim! Eu estou no
inferno! Num pesadelo sem fim aonde namoro a pessoa que mais atormentou a minha
vida! E aonde existem roupas que prefiro morrer ao usar, espera mas eu já não
morri?

Falsas conclusões atormentavam sua cabeça.


-Já está melhor? Normalmente ler as cartas do seu amado o deixam de bom humor-Ela
deu um sorriso pensando o quão bom é o seu genro.

-"Amado"?-Ele entrou em choque novamente.

Qual seria o conceito de "amado" nesse pesadelo para que Katsuki se encaixe?

Ele não saberia dizer.

"Talvez esse pesadelo não seja tão ruim dês de que eu taque fogos nessas cartas e
mate aquele desgraçado."

Foi o que motivou Izuku a simplesmente fingir que não estava falando coisa com
coisa pra sua mãe por causa da febre, estava decidido a fingir ser aquele Midoriya,
era uma chance que não poderia desperdiçar, ele tinha uma nova vida. Mais tarde
descobrirá que lá não existem individualidades, da pra acreditar nisso?! Midoriya
estava em um sonho com um toque de pesadelo.

Mas nada importava, ao seu lado estava sua mãe, e era isso que o fez querer ficar e
não de matar de novo, será a chance de dar finalmente tudo bem?

Ele quis acreditar nisso, e foi assim que viveu os próximos dois dias, nesse meio
tempo e recebeu novas duas cartas, mas não viu a pessoa que os entregava. E não
queria ver.

Midoriya ainda não havia se acostumado com exatamente nada, tudo era tão diferente,
ele havia voltado no tempo para uma realidade aonde tudo estava tão diferente, e
não havia como se acostumar com isso tudo em menos de anos. De 2035 ele foi para
1819!

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