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Mateus 2.

1-12

Evangelho de Mateus
● (Tradição Cristã mais antiga fez essa atribuição) Escrito por Mateus,
publicano chamado diretamente por Jesus para segui-lo, testemunha ocular e
auditiva dos acontecimentos que cercaram a vida de Jesus.
● Destaca Jesus como Rei dos Judeus, por isso apresenta mais citações do
antigo testamento do que qualquer outro evangelho.
● O livro tem como objetivo mostrar que Jesus era aquele Messias prometido
por Deus a Israel, que veio ao mundo, em cumprimento das profecias para
ser o redentor.
Texto: Mateus 2.1-12
A reação ao nascimento do Rei: O nascimento de Jesus é o cumprimento da
palavra de Deus. Em Cristo se cumpre tudo aquilo que era sombra, a lei e os
profetas apontavam para Ele. O propósito principal de Mateus neste capítulo é
mostrar a recepção que o mundo deu ao Rei messiânico recém-nascido.
Homenagem de longe, hostilidade de perto; recepção pelos gentios, rejeição pelos
judeus.

● O texto informa que Jesus nasceu no reinado de Herodes

O Novo Testamento menciona quatro Herodes:

Herodes, o Grande; Herodes Antipas; Herodes Agripa I; Herodes Agripa II.


O primeiro Herodes reinou de 39 a.C. a 4 a.C.
Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande, foi o tetrarca da Galileia.
Herodes Agripa I, perseguiu a igreja em Jerusalém e mandou passar Tiago, irmão
de João, ao fio da espada e ordenou a prisão de Pedro.
Herodes Agripa II foi aquele que disse a Paulo em Cesaréia: “ Por pouco me
persuades a me fazer cristão” (At 26.28).

O herodes que o texto de Mateus se refere, é o “Herodes: o Grande”


Quem foi Herodes, o Grande?
Era filho de Antípatro, idumeu, feito rei em 37 a. C. O senado romano
conferiu-lhe o título de “rei dos judeus”. Herodes, o Grande, fundou a dinastia
herodiana, que governou Israel e suas redondezas desde 37 a.C., até a guerra com
Roma em 66-70 d.C.

Conhecido por suas grandes construções (embelezou o templo, criou


portos, entre outros). Ele também foi conhecido por suas atrocidades, pois era
paranóico pelo poder, responsável por inúmeros assassinatos, inclusive de seus
dois filhos e uma de suas esposas ao temer ser traído. Além do episódio retratado
no capítulo 2 de Mateus, que narra o assassinato em massa de crianças de 2 anos
para baixo em Belém.

● Hostilidade, Herodes: (o pânico v.3 (destacar a perturbação do povo), a


curiosidade v.4-5 e a sagacidade v.7, estratégia sutil v.8a, a dissimulação
v.8b, a crueldade e a fúria do rei v.16). No fim, sua morte v.20)

“Poderosos também morrem, Deus e seu plano permanecem para sempre. “


Exemplos:

● Indiferença e descaso: Os escribas e conhecedores da lei, conheciam as


profecias acerca do Messias, inclusive apontam precisamente o local de seu
nascimento, mas não se importam em buscá-lo.

“ O que o texto deixa claro é que tanto a liderança eclesiástica (sacerdotes) como os
teólogos de Israel (mestres da lei ou escribas) agiram com gelada indiferença a
Jesus. Os magos cruzaram desertos e vieram do Oriente a Jerusalém para
conhecê-lo e adorá-lo, e esses especialistas da religião, há dez quilômetros de
Jerusalém, não se interessaram em ir vê-lo e adorá-lo. “

2) Rendição e Adoração

● A figura dos Magos ou Sábios do oriente: As informações sobre eles são


escassas.
Quanto a serem reis, a serem três e a se chamarem Belchior, Balthazar e Gaspar,
são coisas da tradição, sem o menor fundamento histórico.
O consenso é que eram homens estudiosos ligados à religião (sacerdotes) e
astrologia. E que muito provavelmente tinham conhecimento sobre a esperança
messiânica. a partir dos judeus que foram dispersos para a Babilônia eram
conhecedores da famosa profecia de Balaão contida em Números 24.17: Vê-lo-ei,
mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó,
de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os
filhos de Sete. De acordo com alguns teólogos, as profecias sobre o messias foram
muito provavelmente difundidas pelo povo entre os gentios.

No entanto, o enfoque do escritor não é revelar detalhes a respeito dessas


figuras mas de demonstrar a atitude deles em relação a Cristo, então esse deve ser
o objeto de atenção do leitor.

As atitudes a serem destacadas:


1) O que eles fizeram antes de encontrar a Cristo;
● Saíram de sua terra, enfrentaram o deserto ao longo de muitos dias,
no entanto não mediram esforços; v.1
● Buscaram informações onde estavam a palavra; v. 2
● Perseveraram ao buscar a Cristo, apesar de todo o alarme, rumor e
indiferença. v.9
“ Ao procurarem pelo recém-nascido rei dos judeus, o que os magos vêm em
Jerusalém é um sentimento de medo e terror, porque se temia um novo banho de
sangue do desconfiado e furioso Herodes. Eles viram que Jerusalém ficou
transtornada diante da reação de Herodes. Eles sabiam que estavam correndo sério
risco viajando pelo território governado por esse rei insano. Mesmo assim, não
retornaram ao Oriente, mas prosseguiram em sua viagem rumo a Belém, até
encontrar Cristo e se curvarem diante dele, reconhecendo sua dignidade para
ser adorado.”

2) O que eles fizeram ao encontrar a Cristo;


● Se alegram intensamente. v. 10. No lugar da indiferença e hostilidade Jesus
foi recebido por aqueles estrangeiros com intensa satisfação.
● Adoraram humildemente. v.11a Podiam ser homens sábios e prestigiados,
mas se prostraram aos pés de um menino que estava aos cuidados de sua
mãe. Prestando-lhe honras e louvor mais do que um rei, honravam uma
divindade (reconheceram isso).Não adoraram a estrela ou seus pais, não
adoraram nada senão a Jesus.
Ofereceram presentes:
Terceiro, eles presentearam Jesus com ouro, incenso e mirra (v.11b). Eles levaram
tesouros para Jesus, num claro reconhecimento de que ele era o Messias. Pelo
costume do Oriente, combinava-se a veneração com a oferta de presentes. Os
presentes ouro e incenso remetem a Isaías 60.6.

John Piper defende que os presentes dados a Jesus não são uma forma de oferecer
assistência a alguma necessidade, mas sim uma forma de adoração. Com essa
atitude é como se os magos dissessem:

“ A alegria que eu busco não é a esperança de ficar rico com coisas que vêm de ti.
Eu não vim a ti pelas tuas coisas, mas por ti mesmo. E esse desejo eu agora
intensifico e demonstro ao entregar coisas na esperança de desfrutar mais de ti
mesmo, não das coisas. Ao entregar a ti coisas das quais tu não precisas e que eu
posso desfrutar, estou dizendo mais sincera e autenticamente: “Tu és o meu
tesouro, não essas coisas”. “
Piper, John. O alvorecer da alegria indestrutível: leituras diárias para o Advento (Portuguese Edition) (pp. 44-45). Editora
Concílio. Edição do Kindle.

3) O que eles fizeram após encontrar a Cristo.


● Viveram nas orientações de Deus ( v. 11a). Antes foram guiados até
Cristo por causa de uma revelação natural (estrela) , agora recebem
de Deus uma revelação especial. Foram advertidos, e com isso os
planos de Herodes foram frustrados.
● Voltaram por outro caminho (v.11b). Ao serem advertidos puderam
seguir corretamente, de forma análoga aqueles que encontram a
Cristo não vivem segundo seus próprios corações.
Aplicações:
1) Há verdadeiros servos de Deus em lugares onde absolutamente não
esperaríamos encontrá-los.
2) Nem sempre são os que mais glória tributam a Cristo os que possuem maior
privilégio religioso.
3) Para ser um verdadeiro cristão, não basta apenas conhecer as profecias
contidas nas Escrituras.
4) Os Magos se constituem como um notável exemplo de Fé.
“ Eles confiaram em Cristo, ainda que nunca o tivessem visto. Mas isso não foi tudo.
Creram nele mesmo depois de os escribas e os fariseus terem demonstrado sua
incredulidade. Porém, nem mesmo isso foi tudo. Confiaram nele quando o viram
como um pequeno menino, nos joelhos de Maria; e adoraram-no como a um rei.
Esse foi o ponto culminante de sua fé. Não contemplaram qualquer milagre que
pudesse convencê-los. Não ouviram qualquer ensino que tentasse persuadi-los.
Não foram testemunhas de nenhum sinal de divindade ou de grandiosidade que os
deixasse atônitos. A ninguém mais viram senão a um menino ainda pequeno, fraco
e impotente, necessitado dos cuidados maternos como qualquer um de nós. A
despeito disso, quando viram aquele Menino, creram estar diante do divino Salvador
do mundo. E, “prostrando-se, o adoraram”. “
Ryle, J. C.. Meditações no Evangelho de Mateus (Meditações nos Evangelhos Livro 1) (Portuguese Edition) (pp. 13-14).
Edição do Kindle.

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